AEROGRAFIA

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Aerografia Aerografia (ou airbrush em inglês), é uma técnica de pintura onde se utiliza uma pequena pistola ligada a um compressor de ar para produzir jatos de tinta. Antes da computação gráfica, o aerógrafo era ferramenta fundamental para retoques fotográficos, e logo o instrumento foi relacionado à arte comercial. Com o florescimento da cultura de massa, e principalmente seu auge na publicidade, este equipamento foi introduzido no campo das belas artes. Atualmente existem trabalhos feitos com aerógrafo em todas as galerias do mundo, e seus preços são comparados a trabalhos feitos de forma tradicional, com pincel. Sua aceitação em certos círculos de artistas foi muito lenta, pois era considerada uma arte mecânica. As objeções não se referiam tanto à qualidade alcançada em seus trabalhos, mas a razões mais teóricas. O artista não estabelece contato direto com a superfície de trabalho no ato da pintura. O ar é quem leva a tinta à tela. História da Aerografia A história da aerografia é muito mais antiga do que a maioria das pessoas podem imaginar. As primeiras imagens feitas pelo homem, na pré-história, foram criadas utilizando técnicas de aerografia. Estas imagens podem ser vistas na parede das cavernas Lascaux and Peacl-Merle, no sudoeste da França. Acredita-se que tenham pelo menos 35 mil anos e que foram feitas

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Neste texto, estão resumidas basicamente, todas as informações referentes à técnica de Aerografia. Esta técnica já vem sendo amplamente utilizada na customização e personalização dos mais variados bens.

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Aerografia

Aerografia (ou airbrush em inglês), é uma técnica de pintura onde se utiliza uma pequena pistola ligada a um compressor de ar para produzir jatos de tinta. 

Antes da computação gráfica, o aerógrafo era ferramenta fundamental para retoques fotográficos, e logo o instrumento foi relacionado à arte comercial. Com o florescimento da cultura de massa, e principalmente seu auge na publicidade, este equipamento foi introduzido no campo das belas artes. Atualmente existem trabalhos feitos com aerógrafo em todas as galerias do mundo, e seus preços são comparados a trabalhos feitos de forma tradicional, com pincel.

Sua aceitação em certos círculos de artistas foi muito lenta, pois era considerada uma arte mecânica. As objeções não se referiam tanto à qualidade alcançada em seus trabalhos, mas a razões mais teóricas. O artista não estabelece contato direto com a superfície de trabalho no ato da pintura. O ar é quem leva a tinta à tela.

História da Aerografia

A história da aerografia é muito mais antiga do que a maioria das pessoas podem imaginar. As primeiras imagens feitas pelo homem, na pré-história, foram criadas utilizando técnicas de aerografia.

Estas imagens podem ser vistas na parede das cavernas Lascaux and Peacl-Merle, no sudoeste da França. Acredita-se que tenham pelo menos 35 mil anos e que foram feitas soprando um pigmento (tinta) através da cavidade de um tubo, feito de osso de animais.

Um do primeiros exemplos de aerografia ocorreu quando um pigmento foi usado como tinta, a mão, como máscara, um cano feito de osso, o aerógrafo e o pulmão do homem, como o compressor.

O inventor do aerógrafo moderno foi o americano Abner Peeler, que em maio de 1878 imaginou ser possível pintar usando um jato de ar passando por um aparelho que aumenta ou diminui o fluxo de tinta sendo jogado na superfície a ser pintada.

Três anos depois, em 1881, o Sr. Peeler vendeu sua invenção para o Sr. Liberty Walkup. Pelos direitos mundiais sobre o produto ele recebeu US$ 700,00 (setecentos dólares). Em 25 de abril de 1882, foi feito o registro de patente nos Estados Unidos em nome de Liberty Walkup.

Apesar de dizer que também estava trabalhando em um projeto de aerógrafo na mesma época, Walkup nunca teve nenhuma tendência para inventor, ao passo que Peeler continuou criando novos produtos por vários anos, até sua morte. Em 1883, foi fundada a Rockford Air Brush Company pelo Sr. Walkup para fabricar e promover o primeiro aerógrafo ao público.

O principal motivo é que o aerógrafo consegue conferir sentimento à impressão, devido à sua habilidade de pulverizar pontos muito finos e de desenvolver uma imagem sem que a "pincelada" fique marcada. Durante o período compreendido entre 1890/1900, as fotografias artísticas (aquelas que são "retocadas" por pintores), tornara-se tão populares, que a demanda por cores sépias levou os especialistas a usarem o aerógrafo. Desde então, seu uso tem crescido cada vez mais, na mídia e nas artes.

