Alda, uma enfermeira em Dresden

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    Palestra no Congresso de EnfermagemPP5ASN Alda Niemeyer

    1Blumenau, SENAC 14/05/2014

    Esta parte inicial, obviamente, no integrou a palestrada querida Oma Alda.

    Sou radioamador (P !" # desde outubro de 1$%1.&in'a quin e anos de idade e dava meus primeiros passos nosdom)nios das comunica*+es pelas ondas do ter. Ap-s poucosmeses usando apenas a vo (SS /A0#, em de embro daqueleano 2 arriscava as primeiras transmiss+es em telegra3ia(45/0orse#. O primeiro contato reali ado nessas condi*+es sedeu com "ogus'i P 647, de &r8s 4ora*+es, o que o trans3ormouem meu padrin'o de r2dio.

    0in'a 'ist-ria com o radioamadorismo come*ou l2, emais de trinta anos se passaram, quase todos eles emcompan'ia de min'a esposa, Ana, que se tornou radioamadoraem 1$$9 : P;!< &.

    O radioamadorismo quebrou todas as 3ronteiras erompeu todos os limites do relacionamento 'umano. "o poss)vel contar quantas ve es 3omos recebidos em aeroportos,rodovi2rias ou esta*+es de trem, por colegas com os quais s-t)n'amos contatos pelo r2dio.

    "o poss)vel saber a ra*a, religio ou classe social deseu interlocutor, no momento em que voc8 inicia umcomunicado com alguma pessoa que atendeu seu c'amadogeral (4=#, e desse ponto de partida que 3oram constru)dascentenas de ami ades.

    "ossa querida >

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    NBlumenau, SENAC 14/05/2014

    Sou Alda "ieme er, ten'o $6 anos, vivendo '2 9% aquiem lumenau.

    "asci em Loinville1 , sou 4atarinense de quartagera*o, descendente de dinamarqueses, alemes e su)*os.

    0eus antepassados c'egaram aqui em Santa 4atarina nos anos1%6$B1%9M, para construir vida nova na 4ol nia Qona Rrancisca! .Quas das min'as bisav-s 2 nasceram ali. =uando meu pai3aleceu, em Loinville, min'a me voltou a morar em 4uritibaN, nacasa dos pais dela. Em 4uritiba cresci, estudei e tive vida decrian*a e ovem bem protegida, at 1$N$. "este ano, min'airm e eu gan'amos uma viagem de turismo para Aleman'a.4'egamos l2 no dia 1 de maio, via amos despreocupadamentepela Aleman'a, descobrindo coisas lindas, totalmente novas.&)n'amos a passagem de volta para o rasil paga, camarotereservado num navio da FamburgBSTd6 para 1! de Outubro. S-que, no dia 1 de setembro eclodiu a Segunda 7uerra 0undial,e, com isso, no 'avia mais possibilidade de voltar para casa.0eu padrasto era gerente do anco Alemo &ransatlGntico 9, em4uritiba. Ele conseguia trans3erir 0arcos U de ouro, e assim

    garantir a nossa estadia, s- que no 3oi poss)vel sacar essesvalores e via ar para a Su)*a, onde estar)amos seguras, comparentes distantes. A Aleman'a precisava de 0arcos (divisas# epor isso retin'am o din'eiro dos estrangeiros em situa*osemel'ante I nossa, liberando apenas pequenas quantias porve , aos seus propriet2rios. Vsso contribu)a para o or*amento daguerra, para garantir petr-leo, manter avi+es e tanques deguerra, por e emplo. Simplesmente no nos davam o visto de

    sa)da do pa)s. 0as, isto s- descobrimos depois da guerra. Eu vi,

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    vivi, e sobrevivi, por milagre de Qeus, ao maior e mais destruidorataque a reo dessa guerra, os bombardeios das 3or*as a reasamericanas e inglesas I cidade de Qresden W, em 1N de 3evereiro1$69. Soterrados no poro da casa bombardeada, sa)mos porum buraco no alicerce para en3rentar um in3erno de 3ogo, s-com a roupa no corpo. Xiteralmente sem len*o e semdocumento. &rope*amos sobre os destro*os at o Cio Elba. ;masane3a% em c'amas, ou coisa parecida, me atingiu no rosto,a3undou um pouco a testa e o calor me cegou por tr8s semanas.0esmo assim andei !9M quil metros, entre outros 3ugitivos do

    bombardeio ou, os que 2 vieram de mais longe, correndo demedo da invaso russa, que se estava apro imando. A guerraterminou dois meses depois daquela trag dia.

