Agricultor 2000 - AASMNa Europa já se co-meça a perceber que será um erro grave terminar o regime...

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Nova fábrica de rações Santana “é de todos nós” Agricultor 2000 Nº 100 ABRIL DE 2015 http://www.aasm-cua.com.pt Editorial Jorge Alberto Serpa da Costa Rita Jornal Agricultor 2000 Edição nº 100 O Jornal Agricultor 2000 comemora nesta edição o seu número 100, o que constitui um marco na sua história, significando que os seus objetivos, de informar os associa- dos, permanecem bem vivos, independentemente dos novos meios de comunicação, onde a internet, assume cada vez mais um papel importante na divulgação da informação. O jornal da Associação Agrícola de São Miguel teve várias fases desde a sua criação, começando em 1987, pela II série do Agricultor Micaelense e pelo início da publicação do jornal Agricultor 2000 a partir de 1994, sendo criada a II série do jornal Agricultor 2000 no ano de 2000, que agora chega à sua 100ª edição. Gostaria de fazer uma homenagem a todos os que contribuíram para a elaboração do jornal da Associação Agrícola de São Miguel, desde os antigos diretores da nossa Instituição e do jornal, aos colaboradores e a to- dos aqueles que de uma ou doutra forma, contribuíram para a sua criação, crescimento e sustentabilidade. Sem eles, não era possível que o jornal Agricultor 2000 con- tinuasse a existir. A 100.ª edição deste nosso jornal significa que a nos- sa Instituição está viva e continua a valorizar um meio de comunicação que inclui informação atualizada, ob- jetiva e imprescindível para a Agricultura micaelense, refletindo também, as atividades da Associação Agríco- la de São Miguel e da Cooperativa União Agrícola, não dependendo de qualquer tipo de apoio, governamental ou outro, para a sua conceção. É bom lembrar que a nossa independência é fruto do trabalho e da aderência dos associados a esta casa, que é de todos nós, e que todos temos de defender, porque só com a união de todos é que poderemos ultrapassar as contrariedades que vão ocorrendo. Mesmo nos dias de hoje, onde as transformações na nossa sociedade são enormes e acontecem a ritmos alucinantes, o espirito associativo e cooperativo faz cada vez mais sentido, por- que só assim, é que os interesses coletivos poderão ser devidamente acautelados, num mundo cada vez mais competitivo e muitas vezes injusto. Atravessamos tempos difíceis, nomeadamente, com a abolição das quotas leiteiras, que traz incertezas e dú- vidas sobre o futuro da principal atividade da economia dos Açores, que é o leite. Mesmo com estas dificuldades e constrangimentos que se atravessam na nossa frente, os Agricultores têm sabido enfrentar duma forma digna e profissional os desafios que são constantes e permanentes, por isso, acredito no saber e no querer de todos e da nossa parte, estaremos sempre empenhados na defesa intransigente dos rendimentos dos associados e das suas famílias. DIRETOR: Eng.º NUNO SOUSA II SÉRIE A fileira do leite não está preparada para abolição das quotas leiteiras Mais de mil e seiscentas pessoas assistiram à inauguração da nova Fábrica de rações Santana, que representou um investimento de 9,5 milhões de euros. Um esforço significativo numa altura em que o setor atravessa algumas dificuldades, nomeadamente devido ao fim das quotas leiteiras que o presidente da Associação Agrícola de São Miguel, Jorge Rita acredita que foi uma “decisão política errada” e que pode constituir uma “situação trágica” para a Região. Com a nova Fábrica de Rações vai ser possível baixar os preços até 15 euros por tonelada Páginas 6a9 Páginas 2a5

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Nova fábrica de rações Santana“é de todos nós”

Agricultor2000

Nº 100ABRIL DE 2015 http://www.aasm-cua.com.pt

Editorial

Jorge Alberto Serpa da Costa Rita

Jornal Agricultor 2000Edição nº 100

OJornal Agricultor 2000 comemora nestaedição o seu número 100, o que constituium marco na sua história, significando queos seus objetivos, de informar os associa-

dos, permanecem bem vivos, independentemente dosnovos meios de comunicação, onde a internet, assumecada vez mais um papel importante na divulgação dainformação.

O jornal da Associação Agrícola de São Miguel tevevárias fases desde a sua criação, começando em 1987,pela II série do Agricultor Micaelense e pelo início dapublicação do jornal Agricultor 2000 a partir de 1994,sendo criada a II série do jornal Agricultor 2000 no anode 2000, que agora chega à sua 100ª edição.

Gostaria de fazer uma homenagem a todos os quecontribuíram para a elaboração do jornal da AssociaçãoAgrícola de São Miguel, desde os antigos diretores danossa Instituição e do jornal, aos colaboradores e a to-dos aqueles que de uma ou doutra forma, contribuírampara a sua criação, crescimento e sustentabilidade. Semeles, não era possível que o jornal Agricultor 2000 con-tinuasse a existir.

A 100.ª edição deste nosso jornal significa que a nos-sa Instituição está viva e continua a valorizar um meiode comunicação que inclui informação atualizada, ob-jetiva e imprescindível para a Agricultura micaelense,refletindo também, as atividades da Associação Agríco-la de São Miguel e da Cooperativa União Agrícola, nãodependendo de qualquer tipo de apoio, governamentalou outro, para a sua conceção.

É bom lembrar que a nossa independência é fruto dotrabalho e da aderência dos associados a esta casa, que éde todos nós, e que todos temos de defender, porque sócom a união de todos é que poderemos ultrapassar ascontrariedades que vão ocorrendo. Mesmo nos dias dehoje, onde as transformações na nossa sociedade sãoenormes e acontecem a ritmos alucinantes, o espiritoassociativo e cooperativo faz cada vez mais sentido, por-que só assim, é que os interesses coletivos poderão serdevidamente acautelados, num mundo cada vez maiscompetitivo e muitas vezes injusto.

Atravessamos tempos difíceis, nomeadamente, coma abolição das quotas leiteiras, que traz incertezas e dú-vidas sobre o futuro da principal atividade da economiados Açores, que é o leite.

Mesmo com estas dificuldades e constrangimentosque se atravessam na nossa frente, os Agricultores têmsabido enfrentar duma forma digna e profissional osdesafios que são constantes e permanentes, por isso,acredito no saber e no querer de todos e da nossa parte,estaremos sempre empenhados na defesa intransigentedos rendimentos dos associados e das suas famílias.

DIRETOR: Eng.º NUNO SOUSA

II SÉRIE

A fileira do leitenão está preparadapara abolição dasquotas leiteiras

Mais de mil e seiscentas pessoas assistiram à inauguração da nova Fábrica de rações Santana, que representou um investimento de 9,5 milhões de euros. Um esforço significativo numa altura em que o setor atravessa algumas dificuldades, nomeadamente devido ao fim das quotas leiteiras que o presidenteda Associação Agrícola de São Miguel, Jorge Rita acredita que foi uma “decisão política errada” e que pode constituir uma “situação trágica” para a Região.Com a nova Fábrica de Rações vai ser possível baixar os preços até 15 euros por tonelada Páginas 6a9

Páginas 2a5

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>> Jorge Rita considera que para fazer face à aboliçãodas quotas leiteiras, a indústria tem de aproveitar mais a qualidade do leite existente, apostando cada vez mais nadiferenciação dos produtores e aguarda que o ComissárioEuropeu da Agricultura possa vir o mais rapidamente possível aos Açores, para conhecer a nossa realidade

A fileira do leitenão estápreparada paraabolição dasquotas leiteiras

- A abolição das quotas lei-teiras já chegou. A agriculturanos Açores está preparada pa-ra esta mudança?

Jorge Rita - Nenhum setorpode estar preparado para umasituação desta natureza. O que sefez nos Açores, durante algunsanos, permitiu amortecer o im-pacto do final das quotas.

Provavelmente fez-se mais naRegião do que no continente,porque existiu cuidado na restru-turação do setor agrícola, atravésdos resgates leiteiros. Esta me-dida teve um impacto muito po-sitivo, pois permitiu a saída dignade agricultores, simultaneamen-te com o rejuvenescimento do se-tor e fazer crescer algumas explo-rações. Isto permitiu tornar as ex-plorações mais eficientes, sempreassociadas aos quadros comu-nitários de apoio na área da mo-dernização e rejuvenescimento.

Houve um trabalho contínuoao longo dos anos, através deuma restruturação silenciosa,com uma enorme atenção pelaparte social. Este foi um trabalhode parceria entre a AssociaçãoAgrícola de São Miguel e o Go-verno Regional.

A lavoura cresceu e está maisperto de uma maior eficiência,mas ainda não estamos no pata-mar que desejamos. Já se fez umgrande trabalho ao nível dos ca-minhos agrícolas, abastecimen-to de água e eletrificação, mas éum percurso que ainda não ter-minou. Ainda existem muitas di-

ficuldades primárias, mas apesardestas lacunas a lavoura, atravésde um trabalho das associaçõesagrícolas, percebeu que tinha demelhorar o produto. Nesta área alavoura deu um passo de giganteao apresentar um produto de ex-celência às indústrias.

