Albino Gois

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IV Encontro de Pesquisa em Música da Universidade Estadual de Maringá (EPEM) Maringá - 2009 Desafios de um professor de música no ensino fundamental: vivência prática no estágio em música Israel Albino / UEM [email protected] Micheline Prais de Aguiar Marim Gois / UEM [email protected] Resumo O presente relato objetiva descrever minha experiência enquanto professor de Educação Musical em uma turma de sétima série do ensino fundamental. Esta prática faz parte do Estágio Supevisionado II do curso de Licenciatura em Educação Musical da Universidade Estadual de Maringá. O local sugerido pela proposta de estágio para foi o Colégio de Aplicação Pedagógica, situado no campus da UEM. Intitulado “Sons e ritmos” o projeto tem por objetivo estabelecer uma proximidade entre os alunos e a vivência musical, a partir da prática e pesquisas relacionadas à area. No relato, discorro também acerca das dificuldades encontradas, das estratégias desenvolvidas e da motivação de ser professor. Palavras-chave: Educação musical, estágio, formação de professores Introdução Este relato apresenta de forma sucinta e pragmática minha experiência como professor de Educação Musical no Colégio de Aplicação pedagógica situado e pertencente ao campus da Universidade Estadual de Maringá-PR. O projeto intitula-se Sons e ritmos e tem como objetivo oportunizar a vivência musical aos alunos. O público alvo é uma turma de sétima. A sétima série A é composta por 33 alunos sendo que a proporção entre meninos e meninas é semelhante. A diferença, todavia, está na heterogeneidade sócio- econômica dos alunos, pois o colégio recebe, sem distinção, filhos de professores, de outros funcionários e de famílias vizinhas à Universidade. Minha passagem por outra turma de sétima série em 2008, contribuiu para meu amadurecimento enquanto professor. Desta forma, consigo me sentir à vontade diante dos alunos. Entretanto, esta turma em especial, apresenta um comportamento bem mais inquieto. Encontrei um grupo distanciado da vivência musical. Fazer esta aproximação, foi na minha opinião, a tarefa mais trabalhosa, pois neste caso enfrento a resistência que a meu ver, tem sido desafiadora. Esta peculiaridade torna maior o desafio de dirigir o grupo. Para esta missão conto com a colaboração da professora titular da turma e a orientadora do estágio, Micheline Gois. A professora Micheline esteve presente na maioria das aulas. Sua presença impõe mais respeito. A experiência prática no ensino de música Como relata Pimenta e Lima (2004), o estágio supervisionado para quem não exerce o magistério pode ser um espaço de convergência das experiências pedagógicas vivenciadas no decorrer do curso e, principalmente, ser uma contingência de aprendizagem da profissão docente, mediada pelas relações sociais - 1 -

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IV Encontro de Pesquisa em Música da Universidade Estadual de Maringá (EPEM)Maringá - 2009

Desafios de um professor de música no ensino fundamental: vivência

prática no estágio em música

Israel Albino / [email protected]

Micheline Prais de Aguiar Marim Gois / [email protected]

ResumoO presente relato objetiva descrever minha experiência enquanto professor de Educação Musical em uma turma de sétima série do ensino fundamental. Esta prática faz parte do Estágio Supevisionado II do curso de Licenciatura em Educação Musical da Universidade Estadual de Maringá. O local sugerido pela proposta de estágio para foi o Colégio de Aplicação Pedagógica, situado no campus da UEM. Intitulado “Sons e ritmos” o projeto tem por objetivo estabelecer uma proximidade entre os alunos e a vivência musical, a partir da prática e pesquisas relacionadas à area. No relato, discorro também acerca das dificuldades encontradas, das estratégias desenvolvidas e da motivação de ser professor.

Palavras-chave: Educação musical, estágio, formação de professores

Introdução

Este relato apresenta de forma sucinta e pragmática minha experiência como professor de Educação Musical no Colégio de Aplicação pedagógica situado e pertencente ao campus da Universidade Estadual de Maringá-PR. O projeto intitula-se Sons e ritmos e tem como objetivo oportunizar a vivência musical aos alunos. O público alvo é uma turma de sétima. A sétima série A é composta por 33 alunos sendo que a proporção entre meninos e meninas é semelhante. A diferença, todavia, está na heterogeneidade sócio-econômica dos alunos, pois o colégio recebe, sem distinção, filhos de professores, de outros funcionários e de famílias vizinhas à Universidade.