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    naqueles anos. "-s t)n'amos apenas 1W e 1% anos quandopartimos para nossa aventura, cu o 3inal no pod)amos imaginar.

    om, BB meu dia de trabal'o come*ava Is MW'NMminna 4l)nica. 4omecei na estaca ero, limpar instrumentos,atender clientes e preenc'er 3ic'as, etc. E, tr8s ve es porsemana, tive que 3reqTentar os cursos de atendente deconsult-rio dent2rio. Rui 3a endo tudo que como mandava o3igurino, 3i os cursos seguintes, cursos de en3ermagem b2sica ecursos na 4ru

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    pr-teses dent2rias. A gente s- o recon'ecia pelas mos, quepareciam mais p de galin'a, ossos com pele meio escura, sempossibilidade de consertar. 0as, este s- um caso dentre tantosque vi nos nossos consult-rios, onde nossos tr8s cirurgi+esdentistas 3i eram seus milagres, que eu pude acompan'ar,porque tamb m 'avia >crescido? dentro da min'a pro3isso,atendendo agora os m dicos nas cadeiras, nas cirurgias etrabal'os em geral. 4ursos de aper3ei*oamento, sempre 3i .

    Os anos passaram. E, n-s do ramo da saDde, tivemosque prestar nosso >servi*o de guerra? tamb m, dentro dasnecessidades que se mostravam. Fomens en3ermeiros 3orammandados, con3orme a idade, diretamente para 'ospitais deguerra no Rront. Os plant+es noturnos nas cidades tiveram queser garantidos por gente que trabal'ava em consult-rios ouclinicas dentarias, ou outros ramos dentro do setor SaDde. &r8sve es por semana eu 3i tamb m planto noturno num 'ospitalde guerra, onde c'egavam os 3eridos dos campos de batal'a. O

    que vi l2 me marcou muito. Lovens, soldados do todas as idades,mutilados. Sem bra*os, sem pernas, corpos 3eridos e udiados detodas as 3ormas... 3oi di3)cil e doloroso de ver e atender. Osrecursos eram prec2rios. 0edicamentos precisavam ser bemdosados. Os casos que inspiravam esperan*a eram atendidos emprimeiro lugar, enquanto os >casos 2 dados por perdidos?,recebiam os rem dios necess2rios, analg sicos ou mor3ina 1M.Parece cruel, mas era necess2rio. "o 'avia penicilina 11 naqueletempo. &udo era di3)cil de conseguir. andagens e ga es eramlavadas, esterili adas e usadas duas, tr8s ve es. Qurante a noite,no planto, entre um atendimento e outro, enrolamosbandagens. "ossa en3ermeiraBc'e3e era uma roc'a de pessoa,con'ecimento e energia acumulada. Ela e igia queenrol2ssemos as ga es com as duas mos, amais estendendo as3ai as sobre as mesas, o que teria sido bem mais 32cil e r2pido.

    0as, ela pegava um rolo, antes de ele ir para a autoclave1!

    paraser esterili ado e di iaY >Esta 3oi enrolada na mesa, est2 dura

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    demais, enrolem de novo[? "ingu m escapava ao ol'ar cr)ticoda en3ermeira c'e3e. Por outro lado, quando ela di iaY >4uidembem do paciente no leito do e, este provavelmente no vaipassar dessa noite.?, pod)amos contar que algo ia acontecer,porque o ol'o cl)nico e a e peri8ncia dela eram in3al)veis.

    X2 est2vamos ento, ao lado de um ovem quec'oravaY >"o me dei em morrer, eu quero viver[? : e a gentesabia que ele no tin'a condi*+es. Ou, num outro leito algu mpediuY ?En3ermeira, se eu morrer, mande esta carta para min'ame[?. O que poder)amos 3a erZ Segurar as mos, se ele aindaas tivesse. Ou abra*ar o pobre in'o, Is ve es trancando opr-prio c'oro. Roi um tempo di3)cil e amargo para algu m de !Manos, que 'avia sido criada como crian*a mimada, mo*aprotegida, cuidada por pais e av-s numa vida segura e s-lida.

