Adoçantes

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Adoçantes: O que você precisa saber Por Marlene Merino Alvarez Os edulcorantes artificiais chamados popularmente de adoçantes são alvo de diversas dúvidas, sobretudo quando se trata de saber qual o mais adequado para o tratamento do diabetes. Um mito importante que precisa ser combatido é que somente o uso do adoçante seria suficiente para o tratamento dietético do diabetes. Isso não é verdade, já que a maior parte dos alimentos possui carboidratos (açúcares) que aumentam de maneira similar a glicose no sangue. Contudo é recomendável que o adoçante seja usado em substituição ao açúcar (sacarose) para minimizar a restrição dos outros carboidratos no plano alimentar. Para a escolha adequada do adoçante deve se considerar a segurança, o paladar e o custo. O adoçante seguro é aquele que sofre regulação de órgãos oficiais com comprovada credibilidade científica, os quais liberam ou não o consumo para humanos, além de determinar a dose máxima por dia. Lembrar que não se pode deixar de contar o número de gotas. Dica: não ultrapassar de 10 gotas/copo, até conferir com a recomendação do Nutricionista. Quanto ao paladar devem ser verificados quais os adoçantes que podem ir ao fogo e o seu poder de adoçar, para que o uso incorreto (altas temperaturas e excesso de gotas) não acentue o resíduo amargo. E finalmente o custo, embora seja um dos principais determinantes na escolha dos adoçantes, deve-se avaliar o custo/benefício no momento da compra do adoçante, uma vez que o produto será utilizado de maneira contínua por muitos anos. Dúvidas mais freqüentes sobre os adoçantes Causam câncer? Existem vários estudos na literatura científica que comprovam a segurança do uso dos adoçantes para pacientes diabéticos, desde que recomendados pelo médico ou nutricionista e utilizados na quantidade adequada para consumo diário. Engordam ou emagrecem? O adoçante é apenas um coadjuvante (substitui a sacarose) nas dietas para perder peso. Ele não possui o efeito de emagrecer ou engordar.

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Adoçantes: O que você precisa saber

Por Marlene Merino Alvarez

Os edulcorantes artificiais chamados popularmente de adoçantes são alvo de diversas dúvidas, sobretudo quando se trata de saber qual o mais adequado para o tratamento do diabetes. Um mito importante que precisa ser combatido é que somente o uso do adoçante seria suficiente para o tratamento dietético do diabetes. Isso não é verdade, já que a maior parte dos alimentos possui carboidratos (açúcares) que aumentam de maneira similar a glicose no sangue. Contudo é recomendável que o adoçante seja usado em substituição ao açúcar (sacarose) para minimizar a restrição dos outros carboidratos no plano alimentar.

Para a escolha adequada do adoçante deve se considerar a segurança, o paladar e o custo. O adoçante seguro é aquele que sofre regulação de órgãos oficiais com comprovada credibilidade científica, os quais liberam ou não o consumo para humanos, além de determinar a dose máxima por dia. Lembrar que não se pode deixar de contar o número de gotas. Dica: não ultrapassar de 10 gotas/copo, até conferir com a recomendação do Nutricionista.

Quanto ao paladar devem ser verificados quais os adoçantes que podem ir ao fogo e o seu poder de adoçar, para que o uso incorreto (altas temperaturas e excesso de gotas) não acentue o resíduo amargo. E finalmente o custo, embora seja um dos principais determinantes na escolha dos adoçantes, deve-se avaliar o custo/benefício no momento da compra do adoçante, uma vez que o produto será utilizado de maneira contínua por muitos anos.

Dúvidas mais freqüentes sobre os adoçantes

Causam câncer? Existem vários estudos na literatura científica que comprovam a segurança do uso dos adoçantes para pacientes diabéticos, desde que recomendados pelo médico ou nutricionista e utilizados na quantidade adequada para consumo diário.

Engordam ou emagrecem? O adoçante é apenas um coadjuvante (substitui a sacarose) nas dietas para perder peso. Ele não possui o efeito de emagrecer ou engordar.

Podem ser usados na gravidez? Sim, desde que orientados pelo médico ou nutricionista.

