Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

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1 Porque Lula derrotou Serra Alberto Carlos de Almeida (FGV-Rio) [email protected] Trabalho a ser apresentado no 4 O Encontro Nacional da ABCP - Associação Brasileira de Ciência Política Área Representação e Partidos Políticos Painel (1) As Elições Presidenciais Brasileiras de 2002: Comportamento Eliotoral 21- 24 julho 2004 – PUC – Rio de Janeiro

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Comentarios e analises

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Porque Lula derrotou Serra

Alberto Carlos de Almeida (FGV-Rio) [email protected]

Trabalho a ser apresentado no 4O Encontro Nacional da ABCP - Associação Brasileira de Ciência Política

Área Representação e Partidos Políticos Painel (1) As Elições Presidenciais Brasileiras de 2002: Comportamento Eliotoral

21- 24 julho 2004 – PUC – Rio de Janeiro

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CAPÍTULO

EXPLICAÇÃO DO VOTO

Na eleição de 1989 o candidato Guilherme Afif Domingues (encontrar o

partido, acho que PL) aumentou bastante sua intenção de voto nas pesquisas

eleitorais entre XX e XX. Neste período ele subiu de de XX para XX. O seu

crescimento foi detido por ataques empreendidos por Mário Covas, candidato do

PSDB, que mostrou em debate qual havia sido o desempenho de Afif durante seu

mandado de Deputado Federal como membro da Assembléia Constituinte que

aprovou a Constituição de 1988. Afif havia ..faltado?..e tirado nota X na avaliação

que o DIAP fez dos parlamentares... Ao dar transparência a este aspecto da vida

pública de Afif, Mário Covas fez com que o candidato despencasse nas pesquisas

de intenção de voto. Afif terminou a disputa em X lugar.

Na campanha presidencial de 1994 o então Ministro da Fazenda Rubens

Ricupero foi gravado fora do ar fazendo declarações consideradas

comprometedoras para a campanha eleitoral do candidato governista, Fernando

Henrique (dizer o conteúdo das declarações. Ver com maior detalhes os dois

episódios, o de 1994 e o de 1998). Foi o episódio da “antena parabólica”. Lula e o

PT exploraram tais declarações em sua propaganda eleitoral gratuita e a imprensa

deu ampla cobertura ao fato, principalmente indicando que aquilo poderia alterar

os rumos de uma campanha que até o referido evento era favorável a FH.

Fernando Henrique venceu as eleições de 1994. Em maio de 1998 um outro

episódio desta natureza foi muito divulgado pela imprensa. Em uma cerimônia o

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então presidente Fernando Henrique, candidato à reeleição, declarou que quem

se aposentava cedo era vagabundo. Mais uma vez muitos analistas se arvoraram

a afirmar que aquilo iria alterar os rumos da campanha e fazer com que Fernando

Henrique perdesse votos. De novo, apesar das declarações infelizes, Fernando

Henrique foi o vencedor.

Na eleição de 2002 a candidatura de Roseana Sarney foi abatida por um

único escândalo de corrupção no qual foram fotografados maços de dinheiro de

origem não explicada. Na mesma campanha a candidatura de Ciro Gomes, vítima

de vários ataques de xx a xx de xx, também despencou nas pesquisas. Ciro, que

em XX ocupava o segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, acabou a

disputa em quarto lugar atrás de Lula, Serra e Garotinho.

O que faz com que um candidato caia nas pesquisas de intenção de voto?

Por que alguns candidatos são mais “blindados” a erros e ataques do que outros?

Por que os ataques contra Guilherme Afif Domingues, Roseana Sarney e Ciro

Gomes levaram-os a perder votos, mas os ataques contra Fernando Henrique não

tiveram o mesmo efeito? A pergunta central vai além disto: por que alguns

candidatos vencem e outros perdem as eleições. Transplantada para 2002 torna-

se uma questão bem mais específica: por que Lula venceu as eleições

presidenciais de 2002?

Os fenômenos sociológicos e políticos apresentam causalidades múltiplas.

Não há, na maioria das vezes, uma única resposta às perguntas sobre as causas

do aumento da criminalidade, da desigualdade ou acerca das causas da melhoria

do desenvolvimento humano. Com eleições não é diferente. A vitória de Lula pode

ser explicada de várias maneiras. Há, por exemplo, as causas não-imediatas:

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aquelas que formam o cenário da disputa. Elas podem ser de longo prazo, tal

como o processo de moderação e crescimento do PT abordado no capítulo XX, e

de curto prazo, tal como o conflito dentro da aliança governista tema do capítulo

XX. Há, todavia, as causas imediatas: aquelas que motivam o eleitor a votar em

fulano ou cicrano. Elas só podem ser obtidas por meio de pesquisas de opinião

pública.

O Estudo Eleitoral Brasileiro (ESEB) – um survey acadêmico clássico – foi

realizado logo após o segundo turno da eleição de 20021. O ESEB permite

analisar e compreender as razões que levaram os eleitores a votar da maneira

que fizeram. Foram feitas centenas de perguntas para mensurar as inúmeras

dimensões da “cabeça do eleitor” e relacioná-las com o voto. Os fatores

socioeconômicos foram medidos, não somente os fatores clássicos como renda e

escolaridade, mas também outros usualmente não mensurados por pesquisas de

opinião, tal como filiação sindical e religiosidade. O ESEB investigou de maneira

pormenorizada a ideologia do eleitorado. Ideologia compreendida de maneira

ampla, como visão de mundo, como forma pela qual as pessoas concebem os

fenômenos sociais, econômicos e políticos. Dentre outras coisas, investigou-se o

quão favoráveis são os eleitores à regulação da economia pelo governo, à

1 O ESEB foi financiado pela por extenso (CAPES). Número da doação. As informações técnicas sobre o ESEB, incluindo-se a íntegra do questionário, estão no anexo X. Trata-se de um estudo inédito no Brasil e foi realizado dentro dos padrões internacionais de qualidade para pesquisas desta natureza. Pesquisas semelhantes são realizadas em vários países do mundo, e a mais conhecida é o National Election Studies (www.umich.edu/~nes/) feito nos Estados Unidos. Resultados de pesquisas deste tipo em outros países são encontrados em www.umich.edu/~cses/.

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repressão a protestos, confiança ente as pessoas, ao clientelismo, ao rouba-mas-

faz e ao espírito público2.

Os eleitores também foram diferenciados quanto ao seu nível de apoio à

solução de diferentes problemas. Isto permitiu avaliar se aqueles que votaram em

Lula eram os que mais achavam que o desemprego ou a miséria eram mais

importantes do que a inflação e se aqueles que votaram em Serra pensavam o

oposto. Isto foi denominado de “políticas públicas”, em uma referência a que

políticas públicas seriam mais ou menos apoiadas junto a determinados

segmentos do eleitorado. O impacto da situação da economia foi medido ao se

perguntar aos eleitores se haviam ficado sem emprego nos últimos seis meses ou

se estavam preocupados em perder o emprego no futuro. Esta forma de

mensuração leva em consideração não somente um elemento factual, a situação

da economia, mas também o impacto nas percepções das pessoas. A economia

pode ir mal, mas ainda assim haver aqueles que acham que não perderão o

emprego. Isto pode vir a ter impacto no voto. Outros conjuntos de variáveis

explicativas do voto também estiveram presentes no questionário do ESEB, tais

como as características pessoais dos candidatos, a preferência partidária e a

avaliação do governo Fernando Henrique.

Por que foram estas as variáveis medidas e testadas para explicar o voto?

Porque há uma enorme literatura especializada de ciência política que faz

2 A apresentação detalhada - conceituação, forma de medição, etc. - de todas as variáveis testadas para explicar o voto se encontra no anexo X.

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justamente isto, avalia como status socioeconômico, ideologia, preferência em

favor de políticas públicas, características dos candidatos, etc. influenciam o voto3.

Não foi realizada uma seleção aleatória de variáveis explicativas, ou uma seleção

baseada apenas em critérios empíricos. Há fundamentação teórica para a escolha

destas variáveis. Foi um conjunto de textos especializados que informou a

elaboração do questionário de pesquisa do ESEB. As teorias de explicação do

voto foram testadas, todavia, modificando-se em alguns casos a forma de

mensuração das variáveis.

A maioria das pesquisas que inspiraram o ESEB foi implementada em

países desenvolvidos. Nestes países o nível educacional formal é bem mais alto

do que no Brasil. Isto resulta que no Brasil as perguntas tendem a ser mais

simples e diretas do que nos países desenvolvidos. Um exemplo é a preferência

por políticas públicas. Eleitorados mais educados tendem a se posicionar com

clareza contra ou a favor da adoção de determinadas medidas para o combate à

inflação. As perguntas são elaboradas não para saber se o combate à inflação é

prioritário face ao combate ao desemprego – isto foi feito no Brasil pelo ESEB –

mas se a maneira A de combater e inflação é mais desejada do que a maneira B

de fazer o mesmo. Assim, as variáveis foram mantidas, mas as medições foram

adaptadas ao contexto brasileiro. Além da adaptação de medições, algumas

outras variáveis foram adicionadas, com destaque para a noção de sociedade

hierárquica, patrimonialismo e clientelismo presentes com força na literatura

sociológica e antropológica brasileira4.

3 Literatura de ciência política que explica o voto ....... 4 Citar Da Matta e outros.

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O método de análise dos dados e a principais conclusões

Os dados do ESEB foram analisados de acordo com a mesma metodologia

empregada por Shanks e Miller para analisar as duas vitórias de Ronald Reagan

nos Estados Unidos5. Esta metodologia utiliza as regressões lineares de mínimos

quadrados para estimar o impacto de cada variável no voto. Sabe-se que estas

regressões não são as mais adequadas – mas sim as regressões probabilísticas –

para analisar variáveis categóricas tal como é o voto. Em tais casos, as

regressões probabilísticas estimam os parâmetros de maneira mais eficiente e

fornecem uma interpretação mais consistente dos erros padrões dos coeficientes

do que as regressões lineares. Além disso, as regressões de mínimos quadrados,

quando se trata de variáveis dependentes categóricas, assumem de maneira

pouco realista (ainda que levem em conta os pisos e tetos de variação) a

invariabilidade dos efeitos das variáveis explicativas sobre a variável explicada. A

vantagem em utiliza-las é que, ao contrário das regressões probabilísticas, elas

permitem relacionar o impacto que cada variável teve na escolha dos eleitores

com a vantagem agregada (no resultado eleitoral nacional) de Lula sobre seus

adversários.

Para contornar as limitações das regressões lineares foram feitas três

análises idênticas em todos os seus passos, mas com métodos estatísticos

diferentes. A primeira análise é aquela que foi utilizada para as conclusões deste

capítulo e é apresentada em detalhes no anexo X. A segunda foi a análise

5 J. Merrill Shanks e Warren E. Miller, Policy Direction and Performance Evaluation: Complementary Explanations of the Reagan Elections, British Journal of Political Science, Volume 20, n. 2, abril de 1990, 143-235. Os detalhes desta metodologia podem ser encontrados no anexo X.

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baseada em regressões probabilísticas. E a terceira foi a análise baseada em

regressões de mínimos quadrados que tomou como variável dependente a

diferença das notas dadas para Lula e os outros candidatos. Isto fez com que a

variável dependente fosse contínua. As três diferentes análises convergem em

uma importante conclusão, os efeitos relativos das variáveis explicativas sobre o

voto são similares e não há nenhuma diferença que invalide as conclusões da

análise utilizada para fundamentar este capítulo. Assim, o método adotado

encontra sustentação em outros métodos e ainda permite que sejam estimados os

efeitos de cada variável sobre a vantagem agregada que Lula teve em relação a

seus adversários nos dois turnos. Em suma, por razões práticas o método

estatístico ideal não foi o utilizado para fundamentar as conclusões aqui

apresentadas. Porém, as conclusões obtidas são válidas porque o método ideal foi

testado paralelamente e apresenta resultados semelhantes ao das regressões de

mínimos quadrados.

A primeira conclusão importante da análise da eleição de 2002 é que as

características pessoais dos candidatos foram muito relevantes para a vitória de

Lula. O eleitor brasileiro decide em quem votar considerando vários fatores

diferentes, mas a personalidade do candidato é de todos o mais determinante para

a escolha eleitoral. Duas ressalvas merecem ser feitas. A primeira é a de que esta

e outras conclusões se referem a apenas uma eleição. Ainda que tenha sido

avaliado o comportamento do eleitor em 1998, o ESEB foi feito apenas em 2002.

Na medida em que outras eleições forem estudadas no futuro será possível avaliar

se as características pessoais são importantes sempre ou se são as mais

relevantes em apenas alguns pleitos específicos.

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A segunda ressalva é acerca do problema metodológico da endogeneidade.

A endogeneidade ocorre quando uma variável explicativa é, na verdade, a

conseqüência e não a causa da variável explicada. Assim, a avaliação pessoal

dos candidatos seria causada pelo voto e não o oposto. É difícil supor que alguém

vote em um candidato que considere não ser o que tem as melhores

características pessoais. Mais do que endogeneidade, o voto e a boa avaliação

deste mesmo político seriam um fenômeno só. Pode acontecer também, na

prática, que os eleitores depois de escolherem um determinado candidato passem

a confiar mais nele e a considerar que ele é o que tem as melhores características

pessoais. Uma terceira possibilidade é que, ao fazerem isto, os eleitores

consolidem e mantenham seu voto. A decisão acerca de qual destas três

possibilidades é a mais correta depende de pesquisas com desenhos

metodológicos complexos que levem em consideração, dentre outras coisas, a

variação no tempo tanto do voto quanto da avaliação pessoal dos candidatos.

Mesmo sem pesquisas desta natureza é possível elencar alguns razões para

relativizar o problema da endogeneidade e validar a conclusão acerca da

importância das características dos candidatos na decisão do voto.

Um primeiro argumento é que o ato de votar ocorre cronologicamente após

todas as demais decisões. Os eleitores primeiro nascem ou adquirem

características socioeconômicas, em seguida são socializados de acordo com

determinadas ideologias, por isso passam a preferir determinadas políticas

públicas, determinados partidos, e passam a avaliar os políticos de determinada

maneira. O voto ocorre apenas depois de todas estas decisões. De fato,

teoricamente o voto é a última decisão. Na prática, porém, sabe-se que um

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enorme contingente de eleitores decide em quem votar com antecedência. É

possível, assim, que haja uma quase simultaneidade entre considerar alguém

aquele com as melhores características pessoais e votar nele.

Há um argumento empírico contra este fenômeno. As características dos

candidatos são mensuradas e testadas em vários países do mundo e o seu

impacto sobre o voto varia de país para país. Shanks e Miller, por exemplo,

mostraram que nos Estados Unidos dos anos 1980 estas variáveis tiveram um

peso bem menor do que a presente análise aponta para o Brasil de 2002. Nos

Estados Unidos da era Reagan o peso da ideologia foi bem maior do que das

características pessoais e estas foram apenas um pouco mais importantes do que

a posição dos eleitores em relação às políticas públicas. Isto é bastante diferente –

como será visto - do que aconteceu na eleição de Lula em 2002. Caso a

endogeneidade fosse um fenômeno realmente relevante os resultados de Brasil e

Estados Unidos seriam bem mais parecidos. Tamanhas diferenças indicam que os

dois eleitorados decidem em quem votar de maneira oposta. Os norte-americanos

tendem a ser mais “institucionais” e os brasileiros tendem a ser mais

“personalistas”. É possível multiplicar as implicações observáveis da teoria que diz

que norte-americanos e brasileiros divergem na importância que conferem às

pessoas. A antropologia está recheada de tais evidências6.

A importância das características pessoais na escolha eleitoral é indicada

pela tabela 15. Em todos os modelos de análise, com exceção para a análise Lula-

Garotinho, o maior salto do R2 ajustado é no estágio no qual são introduzidas as

6 Citar a Casa e a Rua.

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características dos candidatos7. O voto em Garotinho é a exceção por causa da

mobilização política dos evangélicos. A religião torna-se o principal fator (neste

caso, uma variável socioeconômica adquirida) na explicação da escolha entre Lula

e Garotinho. Isto não diminui a grande importância dos fatores pessoais para a

decisão do voto.

Uma segunda conclusão importante da análise da opinião pública é que a

ideologia é importante nas escolhas eleitorais. A controvérsia política, jornalística e

acadêmica sobre a importância da ideologia foi finalmente arbitrada em favor de

um papel relevante para a forma como os eleitores vêem o mundo e em particular

a sua visão quanto ao papel do estado na economia. Lula foi eleitoralmente

favorecido pelo peso do eleitorado pró-controle estatal das empresas. Além disso,

os eleitores menos favoráveis à repressão de protestos contra o governo e à

censura tenderam também a votar com mais freqüência em Lula. Todas as

evidências sustentam que a ideologia tem um papel eleitoral relevante, ainda que

seja coadjuvante da avaliação dos traços dos candidatos.

Uma terceira conclusão diz respeito à complexidade da tomada de decisão

dos eleitores. Será revelado que os eleitores brasileiros, em que pese sua baixa

escolaridade formal, estruturam de maneira complexa a sua decisão sobre em

quem votar. Quando a escolha foi entre Lula e Serra, os eleitores mobilizaram

inúmeras variáveis que indicavam se tratar de um embate entre um candidato de

oposição e outro de governo. As características pessoais foram importantes, mas

7 O R2 ajustado aumenta de 0,078 para 0,419 em Lula versus Serra no primeiro turno; de 0,032 para 0,252 na disputa Lula-Ciro; de 0,084 para 0,404 no segundo turno; de 0,66 para 0,197 na eleição de 1998; de 0,153 para 0,535 na comparação entre os votos de oposição versus de governo e de 0,078 para 0,341 na mudança de voto FH-Lula entre 1998 e 2002 quando comparado com o voto no governo nas duas eleições.

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tiveram um peso relativo menor quando comparadas com sua importância nas

decisões entre Lula e Garotinho ou entre Lula e Ciro. Os eleitores brasileiros são

lógicos, coerentes e decidem de maneira complexa em quem votam.

A tabela 15 revela também que os modelos estatísticos explicam melhor a

diferença de votos entre Lula 98-02 versus FH-98 – Serra-02 do que em qualquer

outro dos sete modelos (explica aproximadamente 65% da variação do voto).

Shanks e Miller obtém 70% de poder explicativo com o modelo que

desenvolveram para a eleição norte-americana de 1984. No segundo turno da

eleição brasileira de 2002 o poder explicativo obtido é da ordem de 47% (tabela

15). Há algumas razões para estas diferenças. A tradição norte-americana de

pesquisa acadêmica eleitoral é bem mais longa e sólida do que a brasileira. Em

segundo lugar, a disputa eleitoral nos Estados Unidos é mais bem estruturada do

que no Brasil. Lá os partidos são mais antigos do que os nossos e funcionam

como colunas vertebrais do embate político. É justamente por isto que o maior

poder explicativo dos modelos para o Brasil ocorre no voto mais estruturado

possível: Lula duas vezes, e governo duas vezes. Assim, a tendência é que com a

crescente estruturação da disputa o passar dos anos leve nossas eleições a

serem mais facilmente explicadas.

Vale enfatizar que estas conclusões dizem respeito a uma só eleição. 2002

pode ter sido diferente de 1998. Nunca saberemos ao certo – ainda que a análise

feita indique semelhanças entre as duas eleições – uma vez que a primeira edição

do ESEB aconteceu em 2002. Há indícios de que as características pessoais são

mais importantes em disputas nas quais não há entre os candidatos aquele que

disputa sua reeleição. Foi isto que aconteceu em 2002. Como em 1998 Fernando

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Henrique buscava se reeleger é provável que o peso do desempenho do governo

no voto tenha sido bem maior. Novamente, não é possível ter certeza disto. Trata-

se desta limitação básica, as conclusões referem-se apenas à eleição de 2002.

O que explica a vantagem de Lula sobre Serra no primeiro turno8

A ideologia do eleitorado e a avaliação das características pessoais de Lula,

foram os fatores que mais contribuíram para a vantagem de Lula sobre Serra

(Anexo X, tabela 23). Sendo que as características pessoais foram

aproximadamente quatro vezes mais importantes do que a ideologia. O eleitorado

considerava, em sua grande maioria, Lula mais confiável do que Serra. Este

julgamento do eleitorado foi fundamental para que Lula abrisse a vantagem que

abriu não apenas sobre Serra, mas também sobre Garotinho e Ciro (Anexo X,

tabelas 16 a 19).

Todas as análises mostraram que a confiabilidade de Lula foi sempre a

característica mais importante tanto para prever se o eleitor votaria ou não em

Lula, quanto para explicar a vantagem eleitoral do vencedor (Anexo X, tabelas 1 a

4 e tabelas 16 a 19). Esta característica foi sendo construída pela propaganda

política do candidato, pelo marketing político, e graças à guinada empreendida

pelo PT em direção ao centro. O PT do século XXI tinha definitivamente deixado

de ser um partido obreiro e tentava passar para o eleitorado a imagem de partido

confiável para governar. Isto não foi feito sem o esforço de Lula para mudar sua

própria imagem. Os símbolos são tudo na política. Por isso Lula fez várias viagens

ao exterior, encontrou-se com líderes internacionais, buscou defender posições

8 As tabelas 1, 8, 16 e 23 do anexo X contém os resultados da análise estatística que compara o voto entre Lula e Serra no primeiro turno.

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mais moderadas, e aproximou-se dos grupos empresariais nacionais e

multinacionais. Isto tornava Lula um político mais confiável.

A lista de características pessoais que foram importantes para que Lula

vencesse Serra no primeiro turno é grande. Depois da confiabilidade, o que mais

contribuiu para a vantagem de Lula foi o fato do eleitorado tê-lo considerado o

candidato com o melhor plano de governo. Em seguida, foi o julgamento que o

colocou como aquele que mais defendeu gerar empregos, depois vieram as

características: o mais preparado e competente, o que tinha mais experiência para

governar, honestidade e aquele que fez uma campanha limpa sem atacar os

adversários.

Dentre os 13 mais importantes fatores que vieram a fazer com que Lula

derrotasse Serra no primeiro turno, sete são características pessoais. Em todos

eles a vantagem foi de Lula, ou seja, o eleitorado considerava que Lula tinha mais

aquela característica do que Serra (isto é indicado pelo sinal positivo dos valores

da importância explicativa da tabela 16 do anexo X). “Defender gerar mais

empregos” foi a característica pessoal na qual Lula mais se distanciou de Serra

junto aos eleitores (0,637 na coluna da importância explicativa)9, seguida da

confiabilidade (0,596).

Vale destacar que das sete características pessoais que tiveram o maior

peso na vantagem de Lula sobre Serra no primeiro turno, duas delas tiveram

apenas um efeito indireto no voto, foram elas a honestidade e o fato de Lula ter

9 O valor zero indicaria empate entre os dois candidatos. O valor + 1 indicaria que todos os eleitores consideravam que Lula era mais confiável do que Serra e o valor –1 indicaria o oposto, que todos os eleitores achavam que Serra era o mais confiável. Esta mesma lógica se aplica a todos os outros fatores na leitura das tabelas que apresentam a “média corrigida” ou importância explicativa.

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sido o candidato que fez a campanha mais limpa. O efeito destas duas variáveis

no voto ocorreu por meio da preferência partidária, e das avaliações do governo

Fernando Henrique (Anexo X, tabela 8). As outras cinco características pessoais

tiveram influência direta no voto.

Há muitos que consideram que a ideologia não é importante nas disputas

eleitorais no Brasil. Os dados do ESEB vieram provar o erro desta avaliação. A

ideologia foi importante tanto no primeiro turno, quanto no segundo turno das

eleições presidenciais de 2002. As posições do eleitorado quanto à privatização,

regulação da economia e o autoritarismo explicam parte da vantagem de Lula

sobre Serra. Quanto mais um eleitor defendia que os setores da economia fossem

controlados pelas empresas particulares, menores eram as chances de que ele

viesse a votar em Lula (isto é representado pelo sinal negativo do “efeito de

ordem-zero” na tabela 16 do anexo X). O mesmo ocorreu para o autoritarismo:

quanto mais autoritário um eleitor era, menores as chances de escolher Lula (sinal

negativo no efeito de ordem-zero). O inverso ocorreu no que tange à regulação da

economia, quanto mais favorável à regulação, maiores eram as chances de que

viesse a votar em Lula e não em Serra.

O eleitor é coerente. Na comparação entre Lula e Serra os que mais

defendiam a presença do governo na economia preferiam Lula e os eleitores mais

liberais preferiam Serra. Por outro lado, quanto mais liberal face aos protestos

contra o governo (é o eleitor menos autoritário), maiores as chances de que este

eleitor viesse a escolher Lula. Aqueles mais favoráveis à repressão de protestos

contra o governo preferiam Serra. Trata-se da divisão clássica entre esquerda e

direta na Europa ou entre liberais e conservadores nos Estados Unidos. A

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esquerda européia e os liberais norte-americanos querem mais presença do

estado na economia, porém querem menos repressão aos movimentos

organizados. A direita européia e os conservadores norte-americanos desejam

menos governo intervindo na economia, mas querem que o estado restrinja mais

liberdades individuais.

O fato é que o Brasil é uma país anti-liberal (veja-se capítulo sobre a

descrição do eleitorado) e isto contribui para a vitória de Lula. De fato, a maior

parte do eleitorado se opõe ao controle particular das empresas (valor –0,438 da

coluna “importância explicativa” da tabela 16 do anexo X), é autoritário (-0,04) e

defende que o governo regule a economia (0,249). Destas três características

ideológicas, a que menos favoreceu a Lula foi o autoritarismo. Isto porque no

modelo de análise do voto Lula versus Serra no primeiro turno esta não há uma

grande preponderância de autoritários sobre os não-autoritários (o valor 0,04 é

muito próximo de zero e bem menor do que o valor 0,249 que indica o predomínio

dos que são favoráveis à regulação sobre os que são contrários a ela).

A maneira como estes traços ideológicos dividem o eleitorado, e a

coerência do eleitor que, sendo de esquerda tende a votar em um candidato de

esquerda, vieram a contribuir para a vantagem eleitoral de Lula sobre Serra já no

primeiro turno. É interessante perceber que a ideologia foi importante não somente

para a vantagem de Lula, mas veio a contribuir também para que Serra tirasse

votos de Lula. Quanto mais anti-fatalista era o eleitor, maiores as chances de que

viesse a votar em Lula. Porém, no eleitorado predominam os fatalistas (-0,134) o

que veio a fazer com que Serra tirasse votos de Lula. Há também o eleitor que vê

o mundo “cor-de-rosa”, ele avalia bem a maior parte das instituições. Neste caso,

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quanto mais “cor-de-rosa” o mundo é, maiores as chances de que o voto fosse

para Serra (valor –0,209 na coluna dos efeitos de ordem-zero). Como no

eleitorado predominam aqueles que avaliam positivamente as instituições (valor

0,171 na coluna da importância explicativa), isto acabou fazendo com que Serra

tirasse votos de Lula.

Merece destaque o fato de que das três variáveis ideológicas que

contribuíram para a vantagem de Lula, duas – regulação e autoritarismo - não

apresentaram efeito direto no voto (símbolo # na coluna do efeito direto, tabela

16). Todo o seu efeito ocorreu de maneira indireta, por meio das outras variáveis

introduzidas no modelo nos estágios subseqüentes da análise (Anexo X, tabela 8).

A ideologia do eleitorado e as características pessoais dos candidatos

foram os fatores mais importantes para explicar a vantagem de Lula sobre Serra

no primeiro turno, mas não foram os únicos. Dois temas de campanha – inflação e

corrupção – e a avaliação do governo FH em relação ao principal problema do

país também colocaram lenha na fogueira de Lula. Tanto o combate à corrupção

quanto a manutenção da estabilidade e inflação baixas eram questões

consideradas menos importantes pelo eleitorado do que a melhoria da saúde

pública ou o combate da miséria e da fome (isto é representado na coluna da

importância explicativa pelos valores negativos dos dois primeiros temas e os

valores positivos dos outros dois).

Estes dois temas, e em particular o do combate à inflação, eram

desfavoráveis a Lula. Isto é, quanto mais importantes eram para um determinado

eleitor, menores as chances de que ele viesse a escolher Lula. A grande “sorte” de

Lula é que estes temas não eram, na média, importantes para o eleitorado como

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um todo. O resultado agregado é que isto se converteu em vantagem eleitoral

para Lula. Na campanha de 2002 a inflação não se tornou um tema importante.

Isto contribuiu para a vitória de Lula, pois, da mesma maneira como ocorrido nas

eleições anteriores, a inflação era o terreno no qual predominava o adversário de

Lula, fosse ele FH ou Serra.

Um tema de campanha que operou favoravelmente a Serra foi o

crescimento econômico (tabela 16: valor negativo na coluna importância

explicativa relativa ao item “fazer a economia crescer mais rapidamente”). Quanto

mais o eleitor era favorável ao crescimento econômico, mais tendia a votar em

Lula. Porém, na média os eleitores de Lula e Serra se preocuparam mais com

outros temas de campanha do que com o crescimento econômico.

Um outro fator importante foi a avaliação do governo FH em relação ao

principal problema do país. Para a grande maioria dos eleitores o principal

problema do país era o desemprego (veja-se capítulos sobre a descrição do

eleitorado) e o governo FH era muito mal avaliado quando se perguntava como ele

havia enfrentado este problema nos últimos quatro anos. A avaliação do governo

FH quanto a principal problema do país era bem pior do que a avaliação geral do

governo (isto é indicado na coluna importância explicativa da tabela 16 quando se

lê que a avaliação quanto ao principal problema era –0,315 e a avaliação geral

0,002). Isto contribuiu para que Lula ampliasse sua vantagem sobre Serra ainda

no primeiro turno.

A vantagem de Lula sobre Serra foi, portanto, um fenômeno complexo com

várias causalidades. Em primeiro lugar se destaca o caráter personalista do voto.

Na escolha entre um candidato do governo e outro da oposição o eleitorado fez

Page 19: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

19

valer – em primeiro lugar – as características pessoais dos dois. Além do caráter

personalista da cultura brasileira, o nosso presidencialismo incentiva o eleitor a

avaliar mais o candidato do que o governo. Em 1998 Fernando Henrique disputou

a reeleição. Talvez ali o voto tivesse sido menos personalizado. Porém, em 2002 o

candidato do governo não era o próprio presidente. Era mais racional para eleitor

avaliá-lo em bases mais pessoais e menos institucionais. Ainda mais se

recordarmos que Serra fez uma campanha na qual buscou se afastar do governo

(veja-se capítulo sobre a campanha eleitoral).

O quadro 1 apresenta de maneira resumida os fatores que mais

influenciaram na vantagem agregada de Lula sobre Serra no 1o turno.

Quadro 1: Fatores que influenciaram na vantagem de

Lula sobre Serra no 1o turno

Características pessoais Confiável Melhor plano de governo Mais defende gerar empregos Mais preparado e competente Mais experiência para governar Honesto Campanha limpa Faz mais pelos pobres (pró-Serra) Ideologia Vantagem de Lula Privatização sobre Serra (1o turno) Regulação Autoritarismo Anti-fatalismo (pró-Serra) Avaliação das instituições (pró-Serra) Políticas públicas Inflação Corrupção Crescimento econômico (pró-Serra) Avaliação de FH quanto ao principal problema

Page 20: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

20

Além dos fatores típicos de opinião pública, quatro variáveis

socioeconômicas apresentaram um efeito significativo sobre este voto:

religiosidade, idade, filiação a sindicato de membro da família ou residente no

mesmo domicílio e pertencimento à população economicamente ativa. Porém, no

modelo final de análise apenas a religiosidade sobreviveu. Ou seja, depois de

introduzidas todas as demais variáveis o único efeito relevante que permaneceu

foi o da religiosidade: quanto mais religiosa a pessoa, menores as chances de vir

a escolher Lula10.

Além das variáveis importantes na explicação da vantagem eleitoral de Lula

vale analisar aquelas que tiveram importância preditiva, isto é, que ajudaram a

prever em quem o eleitor decidiu votar. Antes de passar a tais variáveis cumpre

esclarecer uma dúvida bastante razoável. Como é possível que um fator venha a

ter poder de previsão, mas não contribua para a vantagem eleitoral? O motivo é

simples. Pode acontecer que o fator que tem poder de previsão, ou seja, que

ajuda bastante a prever em quem o eleitor vai votar, tenha uma distribuição média

junto ao eleitorado que não dê vantagem para nenhum dos dois candidatos, nem

Lula, nem Serra. As médias corrigidas de “gostar do PT” e da “avaliação geral do

governo” (tabela 16) são ambas muito próximas de zero. Isto quer dizer que elas

não contribuíram para a vantagem de Lula sobre serra, ainda que tenham sido

variáveis muito importantes para prever a escolha do eleitor. 10 A análise não trata das variáveis socioeconômicas porque a utilização das mesmas para explicar o voto significa que não foi possível explicar os reais motivos da escolha do eleitor. Ou seja, as pessoas não votam em um candidato por são mais religiosas. Porém, porque são mais religiosas elas pensam de maneira X e as que são menos religiosas pensa da maneira Y. É a diferença na forma de pensar que influencia a decisão de votar e não o fato de ser mais ou menos religiosa. O mesmo é válido para todas as demais variáveis socioeconômicas.

Page 21: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

21

Os fatores que mais ajudaram a prever o comportamento do eleitor foram,

na ordem de importância:

1) Confiável - (característica pessoal) 2) Gostar do PT – (preferência partidária) 3) Tem o melhor plano de governo - (característica pessoal) 4) Anti-fatalismo - (ideologia) 5) O mais preparado e competente - (característica pessoal) 6) Privatização - (ideologia) 7) Autoritarismo - (ideologia) 8) Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade – (políticas públicas) 9) Regulação - (ideologia) 10) O que mais defende gerar empregos - (característica pessoal) 11) Avaliação do governo – geral – (avaliação do governo) 12) Mais experiência para governar o Brasil - (característica pessoal) 13) Avaliação das instituições - (ideologia) 14) Melhorar a segurança pública – (políticas públicas)

Quando se trata de prever o comportamento do eleitor o peso relativo das

características pessoais diminui. Isto acontece não porque este conjunto de

variáveis se torne menos importante, antes pelo contrário, mas porque as demais

variáveis ficam mais importantes (Anexo x, tabela 23). A preferência partidária se

destaca neste particular. Ela se torna o terceiro fator mais importante na previsão

do voto, praticamente empatada com o fator segundo colocado – ideologia. Além

disso, todos os demais fatores aumentam sua importância.

Os resultados da análise do poder de previsão revelam que a decisão sobre

em quem votar no primeiro turno, se em Lula ou Serra, foi influenciada por todos

os fatores relevantes pesquisados11: ideologia, políticas públicas, características

pessoais, preferência partidária e desempenho do governo. Foi, portanto, uma

decisão complexa. Este ponto é muito importante porque, como será visto adiante,

11 A única exceção foi a situação da economia que tem um peso preditivo pequeno.

Page 22: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

22

a decisão de escolher entre Lula ou Garotinho e entre Lula ou Ciro Gomes não

teve a mesma complexidade. Os perfis políticos de Lula e Serra levaram o eleitor

a considerar um amplo conjunto de fatores para decidir em qual deles votar. O

primeiro um candidato de oposição que buscou fazer uma campanha “paz e

amor”, e até governista em alguns aspectos. O segundo um candidato governista

que buscou ao máximo se afastar do governo durante a campanha eleitoral.

A conclusão-chave é curta e grossa. A ideologia influenciou a escolha,

como também influenciaram as preferências dos eleitores em termos de políticas

públicas, a imagem dos candidatos, a simpatia ou antipatia em relação ao PT e a

avaliação do governo Fernando Henrique. Aqueles que ainda acham que o eleitor

não é racional encontram nesta evidência um contra-argumento forte. Quando se

tratou de decidir entre governo e oposição, mas sendo que o candidato do

governo não disputava a reeleição, o eleitor levou em consideração todas as

variáveis relevantes para tal decisão.

O que explica a vantagem de Lula sobre Garotinho12

Garotinho mobilizou os evangélicos e isto surtiu efeito eleitoral, não apenas

a seu favor, mas também contra ele. O mesmo discurso que traz o voto evangélico

espanta o voto católico. Uma parte importante da vantagem eleitoral de Lula sobre

Garotinho pode ser explicada pelo peso do voto católico em favor de Lula. O

gráfico 1 mostra que, considerando-se os eleitores que votaram ou Lula ou

Garotinho, 91% dos católicos ficaram com Lula e apenas 9% dos que professam

12 12 As tabelas 2, 9, 17 e 23 do anexo X contém os resultados da análise estatística que compara o voto entre Lula e Garotinho no primeiro turno.

Page 23: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

23

esta religião optaram por Garotinho. Por outro lado, quase 2/3 dos evangélicos

ficaram com Garotinho e apenas 1/3 dos mesmos votaram em Lula. Como o

contingente de católicos é bem maior do que o de evangélicos, a vantagem que

Garotinho obteve junto aos evangélicos era mais do que neutralizada pela

vantagem de Lula junto aos católicos.

