Adubação da Soja.pdf

download Adubação da Soja.pdf

of 16

Transcript of Adubação da Soja.pdf

  • INFORMAES AGRONMICAS N 90 JUNHO/2000 1

    ENCARTE TCNICO

    1 Departamento de Solos e Nutrio de Plantas, ESALQ/USP. Caixa Postal 09- CEP 13418-900 Piracicaba-SP. E-mail: [email protected]

    Godofredo Cesar Vitti1William Trevisan1

    MANEJO DE MACRO E MICRONUTRIENTESPARA ALTA PRODUTIVIDADE DA SOJA

    1. INTRODUO

    A rea estimada de soja a sercolhida na presente safrateve aumento de 2,70% emrelao safra anterior, passando de13.011.341 para 13.362.014 ha, tendo aproduo total revelado aumento de 2,43%,ou seja, de 30.904.233 para 31.654.981 tde gros, enquanto o rendimento mdioapresenta queda de 0,25%, ou seja, de2.375 kg ha-1 obtido na safra 1998/99 paraum valor esperado de 2.369 kg ha-1 na sa-fra 1999/00 (IBGE, 2000).

    A cultura da soja representa a maiorrea cultivada, superando as tradicionaisculturas de milho e cana-de-acar, respec-tivamente com 8.781.515 e 4.251.919 ha, bem como o maior con-sumo de fertilizantes, ou seja, 3.819.000 contra 2.712.000 (mi-lho) e 2.398.000 t (cana-de-acar). O custo de 1 t de fertilizanteequivale a aproximadamente 20,7 sc de 60 kg de soja.

    Analisando a produtividade mdia do Brasil, ou seja, apro-ximadamente 40 sc/ha, observa-se que a mesma ainda est muitoaqum do potencial de produo atingido pela pesquisa e por bonsprodutores. Dentre os fatores de produtividade, o manejo qumicodo solo associado a fatores climticos ainda o que mais limita aprodutividade dessa cultura.

    2. CONCEITO DE ADUBAO

    Em termos prticos, a adubao pode ser definida pela se-guinte expresso matemtica:

    Adubao = (planta - solo) x fOu seja, necessrio dimensionar trs fatores bsicos:a) Nutrio da planta, quanto a: Elementos exigidos, Quantidades necessrias, poca e local para o fornecimento dos nutrientes.

    b) Avaliao da fertilidade do solo,utilizando-se principalmente dadiagnose visual, diagnose foliar, histri-co e anlise do solo;

    c) Uso eficiente do fertilizante (f), oqual funo do sistema de plantio (diretoou convencional), prticas conservacio-nistas, fontes de aplicao e parcelamentodos nutrientes e condies edafoclimticas.

    Em funo do conhecimento dessesfatores estabelecido o manejo qumico dosolo, iniciando-se por prticas corretivasseguidas de prticas de manuteno, como:

    correo do solo; condicionamento do subsolo; adubao corretiva de P2O5 e de K2O;

    adubao de manuteno de P2O5, K2O e S; fornecimento de micronutrientes; prticas que permitam a mxima eficincia da fixao

    simbitica do N2 atmosfrico.

    3. NUTRIO DA SOJA

    Alm dos macronutrientes orgnicos (C, H, O) fornecidospela atmosfera (O2, CO2 e H2O), a soja necessita de nutrientesfornecidos pelo solo: P, K, Ca, Mg, S, B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo, Coe Zn e, no caso do N, parte pelo solo e parte pela atmosfera. Dessalista de nutrientes minerais, comprovadamente a soja necessita dofornecimento dos seguintes nutrientes:

    N (fixao simbitica, manejo da matria orgnica), P, K, Ca, Mg, S, B, Cu, Mn, Zn, Mo e Co (fertilizao

    mineral).Em termos quantitativos, as quantidades de nutrientes ab-

    sorvida e exportada nos gros pela cultura da soja, em cada tone-lada de gros produzida, esto expressas na Tabela 1.

    Analisando os dados dessa Tabela observa-se que o N e o Kso os nutrientes mais extrados pela soja, sendo que, no caso doN, parte fornecida pelo solo (25 a 35%) e parte pela fixaosimbitica do N2 atmosfrico (65 a 85%) (BORKERT et al., 1994).Embora dentre os trs macronutrientes primrios o P seja o menosextrado, normalmente o nutriente utilizado em maior quantida-de, seja pelo baixo teor no solo, seja pela sua dinmica nos solostropicais (fixao).

    ... o N e o K so os nutrientes maisextrados pela soja, sendo que, no

    caso do N, parte fornecida pelo solo(25 a 35%) e parte pela

    fixao simbitica do N2 atmosfrico(65 a 85%). Embora dentre os trsmacronutrientes primrios o P seja o

    menos extrado, normalmente onutriente utilizado em maior

    quantidade, seja pelo baixo teor nosolo, seja pela sua dinmica nos

    solos tropicais (fixao).

  • 2 INFORMAES AGRONMICAS N 90 JUNHO/2000

    Quanto poca e modo de aplicao dos nutrientes, pode-se fornec-los atravs das seguintes prticas:

    a) Pr-plantio Ca e Mg: calagem Ca e S: gessagem P e K: fosfatagem e potassagem

    b) Sulco de plantio P2O5 e K2O: formulao B, Cu, Mn, Zn, Mo (opcional) e Co (opcional): formu-

    lao

    c) Cobertura K: em solos muito arenosos, 30 dias aps a emergn-

    cia Mn: via foliar no estdio V4 ou nos estdios V4 e R1

    d) Semente Mo e Co: na prtica da inoculao das sementes.

    4. AVALIAO DA FERTILIDADE DO SOLO

    As trs tcnicas normalmente utilizadas na avaliao dafertilidade de um solo so: diagnose visual, diagnose foliar e an-lise qumica do solo.

    4.1. Diagnose visual

    A tcnica da diagnose visual baseia-se no princpio de quetodas as plantas necessitam dos mesmos nutrientes, e se houverdeficincias no solo elas apresentaro sintomas semelhantes (alte-raes morfolgicas oriundas de alteraes fisiolgicas). Os sinto-mas de deficincia ou de toxidez so caractersticos para cada ele-mento, levando-se em considerao sua funo e mobilidade naplanta. Assim, os elementos mveis (macronutrientes primriosN, P, K e o macronutriente secundrio Mg) provocam inicialmen-te sintomas nas partes mais velhas da planta, enquanto os parcial-mente mveis e imveis (macronutrientes secundrios Ca e S emicronutrientes) inicialmente provocam sintomas nas partes no-vas da planta. Para a caracterizao do sintoma de deficincia oude toxidez de um elemento o mesmo deve ocorrer de modo gene-ralizado e apresentar gradiente e simetria na planta, para se di-ferenciar de outras anomalias, como, por exemplo, as ocasionadaspor pragas, doenas, clima, etc., embora a fitotoxidez causada prin-cipalmente por herbicidas ps-emergentes como, por exemplo,Cobra, Volt, Shogum e Chart, tem provocado sintomas semelhan-tes aos da deficincia de boro, isto , folhas mais novas coriceas eenrugadas. Assim, quando do uso dessa tcnica, importante co-nhecer o histrico da cultura em relao ao manejo do mato.

    4.2. Diagnose foliar

    A principal vantagem da tcnica da diagnose foliar em re-lao da diagnose visual que esta permite diagnosticar o pro-blema antes que se manifeste o sintoma, isto , permite identificara fome oculta do elemento. Para avaliao do estado nutricionalpela tcnica da diagnose foliar, AMBROSANO et al. (1996) reco-mendam que seja coletada a 3 folha com pecolo de 30 plantas noincio do florescimento, enquanto a EMBRAPA (1996) recomen-da que sejam coletadas folhas recm-maduras com pecolo, cor-respondente s 3 e 4 folhas trifolioladas a partir da haste princi-pal, no perodo entre o incio da florao e o pleno florescimento.Na Tabela 2 so apresentados os teores de nutrientes consideradosadequados por esses autores, e tambm os encontrados porORLANDO MARTINS e pela Fundao MS em soja com produ-tividade de cerca de 60 sacas/ha.

    Analisando os dados da Tabela 2 e comparando-se os da-dos da pesquisa com os obtidos em solos com alta produtividade,

    Parte da planta

    Tabela 1. Exigncias nutricionais para a produo de 1 t de gros desoja (EMBRAPA, 1993).

    Macronutrientes (kg) N P K Ca Mg S

    Gros 51 5,0 17,0 3,0 2,0 5,4Restos culturais1 31 2,5 7,5 9,2 4,7 10

    Micronutrientes (g) B Cu Fe Mn Mo Zn Cl

    Gros 2,0 10 70 30 5 40 237Restos culturais - - - - 2 - 231 Folhas, pecolos e caules que so restitudos ao solo.

    Tabela 2. Faixa adequada de nutrientes para soja, segundo a pesquisa, e teores encontrados em culturas com produtividade de 60 sc/ha. ORLANDO CARLOS MARTINS1 FUNDAO MS2 64,5 sc ha-1 > 60 sc ha-1

    - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - g kg-1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -- -

    N 40-54 40,1-55,0 45,0 43,0P 2,5-5,0 2,6-5,0 2,4 3,4K 17-25 17,1-25,0 18,4 21,3Ca 4-20 3,6-20,0 7,9 9,4Mg 3-10 2,6-10,0 3,4 3,2S 2,1-4,0 2,1-4,0 2,3 2,4

    - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - mg kg-1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -B 21-55 21-51 44 64

    Cu 10-30 10-40 10 8Fe 50-350 51-350 128 155Mn 20-100 21-100 62 71Mo 1,0-5,0 1,0-5,0 - -Zn 20-50 21-50 45 51

    1 Informao pessoal.

    2 Informao pessoal de Dirceu Luiz Broch.

    Nutrientes AMBROSANO et al. (1996) EMBRAPA (1996)

  • INFORMAES AGRONMICAS N 90 JUNHO/2000 3

    observa-se que o elemento cobre (Cu) o que apresenta maisdiscordncia, ou seja, os valores normalmente encontrados em la-vouras com alta produtividade so menores que aqueles encontra-dos pela pesquisa, com mdia ao redor de 10 mg kg-1. Esses valo-res tambm esto de acordo com os encontrados por VITTI &LUZ (2000), observados campo na safra 1999/00 em uma sriede cultivares no Tringulo Mineiro, conforme dados apresentadosna Tabela 3.

    4.3. Anlise de solo

    Os dados de interpretao de anlise de solo utilizados porvrias instituies de pesquisa em diversas regies do pas estodescritos a seguir.

    a) Estado de So PauloOs limites de interpretao atualmente utilizados para o

    Estado de So Paulo, para os mtodos de extrao de P, K e Mgpela resina trocadora de ons, bem como para parmetros de aci-dez do solo esto apresentados nas Tabelas 4 e 5.

