Adminstracao de Logistica e Producao
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2
Instituição Credenciada pelo MEC – Portaria 4.385/05
Unis - MG
Centro Universitário do Sul de Minas
Unidade de Gestão de Pós-graduação – GEPÓS
Av. Cel. José Alves, 256 - Vila Pinto
Varginha - MG - 37010-540
Mantida pela
Fundação de Ensino e Pesquisa do Sul de Minas – FEPESMIG
Varginha/MG
Todos os direitos desta edição reservados ao Unis-MG.
É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou parte do mesmo, sob qualquer meio, sem
autorização expressa do Unis-MG.
3
FAGUNDES, Liliane Dolores.
Guia de Estudo – Gestão da Cadeia de
Abastecimento – Liliane Dolores Fagundes.
Varginha: GEPOS- UNIS/MG, 2010.
83 p.
1. Administração da produção e operações. 2.
Planejamento Estratégico Da Produção E Fatores Críticos
De Sucesso. 3. Planejamento Do Sistema De Movimentação
E Armazenagem De Materiais. 4. Eadi- estação aduaneira
do interior. 5. Programando o suprimento. I. Título.
4
Reitor
Prof. Ms. Stefano Barra Gazzola
Gestão de Pós-graduação
Prof. Ms. Guaracy Silva
Design Instrucional e Diagramação
Prof. Celso Augusto dos Santos Gomes
Rogério Martins Soares
Núcleo Pedagógico
Profª. Ms. Terezinha Nunes Gomes Garcia
Profª. Drª. Gleicione Aparecida Dias Bagne de Souza
Revisão Ortográfica / Gramatical
Gisele Silva Ferreira
Autora
Ms. LILIANE DOLORES FAGUNDES
Graduada em Engenharia Mecânica com Ênfase em Produção pela Universidade Federal de Itajubá.
Mestre em Engenharia de Produção pela mesma universidade. Professora no UNIS no curso de
Engenharia de Produção. Engenheira do Controle da Qualidade de uma empresa do grupo Alcoa.
Acesso aos
dados
5
ÍCONES
REALIZE. Determina a existência de atividade a ser realizada.
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realizada. Fique atento a ele.
PESQUISE. Indica a exigência de pesquisa a ser realizada na busca por mais
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PENSE. Indica que você deve refletir sobre o assunto abordado para responder a
um questionamento.
CONCLUSÃO. Todas as conclusões, sejam de ideias, partes ou unidades do curso
virão precedidas desse ícone.
IMPORTANTE. Aponta uma observação significativa. Pode ser encarado como
um sinal de alerta que o orienta para prestar atenção à informação indicada.
HIPERLINK. Indica um link (ligação), seja ele para outra página do módulo
impresso ou endereço de Internet.
EXEMPLO. Esse ícone será usado sempre que houver necessidade de
exemplificar um caso, uma situação ou conceito que está sendo descrito ou
estudado.
SUGESTÃO DE LEITURA. Indica textos de referência utilizados no curso e
também faz sugestões para leitura complementar.
APLICAÇÃO PROFISSIONAL. Indica uma aplicação prática de uso profissional
ligada ao que está sendo estudado.
CHECKLIST ou PROCEDIMENTO. Indica um conjunto de ações para fins de
verificação de uma rotina ou um procedimento (passo a passo) para a realização
de uma tarefa.
SAIBA MAIS. Apresenta informações adicionais sobre o tema abordado de forma
a possibilitar a obtenção de novas informações ao que já foi referenciado.
REVENDO. Indica a necessidade de rever conceitos estudados anteriormente.
6
Sumário EMENTA ................................................................................................................................................... 6 1. ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO E OPERAÇÕES ................................................................... 7 1.1 Estudo de caso Ikea .................................................................................................................. 8 1.1.1 Produção nas organizações ................................................................................................... 11 1.2 Administração da produção em pequenas empresas ......................................................... 14 1.2.1 Estudo de caso Stagepoint ..................................................................................................... 14 1.3 Modelo de Transformação ...................................................................................................... 15 1.3.1 Inputs para o processo de transformação ............................................................................ 16 1.3.2 Processo de transformação .................................................................................................... 16 1.3.3 Outputs do processo de transformação ............................................................................... 16 2 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA PRODUÇÃO E FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO . 18 2.1 Papel da função produção ...................................................................................................... 18 2.2 Julgamento da contribuição da produção ............................................................................ 19 2.3 Objetivos de desempenho da produção ............................................................................... 21 2.4 Cinco objetivos de desempenho ............................................................................................ 22 2.5 O que é estratégia? .................................................................................................................. 23 2.5.1 Uma visão geral anterior ao surgimento da Estratégia de Manufatura ............................. 23 2.5.2 O Surgimento da Estratégia de Produção ............................................................................. 24 2.5.3 O que é estratégia de produção? ........................................................................................... 24 2.5.4 Hierarquia do Planejamento Operacional ............................................................................. 25 2.5.5 Conteúdo e processo da estratégia de produção ................................................................ 26 2.6 Prioridade dos objetivos de desempenho ............................................................................ 26 2.6.1 Influência do consumidor nos objetivos de desempenho .................................................. 27 2.6.1.1 Objetivos qualificadores e ganhadores de pedidos ........................................................ 30 2.6.2 Influência dos concorrentes nos objetivos de desempenho .............................................. 31 2.6.3 Influência do ciclo de vida dos produto/serviço nos objetivos de desempenho ............. 31 2.7 Áreas de decisão estratégica de operações ......................................................................... 35 2.7.1 Estratégias que influenciam o projeto ................................................................................... 35 2.7.2 Estratégias que influenciam o planejamento e controle ..................................................... 36 2.7.3 Estratégias que influenciam a melhoria ................................................................................ 36 2.7.4 A próxima vantagem competitiva? ........................................................................................ 36 3 PLANEJAMENTO DO SISTEMA DE MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM DE MATERIAIS ... 40 3.1 Armazém ................................................................................................................................... 41 3.2 EQUIPAMENTOS E TECNOLOGIAS DE MAM ....................................................................... 43 3.2.1 Veículos industriais ................................................................................................................. 44 3.2.1.1 Classificação ........................................................................................................................ 44 3.2.1.2 Características e tipos ........................................................................................................ 44 3.2.1.3 Usos e aplicações ............................................................................................................... 44 3.2.2 Equipamentos para elevação e transferência....................................................................... 46 3.2.2.1 Características e tipos ........................................................................................................ 46 3.2.2.2 Usos e aplicações ............................................................................................................... 46 3.2.2.3 Vantagens ............................................................................................................................. 46 3.2.2.4 Desvantagens ...................................................................................................................... 46 3.2.3 Transportadores contínuos .................................................................................................... 47 3.2.3.1 Características e tipos ........................................................................................................ 47 3.2.3.2 Usos e aplicações ............................................................................................................... 47 3.2.3.3 Vantagens ............................................................................................................................. 48 3.2.3.4 Desvantagens ...................................................................................................................... 48 4 EADI- ESTAÇÃO ADUANEIRA DO INTERIOR ............................................................................. 50 4.1 Contexto das EADI’s ................................................................................................................ 50 4.2 ESTAÇÃO ADUANEIRA INTERIOR - EADI ............................................................................. 50 4.3 Operações Realizadas na EADI .............................................................................................. 51 4.3.1 Regimes aduaneiros comuns ................................................................................................. 51 4.3.1.1 Exportação ........................................................................................................................... 51 4.3.1.2 Importação ........................................................................................................................... 51 4.3.2 Regimes Aduaneiros Especiais ............................................................................................. 52 4.3.2.1 Trânsito Aduaneiro .............................................................................................................. 52 4.3.2.2 Entreposto Aduaneiro ......................................................................................................... 53 4.3.2.3 Entreposto Industrial .......................................................................................................... 54 4.3.2.4 Admissão Temporária ......................................................................................................... 55
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4.3.2.5 Drawback .............................................................................................................................. 55 4.3.2.6 Exportação Temporária ...................................................................................................... 56 4.3.2.7 Depósito Alfandegado Certificado (DAC) ......................................................................... 56 4.3.2.8 Depósito Especial Alfandegado (DEA) .............................................................................. 56 4.4 Principais Serviços Oferecidos pela EADI ............................................................................ 56 4.4.1 Na Exportação .......................................................................................................................... 56 4.4.2 Na Importação .......................................................................................................................... 57 4.5 Principais Vantagens e Benefícios I ...................................................................................... 57 4.6 Como Funcionam as EADI’s ................................................................................................... 59 4.6.1 Aspectos Gerais do Funcionamento de uma EADI .............................................................. 59 4.7 Lista das Principais EADI’s Estabelecidas no Brasil ........................................................... 59 5 Programando o suprimento ........................................................................................................ 64 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................................... 80
EMENTA
A função produção na organização. Modelo de processos de produção e operações.
Cadeia cliente-fornecedor. Planejamento Estratégico da Produção: Estratégia
corporativa e Estratégia funcional. Objetivos estratégicos da função produção.
Classificação dos sistemas de produção. Matriz produto-processo. Modelo de Sistema
de Planejamento e Controle da Produção. Planejamento Agregado da Produção.
Programação Mestra da Produção. Gestão de Estoques. Técnicas e ferramentas para
solução dos problemas de organização e planejamento da produção. Supply Chain
Management; Planejamento do Arranjo Físico e dos Fluxos Internos; Tipos de Produção
e Tipos de Arranjo Físico; Manufatura Celular; Planejamento do Sistema de
Movimentação e Armazenagem de Materiais; Equipamentos e tecnologias de MAM;
Simulação discreta para Projeto de Sistemas de MAM. Estratégias Logísticas; Cadeias
de suprimento eficientes vs flexíveis; Esquemas colaborativos; Projeto e Gestão de
Redes Logísticas; Localização de Instalações; Organização Logística; Operadores
Logísticos; Importação e Exportação, EADI’s.
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Administração de Logística e Produção
1. ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO E OPERAÇÕES
INTRODUÇÃO
A Administração da Produção trata da maneira pela qual as organizações
produzem bens e serviços. Embora nem sempre as pessoas que supervisionam sua
“produção” sejam chamadas gerentes de produção (gerentes de operações) isto é o que
elas são.
A administração da produção é um assunto prático que trata os problemas reais.
Desta forma, iniciaremos o estudo deste tema, analisando o exemplo prático de uma
organização, que tendo iniciado na Europa, é conhecida pela originalidade de sua
produção.
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO
E OPERAÇÕES
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Administração de Logística e Produção
1.1 Estudo de caso Ikea
Fonte: SLACK et al
Administração da Produção, 2002
A Ikea é um varejo de móveis que apresenta uma diferença. Com cerca de 100
lojas gigantes em cerca de 15 países, desenvolveu sua própria maneira especial de
vendas imóveis. Tipicamente, os consumidores da Ikea passam entre uma hora e meia e
duas horas na loja – bem mais do que nas lojas de móveis rivais. Uma razão importante
para isso é a eficácia da forma como organiza suas lojas. Todas são iguais nos aspectos
mais importantes, em todo o mundo. O design e a filosofia das operações de suas lojas
reproduzem o negócio original iniciado no sul da Suécia por Ingvar Kamprad nos anos
50. Nesta época, Kamprad foi bem-sucedido na venda de moveis por meio de catálogo.
Em resposta aos pedidos dos consumidores para que tornasse mais fácil a visualização
de alguns de seus móveis, construiu um showroom em Estocolmo, não no centro da
cidade, onde o terreno era caro, mas em suas redondezas. Em vez de comprar displays
caros, simplesmente organizou os móveis mais ou menos, na disposição em que se
encontrariam nos ambientes domésticos. Além disso, em vez de transportar os móveis
do depósito para o showroom, pedia que os consumidores os retirassem diretamente do
armazém. Essa abordagem “anti-serviço”, como foi descrita, é a base das lojas Ikea de
hoje.
Os móveis Ikea representam “valor pelo dinheiro” com ampla variedade de
escolha. Geralmente, são projetados para ser estocados e vendidos “encaixotados”, mas
sua montagem pelo consumidor é fácil. Todas as lojas são projetadas em torno do
mesmo conceito de serviço: facilidade de localização, estacionamento, movimentação
em seu interior e simplicidade para fazer o pedido e retirar os bens adquiridos. Na
entrada de cada loja, há grandes quadros de avisos que proclamam a filosofia da Ikea e
orientam os consumidores ainda não acostumados com o estabelecimento. Catálogos
estão também disponíveis nesse ponto, mostrando ilustrações, dimensões e variedade de
produto à disposição. Talvez mais importante para os compradores com crianças, há
também uma área de lazer, um pequeno cinema, uma sala para cuidados com bebês e
banheiros. Os pais podem deixar seus filhos na área de lazer supervisionada por algum
tempo. Cada criança é vestida com um avental amarelo numerado para facilitar a
localização dos pais por meio de um sistema de alto-falantes, caso ocorra qualquer
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Administração de Logística e Produção
problema. Os consumidores podem também tomar carrinhos emprestados, caso desejem
manter seus filhos próximos enquanto estiverem no interior da loja.
Algumas partes do showroom mostram “ambientes montados”, enquanto outras exibem,
por exemplo, todas as camas reunidas, o que permite aos consumidores fazer
comparações. Eles não são abordados por qualquer vendedor, que oferece ajuda ou
orientação. A filosofia da Ikea é não “atrapalhar” os consumidores dessa maneira, mas
deixá-los à vontade e com tempo de pensar. Se um consumidor desejar orientação, há
pontos de informações no showroom onde funcionários, com uniformes vermelhos
vivos, podem ajudá-lo e orientá-lo, fornecendo réguas, papel para esquemas e assim por
diante. Cada móvel possui uma etiqueta indicando suas dimensões, preço, materiais
usados, país de origem e outras cores disponíveis. Há também um código numérico que
indica sua localização no depósito, onde pode ser retirado. As etiquetas dos itens de
grandes dimensões orientam os interessados para que se dirijam ao setor de informações
para mais esclarecimentos. Após visitar o showoom, os consumidores passam para uma
área de auto-serviço, onde pequenos itens são expostos em prateleiras. Eles podem ser
retirados diretamente das prateleiras pelos consumidores e colocados em sacolas
amarelas ou carrinhos. Depois, os consumidores passam pelo armazém de auto-serviço,
onde podem retirar os itens visualizados no showroom. Finalmente, pagam nos caixas,
construídos com esteiras rolantes que movimentam as compras até os funcionários na
área de saída. Nessa área, há pontos de informações e serviços e, freqüentemente, uma
lanchonete com comida sueca típica. Uma grande área de transporte permite que os
consumidores tragam seus carros do estacionamento para carregar as compras. Qualquer
consumidor que tenha comprado além da capacidade de carga de seu carro pode alugar
ou comprar ou bagageiro.
Questões:
1. Como o projeto de produção da Ikea difere da maior parte das operações de
varejo de móveis?
2. Quais você considera serem os maiores problemas em administrar operações
como a Ikea?
3. O que você identifica com a “função produção” dentro da Ikea. Como
ela difere da “função de vendas”?
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Administração de Logística e Produção
Por que a Ikea está preparada para sobreviver e prosperar Porque ela conhece
seu mercado e sabe como atender a necessidade de seus consumidores A Ikea
impressiona na inovação e eficácia de sua administração da produção, responsável pelos
funcionários que ajudam os clientes, mantém a loja estocada e o ambiente arrumado e
pelos que projetam, planejam, controlam e constantemente melhoram o jeito de fazer as
coisas. A figura 1 ilustra algumas atividades de que a Administração da Produção da
Ikea necessita tomar conta.