Na tabela abaixo são listados os tipos de adoçantes comumente usados no Brasil com a respectiva dose máxima e Instituição oficial que liberou para o consumo.

Edulcorantes Consumo máximo Instituição

Acesulfame K 15mg/dia/Kg FDA

Aspartame 40mg/dia/Kg FDA

Ciclamato de sódio 7mg/dia/Kg ANVISA

Estévia 5,5mg/dia/Kg ANVISA

Sacarina 5mg/dia/Kg FDA

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Sucralose 15mg/dia/Kg FDA

Contagem de Carboidratos

Existem vários métodos pelos quais as pessoas com diabetes podem planejar sua alimentação e manter os níveis de glicemia o mais próximo do normal possível, juntamente com a medicação e atividade física. Um desses métodos é a Contagem de Carboidratos.A Contagem de Carboidratos é uma estratégia nutricional, onde contabilizamos os gramas de carboidratos consumidos nas refeições e lanches, com o objetivo de manter a glicemia dentro de limites convenientes. A razão pela qual você deve focalizar em contar gramas de carboidratos é porque os carboidratos tendem a ter maior efeito na sua glicemia.

Quando você entende como contar carboidratos, você tem uma maior variedade na escolha dos alimentos que compõem o seu plano alimentar. E também, pode controlar sua glicemia mais precisamente.

Esta estratégia nutricional pode ser utilizada por qualquer pessoa com diabetes, sendo muito útil, até mesmo indispensável, para aquelas pessoas que utilizam como forma de tratamento a terapia com múltiplas doses de insulina ou sistema de infusão contínua de insulina, onde esta poderá ser ajustada, baseada no que a cada pessoa consome de alimentos.

Itens indispensáveis para utilizar a contagem de carboidratos:

Acompanhamento de um endocrinologista, que incentive esta Terapia Nutricional e possíveis ajustes.

Acompanhamento com um profissional Nutricionista com experiência no atendimento a pessoas com diabetes e Contagem de Carboidratos.

Motivação do portador de diabetes e equipe para iniciar uma nova Terapia Nutricional.

Anotar todos os alimentos consumidos e quantidades (em medida caseira), para descobrir a quantidade de carboidrato que está sendo ingerido.

Saber ler e escrever, ou pelo menos ter noção de medidas caseiras.

Medir a glicemia mais vezes, em diferentes horários, de acordo com o esquema estabelecido pela equipe. Esta é única maneira de saber a resposta individual dos alimentos, bem como se seu plano alimentar e tratamento estão adequados. Sua glicemia mostra quando e quais mudanças são necessárias.

Conhecendo os Carboidratos

A maior parte dos carboidratos que ingerimos vêm de 4 grupos de alimentos:

Grupo do pão (arroz, batata, mandioca, milho,massas, biscoitos doces e salgados, cereais)

Grupo da fruta (todas)

Grupo do leite (leite, iogurte)

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Grupo dos vegetais

Praticando a Contagem:

02 Fatias de pão de forma: 24g carboidrato01 colher (chá) margarina light: 001 copo de iogurte light: 15 g carboidrato01 banana pequena: 15g carboidratoTotal: 54g carboidrato

Sabendo a quantidade que você deve consumir de carboidratos por refeição, você pode variar seu cardápio, utilizando alimentos diferentes. É importante respeitar sempre as quantidades de carboidratos estabelecidas, manter o peso corporal e glicemias saudáveis.

A quantidade de carboidratos que você deve consumir diariamente varia de pessoa para pessoa, bem como a sua distribuição que deve ser estabelecida individualmente ao longo do dia. O nutricionista que o acompanha definirá a quantidade de carboidratos das refeições e lanches com base nas informações abaixo:

Idade

Peso / altura

Circunferência abdominal

Quando e quanto realiza atividade física

Ação dos medicamentos prescritos pelo seu médico para tratar o diabetes

Metas de peso corporal

Valores laboratoriais

Alergias e intolerâncias alimentares

Preferências e aversões alimentares

Aspectos sócio-culturais e estilo de vida

A Contagem de carboidratos permite maior flexibilidade ao plano alimentar, sem perder de vista a alimentação saudável para atingir os objetivos de tratamento traçados pela equipe que o acompanha