Adubaçao Verde Com Leguminosas
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Adubao Verdecom Leguminosas
COLEO
Saber
Saber
Tecn
ologia
Produo
&
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Embrapa Informao TecnolgicaBraslia, DF
2005
Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuriaEmbrapa AgrobiologiaMinistrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento
Adubao Verdecom Leguminosas
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2Coleo Saber, 5
Produo editorial: Embrapa Informao TecnolgicaCoordenao editorial: Lillian Alvares
Lucilene Maria de AndradeSuperviso editorial: Carlos M. AndreottiReviso de texto e tratamento editorial: Francimaryde Miranda e SilvaCapa: Carlos Eduardo Felice BarbeiroEditorao eletrnica: Wamir Soares Ribeiro JniorFoto da capa: Jos Guilherme Marinho Guerra
1a edio1a impresso (2005): 2.000 exemplares
Todos os direitos reservadosA reproduo no autorizada desta publicao, no todo ou
em parte, constitui violao dos direitos autorais(Lei nO 9.610)
Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)Embrapa Informao Tecnolgica
Adubao verde com leguminosas / Embrapa Agrobiologia. Braslia, DF : Embrapa Informao Tecnolgica, 2005.49 p. : il. (Coleo Saber).
Na pgina de autores: Jos Antonio Azevedo Espindola,Jos Guilherme Marinho Guerra, Helvcio De-Polli, Dejair Lopes deAlmeida, Antonio Carlos de Souza Abboud.
ISBN 85-7383-284-3
1. Adubo verde. 2. Leguminosa. I. Espindola, Jos AntonioAzevedo II. Guerra, Jos Guilherme Marinho. III. De-Polli, Helvcio.IV. Almeida, Dejair Lopes de. V. Abboud, Antonio Carlos de Souza.VI. Embrapa Agrobiologia. VII. Coleo.
Embrapa 2005CDD 631.874
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3Autores
Jos Antonio Azevedo EspindolaEngenheiro agrnomo, Ph.D. em Cincia do Solo, pesquisador daEmbrapa [email protected]
Jos Guilherme Marinho GuerraEngenheiro agrnomo, Ph.D. em Cincia do Solo, pesquisador daEmbrapa [email protected]
Helvcio De-PolliEngenheiro agrnomo, Ph.D. em Cincia do Solo e Fitotecnia,pesquisador da Embrapa Agrobiologia,[email protected]
Dejair Lopes de AlmeidaEngenheiro agrnomo, Ph.D. em Cincia do Solo, pesquisador daEmbrapa Agrobiologia,[email protected]
Antnio Carlos de Souza AbboudEngenheiro agrnomo, Ph.D. em Agroecologia, professor-adjuntoda Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ),Departamento de Fitotecnia, BR 465, Km 7 (antiga Rodovia Rio-So Paulo),CEP 23851-970, Seropdica, RJ, Fone (21) 2682-1353,[email protected]
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5Apresentao
No Brasil, o agronegcio tem sido o responsvel peloequilbrio da Balana Comercial, graas aceitao denossos produtos no exterior. Diante dessa realidade, aEmbrapa Informao Tecnolgica reafirma a importnciadessa coleo que apresenta de forma didtica e emformato prtico temas de interesse do pequeno produtorfamiliar.
A exemplo da Coleo Plantar, um sucesso editorial,a Embrapa lanou tambm a Coleo Saber, para atenderas necessidades de informao de produtores, tcnicos,sitiantes, chacareiros, donas de casa e demais interessadosem prticas agrcolas e agroindustriais que lhes reduzamdesperdcios, garantindo sucesso total em suas atividades.
Elaborado em linguagem conceitual simples e direta,o texto de cada ttulo direcionado ao produtor familiar,na certeza de que essas informaes contribuam para agerao de mais alimentos, renda e emprego para osbrasileiros, contribuindo para que a agricultura familiarfortalea o agronegcio.
Fernando do Amaral Pereira
Gerente-Geral da EmbrapaInformao Tecnolgica
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7Sumrio
Introduo ............................................... 9Efeitos da adubao verde nosagroecosistemas ..................................... 11
Disponibilidade de nutrientespara as culturas .................................... 11Cobertura do solo .............................. 14Organismos edficos benficos ......... 16Fitopatgenos ..................................... 20Plantas invasoras ................................ 21
Decomposio dos resduos deadubos verdes........................................ 22Escolha de leguminosas parauso da adubao verde......................... 26Formas de utilizao dos adubosverdes..................................................... 37Consideraes finais.............................. 47
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9Introduo
A adubao verde uma prticaagrcola que consiste no plantio de espciesvegetais em rotao ou em consrcio comculturas de interesse econmico. Essasespcies apresentam ciclo anual ou perene,cobrindo o terreno por determinado perodode tempo ou durante todo o ano. Depois deroadas, podem ser incorporadas oumantidas em cobertura sobre a superfciedo terreno.