Algumas definições:
A função da produção (ou simplesmente função produção): representa a
reunião de recursos destinados à produção de bens e serviços.
Gerentes de produção são os funcionários da organização que exercem
responsabilidade particular de administrar algum ou todos os recursos
envolvidos pela função produção. Em algumas organizações pode receber
outro nome, por exemplo: gerente de tráfego em uma distribuidora, gerente
administrativo em um hospital ou gerente de loja em um supermercado.
Administração da produção (ou de operações) é o termo utilizado para as
atividades, decisões e responsabilidades dos gerentes de produção.
Se a produção for eficaz, como é o caso da Ikea, deve usar eficientemente seus
recursos e produzir bens e serviços de maneira que satisfaça seus consumidores. Além
disso, deve ser criativa, inovadora e vigorosa para introduzir formas novas e melhoradas
de produzir bens e serviços. Se a produção puder fazer isso, proporcionará à
organização meios de sobrevivência à longo prazo, porque dará a ela vantagem
competitiva sobre seus rivais comerciais. Uma forma de justificar a adoção dessa idéia
em uma organização que não visa o lucro é afirmar que a produção eficaz fornece os
meios para ela atender a seus objetivos estratégicos a longo prazo.
11
Administração de Logística e Produção
Figura 1: Algumas atividades da Administração da Produção da Ikea (fonte: Slack et
al, 2002)
1.1.1 Produção nas organizações
A função produção é central para a organização porque produz os bens e
serviços que são a razão de sua existência, mas não é a única nem, necessariamente, a
mais importante, é, entretanto, uma das três funções centrais de qualquer organização,
que são:
A função marketing (que inclui vendas): é responsável por comunicar
os produtos ou serviços de uma empresa para seu mercado de modo a
gerar pedidos de serviços e produtos por consumidores;
A função desenvolvimento de produto serviço- que é responsável por
criar novos produtos e serviços ou modifica-los, de modo a gerar
solicitações futuras de consumidores por produtos e serviços;
Desenho de
produtos elegantes
que possam ser
empacotados de
forma eficiente
Desenho do arranjo
físico da loja que
proporcione
circulação suave e
eficaz.
Garantia de que o
serviço dos
funcionários encoraje
suas contribuições
para o sucesso da
empresa
Lojas com
tamanho
apropriado e
localização
eficaz
Manutenção de
áreas de estocagem
limpas e seguras Rápida
reposição
de produtos
Exame contínuo
e apropriado das
práticas de
produção
Monitoramento e
aumento da
qualidade do
serviço prestado
aos consumidores
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Administração de Logística e Produção
A função produção- que é responsável por satisfazer as solicitações de
consumidores por meio da produção e entrega de produtos e serviços.
As funções de apoio, que suprem e apóiam a a função produção, são:
A função contábil-financeira- que fornece as informações para ajudar
os processos decisórios econômicos e administra os recursos financeiros
da organização;
A função recurso humanos- que tanto recruta e desenvolve os
funcionários da organização, como também encarrega-se de seu bem
estar.
Organizações diferentes podem chamar suas funções de nomes diferentes e
podem ter funções de apoio diferentes. No entanto, a maioria das organizações possui as
três funções centrais.
É importante destacar que o nome das funções, as fronteiras e as
responsabilidades variam entre organizações, e também que não existe uma distinção
clara entre as funções centrais ou entre as funções centrais e as de apoio. Por este
motivo, muitos problemas interessantes em administração (e as oportunidades de
melhoria) baseiam-se nas fronteiras justapostas entre as funções. Por exemplo, no
estudo da Administração da Produção pode ser tratado da função produção central que
compreende todas as atividades necessárias para o atendimento das solicitações diárias
dos consumidores. Isso inclui comprar produtos e serviços de fornecedores e entregar
produtos e serviços para consumidores. Portanto, o que para algumas empresas são
consideradas as funções separadas de “compras” e “distribuição”, em nosso estudo é
parte central da administração da produção.
13
Administração de Logística e Produção
Figura 2: Funções centrais e de apoio (fonte: Slack et al, 2002)
A tabela abaixo mostra as atividades das funções centrais de algumas empresas:
Tabela 1: Atividades das funções centrais de algumas empresas
Atividades funcionais centrais Cadeia de fast-food Fabricante de móveis
Marketing e vendas - Fazer propaganda em televisão.
- Inventar material promocional.
- Fazer propaganda em
revistas.
- Determinar a política de
preços.
- Vender para lojas.
Desenvolvimento de produto ou
serviço
- Inventar hambúrgueres, pizzas,
etc.
- Projetar a decoração dos
restaurantes.
- Projetar novos móveis.
- Coordenar com cores da
moda.
Produção - Fazer hambúrgueres, pizzas,
etc.
- Servir aos clientes.
- Fazer a limpeza.
- Manter o equipamento.
- Fazer peças.
- Montar os móveis.
14
Administração de Logística e Produção
1.2 Administração da produção em pequenas empresas
A diferença com uma empresa de grande porte é principalmente que os
funcionários devem ser mais flexíveis para realizar qualquer tipo de função, de acordo
com a necessidade e a demanda. Enquanto uma empresa de grande porte tem recursos
para investir separadamente em funcionários específicos para cada uma das tarefas, uma
empresa menor necessita que o funcionário seja responsável por várias atividades ao
mesmo tempo.
1.2.1 Estudo de caso Stagepoint
"Podemos ser uma empresa pequena, mas muitos de nossos consumidores são
grandes indústrias ou empresas de produção que esperam de nós um nível de serviço tão
profissional como de qualquer um de seus fornecedores. Também esperam de nós
aconselhamento, que disponibilizemos nossos serviços em qualquer parte do mundo e
nunca os deixemos na mão."
Richard Carleton, um dos três diretores da Stagepoint, empresa de serviços
teatrais em Midlands, Inglaterra, (fundou a empresa com um amigo em 1995, quando
resolveu encerrar sua carreira de contador e transformar seu hobby em negócio. De fato,
a Stagepoint, que agora emprega 12 pessoas, consiste de duas empresas: a Stagepoint
Technical Services, que aluga e vende equipamento de luz, som, efeitos especiais e de
palco para produções teatrais, conferências e eventos, e a Stagepoint Production. que
oferece serviço completo de projeto, "visualização" e instalação para espetáculos e
eventos. Os consumidores variam de grandes empresas internacionais, que desejam um
evento como, por exemplo, um congresso de vendas na Riviera, até sociedades de teatro
amador.
"Uma das razões pelas quais ternos sido bem-sucedidos é o fato de estarmos
tentando oferecer um serviço de qualidade superior ao de nossos concorrentes. Todo
equipamento é checado e limpo antes de ser alugado e estamos dispostos a reagir
prontamente quando um consumidor está com problemas. Basicamente, tentamos
conduzir uma organização eficiente e de resposta rápida, ao mesmo tempo que
oferecemos alto nível de criatividade em nossos projetos. Todavia, embora seja vital o
feito como administramos nossas operações, nem sempre pensamos em administração
da produção, marketing ou finanças como atividades separadas. Uma empresa pequena
não pode arcar com isso. De certa forma, todos precisam estar preparados para fazer
15
Administração de Logística e Produção
qualquer coisa. Em um dia típico de trabalho, eu talvez tenha que gastar algum tempo
vendendo um serviço para um cliente prospectivo, ou tenha que ajudar a instalar um
equipamento no Centro Nacional de Exposições, que é aqui perto, ou ainda tenha que
tentar descobrir por que um cliente está atrasando o pagamento. Ao mesmo tempo,
posso ter que tentar descobrir por que um de nossos caminhões ficou detido na fronteira
tcheca, quando os equipamentos estão sendo esperados no dia seguinte. E bem diferente
de ser um contador."
1. Qual é a justaposição entre produção, marketing e desenvolvimento de
produto/serviço na Stagepoint?
Você já esteve em uma empresa de grande porte e uma de pequeno porte? Se
sim, faça uma comparação entre estes dois tipos. Se não, converse com pessoas que
conheçam estes dois tipos de empresa e consiga uma comparação entre estes dois tipos
de empresas.
1.3 Modelo de Transformação
Qualquer operação produz bens ou serviços, ou um misto dos dois, faz isso por
um processo de transformação. Qualquer atividade de produção pode ser vista conforme
o modelo da figura 3, input-transformação-output. Imaginemos o exemplo de um
hospital e de uma montadora de veículos que olhadas de bem longe refletem este
modelo e as particularidades vão surgindo à medida que chegamos mais perto.
Figura 3: Modelo de transformação (fonte: Slack et al, 2002)
16
Administração de Logística e Produção
Tabela 2: Algumas operações descritas como processos de input-transformação-output
Operação Recursos de input Processo de
transformação
Outputs
Linha Aérea - Avião
- Pilotos e equipe de
bordo
- Equipe de terra
- Passageiros e
carga
Transportar
passageiros e cargas
pelo mundo
Passageiros e
cargas
transportados
Loja de
departamento
- Produtos à venda
- Equipe de venda
- Registros
computadorizados
- Clientes
- Dispor os bens
- Fornecer
conselhos de
compra
- Vender os bens
Consumidores e
produtos juntos
1.3.1 Inputs para o processo de transformação
Os inputs para a produção podem ser classificados em:
Recursos transformados: materiais, informações e consumidores.
Recursos de transformação: os que agem sobre os recursos transformados,
instalações (prédios, equipamentos, terreno e tecnologia do processo de produção) e
funcionários.
1.3.2 Processo de transformação
O propósito do processo de transformação das operações está diretamente
relacionado com a natureza de seus recursos de input transformados.
Processamento de materiais
Processamento de informações
Processamento de consumidores
1.3.3 Outputs do processo de transformação
Os outputs e o propósito do processo de transformação são bens físicos e ou
serviços.
17
Administração de Logística e Produção
Exercício
Com base na figura 3 e na tabela 2, esquematize pelo menos dois processos de
transformações.
18
Administração de Logística e Produção
2 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA PRODUÇÃO E FATORES
CRÍTICOS DE SUCESSO
Para iniciar o estudo sobre este tema veremos o que é a função produção e qual
seu papel dentro de uma organização.
2.1 Papel da função produção
Nas organizações a função produção é a área responsável pela produção dos
bens e serviços demandados pelos consumidores. No entanto, a função produção possui
três papéis particularmente importantes:
Apoio para a estratégia empresarial: a produção deve desenvolver seus recursos
para que forneçam as condições necessárias para permitir que a organização
atinja seus objetivos estratégicos. Por exemplo, se um fabricante de
microcomputadores decidiu competir para ser o primeiro no mercado com
produtos inovadores, sua função produção deve ser capaz de enfrentar as
mudanças exigidas pela inovação contínua. Deve desenvolver ou comprar
processos que sejam flexíveis o suficiente para fabricar novos produtos e
componentes. Deve organizar e treinar seus funcionários para que eles entendam
como os produtos estão mudando e façam as mudanças necessárias na produção.
Deve desenvolver relacionamentos com os fornecedores que os ajudem a
responder rapidamente no fornecimento de novos componentes. Quanto melhor
for a produção ao fazer essas coisas, mas apoio estará dando para a estratégia
competitiva da empresa.
Implementadora da estratégia empresarial: a maioria das empresas possui algum
tipo de estratégia, mas é a produção que a coloca em prática. Afinal, você não
pode tocar uma estratégia, não pode vê-la; tudo o que você pode ver é como a
produção se comporta na prática. Por exemplo, se uma linha aérea possui
estratégia de atrair maior proporção de passageiros que viajam a negócio, é a
parte produção de cada função que tem a tarefa de operacionalizar a estratégia. É
a produção de marketing que deve organizar atividades de promoção e
estabelecer o preço apropriado. A produção de recursos humanos precisa treinar
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA PRODUÇÃO E
FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO
19
Administração de Logística e Produção
sua tripulação e equipe de terra para atingir níveis elevados de serviços aos
consumidores. E o que é mais importante: a função produção terá que
supervisionar a manutenção das aeronaves, organizar os serviços de bilhetes, o
manuseio de bagagens e as instalações de espera, orientar a preparação de
alimentos e bebidas especiais e o entretenimento durante os vôos. A implicação
deste papel para a função produção é muito significativa. Isso significa que
mesmo a estratégia mais original pode tornar-se totalmente ineficaz por uma
função produção inepta.
Implusionadora da estratégia empresarial: Qualquer empresa que faz produtos
e/ou serviços melhores, mais rápidos, em tempo, em maior variedade e mais baratos do
que seus concorrentes e possui a melhor vantagem a longo prazo que qualquer empresa
poderia desejar. E, o que é mais importante, uma produção que tenha desenvolvido a
capacidade de lidar com qualquer requisito futuro do mercado estará garantindo a
organização os meios para o sucesso futuro. Dessa forma, tanto o sucesso de curto prazo
quanto o de longo prazo advém diretamente da função produção. Uma função produção
que esteja oferecendo vantagens no curto e no longo prazo está impulsionando a
estratégia da empresa ao ser uma importante guardiã da competitividade.
2.2 Julgamento da contribuição da produção
A habilidade de qualquer função produção de exercer seus papéis na organização
pode ser julgada pela consideração de seus propósitos ou aspirações organizacionais. Os
profs. Hayes e Wheelwright, da Harvard University, com contribuições posteriores do
Prof. Chase, da Universidade of Southern Califórnia, desenvolveram o que
denominaram Modelo de Quatro Estágios, que pode ser usado para avaliar o papel
competitivo e a contribuição da função produção de qualquer tipo de empresa. O
modelo traça a progressão desta função, desde o papel negativo que exerce no Estágio 1
de produção até tornar-se o elemento central de estratégia competitiva no excelente
Estágio 4 de produção.
20
Administração de Logística e Produção
Figura 4- Modelo de quatro estágios de Hayes e Wheelwright. Ele assume que a contribuição pode ser
julgada por suas aspirações (fonte: Slack et al, 2002)
Neutralidade interna: este é o nível mais fraco de contribuição da função
produção. As outras funções consideram que ela, potencialmente, só pode manter-
se neutra ou prejudicar a eficácia competitiva da organização. A função produção
mantém-se voltada para dentro e, no máximo, reage às mudanças dos ambientes
interno e externo, contribuindo pouco para o sucesso competitivo. Sua ambição é
passar despercebida: pelo menos quando isso ocorre, ela não contribui para o
insucesso da empresa. O restante da organização não vê a produção como fonte de
qualquer originalidade, talento ou impulso competitivo. Sua ambição é ser
“internamente neutra”, posição em que não procura atingir algo positivo mas, pelo
menos, evita erros maiores. Mesmo boas organizações podem ter problemas
causados pela função produção, e a publicidade resultante pode ser muito negativa.
Neutralidade externa: a primeira etapa de rompimento do Estágio 1 é a função
produção começar a comparar-se com empresas ou organizações similares. Isso
pode não conduzi-la imediatamente à “primeira divisão” de empresas do mercado,
mas, pelo menos, pode levá-la a comparar seu desempenho e prática aos das
concorrentes, e a tentar ser “apropriada” ao adotar delas a “melhor prática”.
Seguindo as melhores idéias e normas de desempenho das demais empresas do
setor, estará tentando ser “externamente neutra”.