    Tabela 4. Limites de interpretao de teores de potssio e defsforo em solos (RAIJ et al., 1996).

    Produo K trocvel P-resina relativa (%) mmol

    c dm-3 mg dm-3

    Muito baixo 0-70 0,0-0,7 0-6Baixo 71-90 0,8-1,5 7-15Mdio 91-100 1,6-3,0 16-40Alto > 100 3,1-6,0 41-80Muito alto > 100 > 6,0 > 80

    A Tabela 6 apresenta a interpretao dos teores de micro-nutrientes, sendo o boro extrado por gua quente e os micronu-trientes metlicos pelo DTPA (RAIJ et al., 1996), e a Tabela 7 ainterpretao dos teores de S-SO42-, extrado em NH4OAc eCa(H2PO4)2 contendo 500 ppm P (VITTI, 1989).

    Tabela 6. Limites de interpretao dos teores de micronutrientes em so-los (RAIJ et al., 1996).

    Teor B Cu Fe Mn Zn

    - - - - - - - - - - - - - - - - - - mg dm-3 - - - - - - - - - - - - - - - - -Baixo 0-0,20 0-0,2 0-4 0-1,2 0-0,5Mdio 0,21-0,60 0,3-0,8 5-12 1,3-5,0 0,6-1,2Alto > 0,60 > 0,8 > 12 > 5,0 > 1,2

    Tabela 7. Interpretao dos teores de S-SO4 do solo em doisextratores (VITTI, 1989).

    S-SO4 (mg dm-3) NH4OAc.HOAc Ca(H2PO4)2 500 ppm P

    Muito alto 0,0-5,0 0-2,5Baixo 5,1-10,0 2,5-5,0Mdio 10,1-15,0 5,1-10Adequado > 15,0 > 10

    b) CerradoOs dados para interpretao da anlise de solo para a ex-

    trao de P e K pelo mtodo Mehlich I bem como para extrao demicronutrientes, atualmente utilizadas para as regies do Cerra-do, esto apresentados nas Tabelas 8, 9 e 10, respectivamente.

    Tabela 8. Interpretao da anlise de solo para recomendao deadubao fosfatada (fsforo extrado pelo mtodoMehlich I).

    Teor de P (mg dm-3) Muito baixo Baixo Mdio Bom61-80 0 a 1,1 1,1 a 2,0 2,1 a 3,0 > 3,041-60 0 a 3,0 3,1 a 6,0 6,1 a 8,0 > 8,021-40 0 a 5,0 5,1 a 10,0 10,1 a 14,0 > 14,0< 20 0 a 6,0 6,1 a 12,0 12,1 a 18,0 > 18,0

    Fonte: EMBRAPA-CPAC (SOUZA et al., 1997).

    Tabela 3. Teores de nutrientes em folhas de soja obtidos pela tcnica da diagnose foliar (VITTI & LUZ, 2000).Cultivar N P K Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn

    - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - g kg-1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - mg kg-1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

    Garimpo 44,8 2,9 18,6 10,2 4,1 2,2 38 8 135 33 32Emgopa 315 46,9 2,3 16,7 12,2 5,2 2,2 26 11 107 26 34Conquista 47,2 3,1 22,3 10,2 5,4 2,3 46 7 147 35 35Segurana 47,3 3,4 23,6 8,2 5,2 2,0 42 9 150 34 37

    Teor

    Tabela 5. Interpretao de parmetros da acidez e de magnsio (RAIJ et al., 1996). pH Saturao V Mg CaCl2 por bases (%) mmolc dm-3

    Muito alta at 4,3 Muito alta 0-25 Baixo 0-4Baixa 4,4-5,0 Baixa 26-50 Mdio 5-10Mdia 5,1-5,5 Mdia 51-70 Alto > 10Alta 5,6-6,0 Alta 71-90Muito alta > 6,0 Muito alta > 90

    Acidez Teor

    Teor

    Teor de argila

  • 4 INFORMAES AGRONMICAS N 90 JUNHO/2000

    Tabela 11. Limites de interpretao dos teores de fsforo extravel do solo (CFS-RS/SC, 1994).Faixas de teor Classe do solo1

    de P no solo 1 2 3 4 5 6Limitante 1 1,5 2 3 4 -Muito baixo 1,1-2 1,6-3 2,1-4 3,1-6 4,1-8 -Baixo 2,1-4 3,1-6 4,1-9 6,1-12 8,1-16 3Mdio 4,1-6 6,1-9 9,1-14 12,1-18 16,1-24 3,1-6Suficiente >6 >9 >14 >18 >24 >6Alto >8 >12 >18 >24 >30 -1

    Classe 1: > 55% de argila e/ou solos. Erexim, Durox, Vacaria, Santo Angelo, Acegu, Pouso Redondo, Boa Vista, etc.Classe 2: 41 a 55% de argila e/ou solos. Passo Fundo franco-argiloso e argiloso, Estao, Osis, Ciraco, Associao Ciraco-Charrua, SoBorja, Vila, Farroupilha, Rancho Grande, Iara, etc.Classe 2: 26 a 40% de argila e/ou solos. Passo Fundo franco arenoso e arenoso, Jlio de Castilhos, So Jernimo, Alto das Canas, SoGabriel, Canoinhas, Jacinto Machado, Lages, etc.Classe 4: 11 a 25% de argila e/ou solos. Cruz Alta, Tupanciret, Rio Pardo, Camaqu, Bag, Bexigoso, Pelotas, So Pedro, Santa Maria,Pinheiro Machado, etc.Classe 5: 10% de argila e/ou solos. Bom Retiro, Tuia, Vacaa, etc.Classe 6: solos alagados (arroz irrigado por inundao).Nota: considerar como classe 2 os solos Ciraco, Associao Ciraco-Charrua, So Borja, Osis, Farroupilha, etc., que apresentam elevado teorde silte.

    Tabela 9. Interpretao da anlise de solo para recomendaode adubao potssica (potssio extrado pelo mto-do Mehlich I).

    Interpretao Teor de K (mg dm-3)*Muito baixo 0-25Baixo 26-50Mdio 51-80Bom > 80

    * mmolc dm-3 = mg dm-3/40.

    Tabela 10. Interpretao de resultados de anlise de solos paramicronutrientes para culturas anuais na regio doscerrados.

    Micronutrientes Teor de nutrientes (mg dm-3) Baixo Mdio Bom

    B(1) < 0,2 0,3 a 0,5 > 0,5Cu(2) < 0,4 0,5 a 0,8 > 0,8Mn(2) < 1,9 2,0 a 5,0 > 5,0Zn(2) < 1,0 1,1 a 1,6 < 1,6

    (1) Extrator gua quente. Fonte: EMBRAPA (1984).

    (2) Extrator Mehlich I (HCl 0,05N + H2SO4 0,025). Fonte: CNPSo(1998) e GALRO (1998).

    c) Rio Grande do Sul e Santa CatarinaAs Tabelas 11, 12, 13 e 14 apresentam os limites de inter-

    pretao dos teores de P, K, S e micronutrientes, bem como osparmetros de acidez do solo, atualmente utilizados para os Esta-dos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

    Tabela 12. Interpretao do pH e de Ca e Mg (Fonte: CFS-RS/SC, 1994).

    Acidez pH em Teor Ca Mg gua - - - - cmol

    c/L - - - - -

    Muito baixa 5,0 Baixo 2,0 0,5Baixa 5,1-5,5 Mdio 2,1-4,0 0,6-1,0Mdia 5,6 -6,0 Alto > 4,0 > 1,0Alta 5,6 -6,0

    Tabela 13. Limites de interpretao dos teores de potssioextravel do solo (CFS-RS/SC, 1994).

    Interpretao Teor de K (mg/L)Limitante 20Muito baixo 21-40Baixo 41-60Mdio 61-80Suficiente 81-120Alto > 120

    Tabela 14. Limites de interpretao dos teores de enxofre emicronutrientes extravel do solo (CFS-RS/SC,1994).

    Teor no solo Enxofre Cobre Zinco Boro - - - - - - - - - - - - - - mg/L - - - - - - - - - - - - - - -Baixo < 2,0 < 0,15 < 0,2 < 0,1Mdio 2,0 -5,0 0,15 -0,40 0,20 -0,50 0,1- 0,3Suficiente > 5,0* > 0,40 > 0,50 > 0,3

    Extratores: enxofre (fosfato de clcio); cobre e zinco (HCl 0,1M);boro (gua quente).* 10mg/L para leguminosas e para culturas mais exigentes em

    enxofre (brssicas, liliceas, etc.).

  • INFORMAES AGRONMICAS N 90 JUNHO/2000 5

    5. MANEJO QUMICO DO SOLO

    5.1. CalagemExistem trs critrios principais para se determinar a ne-

    cessidade de calagem, ou seja:a) Neutralizao do alumnio e/ou elevao dos teores de

    clcio e magnsio (CFSEMG, 1999)a1) Minas GeraisA frmula para clculo da necessidade de calagem (NC em

    t ha-1) para a camada de 0-20 cm, e considerando calcrio comPRNT de 100%, expressa do seguinte modo:

    NC (t ha-1) = [(l x Y x cmolc Al dm-3) + (X - cmol

    c Ca + Mg dm-3)]

    onde:l = 1,0 (soja)Y = 1,0 (solos arenosos), 2,0 (solos textura mdia), 3,0 (so-

    los argilosos) e 4,0 (solos muito argilosos)X = 2,0 (soja)

    a2) Regio de cerrado Argila > 200 g kg-1 e Ca + Mg < 2,0 cmol

    c dm-3

    NC (t ha-1) = [2 x cmolcAl dm-3 + (2 cmol

    c Ca + Mg dm-3)]

    Argila > 200 g kg-1 e Ca + Mg > 2,0 cmolc dm-3

    NC (t ha-1) = (2 x cmolc Al dm-3)

    Argila < 200 g kg-1 (utiliza a expresso com maior reco-mendao)

    NC (t ha-1) = 2 x cmolc Al3+ dm-3 ou

    NC (t ha-1) = 2 - (cmolc Ca2+ + Mg2+ dm-3)

    b) Mtodo do tampo SMP

    Esse mtodo utilizado apenas nos Estados de Rio Grandedo Sul e Santa Catarina. As necessidades de calagem correla-cionando o pH SMP obtido no laboratrio de anlise de solo comas necessidades de calagem visando elevar o pH em gua por voltade 6,0 esto apresentadas na Tabela 15.

    c) Mtodo da saturao por bases (RAIJ et al., 1996)A frmula para clculo da necessidade de calagem leva em

    considerao atributos do solo, corretivo e cultura. No caso dasoja, V2 = 60%, expressa pela seguinte expresso:

    (V2 - V1) TNC (t ha-1) =

    10 PRNTonde:

    NC = t ha-1 de calcrio para a camada de 0-20 cm.V1 = saturao por bases atual do solo = SB/T x 100V2 = saturao por bases mais adequada para soja = 60%T = capacidade de troca catinica potencial do solo (T = SB + H +

    Al) em mmolc dm-3

    PRNT = poder relativo de neutralizao total do calcrio (%).

    d) Calagem em plantio direto e/ou cultivo mnimoAlm dos mtodos de calagem anteriormente descritos

    importante mencionar a utilizao dessa prtica em sistema deplantio direto e/ou cultivo mnimo.