No caso concreto da ilha de SãoMiguel a nossa classificação, comuma grelha máxima de 9 pontos,apresenta uma média de 8,5 pon-tos. Estamos muito próximos daexcelência. É preciso que todospercebam que a lavoura tem feitoo seu trabalho. Se apenas depen-desse da produção o problemacom o final das quotas não tinhaqualquer impacto negativo.

- E a indústria?J. R. - Tem ainda de efetuar um

trabalho muito importante. Já te-mos cooperativas e empresas pri-vadas modernizadas, que soube-ram aproveitar bem o quadro co-munitário. Estamos satisfeitos quea Indústria tenha conseguido gan-har dimensão e apresentar umadinâmica empresarial. Só existeuma situação que nos preocupa,porque apesar de produzimos leitecom qualidade, os produtos trans-formados apresentam pouco valoracrescentado. A indústria precisade continuar a inovar, diferenciar ediversificar alguns produtos.

A forma como produzimos oleite, à base de pastagem, com umagrande aceitação do mercado ain-da não foi suficiente para a Indús-tria conseguir elevar o valor dosnossos produtos.

Reconhecemos que algumasindústrias já apresentam produtosde valor acrescentado e realizamboas campanhas de marketing,mas ainda não conseguem apoiarsuficientemente os produtorescom o final das quotas leiteiras.

Esta situação foi exposta com oembargo russo, um decréscimo deconsumo da China que provocoulogo excedentes de leite na UniãoEuropeia o que provocou uma bai-xa no preço, em todos os países,sendo que as regiões ultraperiféri-cas são mais prejudicadas.

Se tivermos produtos de valoracrescentado as indústrias nãoprecisam baixar de forma agressi-va o preço do leite ao produtor.

A baixa do preço do leite acon-tece por condicionalismo do mer-cado, mas a grande preocupaçãoapós o final das quotas leiteirasestá relacionada com esta questão.

Infelizmente o final das quotasleiteiras foi uma decisão tomadapor políticos medíocres, sem qual-quer tipo de sensibilidade para osetor agrícola, prejudicando umdos melhores setores económicosda União Europeia.

Os produtores de leite dos Aço-res estão a ser prejudicados porpolíticas erradas. Já sofremos como embargo russo e agora, nova-mente, com o final das quotas.

Esta medida acabou com umregulador do mercado gratuito e,futuramente, vão ser precisos criarnovos instrumentos para regular omercado, provavelmente com cus-tos elevados. Na Europa já se co-

meça a perceber que será um errograve terminar o regime de quotas.

O comissário da agricultura,apesar de dizer que o setor do leitenão atravessa problemas, já criouuma medida para atribuir jurosbonificados. É um reconhecimen-to do erro cometido com o final dasquotas. O nosso grande desafioagora é continuar a apostar na qua-lidade dos produtos para sermoscompetitivos e apresentarmos pro-dutos de valor acrescentado.

Costumo dizer que, neste mo-mento, estamos no circo, em cimade um trapézio sem rede e pode-mos cair. Digo isto porque não re-cebemos ajudas adicionais daUnião Europeia com o final dasquotas.

- A criação de um lobby emBruxelas continua a ser funda-mental?

J. R. - Sem dúvida. Quem nãoperceber isto, por não querer, égrave. Se for por ignorância, já de-veria ter percebido que é muitoimportante um lobby dos Açores.O lobby faz-se com pessoas, orga-nizações e políticos experientes.Acho que se delapidaram políticosregionais que podiam ser muitoúteis durante esta fase do final dasquotas leiteiras.

O que se fez do Capoulas San-tos? Que era só um dos melhoresdeputados de Portugal. Foi o rela-tor da reforma da Política Agríco-

“A lavouracresceu e estámais perto de umamaior eficiência,mas ainda nãoestamos no patamar que desejamos”

“O ComissárioEuropeu daAgricultura precisa, rapida-mente, de visitaros Açores paraperceber clara-mente a nossarealidade insular”

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la Comum, porque era o deputa-do mais consagrado da Europa.

Havia outros antigos eurodepu-tados que podiam estar na Europaa influenciar as decisões. É funda-mental perceber que o lobby faz-sena União Europeia. É importanteestarmos próximos, porque quemnão aparece é esquecido.

O setor do leite nos Açores, sepassar por muitas dificuldades, vaiarrasar por completo com a eco-nomia regional.

É preciso uma grande união eproatividade para defender a im-portância do setor do leite em Bru-xelas.

A agricultura tem uma im-portância fundamental para ga-rantir a coesão económica e social,ajuda a fixar as pessoas nos meiosrurais e mantém uma paisagemnatural nos Açores.

Alguém imagina os Açores semter vacas ou agricultura. Isto é aimagem de marca dos Açores.

- Comissário da Agriculturaafirmou que o POSEI, nas atuaiscircunstâncias, é suficiente parafazer face ao embate do fim dasquotas. Este comissário está de-vidamente informado do que sepassa nos Açores?

J. R. - Não. O Comissário Euro-

peu da Agricultura precisa, rapi-damente, de visitar os Açores paraperceber claramente a nossa reali-dade insular.

O que existe, na Região, em ter-mos de dotação do POSEI é preci-samente o que havia antes. Os 77milhões de euros do POSEI não sedestinam só ao sector leiteiro. Estaverba destina-se a produções vege-tais, produções animais, transfor-mação e comercialização, e destemontante, existe 6,3 milhões de eu-ros para o abastecimento, dos quais5,8 milhões para a compra de cere-ais para as rações e o restante para apanificação. Ou seja, as verbas do

POSEI são as mesmas do anteriorquadro de apoio. E todos nós temosa consciência que, se a crise conti-nuar e ocorrerem mais baixas dopreço do leite, muitos produtoresde leite da Região entram em falên-cia técnica nas suas explorações.Vão viver uma situação em que oscustos de produção passam a ser su-periores à receita que têm por cadalitro de leite.

Por isso é que nós solicitamosajudas adicionais à produção deleite nos Açores.

- Que tipo de ajudas?J. R. - Para fazer face à abolição

das quotas leiteiras e às conse-quências nefastas que esta si-tuação origina na região, uma vezque não existem alternativas viá-veis a esta fileira, a União Europeiadeve encontrar soluções específi-cas para as regiões ultraperiféricasalém dos instrumentos financeirosexistentes (Posei e Prorural+) e dasmedidas criadas com o objetivo deproteger o setor leiteiro europeu,pelo que deverá ser criado um pro-grama complementar de ajuda aosprodutores de leite dos Açores, quelhes permita suportar os impactosda supressão deste mecanismo,que foi durante várias décadas, ca-paz de assegurar a regulação domercado dos lacticínios.

Além dos programas específi-cos atrás referidos, devem ser en-contradas soluções ao nível daUnião Europeia no âmbito do ob-servatório do leite, que permitamsalvaguardar os interesses de to-dos os produtores de leite euro-peus, nomeadamente, pela imple-mentação dum mecanismo quedefina um preço mínimo por litroleite, que preveja compensaçõespara os produtores, sempre que opreço seja inferior a um patamarpreviamente estabelecido, tendoem conta os custos de produção.

No entanto, este mecanismodeve estabelecer critérios capazes

de reconhecer as diferentes rea-lidades das regiões europeias,nomeadamente, uma região ul-traperiférica, como os Açores,que é um caso específico e parti-cular. Esta é uma forma de pro-teger os produtores de leite daespeculação e das influências nomercado do leite e dos laticínios,que muitas vezes, surgem de fa-tores exógenos, mas que se tor-nam decisivos nos preços prati-cados e assim, nos seus rendi-mentos.

As nossas razões são conheci-das. Representamos mais de30% da produção nacional de lei-te. A coesão económica e socialfaz-se com a agricultura. O im-pacto económico e social do sec-tor leiteiro na Região é enorme.Nos Açores, quando falamos embens transacionáveis, a maiorpercentagem é de produtos lácte-os. Não há na Região setores deatividade viáveis que sejam alter-nativa à produção de leite e quepossa suportar uma economiadebilitada como a nossa. Ou seja,temos muito capital de reivindi-cação perante a União Europeia.

E podemos sempre fazer com-parações. As outras regiões ul-traperiféricas, nos momentos decrise, tiveram apoios adicionaisda União Europeia para alémdos previstos no POSEI. No casoconcreto das Bananas, os produ-tores das regiões ultraperiféri-cas, principalmente as Canáriase os Doms Franceses tiveram umapoio adicional de 40 milhões deeuros.

O atual como o anterior Co-missário Europeu já reconheceque as regiões de montanha naEuropa e a região ultraperiféricados Açores terão de ter umaatenção especial. Mas, estaatenção especial não se faz comaquilo que já recebemos eque tínhamos antes. Faz-se

“Para fazer face à abolição das quotasleiteiras e às consequências nefastasque esta situação origina na região,uma vez que não existem alternativasviáveis a esta fileira, a União Europeiadeve encontrar soluções específicaspara as regiões ultraperiféricas”

>>

“A indústria precisa de continuar a inovar, diferenciar e diversificaralguns produtos”

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“A Associação Agrícola de São Migueltem realizado uma série de formaçõesque contribuíram para melhorar a qualidade do leite e aumentar a eficiência das explorações agrícolas”

com ajudas adicionais a reforçaro envelope financeiro do POSEI.

