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AGRICULTURA NO DF: DOS INÓSPITOS CERRADOS DO PLANALTO CENTRAL A VITRINE DO AGRONEGÓCIO

(PARTE II)

Recortes informativos relatam o contexto histórico e as ações da Secretaria de Agricultura, desde a Fundação Zoobotânica, no desenvolvimento da área rural do Distrito Federal e Entorno.

Conforme idealizamos, o BLOG DA SEAPA, em comemoração aos 50 anos de Brasília, dedica uma série de recortes informativos referentes ao contexto histórico que relata as ações da Secretaria de Agricultura no desenvolvimento da área rural do Distrito Federal e Entorno.

E, de acordo com a busca por fatos históricos que permitam descrever a trajetória da Secretaria de Agricultura desde seus primórdios, através de uma retrospectiva com base em publicações, abordamos agora a edição Nº 22 da revista CERRADO, de dezembro de 1973, da qual retiramos recortes informativos.

No artigo anterior foram traçadas breves considerações a respeito da estrutura da revista e, assim, não se faz necessário retomar essa abordagem. Portanto, seguimos a ordem cronológica das edições disponibilizadas e embarcamos na de dezembro de 1973 para nossa segunda viagem no túnel do tempo.

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A CAPA

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No editorial, intitulado “Conversa”, as referências à capa são as seguintes:

A nossa capa, referente ao potencial do cerrado para a fruticultura, mostra os frutos que já produz ou pode produzir. O agrônomo Eduardo Vilela Morales, em seu artigo, clama pela eliminação da improvisação e do empirismo, criando-se meios para uma exploração agropecuária em bases realmente comerciais. Assinala que a Califórnia, onde as condições ecológicas nunca foram favoráveis – como as que encontramos no cerrado – é um dos mais representativos centros da fruticultura mundial, mediante o emprego de tecnologia moderna. O artigo: Brasil poderá produzir frutos como a Califórnia O autor: Eduardo Vilela Morales – Engenheiro Agrônomo do Departamento de Pesquisas e Experimentação da FZDF

A CONTRACAPA

“Nossa contracapa exibe uma foto do prédio de Ecologia, recentemente inaugurado”.

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O SUMÁRIO

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ANÚNCIO DO SERVIÇO DE REVENDA

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A REPORTAGEM Novos laboratórios para agropecuária

O governador Hélio Prates da Silveira, acompanhado do secretário Manoel Carneiro, da Agricultura, inaugurou no dia 10 de outubro último, os prédios de Ecologia e Unidade Piloto, com um total de 2.978 metros quadrados, onde foram instalados os laboratórios dos Serviços de Climatologia Agrícola e de Tecnologia Agropecuária do Departamento de Pesquisas e Experimentação da Fundação Zoobotânica do Distrito Federal. Em seguida, inaugurou também a sede de administração da Fazenda Experimental do Tamanduá, com 360 m² de área construída.

No prédio de Ecologia, com 1.950 m², foram instalados modernos equipamentos que permitirão, a médio e a longo prazo, uma exploração econômica e segura dos solos do Planalto Central, compreendido pelo Distrito Federal e sua área geoeconômica. Na Unidade Piloto, com 668 m², funcionarão máquinas e aparelhos básicos para testes das pesquisas tecnológicas, tais como caldeiras, moinhos, concentrados a vácuo e outros.

Os prédios dão início à formação do Centro de Pesquisas e Tecnologia Agropecuária de Brasília – CEPTAB – que agrupará um conjunto de 21 prédios, numa área de aproximadamente 70 ha., situado no final da Av. W.5 Norte. Alguns laboratórios continuarão funcionando nas antigas instalações, até que sejam construídos outros edifícios para recebê-los.

As obras realizadas no Parque Rural e na Fazenda Experimental do Tamanduá, pela Secretaria de Agricultura, fazem parte do Plano Diretor Agropecuário, ultrapassando em mais de 130 por cento a sua previsão. O Plano estabelecia um total de 1.273 m² para os três prédios e a SAP ampliou a obra para 2.978 m² de área construída.

Os laboratórios para pesquisas tecnológicas de produtos agropecuários terão a finalidade de conseguir matéria de origem vegetal e animal em condições técnico-econômicas adaptáveis à indústria rural, tais como: óleos vegetais, doces, sucos, rações animal, adubos, fibras, etc. Esses laboratórios executarão, ainda, análises físico-químicas de produtos veterinários fiscalizados pelo Ministério da Agricultura.