Gráfico 1: Católicos e evangélicos e o voto entre Lula e Garotinho (%)

Além da religião, mais três as variáveis socioeconômicas tiveram peso na

escolha entre Lula e Garotinho: o setor da economia no qual a pessoa trabalhava,

o nível de religiosidade e se a pessoa era filiada a sindicato ou não (Anexo X,

tabela 9). Comparando-se o voto de Garotinho por setor da economia, sua força

eleitoral foi maior entre os empregados do setor terciário do que junto aos

9

91

64

36

0 20 40 60 80 100

Garotinho

Lula

Evangélicos

Católicos

Page 24: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

24

empregados da indústria. Este efeito no voto permaneceu mesmo após a inclusão

de todas as demais variáveis do modelo explicativo (isto é indicado pela

significância de 0,005 na última coluna da tabela9). O mesmo pode ser afirmado

para filiação sindical. Neste caso, os filiados votaram em menor proporção em

Garotinho do que os não filiados. Deve ser enfatizado que se o nível de

religiosidade permaneceu importante na explicação do voto entre Lula e Serra,

não ocorreu este fenômeno na escolha entre Garotinho e Lula. Neste caso, o

efeito da religiosidade do voto foi totalmente indireto, foi transmitido por meio das

variáveis subseqüentes do modelo de estágio múltiplo.

A importância dos fatores socioeconômicos na explicação da decisão entre

Lula e Garotinho fez com que as demais variáveis ficassem menos relevantes. Em

primeiro lugar, a explicação da vantagem de Lula sobre Serra no primeiro turno

apresentou um total de 26 variáveis estatisticamente relevantes (tabela 16) ao

passo que a vantagem de Lula sobre Garotinho é explicada por apenas 17

variáveis (tabela 17). Em segundo lugar, o peso explicativo de cada bloco de

variável em bem menor para Lula-Garotinho do que para Lula-Serra (tabela 23). A

rigor, apenas as características pessoais de Lula e Garotinho foram importantes

para a vantagem de um sobre o outro.

Os eleitores consideravam que Lula era mais confiável do que Garotinho e

que, além disso, Lula era o que mais defendia gerar empregos e tinha o melhor

plano de governo. Estes foram os elementos mais importantes para se explicar

tanto a vantagem de Lula sobre Garotinho quanto para prever em quem o eleitor

iria votar. A campanha eleitoral de Garotinho, ainda que tenha tratado do tema do

emprego, não deu uma grande ênfase a isto. Adicionalmente o histórico político

Page 25: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

25

dos dois candidatos era diferente. Garotinho buscava fazer de seu desempenho

frente ao Governo do Estado do Rio de Janeiro o principal motivo para que o

eleitor lhe preferisse, enquanto Lula – ex-metelúrgico – sempre se identificou com

as principais causas da “classe trabalhadora”, dentre elas a luta por empregos.

A confiabilidade pessoal é um tema mais subjetivo do que a identidade que

um candidato pode vir a criar o consolidar em relação a um tema de campanha,

como foi o caso da geração de empregos. Este tem sido o elemento-chave da

maioria das campanhas eleitorais, e a eleição presidencial de 2002 não foi

exceção à regra. Lula construiu antes e durante a campanha a imagem de

candidato mais confiável.

Ainda no terreno das características pessoais, houve uma que permitiu a

Garotinho tirar votos de Lula: fazer mais pelos pobres (isto é indicado pelo sinal

negativo na coluna da importância explicativa). O efeito favorável a Garotinho foi

pequeno, mas revelador. O discurso de apelo popular do ex-governador, com

ênfase nas realizações do Governo do Estado do Rio de Janeiro, tais como

refeições a 1 real, tiveram impacto junto aos eleitores.

As características pessoais foram, de longe, as variáveis mais importantes

na escolha entre Lula e Garotinho. Porém, foi possível detectar alguma influência

da ideologia tanto na explicação da vantagem quanto na previsão da escolha. Da

mesma maneira como ocorreu na análise do voto Lula versus Serra, quando o

adversário do petista é Garotinho aqueles favoráveis à privatização tendem a não

votar em Lula (valor negativo na coluna do efeito de ordem-zero). Como a maior

parcela do eleitorado – considerando-se apenas aqueles que votaram ou em Lula

Page 26: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

26

ou em Garotinho - é contrário ao controle particular das empresas, este fator levou

Lula a ampliar a vantagem sobre Garotinho.

A outra variável ideológica que influenciou nesta disputa foi a censura.

Quanto mais favorável um eleitor era em relação a censurar programas de

televisão, maiores as chances de que viesse a escolher Garotinho em vez de Lula.

Foi detectado um elemento importante do perfil político de Garotinho que

apresenta pontos de contato com a religiosidade evangélica: se em nome do

sucesso de um governo for necessário algum grau de repressão aos direitos

individuais – a censura representa isto – que assim seja feito. A trajetória política

de Garotinho, ao contrário da de Lula, não guarda relação com a vocalização das

demandas da sociedade organizada. Trata-se de uma importante afinidade entre

Garotinho e Brizola. Há uma forte relação entre ser favorável a reprimir os

protestos contra o governo e ser favorável à censura. Em geral, quem apóia um

também apóia outro. O eleitor de Garotinho não se opõe a este tipo de repressão.

Fica evidente quando se compara os quadros 1 e 2 que os motivos que

explicam a vantagem de Lula sobre Garotinho são bem diferentes daqueles que

explicam a vantagem de Lula sobre Serra. Em primeiro lugar, na disputa Lula-

Serra a decisão foi mais complexa e condicionada por fatores mais variados

(tabela 23). Enquanto na decisão entre Lula e Garotinho o peso maior e quase

exclusivo foi para a comparação das características pessoais dos dois candidatos,

Serra era o candidato do governo e por isso o eleitor levou em consideração –

além das características pessoais - tanto as políticas públicas quanto a avaliação

do governo. Além disso, no caso de Lula e Serra os aspectos ideológicos relativos

à intervenção do estado na economia foram mais importantes (regulação e

Page 27: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

27

privatização) do que as limitações às liberdades individuais. Isto era também

reflexo de Serra ter sido o candidato associado a um governo que adotara

políticas de liberalização do mercado.

Quadro 2: Fatores que influenciaram na vantagem de

Lula sobre Garotinho no 1o turno

Não surpreende que a decisão entre Lula e Garotinho tenha sido quase

exclusivamente pautada pela imagem dos dois candidatos. Ambos eram

oposicionistas e não tinham um governo para defender, se afastar ou se

identificar. Diante de dois oposicionistas o eleitor se limitou a comparar suas

características pessoais e escolher aquele mais bem avaliado. Mesmo dentre este

grupo de fatores a decisão entre Lula ou Serra e entre Lula ou Garotinho foi

diferente. No primeiro caso e eleitor considerou uma gama maior de

características pessoais do que no segundo, indicando uma maior complexidade e

ponderação nesta do que naquela escolha.

Uma outra diferença muito importante entre as duas escolhas foi o papel da

religião. Na disputa Lula versus Serra a denominação religiosa foi completamente

Características pessoais Confiável Mais defende gerar empregos Melhor plano de governo Faz mais pelos pobres (pró-Garotinho) Vantagem de Lula Ideologia sobre Garotinho (1o turno) Privatização Censura (pró-Garotinho)

Page 28: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

28

irrelevante ao passo que na disputa Lula-Gartotinho ela foi extremamente

importante. Foi tão importante que mesmo após terem sido introduzidas outras 17

variáveis que não eram socioeconômicas o seu impacto direto sobre o voto

permaneceu muito relevante (tabela 9). A pesquisa não permitiu diferenciar que

traços ideológicos ou que preferências diferenciavam católicos e evangélicos ao

ponto de terem votado diferente da forma que o fizeram. As pessoas não votam

mais em Lula do que em Garotinho simplesmente porque são católicas, mas sim

porque em sendo católicas elas pensam de uma determinada maneira que as leva

a escolher mais Lula do que Garotinho. Esta maneira de pensar não foi detectada

pela pesquisa. Porém, é possível avaliar os impactos da mobilização política dos

evangélicos levada a cabo por Garotinho.

Uma hipótese para os católicos terem preferido Lula foi a reação à própria

mobilização evangélica. Como Garotinho se colocava como candidato dos

evangélicos e mobilizava abertamente esta máquina organizacional, os católicos

passaram a vê-lo como uma ameaça. O raciocínio católico pode ter sido simples:

se ele está do lado dos evangélicos nós então não votaremos nele. O interessante

é que muitos analistas viram um grande mérito na capacidade de Garotinho

mobilizar os evangélicos a seu favor. Porém, esqueceram de ver os limites desta

estratégia em função de uma possível reação dos católicos que ainda

representam o contingente religioso francamente dominante no Brasil. Talvez

Garotinho não tivesse sido capaz de ir até onde foi sem a mobilização dos

evangélicos, mas ele não pôde ir além também por causa desta mesma

mobilização. A sua fraqueza derivava de sua força.

Page 29: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

29

Quando se passa para a avaliação do poder de previsão das variáveis o

papel das características pessoais permanece muito importante. Dentre as sete

variáveis mais relevantes para se prever o comportamento do eleitor cinco são

características pessoais:

1) Confiável - (característica pessoal) 2) Gostar do PT – (preferência partidária) 3) Faz mais pelos pobres - (característica pessoal) 4) O que mais defende gerar empregos - (característica pessoal) 5) Honesto - (característica pessoal) 6) Tem o melhor plano de governo - (característica pessoal) 7) Censura - (ideologia)

Assim como acontece na escolha entre Lula e Serra a preferência partidária

pelo PT surge com grande poder de previsão da escolha do eleitor. Ela não

aparece também como importante variável explicativa por uma razão. Como a

preferência partidária variou muito durante o período em torno da eleição ela

entrou no final do modelo de estágio múltiplo. Ao entrar no final do modelo a sua

média corrigida no eleitorado, isto é, a proporção de eleitores favoráveis ao PT

após ser descontado o efeito das variáveis que lhe antecedem tende a ser

pequena. Este fenômeno aconteceu durante a campanha eleitoral. As pessoas

que mais achavam que o Lula era o mais confiável dos candidatos eram também

as que mais simpatizavam com o PT. O que veio antes? Simpatizar com o PT ou

achar o Lula confiável? Tudo indica que a admiração pessoal antecedeu o súbito

crescimento da simpatia institucional, pelo PT.

Como foi visto no capítulo sobre a moderação do PT a votação de Lula

sempre foi maior do que a do partido. Adicionalmente, a proporção de eleitores

que se declararam simpáticos ao PT aumentou de aproximadamente 40% no mês

Page 30: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

30

anterior à eleição para 66% no mês subseqüente à eleição, sem que a intenção de

voto em Lula tenha crescido nesta proporção neste período13. Portanto, é

plenamente justificável a inclusão da simpatia partidária no final do modelo de

estágios múltiplos.

Em suma, as características pessoais foram mais importantes na escolha

entre Lula e Garotinho do que na escolha entre Lula e Serra. Isto é verdadeiro

tanto para a sua capacidade de explicar a vantagem de Lula sobre seus

adversários quanto para prever o comportamento do eleitor. O eleitor mostra mais

uma vez que sua escolha segue critérios adequados, quando se tratava do

embate entre um candidato de oposição e outro governista ela foi pautada por um

número maior e mais variado de fatores, quando se tratou de dois oposicionistas

ela foi orientada quase que exclusivamente por suas características pessoais.

O que explica a vantagem de Lula sobre Ciro14

Tomando-se como referência a personalização do voto em função do

grande peso das características pessoais dos candidatos, pode-se dizer que a

escolha entre Lula e Ciro ficou a meio caminho da maior personalização possível,

que ocorreu na decisão de votar ou em Lula ou em Garotinho, e a menor

personalização que foi a decisão entre Lula e Serra (veja-se a importância

preditiva na tabela 23).

13 O dado para o mês anterior à eleição é da Pesquisa Social Brasileira (PESB) e o dado pós-eleitoral é do ESEB. Nos dois casos a proporção de eleitores simpáticos ao PT foi calculada sobre o total de eleitores que declararam ter simpatia por algum partido. 14 As tabelas 3, 10, 18 e 23 do anexo X contém os resultados da análise estatística que compara o voto entre Lula e Ciro no primeiro turno.

Page 31: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

31

Ao avaliar os extremos da personalização não se pode esquecer que a

importância das características pessoais foi grande para a vantagem de Lula

sobre os três candidatos. Assim, ainda que o peso das características pessoais

tenha sido menor, em uma comparação com a disputa Lula-Garotinho, quando os

eleitores decidiram em favor de Lula contra Ciro, ainda assim os fatores pessoais

foram determinantes para a vantagem de Lula.

Uma vez mais a confiabilidade foi o principal fator que levou o eleitorado a

escolher Lula e não Ciro (tabela 18, importância explicativa de 0,224). Devem ser

recordados os ataques sofridos por Ciro no horário eleitoral gratuito de Serra

(veja-se o capítulo sobre a campanha eleitoral). Todos os ataques visavam fazer

com que Ciro ficasse com a imagem de político não-confiável, uma espécie de

Collor-2. Ciro deu munição para as críticas de Serra, como deu argumentos para

os críticos que o consideravam um político destemperado, sem o devido controle

emocional demandado pelo cargo de presidente. Tudo muito diferente do que se

passou na campanha eleitoral de Lula.

Outras características pessoais foram também importantes para explicar a

vantagem de Lula sobre Ciro. Dentre os sete mais importantes fatores

explicativos, cinco foram características pessoais (Anexo X, tabela 18). Além da

confiabilidade, os eleitores deram vantagem a Lula porque o consideravam aquele

que tinha o melhor plano de governo, o que mais defendia gerar empregos, o mais

preparado e competente e o que tinha mais experiência para governar o Brasil.

Não se trata aqui de discutir se o eleitorado estava correto ou não do ponto de

vista objetivo. Lula levou vantagem em várias destas características não apenas

sobre Ciro, que tinha governado o Ceará, mas também sobre Garotinho, ex-

Page 32: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

32

governador do Estado do Rio de Janeiro e sobre um ex-ministro da saúde. A

experiência governativa de Lula era objetivamente menor do que a dos outros três.

Porém, não foi esta a imagem construída na campanha eleitoral. Imagem é tudo.

Duas características pessoais atuaram no sentido de favorecer a Ciro

Gomes: o que mais defende manter a inflação baixa e o que fez uma campanha

limpa sem atacar os adversários. Nos dois casos o efeito total na vantagem de

Lula sobre Ciro foi negativo (tabela 18, coluna do efeito total). Mais uma vez as

características pessoais influenciaram de forma importante o resultado da eleição.

Uma única variável ideológica contribuiu para a vantagem de Lula sobre

Ciro: privatização. O eleitor anti-privatização, isto é, contrário ao controle particular

das empresas preferiu Lula. Como a maior parte do eleitorado defende justamente

este ponto de vista, isto contribuiu para a vantagem de Lula sobre Ciro. É

interessante destacar que esta variável foi importante tanto no primeiro quanto no

segundo turno, tanto no embate Lula versus Serra quanto nos embates do

candidato vencedor contra Garotinho e Ciro. Igualmente interessante é o fato do

efeito desta variável ter sido indireto. Foi um efeito transmitido por meio das

variáveis subseqüentes no modelo de estágios múltiplos. O mesmo fenômeno

aconteceu na disputa entre Lula e Garotinho.

Há uma diferença perceptível na explicação da vantagem de Lula sobre

Ciro quando comparada com os dois pares de votos avaliados anteriormente, a

importância explicativa da simpatia pelo PT é maior. Isto aconteceu porque nos

casos de Serra e Garotinho as outras variáveis do modelo que antecediam a

preferência partidária acabaram por influenciá-la mais do que na disputa entre

Lula e Ciro. Ou seja, a preferência partidária na disputa Lula-Ciro teve um impacto

Page 33: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

33

sobre o voto maior porque foi menos influenciada por outras variáveis. Preferia-se

o PT simplesmente porque preferia-se o PT e não em função de fatores como as

características pessoais de Lula ou a ideologia.

Quadro 3: Fatores que influenciaram na vantagem de

Lula sobre Ciro no 1o turno

O crescimento econômico foi um fator de política pública que influenciou na

vantagem de Lula sobre Ciro só que a favor de Ciro. Quanto mais alguém preferia

o crescimento econômico em relação a outras políticas públicas, maiores as

chances de se votar em Lula. Porém, esta preferência era menor do que aquela

expressa por outras políticas (isto é indicado pelo valor negativo na coluna da

importância explicativa da tabela 18). Assim, este fator veio a contribuir para

diminuir a vantagem de Lula sobre Ciro.

Características pessoais Confiável Melhor plano de governo Mais defende gerar empregos Mais preparado e competente Mais experiência para governar Mais defende inflação baixa (pró-Ciro)

Campanha limpa (pró-Ciro) Vantagem de Lula sobre Ciro (1o turno) Ideologia Privatização Preferência pelo PT Políticas públicas Crescimento (pró-Ciro)

Page 34: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

34

A disputa Lula-Ciro foi o único embate da eleição de 2002 explicado pela

escolaridade: quanto maior a escolaridade maiores eram as chances de que o

eleitor viesse a escolher Ciro (tabela 10). A importância da escolaridade foi tão

grande que o seu efeito sobre a diferença entre Lula e Ciro permaneceu

importante mesmo após a introdução de outras 19 variáveis explicativas. Este

resultado revela que o eleitorado se dividiu proporcionalmente entre Lula e Serra e

Lula e Garotinho tanto nas escolaridades baixas quanto nas escolaridades mais

altas. Porém, na escolha entre Lula e Ciro houve proporcionalmente mais gente

favorável a Ciro entre os de escolaridade mais elevada, e proporcionalmente mais

eleitores de escolaridade mais baixa votando em Lula.

A análise dos três pares de votos (Lula-Serra, Lula-Garotinho e Lula-Ciro)

revela que a escolaridade não é tão importante quanto se supõe para explicar os

resultados eleitorais. O eleitorado brasileiro se comporta de forma bastante

homogênea quando se trata de escolaridade. Não importa se o nível educacional

é alto ou baixo, a proporção de votos dos candidatos se distribui de maneira

independente da escolaridade. O posicionamento dos eleitores face ao controle

particular ou público das empresas (variável privatização), por exemplo, é muito

mais importante para se compreender o voto do que seu nível educacional. O

mesmo pode ser dito a respeito das características dos candidatos.

Na análise do poder de previsão das variáveis, mais uma vez destacam-se

as características pessoais dos candidatos. Todavia, ao contrário do que ocorre

com Garotinho, o poder de previsão dos outros conjuntos de variáveis é maior. A

preferência pelo PT ocupa o segundo lugar na capacidade de prever se o eleitor

escolheria Lula ou Ciro, seguida de políticas públicas e ideologia (tabela 23). Pode

Page 35: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

35

ser visto abaixo que dentre as 10 variáveis com maior poder preditivo, seis são

características pessoais, duas são variáveis ideológicas, uma é política pública e a

preferência partidária ocupa o segundo lugar na ordem de imoprtância:

1) Confiável - (característica pessoal) 2) Gostar do PT – (preferência partidária) 3) Tem o melhor plano de governo - (característica pessoal) 4) O que mais defende gerar empregos - (característica pessoal) 5) Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente – (políticas públicas) 6) O que mais defende manter a inflação baixa - (característica pessoal) 7) O mais preparado e competente - (característica pessoal) 8) Privatização - (ideologia) 9) Confiança interpessoal - (ideologia) 10) Mais experiência para governar o Brasil - (característica pessoal)

O três pares de votos apresentam uma semelhança importante quando se

trata de capacidade de previsão, a confiabilidade de Lula e a preferência pelo PT

ocupam sempre as duas primeiras posições. Uma outra semelhança, já apontada,

é a grande importância da personalização do voto.

No terreno das diferenças destaca-se o papel relevante que a ideologia teve

para prever se o eleitor escolheria Lula ou Serra. Além disso, fica bastante claro

que o voto mais personalizado ocorreu na disputa entre Lula e Garotinho (0,342

de importância preditiva para as características pessoais e 0,199 de importância

preditiva para as demais variáveis somadas) e o menos personalizado na disputa

Lula-Serra (0,584 de importância preditiva para as características pessoais e

0,730 de importância preditiva para as demais variáveis somadas). O embate

Lula-Ciro ficou entre estes dois extremos, porém um pouco mais próximo do

padrão de disputa ocorrido entre Lula e Gatrotinho. Por que isto aconteceu? Em

função das razões já apontadas na interpretação do embate Lula-Garotinho.

Page 36: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

36

Lula e Ciro eram dois candidatos de oposição. Como foi visto, quando a

disputa acontece entre dois candidatos de oposição as características pessoais

assumem um papel mais importante do que quando a disputa se dá entre um

oposicionista e um governista. Assim, faz todo sentido o achado: a disputa Lula-

Ciro apesar de se encontrar em um ponto relativamente intermediário entre os

outros dois embates, se assemelha mais à disputa Lula-Garotinho do que ao voto

Lula-Serra. Esta conclusão é reforçada pela capacidade de previsão da avaliação

do governo: ela inexiste na disputa entre Lula e Garotinho é pequena na disputa

entre Lula e Ciro e é bem maior na disputa Lula-Serra (tabela 23). Ainda que Serra

tivesse buscado de maneira incansável afastar-se do governo, o eleitor não deixou

de considerar a avaliação de Fernando Henrique ao escolher entre Serra e Lula. A

disputa do primeiro turno revela, portanto, que há lógica na escolha do eleitor. A

baixa escolaridade média do eleitorado brasileiro não o impede de utilizar os

critérios mais adequados para cada disputa.

O que explica a vantagem de Lula sobre Serra no segundo turno15

A grande questão sobre a disputa Lula-Serra no segundo turno é o que

mudou e o que permaneceu igual em relação ao embate do primeiro turno. Uma

comparação entre os quadros 1 e 4 mostra que há muitas semelhanças entre as

duas disputas. As características pessoais que estiveram presentes nas duas

disputas foram: confiável, melhor plano de governo, mais preparado e competente,

campanha limpa e faz mais pelos pobres. Três características pessoais estiveram

15 As tabelas 4, 11, 19 e 23 do anexo X contém os resultados da análise estatística que compara o voto entre Lula e Serra no segundo turno.

Page 37: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

37

presentes somente no primeiro turno (mais defende gerar empregos, mais

experiência para governar e honesto) e uma esteve presente apenas no segundo

turno (mais evita greve e bagunça).

No terreno da ideologia os todos fatores presentes no primeiro turno foram

também relevantes no segundo turno. A única diferença foi que o nacionalismo

econômico favoreceu Serra no segundo turno e não havia sido importante na

primeira rodada da eleição. Nas políticas públicas permaneceu a inflação e

crescimento econômico, mas saiu corrupção e entrou saúde, e a avaliação do

governo em relação ao principal problema do país foi importante nos dois turnos.

Quadro 4: Fatores que influenciaram na vantagem de

Lula sobre Serra no 2o turno

Características pessoais Confiável Melhor plano de governo Mais preparado e competente Mais evita greve e bagunça Campanha limpa Faz mais pelos pobres (pró-Serra) Ideologia Privatização Vantagem de Lula Regulação sobre Serra (2o turno) Autoritarismo Anti-fatalismo (pró-Serra) Nacionalismo econômico (pró-Serra)

Avaliação das instituições (pró-Serra) Políticas públicas Inflação Saúde Crescimento econômico (Pró-Serra) Avaliação de FH quanto ao principal problema

Page 38: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

38

Uma outra semelhança importante diz respeito ao peso comparado da

importância explicativa das características pessoais com todas as demais

variáveis somadas. Nota-se que nos dois turnos as demais variáveis tiveram uma

importância explicativa correspondente a 45% da importância explicativa das

características pessoais (tabela 23). Até mesmo na importância preditiva os

valores foram muito próximos. No primeiro turno ideologia, políticas públicas,

situação da economia, preferência partidária e desempenho do governo somados

deram uma contribuição para a previsão da escolha do eleitor 1,25 vezes maior do

que as características pessoais. No segundo turno isto foi 1,13 vezes maior

indicando uma grande semelhança entre os dois turnos.

Obviamente é sempre mais fácil “prever o que já ocorreu” do que prever o

que vai acontecer. As enormes semelhanças entre os dois turnos revelam que as

chances de Serra virar a disputa no segundo turno eram próximas de zero. Na

primeira semana da disputa eleitoral do segundo turno segmentos importantes da

elite brasileira ainda acreditavam que Lula poderia vir a ser derrotado. Somente

após a primeira semana, e considerando os resultados inalterados das pesquisas

eleitorais, estes segmentos passaram a admitir que Lula seria o vencedor. A

grande estabilidade das variáveis que explicam a vantagem de Lula sobre Serra e

que prevêem a escolha do eleitor mostram que apenas uma hecatombe poderia

vir a alterar aquele quadro eleitoral.

Uma outra semelhança entre os dois turnos diz respeito às variáveis que

tiveram o maior peso na capacidade de previsão da escolha eleitoral: elas são as

mesmas da primeira até a sétima. A única diferença é que algumas posições na

escala de importância são alteradas, mas não as duas primeiras como salientado

Page 39: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

39

anteriormente. Além destas sete, a avaliação do governo – geral completa o

quadro de semelhanças. Ou seja, dentre as 12 mais importantes variáveis de

previsão do voto no segundo turno, oito também estiveram entre as mais

importantes no primeiro turno.

1) Confiável - (característica pessoal) 2) Gostar do PT – (preferência partidária) 3) O mais preparado e competente - (característica pessoal) 4) Autoritarismo – (ideologia) 5) Tem o melhor plano de governo - (característica pessoal) 6) Privatização – (ideologia) 7) Anti-fatalismo – (ideologia) 8) Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente – (políticas públicas) 9) Avaliação do governo – geral – (desempenho do governo) 10) Nacionalismo econômico – (ideologia) 11) Faz mais pelos pobres - (característica pessoal) 12) Avaliação do governo - principal problema – (desempenho do governo)

Uma diferença relevante entre os dois turnos é que o poder explicativo e

preditivo das variáveis diminui de um turno para o outro. No primeiro turno a

importância explicativa total é da ordem de 0,672 e a capacidade de previsão de

1,314. No segundo turno estes valores são respectivamente 0,394 e 1,204. A

razão disto é que no segundo turno os eleitores que preferiram Garotinho e Ciro

têm que escolher entre Lula e Serra. Eles acabam fazendo esta escolha em

função de motivos secundários, enfraquecendo as principais hipóteses

explicativas. Eles ficam com Lula ou Serra porque a sua primeira opção não está

mais na disputa fazendo da escolha entre os dois algo movido por preferências

fracas. O resultado é que no segundo turno as variáveis socioeconômicas acabam

tendo mais importância do que no primeiro turno.

Page 40: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

40

De fato se trata de uma diferença importante. No embate Lula-Serra no

primeiro turno quatro variáveis socioeconômicas entraram no primeiro estágio da

análise e apenas uma – religiosidade – manteve seu efeito direto sobre o voto

após a inclusão das demais variáveis explicativas. No segundo turno foram cinco

as variáveis socioeconômicas no primeiro estágio e três delas mantiveram-se

estatisticamente relevantes até o último estágio: religiosidade, idade e

pertencimento à população economicamente ativa. Quanto mais religiosa a

pessoa menor a chance de se votar em Lula; quanto mais velho também, e

aqueles que pertenciam à população economicamente ativa tendiam a votar em

Lula com mais freqüência (tabela 11).

Uma outra diferença importante entre os dois turnos é que no segundo os

fatores que explicaram a vantagem de Lula sobre Serra se concentraram na

imagem pessoal de mais confiável que Lula tinha e na característica ideológica do

eleitorado de ser contrário ao controle particular das empresas (privatização). A

importância explicativa destes dois fatores é bem maior do que dos fatores

subseqüentes (tabela 19). Já no primeiro turno estes também eram os fatores

mais importantes, porém eles dividiam o bolo explicativo de uma maneira mais

equânime com as demais variáveis relevantes (tabela 16 coluna da importância

explicativa). Isto revela que a decisão do eleitor no segundo turno é um pouco

menos complexa do que no primeiro. O que faz sentido por se tratar de uma

disputa com apenas dois candidatos, com tempos iguais no horário eleitoral

gratuito e sem a massa de informações veiculadas em disputas com eleições para

mais de dois cargos como é o caso do primeiro turno.

Page 41: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

41

As diferenças entre os turnos não invalidam conclusões importantes que

servem tanto para o primeiro quanto para o segundo turno. A decisão do eleitor foi

complexa e foram considerados vários fatores, dentre os quais – o mais

importante – as características pessoais dos candidatos seguidas de ideologia,

desempenho do governo e políticas públicas. A preferência pelo PT foi muito

importante, não para dar a Lula vantagem eleitoral, mas para prever em quem o

eleitor votaria.

A eleição de 1998 nas lentes de 2002

O ESEB foi realizado em 2002. A pesquisa foi iniciada dois dias após o

segundo turno e terminou nos últimos dias de dezembro. Os entrevistados

disseram em quem tinham votado em 2002 e em 1998. Isto permite tanto avaliar a

disputa entre Fernando Henrique e Lula quanto analisar quais foram os eleitores

que votaram em Lula em duas eleições consecutivas, quais os que votaram em

FH e Serra e quais foram os que votaram no governo em 1998 e na oposição em

2002. Há uma limitação, porém, para a análise do voto em 1998. Não há pesquisa

equivalente ao ESEB realizada naquela eleição e muitas das variáveis que

explicam o voto em 2002 dizem respeito à conjuntura deste ano.

As variáveis socioeconômicas são pouco problemáticas porque mudam

pouco em quatro anos. Há mudança de religião? Sim. Contudo, mudanças

expressivas levam décadas para acontecer. O mesmo se aplica à filiação sindical

e religiosidade. Fatores como renda, escolaridade e idade também mudam

lentamente. Mesmo mudando, os dados de 2002 quando utilizados para analisar

1998 permitem avaliar se houve diferença no voto dos mais jovens comparados

Page 42: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

42

aos mais velhos, dos mais escolarizados frente aos menos instruídos, dos mais

ricos em relação aos mais pobres. Mesmo mudando o valor para cada indivíduo

entre 1998 e 2002, as posições relativas de idade ficam inalteradas e as de renda

e escolaridade se modificam pouco.

O segundo conjunto de variáveis que muda pouco – quando muda – é a

ideologia. Não é de hoje que o eleitorado brasileiro é predominantemente anti-

liberal quando se trata da presença do estado na economia. Mesmo não dispondo

de evidências empíricas equivalentes às produzidas pelo ESEB, como baterias de

perguntas específicas para mensurar o liberalismo do eleitorado, há outros tipos

de evidências que corroboram o diagnóstico anti-liberal. Uma delas é a

importância de Getúlio Vargas na história brasileira e a quantidade e importância

das ruas e avenidas espalhadas em cidades brasileiras que levam o seu nome.

Uma outra é a conhecida predileção dos brasileiros por empregos públicos. Enfim,

há várias evidências quantitativas e qualitativas de nosso anti-liberalismo. O

mesmo que vale para esta ideologia, vale para as demais.

As mudanças ideológicas acontecem em movimentos de longo prazo. Elas

são, na grande maioria das vezes, mudanças entre diferentes gerações. A visão

que as pessoas mais velhas tem da moralidade sexual tende a ser mais

conservadora do que os mais jovens. Isto tem inúmeros impactos no

comportamento: desde a aparição e aceitação do homossexualismo em grande

escala até a diminuição do controle social sobre a mulher. O mesmo tende a

ocorrer com todas as variáveis ideológicas medidas pelo ESEB. Assim, os dados

para 2002 são adequados para analisar o resultado eleitoral de 1998. A

adequação das variáveis de 2002 para entender 1998 termina aqui.

Page 43: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

43

Os demais conjuntos de variáveis utilizadas, políticas públicas, situação da

economia, características dos candidatos, preferência partidária e avaliação do

governo tendem a mudar mais em função da conjuntura. Destes, provavelmente o

que menos mude seja “políticas públicas”. Os problemas do país tendem a

perdurar no tempo. Este é o caso do combate à inflação que não acontece de uma

hora para outra, o desemprego e o crescimento econômico, ou a percepção de

que a miséria e a fome devam ser combatidas. Trata-se, para muitos, de

problemas antigos que são sempre importantes. As demais variáveis utilizadas,

porém, tendem a se alterar de acordo com a conjuntura. Com o enorme esforço de

propaganda do PT a imagem de Lula certamente mudou muito em quatro anos.

Ele se tornou mais confiável para a maioria do eleitorado. A avaliação do governo

em 2002 não era a mesma de 1998, assim como a preferência partidária em favor

do PT.

Portanto, a situação da economia de 2002 assim como as características

dos candidatos, preferência partidária e avaliação do governo podem ser utilizadas

para avaliar a eleição de 1998. Contudo, todas as conclusões nelas baseadas

devem ser vistas com cautela. Uma pessoa que em 2002 não considerava Lula o

mais confiável dos candidatos, mesmo após o esforço de marketing do PT,

provavelmente também não o achava o mais confiável quatro anos antes. Esta

breve análise revela que estas variáveis podem ser úteis para entender a eleição

de 1998, mas a sua interpretação ficará – obviamente – diferente e mais indireta

do que quando são utilizadas para explicar o resultado eleitoral de 2002.

As limitações da pesquisa de 2002 para explicar a vantagem de FH sobre

Lula em 1998 são refletidas na importância explicativa de cada conjunto de

Page 44: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

44

variáveis (tabela 23). Nota-se que a importância explicativa para a eleição de 1998

é menor do que para todos os resultados de 2002 no primeiro e segundo turnos.

Mesmo com tais limitações os resultados revelam a coerência do eleitorado. Os

eleitores mais favoráveis à censura, que avaliam de maneira mais positiva as

instituições, que se posicionavam a favor do controle particular das empresas, os

mais satisfeitos com os serviços públicos e os mais autoritários tendiam a votar

em Fernando Henrique (isto é indicado pelo sinal positivo do efeito total de cada

variável na tabela 20).

Há uma grande semelhança ideológica entre os eleitores de FH e Serra

(veja-se quadros 1 e 4). Eles são eleitores de direita ao passo que os votaram em

Lula são de esquerda. Esta afirmação foi comprovada pelos dados do ESEB. Não

se trata mais de controvérsia política ou jornalística. Na perspectiva da literatura

especializada há famílias ideológicas entrecortadas: liberalismo ou

intervencionismo na economia , e mais ou menos repressão aos direitos

individuais. O eleitor de direita é aquele que defende menos estado na economia e

mais abertura de mercado combinado com mais autoritarismo na regulação do

comportamento individual, isto sendo feito por meio da censura, repressão a

manifestações, proibição do aborto, dentre outras medidas. Este seria o típico

eleitor do Partido Republicano norte-americano, ou dos partidos de direita

europeus. O eleitor de esquerda é o seu oposto: defende que o estado regule e

intervenha mais na economia, domesticando e fechando o mercado e agindo para

redistribuir renda em favor dos mais pobres, e quer menos autoritarismo na

regulação do comportamento dos indivíduos. Esta análise está sintetizada no

diagrama 1.

Page 45: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

45

Diagrama 1: Esquerda e direita segundo liberalismo e autoritarismo

É possível afirmar, portanto, que os dois núcleos ideológicos, liberalismo e

autoritarismo, podem ser combinados para formar um só contínuo que varia entre

esquerda e direita. Igualmente pode-se afirmar, agora com base no ESEB que

Serra e Fernando Henrique ocuparam em 2002 e 1998 a mesma posição, direita,

no confronto com Lula na esquerda. Este é um traço mais permanente do

eleitorado brasileiro. Ideologia não é tudo. O eleitor de centro acaba decidindo a

eleição e as características dos candidatos têm um papel fundamental na sua

escolha.

É assim que mais uma vez a confiabilidade aparece em primeiro lugar na

importância explicativa da vantagem de FH sobre Lula em 1998. Considerando-se

Mais estado na economia

Menos estado na economia

Menos autoritarismo

em relação aos direitos

individuais

Direita

Esquerda

Mais autoritarismo

em relação aos direitos

individuais

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46

apenas aqueles que votaram ou em FH ou em Lula naquela eleição, a avaliação

de que Lula era o candidato mais confiável na eleição de 2002 não era

predominante (isto é indicado pelo valor –0,406 da importância explicativa desta

variável). O resultado foi a ampliação da vantagem de FH sobre Lula. Fica

evidente que FH foi muito mais capaz de atrair o eleitor de centro do que Serra,

pois quando a comparação leva em consideração apenas os eleitores ou de Serra

ou de Lula em 2002 a média corrigida da confiabilidade de Lula é positiva. O dado

corrobora o óbvio, o que todos já sabiam, porém agora por meio da característica

pessoal que mais influencia na decisão do voto, a confiabilidade: Lula venceu em

2002 porque foi capaz de atrair uma parcela daqueles que votaram em FH em

1998.

Uma outra característica pessoal de Lula em 2002 ajuda a entender o

resultado de 1998: o mais preparado e competente. Dentre os eleitores de FH ou

Lula em 1998 a maioria achava em 2002 que Lula era o mais preparado e

competente. (0,324 na coluna da importância explicativa). Isto revela que

“confiabilidade” e “estar preparado para governar” estavam relativamente

descolados. Ambas as avaliações de Lula provavelmente melhoraram de 1998

para 2002. Porém, a confiabilidade operou a favor de FH ao passo que a

preparação para governar favoreceu Lula. Isto também reforça todas as

evidências acerca da enorme importância da confiabilidade na decisão do voto.