Durante os anos 20, 30 e o inicio dos anos 40, o aerógrafo foi utilizado em grande escala, dentro da arte comercial e da ilustração. Nos anos 40 a maioria das escolas técnicas e de arte oferecia o curso de aerografia como parte de seu currículo.

O retoque de fotografias já era muito difundido, especialmente em anúncios. Outro campo visual, no qual o aerógrafo foi largamente utilizado, foi o das ilustrações médicas, pelo simples fato do instrumento permitir recriar facilmente a impressão voluptuosa das formas orgânicas.

O caminho para a aceitação da técnica da aerografia, como instrumento das artes clássicas, foi preparado por artistas pop como Andy Warhol e Roy Lichtenstein, que, usando de criatividade, fizeram o aerógrafo ser hoje tão respeitado.

Apenas em 1960, com o declínio da pop art e o advento do neo-realismo, é que o aerógrafo conseguiu seu lugar de destaque no mundo das artes.

Na área publicitária e nas ilustrações técnicas, o mercado para desenhistas que utilizam o aerógrafo como ferramenta de trabalho, é muito concorrido, pois apenas ele é capaz de criar certos efeitos. Isto faz com que os artistas que dominam esta técnica não tenham problemas de encontrar trabalho

Ilustrações técnicas encomendadas por empresas importantes fizeram a arte aerográfica se tornar famosa em todo o mundo.

Com o advento da arte pop, de novas ferramentas e de uma tendência em direção ao realismo, foi muito natural que a aerografia entrasse na moda das artes clássicas. Uma enxurrada de artistas seguiu essa tendência e se firmou num mercado promissor.

Nos anos 70, as agências de publicidade encontraram no airbrush a característica do desenho super-realista (quase uma foto) para divulgação de seus produtos no mercado. Deu-se então um "boom" no mundo inteiro. A comunicação visual gritava pelo aerógrafo.

Ainda hoje, apesar dos recursos da informática, o airbrush continua em alta nas agências do mundo inteiro. Outras aplicações foram desenvolvidas e, hoje, não conhecemos nada em que não possamos aplicar a técnica do airbrush.

É também bastante utilizada por artistas que produzem efeitos especiais em filmes e animações. Iluminando, colorindo e texturizando imagens, as possibilidades para a indústrias cinematográficas são infinitas.

Aerógrafo

Há muitos milhares de anos os homens pré-históricos assopravam pigmentos corantes através de tubos para decorar as paredes de suas cavernas. Mas não se pode dizer que a pintura feita através de jatos de tinta tenha uma história contínua. No japão já era praticada no século XVII, mas o ocidente teve que esperar até o século XIX para se utilizar desta técnica.:

Neste caso, ao assoprar, produz-se um jato de alta pressão que faz descer a pressão do ar pelo tubo de tinta. A tinta, que se mantém na pressão atmosférica, é absorvida pelo tubo (onde a pressão do ar é mais baixa), e é empurrada para cima, até juntar-se ao jato de ar. O resultado é um jato de tinta amplo e uniforme.

Existem vários tipos de aerógrafos, de diferentes marcas mas com o mesmo funcionamento básico. É necessária uma fonte de ar (compressor) ligado ao aerógrafo através de uma mangueira. A pistola é alimentada com ar comprimido e tinta. A tinta é colocada no "copinho" acoplado ao aerógrafo. Este recipiente para tinta é diferente nos vários modelos de aerógrafos, podendo ser removível ou fixo, lateral ou acoplado na parte superior da pistola. A posição dos copos de tinta determina ainda se o aerógrafo é alimentado pela tinta atravéz de sucção, (copo abaixo do bico) ou por gravidade (copo acima do bico).

Fonte: www.aerografia.com

Nas figuras abaixo, observam-se os diferentes caminhos que o ar e a tinta podem percorrer antes de se tornarem um jato único e homogêneo. Quando o ar se mistura à tinta é formado o jato de tinta expelido pelo bico do aparelho como uma névoa que deve ser direcionada à base a ser pintada.  Nestas figuras, a pistola é alimentada pela tinta através de sucção.

O Aerógrafo pode ser de ação simples ou de dupla ação:

No aerógrafo de ação simples, o gatilho quando apertado libera um jato de tinta de espessura pré-determinada, não permitindo o controle de tamanho do jato. O único movimento possível no gatilho, é apertá-lo para baixo. O tamanho do jato de tinta é pré-determinado pelo fabricante.

