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ExpedienteA Revista AEASC é uma publicação trimestral

da Associação dos Ex-alunos da F.C.M. daSanta Casa de São Paulo.

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DIRETORIA EXECUTIVAPresidente

Carlos Alberto H. de CamposVice-PresidenteAndraus kehde

SecretárioPaulo Ramires Santa’nna Filho

Diretor AdministrativoNelson Gonçalves

Diretor SocialOswaldo Cudizio Filho

Diretor CientíficoJosé Maria de Sales

DEPARTAMENTOSCultura

Roberto Mitiake EndoEventos

Vagner LapateVanessa Ribeiro de Resende

ComunicaçãoLister de Macedo Lendro

PatrimônioBento de Toledo Rodovalho

Editor da Revista AEASCCelso De Oliveira

Jornalista ResponsávelJosé Menino de Miranda

MTB nº 16.637Diagramação e Editoração

Sérgio AdamoCoordenação

Nelson NascimentoEdição, Produção eComercialização

NG&N Comunicação, Marketinge Consultoria Ltda.Tel.: 11 3884-9489

RECICLAGEM DOS EX-ALUNOSNA SANTA CASATodos nós sabemos da importância do médico ser bemformado e de se manter atualizado.Porém, proporcionalmente ao número de médicosformados, cada vez menos colegas fazem residência

para aprimorar seus conhecimentos. Por isso, mais de 50% dos médicos queatuam no Estado de São Paulo não possuem título de residente nem título deespecialista.As sociedades de especialidades, ligadas à APM e AMB, geralmente contam comprogramas bem estruturados de educação médica continuada, permitindo queos seus membros constantemente se atualizem.Porém, a maior parcela dos médicos inscritos no CREMESP não tem acesso fácilà renovação de conhecimentos básicos, uma das ferramentas que permite a mel-horia do seu desempenho no trabalho. Provavelmente, essa seja uma das causasdo enorme número de processos por imperícia médica existentes naquele Con-selho.Estou participando da atual comissão de educação continuada do CREMESP quese preocupa com essa população de profissionais menos favorecida. Muitos cur-sos de atualização em diagnóstico e terapêutica têm sido realizados no interior ena capital, todos com boa frequência, mas isso não é suficiente.Acredito que as faculdades de medicina devam aderir a esse movimento, inicial-mente sabendo onde estão e o que fazem seus ex-alunos, e procurar ajudá-los,quando necessário, com programas de reciclagem.O CREMESP, por sua vez, deve se aproximar cada vez mais das faculdades eauxiliá-las nessa atividade.

Carlos Alberto Herrerias de Campos - 5ª turmaPresidente da AEASC e Conselheiro do CREMESP

Editorial

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A cidade de São Paulo ganhou umnovo hospital, a segunda unidadedo Hospital Santa Isabel, que ini-ciou suas atividades em 23 dejulho passado. Prestigiaram a in-auguração autoridades públicas eda Irmandade da Santa Casa deSão Paulo, responsável pelo em-preendimento. A nova unidadeestá abrigada em prédio impo-nente na rua Jaguaribe, 144, nobairro de Santa Cecília, novo en-dereço de referência em saúde.Dentro da mais moderna con-cepção, segue padrões interna-cionais e está muito focado nocliente médico. Funcionará comoum hospital geral, voltado para in-ternações e cirurgias eletivas. Dis-põe de 103 leitos deinternação,18 leitos de UTI e 9salas cirúrgicas. Conta com Centrode Diagnósticos por Imagem, in-cluindo tomografia, mamografia,ultrassom, colonoscopia e endo-scopia digestiva e principalmenteárea radio-diagnóstica.Ao lado do moderno edifício,estão sendo finalizados doisanexos, que serão destinados aambulatórios clínicos cirúrgicos

(centros médicos).A parte de hotelaria é realmente5 estrelas. Os leitos são individu-alizados e cada apartamento éequipado com TV de LCD.O projeto arquitetônico privile-giou os ambientes que recebemluz natural, sendo que os aparta-mentos têm frente com vista paraa parte externa. Foram previstasainda salas médicas e ambientesreservados, onde médicos, pa-cientes e acompa-nhantes podemse reunir.Do mobiliário fazem parte camashospitalares top de linha, combalança, sensor de queda e con-junto vibratório para inibir o surg-imento de feridas e outrosincômodos indesejados.“Inauguramos a unidade II, mas

ela ainda não está na sua capaci-dade plena”, diz o Dr. Carlos Adal-berto Ferreira Pinto, Diretor doHospital, explicando que somentedepois de concluídas todas asetapas, será possível ter uma di-mensão exata do atendimento.