Estamos a falar de uma gota nooceano comparativamente com osgastos da União Europeia.

E é bom que não nos esqueça-mos que a União Europeia já inter-veio para minimizar o impacto ne-gativo do embargo russo nos paísesbálticos e na Finlândia. A Finlândiarecebeu 10 milhões de euros de aju-da adicional e os países bálticos re-ceberam 28 milhões de euros. Ouseja, a União Europeia já abriumão de 38 milhões de euros paraestas zonas de forte exportação deprodutos para a Rússia.

No caso concreto dos Açores,havendo uma crise na fileira do lei-te, toda a economia açoriana so-fre de forma transversal.

Julgo que ninguém quer pensarhoje nos Açores sem ter um sectorleiteiro forte. Isso é impensável.Por arrastamento virá mais de-semprego, a economia fragiliza, oambiente fica deteriorado. Tudoisso irá sofrer demasiado.

Os custos que podem estar as-sociados ao que pode ser a falênciado sector leiteiro nos Açores - quenão queremos nem desejamos epenso que ninguém quer - são ini-magináveis.

- Com uma Europa em re-cessão como se vende a qualida-de do leite açoriano?

J. R. - Em qualquer economia,quando existe recessão, os produtosde marca são os mais vendidos. Porexemplo a nível nacional a BMW eMercedes continuam a vender maiscarros. Nós precisamos é de maisprodutos gourmet e de valor acres-centado. Sabemos que é impossívelcolocar toda a produção com valoracrescentado, mas os produtos as-sociados à nossa imagem precisamestar num patamar acima dos ou-tros produtos. Não se pode compa-rar o leite dos Açores com o leite daEspanha, França ou continente. Oleite e derivados do leite dos Açoressão melhores.

Sei que a parte comercial é difí-cil para as Indústrias devido ao se-tor da distribuição estar concen-trado. É preciso uma cultura na-cional e regional de consumir osnossos produtos, aproveitando amarca Açores. Se não tivermos es-ta cultura não podemos pedir aosoutros para comprarem os nossosprodutos. Mesmo na Região exis-tem ilhas que não compram pro-dutos de outras ilhas.

Agora a distribuição deveráperceber se faz sentido comprarleite do estrangeiro para vendernos Açores. É errado e não fazsentido. Não sei qual a margemde lucro com a venda de leitefrancês, mas precisam perceberque não faz sentido e prejudicatoda a economia.

Quando se delapida o preço doleite regional vai arrastar de formanegativa a economia dos Açores.

Sabemos que o leite é o chama-riz na distribuição para fazer cam-panhas, mas o leite dos Açores nãopode ser vendido no mercado degama baixa. A distribuição tem deperceber que ao negociar com aIndústria existe ainda uma pro-dução, que é o parente pobre destafileira.

- A situação na Base das Lajese a entrada das low-cost acaboupor afastar o foco da política dofinal das quotas leiteiras?

J. R. - Na minha perspetivaeconómica o problema da Base dasLajes é, incomparavelmente, infe-rior ao problema do final das quo-tas leiteiras. Se o preço do leite co-meçar a descer o rombo económi-co poderá ser um verdadeiroTitanic, sem qualquer comparaçãocom a Base das Lajes.

- As ações de formação reali-zadas pela Associação Agrícolade São Miguel foram importan-tes para preparar os agriculto-res para o final das quotas?

J. R. - Ainda não estamos todos

preparados, mas em relação àformação quem nos visita e vê aorganização da lavoura percebeque existe um grande trabalho.Não existe nenhuma situaçãonacional igual à existente nosAçores. Realizamos uma série deformações que contribuíram pa-ra melhorar a qualidade do leitee aumentar a eficiência das ex-plorações agrícolas.

Hoje as pessoas estão maisbem preparadas e encaram mel-hor as dificuldades. Não temosmedo dos desafios, porque so-mos agricultores bem formadose preparados com capacidadepara vencer estes desafios.

Tenho a certeza que os agri-cultores vão vencer os desafios,desde que fiquem salvaguarda-dos os pressupostos que os ou-tros precisam de fazer.

A evolução que efetuamos jápermite a exportação de genética,em algumas explorações. Tambéma venda de carne poderá ser maisum eixo para garantir valor acres-centado. Isto são pequenas alter-nativas para complementar a fi-leira do leite.

“É preciso uma culturanacional e regional de consumiros nossos produtos,aproveitando a marca Açores”

>>

“O problema da Base das Lajes é,incomparavelmente,inferior ao problema do final das quotas leiteiras”

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Nova fábrica de raçõesSantana “é de todos nós”>> Mais de mil e seiscentas pessoas assistiram à inauguração da nova Fábrica de rações Santana,que representou um investimento de 9,5 milhões de euros. Um esforço significativo numa altura emque o setor atravessa algumas dificuldades, nomeadamente devido ao fim das quotas leiteiras que opresidente da Associação Agrícola de São Miguel, Jorge Rita acredita que foi uma "decisão políticaerrada" e que pode constituir uma "situação trágica" para a Região.Com a nova Fábrica de Rações vai ser possível baixar os preços até 15 euros por tonelada

Na inauguração da no-va fábrica de raçõesSantana o Presidenteda Associação Agrí-

cola de São Miguel, Jorge Rita,destacou que o investimento to-tal de 9,5 milhões de euros é "umesforço significativo" da Coope-rativa União Agrícola mastambém é um sinal de que "o mo-vimento cooperativo em São Mi-guel está vivo e com vitalidade,numa época difícil, de grandesdificuldades para o setor agríco-la, nomeadamente para a fileirado leite".

Perante uma plateia de maisde mil e seiscentas pessoas, Jor-

“Neste momentode grandes dificuldades,temos de estarunidos porqueeste é o maior e melhor setor da economiaregional”

ge Rita referiu que a fábrica derações Santana tem desempenha-do um papel muito importante pa-ra a rentabilidade das exploraçõesde São Miguel, através do forneci-mento a preços competitivos derações "cada vez mais adequadasao complemento da alimentaçãoforrageira dos bovinos". Tendo co-locado no mercado, até finais de2014, um milhão e trezentas miltoneladas de rações para bovinos.

A gestão "profissional, séria eresponsável" da CooperativaUnião Agrícola tem permitido queas suas rações tenham o preçomais baixo do mercado "sem quetal signifique diminuição da quali-

dade" e por isso, Jorge Rita anun-ciou a baixa do preço das rações até15 euros por tonelada "devidotambém à redução dos custos deprodução da nova fábrica, deco-rrentes da sua maior eficiência".

Com um investimento total de9,5 milhões de euros, o projeto te-ve um investimento elegível de 8,3milhões de euros através do Pro-rural, contando com subsídios de6,3 milhões de euros, dos quais 5,3milhões de euros da União Euro-peia e 930 mil euros da Região.

Um avultado investimento quesurge numa altura em que o setorleiteiro "está a atravessar umperíodo difícil e complicado, no-

meadamente pelas baixas abrup-tas do preço do leite que têm oco-rrido em algumas ilhas, mas queem São Miguel teve o seu expoen-te máximo com descidas de algu-mas indústrias de 4 cêntimos emquatro meses, além de penali-zações suplementares que preten-dem introduzir, o que provocauma baixa de rendimento signifi-cativa nos produtores de leite",afirmou Jorge Rita.

O Presidente da AssociaçãoAgrícola de São Miguel deixou porisso o alerta que as indústrias "têmde acarinhar e proteger os produ-tores de leite", de forma ativa e re-alista já que sem eles "deixam de

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ter razão de existir, e não podemter fornecedores de matéria-primadesmotivados, incapazes de reagiràs adversidades e às dificuldadesque vão ocorrendo na fileira".

Jorge Rita referiu, a este propó-sito, a postura da Unileite na açãoreguladora do preço do leite emSão Miguel, demonstrando ser im-portante haver cooperativas dosprodutores que sejam capazes deinfluenciar os preços do mercado.

A propósito da baixa do preçodo leite, Jorge Rita destacou o fac-to de ter sido motivada pelo em-bargo da União Europeia e dos Es-tados Unidos à Rússia, tratando-se de uma decisão política que teveconsequências negativas na eco-nomia real e em particular, nosprodutores de leite.

"Uma decisão política erradadeve ser corrigida por medidaspolíticas de forma que os produto-res possam recuperar rapidamen-

te os seus prejuízos", disse JorgeRita que acrescentou que o mesmose aplica à abolição das quotas lei-teiras, que pode constituir "umasituação trágica para a região" senão existirem medidas adicionaispara os produtores de leite dosAçores. Por isso deixou o apelo aoGoverno para que não desista dereivindicar essas medidas adicio-nais, fazendo valer a ultraperiferiae singularidade dos Açores emBruxelas, "com todos os meios aodispor de forma a defender os in-teresses regionais".