    Roi doloroso ver soldados vindo do Rront, dias e diasdeitados sem atendimento m dico, num tremB'ospital, c'eio de3eridos, onde tin'a somente o m)nimo de pessoal deen3ermagem, cuidando, dando 2gua, comida e atendimentobem prec2rio. Qi3)cil v8Blos c'egarem su os, suados, com 3eridas3edendo em bandagens ensangTentadas. XembroBme de ummo*o que c'egou com muitos outros 3eridos no meio de umanoite 3ria e escura. ;ma perna dele 3oi estra*al'ada. 4omo no'avia nada para imobili ar a perna, onde ele 3oi atendido,usavam a perna boa para isto. Rai as seguravam bem 3irmes,

    uma perna na outra. "o sei quanto tempo ele via ou desta3orma, deitado precariamente em maca improvisada. S- sei,quando tiramos as bandagens su as, endurecidas por sangue epus, tin'a a perna, antes sadia, se ligado aos 3erimentos daperna 3erida. 7rudada mesmo uma perna na outra. Ele 3oidiretamente para cirurgia, para separar as pernas. A 3erida, comossos es3arelados, toda purulenta, 3oi amputada e, a outra,agora tamb m com 3eridas abertas, tratada da mel'or maneira

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    poss)vel, com curativos e, com todo cuidado, todo carin'o e osmeios poss)veis.

    =uero abrir aqui um par8nteses[ Alguns anos depois,numa viagem para a Aleman'a, encontrei com uma en3ermeira,amiga dos tempos de guerra. Perguntei onde e em que elaestava trabal'ando agora. Ela me con3essou, com a promessa desigilo na poca, que estava numa casa especial, toda secreta,num parque grande, com m dicos e todos os recursos poss)veis,onde viviam os >mortos vivos?. Fomens que voltavam daguerra, to mutilados, sem pernas, bra*os ou irrecon'ec)veis,que 3oram dados como mortos para as 3am)lias. &roncos comcabe*as, 'omens realmente mutilados de todas as 3ormas. 4laroque com o tempo, e aos poucos, 3oram diminuindo nesta casaestes >'-spedes?, como ela c'amou aqueles 'er-is. 0orreraml2 pela segunda ve e, de3initivamente. 4onto isto para voc8s,porque agora, pelo decorrer dos anos, certamente no deve termais nen'um desses 'omens vivos l2 ainda. &amb m perdi o

    contato com min'a amiga, que tin'a a min'a idade. &alve elatamb m 2 passou >para o andar de cima?.

    1$6N : Qepois que casei com um capito daOrgani a*o &odt1N, uma organi a*o paramilitar, e engravidei,pedi min'a trans3er8ncia para uma 0aternidade. Outroambiente, outras e peri8ncias, outro trabal'o, completamentedi3erente. "ovos cursos, evidentemente, tamb m. 4omo

    iniciante era trabal'o cuidar das parturientes, levar comadrespara elas, passar 2gua morna depois de tudo 3eito, ogar oconteDdo 3ora... quantas ve es vomitei atr2s destes>ingredientes?[ 0as, me rendeu no s- mais um certi3icado,como e peri8ncia tamb m. om 3oi o trabal'o no ber*2rio. Salagrande e espa*osa, clara e linda. "a parede 'avia desen'os epinturas de beb8s, em todas posi*+es, rindo, c'orando,dormindo. Entre eles os tr8s grande >Cs? dos cuidados comrec mBnascidos. Em alemo >C;FE? : >CE7EX0\SSV7]EV&? e

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    >CEV"XV4F]EV&?. &radu indo, C;FE seria sil8ncio (calma#^CE7EX0\SSV7]EV& signi3ica regularidade^ e por 3imCEV"XV4F]EV&, que limpe a. Apliquei tudo que aprendi alidepois, quando tive meus seis 3il'os, continuando desta 3ormacom meus netos, quando permaneciam quatro ou cinco mesescomigo. "a poca da 7uerra ningu m sequer son'ava com3raldas descart2veis. Absorventes para as parturientes, nempensar. Xuvas eram dadas para n-s s- em e trema necessidade.4omo 3iquei s- na ala dos partos normais, no vi muito dascesarianas, ou cirurgias ginecol-gicas. 0as o curso tamb m

    tin'a nos in3ormado e preparado para este atendimento.

