Adubação verde citrus

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BOLETIM CITRÍCOLA Junho / nº 9 / 1999UNESP/FUNEP/EECB

José Antonio Alberto da Silva, Luiz Carlos Donadio &José Aparecido Donizeti Carlos

ADUBAÇÃO VERDEEM CITROS

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Silva, José Antonio Alberto daS586a Adubação verde em citros / José Antonio

Alberto da Silva, Luiz Carlos Donadio e JoséAparecido Donizeti Carlos. -- Jaboticabal :

Funep, 1999.37 p. : il. ; 21 cm.

1 - Adubação - citros. I. Título.

CDU: 631.87:634.3

Ficha catalográfica preparada pela Seção de Aquisição eTratamento de Informação do Serviço de Biblioteca e Documentaçãoda FCAV.

FunepVia de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/nº14884-900 - Jaboticabal - SPTel: (16) 3209-1300Fax: (16) 3209-1306E-mail: [email protected] Page: http://www.funep.com.br

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ......................................................................... 1

2. OS ADUBOS VERDES ............................................................. 2

3. EFEITOS DA ADUBAÇÃO VERDE NAS PROPRIEDADESDO SOLO ................................................................................. 23.1. Efeitos químicos ............................................................... 33.2. Efeitos físicos ................................................................... 43.3. Efeitos biológicos ............................................................. 53.4. Efeitos alelopáticos .......................................................... 73.5. Efeitos indiretos ............................................................... 7

4. ADUBOS VERDES NA CULTURA DOS CITROS ................... 8

5. ESPÉCIES PARA ADUBAÇÃO VERDE.................................. 105.1. Espécies de verão mais utilizadas em citros ............... 115.2. Espécies de inverno recomendadas para citros .......... 19

6. PLANTIO DE ADUBOS VERDES .......................................... 216.1. Na reforma de pomares ................................................ 226.2. Em pomares implantados .............................................. 236.3. Espécies perenes recomendadas para citros .............. 20

7. SEMEADURA DE ADUBOS VERDES .................................... 24

8. SEQÜÊNCIAS RECOMENDADAS PARA A UTILIZAÇÃO DEADUBOS VERDES EM CITROS ............................................ 25

9. MANEJO DOS ADUBOS VERDES ........................................ 26

10. RESULTADOS EXPERIMENTAIS ......................................... 29

11. CONSIDERAÇÕES GERAIS ................................................. 35

12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................... 36

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Apoio:SEMENTES PIRAÍ

SEMENTES PARA ADUBAÇÃO VERDE

Tel.: 0xx19 424-2922 / Fax: 0xx19 424-1565Av. Cássio Paschoal Padovani, 333CEP 13420-015 - Piracicaba - SPE-mail: [email protected]

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ADUBAÇÃO VERDE EM CITROS

José Antonio Alberto da Silva 1

Luiz Carlos Donadio 2

José Ap. Donizeti Carlos 3

1. INTRODUÇÃO

A citricultura brasileira constitui-se no maior expoentemundial, em extensão, produção, exportação de sucoconcentrado e de subprodutos cítricos. Para atingir essepatamar, grandes áreas são ocupadas com citros e, em buscade altas produtividades, pacotes tecnológicos são lançadosao campo visando altos rendimentos, que muitas vezestrazem degradação às plantas, do solo e do meio ambiente.O uso contínuo dessas áreas, com aplicação de produtosquímicos e desrespeito às leis de conservação do solo, tendea reduzir nossas áreas agricultáveis e nossa posição de maiorprodutor mundial.

Devemos ficar atentos, pois a tendência mundial é abusca de alimentos saudáveis provenientes da agriculturaorgânica ou produzidos com mínima degradação do ambiente.

Neste contexto e buscando reduzir os custos deprodução, a utilização de adubação verde cresce no Brasil,apoiada por trabalhos científicos em citros mostrando osefeitos benéficos desta prática milenar na agricultura.

A adoção da adubação verde, ou seja, a prática decultivo e incorporação de plantas, tem a finalidade depreservar e/ou restaurar o teor de matéria orgânica e afertilidade dos solos com seu material vegetal, possibilitando

1 Engº Agrº MSc Pesquisador Científico, e-mail: [email protected] Prof. Titular FCAV,Unesp, Diretor Científico EECB, e-mail:

[email protected] Engº Agrº Sementes Pirai, e-mail: [email protected]

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a substituição parcial e/ou total de adubos químicos,proporcionando melhor cobertura do solo, controlando asplantas daninhas, a erosão, reciclando nutrientes lixiviados(arrastados para as camadas mais profundas do solo),aumentando a capacidade de troca catiônica do solo (CTC),a infiltração e a retenção de água, favorecendo odesenvolvimento microbiano no solo, controlandonematóides, além de efeitos alelopáticos sobre diversasplantas invasoras (Miyasaka et al., 1984a).

2. OS ADUBOS VERDES

São plantas utilizadas com a finalidade de seremincorporadas ao solo, fornecendo material orgânico,nitrogênio e outros nutrientes, com o intuito de melhorar ascaracterísticas físicas, químicas e biológicas dos soloscultivados.

Os efeitos benéficos são observados quando ocorrefreqüência de sua aplicação. A cobertura do solo com adubosverdes proporciona menor radiação solar direta e assimmenor oscilação de temperatura; favorece um maioraprofundamento das raízes; aumenta o teor de matériaorgânica e nutrientes; aumenta o nitrogênio (N) disponível,devido à fixação do N

2 atmosférico pelas leguminosas;

manejo ecológico de pragas, doenças e equilíbrio dosmicroorganismos alterando a composição da fauna e da florado solo.

3. EFEITOS DA ADUBAÇÃO VERDE NASPROPRIEDADES DO SOLO

Os pomares paulistas, em sua maioria, localizam-seem solos de textura média a arenosa, com teor de argila

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inferior a 35%. As práticas de preparo do solo com aração egradagem para implantação de pomares ocorrem na maioriadas vezes nos períodos chuvosos, expondo o solo àsintempéries e aumentando os riscos de erosão. Essas práticas,quando mal empregadas levam à degradação do solo,tornando-o imprestável ao cultivo, devido à desagregaçãosuperficial, facilitando o transporte e a compactação do solo,reduzindo a infiltração e a retenção de água no solo, aaeração, a disponibilidade de nutrientes e o desenvolvimentode raízes, ou seja, o uso inadequado do solo está destruindoe reduzindo nossas áreas agricultáveis.