Civilizaes milenares, como a chine-sa, grega e romana, j adotavam a adubaoverde para melhorar o desempenho da agri-cultura. Atualmente, as transformaespromovidas pela modernizao da agricul-tura acabaram por substituir os resduosvegetais e outros materiais de origem org-nica por fertilizantes minerais. Nos ltimosanos, os efeitos dessa substituio sobre acapacidade produtiva dos solos levaram um
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nmero cada vez maior de produtoresrurais de diversas regies adoo da agri-cultura orgnica.
A adubao verde assume particularimportncia nos sistemas de produoorgnica, pois as espcies cultivadas paraesse fim conferem certa autonomia aoscultivos comerciais quanto disponibilidadede matria orgnica, alm de ampliar abiodiversidade dos agroecossistemas.
Embora sejam cultivadas espcies devrias famlias botnicas, como adubo verde,as da famlia Leguminosae destacam-se porproporcionarem o aporte de elevadasquantidades de massa vegetal ao solo eformarem associao simbitica combactrias fixadoras de nitrognio, conhecidasgenericamente como rizbios. Comoresultado dessa simbiose, essas plantas socapazes de fornecer N (nitrognio) paraculturas de interesse econmico.
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Este trabalho tem como objetivoapresentar os principais efeitos da adubaoverde com leguminosas nos agroecos-sistemas, assim como os critrios para aescolha de espcies vegetais adequadas aessa prtica. Alm disso, so discutidas asprincipais formas de utilizao dos adubosverdes.
Efeitos da adubao verdenos agroecosistemas
Disponibilidade de nutrientes paraas culturas
O nitrognio o nutriente mais estudadoem relao aos efeitos da adubao verdenas culturas vegetais. O cultivo de legumi-nosas herbceas torna possvel a disponi-bilizao de N aos agroecossistemas peloprocesso de fixao biolgica, o que reduzou elimina a necessidade de aplicao defertilizantes minerais nitrogenados. Elevadasquantidades de N so acumuladas na parte
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area de leguminosas, o que se reflete emmaiores teores desse nutriente no solo,quando os resduos vegetais so incorpo-rados ou deixados em cobertura na super-fcie do terreno.
Outro efeito benfico trazido por essaprtica relaciona-se reciclagem de nutri-entes. Parte dos nutrientes acumulados nasleguminosas provavelmente absorvidapelas razes desses adubos verdes emcamadas profundas do solo, sofrendoposterior liberao com a decomposio dosresduos aps o corte. Esse processo dereciclagem de nutrientes favorecido pelaescolha de leguminosas com maior potencialde penetrao de suas razes no solo.
Alm do fornecimento de nitrogniofixado biologicamente e da reciclagem denutrientes, a adio dos resduos vegetaisde leguminosas herbceas e outros adubosverdes ao solo afeta a disponibilidade denutrientes por outros mecanismos. O incre-
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mento do teor de matria orgnica do solopode reduzir a reteno de P (fsforo) nasuperfcie de alguns minerais de argila,aumentando a disponibilidade desse nutrientepara as plantas.
A decomposio dos resduos vegetaisde adubos verdes permite ainda a liberao decompostos orgnicos que afetam a mobilidadede nutrientes ao longo do perfil do solo.Verificou-se, por exemplo, que os resduos deaveia preta (Avena strigosa), manejados emsolos que receberam calagem, transportam Ca(clcio) para a subsuperfcie, ao passo que osresduos de nabo forrageiro (Raphanussativus) associam a capacidade de mobilizaode Ca com a de imobilizao do Al (alumnio)1.A utilizao de espcies vegetais com essascaractersticas mostra-se particularmenteinteressante em sistemas de plantio direto, que
1 FRANCHINI, J. C.; MIYAZAWA, M.; PAVAN, M. A.; MALAVOLTA,E. Dinmica de ons em solo cido lixiviado com extratos de resduos deadubos verdes e solues puras de cidos orgnicos. PesquisaAgropecuria Brasileira, Braslia, DF, v. 34, p. 2267-2276, 1999.