A outra característica não-ideológica importante para explicar a vantagem

de FH sobre Lula foi a avaliação geral do governo. A avaliação de FH no final de

1998 era melhor do que no final de 2002. Portanto, o provável é que os que

avaliavam mal o governo FH em 1998 também o faziam em 2002 acrescidos de

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47

uma parcela de eleitores que em sua reeleição avaliava de maneira positiva o seu

governo. O fato que é a hipótese de que a avaliação do governo importa para

explicar vitórias eleitorais é confirmado por este resultado.

A comparação da capacidade de previsão das variáveis mostra que há

regularidade na decisão dos eleitores.

1) O mais preparado e competente - (característica pessoal) 2) Gostar do PT – (preferência partidária) 3) Avaliação do governo – geral – (desempenho do governo) 4) Confiável - (característica pessoal) 5) Privatização – (ideologia) 6) Autoritarismo – (ideologia) 7) Avaliação das instituições – (ideologia) 8) Patrimonialismo – (ideologia) 9) Rouba-mas-faz – (ideologia) 10) Gerar mais empregos – (políticas públicas) 11) Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade – (políticas públicas) 12) Censura – (ideologia)

No primeiro turno de 2002 a escolha entre Lula ou Serra pôde ser prevista

por variáveis que influenciaram também a decisão entre FH ou Lula. No terreno da

ideologia estes fatores foram: privatização, autoritarismo e avaliação das

instituições. Na área das características pessoais foram a confiabilidade e

considerar Lula o mais preparado e competente. Além disso, gostar do PT, a

avaliação geral do governo e a prioridade na manutenção da estabilidade

econômica e da inflação baixa ajudaram a prever a escolha do eleitor em ambas

as eleições. Neste aspecto a semelhança entre 1998 e 2002 é maior com o

primeiro do que com o segundo turno. Dentre os fatores mais importantes de

previsão há oito que são comuns a 1998 e o primeiro turno de 2002 e apenas seis

comuns com o segundo turno: confiabilidade e ser o mais preparado e

Page 48: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

48

competente, autoritarismo e privatização, gostar do PT e a avaliação geral do

desempenho do governo.

As semelhanças entre estas três eleições mostram que a decisão do eleitor

na disputa mais importante – entre o primeiro e o segundo colocados – é

influenciada pelas características dos candidatos, pela ideologia, preferência

partidária em relação ao PT e pela avaliação do governo. Dentre as características

dos candidatos as que mais ajudam a prever o comportamento são a

confiabilidade e ser preparado e competente. O eleitor deseja um político no qual

ele confie e que reúna os requisitos técnicos que o tornem capaz de governar. A

confiabilidade é sistematicamente mais importante do que “ser preparado e

competente”. Foi por isto que na campanha eleitoral de 1989 o crescimento de

Guilherme Afif Domingues foi detido pelas críticas de Mário Covas ao mostrar o

desempenho do deputado federal Afif na Assembléia Constituinte. Faltar às

sessões e receber nota baixa do DIAP, era para o eleitor o símbolo de que Afif não

era confiável. Em 2002 a candidatura de Ciro Gomes foi abatida por uma série de

críticas que simbolizavam a mesma coisa. Destaca-se dentre elas a gravação em

off de Ciro Gomes em um programa de rádio na qual dizia que um eleitor era

burro.

O caráter personalista das eleições brasileiras não é novidade. A principal

novidade da análise é a importância da ideologia nas eleições presidenciais. Ficou

provado que os dois elementos fundamentais da divisão entre esquerda e direita,

que são a visão de mundo quanto ao papel do estado na economia e quanto às

restrições das liberdades individuais, estiveram presentes nas duas eleições. O

fato de apenas uma variável de cada dimensão estar presente nas eleições de

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49

1998 e 2002 não diminui a importância desta conclusão. Na realizada, a variável

privatização está correlacionada com regulação: quanto mais alguém é a favor do

controle particular das empresas mais defende que haja menos regulação

econômica. Da mesma forma, há correlação entre autoritarismo e censura, quem

apóia mais restrições às liberdades em uma também apóia em outra e vice-versa.

A ideologia pode não ter – e de fato não tem – um papel predominante (tabela 23).

Porém, isto é bem diferente de afirmar que ela não tem papel algum. Ela divide o

eleitorado e permite prever, na média, em quem os eleitores irão votar, se em Lula

na esquerda ou em FH ou Serra na direita.

O patrimônio construído por Lula e seus correligionários – expresso na

preferência partidária em relação ao PT – tem apresentado resultados eleitorais

importantes. A preferência partidária em relação ao PT compreende tanto os

eleitores que gostam quanto os que rejeitam o partido passando por aqueles que

lhe são indiferentes. O PT é atualmente o único partido que divide a opinião

pública e orienta a escolha do eleitor. A direção da causalidade é óbvia, quanto

mais se gosta do PT maiores as chances de que se venha a votar em seus

candidatos, quanto mais se rejeita o PT maiores as chances de que o escolhido

seja um candidato de direita.

A preferência partidária é influenciada por fatores conjunturais e estruturais.

A enorme popularidade obtida por Lula durante a campanha eleitoral de 2002

levou mais simpatizantes para o PT. Entre 1998 e 2002 Lula passou a ser mais

bem avaliado em todos os aspectos relevantes das características pessoais. Da

mesma forma, a preferência pelo PT aumentou muito quando comparadas

pesquisas feitas antes e depois das eleições de 2002. A correlação entre

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50

preferência partidária pelo PT e confiabilidade de Lula estava em patamares muito

elevados depois da eleição (correlação: 0,535. Significante a 0,01). Trata-se, pois,

do impacto do personalismo sobre a visão que os brasileiros têm das instituições.

Há outras evidências que corroboram este diagnóstico: a votação de Lula tem sido

historicamente maior do que a de seu partido, xxx, xxx, xxx.

A ideologia do eleitorado fornece o componente estrutural da preferência

partidária em relação ao PT. No domínio das liberdades individuais os mais

autoritários são mais contra o PT (correlação: -0,155. Sig.: 0.01), e os que apóiam

mais a censura também simpatizam menos com o PT (correlação: -0,041. Sig.:

0.05). No terreno do liberalismo econômico os mais liberais são mais contrários ao

PT (correlação de –0,091 para privatização e 0,114 para regulação, ambas

significativas a 0,01). Em suma, as pessoas de esquerda tendem a gostar do PT e

as de direita a rejeitá-lo. Nesta eleição, porém, as características de Lula (não

apenas confiabilidade) tiveram maior na simpatia partidária do que a ideologia (isto

é indicado pelos valores das correlações). O fato é que a força do PT na opinião

pública se tornou um importante divisor de águas eleitoral.

A outra variável importante nas eleições de 1998 e 2002 para prever o

comportamento do eleitor foi o desempenho do governo. A direção da causalidade

também é óbvia: quanto melhor a avaliação do governo, menores as chances de

que o voto fosse para Lula. Este fato foi muito explorado por FH em 1998 e pouco

utilizado por Serra em 2002. O primeiro disputava sua reeleição e Serra fazia uma

campanha eleitoral coerente com sua história política e com as idéias que sempre

defendera.

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51

1998 e 2002: o voto oposicionista, o voto governista e os que trocaram o

governo pela oposição

O ESEB permite identificar – baseado no comportamento eleitoral de 1998

e 2002 – três tipos de eleitor: aquele que votou duas vezes em Lula, aquele que

votou duas vezes no governo, e os que votaram no governo em 1998 e na

oposição em 2002. A grande questão é: há diferenças importantes entre estes

eleitores e, em havendo, quais seriam elas?

Os fatores-chave para explicar a diferença entre os três tipos de voto são,

mais uma vez, ideologia, políticas públicas, características dos candidatos,

preferência pelo PT e avaliação do governo (tabelas 21 e 22). Os fatores

ideológicos mais importantes foram privatização - presente nas duas

comparações: voto oposicionista versus voto governista (tabela 21) e voto de

mudança versus voto governista (tabela 22), autoritarismo, hierarquia, regulação,

anti-fatalismo, avaliação das instituições, confiança interpessoal e nacionalismo

econômico presentes em apenas uma das duas comparações.

Aparecem novamente as variáveis que medem tanto o liberalismo

econômico quanto o autoritarismo face aos direitos individuais. Os que votaram

em Lula nas duas eleições são aqueles que mais e opõem ao controle particular

das empresas, os que votaram e FH e Serra são os que menos se opõem a isto e

os que mudaram de voto ocupam posição intermediária. Exatamente o mesmo

ocorre quando se trata da regulação de economia pelo Estado. Os mudancistas

ocupam a posição de centro, os oposicionistas apóiam mais regulação e os

governistas preferem menos. É algo coerente com que se espera do eleitor.

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Nos direitos individuais também há coerência. Os que mais são contrários a

reprimir protestos contra o governo votaram duas vezes em Lula, os que mais

defendem que protestos deste tipo sejam proibidos votaram em FH em 1998 e em

Serra em 2002 e os que mudaram de voto ocupam posição intermediária no

defesa da repressão. A censura, ainda que não apareça como um fator importante

na previsão ou explicação do voto nas duas eleições (tabelas 21 e 22), está

correlacionada com o autoritarismo. A censura também varia de maneira coerente

com os tipos de voto. Os governistas são os que mais a apóiam, seguidos

daqueles que mudaram de voto entre uma eleição e outra, e por fim, os

oposicionistas são os que mais se opõem à censura.

No que tange à avaliação da instituições os eleitores governistas são

idênticos aos mudancistas, ambos apresentam o mais elevado nível de boa

avaliação. Distante destes dois grupos de eleitores se encontram aqueles que

votaram em Lula por duas vezes. São eles os que pior avaliam as instituições. O

mesmo tipo de variação ocorre quando se trata do anti-fatalismo. Governistas e

mudancistas têm o mesmo nível de anti-fatalismo e os eleitores fiéis a Lula são os

que mais acreditam que não existe um destino que dependa de Deus. Em suma,

os eleitores de Lula tendem a crer que os homens podem mudar o seu destino e

que as instituições não vêm desempenhando de forma adequada seus respectivos

papéis. Portanto, a combinação destes dois fatores ajuda a explicar porque estas

pessoas votaram em Lula em duas eleições consecutivas.

A interpretação da variação do nacionalismo econômico é mais complexa.

Os mais nacionalistas são os que mantiveram seus respectivos votos nas duas

eleições, ou no governo ou na oposição. Os menos nacionalistas mudaram de FH

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53

para Lula entre 1998 e 2002. Este resultado vai contra à teoria que afirma que

quanto mais nacionalista maiores as chances de ser fiel a Lula e quanto menos

nacionalista maiores as chances de se votar no governo. Há duas hipóteses para

explicar este resultado empírico.

A primeira é que a medição de nacionalismo econômico pode não ter sido a

mais adequada e precisaria ser aperfeiçoada. A segunda é que o governo FH,

apesar de abrir o mercado brasileiro para a economia global, tomou medidas anti-

nacionalistas sob o manto de um discurso de defesa do interesse nacional. A

abertura, segundo o governo, estaria sendo feita para inserir o Brasil de cabeça

levantada na economia global. Se o Brasil não a fizesse por bem, teria que a fazer

por mal em condições extremamente desfavoráveis. Este discurso explicaria

porque uma parcela dos eleitores nacionalistas votaram FH 98 – Serra 02. O

candidato José Serra nunca se pautou pela defesa da abertura do mercando

brasileiro ao capital estrangeiro. Da mesma maneira, não é necessário explicar

porque o discurso e as propostas de Lula viriam a atrair os eleitores nacionalistas.

Os valores da hierarquia e confiança nas pessoas apresentam uma relação

um pouco diferente com o voto. As pessoas mais hierárquicas mudaram de FH

para Lula, enquanto os menos hierárquicos votaram duas vezes no governo ou

duas vezes na oposição. Este fenômeno ocorre também quanto à confiança,

aqueles que menos confiam nas pessoas mudaram de voto e os que mais confiam

mantiveram seu voto seja no governo ou na oposição, entre 1998 e 2002.

As três políticas públicas mais importantes na diferenciação destes eleitores

e na explicação do voto foram a manutenção da estabilidade econômica e controle

da inflação, a segurança pública e o crescimento econômico. O controle da

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54

inflação era uma questão mais relevante para os eleitores governistas e menos

relevante para os oposicionistas. O mesmo aconteceu em relação à segurança

pública. No que tange ao crescimento econômico, o sinal ficou trocado: os que

votaram em Lula duas vezes consideravam-no mais importante do que os que

votaram em FH e Serra. Nas três políticas públicas os que mudaram de voto entre

uma eleição e outra ficaram na posição de centro, no ponto intermediário entre

oposicionistas e governistas.

O eleitorado brasileiro tem posições matizadas sobre os principais

problemas do país e tais posicionamentos têm impacto no voto. Mais uma vez há

coerência. A política de combate à inflação não apenas elegeu Fernando Henrique

em 1994, como foi a principal questão dos oito anos de seu governo. O governo

sempre mostrou um compromisso claro com a estabilidade e renunciou a políticas

não-sustentáveis de crescimento econômico em nome do combate à inflação.

Crescimento econômico sim, desde que não seja comprometida a estabilidade

monetária. Este foi o principal bordão da equipe econômica da FH. Isto foi

reconhecido pelo eleitorado e se expressa, na prática, no fato de os eleitores mais

favoráveis a estabilidade terem votado em 1998 em FH e em 2002 em Serra.

Olympio Mourão Filho, em suas memórias, referindo-se aos radicais de esquerda

do período quando o Brasil foi governado por João Goulart, afirmou: "deve-se

notar que os extremistas jamais falam em inflação" (p. 178). Feitas as adaptações

de linguagem, os eleitores de esquerda se importam menos com a inflação do que

os eleitores de direita. O mesmo se passa com o tema da segurança pública.

A mão espalmada da propaganda eleitoral de Fernando Henrique em 1994

trazia na ponta de um dedo a segurança. Naquela eleição o governo prometera

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55

atacar cinco problemas, a própria segurança, a agricultura, XXX, XXX, e XXX. É

provável que tenha sido na área da segurança pública onde o governo FH menos

realizou nos seus oito anos. Ruim para o governo. O eleitor governista valorizava

mais este problema do que os eleitores de Lula. Ao não tomar medidas concretas

e populares de combate à violência o governo FH deixou aberta mais uma

possibilidade de ser atacado por seus oposicionistas.

O tema da inflação é mais valorizado pelos que votaram em FH e Serra,

mas o crescimento econômico é mais importante para aqueles que votaram em

Lula nas duas eleições. Na economia o cobertor é curto. A política de combate à

inflação pagou o preço do baixo crescimento econômico. Em XXXX o Brasil tinha

crescido XX, um índice muito pequeno quando comparado com os XX de XXX. A

imediata expansão do consumo resultado da queda da inflação não perdurou por

durante os dois mandatos de FH. Antes pelo contrário, o governo acabou

utilizando-se de políticas recessivas para manter calmo o dragão inflacionário.

Terreno fértil para a oposição que aproveitou a oportunidade.

As características dos candidatos variam em uma direção bastante

previsível revelando novamente a enorme coerência e lógica do eleitorado

brasileiro. Em todas as sete características os eleitores que votaram em Lula nas

duas eleições são os que acham que ele é o que mais tem aquele traço pessoal

quando comparado com Serra, Garotinho e Ciro. Em segundo lugar ficam os

eleitores que votaram em FH e Lula, e no extremo da má avaliação de Lula ficam

aqueles que votaram duas vezes no governo.

As últimas variáveis do modelo em estágios múltiplos também apresentam

um padrão de comportamento adequado à teoria. Quanto mais bem avaliado era o

Page 56: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

56

governo Fernando Henrique, tanto na avaliação geral quanto na específica ao

principal problema do Brasil, maiores as chances de que o eleitor tivesse votado

duas vezes no governo. No extremo oposto da avaliação de FH ficavam os

eleitores oposicionistas, e na avaliação média estão os que votaram em FH em

1998, mas mudaram para Lula em 2002. O mesmo ocorreu com a simpatia

partidária em relação ao PT.

Os eleitores que votaram duas vezes em Lula também são os mais

favoráveis ao PT. Os eleitores que votaram duas vezes no governo são os que

mais antipatizam com o PT, e aqueles que mudaram de voto entre as duas

eleições apresentam um nível intermediário de preferência pelo PT. Esta é mais

uma evidência a confirmar a importância do PT na vida política brasileira. O

partido organiza as escolhas e, assim, permite prever o comportamento médio dos

eleitores.

Fica evidente que o eleitorado brasileiro apresenta dois núcleos ideológicos

importantes. Um que defende mais repressão aos direitos individuais e menos

intervenção estatal na economia, e outro que defende o inverso. Estes núcleos

dão sustentação mais permanente a, respectivamente, candidatos de direita e de

esquerda. O eleitor de centro precisa ser conquistado a cada eleição. Em 1998 ele

ficou com Fernando Henrique e em 2002 com Lula. As estratégias de

comunicação de cada candidato são peças-chave na conquista deste eleitor.

Da mesma maneira, a avaliação do governo, a simpatia em relação ao PT,

e as características pessoais dos candidatos, permitem que sejam identificados

segmentos de eleitores nos dois extremos – mais permanentemente contrários ou

favoráveis ao PT, ao governo, ou a determinados candidatos – e um outro

Page 57: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

57

segmento intermediário, no centro do espectro político. Tanto no terreno da

ideologia, quando destes fatores, há claras indicações de que o embate entre

esquerda e direita tende a ser permanente no Brasil, assim como será a disputa

pelo centro político. O candidato favorito será aquele que for mais capaz de

conquistar o centro político. Até mesmo a preferência por políticas públicas –

estabilidade da moeda versus crescimento econômico – define estes dois

segmentos extremos e um intermediário.

ANEXO AO CAPÍTULO DE EXPLICAÇÃO DO VOTO Escolha e medição das variáveis explicativas e das variáveis resposta Para elaborar um modelo de explicação do voto foram testadas 50 variáveis do

Estudo Eleitoral Brasileiro (ESEB). Cada uma destas variáveis é medida por meio

de uma ou mais perguntas no questionário. Na análise do voto o que se faz é

estimar estatisticamente qual o impacto da variação da variável escolhida no

resultado eleitoral para Presidente da República. Algumas destas variáveis foram

medidas apenas por meio de uma só pergunta, como foi o caso de todas as

variáveis socioeconômicas que formam o bloco temático 1 e também as variáveis

dos blocos 4 até 7, e outras foram medidas por meio de várias perguntas que

vieram a formar um índice. Este foi o caso de 12 (de um total de 15) variáveis

ideológicas. Os quadros 1 a 7 apresentam cada uma das variáveis explicativas

testadas, o que foi mensurado, qual o número da(s) pergunta(s) utilizada(s) no

questionário (anexo x), os valores que a variável pode assumir ou o significado de

Page 58: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

58

sua variação e por fim amplitude dos escores das variáveis. As variáveis resposta

são apresentadas no quadro 8.

No quadro 1 se nota que a religião foi testada, mas apenas a divisão entre

católicos e evangélicos pentecostais. Isto se deve ao fato do candidato Garotinho

ter mobilizado as diferentes denominações evangélicas em sua campanha

presidencial. As variáveis cor, escolaridade, filiação sindical, idade, peã,

religiosidade, setor da economia e sexo, foram medidas da forma tradicional e

padronizada. As duas variáveis de renda foram mensuradas na moeda local e o

eleitorado foi classificado em faixas de renda que compreendem a mesma

proporção de eleitores: 20% em cada faixa.

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QUADRO 1

Bloco temático 1: situação socioeconômica O que foi mensurado

Número da pergunta no questionário Valores da variável

Amplitude de variação dos

escores 1 Católicos e evangélicos A religião: se católica ou evangélica

pentecostal 182 Católica ou evangélica pentecostal -1 a +1

2 Cor Autoclassificação de cor 189 Preto, pardo, branco, amarelo e índio -1 a +1 3 Escolaridade Nível de instrução formal

159 Sem instrução, até 4a. série primária, de

5a. a 8a. série, 2o. grau completo, superior completo ou mais

-1 a +1

4 Filiado a sindicato Se é filiado a sindicato 78.a Sim ou não -1 a +1 5 Filiado a sindicato -

família ou que mora na casa

Se há algum parente ou alguém que mora com o entrevistado filiado a sindicato 160 Sim ou não -1 a +1

6 Idade Idade 157 Faixas de idade: 16 a 24 / 25 a 34 / 35 a

44 / 45 a 59 / 60 ou mais -1 a +1

7 Peã Se pertence à população economicamente ativa

162 (recodificada) Sim ou não -1 a +1

8 Religiosidade Qual o grau de religiosidade 185 Muito religiosa, religiosa, um pouco

religiosa ou nada religiosa -1 a +1

9 Renda familiar Soma da renda de todos os membros da família 176

Até 299 reais / de 300 a 499 / de 500 a 800 / de 801 a 1599 / acima de 1600

reais -1 a +1

10 Renda individual Renda do entrevistado 175 Até 80 reais / de 81 a 200 / de 201 a 400

/ de 401 a 800 / acima de 800 reais -1 a +1

11 Setor da economia Setor da economia no qual estava empregado 166 Primário / secundário / terciário -1 a +1 12 Sexo Sexo 158 Masculino / feminino -1 a +1

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60

O quadro 2 apresenta as 15 variáveis ideológicas testadas. Para todas as

variáveis mensuradas por mais de uma pergunta foram feitos índices. Assim, o

índice de autoritarismo mede o nível de apoio à repressão de protestos contra o

governo. Alguns são protestos legais e outros ilegais. É um índice inspirado no

índice de tolerância desenvolvido por Stouffer e adotado nas pesquisas do

International Social Survey Program (ISSP). São apresentados sete tipos de

protestos contra o governo e pede-se ao entrevistado que diga para cada um se

deve ser: sempre permitido, permitido na maioria das vezes, proibido na maioria

das vezes ou sempre proibido.

Quanto mais alto o valor, mais autoritária é a pessoa. Na computação original do

índice16, como são 7 modalidades de protesto e o “sempre proibido” é 4 a pessoa

mais autoritária irá pontuar 28 e a menos autoritária irá totalizar 7 (=7x1).

No índice de avaliação das instituições o entrevistado avaliava 10 instituições por

meio da escala ótimo, bom, ruim e péssimo. Foi aceita a resposta “regular”, mas

ela não foi mencionada como opção de resposta estimulada. Caso o entrevistado

respondesse “regular”, solicitava-se que ele escolhesse entre “regular para bom”

ou “regular para ruim”. Aquele que melhor avaliou todas as instituições pontuou 60

(máximo) e o que pior as avaliou pontuou 10 (mínimo).

16 Na explicação das variáveis ideológicas mensuradas por mais de uma pergunta será feita referência aos escores obtidos na computação original de cada índice. Porém, em função de razões estatísticas e metodológicas, todas as variáveis, e não apenas as ideológicas, foram centradas em zero e foram feitas variar entre –1 e +1.

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QUADRO 2

Bloco temático 2: ideologia O que foi mensurado

Número da pergunta no questionário Valores da variável

Amplitude de variação dos

escores 1 Autoritarismo O nível de apoio à repressão de

protestos contra o governo. 111 Quanto mais alto o valor, mais autoritária é a pessoa. -1 a +1

2 Avaliação das instituições

Avaliação do desempenho de diversas instituições 131 Quanto mais alto o valor melhor a

avaliação -1 a +1

3 Censura O nível de apoio à censura de programas de televisão 106 Quanto mais alto o valor, mais favorável

à censura -1 a +1

4 Clientelismo O nível de apoio à troca de voto por favores

93 / 95 / 101 / 103

Quanto mais alto o valor, mais favorável ao clientelismo -1 a +1

5 Confiança interpessoal O nível de confiança entre as pessoas 130 Quanto mais alto o valor, maior a confiança nas pessoas -1 a +1

6 Ausência de espírito público

Se está disposto a colaborar com o governo 122 Quanto mais alto o valor, menor o

espírito público -1 a +1

7 Anti-fatalismo Se acha que o destino não existe 121 Quanto mais alto o valor, mais acha que o destino não existe -1 a +1

8 Hierarquia Nível de visão de mundo hierárquica 113 até 119 Quanto mais alto o valor, mais forte é a visão de mundo hierárquica -1 a +1

9 Nacionalismo econômico

O apoio fechamento do mercado interno nas relações econômicas 109 Quanto mais alto o valor, mais

nacionalista -1 a +1

10 Patrimonialismo O apoio à utilização do espaço público como se fosse algo particular

110e / 110g / 110h / 110i

Quanto mais alto o valor, mais patrimonialista -1 a +1

11 Privatização O apoio ao controle particular das empresas 107 Quanto mais alto o valor, mais favorável

ao controle particular das empresas -1 a +1

12 Regulação O apoio à regulação da economia pelo estado/governo 108 Quanto mais alto o valor, mais favorável

à regulação estatal da economia -1 a +1

13 Rouba-mas-faz A aceitação de algum grau de desvio de dinheiro público em troca de realizações

105a até 105c / 105f até 105k

Quanto mais alto o valor, mais favorável ao rouba-mas-faz -1 a +1

14 Satisfação com os serviços públicos

O nível de satisfação com os serviços públicos 125 Quanto mais alto o valor, maior a

satisfação -1 a +1

15 Se a lei deve ser sempre cumprida

O nível de apoio ao cumprimento da lei 120 Quanto mais alto o valor, menos deve ser cumprida -1 a +1

Page 62: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

62

O índice de censura mede o nível de apoio à censura de programas de televisão

segundo seu conteúdo. Foram apresentados diferentes conteúdos de programas

de televisão afirmando-se que eles devem ser proibidos, o entrevistado utilizou a

escala concorda muito/concorda um pouco/discorda um pouco/discorda muito

para cada uma das situações. Foi aceita a resposta “nem concorda nem discorda”,

mas ela não foi mencionada como opção de resposta estimulada.

Quanto mais alto o valor, maior o apoio à censura. Como são 4 situações e o

concorda muito é 5 a pessoa mais favorável à censura pontuou 20 e a menos irá

totalizar 4 (=4x1).

No índice de clientelismo foi mensurado o apoio à troca de votos por favores.

“Favor” compreendido como algo particularista, privado, em oposição a benefícios

públicos. Foram apresentadas situações nas quais um candidato oferece um favor

em troca de voto. A proposta é feita para uma pessoa qualquer. O entrevistado diz

o que esta pessoa deve fazer: se aceitar o favor e votar no candidato que o

oferece, ou não aceitar o favor e votar em outro candidato.

Foram utilizadas quatro perguntas. Assim, a pontuação máxima original do índice

é 8 e a mínima 4.

Nesta bateria de perguntas não foi oferecida como opção de resposta aceitar o

favor e votar em outro candidato. Isto ocorre porque tais respostas não poderiam

ser interpretadas nem como adesão à ética clientelista nem como sua rejeição. É

Page 63: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

63

o mesmo que dar uma escolha que tem benefícios, mas nenhum custo. Seria

equivalente a formular uma pergunta sobre impostos nas quais as opções de

respostas fossem: 1) não pagar impostos e ter mais dinheiro para contratar todos

os serviços privadamente, 2) pagar mais impostos e ter serviços públicos gratuitos

de alta qualidade, ou 3) não pagar impostos e ter serviços públicos gratuitos de

alta qualidade. A terceira resposta não permite que seja feita uma análise correta,

posto que há benefícios sem custos.

O índice de confiança interpessoal mede o quanto as pessoas confiam umas nas

outras. Os entrevistados disseram se confiam em três diferentes grupos de

pessoas. Para isso eles utilizaram a escala “confia muito // confia // confia pouco //

ou não confia”. Quem confia mais nas pessoas pontuou 12 e quem confia menos

pontuou 3.

A ausência de espírito público, o anti-fatalismo, e o nível de adesão ao

cumprimento da lei foram mensurados por meio de somente uma pergunta cada

um. Na ausência de espírito público buscou-se mensurar o quanto as pessoas

estão dispostas a contribuir com o governo para zelar pelo espaço público. No

anti-fatalismo buscou-se avaliar se o que as pessoas pensam sobre o destino, em

um extremo da escala se o destino existe e depende completamente de Deus, e

no outro extremo se não há destino. A satisfação com os serviços públicos foi

medida por meio de uma nota que o entrevistado dava aos serviços públicos no

Brasil. No nível de adesão ao cumprimento da lei tentou-se avaliar o grau de

aceitação da lei, a sua legitimidade.

Page 64: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

64

Por meio do índice de hierarquia foi mensurada a visão de mundo hierárquica.

Hierarquia como diferenças de papéis baseadas na posição social. Não se trata da

hierarquia de renda baseada no mérito típica da cultura anglo-saxã. É um conceito

que deriva dos textos de Roberto Da Matta e tem como ícone a expressão “você

sabe com quem está falando?” Neste caso, pessoas importantes e bem

relacionadas (na situação específica) recebem tratamento diferenciado, e as

demais pessoas são tratadas de forma impessoal pela regra ou lei.

Para formar o índice de hierarquia foram utilizadas sete perguntas nas quais o

entrevistado se manifestou quanto ao que deve acontecer em situações

específicas. As pessoas mais hierárquicas tendem a afirmar que pessoas de

origem social mais baixa (ou menor prestígio social) devem ter um tratamento

diferente de pessoas de outra origem social.

O índice de nacionalismo econômico foi criado para medir o apoio nacionalismo

econômico como restrição a trocas externas de fatores de produção e aceitação

de recursos externos. Foram apresentadas sete situações e se solicitou ao

entrevistado que utilizasse a escala concorda muito/concorda um pouco/discorda

um pouco/discorda muito para cada uma delas. Foi aceita a resposta “nem

concorda nem discorda”, mas ela não foi mencionada como opção de resposta

estimulada.

Page 65: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

65

Quanto mais alto o valor, mais nacionalista é a pessoa. Como foram 7

frases/situações e o concorda muito é 5 a pessoa mais nacionalista pontuou 35 e

a menos nacionalista totalizou 7 (=7x1). Os itens c, d, g tiveram que ser revertidos

na codificação para que o valor mais elevado correspondesse ao mais

nacionalista.

Por meio do índice de partimonialismo foi medido o apoio à utilização do espaço

público como se fosse algo privado e particular. Parte-se da concepção de que o

público é de todos e o privado/particular diz respeito a cada indivíduo. A utilização

privada do que é público chama-se patrimonialismo. É importante notar que a

noção de público utilizada na bateria de perguntas vai além de público como

sinônimo de algo do governo ou governamental. Público é tudo o que não diz

respeito, ou não pertence, exclusivamente ao indivíduo em questão.

Foram apresentadas quatro situações e o entrevistado utilizou a escala concorda

muito/concorda um pouco/discorda um pouco/discorda muito para cada uma

delas. Foi aceita a resposta “nem concorda nem discorda”, mas ela não foi

mencionada como opção de resposta estimulada.

Quanto mais alto o valor, mais “patrimonialista” é a pessoa. Como são 4 situações

e o concorda muito é 5 a pessoa mais “patrimonialista“ irá pontuou 20 e a menos

“patrimonialista” irá totalizou 4 (=4x1). As respostas tiveram que ser revertidas na

codificação para que o valor mais elevado correspondesse ao mais

“patrimonialista”.

Page 66: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

66

No índice de privatização foi mensurado o apoio à forma de controle de empresas,

se particular ou estatal. Foi perguntado para os entrevistados quem deveria fazer

atividades em diferentes áreas (educação, previdência, telefonia, etc): se somente

o governo ou se somente as empresas. Foi aceita a resposta “ambas”, mas ela

não foi mencionada como opção de resposta estimulada. Quanto mais alto o valor,

mais a favor do controle particular/privado é a pessoa. Como foram utilizados 14

itens a pessoa mais liberal pontuou 28 e a menos liberal totalizou zero

Por meio do índice de regulação foi medido o apoio à regulação da economia pelo

estado/governo, em oposição a uma economia na qual as decisões são tomadas

pelas empresas e entidades privadas. Foram apresentadas sete situações e os

entrevistados utilizaram a escala concorda muito/concorda um pouco/discorda um

pouco/discorda muito para cada uma delas. Foi aceita a resposta “nem concorda

nem discorda”, mas ela não foi mencionada como opção de resposta estimulada.

Quanto mais alto o valor, mais liberal é a pessoa. Como são 7 situações e o

concorda muito é 5 a pessoa mais liberal pontuou 35 e a menos liberal totalizou 7

(=7x1). Os itens a, b, d, e, g foram revertidos na codificação para que o valor mais

elevado correspondesse ao mais liberal.

O índice de rouba-mas-faz mede por meio de situações específicas a ideologia

das pessoas em relação a algo muito conhecido na política brasileira: a aceitação

de algum grau de desvio de dinheiro público em troca de realizações, obras e de

Page 67: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

67

um governo que faça. Foram apresentadas 9 situações e o entrevistado utilizou a

escala concorda muito/concorda um pouco/discorda um pouco/discorda muito

para cada uma delas. Foi aceita a resposta “nem concorda nem discorda”, mas ela

não foi mencionada como opção de resposta estimulada.

Quanto mais alto o valor, maior o apoio ao “rouba-mas-faz”. Como são 9 situações

e o concorda muito é 5 a pessoa que mais aceita isto pontuou 55 e a que menos

aceita o “rouba-mas-faz” totalizou 9 (=9x1).

O índice de satisfação com os serviços públicos é uma média simples das notas

dadas a 11 diferentes serviços públicos. As notas variavam de zero a 10, e

portanto, o índice originalmente varia desta maneira.

O quadro 3 apresenta as variáveis utilizadas para medir a preferência do

eleitorado em relação a diferentes políticas públicas. A técnica utilizada para isto

foi bastante diferente daquela que resultou nos índices de ideologia. Foram

selecionadas oito políticas públicas e foi perguntado aos entrevistados,

comparando-se duas políticas de cada vez, qual delas era a mais importante para

melhorar o Brasil (perguntas 91a até 91j). Para cada pergunta foi computado

quantas vezes uma determinada política era mencionada como sendo a mais

importante na comparação. Em seguida, foi obtida uma média do número de

menções considerando-se quantas vezes aquela política aparece na bateria de

perguntas. Desta forma, o resultado final será uma hierarquia de prioridades para

cada pessoa entrevistada.

Page 68: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

68

QUADRO 3

Bloco temático 3: políticas públicas O que foi mensurado

Número da pergunta no questionário Valores da variável

Amplitude de variação dos

escores 1 Inflação Nível de prioridade de

combate à inflação 91 Quanto mais alto, maior a prioridade -1 a +1

2 Crescimento econômico Nível de prioridade do fomento ao crescimento econômico 91 Quanto mais alto, maior a

prioridade -1 a +1

3 Segurança pública Nível de prioridade do combate à violência 91 Quanto mais alto, maior a

prioridade -1 a +1

4 Miséria e fome Nível de prioridade do combate à miséria e à fome 91 Quanto mais alto, maior a

prioridade -1 a +1

5 Saúde pública Nível de prioridade da melhoria da saúde pública 91 Quanto mais alto, maior a

prioridade -1 a +1

6 Corrupção Nível de prioridade do combate à corrupção 91 Quanto mais alto, maior a

prioridade -1 a +1

7 Empregos Nível de prioridade da geração de empregos 91 Quanto mais alto, maior a

prioridade -1 a +1

8 Educação Nível de prioridade da melhoria da educação 91 Quanto mais alto, maior a

prioridade -1 a +1

Page 69: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

69

O quadro 4 apresenta as variáveis que medem o impacto da situação da

economia na vida dos eleitores. É importante avaliar o que exatamente as duas

perguntas medem e deixam de medir. A pergunta 167 não mede se a

economia vai bem ou vai mal de fato. Ela mede a percepção das pessoas

acerca de seu risco de perder o emprego. É fato que esta percepção é

influenciada pela situação objetiva da economia. Porém, há outros fatores que

influenciam nesta percepção, como, por exemplo, se há maior ou menor

exposição às notícias econômicas veiculadas pela mídia.

Quadro 4

Bloco temático 4: situação da economia O que foi mensurado

Número da pergunta no questionário

Valores da

variável

Amplitude de variação dos

escores 1 Esteve sem

emprego Se esteve sem emprego nos últimos 6 meses

168 Sim ou não -1 a +1

2 Preocupado em perder o emprego

Se está preocupado em perder o emprego nos próximos 6 meses

167 Sim ou não -1 a +1

Por outro lado, a pergunta 168 mede se de fato a pessoa esteve sem

emprego. É possível que uma pessoa que fique sem emprego durante um

período de campanha eleitoral venha atribuir isto às políticas governamentais e

conseqüentemente vote contra o governo. A inclusão desta variável na análise

permite avaliar se isto se verificou na campanha presidencial de 2002.