“Para equipar o hospital, apalavra de ordem foi privilegiarsempre a qualidade, ainda queisso implicasse em elevação decustos”, salientou o Dr. Adalberto.“A expectativa é dobrar o númerode atendimentos realizados men-salmente. O Pronto Socorro émuito concorrido, atende doentespoli-traumatizados e executa

cirurgias complexas. A segundaunidade vai propiciar maisequipamentos para a realizaçãodesses atendimentos”, salienta.Raízes - Criado pela Santa Casahá 38 anos (1972), o HospitalSanta Isabel é exemplo de bemsucedida iniciativa e também seencaixa no projeto que culminoucom a construção da novaunidade. “O Corpo Clínico da Santa Casaestá entre os melhores de SãoPaulo”. A opinião é do Dr. MauroBorghi, Diretor Médico, que semostra eufórico com a novaUnidade e enfatiza as preocu-pações destinadas ao espaço doconforto médico.

Inaugurado o Hospital Santa Isabel IIO mais novo hospital da Irmandade da Santa Casa de São Paulo

Dr. Adalberto F. Pinto e Dr. Mauro Borghi

Dr. Kalil Abdalla, provedor da Santa Casa,discursa aos presentes a inauguração.

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“Em 1952 cursava o 2º ano demedicina e meu tio, o clínicoProf. Pedro Jabur, trouxe-me aSanta Casa para frequentar aenfermaria chefiada pelo Pro-fessor Oscar Monteiro de Bar-ros”, lembra o Dr. Fares Rahal,um dos mais conceituadoscirurgiões em toda a história daSanta Casa. Formado pela Es-cola Paulista de Medicina, hojeaos 80 anos, fala com carinhoe gratidão da Faculdade e daSanta Casa, cuja história ele aju-dou a escre-ver em 58 anos demuito trabalho e dedicação.

“Fiz o curso na Escola Paulistade Medicina, e a Santa Casadeu-me a oportunidade de ex-ercer a medicina na sua ex-celência”, diz ele, lembrandocomo optou pela cirurgia paraespecialização. “Com o passardo tempo, a cirurgia começoua atrair-me. Do 5º para o 6ºano de medicina, tive oportu-nidade dada pelo ProfessorEmílio Athiê, que aquiesceu eajudou formar-me cirurgião.Sempre fomos amigos muitopróximos. Na minha evolução

também liguei-me muito aoexcepcional cirurgião, o Profes-sor João Fava”. Com uma pontade humor, ele lembra:“Fazíamos a dupla que ficouconhecida como FAFA - Fares eFava”. Ele recorda também quecom o amigo João Fava, passoua frequentar a primeira cirurgiade homens, sob a supervisãodo Professor Sebastião Her-meto Junior. Também nesseperíodo criou-se FCMSCSP.

58 anos de dedicaçãoFoi pela abnegação, dedicação, desprendimento e comprometimento da essência humana de muitaspessoas, homens e mulheres, que a Santa Casa se fez. Sua trajetória vitoriosa fez brotar, em seu cerne,

um dos mais importantes núcleos de ensino da América Latina, a FCMSCSP. A história de algumasdessas pessoas confunde-se com a história da própria Santa Casa. É assim com o médico cirurgião,

Dr. Fares Rahal. Veja a seguir um pouco dessa história

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O ano de 1974 também foi im-portante para o Dr. Fares.“Naquele ano, muitos outrosco legas e eu f i zemos oconcurso de Livre Docência ededicamo-nos de corpo e almaà Faculdade e ao seu Departa-mento de Cirurgia. E a granderesponsável por tudo isso é anossa Santa Casa , aliás, tam-bém berço da EPM e da USP”.