    &udo isto que aprendi, botei em pratica na min'a3am)lia. E, no meu segundo casamento com um m dico, com elenum 'ospital em &rombudo Alto ('o e AgrolGndia16, ac'o eu#pude praticar mais neste ramo. Penicilina, vi pela primeira vedepois da guerra, quando meu primeiro 3il'o teve um ti3oat)pico, sarampo e pneumonia unto. Ricou num 'ospital de

    crian*as, na ala de isolamento. O m dico era ucraniano. 0uitosimp2tico, ele dei ou meu pequeno separado, no quarto dele,entrou em contato com as autoridades da ocupa*o americana,para conseguir penicilina. Vsto 2 ap-s guerra, em 0unique. Eleconseguiu penicilina para meu 3il'o, que sobreviveu. Ali2s, ele3ar2 WM anos em agosto. O que uma cesariana, vi de perto aquina antiga 0aternidade Elsbet' ]oe'ler 19, onde meu maridodurante muitos anos de trabal'o, a udou a nascer 1! milblumenauenses. VmpressionouBme um parto a 3erro, que 3oicomplicado. E, s- depois de ter tido seis 3il'os em partosnormais, vi quanta complica*o pode acontecer num parto.

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    mas os meios de tratamento mudaram e se moderni aram. Osrecursos que voc8s t8m, so in3initamente maiores do que os de9M ou UM anos atr2s. ;sem todo o con'ecimento com amor aopr- imo e com compai o.

    &ive a sorte de, nos Dltimos anos, ser operada etratada com todos os recursos modernos, por cirurgi+esmaravil'osos. Riquei impressionada e encantada com toda estae peri8ncia. Qesde a anestesia, preparada e dosada, at noitesna ;&V, vi e senti como importante ser tratado por uma mocarin'osa, receber um sorriso quando a gente se sentevulner2vel e, at perdido, com dor, inde3eso e 3raco. Por maise3icientes e dedicados que se am os m dicos, os cirurgi+es, maisperto dos doentes 3icam sempre as en3ermeiras e osen3ermeiros. E, como bom que voc8s e istem.

    Parab ns pela escol'a desta pro3isso.

    Obrigada,

    Alda "ieme er

    1 'ttpsY//___. oinville.sc.gov.br/

    ! 'ttpY//[email protected]/_i@i/4ol`4N` 6nia Qona Rrancisca

    N 'ttpY//___.curitiba.pr.gov.br/

    6 'ttpY//[email protected]/_i@i/Famburg S`4N` 4d

    9 'ttpY//orioqueorionaove.com/!M1N/M1/!6/antigoBbancoBalemaoBtransatlantico/

    'ttpY//___.3a enda.r .gov.br/se3a /3aces/oracle/_ebcenter/portalapp/pages/navigationBrenderer. sp Z a3rXoop NUW%$N!UUM%6MMMKdatasource ;40Server`!NdQoc"ame`NAW6NMMK ad3.ctrlBstate _i9ceba i $

    0en*o I liquida*o do anco Alemo &ransatlGntico emY'ttpY//bibliotecadigital.3gv.br/o s/inde .p'p/rda/article/vie_Rile/1!9%%/116WU

    U 'ttpY//[email protected]/_i@i/0arco alem`4N`ANo

    W 'ttpY//ve a.abril.com.br/especiais online/segunda guerra/edicaoMM%/sub1.s'tml

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    'ttpY//[email protected]/_i@i/ ombardeamento de Qresden

    % 'ttpY//mic'aelis.uol.com.br/moderno/portugues/inde .p'pZlingua portuguesBportuguesKpalavra sane3a

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    1M 'ttpY//drau iovarella.com.br/drau io/mor3ina/

    11 'ttpY//___.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede rm/cursos/rm controle/opas _eb/modulo1/penicilinas.'tm

    1!

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    16 'ttpY//[email protected]/_i@i/Agrol`4N`A!ndia

    19 'ttpY//___.luteranos.com.br/conteudo/umBcentenarioBdeBdesa3iosBeBconquistas