Já no aerógrafo de dupla-ação, o gatilho possui duas funções distintas: Primeiro, quando apertado para baixo o gatilho abre a válvula que libera a entrada de ar comprimido, e segundo, a medida que se puxa o gatilho para trás (ainda mantendo-o apertado) é acionado o mecanismo que libera a saída da tinta.

Nas imagens abaixo, pode-se notar um aerógrafo de dupla ação. O jato de tinta é modificado conforme a posição do gatilho. Pressionado ele libera apenas ar, e a medida que vai sendo puxado para trás, libera o jato de tinta (cada vez maior, quanto mais para trás se posiciona o gatilho). Nestes exemplos, a pistola é alimentada pela tinta através da gravidade.

A técnica (e muita prática) permite dimensionar o jato de tinta para que se faça desde traços muito finos até fundos mais amplos.

Fonte: www.aerografia.com

Fonte: www.aerografia.com

Tintas e bases

As tintas utilizadas na aerografia são geralmente tintas a óleo, devido o fato de ser facilmente diluída em materias solventes e diluentes a base de cloreto de zinco como o thinner, além de misturar-se com outras colorações.

Muitos artistas do ramo de personalização, utilizam tintas de pintura automotiva (base poliéster, nitrocelulose, acrílico, e até poliuretano) pela facilidade de compra, disponibilidade em casas de tintas, variedade de cores e até mesmo fórmulas prontas em máquinas tintométricas. São realizadas misturas para se conseguir a cor ideal, a tinta não pode ser muito espessa, devido o fato de poder não fluir corretamente dentro do aerógrafo.

Alguns estúdios de aerografia mais equipados e avançados possuem laboratório especializados para a experimentação, composição e especialmente criação de novas cores exclusivas, em especial após o advento dos pigmentos produzidos por nanotecnologia (cristais) citando como exemplo as linhas PPG Liquid Crystal (figura) e Vibrance.

A base é uma resina incolor ou quase incolor, ou seja o material da tinta sem o pigmento, como o verniz. Servem para preparação da área a ser pintada (primer), e para toque final (verniz incolor), dando brilho ao trabalho.

Existem diversos tipos de vernizes para acabamento, entre eles verniz fosco, verniz emborrachado, verniz cerâmico nanotecnologia aeroespacial, verniz epóxi, e outros. A maioria dos vernizes de maior resistência química e mecânica, possui natureza química de dois componentes (verniz + catalisador) onde após a reação química (cura) a película formada apresenta todos seus atributos e virtudes.

PPG Crystal Pearls™ and Liquid Crystal™Fonte: http://www.tcpglobal.com

Pinstriping 

Pinstriping (na língua portuguesa, algo próximo a “tirinhas”) é a aplicação de tinta ou outro material em finas tiras para decoração, as tiras geralmente possuem cerca de 1 milímetro de espessura, dando formatos simétricos e tribalados como resultado final. Quando pintado a mão livre, utilza-se um equipamento chamado pinstriping brush, trata-se de um aplicador de tinta em forma de caneta.

Usado em conjunto com técnicas de aerografia, o pinstriping é utilzado em decoração de carros, motocicletas e outras superfícies como geladeiras, capacetes, etc.

Fonte: flickrhivemind.net

História do Pinstriping 

Definição de Pinstriping é a capacidade do artista em realizar um filete de tinta, tão fina quanto possível, similar a um risco deixado por um alfinete. Estas linhas podem formar figuras definidas com significados ou simplesmente representar a arte de forma abstrata.

A história do Pinstripe é tão antiga quanto a nossa história. Há relatos que o pinstriping iniciou no antigo Egito. Nesta época não havia o conhecimento de tinturas líquidas, mas havia o conhecimento do processo de manipulação de ceras de abelhas, que pelas propriedades físico-químicas ofereciam excelente combinação com os pigmentos naturais, resultando em boa fixação e persistência do pigmento.   As pinturas e os detalhes eram feitos através da fusão entre a cera e o pigmento, a mistura era aquecida e aplicada sobre madeira através de um palito com uma ponta muito fina. Este processo foi utilizado até o império médio ( 2040 – 1640 a.C) na confecção das máscaras utilizadas nos sarcófagos e na da dinastia XVII (1640 – 1550 a.C) foi utilizada para pintar e decorar os ataúdes.