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no permitem realizar a incorporao docalcrio aplicado na superfcie do terreno.
Cobertura do solo
A eroso constitui um dos principaisproblemas da agricultura tropical, provo-cando decrscimos na produtividadevegetal. A exposio do solo s chuvas podecausar o encrostamento de sua camadasuperficial, o que aumenta a velocidade deescoamento da enxurrada e as perdas de soloe gua. A eroso contribui ainda para adestruio do potencial biolgico das terras,num processo conhecido como deser-tificao.
Por meio da manuteno de coberturado solo, possvel amenizar o escoamentoda gua das chuvas na superfcie do terreno,reduzindo perdas de solo e gua. Dentre osdiversos tipos de cobertura do solo queauxiliam no controle da eroso, merecemdestaque os adubos verdes.
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O controle da eroso realizado pelosadubos verdes encontra-se relacionado aofato de que essa prtica agrcola eleva osteores de matria orgnica do solo,melhorando suas propriedades fsicas.Dentre as propriedades fsicas do solo,afetadas pelo aumento dos teores de matriaorgnica, destacam-se: estabilidade deagregados, densidade do solo e infiltraode gua.
Os constituintes da matria orgnicainfluenciam a agregao do solo, atuandocomo agentes ligantes, juntamente com osminerais de argila. Esse efeito permite reduzira densidade do solo, mediante a decompo-sio dos resduos, que libera compostosorgnicos capazes de afetar favoravelmentea porosidade do solo. Em virtude do au-mento de porosidade e agregao do solo,a tendncia de uma rea protegida porcobertura vegetal possuir maior infiltraode gua.
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Organismos edficos benficos
A adubao verde capaz de causarimpactos positivos sobre os diversos com-ponentes da fauna do solo, alterando adensidade das populaes e a diversidadede espcies. Alm do fato de os resduosvegetais servirem como fonte de energia enutrientes, a manuteno da cobertura vegetalcria ambientes que favorecem os organismosdo solo. Isso particularmente importantepara a agricultura, pois esses organismosaumentam a reciclagem de nutrientes, o quepermite melhor aproveitamento dos ferti-lizantes aplicados ao solo.
Dentre os organismos do solo favo-recidos pela adubao verde, destacam-seos rizbios. Esses microrganismos associam-se s razes de leguminosas num processosimbitico, promovendo a fixao biolgicade nitrognio atmosfrico. O nitrogniofixado transferido para as leguminosas,
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ao passo que os carboidratos produzidospor essas plantas so fornecidos sbactrias e servem como fonte de energia.
O cultivo com leguminosas uma dasformas mais eficientes de acrescentar essenutriente aos agroecossistemas. A quan-tidade de nitrognio fixado varia de acordocom a espcie vegetal utilizada comoadubo verde e com as condies eda-foclimticas, podendo chegar a mais de100 kg de N por hectare (Tabela 1).A inoculao das sementes de leguminosasfavorece a fixao de nitrognio, ao passoque o uso de fertilizantes minerais nitroge-nados ou de alguns agrotxicos junto comas sementes inoculadas inibe esse processo.
Alm das bactrias fixadoras denitrognio, o cultivo com leguminosasherbceas afeta a populao de fungosmicorrzicos arbusculares (MA) no solo.Esses fungos so capazes de formarsimbiose com a maioria das espcies
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N fixadoQuantidade
(kg ha-1)
158-160
78-183
100-108
99-148
62-71
Leguminosa
Amendoim-forrageiro(Arachis pintoi)
Crotalria(Crotalaria juncea)
Cudzu-tropical(Pueraria phaseoloides)
Guandu(Cajanus cajan)
Siratro(Macroptilium atropurpureum)
Adaptado de: Espindola (2001)2, Moreira (2003)3 e Pereira (2004)4.
Tabela 1. Estimativas da fixao biolgica de nitrogniopor leguminosas herbceas em cultivossolteiros.
2 ESPINDOLA, J. A. A. Avaliao de leguminosas herbceas pere-nes usadas como cobertura viva do solo e sua influncia sobrea produo da bananeira (Musa spp.). Seropdica: UFRuralRJ, 2001.144p. (Tese de Doutorado).
3 MOREIRA, V. F. Produo de biomassa de guandu a partir de di-ferentes densidades de plantio e cultivo de brcolos em faixasintercalares sob manejo orgnico. Seropdica: UFRuralRJ, 2003.62p. (Dissertao de Mestrado).