3.1. Efeitos químicos

A fertilidade do solo é bastante influenciada pelosefeitos dos adubos verdes, tais como: aumento do teor dematéria orgânica do solo ao longo dos anos, pela adiçãoda fitomassa total; aumento da disponibilidade de macroe micronutrientes em formas assimiláveis pelas plantas;auxílio na formação de ácidos orgânicos fundamentaisao processo de solubilização dos minerais; diminuição nosteores de alumínio trocável (complexação); elevação dopH do solo e conseqüentemente diminuição da acidez(principalmente pela ação das leguminosas), além de sistemaradicular profundo com alta capacidade de reciclagem emobilização de nutrientes lixiviados (K, Ca, Mg e NO

3) ou

pouco solúveis (P e Mo), que, quando nas camadas maisprofundas do perfil do solo, encontram-se perdidos ou não-disponíveis ao citros que apresentam sistema radicularpredominantemente superficial.

Mello (1988) descreveu que a mineralização do N dosadubos verdes (leguminosas) inicia-se quase queimediatamente após a incorporação do material ao solo,por ser favorável a relação C:N. Entretanto, se umaquantidade muito grande de material verde for enterrado, o

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plantio deverá ser feito, no mínimo, uma semana após, porser a rápida decomposição desfavorável ao desenvolvimentodas plântulas e favorecer o aparecimento de parasitas. Alémdisso, poderá haver competição entre as plantas emicroorganismos para a aquisição de outros nutrientes, alémdo N. A velocidade de decomposição vai diminuindo àmedida que a relação C:N vai se estreitando, tendendo paravalores entre 10 e 12, que é a relação normal da matériaorgânica estável nos solos.

Solos bem drenados, pouco ácidos e em equilíbriocom o ambiente apresentam relação C:N em torno de 10 a12. Em solos com relação C:N alta, inicialmente há umconsumo do nitrato existente no solo, que é incorporado aoprotoplasma dos microorganismos; a matéria orgânica perdecarbono, que é convertido em CO

2; a relação C:N decresce,

e o processo todo resulta em uma imobilização líquida donitrato do solo. Com a redução da relação C:N, surgemcondições de mineralização, com liberação de amônio, queé logo convertido em nitrato (Tisdale & Nelson, 1975).

A utilização da adubação orgânica, ao longo dos anos,tende a aumentar o teor de húmus no solo. Esse húmustenderá a aumentar a CTC, fundamental para a manutençãoda fertilidade do solo e nutrição das plantas.

3.2. Efeitos físicos

Os efeitos dos resíduos dos adubos verdes variam emfunção da qualidade, da quantidade e do tipo de manejodado ao material, bem como dos fatores climáticos e dascaracterísticas específicas do solo. A estrutura, a capacidadede infiltração e retenção de água, a consistência, a densidade,a porosidade, a aeração e a condutividade elétrica são algumascaracterísticas que sofrem influência direta dos resíduos.

Com relação à distribuição dos poros, os solos compredominância de microsporos (poros <0,05mm) alcançam

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de 55 a 88% de porosidade total sobre os macrosporos (poros> 0,05mm). Assim, a maior facilidade de crescimento radicularé observada nos solos com predominância de macrosporos.Segundo Demattê & Vitti (1992), os solos para citros devemconter uma porosidade total entre 40 e 55%.

Quando um solo está protegido por plantas oucobertura morta, não sofre ação de desagregação peloimpacto direto da gota de chuva e compactação da superfíciedo solo, o que facilita a infiltração e conseqüente diminuiçãodo escorrimento superficial (erosão), além do equilíbrio datemperatura do solo, menor germinação de sementes deplantas daninhas e seu controle.

3.3. Efeitos biológicos

A presença de material orgânico no solo é determinantena atividade e na população dos microorganismos, uma vezque a matéria orgânica é, antes de mais nada, fonte de energiapara os organismos do solo. Em solos manejados no sistemaconvencional (pulverização do solo com grades, deixando-o desprotegido), observa-se um menor desenvolvimento demicroorganismos, devido às constantes oscilações detemperatura e umidade do solo. Já no plantio direto observa-se maior e mais profunda distribuição de raízes e nódulos,pelo fato de as plantas e os organismos simbiontes estaremmenos sujeitos a perdas d’água e a oscilações térmicas, oque significa maior estabilidade na fixação do nitrogênio.

A prática da adubação verde pode se constituir numdos métodos mais valiosos e baratos no controle denematóides, principalmente Meloidogyne, desde que se optepor espécies adequadas. Algumas espécies de plantascultivadas contribuem para o incremento populacional dosnematóides, outras são antagônicas, ou seja, abaixam suapopulação no solo, como é o caso das crotalárias, mucunase guandu, espécies de verão. Entre as gramíneas de inverno:

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aveia, centeio, azevém, cevada e as leguminosas: alfafa,serradela e espérgula (cariofilacea) mostram-se promissoras.

Algumas espécies de plantas, ao se decomporem nosolo, liberam ácidos e substâncias aleloquímicas dos tecidose raízes, aumentando a atividade biológica, que interferemnas larvas e ovos de nematóides no interior dos tecidos dasplantas, mantendo um equilíbrio natural de espécies semcomprometer o desenvolvimento das culturas.

As leguminosas são mais utilizadas em adubação verdeque as gramíneas, por serem, principalmente, mais ricas emnitrogênio e por fixá-lo do ar (N

2), graças à associação

simbiótica entre suas raízes e bactérias, produzindo um ganholíquido de nitrogênio para o solo. Segundo a FAO (1985), oar tem 80% de nitrogênio (N

2), correspondendo a cerca de

6.400 kg do elemento sobre cada hectare, e as plantasleguminosas podem utilizá-lo em simbiose.

A matéria orgânica, natural ou adicionada, tambémfunciona como fonte de energia para os organismos de vidalivre que fixam N

2 do ar, porém os adubos verdes podem

buscar nutrientes de camadas mais profundas do perfil,trazendo-os para a superfície, onde predominam as raízesabsorventes dos citros, além do que as raízes dos adubosverdes fazem, por assim dizer, uma subsolagem biológica,criando pequenos canais no solo, por onde circulam a águae o ar.

A fixação simbiótica do nitrogênio (N2) depende de

uma série de fatores, tais como: características genéticas dabactéria, espécie de leguminosa e condições gerais do solo.Em média, a fixação é estimada em 10g de nitrogênio pormetro quadrado de solo por ano, o que significaaproximadamente 100 kg de nitrogênio por hectare (Myasakaet al. 1984). No primeiro ano de plantio, as sementes dasleguminosas devem receber inoculante específico, para quefixem e incorporem melhor o nitrogênio.

Mello (1978) estimou que no Brasil, as quantidades deN fixadas pelas principais leguminosas cultivadas (em kg/

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ha ano) são: 207 para guandu; 190 para feijão-de-porco; 150para mucuna-cinza; e 154 para as crotalárias.