Minha passagem por outra turma de sétima série em 2008, contribuiu para meu amadurecimento enquanto professor. Desta forma, consigo me sentir à vontade diante dos alunos. Entretanto, esta turma em especial, apresenta um comportamento bem mais inquieto. Encontrei um grupo distanciado da vivência musical. Fazer esta aproximação, foi na minha opinião, a tarefa mais trabalhosa, pois neste caso enfrento a resistência que a meu ver, tem sido desafiadora.

Esta peculiaridade torna maior o desafio de dirigir o grupo. Para esta missão conto com a colaboração da professora titular da turma e a orientadora do estágio, Micheline Gois. A professora Micheline esteve presente na maioria das aulas. Sua presença impõe mais respeito.

A experiência prática no ensino de música

Como relata Pimenta e Lima (2004), o estágio supervisionado para quem não exerce o magistério pode ser um espaço de convergência das experiências pedagógicas vivenciadas no decorrer do curso e, principalmente, ser uma contingência de aprendizagem da profissão docente, mediada pelas relações sociais

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historicamente situadas. Outra caracteristica do estágio é, a meu ver, o estreitamento da relação do estudante com a prática, muitas vezes distanciada pela necessidade das leituras. O estudante, tende a dispensar um tempo maior às literaturas, deixando a prática musical a segundo plano, salvo exceções. Neste sentido o estágio exige não apenas um domínio da teoria, mas também e principalmente uma fluência na prática musical.

O primeiro semestre foi planejado de maneira a aproximar os alunos das experiências musicais por meio de atividades práticas. Para tal, realizamos, embasados em Schafer (1933), um trabalho de limpeza de ouvidos, no qual os alunos relacionaram, por escrito, os sons ouvidos desde o acordar. Em seguida, representaram este som corporal ou vocalmente.

Fora proposto também, ainda neste sentido, a sonorização de cenários. Entre os cenários sonorizados relacionamos os seguintes: praça da cidade, fazenda, estádio de futebol, feira livre, entre outros.

Atividades rítmicas utilizando o corpo também foram propostas mas, de início, houve certa resistência. Para trabalhar esta dificuldade começamos a trabalhar repertórios populares nos quais os alunos interpretavam as canções propostas. Desta forma, praticamos os rítmos baião, pop e sertanejo por meio do canto. Esta estratégia funcionou, a ponto de pais de alunos elogiarem o trabalho junto à professora titular.

Proporcionamos também, uma apresentação de artistas do sul e do nordeste brasileiro, por ocasião do FEMUCIC, festival de música realizado em Maringá que reune músicos de todas as regiões do Brasil. Os músicos se apresentaram no auditório do colégio e interagiram com os alunos, tocando e falando das características musicais de suas regiões. Além dos alunos, secretárias e diretor do colégio estiveram presentes no encontro. Ressalto a participação e envolvimento dos alunos na proposta onde foi notório a atenção e a realização de perguntas.

Considerações finais

Acredito que, o ser professor não é tarefa fácil e de sucesso imediato. Deve haver, na minha opinião, comprometimento, flexibilidade, planejamento e muita reflexão. A cada aula ou conteúdo aplicado, o professor está ajudando na construção do conhecimento na vida do aluno. Para que esta missão se torne menos dolorosa o estagiário necessita de base sólida em sua formação e prazer em desempenhar tal tarefa. Ensinar, é a meu ver, respeitar o próximo e antes de tudo querer um país melhor.

Sobre minha atuação, estou aprendendo e a troca de experiências em sala de aula na Universidade, tem me ajudado muito. Quanto aos alunos, alguns estão se divertindo, outros ainda precisam ser conquistados. Esta, aliás, é quase uma obrigação ao bom professor, uma vez que este, não admite excluir nenhum aluno. Todos, a meu ver, tem direito a informação, independente de credo, raça ou poder econômico.

Referências Bibliográficas

FORNTERRADA, Marisa, T. O 1991. Educação Musical. Investigação em quatro movimentos: prelúdio, coral, fuga e final. Dissertação de Mestrado, PUC - São Paulo.

SCHAFER, R. Murray 1991. O Ouvido Pensante: Limpeza de Ouvidos. São Paulo. Unesp.

SOUZA, J. (Org) 2000. Música, Cotidiano e Educação. Porto Alegre: Programa de pós-graduação em música de UFRGS.

PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria Socorro L 2004. Estágio e Docência. São Paulo. Cortez.

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