Apoio interno: provavelmente, a produção no Estágio 3 atingiu a “primeira
divisão” em seu mercado. Pode não ser melhor do que as empresas concorrentes em
Parar de
atrapalhar
a organização
Redefinir as
expectativas do
setor industrial
Ser claramente
o melhor
no setor
Ser tão bom
quanto os
concorrentes
Contribuição crescente da produção
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3 Estágio 4
A habilidade
de implementar
A habilidade
de ser
adequado
A habilidade
de se direcionar
as estratégias
Apoio externo
Apoio interno
Neutralidade externa
Neutralidade interna
Fornecer
vantagem
baseada
em produção
Ligar estratégia
e produção
Adotar melhores
práticas
Corrigir erros
graves
O PAPEL E A CONTRIBUIÇÃO DA FUNÇÃO PRODUÇÃO
21
Administração de Logística e Produção
todos os aspectos de desempenho, mas está junto com as melhores. Ainda assim, a
produção no Estágio 3 aspira a ser clara e certamente a melhor no mercado. Isso é
atingido obtendo-se uma visão clara da concorrência ou dos objetivos estratégicos
da empresa e desenvolvendo-se os recursos de produção “apropriados” para superar
as deficiências que impedem a empresa de concorrer eficazmente. A produção está
tentando dar “apoio interno” ao fornecer uma estratégia crível.
Apoio externo: o Estágio 3 costumava ser definido como o limite de contribuição
da função produção. Todavia, Hayes e Wheelwright destacam a crescente
importância da administração da produção ao sugerir outro estágio- o Estágio 4.
A diferença entre os Estágios 3 e 4 é sutil, embora muito importante. Uma
empresa no estágio 4 vê a função produção como provedora da base para o sucesso
produtivo. A produção olha para o longo prazo. Ela prevê as prováveis mudanças nos
mercados e na oferta de insumos e desenvolve capacidades que serão exigidas para
competir nas condições futuras de mercado. A função produção está tornando-se central
para a preparação da estratégia. A produção no Estágio 4 é criativa e proativa. Ela é,
provavelmente, inovadora e capaz de adaptar-se conforme as mudanças dos mercados.
Essencialmente, está tentando manter-se “um passo à frente” dos concorrentes na
maneira de criar produtos e serviços e organizar suas operações. Hayes e Wheelwright
denominaram este estágio de “apoio externo”.
2.3 Objetivos de desempenho da produção
No nível estratégico, a classificação mais útil dos objetivos de desempenho da
produção que qualquer operação possa conseguir pode ser obtida identificando-se os
stakeholders da operação. Os stakeholders são as pessoas ou grupos de pessoas que
possuem interesse na operação, e que podem ser influenciadas por ou influenciar as
atividades da operação produtiva. Alguns stakeholders são internos, como os
empregados da operação; outros são externos, como a sociedade, grupos comunitários
ou acionistas. A figura 5 ilustra alguns principais grupos de stakeholders junto com
alguns dos aspectos do desempenho da operação produtiva em que eles terão interesse.
22
Administração de Logística e Produção
Figura 5- Objetivos estratégicos amplos para uma operação aplicados a grupos de interesse (Slack et al,
2002)
2.4 Cinco objetivos de desempenho
Os objetivos mais amplos que as operações produtivas necessitam perseguir para
satisfazer a seus stakeholders formam o pano de fundo para todo o processo decisório
da produção. Entretanto, no nível operacional, é necessário um conjunto de objetivos
mais estritamente definidos. Estes são os cinco objetivos de desempenho básicos (figura
6) e se aplicam a todos os tipos de operações produtivas.
Sociedade
• Aumentar o nível de emprego
• Aumentar o bem-estar da comunidade
• Produzir produtos sustentáveis
• Garantir um meio ambiente limpo
Fornecedores
• Continuar o negócio
• Desenvolver capacidade
de fornecimento
• Fornecer informação transparente
Consumidores
• Especificação apropriada
do produto ou serviço
• Qualidade consistente
• Entrega rápida
• Entrega confiável
• Flexibilidade
• Preço aceitável
Acionistas
• Valor econômico / retorno
sobre o investimento
• Valor ético / retorno
sobre o investimento
Empregados
• Continuidade de emprego
• Pagamento justo
• Boas condições de trabalho
• Desenvolvimento de pessoal
23
Administração de Logística e Produção
Figura 6- Os cinco "objetivos de desempenho"
2.5 O que é estratégia?
A primeira coisa sobre estratégia é que ela é um compromisso com a ação. Os
gerentes tomam decisões o tempo todo, o que presumivelmente os comprometerá a
fazer alguma coisa, mas nem todas as decisões são estratégicas.
Pelo termo estratégicas em geral entendemos as decisões que:
Tem efeito abrangente e por isso são significativas na parte da organização
à qual a estratégia se refere;
Definem a posição da organização relativamente a seu ambiente;
Aproximam a organização de seus objetivos de longo prazo.
Logo, uma "estratégia" é o padrão global de decisões e ações que posicionam a
organização em seu ambiente e têm o objetivo de fazê-la atingir seus objetivos de longo
prazo.
2.5.1 Uma visão geral anterior ao surgimento da Estratégia de
Manufatura
No período após a Segunda Guerra Mundial, a estratégia corporativa em uma
empresa nos EUA costumava ser desenvolvida pelas funções de marketing e finanças.
Com a alta demanda por bens de consumo que havia se desenvolvido durante os anos de
guerra, as empresas americanas podiam vender praticamente tudo o que faziam, a
Fazer certo as coisas
Fazer as coisas com rapidez
Fazer as coisas em tempo
Mudar o que você faz
Fazer as coisas mais baratas
proporciona
proporciona
proporciona
proporciona
proporciona
Vantagem em qualidade
Vantagem em rapidez
Vantagem em confiabilidade
Vantagem em flexibilidade
Vantagem em custo
24
Administração de Logística e Produção
preços comparativamente altos. Além disto, havia muito pouca concorrência
internacional. Os principais concorrentes industriais do EUA hoje, Alemanha e Japão
estavam em ruínas devido a bombardeios maciços. Sequer podiam satisfazer a seus
próprios mercados, muito menos exportar globalmente.
No ambiente empresarial que existia na época, a função de manufatura ou de
produção recebia a responsabilidade de produzir grandes quantidades de produtos
padronizados a custos mínimos, sem consideração às metas gerais da empresa. Para
realizar isto, a função produção concentrava-se em obter mão-de-obra não especializada
e a baixos custos, e instalava fábricas do tipo linha de montagem altamente
automatizada.
2.5.2 O Surgimento da Estratégia de Produção
Sem concorrência global e com alta demanda contínua, o papel da administração
da produção (ou seja, minimizar custos) permaneceu praticamente igual durante a
década de 50 e o início dos anos 60. No fim dos anos 60, contudo, Wickham Skinnner,
da Harvard Business School, que costuma ser denominado o pai da estratégia de
produção, identificou esta fraqueza dentre os fabricantes americanos. Ele sugeriu que as
empresas desenvolvessem uma estratégia de produção que complementasse as
estratégias existentes de marketing e de finanças. Em um dos seus primeiros artigos
sobre o assunto, Skinner referiu-se à manufatura como sendo o elo perdido na estratégia
corporativa.
O trabalho posterior na área feito por pesquisadores da Harvard Business School
continuou enfatizando a importância de usar as forças das instalações e das pessoas de
uma empresa como uma arma competitiva no mercado, e também de adotar uma visão
de prazo mais longo sobre como dispor as mesmas.
2.5.3 O que é estratégia de produção?
A estratégia de produção está, portanto, preocupada com o desenvolvimento de
um planejamento de longo prazo para determinar como melhor utilizar os principais
recursos da empresa, de modo que haja um alto grau de compatibilidade entre esses
recursos e a estratégia corporativa de longo prazo da companhia. A estratégia de
produção aborda questões muito amplas sobre como esses grandes recursos deveriam
25
Administração de Logística e Produção
ser configurados, a fim de se alcançar os objetivos corporativos desejados. Algumas das
grandes questões de longo prazo abordadas na estratégia de produção incluem:
De que tamanho iremos construir a fábrica?
Onde a localizaremos?
Quando a construiremos?
Que tipo(s) de processo instalaremos para fabricar os produtos?
Ao desenvolver uma estratégia de manufatura, a gerência precisa levar muitos
fatores em consideração. Eles incluem:
O nível de tecnologia que está ou estará disponível.
Os níveis de habilidade exigidos dos trabalhadores.
O grau de integração vertical, em termos da medida em que são usados
fornecedores externos.
2.5.4 Hierarquia do Planejamento Operacional
Como mostrado na figura 4, à estratégia de produção apóia a estratégia de longo
prazo desenvolvida na UEN (Unidade Estratégica de Negócio). Pode-se dizer que as
decisões no nível da UEN focalizam a eficácia, ou seja, "fazer as coisas certas". Estas
decisões são, por vezes, denominadas planejamento estratégico. As decisões
estratégicas têm impacto sobre as decisões de médio prazo, quase sempre conhecidas
como planejamento tático, que se concentram em ser eficiente, ou seja, "fazer as
coisas direito". Aqui a ênfase está sobre quando o material deveria ser entregue, quando
os produtos deveriam ser feitos para melhor atenderem à demanda, e qual tamanho
deveria ter a força de trabalho. Por fim, temos planejamento e controle operacional,
que trata dos procedimentos diários para fazer o trabalho, inclusive sequenciamento,
gestão de estoques e gestão de processos.
Tipo de Planejamento Janela de tempo Questões típicas
Estratégico Longo prazo Tamanho da planta,
localização, tipo de
processo.
Tático Médio prazo Tamanho da força de
trabalho, exigência de
26
Administração de Logística e Produção
materiais.
Planejamento Operacional e
Controle
Curto prazo Sequenciamento diário de
trabalhadores, funções e
equipamentos; gestão de
processos, gestão de
estoques.
Figura 7- Hierarquia do Planejamento Operacional
2.5.5 Conteúdo e processo da estratégia de produção
Quando as operações em qualquer ponto da hierarquia desenvolvem suas
estratégias de produção, elas devem considerar dois conjuntos separados de questões,
mas que se sobrepõem. Algumas questões são relativas ao que é conhecido como o
conteúdo da estratégia de produção. Estas são questões que determinarão as estratégias
específicas que governam a tomada de decisões cotidianas na operação.
O conteúdo da estratégia de operações é o conjunto de políticas, planos e
comportamentos que a produção escolhe para seguir. A primeira questão exige que a
empresa determine a prioridade de seus objetivos de desempenho, isto é, quais objetivos
de desempenho são especialmente importantes para ela. Deve concentrar-se em ser
especialmente boa em qualidade, velocidade, confiabilidade, flexibilidade, custo ou
talvez alguma combinação de duas ou mais dessas características? Todas as outras
questões relacionam-se às áreas de decisão específicas da empresa. Essas questões
relativas ao número, tamanho e localização das fábricas relacionam-se a decisões de
projeto, assim como as questões relativas ao projeto de produto/serviço, arranjo físico,
tecnologia e recursos humanos. As questões relativas a ajuste de capacidade e aos
sistemas que administram a entrega de produtos relacionam-se a decisões de
planejamento e controle. As questões relativas a monitoramento e melhoria do
desempenho da operação claramente são relacionadas a decisões de melhoria.
2.6 Prioridade dos objetivos de desempenho
A importância relativa dos objetivos de desempenho para esta, ou qualquer outra
operação produtiva, sofrerá várias influências diferentes. Três coisas são especialmente
importantes na determinação de quais objetivos de desempenho devem ser enfatizados.
As necessidades específicas dos grupos de consumidores da empresa;
27
Administração de Logística e Produção
As atividades dos concorrentes da empresa;
O estágio de ciclo de vida do produto no qual se encontra o produto ou serviço.
2.6.1 Influência do consumidor nos objetivos de desempenho
De todos os aspectos que influenciam a prioridade que uma organização dá a
seus objetivos de desempenho, os mais imediatos são os dos consumidores da
organização. A produção procura satisfazer os clientes, desenvolvendo seus cinco
objetivos de desempenho. Por exemplo, se os consumidores valorizam especialmente
produtos ou serviços de baixo preço, a produção dará a ênfase a seu desempenho em
custos.
Estes fatores que definem as exigências dos clientes são chamados fatores
críticos de sucesso ou fatores competitivos. O grau com que uma organização atende às
exigências de seus consumidores é determinado pelo desempenho de sua função
produção nos objetivos de desempenho que influenciam os fatores competitivos,
conforme mostrado na figura 8. Dependendo das circunstâncias, muitos outros fatores
podem ser importantes.
28
Administração de Logística e Produção
Figura 8- Diferentes fatores críticos de sucesso implicam diferentes objetivos de desempenho (fonte:
Slack et al, 2002)
As organizações devem decidir quanto os consumidores valorizam os fatores
competitivos. A importância relativa dos fatores competitivos para os consumidores
influenciará a importância relativa dos objetivos de desempenho da produção. Uma
reação comum de alguns gerentes a esta idéia é argumentar que todos os fatores
competitivos são importantes para os consumidores. Embora possa ser verdade que
muitas coisas são importantes para os consumidores, algumas devem, entretanto, ter
maior relevância do que outras.
Desta forma, a chave para o desenvolvimento de uma estratégia de produção
efetiva está em compreender como criar ou agregar valor para os clientes.
Especificamente, o valor é agregado através da prioridade ou das prioridades
competitivas que são selecionadas para apoiar uma determinada estratégia.
Para as organizações que competem no preço, a manufatura deve produzir
gastando menos que os concorrentes, obtendo vantagem em CUSTOS. Na
verdade, os custos sempre terão relevância na manufatura, pois custos baixos
Preço baixo
Qualidade alta
Entrega rápida
Entrega confiável
Produtos e serviços inovadores
Ampla gama de produtos e serviços
A habilidade de mudar a quantidade ou o
prazo de entrega dos produtos e serviços
Custo
Qualidade
Rapidez
Confiabilidade
Flexibilidade (produto/serviço)
Flexibilidade (mix de produtos)
Flexibilidade (volume e/ou entrega)
Fatores Competitivos Objetivos de desempenho
Se os consumidores valorizam estes ... Então, a operação precisará ser
excelente neste...
29
Administração de Logística e Produção
possibilitam preços baixos, o que aumenta a competitividade dos produtos no
mercado. Além disto, nas empresas que já têm preços competitivos a redução de
custos nem sempre é repassada aos preços, gerando aumento da margem de
lucro. O aumento do lucro pode ser distribuído aos acionistas ou retornar na
forma de novos investimentos, gerando possibilidade de melhorias nos
processos. Cria-se, assim, um círculo que permite a busca constante de redução
de custos e o conseqüente aumento da lucratividade da empresa.
