Água

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá Diretor-geral: Klenilmar Lopes Docente: Fátima dos Santos Discentes: Brian Mendes Daniel da Costa Evandro Éric Daniel da Costa Componente Curricular: Geografia Curso: Técnico em Edificações Módulo/Série: 1º Ano Turma: 2011-A Data: 29/10/2013 Água (Poluição das águas do rio Amazonas) Macapá-Ap 2013

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá Diretor-geral: Klenilmar Lopes Docente: Fátima dos Santos Discentes: Brian Mendes Daniel da Costa Evandro Éric Daniel da Costa Componente Curricular: Geografia Curso: Técnico em Edificações Módulo/Série: 1º Ano Turma: 2011-A Data: 29/10/2013

Água (Poluição das águas do rio Amazonas)

Macapá-Ap

2013

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Introdução

Esse trabalho trata da condição que se encontra a água no rio

Amazonas, analisando seus níveis de poluição, sua importância econômica

para a cidade e para bairros como o Centro.

O objetivo do nosso trabalho também consiste em procurar soluções

para alterar o crítico estado que se encontra o rio. O rio Amazonas possui um

alto nível de poluição, o projeto procura buscar soluções viáveis para contornar

esse problema com ações sustentáveis para que melhore as relações entre o

rio e os habitantes que moram em suas margens.

É explícita a importância do mesmo para a cidade de Macapá, e para

outras populações que vivem em suas margens. A área comercial da cidade

teve um grande desenvolvimento nos últimos anos, nesse local podemos

observar uma grande quantidade de empresas se desenvolvendo na região, o

rio Amazonas teve uma grande participação nesse processo, é por causa deste

que na área central foram construídas edificações importantes para a cidade,

como, por exemplo, a Fortaleza de São José de Macapá, uma importante obra

para a cidade que servia para defender uma importante e valiosa riqueza na

mesma, o Rio Amazonas.

Ele também tem uma grande importância para o escoamento de

produtos para o estado inteiro, como todos sabemos o estado não possui

rodovias que interligam com outros estados, por isso o rio Amazonas possui

uma grande importância econômica para o Amapá, por ele passam uma

grande quantidade de navios que levam vários tipos de produtos para o estado.

Todos sabem a enorme importância do rio Amazonas para o estado,

mas como retribuímos por essa enorme ajuda que ele dá para o estado? Só o

que vemos são os altos níveis de poluição na orla central da cidade. Por meio

de relatórios técnicos realizados na região foi constatada a existência de

grande quantidade de coliformes, lançados nas águas sem tratamento

adequado. Observamos constantemente uma grande quantidade de esgoto

lançado sem qualquer tratamento no rio, principalmente pelo conhecido canal

da Mendonça Júnior que leva o esgoto da cidade diretamente no rio, o

resultado disso são os altos níveis de poluição que afetam diretamente a

cidade, e principalmente as populações ribeirinhas e os animais que habitam

nesse meio.

Precisamos encontrar soluções que sejam viáveis para o

desenvolvimento da cidade e a preservação do rio, pois ele é uma grande

riqueza que precisa ser preservada. Nesse rio correm milhões de metros

cúbicos (m³) de água a cada minuto, temos também que ter a consciência que

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essa riqueza precisa ser preservada, a água é um dos itens mais importantes

para a sobrevivência humana, não conseguiremos viver um dia sem ela, em

muitos lugares há uma grande escassez de água pelas mudanças que estão

ocorrendo com a população e não estão mais se importando com o cuidado

com a água, uma parte da população de Macapá tem uma concepção errônea

sobre a água, acham que ela é infinita e que não vai acabar, mas sabemos que

esse valioso patrimônio é muito delicado, qualquer grande alteração no

ecossistema pode provocar a extinção dessa água.

As alarmantes condições do rio Amazonas tem que ter uma enorme

atenção de toda a comunidade que vive nas suas margens, procurar ações

para reverter esse problema.

Algumas ações são essenciais para que possamos diminuir o grau de

poluição na água. A instalação de uma estação de tratamento de água e

esgoto, como se sabe o esgoto doméstico é um dos principais meios em que

se poluem o rio, trafegando pela margem do rio na área urbana da cidade,

pode observar uma grande quantidade de canos despejando esgoto doméstico,

também observamos o conhecido canal da Mendonça Júnior levando grande

quantidade de esgoto para o rio.

Um fator agravante dessa situação é a grande quantidade de lixo jogado

no rio pelos próprios habitantes da cidade, esse fato é um sério alerta sobre a

situação atual dessas águas, na qual as próprias pessoas que vivem ao seu

redor acabam o poluindo.