    Assim, na implantao do sistema de plantio direto (PD)fazer a correo do solo a mais profunda possvel, procurandoelevar o V na faixa de 60 a 70%. Aps a consolidao do processo,que pode levar de quatro a cinco anos, a calagem deve ser reduzi-da, pois o solo apresenta maiores teores de matria orgnica, aqual complexa ons metlicos como Al3+, Fe2+, Mn2+, Cu2+ e Zn2+.Pode-se seguir os seguintes critrios (LOPES et al., 1999):

    d1) Estados de So Paulo e Paran (S, 1998)

    Solo Doses(*) Dose mxima (t ha-1)Argiloso 1/3 a 1/2 2,5Argilo-arenoso e arenoso 1/2 2,0(*) Da dose calculada pelo critrio de saturao por bases (V%) na

    profundidade de amostragem de 0-20 cm.

    Quando a saturao por bases for igual ou superior a 50%a aplicao de calcrio em superfcie dispensada.

    d2) Estados de Rio Grande do Sul e Santa Catarina (NRS-SBCS, 1997)

    Tem-se observado que no sistema de plantio direto as cul-turas respondem calagem num nvel de pH mais baixo em rela-o ao convencional e que a aplicao de calcrio em superfcietem sido eficaz em reduzir a acidez do solo. Em funo dessasobservaes foram propostos novos critrios para recomendaodessa prtica, ou seja:

    (1) Reaplicar calcrio quando o pH (H2O) for menor que5,5 ou V% < 60;

    (2) Para se atingirem valores de pH 5,5 ou 6,0 as dosesrecomendadas pelo ndice SMP podem ser reduzidas para (me-tade) e (um quarto) respectivamente, conforme Tabela 15.

    Tabela 15. Recomendaes de calcrio para os Estados do RioGrande do Sul e Santa Catarina, para a cultura dasoja (CFS RS/SC, 1994).

    pH SMP pH em gua pH SMP pH em gua a atingir (6,0) a atingir (6,0)- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - t ha-1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

    4,4 21,0 5,8 4,24,5 17,3 5,9 3,74,6 15,1 6,0 3,24,7 13,3 6,1 2,74,8 11,9 6,2 2,24,9 10,7 6,3 1,85,0 9,9 6,4 1,45,1 9,1 6,5 1,15,2 8,3 6,6 0,85,3 7,5 6,7 0,55,4 6,8 6,8 0,35,5 6,1 6,9 0,25,6 5,4 7,0 05,7 4,8

  • 6 INFORMAES AGRONMICAS N 90 JUNHO/2000

    Essa tendncia de diminuio da dose de calcrio tambmest sendo observada em Estados do Brasil Central, formados ba-sicamente por solos sob vegetao de cerrado com predominnciade argilas sesquioxdicas de elevado ponto de carga zero (PCZ) ebaixa CTC efetiva. Assim, SOUZA et al. (1993) observaram, paraa cultura de soja, que valores de produtividade mxima foram al-canados com V% = 50.

    Para o sucesso na prtica da calagem, alm dos denomina-dos fatores externos ou de aplicao do calcrio, como unifor-midade e antecedncia na aplicao e incorporao, no caso daimplantao do plantio direto tambm devem ser levados em con-siderao fatores do corretivo e fatores econmicos.

    Alm dos fatores intrnsicos do corretivo, como poder deneutralizao (PN), reatividade (RE), poder relativo de neutra-lizao total (PRNT) e efeito residual (ER), tambm importanteobservar os teores de MgO do calcrio, ou seja, calcrios calcticos(%MgO < 5), magnesianos (5 a 12%MgO) e dolomticos (%MgO> 12). Assim, quando da escolha de um desses trs tipos de calc-rio, importante atentar para os seguintes aspectos:

    a) Teor de Mg do solob) Porcentagem de Ca (Ca%T) e de Mg (Mg%T) no soloc) Relao Ca/Mg no solod) Quantidade de gesso utilizada (VITTI, 2000).

    a) Teor de Mg do soloInicialmente, observar o teor de Mg do solo visando atin-

    gir um nvel mnimo de 5,0 mmolc dm-3 ou 0,5 cmol

    c dm-3. Quan-

    do o teor estiver abaixo desse valor dar preferncia para calcriosmais ricos em Mg, como os dolomticos.

    Em regies com alta disponibilidade de calcrio calcticopode-se optar pela sua utilizao para correo da acidez do solo eaplicao de Mg no sulco de plantio da cultura das seguintes ma-neiras:

    (1) utilizao de calcrio dolomtico filler ou magnesianona 3 caixa em doses variveis de 250 a 400 kg ha-1.

    (2) utilizao de uma fonte de P2O5 contendo magnsio,como multifosfato magnesiano (3,5% Mg) ou termofosfatomagnesiano (9,0% Mg). Assim, na cultura da soja, aplicar 30 kgde Mg/ha para uma produo de 3,0 t/ha de gros.

    b) Porcentagem de Ca e de Mg do soloProcura-se estabelecer um equilbrio de bases no solo para

    atingir o mximo potencial de produtividade, conforme dadosapresentados na Tabela 16.

    Tabela 16. Porcentagem de saturao de K, Mg e Ca em rela-o ao valor T do solo, na faixa de V% mais ade-quada para a soja.

    V% K%T Mg%T Ca%T

    50 4 11 3560 5 15 4070 5 16 48

    Na Tabela 17 est apresentada a importncia das interaesCa, Mg e K na nutrio da soja.

    Tabela 17. Relaes (Ca+Mg)/K do solo e aspectos das cultu-ras da soja (MASCARENHAS et al., 1988).

    (Ca+Mg)/K Interpretao22 a 30 Normal com alta produtividade

    56 Deficiente em potssio> 64 Haste verde e reteno foliar

    Alm das interaes inicas entre as bases do solo, MO-REIRA (1999) estudou a influncia do magnsio na absoro etransporte do mangans e do zinco na soja, em estudo conduzidoem condies de casa de vegetao. Nas condies desses experi-mentos, os resultados permitiram concluir que existe um efeito deinibio no competitiva entre o Mg e o Zn e entre o Mg e Mn; oaumento na concentrao de Mg na soluo diminui significati-vamente a absoro de Zn e de Mn.

    c) Relao Ca/Mg no soloUma vez respeitado o teor de Mg no solo, citado ante-

    riormente, observar a relao Ca/Mg do solo, principalmente quan-do a mesma apresentar valores de relao 2/1, dando-se prefe-rncia a calcrios calcticos ou magnesianos.

    Essa relao, embora ainda muito discutida, tem mostradoque em solos de alta fertilidade natural a relao Ca/Mg de 4/1,sendo que o calcrio no precisa, necessariamente, ter essa rela-o (LOPES, 1995)(1).

    Alm dos efeitos qumicos e nutricionais, importante res-saltar o maior efeito agregante do clcio em relao ao magnsio,bastando para isso, observar a srie liotrpica citada em FASSBEN-DER (1978) e BRADY (1979):

    Disperso crescente

    Al3+ > Ca2+ > Mg2+ > NH4+ > K+ > Na+

    Agregao crescente

    Analisando essa srie observa-se que, dentre os nutrientes,o Ca2+ o que tem maior efeito agregante no solo, aumentando apermeabilidade e a infiltrao de gua e, conseqentemente, osefeitos no desenvolvimento do sistema radicular.

    De modo genrico, procurar manter no solo uma relaoK:Mg:Ca de 1:3:9 a 1:5:25, conforme dados apresentados na Ta-bela 16.

    e) Quantidade de gesso utilizadaEvidentemente, quando do uso do gesso agrcola

    (CaSO4.2H2O = 26% CaO) como condicionador do subsolo, ob-servar as doses utilizadas, dando-se preferncias para calcrioscom maiores teores de Mg (dolomtico e magnesiano), lembran-do-se que a adio de 1,0 t ha-1 desse insumo, com cerca de 20%de umidade, promove acrscimo de cerca de 5 mmol

    c dm-3 de Ca++

    (VITTI & MALAVOLTA, 1985).Para facilidade de clculo, na Tabela 18 esto apresentadas

    as equivalncias entre os teores de K, Ca e Mg da anlise de soloscom as quantidades correspondentes desses elementos na camadaarvel (0-20 cm), considerando a densidade do solo = 1,0.

    (1) LOPES, A.S. (ANDA, So Paulo). Comunicao por escrito apre-sentada em 17/05/95.

  • INFORMAES AGRONMICAS N 90 JUNHO/2000 7

    5.2. Gessagem

    Em solos sob vegetao de cerrado, principalmente naque-les com maior capacidade de infiltrao de gua, como os Latos-solos e a Areia Quartzosa, o gesso agrcola tem apresentado exce-lentes resultados como condicionador de solo de subsuperfcie.Os principais diagnsticos utilizados para recomendao do ges-so agrcola como condicionador de subsuperfcie so:

    a) Amostragem do solo nas profundidades de 20 a 40 cm ede 40 a 60 cm;

    b) Teste biolgico (SOUZA et al., 1996).

    Quanto ao primeiro diagnstico, recomenda-se a utiliza-o de gesso quando as anlises de solo revelarem as seguintessituaes:

    Ca 4,0 mmolc dm-3 ou 0,4 cmol

    c dm-3 ou

    Al 5,0 mmolc dm-3 ou 0,5 cmol

    c dm-3 ou

    m% 30% (CFSEMG, 1999).

    As doses de gesso recomendadas quando da ocorrncia deuma das trs alternativas citadas pode ser calculada atravs daseguinte expresso:

    NG (kg ha-1) = 5 x g kg-1 de argila (SOUZA et al., 1996)

    SOUZA et al. (1996) tambm sugerem a recomendao dogesso baseado na classificao textural do solo conforme dadosapresentados na Tabela 19.

    Tabela 19. Recomendao de gesso agrcola em funo da clas-sificao textural do solo para culturas anuais (SOU-ZA et al., 1996).