O quadro 5 apresenta as variáveis de características pessoais dos

candidatos. Para cada uma delas foi perguntado qual dos quatro candidatos,

Lula, Serra, Garotinho e Ciro, tinha mais aquela característica. Em seguida qual

deles a tinha em segundo e terceiro lugares respectivamente. A pergunta

combina características exclusivamente pessoais com a personalização de

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70

QUADRO 5

Bloco temático 5: características dos candidatos O que foi mensurado

Número da pergunta no questionário Valores da variável

Amplitude de variação dos escores

1 Confiável Qual candidato é o mais confiável 92a Quanto mais alto o valor, mais Lula tem mais esta

característica do que os outros candidatos -1 a +1

2 O mais preparado e competente

Qual candidato é o mais preparado e competente 92g Quanto mais alto o valor, mais Lula tem mais esta

característica do que os outros candidatos -1 a +1

3 Tem o melhor plano de governo

Qual candidato tem o melhor plano de governo

92e Quanto mais alto o valor, mais Lula tem mais esta característica do que os outros candidatos -1 a +1

4 Honesto Qual candidato é o mais honesto 92c Quanto mais alto o valor, mais Lula tem mais esta

característica do que os outros candidatos -1 a +1

5 Mais experiência para governar o Brasil

Qual candidato tem mais experiencia para governar o Brasil

92d Quanto mais alto o valor, mais Lula tem mais esta característica do que os outros candidatos -1 a +1

6 Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários

Qual candidato fez a campanha mais limpa 92f Quanto mais alto o valor, mais Lula tem mais esta

característica do que os outros candidatos -1 a +1

7 O que mais defende gerar empregos

Qual candidato mais defende gerar empregos 92i Quanto mais alto o valor, mais Lula tem mais esta

característica do que os outros candidatos -1 a +1

8 O que mais defende manter a inflação baixa

Qual candidato mais defende manter a inflação baixa

92j Quanto mais alto o valor, mais Lula tem mais esta característica do que os outros candidatos -1 a +1

9 Faz mais pelos pobres

Qual candidato faz mais pelos pobres 92b Quanto mais alto o valor, mais Lula tem mais esta

característica do que os outros candidatos -1 a +1

10 O que mais evita greve e bagunça

Qual candidato evita mais greves e bagunça 92h Quanto mais alto o valor, mais Lula tem mais esta

característica do que os outros candidatos -1 a +1

Page 71: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

71

fatores que podem vir a ser considerados impessoais, tais como “plano de

governo” ou “manter a inflação baixa”. O fato é que perguntar qual candidato

vai manter a inflação baixa é diferente de pergunta se a inflação deve ser

combatida e com qual prioridade. No primeiro caso o entrevistado raciocina de

maneira personalizada avaliando a imagem de cada candidato vis-á-vis uma

determinada política pública. Alguns candidatos são mais e outros menos

capazes de associarem sua imagem a determinados temas.

Os quadros 6 e 7 apresentam os últimos dois blocos de variáveis. No

bloco 6 há apenas uma variável, a que mensura a simpatia pelo PT. Isto foi

feito solicitando ao entrevistado que dissesse se não gostava ou gostava muito

do PT, sendo, na escala original, o não gostar igual a zero e o gostar igual a

10.Os respondentes podiam utilizar qualquer número de 0 a 10 para expressar

sua simpatia pelo PT.

QUADRO 6

Bloco temático 6: preferência partidária

O que foi mensurado

Número da pergunta no questionário

Valores da variável

Amplitude de variação dos

escores 1 Gostar do PT Nível de simpatia

pelo PT 42a Quanto mais alto, mais gosta do PT -1 a +1

QUADRO 7

Bloco temático 7: desempenho do governo O que foi mensurado

Número da pergunta no questionário

Valores da variável

Amplitude de variação dos

escores 1 Avaliação do

governo - geral Avaliação do desempenho do governo Fernando Henrique

18 Quanto mais alto, melhor o desempenho

-1 a +1

2 Avaliação do governo - principal problema

Avaliação do desempenho do governo Fernando Henrique face ao que é considerado o principal problema do país

17 Quanto mais alto, melhor o desempenho

-1 a +1

Page 72: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

72

O quadro 7 apresenta a variável clássica de avaliação do desempenho

do governo (pergunta 18) e uma outra que avalia o desempenho do governo

em relação àquele que o entrevistado considera ser o maior problema do

Brasil. Neste caso foi perguntado antes qual era o maior problema do Brasil e

em seguida qual havia sido o desempenho do governo Fernando Henrique face

a tal problema.

O quadro 8 apresenta as variáveis resposta da análise numeradas de

modelo 1 até 7. O objetivo foi explicar os motivos da vantagem de Lula em

relação a seus adversários. As três primeiras variáveis dizem respeito ao

primeiro turno das eleições presidenciais de 2002. A quarta variável mede a

distância entre Lula e Serra no segundo turno. A quinta variável mede a

vantagem de Fernando Henrique sobre Lula na eleição de 1998. As outras

duas variáveis permitem comparar os eleitores de duas eleições consecutivas,

1998 e 2002, para as quais é possível identificar três padrões de voto: o eleitor

governista, que ficou com Fernando Henrique em 1998 e Serra em 2002, o

eleitor oposicionista, que votou em Lula em ambos os pleitos, e o eleitor de

centro, aquele que define a eleição, aquele que foi o responsável por dar a

vitória a Lula em 2002 depois de ter votado em Fernando Henrique em 1998.

Nota-se que em todos os casos codificou-se +1 para o percentual de

respostas mais elevado (o vitorioso nas eleições) e –1 para o percentual de

respostas mais baixo. Esta codificação permite que seja utilizada a regressão

de mínimos quadrados para estimar qual o impacto de cada variável explicativa

na vantagem que Lula teve sobre seus adversários, assim como na diferença

entro os tipos de voto 1998-2002.

Page 73: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

73

QUADRO 8

Modelo Variável Codificação Número da pergunta no questionário

1 Vantagem de Lula em relação a Serra - 1 turno

Lula = +1 e Serra = -1 7

2 Vantagem de Lula em relação a Garotinho - 1 turno

Lula = +1 e Garotinho = -2 7

3 Vantagem de Lula em relação a Ciro - 1 turno

Lula = +1 e Ciro = -3 7

4 Vantagem de Lula em relação a Serra - 2 turno

Lula = +1 e Serra = -4 8

5 Vantagem de F. Henrique em relação a Lula em 1998

FH = +1 e Lula = -1

6 Vantagem do voto Lula98-Lula02 versus FH98-Serra02

Lula98-Lula02 = +1 e FH98-Serra02 = -5 7 e 24

7 Vantagem do voto FH98-Lula02 versus FH98-Serra03

FH98-Lula02 = +1 e FH98-Serra02 = -6 7 e 24

Imputação das respostas “não-sabe” e “não-responde”

Um problema clássico das pesquisas de opinião são os dados faltantes

(missing data) que correspondem aos entrevistados que optam ou por não

responder a uma determinada pergunta, ou que escolhem a resposta “não-

sabe”. A amostra do ESEB foi de 2513 entrevistas. Na pergunta sobre a senda

individual, por exemplo, 170 entrevistados (6,7% da amostra) ou se recusaram

a responder ou disseram que não sabiam. Este número aumenta para 346

(13,8% da amostra) quando se trata da pergunta sobre a renda familiar. Estes

entrevistados ficam de fora de qualquer análise estatística, a não ser que seja

possível imputar valores (é esta a terminologia técnica) para os dados faltantes.

Este exemplo trata apenas de duas variáveis, renda individual e familiar.

Porém, quando se realiza uma análise estatística multivariada e se testa

simultaneamente a influência no voto de 20 ou mais variáveis, os dados

faltantes podem se tornar um problema muito grave.

Page 74: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

74

Isto acontece porque aqueles que não respondem a uma pergunta não

são os mesmos que deixam de respondem a uma outra pergunta. Quando este

fenômeno se aplica a 20 variáveis, por exemplo, é praticamente certo que o

número de casos para a análise final seja muito pequeno comprometendo

bastante as conclusões do estudo e sua generalidade. A única forma de evitar

que isto ocorra é imputar valores aos dados faltantes.

As pesquisas de opinião apresentam duas grandes famílias de variáveis,

aquelas que são objetivas e factuais, tais como as variáveis socioeconômicas

como idade, sexo e renda, e aquelas que medem a percepção das pessoas

com relação a algum tema. As variáveis ideológicas pertencem a esta segunda

família. No caso de perguntas sobre percepção é muito comum que sejam

utilizadas escalas. Algumas delas foram usadas intensivamente no ESEB:

1) Concorda muito / concorda um pouco / nem concorda nem discorda / discorda um pouco / discorda muito

2) Sempre permitido / permitido na maioria das vezes / proibido na maioria

das vezes / sempre proibido

3) Ótimo / bom / regular / ruim / péssimo

4) não gosta = zero e gosta muito = 10 podendo ser utilizado qualquer número inteiro entre zero e 10

O procedimento padrão de imputação para dados faltantes em

perguntas sobre percepção é o meio da escala, isto é, sempre que um

respondente escolhe as respostas “não-sabe” ou “não-responde” em uma

pergunta que tenha a escala 1 acima, este dado será imputado como “nem

concorda nem discorda”. Há dois motivos principais para este tipo de

imputação, um substantivo e outro metodológico. Substantivamente a pessoa

que se recusa a responder ou não sabe responder uma questão de percepção

Page 75: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

75

é alguém que não tem opinião sobre aquele tema. Trata-se de um fenômeno

cognitivo. Neste caso o ponto do meio representa a ausência de opinião.

Metodologicamente a imputação no ponto do meio da escala permite manter

praticamente inalteradas as principais estatísticas, tal como desvio padrão e

média, quando comparadas as distribuições de freqüências antes e depois da

imputação.

A imputação de dados para variáveis factuais é mais complexa e

controversa. Existem métodos econométricos para isto. Em geral utilizam-se os

dados existentes para estimar qual seria o valor de uma variável para um

respondente em particular que se recusou a responder à pergunta

correspondente à variável. Assim, se os dados reais coletados pela pesquisa

indicam que 90% das pessoas que respondem A na questão número X têm

renda baixa, então quando alguém não responde a pergunta de renda mas

responde A na pergunta X a imputação será de renda baixa para esta pessoa.

Há outros modelos para a imputação deste tipo de dado. Todos eles terão a

mesma lógica: serão utilizados dados não-faltantes para estimar o valor dos

dados faltantes. A análise dos dados do ESEB visando explicar a eleição de

Lula foi realizada sem este tipo de imputação. Optou-se por mantê-los

faltantes.

Isto foi feito porque em primeiro lugar a quantidade de dados faltantes

não foi tão grande que prejudicasse a análise. E em segundo lugar porque

assim é possível evitar controvérsias desnecessárias.

O quadro 9 apresenta cada variável explicativa utilizada na análise, qual

foi a escolha feita para tratá-la – se pela imputação de dados ou pela

manutenção dos dados faltantes – para aquelas nas quais foi feita a imputação

Page 76: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

76

especifica-se qual o tipo de imputação utilizada, e na última coluna para as

variáveis onde se manteve o dado faltante qual o percentual e o número de

vezes de sua ocorrência.

Page 77: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

77

QUADRO 9

Variável Se houve imputação

ou não Tipo de imputação Percentual e número

de dados faltantes 1 Católicos e evangélicos não 18,8% (472) 2 Cor não 5% (126) 3 Escolaridade sem dados faltantes 4 Filiado a sindicato não 0,2% (6) 5 Filiado a sindicato - família ou que mora na casa não 9,9% (249) 6 Idade sem dados faltantes 7 Peã sim não pertence a PEA 8 Religiosidade sim meio da escala 9 Renda familiar não 13,8% (346)

10 Renda individual não 6,7% (170) 11 Setor da economia não 34,5 (868) 12 Sexo sem dados faltantes 13 Autoritarismo sim meio da escala 14 Avaliação das instituições sim meio da escala 15 Censura sim meio da escala 16 Clientelismo sim meio da escala 17 Confiança interpessoal não 1,4% (36) 18 Ausência de espírito público sim meio da escala 19 Anti-fatalismo sim meio da escala 20 Hierarquia sim meio da escala 21 Nacionalismo econômico sim meio da escala 22 Patrimonialismo sim meio da escala 23 Privatização sim meio da escala 24 Regulação sim meio da escala

Page 78: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

78

25 Rouba-mas-faz sim meio da escala 26 Satisfação com os serviços públicos sim meio da escala 27 Se a lei deve ser sempre cumprida sim meio da escala 28 Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade sim zero 29 Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente sim zero 30 Melhorar a segurança pública sim zero 31 Combater a miséria e a fome sim zero 32 Melhorar a saúde pública sim zero 33 Combater a corrupção sim zero 34 Gerar mais empregos sim zero 35 Melhorar a educação sim zero 36 Esteve sem emprego não 34,5 (866) 37 Preocupado em perder o emprego não 27,5 (692) 38 Confiável sim quarto lugar 39 O mais preparado e competente sim quarto lugar 40 Tem o melhor plano de governo sim quarto lugar 41 Honesto sim quarto lugar 42 Mais experiência para governar o Brasil sim quarto lugar 43 Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários sim quarto lugar 44 O que mais defende gerar empregos sim quarto lugar 45 O que mais defende manter a inflação baixa sim quarto lugar 46 Faz mais pelos pobres sim quarto lugar 47 O que mais evita greve e bagunça sim quarto lugar 48 Gostar do PT não não 5,7% (142) 49 Avaliação do governo - geral sim meio da escala 50 Avaliação do governo - principal problema sim meio da escala

Page 79: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

79

Há algumas imputações que não foram realizadas por motivos

substantivos importantes. No caso da pergunta sobre se há algum parente ou

morador do mesmo domicílio filiado a sindicato a imputação não faz sentido

substantivo porque há um percentual grande de respondentes que não tem

parente ou moram sozinhas. A bateria de pergunta para mensurar o confiança

nas pessoas apresenta o mesmo problema, isto é, há pessoas que não

respondem a um dos itens ou porque não têm família ou porque não têm

amigos. Ainda nesta categoria estão as duas perguntas do bloco temático 4:

preocupação em perder o emprego e se esteve sem emprego. Não faz sentido

substantivo imputar este dado para pessoas que estão fora do mercado de

trabalho, como é o caso de donas-de-casa, estudantes e uma parcela dos

aposentados.

No quadro 9 são apresentadas dois tipos de imputação que fugiram à

regra do meio da escala ou dos modelos econométricos. Elas foram feitas para

as baterias de perguntas 91 e 92, respectivamente políticas públicas e

características dos candidatos. Na bateria de perguntas sobre políticas públicas

os entrevistados tiveram que responder a 10 perguntas que confrontavam -

duas de cada vez - oito políticas públicas. Eles tinham que escolher uma que

fosse prioritária para melhorar o Brasil. Quando respondiam “não-sabe” ou

“não-responde” a um dos itens da bateria de perguntas 91, foi imputado o valor

zero para as duas políticas públicas do respectivo item. Ou seja, considerou-se

que para o entrevistado nenhuma das duas era prioritária para melhorar o

Brasil.

Já para a bateria de perguntas 92 foi utilizada uma outra lógica para a

imputação. Naquela bateria o entrevistado recebia um cartão com os nomes

Page 80: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

80

dos quatro principais candidatos a presidente – Lula, Serra, Garotinho e Ciro –

e tinha que dizer qual deles era o mais confiável, o segundo mais confiável e o

terceiro mais confiável. Em seguida se passava para uma outra característica

pessoal até completar toda a bateria de perguntas. As respostas “não-sabe” e

“não-responde” foram imputadas, para todos os quatro candidatos, como se

eles tivessem sido mencionados em 4o lugar naquela característica.

Metodologicamente isto permitiu conferir tratamento igual a todos os

candidatos: a mesma não-resposta foi computada mais de uma vez para cada

um dos quatro nomes. O mesmo destino foi dado às respostas “nenhum deles”.

Substantivamente, as pessoas que não respondem a esta pergunta ou

que afirmam que nenhum deles é confiável (e outras características positivas e

elogiáveis) tendem a ter uma visão negativa dos políticos e da atividade

política. Assim, é substantivamente justificável imputar estas respostas como

se o entrevistado estivesse classificando aqueles políticos como pessoas sem

aquela característica, o que em uma pergunta que os compara entre si os

colocaria em último lugar (quarto lugar) na classificação.

Os resultados da análise bi-variada

Após a escolha e o tratamento das variáveis explicativas e resposta

foram feitas regressões bi-variadas de todas as variáveis explicativas sobre

cada uma das seis variáveis resposta. Os principais resultados destas

regressões estão apresentados nas tabelas 1 a 6. Na primeira coluna está a

variável testada, na segunda coluna a correlação entre ela e a vantagem de

Lula sobre seu respectivo adversário, em seguida a correlação elevada ao

Page 81: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

81

quadrado e o R ajustado. Por fim, há a significância estatística de cada

regressão.

Cada tabela está organizada da mesma forma, as variáveis aparecem

agrupadas dentro de seu bloco temático e hierarquizadas segundo a

significância estatística e a correlação. Assim, dentro de cada bloco temático

aparecem em primeiro lugar as variáveis que mais fortemente explicam a

vantagem eleitoral e por último as menos importantes nesta explicação. As

variáveis marcadas em amarelo são as que apresentam significância estatística

menor do que 0,05. Este foi o critério utilizado para mantê-las no modelo final

de explicação da vantagem eleitoral.

A tabela 1 apresenta os resultados das regressões bi-variadas para a

vantagem de Lula sobre Serra no primeiro turno, a tabela 2 para a vantagem de

Lula sobre Garotinho, a tabela 3 para a vantagem de Lula sobre Ciro e a tabela

4 para a vantagem de Lula sobre Serra no segundo turno das eleições. A

tabela 5 apresenta os resultados das regressões bi-variadas para explicar a

vantagem de Fernando Henrique sobre Lula nas eleições de 1998, a tabela 6

apresenta os resultados para a vantagem do voto XXX sobre XXX e a tabela 7

para a vantagem do voto XXX sobre XXX.

Page 82: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

82

Tabela 1: Regressões bi-variadas na vantagem de

Lula sobre Serra – 1o turno

R R Square Adjusted R

Square Sig

Religiosidade 0,121 0,015 0,014 0,000 Idade 0,101 0,010 0,010 0,000 Filiado a sindicato - família ou que mora na casa 0,066 0,004 0,004 0,013 Peã 0,056 0,003 0,003 0,026 Renda individual 0,044 0,002 0,001 0,091 Sexo 0,038 0,001 0,001 0,138 Renda familiar 0,030 0,001 0,000 0,264 Cor 0,029 0,001 0,000 0,272 Filiado a sindicato 0,021 0,000 0,000 0,410 Setor da economia 0,020 0,000 -0,001 0,519 Católicos e evangélicos 0,006 0,000 -0,001 0,841 Escolaridade 0,002 0,000 -0,001 0,934 Autoritarismo 0,143 0,020 0,020 0,000 Anti-fatalismo 0,111 0,012 0,012 0,000 Avaliação das instituições 0,082 0,007 0,006 0,001 Privatização 0,074 0,006 0,005 0,003 Regulação 0,064 0,004 0,003 0,012 Confiança interpessoal 0,053 0,003 0,002 0,038 Ausência de espírito público 0,045 0,002 0,001 0,076 Hierarquia 0,045 0,002 0,001 0,078 Censura 0,041 0,002 0,001 0,107 Nacionalismo econômico 0,038 0,001 0,001 0,131 Se a lei deve ser sempre cumprida 0,037 0,001 0,001 0,146 Clientelismo 0,032 0,001 0,000 0,205 Satisfação com os serviços públicos 0,027 0,001 0,000 0,296 Rouba-mas-faz 0,011 0,000 -0,001 0,660 Patrimonialismo 0,001 0,000 -0,001 0,954 Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade 0,145 0,021 0,021 0,000 Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente 0,125 0,016 0,015 0,000 Melhorar a segurança pública 0,093 0,009 0,008 0,000 Combater a miséria e a fome 0,083 0,007 0,006 0,001 Melhorar a saúde pública 0,060 0,004 0,003 0,018 Combater a corrupção 0,053 0,003 0,002 0,038 Gerar mais empregos 0,045 0,002 0,001 0,079 Melhorar a educação 0,003 0,000 -0,001 0,906 Esteve sem emprego 0,059 0,003 0,003 0,046 Preocupado em perder o emprego 0,045 0,002 0,001 0,149 Confiável 0,552 0,305 0,304 0,000 O mais preparado e competente 0,482 0,232 0,232 0,000 Tem o melhor plano de governo 0,482 0,232 0,232 0,000 Honesto 0,397 0,157 0,157 0,000 Mais experiência para governar o Brasil 0,394 0,155 0,154 0,000 Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários 0,388 0,150 0,150 0,000 O que mais defende gerar empregos 0,381 0,146 0,145 0,000 O que mais defende manter a inflação baixa 0,367 0,134 0,134 0,000 Faz mais pelos pobres 0,311 0,097 0,096 0,000 O que mais evita greve e bagunça 0,248 0,062 0,061 0,000 Gostar do PT 0,551 0,304 0,304 0,000 Avaliação do governo - geral 0,311 0,097 0,096 0,000 Avaliação do governo - principal problema 0,281 0,079 0,078 0,000

Page 83: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

83

Tabela 2: Regressões bi-variadas na vantagem de

Lula sobre Garotinho – 1o turno

R R Square Adjusted R

Square Sig

Católicos e evangélicos 0,528 0,279 0,278 0,000 Setor da economia 0,125 0,016 0,014 0,000 Religiosidade 0,064 0,004 0,003 0,019 Filiado a sindicato 0,060 0,004 0,003 0,028 Filiado a sindicato - família ou que mora na casa 0,049 0,002 0,002 0,087 Sexo 0,037 0,001 0,001 0,179 Cor 0,037 0,001 0,001 0,186 Pea 0,033 0,001 0,000 0,233 Escolaridade 0,032 0,001 0,000 0,246 Idade 0,020 0,000 0,000 0,471 Renda individual 0,015 0,000 0,000 0,587 Renda familiar 0,014 0,000 0,000 0,644 Censura 0,147 0,022 0,021 0,000 Anti-fatalismo 0,095 0,009 0,008 0,000 Privatização 0,070 0,005 0,004 0,010 Avaliação das instituições 0,071 0,005 0,004 0,010 Confiança interpessoal 0,069 0,005 0,004 0,011 Nacionalismo econômico 0,048 0,002 0,002 0,078 Hierarquia 0,047 0,002 0,001 0,086 Regulação 0,045 0,002 0,001 0,099 Autoritarismo 0,043 0,002 0,001 0,113 Se a lei deve ser sempre cumprida 0,027 0,001 0,000 0,330 Ausência de espírito público 0,021 0,000 0,000 0,434 Clientelismo 0,015 0,000 -0,001 0,575 Satisfação com os serviços públicos 0,008 0,000 0,001 0,773 Rouba-mas-faz 0,004 0,000 -0,001 0,885 Patrimonialismo 0,000 0,000 -0,001 0,989 Melhorar a saúde pública 0,07 0,005 0,004 0,010 Combater a miséria e a fome 0,043 0,002 0,001 0,113 Melhorar a segurança pública 0,042 0,002 0,001 0,128 Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente 0,037 0,001 0,001 0,177 Melhorar a educação 0,019 0,000 0,000 0,477 Gerar mais empregos 0,017 0,000 0,000 0,530 Combater a corrupção 0,014 0,000 0,000 0,619 Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade 0,005 0,000 0,000 0,865 Esteve sem emprego 0,026 0,001 0,000 0,397 Preocupado em perder o emprego 0,015 0,000 0,000 0,655 Confiável 0,463 0,215 0,214 0,000 Faz mais pelos pobres 0,240 0,058 0,057 0,000 Honesto 0,299 0,089 0,089 0,000 Mais experiência para governar o Brasil 0,278 0,077 0,077 0,000 Tem o melhor plano de governo 0,356 0,127 0,126 0,000 Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários 0,272 0,074 0,073 0,000 O mais preparado e competente 0,335 0,112 0,112 0,000 O que mais evita greve e bagunça 0,196 0,039 0,038 0,000 O que mais defende gerar empregos 0,277 0,077 0,076 0,000 O que mais defende manter a inflação baixa 0,236 0,056 0,055 0,000 Gostar do PT 0,369 0,136 0,135 0,000 Avaliação do governo - geral 0,051 0,003 0,002 0,062 Avaliação do governo - principal problema 0,047 0,002 0,001 0,087

Page 84: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

84

Tabela 3: Regressões bi-variadas na vantagem de

Lula sobre Ciro – 1o turno

R R Square Adjusted R

Square Sig

Escolaridade 0,112 0,013 0,012 0,000 Renda familiar 0,082 0,007 0,006 0,006 Renda individual 0,073 0,005 0,004 0,012 Setor da economia 0,067 0,005 0,003 0,044 Filiado a sindicato - família ou que mora na casa 0,056 0,003 0,002 0,058 Idade 0,052 0,003 0,002 0,063 Cor 0,051 0,003 0,002 0,076 Pea 0,029 0,001 0,000 0,304 Católicos e evangélicos 0,031 0,001 0,000 0,319 Filiado a sindicato 0,026 0,001 0,000 0,347 Religiosidade 0,019 0,000 0,000 0,489 Sexo 0,012 0,000 -0,001 0,668 Privatização 0,104 0,011 0,010 0,000 Regulação 0,073 0,005 0,004 0,010 Confiança interpessoal 0,064 0,004 0,003 0,022 Avaliação das instituições 0,063 0,004 0,003 0,024 Anti-fatalismo 0,057 0,003 0,002 0,042 Nacionalismo econômico 0,053 0,003 0,002 0,058 Rouba-mas-faz 0,052 0,003 0,002 0,062 Clientelismo 0,047 0,002 0,001 0,092 Ausência de espírito público 0,046 0,002 0,001 0,102 Hierarquia 0,041 0,002 0,001 0,148 Patrimonialismo 0,030 0,001 0,000 0,292 Autoritarismo 0,026 0,001 0,000 0,360 Censura 0,025 0,001 0,000 0,377 Satisfação com os serviços públicos 0,023 0,001 0,000 0,413 Se a lei deve ser sempre cumprida 0,001 0,000 -0,001 0,985 Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade 0,046 0,002 0,001 0,104 Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente 0,056 0,003 0,002 0,047 Melhorar a segurança pública 0,020 0,000 0,000 0,479 Combater a miséria e a fome 0,009 0,000 -0,001 0,757 Melhorar a saúde pública 0,020 0,000 0,000 0,486 Combater a corrupção 0,007 0,000 -0,001 0,814 Gerar mais empregos 0,026 0,001 0,000 0,363 Melhorar a educação 0,042 0,002 0,001 0,131 Preocupado em perder o emprego 0,054 0,003 0,002 0,105 Esteve sem emprego 0,010 0,000 -0,001 0,742 Confiável 0,427 0,182 0,181 0,000 Tem o melhor plano de governo 0,348 0,121 0,121 0,000 O mais preparado e competente 0,335 0,112 0,111 0,000 Mais experiência para governar o Brasil 0,291 0,085 0,084 0,000 Honesto 0,274 0,075 0,075 0,000 Faz mais pelos pobres 0,266 0,071 0,070 0,000 O que mais defende gerar empregos 0,251 0,063 0,062 0,000 O que mais defende manter a inflação baixa 0,193 0,037 0,036 0,000 Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários 0,182 0,033 0,032 0,000 O que mais evita greve e bagunça 0,179 0,032 0,031 0,000 Gostar do PT 0,391 0,153 0,153 0,000 Avaliação do governo - principal problema 0,081 0,006 0,006 0,004 Avaliação do governo - geral 0,069 0,005 0,004 0,014

Page 85: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

85

Tabela 4: Regressões bi-variadas na vantagem de

Lula sobre Serra – 2o turno

R R Square Adjusted R

Square Sig

Religiosidade 0,159 0,025 0,025 0,000 Idade 0,075 0,006 0,005 0,001 Filiado a sindicato - família ou que mora na casa 0,070 0,005 0,004 0,003 Renda individual 0,064 0,004 0,004 0,006 Renda familiar 0,066 0,004 0,004 0,006 Pea 0,047 0,002 0,002 0,037 Católicos e evangélicos 0,048 0,002 0,002 0,053 Sexo 0,043 0,002 0,001 0,056 Filiado a sindicato 0,026 0,001 0,000 0,245 Cor 0,016 0,000 0,000 0,478 Setor da economia 0,010 0,000 0,000 0,712 Escolaridade 0,004 0,000 0,000 0,868 Autoritarismo 0,167 0,028 0,027 0,000 Privatização 0,076 0,006 0,005 0,001 Fatalismo 0,074 0,005 0,005 0,001 Avaliação das instituições 0,067 0,004 0,004 0,003 Regulação 0,054 0,003 0,002 0,015 Confiança interpessoal 0,055 0,003 0,003 0,015 Nacionalismo econômico 0,051 0,003 0,002 0,024 Clientelismo 0,044 0,002 0,001 0,048 Hierarquia 0,040 0,002 0,001 0,074 Censura 0,039 0,002 0,001 0,081 Se a lei deve ser sempre cumprida 0,033 0,001 0,001 0,143 Satisfação com os serviços públicos 0,016 0,000 0,000 0,482 Rouba-mas-faz 0,011 0,000 0,000 0,640 Patrimonialismo 0,010 0,000 0,000 0,644 Espírito público 0,003 0,000 0,000 0,908 Melhorar a segurança pública 0,088 0,008 0,007 0,000 Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente 0,115 0,013 0,013 0,000 Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade 0,103 0,011 0,010 0,000 Combater a miséria e a fome 0,061 0,004 0,003 0,006 Melhorar a saúde pública 0,051 0,003 0,002 0,023 Combater a corrupção 0,031 0,001 0,001 0,162 Gerar mais empregos 0,016 0,000 0,000 0,479 Melhorar a educação 0,010 0,000 0,000 0,672 Preocupado em perder o emprego 0,052 0,003 0,002 0,058 Esteve sem emprego 0,048 0,002 0,002 0,063 Confiável 0,562 0,315 0,315 0,000 Faz mais pelos pobres 0,316 0,100 0,099 0,000 Honesto 0,385 0,149 0,148 0,000 Mais experiência para governar o Brasil 0,416 0,173 0,173 0,000 Tem o melhor plano de governo 0,476 0,227 0,226 0,000 Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários 0,369 0,136 0,136 0,000 O mais preparado e competente 0,490 0,240 0,239 0,000 O que mais evita greve e bagunça 0,245 0,060 0,060 0,000 O que mais defende gerar empregos 0,356 0,127 0,126 0,000 O que mais defende manter a inflação baixa 0,367 0,135 0,134 0,000 Gostar do PT 0,533 0,284 0,283 0,000 Avaliação do governo - geral 0,285 0,081 0,081 0,000 Avaliação do governo - principal problema 0,258 0,067 0,066 0,000

Page 86: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

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Tabela 5: Regressões bi-variadas na vantagem de

Fernando Henrique sobre Lula – 1998

R R Square Adjusted R

Square Sig

Escolaridade 0,140 0,020 0,019 0,000 Religiosidade 0,084 0,007 0,006 0,001 Católicos e evangélicos 0,085 0,007 0,006 0,002 Renda familiar 0,079 0,006 0,005 0,003 Idade 0,060 0,004 0,003 0,015 Setor da economia 0,056 0,003 0,002 0,064 Filiado a sindicato - família ou que mora na casa 0,047 0,002 0,001 0,071 Filiado a sindicato 0,044 0,002 0,001 0,078 Renda individual 0,034 0,001 0,000 0,190 Cor 0,026 0,001 0,000 0,312 Pea 0,023 0,001 0,000 0,356 Sexo 0,003 0,000 0,000 0,897 Rouba-mas-faz 0,120 0,014 0,014 0,000 Censura 0,107 0,011 0,011 0,000 Autoritarismo 0,156 0,024 0,024 0,000 Avaliação das instituições 0,121 0,015 0,014 0,000 Anti-fatalismo 0,089 0,008 0,007 0,000 Clientelismo 0,083 0,007 0,006 0,001 Satisfação com os serviços públicos 0,075 0,006 0,005 0,002 Privatização 0,055 0,003 0,002 0,029 Patrimonialismo 0,05 0,003 0,002 0,045 Hierarquia 0,048 0,002 0,002 0,053 Se a lei deve ser sempre cumprida 0,007 0,000 0,000 0,078 Nacionalismo econômico 0,025 0,001 0,000 0,319 Ausência de espírito público 0,022 0,000 0,000 0,373 Regulação 0,012 0,000 0,000 0,632 Confiança interpessoal 0,007 0,000 0,000 0,769 Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade 0,126 0,016 0,015 0,000 Melhorar a segurança pública 0,088 0,008 0,007 0,000 Gerar mais empregos 0,095 0,009 0,008 0,000 Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente 0,083 0,007 0,006 0,001 Combater a miséria e a fome 0,047 0,002 0,002 0,062 Melhorar a saúde pública 0,033 0,001 0,000 0,183 Melhorar a educação 0,006 0,000 0,000 0,807 Combater a corrupção 0,005 0,000 0,000 0,848 Esteve sem emprego 0,010 0,000 0,000 0,723 Preocupado em perder o emprego 0,008 0,000 0,000 0,793 O mais preparado e competente 0,389 0,151 0,151 0,000 Confiável 0,366 0,134 0,134 0,000 Tem o melhor plano de governo 0,338 0,114 0,114 0,000 Mais experiência para governar o Brasil 0,300 0,090 0,089 0,000 Honesto 0,299 0,090 0,089 0,000 Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários 0,267 0,071 0,071 0,000 Faz mais pelos pobres 0,263 0,069 0,069 0,000 O que mais defende manter a inflação baixa 0,249 0,062 0,061 0,000 O que mais defende gerar empregos 0,241 0,058 0,057 0,000 O que mais evita greve e bagunça 0,222 0,049 0,049 0,000 Gostar do PT 0,412 0,170 0,170 0,000 Avaliação do governo - geral 0,290 0,084 0,083 0,000 Avaliação do governo - principal problema 0,246 0,061 0,060 0,000

Page 87: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

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Tabela 6: Regressões bi-variadas na vantagem de

Lula 98-02 sobre FH 98-Serra 02

R R Square Adjusted R

Square Sig

Religiosidade 0,172 0,030 0,028 0,000 Idade 0,121 0,015 0,013 0,001 Escolaridade 0,109 0,012 0,011 0,003 Filiado a sindicato - família ou que mora na casa 0,094 0,009 0,007 0,017 Renda familiar 0,066 0,004 0,003 0,095 Pea 0,059 0,003 0,002 0,112 Setor da economia 0,069 0,005 0,003 0,123 Católicos e evangélicos 0,062 0,004 0,002 0,129 Filiado a sindicato 0,047 0,002 0,001 0,207 Renda individual 0,026 0,001 -0,001 0,504 Sexo 0,014 0,000 -0,001 0,698 Cor 0,005 0,000 -0,001 0,904 Autoritarismo 0,223 0,050 0,049 0,000 Avaliação das instituições 0,169 0,028 0,027 0,000 Fatalismo 0,156 0,024 0,023 0,000 Censura 0,125 0,016 0,014 0,001 Rouba-mas-faz 0,099 0,010 0,008 0,008 Privatização 0,094 0,009 0,008 0,011 Clientelismo 0,088 0,008 0,006 0,017 Satisfação com os serviços públicos 0,072 0,005 0,004 0,052 Patrimonialismo 0,064 0,004 0,003 0,083 Regulação 0,063 0,004 0,003 0,089 Se a lei deve ser sempre cumprida 0,047 0,002 0,001 0,201 Confiança interpessoal 0,039 0,002 0,000 0,288 Espírito público 0,029 0,001 -0,001 0,430 Nacionalismo econômico 0,025 0,001 -0,001 0,508 Hierarquia 0,019 0,000 -0,001 0,616 Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade 0,213 0,045 0,044 0,000 Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente 0,153 0,024 0,022 0,000 Melhorar a segurança pública 0,147 0,022 0,020 0,000 Combater a miséria e a fome 0,107 0,011 0,010 0,004 Gerar mais empregos 0,070 0,005 0,004 0,059 Melhorar a saúde pública 0,057 0,003 0,002 0,122 Combater a corrupção 0,034 0,001 0,000 0,361 Melhorar a educação 0,001 0,000 -0,001 0,971 Esteve sem emprego 0,030 0,001 -0,001 0,486 Preocupado em perder o emprego 0,019 0,000 -0,002 0,667 Confiável 0,643 0,413 0,413 0,000 Faz mais pelos pobres 0,394 0,155 0,154 0,000 Honesto 0,500 0,250 0,249 0,000 Mais experiência para governar o Brasil 0,502 0,252 0,251 0,000 Tem o melhor plano de governo 0,616 0,379 0,379 0,000 Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários 0,491 0,241 0,240 0,000 O mais preparado e competente 0,648 0,420 0,419 0,000 O que mais evita greve e bagunça 0,334 0,112 0,110 0,000 O que mais defende gerar empregos 0,478 0,229 0,228 0,000 O que mais defende manter a inflação baixa 0,493 0,243 0,242 0,000 Gostar do PT 0,695 0,483 0,482 0,000 Avaliação do governo - principal problema 0,429 0,184 0,183 0,000 Avaliação do governo - geral 0,459 0,210 0,209 0,000

Page 88: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

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Tabela 7: Regressões bi-variadas na vantagem de

FH 98-Lula 02 sobre FH 98-Serra 02

R R Square Adjusted R

Square Sig

Religiosidade 0,123 0,015 0,014 0,001 Escolaridade 0,113 0,013 0,011 0,002 Renda familiar 0,102 0,010 0,009 0,009 Renda individual 0,097 0,009 0,008 0,011 Idade 0,076 0,006 0,004 0,040 Filiado a sindicato - família ou que mora na casa 0,067 0,005 0,003 0,086 Cor 0,053 0,003 0,001 0,165 Pea 0,043 0,002 0,000 0,243 Católicos e evangélicos 0,017 0,000 -0,001 0,670 Sexo 0,013 0,000 -0,001 0,716 Filiado a sindicato 0,005 0,000 0,000 0,900 Setor da economia 0,004 0,000 -0,002 0,937 Privatização 0,131 0,017 0,016 0,000 Hierarquia 0,124 0,015 0,014 0,001 Regulação 0,110 0,012 0,011 0,003 Confiança interpessoal 0,106 0,011 0,010 0,004 Nacionalismo econômico 0,096 0,009 0,008 0,009 Autoritarismo 0,091 0,008 0,007 0,014 Espírito público 0,091 0,008 0,007 0,014 Rouba-mas-faz 0,079 0,006 0,005 0,032 Fatalismo 0,050 0,002 0,001 0,180 Se a lei deve ser sempre cumprida 0,041 0,002 0,000 0,266 Clientelismo 0,017 0,000 -0,001 0,648 Avaliação das instituições 0,004 0,000 -0,001 0,905 Censura 0,004 0,000 -0,001 0,912 Patrimonialismo 0,002 0,000 -0,001 0,961 Satisfação com os serviços públicos 0,002 0,000 -0,001 0,963 Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade 0,096 0,009 0,008 0,010 Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente 0,087 0,008 0,006 0,019 Combater a miséria e a fome 0,081 0,007 0,005 0,028 Melhorar a segurança pública 0,061 0,004 0,002 0,098 Combater a corrupção 0,060 0,004 0,002 0,106 Melhorar a saúde pública 0,023 0,001 -0,001 0,538 Gerar mais empregos 0,009 0,000 -0,001 0,802 Melhorar a educação 0,002 0,000 -0,001 0,959 Esteve sem emprego 0,018 0,000 -0,002 0,678 Preocupado em perder o emprego 0,025 0,001 -0,001 0,576 Confiável 0,518 0,268 0,267 0,000 Faz mais pelos pobres 0,283 0,080 0,079 0,000 Honesto 0,382 0,146 0,145 0,000 Mais experiência para governar o Brasil 0,382 0,146 0,145 0,000 Tem o melhor plano de governo 0,483 0,233 0,232 0,000 Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários 0,378 0,143 0,142 0,000 O mais preparado e competente 0,449 0,202 0,201 0,000 O que mais evita greve e bagunça 0,248 0,062 0,060 0,000 O que mais defende gerar empregos 0,389 0,151 0,150 0,000 O que mais defende manter a inflação baixa 0,383 0,147 0,145 0,000 Gostar do PT 0,520 0,270 0,269 0,000 Avaliação do governo - principal problema 0,260 0,067 0,066 0,000 Avaliação do governo - geral 0,250 0,063 0,061 0,000

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A definição dos estágios múltiplos

Na primeira seção deste Anexo - Escolha e medição das variáveis

explicativas e das variáveis resposta - a ordem na qual os blocos temáticos de

variáveis é apresentada foi feita considerando-se o estágio de entrada de cada

variável no modelo explicativo do voto. O estágio de entrada foi definido com

base em teorias da ciência política. Em primeiro lugar são introduzidas no

modelo as variáveis de situação socioeconômica, seguida das variáveis

ideológicas, de preferência por políticas públicas, situação da economia,

características pessoais, preferência partidária e por fim as variáveis de

avaliação do desempenho do governo. Como foram feitos sete modelos de

explicação do voto, três para o primeiro e um para o segundo turno de 2002,

um para a eleição de 1998, e dois para comparar os votos de 1998 e 2002, em

cada um destes modelos são inseridas as variáveis estatisticamente

significativas (marcadas em amarelo nas tabelas de 1 a 7) da análise bi-

variada.