Neste sentido, Jorge Rita desta-cou a criação de um observatóriodo leite na Região, sendo uma"condição essencial para a trans-parência e moralização do setor",para que seja desenvolvido um tra-balho mais abrangente com os vá-rios agentes, desde a indústria, adistribuição e até a Universidadedos Açores para que se encontrem

mecanismos capazes de valorizaro "magnífico e singular produto"que é o leite dos Açores.

O presidente da AssociaçãoAgrícola dos Açores apelou por is-so a que em termos de diferen-ciação dos produtos, "os Açores sópodem concorrer com os seus par-ceiros pela qualidade e nunca pe-la quantidade, por isso, têm de servalorizados os estudos científicosjá existentes, onde se destacam al-gumas componentes do leite, co-mo o Ómega 3". Por isso, a apostana investigação e inovação "tem deser contínua e persistente, paraque possamos potenciar a alimen-tação dos animais que é suportadano verde das nossas magníficaspastagens". Assim, explicou que osprodutores também esperam aimplementação da Marca Açores,para que ajude um setor que ex-porta 85% do que produz.

No setor da carne, há "margempara progredir", afiançou JorgeRita que explicou que tem sido fei-to um esforço de progressãoatravés da construção de infraes-truturas de abate em algumas il-has, mas que precisam "urgente-mente de adaptações às novasexigências dos mercados", peloque têm de se realizar investimen-tos nessa área.

A aposta na carne deve ser ca-da vez maior, em especial na raçaAngus, que se tem adaptado bem àRegião e que é já uma mais-valia.Jorge Rita alertou também para o

acordo entre a União Europeiae o Mercosul que pode ser "bas-tante negativo" para o mercadoeuropeu da carne já que permi-te a liberalização da entrada decarne na Europa.

"Nós agricultores gostamosde produzir e sabemos produzir,temos é de ter as condições quenos permitam ser competitivospara que possamos ser capazesde enfrentar a volatilidade dosmercados agrícolas que são cadavez mais influenciados por fato-res exógenos à agricultura", aler-tou Jorge Rita.

Em termos de fundos comu-nitários, o POSEI é "um bomexemplo" da cooperação entre oGoverno Regional e as organi-zações de produtores, tendo re-sultado um documento "maisjusto e abrangente". Também aaprovação do Prorural + é "umbom sinal" para o setor agrícola,pelo efeito reprodutor na eco-nomia regional. Mas Jorge Ri-ta lamenta que as reformas an-tecipadas tenham deixado deexistir, neste novo programa co-munitário. Daí que considere"conveniente que o GovernoRegional dos Açores criasse ummecanismo semelhante, capazde substituir aquela medida co-munitária, para que, a reestru-turação do setor continuasse aser feita de forma adequada, talcomo aconteceu no passado eque se deve prolongar no

“As indústrias têm de protegeros produtores de leite, de formaativa e realistajá que sem os produtoresdeixam de terrazão de existir”

“Uma grande lacuna da Regiãosão os transportesentre e fora dasilhas, que são fundamentaispara a competi-tividade dos nossos produtosregionais”

>>

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futuro". No entanto, Jorge Ritasalientou que o fato dos segurosagrícolas terem sido incluídosno Prorural + "pode ser umamedida muito positiva para aRegião" especialmente para adiversificação agrícola, e que éuma reivindicação antiga da As-sociação Agrícola de São Mi-guel.

Jorge Rita alertou ainda paraa "grande lacuna" que são ostransportes entre e para fora dasilhas que são "fundamentais" pa-ra a competitividade dos nossosprodutos regionais.

Aproveitando a presença doPresidente do Governo Regionalna inauguração da nova Fábricade Rações Santana, Jorge Ritalembrou ainda o código contri-butivo em vigor para a segurançasocial que encarece a atividadedos agricultores que iniciaram aatividade depois de 2011. Por is-so a Federação Agrícola de SãoMiguel e Associação Agrícola deSão Miguel "não deixarão de rei-vindicar a sua alteração", convic-to que irá ser encontrada uma so-lução razoável e equilibrada "talcomo aconteceu no gasóleo agrí-cola".

Outra inquietação dos agri-cultores são os "constantes rou-bos e assaltos às explorações, queoriginam prejuízos acrescidos e

provocam um clima de insegu-rança e intranquilidade desne-cessário", apelando a que as auto-ridades sejam capazes de agir deforma a prevenir estas situações.

Jorge Rita apelou à união entretodos os intervenientes no "maiore melhor setor da economia regio-nal", apelando ao empenho e dedi-cação de todos desde a classe polí-tica, os industriais, as organizaçõesde produtores e banca, de modo aultrapassar as adversidades que secolocam atualmente ao setor.

O presidente da AssociaçãoAgrícola de São Miguel deixou

também um agradecimento a to-dos os órgãos sociais que ocuparacargos diretivos na instituição eque "foram fundamentais para oseu sucesso", nomeadamente osantigos presidentes António Ma-ria do Carmo, Paulo Teves, Antó-nio Cymbron, José Francisco Bar-bosa e Manuel António Martins.

No final da inauguração da no-va Fábrica de Rações Santana, se-guiu-se um almoço para mais demil e seiscentas pessoas no Parquede Exposições de São Miguel.

“A carne temmargem paraprogredir, atendendo à suaqualidade”

“O código contributivo emvigor para a segurança socialencarece demasiado a atividade dosjovens agricultorese dos agricultoresque iniciaramatividade após2011”

“A abolição das quotas leiteirastambém é uma decisão política errada,que pode constituir uma situaçãotrágica para a Região, se não existirem medidas adicionais para os produtores de leite dos Açores”

>>

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Presidente do GovernoRegional apela ao entendimento dalavoura e indústria

"A produção, indústria e comercializaçãoestão condenadas a entenderem-se.Não é possível cuidar apenas dos interesses de uma destas partes sem avaliar o impacto quepoderá ter nas restantes”

“Nós própriostemos de trabalharno sentido degarantir que estamos o melhorpreparados possível paravencer este desafio”

>> O Presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, explicou que produção, indústria e comercialização estão condenadas a entenderem-se ereferiu que o Governo Regional também não se podecolocar de fora "deste esforço que é necessário fazer.Vasco Cordeiro referiu ainda que o Governo Regional vaicontinuar a manifestar a sua discordância contra o fimdas quotas leiteiras, junto das instituições comunitárias

Na inauguração da novaFábrica de Rações deSantana, o Presidentedo Governo Regional,

Vasco Cordeiro, deixou claro que oexecutivo não concorda com o fimdas quotas leiteiras. Desta forma,Vasco Cordeiro salientou que oGoverno Regional vai continuar amanifestar a sua discordância jun-to das instituições comunitárias,especialmente para "se acautelaros efeitos profundamente desesta-bilizadores que essa abolição po-derá ter no rendimento dos pro-dutores".

No entanto, Vasco Cordeiro re-feriu que não se pode ficar apenasdependente das decisões de ou-tros. "Nós próprios temos de tra-balhar no sentido de garantir queestamos o melhor preparadospossível para vencer este desafio",defendeu e explicou que para issoé necessário "reforçar a capacida-de de construir consensos entre to-dos os intervenientes" do setor.

"A produção, indústria e comer-cialização estão condenadas a en-tenderem-se. Não é possível cuidarapenas dos interesses de uma des-tas partes sem avaliar o impactoque poderá ter nas restantes duas",referiu Vasco Cordeiro que salien-tou o empenho do executivo nesseentendimento. Para isso, referiu oFórum do Leite que juntou à mes-ma mesa todos os intervenientesdo setor para "reflexão e debate"sobre o leite, em especial num mo-mento de "definição e de apontarde caminhos que possam ajudar a

todos, em conjunto, a ultrapassareste desafio".

Vasco Cordeiro destacou aindaa necessidade de não se descurarnem menorizar, as questões relati-vas à qualidade, assim como a ne-cessidade de replicar os bonsexemplos que já existem na dife-renciação dos produtos. O Presi-dente do Governo Regional asse-gurou que o executivo não se co-loca de fora "deste esforço que énecessário fazer", dando o exem-plo dos investimentos para dotaras explorações com água, energia emelhores acessos, que vão absor-ver cerca de 30 milhões de eurosao longo da atual legislatura.

Vasco Cordeiro referiu ainda osresultados históricos atingidos aonível da sanidade animal nos Aço-res, nomeadamente no combate àbrucelose, assim como as con-dições para o reforço da competi-tividade das produções regionaisasseguradas pela Marca Açores.

Em relação ao Prorural +,Vasco Cordeiro garantiu que oexecutivo está empenhado emoperacionalizar o programa co-munitário para permitir aos pro-dutores e às suas organizaçõesrepresentativas a apresentaçãodas suas candidaturas aos apoiospúblicos "o mais rapidamentepossível".

"Houve um trabalho que foifeito e que conduziu a boa nego-ciação do Prorural +, mas hoje oque nos move é, fundamental-mente, pôr em prática e imple-mentar este instrumento parabenefício dos produtores e dassuas organizações representati-vas", afirmou Vasco Cordeiro.