    Textura do solo Argila (%) Gesso (kg ha-1)Arenosa < 15 700Mdia 16 a 35 1.200Argilosa 36 a 60 2.200Muito argilosa > 60 3.200

    A aplicao do gesso feita aps a calagem, em rea total,utilizando-se de preferncia equipamentos com dosadorvolumtrico tipo esteira, com distribuidor centrfugo de dois dis-cos.

    5.3. Adubao corretiva para fsforo e potssio

    5.3.1. Fosfatagem

    A fosfatagem utilizada principalmente em solos sob ve-getao de cerrado quando da implantao do sistema de plantiodireto. A fosfatagem baseada nos teores de P do solo (Mehlich1), adotando-se essa prtica quando os teores desse nutriente nosolo estiverem classificados nas classes de muito baixo e baixo,conforme dados apresentados na Tabela 8. So apresentadas duasfilosofias para recomendao de adubao fosfatada corretiva:

    (1) A correo do solo de uma s vez (a lano) com manu-teno do nvel de fertilidade atingido atravs de adu-bao no sulco de plantio, e

    (2) A correo gradativa atravs de aplicaes anuais nosulco de plantio, conforme dados apresentados na Ta-bela 20.

    Tabela 20. Recomendao fosfatada corretiva, a lano, e adu-bao fosfatada corretiva gradual, no sulco de se-meadura, de acordo com a classe de disponibilida-de de P e o teor de argila (EMBRAPA-CPAC, SOU-ZA et al., 1987).

    Adubao fosfatada (kg de P2O5 ha-1) - - - Corretiva total - - - - - Corretiva gradual - - P muito baixo P baixo P muito baixo P baixo

    61 a 80 240 120 100 9041 a 60 180 90 90 8021 a 40 120 60 80 70 < 20 100 50 70 60

    As fontes de P2O5 mais indicadas para a fosfatagem estoapresentadas na Tabela 21.

    Analisando-se essas fontes observa-se que o superfosfatosimples contm gesso em sua composio, enquanto o termofosfatoapresenta, alm do Ca, o Mg, bem como silicato e ndice debasicidade ao redor de 50. O multifosfato magnesiano apresentaCa, Mg e S, enquanto os fosfatos reativos apresentam teores deP2O5 em HCi cerca de trs vezes superior aos dos fosfatos naturaisde ocorrncia no Brasil (Apatitas), bem como apresentam origemsedimentar e so mais moles do que os nossos fosfatos (Fos-foritas). Observa-se tambm que os termo e os multifosfatos po-dem apresentar micronutrientes em sua composio.

    Tabela 18. Correspondncia entre teores de K, Ca e Mg em solos.

    Teor no solo Peso de 2.000.000 de litros de terra (1 ha) cmol

    c dm-3 mg dm-3 Elemento xido Carbonato

    - - - - - - - - - - - - - - - - kg ha-1 - - - - - - - - - - - - - - - - -Potssio 1 400 800 960(1) -

    Clcio 1 200 400 560(1) 1.000(2)

    Magnsio 1 120 240 400(1) 840(2)

    (1) K2O, CaO e MgO, respectivamente.

    (2) CaCO3 e MgCO3, respectivamente.

    Elemento

    Teor deargila(%)

  • 8 INFORMAES AGRONMICAS N 90 JUNHO/2000

    A importncia da adubao fosfatada na nutrio da soja,bem como do espaamento, foi demonstrada por VENTIMIGLIAet al. (1999) os quais desenvolveram um experimento em soloPodzlico Vermelho Escuro visando avaliar o potencial produtivode gros de soja nos estdios fenolgicos R2 (florescimento), R5(incio do enchimento de gros) e R8 (maturao), utilizando comotratamentos dois nveis de P no solo (3 e 15 ppm) e dois espaa-mentos entre linhas (20 e 40 cm), com a cultivar precoce OCE-PAR 14 (Tabela 22). Os resultados levaram s seguintes conclu-ses:

    a) o potencial de rendimento, na mdia dos tratamentos, de 18 t/ha, se todas as flores obtidas em R2 alcanarem R8; no quetange ao estdio R5, se todos os legumes formados continuaremevoluindo at R8, esse potencial de 10 t/ha;

    b) a deficincia de P no solo diminui o potencial de rendi-mento nos estdios reprodutivos iniciais, como o florescimento,pela menor produo de flores e maior aborto dessas estruturas; oefeito da deficincia de P continua a se manifestar na formao demenor quantidade e maior aborto de legumes, o que resulta nadiminuio do potencial de rendimento;

    c) o menor espaamento entre linhas proporciona melhordistribuio espacial das plantas na rea, o que determina maiorespotenciais de rendimento.

    Na Figura 1 est apresentada a estimativa do potencial derendimento de gros em funo dos estdios fenolgicos, dos teo-res de P do solo e do espaamento.

    5.3.2. Potassagem

    A adubao corretiva com potssio, em solos sob vegeta-o de cerrado, deve ser feita a lano somente em solos com teoresde argila acima de 20%, conforme apresentada na Tabela 23.

    Em experimento de longa durao em um Latossolo Roxodistrfico de Mau da Serra-PR, BORKERT et al. (1997) estuda-ram a melhor tcnica de adubao corretiva com K e o efeito resi-dual dessa adubao. Nos primeiros cinco anos de conduo do

    Tabela 21. Principais caractersticas de fontes de P2O5.

    P2O5 Total HCi CiNH4 H2OSuper Simples 20/21 - 18 16 19 - 12 - - - - -Super Triplo 44/46 - 43 37 13 - 2 - - - - -Yoorin Mg 18 16,5 - - 20 9 - - - - - 25Yoorin BZ 17,5 16,0 - - 20 9 - 0,15 0,4 - - 25Yoorin Master 1 17,5 16,0 - - 20 9 - 0,10 0,55 0,05 0,12 25Yoorin Master 2 17,5 12,0 - - 18 8 6 0,20 0,50 0,20 0,40 25Fosmag 464 18 18 18 6 14 3,5 10 0,15 0,65 0,18 - -Fosmag 431 18 18 18 6 13 3 13 0,40 0,60 0,15 - -Fosmag 509-M6 24 24 14 5 14 3,2 8,2 0,20 0,75 0,30 0,3Hiperfosfato Arad 33 10,5 - 37Hiperfosfato Gafsa 29 9,0 - 34Hiperfosfato Daoui 32 11,0 - - 36MAP(*) 52 50 52 50(*)

    10% N.

    Adubos Ca Mg S B Zn Cu Mn SiO2

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    R2 R5 R8Estdios fenolgicos

    Ren

    dim

    ento

    s de

    gr

    os (t

    /ha)

    15 ppm de P 3 ppm de P

    Figura 1. Estimativa do potencial de rendimento de gros de soja,cultivar OCEPAR 14, nos estdios R2 e R5, se nenhumaflor ou legume abortar; rendimento real de gros no est-dio R8 e porcentual relativo de rendimento das determi-naes. EEA/UFRGS, Eldorado do Sul, RS, 1994/95.(VENTIMIGLIA et al., 1999).

    Tabela 22. Nmero de flores e legumes produzidos por plantade soja, cultivar OCEPAR 14, em dois espaamentosentre linhas. EEA/UFRGS, Eldorado do Sul, RS,1994/951 (VENTIMIGLIA et al., 1999).

    Espaamento Flores/m2 Legumes/m2 Legumes frteis/m2 (cm) R2 R5 R8

    20 7.553 a 4.166 a 1.89240 5.019 b 2.922 b 1.418

    Mdia 6.286 3.544 1.655C.V. (%) 22 30 35

    1 Mdias seguidas da mesma letra, nas colunas, no diferem peloteste de Dunnett (P < 0,05); R2 = florescimento, R5 = incio doenchimento de gros; R8 = maturao.

  • INFORMAES AGRONMICAS N 90 JUNHO/2000 9

    experimento (1983 a 1987), foram aplicados, anualmente, 0, 40,80, 120, 160 e 200 kg/ha de K2O (KCl), no sulco de semeadura ea lano, sendo que nos cinco anos agrcolas seguintes a soja foicultivada sem adubao potssica.

    Em relao ao teor de K do solo, concluiu-se que se o teorde K for < 0,10 cmol

    c dm-3 a soja no pode ser cultivada sem adu-

    bao corretiva e de manuteno, devendo ser aplicada na suces-so soja-trigo para se obter produtividade de 2.500 a 3.000 kg/ha,adubao corretiva de 150 a 200 kg de K2O/ha, mais adubao demanuteno de 80 kg de K2O/ha.ano. Quanto ao teor de K defolhas do tero superior na poca da florao, concluiu-se que aalta produtividade de soja est associada a teores de K acima de17,1 g kg-1; que sintomas severos de deficincia de K e queda deprodutividade esto associados a teores de K < 12,59 g kg-1 e queh grande probabilidade de haver limitao na produo de grosquando houver seca antes da florao (> 15 dias) e os teores de Knas folhas estiverem entre 12,5 e 17,0 g kg-1 (fome oculta).

    5.4. Adubao de manuteno para P2O5 e K2O

    a) Regio de CerradosNa adubao de manuteno, em regio sob vegetao de

    cerrado, recomendada a aplicao de 20 kg ha-1 de P2O5 e deK2O por tonelada de gros de soja, quando os teores de P do soloestiverem classificados na classe de P mdio e P bom (Tabela 8),enquanto para o potssio, quando os teores estiverem acima de

    30 mg dm-3 (solos com argila < 20%) e acima de 50 mg dm-3(solos com argila > 20%) (Tabela 23). As principais formulaespara essas condies esto apresentadas na Tabela 24.

    Analisando-se essas formulaes observa-se que as mes-mas podem apresentar contedos significativos de enxofre e declcio, principalmente quando so utilizadas altas doses desuperfosfato simples, o que no deixa de ser interessante, princi-palmente em solos pobres em S como os de cerrado. Por outrolado, h formulaes contendo nitrognio, o que pode ser interes-sante na sucesso do plantio da soja aps uma gramnea, comomilheto, trigo, aveia, sorgo ou milho, devido alta relao C/Ndesses materiais. Quanto ao nitrognio, HUNGRIA et al. (1997)mostraram no haver benefcios da adio de N mineral, mesmoem lavouras de alta produtividade. Entretanto, devido facilidadena obteno de frmulas de fertilizantes com N, as mesmas pode-ro ser utilizadas, desde que no ultrapassem a dose de 20 kg ha-1 deN, para no onerar em demasia os custos de produo, alm doque doses superiores a essa podem inibir drasticamente a forma-o de ndulos, reduzindo o processo biolgico da fixao.