Para as organizações que competem com superioridade de seus produtos no
atendimento das necessidades do cliente, a manufatura deve fabricar produtos
melhores que os concorrentes, obtendo vantagem em QUALIDADE. A visão
atual de qualidade extrapola os aspectos relativos a produto e processo, e
envolve diversos conceitos ligados a satisfação dos clientes. A Fundação para o
Prêmio Nacional da Qualidade, baseada na NBR ISO 8052, dá uma definição
concisa de qualidade: "Totalidade das características de uma organização,
atividade, processo ou produto de satisfazer as necessidades explícitas ou
implícitas". Historicamente, as empresas não se preocupavam diretamente com a
busca da qualidade e melhoria dos processos na área de manufatura; a postura
era passiva, importando-se apenas com a identificação dos índices de rejeição
por defeito em produtos acabados, bem como a inspeção de matérias-primas. A
preocupação era evitar paradas de produção, comprando insumos e produzindo
acima da quantidade estritamente necessária, de maneira que o excesso de
estoque cobrisse as perdas e refugos por má-qualidade. Nos últimos tempos,
tem-se evoluído para uma postura bem mais pró-ativa quanto ao critério
qualidade, principalmente pela redução de estoque intermediário entre processos
eliminando uma tradicional válvula de segurança contra ineficiências. É comum
que, a cada redução do nível de estoque, sejam evidenciadas fortes deficiências
nos processos; sem estoque de segurança para acobertá-las, estas devem ser
obrigatoriamente sanadas a fim de evitarem-se prejuízos com paradas das
máquinas, instaurando-se assim um processo contínuo de melhorias que gera
benefícios, tanto para a empresa como para os clientes.
Para as organizações que competem na rapidez de resposta aos pedidos, a
manufatura deve produzir mais rápido que os concorrentes, obtendo vantagem
em VELOCIDADE DE ENTREGA. A rapidez na entrega vem se tornando cada
30
Administração de Logística e Produção
vez mais um critério decisivo na conquista de clientes e mercados. Atualmente,
muitos clientes estão dispostos até a pagar um "prêmio", definido por um preço
maior, para terem seus pedidos entregues com a maior velocidade possível.
Velocidade de entrega traz benefícios não só para os clientes (benefícios
externos) como também para a empresa fornecedora (benefícios internos). Para
os clientes, quanto menor o tempo entre a colocação do pedido e o recebimento
do material, maior será o tempo possível de postergação da decisão de compra.
Internamente, velocidade de entrega se traduz em benefícios devido ao aumento
da velocidade do fluxo de materiais entre os processos, pois, material que passa
rápido pelos processos gera menores custos.
Para as organizações que competem na confiança de entrega, a manufatura deve
entregar os produtos no prazo prometido, obtendo vantagem em
CONFIABILIDADE DE ENTREGA. Frente à tendência das empresas de
reduzir estoques, aumentam os riscos de parada das linhas de produção devido a
atrasos no recebimento de insumos dos fornecedores. Portanto, na medida em
que as fábricas se tornam mais dependentes da matéria-prima fornecida no
tempo certo, a garantia de que as encomendas serão recebidas nos prazos
combinados (confiabilidade de entrega), torna-se de grande valor na escolha dos
seus fornecedores.
Para as organizações que competem na diversidade de produtos, a manufatura
deve ser capaz de mudar muito e rápido o que está fazendo, obtendo assim
vantagem em FLEXIBILIDADE. Flexibilidade é a capacidade do Sistema de
Produção adaptar-se rapidamente às mudanças de ambiente. Estas mudanças
podem ocorrer seja na demanda, no fornecimento, no processo produtivo, na
tecnologia empregada, nos roteiros de produção, como em outros elementos que
compõem o ambiente da manufatura. A dimensão flexibilidade também está
intimamente ligada à definição de "inovação", pois ambas referem-se à
habilidade de fazer mudanças e de usar a criatividade para melhorar métodos e
processos.
2.6.1.1 Objetivos qualificadores e ganhadores de pedidos
Uma forma especialmente útil de determinar a importância relativa dos fatores
competitivos é distinguir entre os "fatores ganhadores de pedidos" e "qualificadores".
31
Administração de Logística e Produção
Critérios ganhadores de pedidos são os que direta e significativamente
contribuem para a realização de um negócio, para conseguir um pedido. São
considerados pelos consumidores como razões chaves para comprar o produto ou
serviço. São, portanto, os aspectos mais importantes da forma como uma empresa
define sua posição competitiva. Aumentar o desempenho em um critério ganhador de
pedidos resulta em mais pedidos ou melhora a probabilidade de ganhar mais pedidos.
Critérios qualificadores podem não ser os principais determinantes do sucesso
competitivo, mas são importantes de outra forma. São aqueles aspectos da
competitividade nos quais o desempenho da produção deve estar acima de um nível
determinado, para ser sequer considerado pelo cliente. Abaixo deste nível qualificador
de desempenho, a empresa provavelmente nem mesmo será considerada como
fornecedora potencial por muitos consumidores. Acima do nível qualificador, será
considerada, mas principalmente em termos de desempenho nos critérios ganhadores de
pedidos.
A estes dois critérios podem ser acrescentados os critérios menos importantes,
que não são nem qualificadores, nem ganhadores de pedidos. Não influenciam os
clientes de forma significativa. Devem ser mencionados aqui somente porque podem ser
importantes em outras partes das atividades da produção.
2.6.2 Influência dos concorrentes nos objetivos de
desempenho
Mesmo sem qualquer mudança direta nas preferências de seus consumidores,
devido à concorrência, uma organização pode ter que mudar a forma como compete e,
portanto, mudar a prioridade dos objetivos de desempenho que espera de sua produção.
Alternativamente, uma organização pode escolher competir de uma forma diferente da
de seus rivais para distinguir-se em sua posição competitiva.
2.6.3 Influência do ciclo de vida dos produto/serviço nos
objetivos de desempenho
Uma forma de generalizar o comportamento de clientes e concorrentes é associá-
lo com o ciclo de vida dos produtos ou serviços que a produção está produzindo. Do
momento em que é introduzido por uma empresa ao ponto em que os clientes não estão
32
Administração de Logística e Produção
mais interessados em comprá-lo, um produto ou serviço passa através de várias etapas
distintas. Em cada etapa, a empresa experimentará desafios diferentes tanto na venda
como na produção do serviço/produto. A forma exata das curvas de ciclo de vida do
produto / serviço variará, mas geralmente são mostrados como a variação do volume de
vendas ao longo dos quatro estágios: introdução, crescimento, maturidade e declínio. A
figura 9 mostra uma curva de ciclo de vida do produto / serviço.
Figura 9- Ciclo de vida do produto/serviço
Exercício de Fixação
No texto abaixo temos os seguintes estágios: de introdução, de crescimento, de
maturidade e de declínio. Elas não estão em ordem. Coloque-as em ordem,
identificando com o nome do estágio e identifique os objetos de desempenho em cada
estágio.
33
Administração de Logística e Produção
Nome Ordem
ESTÁGIO DE _____________________________
Na época em que a demanda pelo controlador inteligente de
semáforos de tráfego começou a decolar, a empresa já tinha resolvido
alguns dos problemas técnicos de seu projeto, trabalhando junto com
seus clientes iniciais. Diferentes grupos dentro do atual número
crescente de clientes da empresa começam a demandar características
diferentes para o produto. Alguns clientes querem sistemas
relativamente pequenos para controlar somente dois conjuntos de
semáforos, outros desejam sistemas para controlar rotas lineares
simples, mas grandes; outros querem sistemas grandes e também
complexos, com diferentes rotas na área de controle, tendo prioridade
em diferentes horários do dia. Em resposta a esta segmentação da
demanda, a empresa desenvolveu três produtos diferentes dentro da
classe original de produtos, cada um destinada a um conjunto diferente
de clientes. Isto também ajuda a empresa a reorganizar sua operação de
manufatura e a aumentar seus níveis de produção. Nesta época,
acompanhar a demanda através de entrega rápida e confiável, mantendo
os níveis de qualidade altos e expandindo a capacidade é a principal
tarefa da gestão da produção.
ETAPA DE________________________________
Suponha que a Sybchro Signals and Control, como parte de seu
esforço de desenvolvimento de produtos, desenvolva um sistema
inteligente controlador de semáforos, que pode detectar variações do
tráfego nas principais vias urbanas, usando sensores na superfície da
rua. O sistema pode gerenciar a operação de uma rede completa de
semáforos de uma área com a finalidade de maximizar o fluxo de
veículos ao longo de diferentes vias em diferentes momentos do dia.
Embora baseado em tecnologia existente, o sistema é totalmente novo.
34
Administração de Logística e Produção
Existem produtos no mercado que controlam conjuntos individuais de
semáforos de acordo com o tráfego das imediações, mas este é o
primeiro produto que controla uma área inteira de diversos semáforos
interconectados.
Quando a companhia introduzir este produto no mercado, seus
clientes (autoridades rodoviárias locais) precisarão ser convencidos que
um produto novo desse tipo realmente tem o desempenho que lhe é
atribuído. A empresa precisará customizar, ou pelo menos adaptar, o
sistema de acordo com as exigências do cliente. Na realidade, a empresa
terá tanto interesse como seus clientes em ver o produto colocado em
funcionamento. Neste estágio inicial, a empresa certamente precisará ser
flexível na forma como adapta o projeto do sistema às necessidades
destes primeiros a adotá-lo, bem como precisa ser flexível na
manufatura de diferentes sistemas para diferentes clientes. A empresa
também não pode permitir-se deixar que o desempenho de seus
produtos seja comprometido por manufatura ou qualidade de instalações
deficientes.
ESTÁGIO DE_______________________________
Agora a maior parte dos negócios da Sybchro serão "negócios de
reposição", isto é, substituir ou melhorar sistemas que ela, ou um de
seus concorrentes, forneceu anteriormente. Os volumes declinarão
inevitavelmente e provavelmente a concorrência por preços tornar-se-á
mais acirrada. Espera-se que a empresa já tenha desenvolvido novos
produtos para substituição, que precisarão ser introduzidos agora no
mercado- produtos que, se bem sucedidos, progredirão por si mesmos
através dos estágios de seu próprio ciclo de vida.
ESTÁGIO DE___________________________________
No mercado de semáforos, o produto da Sybchro Signals and
Control agora está bem estabelecido. Não está sozinho no mercado e
algumas pequenas empresas conquistaram o segmento de mercado de
35
Administração de Logística e Produção
"pequenos sistemas", mas a experiência da empresa como a primeira no
mercado permitiu-lhe manter sua posição de líder. A Sybchro agora
somente fabrica os sistemas maiores, nos quais tem superioridade
técnica, mas seus concorrentes que sobreviveram ao período de
crescimento também são capazes de fazer produtos quase equivalentes.
Ainda existem oportunidades de crescimento (por exemplo, nos
mercados de exportação), mas os volumes estão atingindo a
estabilidade, e os clientes, sabendo que podem comprar dos
concorrentes da empresa, estão pedindo descontos. Os volumes
relativamente altos e a gama mais estreita de produtos padronizados
estão sujeitos a operação de manufatura da Sybchro, não somente a
manter baixos seus custos, mas também a melhorar progressivamente
seu desempenho em custos para o futuro. Isto é bom, porque custos
baixos de produção são a forma mais eficiente para as operações de
manufatura ajudarem a empresa a continuarem competitiva.
2.7 Áreas de decisão estratégica de operações
Uma distinção comum em estratégia de produção é que ela se divide em
decisões estratégicas que determinam a estrutura da produção e decisões estratégicas
que determinam sua infra-estrutura. As áreas de estratégia estrutural de uma operação
produtiva são as que influenciam principalmente as atividades de projeto, enquanto as
áreas de estratégia infra-estrutural são as que influenciam as atividades de
planejamento, controle e melhoria.
2.7.1 Estratégias que influenciam o projeto
Estratégia de desenvolvimento de novos produtos/serviços.
Estratégia de integração vertical.
Estratégia de instalações.
Estratégia de tecnologia.
Estratégia de organização e de força de trabalho.
36
Administração de Logística e Produção
2.7.2 Estratégias que influenciam o planejamento e controle
Estratégia de ajuste de capacidade: influencia a forma como a operação ajusta
sua capacidade em resposta a mudanças ou previsão de mudanças da demanda
por seus produtos e serviços.
Estratégia de desenvolvimento de fornecedores: influencia a forma como a
operação escolhe, desenvolve e trabalha com seus fornecedores.
Estratégia de estoques: influencia a forma como a operação planeja monitora e
controla o fluxo de materiais através de seus processos.
Estratégia de sistemas de planejamento e controle: influencia a filosofia e prática
da forma como a operação organiza suas atividades de planejamento e controle.
2.7.3 Estratégias que influenciam a melhoria
Estratégia de processo de melhoria.
Estratégia de prevenção e recuperação de falhas.
2.7.4 A próxima vantagem competitiva?
As empresas estão sempre olhando para o futuro para encontrar a próxima
vantagem competitiva que irá distinguir seus produtos no mercado consumidor.
Atualmente, parece haver uma tendência para que ofereçam produtos que não agridam o
meio ambiente, feitos através de processos com a mesma característica. À medida que
os consumidores se tornam mais conscientes da fragilidade do meio ambiente, estão
cada vez mais para produtos que sejam seguro para o mesmo. A Ford faz agora
campanha de um carro que não agride o meio ambiente. A Body Shop, uma cadeia de
varejo internacional com sede na Inglaterra, vende diversos cosméticos e loções para o
corpo que são feitos sem danificar o meio ambiente. A Verifyne Products, que produz
uma linha de bebidas de frutas, manifesta sua preocupação com a natureza ao observar
que usa uma alta porcentagem de produtos reciclados em suas embalagens.
37
Administração de Logística e Produção
Exercício proposto:
Estudo de caso: Ryanair (Fonte: Slack et AL, 2002)
Ryanair é hoje uma das maiores e mais bem-sucedidas empresas aéreas de baixo custo
(LCAs- low-cost airlines). Ao operar com tarifas baixas, usando uma fórmula sem luxo,
seus 1000 funcionários e sua frota crescente de aeronaves Boeing 737 oferecem serviços
entre mais de 30 cidades da Europa. Ao operar, de sua sede em Dublin, transporta cerca de
6 milhões de passageiros por ano.
A Ryanair, no entanto, não foi sempre tão bem sucedida. Ao entrar no mercado, no
início de 1985, seu objetivo inicial era fornecer um serviço de baixo custo entre a Irlanda e
Londres que fosse alternativo às duas líderes do mercado, British Airways e Aer Lingus. A
Ryanair escolheu esta rota porque estava expandido tanto os negócios quanto o setor de
lazer. Entretanto, o negócio de linhas aéreas é marcado pelo por economias de escala, e a
Ryanair, então com uma frota pequena, de aviões ultrapassados, não era rival para seus
concorrentes maiores. Os primeiros seis anos de operação resultaram em uma perda de 20
milhões de libras irlandesas. Em 1991, decidiu retrabalhar sua estratégia. Inspirada na
empresa aérea de baixo custo mais bem sucedida dos EUA, a Southwest Airlines, adotou o
que ficou conhecido como a estratégia de operações para as LCAs. Primeiro, o serviço
oferecido é sem supérfluos; não existem lanches ou bebidas e não é feita a reserva
antecipada de assentos. Isso economiza custos de material (bebidas, amendoim, etc) e de
mão-de-obra (nada para ser servido). Segundo, o tempo de espera da aeronave nos
aeroportos é mantido no mínimo. Isso é conseguido, parcialmente, porque não existem
refeições para serem transportadas e, parcialmente, devido ao aumento de produtividade
dos funcionários. Terceiro, todos os aviões da frota são idênticos. Isso oferece economias
por meio da padronização das peças, manutenção e abastecimento. Também significa um
pedido maior de um mesmo fabricante e, portanto, a oportunidade de negociar preços
melhores. Quarto, a empresa, geralmente, usa aeroportos secundários, que cobram taxas de
pouso e decolagem menores. Finalmente, o custo de venda do serviço é reduzido onde
possível. Embora a Ryanair seja uma das poucas LCAs na Europa que ainda utiliza agentes
de viagem, também desenvolveu seu próprio serviço de reservas via Internet a baixo custo.