Esses dois fatos são dois grandes exemplos de como as pessoas de

Macapá poluem o rio, mas quais são as consequências disto? Observamos

diariamente o drama dos habitantes do bairro Atuário, que sofrem diariamente

com os constantes avanços da água do rio amazonas sobre suas casas.

A cidade de Macapá possui uma enorme deficiência do sistema de

abastecimento de água e esgoto, aproximadamente 3% da cidade é abastecida

com água, e menos de 1% é abastecida com esgoto, por isso os habitantes

não contemplados com esse deficiente sistema de abastecimento de água e

esgoto tem que fazer os conhecidos poços e fossas, mas esses poços e,

principalmente, as fossas são construídos de formas irregulares, um dos erros

mais comuns é a proximidade entre a fossa e o poço, que no mínimo tem que

ser de 10 metros, outro erro comum é a construção das populares fossas

negras que são abertas, geralmente, a 2,0 e 1,5 metros dos lençóis freáticos,

essa poluição na nossa água que se localizam nos lençóis freáticos causam

um enorme impacto ambiental na nossa cidade, que depende das águas

subterrâneas para seu desenvolvimento.

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A cidade de Macapá tem que encontrar meios para que se preservem o

rio Amazonas, mas também que consiga encontrar o equilíbrio entre o

desenvolvimento econômico da cidade, conciliando com o meio-ambiente.

Esse problema de poluição de água não é único e exclusivo da nossa

cidade, o problema é mais acentuado em grandes cidades. Na maior cidade do

Brasil, São Paulo, esse problema é mais grave do que em Macapá.

O rio Tietê teve uma grande importância na história do país, pois serviu

de rota para os bandeirantes, no século XVIII. Estes aventureiros, que

ampliaram o território brasileiro, o usavam para chegar ao interior do estado de

São Paulo, atingindo a região de Mato Grosso. Durante o percurso, os

bandeirantes fundaram diversas cidades.

Nas épocas seguintes, foi muito utilizado para a navegação e até mesmo

para a prática de esportes náuticos, principalmente, na região metropolitana de

São Paulo. Foi a partir da década de 1950 que este quadro mudou. Com o

crescimento populacional e industrial desordenado da cidade de São Paulo, o

rio passou a receber o esgoto doméstico e industrial no trecho da cidade,

deixando suas águas poluídas e contaminadas.

A partir da década de 1990, após forte mobilização popular, o governo

do estado de São Paulo deu início ao projeto Tietê Vivo. Este projeto, ainda em

execução, tem apresentado bons resultados. A poluição das águas do rio já

apresenta diminuição, pois boa parte do esgoto tem recebido tratamento.

Espera-se que, nos próximos anos, o rio recupere as boas condições de suas

águas como nas décadas passadas.

A marginal do Tietê é uma importante ligação viária da cidade de São

Paulo, localizando-se à margem do rio. Até o começo do século XXI eram

comuns as enchentes, principalmente na época de verão. Estas enchentes

provocavam transtornos ao trânsito da cidade, além de inundar casas,

indústrias e estabelecimentos comerciais. As águas poluídas e contaminadas

provocavam doenças (leptospirose, tifo, diarreias, entre outras) nas pessoas

que entravam em contato com elas.

A partir do ano 2002, o governo do Estado de São Paulo deu início ao

projeto de rebaixamento e urbanização da calha do rio. Finalizado em 2006,

este projeto apresentou resultados positivos, diminuindo significativamente as

enchentes na marginal Tietê.

O rio Tietê é um dos grandes exemplos de como rios após uma

ocupação desordenada da cidade acabou sendo completamente poluído, nós

como habitantes de Macapá, morando as margens do maior rio do mundo,

temos que nos conscientizar para que esse mesmo problema não aconteça e

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acabe poluindo completamente o Rio Amazonas, acarretando diversas

consequências para o meio onde vivemos.

Poluição da água, ações para diminuir a poluição do rio Amazonas,

poluição no rio Tietê, análise da água do Tietê, gráficos e estatísticas, análise

da água, análise da poluição da água subterrânea, as causas da poluição,

experimentos com água mineral e água do rio amazonas, orientação para que

as pessoas não joguem lixos.

A poluição do rio Amazonas agravou a ponto de fazerem investigações e

reportagem na internet. A conscientização e muito importante porque

precisamos preservar nossa água, se algum dia houver uma escassez mundial

da água o rio Amazonas, por ser grande, poderia ser de grande ajuda para o

país.