    Entretanto, em soja cultivada no inverno, NOVO et al.(1999), em trs experimentos conduzidos nas Estaes Experi-mentais de Mococa, Ribeiro Preto e Votuporanga, respectivamenteem solos Podzlico Vermelho Escuro, Latossolo Roxo e LatossoloVermelho Escuro, estudaram o efeito do nitrognio (uria: 0, 50 e100 kg ha-1 de N) e do potssio (KCl: 0, 30 e 60 kg ha-1 de K2O)sobre a nodulao, fixao simbitica do N2, teor de N dos gros eprodutividade em dois cultivares de soja (IAC-8 e IAC-14) emcultivo de inverno. Os resultados mostraram que apenas a ino-culao no forneceu nitrognio nas quantidades exigidas paramaximizar a produtividade da soja. A adubao nitrogenada pre-judicou a nodulao e a fixao simbitica do N2 mas aumentou aprodutividade e o teor de N dos gros de soja nas trs localidades.A adubao potssica no prejudicou a nodulao, a fixao simbi-tica do N2 e o teor de N dos gros, sendo que a cultivar IAC-14apresentou nodulao e produtividade maiores quando foi adicio-nado o K.

    A dose de 50 kg/ha de N resultou em aumento de produ-tividade de 1.406 (N0) para 2.063 kg ha-1 em Mococa, ou seja,47%, enquanto em Ribeiro Preto o aumento foi de 2.188 para2.667 kg ha-1, ou seja, 22%.

    Tabela 24. Formulaes para soja mais utilizadas na regio do cerrado (EMBRAPA, 1998). Frmula MAP SPT SPS KCl S CaN-P2O5-K2O - - - - - - - - - - - - - - - - - - kg/1.000 kg - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - % - - - - - - -

    0-20-20 - 265 401 334 4,0 10,00-20-15 - 326 257 417 2,5 9,00-20-10 - 142 691 167 7,0 14,00-10-30 - 9 491 500 5,0 9,00-30-10 - 519 314 167 3,0 12,00-20-30 - 387 113 500 1,2 6,80-25-25 - 515 68 417 0,7 7,40-25-20 - 454 212 334 2,3 9,50-18-18 - 164 536 300 6,0 12,00-30-15 - 580 170 250 1,7 10,02-20-20 182 42 442 334 4,0 0,02-20-10 133 0 673 167 7,0 12,02-28-20 182 344 140 334 1,5 6,8

    Tabela 23. Adubao corretiva de potssio para solos de cer-rado com teor de argila > 20%, de acordo com da-dos de anlise de solo (EMBRAPA, 1998).

    Teor de K K2O (mg dm-3) (cmol

    c dm-3) (kg ha-1)

    0-25 < 0,06 10026-50 0,07-0,13 50> 50 > 0,13 0(*)

    (*) Aps atingir o nvel de K acima desse valor, recomenda-se umaadubao de manuteno de 20 kg de K2O/t de gros de soja.

  • 10 INFORMAES AGRONMICAS N 90 JUNHO/2000

    b) Estado de So PauloPara o Estado de So Paulo, MASCARENHAS & TANA-

    KA (1996) recomendam para a adubao no sulco de semeaduraas quantidades de P2O5 e K2O baseadas na produtividade esperadae nos teores desses elementos no solo, conforme Tabela 25.

    Em relao ao K, SACRAMENTO & ROSOLEM (1998),em condies de soluo nutritiva, obtiveram resultados que mos-traram diferenas entre as cultivares quanto eficincia na utili-zao desse elemento, sendo que as cultivares IAC-11 e IAC-18,quando em insuficincia de K, so eficientes em suprir a partearea com potssio vindo de outros rgos da planta e/ou absorvi-do.

    Em experimento conduzido em casa de vegetao, MAS-CARENHAS et al. (1997) verificaram o efeito da adubao potssi-ca sobre o cancro da haste, utilizando dois cultivares de soja (IAC-17, resistente, e IAS-5, suscetvel), constando os tratamentos detrs pocas de inoculao das plantas (15, 30 e 45 dias aps aemergncia) com suspenso de esporos de Diaporthe phaseolorumf. sp. meridionalis e cinco doses de potssio (0, 25, 64, 160 e 400ppm de K2O) na forma de KCl. Os resultados comprovaram aresistncia da cultivar IAC-17 e a suscetibilidade da IAS-5.

    Observaram que as plantas inoculadas aos 15 dias aps aemergncia estavam mortas aps a segunda avaliao enquantoaquelas inoculadas aos 30 e 45 dias sobreviveram por mais tempo.A inoculao com a concentrao de 103 esporos/m mostrou ser amais adequada para o tipo de avaliao proposta, e a presena de160 ppm de K2O retardou consideravelmente a evoluo da doen-a, enquanto na dose de 400 ppm de K2O a doena evoluiu maisrapidamente, provavelmente devido ao desequilbrio entre ctions,que se refletiu na maior predisposio das plantas infeco.

    5.5. Adubao com enxofre

    O fornecimento de enxofre fundamental para o sucessona cultura de soja pelas funes que o mesmo desempenha naplanta, principalmente por estar diretamente envolvido no meta-bolismo do nitrognio, seja pela sua participao na composiode aminocidos (metionina, cistina, cisteina, taurina), bem comona composio da ferrodoxina, enzima-chave no processo da fixa-o simbitica do N2 atmosfrico. Esses fatos, aliados deficin-cia generalizada desse nutriente em solos sob vegetao de cerra-do, requerem especial ateno quando no manejo desse nutriente.Assim, o enxofre pode ser fornecido para a cultura da soja nasseguintes maneiras:

    (1) Quando da prtica da gessagem visando o condiciona-mento do subsolo. Nesse caso, o fornecimento de enxofre estarsendo atendido por, no mnimo, trs safras agrcolas,

    (2) Utilizao de fonte de P2O5 contendo esse nutriente,como: superfosfato simples (12% S), termofosfatos (6% S) ehiperfosfatos (8% S) enriquecidos com S (Novaphs) ou domultifosfato magnesiano (4,2 a 8,0% S), no programa regular deadubao,

    (3) Fornecimento de sulfato de amnio (21% N e 24% S)na cultura anterior. Assim, OLIVEIRA & BALBINO (1992/93 e95) avaliaram durante trs anos o rendimento da soja em sucessoao trigo, aps a aplicao de diferentes doses de nitrognio, utili-zando a uria e o sulfato de amnio. Os autores observaram que auria, independente da dose, proporcionou aumento mdio de 17%na produo da soja enquanto o fornecimento de sulfato de am-nio, na dose de 50 e 100 kg N/ha, contribuiu para a obteno deaumentos de 30 e 51%, respectivamente. Na Tabela 26 esto apre-sentados os tratamentos utilizados, bem como o efeito residual dotrigo na cultura da soja subseqente.

    A Figura 2 mostra que a utilizao da dose de NPK reco-mendada (300 kg/ha de 05-20-20) para o plantio de trigo, com-binada com o fornecimento de 250 kg/ha de sulfato de amnioem cobertura, promoveu aumento de produtividade equivalente a547 kg/ha de trigo e 821 kg/ha de soja, em comparao aos trata-mentos que receberam somente a adubao usual. Cabe acrescen-tar que os aumentos de produtividade proporcionaram retorno eco-nmico equivalente a 2,7 vezes o capital investido na adubao dacultura de trigo e a 8,8 vezes o da cultura de soja.

    (4) No caso do no uso das alternativas citadas pode-seempregar o gesso agrcola (15% S) em doses correspondentes a15 kg ha-1 de S para cada tonelada de gros (MASCARENHAS &TANAKA, 1996).

    Assim, sugere-se a aplicao do gesso agrcola em reatotal em pr-plantio numa dosagem que, alm do suprimento ade-quado de S, tambm permita operacionalidade na aplicao, ouseja, 500 kg ha-1 de gesso (cerca de 75 kg ha-1 de S).

    5.6. Adubao com micronutrientes

    5.6.1. Aspectos gerais

    A ocorrncia de deficincia de micronutrientes na culturade soja limitando a produtividade e influenciando na qualidade enos aspectos fitossanitrios tem aumentado de modo preocupante.

    Tabela 25. Adubao mineral de semeadura: as quantidades a aplicar variam com a anlise de solo e a produtividade esperada(MASCARENHAS & TANAKA, 1996).

    Produtividade - - - - - - - - - - - P resina, mg dm -3 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - K+ trocvel, mmolc dm-3 - - - - - - - - -

    esperada 0-6 7-15 16-40 > 40 0-0,7 0,8-1,5 1,6-3,0 > 3,0

    t/ha - - - - - - - - - - - - P2O5 (kg ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - K2O (kg ha

    -1) - - - - - - - - - - - - -1,5-1,9 50 40 30 20 60 40 20 02,0-2,4 60 50 40 20 70 50 30 202,5-2,9 80 60 40 20 70 50 50 203,0-3,4 90 70 50 30 80 60 50 303,5-4,0 * 80 50 40 80 60 60 40

    * No possvel obter essas produtividades com aplicao localizada de fsforo em solos com teores muito baixos de P.

  • INFORMAES AGRONMICAS N 90 JUNHO/2000 11

    Os fatores associados deficincia e disponibilidade dosmicronutrientes podem ser (VITTI, 1999):

    a) Material de origem do solo;b) Reao do solo (pH);c) Textura do solo;

    d) Aerao do solo Ferro Mangans

    e) Prticas culturais Calagem Adubao fosfatada Plantio direto Implementos

    f) Caractersticas genticas da plantag) Desbalanceamento entre ctions metlicos (Fe, Cu, Mn

    e Zn).Quanto ao material de origem do solo e textura, fatores

    no controlados pelo homem, tem-se que solos originrios dearenito e solos de textura grosseira apresentam maiores probabili-dades de resposta a micronutrientes, em relao, por exemplo, asolos originrios de basalto e solos de textura mais fina. A influn-cia da reao do solo na disponibilidade de micronutrientes estapresentada na Figura 3.

    Figura 3. Relao entre pH (H2O) do solo e disponibilidade de micro-nutrientes.

    Tabela 26. Efeito residual da adubao do trigo na cultura da soja subseqente. Adubao do trigo Safra Plantio Cobertura N 91/92 92/93 93/94Frmula kg/ha Produto kg/ha - - - - - - - gros de soja kg/ha - - - - - - - kg/ha %05-20-20* 120 - 0 2.485 e 2.559 c 2.509 c 2.509 9305-20-20** 300 - 0 2.676 de 2.727 c 2.715 bc 2.706 10005-20-20 300 uria 50 3.397 bc 2.757 c 3.277 b 3.144 11605-20-20 300 uria 100 3.212 cd 2.828 c 3.520 ab 3.187 11805-20-20 300 sulf. amnio 50 3.318 bc 3.358 b 3.904 ab 3.527 13005-20-20 300 sulf. amnio 100 4.019 a 3.906 a 4.360 a 4.095 151

    CV (%) 11,16 9,38 9,89* NPK usual.** NPK recomendado: adubao de plantio da soja = 220 kg/ha de 00-20-20.Fonte: OLIVEIRA & BALBINO (1992, 1993 e 1995), Convnio SN-Centro/Coodetec.