As tabelas de 8 a 14 apresentam os estágios múltiplos da análise de

cada uma das sete variáveis resposta estudadas. A tabela 15 apresenta a

correlação, o R2 e o R2 ajustado para cada um dos sete modelos em seus

sucessivos estágios.

Page 90: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

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Tabela 8: Regressões multivariadas em estágios múltiplos na vantagem de Lula sobre Serra – 1o turno

Primeiro estágio Segundo estágio Terceiro estágio Quarto estágio Quinto estágio Sexto estágio Sétimo estágio B t Sig. B t Sig. B t Sig. B t Sig. B t Sig. B t Sig. B t Sig.

(Constant) 0,429 12,552 0,000 0,315 7,092 0,000 0,268 4,776 0,000 0,318 4,259 0,000 -0,146 -2,229 0,026 -0,163 -2,590 0,010 -0,185 -2,885 0,004 Religiosidade -0,162 -3,495 0,000 -0,151 -3,271 0,001 -0,129 -2,807 0,005 -0,122 -2,258 0,024 -0,141 -3,254 0,001 -0,152 -3,644 0,000 -0,155 -3,748 0,000 Idade -0,127 -3,213 0,001 -0,089 -2,225 0,026 -0,076 -1,895 0,058 -0,044 -0,904 0,366 0,030 0,766 0,444 0,057 1,476 0,140 0,044 1,163 0,245 Filiado a sindicato - família ou que mora na casa 0,078 2,471 0,014 0,061 1,957 0,051 0,053 1,710 0,088 0,032 0,941 0,347 -0,005 -0,172 0,863 -0,008 -0,287 0,774 -0,007 -0,284 0,776 Pea -0,019 -0,682 0,495 -0,022 -0,819 0,413 -0,031 -1,131 0,258 -0,009 -0,173 0,863 -0,047 -1,147 0,252 -0,040 -1,018 0,309 -0,045 -1,155 0,248 Autoritarismo -0,242 -3,852 0,000 -0,203 -3,244 0,001 -0,183 -2,559 0,011 -0,006 -0,110 0,912 0,001 0,016 0,987 0,002 0,038 0,969 Anti-fatalismo 0,161 4,339 0,000 0,155 4,185 0,000 0,162 3,792 0,000 0,112 3,280 0,001 0,088 2,641 0,008 0,098 2,967 0,003 Avaliação das instituições -0,153 -2,194 0,028 -0,158 -2,264 0,024 -0,096 -1,201 0,230 -0,124 -1,952 0,051 -0,108 -1,742 0,082 -0,016 -0,255 0,799 Privatização -0,225 -3,794 0,000 -0,216 -3,657 0,000 -0,217 -3,234 0,001 -0,105 -1,963 0,050 -0,100 -1,922 0,055 -0,103 -1,995 0,046 Regulação 0,224 3,079 0,002 0,230 3,137 0,002 0,257 3,117 0,002 -0,024 -0,353 0,724 -0,024 -0,365 0,715 -0,031 -0,481 0,631 Confiança interpessoal -0,027 -0,407 0,684 -0,048 -0,722 0,470 -0,070 -0,866 0,387 -0,092 -1,432 0,153 -0,121 -1,930 0,054 -0,099 -1,585 0,113 Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade -0,139 -2,853 0,004 -0,139 -2,525 0,012 -0,152 -3,459 0,001 -0,160 -3,740 0,000 -0,144 -3,389 0,001 Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente 0,078 1,387 0,166 0,132 2,011 0,045 0,003 0,049 0,961 -0,022 -0,424 0,671 -0,021 -0,417 0,677 Melhorar a segurança pública -0,070 -1,516 0,130 -0,052 -0,971 0,332 -0,061 -1,421 0,156 -0,050 -1,187 0,235 -0,050 -1,191 0,234 Combater a miséria e a fome 0,025 0,480 0,631 0,023 0,371 0,710 -0,019 -0,381 0,704 -0,040 -0,847 0,397 -0,041 -0,879 0,380 Melhorar a saúde pública 0,026 0,617 0,537 0,027 0,562 0,574 0,022 0,563 0,574 0,020 0,541 0,589 0,021 0,565 0,572 Combater a corrupção -0,040 -0,995 0,320 -0,052 -1,153 0,249 -0,070 -1,943 0,052 -0,071 -2,023 0,043 -0,077 -2,212 0,027 Esteve sem emprego 0,046 1,351 0,177 0,021 0,781 0,435 0,012 0,470 0,638 0,010 0,394 0,694 Confiável 0,402 9,115 0,000 0,336 7,560 0,000 0,331 7,517 0,000 Faz mais pelos pobres -0,048 -1,575 0,116 -0,047 -1,594 0,111 -0,046 -1,568 0,117 Honesto 0,048 1,430 0,153 0,027 0,847 0,397 0,030 0,925 0,355 Mais experiência para governar o Brasil 0,085 2,382 0,017 0,078 2,262 0,024 0,076 2,229 0,026 Tem o melhor plano de governo 0,157 3,475 0,001 0,116 2,636 0,009 0,092 2,096 0,036 Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários 0,025 0,775 0,438 -0,009 -0,287 0,774 0,004 0,114 0,909 O mais preparado e competente 0,124 2,976 0,003 0,088 2,178 0,030 0,083 2,070 0,039 O que mais evita greve e bagunça -0,012 -0,407 0,684 -0,010 -0,364 0,716 -0,009 -0,329 0,742 O que mais defende gerar empregos 0,113 2,853 0,004 0,144 3,658 0,000 0,138 3,540 0,000 O que mais defende manter a inflação baixa 0,001 0,032 0,974 -0,030 -0,903 0,367 -0,040 -1,196 0,232 Gostar do PT 0,348 8,974 0,000 0,327 8,457 0,000 Avaliação do governo - geral -0,117 -3,018 0,003 Avaliação do governo - principal problema -0,068 -1,581 0,114

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Tabela 9: Regressões multivariadas em estágios múltiplos na vantagem de Lula sobre Garotinho – 1o turno

Primeiro estágio Segundo estágio Terceiro estágio Quarto estágio Quinto estágio B t Sig. B t Sig. B t Sig. B t Sig. B t Sig.

(Constant) 0,348 7,880 0,000 0,376 7,163 0,000 0,367 6,891 0,000 0,114 1,988 0,047 0,108 1,855 0,064Católicos e evangélicos -0,570 -17,851 0,000 -0,547 -16,254 0,000 -0,543 -16,027 0,000 -0,427 -12,938 0,000 -0,413 -12,376 0,000Setor da economia -0,074 -2,109 0,035 -0,084 -2,375 0,018 -0,080 -2,251 0,025 -0,085 -2,579 0,010 -0,093 -2,824 0,005Religiosidade 0,019 0,407 0,684 0,016 0,345 0,730 0,017 0,351 0,725 -0,004 -0,093 0,926 -0,022 -0,515 0,607Filiado a sindicato 0,070 2,213 0,027 0,069 2,183 0,029 0,070 2,207 0,028 0,057 1,957 0,051 0,062 2,147 0,032Censura -0,089 -1,907 0,057 -0,094 -1,995 0,046 -0,046 -1,060 0,289 -0,023 -0,528 0,598Anti-fatalismo 0,028 0,788 0,431 0,030 0,825 0,410 0,025 0,760 0,448 0,035 1,061 0,289Privatização -0,028 -0,495 0,621 -0,026 -0,459 0,646 0,045 0,848 0,397 0,036 0,687 0,492Avaliação das instituições 0,019 0,274 0,784 0,009 0,128 0,898 0,014 0,225 0,822 0,047 0,748 0,455Confiança interpessoal 0,051 0,758 0,448 0,055 0,822 0,412 -0,005 -0,082 0,935 -0,009 -0,138 0,890Melhorar a saúde pública 0,041 1,163 0,245 0,025 0,777 0,437 0,014 0,426 0,670Confiável 0,328 6,594 0,000 0,300 5,966 0,000Faz mais pelos pobres -0,080 -2,442 0,015 -0,086 -2,611 0,009Honesto 0,061 1,852 0,064 0,050 1,526 0,128Mais experiência para governar o Brasil -0,002 -0,073 0,941 -0,004 -0,108 0,914Tem o melhor plano de governo 0,074 1,670 0,095 0,073 1,670 0,095Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários -0,006 -0,181 0,856 -0,027 -0,775 0,439O mais preparado e competente 0,028 0,703 0,482 0,012 0,295 0,768O que mais evita greve e bagunça -0,011 -0,382 0,703 -0,017 -0,589 0,556O que mais defende gerar empregos 0,093 2,178 0,030 0,120 2,766 0,006O que mais defende manter a inflação baixa 0,008 0,236 0,813 -0,005 -0,145 0,884Gostar do PT 0,129 3,244 0,001

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Tabela 10: Regressões multivariadas em estágios múltiplos na vantagem de Lula sobre Ciro – 1o turno

Primeiro estágio Segundo estágio Terceiro estágio Quarto estágio Quinto estágio Sexto estágio B t Sig. B t Sig. B t Sig. B t Sig. B t Sig. B t Sig.

(Constant) 0,722 21,260 0,000 0,670 14,128 0,000 0,706 14,546 0,000 0,270 4,831 0,000 0,240 4,411 0,000 0,245 4,371 0,000 Escolaridade -0,176 -3,775 0,000 -0,135 -2,540 0,011 -0,146 -2,746 0,006 -0,139 -2,936 0,003 -0,147 -3,174 0,002 -0,146 -3,165 0,002 Setor da economia -0,022 -0,539 0,590 -0,032 -0,786 0,432 -0,034 -0,823 0,411 -0,050 -1,373 0,170 -0,061 -1,746 0,081 -0,060 -1,716 0,087 Privatização -0,128 -2,082 0,038 -0,138 -2,254 0,024 -0,028 -0,511 0,609 -0,047 -0,872 0,383 -0,046 -0,866 0,387 Regulação 0,024 0,305 0,760 0,060 0,767 0,443 -0,015 -0,217 0,828 -0,036 -0,523 0,601 -0,036 -0,522 0,602 Confiança interpessoal -0,118 -1,728 0,084 -0,133 -1,967 0,050 -0,137 -2,285 0,023 -0,150 -2,552 0,011 -0,151 -2,563 0,011 Avaliação das instituições 0,058 0,793 0,428 0,069 0,949 0,343 0,072 1,106 0,269 0,056 0,892 0,373 0,054 0,816 0,415 Anti-fatalismo 0,028 0,730 0,465 0,022 0,570 0,569 0,033 0,954 0,340 0,027 0,802 0,423 0,027 0,816 0,415 Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente 0,138 3,164 0,002 0,075 1,918 0,055 0,085 2,263 0,024 0,086 2,269 0,024 Confiável 0,322 6,884 0,000 0,299 6,459 0,000 0,299 6,453 0,000 Faz mais pelos pobres 0,001 0,027 0,978 -0,022 -0,725 0,469 -0,022 -0,720 0,472 Honesto 0,033 1,020 0,308 0,008 0,247 0,805 0,007 0,235 0,814 Mais experiência para governar o Brasil 0,053 1,566 0,118 0,052 1,588 0,113 0,051 1,535 0,125 Tem o melhor plano de governo 0,203 4,607 0,000 0,160 3,709 0,000 0,160 3,702 0,000 Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários -0,044 -1,307 0,192 -0,051 -1,544 0,123 -0,052 -1,554 0,120 O mais preparado e competente 0,072 1,819 0,069 0,044 1,149 0,251 0,046 1,184 0,237 O que mais evita greve e bagunça -0,007 -0,233 0,816 0,004 0,132 0,895 0,004 0,159 0,874 O que mais defende gerar empregos 0,153 3,593 0,000 0,170 4,062 0,000 0,171 4,065 0,000 O que mais defende manter a inflação baixa -0,090 -2,647 0,008 -0,097 -2,961 0,003 -0,096 -2,925 0,004 Gostar do PT 0,280 7,260 0,000 0,280 7,244 0,000 Avaliação do governo - principal problema 0,018 0,392 0,695 Avaliação do governo - geral -0,010 -0,258 0,797

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Tabela 11: Regressões multivariadas em estágios múltiplos na vantagem de Lula sobre Serra – 2o turno

Primeiro estágio Segundo estágio Terceiro estágio Quarto estágio Quinto estágio Sexto estágio B t Sig. B t Sig. B t Sig. B t Sig. B t Sig. B t Sig.

(Constant) 0,409 12,752 0,000 0,340 8,081 0,000 0,365 7,016 0,000 0,091 1,994 0,046 0,070 1,572 0,116 0,043 0,956 0,339 Religiosidade -0,250 -6,057 0,000 -0,242 -5,856 0,000 -0,220 -5,342 0,000 -0,176 -5,273 0,000 -0,184 -5,706 0,000 -0,185 -5,797 0,000 Idade -0,042 -1,124 0,261 -0,002 -0,059 0,953 0,008 0,208 0,835 0,065 2,080 0,038 0,086 2,867 0,004 0,076 2,536 0,011 Filiado a sindicato - família ou que mora na casa 0,084 2,867 0,004 0,071 2,465 0,014 0,068 2,358 0,019 0,039 1,689 0,091 0,023 1,009 0,313 0,024 1,061 0,289 Pea -0,073 -2,449 0,014 -0,140 -3,496 0,000 -0,137 -3,417 0,001 -0,096 -2,906 0,004 -0,077 -2,383 0,017 -0,075 -2,369 0,018 Renda individual -0,146 -3,861 0,000 -0,076 -2,567 0,010 -0,080 -2,712 0,007 -0,027 -1,137 0,256 -0,033 -1,413 0,158 -0,035 -1,505 0,133 Autoritarismo -0,310 -5,348 0,000 -0,287 -4,963 0,000 -0,100 -2,105 0,035 -0,086 -1,870 0,062 -0,079 -1,741 0,082 Privatização -0,193 -3,615 0,000 -0,186 -3,509 0,000 -0,049 -1,138 0,255 -0,034 -0,809 0,418 -0,033 -0,805 0,421 Anti-fatalismo 0,118 3,528 0,000 0,113 3,383 0,001 0,046 1,685 0,092 0,034 1,308 0,191 0,042 1,611 0,107 Avaliação das instituições -0,129 -1,994 0,046 -0,127 -1,972 0,049 -0,160 -3,064 0,002 -0,151 -2,977 0,003 -0,049 -0,933 0,351 Regulação 0,078 1,144 0,253 0,083 1,221 0,222 -0,057 -1,035 0,301 -0,085 -1,583 0,114 -0,081 -1,513 0,130 Confiança interpessoal 0,026 0,427 0,669 0,004 0,074 0,941 -0,085 -1,751 0,080 -0,090 -1,889 0,059 -0,075 -1,588 0,113 Nacionalismo econômico 0,169 2,563 0,010 0,177 2,696 0,007 0,120 2,254 0,024 0,110 2,134 0,033 0,098 1,932 0,054 Clientelismo 0,053 1,864 0,063 0,057 2,015 0,044 0,042 1,814 0,070 0,047 2,076 0,038 0,045 2,013 0,044 Melhorar a segurança pública -0,040 -0,971 0,332 -0,091 -2,757 0,006 -0,068 -2,067 0,039 -0,061 -1,860 0,063 Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente 0,140 2,721 0,007 0,028 0,677 0,499 0,022 0,528 0,598 0,029 0,694 0,488 Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade -0,033 -0,738 0,460 -0,059 -1,643 0,101 -0,050 -1,419 0,156 -0,033 -0,937 0,349 Combater a miséria e a fome 0,059 1,476 0,140 0,032 0,992 0,322 0,030 0,938 0,348 0,037 1,175 0,240 Melhorar a saúde pública 0,032 0,834 0,404 -0,030 -0,979 0,328 -0,014 -0,464 0,643 -0,010 -0,340 0,734 Confiável 0,455 13,188 0,000 0,375 10,802 0,000 0,371 10,813 0,000 Faz mais pelos pobres -0,057 -2,228 0,026 -0,069 -2,750 0,006 -0,062 -2,508 0,012 Honesto 0,013 0,491 0,623 0,006 0,223 0,823 0,003 0,098 0,922 Mais experiência para governar o Brasil 0,050 1,706 0,088 0,059 2,046 0,041 0,057 1,994 0,046 Tem o melhor plano de governo 0,121 3,463 0,001 0,110 3,242 0,001 0,100 2,973 0,003 Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários 0,041 1,571 0,116 0,014 0,562 0,574 0,014 0,565 0,572 O mais preparado e competente 0,149 4,479 0,000 0,098 3,014 0,003 0,092 2,863 0,004 O que mais evita greve e bagunça -0,046 -1,840 0,066 -0,051 -2,104 0,036 -0,052 -2,149 0,032 O que mais defende gerar empregos 0,013 0,422 0,673 0,037 1,170 0,242 0,032 1,052 0,293 O que mais defende manter a inflação baixa 0,044 1,610 0,108 0,027 1,028 0,304 0,016 0,620 0,535 Gostar do PT 0,339 11,238 0,000 0,319 10,652 0,000 Avaliação do governo - principal problema -0,083 -2,418 0,016 Avaliação do governo - geral -0,117 -3,659 0,000

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Tabela 12: Regressões multivariadas em estágios múltiplos na vantagem de Fernando Henrique sobre Lula – 1998

Primeiro estágio Segundo estágio Terceiro estágio Quarto estágio Quinto estágio Sexto estágio B t Sig. B t Sig. B t Sig. B t Sig. B t Sig. B t Sig.

(Constant) 0,510 13,589 0,000 0,578 10,694 0,000 0,639 10,266 0,000 0,722 11,637 0,000 0,702 11,105 0,000 0,700 10,964 0,000 Escolaridade -0,200 -4,334 0,000 -0,097 -1,842 0,066 -0,094 -1,779 0,075 -0,160 -3,215 0,001 -0,167 -3,300 0,001 -0,169 -3,399 0,001 Religiosidade 0,035 0,737 0,461 0,031 0,662 0,508 0,029 0,611 0,541 0,023 0,530 0,596 0,024 0,533 0,594 0,028 0,619 0,536 Católicos e evangélicos 0,114 3,106 0,002 0,114 3,044 0,002 0,109 2,915 0,004 0,080 2,274 0,023 0,070 1,968 0,049 0,066 1,877 0,061 Idade 0,026 0,566 0,572 0,010 0,220 0,826 0,004 0,085 0,932 -0,083 -1,908 0,057 -0,094 -2,155 0,031 -0,081 -1,860 0,063 Rouba-mas-faz 0,135 2,253 0,024 0,121 2,020 0,044 0,123 2,209 0,027 0,121 2,151 0,032 0,121 2,177 0,030 Censura 0,095 1,883 0,060 0,087 1,721 0,085 0,062 1,313 0,189 0,051 1,072 0,284 0,056 1,180 0,238 Autoritarismo 0,218 3,421 0,001 0,209 3,294 0,001 0,073 1,208 0,227 0,050 0,826 0,409 0,034 0,568 0,570 Avaliação das instituições 0,236 2,958 0,003 0,244 3,066 0,002 0,248 3,351 0,001 0,229 3,041 0,002 0,085 1,083 0,279 Anti-fatalismo -0,013 -0,355 0,723 -0,018 -0,480 0,631 0,013 0,372 0,710 0,017 0,466 0,642 0,012 0,346 0,729 Clientelismo -0,002 -0,064 0,949 0,000 -0,012 0,990 -0,008 -0,272 0,785 -0,013 -0,426 0,670 -0,016 -0,532 0,595 Satisfação com os serviços públicos 0,053 0,778 0,437 0,049 0,729 0,466 0,048 0,763 0,446 0,067 1,048 0,295 0,085 1,337 0,181 Privatização 0,213 3,709 0,000 0,212 3,699 0,000 0,093 1,715 0,087 0,079 1,447 0,148 0,074 1,370 0,171 Patrimonialismo 0,117 2,405 0,016 0,114 2,348 0,019 0,074 1,646 0,100 0,060 1,316 0,188 0,071 1,572 0,116 Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade 0,083 1,612 0,107 0,070 1,472 0,141 0,049 0,985 0,325 0,038 0,768 0,443 Melhorar a segurança pública 0,061 1,540 0,124 0,076 2,063 0,039 0,077 2,032 0,042 0,074 1,983 0,048 Gerar mais empregos -0,095 -1,723 0,085 -0,066 -1,295 0,195 -0,069 -1,296 0,195 -0,051 -0,955 0,340 Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente -0,028 -0,498 0,619 0,037 0,699 0,485 0,028 0,507 0,613 0,025 0,451 0,652 Confiável -0,161 -3,576 0,000 -0,101 -2,170 0,030 -0,094 -2,049 0,041 Faz mais pelos pobres -0,029 -0,859 0,390 -0,025 -0,727 0,467 -0,037 -1,094 0,274 Honesto -0,022 -0,643 0,520 -0,002 -0,048 0,962 0,000 0,006 0,996 Mais experiência para governar o Brasil -0,049 -1,280 0,201 -0,046 -1,199 0,231 -0,038 -1,009 0,313 Tem o melhor plano de governo -0,033 -0,720 0,472 -0,031 -0,678 0,498 -0,022 -0,480 0,631 Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários -0,021 -0,622 0,534 -0,009 -0,263 0,793 -0,013 -0,374 0,708 O mais preparado e competente -0,204 -4,661 0,000 -0,161 -3,642 0,000 -0,156 -3,577 0,000 O que mais evita greve e bagunça -0,034 -1,027 0,304 -0,036 -1,094 0,274 -0,038 -1,167 0,243 O que mais defende gerar empregos 0,024 0,605 0,545 0,033 0,820 0,412 0,045 1,118 0,264 O que mais defende manter a inflação baixa 0,022 0,608 0,544 0,026 0,704 0,482 0,045 1,254 0,210 Gostar do PT -0,281 -7,029 0,000 -0,261 -6,610 0,000 Avaliação do governo - principal problema 0,038 0,841 0,400 Avaliação do governo - geral 0,204 4,772 0,000

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Tabela 13: Regressões multivariadas em estágios múltiplos na vantagem de Lula 98 – Lula 02 sobre FH 98 – Serra 02

Primeiro estágio Segundo estágio Terceiro estágio Quarto estágio Quinto estágio Sexto estágio B t Sig. B t Sig. B t Sig. B t Sig. B t Sig. B t Sig.

(Constant) 0,161 3,070 0,002 0,025 0,351 0,725 -0,071 -0,808 0,420 -0,317 -4,459 0,000 -0,307 -4,659 0,000 -0,316 -4,826 0,000 Religiosidade -0,256 -3,566 0,000 -0,217 -3,066 0,002 -0,174 -2,482 0,013 -0,148 -2,846 0,005 -0,096 -1,976 0,049 -0,107 -2,289 0,022 Idade -0,160 -2,297 0,022 -0,123 -1,815 0,070 -0,119 -1,785 0,075 -0,019 -0,385 0,700 0,036 0,774 0,440 0,034 0,765 0,445 Escolaridade 0,096 1,367 0,172 -0,031 -0,384 0,701 -0,034 -0,427 0,669 -0,017 -0,282 0,778 0,005 0,094 0,925 0,028 0,527 0,598 Filiado a sindicato - família ou que mora na casa 0,125 2,478 0,013 0,098 1,996 0,046 0,091 1,900 0,058 0,024 0,666 0,506 0,026 0,778 0,437 0,018 0,552 0,581 Autoritarismo -0,424 -4,243 0,000 -0,396 -4,025 0,000 -0,030 -0,398 0,691 -0,012 -0,172 0,863 -0,013 -0,199 0,842 Avaliação das instituições -0,321 -2,773 0,006 -0,289 -2,540 0,011 -0,338 -3,942 0,000 -0,236 -2,974 0,003 -0,046 -0,565 0,572 Anti-fatalismo 0,187 3,091 0,002 0,181 3,038 0,002 0,082 1,839 0,066 0,062 1,501 0,134 0,076 1,905 0,057 Censura -0,030 -0,386 0,700 -0,028 -0,356 0,722 -0,087 -1,504 0,133 -0,099 -1,850 0,065 -0,090 -1,745 0,081 Rouba-mas-faz -0,030 -0,319 0,750 -0,021 -0,228 0,820 0,059 0,843 0,400 0,061 0,957 0,339 0,065 1,044 0,297 Privatização -0,452 -4,947 0,000 -0,429 -4,758 0,000 -0,184 -2,690 0,007 -0,127 -2,019 0,044 -0,111 -1,829 0,068 Clientelismo 0,035 0,692 0,489 0,031 0,623 0,534 0,032 0,849 0,396 0,051 1,480 0,140 0,065 1,940 0,053 Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade -0,243 -3,273 0,001 -0,200 -3,581 0,000 -0,161 -3,098 0,002 -0,118 -2,323 0,020 Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente -0,014 -0,167 0,868 -0,080 -1,259 0,208 -0,078 -1,324 0,186 -0,057 -1,001 0,317 Melhorar a segurança pública -0,155 -2,588 0,010 -0,116 -2,599 0,010 -0,110 -2,616 0,009 -0,102 -2,528 0,012 Combater a miséria e a fome 0,057 0,821 0,412 -0,047 -0,903 0,367 -0,069 -1,425 0,155 -0,048 -1,035 0,301 Confiável 0,340 5,691 0,000 0,175 3,008 0,003 0,145 2,591 0,010 Faz mais pelos pobres -0,055 -1,355 0,176 -0,058 -1,545 0,123 -0,055 -1,510 0,132 Honesto 0,000 -0,004 0,997 -0,004 -0,104 0,917 -0,003 -0,091 0,928 Mais experiência para governar o Brasil 0,034 0,716 0,474 0,002 0,054 0,957 0,008 0,193 0,847 Tem o melhor plano de governo 0,092 1,423 0,155 0,066 1,107 0,269 0,053 0,926 0,355 Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários 0,057 1,295 0,196 0,032 0,785 0,433 0,030 0,773 0,440 O mais preparado e competente 0,368 6,380 0,000 0,317 5,968 0,000 0,309 6,042 0,000 O que mais evita greve e bagunça -0,025 -0,649 0,517 -0,037 -1,023 0,307 -0,038 -1,104 0,270 O que mais defende gerar empregos 0,000 -0,007 0,994 -0,018 -0,390 0,697 -0,028 -0,632 0,528 O que mais defende manter a inflação baixa 0,083 1,820 0,069 0,072 1,710 0,088 0,028 0,687 0,493 Gostar do PT 0,534 11,161 0,000 0,501 10,798 0,000 Avaliação do governo - principal problema -0,135 -2,681 0,008 Avaliação do governo - geral -0,203 -4,252 0,000

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Tabela 14: Regressões multivariadas em estágios múltiplos na vantagem de FH 98 – Lula 02 sobre FH 98 – Serra 02

Primeiro estágio Segundo estágio Terceiro estágio Quarto estágio Quinto estágio Sexto estágio B t Sig. B t Sig. B t Sig. B t Sig. B t Sig. B t Sig.

(Constant) 0,120 3,185 0,002 0,017 0,258 0,797 0,091 1,200 0,230 -0,115 -1,608 0,108 -0,128 -1,870 0,062 -0,121 -1,723 0,085 Religiosidade -0,202 -2,957 0,003 -0,204 -3,009 0,003 -0,190 -2,805 0,005 -0,133 -2,290 0,022 -0,158 -2,800 0,005 -0,161 -2,879 0,004 Escolaridade -0,280 -4,219 0,000 -0,145 -1,832 0,067 -0,161 -2,032 0,043 -0,147 -2,125 0,034 -0,127 -1,889 0,059 -0,140 -2,095 0,037 Idade -0,198 -2,996 0,003 -0,143 -2,142 0,033 -0,132 -1,984 0,048 0,014 0,246 0,805 0,038 0,687 0,492 0,037 0,671 0,503 Privatização -0,212 -2,457 0,014 -0,217 -2,519 0,012 -0,049 -0,656 0,512 -0,034 -0,471 0,638 -0,047 -0,659 0,510 Hierarquia 0,156 1,807 0,071 0,164 1,909 0,057 0,150 2,042 0,041 0,130 1,845 0,065 0,131 1,875 0,061 Regulação 0,057 0,500 0,617 0,070 0,608 0,543 -0,172 -1,727 0,085 -0,167 -1,739 0,082 -0,177 -1,864 0,063 Confiança interpessoal -0,124 -1,204 0,229 -0,160 -1,555 0,120 -0,146 -1,648 0,100 -0,146 -1,690 0,091 -0,127 -1,475 0,141 Nacionalismo econômico 0,139 1,235 0,217 0,167 1,483 0,138 0,189 1,975 0,049 0,182 1,982 0,048 0,171 1,886 0,060 Autoritarismo -0,286 -2,959 0,003 -0,254 -2,636 0,009 -0,085 -1,033 0,302 -0,065 -0,811 0,418 -0,062 -0,782 0,435 Ausência de espírito público 0,066 1,776 0,076 0,065 1,749 0,081 -0,004 -0,135 0,892 0,002 0,051 0,960 -0,014 -0,466 0,641 Rouba-mas-faz -0,018 -0,205 0,838 -0,010 -0,109 0,913 0,051 0,664 0,507 0,001 0,011 0,991 -0,006 -0,079 0,937 Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade -0,062 -0,877 0,381 -0,096 -1,609 0,108 -0,071 -1,221 0,223 -0,057 -0,993 0,321 Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente 0,208 2,832 0,005 0,108 1,706 0,088 0,090 1,478 0,140 0,098 1,620 0,106 Combater a miséria e a fome 0,033 0,501 0,617 -0,006 -0,117 0,907 -0,016 -0,302 0,763 0,003 0,049 0,961 Confiável 0,322 5,696 0,000 0,237 4,184 0,000 0,222 3,949 0,000 Faz mais pelos pobres -0,048 -1,107 0,269 -0,035 -0,835 0,404 -0,037 -0,888 0,375 Honesto 0,025 0,510 0,610 0,027 0,570 0,569 0,029 0,623 0,533 Mais experiência para governar o Brasil -0,004 -0,071 0,943 -0,009 -0,162 0,871 -0,007 -0,144 0,885 Tem o melhor plano de governo 0,189 3,168 0,002 0,166 2,895 0,004 0,154 2,701 0,007 Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários 0,065 1,450 0,148 0,043 0,979 0,328 0,046 1,062 0,289 O mais preparado e competente 0,124 2,117 0,035 0,077 1,357 0,175 0,070 1,238 0,216 O que mais evita greve e bagunça -0,043 -0,919 0,358 -0,047 -1,040 0,299 -0,042 -0,932 0,352 O que mais defende gerar empregos 0,114 2,197 0,028 0,126 2,487 0,013 0,119 2,377 0,018 O que mais defende manter a inflação baixa 0,024 0,499 0,618 0,011 0,247 0,805 0,008 0,184 0,854 Gostar do PT 0,386 7,610 0,000 0,363 7,182 0,000 Avaliação do governo - principal problema -0,135 -2,375 0,018 Avaliação do governo - geral -0,087 -1,561 0,119

Page 97: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

97

Tabela 15: Correlação, R2 e R2 ajustado para cada um dos sete modelos em seus respectivos estágios.

Lula - Serra - 1 turno FH - Lula - 1998

R R2 R2 ajustado R R2 R2 ajustado

Primeiro estágio 0,158 0,025 0,022 Primeiro estágio 0,166 0,027 0,025 Segundo estágio 0,261 0,068 0,062 Segundo estágio 0,258 0,067 0,058 Terceiro estágio 0,303 0,092 0,081 Terceiro estágio 0,280 0,078 0,066 Quarto estágio 0,305 0,093 0,078 Quarto estágio 0,462 0,213 0,197 Quinto estágio 0,659 0,434 0,419 Quinto estágio 0,492 0,243 0,225 Sexto estágio 0,694 0,481 0,466 Sexto estágio 0,514 0,264 0,247

Sétimo estágio 0,701 0,492 0,477

Lula - Ciro - 1 turno Lula 98-02 versus FH 98 - Serra 02

R R2 R2 ajustado R R2 R2 ajustado

Primeiro estágio 0,142 0,020 0,018 Primeiro estágio 0,222 0,049 0,043 Segundo estágio 0,173 0,030 0,022 Segundo estágio 0,369 0,136 0,121 Terceiro estágio 0,202 0,041 0,032 Terceiro estágio 0,416 0,173 0,153 Quarto estágio 0,516 0,267 0,252 Quarto estágio 0,743 0,553 0,535 Quinto estágio 0,572 0,327 0,312 Quinto estágio 0,792 0,628 0,612 Sexto estágio 0,572 0,327 0,310 Sexto estágio 0,810 0,656 0,640

Lula - Garotinho - 1 turno

FH 98 - Lula 02 versus FH 98 - Serra 02

R R2 R2 ajustado R R2 R2 ajustado

Primeiro estágio 0,559 0,313 0,309 Primeiro estágio 0,204 0,042 0,038 Segundo estágio 0,584 0,318 0,310 Segundo estágio 0,280 0,079 0,064 Terceiro estágio 0,565 0,319 0,310 Terceiro estágio 0,310 0,096 0,078 Quarto estágio 0,660 0,436 0,421 Quarto estágio 0,603 0,363 0,341 Quinto estágio 0,667 0,445 0,428 Quinto estágio 0,658 0,434 0,413

Sexto estágio 0,669 0,447 0,425

Lula - Serra – 2 turno R R2 R2 ajustado

Primeiro estágio 0,197 0,039 0,036 Segundo estágio 0,280 0,078 0,071 Terceiro estágio 0,306 0,094 0,084 Quarto estágio 0,643 0,414 0,404 Quinto estágio 0,683 0,467 0,457 Sexto estágio 0,692 0,479 0,469

Page 98: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

98

A análise multivariada – cálculo dos efeitos de ordem zero, efeito total,

direto e indireto

O efeito de cada variável na vantagem de Lula sobre os demais

candidatos, assim como nas análises das outras vantagens, pode ser sub-

dividido em quatro efeitos distintos:

1) O efeito de ordem-zero: o beta não-padronizado da regressão bi-variada de

cada variável sobre a variável resposta estudada

2) O efeito total: o beta não-padronizado de cada variável no estágio em que

ela entra no modelo. Ou seja, na análise em estágios múltiplos as variáveis

são inseridas no modelo no estágio do bloco a que pertencem. O beta não-

padronizado que cada variável assume neste estágio é o seu efeito total

sobre a diferença de votos entre o primeiro e o segundo candidato.