4 PEREIRA, A. J. Produo de biomassa area e sementes deCrotalaria juncea a partir de diferentes densidades populacionaise pocas do ano. Seropdica: UFRuralRJ, 2004. 130p. (Dissertaode Mestrado).
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cultivadas, trazendo como vantagens oaumento da absoro de gua e nutrientes,a agregao de partculas do solo e aresistncia a determinados patgenos.
Uma das principais limitaes apli-cao de fungos micorrzicos arbuscularesem agroecossistemas est na dificuldade deobteno de grandes quantidades deinoculante desses microrganismos. Assim,torna-se importante a adoo de prticas demanejo do solo capazes de favorecer apopulao de fungos MA nativos. O pr-cultivo com leguminosas como crotalria(Crotalaria juncea), feijo-de-porco(Canavalia ensiformis) e mucuna-preta(Mucuna aterrima) permite o aumento donmero de propgulos infectivos dos fungosMA nativos do solo5.
5 ESPINDOLA, J. A. A.; ALMEIDA, D. L. de; GUERRA, J. G. M.;SILVA, E. M. R. da; SOUZA, F. A. de. Influncia da adubao verde nacolonizao micorrzica e na produo da batata-doce. PesquisaAgropecuria Brasileira, Braslia, DF, v. 33, p. 339-347, 1998.
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Fitopatgenos
As leguminosas herbceas empregadascomo adubos verdes tm apresentado efeitospositivos no controle de doenas radiculares.Entre os fitopatgenos que podem sercontrolados pelos adubos verdes, merecemdestaque os nematides. Pesquisas compro-varam a eficincia de leguminosas do gneroCrotalaria no controle de Meloidogyne spp6.De acordo com tais resultados, o consrcioentre quiabo e Crotalaria juncea mostra-secapaz de reduzir a incidncia de nematides,em comparao com o monocultivo. Noentanto, deve-se estar atento para o fato deque outras leguminosas, como o labe-labe(Lablab purpureum), podem funcionar
6 RIBAS, R. G. T.; JUNQUEIRA, R. M.; OLIVEIRA, F. L.; GUERRA, J.G. M.; ALMEIDA, D. L. de; RIBEIRO, R. de L. D. Adubao verdena forma de consrcio no cultivo do quiabeiro sob manejoorgnico. Seropdica: Embrapa Agrobiologia, 2002. 4 p. (ComunicadoTcnico, 54).
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como multiplicadoras das populaes denematides do solo7.
Plantas invasoras
A agricultura influencia fortemente apopulao de ervas invasoras, sendo que,de maneira geral, a realizao de mono-culturas tende a favorecer a ocorrnciadessas plantas. Esse processo podeocasionar redues na produtividadeagrcola, em decorrncia da competioentre plantas invasoras e culturas de interesseeconmico.
Embora o mtodo mais utilizadoatualmente para o controle de plantasinvasoras seja a aplicao de produtosqumicos sintticos (herbicidas), a adubaoverde tem-se revelado uma alternativa vivelao uso desses produtos, sendo capaz de
7 COSTA, M. B. B. da (Coord.). Adubao verde no Sul do Brasil.2. ed. Rio de Janeiro: AS-PTA, 1993. 346 p.
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reduzir os riscos de contami-nao ambiental.
Os efeitos de alguns adubos verdessobre as plantas invasoras esto associados liberao de substncias alelopticasdurante a decomposio dos resduosvegetais ou maior eficincia na competiocom invasoras por recursos como gua, luze nutrientes.
Decomposio dos resduos deadubos verdes
Por meio da decomposio ou minera-lizao dos resduos de adubos verdes, possvel fornecer nutrientes para outrasespcies cultivadas. No entanto, para queesse fornecimento ocorra de maneiraeficiente, deve haver sincronia entre aliberao de nutrientes pelos resduosvegetais e a demanda da cultura de inte-resse econmico. Se houver alta taxa de
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mineralizao do nitrognio contido noadubo verde antes do perodo de rpidocrescimento da cultura, podem ocorrerperdas de N por lixiviao (carreamento paracamadas profundas do solo) ou desni-trificao (perda, como gs). Entretanto, sea mineralizao ocorrer aps esse perodo,a cultura no ter condies de absorver onitrognio necessrio ao seu desen-volvimento.