Para a máxima eficiência nos processos de nodulaçãoe fixação de nitrogênio, é necessária a interação dos fatoresambientais (temperatura, aeração, luz e fotossíntese), dosfatores edafológicos (matéria orgânica, umidade, relaçãoC:N, acidez e alcalinidade, macro e micronutrientes,salinidade, presença de produtos não tóxicos e compatíveiscom a inoculação) e dos fatores biológicos (presença derizóbios), que irão influir no desenvolvimento da plantahospedeira e conseqüentemente na maior ou menornodulação e fixação do N

2.

3.4. Efeitos alelopáticos

A alelopatia pode ser definida como sendo todas asinterferências desencadeadas entre plantas emicroorganismos, provocadas pela liberação de substânciasquímicas por eles elaboradas, através dos tecidos vivos oumortos. Compreende, portanto, efeitos benéficos eprejudiciais, provocados por um organismo sobre outro.

Os resíduos sobre o solo como cobertura mortaproporcionam efeitos alelopáticos mais pronunciados eprolongados, com a concentração dos aleloquímicos nasuperfície, sendo liberados mais lentamente.

3.5. Efeitos indiretos

Além dos efeitos já citados, os adubos verdes tambémsão importantes para a apicultura, ou seja, das diferentesplantas utilizadas, algumas produzem grande quantidade denéctar e de pólen, que são aproveitados pelas abelhas oupelos inimigos naturais das pragas dos citros. O naboforrageiro, a alfafa, o cornichão, o chícharo, o tremoço, aervilhaca forrageira, os trevos, dentre outros, são espécies

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melíferas de outono/inverno. Já dentre as espécies deprimavera/verão destacam-se: girassol, melilotus, guandu eas crotalárias. As abelhas, por seu turno, melhoram aprodução e conseqüentemente a produtividade de diversasculturas agrícolas.

Essas plantas atraem e abrigam uma série de insetosbenéficos (inimigos naturais), que auxiliam no controle daspragas dos citros.

Diversas espécies de plantas para adubação verde sãoutilizadas também para produção de forragem de altaqualidade e elevados teores de proteína, através de pastoreio,silagem ou fenação, e, quando em consórcios leguminosas/gramíneas, obtém-se forragem de boa qualidade ecomposição equilibrada.

4. ADUBOS VERDES NA CULTURA DOSCITROS

A cultura cítrica depende de uma mecanizaçãoconstante, tanto no período seco quanto no chuvoso, sendonormal a passagem das máquinas por no mínimo de 10 aum limite superior a 20 vezes por ano. Esta movimentaçãoleva à formação de camadas compactadas (Sanches, 1998).

A boa estrutura do solo contribui para o movimentoadequado da água e do ar. A passagem abusiva de máquinasno pomar ou a pulverização da camada arável porimplementos agrícolas são prejudiciais à manutenção daestrutura adequada. A incorporação e/ou manutenção damatéria orgânica no solo é essencial para manter uma boaestrutura, além de contribuir para reduzir o risco de lixiviaçãode cátions, particularmente de potássio, em solos arenosos(Malavolta, 1985).

Em uma citricultura moderna, na qual se preconiza ouso adequado de fertilizantes, mudas selecionadas, bommanejo de pragas e doenças, a produtividade estará sempre

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aquém do possível se práticas de manejo não forem adotadasno sentido de eliminar ou impedir a formação de camadascompactadas no solo (Castro & Lombardi Netto, 1992).

Segundo Sanches (1998), um plantio conduzido dentrode um manejo que leva em consideração o cultivo intercalarde leguminosas, como o nabo forrageiro e gramíneas(Brachiaria ruziziensis), com produção de biomassasignificativa e formação de cobertura morta, que somadoaos cuidados de não entrar no talhão com umidade alta,uso de pneus largos, trafegar no centro da rua, certamenteminimizará a formação de camadas de impedimentos. Umestudo da ausência ou presença de raiz rasa ou profundademais dará informação real da presença de áreascompactadas. Biologicamente, com uso de leguminosas, oumecanicamente, com subsolador, essas camadas podem sereliminadas. O guandu é recomendado para áreascompactadas, mesmo nos pomares em produção, pelogrande poder de penetração das suas raízes, que apesar deser um processo mais demorado que o mecânico, é o maisduradouro.

Os adubos verdes comportam-se como uma plantadaninha no pomar cítrico, pois podem competir por água,nutriente, sol e pelo espaço aéreo e do solo. Quando bemusados, entretanto, esses inconvenientes pesam relativamentepouco, sendo compensados pelas vantagens que seu cultivoapresenta.

Resumidamente, os benefícios primários da adubaçãoverde são:- reciclagem de nutrientes: o sistema radicular busca

nutrientes lixiviados (perdidos no perfil do solo) eincorpora-os nas camadas superficiais;

- fixação simbiótica de nitrogênio direto da atmosfera;- melhoria das condições físicas, químicas e biológicas do

solo: textura e estrutura, matéria orgânica emicroorganismos;

- economia e melhor aproveitamento dos adubos químicose corretivos;

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- proteção do solo contra a erosão - a erosão devora 200 milt/ano da terra agricultáveis do Estado de São Paulo;

- descompactação do solo pelo sistema radicular agressivoe profundo;

- melhor infiltração e armazenamento de água no solo,diminuindo os efeitos da seca;

- proteção do solo contra os efeitos dos raios solares:abaixamento e aumento da temperatura do solo;

- economia no controle de plantas daninhas (capinas eherbicidas), devido à alta capacidade de competição dosadubos verdes em relação às plantas daninhas, levando amenor produção de sementes e seqüentes infestações;

- produção de fitomassa para formação de cobertura mortae plantio direto;

- melhoria na produtividade e qualidade dos produtoscolhidos;

- controle de nematóides fitoparasitos das culturas poralelopatia e aprisionamento;

- alimentação animal: silagem, pastoreio, mel e pólen;

5. ESPÉCIES PARA ADUBAÇÃO VERDE

Devem ser escolhidas para esta prática, espécies queproduzam grande quantidade de matéria seca, resistentesao ataque de pragas e moléstias, que possuam sementesuniformes e de bom poder germinativo, com exigênciarelativamente baixa quanto ao preparo e fertilidade do solo,de rápido crescimento, precoce, de fácil manejo, de sistemaradicular profundo e que dispensem tratos culturais.

As espécies utilizadas como adubo verde se dividemem plantas de verão, normalmente leguminosas plantadasno início das chuvas e manejadas até o final das chuvas, eas de inverno (leguminosas e gramíneas), plantadas no finaldas chuvas e manejadas quando em pleno florescimento.

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5.1. Espécies de verão mais utilizadas emcitros

Crotalária breviflora (Crotalaria breviflora): Leguminosaanual arbustiva de porte baixo (60 a 120 cm), de crescimentorápido e ciclo curto, pouco ramificada e eficiente nadiminuição das populações de nematóides. As plantas nãosuportam geadas mas são pouco atacadas por pragas edoenças. O manejo se faz aos 100 dias, época doflorescimento com roçadeira ou trituradores.