38
Administração de Logística e Produção
1.1- Como a área de produção da Ryanair (a partir de 1991) passou
a desempenhar os três papéis da função produção?
1.2 Quais foi o(s) objetivo(s) de desempenho escolhidos para serem
trabalhados como parte da estratégia de manufatura da empresa
em questão? Qual(is) os fatores competitivos selecionados?
1.3 Para o caso da Ryanair, quais os objetivos qualificadores e
ganhadores de pedidos?
39
Administração de Logística e Produção
1.4 Qual(is) dos 3 fatores de priorização dos objetivos de
desempenho foi(ram) utilizados no caso acima?
1.5 De acordo com o “Modelo de Quatro Estágios” de julgamento
da contribuição da produção (Hayes e Wheelwright), em qual
estágio estava a Ryanair em 1991 quando decidiu retrabalhar
sua estratégia? E atualmente, qual o estágio?
40
Administração de Logística e Produção
3 PLANEJAMENTO DO SISTEMA DE MOVIMENTAÇÃO E
ARMAZENAGEM DE MATERIAIS
De acordo com Paletta e Silva (2010), a movimentação de materiais tem por
objetivos repor matérias-primas nas linhas de produção, transportar materiais em
processamento, encaixotar e armazenar produtos tendo em conta o tempo e espaço
disponíveis.
Ainda segundo os mesmos autores, um arranjo físico adequado e um layout
pertinente permitem utilizar a tridimensionalidade de um armazém, da maneira mais
eficiente possível; um bom projeto irá proporcionar uma movimentação de materiais e
acesso a qualquer um deles de modo rápido, fácil e seguro.
PLANEJAMENTO DO SISTEMA DE MOVIMENTAÇÃO E
ARMAZENAGEM DE MATERIAIS
41
Administração de Logística e Produção
3.1 Armazém
O armazém existe com a básica de receber, movimentar, estocar/armazenar,
movimentar e expedir.
Segundo Rodrigues (2007), um dos princípios básicos da armazenagem é o
planejamento que consiste em:
Avaliar previamente a área de armazenagem antes de aceitar a contratação de
um determinado lote a ser armazenado, verificando a existência de efetivas
condições físicas e técnicas para receber, armazenar, controlar e entregar
adequadamente, observando natureza, peso e dimensões unitárias;
A gestão de estoques abrange atividades que se estendem desde programação e
planejamento das necessidades de materiais até o controle das quantidades adquiridas,
com a intenção de medir a sua localização, movimentação, utilização e armazenagem
desses estoques de modo a responder com regularidade aos clientes em relação a preços,
quantidades, e prazos (PALLETA E SILVA, 2010).
Para a logística cada tipo de estoque gera um tipo de armazém.
Para receber ou destinar mercadorias com pertinência são necessárias
verificações preliminares de absoluta importância, posto que estas características serão
determinantes para uma série de procedimentos fundamentais para a boa realização das
operações envolvidas. Entre estas características encontram-se:
- Relação entre peso e volume = densidade (fator de estiva);
- Dimensões da carga e do veículo;
- Grau de fragilidade e perecibilidade da carga;
- Estado físico, simetria/assimetria;
- Compatibilidade com outras cargas;
- Se e como a carga pode ser unitizada, empilhada, etc.
Segundo Palleta e Silva (2010), em função do dimensionamento da carga e do
volume, pode-se determinar a quantidade de docas necessárias para o
recebimento/expedição da mercadoria, verificar a área necessária para a conferência das
mercadorias recebidas/expedidas, verificar a praça útil necessária/remanescente no
contexto do CD (Centro de Distribuição), verificar local mais apropriado para alocação
da mercadoria e providenciar equipamentos e pessoal adequado às características da
carga.
42
Administração de Logística e Produção
Segundo os mesmos autores, a gestão do espaço físico do armazém vai além do
simples calculo de área e altura útil de armazenagem, mas antes sim deve levar em
consideração a capacidade estática do armazém. Por levar em consideração uma série de
fatores a capacidade estática muitas vezes é ignorada pelos gestores como ferramenta de
gestão do armazém.
Neste sentido Rodrigues (2007) propõe como ferramenta de gestão do armazém
o cálculo da capacidade estática do mesmo, aqui entendida como o limite nominal de
carga que uma área pode receber simultaneamente expressa em toneladas. O cálculo da
capacidade estática leva em consideração a praça útil, a altura de empilhamento e o
fator de estiva médio. A praça útil leva em consideração a área disponível para
armazenagem deduzindo-se da área de piso todo e qualquer espaço não utilizável. A
altura de empilhamento deve levar em consideração não apenas o pé direito do
armazém, mas também os equipamentos necessários para a elevação da carga e a
segurança da operação, bem como as características de empilhamento de cada
mercadoria armazenada. O fator de estiva é entendido como o espaço ocupado por uma
tonelada de uma determinada mercadoria, neste caso deve ser calculado o fator de estiva
médio ponderado que leva em consideração o tipo mercadoria bem como o espaço
ocupado pela mesma no armazém.
Capacidade Estática= Praça Útil x Altura de Empilhamento (1)
Fator de estiva médio
O indicador acima possibilitará ao gestor otimizar as áreas de armazenagem até
o limite, se for o caso, da capacidade volumétrica e da resistência estrutural do piso do
armazém.
Conforme Rodrigues (2007) o indicador acima pode ser ampliado desde que
respeitado os limites de segurança e se possam fechar algumas portas ou reduzir a
largura de corredores desde que isso não afete as necessidades de movimentação dos
equipamentos utilizados no processo de armazenagem.
De acordo com o sistema de movimentação utilizado, obtêm-se diferentes
configurações de layout. As alterações no layout afetam de sobremaneira o sistema de
movimentação, desta forma, a única forma de se racionalizar a movimentação de
43
Administração de Logística e Produção
materiais em uma planta industrial ou armazém, é por meio da otimização de layout, ou
seja, otimizar um layout é reduzir as distâncias percorridas pelos fluxos de materiais.
Conforme Banzato (2009) quando se analisam os impactos das alternativas de
layout sobre a movimentação de materiais, destacam-se 2 (duas) variáveis que se
tornam responsáveis pelo dimensionamento dos recursos de movimentação necessários:
intensidade de fluxo e distância.
A distância é aqui entendida como o quanto que um equipamento de
movimentação percorre ao longo do fluxo e, o fluxo pode ser medido através de
indicadores como quantidade de paletes transportados por hora, ou número de viagens
de uma empilhadeira por dia e assim sucessivamente.
“À distância, afetada pelo layout, ou seja, a forma em que distribuímos os pontos
de origem e destino dos movimentos e a intensidade de fluxo fornece subsídios para
determinação e dimensionamento dos equipamentos de movimentação.” Banzato
(2009). O mesmo autor ainda afirma este processo de medição resulta no que o autor
denomina de momento de transporte que é dado pela multiplicação da distância pela
intensidade de fluxo conforme mostra a fórmula a seguir.
Momento de Transporte = Distância x Intensidade de Fluxo (2)
3.2 EQUIPAMENTOS E TECNOLOGIAS DE MAM
A movimentação de materiais é um sistema de atividades interligadas que faz
parte de um grande sistema de uma instalação ou de funções incorporadas que implica
cuidados devido à fragilidade, dimensão ou peso do objeto a ser transportado, devendo,
para isso, existirem embalagens adequadas para que essa movimentação ocorra sem
danos.
A movimentação de material implica que sejam projetados corredores com
espaço suficiente para que a mesma, não interfira nos processos de produção e cause
atrasos na produção ou engarrafamentos dentro da fábrica ou armazém.
A quantidade, tipo e forma, ou configuração, do espaço influenciam a escolha
dos equipamentos de movimentação de material. Segundo MOURA (1997) os
equipamentos de movimentação e armazenagem estão divididos em categorias:
44
Administração de Logística e Produção
3.2.1 Veículos industriais
Equipamentos que podem ser motorizados ou não, utilizados para movimentar
cargas intermitentes, em percursos variáveis e em espaços e superfícies apropriadas.
3.2.1.1 Classificação
i. Energia...................... Manual, elétrica ou a combustão.
ii. Controle................... Operador (sentado ou em pé), pedestre ou sem operador.
iii. Deslocamento........... Uni. Bi ou multidirecional, deslocamento dirigido, repuxo
fronto-horizontal.
3.2.1.2 Características e tipos
i. Carrinho de mão.
ii. Carrinho porta-paletes.
iii. Empilhadeiras.
iv. Rebocadores ou tratores para caretas;
v. Autocarrinhos (AGV)
vi. Guindastes autopropelido.
3.2.1.3 Usos e aplicações
i. Muito difundidos, podem ser encontrados em qualquer produção ou armazém. São
bastante recomendados em plantas que possuem muitos cruzamentos, são bastante
rápidos e flexíveis em relação a percurso e a carga/descarga. Podem transportar cargas
mito variadas e possuem uma facilidade muito grande de manobras e em alguns casos
podem ser controlados remotamente.
Desvantagens = dependem, na maioria dos casos, da habilidade do operador,
requerem o uso de corredores largos e de superfícies muito regulares e resistentes, além
de perderem eficiência em caso de congestionamentos.
As figuras a seguir apresentam alguns exemplos de veículos industriais.
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Administração de Logística e Produção
Figura 10 a: Veículos industriais (fonte: Palleta e Silva, 2010)
Figura 10 b: Veículos industriais (fonte: Palleta e Silva, 2010)
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Administração de Logística e Produção
3.2.2 Equipamentos para elevação e transferência
São equipamentos utilizados para elevação e transferência de produtos para
quaisquer pontos dentro de uma área fixa.
3.2.2.1 Características e tipos
i. Talhas.
ii. Guindastes fixos.
iii. Pontes rolantes, pórticos e semi-pórticos.
3.2.2.2 Usos e aplicações
Transferir dentro de uma distância curta materiais muito pesados, ou volumosos
e muitas vezes desajeitados; como de navios para o cais, canteiros de obras,
carregamento de veículos industriais, etc.
3.2.2.3 Vantagens
Grande capacidade de transporte, versatilidade quanto ao tipo de material a ser
transportado, em condições ideais agilizam o fluxo e ocupam pouco espaço no piso.
3.2.2.4 Desvantagens
Muito caros no geral, raio de ação limitada, requerem infra-estrutura muito cara,
etc.
As figuras a seguir apresentam alguns exemplos de equipamentos de elevação e
transferência.
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Administração de Logística e Produção
Figura 11: Veículos industriais (fonte: Palleta e Silva, 2010)
3.2.3 Transportadores contínuos
Segundo Palleta e Silva (2010), são equipamentos formados por um leito por
onde o material desliza sobre elementos rolantes ou base inclinada, acionados por
correias ou correntes sem fim através de tambores, polias.
3.2.3.1 Características e tipos
i. Correias planas ou côncavas.
ii. Elementos rolantes (rodízios, rolos ou esferas).
iii. Correntes aéreas ou sob o piso.
iv. Taliscas, plataformas ou de arraste.
v. Elevador de caçamba contínuo de volumes, de plataformas.
3.2.3.2 Usos e aplicações
Utilizados onde haja grandes fluxos contínuos ou montagens seriadas em
percursos fixos.
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Administração de Logística e Produção
3.2.3.3 Vantagens
Baixo custo por unidade transportada, conectável a outros sistemas e
movimentação, podem ser automatizados, podem ser instalados acima do nível do piso
e não dependem da habilidade de um operador.
3.2.3.4 Desvantagens
Exigem um alto investimento inicial, são onerosos em caso de reforma ou
modificação, são pouco flexíveis na variação do tipo de carga e de peso, etc.
As figuras a seguir apresentam alguns exemplos de transportadores contínuos.
Figura 12: Exemplos de transportadores contínuos (fonte: Palleta e Silva, 2010)
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Administração de Logística e Produção
Palleta e Silva (2010), ainda alertam que dependendo do sistema de
movimentação utilizado, obtêm-se configurações diferentes tanto para o arranjo físico
como para o layout. Um sistema de movimentação baseado em veículos industriais, tais
como, empilhadeiras, por exemplo, há que se considerar na configuração do layout o
adequado dimensionamento dos corredores a fim de que os mesmos atendam à
circulação e as possibilidades de manobra dos equipamentos e das cargas a serem
movimentadas. Deve ser lembrando também que a eficiência da movimentação de
materiais depende também do formato, do tamanho e de como as mercadorias são
estocadas.
50
Administração de Logística e Produção
4 EADI- ESTAÇÃO ADUANEIRA DO INTERIOR
4.1 Contexto das EADI’s
De acordo com SEBRAE (2005), estamos vivendo o crescimento das operações
de Comércio Exterior Brasileiro e, a cada instante, necessitamos conhecer todos os
procedimentos e especificidades desse novo mercado que se amplia na economia.
Os empresários sabem que os mercados internos e externos demandam produtos
competitivos. A competitividade, por sua vez, está atrelada à qualidade e ao preço. Por
isso, o custo que envolve a produção e o transporte do produto até o consumidor é um
dos pontos cruciais da fabricação.
Dentro deste contexto de rápidas mudanças, onde a ordem é romper barreiras,
buscar parceiros e compartilhar espaços, as empresas exportadoras e importadoras
podem contar com alguns mecanismos disponibilizados pela legislação aduaneira para a
minimização dos custos envolvidos nas operações de comércio exterior. Diante destas
mudanças e visando incrementar o comércio exterior brasileiro, criou-se a Estação
Aduaneira de Interior - EADI. Essa estação veio beneficiar os importadores e
exportadores de um modo geral e, principalmente, os que encontram-se distante dos
portos, oferecendo uma nova opção para agilizar e reduzir os custos das operações de
comércio exterior (SEBRAE, 2005).
4.2 ESTAÇÃO ADUANEIRA INTERIOR - EADI
De acordo com SEBRAE (2005), a EADI, também conhecida como “Porto
Seco”, foi criada nos anos 90 pela Secretaria da Receita Federal com o objetivo de
aliviar o fluxo de mercadorias nos portos, aeroportos e pontos de fronteira em todo o
país, oferecendo agilidade na liberação das mercadorias uma vez que os procedimentos
aduaneiros são executados próximo ao estabelecimento dos importadores/exportadores.
É um recinto alfandegado privado, de uso público, situado em zona secundária e
voltado para facilitar o comércio em regiões distantes dos portos, aeroportos ou pontos
de fronteira que apresentam expressiva concentração de cargas importadas ou a
EADI- ESTAÇÃO ADUANEIRA DO INTERIOR
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Administração de Logística e Produção
exportar. Ou seja, os portos secos são os locais fora das áreas de armazenagem de portos
e aeroportos em que é possível o armazenamento, por um certo período, de mercadorias
estrangeiras importadas antes de sua nacionalização, ou de mercadorias
desnacionalizadas, antes de sua definitiva exportação. Além disso, as mercadorias
recebidas em portos ou em aeroportos podem ser transferidas para um porto seco por
meio de regime especial de trânsito aduaneiro, o qual pode ser solicitado antes ou
depois da chegada das mercadorias ao País.
A permissão de funcionamento de uma EADI depende de um processo licitatório
realizado pela Receita Federal. A estação é instalada, preferencialmente, próxima às
regiões produtoras e consumidoras.
A EADI destina-se a receber cargas, sob controle fiscal, podendo ser executadas
em suas dependências serviços de despacho aduaneiro, entrepostagem, desova e
movimentação de containers e mercadoria em geral, seja esta procedente do exterior ou
a ele destinada.