Diversos fatores esto relacionadoscom a decomposio dos resduos vegetaisadicionados ao solo, tais como caracte-rsticas edafoclimticas, composio qu-mica dos resduos e estratgias de manejodo solo e das plantas.
De maneira geral, a decomposio dosresduos de adubos verdes tende a ser maislenta durante perodos de estiagem ou defrio. Isso pode ser atribudo s menoresprecipitaes pluviomtricas ou temperaturas
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ocorridas, criando condies capazes derestringir a atividade dos organismosdecompositores.
Diversos indicadores tm sido estuda-dos para explicar a influncia da composioqumica dos resduos vegetais na suadecomposio e liberao de nutrientes nosolo. Entre os indicadores existentes naplanta, possvel citar: teor de N, relaoC/N (carbono/nitrognio), teor de lignina erelao lignina/N, teor de polifenis e re-lao polifenis/N. Valores de relaoC/N de alguns resduos vegetais soapresentados na Tabela 2.
De maneira geral, resduos com baixarelao C/N e reduzidos teores de lignina epolifenis apresentam rpida mineralizaoe fornecem grande quantidade de nitrogniopara as outras culturas, ao passo que res-duos com alta relao C/N e elevados teoresde lignina e polifenis decompem-se maislentamente, podendo causar a imobilizaode N para os cultivos posteriores.
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Tabela 2. Relaes C/N de resduos vegetais deleguminosas e gramneas empregadas comoplantas de cobertura do solo.
Espcie Relao C/N
Leguminosas
Amendoim forrageiro (Arachis pintoi)
Crotalria (Crotalaria juncea)
Cudzu tropical (Pueraria phaseoloides)
Feijo-de-porco (Canavalia ensiformes)
Mucuna-preta (Mucuna aterrima)
Gramneas
Capim-colonio (Panicum maximum)
Grama-batatais (Paspalum notatum)
20
27
21
16
17
79
39
Adaptado de: Espindola (2001)8; Espindola et al. (1998)9
8 ESPINDOLA, J. A. A. Avaliao de leguminosas herbceas perenesusadas como cobertura viva do solo e sua influncia sobre aproduo da bananeira (Musa spp.). Seropdica: UFRRJ, 2001. 144p. (Tese de Doutorado)
9 ESPINDOLA, J. A. A.; ALMEIDA, D. L. de; GUERRA, J. G. M.; SILVA,E. M. R. da; SOUZA, F. A. de. Influncia da adubao verde na colonizaomicorrzica e na produo da batata-doce. Pesquisa AgropecuriaBrasileira, Braslia, DF, v. 33, p. 339-347, 1998.
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O manejo dos resduos vegetaistambm afeta a disponibilidade de nutrientesnos agroecossistemas. Geralmente, aincorporao de leguminosas no soloproporciona uma liberao mais rpida denitrognio do que sua manuteno nasuperfcie do terreno.
Escolha de leguminosaspara uso da adubao verde
A escolha de espcies vegetais e oplanejamento de uso da adubao verdedevem seguir alguns critrios. Caractersticasambientais, como temperatura, fertilidade dosolo e disponibilidade de gua, atuam comofatores limitantes implantao e desen-volvimento dessa prtica.
A temperatura exerce influncia diretano metabolismo das plantas, afetandoprocessos como a absoro e o transportede nutrientes. A altitude mostra-se ligada
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temperatura mdia do ar, sendo um critrioimportante para a escolha de espciesadaptadas ao frio.
A Regio Sudeste do Brasil apresentaduas estaes climticas distintas: um veroquente e chuvoso e um inverno seco comtemperaturas amenas. Isso significa que overo um perodo mais propcio aodesenvolvimento dos adubos verdes, aopasso que, no inverno, essas plantas tendema apresentar um crescimento mais lento.A reduo da massa vegetal de leguminosasherbceas cultivadas durante o inverno podeestar associada no s diminuio datemperatura e da disponibilidade de gua,mas tambm sensibilidade de algumasespcies quando expostas a dias curtos.
Com relao fertilidade do solo,algumas leguminosas herbceas sobeneficiadas pela calagem e adubaomineral. No entanto, nem sempre essasprticas so economicamente viveis para
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o plantio de adubos verdes. Torna-seimportante ento proceder identificaode plantas adaptadas a condies dereduzida fertilidade do solo.