No âmbito do Prorural +, quedisponibiliza um total de 340milhões de euros até 2020, o Pre-sidente do Governo anunciouque já está definido o Comité deAcompanhamento, foi criada aAutoridade de Gestão e estão emanálise e debate um conjunto dedocumentos que visam definir oscritérios de seleção para apro-vação dos projetos que foremapresentados ao novo QuadroComunitário de Apoio "para que,o mais rapidamente possível, se-jam também postos em funcio-namento os mecanismos para ascandidaturas à modernizaçãonas explorações agrícolas, assimas restantes medidas incluídas noapoio do Prorural +".

Na sua intervenção, o Presi-dente do Governo Regional refe-riu ainda que, em menos de trêsmeses, o concelho da RibeiraGrande assistiu à inauguraçãode investimentos superiores a 25milhões de euros, nomeadamen-te do novo porto de pescas de Ra-bo de Peixe, que representou uminvestimento de cerca de 16milhões, e desta nova fábrica derações, que contou com apoiospúblicos de cerca de 6,4 milhõesde euros.

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Primeira exposição de máquinas eequipamentos agrícolas e industriais

Na inauguração da pri-meira Exposição deMáquinas e Equipa-mentos Agrícolas e

Industriais, que decorreu duran-te um fim-de-semana no Parquede Exposições de São Miguel, emSantana, o Presidente da Asso-ciação Agrícola de São Miguel,Jorge Rita, começou por falarnos constrangimentos que exis-tem atualmente no setor.

A grande preocupação tem aver com "o rendimento dos pro-dutores" e perante as dificulda-des existentes, Jorge Rita sa-lientou que cabe ao GovernoRegional criar alternativas paradiminuir os custos de produção.Por exemplo, através do QuadroComunitário de Apoio quer aonível do investimento da mo-dernização das exploraçõesagrícolas e dos jovens agriculto-res "tudo investimentos impor-tantes para um crescimentosustentado de um setor que émuito importante e que repre-senta 50% da nossa economia".Jorge Rita lembrou que é o setorque, mesmo com todas as difi-culdades, "ainda mantém umnúmero de emprego muito im-

portante, a fixação das pessoasnos meios rurais é uma das si-tuações mais importantes e rele-vantes para atenuar os desequilí-brios na sociedade".

Jorge Rita voltou a falar das"decisões políticas erradas" comoo embargo russo que está a afetardiretamente os produtores de lei-te, e como a abolição das quotasleiteiras "que terá consequênciasgravíssimas não só para o futuroda região, mas também do país".

Desta forma destacou ser ne-cessário que todos trabalhem emconjunto, "de forma articulada",para que se possam reivindicarajudas adicionais devido à ultra-periferia dos Açores.

Quanto ao preço do leite, oPresidente da Associação Agríco-la de São Miguel referiu que temhavido uma ligeira retoma em al-guns produtos nos mercados na-cionais, mas lembrou que apesarda média do preço do leite nosAçores estar muito próximo dopreço a nível nacional e interna-cional "não é o suficiente para ga-rantirmos com dignidade umrendimento para que os agricul-tores possam ter auto-estima epossam continuar a querer inves-

tir num setor tão importante co-mo é o setor leiteiro", referiu.

Neste sentido Jorge Rita acres-centou que a indústria "tem queperceber claramente que não podematar a sua galinha dos ovos deouro que é a produção. Tem de ha-ver algum cuidado porque a partirdo dia 1 de Abril não há mais quo-tas leiteiras, e não se pode estar aimpor em algumas indústrias li-mitações de produção".

O Presidente da AssociaçãoAgrícola de São Miguel acrescen-tou que da parte da indústriatambém tem de haver "uma par-te importante da reivindicaçãopara possivelmente tambémmelhorar as suas produções nomercado. Não pode deixar o pro-dutor ser o parente pobre e a terde fazer todo o desgaste de co-municação e reivindicação paraque depois as indústrias tenhampreços assentes da forma quequerem implementar e comoquerem", referiu.

Jorge Rita lembrou que da par-te da produção têm vindo a serconseguidos os objetivos de qua-lidade, de forma gradual e sus-tentada e estamos em patamaresde padrões de qualidade excecio-nais na Região. Por isso destacouque também à indústria compe-te "potenciar esta mesma quali-dade, dando mais valor acrescen-

tado à maior parte das suas pro-duções e é esse desafio que dei-xamos à indústria para que conti-nue a fazer isso. Existem já algunsprodutos de valor acrescentadomas não são suficientes para su-portar os embates como o embar-go russo ou a abolição das quotasleiteiras".

O presidente da AssociaçãoAgrícola de São Miguel lembrouque em termos de infraestruturaso governo tem feito, e deve conti-nuar a fazer, "um importante tra-balho" nomeadamente ao nível decaminhos, água e luz mas alertouque tem de haver uma maior arti-culação entre as câmaras munici-pais e a Secretaria Regional daAgricultura e do Ambiente "paraaproveitamento de água porquepoderá ser um drama num futuropróximo se essas situações não fi-carem colmatadas".

Jorge Rita aproveitou paraagradecer também aos represen-tantes das marcas presentes naprimeira Exposição de Máquinase Equipamentos Agrícolas e In-dustriais, já que "o momento é im-portante" demonstrando a opor-tunidade nessas áreas e o que tempara oferecer aos agricultores.

O evento decorreu no Pavilhãode Exposições de São Miguel, emSantana, e contou com animaçãodurante a noite.

“O setor agrícola ainda mantém um número de emprego muito importante,a fixação das pessoas nos meios ruraisé uma das situações mais importantes e relevantes para atenuar os desequilíbrios na sociedade”

“A abolição das quotas leiteirasterá consequênciasgravíssimasnão só para o futuroda região, mastambém do país”

“O preço do leite emSão Miguel não é osuficiente paragarantirmos comdignidade um rendi-mento para que osagricultores possamter auto-estima econtinuarem a quererinvestir num setortão importante comoé o setor leiteiro”

>> Uma oportunidade para os agricultores de São Miguel saberem das novidades que se apresentam em termos de máquinas e equipamentos agrícolas para as suas explorações. A primeira exposição deste género aconteceu no Parque de Exposições de São Miguel

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Açores estão melhorpreparados para osdesafios do fim dasquotas leiteiras

“Temos explorações agrícolas modernas,infraestruturadas e mecanizadas.Indústrias agroalimentares mais capacitadas para modos de produção inovadores e com fortecapacidade exportadora”

>> O Secretário Regional da Agricultura e Ambiente, Luís NetoViveiros, referiu na inauguração da primeira Exposição deMáquinas e Equipamentos Agrícolas e Industriais, que devidoaos investimentos que têm sido feitos em toda a fileira dosetor leiteiro os Açores estão agora melhor preparados parao fim das quotas leiteiras. Luís Neto Viveiros referiu que osempresários agrícolas e operadores do setor estão agoramais habilitados ao desempenho das suas funções, com basenuma formação profissional adaptada à sua realidade

Na inauguração da pri-meira Exposição deMáquinas e Equipa-mentos Agrícolas e In-

dustriais, no Parque de Exposiçõesde São Miguel, em Santana, o Se-cretário Regional da Agricultura eAmbiente, Luís Neto Viveiros, sa-lientou o dinamismo do certameem prol dos agricultores e do setor.

Salientando a atitude proativa daAssociação Agrícola de São Miguel,com a realização desta primeira ex-posição, Luís Neto Viveiros desta-cou que essa atitude "é que permiteencontrar soluções, potenciando odesenvolvimento da Região".

Além das oportunidades de

negócio que se promovem, a pri-meira exposição pretende tambéma proximidade aos empresáriosagrícolas para a aquisição de equi-pamentos necessários à moderni-zação e melhoria de desempenhodas suas explorações agrícolas.

Neste sentido o Secretário Re-gional da Agricultura e Ambientereferiu que o executivo reforçou oprograma regional de apoio aosagricultores para aquisição de má-quinas e equipamentos. "O Progra-ma de Apoio à Modernização Agrí-cola (PROAMA), cujas regras deatribuição foram melhoradas no fi-nal de 2014, destina-se a apoiar aaquisição de máquinas e equipa-

mentos adaptados à dimensão dasexplorações e unidades de pro-dução, em situações que não justi-ficam investimentos de grande va-lor", referiu.

O programa, que funciona emcomplementaridade com o Prorural+, visa "incentivar a modernização emecanização nos setores da pro-dução animal e vegetal, reforçar asua competitividade e contribuirpara a melhoria das condições detrabalho dos nossos agricultores".

O Prorural + tem uma dotação de340 milhões de euros, sendo 295milhões fundos europeus e 45milhões de verbas do orçamentopróprio dos Açores, "é um impor-

tante instrumento de apoio ao de-senvolvimento sustentável do setoragroflorestal dos Açores que vigo-rará até 2020", afiançou Luís NetoViveiros que acrescentou que o pro-grama foi desenhado para apoiar osagricultores, a agro-indústria e a co-mercialização, "a enfrentarem, comsucesso, os desafios atuais e futuroscom que nos deparamos".