4.3 Operações Realizadas na EADI
Na EADI poderão ser realizadas operações com mercadorias submetidas aos
regimes aduaneiros comuns (exportação e importação) ou especiais (trânsito aduaneiro,
entreposto aduaneiro, admissão temporária, drawback, exportação temporária, depósito
alfandegado certificado e depósito especial alfandegado).
4.3.1 Regimes aduaneiros comuns
De acordo com o SEBRAE (2005), são regimes aduaneiros comuns:
4.3.1.1 Exportação
Saída de mercadoria ou serviço nacional ou nacionalizada para o exterior,
podendo ter ou não cobertura cambial.
4.3.1.2 Importação
Entrada de mercadorias ou serviços no território nacional de um país, podendo ter
ou não cobertura cambial.
52
Administração de Logística e Produção
4.3.2 Regimes Aduaneiros Especiais
De acordo com o SEBRAE (2005), são diferentes dos regimes aduaneiros gerais
porque tratam da suspensão obrigatória do pagamento dos impostos. Estes tipos de
regime não anulam a ocorrência do fato gerador dos impostos, apenas suspendem seus
efeitos transitórios e, simultaneamente, oferecem à Fazenda Nacional a garantia das
medidas de segurança e controle pela autoridade fiscal.
4.3.2.1 Trânsito Aduaneiro
É o regime que permite o transporte de mercadoria, sob controle aduaneiro, de um
ponto a outro do território aduaneiro, com suspensão de tributos.
O pedido de concessão e aplicação do regime especial de trânsito aduaneiro é
formulado por meio de Declaração de Trânsito Aduaneiro – DTA7, pelo beneficiário ou
seu representante legal, diretamente no Siscomex8. As obrigações fiscais, cambiais e
outras, suspensas pela utilização do regime de trânsito aduaneiro, serão garantidas na
própria DTA. Posteriormente, haverá uma conferência da mercadoria para trânsito por
um auditor da Secretaria da Receita com a finalidade de identificar o beneficiário,
verificar a mercadoria e a correção das informações relativas a sua natureza e
quantificação, observada a liberação por outros órgãos quando necessária. Vale ressaltar
que a fiscalização poderá determinar a abertura do container e de seu conteúdo para
verificar a carga, bem como limitar-se à simples verificação dos volumes adotando
critérios de seleção e amostragem. Após a conferência serão adotadas as seguintes
cautelas fiscais, isolada ou cumulativamente, visando impedir a violação da carga: a
lacração e a aplicação de outros dispositivos de segurança (contagem, marcação, etc.),
além do acompanhamento fiscal, que somente será determinado em casos especiais. Os
dispositivos de segurança só poderão ser rompidos na presença da fiscalização, salvo
disposição em contrário.
A fase final do despacho para trânsito é o desembaraço aduaneiro. Adotadas as
cautelas, o auditor fiscal formaliza a entrega da mercadoria ao transportador e o autoriza
a iniciar a operação de trânsito. A autoridade fiscal fixará a rota, podendo aceitar a
indicada pelo transportador; o prazo para a execução da operação; o prazo para a
comprovação da chegada dos volumes ao local de destino e as cautelas fiscais julgadas
necessárias.
53
Administração de Logística e Produção
As vantagens de utilização deste regime são a redução do período de trânsito do
produto, eliminação de transbordos, exposição e vistorias físicas da mercadoria ainda na
fronteira e a redução do custo de transporte.
Aplica-se a mercadorias procedentes do exterior, em veículo de viagem
internacional, até o ponto onde se verificará a sua descarga, e após este, até onde
ocorrerá seu despacho; a mercadorias despachadas para exportação ou reexportação; a
mercadoria estrangeira, entre dois recintos alfandegados e a mercadoria procedente ou
destinada ao exterior, em passagem pelo território nacional.
4.3.2.2 Entreposto Aduaneiro
Regime que possibilita a criação de um “estoque externo” da empresa, por meio
do depósito de mercadorias estrangeiras (importadas) ou desnacionalizadas (destinadas
à exportação) em local sob controle fiscal, com suspensão do pagamento de impostos
até a sua nacionalização (processo de desembaraço aduaneiro da importação) e
despacho para consumo.
O entreposto aduaneiro na exportação compreende duas modalidades: o Regime
Comum, que permite ao exportador armazenar as mercadorias destinadas ao mercado
externo em recinto de uso público; e o Regime Extraordinário, que permite às empresas
comerciais exportadoras (Tradings Companies) armazenarem as mercadorias adquiridas
com o fim específico de exportação.
Na modalidade de Regime Comum, as mercadorias poderão permanecer
armazenadas pelo período de um ano, prorrogável por mais um ano ou, em situações
especiais, por mais dois anos respeitando o limite máximo de armazenamento de três
anos. Já na modalidade de Regime Extraordinário, o prazo máximo é de 90 (noventa)
dias.
No caso do entreposto aduaneiro na importação, as mercadorias entrepostadas
devem ser importadas em consignação - observando-se esta condição na respectiva
fatura comercial provisória a ser emitida pelo exportador - e, por conseqüência, sem
cobertura cambial, o que traz a vantagem de poderem ser vendidas diretamente ao
cliente final. As mercadorias admitidas neste regime poderão ser nacionalizadas pelo
consignatário ou adquirente e, em seu nome, despachadas para consumo, ou ainda,
serem reexportadas. As mesmas poderão permanecer armazenadas pelo prazo máximo
de até um ano, prorrogável por mais um ano, a contar da data do desembaraço
54
Administração de Logística e Produção
aduaneiro. Em situações especiais, poderá ser concedida nova prorrogação respeitando
o limite máximo de três anos.
Vale ressaltar que a EADI não se confunde com entrepostos aduaneiros.
Entreposto aduaneiro é um regime, enquanto que os portos secos são os locais nos quais
são armazenadas as mercadorias, estejam elas ou não sob algum regime aduaneiro.
4.3.2.3 Entreposto Industrial
Ainda segundo SEBRAE (2005), o regime de entreposto industrial sob controle
informatizado (Recof) é o que permite a determinado estabelecimento importar com ou
sem cobertura cambial e com suspensão de tributos pelo prazo de até um ano,
prorrogável por igual período, mercadorias que, depois de submetidas a operação de
industrialização, deverão destinar-se ao mercado externo.
As mercadorias produzidas no entreposto industrial, quando destinadas ao
mercado externo, gozam de todos os benefícios fiscais concedidos à exportação. É
possível, contudo, que uma parcela da produção do entreposto industrial seja destinada
ao mercado interno, desde que os tributos suspensos, relativos às mercadorias
importadas utilizadas como insumos para os produtos finais, sejam recolhidos. Ou seja,
na medida em que a produção do entreposto for destinada ao mercado interno, deverão
ser pagos os tributos suspensos relativos à mercadoria importada.
O espaço físico do entreposto poderá ser o do próprio estabelecimento do
importador, não havendo a necessidade de utilização das áreas de portos secos. Porém,
tanto a importação como o processo produtivo do entreposto industrial, ficam sob
controle aduaneiro, por meio de software específico para esse fim. Os entrepostos
industriais facilitam a importação de insumos industriais para beneficiados ou
agregados a produtos nacionais destinados à exportação, e reduzem os custos dos
produtos finais, em razão da economia no tocante aos tributos incidentes na importação
dos insumos utilizados na industrialização dos produtos finais destinados à exportação.
Findo o prazo de concessão deste regime, ou se esta vier a ser cancelada pela autoridade
concedente, serão cobrados os tributos devidos por mercadorias ainda depositadas, bem
como aplicadas as penalidades cabíveis. Também serão cobrados os tributos relativos às
mercadorias que não forem utilizadas no processo produtivo no prazo de destinação
estabelecido.
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Administração de Logística e Produção
4.3.2.4 Admissão Temporária
Consiste na importação de bens que permanecem no país por tempo determinado,
com suspensão do pagamento de impostos, devendo retornar ao seu país de origem
dentro de um prazo pré-estabelecido.
O regime de admissão temporária poderá ser aplicado aos bens destinados a
testes, conserto, reparo e restauração, ou a exposições artísticas, culturais e científicas,
feiras comerciais e industriais, competições desportivas, mostruários de representantes
comerciais e outros. Esta importação deverá ser sem cobertura cambial e autorizada
pelo órgão competente. Esta autorização será feita através do Requerimento de
Concessão do Regime de Admissão Temporária (RCR) cujo formulário pode ser
encontrado no site da Secretaria da Receita Federal.
4.3.2.5 Drawback
É um incentivo concedido às empresas exportadoras brasileiras, que as permite
importar produtos com restituição, suspensão ou isenção do pagamento de impostos
pagos, para beneficiamento no país e posterior exportação. O benefício de drawback
poderá ser concedido: à matéria-prima e/ou produto semi-elaborado ou acabado,
utilizados na fabricação de outra mercadoria exportada ou a exportar; à mercadoria a ser
embalada, acondicionada ou para apresentação de produto exportado ou a exportar; aos
animais destinados ao abate e posterior exportação e outros.
Os tipos de Drawback são:
Suspensão – as mercadorias ingressam no país com a obrigatoriedade do
pagamento dos tributos suspensa, sob a condição de que sejam exportadas
posteriormente agregadas a um novo produto. Caso não ocorra a exportação,
cessará a suspensão e os tributos deverão ser integralmente pagos.
Isenção – exclui o crédito tributário. É concedida para a importação de
mercadorias que irão repor outras anteriormente importadas, sob regime de
tributação comum, e que foram empregadas na fabricação de produtos já
exportados. Esta modalidade não necessitará de comprovação de um evento
futuro para continuar válida, pois tem como finalidade a reposição de estoque.
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Administração de Logística e Produção
Restituição – após efetuar uma exportação de produtos fabricados com bens
importados, sob regime de importação comum, é solicita a restituição dos
tributos pagos pela importação (SEBRAE, 2005).
4.3.2.6 Exportação Temporária
Processo de saída de mercadoria nacional ou nacionalizada (importada), com a
condição de posterior retorno em prazo determinado, no mesmo estado ou após
submetida a processo de conserto, reparo, restauração ou outros fins.
Sua finalidade é beneficiar o exportador com a possibilidade de enviar bens, que
necessitem ser exportadas, com a suspensão do imposto de exportação (caso ocorra sua
incidência) e sem a cobrança do Imposto de Importação (II) no regresso desses bens
(dentro do prazo determinado).
Aplica-se a mercadorias destinadas a feiras, competições esportivas, exposições,
produtos manufaturados e acabados, inclusive para conserto, reparo ou restauração,
animais reprodutores, veículos para uso de seu proprietário ou possuidor, minério e
minerais para beneficiamento ou recuperação. Não se aplicará a mercadorias que
estejam com sua exportação definitiva proibida.
4.3.2.7 Depósito Alfandegado Certificado (DAC)
Consiste na exportação de mercadoria que, não embarcada para o exterior,
permanece depositada no país, em local alfandegado habilitado pela Receita Federal.
4.3.2.8 Depósito Especial Alfandegado (DEA)
Regime que permite a estocagem de partes, peças e materiais de reposição ou
manutenção para veículos, máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos, assim
como de seus componentes estrangeiros, nacionalizados ou não.
4.4 Principais Serviços Oferecidos pela EADI
4.4.1 Na Exportação
Admissão/recebimento de mercadoria a ser exportada;
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Administração de Logística e Produção
Pesagem de veículos, cargas e volumes;
Movimentação e armazenagem de mercadoria;
Unitização11 de carga;
Entrega das mercadorias à empresa contratada para realizar o transporte da
carga, após o desembaraço aduaneiro;
Manipulação de mercadorias que encontram-se sob o regime de entreposto
aduaneiro para embalagem, reembalagem, marcação, remarcação, numeração e
remuneração de volume; conserto, reparo ou restauração de embalagem;
adaptação a eventuais exigências do mercado externo;
Conclusão do trânsito aduaneiro de exportação
4.4.2 Na Importação
Admissão de bagagens desacompanhadas e de mercadorias, sob regime de
trânsito aduaneiro;
Pesagem de veículos, carga e volumes;
Desunitização de carga;
Movimentação e armazenagem das mercadorias desunitizadas ou da unidade de
carga em que foram transportadas;
Pesagem, conserto, reembalagem, cintamento, remarcação e renumeração de
volume;
Expedição das mercadorias importadas, após o desembaraço aduaneiro;
Atendimento completo à importação em regime de entrepostagem;
Oferecimento de tomadas para containers refrigerados.
4.5 Principais Vantagens e Benefícios I
Considerando-se a tumultuada situação em que se encontram os portos e
aeroportos brasileiros, são muitas as vantagens para os empresários. Com a utilização da
EADI, os importadores e exportadores ganham uma nova opção para reduzir seus custos
e otimizar suas operações. Principais vantagens:
Facilidade logística, uma vez que os procedimentos aduaneiros são executados
próximo ao estabelecimento dos importadores/exportadores;
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Administração de Logística e Produção
Agilidade na liberação das cargas, pois os portos secos realizam também todo o
despacho aduaneiro, desde o registro da mercadoria até seu desembaraço;
Economia de custos, já que algumas taxas cobradas nos portos secos costumam
ser inferiores às taxas cobradas nas zonas primárias12;
Variedade de serviços disponíveis nos portos secos, tais como embalagem,
limpeza de containers, retirada de amostras, etiquetagem, lacres e marcação de
volumes, dentre outros;
Maior extensão do prazo para liberação da mercadoria importada. Ao armazenar
sua mercadoria em um porto seco, o importador tem até 120 dias para
nacionalizá-la e retirá-la do armazém, contra os 90 dias máximos no caso de
mercadoria armazenada em recinto localizado em zona primária. Com um prazo
maior para comercializar a mercadoria, o importador ganha tempo e pode deixar
para recolher os tributos de nacionalização apenas quando a venda das
mercadorias importadas já estiver negociada;
Recepção e despacho de cargas em transporte ferroviário e/ou rodoviário, além
do usuário da EADI ter a garantia de que a sua mercadoria estará guardada em
uma localização precisa e com um sistema mais eficiente do que os
convencionais encontrados nos armazéns dos portos e aeroportos do país. Isso,
aliado ao fato de proporcionar segurança total contra roubo, incêndio, avaria,
danos e extravios;
Tratando-se de regime de entrepostagem, os importadores podem reduzir seus
estoques reguladores a níveis mínimos, se considerarmos que seus produtos
poderão estar disponíveis nas EADI’s, ainda com a suspensão de impostos, por
um período de até 3 (três) anos, com a possibilidade de serem nacionalizados a
qualquer momento, através dos processos ágeis das EADI’s;
Proximidade das autoridades aduaneiras com o importador e o exportador,
facilitando a solução de problemas;
Acompanhamento pessoal da mercadoria pelo cliente;
Tratamento personalizado ao cliente usuário e equipe de profissionais do ramo,
preparada para agir nas mais diversas situações.
