Às vezes experienciamos um grande desespero quando contemplamos o sofrimento e a violência que surgem da raiva, do ódio, da confusão e do medo. Ansiamos purificar nossas negatividades e libertar os nossos entes queridos de circunstâncias negativas. 

O Buda Akshobia estabeleceu a intenção de que os seres sencientes pudessem purificar até mesmo desvirtudes extremas e escapar das terríveis circunstâncias advindas de fazer mal aos outros e tirar a vida. A maioria de nós já tirou a vida, se não nesta vida presente, em vidas anteriores. O carma que se segue a esse ato envolve doenças, acidentes, violência e morte extemporânea. Ao sabermos que alguém teve uma morte extemporânea ou não-auspiciosa, podemos interromper o carma negativo por meio da prática de Akshobia.

Os ensinamentos budistas indicam que a morte antes do nascimento (por aborto espontâneo ou induzido), a morte durante a juventude, mortes violentas ou amedrontadoras e suicídio são sinais de que quem morreu terá dificuldades em obter um renascimento afortunado e bem-dotado espiritualmente. Para aliviar tais circunstâncias, Akshobia prometeu que quem criasse mérito ao recitar cem mil vezes o seu mantra longo e patrocinasse uma imagem sagrada dele, seria libertado dos estados inferiores de existência e encontraria liberação em um renascimento afortunado. Essa intenção de Akshobia é válida até para os que já morreram há muito tempo.

Praticantes podem fazer a meditação e os rituais de purificação de Akshobia para eles mesmos e para os outros. Para praticar para os outros, seguimos os passos da liturgia de Akshobia e, na conclusão, dedicamos o mérito para eles. No entanto, devido ao tamanho do mantra de Akshobia e ao longo tempo que pode ser necessário para completar as cem mil recitações, muitos praticantes patrocinam a recitação para eles mesmos ou para as pessoas que têm em mente.

Pessoas também patrocinam Akshobia para seus animais de estimação ou para animais que mataram ao dirigir ou em outras circunstâncias. Os animais podem encontrar liberação do sofrimento do reino animal por meio da prática de Akshobia.

S.Ema. Chagdud Tulku Rinpoche estabeleceu a prática de Akshobia no Brasil ao criar uma estátua enorme do Buda no Khadro Ling. Hoje, a estátua encontra-se emoldurada por um belo jardim. O Rinpoche, pessoalmente, também patrocinou uma roda de oração imensa de Akshobia. Além disso, um retiro anual da prática de Akshobia, orientado por uma praticante que tem feito esta prática em tempo integral por anos, é um dos eventos mais inspiradores do Khadro Ling.

O patrocínio da imagem de Akshobia é feito ao adquirir-se uma tsa-tsa, que é uma imagem em cerâmica, como um azulejo. Um artista butanês criou o molde da tsa-tsa, que foi reproduzida em uma bela cor azul. Chagdud Rinpoche instruiu que essas tsa-tsas deveriam ser instaladas nas costas do trono da estátua do Buda Akshobia no Khadro Ling. A renda obtida com os azulejos também dá suporte à manutenção da estátua e dos jardins.