Assim, Luís Neto Viveiros afir-mou que os Açores estão actual-mente "melhor preparados para osdesafios que se avizinham, desig-nadamente, para o desmantela-mento do regime de quotas leitei-ras". Nomeadamente em termosde modernização das unidadesprodutivas e de transformação,mas também das explorações agrí-colas que são agora "modernas, in-fraestruturadas e mecanizadas.Temos indústrias agroalimentaresmais capacitadas para modos deprodução inovadores e com fortecapacidade exportadora".

Também os empresários agríco-las e operadores do setor "estão ho-je mais habilitados ao desempenhodas suas funções, com base numaformação profissional adaptada àsua realidade e que lhes permite de-finir a melhor orientação a dar à suaatividade e às suas opções de investi-mentos". Luís Neto Viveiros desta-cou que "é possível melhorar e ven-cer os desafios com que nos depara-mos, com persistência, competência

e coragem. Uma determinaçãoque o Governo dos Açores coloca,também, na luta pela resolução deuma injustiça que são as alte-rações impostas a nível nacionalao regime contributivo para a Se-gurança Social".

Este é um dos problemas quemais afeta os agricultores e LuísNeto Viveiros deixou a garantiaque já tinha sido colocado aos go-vernantes a nível nacional aquestão e anunciou que a Assem-bleia Legislativa Regional vaitambém analisar uma antepro-posta de lei "que visa corrigir estasituação injusta para todos os agri-cultores da Região e do País".

O Secretário Regional da Agri-cultura e Ambiente referiu queacredita nas capacidades e no va-lor dos agricultores açorianos quese dedicam à produção de leite, àprodução de carne ou de outrosprodutos agrícolas, e "não duvidoda importância do seu contributoe do que representam para a eco-nomia dos Açores, o mesmo queé dizer, para todos nós". Assim dei-xou a garantia que o Governo Re-gional está a trabalhar "com e pa-ra os agricultores, todos os diasdo ano, tal como os agricultoresdiariamente trabalham para anossa autossustentabilidade ali-mentar e para a competitividadeda economia dos Açores", con-cluiu Luís Neto Viveiros.

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Sala cheia para sessão deesclarecimentodo Prorural +>> O Presidente da Associação Agrícola de São Miguel,Jorge Rita, aproveitou esta sessão para valorizar a importância do Prorural +, tendo referido que este deve ser direcionado principalmente para a produção, e que deve ser aproveitado por todos osagricultores em prol do desenvolvimento do setor na região.A Diretora Regional do Desenvolvimento Rural, Fátima Amorim, destacou na Associação Agrícola de São Miguel as novidades ao nível do Prorural+. As novidades divulgadas foram ao nível da modernizaçãodas explorações agrícolas, instalação de jovens agricultores, medidas vocacionadas para o ambiente e para o rendimento dos agricultores, agroambiente e climae seguros agrícolas

ADiretora Regional doDesenvolvimento Rural,Fátima Amorim, estevenas instalações da Asso-

ciação Agrícola de São Miguel pa-ra uma sessão de esclarecimentossobre o Prorural+ e encontrou ca-sa cheia para saber mais sobre onovo Programa de Desenvolvi-mento Rural dos Açores.

Fátima Amorim começou poresmiuçar o documento "bastanteextenso" que é o Programa de De-senvolvimento Rural da RegiãoAutónoma dos Açores e que já foiaprovado pela Comissão Europeia.Disponíveis estarão 340 milhõesde euros (295 milhões de euros defundos comunitários e 45 milhõesde comparticipação regional) e ogoverno espera muito em breve co-meçar a implementar as medidas.

Fátima Amorim explicou que alegislação regional já está em fasede conclusão e os primeiros con-cursos vão ser abertos em breve pa-ra projetos de modernização de ex-plorações agrícolas, instalação dejovens agricultores, transformaçãoe comercialização e infraestruturasde apoio à atividade agrícola.

Perante uma plateia cheia, Fáti-ma Amorim começou por explicaras novidades em cada medida dis-ponível nomeadamente em termosde modernização agrícola, insta-lação de jovens agricultores, medi-das vocacionadas para o rendi-mento dos agricultores, nomeada-mente, pagamentos a favor dezonas sujeitas a condicionantes na-turais ou a outras condicionantesespecificas, agroambiente e clima eseguros agrícolas.

Ao nível da instalação de jovensagricultores, a Diretora Regionaldo Desenvolvimento Rural referiuque o novo Prorural+ continua afacultar apoios aos jovens que seinstalem a tempo inteiro no setor,quer sejam pessoas particularesquer seja sociedades.

O prémio à primeira instalaçãovaria entre 22,3 mil euros e 50mil, consoante a área de insta-lação. De acordo com FátimaAmorim "facilitou-se a burocraciapara serem atribuídos os apoios eassim que se inicia a atividade ojovem agricultor recebe 75% e oresto só recebe depois de atuarconforme o que escreveu no pla-no". Agora os jovens têm de ter ap-tidões e competências profissio-nais comprovadas.

Uma das novidades é a defi-nição da instalação no setor, quepassa agora a ser de acordo com adeclaração de início de atividadedo jovem agricultor.

Ao nível de investimento nasexplorações agrícolas, a DiretoraRegional do Desenvolvimento Ru-ral avançou que os projetos de in-vestimento classificam-se de acor-do com o valor do investimentoproposto sem IVA em micro, pe-queno ou outros projetos, em quea taxa de apoio varia entre 50% e75%. Elegíveis são os projetos aonível da construção, equipamen-tos, leasing, renovação de culturaplurianual, despesas com arquite-tos e consultores.

“O prémio daprimeira instalaçãodos jovens variaentre 22,3 mileuros e 50 mileuros, consoante a área de instalação”

“Jorge Rita disse que este quadro comunitário deveser mais direcionadopara a produção, epara o investimentonas infraestruturasagrícolas”

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Outra das novidades, acrescen-tou Fátima Amorim, é ao nível daapresentação das candidaturasque agora deverão ser apresenta-das consoante o calendário defini-do pelo governo. O calendárioserá definido para um período deum ano, relativamente aos con-cursos que vão ser abertos. "Oconcurso abre, apresentam-se osprojetos que serão analisados eaprovados. Será mais rápido naaprovação dos projetos", acres-centou a responsável que salientaque agora os projetos vão ter deser apresentados através de co-rreio eletrónico.

Para a medida Agroambiente eClima foram afetados 62 milhõesde euros e para pagamentos a fa-vor de zonas sujeitas a condicio-nantes naturais ou outras condi-cionantes específicas estão aloca-dos 70 milhões de euros.

Fátima Amorim lembrou querecorrer a estas medidas não é ne-cessário haver encabeçamento, "aúnica condição de elegibilidade é aárea mínima de 0,5 hectares", re-feriu. As candidaturas a esta medi-da também passam a ser anuais,sendo que esta "é a medida comorçamento maior".

Os seguros agrícolas são a gran-de novidade do Prorural +. "Umamedida que tem dado muito tra-balho a preparar porque não exis-te histórico ao nível de seguros na

região. Os riscos a cobrir serão re-lativamente a ventos fortes e chu-va forte "já que a seca não foi acei-te pela União Europeia", lamentouFátima Amorim e também muitosdos agricultores presentes.

A indemnização é paga quan-do mais de 30% da produção é afe-tada.

Os seguros não são obrigató-rios, no entanto, a Diretora Regio-nal reconhece que "era óptimo queassim fosse porque temos uma re-gião assolada por acontecimentosclimatéricos adversos e era impor-tante implementar o sistema deseguros".

No final da sessão de esclareci-mento, o presidente da Asso-ciação Agrícola de São Miguel,Jorge Rita, lamentou que as refor-mas antecipadas não tivessem si-do contempladas no Prorural +.No entanto, realçou a importân-cia do programa de desenvolvi-mento rural da região "baseadonum orçamento que temos deaproveitar", aconselhou vivamen-te Jorge Rita, num quadro comu-nitário que deve ser mais direcio-nado para a produção, e para o in-vestimento nas infraestruturasagrícolas, caminhos, água e luz, deforma a tornar as exploraçõesmais competitivas, já que o qua-dro comunitário anterior, possibi-litou que as indústrias ficassembem apetrechadas.

Prémio para a AssociaçãoAgrícola de São MiguelAAssociação Agrícola de

São Miguel foi distingui-da com o prémio susten-

tabilidade pela ARPA - Asso-ciação de Relações Públicas dosAçores, que foi entregue na IIGala dos Prémios ARPA, numevento que decorreu no dia 26 deMarço, no Auditório da Bibliote-ca Pública e Arquivo Regional dePonta Delgada.

Este evento pressupõe recon-hecer o mérito e o talento dos pro-fissionais e organizações na áreada comunicação durante 2014.Havia oito categorias, sendo queapenas uma destas, o Prémio 'Ave-llar Soeiro', em que foi premiadoMachado Pires, era da responsa-bilidade da direção da ARPA, en-quanto as restantes, surgiramdum júri constituído por entida-des privadas e públicas de diversasilhas como da Assembleia Legis-lativa da Região Autónoma dosAçores, Presidência do GovernoRegional dos Açores, Associaçãode Municípios da Região Autóno-ma dos Açores, Associação de Mu-nicípios de São Miguel, SDEA -Sociedade para o Desenvolvimen-to Empresarial dos Açores, Câma-ra de Comércio e Indústria dePonta Delgada, Câmara deComércio e Indústria de Angra doHeroísmo, Câmara de Comércio eIndústria da Horta, Centro Em-preendedorismo da Universidade

dos Açores, AICOPA - Associaçãodos Industriais de Construção Civile Obras Públicas dos Açores e Bi-blioteca Pública e Arquivo Regionalde Ponta Delgada.