Nesse trabalho haverá uma analise da água subterrânea para ver qual o

nível de infecção e um experimento comparando as condições do rio

Amazonas com a água mineral, o resultado será um quadro de estatísticas.

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Água: A poluição dos rios

Esgoto (ETEs) de Suzano e de César de Souza, a Agência Regional da

Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) prepara a obtenção de

amostras de água ao longo dos córregos da Cidade que deságuam no Rio

Tietê. A análise do material vai resultar num relatório destinado ao Ministério

Público, que através do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio

Ambiente (Gaema – Cabeceiras) quer saber qual o nível de degradação

ambiental provocado na Bacia do Rio Tietê em decorrência da ausência de

coleta e tratamento integral do esgoto doméstico, a começar por Mogi das

Cruzes. As informações, posteriormente, vão respaldar ações e exigências a

serem feitas aos municípios da Região pela Promotoria de Justiça para livrar o

Tietê e seus afluentes da poluição e, consequentemente, preservar as

nascentes.

O levantamento exigido pelo Gaema, que instaurou um inquérito em

maio passado para investigar a degradação, difere da análise normal da

qualidade da água do Rio Tietê, que periodicamente é medida pela Cetesb em

pontos estratégicos e que resulta num relatório anual – o último dado,

divulgado no primeiro semestre de 2012, aponta que a Região tem um dos

piores índices do Estado e a poluição começa justamente em Mogi das Cruzes,

após o ponto de captação de água para abastecimento, no Cocuera

Nos últimos 30 anos, o rio Amazonas vem sendo castigado pelo despejo

diário de dejetos provenientes dos esgotos que cortam a cidade. Três canais

foram construídos estrategicamente pelo poder público para drenar as águas

pluviais (da chuva) que caem sobre Macapá e são despejadas nos canais do

Beirol, Perpetuo Socorro e da Avenida Mendonça Junior.

O que se observa ao longo do tempo é a contínua poluição do

rio Amazonas, mais especificamente às proximidades da Fortaleza de São

José de Macapá. Pessoas que utilizam o calçadão da Praça do Forte para

fazer a tradicional caminhada com o objetivo de manter o corpo em forma,

reclamam do mau cheiro que exala da área onde o canal da Mendonça Junior

despeja diariamente toneladas de detritos.

E podemos afirmar o mau cheiro esta afetando muito as pessoas como mostra

esse trecho:

“Os dejetos que provocam mau cheiro, e que são lançados todos os dias

no rio Amazonas, há tempos chama atenção de quem passa pelo local.

Segundo o engenheiro civil João Lamarão em frente à Macapá está localizado

a Rede Coletora de Esgoto chamada de Bacia da Fortaleza. Ele conta que em

1970 houve a construção do muro de arrimo da frente da cidade juntamente

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com a ocupação dessa área. Em meados de 1960, os canais começaram a ter

problemas, por isso, foi feito uma alteração no canal da Rua Mendonça Junior,

e construído o sistema de drenagem urbana para água pluvial no lugar.

Conforme o engenheiro, foi construído o sistema de esgoto sanitário, no

entanto, ao longo do tempo a densidade populacional dessa região aumentou

muito e os investimentos em esgoto sanitário não ocorreram adequadamente,

acompanhando o crescimento da população local. Com o passar do tempo,

narra Lamarão, a rede que estava redimensionada para uma capacidade

extrapolou o limite, ou seja, hoje ela está trabalhando além da capacidade

normal. Como não houve investimento na Bacia da Fortaleza, ela foi se

deteriorando. Hoje o sistema de esgoto sanitário do centro de Macapá está

comprometido, e isso ocorre por que não há para onde jogar o esgoto. A

população está fazendo uma coisa errada, jogando o esgoto sanitário junto

com o esgoto pluvial. Então, ele entra no esgoto pluvial que vai para o canal da

Mendonça Junior e sai no rio Amazonas”, assegurou o engenheiro. (E.B.)”

Podemos perceber que a situação do rio amazonas esta muito crítica

com esses despejos de materiais inorgânicos.

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Conclusão

O Amapá é beneficiado com o maravilhoso rio Amazonas. Porém o

Amapá o usa de uma forma inadequada, jogando seus dejetos e materiais

poluentes inorgânicos isso afeta muito a população como diz nesse paragrafo:

“Os dejetos que provocam mau cheiro, e que são lançados todos os dias

no rio Amazonas, há tempos chama atenção de quem passa pelo local.