    Mdia

    Figura 2. Efeito dos tratamentos no rendimento de gros de trigo eda cultura de soja subseqente (OLIVEIRA & BALBINO,1992/93 e 95).

    2.509 2.706

    3.527

    0

    500

    1.000

    1.500

    2.000

    2.500

    3.000

    3.500

    4.000

    Ren

    dim

    ento

    da

    soja

    (kg/ha

    )

    NPK usual NPK recomendado NPKrecomendado+Sulfato

    Amnio

    1.897

    2.493

    3.040

    0

    500

    1.000

    1.500

    2.000

    2.500

    3.000

    3.500

    NPK usual NPK recomendado NPKrecomendado+Sulfato

    Amnio

    Prod

    utivi

    dade

    do

    trigo

    (kg/h

    a)

  • 12 INFORMAES AGRONMICAS N 90 JUNHO/2000

    Analisando-se essa Figura observa-se que a calagem au-menta linearmente a disponibilidade do molibdnio (MoO42-) ediminui a dos ctions metlicos (Fe2+, Cu2+, Mn2+, Zn2+ e Co2+),enquanto o boro (H3BO3 ou H2BO3-) apresenta efeito quadrtico,ou seja, baixa disponibilidade em reao cida (falta de mine-ralizao da matria orgnica) e queda na disponibilidade em pHprximo da neutralidade (aumenta a lixiviao pelo aumento daCTC do solo e pelo aumento na relao Ca/B). Assim, principal-mente em sistema de plantio direto, importante atentar para asdoses de calcrio, conforme j discutido no item 5.1.

    Alm da calagem, outras prticas culturais tendem a afetara disponibilidade dos micronutrientes, como:

    adubao fosfatada (H2PO4- x Zn2+ ou Cu2+ ou Mn2+), isto, formao de precipitados pouco solveis do H2PO4- comctions metlicos;

    plantio direto, pela formao de quelados estveis dosmicronutrientes metlicos com a matria orgnica, se-guindo a seguinte ordem decrescente de estabilidade:Cu2+ > Fe2+ > Co2+ > Zn2+ > Mn2+;

    desbalanceamento entre ctions metlicos, causando achamada inibio competitiva, na qual a presena de umon A diminui a absoro do on B por competirem pelomesmo carregador, conforme abaixo exemplificado:

    on A on B (afetado)Cu2+ Zn2+

    Fe2+ Mn2+

    Cu2+ Fe2+

    Mn2+ Zn2+

    Outro fator importante so as caractersticas genticas daplanta, ou seja, a soja apresenta diferenas entre as cultivares quanto sensibilidade deficincia de mangans. Cultivares mais susce-tveis deficincia de mangans no so capazes de reduzir esseelemento na superfcie da raiz atravs da excreo de cidos org-nicos (GODO & REISENAUER, 1980), conforme a reao abai-xo simplificada:

    superfcie da raiz Mn4+ + e- Mn2+

    Insolvel Solvel

    5.6.2. Aplicao de micronutrientes

    Os micronutrientes podem ser fornecidos soja atravs detrs vias principais:

    a) Aplicao via solo: correo lenta, gradual e preventiva;b) Aplicao via folha: correo rpida, menos duradoura

    e corretiva;

    c) Aplicao via semente.

    a) Aplicao via soloAs fontes e doses de micronutrientes aplicadas via solo es-

    to relacionadas na Tabela 27.

    Tabela 27. Fontes de micronutrientes mais indicadas para aplica-o via solo.

    Dose (kg ha-1) Elemento(1) Elemento(2)

    Boro Brax:Na2B4O7.10H2O ouNa2B4O7.5H2O (11% B)

    Ulexita:NaCaB5O5.8H2O (8% B) 0,5 a 1,0 1,0

    Zinco Oxi-sulfatos 4,0 a 6,0 5,0Mangans Oxi-sulfatos 2,5 a 6,0 5,0(3)

    Cobre Oxi-sulfatos 0,5 a 2,0 2,0(1)

    BORKERT et al. (1994).(2)

    MASCARENHAS & TANAKA (1996).(3)

    Quando Mn 1,5 mg dm-3 DTPA.

    Esses micronutrientes podem ser aplicados no sulco de plan-tio juntamente com a formulao P2O5-K2O das seguintes manei-ras:

    Mistura de grnulos mais econmica, porm apresen-ta problemas de segregao;

    Mistura granulada mais cara, porm mais eficiente; Micro na base, agregado principalmente ao SPS; Fontes de P2O5 contendo micro, como termofosfatos e

    multifosfatos.

    b) Aplicao foliarMesmo com a aplicao preventiva de Mn no sulco de

    plantio tem-se observado, de maneira generalizada, deficinciadesse nutriente, principalmente em reas sob plantio direto, commais de trs anos de adoo dessa prtica. Dos fatores anterior-mente enumerados para explicar o aumento de deficincia demicronutrientes destaca-se, para esse nutriente, alm das prticasde manejo do solo, a capacidade gentica da planta em aumentara disponibilidade desse elemento pela exudao de compostosorgnicos pelas razes, como cido mlico, reduzindo o MnO2 aformas solveis (Mn2+).

    Assim, OLIVEIRA et al. (1997), em condies de casa devegetao, observaram que, para uma mesma concentrao de Mnna parte area, as cultivares em estudo apresentaram compor-tamento diferenciado quanto aos sintomas de deficincia e quedade produo de matria seca. Os cultivares puderam ser reunidosem trs grupos, de acordo com o acmulo porcentual de Mn nocaule mais pecolos, em relao ao acmulo total de Mn na matriaseca da parte area, ou seja: a) %Mn < 11 (FT-11); b) 13 < %Mn< 15,5 (FT-Estrela, Garimpo, IAC-8 e Primavera); c) Mn > 16(Cristalina, Doko, FT-Cometa, FT-Eureka, Paranaba, Savana,UFV-1, UFV-5 e UFV-10). Respostas aplicao de Mn foliarforam amplamente apresentadas e discutidas em VITTI & LUZ(1998).

    Mais recentemente, SILVA (2000), num Latossolo Verme-lho Amarelo distrfico muito argiloso de Uberaba-MG, compro-vadamente apresentando deficincias visuais de Mn e com teoresdesse elemento no solo de 1,6-0,2 e 0,2 mg dm-3 (DTPA) respecti-vamente nas profundidades de 0-10, 10-20 e 20-40 cm, comparouo fornecimento desse nutriente via foliar (sulfato de Mn nas dosesde 200 e 350 g ha-1 e quelatizados nas formas de Cl-, NO3- e SO42-na dose de 200 g ha-1) nos estdios V4 e R1, e via solo (sulfato e

    Nutriente Fonte

  • INFORMAES AGRONMICAS N 90 JUNHO/2000 13

    oxi-sulfato de Mn na dose de 4.000 g ha-1) havendo tratamento teste-munha. Os resultados mostraram que a produo de gros foi afeta-da significativamente pela aplicao desse nutriente via foliar, reve-lando aumento mdio de 550 kg/ha em relao testemunha, en-quanto os tratamentos via solo no diferiram significativamente datestemunha, tendo, entretanto, um aumento mdio de 265 kg/ha. Oteor de leo dos gros, bem como a qualidade das sementes, foiinfluenciado positivamente pelo fornecimento de Mn.

    Em reas com sintomas visuais de deficincia de Mn emsoja com trs e quatro anos sob plantio direto, na regio do Trin-gulo Mineiro, VITTI & LUZ (2000), na safra agrcola 1999/00,procederam a aplicao de produto quelatizado (Mn-EDTA basede sulfato, 10% Mn p/p, d = 1,30 g cm-3) na dosagem de 2,0 l doproduto ha-1, correspondente a 260 g ha-1 de Mn, acrescentando-se0,8 l ha-1 de leo mineral. A aplicao foi atravs de pulverizaoarea, com consumo de soluo de 20 l ha-1. As anlises de amos-tras foliares coletadas 19 dias aps a aplicao revelaram os se-guintes teores do nutriente, comparadas a parcelas sem aplicaodo mesmo:

    Cultivar - Mn + Mn - - - - - - - mg kg-1 - - - - - -Garimpo 29 69Conquista 9 42

    SILVA (2000), utilizando a cultivar MG/BR-48 (GARIMPORCH) num Latossolo Vermelho Amarelo distrfico muito argilosode Uberaba-MG, comparou fontes e modos de aplicao demangans, sendo o mangans via foliar aplicado nos estdios V4e R1. Os tratamentos aplicados, bem como os teores foliares deMn no estdio R4 e a produo de gros, esto apresentados naTabela 28.

    Assim, quanto aplicao de micronutrientes via foliar nacultura de soja, recomenda-se a dose de 250 (quelatizado) a 350 gha-1 (sal) de Mn, no estdio V4 repetindo-se se necessrio no estdioR1. Para os demais micronutrientes entendemos tambm que tendea crescer a possibilidade de utilizao via foliar, principalmentede Cu e Zn.

    Na Tabela 29 esto apresentadas fontes de micronutrientespara utilizao via foliar.

    Tabela 29. Fontes de micronutrientes para recomendao via foliar.

    Nutriente Fonte PS1

    Mangans Sulfato de Mn (MnSO4.4H2O = 25 a 28% Mn) 105Mn-EDTA (12% Mn) -

    Zinco Sulfato de Zn (ZnSO4.7H2O = 21-22% Zn) 75Na2Zn EDTA (14% Zn) -

    Cobre Sulfato de Cu (CuSO4.5H2O = 24% Cu) 22Na2Cu EDTA (14% Cu) -NaCu HEDTA (9% Cu) -

    1 PS = g/100 ml H2O a 20oC.

    c) Aplicao via sementeOs dois micronutrientes tradicionalmente aplicados via

    semente na cultura da soja so o molibdnio (Mo) e o cobalto,principalmente pelas baixas doses recomendadas dos mesmos, ouseja, 12 a 25 g ha-1 de Mo e 1 a 5 g ha-1 de Co (SFREDO et al.,1997a).

    As principais condies para ocorrncia de deficincia deMo so:

    Acidez elevada do solo Altos teores de xidos de Fe e Al Altos teores de SO42-. Analisando os fatores acima mencionados verifica-se que

    os trs ocorrem principalmente quando do cultivo da soja em so-los sob vegetao de cerrado, seja pela tendncia da reduo dasdoses de calcrio, prtica da gessagem, bem como pelo tipo deargila, ou seja, argilas sesquioxdicas de elevado ponto de cargazero (PCZ).