Foto 1. Aspectos da crolatária (C. breviflora).

Crotalária juncea (Crotalaria juncea L.): Leguminosa anualde porte ereto, de crescimento rápido (mais de 3 m de altura),boa cobertura do solo e alta produção de fitomassa, caulesemilenhoso, com efeito alelopático e/ou supressor deinvasoras bastante expressivo, comportando-se bem em solosarenosos e argilosos, não suportando geadas e tombandocom ventos fortes. Muito empregada em reforma de pomarese áreas com problemas de nematóides, apresentando boa

CROTALÁRIABREVIFLORA

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resistência à seca, pois seu sistema radicular atinge até 4,6m de profundidade, porém, 80% dele encontra-se nosprimeiros 30 cm do solo. Apresenta ótimo rendimento emmaterial verde, incorporando N, P

2O

5 e K

2O. Do caule se

extrai fibra para a indústria de papel, devendo ser manejadaapós a floração (110 a 140 dias).

Foto 2. Aspectos da crotalária (C. juncea)

Crotalária spectabilis (Crotalaria spectabilis Roth.):Leguminosa anual subarbustiva, de porte alto (1,0 a 1,5 m),apresenta dificuldade na germinação e crescimento iniciallento, controladora de algumas espécies de nematóides, possuiraiz pivotante profunda, podendo romper camadascompactadas. Não suporta geadas, mas comporta-se bem emsolos argilosos e arenosos. O plantio convencional ocorre desetembro a dezembro e o florescimento, aos 120-140 dias.Não recomendada para alimentação animal, mas utilizadacomo planta atrativa de lagartas em cultivos consorciados.

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Foto 3. Aspectos da crotalária (C. spectabilis).

Guandu (Cajanus cajan L. Millsp): Leguminosa arbustiva anual,bianual ou semiperene, crescendo bem em solos argilosos earenosos, tolerante à seca e não tolerante a umidade excessivanas raízes. Planta rústica, pouco exigente em fertilidade,produtora de grãos e forrageira rica em proteínas para aalimentação animal (pastejo, corte, silagem e feno), comsemeadura convencional de setembro a dezembro. O manejopara adubação verde deve ser feito aos 140 a 180 dias, fixandoelevada quantidade de nitrogênio e grande produtora defitomassa. Utilizada em rotação e associações de cultivos; emconsorciação com gramíneas anuais e em cultivo intercalar aculturas perenes. Sistema radicular pivotante bastante agressivo,que penetra em solos compactados e adensados, capaz dereciclar grande quantidades de nutrientes no solo. Embora semi-perene, deve ser cultivada por no máximo 2 anos, devido aoengrossamento dos troncos, que se tornam muito lenhosos,dificultando o manejo do material para adubação verde, quandoa mesma planta é cultivada por vários anos.

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Foto 4. Aspectos do guandu.

Guandu-Anão (Cajanus cajan L. Millsp): Leguminosa anual,de cilclo curto (90 a 120 dias), porte baixo (0,8 a 1,2m),crescimento rápido e arbustiva. Pode ser utilizada em rotação,consorciada e como forrageira. No caso do citros é maisusada no sistema intercalar, devido ao baixo porte,permitindo o trânsito dos equipamentos para operações deadubação e pulverização.

Foto 5. Aspectos do guandu-anão.

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Mucuna-Preta (Stizolobium aterrimum = Mucuna aterrima):Leguminosa anual, de crescimento rasteiro e indeterminado,ramos extremamente trepadores, rústica, resistente à seca,sombra, temperaturas elevadas e ligeiramente resistente aoencharcamento, desenvolvendo-se bem em solos pobres eatuando no impedimento da multiplicação de nematóides.Semeadura convencional, de setembro a início de janeiro emanejo após o florescimento aos 140 a 170 dias. Utilizadacomo forrageira, os grãos são ricos em proteína para animais,porém as plantas são suscetíveis à cercosporiose e às viroses.Em citros deve ser bem manejada devido ao hábito trepador.

Foto 6. Aspectos da mucuna-preta.

Mucuna-Anã (Mucuna deeringiana ou Stizolobiumdeeringianum, Steph e Bart = Mucuna pruriens): Leguminosaanual herbácea, ereta, de crescimento determinado, comaltura em torno de 40 a 80 cm, resistente à seca,desenvolvendo-se bem em solos argilosos e arenosos e debaixa fertilidade. Semeadura convencional, de setembro ajaneiro e manejo devendo ser realizado do florescimento ao

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início do enchimento de vagens (80 a 100 dias).Recomendada para plantio intercalar, em função do hábitodeterminado e não-trepador e não apresentar problemas compragas. Em algumas regiões verifica-se suscetibilidade àcercosporiose, mas não a ponto de inviabilizar seu cultivo.

Foto 7. Aspectos da mucuna-anã.

Lab-lab (Dolichos lablab L. ou Lablab vulgaris Savi):Leguminosa anual ou bianual de hábito indeterminado.Adapta-se a solos argilosos a arenosos com melhorperformance nos bem drenados e férteis, tolerando secas eresistente a geadas. Usada na alimentação animal comoforragem verde ou ensilada com milho ou sorgo para bovinose eqüinos. Semeadura convencional de setembro a dezembroe manejo recomendado no florescimento/início da formaçãode vagens (130 a 180 dias). Tem as desvantagens de sersuscetível ao ataque de vaquinha (Cerotoma sp, Diabroticaspeciosa), não apresentar boa nodulação e ainda sermultiplicadora de populações de nematóides.

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Foto 8. Aspectos do lab-lab.

Feijão-de-porco (Canavalia ensiformis (L.) DC.):Leguminosa anual ou bianual herbácea, rústica, decrescimento inicial lento, ereto e hábito determinado (60a 120 cm de altura), resistente a altas temperaturas e àseca. Tolerante a sombreamento parcial e a geada,adaptando-se a diferentes tipos de solo, inclusive solospobres. Semeadura convencional de setembro a dezembroe manejo no florescimento/início da formação de vagens(100 a 120 dias). Promotora de boa cobertura do solo,com efei to alelopát ico às invasoras, atuandoeficientemente no controle da tiririca (Cyperus sp). Oavantajado tamanho das sementes leva a um gasto elevadona implantação. Esporadicamente sofre ataque devaquinha (Diabrotica speciosa), sendo hospedeira damosca-branca (Bemisia tabaci), transmissora do VMDF(vírus do mosaico dourado do feijoeiro) e de outras virosesdo feijoeiro comum.

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Foto 9. Aspectos do feijão-de-porco.

Milheto (Pennisetum glaucum): Gramínea anual, bastanterústica, com grande produção de massa seca (8 a 10 t/ha),ciclo médio de 60 a 90 dias, altura de 0,5 a 2,5m conformea cultivar, com época de semeadura de setembro a março,rebrotando muito bem após roçado no início doflorescimento. Seu cultivo tem aumentado, principalmenteem razão da sua alta capacidade de formar cobertura seca(palha) na superfície do solo.