Segundo o engenheiro civil João Lamarão em frente à Macapá está localizado

a Rede Coletora de Esgoto chamada de Bacia da Fortaleza. Ele conta que em

1970 houve a construção do muro de arrimo da frente da cidade juntamente

com a ocupação dessa área. Em meados de 1960, os canais começaram a ter

problemas, por isso, foi feito uma alteração no canal da Rua Mendonça Junior,

e construído o sistema de drenagem urbana para água pluvial no lugar.

Conforme o engenheiro foi construído o sistema de esgoto sanitário, no

entanto, ao longo do tempo a densidade populacional dessa região aumentou

muito e os investimentos em esgoto sanitário não ocorreram adequadamente,

acompanhando o crescimento da população local. Com o passar do tempo,

narra Lamarão, a rede que estava redimensionada para uma capacidade

extrapolou o limite, ou seja, hoje ela está trabalhando além da capacidade

normal. Como não houve investimento na Bacia da Fortaleza, ela foi se

deteriorando. Hoje o sistema de esgoto sanitário do centro de Macapá está

comprometido, e isso ocorre por que não há para onde jogar o esgoto. A

população está fazendo uma coisa errada, jogando o esgoto sanitário junto

com o esgoto pluvial. Então, ele entra no esgoto pluvial que vai para o canal da

Mendonça Junior e sai no rio Amazonas”, assegurou o engenheiro. (E.B.)”.

Vimos que é possível parar com a poluição do rio e como diz esse

paragrafo: Nos últimos 30 anos, o rio Amazonas vem sendo castigado pelo

despejo diário de dejetos provenientes dos esgotos que cortam a cidade. Três

canais foram construídos estrategicamente pelo poder público para drenar as

águas pluviais (da chuva) que caem sobre Macapá e são despejadas nos

canais do Beirol, Perpetuo Socorro e da Avenida Mendonça Junior.

Analisamos também a importância que o rio Amazonas possui para a

cidade de Macapá e para todo o estado. A maioria das mercadorias que vão

para o estado vem pelo rio Amazonas, ele também escoa a maior parte da

produção do estado, possuindo assim grande importância econômica para o

estado.

A poluição é um dos grandes problemas que ocorrem no rio, podemos

observar uma grande quantidade de lixo espalhado pelo rio, e observamos

também uma grande quantidade de tubulações de esgoto que acabam

despejando enormes quantidades de dejetos no rio.

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A falta de tratamento do esgoto doméstico é um dos principais

causadores dessa poluição, as cidades Macapá e Santana, são as que mais

poluem o rio, por esta mesma, a solução para esse problema é construir uma

estação de tratamento de esgoto minimizando assim os poluentes presentes na

água.

Então se entende que a água precisa ser preservada, vale ressaltar o

trecho importante do site: http://www.socioambiental.org/esp/agua/pgn/

“Estudiosos preveem que em breve a água será causa principal de conflitos

entre nações. Há sinais dessa tensão em áreas do planeta como Oriente Médio e África. Mas também os brasileiros, que sempre se consideraram dotados de fontes inesgotáveis, veem algumas de suas cidades sofrerem falta de água. A distribuição desigual é causa maior de problemas. Entre os países, o Brasil é privilegiado com 12% da água doce superficial no mundo.

Outro foco de dificuldades é a distância entre fontes e centros consumidores. É o caso da Califórnia (EUA), que depende para abastecimento até de neve derretida no distante Colorado. E também é o caso da cidade de São Paulo, que, embora nascida na confluência de vários rios, viu a poluição tornar imprestáveis para consumo às fontes próximas e tem de captar água de bacias distantes, alterando cursos de rios e a distribuição natural da água na região. Na última década, a quantidade de água distribuída aos brasileiros cresceu 30%, mas quase dobrou a proporção de água sem tratamento (de 3,9% para 7,2%) e o desperdício ainda assusta: 45% de toda a água ofertada pelos sistemas públicos.

Disponibilidade e distribuição

Embora o Brasil seja o primeiro país em disponibilidade hídrica em rios do mundo, a poluição e o uso inadequado comprometem esse recurso em várias regiões do País.

O Brasil concentra em torno de 12% da água doce do mundo disponível em rios e abriga o maior rio em extensão e volume do Planeta, o Amazonas. Além disso, mais de 90% do território brasileiro recebe chuvas abundantes durante o ano e as condições climáticas e geológicas propiciam a formação de uma extensa e densa rede de rios, com exceção do semiárido, onde os rios são pobres e temporários. Essa água, no entanto, é distribuída de forma irregular, apesar da abundância em termos gerais. A Amazônia, onde estão as mais baixas concentrações populacionais, possui 78% da água superficial. Enquanto isso, no Sudeste, essa relação se inverte: a maior concentração populacional do País tem disponíveis 6% do total da água.