    As principais fontes de Mo so o molibdato de amnio[(NH4)2MoO4 com 48% Mo e PS = 40] e o molibdato de sdio(Na2MoO4.2H2O com 39% Mo e PS = 56). Quanto ao cobalto,tem-se o sulfato de cobalto (CoSO4 com 21% Co).

    Tabela 28. Teores foliares de Mn (R4) e dados de produo de gros e produo relativa de soja Garimpo em funo da aplicaode fontes e doses de Mn (SILVA, 2000).

    Tratamentos Mn Produo de gros Produo relativa

    mg kg-1 kg ha-1 %Testemunha 5,4 e* 2.247 b 100MnSO4.4H2O (350 g ha-1) foliar 50,8 bc 2.821 a 125MnSO4.4H2O (200 g ha-1) foliar 35,8 d 2.769 a 123Quelado Cl- (200 g ha-1) foliar 55,6 ab 2.782 a 124Quelado NO3- (200 g ha-1) foliar 63,6 a 2.788 a 124Quelado SO42- (200 g ha-1) foliar 45,4 c 2.827 a 126Mancozeb (200 g ha-1) foliar 29,8 d 2.659 ab 118MnSO4.4H2O (4.000 g ha-1) solo 11,0 e 2.499 ab 111Oxi-sulfato Mn (4.000 g ha-1) solo 8,4 e 2.526 ab 112Valor de F 50,56** 4,73**C.V. (%) 20,01 6,831 Letras minsculas: comparao em cada coluna, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

    ** Teste F significativo a 1%.

  • 14 INFORMAES AGRONMICAS N 90 JUNHO/2000

    SFREDO et al. (1997b) instalaram experimento em campo,em Latossolo Roxo eutrfico muito argiloso em Londrina-PR, apre-sentando na camada de 0-20 cm os seguintes atributos qumicos:pH (CaCl2) = 5,21, CTC = 108,4 mmolc dm-3, C = 15,7g kg-1 eV = 72%. Foram aplicados oito tratamentos com fontes demicronutrientes, conforme garantias dos produtos apresentadas aseguir: Cofermol p (10,63% Mo, 1,22% Co e 0,20% Fe), Cofer-mol L (5,0% Mo, 1,00% Co, 0,2% Fe e 4,0% Zn), Biocrop (6,0%Mo, 0,5% Co, 3,5% Zn e 2,5% B), Nutrimins (5,0% Mo e 1,0%Co) e Plantin II (0,2% Mo, 1,0% Fe, 6,0% Zn, 3,0% B, 0,5% Mn,0,5% Cu, 1,0% Mg, 1,5% Ca, 3,5% S e 4,5% N). Esses produtosforam aplicados via semente, com inoculao, e uma testemunharecebeu somente inoculante especfico para soja (200 g 50 kg-1 desemente).

    A avaliao dos tratamentos foi realizada atravs da anlisede folhas pela tcnica de diagnose foliar, anlise de nutrientes nogro e produo de gros e de protena.

    Na Tabela 30 esto apresentados os tratamentos aplicadose tambm os teores de nutrientes nas folhas e nos gros queapresentaram diferenas significativas.

    Na Tabela 31 esto apresentadas as produes de gros ede protena.

    Tabela 31. Produo de gros e de protena (SFREDO et al., 1997b).Tratamentos Gros - - - - - Protena - - - - -

    kg ha-1 g kg-1 kg ha-1

    1. Cofermol p 210 g.ha-1 3.550 ab(1) 385,5d 1.371 abc2. Cofermol L 300 mL ha-1 3.419 ab 406,3 bcd 1.389 ab3. Cofermol L 600 mL ha-1 3.454 ab 434,7ab 1.504 a4. Cofermol L 900 mL ha-1 3.335 abc 427,2 ab 1.428ab5. Nutrimins 500 mL ha-1 3.597 a 418,6 abc 1.505 a6. Biocrop 200 g ha-1 3.435 ab 442,7 a 1.521 a7. S inoculado (testemunha) 3.117 c 385,2 d 1.205 c8. Plantin II 1.000 g ha-1 3.285 bc 392,8 cd 1.291 bc

    C.V. (%) 5,42 4,66 8,00(1)

    Mdias seguidas de mesma letra nas colunas no diferem entre si peloteste de Duncan a 5%.

    Analisando os dados da Tabela 30 observa-se efeito signi-ficativo dos tratamentos nos teores foliares de N, Fe e Cu e nosteores dos gros para N, K e Mo, sendo o efeito mais pronunciadonos teores de Mo dos gros, tendo os tratamentos s inoculado (7)e com Plantin II (8) revelado valores significativamente inferioresaos demais tratamentos. Houve correlao negativa (r = - 0,85)entre os teores de K dos gros e a produtividade, evidenciando ofenmeno do efeito de diluio, pois quanto maior o rendimento,menor a concentrao desse nutriente nos gros.

    A aplicao de Mo via semente aumentou os teores de N e deMo nos gros bem como a produo de gros em at 480 kg ha-1 ede protena em at 300 kg ha-1, indicando a participao efetivadesse micronutriente no metabolismo do N.

    Num Latossolo Vermelho Amarelo franco-argilo-arenosode Planaltina-DF, GALRO (1999) realizou, por trs anos agr-colas, um experimento para comparar o efeito de trs mtodos deaplicao de cobre (solo, foliar e semente) sobre a produo desoja (Cu - Doko RC) e estabelecer nveis crticos para os teores decobre no solo e na folha. Os resultados esto apresentados na Ta-bela 32.

    Analisando os dados da Tabela 32 tem-se a considerar queno primeiro cultivo no houve diferena significativa entre os tra-tamentos, provavelmente, segundo o autor, pela ocorrncia de d-ficit hdrico (vernico) na fase de enchimento de gros. No 2 e no3 cultivos, as doses de 1,2 e 2,4 kg ha-1 de cobre aplicadas a lanoapenas por ocasio do primeiro cultivo ou no sulco de semeadu-ra, parceladamente, ou seja, 0,4 e 0,8 kg ha-1 de Cu por cultivo,respectivamente, propiciaram rendimentos mximos de gros. Adose de 2,4 kg ha-1 de Cu misturada s sementes e a dose de0,6 kg ha-1 de Cu aplicada nas folhas 20 dias aps a emergnciatambm tiveram rendimentos mximos de gros no 2 e no 3cultivos. Os nveis crticos de Cu no solo para os extratores HCl0,1 mol L-1, Mehlich 1, Mehlich 3 e DTPA pH 7,3 foram de 0,6,0,5, 0,5 e 0,6 mg dm-3 de Cu, respectivamente. O nvel de Cu nasfolhas foi de 3,9 mg kg-1.

    5.6.3. Critrios de recomendao de micronutrientesPara recomendao eficiente de micronutrientes necess-

    rio analisar o sistema de forma tcnica e prtica, ou seja, utilizan-do-se:

    Tabela 30. Anlise qumica de nutrientes que apresentaram diferenas significativas nas folhas e nos gros do cultivar BR-16 emfuno dos produtos aplicados na sementes (SFREDO et al. 1997b).

    N Fe Cu N K Mo Folha Semente g kg-1 - - - - - mg kg-1 - - - - - g kg-1 - - - - - - - mg kg-1 - - - - - - -1. Cofermol p 210 g ha-1 39,3 b(1) 188 b 8 c 61,7 d1 15,8 c 0,19 c2. Cofermol L 300 mL ha-1 38,5 b 167 b 8 c 65,0 bcd 15,8 c 0,43 b3. Cofermol L 600 mL ha-1 39,6 b 161 a 9 bc 69,6 ab 15,9 c 0,43 b4. Cofermol L 900 mL ha-1 39,3 b 238 a 10 ab 68,4 ab 15,9 c 0,65 a5. Nutrimins 500 mL ha-1 40,5 ab 158 b 10 ab 67,0 abc 15,8 c 0,20 c6. Biocrop 200 g ha-1 40,2 ab 160 b 10 ab 70,8 a 16,4 bc 0,14 c7. S inoculado 37,0 b 152 b 10 ab 61,6 d 18,0 a 0,05 d8. Plantin II 1.000 g ha-1 43,4 a 151 b 11 a 62,9 cd 17,4 ab 0,05 d

    C.V. (%) 5,3 17,71 8,82 4,66 4,28 19,59(1)

    Mdias seguidas de mesma letra nas colunas no diferem entre si pelo teste de Duncan a 5%.

    Tratamentos

  • INFORMAES AGRONMICAS N 90 JUNHO/2000 15

    - Anlise de solo,- Diagnose visual,- Diagnose foliar,- Bom senso, principalmente quanto a histrico

    da rea, efeito residual de fontes e prticas culturais adotadas.

    6. LITERATURA CITADA

    AMBROSANO, E.J.; TANAKA, R.T.; MASCARENHAS, H.A.A.;RAIJ. B. van; QUAGGIO, J.A. & CANTARELLA, H. Legu-minosas e Oleaginosas. In: RAIJ, B. van et al. (eds.). Reco-mendaes de Adubao e Calagem para o Estado de SoPaulo, 2.ed. Campinas: Instituto Agronmico & FundaoIAC, 1996. p.187-203.

    BORKERT, C.M.; YORINORI, J.T.; CORREA-FERREIRA, B.S.;ALMEIDA, A.M.R.; FERREIRA, L.P.; SFREDO, G.J. Sejao doutor da sua soja. In: Informaes Agronmicas, Pira-cicaba, n.66, Junho de 1994. 16p.

    BORKERT, C.M.; FARIAS, J.R.B.; SFREDO, G.J.; TUTIDA, F.;SPOLADOR, C.L. Resposta da soja adubao e disponibili-dade de potssio em Latossolo Roxo distrfico. Pesquisa Agro-pecuria Brasileira, Braslia, v.32, n.12, p.1235-49, 1997.

    BRADY, N.C. Natureza e propriedades dos solos. 5 ed. Rio deJaneiro: Livraria Freitas Bastos S.A., 1979. 647p.

    CFSEMG - COMISSO DE FERTILIDADE DO SOLO DO ES-TADO DE MINAS GERAIS. Recomendaes para o uso decorretivos e fertilizantes em Minas Gerais, 5a. aproxima-o. Viosa/MG, 1999 (no prelo).

    CFS-RS/SC - COMISSO DE FERTILIDADE DO SOLO DOSESTADOS DO RIO GRANDE DO SUL E DE SANTACATARINA. Recomendaes de adubao e calagem paraos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. 3.ed.Passo Fundo: SBCS-Ncleo Regional Sul, 1944. 224p.