A seguir, apresenta-se uma lista deleguminosas empregadas como aduboverde e suas exigncias edafoclimticas:
Leguminosas adaptadas s baixadasmidas:
Centrosema (Centrosema pubescens)
Cudzu-tropical (Pueraria phaseoloides)
Sesbnia (Sesbania sesban)
Leguminosas adaptadas s condi-es de frio:
Chcharo (Lathyrus sativus)
Ervilhaca-comum (Vicia sativa)
Tremoo-branco (Lupinus albus)
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Trevo-branco (Trifolium repens)
Trevo-vermelho (Trifolium pratense)
Leguminosas adaptadas s condiesde dficit hdrico:
Caupi (Vigna unguiculata)
Cunh (Clitoria ternatea)
Estilosantes (Stylosanthes guianensis)
Feijo-bravo-do-cear (Canavaliabrasiliensis)
Feijo-mungo (Vigna radiata)
Galxia (Galactia striata)
Guandu (Cajanus cajan)
Leguminosas adaptadas s condi-es de sombreamento:
Cudzu-tropical (Pueraria phaseoloides)
Feijo-de-porco (Canavalia ensiformis)
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Leguminosas adaptadas s condiesde baixa fertilidade do solo:
Amendoim-forrageiro (Arachis pintoi)
Crotalria (Crotalaria juncea)
Cudzu-tropical (Pueraria phaseoloides)
Feijo-bravo-do-cear (Canavaliabrasiliensis)
Feijo-de-porco (Canavalia ensiformis)
Guandu (Cajanus cajan)
Indigfera (Indigofera spp.)
Mucuna-preta (Mucuna aterrima)
Siratro (Macroptilium atropurpureum)
O processo de escolha das legumino-sas para adubao verde deve levar emconsiderao as caractersticas fitotcnicasdas plantas. Na Tabela 3, encontram-sealgumas caractersticas das principaisleguminosas tropicais usadas com maiorfreqncia como adubos verdes. A soja
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(Glycine max), amplamente conhecida comoprodutora de gros, tambm foi includa porapresentar potencial para essa prtica. AsFig. de 1 a 4 ilustram algumas dessasleguminosas.
Caractersticas como o ciclo vegetativoe o hbito de crescimento so determinantes,especialmente quando o adubo verde plantado em consrcio. As leguminosaspodem apresentar hbito de crescimentoereto, prostrado ou volvel. Cuidadosespeciais devem ser dispensados s espciesde hbito volvel, que podem atuar comotrepadeiras, prejudicando o desenvolvimentodas culturas de interesse econmico.
Quanto ao ciclo, as leguminosasherbceas classificam-se em anuais eperenes. As espcies anuais completam ociclo vegetativo dentro de alguns meses,interrompendo seu crescimento e sofrendoqueda de folhas a partir da florao. J as
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Fig. 1. Crotalria (Crotalaria juncea).
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Fig. 2. Guandu (Cajanus cajan).
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Fig. 3. Ervilhaca-comum (Vicia sativa).
Fig. 4. Mucuna-cinza (Mucuna pruriens).
Fot
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Tabela 4. Perodo necessrio para a cobertura completa doterreno por algumas leguminosas herbceas.
10 ESPINDOLA, J. A. A.; GUERRA, J. G. M.; ALMEIDA, D. L. de.Adubao verde: estratgia para uma agricultura sustentvel.Seropdica: Embrapa Agrobiologia, 1997. 20 p. (Documentos, 42).
Espcie
CalopognioCudzu-tropicalEstilosantesSiratroAmendoim-forrageiroCentrosemaGalxiaMucuna-cinza
poca de plantio
MaroMaroMaroMaro
DezembroDezembroDezembroDezembro
Cobertura doterreno (dias)
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35-40Adaptado de: Espindola et al. (1997)10.
espcies perenes mantm suas folhas duranteo perodo de florao, formando uma cober-tura permanente do solo.
De maneira geral, as leguminosas anuaismostram-se capazes de cobrir o solo maisrapidamente que as perenes (Tabela 4),possibilitando maior produtividade em menorintervalo de tempo. Destaca-se ainda que asleguminosas perenes podem ser manejadas
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com roadas, pois rebrotam com facilidade.Por sua vez, as anuais no apresentamfacilidade para rebrotar, com exceo dascrotalrias e do guandu, que suportam cortesquando no so feitos prximo da superfciedo terreno. A capacidade de rebrotar dasespcies perenes confere compensao deprodutividade ao longo do tempo, justi-ficando sua utilizao em agroecossistemas.