Foto 10. Aspectos do milheto.

MILHETO

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5.2. Espécies de inverno recomendadaspara citros

A adubação verde de inverno é especialmenterecomendada para solos muito arenosos, erodidos e combaixa formação de cobertura verde natural. As espécies maisutilizadas em citros são:

Aveia-Preta (Avena strigosa Schreb): Gramímea rústica anual,resistente à ferrugem, pulgões, seca e pouco exigente emfertilidade, mas respondendo a adubação. Recomendada emrotação com culturas anuais e intercalar com perenes.Semeadura recomendada de março a junho e manejo comroçadeira, triturador ou dessecamento com herbicidas nafase de grão leitoso aos 120-160 dias, deixando o materialsobre a superfície do solo e a área pronta para plantio direto.Atinge a altura de 80 a 130 cm, sendo considerada ótimapara pastejo animal, possuindo efeito alelopático à plantasinvasoras.

Foto 11. Aspectos da aveia-preta.

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Nabo-forrageiro (Raphanus sativus L.): Crucífera anual,herbácea, ereta, ramificada, raiz pivotante profunda, alturade 100 a 180 cm. Alta capacidade de reciclagem de N e P,adaptando-se bem a solos arenosos, desde que nãodemasiadamente secos, respondendo a solos corrigidos comcalcário. De fácil manejo, deve ser manejada aos 120 dias,no pleno florescimento, com roçadeira ou trituradores, porémo corte alto possibilita a rebrota. As sementes ricas em óleonão apresentam dormência, germinando com poucaumidade. As plantas de nabo-forrageiro não se desenvolvembem no verão, e sua presença ou o material sobre a superfíciedo solo diminui a infestação de invasoras. A semeadura édifícil devido ao pequeno tamanho.

Foto 12. Aspectos do nabo-forrageiro.

5.3. Espécies perenes recomendadas paracitros

Para esta situação, deve-se dar preferência paraleguminosas perenes não-trepadoras. O desmódio e oestilosante são espécies com potencial para esta aplicação,além do amendoim rasteiro.

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Amendoim-rasteiro (Arachis sp): Leguminosa perene, rasteira,com rizomas curtos, folhas compostas e flores amarelas. Boacobertura do solo, muito usada intercalar a culturas perenes,consorciada com grama batatais para pastejo ou em jardins,por ser resistente ao pisoteio e pela beleza da vegetação e dasflores. As folhas queimam-se com geadas e secas fortes, mas serecompõem assim que a situação se normalize. Pode serplantada com sementes (7 a 8 kg/ha) ou mudas (40.000 mudas/ha espaçadas 50 x 50 cm), em solos livres de invasoras, deoutubro a março, respondendo bem a solo fértil e corrigido.As sementes são obtidas peneirando uma camada de 20 cm desolo de área já estabelecida. De difícil estabelecimento, deve-se controlar o mato até o 10º mês. Fixadora de nitrogênio,controla invasoras após estabelecida, porem não resistente aácaros e nematóides.

Foto 13. Aspectos do amendoim-rasteiro.

6. PLANTIO DE ADUBOS VERDES

Dependendo da fase em que se encontra o pomar,algumas informações técnicas devem ser observadas:

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6.1. Na reforma de pomares

A reforma do pomar é a hora que se tem paramovimentar o solo e corrigir eficientemente a acidez e acompactação. Após a limpeza da área, de posse da análisequímica do solo, se necessário deve-se proceder à aplicaçãode corretivos e gesso agrícola, preparando o solo comsubsoladores, arados e grades, já levantando as curvas denível na área. Após toda movimentação necessária, procede-se a semeadura de espécies que propiciem boa coberturado solo, produção de fitomassa e com sistema radicularagressivo. A crotalária juncea, é muito utilizada nesta etapapor ser grande produtora de massa seca em períodos curtosde 3 a 6 meses, além do guandu, para áreas de solodegradado ou de baixa fertilidade, que por não fechar ociclo anual possibilita o manejo após 8 a 12 meses, temposuficiente para promover a recuperação do solo do pontode vista químico, físico e biológico.

A semeadura de soja ou amendoim, como culturaseconômicas, também pode ser considerada. Normalmente,na adubação verde não se utiliza adubação química noplantio e em cobertura, nem mesmo cultivos pós-plantio.Após o pleno florescimento, os adubos verdes devem serroçados ou triturados, ficando a massa verde sobre asuperfície do solo. Nunca utilize equipamentos que revolvamo solo, evitando assim a desestruturação do solo erompimento dos canais formados pelo sistema radicular dosadubos verdes, por onde translocará ar e água.

Após esta etapa, procede-se ao sulcamento da linhas eplantio das mudas cítricas. A partir dai, deve-se evitar amovimentação desnecessária dentro do pomar e o uso deequipamentos que quebrem a estrutura do solo formada. Oplantio de adubos verdes nas entrelinhas ou manejo do matoé sempre recomendado.

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6.2. Em pomares implantados

Em se tratando de pomar implantado, antes dasemeadura, deve-se proceder a inspeção do pomar, controledas pragas e doenças, bem como à aplicação de uma dasparcelas da adubação e ao controle de plantas daninhas naslinhas de citros. Na escolha da espécie a ser plantada, deve-se levar em conta o porte e o hábito de crescimento, evitandoque esta provoque sombreamento e competição com asplantas de citros.

Pode-se optar por plantio:- rua sim, rua não;- intercalando uma rua com espécie de porte alto e outra de

porte baixo (guandu ou crotalaria e lab-lab ou feijão-de-porco);

- plantio somente na metade de cada rua.Essas opções de plantio possibilitam o trânsito no

pomar, caso necessário, e, em todos os casos, no ano seguinteas posições são invertidas.

A primeira linha de adubo verde deve ficar a pelomenos 50 cm da projeção da copa dos citros, evitandosombreamento e competição. A semeadura deve ser efetuadaevitando movimentar o solo em excesso (preparo do solo)e o corte das raízes dos citros, dando preferência aos sistemasde cultivo mínimo e plantio direto, adaptando osequipamentos já existentes. Também aqui não se utilizamadubação de cobertura e cultivadores.

Após a germinação e o desenvolvimento, caso sejanecessário entrar no pomar com máquinas, devem-se alinharas rodas nas entrelinhas dos adubos verdes, e, mesmo quehaja tombamento, os danos serão mínimos sobre os adubosverdes.

Não se deve pensar, porém, que o adubo verde (ou asdemais fontes de matéria orgânica) consiga aumentar,permanentemente, o teor de matéria orgânica no pomar.