Os premiados foram os seguintes:- “Sustentabilidade” AssociaçãoAgrícola de São Miguel- “Evento do Ano” Red Bull CliffDiving Azores São Miguel

- “Comunicador do Ano” Sidó-nio Bettencourt - “Marketeer do Ano” HDGAçores- “Jornalista do Ano”Rui Goulart- “Relações Públicas do Ano”Carmen Costa- “Melhor Canal de Comuni-cação (Interno ou Externo)”Câmara Municipal de PontaDelgada - nova identidade cor-porativa.

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Fórum do Leite decorreu no Parque de Exposições de São Miguel

VIII JornadasAgrícolas da Praia da Vitória

Realizou-se no passadodia 9 de Março, o Fórumdo leite no Parque de Ex-

posições de São Miguel promo-vido pela Secretaria Regional daAgricultura e Ambiente que vi-sou analisar os novos desafios àprodução, transformação e co-mercialização nos Açores, tendotido como convidados, váriosespecialistas da fileira do leite,como Capoulas Santos, ex-mi-nistro da Agricultura e ex-euro-

cretário Regional da Agriculturae Ambiente, Luis Viveiros. Na suaintervenção, Jorge Rita, abordoua fileira do leite sobre a perspec-tiva da produção, tendo alertadoe esclarecido os presentes sobreos problemas da fileira do leitenos Açores, realçando a im-portância da realização desteseventos, que devem ser periódi-cos, para que exista uma reflexãopermanente de todos os interve-nientes da fileira.

Decorreu entre 21 e 23 deMarço, as VIII JornadasAgrícolas da Praia da Vitó-

ria, no Centro Social do Juncal.Nestas jornadas, foram vários osintervenientes regionais e nacio-nais, tendo o Presidente da Fede-

ração Agrícola dos Açores, JorgeRita, perante uma sala com muitoslavradores, efetuado um balançoao setor agrícola na região, tendoabordado as principais dificulda-des e preocupações, bem como, osdesafios que se aproximam.

deputado, João Lança, represen-tante dos Açores na Represen-tação Permanente de Portugaljunto da União Europeia (RE-PER), Arnaldo Machado, presi-dente da Sociedade para o Desen-volvimento Empresarial dos Aço-res (SDEA), Jorge Rita, presidenteda Federação Agrícola dos Açores,Paulo Costa Leite, da AssociaçãoNacional de Indústrias e Lacticí-nios, e Gil Jorge Oliveira, presi-dente da Lactaçores, além do Se-

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Conselho de ilha realizou-se no Parque de Exposições de São Miguel

Teve lugar no dia 2 de Março,no Parque de Exposições deSão Miguel uma reunião do

Conselho de Ilha de S. Miguel, on-de foram abordadas as principaispreocupações da ilha.

Da parte da Associação Agríco-la de São Miguel, foram apresenta-dos aos conselheiros os principaisproblemas específicos da agricul-tura micaelense, que passam porexemplo, pela beneficiação das ins-talações do matadouro industrial

de São Miguel e pela melhoria dasinfraestruturas agrícolas, nomea-damente, das carências existentesao nível de fornecimento de água.Realçou que no próximo quadrocomunitário de apoio (Prorural+)tem que existir maior equidade naaprovação dos projetos de investi-mento entre ilhas, no que diz res-peito à instalação de jovens agri-cultores, modernização das explo-rações agrícola e infraestruturasagrícolas (caminhos, água e luz).

Sessão sobre o Regime Forfetário do IVA para produtores agrícolas e ainda a clarificação sobre o Regime de Segurança Social, aplicado aos Agricultores nos Açores

Decorreu no dia 25 deMarço no Parque de Ex-posições de São Miguel,

uma sessão sobre o Regime For-fetário do IVA para produtoresagrícolas e ainda a clarificação so-bre o Regime de Segurança So-cial, aplicado aos Agricultores

nos Açores. Esta sessão englobouum ciclo nacional de sessões, pro-movido pela Confederação dosAgricultores de Portugal (CAP) epela Ordem dos Técnicos Oficiaisde Contas (OTOC), e teve nosAçores, a colaboração da Asso-ciação Agrícola de São Miguel.

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Ficha TécnicaPropriedadeCooperativa União Agrícola, CRLRecinto da Feira, Campo de SantanaSite: http://www.aasm-cua.com.ptTelf: 296 490 000Director: Engº Nuno SousaGráfica: Coingra, Lda.Tiragem Média: 2500 exemplaresTiragem desta edição: 3000 exemplares

Cooperativa União Agrícola, CRLRecinto da Feira Campo de Santana

Telf: 296 490 000

Novas técnicas de sementeira do milho forrageiro(Conceito TWIN ROWS - Linhas Pareadas)

Osistema de sementeira conheci-do por TWIN ROWS ou LinhasPareadas, baseia-se no conceitode um melhor aproveitamento

do espaço pelas plantas, tanto em superfíciefoliar como radicular.

Ao querermos aumentar as produções,aumentamos a densidade de sementeira, oque influencia de forma negativa em re-lação à competição entre plantas de milho.

A partir de 80 000 plantas por hectareem sementeira convencional (70-75cm en-tre linhas), a competição entre plantas co-meça a ser maior (gráfico 1).

Gráfico 1 Disposição de semente na sementeira convencional e em sistema Twin Rows

Para semear 100 000 plantas por hecta-re de forma convencional, a distância en-tre grãos é inferior a 14 cm e a competiçãoentre plantas será muito grande, principal-mente nos primeiros estados de desenvol-vimento do milho, uma vez que os sistemasradiculares das plantas estão muito próxi-mos uns dos outros. A competição tambémocorre em relação à luz.

Com este sistema de Twin Rows ou lin-has pareadas, pretende-se que o espaço uti-lizado pelas plantas seja maior, o que leva aque a competição entre elas diminua eaconteça num estado de desenvolvimentomais tardio e por isso, menos prejudicial.

Comparações de sistemas de sementei-ras de milho pela Dekalb na Península Ibé-rica.

Os princípios agronómicos deste tipo desementeira são:

- O sistema Twin Rows permite ummaior desenvolvimento radicular, já que es-te crescimento é simétrico, sabendo quequando uma raiz da planta de milho "toca"a raiz de outra planta, o crescimento é in-terrompido;

- Ao permitir as plantas possuírem ummaior sistema radicular, este sistema apro-veita uma percentagem maior de cada hec-tare de solo. Estudos realizados nos EU eArgentina afirmam que o sistema conven-cional apenas explora 14% do solo, enquan-to que na sementeiras em linhas pareadas,há um aproveitamento de 45%;

- As twin rows maximizam o aproveita-mento da luz e contribuem para a dimi-nuição das perdas de água por evaporação

direta. No estado de 7 folhas do milho emsementeira convencional, apenas 30% daluz que incide sobre a superfície, é captadapelas plantas, nas twin rows, esse valor atin-ge 90% da luz captada. Este facto contri-bui também para melhorar a competiçãoentre o milho e as infestantes, pois o som-breamento sobre estas é também maior;

- Twin rows melhora a estabilidade e a re-sistência à acama, já que aumenta em 6%o diâmetro do caule;

- Twin rows não exige uma mudança ra-dical nas máquinas agrícolas utilizadas nes-ta cultura. A colheita é realizada com umcabeçote convencional de 72cm. As duaslinhas pareadas passam como se fossemapenas uma por cada dente. O semeador,esse sim, deve ser próprio para a sementei-ra de twin rows, sendo também convenien-te utilizar um jogo de rodas estreitas para asoperações culturais (aplicação de herbicida,sachas e outras).

CARLOS MARTIN ESTEBAN, DEPARTAMENTO TECNOLOGIA E DESENVOLVIMENTO DA MONSANTO;

LUIS MIGUEL IRIBARREN MARTINEZ, ASSESSOR AGRONÓMICO DEKALB

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ABRIL DE 2015Agricultor 2000 17

Presidente da Federação Agrícola dos Açorespresente em Vila do Conde

OPresidente da Federação Agrícolados Açores, Jorge Rita, participou nopassado dia 20 de Fevereiro, no Se-

minário "Produzir e valorizar o leite na Eu-ropa sem quotas", que decorreu no auditórioda Cooperativa Agrícola de Vila do Conde,numa organização conjunta da Associaçãodos Jovens Agricultores do Distrito do Porto(AJADP) e da Associação dos Produtoresde Leite de Portugal (APROLEP).

A Sessão de abertura do seminário foipresidida pelo Secretário de Estado da Ali-mentação e da Investigação Agro-alimentar,tendo intervindo José Alves da AssociaçãoEuropeia de Produtores de leite (EuropeanDairy Farmers), Manuel Iglesias e José Ma-ria Alvarez, OPL Espanha e Jorge Rita, Fe-deração Agrícola dos Açores e da AssociaçãoAgrícola de São Miguel.