3) O efeito direto: o beta não-padronizado de cada variável depois de ser

controlada por todas as demais variáveis do modelo, inclusive as que lhe

antecedem. Ou seja, é o beta não-padronizado de cada variável na

equação final depois da inclusão de todos os blocos temáticos que

apresentaram variáveis significativas na análise bi-variada. Por exemplo,

como as duas variáveis de desempenho de governo (as perguntas 17 e 18)

são as últimas que entram no modelo, seu efeito total será sempre igual ao

efeito direto.

4) O efeito indireto: é o efeito total subtraído do efeito direto. Utiliza-se o

símbolo # quando o efeito direto é significativamente próximo de zero. Isto

acontece quando a estatística t é menor do que 1. Ainda assim, utiliza-se o

efeito direto efetivamente estimado para achar o valor do efeito indireto.

Page 99: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

99

A importância de se separar os efeitos total, direto e indireto pode ser

melhor compreendida por meio de um exemplo. Tomando-se a tabela 8, nota-

se que o efeito total da variável ideológica autoritarismo (pergunta 111) sobre a

vantagem de Lula em relação a Serra no primeiro turno é de –0,242. Isto quer

dizer que quanto maior o autoritarismo, menor será a vantagem de Lula sobre

Serra. No sétimo e último estágio o efeito desta mesma variável – neste caso

seu efeito direto sobre o voto – é muito próximo de zero. No quinto estágio a

estatística t do autoritarismo já é menor do que 1. Portanto, o efeito do

autoritarismo sobre o voto é transmitido por intermédio das variáveis que lhe

sucedem no modelo de análise.

Uma comparação, na mesma tabela 9, do efeito de duas variáveis de

políticas públicas ajuda a tornar mais claro o objetivo desta análise. Controlar a

inflação e manter a estabilidade tem efeito total de –0,139 e um efeito direto

significativo de –0,144 (estatística t maior do que 1). Assim, esta variável não

só mantém, como aumenta um pouco, seu efeito direto sobre o voto. O mesmo

não pode ser dito do crescimento econômico. O seu efeito total é significativo,

mas após a inclusão das variáveis dos estágios seguintes seu efeito direto

sobre a vantagem de Lula em relação a Serra passa a ser insignificante.

Portanto, é possível afirmar que o efeito desta variável sobre o voto é

transmitido por meio das variáveis que lhe sucedem no modelo.

Assim, nas tabelas 8 a 14 o efeito direto de cada variável será o beta

não-padronizado do modelo completo, isto é, da equação do último estágio e o

efeito total o beta não-padornizado do estágio em que a respectiva variável

entra no modelo.

Page 100: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

100

Formalização dos efeitos de ordem-zero, total, direto e indireto Sejam:

iV = comportamento de voto (1=Lula; -1 = outro)

sX = s-ésima variável explicativa; Zs ,...,1= , Z é o número de variáveis explicativas; S = é o número de variáveis explicativas até o estágio s;

1. Efeito de ordem zero da a s-ésima variável explicativa:

sisssi XaaV ε++= 0

sa = efeito de ordem zero de sX 2. Efeito total para a s-ésima variável explicativa:

Tsis

Ts

S

jjj

Tsi XaXaaV ε+++= ∑

=

1

10

Tsa = efeito total de sX

3. Efeito direto para a s-ésima variável explicativa:

Dsi

Z

Sjj

Djs

Ds

S

jj

Dj

Dsi XaXaXaaV ε+++++= ∑∑

+=

= 1

1

10

Dsa = efeito direto de sX

4. Efeito indireto da s-ésima variável explicativa: D

sTs

Is aaa −= = efeito indireto de sX

Page 101: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

101

Cálculo da contribuição de cada variável explicativa para a vantagem de Lula sobre seus adversários, de Fernando Henrique sobre Lula em 1998, e na comparação dos votos de 1998 e 2002

O efeito que cada variável tem sobre o resultado agregado da eleição,

isto é, sobre a vantagem de um candidato em relação ao outro, é obtido

multiplicando-se o efeito total de cada variável pelo grau que o valor desta

variável favorece ou o candidato primeiro ou o segundo colocado. Por exemplo,

o eleitorado brasileiro é mais desfavorável do que favorável ao controle

particular das empresas (variável privatização). Isto é expresso pelo sinal

negativo desta variável na coluna “média corrigida” da tabela 16. Portanto, se

em uma variação possível máxima de –1 até +1 a variável privatização assume

o valor –0,438; e se quanto mais a favor da privatização menor a vantagem

eleitoral de Lula (é o efeito total –0,225 desta variável), então a distribuição da

variável privatização no eleitorado ajuda Lula a ampliar sua vantagem eleitoral

em relação a Serra. A análise estatística já havia demonstrado o efeito

significativo da variável privatização na variável resposta Lula versus Serra no

primeiro turno.

Quando se faz uma regressão de uma determinada variável sobre todas

as que lhe antecedem no modelo, no caso da privatização ele foi regredida

sobre quatro variáveis: religiosidade, idade, filiado a sindicato na família ou em

casa e população economicamente ativa, está se computando apenas o efeito

desta variável (privatização) na vantagem de Lula sobre Serra que ainda não

pode ser atribuído - no estágio em que a variável entra no modelo – ao valor

médio das variáveis precedentes. A interseção desta regressão é a média

corrigida da distribuição da variável analisada (privatização) junto ao eleitorado.

Page 102: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

102

Em cada uma das sete análises a média de cada variável no eleitorado é

calculada apenas para aqueles que efetivamente votaram nos dois candidatos

da variável dependente. Assim, a média corrigida da variável privatização (na

tabela 16) é obtida apenas para o eleitorado que votou no primeiro turno em

Lula ou Serra, e assim sucessivamente para as análises subseqüentes.

É comum que a média não corrigida seja maior do que a média

corrigida. Isto acontece porque parte do efeito daquela variável pode ser

atribuído às variáveis que lhe antecedem. Por exemplo, se a média da

distribuição de uma variável no eleitorado for 0,567 e a sua média corrigida for

0,283 pode-se afirmar que metade de seu favorecimento a Lula pode ser

atribuído às variáveis antecedentes no modelo de estágios múltiplos. A média

corrigida, portanto, evita esta distorção.

As tabelas 16 a 22 apresentam a principal conclusão da análise da

opinião pública na eleição de 2002. Na primeira coluna as variáveis estão

ordenadas da maior influência positiva para a maior influência negativa na

vantagem de um candidato sobre outro (ou de um tipo de voto sobre outro no

caso da comparação entre as eleições de 1998 e 2002). Estes valores se

encontram na coluna “efeito total x média corrigida” que expressa a

contribuição de cada variável para a vantagem de um candidato sobre o outro.

Esta é a coluna mais importante de cada uma das tabelas 16 a 22. Assim, a

variável que teve o maior peso na vantagem de Lula sobre Serra no primeiro

turno da eleição de 2002 foi a imagem pessoal de Lula quanto a sua

confiabilidade (0,240). Em segundo lugar foi a variável privatização (0,099), e

assim por diante. Os valores negativos na coluna “efeito total x média corrigida”

indicam que aquelas variáveis contribuíram para diminuir a vantagem de Lula

Page 103: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

103

sobre Serra no primeiro turno. As variáveis cujos valores ficaram em torno de

zero não deram, do ponto de vista prático, nenhuma contribuição para a vitória

de Lula.

Formalização da importância explicativa de cada variável

5. Contribuição da s-ésima variável explicativa para a vitória:

1,0 −= sTss aaπ

Onde a0,s-1 é a constante da regressão que precede à introdução da

variável Xs no modelo, isto é, a regressão que inclui como explicativas apenas as variáveis que precedem Xs na hierarquia causal do modelo.

Cálculo da importância preditiva de cada variável explicativa

A última coluna das tabelas 16 a 22 apresenta a importância preditiva de

cada variável no respectivo modelo. Por exemplo, a importância preditiva da

privatização na explicação da vantagem de Lula sobre Serra no primeiro turno

é 0,103. As variável que apresentam importância preditiva próxima de zero,

ainda que venham a ter um peso grande na explicação do voto, não são úteis

para prever a vantagem de um candidato sobre outro. É importante diferenciar

a contribuição de cada variável para a explicação do voto de sua importância

para a previsão da escolha do eleitor (matriz 1).

Page 104: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

104

Matriz 1: Importância explicativa e importância preditiva

Importância preditiva

alta (distante de zero)

baixa (próxima de zero)

alta (distante de zero)

A variável é importante tanto para explicar a

vantagem de um candidato sobre outro quanto para prever a

escolha do eleitor

A variável é importante para explicar a vantagem de um candidato sobre

outro, mas não é importante para prever a

escolha do eleitor Importância

explicativa

baixa (próxima de zero)

A variável é importante para prever a escolha do

eleitor, mas não é importante para explicar

a vantagem de um candidato sobre outro

A variável não é importante nem para

explicar a vantagem de um candidato sobre outro nem para prever a escolha

do eleitor

Com exemplos do primeiro quadrante da matriz 1, a tabela 16 mostra

que as duas primeiras variáveis (“confiável” e “privatização”) são duplamente

importantes: têm um peso grande para explicar a vantagem de Lula sobre

Serra no primeiro turno e também para prever a escolha do eleitor. Na tabela

16 não há exemplos de variáveis que tenham um elevado poder explicativo,

mas baixo poder preditivo (segundo quadrante da matriz). As variáveis “anti-

fatalismo” e “preferência partidária” estão no terceiro quadrante da matriz 1:

ambas têm importância preditiva elevada, mas pouca importância quando se

trata de explicar a vantagem eleitoral de Lula. No quarto e último quadrante da

matriz estão as variáveis “o que mais defende manter a inflação baixa” e

“confiança interpessoal”. Ambas, apesar de importantes nas regressões bi-

variadas, não têm nem importância explicativa nem preditiva no modelo

multivariado em estágios múltiplos.

Page 105: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

105

A importância preditiva de cada variável é obtida multiplicando-se seu

“efeito total” pelo desvio padrão dos resíduos obtidos quando se regride esta

variável sobre todas as que lhe antecedem, e dividindo-se este resultado pelo

desvio padrão do voto. Mais uma vez, todos os valores obtidos correspondem

ao voto de cada uma das respectivas variáveis resposta, modelo 1: Lula x

Serra no primeiro turno, modelo 2: Lula x Garotinho no primeiro turno, e assim

sucessivamente. Por exemplo, a importância preditiva da privatização é igual a

0,42142 (desvio padrão dos resíduos) vezes –0,225 (efeito total) dividido por

0,92192 (desvio padrão do voto Lula x Serra no primeiro turno). Toma-se o

valor absoluto de cada resultado.

Formalização da importância preditiva de cada variável

Sejam: iV = comportamento de voto (1=Lula; -1 = outro)

sX = s-ésima variável explicativa; Zs ,...,1= , Z é o número de variáveis explicativas;

S = é o número de variáveis explicativas até o estágio s;

6. Importância preditiva da s-ésima variável explicativa:

6.1. Removendo efeitos das variáveis antecedentes:

isssss eXXX ,1...1.11110 ˆˆ...ˆˆ −−− ++++= ααα 6.2. Cômputo do desvio padrão dos resíduos:

Sn

eS

n

iiss

XXX ss −=∑=

1

2,1...1.

....

ˆ

11

Onde S é o número de parâmetros na regressão em 6.1 e também o número de variáveis explicativas até o estágio S do modelo.

6.3. Cálculo do coeficiente padronizado (importância preditiva):

V

XXXTs

s SSa

P ss 11....ˆ −=

Page 106: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

106

onde n

VVS

n

ii

V

∑=

−= 1

2)(

Page 107: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

107

Tabela 16: Explicação e previsão da vantagem de Lula sobre Serra no primeiro turno

Beta não-padronizado da regressão

bi-variada

Beta não-padronizado no estágio em que a

variável entra no modelo

Beta não-padronizado no

modelo final

Efeito total menos efeito

direto

Valor da constante quando a variável é

regredida contra todas as que lhe antecedem

Contribuição para a vantagem de Lula sobre

Serra no 1o. Turno

Efeito de

ordem-zero Efeito total Efeito direto Efeito indireto Média corrigida

Importância explicativa (efeito total x média

corrigida) Importância

preditiva

Confiável 0,683 0,402 0,331 0,071 0,596 0,240 0,299 Privatização -0,159 -0,225 -0,103 -0,122 -0,438 0,099 0,103 Tem o melhor plano de governo 0,570 0,157 0,092 0,065 0,506 0,080 0,123 O que mais defende gerar empregos 0,473 0,113 0,138 -0,024 0,637 0,072 0,084 Regulação 0,164 0,224 # 0,255 0,249 0,056 0,086 Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade -0,227 -0,139 -0,144 0,005 -0,357 0,050 0,088 O mais preparado e competente 0,526 0,124 0,083 0,041 0,338 0,042 0,107 Avaliação do governo - principal problema -0,422 -0,068 -0,068 0,000 -0,315 0,021 0,041 Mais experiência para governar o Brasil 0,430 0,085 0,076 0,009 0,224 0,019 0,073 Honesto 0,405 0,048 # 0,018 0,296 0,014 0,045 Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários 0,414 0,025 # 0,022 0,509 0,013 0,023 Autoritarismo -0,337 -0,242 # -0,244 -0,040 0,010 0,100 Combater a corrupção -0,067 -0,040 -0,077 0,037 -0,242 0,010 0,031 Melhorar a saúde pública 0,081 0,026 # 0,005 0,310 0,008 0,019 Melhorar a segurança pública -0,125 -0,070 -0,050 -0,021 -0,102 0,007 0,052 Gostar do PT 0,734 0,348 0,327 0,021 0,013 0,004 0,202 O que mais evita greve e bagunça 0,265 -0,012 # -0,003 -0,261 0,003 0,011 O que mais defende manter a inflação baixa 0,395 0,001 -0,040 0,041 0,366 0,000 0,001 Combater a miséria e a fome 0,127 0,025 # 0,066 0,008 0,000 0,016 Avaliação do governo - geral -0,431 -0,117 -0,117 0,000 0,002 0,000 0,077 Confiança interpessoal -0,130 -0,027 -0,099 0,072 0,078 -0,002 0,011 Esteve sem emprego -0,059 0,046 # 0,035 -0,095 -0,004 0,039 Faz mais pelos pobres 0,329 -0,048 -0,046 -0,002 0,405 -0,020 0,045 Anti-fatalismo 0,150 0,161 0,098 0,063 -0,134 -0,022 0,117 Avaliação das instituições -0,209 -0,153 # -0,137 0,171 -0,026 0,058

Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente 0,203 0,078 # 0,099 -0,362 -0,028 0,046

Page 108: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

108

Tabela 17: Explicação e previsão da vantagem de Lula sobre Garotinho no primeiro turno

Beta não-padronizado da regressão bi-

variada

Beta não-padronizado no estágio em que a

variável entra no modelo

Beta não-padronizado no

modelo final

Efeito total menos

efeito direto

Valor da constante quando a variável é

regredida em todas as que lhe antecedem

Contribuição para a vantagem de Lula sobre Garotinho no 1o. Turno

Efeito de

ordem-zero Efeito total Efeito direto Efeito

indireto Média corrigida

Importância explicativa (efeito total x média

corrigida) Importância

preditiva

Confiável 0,559 0,328 0,300 0,028 0,492 0,161 0,238 O que mais defende gerar empregos 0,330 0,093 0,120 -0,027 0,551 0,051 0,071 Tem o melhor plano de governo 0,399 0,074 0,073 0,000 0,505 0,037 0,061 Privatização -0,131 -0,028 # -0,064 -0,400 0,011 0,015 Melhorar a saúde pública 0,082 0,041 # 0,027 0,240 0,010 0,034 Honesto 0,271 0,061 0,050 0,011 0,125 0,008 0,065 O mais preparado e competente 0,331 0,028 # 0,016 0,222 0,006 0,027 O que mais evita greve e bagunça 0,177 -0,011 # 0,006 -0,417 0,005 0,012 Gostar do PT 0,465 0,129 0,129 0,000 0,026 0,003 0,088 Avaliação das instituições 0,155 0,019 # -0,029 0,131 0,002 0,008 O que mais defende manter a inflação baixa 0,229 0,008 # 0,013 0,228 0,002 0,008 Confiança interpessoal 0,145 0,051 -0,009 0,060 0,031 0,002 0,022 Mais experiência para governar o Brasil 0,266 -0,002 # 0,001 0,066 0,000 0,002 Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários 0,271 -0,006 # 0,021 0,509 -0,003 0,006 Anti-fatalismo 0,109 0,028 0,035 -0,007 -0,387 -0,011 0,024 Faz mais pelos pobres 0,229 -0,080 -0,086 0,006 0,181 -0,015 0,081

Censura -0,217 -0,089 # -0,066 0,362 -0,032 0,058

Page 109: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

109

Tabela 18: Explicação e previsão da vantagem de Lula sobre Ciro no primeiro turno

Beta não-padronizado da regressão

bi-variada

Beta não-padronizado no estágio em que a

variável entra no modelo

Beta não-padronizado no

modelo final

Efeito total menos efeito

direto

Valor da constante quando a variável é

regredida em todas as que lhe antecedem

Contribuição para a vantagem de Lula sobre

Ciro no 1o. Turno

Efeito de

ordem-zero Efeito total Efeito direto Efeito

indireto Média corrigida

Importância explicativa (efeito total x média

corrigida) Importância

preditiva

Confiável 0,492 0,322 0,299 0,023 0,695 0,224 0,262 Tem o melhor plano de governo 0,365 0,203 0,160 0,043 0,538 0,109 0,182 O que mais defende gerar empregos 0,280 0,153 0,171 -0,018 0,643 0,098 0,125 Privatização -0,179 -0,128 # -0,082 -0,413 0,053 0,072 O mais preparado e competente 0,310 0,072 0,046 0,026 0,386 0,028 0,075 Mais experiência para governar o Brasil 0,260 0,053 # 0,003 0,253 0,013 0,057 Gostar do PT 0,454 0,280 0,280 0,000 0,047 0,013 0,210 Honesto 0,229 0,033 # 0,026 0,271 0,009 0,039 Avaliação das instituições 0,127 0,058 # 0,004 0,154 0,009 0,027 Regulação 0,153 0,024 # 0,060 0,276 0,007 0,011 O que mais evita greve e bagunça 0,147 -0,007 # -0,011 -0,188 0,001 0,008 Avaliação do governo - geral -0,078 -0,010 # 0,000 -0,098 0,001 0,008 Faz mais pelos pobres 0,227 0,001 # 0,022 0,300 0,000 0,001 Anti-fatalismo -0,059 0,028 # 0,001 -0,183 -0,005 0,025 Avaliação do governo - principal problema -0,100 0,018 # 0,000 -0,313 -0,006 0,013 Confiança interpessoal -0,121 -0,118 -0,151 0,033 0,093 -0,011 0,060 O que mais defende manter a inflação baixa 0,172 -0,090 -0,096 0,007 0,217 -0,019 0,095 Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários 0,169 -0,044 -0,052 0,007 0,619 -0,027 0,045

Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente 0,071 0,138 0,086 0,052 -0,259 -0,036 0,107

Page 110: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

110

Tabela 19: Explicação e previsão da vantagem de Lula sobre Serra no segundo turno

Beta não-padronizado da regressão

bi-variada

Beta não-padronizado no estágio em que a

variável entra no modelo

Beta não-padronizado

no modelo final

Efeito total menos efeito

direto

Valor da constante quando a variável é

regredida em todas as que lhe antecedem

Contribuição para a vantagem de Lula sobre Serra no 2o.

Turno

Efeito de

ordem-zero Efeito total Efeito direto Efeito

indireto Média corrigida

Importância explicativa (efeito total x média

corrigida) Importância

preditiva

Confiável 0,671 0,455 0,371 0,083 0,376 0,171 0,364 Privatização -0,163 -0,193 # -0,160 -0,405 0,078 0,087 Tem o melhor plano de governo 0,549 0,121 0,100 0,021 0,336 0,041 0,100 Avaliação do governo - principal problema -0,390 -0,083 -0,083 0,000 -0,280 0,023 0,051 O mais preparado e competente 0,531 0,149 0,092 0,057 0,152 0,023 0,131 Regulação 0,144 0,078 -0,081 0,158 0,244 0,019 0,028 O que mais evita greve e bagunça 0,273 -0,046 -0,052 0,005 -0,389 0,018 0,040 Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários 0,393 0,041 # 0,027 0,351 0,014 0,038 Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade -0,161 -0,033 # 0,028 -0,357 0,012 0,021 Autoritarismo -0,398 -0,310 -0,079 -0,231 -0,036 0,011 0,127 Melhorar a saúde pública 0,069 0,032 # 0,042 0,324 0,010 0,023 O que mais defende manter a inflação baixa 0,394 0,044 # 0,028 0,145 0,006 0,040 O que mais defende gerar empregos 0,431 0,013 0,032 -0,019 0,466 0,006 0,011 Clientelismo 0,052 0,053 0,045 0,008 0,117 0,006 0,044 Avaliação do governo - geral -0,402 -0,117 -0,117 0,000 -0,033 0,004 0,077 Melhorar a segurança pública -0,118 -0,040 -0,061 0,021 -0,089 0,004 0,030 Mais experiência para governar o Brasil 0,455 0,050 0,057 -0,006 0,059 0,003 0,044 Combater a miséria e a fome 0,094 0,059 0,037 0,022 0,042 0,002 0,038 Confiança interpessoal -0,133 0,026 -0,075 0,101 0,078 0,002 0,010 Honesto 0,396 0,013 # 0,011 0,078 0,001 0,012 Gostar do PT 0,699 0,339 0,319 0,019 0,001 0,000 0,206 Faz mais pelos pobres 0,333 -0,057 -0,062 0,005 0,177 -0,010 0,053 Anti-fatalismo 0,101 0,118 0,042 0,076 -0,097 -0,011 0,084 Nacionalismo econômico 0,135 0,169 0,098 0,071 -0,095 -0,016 0,062 Avaliação das instituições -0,172 -0,129 # -0,079 0,157 -0,020 0,048

Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente 0,188 0,140 # 0,111 -0,376 -0,053 0,083

Page 111: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

111

Tabela 20: Explicação e previsão da vantagem de FH sobre Lula na eleição de 1998

Beta não-padronizado da regressão bi-

variada

Beta não-padronizado no estágio em que a

variável entra no modelo

Beta não-padronizado

no modelo final

Efeito total menos efeito

direto

Valor da constante quando a variável é

regredida em todas as que lhe antecedem

Contribuição para a vantagem de FH

sobre Lula em 1998

Efeito de

ordem-zero Efeito total Efeito direto Efeito indireto Média corrigida

Importância explicativa (efeito total

x média corrigida) Importância

preditiva

Confiável -0,429 -0,161 -0,094 -0,066 -0,406 0,065 0,131 Censura 0,178 0,095 0,056 0,039 0,378 0,036 0,051 Avaliação das instituições 0,306 0,236 0,085 0,151 0,132 0,031 0,087 Privatização 0,113 0,213 0,074 0,139 0,060 0,013 0,099 Satisfação com os serviços públicos 0,175 0,053 0,085 -0,032 0,212 0,011 0,022 O que mais defende manter a inflação baixa -0,264 0,022 0,045 -0,023 0,347 0,008 0,020 Anti-fatalismo -0,118 -0,013 # -0,026 -0,286 0,004 0,010 Autoritarismo 0,368 0,218 # 0,183 0,014 0,003 0,092 Gerar mais empregos -0,174 -0,095 # -0,044 0,002 0,000 0,053 Clientelismo -0,096 -0,002 # 0,014 0,141 0,000 0,002 Avaliação do governo - principal problema 0,362 0,038 # 0,000 -0,025 -0,001 0,024 Tem o melhor plano de governo -0,384 -0,033 # -0,011 0,041 -0,001 0,027 Mais experiência para governar o Brasil -0,322 -0,049 -0,038 -0,010 0,040 -0,002 0,044 Honesto -0,306 -0,022 # -0,023 0,158 -0,004 0,021 O que mais evita greve e bagunça -0,242 -0,034 -0,038 0,004 0,133 -0,005 0,030 Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários -0,284 -0,021 # -0,008 0,291 -0,006 0,019 O que mais defende gerar empregos -0,283 0,024 0,045 -0,021 -0,431 -0,010 0,020 Faz mais pelos pobres -0,274 -0,029 -0,037 0,008 0,367 -0,011 0,027 Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente -0,134 -0,028 # -0,053 0,505 -0,014 0,017 Melhorar a segurança pública 0,116 0,061 0,074 -0,013 -0,298 -0,018 0,045 Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade 0,195 0,083 # 0,045 -0,312 -0,026 0,053 Rouba-mas-faz 0,243 0,135 0,121 0,014 -0,245 -0,033 0,062 Patrimonialismo 0,091 0,117 0,071 0,046 -0,392 -0,046 0,064 Gostar do PT -0,541 -0,281 -0,261 -0,019 0,175 -0,049 0,175 Avaliação do governo - geral 0,402 0,204 0,204 0,000 -0,274 -0,056 0,136

O mais preparado e competente -0,415 -0,204 -0,156 -0,047 0,324 -0,066 0,180

Page 112: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

112

Tabela 21: Explicação e previsão da vantagem do voto Lula 98-02 sobre FH 98 Serra-02

Beta não-padronizado da regressão

bi-variada

Beta não-padronizado no estágio em que a

variável entra no modelo

Beta não-padronizado no

modelo final

Efeito total menos efeito

direto

Valor da constante quando a variável é

regredida em todas as que lhe antecedem

Contribuição para a vantagem do voto

Lula 98-02 sobre Fh 98 - Serra 02

Efeito de

ordem-zero Efeito total Efeito direto Efeito indireto Média corrigida

Importância explicativa (efeito

total x média corrigida)

Importância preditiva

Privatização -0,218 -0,452 -0,111 -0,341 -0,430 0,194 0,189 Confiável 0,830 0,340 0,145 0,195 0,408 0,139 0,253 Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade -0,362 -0,243 -0,118 -0,126 -0,313 0,076 0,141 O mais preparado e competente 0,755 0,368 0,309 0,059 0,159 0,058 0,299 Avaliação do governo - principal problema -0,676 -0,135 -0,135 0,000 -0,247 0,033 0,076 Tem o melhor plano de governo 0,764 0,092 # 0,039 0,316 0,029 0,071 Autoritarismo -0,578 -0,424 # -0,410 -0,045 0,019 0,160 Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários 0,563 0,057 # 0,027 0,233 0,013 0,048 Melhorar a segurança pública -0,213 -0,155 -0,102 -0,053 -0,083 0,013 0,108 O que mais evita greve e bagunça 0,391 -0,025 -0,038 0,013 -0,389 0,010 0,021 Rouba-mas-faz -0,224 -0,030 0,065 -0,095 -0,275 0,008 0,012 Mais experiência para governar o Brasil 0,588 0,034 # 0,026 0,198 0,007 0,028 O que mais defende manter a inflação baixa 0,573 0,083 # 0,055 0,079 0,007 0,069 Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente 0,267 -0,014 -0,057 0,043 -0,427 0,006 0,008 Clientelismo 0,113 0,035 0,065 -0,030 0,128 0,004 0,027 Combater a miséria e a fome 0,179 0,057 -0,048 0,105 0,026 0,001 0,033 Honesto 0,556 0,000 # 0,003 0,112 0,000 0,000 O que mais defende gerar empregos 0,602 0,000 # 0,028 0,334 0,000 0,000 Censura -0,231 -0,030 -0,090 0,060 0,221 -0,007 0,015 Faz mais pelos pobres 0,450 -0,055 -0,055 0,000 0,301 -0,017 0,048 Gostar do PT 0,955 0,534 0,501 0,034 -0,045 -0,024 0,282 Avaliação do governo - geral -0,685 -0,203 -0,203 0,000 0,120 -0,024 0,120 Anti-fatalismo 0,231 0,187 0,076 0,111 -0,134 -0,025 0,119

Avaliação das instituições -0,476 -0,321 # -0,275 0,184 -0,059 0,105

Page 113: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

113

Tabela 22: Explicação e previsão da vantagem do voto FH-98 - Lula -02 sobre FH 98 Serra-02

Beta não-padronizado da regressão bi-

variada

Beta não-padronizado no estágio em que a

variável entra no modelo

Beta não-padronizado

no modelo final

Efeito total menos

efeito direto

Valor da constante quando a variável é regredida em

todas as que lhe antecedem

Contribuição para a vantagem do voto FH 98 - Lula 02 sobre Fh

98 - Serra 02

Efeito de

ordem-zero Efeito total Efeito direto Efeito

indireto Média corrigida

Importância explicativa (efeito

total x média corrigida)

Importância preditiva

Confiável 0,642 0,322 0,222 0,100 0,331 0,107 0,247 Privatização -0,292 -0,212 # -0,166 -0,421 0,089 0,090 Tem o melhor plano de governo 0,570 0,189 0,154 0,035 0,196 0,037 0,154 O que mais defende gerar empregos 0,470 0,114 0,119 -0,005 0,324 0,037 0,091 Hierarquia 0,266 0,156 0,131 0,025 0,134 0,021 0,066 O que mais evita greve e bagunça 0,307 -0,043 # -0,001 -0,438 0,019 0,033 Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários 0,419 0,065 0,046 0,019 0,289 0,019 0,057 Avaliação do governo - principal problema -0,410 -0,135 -0,135 0,000 -0,109 0,015 0,082 Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade -0,159 -0,062 # -0,004 -0,237 0,015 0,037 Regulação 0,302 0,057 -0,177 0,234 0,244 0,014 0,019 Rouba-mas-faz 0,176 -0,018 # -0,012 -0,216 0,004 0,008 Ausência de espírito público 0,093 0,066 # 0,081 0,056 0,004 0,065 Combater a miséria e a fome 0,133 0,033 # 0,030 0,023 0,001 0,020 Honesto 0,420 0,025 # -0,004 0,027 0,001 0,022 Mais experiência para governar o Brasil 0,447 -0,004 # 0,004 -0,063 0,000 0,003 O que mais defende manter a inflação baixa 0,433 0,024 # 0,016 -0,006 0,000 0,020 O mais preparado e competente 0,517 0,124 0,070 0,054 -0,022 -0,003 0,102 Autoritarismo -0,234 -0,286 # -0,224 0,023 -0,006 0,107 Confiança interpessoal -0,292 -0,124 -0,127 0,003 0,079 -0,010 0,044 Faz mais pelos pobres 0,316 -0,048 # -0,011 0,225 -0,011 0,042 Nacionalismo econômico 0,278 0,139 0,171 -0,032 -0,087 -0,012 0,046 Avaliação do governo - geral -0,390 -0,087 -0,087 0,000 0,252 -0,022 0,054 Gostar do PT 0,738 0,386 0,363 0,023 -0,060 -0,023 0,225

Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente 0,156 0,208 0,098 0,110 -0,432 -0,090 0,112

Page 114: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

114

Cálculo da contribuição de cada bloco de variáveis independentes para a vantagem de Lula sobre seus adversários, de Fernando Henrique sobre

Lula em 1998, e na comparação dos votos de 1998 e 2002

A grande quantidade de variáveis independentes tende a “esconder” o

impacto de cada bloco de variáveis. Como o objetivo se evitar este problema

estimou-se a importância explicativa de cada bloco de variáveis para os sete

modelos. Este número é obtido pela simples soma da importância explicativa

de cada variável que pertence ao respectivo bloco. Assim, para se saber qual a

importância explicativa da ideologia na vantagem de Lula sobre Serra no

primeiro turno basta somar os valores da importância explicativa de cada

variável que pertence ao bloco ideologia.

Cálculo da importância preditiva de cada bloco de variáveis explicativas

O cálculo da importância preditiva de cada bloco de variáveis é menos

direto do que o cálculo da importância explicativa. Para se obter a importância

preditiva por bloco é variáveis é preciso:

1 – Gerar novas variáveis que serão, para cada variável explicativa, os

resíduos da regressão da respectiva variável explicativa sobre todas as

variáveis que lhe antecedem no estágio múltiplo. Assim, cada variável de

ideologia é regredida sobre as variáveis socioeconômicas que lhe antecedem.

Da mesma forma, cada variável de política pública é regredida sobre as

variáveis socioeconômicas e de ideologia que lhe antecedem, e assim por

diante.

2 – Obter para cada bloco de variáveis a combinação linear da nova variável

resíduo multiplicada pelo seu efeito total na vantagem entre dois candidatos.

Page 115: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

115

Por exemplo, para as variáveis de ideologia é gerada um nova “variável bloco”

que é a combinação linear dos resíduos vezes o efeito total de cada variável

ideológica.

3 – Regredir o voto contra cada nova “variável bloco” (blocos de variáveis:

ideologia, políticas públicas, situação da economia, características dos

candidatos, preferência partidária e desempenho do governo).A importância

preditiva de cada bloco será o coeficiente beta padronizado desta regressão.

A tabela 23 apresenta, para os sete modelos, as importâncias explicativa

e preditiva de cada bloco de variáveis.

Formalização da importância preditiva de cada bloco de variáveis

7.1. Criando variável de bloco do grupo h (combinação linear dos resíduos produzidos em 6.1)

ihk

Thkih

Thhi aaZ ,,11 ˆ...ˆ εε ++=

Onde ihkih ,,1 ˆ,...,ˆ εε são os resíduos correspondentes às variáveis explicativas que entram no grupo h.

7.2 Regredindo contra hiZ hihhi ZV εθθ ˆˆˆ

0 ++=

V

Zhh S

Sh

θθ

ˆˆ* = = coeficiente padronizado ou poder preditivo

incremental do grupo h.

Page 116: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

116

Tabela 23: Importância explicativa e preditiva de cada bloco de variáveis

para os sete modelos

Lula - Serra - 1 turno FH - Lula - 1998

Bloco Importância explicativa

Importância preditiva Bloco

Importância explicativa

Importância preditiva

Ideologia 0,114 0,208 Ideologia 0,019 0,183 Políticas públicas 0,046 0,153 Políticas públicas -0,058 0,108 Situação da economia -0,004 0,059 Características dos candidatos -0,031 0,367 Características dos candidatos 0,463 0,584 Preferência partidária -0,049 0,173 Preferência partidária 0,004 0,205 Desempenho do governo -0,057 0,148

Desempenho do governo 0,041 0,105 Lula - Ciro - 1 turno Lula 98-02 vs. FH 98-Serra 02

Bloco Importância explicativa

Importância preditiva Bloco

Importância explicativa

Importância preditiva

Ideologia 0,052 0,083 Ideologia 0,135 0,295 Políticas públicas -0,036 0,104 Políticas públicas 0,097 0,191 Características dos candidatos 0,436 0,475 Características dos candidatos 0,246 0,707 Preferência partidária 0,013 0,204 Preferência partidária -0,024 0,277 Desempenho do governo -0,005 0,011 Desempenho do governo 0,009 0,168 Lula - Garotinho - 1 turno FH 98-Lula 02 vs. FH 98-Serra 02

Bloco Importância explicativa

Importância preditiva Bloco

Importância explicativa

Importância preditiva

Ideologia -0,028 0,073 Ideologia 0,104 0,193 Políticas públicas 0,010 0,035 Políticas públicas -0,074 0,132 Características dos candidatos 0,252 0,342 Características dos candidatos 0,206 0,517 Preferência partidária 0,003 0,091 Preferência partidária -0,023 0,221

Desempenho do governo -0,007 0,117 Lula - Serra - 1 turno

Bloco Importância explicativa

Importância preditiva

Ideologia 0,069 0,199 Políticas públicas -0,025 0,123 Características dos candidatos 0,273 0,566 Preferência partidária 0,000 0,205 Desempenho do governo 0,027 0,111

Page 117: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

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O questionário do Estudo Eleitoral Brasileiro (ESEB)

ESTRATO ESTADO MUNICÍPIO Nº DE ORDEM

DISTRITO

SUBDISTRITO

SETOR CENSITÁRIO

DOM. SORTEADO

DATA: CEP: - HORÁRIO DE INÍCIO: VERSÃO DO QUESTIONÁRIO: 1 Para começar, eu gostaria de falar sobre a importância da sua participação nessa pesquisa. Sabemos que muitas coisas têm que melhorar no Brasil, por isso é importante que o(a) Sr(a) participe dando suas opiniões e idéias. Só com a colaboração das pessoas será possível conhecer melhor as diferentes regiões do país e suas necessidades. Esta pesquisa é realizada a cada quatro anos e neste ano o(a) Sr(a) está entre os 2000 brasileiros selecionados. Ao final da entrevista todos os entrevistados receberão um brinde-surpresa. Suas opiniões serão utilizadas apenas para fins dessa pesquisa e garantimos que não haverá nenhum tipo de identificação individual dos entrevistados.