Na Ecologia ficam os laboratórios de Microbiologia de Solos, com instalações próprias para pesquisas com microflora do solo, bactérias fixadoras de nitrogênio atmosférico e produção comercial de inoculantes para serem utilizados pelos agricultores da área, nos cultivos de leguminosas (soja, feijão e amendoim), além de trabalhos visando a orientação de estirpe de risobium, próprio para as leguminosas cultivadas nos solos de cerrado.

Funcionarão ainda, na Ecologia, laboratórios de análises de solos, objetivando maior produtividade dos cultivos e economia na aplicação de adubos, pois serão usados somente adubos em doses e tipos necessários, sem desperdícios.

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No laboratório de química se desenvolverão pesquisas que explicarão os fatores que governam a maior ou menor disponibilidade de nutrientes e água para os cultivos em solos da região. Outro laboratório que funcionará na Ecologia é o de aerofotogrametria e fotointerpretação, de irrigação e drenagens, conservação de solos e climatologia agrícola, destinados à prestação de serviços a agricultores, criadores e órgãos governamentais, visando o planejamento assistência para um aproveitamento racional dos recursos naturais e suas propriedades. A FOTO

Fotógrafo: Célio Alves de Azevedo

(CERRADO, 1973, p. 18)

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NOTÍCIAS

Nessa edição Nº 22, de dezembro de 1973, a seção “Notícias” trouxe as seguintes informações (p. 34):

A Unidade Agronômica do Núcleo Rural de Taquara-Pipiripau, constituída

de três residências para técnicos, um posto médico-odontológico, uma escola com quatro salas de aula e um posto de revenda de material agropecuário, além da rede de energia elétrica e um sistema de abastecimento d’água potável, foi inaugurada em setembro último pelo secretário Manoel Carneiro, da Agricultura e Produção.

Mais de 60 animais – anta, veado, quatis, guaribas, jabutis, lagartos,

emas, jacupemba, saracuras e mutuns – foram soltos no mês passado na reserva biológica de “Águas Emendadas”, para povoar a área do parque que preservará a fauna e a flora da região do Planalto Central.

O plantio de 600 mil mudas de eucaliptus, na 2ª etapa do primeiro projeto

da Proflora S/A – Florestamento e Reflorestamento, foi iniciado no dia 6 de novembro último, em solenidade que contou com a presença do governador Hélio Prates da Silveira. O programa do projeto “Proflora I” prevê o plantio de 730 mil mudas de eucaliptus numa área de 473 hectares, situada na margem esquerda da BR-070, nas proximidades da cidade satélite de Taguatinga.

O Convênio de Mecanização Agrícola, de janeiro a setembro deste ano,

atendeu a 400 agricultores, tendo trabalhado 50.660 horas. Sua maquinaria é recuperada em oficinas próprias, o que possibilita um maior controle dos desgastes sofridos nas diversas atividades onde são empregadas.

As avenidas Roteiro e Perimetral do Jardim Zoológico de Brasília, formando um circuito completo entre os novos viveiros e as dependências da administração do Parque, estão sendo asfaltadas. O trabalho que estará concluído este mês abrangerá uma extensão de cinco quilômetros.

Célio Alves de Azevedo

Nota: De acordo com Tavares (1995), o Jardim Zoológico de Brasília foi criado em

20 de novembro de 1957 e já contava com uma população de 100 animais. Era

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administrado pela Secretaria de Agricultura e Produção, onde integrava a estrutura básica da Fundação Zoobotânica do Distrito Federal.

O Jardim Zoológico há muito tempo era considerado a sala de visitas da Secretaria de Agricultura e Produção e, depois, mais do que isto, passou a ser seu orgulho, em face das suas belíssimas e modernas instalações. Foram construídos viveiros para aves, recintos para feras, imitando o seu habitat, lago dos hipopótamos, lago dos cisnes, lago das garças, serpentário, ilha dos macacos, hospital veterinário, este considerado um dos melhores aparelhados do País (TAVARES, 1995, p. 53).

Entre as diversas obras programadas para serem inauguradas pelo secretário Manoel Carneiro, ainda este ano, está o Museu de Ciências Naturais que se encontra em fase final de acabamento. O museu pertencerá ao Parque Municipal do Gama que está recebendo inúmeros melhoramentos, entre os quais uma nova piscina destinada aos visitantes.

Célio Alves de Azevedo Capa e texto: Francisco Barros Colaboração: Aires Rosa de Souza Gilberto Cotta de Figueiredo REFERÊNCIAS DISTRITO FEDERAL (Brasil). Fundação Zoobotânica do Distrito Federal, Secretaria de Agricultura e Produção. Cerrado, n. 22, Brasília, dez/1973. Belo Horizonte: Minas Gráfica Editora, 1973. TAVARES, Joaquim Alfredo da Silva. Brasília agrícola: sua história. Brasília: Compográfica, 1995.