Outras caractersticas, como a durezae a massa das sementes, podem determinaro sucesso no estabelecimento dos adubosverdes, principalmente no caso das legu-minosas perenes. Como a maioria dessasespcies apresenta sementes duras epequenas (Tabela 3), preciso quebrar essadureza e fazer a semeadura com reduzidaprofundidade (em torno de 0,5 a 3,0 cm,dependendo da leguminosa), a fim de garantirque a espcie escolhida se estabelea demaneira satisfatria.
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A quebra de dormncia feitacolocando-se as sementes num recipientecom gua que foi aquecida temperatura de90oC. Do ponto de vista prtico, possvelsaber que essa temperatura foi alcanadaquando se formam bolhas no fundo dorecipiente. Nesse ponto, o recipiente retirado do fogo e as sementes so colocadasna gua aquecida durante o perodo de1 hora. As sementes so ento postas parasecar, devendo ser plantadas em at 12 horas.
Formas de utilizaodos adubos verdes
A prtica da adubao verde classificada em diferentes modalidades, deacordo com sua utilizao. A classificaomais comum envolve a presena dos adubosverdes em rotao ou em consrcio comoutras espcies, levando-se em consideraoo perodo de cultivo:
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Adubao verde no perodo dasguas, em cultivo solteiro Faz-se o plantiodos adubos verdes no perodo de outubroa janeiro. A ocorrncia de chuvas, associadas altas temperaturas dessa poca do ano,permite a produo de grandes quantidadesde massa vegetal. Quando se utilizamleguminosas, ocorre ainda um considervelacrscimo de nitrognio ao solo.
A principal desvantagem desse tipo deadubao verde est na ocupao de reasagrcolas durante um perodo propcio aoplantio de culturas de interesse econmico.Uma alternativa para esse problema consisteno plantio de leguminosas em glebassubmetidas a pousio, deixando-se o restanteda rea para as outras culturas. No anoseguinte, realiza-se ento uma rotao.
Entre as espcies utilizadas para essamodalidade, esto as crotalrias, as mucu-nas, o feijo-de-porco e o guandu. A aduba-
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o verde em cultivo solteiro, no perododas guas, pode beneficiar a produo deolercolas em regies onde as elevadastemperaturas inviabilizam seu cultivo duranteo vero.
Existe ainda a possibilidade de associaressa forma de adubao verde com o plantiodireto em sistemas de produo orgnica.A formao de grande quantidade de palhadafavorece a proteo do solo e dificulta oestabelecimento de plantas invasoras(Fig. 5).
Adubao verde no perodo de estia-gem, em cultivo solteiro A semeadurados adubos verdes feita entre os meses defevereiro e abril. O cultivo dessas plantaspermite a proteo de reas que normalmenteno so cultivadas nessa poca do ano, almde diminuir a infestao do terreno porplantas invasoras.
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A desvantagem dessa modalidaderelaciona-se reduzida produo de massavegetal em decorrncia das condiesclimticas adversas, com baixas temperaturase quedas na precipitao pluvial. Na RegioSul do Brasil, possvel o plantio de espciesque toleram baixas temperaturas, como ocaso da ervilhaca, do tremoo e dos trevos.
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Fig. 5. Cultivo de brcolos sobre palhada de crotalria, emsistema de plantio direto.
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J nas regies onde se observam temperaturasmais elevadas durante o inverno, como ocaso do Sudeste brasileiro, podem serempregadas as mesmas espcies citadas paraa modalidade anterior, devendo-se evitar oplantio tardio de leguminosas mais sensveisao fotoperodo, como o caso dascrotalrias.
Adubao verde consorciada comculturas anuais O adubo verde semeadonas entrelinhas da cultura de interesseeconmico, permitindo a produo durantetodo o ano. Esse sistema mostra-separticularmente interessante em pequenaspropriedades rurais, pois permite otimizar oaproveitamento de recursos como luz, guae nutrientes.
Esse tipo de consrcio no reco-mendado para condies de reduzidadisponibilidade de gua, ocasionadas porocorrncia de veranico ou plantio emperodo seco do ano, sem irrigao. Entre
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Fig. 6. Consrcio de milho com crotalria.
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os exemplos de consrcios bem sucedidos, possvel citar os seguintes exemplos:abbora com guandu, batata-doce comcrotalria, berinjela com caupi, cana comcrotalria, milho com crotalria, milho comfeijo-de-porco, quiabo com crotalria(Fig. 6).