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Administração de Logística e Produção
4.6 Como Funcionam as EADI’s
4.6.1 Aspectos Gerais do Funcionamento de uma EADI
As mercadorias provenientes de importação ou destinadas a exportação são
desembaraçadas normalmente na EADI próxima ao domicílio do importador e/ou
exportador, seguindo os seguintes critérios:
Se a carga for oriunda de importação, ela seguirá para a EADI, diretamente dos
portos, aeroportos ou pontos de fronteira, para posterior desembaraço;
Se a carga for dirigida à exportação, será entregue na EADI para desembaraço e
embarque ao exterior;
Para que a mercadoria possa ser transferida de zona primária (porto, aeroporto
ou ponto de fronteira) para uma EADI, basta que o importador ou seu representante
legal (despachante aduaneiro) providencie a emissão de uma DTA – Declaração de
Trânsito Aduaneiro – junto à repartição da Secretaria da Receita Federal. Essa
declaração amparará o transporte da carga até a estação aduaneira. Quando a mercadoria
chegar à EADI, a Receita Federal concluirá o trânsito e, a partir daí, o importador
poderá providenciar o desembaraço aduaneiro da mercadoria dentro dos prazos
estabelecidos e atendendo aos procedimentos determinados para cada tipo de operação
(vide item 4.2.2.1).
Diferente das zonas primárias, onde os prazos de armazenamento são reduzidos,
as EADI’s podem oferecer um prazo de armazenamento de mercadorias de até 1 (um)
ano, prorrogável por até 3 (três) anos, durante o qual permanecerá suspensa a
exigibilidade do pagamento dos impostos incidentes.
As exportações também são beneficiadas, uma vez que todo o processo de
embalagem, manuseio de carga e ovação13 de containers podem ser processados nas
EADI’s.
4.7 Lista das Principais EADI’s Estabelecidas no Brasil
Não existe uma listagem oficial de todas as EADI’s atuantes no Brasil. A
maioria das estações abaixo são associadas à ABEPRA – Associação Brasileira das
Empresas Operadoras de Regimes Aduaneiros. Porém, é importante salientar que
60
Administração de Logística e Produção
existem outras EADI’s em funcionamento ou em processo de licitação. Segue abaixo as
EADI’s em funcionamento.
Amazonas
Porto seco/Manaus (ALF/Porto de Manaus) – Aurora da Amazônia Terminais e
Serviços Ltda.
Bahia: Porto seco/Salvador I (ALF/Porto de Salvador) – Consórcio EADI-
Salvador
Logística e Distribuição
Porto seco/Salvador II (ALF/Porto de Salvador) – Cia. Empório de Armazéns Gerais
Alfandegados Ltda.
Espírito Santo
Porto seco/Vitória I (ALF/Porto de Vitória) – Coimex Armazéns Gerais S/A
Porto seco/ Vitória II (ALF/Porto de Vitória) – Cotia Armazéns Gerais S/A
Porto seco/Vitória III (ALF/Porto de Vitória) – Silot - Cia. de Transportes e
Armazéns Gerais S/A
Goiás
Porto seco/Anápolis (DRF/Anápolis) – Porto Seco Centroeste S/A
Mato Grosso
Porto seco/Cuiabá (DRF/Cuiabá) – Transmino Transportes Ltda.
Mato Grosso do Sul
Porto seco em Fronteira/Corumbá (IRF/Corumbá) – AGESA S/A – Armazéns
Gerais Alf. do Mato Grosso do Sul
Minas Gerais
Porto seco/Granbel (DRF/Contagem) – Usifast Logística Industrial S/A
Porto seco/Juiz de Fora (DRF/Juiz de Fora) – Multiterminais Alfandegados do Brasil
Ltda.
Porto seco/Varginha (DRF/Varginha) – Armazéns Gerais Agrícola Ltda.
Porto seco/Uberlândia (DRF/Uberlândia) – Mineração Andirá Ltda.
Porto seco/Uberaba (DRF/Uberaba) – Empresa de Transporte Líder Ltda.
Pará
Porto seco/Metrobel (ALF/Porto de Belém) – Estaleiros Padre Julião Ltda.
Paraná
Porto seco/Curitiba I (IRF/Curitiba) – Armazéns Gerais Colúmbia S/A
61
Administração de Logística e Produção
Porto seco/Curitiba II (IRF/Curitiba) – Eadi Sul Terminal de Cargas Ltda.
Porto seco em fronteira (rodoviário)/Foz do Iguaçu (DRF/Foz do Iguaçu) – Eadi Sul
Terminal de Cargas Ltda.
Porto seco/Maringá (DRF/Maringá) – Maringá Armazéns Gerais Ltda.
Porto seco/Paranaguá (ALF/Porto de Paranaguá) – Martini Meat S/A Armazéns Gerais
Porto seco/Cascavel (DRF/Cascavel) – Consórcio Eadi Cascavel
Pernambuco
Porto seco/Recife (ALF/Porto de Recife) – Yolanda Logística, Armazém,
Transportes e Serviços Gerais Ltda
Rio de Janeiro
Porto seco/Rio de Janeiro (IRF/Rio de Janeiro) – Multiterminais Alfandegados do
Brasil S/A
Porto seco/Nova Iguaçu (DRF/Nova Iguaçu) – Transportes Marítimos e Multimodais
São Geraldo Ltda.
Porto seco/Resende (DRF/Volta Redonda) – Terminal Logístico do Vale do Paraíba
Ltda.
Rio Grande do Sul
Porto seco/Caxias do Sul (DRF/Caxias do Sul) – Transportadora Simas Ltda.
Porto seco/Novo Hamburgo (DRF/Novo Hamburgo) – Multi Armazéns Ltda.
Porto seco/Canoas (IRF/Porto Alegre) – Banrisul Armazéns Gerais S/A
Porto seco em fronteira (rodov)/Jaguarão (IRF/Jaguarão) – Eadi Sul Terminal de
Cargas Ltda.
Porto seco em fronteira (rodov)/Sant’Ana do Livram.(DRF/Sant’Ana do Livramento)
– Eadi Sul Term. de Cargas
Porto seco em fronteira (ferroviário)/Sant’Ana do Livramento (DRF/Sant’Ana do
Livramento) - ALL – América Latina Logística do Brasil S/A
Porto seco em Fronteira (rodoviário)/Uruguaiana (DRF/Uruguaiana) – Eadi Sul
Terminal de Cargas Ltda.
Porto seco em fronteira (ferroviário)/Uruguaiana (DRF/Uruguaiana) – ALL –
América Latina Log. [do Brasil S/A
Santa Catarina
Porto seco/Itajaí I (DRF/Itajaí) –Portobello Comércio, Transportes, Distribuição e
Armazéns Gerais S/A
62
Administração de Logística e Produção
Porto seco/Itajaí II (DRF/Itajaí) – Brasfrigo S/A
São Paulo
Porto seco/Bauru (DRF/Bauru) – Cipagem – Cia. Paulista de Armazéns Gerais
Aduaneiros Exp. e Imp.S/A
Porto seco/Campinas I (ALF/Aeroporto Internacional de Viracopos) – Armazéns Gerais
Colúmbia S/A
Porto seco/Campinas II (ALF/Aeroporto Internacional de Viracopos) – Libraport
Campinas S/A
Porto seco/Franca (DRF/Franca) – Empresa Brasileira de Armazéns, Terminais e
Entrepostos Ltda.
Porto seco/Ribeirão Preto (DRF/Ribeirão Preto) – Rodrimar S/A – Transportes,
Equip. Ind. e Armazéns Gerais
Porto seco/Santos I (ALF/Porto de Santos) – Armazéns Gerais Colúmbia S/A
Porto seco/Santos II (ALF/Porto de Santos) –Integral Transporte e Agenciamento
Marítimo Ltda.
Porto seco/Santos III (ALF/Porto de Santos) – Mesquita S/A Transportes e Serviços
Porto seco /Santos IV (ALF/Porto de Santos) – Deicmar S/A, Desp. Aduaneiros
Assessoria e Transportes
Porto seco/Guarujá (ALF/Porto de Santos) – Mesquita S/A Transportes e Serviços
Porto seco/Jacareí (DRF/São José dos Campos) – Universal Armazéns Gerais e
Alfandegados Ltda.
Porto seco/São Paulo I (IRF/São Paulo) - Armazéns Gerais Colúmbia S/A
Porto seco/São Paulo II (IRF/São Paulo) – Cia. Nacional de Armazéns Gerais
Alfandegados
Porto seco/São Paulo III (IRF/São Paulo) – Embragem – Emp. Brasileira de
Armazéns Gerais e Entrep. Ltda.
Porto seco/Guarulhos I (IRF/São Paulo) – Dry Port São Paulo S/A
Porto seco/Guarulhos II (IRF/São Paulo) – Transquadros Mudanças e Transportes
Ltda.
Porto seco/São Bernardo do Campo I (IRF/São Paulo) – Integral Transporte e
Agenciamento Marítimo Ltda.
Porto seco/São Bernardo do Campo II (IRF/São Paulo) – Agesbec – Armaz.Ger. e
63
Administração de Logística e Produção
Entrep. S. Bernardo do Campo Porto seco/Suzano (IRF/São Paulo) – Cia. Regional de
Armazéns Gerais e Entrepostos Aduaneiros
Porto seco/Santo André (IRF/São Paulo) – Consórcio Eadi/Santo André
Porto seco/Barueri (IRF/São Paulo) – Armazéns Gerais Colúmbia S/A
Porto seco/Sorocaba (DRF/Sorocaba) – Aurora Terminais e Serviços Ltda.
Porto seco/São José do Rio Preto (DRF/São José do Rio Preto) – Automotive
Distribuição e Logística Ltda.
Porto seco/Taubaté (DRF/Taubaté) – Eadi Taubaté S/C Ltda.
Porto seco/Jundiaí (DRF/Jundiaí) – Integral Transporte e Agenciamento Marítimo
Ltda.
Porto seco/Piracicaba (DRF/Piracicaba) – Armazéns Gerais Colúmbia S/A
Porto seco/São Sebastião (DRF/São Sebastião) –Cnaga – Cia. Nacional de Armazéns
Gerais Alfandegados
64
Administração de Logística e Produção
5 Programando o suprimento
O que será visto nesta etapa é a utilização do MRP para realizar a programação
do suprimento, de forma a garantir a maneira mais lucrativa de satisfazer a demanda
esperada.
Na figura 5.1 podem ser observadas as informações necessárias para o
planejamento das necessidades de materiais. Estas informações prevêem desde a
demanda necessária de um determinado item, incluindo nesta necessidade os estoques já
existentes e a lista de materiais necessária para a produção do item, denominada
também como BOM (Bill of Materials). A partir daí é então realizada a explosão do
MRP.
Figura 5.1 – Relatório do plano de necessidades de materiais
Para melhor elucidar o método de funcionamento da BOM será utilizado como
exemplo uma cadeia com encosto como exibe a figura 5 .2.
Operações
com
o estoque
Registros
de estoque
Lista de
materiais
Projetos
de engenharia
e de processos
Plano de
necessidades de
materiais
ExplosãoExplosão
do MRPdo MRP
Outras
fontes de
demanda
Plano-mestre de
produção
autorizado
Operações
com
o estoque
Operações
com
o estoque
Registros
de estoque
Registros
de estoque
Lista de
materiais
Lista de
materiais
Projetos
de engenharia
e de processos
Projetos
de engenharia
e de processos
Plano de
necessidades de
materiais
Plano de
necessidades de
materiais
ExplosãoExplosão
do MRPdo MRPExplosãoExplosão
do MRPdo MRP
Outras
fontes de
demanda
Outras
fontes de
demanda
Plano-mestre de
produção
autorizado
Plano-mestre de
produção
autorizado
Programando o suprimento
65
Administração de Logística e Produção
Figura 5.2 – Cadeira com encosto
Esta lista de materiais pode também ser visualizada na figura 5.4, na forma
também conhecida como estrutura analítica do produto.
Figura 5.4 – Estrutura Analítica do Produto
Outro input necessário é o MPS (master production schedule) ou Plano-mestre
de produção. Geralmente este plano mestre de produção é determinado em conjunto
com a produção e o departamento de vendas, sempre considerando as previsões de
vendas, vendas já realizadas e a capacidade produtiva da organização.
Suponha o MPS para a cadeira com encosto da figura 5.5.
Seat cushion
Seat-frame
boards
Front
legs A
Ladder-back
chair
Back
legs
Leg supports
Back slats
Pés
traseiros
Pés
frontais
Apoio
dos pésRipas da
estrutura do
assento
A
Cadeira com
encosto
Travessas do encosto Almofada
Back slats Seat cushion
Seat-frame
boards
Leg supports
Front
legs
Back
legs A
Ladder-back
chairJ (4)
Ripas da
estrutura
do assento
Back slats Seat cushion
Seat-frame
boards
Leg supports
Front
legs
Back
legs A
Ladder-back
chairJ (4)
Ripas da
estrutura
do assento
C (1)
Subconjunto
do assento
D (2)
Pés
frontais
B (1)
Subconjunto
do encosto
E (4)
Apoio dos
pés
C (1)
Subconjunto
do assento
D (2)
Pés
frontais
B (1)
Subconjunto
do encosto
E (4)
Apoio dos
pés
UmaUma
cadeiracadeira comcom
encostoencosto
UmaUma
cadeiracadeira comcom
encostoencosto
I (1)
Almofada
H (1)
Estrutura
do assento
G (4)
Travessas do
encosto
F (2)
Pés
traseiros
I (1)
Almofada
H (1)
Estrutura
do assento
G (4)
Travessas do
encosto
F (2)
Pés
traseiros
66
Administração de Logística e Produção
Figura 5.5 – MPS da cadeira com encosto
Também é necessário como input os registros de estoque. As informações
contidas no registro de estoque consistem em:
Necessidades brutas: são a demanda total originária de todos os planos de
produção dos produtos acabados. Elas também incluem a demanda não levada
em conta até então, como a demanda por peças de reposição para as unidades já
vendidas;
Recebimentos programados: algumas vezes denominados pedidos em aberto,
são pedidos que foram colocados mas ainda não foram terminados;
Estoque disponível projetado: é uma estimativa da quantidade de estoque
disponível a cada semana após as necessidades brutas terem sido satisfeitas;
Recebimentos planejados: planejar o recebimento de novos pedidos evitará que
o saldo disponível projetado fique negativo;
Liberação planejada de pedidos: uma liberação de pedido planejada indica
quando um pedido para uma quantidade específica de um item deve ser emitido.
Existem ainda alguns fatores de planejamento que devem ser considerados, pois
assumem um papel importante no desempenho global do sistema MRP. Ao manipular
esses fatores, os gerentes podem fazer a sintonia fina das operações de estoque.
Um destes fatores é o planejamento do prazo de entrega. Planejar o prazo de
entrega consiste em fazer uma estimativa do tempo decorrido entre colocar um pedido
para um item e recebe-lo no estoque. A precisão é importante ao se planejar o prazo de
entrega. Se um item entrar no estoque mais cedo do que o necessário, os custos de
manutenção do estoque aumentarão. Se um item entrar muito tarde, poderão ocorrer
falta de estoque, custos de urgenciamento excessivos ou ambos.
Outro fator é regra do tamanho do lote. Uma regra para determinar o tamanho do
lote determina a data de entrega e a quantidade dos pedidos. Existem basicamente 3
regras para o tamanho do lote:
200
Cadeira com encosto
Cadeira de cozinha
Cadeira de escritório
1 2
Abril Maio
670670
3 4 5 6 7 8
200
150
120
200
150
200
120
Plano agregado
de produção para a
família de cadeiras670670
67
Administração de Logística e Produção
Pedido de quantidade fixa: A regra de pedido de quantidade fixa (fixed order
quantity - FOQ) mantém a mesma quantidade do pedido cada vez que um pedido é
emitido. Por exemplo, o tamanho do lote pode ser o tamanho imposto pelos limites de
capacidade do equipamento, ou quando um lote completo precisa ser colocado em um
forno de uma só vez. Também pode ser determinado pelo nível de desconto por
quantidade, pela fórmula do pedido de quantidade econômica ou até mesmo pela
capacidade de transporte do caminhão.