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Proebsting (1952) não observou aumentos nos teores dematéria orgânica, de nitrogênio total e na capacidade dearmazenamento de água, depois de 25 anos de aplicação.Entretanto, houve efeito favorável na velocidade de infiltraçãode água, conseqüência do melhoramento promovido naestrutura do solo. Tal melhoramento é causado pela açãodos microorganismos na matéria orgânica, que funcionacomo cimento das partículas do solo, o que leva à formaçãode agregados. Quanto a isso, as gramíneas parecem ser maiseficientes que as leguminosas.

Algumas vantagens da utilização de plantas de outrasfamílias como adubos verdes, além das leguminosas,relacionam-se à sua elevada eficiência no rompimento decamadas compactadas, sistema radicular finamente divididoe possivelmente mais eficiente na absorção de nutrientesem ambientes pobres, elevada eficiência na reciclagem defósforo, maior estabilidade da cobertura morta, condiçãoesta desejável em algumas situações com no plantio direto,principalmente no caso das gramíneas, cuja relação C:N émais elevada que a das leguminosas.

Costa et al. (1993) relatam que trabalhos realizados noRio Grande do Sul, sobre sistemas de rotação de culturascomerciais com espécies de adubos verdes em diferentessistemas de preparo de solo, apontaram efeitos positivos derecuperação do solo, em termos de sua agregação eestruturação, bem como elevação dos teores de matériaorgânica e CTC do solo, principalmente nos sistemas deplantio direto e cultivo mínimo.

7. SEMEADURA DE ADUBOS VERDES

Para a semeadura dos adubos verdes em pomares complantas novas, o uso de grade leve é aceitável, pois as raízesdos citros ainda não atingiram a área intercalar, mas em

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plantas adultas essa prática poderá ser prejudicial. Caso sejanecessário fazer uma escarificação, esta deverá ser superficial,apenas para quebrar a camada compactada da superfície eeliminar plantas invasoras. Nos próximos plantiosrecomenda-se adotar técnicas de plantio direto, adaptandoo disco semeador com o tamanho das sementes.

Normalmente, não se utilizam adubação e cultivadorespara os adubos verdes, por economia, mas estas respondembem à adubação PK e solos corrigidos.

Tabela 1. Densidade de semeadura e espaçamentos para adubaçãoverde.

Obs: As recomendações são baseadas no peso de 1.000 sementes eadaptadas para cultivo intercalar à cultura de citros;(*)Espaçamento entre as linhas

8. SEQÜÊNCIAS RECOMENDADAS PARA AUTILIZAÇÃO DE ADUBOS VERDES EMCITROS

Com o objetivo de manter o solo protegido ou vegetadodurante todo o ano, algumas seqüências são propostas:

Espécies Sementes( kg/ha )

Densidade(sem./m linear)

Espaçamento(m)*

Crotalaria breviflora 12-15 33 0,5Crotalaria juncea 25-30 25 0,5Crotalaria spectabilis 12-15 38 0,5Guandu 50-60 17 0,5Guandu-anão 25-30 20 0,5Mucuna-preta 60-75 5 0,5Mucuna-anã 100-120 10 0,5Lab-lab 50-60 13 0,5Feijão-de-porco 80-100 5 0,5Milheto 15-20 - 0,3Nabo-forrageiro 12—15 - 0,3Amendoim-rasteiro 7—8 5 0,5

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⇒ Plantio convencional de adubos verdes em novembro/dezembro e manejo com roçadeira ou triturador emmarço/abril, deixando o material sobre a superfície dosolo durante o inverno, e plantio novamente emnovembro/dezembro;

⇒ Dessecamento do mato com herbicidas nas entrelinhasem agosto/setembro e plantio direto de adubo verde emnovembro/dezembro com manejo em março/abril.

⇒ Plantio de espécie de inverno (nabo forrageiro) em abril/maio. Em setembro/outubro procede-se ao dessecamentocom herbicidas da brachiária estabelecida nas entrelinhase em novembro/dezembro procede-se ao plantio diretode leguminosas, manejando com roçadeira ou trituradorem março/abril, prosseguindo novamente com o plantiodireto de espécies de inverno ou deixando o materialsempre sobre a superfície do solo.

A Brachiaria ruziziensis, planta não interferente, quenormalmente ocorre nos pomares ou é plantada, tem sidodessecada com herbicidas (ou seca normalmente no inverno),fornece massa vegetal como cobertura morta, para posteriorprática de plantio direto. O milheto, plantado no final daschuvas e dessecado, tem substituído efetivamente asbrachiárias.

9. MANEJO DOS ADUBOS VERDES

O manejo dos adubos verdes deve ser efetuado logoapós o pleno florescimento, época em que o material nãose encontra muito fibroso ou maduro e está no auge daacumulação de nutrientes. Após esse período, os efeitospodem tornar-se mais prejudiciais que benéficos, devido àimobilização temporária do nitrogênio pela relação C:N muitoalta do material, ou seja, para a transformação ou degradaçãode material fibroso e rico em celulose, hemicelulose e lignina

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os microorganismos consomem muita energia (nitrogênio)do solo. Isto ocorre quando se plantam espécies paraadubação verde em áreas com citros para produção desementes, ou seja, ao invés dos benefícios do manejo noflorescimento, o material fibroso pode roubar nutrientes dosolo.

Outro inconveniente de incorporar plantas após oamadurecimento das sementes é a possibilidade de infestaçãoda área, pois algumas espécies mantêm viáveis suas sementespor vários anos, podendo tornar-se plantas daninhas de difícilcontrole.

Foto 14. Aspectos do manejo com roçadeira e triturador.

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O corte do material deve ser efetuado com roçadeiraou trituradores, cortando rente ao solo e deixando o materialpicado sobre a superfície do solo protegendo-o e sofrendodegradação lenta. Em pomares, o uso de arados, rolo facaou grade de discos, não é recomendado, por desestruturaro solo e destruir os canais formados pelas raízes dos adubosverdes. O corte sucessivo com esses equipamentos interferenegativamente, prejudicando a formação de uma copa maisvigorosa e maior produção de frutos por planta. Outrasdesvantagens desta exposição são expor as radicelas a altastemperaturas e a infecções de Phythophthora (gomose) eoutros fungos oportunistas; aumento da erosão laminar elixiviação; aumento de áreas compactadas (pé de grade);disseminação de doenças e pragas; propagação de gramíneasindesejáveis, como braquiária, grama seda, carrrapicho;diminuição do conteúdo de matéria orgânica.

Esses equipamentos aceleram o processo dedegradação do material, por aumentar o contatomicroorganismos no solo-adubo verde.

Espécies como o guandu, o lab-lab e o milheto tambémpodem ser cortadas mais altas (60cm), rebrotando efornecendo mais material verde. Cortes a 20-30 cm de altura,próximos ao início do inverno, diminuem a atividade dessasplantas, que resistem à seca, rebrotando com as primeiraschuvas da próxima estação, não necessitando de novasemeadura.

