Agricultura familiar: união que fortalece os laços e a vida no campo

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As alternativas que o homem e a mulher do campo buscam para permanecer e conviver com o Semiárido não têm limites. No experimento, existem erros e acertos, mas, para eles e elas, o que vale a pena é ir tentando. No fundo, o que se quer é poder viver numa terra que é sua, com moradia, trabalho e renda. Essa é a realidade do agricultor Valdemir Oliveira da Silva, conhecido como Pipa, que tem 42 anos, e mora no Sítio Boi Morto, distante 5 quilômetros do centro de Jupi, com a esposa, Josefa Lenilde Lourenço Rodrigues da Silva, 35 anos, e a filha, Mikaele Rodrigues Mendes da Silva, 13 anos. Casado há 16 anos, ele e sua esposa trabalham juntos na produção de coentro, cebolinha, alface, seriguela, palma e coqueiro da praia, nos seus dois hectares de terra. No dia a dia, eles contam com a ajuda do sobrinho, Valdeir Rodrigues de Araújo, de 18 anos. A família ainda possui algumas galinhas e dois bois, que servem para puxar um carro. A produção é mais voltada para o consumo da família, porém, há poucos meses, estão comercializando coentro, para um supermercado de Jupi. Algumas vezes, moradores da redondeza também vão até a propriedade Boi Morto para comprar verduras e ovos. O adubo utilizado na plantação é orgânico, preparado em casa. O agricultor comenta que é importante que ele e sua família se alimentem de produtos saudáveis, sem o uso de agrotóxicos. Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 9 - 2053 Abril/2015 Jupi Agricultura familiar: união que fortalece os laços e a vida no campo 0 5 25 75 95 100

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Casal de agricultores familiares une forças na busca de alternativas de convivência com o seminário.

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As alternativas que o homem e a

mulher do campo buscam para

permanecer e conv iver com o

Semiárido não têm l imites. No

experimento, existem erros e acertos,

mas, para eles e elas, o que vale a pena

é ir tentando. No fundo, o que se quer é

poder viver numa terra que é sua, com

moradia, trabalho e renda.

Essa é a realidade do agricultor

Valdemir Oliveira da Silva, conhecido

como Pipa, que tem 42 anos, e mora

no S í t io Boi Morto, distante 5

quilômetros do centro de Jupi, com a

esposa, Josefa Lenilde Lourenço

Rodrigues da Silva, 35 anos, e a filha, Mikaele Rodrigues Mendes da Silva, 13 anos.

Casado há 16 anos, ele e sua esposa trabalham juntos na produção de coentro, cebolinha,

alface, seriguela, palma e coqueiro da praia, nos seus dois hectares de terra. No dia a dia, eles

contam com a ajuda do sobrinho, Valdeir Rodrigues de Araújo, de 18 anos. A família ainda

possui algumas galinhas e dois bois, que servem para puxar um carro.

A produção é mais voltada para o

consumo da família, porém, há poucos

meses, estão comercializando coentro,

para um supermercado de Jupi.

A lgumas vezes , moradores da

r edondeza t ambém vão a t é a

propriedade Boi Morto para comprar

verduras e ovos.

O adubo utilizado na plantação é

orgânico, preparado em casa. O

agricultor comenta que é importante

que ele e sua família se alimentem de

produtos saudáveis, sem o uso de

agrotóxicos.

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 9 - 2053

Abril/2015

Jupi

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Pernambuco

Na hora de comercializar os produtos e

negociar preços, o casal garante que cabe

aos dois fecharem o negócio, pois todo o

trabalho deve acontecer em parceria. Pipa

destaca que, sem essa união, nada avança.

Dona Josefa também acha que o fato de

estarem juntos na vida e no trabalho

enriquece os negócios.

O agricultor, que também é pedreiro, às

vezes precisa se ausentar do roçado para

ajudar na construção de cisternas, pela

Diocese de Pesqueira, ou de banheiros, pela

Funasa, nos s í t ios da região. Um

dinheirinho extra, que aumenta a renda e ajuda nas despesas de casa, e ainda dá para

investir em sua propriedade. Quando isso acontece, é sua esposa que toca o roçado,

juntamente com o seu sobrinho.

A família, que já possuía um reservatório e vinha armazenando água para consumo da

família, desde2008, por meio do Programa 1 Milhão de Cisternas (P1MC), está feliz com a

segunda tecnologia que recebeu, construída pela Fetape, que tem capacidade para

armazenar até 52 mil litros de água, para serem utilizados na produção. Num futuro

próximo, eles pretendem ampliar os canteiros e suas culturas, pois vão receber um projeto

de bioágua, que é uma tecnologia que filtra a água suja (cinza) de domicílios, originada de

chuveiro, pia da cozinha, tanque ou lavadora de roupa, fazendo o reuso para produção de

alimentos.

Eles também serão beneficiados com um incentivo de caráter produtivo, e receberão

máquina forrageira, duas cabeças de caprinos; kits de sementes para produção de

hortaliças, como coentro, cebolinha, couve, alface, tomate e abobrinha; caixa d'água e

mangueira para ampliar a irrigação.

Como Jupi está incluído em um dos municípios mais atingidos pela estiagem, o agricultor

explica que, nos últimos anos, aprendeu a não desperdiçar a água. Eles evitam molhar as

plantas em horários quentes, preferindo o intervalo entre cinco e seis horas da tarde, pois

nesse período o sol já não brilha, o calor

diminui e, com isso, as plantas

aproveitam um tempo maior da

umidade do solo e é utilizado um

volume menor de água da cisterna.

Recentemente , o agr icu l tor

desenvolveu um sistema simples de

microaspersão artesanal, para o melhor

uso da água. Com apenas alguns canos

e tampas de garrafas pet, ele conseguiu

unir o criativo ao útil e barato.

Para se resguardar no exercício da

p r o f i s s ã o e g a r a n t i r d i r e i t o s

trabalhistas, o casal é associado ao

Sindicato dos Trabalhadores e das

Trabalhadoras Rurais de Jupi e também à Associação Comunitária Xucuru. É por meio dessas

instituições que ficam sabendo dos cursos, dos pequenos projetos e das políticas públicas

voltadas para os/as agricultores/as familiares da região.

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