Num debate moderado pela jornalista

Teresa Silveira, do jornal Vida Económi-ca, Jorge Rita, fez uma intervenção sobre a'A experiência associativa na valorizaçãodo leite dos Açores', tendo aproveitado pa-ra efetuar uma caracterização da im-portância do movimento associativo na re-gião, e do setor leiteiro, tendo abordadoos desafios presentes e futuros, nomeada-mente, a baixa do preço do leite e a aboliçãodas quotas leiteiras.

Falecimento de Sevinate Pinto Faleceu no passado dia 29 de Março, Ar-mando Sevinate Pinto, homem da Agri-cultura e conhecedor profundo da rea-lidade agrícola nacional e regional, ten-do desempenhando vários cargosrelevantes nesta área, donde se destaca asua passagem por Bruxelas e pelo Mi-nistério da Agricultura.

A Associação Agrícola de São Miguelnão poderia deixar de aproveitar estaoportunidade para homenagear alguémque muito deu à Agricultura portuguesae aos Açores em particular, e relembrarque foi da sua responsabilidade, o factode os Açores terem ficado fora da apli-cação da modulação e do desligamentodas ajudas à produção, o que se veio aconfirmar como uma excelente opçãopara a Agricultura regional.

Trata-se de uma perda irreparávelpara o setor agrícola nacional, onde vaifazer falta o seu conhecimento e suaclarividência numa atividade sujeita apermanentes alterações.

Edital Nº1

Secretaria Regional da Agricultura e AmbienteDireção Regional da Agricultura

Fernando Moniz Sousa, Diretor Regional da Agricultura, faz saber que:1. Durante o mês de Abril de 2015, os proprietários de todas as explorações suínassão obrigados a declarar os efetivos que possuam, referidos ao dia 1 daquele mês.2. A Declaração de Existências deve ser efectuada no Serviço de DesenvolvimentoAgrário de Ilha.3. O impresso destinado a manifestar aqueles efetivos é o Mod. 800/DGV, disponí-vel no Portal da DGV em www.dgv.min-agricultura.pt ou em qualquer Serviço deDesenvolvimento Agrário de Ilha.4. Estes impressos depois de devidamente preenchidos, datados e assinados, de-verão ser entregues ou remetidos, até ao final do mês de abril, para os Serviços deDesenvolvimento Agrário de Ilha, que devolverão aos interessados o comprovativoda respetiva declaração.5. A declaração das existências de suínos é considerada medida sanitária visando ocombate à Doença de Aujeszky, no âmbito do Decreto-Lei n.º 85/2012 de 5 de Abril,alterado pelo Decreto-Lei n.º 222/2012, de 15 de outubro, pelo que o seu nãocumprimento acarreta a penalização prevista a que possam a vir incorrer os pro-prietários ou responsáveis pelas explorações suínas que não procedam a esta de-claração dentro dos prazos estabelecidos.6. Este Edital entra imediatamente em vigor, solicitando-se a todas as autoridadesveterinárias, policiais, administrativas e seus agentes que fiscalizem o seu integrale rigoroso cumprimento.

Direção Regional da Agricultura, 18 Março de 2015

O Diretor RegionalFernando Moniz Sousa

PLANO DE CONTROLO E ERRADICAÇÃO DA DOENÇA DE AUJESZKY – DECLARAÇÃO DE EXISTÊNCIAS DE SUÍNOS

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ABRIL DE 201518 Agricultor 2000

Preços de leite

Tabela 1

>> Apresentam-se os preços de leite a pagar a partir de 1 de Abril, sem ordenação definida.Esta tabela reflete as recentes descidas da Unileite de 15 €/1000Lt a partir de Abril, da Bel de 20 €/1000Lt a partir de Março, da Insulac de 7,5 €/1000Lt a partir de Janeiro e de 15 €/1000Lt a partir de Abril e da Prolato de 12 €/1000Lt a partir de Janeiro e de 10 €/1000Lt a partir de Abril.Os preços estão discriminados da seguinte forma: preço base que inclui o subsídio do GovernoRegional de 6,235 €/1000 Lt, bónus de qualidade, quantidade, cais para o leite entregue nos diversos postos de receção e fábricas, pontuação máxima de 9 pontos e ainda o leite refrigerado para tanques dos produtores. A tabela tem em conta o preço pago aos produtores com uma gordura 3,7 e proteína 3,2 estando discriminado o valor de cada décima de proteína e gordura

Coop. Santo AntãoDécima Gordura 2,743Décima Proteína 3,00

Coop. Costa NorteDécima Gordura 2,743Décima Proteína 3,00

UnileiteDécima Gordura 2,743Décima Proteína 3,00

ProlactoDécima Gordura 2,743Décima Proteína 2,245

InsulacDécima Gordura 3,00Décima Proteína 3,00

BelDécima Gordura 2,743Décima Proteína 3,00

Preços€/1000Lt

Preço Base(+ subsídioGoverno)

Bónus QuantidadeVaria com a Produção

Bónus CaisBónus

Qualidade*

P. Máxima9 Pontos Recolha na

ExploraçãoEntrega

na Fábrica

Leite Refrigerado

256,24

256,24

257,24

241,24

235,00

256,24

Não tem

Não tem

25,00

11,00

25,00

Não tem

22,50

22,50

23,15

21,71

21,15

22,50

Não tem

Não tem

30,00

Não tem

27,50

27,45

Não aceita

Não aceita

Não aceita

27,43

25,00

27,45

21,50Igual para todos os produtores

21,50Igual para todos os produtores

Não tem

<500.000 7,00>500.000<850.000 9,00>850.000<2.000.000 10,00>2.000.000 10,50

<150.000 0150.001 a 300.000 7,00300.001 a 400.000 8,50400.001 a 600.000 10,00600.001 a 1.500.000 11,00>1.500.000 12,50

<70.000 0>70.000<100.000 5,50>100.000<150.000 12,00>150.000<300.000 19,00>300.000<500.000 20,00>500.000 21,50

23,44

17,50

Postos 5,00Covoada/Fábrica 15,00

23,00

Postos/Fábrica 10,00São Brás/Burguete 12,50

Postos 5,00Fábrica Covoada 15,00Fábrica Ribeira Grande 12,50

BEL baixa preço base para 246,24 em Abril, Maio, Junho, Julho, aos produtores que ultrapassem a melhor produção destes meses, dos últimos dois anos.

*Nota: Bónus Qualidade só recebe os produtores que têm 8 ou 9 pontos

Penalizações da BEL,COOPERATIVA COSTA NORTE E COOPERATIVA SANTO ANTÃO:

Contagem Células Somáticas - Superior a 400.000 e inferior a 500.000 - 35,00 Euros por 1000 LtSuperior ou igual a 500.000 e inferior a 750.000 - 45,00 Euros por 1000 LtSuperior ou igual a 750.000 - 65,00 Euros por 1000 Lt

Contagem Microbiana Total - Superior ou igual a 100.000 - 65,00 Euros por 1000 Lt

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ABRIL DE 2015Agricultor 2000 19

Tabela 2

Coop. Santo Antão

Coop. Costa Norte

Unileite

ProlactoProdução 350.000LtProdução 650.000LtProdução 2.100.000Lt

InsulacProdução 350.000LtProdução 650.000LtProdução 2.100.000Lt

BelProdução 350.000LtProdução 650.000LtProdução 2.100.000Lt

Preços€/1000Lt

Preço Base(+ subsídioGoverno)

Bónus Quantidade

Bónus CaisBónus

QualidadeP. Máxima9 Pontos Produção

350.000LtProdução 650.000Lt

Produção 2.100.000Lt

Preço Total

256,24

256,24

257,24

241,24241,24241,24

235,00235,00235,00

256,24256,24256,24

Não Tem

Não Tem

25,00

11,0011,0011,00

25,0025,0025,00

Não Tem

22,50

22,50

23,15

21,7121,7121,71

21,1521,1521,15

22,5022,5022,50

323,68

317,74

310,39

303,95

299,65

303,74

323,68

317,74

310,39

305,95

302,15

305,24

323,68

317,74

310,39

307,45

303,65

305,24

21,50

21,50

Não Tem

7,009,0010,50

8,5011,0012,50

20,0021,5021,50

23,44

17,50

5,00

23,0023,0023,00

10,0010,0010,00

5,005,005,00

ExemplosNa tabela 2, são apresentados 3 exemplos de produtores de leite com uma produção anual de 350.000 Lt, 650.000 Lt e 2.100.000 Lt, que entregam leite sem refrigeração nos postos de receção com gordura 3,7 e proteína 3,2 e conseguem atingir a pontuação máxima de 9 pontos.Nestes preços não está contabilizado na BEL, Cooperativa Costa Norte e Cooperativa Santo Antão a baixa do preço base de 10 €/1000 Lt a aplicar em Abril, Maio, Junho, Julho, aos produtores que ultrapassem a melhor produção destes meses, dos últimos dois anos

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ABRIL DE 201520 Agricultor 2000