Segundo Miyasaka et al. (1984b), os compostosorgânicos encontrados nos tecidos vegetais, como hidratosde carbono (açúcares e amidos - 1 a 5%, hemicelulose - 10a 28% e celulose - 20 a 50%), gorduras, ceras e taninos (1 a8%), ligninas (10 a 30%) e proteínas (1 a 15%), são submetidosao processo de decomposição, mas não se decompõem coma mesma velocidade. Os açúcares, amidos e proteínas simplessão os que se decompõem mais facilmente, seguidos pela

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proteína bruta e pela hemicelulose. Compostos como acelulose, lignina, óleos, resinas e gorduras são maisresistentes ao processo de decomposição e tendem a persistirno solo. Estes compostos complexos, provenientes demateriais mais resistentes à decomposição, dão origem àsubstância que se denomina húmus.

A permanência da cobertura morta depende muito davelocidade de decomposição dos resíduos, isto é, quantomais rápido os resíduos vegetais se decompõem, menosprotegem o solo. A decomposição está inversamenterelacionada ao teor de lignina e à relação C:N (Costa et al,1993). Assim, se o material em decomposição apresentarpouco N (alta relação C:N), este provavelmente será o fatorlimitante ao crescimento da população microbiana, que, emmédia, apresenta C:N igual a 10.Resíduos com uma relaçãoC:N elevada (> 25) formam uma cobertura morta estável,que melhor contribui para a estruturação do solo e a proteçãoda superfície do impacto da chuva e da radiação solar.

10. RESULTADOS EXPERIMENTAIS

Os resultados experimentais e a prática agrícola têmdemonstrado que a adubação verde, quando adequadamenteescolhida, conduzida e manejada, além de proteger econservar o solo, promove aumentos na produtividade dasculturas anuais e perenes.

Trabalhos clássicos conduzidos por Rodriguez (1957 e1969), citados por Neves (1998), mostraram que o usocontínuo da adubação verde e cobertura morta propiciouaumentos significativos na produtividade dos citros, quandocomparado com práticas de gradagens, herbicidas e arações.

Em experimento conduzido na EECB, na formação depomar de laranjeira ‘Hamlin’ sobre limoeiro ‘Cravo’,implantado em 1982, Donadio et al. (1986) testaram os tratos

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culturais: capina (4 vezes/ano), herbicida de contato(paraquat 3 l/ha, 3 vezes/ano) e pré-emergência (diuron 2kg/ha), adubação verde (lab-lab) e gradeação (3 vezes/ano),concluindo que, no segundo ano da instalação doexperimento, as plantas dos tratamentos com herbicida depré-emergência mostraram ganhos médios maiores nosdiâmetros de tronco. No terceiro ano, a mesma tendênciapara o herbicida de pré-emergência foi mantida, porém asplantas dos tratamentos com capina também tiveram bomdesenvolvimento. Estatisticamente o tratamento comherbicida de pré-emergência foi o melhor, diferindo dostratamentos com herbicida de contato e cobertura verde. Naprimeira colheita, embora fosse uma resposta preliminar, asplantas do tratamento com herbicidas pré e cobertura verdeproduziram 3 vezes mais do que as plantas capinadas comenxada, que foi o pior tratamento, seguido da gradeação eherbicida de pós. Este experimento mostra que, quando nãofor possível a utilização de espécies leguminosas nasentrelinhas dos citros, o mato deve ser manejado para seevitar os efeitos de competição. São José (1988) informousobre o mesmo experimento. Nos dois últimos anos (1985 e1986), o lab-lab foi substituído por mucuna-preta. Ambas asleguminosas foram plantadas na estação chuvosa de cadaano, após capina manual das linhas de laranjeiras (sob aprojeção da copa) e gradagem das entrelinhas, até o limiteda parcela. As sementes das duas espécies foram plantadasem sulcos espaçados de 0,60 m numa densidade de setesementes por metro linear. Por ocasião de seu florescimento(março a abril), realizava-se a incorporação superficial damassa verde com a utilização de uma grade leve tracionadapor trator. Na linha de plantio realizaram-se capinas manuais.

A adubação verde proporcionou um bom controle dasespécies, pela ação do sombreamento das mesmas,especialmente quando se utilizou mucuna-preta, nos doisúltimos anos do experimento. Após a gradagem da

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leguminosa por ocasião do florescimento (março a abril),constatou-se um bom controle do mato até outubro/novembro, época do novo plantio da leguminosa. Um dosaspectos negativos do emprego da mucuna preta é o fatode possuir o hábito de trepador, o que tornou necessária aeliminação constante dos ramos que atingiam as copas daslaranjeiras, especialmente nos dois últimos meses queantecediam ao florescimento, quando o crescimento eramuito vigoroso.

A menor produção constatada no tratamento comadubação verde e paraquat foi devida, possivelmente, àcompetição por água e nutrientes, de plantas daninhas comas plantas cítricas, uma vez que o solo com essestratamentos encontrava-se uma boa parte do ano cobertocom vegetação intercalar. Blanco & Oliveira (1978)constataram que os prejuízos podem atingir 41% daprodução em uma cultura com competição de invasoras,especialmente quando a concorrência se processa noperíodo crítico, que ocorre de dezembro a março, nascondições do Estado de São Paulo.

O mesmo autor (São José, 1988) aventa ainda apossibilidade de os adubos verdes e as laranjeiras,provavelmente, terem sido afetadas por outros fatores, comoos distúrbios ocasionados no solo e cortes sucessivos dasraízes superficiais, pela utilização de gradeações sucessivas,no preparo do solo para plantio e incorporação do aduboverde. Outras conclusões do referido trabalho informam que:com relação à qualidade dos frutos, observou-se, de ummodo geral, que não foi influenciada pelos tratos adotados.Dentre as características físicas do solo, a infiltração de águafoi superior no uso da capina manual, seguido por paraquat,gradeação e adubação verde. O uso de diuron promoveu amenor infiltração de água no solo, e, quanto as qualidadesquímicas do solo, observou-se que o teor de matéria orgânicanão foi influenciado pelos tratos culturais aplicados.

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Em outro experimento conduzido também na EECB,durante quatro anos agrícolas (1989 a 1993), Silva (1995)comparou a adubação química recomendada para citros(NPK) e dose dupla de nitrogênio (2N,PK) sem adubo verdeintercalar, com as espécies leguminosas crotalária juncea,crotalária spectabilis, guandu, mucuna-preta, mucuna-anã,lab-lab e feijão-de-porco, plantadas intercalar em dezembrode cada ano, mais adubação P e K nas plantas de laranjeira‘Pera’ enxertada sobre tangerineira ‘Cleópatra’, plantadas em1987 e espaçadas de 7 x 5 m.