Ao longo do tempo, a medicinada Santa Casa, tanto da Facul-dade quanto do Hospital, pas-sou a ser reconhecida como dealtíssimo padrão. “Acom- panheipasso a passo a evolução dessafeliz associação, dedicando-mecom todo o meu fervor aambas”. E ele faz questão defrisar que o atendimento naSanta Casa e na Faculdade sem-pre foram excelentes. Diz aindaque, tanto o corpo docente,quanto o clínico, são realmentedife-renciados”.Com nível de exigência ainda

maior, também na medicina aevolução é premissa básica. “Àmedida do tempo, a Faculdadee a Santa Casa aparelharam-seadequadamente, apesar das di-ficuldades pelo alto custo doexercício da medicina e a faltade apoio das autoridades”.Dentro desse espírito debravura e coragem, o Dr. Faresdestaca a figura de homensilibados na condução dos tra-balhos. “A presença do Dr. Cris-tiano Altenfelder, á épocaProvedor, e do Professor EmilioAthiê, fez que essa magníficainstituição se desenvolvesse ese tornasse muito respeitada”.

O cirurgião fala também da im-portância da relação entrealunos e professores e o bemque isso traz. “A presença dosalunos da Faculdade de Medic-ina estimulava e estimula atéhoje, os médicos manterem-seatualizados”. E os médicos, for-mados pela Faculdade de Ciên-

cias Médicas e que exercemessa magnífica profissão forado nosso ambiente, o fazem demaneira eficiente e dedicada.

Com toda sua bagagem e ex-periência, o Dr. Fares Rahal par-ticipa intensamente daFaculdade e da Santa Casa.Participa das reuniões e dasvisitas as enfermarias. Ele tam-bém preside a Comissão Cien-tífica do Departamento deCirurgia.

Sem dúvida alguma, 58 anos éuma vida e muito bem vivida.Quem for ao Departamento deCirurgia da Santa Casa vai en-contrar o Dr. Fares, em sua ex-uberância e com muito vigor.“Continuamos aqui trabal-hando sempre pela nossaSanta Casa”, finaliza comorgulho.

O Prof. Dr. Fares Rahal acaba delançar um livro, com o título“A Verdade”, onde relata aspectosimportantes de sua participaçãona FCMSCSP, desde sua fundação,em 1963, até os dias atuais. Contacom detalhes toda a sua vitoriosacarreira médica, desde a sua for-matura na EPM, em 1955, suachegada à Santa Casa, trazido peloseu tio, o Prof. Pedro Jabur, achefia do Depto. de Cirurgia e os

dias atuais.Trata-se de excelente trabalho queservirá, sem dúvida alguma, de ref-erencia para os mais jovens con-hecerem um pouco da história denossa Faculdade e do Depto. deCirurgia da Santa Casa, relatadapor alguém que participou ativa-mente, com muita determinação,profissionalismo e principalmenteética e dignidade na evoluçãodestas entidades.

A VERDADE

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No mês de maio passadohouve um especular jogo defutebol no CEMA. Aconteceuo tão famoso Majestoso(nome tradicional paraidentificar o clássicoCorinthians versus SãoPaulo).Naquele sábado de manhão habitual “rachão“ deulugar ao jogo entre os só-cios corinthianos contra os

são paulinos. Trata-se deuma brincadeira saudável edivertida, que visa motivaros frequentadores do clube.O jogo foi muito disputado,terminando com o placar de2 x 2 . Os gols corinthianosforam marcados pelo Celsoda oftalmo e pelo Marquin-hos, enquanto o Wilsinho eo Rogerio fizeram os golssão paulinos.

Em breve haverá o ChoqueRei, entre Palmeiras e SãoPaulo. Vale lembrar que noano passado já ocorreu oDerby, jogo entre os torce-dores do Corinthians e doPalmeiras, com vitória doscorinthianos.Venha para o CEMA e par-ticipe dos momentosagradáveis da vida.