Mesmo na área de incidência do semiárido (10% do território brasileiro; quase metade dos estados do Nordeste), não existe uma região homogênea. Há

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diversos pontos onde a água é permanente, indicando que existem opções para solucionar problemas socioambientais atribuídos à seca.

Qualidade comprometida

A água limpa está cada vez mais rara na Zona Costeira e a água de beber cada vez mais cara. Essa situação resulta da forma como a água disponível vem sendo usada: com desperdício que chega entre 50% e 70% nas cidades, e sem muitos cuidados com a qualidade. Assim, parte da água no Brasil já perdeu a característica de recurso natural renovável (principalmente nas áreas densamente povoadas), em razão de processos de urbanização, industrialização e produção agrícola, que são incentivados, mas pouco estruturados em termos de preservação ambiental e da água.

Nas cidades, os problemas de abastecimento estão diretamente relacionados ao crescimento da demanda, ao desperdício e à urbanização descontrolada que atinge regiões de mananciais. Na zona rural, os recursos hídricos também são explorados de forma irregular, além de parte da vegetação protetora da bacia (mata ciliar) ser destruída para a realização de atividades como agricultura e pecuária. Não raramente, os agrotóxicos e dejetos utilizados nessas atividades também acabam por poluir a água. A baixa eficiência das empresas de abastecimento se associa ao quadro de poluição: as perdas na rede de distribuição por roubos e vazamentos atingem entre 40% e 60%, além de 64% das empresas não coletarem o esgoto gerado. O saneamento básico não é implementado de forma adequada, já que 90% dos esgotos domésticos e 70% dos afluentes industriais são jogados sem tratamento nos rios, açudes e águas litorâneas, o que tem gerado um nível de degradação nunca imaginado.

Alternativas

A água disponível no território brasileiro é suficiente para as necessidades do País, apesar da degradação. Seria necessária, então, mais consciência por parte da população no uso da água e, por parte do governo, um maior cuidado com a questão do saneamento e abastecimento. Por exemplo, 90% das atividades modernas poderiam ser realizadas com água de reuso. Além de diminuir a pressão sobre a demanda, o custo dessa água é pelo menos 50% menor do que o preço da água fornecida pelas companhias de saneamento, porque não precisa passar por tratamento. Apesar de não ser própria para consumo humano, poderia ser usada, entre outras atividades, nas indústrias, na lavagem de áreas públicas e nas descargas sanitárias de condomínios. Além disso, as novas construções casas, prédios, complexos industriais poderiam incorporar sistemas de aproveitamento da água da chuva, para os usos gerais que não o consumo humano.

Após o Rio-92, especialistas observaram que as diretrizes e propostas para a preservação da água não avançaram muito e redigiram a Carta das águas doces no Brasil. Entre os tópicos abordados, ressaltam a importância de reverter o quadro de poluição, planejar o uso de forma sustentável com base na Agenda 21 e investir na capacitação técnica em recursos hídricos,

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saneamento e meio ambiente, além de viabilizar tecnologias apropriadas para as particularidades de cada região.

A água no mundo

A quantidade de água doce no mundo estocada em rios e lagos, pronta para o consumo, é suficiente para atender de 6 a 7 vezes o mínimo anual que cada habitante do Planeta precisa. Apesar de parecer abundante, esse recurso é escasso: representa apenas 0,3% do total de água no Planeta. O restante dos 2,5% de água doce está nos lençóis freáticos e aquíferos, nas calotas polares, geleiras, neve permanente e outros reservatórios, como pântanos, por exemplo.

Se em tiver globais a água doce é suficiente para todos, sua distribuição é irregular no território. Os fluxos estão concentrados nas regiões intertropicais, que possuem 50% do escoamento das águas. Nas zonas temperadas, estão 48%, e nas zonas áridas e semiáridas, apenas 2%. Além disso, as demandas de uso também são diferentes, sendo maiores nos países desenvolvidos.

O cenário de escassez se deve não apenas à irregularidade na distribuição da água e ao aumento das demandas - o que muitas vezes pode gerar conflitos de uso, mas também ao fato de que, nos últimos 50 anos, a degradação da qualidade da água aumentou em níveis alarmantes. Atualmente, grandes centros urbanos, industriais e áreas de desenvolvimento agrícola com grande uso de adubos químicos e agrotóxicos já enfrentam a falta de qualidade da

água, o que pode gerar graves problemas de saúde pública.”