Quanto à produção de material pelas espécies e osnutrientes incorporados, destacaram-se a crotalária juncea,o guandu e o feijão-de-porco. As avaliações permitiramconcluir que o uso de espécies leguminosas com reduçãona adubação nitrogenada química dos citros não afetou odiâmetro de tronco, o volume de copa dos citros e os teoresfoliares dos citros que se mantiveram em níveis consideradosadequados, mostrando a possibilidade da redução de umaparcela do adubo químico nitrogenado. O experimentomostrou ainda uma maior acidificação do solo nas faixasadubadas dos tratamentos com N químico, resultando emgastos com corretivos para reduzir esse efeito. As leguminosasforam bem efetivas no controle do mato nas parcelas, levandoa uma economia nas práticas de controle químico emecânico, além da menor necessidade de trânsito demáquinas no pomar.

Na Tabela 2, pode-se observar que as espécies testadasproduziram significativa quantidade de material vegetal daparte aérea, destacando a crotalária juncea, o guandu e ofeijão-de-porco.

Os valores de massa vegetal e nutrientes incorporadosseriam consideravelmente aumentados se fosse somado aeles o sistema radicular das espécies.

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Tabela 2. Produção média (4 anos) de material verde, % deumidade e material seco das partes aéreas dos adubosverdes em pomar de laranjeira ‘Pêra’. SILVA (1995).

______________________________________________________________Tratamentos M.V. (t/ha) Umidade (%) M.S. (t/ha)___________________________________________________________

Crotalaria juncea 41,39 68,51 13.10Crotalaria spectabilis 12,79 79,50 2.46Guandu 28,97 75,35 6.84Mucuna-preta 18,54 80,91 3.56Mucuna-anã 18,64 74,99 3.50Lab-lab 18,17 81,80 3.21Feijão-de-porco 30,24 79,46 6.05___________________________________________________________

Na Tabela 3, verifica-se que realmente as leguminosassão bastante eficientes na fixação de N e na reciclagem denutrientes, incorporando estes na superfície do solo, próximoao sistema radicular efetivo dos citros.

Segundo Igue (1984), cerca de 2/3 do N total dasleguminosas são de origem atmosférica (N

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absorvido, numa porcentagem total de N que varia entre 1,5 e3,0% no resíduo orgânico. Os demais macro e micronutrientessão provenientes da reciclagem de nutrientes efetuada poressas espécies, incorporando-os nas camadas superficiaisonde estarão novamente disponíveis às plantas de citros.

Tabela 3. Quantidade média de nutrientes incorporados ao solopelos adubos verdes, com base na análise do materialvegetal produzido. SILVA (1995).

Obs: Quantidade de nutrientes considerando plantio em área total; para área decitros utilizada, considerar 50% dos valores.

Tratamentos Macronutrientes kg/ha Micronutrientes g/haN P2O5 K2O Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn

C. juncea 183 39 204 105 52 13 236 92 4.2 721 275C. spectabilis 44 10 56 38 10 3 74 30 561 170 64Guandu 144 30 131 55 21 10 157 82 3.1 506 144Mucuna-preta 86 19 73 39 14 6 93 64 8.1 612 103Mucuna-anã 91 15 55 32 14 7 91 74 5.8 714 105Lab-lab 67 19 69 42 19 7 93 32 4.6 578 100Feijão-de-porco 169 31 138 109 30 11 169 42 4.0 780 133

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Não foram observadas alterações significativas nos teoresde matéria orgânica no solo, concordando com os resultadosobtidos por Proebsting (1952), citado por Malavolta & ViolanteNetto (1989), que também não observaram alterações dematéria orgânica no solo após 25 anos de cultivo.

Tabela 4. Produção de frutos de laranjeira ‘Pêra’ (t/ha) em pomarcom diferentes cultivos. SILVA (1995)._________________________________________________________Tratamentos Produção de frutos t/ha________________________________________________________________________________________________

90/91 91/92 92/93 Média 1

________________________________________________________________________________________________

NPK 2,34 15,11 18,80 12,08 a2N, PK 3,19 14,60 19,99 12,59 aCrotalaria juncea 3,85 19,09 21,81 14,92 aCrotalaria spectabilis 1,60 13,68 16,66 10,65 aGuandu 3,08 18,12 23,02 14,74 aMucuna-preta 3,49 18,80 19,63 13,97 aMucuna-anã 2,59 17,49 19,08 13,05 aLab-lab 2,14 14,82 17,57 11,51 aFeijão-de-porco 1,68 13,84 18,18 11,22 a________________________________________________________________________________________________

1- Teste F=1,57ns, CV(%)=33,36

A produção de frutos não foi alterada significativamentepela redução da adubação nitrogenada, mas os tratamentoscom crotalária juncea e guandu apresentaram maior produçãoem números absolutos (Tabela 4).

Esse experimento mostrou a possibilidade desubstituição de uma parcela da adubação mineralrecomendada quando se utiliza a prática de adubação verdeintercalar. Cabe lembrar que adubação mineral, a orgânicae a adubação verde se complementam, ou seja, uma nãosubstitui a outra.

Estudando a influência de sistemas de manejo emcaracterísticas de tangerina ‘Ponkan’, Neves (1998) testou

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cinco tratamentos com manejo do solo durante nove anos,concluindo que a quantidade total de raízes não foi alterada,mas a distribuição do sistema radicular foi, significativamente,diferente. No solo coberto com leguminosa anual Arachisprostrata observou-se maior concentração e aprofundamentodas raízes dos citros, mas zonas de compactação foramobservadas nos tratamentos roçadeira/grade e capina. O teorde matéria orgânica e a estabilidade dos agregados tambémforam aumentados nos tratamentos com cobertura.

Segundo Carvalho et al. (1996), citados por Carvalhoet al. (1998), após três anos, foram observados aumentosmédios de 30 a 40% na produtividade e redução do custocom controle de plantas daninhas de 48,7%, nos pomarescítricos manejados com adubação verde, em comparaçãocom o manejo tradicional da maioria dos citricultores deSergipe. Os autores citados apresentam outros interessantesresultados de novas pesquisas no Nordeste brasileiro, asquais estão sendo testadas atualmente no Estado de SãoPaulo.

11. CONSIDERAÇÕES GERAIS

Em que pese alguns resultados contraditórios e aindaos poucos resultados de pesquisa de longa duração, quantoao uso de adubação verde em citros, as informaçõesdiscutidas permitem indicar seu uso comercial nos pomarescítricos, principalmente naqueles implantados em solos debaixa fertilidade e/ou depauperados pelo uso contínuo eprolongado e muitas vezes submetidos à erosão, como boaparte da atual área citrícola paulista. A adubação verde, sebem manejada e adequada a cada condição, inclusive aeconômica, poderá contribuir para a melhoria daprodutividade, conservação do solo e outros benefícios quedecorrem de seu uso criterioso.

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12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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