COLUNA QUEM SOU, ONDE ESTOU! Sou Marcelo de BarrosLisboa, formado na 10ªturma em 1977. Fiz Residência Médica emDermatologia no HC daUSP entre os anos de 78e 80.Em 81 ingressei na Secre-taria de Saúde do Estado,

indo trabalhar em Itu em um Hospital doDepar tamento de Derma-tologia Sanitária de São Paulo. Desliguei-meem 90 e me transferi para Santa Catarinaem busca de melhores condições de vidapessoal junto ao mar. Exerço minhas

funções na Secretar ia de Saúde comoDermatologista-Hansenólogo e moro emSão Francisco do Sul, uma ilha no litoralnorte do estado na região de Joinville, nacompanhia de minha mulher Juliana e demeus cães, onde tenho um veleiro deoceano como principal fonte de lazer.

QUEREMOS CONHECER A SUA HISTÓRIA!Participe da coluna “Quem sou onde estou”. Enviee-mail para a AEASCSP com texto e foto, que pub-licaremos.

Meu contato é: [email protected] obrigado, abraço,Marcelo.

MAJESTOSO NO CEMA

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No dia 17 de Julho pas-sado o Barradas faleceu.Recebi, perplexo a notíciadada ao telefone pelo Dr.Guedes. Não conseguiaacreditar; o Barradas, Se-cretário de Saúde do Es-tado de São Paulo, colegae amigo, seguramentenão estava na lista daspessoas que você imag-ina pudesse perder. Nãoele. Tão seguro, aparente-mente tão bem de saúde,tão importante paratodos nós.

Não, não era possível. Eleestava voltando de férias,havíamos conversado portelefone dois dias antes eprogramado a inaugu-ração do Hospital SantaIsabel II, cuja data foramudada justamente porque eleestaria de férias e a sua presença,na tão aguardada festa de inaugu-ração, era indispensável.

Uns quinze dias antes das fériastinha feito, aqui na Santa Casa,todos os exames de laboratório,tomografia e demais controles docâncer de pele, do qual havia sidooperado, e estava tudo muitobem.

Corri para o Dante Pazzanese e,estático, tive que me conformarcom a verdade. O Barradas, aos57 anos de idade, em pleno exer-cício de suas atividades, haviasubitamente morrido.

Nada mais havia a fazer senãotrazê-lo para a Santa Casa a suacasa, e oferecer-lhe a última hom-enagem, o que foi feito por todosos líderes da saúde, seus famil-iares, políticos, colegas, amigos eos nossos pacientes que ele tantohavia ajudado.

Quem como nós conviveu comele profissionalmente pode avaliara perda que o País, o Estado, aSaúde Pública e a Santa Casativeram.

Em minutos se perde umaliderança, um apoio, um amigo,um excepcional pai de família.

São os mistérios da ex-istência humana, paramim inexplicáveis.

Com o apoio do Barradasa Saúde Pública se trans-formou e o Estado deSão Paulo tem hoje omelhor do SUS no País. Eainda havia muito porfazer.

Tantos planos, tantasidéias, tantas batalhasainda por vencer. Com aajuda dele, a Santa Casatambém se transformou.As nossas condições e anossa evolução técnica ecientífica eram para eleuma constante preocu-pação. Ele se orgulhavade cada avanço e vitórianossa.

Perdemos um grande parceiro,mas como nos disse a IrmãTereza, do Hospital SantaMarcelina, esperamos que ele,junto a Deus, continue a olhar pornós e nos inspirar para que o pro-gresso da medicina pública mel-hore a vida, em especial dos maisnecessitados, seguindo os planosque ele mesmo projetava.

Dr. Antonio Carlos ForteSuperintendente da Santa Casa

de Misericórdia de São PauloEx-aluno da 5ª turma.

“Amigo é coisa para se guardardo lado esquerdo do peito”

Depoimento sobre a morte do Dr. Luiz Roberto Barradas Barata