    EMBRAPA. Centro de Pesquisa Agropecuria dos Cerrados.Calagem e adubao para a cultura da soja nos cerrados.Braslia, 1984. 9p. (EMBRAPA-CPAC. Comunicado tcni-co, 38).

    EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa da Soja. Recomenda-es tcnicas para a cultura da soja no Paran. 1993/94.Londrina: OCEPAR/EMBRAPA-CNPSo, 1993. 128p. (EM-BRAPA-CNPSo. Documentos, 62).

    EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa da Soja. Recomenda-es tcnicas para o cultura da soja na Regio Central doBrasil. 1996/97. Londrina, 1996. 164p. (EMBRAPA-Soja. Do-cumento 96).

    EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Soja. Recomenda-es tcnicas para a cultura da soja na regio Central doBrasil 1998/99. Londrina, 1998. 182p. (Embrapa-Soja. Do-cumento 107).

    FASSBENDER, H. Qumica de suelos com enfasis en suelos deAmerica Latina. Costa Rica: Inst. Interamer. de CinciasAgrcolas, 1978. 389p.

    GALRO, E.Z. Mtodos de aplicao de cobre e avaliao dadisponibilidade para a soja num Latossolo Vermelho Amare-lo franco-argilo-arenoso fase cerrado. Revista Brasileira deCincia do Solo, v.23, p.265-272, 1999.

    GODO, G.H.; REISENAUER, H.M. Plant effects on soil man-ganese avaiability. Soil Science Society of America Journal,Madison, v.44, p.993-995, 1980.

    HUNGRIA, M.; VARGAS, M.A.T.; CAMPO, R.J.; GALERANI,P.R. Adubao nitrogenada na soja. 1997. 4p. (EMBRAPA.Comunicado Tcnico, 57).

    LOPES, A.S.; GUILHERME, L.R.G.; MARQUES, R. Guia defertilidade do solo - verso multimdia. Lavras: UFLA/ANDA/POTAFOS, 1999.

    Tabela 32. Efeitos de mtodos de aplicao de cobre na cultura da soja (GALRO, 1999). Cultivo(2)

    1 2 3

    kg ha-1 - - - - - - - - - - - - - - - - - t ha-1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - -1 0,0 - 2,32 a 2,94 c 2,57 b2 0,4 Lano 2,30 a 3,05 bc 2,67 b3 1,2 Lano 2,31 a 3,44 a 3,22 a4 2,4 Lano 2,36 a 3,39 ab 3,13 a5 4,8 Lano 2,30 a 3,41 ab 3,10 a6 1,2 (3 x 0,4) Sulco 2,33 a 3,43 ab 3,19 a7 2,4 (3 x 0,8) Sulco 2,32 a 3,34 ab 3,20 a8 0,6 (20 DAE) Foliar 2,30 a 3,31 ab 3,22 a9 0,6 (20 + 40 DAE) Foliar 2,40 a 3,39 ab 3,11 a

    10 2,4 Semente 2,25 a 3,38 ab 3,14 a

    C.V. (%) 5,9 8,9 7,7(1)

    Fontes de Cu: Solo = CuSO4.5H2O (25% Cu).Folha = CuSO4.5H2O (5 g L-1).Semente = CuO (798 g kg-1 de Cu).

    (2) Mdias seguidas de mesma letra, em cada coluna, no diferiram entre si pelo teste de Duncan a 5%.

    Tratamentos Dose de Cu(1) Modo

  • 16 INFORMAES AGRONMICAS N 90 JUNHO/2000

    MASCARENHAS, H.A.A.; TANAKA, R.T. Soja. Leguminosase Oleaginosas. In: RAIJ, B. van; CANTARELLA, H.;QUAGGIO, J.A.; FURLANI, A.M.C. (eds.). Recomendaesde Adubao e Calagem para o Estado de So Paulo. 2.ed.Campinas: Instituto Agronmico & Fundao IAC, 1996.p.202-203.

    MASCARENHAS, H.A.A.; BULISANI, E.A.; MIRANDA,M.A.C.; BRAGA, N.R.; PEREIRA, J.C.V.N.A. Deficinciade potssio em soja no Estado de So Paulo: melhor entendi-mento do problema e possveis solues. O Agronmico, Cam-pinas, v.40, n.1, p.34-43, 1988.

    MASCARENHAS, H.A.A.; ITO, M.F.; TANAKA, M.A.S. de;TANAKA, R.T.; AMBROSANO, G.M.B.; MURAOKA, T.Efeito da adubao potssica no cancro da haste da soja.Summa Phytopathologica, v.23, n.3/4, p.217-221, 1997.

    MOREIRA, A. Influncia do magnsio na absoro e transportedo mangans e do zinco na soja. Piracicaba, 1999. 138p. Tese(Doutorado em Cincias, rea de concentrao: Energia nu-clear na agricultura) - Centro de Energia Nuclear na Agricul-tura/USP.

    NOVO, M.C.S.S.; TANAKA, R.T.; MASCARENHAS, H.A.A.;BORTOLETTO, N.; GALLO, P.B.; PEREIRA, J.C.V.N.A.;VARGAS, A.A.T. Nitrognio e potssio na fixao simbiticade N2 por soja cultivada no inverno. Scientia Agrcola,Piracicaba, v.56, n.1, p.143-155, 1999.

    NRS-SBCS. Resumo do Workshop Adubao e Calagem emSistema Plantio Direto. Santa Maria: Ncleo Regional Sulda Sociedade Brasileira de Cincia do Solo (NRS-SBCS), se-tembro de 1997. 3p.

    OLIVEIRA, E.F.; BALBINO, L.C. Efeito de fontes e doses denitrognio aplicadas em cobertura nas culturas de milho,trigo e algodo. Cascavel: SN-Centro/OCEPAR. (RelatriosTcnicos, 1992, 1993 e 1995).

    OLIVEIRA, M.W. de; SEDIYAM, C.S.; NOVAIS, R.F. de;SEDIYAMA, T. Crescimento de cultivares de soja em condi-es de baixa disponibilidade de mangans no solo. II. Con-centrao e alocao do mangans. Revista Ceres, v.44, n.251,p.43-52, 1997.

    RAIJ, B. van; SILVA, N.M. da; BATAGLIA, O.C.;CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J.A.; FURLANI, A.M.C.(eds.). Recomendaes de adubao e calagem para o Es-tado de So Paulo. Campinas: Instituto Agronmico & Fun-dao IAC, 1996. 285p. (Boletim Tcnico, 100 - 2 edio).

    S, J.C. de M. Reciclagem de nutrientes dos resduos culturais eestratgia de fertilizao para produo de gros, no sistemaplantio direto. In: SEMINRIO SOBRE O SISTEMA PLAN-TIO DIRETO NA UFV. Viosa, 1998. Anais... UFV, 1998.p.19-61.

    SACRAMENTO, L.V.S. do; ROSOLEM, C.A. Eficincia de ab-soro e utilizao de potssio por plantas de soja em soluonutritiva. Bragantia, Campinas, v.57, n.2, p.355-65, 1998.

    SFREDO, G.J.; BORKERT, C.M.; LANTMANN, A.F.; MEYER,M.C.; MANDARINO, J.M.G.; OLIVEIRA, M.C.N. Molib-dnio e cobalto na cultura da soja. Londrina: EMBRAPA-CNPSo, 1997a. 18p. (EMBRAPA-CNPSo. Circular tcnica,16).

    SFREDO, G.J.; BORKERT, C.M.; NEPOMUCENO, A.L.; OLI-VEIRA, M.C.N. de. Eficcia de produtos contendo micro-nutrientes, aplicados via semente, sobre produtividade e teo-res de protena da soja. Revista Brasileira de Cincia doSolo, Campinas, v.21, p.41-45, 1997b.

    SILVA, M.M. Fontes de mangans aplicadas na cultura da soja,cultivada em solo de cerrado. Piracicaba, 2000. 172p. Tese(Doutorado) - Escola Superior de Agricultura Luiz deQueiroz/USP.

    SILVA, M.M. Fontes e modos de aplicao de mangans na nu-trio, produo e qualidade da soja, cultivada em solo decerrado. Piracicaba, 2000. 174p. Tese (Doutorado) - EscolaSuperior de Agricultura Luiz de Queiroz/USP.

    SOUZA, D.M.G. de; LOBATO, E.; MIRANDA, L.N. de. Corre-o do solo e adubao da cultura da soja. In: ARANTES,N.E.; SOUZA, P.I.N. de (eds.). Cultura da soja nos cerra-dos. Piracicaba: POTAFOS, 1993. p.137-158.

    SOUZA, D.M.G.; LOBATO, E.; REIN, T.A. Uso do gesso agr-cola nos solos dos cerrados. Planaltina: EMBRAPA-CPAC,1996. 20p. (EMBRAPA-CPAC. Circular tcnica 32).

    SOUZA, D.M.G.; MIRANDA, L.N.; LOBATO, E. Interpreta-o de anlise de terra e recomendao de adubos fosfa-tados para as culturas anuais nos cerrados. Planaltina:EMBRAPA-CPAC, 1997. 7p. (EMBRAPA-CPAC. Comuni-cado tcnico, 51)

    VENTIMIGLIA, L.A.; COSTA, J.A.; THOMAS, A.L.; PIRES,J.L.F. Potencial de rendimento da soja em razo da disponi-bilidade de fsforo no solo e dos espaamentos. PesquisaAgropecuria Brasileira, Braslia, v.34, n.2, p.195-199, 1999.

    VITTI, G.C. Micronutrientes na cultura da soja. Workshop. SoPaulo: Manah S.A. Fertilizantes, 1999. 25p. (mimeografado).

    VITTI, G.C. O enxofre no solo. In: BULL, L.T. & ROSOLEM,C.A. (ed.). Interpretao de anlise qumica de solo e plan-ta para fins de adubao. Botucatu: Fundao de Estudos ePesquisas Agrcolas e Florestais, 1989. p.129-175.

    VITTI, G.C. Utilizao Agronmica de Corretivos Agrcolas.Piracicaba: ESALQ-GAPE, 2000. 53p. (ESALQ/LSN - Cur-so de Especializao em Manejo do Solo. Mdulo 2 - Fertili-dade do Solo e Adubao).

    VITTI, G.C.; MALAVOLTA, E. Fosfogesso: uso agrcola. In:MALAVOLTA, E. (coord.). SEMINRIO SOBRE COR-RETIVOS AGRCOLAS. Piracicaba, 1983. Campinas:Fundao Cargill, 1985. p.161-201.

    VITTI, G.C.; LUZ, P.H.C. de. Manejo qumico do solo para altaprodutividade da soja. In: CMARA, G.M.S. (ed.). Tecnologiada produo. Piracicaba, 1998. p.84-112.