Vou ler uma lista de coisas que as pessoas costumam fazer durante as eleições e gostaria de saber se o(a) Sr(a) fez alguma destas atividades nessa eleição.

1) Durante a campanha eleitoral o(a) Sr(a) tentou convencer alguém a votar em algum

candidato ou partido? (Se sim) Com que freqüência: muitas vezes, algumas ou poucas vezes?

(ESTIMULADA E ÚNICA) 4 Muitas vezes 3 Algumas vezes 2 Poucas vezes 1 Não 55 Não lembra 77 NS 99 NR

:

Page 118: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

118

2) Durante as eleições o(a) Sr(a) mostrou seu apoio a algum candidato ou partido

participando de reuniões, colando cartazes ou distribuindo panfletos? (Se sim) Com que freqüência: muitas vezes, algumas ou poucas vezes? (ESTIMULADA E ÚNICA)

4 Muitas vezes 3 Algumas vezes 2 Poucas vezes 1 Não 55 Não lembra 77 NS 99 NR 3) E o(a) Sr(a) colocou faixas ou cartazes de algum candidato em sua casa, no trabalho,

ou colou adesivo no carro? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Sim 0 Não 55 Não lembra 77 NS 99 NR 4) Durante a campanha eleitoral um candidato ou uma pessoa de qualquer partido entrou em contato

com o(a) Sr(a) para pedir o seu voto? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Sim 0 Não 55 Não lembra 77 NS 99 NR 5) O(a) Sr(a) tem título de eleitor? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: Pessoas que perderam o título entram como opção sim) 1 Sim 0 Não (pule p/ 16) 77 NS 99 NR 6) O(a) Sr(a) votou nesta eleição? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: Se a pessoa responder que não votou perguntar o motivo e marcar a alternativa correta) 1 Sim 2 Não, maior de 70 anos (pule p/16) 3 Não, 16 e 17 anos (pule p/ 16) 4 Não votei por opção (pule p/16) 5 Não, justificou o voto nos dois turnos (pule p/ 16) 77 NS 88 NA 99 NR

7) Em quem o(a) Sr(a) votou para presidente no primeiro turno, em Lula, Ciro Gomes, José Serra, ou

Garotinho? (ESTIMULADA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: Alternar a ordem de leitura dos nomes dos candidatos a cada questionário aplicado) 1 Lula 2 Ciro Gomes 3 José Serra 4 Garotinho 66 Outro: _____________ 7 Justificou o voto 8 Voto nulo 9 Voto em branco 55 Não lembra 77 NS 88 NA 99 NR 8) E no segundo turno, em quem o(a) Sr(a) votou: Lula ou José Serra? (ESTIMULADA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: Alternar a ordem de leitura dos nomes dos candidatos a cada questionário aplicado) 1 Lula 2 José Serra 7 Justificou o voto 8 Voto nulo 9 Voto em branco 55 Não lembra 77 NS 88 NA 99 NR 9) Em quem o(a) Sr(a) votou para governador no primeiro turno nessa eleição ... (seguido dos nomes

dos candidatos a governador do respectivo Estado)

10) (Em caso de ter ocorrido segundo turno) Em quem o(a) Sr(a) votou para governador no segundo turno nessa eleição ... (seguido dos nomes dos candidatos a governador no segundo turno do respectivo Estado). Em caso de ter havido segundo turno: 88 Não houve segundo turno

11) Em quem o(a) Sr(a) votou para senador nessa eleição ... (seguido dos nomes dos candidatos a

senador do respectivo Estado) 12) O(A) Sr(a) podia votar em dois candidatos diferentes, em quem mais o(a) Sr(a) votou para senador ...

(seguido dos nomes dos candidatos a senador do respectivo Estado)

Page 119: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

119

13) Em quem o(a) Sr(a) votou para DEPUTADO FEDERAL? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) _______________________________________________________ 7 Justificou o voto 8 Voto nulo 9 Voto em branco 55 Não lembra 77 NS 88 NA 99 NR 14) E para DEPUTADO ESTADUAL? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) _______________________________________________________ 7 Justificou o voto 8 Voto nulo 9 Voto em branco 55 Não lembra 77 NS 88 NA 99 NR 15) O ......... em quem o(a) Sr(a) votou, foi eleito? (ESPONTÂNEA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) (INSTRUÇÃO: O primeiro candidato a senador é o primeiro que o entrevistado falou na p11, e o segundo é o que ele respondeu na p12. Indicação: repetir o nome do senador para que o entrevistado se lembre) 16) Na sua opinião, qual foi o maior problema do Brasil nos últimos 4 anos? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) _____________________________________ 77 NS (pule p/18) 99 NR (pule p/ 18) 17) Pensando nesse problema que o(a) Sr(a) falou, o(a) Sr(a) acha que nos últimos 4 anos o Governo

Fernando Henrique foi ótimo, bom, ruim ou péssimo para enfrentar esse problema? (ESTIMULADA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: O regular deve ser aceito como resposta espontânea. Perguntar se regular para bom ou regular para ruim) 6 Ótimo 5 Bom 2 Ruim OU 1 Péssimo 4 Regular para bom 3 Regular para ruim 77 NS 88 NA 99 NR 18) Na sua opinião, de uma maneira geral o Governo Fernando Henrique nos últimos 4 anos foi.... (ESTIMULADA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: O regular deve ser aceito como resposta espontânea. Perguntar se regular para bom ou regular para ruim) 6 Ótimo 5 Bom 2 Ruim OU 1 Péssimo 4 Regular para bom 3 Regular para ruim 77 NS 99 NR 19) De uma maneira geral, o(a) Sr(a) está muito satisfeito(a), satisfeito(a), pouco satisfeito(a) ou não está

satisfeito(a) com o funcionamento da democracia no Brasil? (ESTIMULADA E ÚNICA) 5 Muito satisfeito(a) 4 Satisfeito(a) 3 Nem satisfeito nem insatisfeito 2 Pouco satisfeito(a) 1 Nada satisfeito(a) 6 Não sabe o que é democracia

Sim Não Não procurei saber

Não saiu o resultado

NS NA NR

a) Candidato a Deputado federal 1 2 0 - 77 88 99

b) Candidato a Deputado estadual 1 2 0 - 77 88 99

c) 1º Candidato a Senador (ver p11) 1 2 0 - 77 88 99

d) 2º Candidato a Senador (ver p12) 1 2 0 - 77 88 99

e) Candidato a Governador 1 2 0 6 77 88 99

f) Candidato a Presidente 1 2 0 6 77 88 99

Page 120: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

120

77 NS 99 NR 20) Algumas pessoas dizem que faz uma grande diferença quem governa o Brasil.

Outras pessoas dizem que não faz diferença quem governa o Brasil. Gostaria que o(a) Sr(a) desse uma nota de 1 a 5. O 5 significa que faz uma grande diferença quem governa, e o 1 que NÃO faz nenhuma diferença quem governa o Brasil. O que o(a) Sr(a) acha?

(ESTIMULADA E ÚNICA) (DAR CARTÃO 1 na mão do entrevistado) 5 Faz uma grande diferença quem governa o Brasil 4 3 2 1 Não faz nenhuma diferença quem governa o Brasil 77 NS 99 NR 21) Algumas pessoas dizem que o nosso voto influencia muito no que acontece no

Brasil, outras dizem que o nosso voto NÃO influencia nada no que acontece no Brasil. Gostaria que o(a) Sr(a) desse uma nota de 1 a 5. O 5 significa que o nosso voto influencia muito, e 1 significa que o nosso voto NÃO influencia nada no que acontece no Brasil. O que o(a) Sr(a) acha?

(ESTIMULADA E ÚNICA) (DAR CARTÃO 2 na mão do entrevistado) 5 Nosso voto influencia muito no que acontece no Brasil 4 3 2 1 Nosso voto NÃO influencia nada no que acontece no Brasil 77 NS 99 NR 22) A democracia tem alguns problemas, mas é melhor do que qualquer outra forma de governo. O(a)

Sr(a) concorda ou discorda dessa afirmação? Muito ou pouco? (ESTIMULADA E ÚNICA) (INSTRUÇÕES: pergunta em duas etapas. Aceitar a resposta “nem concorda nem discorda ” como resposta espontânea) 5 Concorda muito 4 Concorda um pouco 3 Nem concorda nem discorda 2 Discorda um pouco 1 Discorda muito 6 Não sabe o que é democracia 77 NS 99 NR 23) O(a) Sr(a) votou na eleição de 1998? 1 Sim 2 Não, maior de 70 anos 3 Não, 16 e 17 anos 4 Não votei por opção 5 Não, justificou o voto nos dois turnos 77 NS 99 NR 24) Em quem o(a) Sr(a) votou na eleição presidencial de 1998, em Fernando Henrique, Lula, Ciro Gomes,

ou Enéas? (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Fernando Henrique Cardoso 2 Lula 3 Ciro Gomes 4 Enéas 66 Outro candidato: ______________ 8 Voto nulo (pule p/ 26) 9 Voto em branco (pule p/26)

Page 121: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

121

10 Não votou (pule p/ 30) 12 Não votava ainda (pule p/ 30) 55 Não lembra (pule p/ 26) 7 Justificou o voto (pule p/26) 77 NS 99 NR 25) Mesmo que não tenha sido eleito, o(a) Sr(a) avalia o trabalho do partido ou candidato que o Sr(a)

votou na eleição de 1998 para presidente, como ótimo, bom, ruim ou péssimo? (ESTIMULADA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: O regular deve ser aceito como resposta espontânea. Perguntar se regular para bom ou para ruim) 6 Ótimo 5 Bom 2 Ruim OU 1 Péssimo 4 Regular para bom 3 Regular para ruim 77 NS 88 NA 99 NR 26) E para governador, em quem o(a) Sr(a) votou em 1998, ... (seguido dos nomes dos candidatos a

governador do respectivo Estado na eleição de 1998) 27) E para senador, em quem o(a) Sr(a) votou em 1998, ... (seguido dos nomes dos candidatos a senador

do respectivo Estado na eleição de 1998) 28) E para Deputado Federal em 1998? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) __________________________________ 55 Não lembra 8 Voto nulo 9 Voto em branco

77 NS 88 NA 99 NR 29) E para Deputado Estadual em 1998? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) __________________________________ 55 Não lembra 8 Voto nulo 9 Voto em branco

77 NS 88 NA 99 NR 30) Na sua opinião, deputados federais e senadores representam muito bem, representam bem,

representam pouco ou não representam o que pensam seus eleitores? (ESTIMULADA E ÚNICA) 4 Representam muito bem 3 Representam bem 2 Representam pouco 1 Não representam 77 NS 99 NR 31) Existe algum partido político que representa a maneira como o(a) Sr(a) pensa? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: caso o entrevistado cite o partido circular o código Sim e anotar resposta na p32 direto) 1 Sim 0 Não (pule p/ p33) 77 NS (pule p/ p33) 99 NR (pule p/ p33) 32) Qual o partido que melhor representa a maneira como o(a) Sr(a) pensa? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 25 PFL 45 PSDB 12 PDT 13 PT 65 PC do B 15 PMDB 14 PTB 30 PSD 31 PMN 16 PSTU 43 PV 33 PSC 23 PPS 34 PP 22 PL 56 PRONA 35 PRN 11 PPB 40 PSB 66 Outro: ______________ 77 NS 88 NA 99 NR 33) Independente do que o(a) Sr(a) pensa sobre os partidos políticos, houve algum candidato a presidente

dessa eleição que representou bem o que o(a) Sr(a) pensa? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Sim 0 Não (pule p/ 35) 77 NS (pule p/ 35) 99 NR (pule p/ 35) 34) Qual o candidato a presidente que melhor representou o que o(a) Sr(a) pensa nessa eleição?

Page 122: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

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(ESPONTÂNEA E ÚNICA) __________________________________ 77 NS 88 NA 99 NR 35) De um modo geral, existe algum partido político que o(a) Sr(a) goste? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Sim 0 Não (pule p/ 38) 77 NS (pule p/ 38) 99 NR (pule p/ 38) 36) Qual partido o(a) Sr(a) gosta? O(a) Sr(a) pode responder mais de um. (ESPONTÂNEA E MÚLTIPLA) 36.a) Primeiro partido mencionado: _______________ (Se responder apenas um, pule p/ 40) 55 Não lembra(pule p/ 41) 66 Não sabe o nome do partido(pule p/ 41) 88 NA 99 NR 36.b) Segundo partido mencionado: ______________ 88 NA 55 Não lembra 66 Não sabe o nome do partido 36.c) Terceiro partido mencionado:________________ 88 NA 55 Não lembra 66 Não sabe o nome do partido (SE O ENTREVISTADO MENCIONAR MAIS DE UM PARTIDO NA PERGUNTA ACIMA) 37) Qual desses partidos o(a) Sr(a) gosta mais? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) ______________________ (pule p/ 40) 77 NS (pule p/ 41) 88 NA 99 NR (pule p/ 41) 38) Há algum partido que o(a) Sr(a) goste mesmo que seja um pouquinho? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Sim 0 Não (pule p/ 41) 77 NS (pule p/ 41) 88 NA 99 NR (pule p/ 41) 39) Qual? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) __________________________________ 88 NA 99 NR (pule p/ 41) 55 Não lembra (pule p/ 41) 66 Não sabe o nome do partido (pule p/ 41)

40) O(A) Sr(a) gosta muito, gosta, ou gosta um pouco desse partido? (ESTIMULADA E ÚNICA) 3 Gosta muito 2 Gosta 1 Gosta um pouco 77 NS 88 NA 99 NR 41) Na política as pessoas falam muito de esquerda e de direita. Gostaria que o(a) Sr(a) usasse um

número de ZERO a 10 para dizer se o partido político que eu vou dizer é de esquerda ou de direita. ZERO significa que o partido é de esquerda e 10 que é de direita. Quando eu falar o nome de um partido que o(a) Sr(a) não conhece, apenas diga que não o conhece.

(ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) (INSTRUÇÃO: observar a diferença entre os códigos 77 NS – não sabe se o PARTIDO é de esquerda ou direita e 55 - não sabe o que é ser de esquerda e direita) (Dar cartão 3 na mão do entrevistado)

Page 123: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

123

42) Agora gostaria de saber com mais detalhes o que o(a) Sr(a) pensa de alguns partidos

políticos. Por favor, use uma nota de 0 a 10 para indicar o quanto o(a) Sr(a) gosta do partido que eu vou mencionar. Zero significa que o(a) Sr(a) NÃO gosta do partido e dez que o(a) Sr(a) gosta muito. Quando eu falar o nome de um partido que o(a) Sr(a) não conhece, apenas diga que não o conhece. (ESTIMULADA E

ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) (DAR CARTÃO 5 na mão do entrevistado)

Não gosta Gosta

muito Não

conheceIndife-rente NS NR

a) PT 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 77 99

b) PDT 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 77 99

c) PSDB 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 77 99

d) PFL 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 77 99

e) PMDB 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 77 99

f) PTB 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 77 99

43) Agora usando as mesmas notas, gostaria que o(a) Sr(a) me dissesse o quanto gosta

de alguns políticos que vou mencionar. Quero lembrar que, zero significa que o(a) Sr(a) NÃO gosta do político que vou mencionar e dez que o(a) Sr(a) gosta muito. De novo, se o(a) Sr(a) não conhecer o político que eu disser, diga apenas que não o conhece. (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA)

(DAR CARTÃO 5 na mão do entrevistado)

Não gosta Gosta

muitoNão

conhece Indife-rente NS NR

a) Lula 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 77 99

b) José Serra 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 77 99

c) Garotinho 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 77 99

Esquerda Direita

Não sabeo que é

ser direita e

esquerda

Não conhece

Indife- rente NS NR

a) PT 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 55 11 12 77 99

b) PDT 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 55 11 12 77 99

c) PSDB 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 55 11 12 77 99

d) PFL 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 55 11 12 77 99

e) PMDB 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 55 11 12 77 99

f) PTB 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 55 11 12 77 99

Page 124: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

124

d) Ciro Gomes 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 77 99

e) Fernando Henrique 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 77 99

f) Brizola 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 77 99

g) Maluf 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 77 99

h) Jader Barbalho 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 77 99

i) Antônio Carlos

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 77 99

44) Nos últimos 4 anos o(a) Sr(a) fez contato com algum político, ou alguém que trabalha no governo,

para pedir a solução de algum problema que prejudicava muitas pessoas ou reclamar do próprio governo? (ESPONTÂNEA E ÚNICA)

1 Sim 0 Não 55 não lembra 77 NS 99 NR 45) Nos últimos 4 anos, o(a) Sr(a) participou de algum protesto ou comício contra ou a favor do governo? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Sim 0 Não 55 Não lembra 77 NS 99 NR 46) Nos últimos 4 anos, o(A) Sr(a) tentou resolver algum problema junto com outras pessoas que pensam

como o(a) Sr(a)? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) (INSTRUÇÂO: Qualquer tipo de problema das pessoas será aceito como resposta sim) 1 Sim 0 Não (pule p/ 48) 55 Não lembra (pule p/ 48) 77 NS (pule p/ 48) 99 NR (pule p/ 48) 47) Qual problema ? (ESPONTÂNEA E MÚLTIPLA)

________________________________________________________ 88 NA 99 NR 48) O(A) Sr(a) acha que no Brasil a liberdade dos indivíduos e os direitos humanos são totalmente

respeitados, respeitados, um pouco respeitados, ou não são respeitados? (ESTIMULADA E ÚNICA) 4 Totalmente respeitados 3 Respeitados 2 Um pouco respeitados 1 Não são respeitados 77 NS 99 NR 49) Na sua opinião, no Brasil, a corrupção entre os políticos acontece o tempo todo, acontece na maior

parte do tempo, acontece de vez em quando, ou não há corrupção entre os políticos? (ESTIMULADA E ÚNICA) 4 Acontece o tempo todo 3 Acontece na maior parte do tempo 2 Acontece de vez em quando 1 Não há corrupção/ não acontece 77 NS 99 NR 50) Novamente pensando em esquerda e direita na política. O que o(a) Sr(a) se considera? Zero significa

que o(a) Sr(a) é de esquerda e 10 que o(a) Sr(a) é de direita. (ESTIMULADA E ÚNICA) (Dar cartão 3 na mão do entrevistado) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 66 Não sabe o que é ser de esquerda e direita 77 NS 99 NR 51) O(A) Sr(a) poderia dizer o nome do governador do Estado ... (nome do Estado no

qual foi realizada a entrevista)

Page 125: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

125

52) E o nome do prefeito de ...,(nome da cidade que é a capital do Estado onde foi

realizada a entrevista), capital do Estado?

53) O(A) Sr(a) poderia mencionar o nome de um deputado federal de ... (nome do Estado no qual foi realizada a entrevista)

54) O(A) Sr(a) poderia mencionar o nome de um deputado estadual de ... (nome do

Estado no qual foi realizada a entrevista)

55) Na sua opinião, qual é o partido do Presidente Fernando Henrique Cardoso? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 45 PSDB 25 PFL 14 PTB 13 PT 12 PDT 15 PMDB 23 PPS 11 PPB 22 PL 43 PV 65 PC do B 1 Outro __________ 55 Não lembra 77 NS 99 NR

56) Na sua opinião o número 13 é de qual partido? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 13 PT 12 PDT 15 PMDB 45 PSDB 25 PFL 14 PTB 23 PPS 11 PPB 17 Lula 22 PL 43 PV 65 PC do B 1 Outro _____ 55 Não lembra 77 NS 99 NR

57) Nessa eleição ... (nome do candidato mais votado a deputado federal do Estando no

qual foi realizada a entrevista) deputado estadual, deputado federal ou senador? 58) Nessa eleição ... (nome do candidato mais votado a deputado estadual do Estando

no qual foi realizada a entrevista) deputado estadual, deputado federal ou senador? 59) Agora eu gostaria que o(a) Sr(a) usasse um número de ZERO a 10 para dizer qual

político é de esquerda e qual é de direita. Zero significa que o político é de esquerda e 10 que é de direita. De ZERO a 10 como o(a) Sr(a) classificaria o ...? (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) (INSTRUÇÃO: observar a

diferença entre os códigos 77 NS – não sabe se o PARTIDO é de esquerda ou direita e 55 - não sabe o que é ser de esquerda e direita)

(Dar cartão 3 na mão do entrevistado)

Esquerda Direita

Não sabe o que é

ser direita e

esquerda

Não conhece

Indife-rente NS NR

a) Lula 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 55 11 12 77 99

b) José Serra 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 55 11 12 77 99

c) Garotinho 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 55 11 12 77 99

d) Ciro Gomes 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 55 11 12 77 99

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e) Fernando Henrique

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 55 11 12 77 99

f) Brizola 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 55 11 12 77 99

g) Maluf 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 55 11 12 77 99

h) Antônio Carlos Magalhães

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 55 11 12 77 99

60) Se o voto não fosse obrigatório o(a) Sr(a) votaria? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Sim 0 Não 55 Talvez/depende 77 NS 99 NR

61) O(a) Sr(a) costuma ler jornal? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: A resposta às vezes entra como sim) 1 Sim 0 Não (pule p/ 64) 77 NS (pule p/ 64) 99 NR (pule p/ 64) 62) Quantos dias por semana o(a) Sr(a) lê jornal? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 3 Todo dia 2 Algumas vezes por semana 1 Uma vez por semana 4 Raramente 77 NS (pule p/ 64) 88 NA 99 NR (pule p/ 64) 63) O(a) Sr(a) lê a parte de _________ do jornal: (ESPONTÂNEA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA)

Sim Não NS NA NR

a) Política 1 0 77 88 99

b) Economia 1 0 77 88 99

c) Cidade/bairro 1 0 77 88 99

64) O(A) Sr(a) assistiu telejornais com notícias nacionais essa semana? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Sim 0 Não 77 NS 99 NR 65) E telejornais de notícias locais, o(a) Sr(a) assistiu essa semana? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Sim 0 Não 77 NS 99 NR 66) Quantos dias por semana o(a) Sr(a) assiste o Jornal Nacional da TV Globo? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 6 Todo dia 5 Cinco dias 4 Quatro dias 3 Três dias 2 Dois dias 1 Um dia 0 Nunca assiste 7 Raramente 77 NS 99 NR 67) Quantos dias por semana o(a) Sr(a) assiste o Jornal da Record apresentado por Boris Casoy? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 6 Todo dia 5 Cinco dias 4 Quatro dias 3 Três dias 2 Dois dias 1 Um dia 0 Nunca assiste 7 Raramente 77 NS 99 NR 68) Quantos dias por semana o(a) Sr(a) assiste o programa Cidade Alerta da TV Record apresentado por

José Luiz Datena? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 6 Todo dia 5 Cinco dias 4 Quatro dias 3 Três dias 2 Dois dias 1 Um dia 0 Nunca assiste

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127

7 Raramente 77 NS 99 NR 69) E o programa Brasil Urgente da Band, apresentado por Roberto Cabrini, quantos dias por semana o(a)

Sr(a) assiste? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 6 Todo dia 5 Cinco dias 4 Quatro dias 3 Três dias 2 Dois dias 1 Um dia 0 Nunca assiste 7 Raramente 77 NS 99 NR 70) O(A) Sr(a) ouviu notícias no rádio esta semana? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Sim 0 Não 3 Não ouve rádio (pule p/ 72) 77 NS 99 NR 71) O(A) Sr(a) ouve programas de rádio que debatem temas políticos? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Sim 0 Não 77 NS 88 NA 99 NR 72) Com que freqüência o(a) Sr(a) conversa sobre política com parentes e amigos, todo dia, às vezes,

raramente ou nunca? (ESTIMULADA E ÚNICA) 4 Todo dia 3 Às vezes 2 Raramente 1 Nunca 77 NS 99 NR

73) Qual é o maior problema do Brasil hoje? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Desemprego 2 Saúde 3 Educação 4 Pobreza 5 Salário 6 Violência 7 Corrupção 11 Política 12 Fome 13 Desigualdade 14 Trânsito 15 Enchentes 17 Favelas 18 Água 19 Esgoto 20 Urbanismo 21 Estacionamento 22 Transporte público 66 Outro ________________________ 77 NS (pule p/ 75) 99 NR (pule p/ 75)

74) E o segundo maior problema? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Desemprego 2 Saúde 3 Educação 4 Pobreza 5 Salário 6 Violência 7 Corrupção 11 Política 12 Fome 13 Desigualdade 14 Trânsito 15 Enchentes 17 Favelas 18 Água 19 Esgoto 20 Urbanismo 21 Estacionamento 22 Transporte público

66 Outro ________________________ 77 NS 88 NA 99 NR

75) Eu vou dizer algumas formas de participação política, e gostaria que o(a) Sr(a) dissesse, para cada uma delas se o(a) Sr(a) faria ou NÃO faria: (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA)

Faria Não faria NS NR

a) Assinar um abaixo assinado 1 0 77 99

b) Participar de manifestações ou protestos 1 0 77 99

c) Participar de greve 1 0 77 99

76) Agora eu gostaria de saber quais destas atividades o(a) Sr(a) já fez em algum

momento da sua vida e quais o(a) Sr(a) nunca fez: (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA)

Já Fez Nunca fez NS NR

a) Assinar um abaixo assinado 1 0 77 99

b) Participar de manifestações ou protestos 1 0 77 99

Page 128: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

128

c) Participar de greve 1 0 77 99

77) O(a) Sr(a) participa ou já participou de ...? (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA)

Participa Não participa

Participou, mas não participa

mais

Não tem condomínio ou associação de bairro onde mora

NS NR

a) Associação de moradores (ou de bairro) 2 0 1 55 77 99

b) Reunião de condomínio 2 0 1 55 77 99

c) Clube social ou esportivo 2 0 1 - 77 99

d) Associação assistencial-religiosa 2 0 1 - 77 99

e) Associação assistencial – não religiosa 2 0 1 - 77 99

78) O(A) Sr(a) é filiado(a) a algum ...........? (ESPONTÂNEA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA)

Sim Não NS NR

a) Sindicato 1 0 77 99

b) Associação profissional 1 0 77 99

c) Partido político 1 0 77 99

78.d) Qual partido político é filiado? _______________ 88 NA 99

79) O(A) Sr(a) costuma se informar sobre o trabalho de algum político? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Sim 0 Não 99 NR 77 NS

80) O(A) Sr(a) se considera uma pessoa muito interessada por política, um pouco interessada, ou o(a)

Sr(a) não tem interesse por política? (ESTIMULADA E ÚNICA) 3 Muito interessada 2 Um pouco interessada 1 Não tem interesse 77 NS 99 NR

81) Em quais desses partidos políticos o(a) Sr(a) não votaria de jeito nenhum? (ESTIMULADA E MÚLTIPLA) (DAR CARTÃO 6 na mão do entrevistado)

Não votaria Votaria Não conhece o

partido NS NR NA

a) PT 0 1 55 77 99 - b) PFL 0 1 55 77 99 -

c) PSDB 0 1 55 77 99 -

d) PMDB 0 1 55 77 99 -

e) - - - - - - 88

f) - - - - - - 88

g) - - - - - - 88

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82) Na sua opinião..... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 As discussões entre os partidos causam mais dano do que benefício ao Brasil OU 2 As discussões entre os partidos tornam mais claro para o povo muitos problemas importantes, e por isso prestam um grande serviço ao país? 77 NS 99 NR 83) Na sua opinião os partidos representam mais ..... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 O conjunto da população, 2 Os próprios políticos OU 3 Os eleitores e grupos que apóiam esses partidos? 77 NS 99 NR 84) E como DEVERIA ser, os partidos DEVERIAM representar mais ..... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 O conjunto da população, 2 Os próprios políticos OU 3 Os eleitores e grupos que apóiam esses partidos? 77 NS 99 NR 85) Algumas pessoas dizem que “os partidos só servem para dividir as pessoas”, o(a) Sr(a) concorda ou

discorda? Muito ou pouco? ..... (ESTIMULADA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: pergunta em duas etapas. Aceitar a resposta “nem concorda nem discorda ” como resposta espontânea) 5 Concorda muito 4 Concorda um pouco 3 Nem concorda nem discorda 2 Discorda um pouco 1 Discorda muito 77 NS 99 NR 86) Vou ler uma lista de coisas importantes para que uma pessoa escolha um partido e gostaria que o(a)

Sr(a) me dissesse qual delas é a mais importante para que o(a) Sr(a) prefira um partido? E qual é a segunda mais importante? (ESTIMULADA E MÚLTIPLA) (DAR CARTÃO 8 na mão do entrevistado)

1º mais

importante2º mais

importanteNão

mencionado NS NR

a) O programa do partido 1 2 3 77 99

b) Ser um partido de gente honesta 1 2 3 77 99

c) A atuação passada dos representantes do partido 1 2 3 77 99

d) O tipo de pessoa que o partido representa 1 2 3 77 99

e) Ter amigos e parentes no partido 1 2 3 77 99

f) Ser apoiado por autoridades religiosas 1 2 3 77 99

87) O que é melhor, um presidente da república que ..... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Seja identificado com um partido político OU 2 Um presidente que não dê importância para os partidos? 77 NS 99 NR 88) Para resolver os problemas do Brasil, é melhor ..... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 A atuação de um líder que coloque as coisas no lugar OU 2 A participação da população nas decisões importantes do governo? 77 NS 99 NR 89) Na sua opinião as eleições presidenciais ..... (ESTIMULADA E ÚNICA) 3 Ajudam muito, 2 Ajudam um pouco OU 1 Não ajudam a melhorar a vida da população? 77 NS 99 NR 90) Na sua opinião..... (ESTIMULADA E ÚNICA) (INSTRUÇÕES: Aceitar a opção tanto faz como espontânea)

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130

1 A democracia é sempre melhor que qualquer outra forma de governo OU 2 Em algumas situações é melhor uma ditadura do que uma democracia? 3 Tanto faz / nenhuma das duas é melhor 77 NS 99 NR 91) Na sua opinião o que é mais importante para melhorar o Brasil..... (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) 91.a) 1 Combater a miséria e a fome OU 2 Gerar mais empregos? 77 NS 99 NR 91.b) 1 Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade OU 2 Fazer a economia do Brasil crescer mais rapidamente? 77 NS 99 NR 91.c) 1 Gerar mais empregos OU 2 Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade? 77 NS 99 NR 91.d) 1 Melhorar a educação OU 2 Combater a corrupção? 77 NS 99 NR 91.e) 1 Fazer a economia do Brasil crescer mais rapidamente OU 2 Melhorar a segurança pública? 77 NS 99 NR 91.f) O que é mais importante.....

1 Combater a corrupção OU 2 Combater a miséria e a fome? 77 NS 99 NR 91.g) 1 Melhorar a saúde pública OU 2 A educação? 77 NS 99 NR 91.h) 1 Gerar mais empregos OU 2 Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente? 77 NS 99 NR 91.i) 1 Melhorar a segurança pública OU 2 A saúde pública? 77 NS 99 NR

91.j) 1 Combater a miséria e a fome OU 2 Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade? 77 NS 99 NR

92) Desses políticos, qual é o mais confiável? E em segundo lugar? E em terceiro lugar? E qual desses

políticos é o que faz mais pelos pobres? E em segundo lugar? E em terceiro lugar? E qual político ... (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA PERGUNTA) (INSTRUÇÕES: Inserir código 4 nas opções não citadas pelo entrevistado e usar a opção nenhum deles apenas após insistir com o entrevistado para que opte por algum dos políticos) (DAR CARTÃO 9 na mão do entrevistado)

1 Primeiro lugar 2 Segundo lugar 3 Terceiro lugar 0 Não mencionado Lula Ciro Serra Garotinho Nenhum

deles NS NR

a) É o mais confiável 55 77 99

b) É o que faz mais pelos pobres 55 77 99

c) É o mais honesto 55 77 99

d) É o que tem mais experiência para governar o Brasil 55 77 99

e) É o que tem o melhor plano de governo 55 77 99

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131

f) É o que fez uma campanha limpa sem atacar os adversários 55 77 99

g) O mais preparado e competente 55 77 99

h) O que mais evita greve e bagunça 55 77 99

i) O que mais defende gerar empregos 55 77 99

j) O que mais defende manter a inflação baixa 55 77 99

Eu vou ler várias situações e gostaria que o(a) Sr(a) dissesse o que cada pessoa DEVERIA FAZER e depois o que cada pessoa VAI FAZER. 93) Um candidato oferece uma cadeira de rodas para um deficiente físico, o que ele DEVERIA fazer ....

(ESTIMULADA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: Resposta “aceitar e não votar” não será aceita, pedir para que o entrevistado escolha entre as opções 1 e 2 . Caso o entrevistado insista muito marcar 99 NR) 1 Aceitar a cadeira de rodas e votar no candidato OU 2 Não aceitar a cadeira e votar em outro candidato? 77 NS 99 NR 94) E o que o(a) Sr(a) acha que ele VAI fazer .... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Vai aceitar a cadeira de rodas e vai votar no candidato OU 2 Não vai aceitar a cadeira e vai votar em outro candidato? 77 NS 99 NR 95) Um candidato oferece uma cesta básica de alimentos para uma família muito pobre que passa fome, o

que as pessoas dessa família DEVERIAM fazer .... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Aceitar a cesta básica e votar no candidato OU 2 Não aceitar a cesta básica e votar em outro candidato? 77 NS 99 NR 96) E o que o(a) Sr(a) acha que as pessoas dessa família VÃO fazer .... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Vão aceitar a cesta básica e vão votar no candidato OU 2 Não vão aceitar a cesta básica e vão votar em outro candidato? 77 NS 99 NR 97) Uma mãe não consegue vaga para matricular seu filho na escola. Um candidato consegue uma vaga

para o filho dela, o que ela DEVERIA fazer .... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Aceitar a vaga na escola e votar no candidato OU 2 Não aceitar a vaga e votar em outro candidato? 77 NS 99 NR 98) E o que o(a) Sr(a) acha que essa mãe VAI fazer .... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Vai aceitar a vaga na escola e vai votar no candidato OU 2 Não vai aceitar a vaga e vai votar em outro candidato? 77 NS 99 NR 99) Um candidato oferece para uma mãe que tem um filho doente dinheiro para o tratamento médico, o

que ela DEVERIA fazer .... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Aceitar o dinheiro para o tratamento médico e votar no candidato OU 2 Não aceitar o dinheiro e votar em outro candidato 77 NS 99 NR 100) E o que o(a) Sr(a) acha que essa mãe VAI fazer .... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Ela vai aceitar o dinheiro para o tratamento médico e vai votar no candidato OU 2 Ela não vai aceitar o dinheiro e vai votar em outro candidato? 77 NS 99 NR

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101) Um candidato oferece um caminhão de tijolos para várias famílias que precisam acabar de construir suas casas, o que as pessoas dessas famílias DEVERIAM fazer .... (ESTIMULADA E ÚNICA)

1 Aceitar o caminhão de tijolos e votar no candidato OU 2 Não aceitar o caminhão de tijolos e votar em outro candidato? 77 NS 99 NR 102) E o que o(a) Sr(a) acha que as pessoas dessas famílias VÃO fazer .... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Vão aceitar o caminhão de tijolos e vão votar no candidato OU 2 Não vão aceitar o caminhão de tijolos e vão votar em outro candidato? 77 NS 99 NR 103) Um candidato oferece reformar um campo de futebol para um grupo de amigos que jogam bola

juntos toda semana, o que eles DEVERIAM fazer .... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Aceitar a reforma do campo de futebol e votar no candidato OU 2 Não aceitar a reforma do campo e votar em outro candidato? 77 NS 99 NR 104) Um candidato oferece uma bicicleta para uma criança, o que os pais da criança DEVERIAM fazer ....

(ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Aceitar a bicicleta e votar no candidato OU 2 Não aceitar a bicicleta e votar em outro candidato ? 77 NS 99 NR

105) Para cada frase que eu falar gostaria que o(a) Sr(a) dissesse se concorda muito, concorda um pouco,

discorda um pouco ou discorda muito. (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) (DAR CARTÃO 10 na mão do entrevistado) (INSTRUÇÃO: aceitar a resposta “nem discorda nem concorda” como resposta espontânea) 5 Concorda muito 4 Concorda um pouco 3 Nem concorda nem discorda 2 Discorda um pouco 1 Discorda muito

Número da resposta NS NR

a) Em geral, políticos muito honestos não sabem governar. 77 99

b) Não faz diferença se um político rouba ou não, o importante é que ele faça as coisas que a população precisa.

77 99

c) É melhor um político que faça muitas obras, mesmo que roube um pouco, do que um político que faça poucas obras e não roube nada.

77 99

d) Existem alguns políticos que são honestos. 77 99

e) É possível fazer obras públicas sem roubar. 77 99

f) Político honesto não tem sucesso na política. 77 99

g) Um político que faz muito e que rouba um pouco merece o voto da população.

77 99

h) Políticos muito honestos prejudicam o funcionamento do governo. 77 99

i) Um político que faz um bom governo deve poder desviar dinheiro público para financiar sua campanha eleitoral.

77 99

j) É melhor resolver rapidamente um problema da população, mesmo que para isso seja preciso pagar por fora.

77 99

k) Todos os políticos roubam. 77 99

Page 133: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

133

106) Vou ler outras frases e para cada frase eu gostaria que o(a) Sr(a) dissesse se concorda muito, concorda um pouco, discorda um pouco ou discorda muito.

(ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) (INSTRUÇÃO: aceitar a resposta “nem discorda nem concorda” como resposta espontânea) (DAR CARTÃO 10 na mão do entrevistado) 1 Discorda muito 2 Discorda um pouco 3 Nem discorda nem concorda 4 Concorda um pouco 5 Concorda muito

Número da resposta NS NR

a) Um programa de televisão que defende o casamento de homem com homem e mulher com mulher deve ser proibido 77 99

b) Um programa de televisão que diz que Deus não existe deve ser proibido 77 99

c) Um programa de televisão com cenas de violência deve ser proibido 77 99

d) Um programa de televisão que faz críticas ao governo deve ser proibido 77 99

107) Eu vou citar algumas atividades que em certos países são feitas só pelo governo e em outros países

só pelas empresas particulares e gostaria que o(a) Sr(a) dissesse quem deve administrar cada uma dessas atividades no Brasil. Quem deve administrar a/o(s)_______, só empresas do governo ou só empresas particulares? E ... (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA)

(INSTRUÇÃO: se o entrevistado responder na primeira vez governo e empresas particulares, diga que a pesquisa aceita apenas respostas “só o governo” ou “só as empresas particulares” e refaça a pergunta, se mais uma vez responder ambas, circule o código correspondente)

Só empresas do governo

Só empresas particulares

Ambos: governo e empresas

NS NR

a) Educação 0 2 1 77 99

b) Saúde 0 2 1 77 99

c) Aposentadoria e previdência social 0 2 1 77 99

d) Justiça 0 2 1 77 99

e) Transporte 0 2 1 77 99

f) Estradas e rodovias 0 2 1 77 99

g) Fornecimento de água 0 2 1 77 99

h) Serviço de esgoto 0 2 1 77 99

i) Recolhimento de lixo 0 2 1 77 99

j) Energia elétrica 0 2 1 77 99

k) Telefone fixo 0 2 1 77 99

l) Telefone celular 0 2 1 77 99

m) Bancos 0 2 1 77 99

n) Fabricação de carros 0 2 1 77 99

108) Agora eu vou falar várias coisas que o governo pode fazer com as empresas. Para cada frase que eu

falar gostaria que o(a) Sr(a) dissesse se concorda muito, concorda um pouco, discorda um pouco ou discorda muito. (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA)

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134

(INSTRUÇÃO: aceitar a resposta “nem concorda nem discorda ” como resposta espontânea) (Dar cartão 10 na mão do entrevistado) 5 Concorda muito 4 Concorda um pouco 3 Nem concorda nem discorda 2 Discorda um pouco 1 Discorda muito

NÚMERO DA RESPOSTA NS NR

a) O governo deve controlar o preço de todos os serviços básicos, como por exemplo do transporte.

77 99

b) O governo deve dizer tudo o que as empresas têm que fazer, como por exemplo quantos banheiros elas têm que ter.

77 99

c) Só as empresas, e nunca o governo, têm que treinar a mão-de-obra e os trabalhadores.

77 99

d) O governo deve socorrer as empresas em dificuldades. 77 99

e) O governo deve definir qual o valor dos salários de todos os funcionários de todas as empresas do Brasil.

77 99

f) Só as empresas, e nunca o governo, devem escolher onde construir uma nova fábrica.

77 99

g) O governo deve controlar os preços de todos os produtos vendidos no Brasil.

77 99

109) Mais uma vez para cada frase que eu falar gostaria que o(a) Sr(a) dissesse se concorda muito,

concorda um pouco, discorda um pouco ou discorda muito. (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) (DAR CARTÃO 10 na mão do entrevistado) (INSTRUÇÃO: aceitar a resposta “nem concorda nem discorda ” como resposta espontânea) 5 Concorda muito 4 Concorda um pouco 3 Nem concorda nem discorda 2 Discorda um pouco 1 Discorda muito

Número da resposta NS NR

a) O governo precisa dificultar mais a entrada de produtos estrangeiros no Brasil.

77 99

b) O governo deve proibir o emprego de trabalhadores estrangeiros no Brasil.

77 99

c) O governo deve permitir que empresas estrangeiras enviem todo o lucro para o exterior.

77 99

d) O governo deve oferecer facilidades para atrair investimentos de grandes empresas estrangeiras para o Brasil.

77 99

e) O governo deve proibir que estrangeiros comprem terras no Brasil.

77 99

f) O governo deve obrigar todas as empresas estrangeiras a irem embora do Brasil.

77 99

g) Os produtos fabricados por empresas estrangeiras são sempre melhores que os produtos fabricados por empresas brasileiras.

77 99

110) Nas frases que vou falar gostaria que o(a) Sr(a) dissesse se concorda muito, concorda um pouco,

discorda um pouco ou discorda muito. (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) (DAR CARTÃO 10 na mão do entrevistado) (INSTRUÇÃO: aceitar a resposta “nem concorda nem discorda ” como resposta espontânea) 5 Concorda muito 4 Concorda um pouco 3 Nem concorda nem discorda

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135

2 Discorda um pouco 1 Discorda muito Número da

resposta NS NR

a) Cada pessoa deve cuidar somente do que é seu, e o governo cuida do que é público.

77 99

b) Se alguém se sente incomodado pelo vizinho o melhor é não reclamar.

77 99

c) Se alguém é eleito para um cargo público deve usar o cargo como se fosse sua propriedade particular em seu benefício.

77 99

d) Já que o governo não cuida do que é público, então também nenhuma pessoa deve cuidar do que é público.

77 99

e) A pessoa que dá uma festa com som alto não se preocupa com os vizinhos.

77 99

f) Ninguém deve usar as ruas e calçadas para vender produtos. 77 99

g) A pessoa que constrói uma casa em um terreno público abandonado não se preocupa com o que é público.

77 99

h) Um funcionário que trabalha em uma empresa não deve usar o telefone do trabalho para fazer um serviço por fora.

77 99

i) Alguém que recebe dinheiro do governo brasileiro para ir estudar no estrangeiro, depois de concluir os estudos tem que voltar para trabalhar no Brasil.

77 99

111) Agora eu vou mencionar vários tipos de protestos contra o governo, e gostaria que o(a) Sr(a)

dissesse se o protesto deve sempre ser permitido, deve ser permitido na maioria das vezes, deve ser proibido na maioria das vezes, ou se deve sempre ser proibido. Abaixo assinados? E... (ESTIMULADA

E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) (DAR CARTÃO 11 na mão do entrevistado) 1 Sempre permitido 2 Permitido na maioria das vezes 3 Proibido na maioria das vezes 4 Sempre proibido

Número da resposta NS NR

a) Abaixo assinados 77 99

b) Passeatas 77 99

c) Comícios 77 99

d) Greves 77 99

e) Bloqueio de estradas 77 99

f) Ocupação de prédios públicos 77 99

g) Ocupação de terras 77 99

112) Com qual das frases o(a) Sr(a) concorda mais:.... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 O aborto deve ser proibido em qualquer situação, 2 O aborto deve ser permitido se a mulher ficar grávida por causa de estupro OU 3 O aborto deve ser permitido em qualquer situação? 77 NS 99 NR Eu vou ler várias situações e gostaria que o(a) Sr(a) dissesse o que cada pessoa DEVERIA FAZER.

Page 136: Alberto Carlos de Almeida - Porque Lula derrotou Serra - FGVRJ 2004

136

113) Um porteiro ganha na Megasena. O que o(a) Sr(a) acha que o porteiro DEVERIA fazer: (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Ele deveria comprar uma casa numa área rica da cidade OU 2 O porteiro deveria continuar morando no mesmo bairro, mas deveria mudar para uma casa melhor? 77 NS 99 NR 114) O patrão diz ao seu empregado que ele pode tomar banho na piscina do edifício. O que o (a) Sr(a)

acha que o empregado DEVERIA fazer: (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 O empregado deveria agradecer e não deveria tomar banho na piscina OU 2 O empregado deveria tomar banho na piscina? 77 NS 99 NR 115) Uma filha de 18 anos quer viajar com as amigas, o que os pais DEVERIAM fazer? (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Os pais deveriam decidir e dizer se a filha pode ou não viajar OU 2 Os pais deveriam deixar a filha decidir o que ela quiser? 77 NS 99 NR 116) O empregado trata o patrão de senhor, mas o patrão diz ao empregado que pode ser tratado de você,

o que o(a) Sr(a) acha que o empregado DEVERIA fazer? (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Ele deveria continuar chamando o patrão por senhor OU 2 O empregado deveria passar a chamar o patrão por você? 77 NS 99 NR 117) Os moradores de um prédio ou edifício, dizem para os porteiros e empregadas domésticas que eles

podem usar o elevador social, o que o(a) Sr(a) acha que os empregados do prédio DEVERIAM fazer.... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Eles deveriam usar o elevador social OU 2 Eles deveriam continuar usando o elevador de serviço? 77 NS 99 NR 118) A patroa diz para a empregada doméstica que ela pode assistir televisão na sala junto com ela, o que

o(a) Sr(a) acha que a empregada DEVERIA fazer .... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Ela deveria sentar no sofá junto da patroa e assistir TV com ela; 2 Ela deveria assistir TV na sala com a patroa, mas pegar uma cadeira da cozinha OU 3 Ela deveria assistir TV no seu quarto? 77 NS 99 NR 119) O filho do patrão diz que vai casar com a filha do empregado. O que o(a) Sr(a) acha que o patrão

DEVERIA fazer: (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 O patrão deveria proibir seu filho de casar com a filha do empregado OU 2 Ele deveria deixar seu filho casar com ela? 77 NS 99 NR

120) O(a) Sr(a) acha que a lei: (ESTIMULADA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: a opção 3 deve ser aceita como resposta espontânea) 1 Deve ser sempre cumprida OU 2 Ela deve ser cumprida na maioria das vezes? 3 Nunca deve ser cumprida (não ler) 77 NS 99 NR 121) Eu vou ler quatro frases, e gostaria que o(a) Sr(a) dissesse com qual concorda mais: (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 As pessoas não podem mudar nada na sua vida, todo o seu destino é decidido por Deus. 2 Deus decide o destino, mas as pessoas podem mudar um pouco do seu destino. 3 Deus decide o destino, mas as pessoas podem mudar muito do seu destino. 4 Não há destino, as pessoas decidem tudo sobre sua vida. 77 NS 99 NR

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137

122) Agora eu vou dizer duas frases, e gostaria que o(a) Sr(a) dissesse com qual concorda mais: (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 As pessoas devem colaborar com o governo, mesmo se o governo não fizer a sua obrigação de cuidar do que é

público OU 2 As pessoas só devem colaborar com o governo quando o governo faz a sua obrigação de cuidar do que é público. 77 NS 99 NR 123) Gostaria que o(a) Sr(a) desse uma nota de 0 a 10 para dizer o quanto o(a) Sr.(a) está satisfeito com o

serviço público brasileiro. (ESTIMULADA E ÚNICA)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 77 NS 99 NR

124) Agora, imagine um serviço público ideal, perfeito, que seria nota 10, e um serviço público longe do ideal, que seria nota 0, que nota de 0 a 10 o (a) Sr.(a) daria para o serviço público brasileiro? (ESTIMULADA E ÚNICA)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 77 NS 99 NR

125) Vou citar alguns serviços públicos e gostaria que o (a) Sr. (a) desse uma nota de 0 a

10 para dizer o quanto está satisfeito com cada um deles. De 0 a 10, que nota o (a) Sr(a) dá para.... (ESTIMULADA E ÚNICA)

Nota NS NR

a) A coleta de lixo 77 99

b) A polícia 77 99

c) A limpeza das ruas e calçadas 77 99

d) O estado de conservação das ruas e calçadas da cidade 77 99

e) O controle dos camelôs, mesas de bar e bancas de lojas 77 99

f) As quadras, praças e espaços de lazer da cidade 77 99

g) As escolas públicas 77 99

h) O serviço de saúde pública 77 99

i) A iluminação das ruas e praças 77 99

j) O serviço de água 77 99

k) O serviço de esgoto 77 99

126) Pensando na qualidade dos serviços públicos, o (a) Sr(a) acha que o valor dos impostos que o(a) Sr(a) paga é caro ou barato? Muito ou pouco? (ESTIMULADA E ÚNICA)

(INSTRUÇÃO: a opção 3 deve ser aceita como resposta espontânea) 1 Muito caro 2 Um pouco caro 4 Um pouco barato 5 Muito barato

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3 Nem caro e nem barato (não ler) 77 NS 99 NR 127) Nessa eleição, a prefeitura ou alguém ofereceu alguma coisa para o(a) Sr(a) em troca do seu voto? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Sim 0 Não (pule p/ 130) 77 NS (pule p/ 130) 99 NR (pule p/ 130) 128) O que foi oferecido? (ESPONTÂNEA E MÚLTIPLA) _________________________________________________________________________________ 77 NS 88NA 99 NR 129) Foi oferecido alguma coisa em troca do seu voto para deputado estadual? E para.... ? (ESPONTÂNEA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA)

Sim Não NS NA NR

a) Deputado Estadual 1 0 77 88 99

b) Deputado Federal 1 0 77 88 99

c) Senador 1 0 77 88 99

d) Governador 1 0 77 88 99

e) Presidente 1 0 77 88 99

130) Gostaria que o(a) Sr(a) dissesse se confia muito // confia // confia pouco // ou não confia na sua

família? E ... (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA)

Confia muito

CONFIA Confia pouco

Não confia

Não tem NS NR

a) Na sua família 4 3 2 1 55 77 99

b) Nos seus amigos 4 3 2 1 55 77 99

c) Na maioria das pessoas 4 3 2 1 55 77 99

131) Eu vou falar o nome de várias instituições e gostaria que o(a) Sr(a) dissesse se avalia a atuação de

cada uma como ótima, boa, ruim, ou péssima. A atuação da Igreja Católica é ótima, boa, ruim ou péssima? E ... (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) (INSTRUÇÃO: o regular é aceito como resposta espontânea, e deve-se perguntar se regular para bom ou para ruim)

Ótima Boa Ruim Péssima Regular para bom

Regular para ruim NS NR

a) Da Igreja Católica 6 5 2 1 4 3 77 99

b) Da Polícia 6 5 2 1 4 3 77 99

c) Do Governo Federal 6 5 2 1 4 3 77 99

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139

d) Da Justiça 6 5 2 1 4 3 77 99

e) Das Grandes Empresas 6 5 2 1 4 3 77 99

f) Dos Partidos Políticos 6 5 2 1 4 3 77 99

g) Do Congresso 6 5 2 1 4 3 77 99

h) Dos Militares 6 5 2 1 4 3 77 99

i) Da Rede Globo 6 5 2 1 4 3 77 99

j) Das outras emissoras de televisão

6 5 2 1 4 3 77 99

132) Agora eu vou ler uma lista de problemas, e eu gostaria que o(a) Sr(a) dissesse de quem é a

responsabilidade de cuidar desse problema? Se é do presidente, do governador ou do prefeito? (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA)

Presidente Governador PrefeitoPresidente

e Governador

Presidente e

Prefeito

Governador e

Prefeito Os três NS NR

a) Inflação 1 2 3 4 5 6 7 77 99

b) Violência 1 2 3 4 5 6 7 77 99

c) Iluminação pública

1 2 3 4 5 6 7 77 99

d) Desemprego 1 2 3 4 5 6 7 77 99

e) Saneamento e esgoto

1 2 3 4 5 6 7 77 99

f) Pavimentação e asfaltamento de ruas

1 2 3 4 5 6 7 77 99

133) Dessas aqui qual foi a maneira mais importante para o(a) Sr(a) decidir em quem votar para

presidente? E qual foi a segunda mais importante? E a terceira? (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA PERGUNTA) (DAR CARTÃO 12 para o entrevistado) 1 Mais importante 2 Segunda mais importante 3 Terceira mais importante 0 Não mencionada 88 NA (Não votou) 1º mais

importante2º mais

importante3º mais

importanteNão

mencionada NS NA NR

a) Conversas com colegas de trabalho/escola 1 2 3 0 77 88 99

b) Propaganda política na televisão 1 2 3 0 77 88 99

c) Notícias sobre os candidatos nos jornais 1 2 3 0 77 88 99

d) Notícias sobre os candidatos no rádio 1 2 3 0 77 88 99

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e) Notícias sobre os candidatos na televisão 1 2 3 0 77 88 99

f) Ouvir os candidatos em comícios 1 2 3 0 77 88 99

g) Informações da igreja sobre os candidatos 1 2 3 0 77 88 99

h) Informações de associações de moradores sobre os candidatos 1 2 3 0 77 88 99

i) O resultado das pesquisas eleitorais 1 2 3 0 77 88 99

j) Debates entre candidatos na televisão 1 2 3 0 77 88 99

k) Conversas com amigos e pessoas da família 1 2 3 0 77 88 99

l) Propaganda política no rádio 1 2 3 0 77 88 99

134) O que é mais importante para o(a) Sr(a) na hora de votar em um candidato para ________: a pessoa

do candidato // o partido do candidato // as propostas do candidato // ou o seu passado, o que ele já fez? E para votar em um candidato a senador? E ...

(ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA CARGO) (DAR CARTÃO 13 na mão do entrevistado) 1 A pessoa do candidato 2 O partido do candidato 3 As propostas do candidato 4 O seu passado, o que ele já fez 88 (Não vota mais)

Item mais importante

Não pensa em nada

NS NA NR

a) Vereador 55 77 88 99

b) Prefeito 55 77 88 99

c) Deputado Estadual 55 77 88 99

d) Deputado Federal 55 77 88 99

e) Governador 55 77 88 99

f) Senador 55 77 88 99

g) Presidente 55 77 88 99

135) Quantos dias por semana o(a) Sr(a) assistiu ao menos uma parte do horário eleitoral gratuito na TV? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 4 Quatro dias por semana ou mais 3 Dois ou três dias por semana ou 2 Um dia por semana 1 Nunca 55 Não lembra 77 NS 99 NR

136) O(A) Sr(a) assistiu alguma vez os comerciais dos candidatos com duração pequena que passavam

durante a programação da TV? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Sim 0 Não 55 Não lembra 77 NS 99 NR (INSTRUÇÃO: As duas perguntas que se seguem SÓ não se aplicam aos entrevistados que NÃO ASSISTIRAM o horário eleitoral e TAMBÉM NÃO assistiram os comerciais dos candidatos durante a programação normal da televisão) 137) O horário eleitoral gratuito na televisão, ajudou muito\\ ajudou\\ ajudou pouco, ou não ajudou o(a)

Sr(a) a conhecer: (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) 4 Ajudou muito 3 Ajudou 2 Ajudou pouco 1 Não ajudou

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Número da resposta Indiferente NS NA NR

a) As características pessoais dos candidatos 12 77 88 99

b) O passado dos candidatos 12 77 88 99

c) As propostas de governo dos candidatos 12 77 88 99

d) Os partidos dos candidatos 12 77 88 99

e) Os políticos que o apóiam 12 77 88 99

f) As diferenças entre os candidatos 12 77 88 99

138) 88 NA 139) Depois de assistir o horário político na TV, o(a) Sr(a) passou a conhecer melhor o ... (ESPONTÂNEA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA)

Sim Não Indiferente NS NA NR

a) Lula 1 0 12 77 88 99

b) Serra 1 0 12 77 88 99

c) Ciro 1 0 12 77 88 99

d) Garotinho 1 0 12 77 88 99

140) 88 NA 141) A propaganda política na TV fez com que o(a) Sr(a) mudasse seu voto para presidente? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Sim 0 Não (pule p/ 143) 77 NS (pule p/ 143) 99 NR(pule p/ 143) 142) O(A) Sr(a) mudou de qual candidato para qual candidato? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: Voto para presidente) DO: ____________________ para o: ___________________ 77 NS 88 NA 99 NR 143) O(A) Sr(a) acha que o horário eleitoral gratuito na TV deve continuar existindo? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Sim 0 Não 77 NS 99 NR 144) Muitas pessoas que entrevistamos nos disseram o que as levou a escolher um determinado

candidato. Qual dos motivos que eu vou dizer levou o(a) Sr(a) a escolher um candidato a presidente? (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Era o candidato que melhor representava pessoas como eu, 2 Era o candidato que estava disposto a combater os verdadeiros males do país OU 3 Era o candidato que iria trazer mais benefícios à população? 4 Nenhuma dessas 77 NS 99 NR 145) O(a) Sr(a) é contra ou a favor: (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) Contra A favor NS NR

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142

a) Da invasão de terras para pressionar o governo a fazer a reforma agrária

1 2 77 99

b) Da prisão perpétua 1 2 77 99

c) Da pena de morte 1 2 77 99

d) Do exército combater a violência nas ruas das grandes cidades 1 2 77 99

e) Da venda de armas de fogo para qualquer pessoa 1 2 77 99

g) Da prisão para menores de idade 1 2 77 99

146) Na sua opinião o que o governo deveria fazer em primeiro lugar para combater a violência: (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Diminuir o desemprego e melhorar a educação OU 2 Aumentar o número de policiais treinados e equipados nas ruas? 77 NS 99 NR

147) Pensando agora na reforma agrária, na sua opinião: (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 O governo deve desapropriar as terras sem uso OU 2 O dono da terra deve ter o direito de querer ou não cultivar suas terras? 77 NS 99 NR 148) Vou dizer três frases sobre homens que fazem sexo com homens e gostaria que o(a) Sr(a) dissesse

com qual concorda mais: (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Essas pessoas podem transar com quem desejam, 2 Essas pessoas não têm vergonha OU 3 Essas pessoas são doentes? 77 NS 99 NR 149) 88 NA 150) Na sua opinião: (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Os homens devem dividir com as mulheres o trabalho de cuidar da casa e dos filhos OU 2 Essa é uma responsabilidade da mulher? 77 NS 99 NR

151) Se uma mulher apanha do marido, ela deve: (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Dar queixa na polícia, 2 Separar-se do marido, mas não dar queixa OU 3 Não fazer nada para não desmanchar a família? 4 Dar queixa e separar-se do marido 77 NS 99 NR

152) O governo já está fazendo reserva de vagas em empregos públicos para negros, porque eles têm tido

menos oportunidades do que os brancos de conseguir bons empregos. Antes dessa mudança, para conseguir esses empregos públicos as pessoas faziam os mesmos testes ou concursos, e as que tinham os melhores resultados conseguiam o emprego. Agora os negros têm garantido alguns bons empregos públicos, mesmo que seus resultados nos testes e concursos não sejam os melhores. O(a) Sr(a) é contra ou a favor dessa nova lei do governo: (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Contra 2 A favor 77 NS 99 NR

153) 88 NA 154) Vou ler outra vez várias frases e para cada frase eu gostaria que o(a) Sr(a) dissesse se concorda

muito, concorda um pouco, discorda um pouco ou discorda muito. (DAR CARTÃO 10 na mão do entrevistado) (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA)

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5 Concorda muito 4 Concorda um pouco 3 Nem concorda nem discorda 2 Discorda um pouco 1 Discorda muito

NÚMERO DA RESPOSTA NS NR

a) Toda raça tem gente boa e gente ruim, isso não depende da cor de pele.

77 99

b) As coisas que os pretos sabem fazer melhor são a música e os esportes.

77 99

c) Se pudessem comer bem e estudar os pretos teriam sucesso em qualquer profissão.

77 99

d) Se Deus fez raças diferentes é para que elas não se misturem.

77 99

155) Na sua opinião, os pretos têm preconceito de cor contra os brancos? (Se sim) Muito ou pouco? (ESTIMULADA E ÚNICA) 3 Muito 2 Pouco 1 Não 77 NS 99 NR

156) Se o(a) Sr(a) não tem filha, eu gostaria que o(a) Sr(a) imaginasse que uma filha sua casasse com uma pessoa de cor preta. O(A) Sr(a) ... (ESTIMULADA E ÚNICA)

1 Não se importaria, 2 Ficaria contrariado(a) mas aceitaria OU 3 Não aceitaria o casamento? 77 NS 99 NR Agora vamos entrar na última parte do questionário e depois disso a entrevista termina.

157) Qual a sua idade? _____________ 158) Sexo do entrevistado: (não perguntar) 1 Masculino 2 Feminino

159) Até que série o(a) sr(a) estudou? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Analfabeto / sem instrução 2 Primeiro ano do primário 3 Segundo ano do primário 4 Terceiro ano do primário 5 Quarto ano do primário incompleto 6 Quarto ano do primário/Primário completo 7 Quinta série/1º ano ginásio 8 Sexta série/2º ano ginásio 9 Sétima série/3º ano ginásio 10 Oitava série incompleta/4º ano do ginásio incompleto 11 Oitava série/4º ano ginásio/Primeiro grau completo 12 Primeiro ano do 2º grau 13 Segundo ano do 2º grau 14 Terceiro ano do 2º grau incompleto 15 Terceiro ano do 2º grau/Segundo grau completo 16 Iniciou a faculdade/universidade mas não se formou Completou a faculdade/universidade: Qual o maior grau já obtido pelo(a) Sr(a), graduação, mestrado,

doutorado ou pós-graduação lato-sensu? 17 Graduação/faculdade 18 Mestrado 19 Doutorado 20 Lato-sensu 21 Pós-doutorado 77 NS 99 NR

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160) Alguém da sua família que mora na casa do(a) Sr(a) é filiado a algum sindicato? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1Sim 2 Não 3 Moro sozinho 77 NS 99 NR 161) O(A) Sr(a) é filiado(a) a ...........? (ESPONTÂNEA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA)

Sim Não NS NR

a) Associação patronal 1 0 77 99

b) Associação de trabalhadores rurais 1 0 77 99

c) Associação de proprietários de terras/fazendeiros 1 0 77 99

162) Atualmente, qual é a situação profissional do(a) Sr(a): (ESTIMULADA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: LEIA as alternativas pausadamente. Quando for o caso faça a pergunta do sub-item) 1 EMPREGADO ASSALARIADO 2 AUTÔNOMO / CONTA PRÓPRIA 3 PROFISSIONAL LIBERAL 4 EMPREGADOR/EMPRESÁRIO AJUDA ALGUÉM DA FAMÍLIA EM SEU TRABALHO OU NEGÓCIO 51 Com remuneração OU 52 Sem remuneração Aprendiz ou estagiário 61 Com remuneração OU 62 Sem remuneração 7 Estudante (pule para p/ 169) 8 DESEMPREGADO (PULE PARA P/ 168) 91 Aposentado por tempo de trabalho (pule para p/ 169) 92 Aposentado por invalidez (pule para p/ 169) 10 Dona de casa (pule para p/ 169) 66 Outro, (p.ex. pensionista) (especificar) ____________________ 77 NS (pule p/ 169) 99 NR (pule p/ 169) 163) O(a) Sr(a) trabalha quantas horas POR DIA em média? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) ___________________ número de horas 77 NS 88 NA 99 NR 164) Qual a sua ocupação, o que o(a) Sr(a) faz no trabalho? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) [explorar bastante] __________________________________________________ 77 NS 88 NA 99 NR 165) O seu emprego ou trabalho é como: (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Funcionário/Servidor público 2 Funcionário/empregado de companhia/ proprietário de empresa particular 3 No terceiro setor, ONGs OU 4 Autônomo / Conta própria 66 Outro: ______________________________ 77 NS 88 NA 99 NR 166) E qual é o setor da economia: (ESTIMULADA E ÚNICA)

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1 Setor primário: agricultura, pecuária, pesca 2 Setor secundário: indústria, construção, mineração 3 Setor terciário: transporte, comunicações, , comércio e vendas, educação, serviços pessoais, administração pública, forças armadas, outros serviços, concessões públicas, setor financeiro, de seguros, setor imobiliário, entretenimento, cultura, recreação, esporte. 66 Outro: _________________________ 77 NS 88 NA 99 NR 167) O(a) Sr(a) está preocupado em perder o emprego/trabalho nos próximos 6 meses? 1 Sim 0 Não 77 NS 88 NA 99 NR

168) O(a) Sr(a) esteve sem emprego nos últimos 6 meses? 1 Sim 0 Não 77 NS 88 NA 99 NR 169) O(a) Sr(a) é: (ESTIMULADA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: Uma pessoa que tenha se divorciado ou separado, mas que atualmente seja casada ou amigada, entra como casada ou amigada) 1 Casado(a) 6 Amigado(a) (casado na prática mas não no papel) 2 Solteiro(a) (pule p/ 175) 3 Divorciado(a) (pule p/ 175) 4 Separado(a) (pule p/ 175) OU 5 Viúvo (a) (pule p/ 175) 66 Outro _____________ 77 NS (pule p/ 175) 99 NR (pule p/ 175) 170) Atualmente, qual é a situação profissional da(o) sua (seu) esposa (marido): (ESTIMULADA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: LEIA as alternativas em negrito, pausadamente. Quando for o caso faça a pergunta do sub-1 EMPREGADO ASSALARIADO 2 AUTÔNOMO / CONTA PRÓPRIA 3 PROFISSIONAL LIBERAL 4 EMPREGADOR/EMPRESÁRIO AJUDA ALGUÉM DA FAMÍLIA EM SEU TRABALHO OU NEGÓCIO 51 Com remuneração OU 52 Sem remuneração Aprendiz ou estagiário 61 Com remuneração OU 62 Sem remuneração 7 Estudante (pule para p/ 169) 8 DESEMPREGADO (PULE PARA P/ 168) 91 Aposentado por tempo de trabalho (pule para p/ 169) 92 Aposentado por invalidez (pule para p/ 169) 10 Dona de casa (pule para p/ 169) 66 Outro, (p.ex. pensionista) (especificar) ____________________ 77 NS (pule p/ 169) 99 NR (pule p/ 169) 171) Quantas horas POR DIA em média ele(a) trabalha? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) ___________________ número de horas 77 NS 88 NA 99 NR 172) Qual a ocupação da(o) sua (seu) esposa (marido)? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) [explorar bastante]

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___________________________________________ 77 NS 88 NA 99 NR 173) O emprego da(o) sua (seu) esposa (marido) é como: (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Funcionário/Servidor público 2 Funcionário/empregado de companhia/ proprietário de empresa particular 3 No terceiro setor, ONGs OU 4 Autônomo / Conta própria 66 Outro: ______________________________ 77 NS 88 NA 99 NR 174) E qual é o setor da economia onde trabalha a(o) sua (seu) esposa (marido): (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Setor primário: agricultura, pecuária, pesca 2 Setor secundário: indústria, construção, mineração 3 Setor terciário: transporte, comunicações, , comércio e vendas, educação, serviços pessoais, administração pública, forças armadas, outros serviços, concessões públicas, setor financeiro, de seguros, setor imobiliário, entretenimento, cultura, recreação, esporte. 66 Outro: _________________________ 77 NS 88 NA 99 NR 175) Qual é a sua renda mensal? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) R$ _____________ 0 sem renda 1 NS 2 NR 176) Somando a renda de todas as pessoas que moram na sua casa, qual é a renda familiar? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) R$ _____________ 0 sem renda 1 NS 2 NR 177) Contando com o(a) Sr(a), quantas pessoas moram na sua casa? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 ou mais(especificar): ____ 77 NS 99 NR

178) Quantos filhos com menos de 18 anos o(a) Sr(a) tem? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 ou mais(especificar): ____ 88 Não tem filhos (pule p/ 180) 77 NS 99 NR

179) O(s) filho(s) do(a) Sr(a) estuda(m) ou estudara(m) em escola pública ou particular? (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Escola pública 2 Escola particular 3 Em escola pública E particular 4 Eles ainda não estudam/Nunca estudaram 77 NS 88 NA 99 NR 180) O(a) Sr(a) estuda ou estudou em escola pública ou particular?(ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Escola pública 2 Escola particular 3 Em escola pública E particular 4 Nunca freqüentei a escola 77 NS 99 NR 181) Quando o(a) Sr(a) tem algum problema de saúde, o(a) Sr(a): (ESTIMULADA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: Aceitar a resposta 3: ambos como espontânea) 1 Vai ao hospital público /posto de saúde OU 2 Vai ao hospital particular /clínica/consultório 3 Vai aos hospitais público E particular 77 NS 99 NR

182) Eu vou ler uma lista de religiões para que o(a) Sr(a) indique qual delas é a sua. (ESTIMULADA

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E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: LEIA DEVAGAR, nesta ordem. Nunca pergunte diretamente a religião) 1 Mormom, Adventista, Testemunha de Jeová 2 Evangélica pentecostal (especificar qual igreja/denominação) ________________________________

3 Evangélica não-pentecostal (especificar qual igreja/denominação) ____________________________ 4 Candomblé 5 Umbanda 6 Espírita kardecista, espiritualista 7 Seisho-No-Iê, Messiânica, Perfeita Liberdade 8 Católica 9 Judaica 10 Budista 11 Santo Daime, Esotérica, OUTRA RELIGIÃO (especificar) _______________________________ 12 Não tem religião 13 É ateu/Não acredita em Deus(pule p/ 186) 77 NS 99 NR 183) Com que freqüência o(a) Sr(a) reza ou faz orações em casa: (ESTIMULADA E ÚNICA) 5 Várias vezes por dia 4 Uma vez por dia 3 Algumas vezes por semana 2 Menos de uma vez por semana OU 1 Nunca 7 Raramente 77 NS 88 NA 99 NR 184) Com que freqüência o(a) Sr(a) vai à missa ou culto religioso? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 5 Mais de uma vez por semana 4 Uma vez por semana 3 Uma ou duas vezes por mês 2 Algumas vezes por ano 1 Raramente 88 NA 77 NS 99 NR 185) O(A) Sr(a) se considera uma pessoa: ... (ESTIMULADA E ÚNICA) 4 Muito religiosa 3 Religiosa 2 Um pouco religiosa OU 1 Nada religiosa 77 NS 88 NA 99 NR 186) Na casa do(a) Sr(a) o português é a única língua falada ou vocês falam outra língua em casa? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 O português é a única (pule p/ 188) 2 Há outra língua (especificar) ____________________ 77 NS 99 NR 187) Qual das línguas é a falada na maior parte do tempo na casa do(a) Sr(a)? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 O português 2 A(s) outra(s) 88 NA 77 NS 99 NR 188) Qual a sua cor ou raça? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: anotar na íntegra a resposta dada pelo entrevistado)

____________________________________________________________________________ ________________________________________________________ 77 NS 99 NR

189) O IBGE - instituto que faz os censos no Brasil - usa os termos preto, pardo, branco, amarelo e índio

para classificar a cor ou raça das pessoas. Qual desses termos descreve melhor a sua cor ou raça: (ESTIMULADA E ÚNICA)

1 Preto 2 Pardo 3 Branco 4 Amarelo 5 Índio 77 NS 99 NR

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190) De qual país ou lugar o(a) Sr(a) acha que os seus antepassados vieram? (ESPONTÂNEA E MÚLTIPLA)

Sim Não NS NR

a) Portugal 1 0 77 99

b) Espanha 1 0 77 99

c) Itália 1 0 77 99

d) Alemanha 1 0 77 99

e) Brasil 1 0 77 99

f) Japão 1 0 77 99

g) África 1 0 77 99

h) Europa 1 0 77 99

i) Turco/Sírio-libanês 1 0 77 99

j) Países árabes 1 0 77 99

k) Índio brasileiro 1 0 77 99

l) Estados Unidos 1 0 77 99

m) América do Sul 1 0 77 99

n) América do Norte 1 0 77 99

o) América Central 1 0 77 99

p) Outro: ________________ 1 0 77 99

191) O(A) Sr(a) possui: (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM) Sim Não NS NR NA

a) Registro de autônomo – INSS 1 0 77 99 -

b) Conta em banco 1 0 77 99 -

c) CPF ou CIC 1 0 77 99 -

d) Certidão de nascimento 1 0 77 99 -

e) Certidão de casamento 1 0 77 99 -

f) Carteira de identidade 1 0 77 99 -

g) Carteira de motorista 1 0 77 99 -

h) Carteira de trabalho 1 0 77 99 -

i) Título de propriedade da casa onde o(a) Sr(a) mora/ escritura

1 0 77 99 88

j) Certificado de reservista (APENAS PARA OS HOMENS)

1 0 77 99 88

192) Para terminar eu gostaria de ouvir sua opinião sobre o questionário. O que o(a) Sr(a) achou do

questionário: longo, interessante, chato ou importante? Você pode dar mais de uma resposta.

Sim Não NR

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a) Longo 1 0 99

b) Interessante 1 0 99

c) Chato 1 0 99

d) Importante 1 0 99

e) Outro: ______________________ 1 0 99

MUITO OBRIGADO PELA SUA ATENÇÃO E COLABORAÇÃO. GOSTARIA DE LEMBRAR QUE UMA OUTRA PESSOA, UM SUPERVISOR, PODE VIR À SUA CASA OU TELEFONAR

PARA CONFERIR ALGUMAS INFORMAÇÕES E PARA SABER SE EU FIZ A ENTREVISTA DE FORMA CORRETA. ENTÃO, NÃO SE PREOCUPE SE MAIS ALGUÉM DA NOSSA EQUIPE PROCURAR POR VOCÊ. HORÁRIO DE FINALIZAÇÃO DO QUESTIONÁRIO:

:

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A amostra do ESEB

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PENDÊNCIAS

1) Explicar os porquês de centrar em zero e fazer varia de –1 a +1 todas as

variáveis explicativas.