Com a descoberta da tinta de base oleosa, foi necessário desenvolver um instrumento capaz de “absorver” o produto e promover uma aplicação às estruturas sem haver escorrimento. Desta forma foi inventado o primeiro pincel, inicialmente com tecido de linho e posteriormente com a utilização de pelos de animais, sendo o camelo a melhor opção.

O pinstripe sempre esteve associado ao desenvolvimento da humanidade, não como uma técnica específica, mas um complemento aos diversos processos de pinturas.

Por volta do século XVI o pinstripe foi muito difundido entre os construtores de navegações e carruagens. Este processo de personalização chegou às Américas junto com a colonização e foi desenvolvido até a primeira década do século XX. Com a popularização do automóvel e a queda nas vendas das carruagens as personalizações foram esquecidas.

Durante a segunda guerra mundial, a técnica do pinstripe voltou a ser utilização na personalização de bombardeiros americanos, no terço final desta guerra, como uma forma de motivação e competição entre os pilotos combatentes, e com isso surgiu a técnica de Pinup's. Os Pinup's  eram pinturas de mulheres, normalmente na região frontal das aeronaves, contando o histórico de cada aeronave, mostrando a quantidade de missões e combates enfrentados, etc. 

Atualmente, o pinstripe é bastante utilizado em diversos setores da indústria e nos mais variados ramos da arte em geral, com muito êxito e demanda em grandes projetos da indústria cinematográfica mundial.

Técnicas de pinstriping

Basicamente são três as principais técnicas de pinstriping:

Pinstriping mecânico 

Esta é a forma preferida para fazer filetes em grandes superfícies como caminhões e vans. A grande vantagem é que o filete conseguido é sempre da mesma espessura e com a mesma densidade de tinta, mesmo enquanto sua preocupação maior seja a de manter a linha na posição desejada. Um pequeno equipamento de funcionamento simples e preciso é o que possibilita este trabalho. Chama-se Beugler (figura)

Tem diferentes pontas de várias larguras, fazendo linhas simples ou duplas. 

BeuglerFonte: www.google.com

Diversas aplicações do BeuglerFonte: www.google.com

Pinstriping com fitas adesivas

Existem vários tipos de fitas adesivas de diferentes larguras utilizadas para mascaramento em pintura. As fitas "filetes" (também difíceis de serem encontradas no Brasil) permitem que se faça o mascaramento das linhas, e para a aplicação da tinta é necessário um pincel ou uma pistola (que pode ser o aerógrafo).

Pinstriping à mão livre

Agora chegamos ao ponto alto desta técnica. Sua forma mais avançada, que exige muito treino e seus  resultados  incríveis.  

A forma mais fácil para um iniciante nesta técnica é fazer um esboço do desenho e depois seguir pintando com o pincel sobre as linhas de rascunho. Fitas adesivas também podem ser utilizadas como guias. Os pincéis disponíveis para este trabalho são especiais em seu formato e no corte dos pelos. As linhas produzidas, mesmo quando curvas, são perfeitas, e dão o contorno ideal.

Pinstriping com fita adesivaFonte: www.google.com

Prinstripe a mão livreFonte: www.google.com

O Prinstripe no Brasil

O pinstriping no Brasil, como Kustom Kulture, praticamente inexiste. As técnicas desta cultura estão nas mãos de poucos adeptos sendo os mais conhecidos: Marcelo Lobão em São Paulo, Neimar em Belo Horizonte e Eduardo "BIG" Bignami em Londrina.

O movimento Punk, na década de 80, trouxe em evidência a personalização de cabelos, roupas, tatuagens e na sequência renasceu o Kustom Kulture. E logo resurgiram nos EUA os velhos Hots e os "novos" Rats e por consequência o pinstriping.

Mas, no Brasil, nem tudo são flores, a falta de leis que regulamentam os Rats, Hots e Tunning como uma categoria de carros para circulação, impede o crescimento de mercado para acessórios, peças e dos artesões em construção de carros e pinstriping. fica limitado aos poucos adeptos destes carros que após gastarem um dinheirão, na construção e personalização, mal podem circular com seus sonhos materializados.

A história mostra que os primeiros pinstripers brasileiros, na verdade imigrantes europeus, também eram construtores de carruagens e carroças que utilizavam da técnica de pinstriping para agregar valor ao seu produto.

Comparativamente aos norte-americanos, perde-se pelo material utilizado neste trabalho. Nossos pincéis e tintas não são adequados a melhor prática para o pinstriping.

Popularmente, o pinstriping é visto nas carrocerias de caminhões pelo Brasil

Fonte: www.google.com