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Adubao verde consorciada comculturas perenes Nessa modalidade, oadubo verde cultivado entre as fileiras deplantas frutferas ou de outras espciesperenes. Sua principal vantagem est naformao de uma cobertura viva permanente(quando o adubo verde uma leguminosaperene) o que elimina a necessidade denovos plantios, a cada ano, e contribui parao controle de plantas invasoras.
As leguminosas com hbito decrescimento volvel devem ser recomendadascom cautela, fazendo-se o coroamento dasculturas perenes quando for necessrio.Podem ser citados os seguintes exemplosde consrcios bem sucedidos entreleguminosas e culturas perenes: banana comcudzu-tropical, caf com guandu, figo comsiratro, maracuj com amendoim-forrageiro(Fig. 7 e 8).
Cultivo em alias e faixas intercalares O cultivo em alias e faixas intercalaresconsiste em consorciar culturas econmicas,
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Fig. 8. Consrcio de figo com siratro (Macroptiliumatropurpureum).
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Fig. 7. Consrcio de banana com cudzu-tropical(Pueraria phaseoloides).
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anuais ou perenes, com leguminosas arbreasou arbustivas. Nesse sistema, as leguminosasso estabelecidas em fileiras simples ouduplas, com espaamentos variveis desde4 at 10 m de distncia, realizando-se podase manejando-se os resduos das plantasanteriormente e durante o cultivo econmico.Cuidados so necessrios, a fim de evitarprejuzos decorrentes do sombreamento eda competio por gua e nutrientes com acultura principal. A massa vegetal prove-niente da poda da folhagem e ramos jovensdas leguminosas adicionada ao solo, sendomantida em cobertura ou incorporada aosolo. A folhagem de algumas espcies podeser utilizada como forragem para alimentaoanimal.
As espcies empregadas como adubosverdes nesse sistema de cultivo devemapresentar as seguintes caractersticas: fcilestabelecimento no campo, crescimentorpido, tolerncia ao corte, alta capacidadede rebrota, alta produo de massa vegetal,
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Fig. 9. Cultivo de hortalias entre alias degliricdia (Gliricidia sepium).
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potencial de fixao biolgica do Natmosfrico e os resduos devem ser defcil decomposio. Tambm desejvel queas espcies sejam tolerantes a condiesadversas de solo, principalmente a alta acideze a baixa fertilidade qumica. Em condiesde clima tropical, so utilizadas com maiorfreqncia nesse sistema de manejo:(Gliricidia sepium), caliandra (Calliandraspp.), eritrina (Erythrina spp.), guandu(Cajanus cajan), entre outras (Fig. 9 e 10).
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Fig. 10. Cultivo de brcolos entre faixas deguandu.
Consideraes finais
Procurou-se mostrar, ao longo dessetexto, que a adubao verde uma prticaagrcola capaz de melhorar as propriedadesdo solo, auxiliando no controle de fitopa-tgenos e plantas invasoras. A fixaobiolgica de nitrognio pelas leguminosascontribui de maneira significativa para ofornecimento desse nutriente para outras
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culturas, podendo levar auto-suficinciados agroecossistemas em relao a esseelemento.
Apesar dessas vantagens, aindanecessita-se realizar a validao de infor-maes que permitam a incorporao daprtica da adubao verde nas unidades deproduo. Entre os aspectos a seremvalidados, merece destaque a necessidadeda escolha de espcies mais adequadas paraas condies de solo e clima de determinadasregies. Outro ponto importante a buscade estratgias de manejo capazes de aumentara sincronizao dos ciclos da leguminosa eda cultura principal, garantindo que aliberao de nutrientes contidos nos resduosdo adubo verde ocorra no momento de maiordemanda desses nutrientes pela cultura deinteresse econmico.
Em algumas regies, a reduzidadisponibilidade de sementes de leguminosaspode dificultar a difuso do seu uso como
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adubos verdes. Nesse sentido, importanteestimular a produo de sementes pelosprprios agricultores, favorecendo suaindependncia em relao a esse insumo epermitindo-lhes a gerao de uma nova fontede renda.
O sucesso da adoo da adubaoverde depende do amplo esclarecimento dospontos abordados neste trabalho e daformao de reas cultivadas para aproduo de sementes. Com isso, serpossvel viabilizar a realizao dessa prticapelos agricultores e aumentar a sustenta-bilidade dos agroecossistemas.
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