Pedido de quantidade periódica: A regra de pedido de quantidade periódica
(periodic order quantity - POQ) possibilita uma quantidade diferente do pedido para
cada pedido emitido, mas tende a emitir o pedido a intervalos de tempo
predeterminados – por exemplo, a cada duas semanas. A quantidade do pedido é igual à
quantidade do item necessário durante o tempo predeterminado e precisa ser
suficientemente grande para evitar falta.
Lote por lote: A regra de pedido lote por lote (L4L) possibilita uma quantidade
diferente do pedido para cada pedido emitido, além de permitir que estes pedidos sejam
colocados a qualquer momento. A quantidade do pedido é igual à quantidade do item
necessário naquela semana especifica.
Cada uma destas regras possui benefícios e desvantagens. A regra de pedido de
quantidade fixa (FOQ) gera um nível elevado de estoque médio porque cria restos de
estoque. A regra de pedido de quantidade periódica (POQ) reduz o estoque médio
disponível por realizar melhor a função de igualar a quantidade do pedido às
necessidades. A regra lote por lote (L4L) minimiza o investimento em estoques, mas
maximiza o número de pedidos colocados.
Com base nestas informações pode ser feito o cálculo do MRP. Tomemos como
primeiro caso o MRP do item C (subconjunto do assento). As regras de planejamento
que envolvem este item são regra do tamanho do lote (FOQ – 230 unidades), prazo de
entrega de 2 semanas, estoque disponível projetado de 37 unidades e um recebimento
programado de 230 unidades na semana 1. O plano-mestre de produção segue o da
figura 5.5 e este item é o mesmo utilizado para as cadeiras de cozinha e cadeiras com
encosto.
Um MRP em branco pode ser observado na figura 5.6.
68
Administração de Logística e Produção
Figura 5.6 – MRP em branco
O primeiro passo do MRP agora é inserir algumas informações de planejamento.
Primeiramente pode-se verificar pelo MPS da figura 5.5 a necessidade bruta das
cadeiras na semana 1 (150 unidades), semana 4 (120 unidades), semana 6 (150
unidades) e semana 7 (120 unidades). O que deve ser feito agora é a leitura da estrutura
analítica do produto na figura 7.4. Esta leitura se dá na seguinte forma: pode-se perceber
que o item C possui entre parênteses o número 1. Este número entre parênteses indica
que para cada item do qual o referido é imediatamente originário necessita-se de um do
mesmo para fabricação, ou seja, para cada cadeira necessita-se de um encosto. A partir
desta informação multiplica-se os valores indicados no MPS pelo número envolto nos
parênteses. Então a necessidade bruta de C passa a ser: na semana 1 (1 x 150 unidades),
semana 4 (1 x 120 unidades), semana 6 (1 x 150 unidades) e semana 7 (1 x 120
unidades). Além disto, deve-se colocar na semana o estoque disponível projetado de 37
unidades (em seu local específico) e um recebimento programado de 230 unidades na
semana 1 (também na linha com o mesmo nome e na coluna da semana 1). A primeira
etapa do quadro fica então conforme é exibido na figura 5.7.
Necessidades
brutas
Recebimentos
programados
Estoque
disponível
projetado
Recebimentos
planejados
Liberação de
pedidos planejada
Item: C
Descrição: Subconjunto de assento
Tamanho do lote: 230 unidades
Prazo de entrega: 2 semamasItem: C
Descrição: Subconjunto de assento
Tamanho do lote: 230 unidades
Prazo de entrega: 2 semamas
1 2 3 4 5 6 7 8
Semana
69
Administração de Logística e Produção
Figura 5.7 – Primeira etapa do MRP
A próxima etapa envolve então o cálculo do estoque de disponível na semana 1,
já que nesta semana ocorre o consumo de 150 unidades do item. O cálculo ocorre da
seguinte forma: ao final da semana 0 estarão disponíveis 37 unidades em estoque. Estas
unidades somam-se as 230 unidades programadas para chegarem à semana 1. A partir
daí passa-se a ter 267 unidades disponíveis na semana 1 que serão gastas na mesma
semana, que são as 150 unidades expressas na necessidade bruta da semana 1. Esta
diferença aponta para 117 unidades que é o estoque disponível projetado ao final da
semana 1, conforme figura 5.8.
Figura 5.8 – Segunda etapa do MRP
A partir daí inicia-se o cálculo dos estoques disponíveis ao final de cada semana,
conforme a figura 5.9.
Necessidades
brutas
Recebimentos
programados
Estoque
disponível
projetado
Recebimentos
planejados
Liberação de
pedidos planejada
Item: C
Descrição: Subconjunto de assento
Tamanho do lote: 230 unidades
Prazo de entrega: 2 semamas
150150
1
230230
00
2
00
00
3
00
120120
4
00
5
00
150150
6
00
120120
7
00
8
00
37
Semana
0000
Item: C
Descrição: Subconjunto de assento
Tamanho do lote: 230 unidades
Prazo de entrega: 2 semamasItem: C
Descrição: Subconjunto de assento
Tamanho do lote: 230 unidades
Prazo de entrega: 2 semamas
150150
1
230230
00
2
00
00
3
00
120120
4
00
5
00
150150
6
00
120120
7
00
8
00
37
Semana
0000
Item: C
Descrição: Subconjunto de assento
150150
1
230230
117117
00
2
00
00
3
00
120120
4
00
5
00
150150
6
00
120120
7
00
8
00
37
Semana
0000Necessidades
brutas
Tamanho do lote: 230 unidades
Prazo de entrega: 2 semamas
Recebimentos
programados
Estoque
disponível
projetado
Recebimentos
planejados
Liberação de
pedidos planejada
Recebimentos
programados
Estoque
disponível
projetado
Recebimentos
planejados
Liberação de
pedidos planejada
70
Administração de Logística e Produção
Figura 5.9 – Cálculo dos estoques disponíveis ao final de cada semana
Fica perceptível que na semana 4 o estoque disponível passa a ser negativo o
que sinaliza que um novo pedido deve ser colocado na mesma semana. Como na coluna
da semana 4 em “Recebimento planejados” será colocado um novo pedido, o mesmo
deverá seguir a regra do lote que aponta FOQ (230 unidades). Isso traz a necessidade de
preencher a linha “Liberação de pedidos planejada” duas semanas antes (prazo de
entrega do item) com a mesma quantidade. Pode-se também perceber que no quadro do
MRP na forma exibida na figura 7.10, que o estoque disponível para esta semana passa
a ser a soma das 230 unidades planejadas, mais as 117 unidades do estoque da semana
anterior, que somam 347 unidades, subtraindo a necessidade bruta de 120 unidades.
Figura 5.10 – Nova situação com o novo pedido na semana 4
Item: C
Descrição: Subconjunto de assento
150150
1
230230
117117
00
2
00
00
3
00
120120
4
00
5
00
150150
6
00
120120
7
00
8
00
37
Semana
0000
117117 117117 ––33 –– 33 ––153153 –– 273273 –– 273273
Tamanho do lote: 230 unidades
Prazo de entrega: 2 semamas
Necessidades
brutas
Recebimentos
programados
Estoque
disponível
projetado
Recebimentos
planejados
Liberação de
pedidos planejada
Necessidades
brutas
Recebimentos
programados
Estoque
disponível
projetado
Recebimentos
programados
Estoque
disponível
projetado
Recebimentos
planejados
Liberação de
pedidos planejada
Item: C
Descrição: Subconjunto de assento
150150
1
230230
117117
00
2
00
00
3
00
120120
4
00
5
00
150150
6
00
120120
7
00
8
00
37
Semana
0000
117117 117117 227227
230230
230230
Tamanho do lote: 230 unidades
Prazo de entrega: 2 semamas
Necessidades
brutas
Recebimentos
programados
Estoque
disponível
projetado
Recebimentos
planejados
Liberação de
pedidos planejada
Necessidades
brutas
Recebimentos
programados
Estoque
disponível
projetado
Recebimentos
programados
Estoque
disponível
projetado
Recebimentos
planejados
Liberação de
pedidos planejada
71
Administração de Logística e Produção
Repetindo os mesmos procedimentos descritos anteriormente chega-se ao final
do MRP para o item C conforme mostra a figura 5.11.
Figura 5.11 – MRP final do item C
Entretanto o MRP não encontra-se finalizado ainda, pois necessita-se das
informações para os itens H, I e J. Fazendo a leitura da estrutura analítica da figura 5.4
percebe-se que para cada item C faz-se necessário 1 item de H e um item de I (lembre
do número 1 entre parênteses). O que altera agora são as necessidades brutas dos itens
que a partir deste momento passam a ser determinadas pela liberação de pedidos
planejados do item C, conforme figura 7.12. Sendo necessárias 230 unidades dos itens
H e I na semana 2 e 230 unidades dos itens H e I na semana 5. As regras de
planejamento para o item H são: FOQ (300 unidades), prazo de entrega de 1 semana,
estoque disponível projetado de 40 unidades e recebimentos programados de 300
unidades na semana 2. As regras de planejamento para item I são: tamanho do lote L4L
e prazo de entrega de 1 semana.
Item: C
Descrição: Subconjunto de assento
150150
1
230230
117117
00
2
00
00
3
00
120120
4
00
5
00
150150
6
00
120120
7
00
8
00
37
Semana
0000
117117 117117 227227
230230
230230
227227 7777
230230
187187
230230
187187
Tamanho do lote: 230 unidades
Prazo de entrega: 2 semamas
Necessidades
brutas
Recebimentos
programados
Estoque
disponível
projetado
Recebimentos
planejados
Liberação de
pedidos planejada
Necessidades
brutas
Recebimentos
programados
Estoque
disponível
projetado
Recebimentos
programados
Estoque
disponível
projetado
Recebimentos
planejados
Liberação de
pedidos planejada
72
Administração de Logística e Produção
Figura 5.12 – MRPs dos itens H e I
Seguindo a mesma lógica para item C deve-se fazer o cálculo do MRP para os
itens H e I que teriam seus MRPs demonstrados nas figuras 5.13 e 5.14. Lembrando
sempre que a regra do lote para o item I é L4L.
Figura 5.13 – MRP do item H
Item: Subconjunto de assento
Tamanho do lote: 230 unidades
Prazo de
entrega:
2 semanas
Necessidades
brutas150150
1 2 3
120120
4 5
150150
6
120120
7 8
Recebimentos
planejados
Liberações
de pedidos
planejadas
Semana
0 00 0
230
230
230
230
Item: Subconjunto de assento
Tamanho do lote: 230 unidades
Prazo de
entrega:
2 semanas
Necessidades
brutas150150
1 2 3
120120
4 5
150150
6
120120
7 8
Recebimentos
planejados
Liberações
de pedidos
planejadas
Semana
0 00 0
230
230
230
230
Item: Estrutura do assento
Tamanho do lote: 300 unidades
Prazo de
entrega:
1 semana
00
1
00
2 3
00
4 5 6 7 8
40
Semana
230 2300
00 00 00300 00 0
Item: Almofada do assento
Tamanho do lote: L4L
Prazo de
entrega:
1 semana
00
1
00
2 3
00
4 5 6 7 8
0
Semana
230 2300
00 00 000 00 0
Quantidade de uso: 1 Quantidade de uso: 1
Necessidades
brutas
Recebimentos
programados
Estoque
disponível
projetado
Recebimentos
planejados
Liberações
de pedidos
planejadas
Necessidades
brutas
Recebimentos
programados
Estoque
disponível
projetado
Recebimentos
planejados
Liberações
de pedidos
planejadas
Item: Estrutura do assento
Tamanho do lote: 300 unidades
Prazo de
entrega:
1 semana
00
1
00
4040
2 3
00
4 5
00
6
00
7 8
40
Semana
110110 110110
230 2300 0
00 00 00300 00 0
110 180 180 180 180
300
300
Necessidades
brutas
Recebimentos
programados
Estoque
disponível
projetado
Recebimentos
planejados
Liberações
de pedidos
planejadas
73
Administração de Logística e Produção
Figura 5.14 – MRP do item I
E para o item J segue-se a mesma lógica para os itens anteriores, sendo que sua
necessidade bruta será expressa por 4 (novamente lembre-se do número entre
parênteses) multiplicado pela Liberação de pedidos planejadas do item H, conforme a
figura 5.15.
Item: Almofada do assento
Tamanho do lote: L4L
Prazo de
entrega:
1 semana
00
1
00
00
2 3
00
4 5
00
6
00
7 8
0
Semana
00 00
230 2300 0
00 00 000 00 0
0 0 0 0 0
230
230
230
230
Necessidades
brutas
Recebimentos
programados
Estoque
disponível
projetado
Recebimentos
planejados
Liberações
de pedidos
planejadas
74
Administração de Logística e Produção
Figura 5.15 – Necessidades brutas do MRP do item J.
Seguindo a mesma lógica dos MRPs anteriores e as regras de planejamento
(FOQ – 1500 unidades, estoque disponível de 200 unidades e prazo de entrega de uma
semana) o MRP do item J pode ser visualizado na figura 5.16.
Item: Estrutura do assento
Tamanho do lote: 300 unidades
Prazo de
entrega:
1 semana 1 2 3 4 5 6 7 8
Semana
300
300
00 00 00 00230 2300 0
00
1
00
2 3
1.2001.200
4 5
00
6
00
7 8
200
Semana
0 00 0
00 00 000 00 0
Item: Ripas da estrutura do assento
Tamanho do lote: 1.500 unidades
Prazo de
entrega:
1 semana
Quantidade de uso: 4Quantidade de uso: 4
Necessidades
brutas
Recebimentos
planejados
Liberações
de pedidos
planejadas
Necessidades
brutas
Recebimentos
planejados
Liberações
de pedidos
planejadas
Necessidades
brutas
Recebimentos
programados
Estoque
disponível
projetado
Recebimentos
planejados
Liberações
de pedidos
planejadas
75
Administração de Logística e Produção
Figura 5.16 –MRP final do item J.
Com certeza o planejamento é importante para qualquer profissional, inclusive
o profissional de logística. Para se ter um bom planejamento deve-se ter primeiro dados
e quando não conta-se com dados reais deve-se realizar uma estimativa ou previsão.
Entretanto, a previsão na maioria das vezes não é conclusiva, por isso a importância de
conhecer o ambiente externo a organização.
Exercício proposto:
1) Execute o MRP para o produto abaixo, considerando: MPS: A: 500 unidades na semana 8 K: 600 unidades na semana 10 BOM: C: 600 unidades por semana L: 800 unidades por semana Os demais componentes são repostos em uma semana independente da quantidade. Ordens Abertas: Nenhum recebimento programado. Estoques: Nenhuma disponibilidade de nenhum item.
00
1
00
200200
2 3
1.2001.200
4 5
00
6
00
7 8
200
Semana
200200 200200
0 00 0
00 00 000 00 0
500 500 500 500 500
1.500
1.500
Item: Ripas da estrutura do assento
Tamanho do lote: 1.500 unidades
Prazo de
entrega:
1 semana
Necessidades
brutas
Recebimentos
programados
Estoque
disponível
projetado
Recebimentos
planejados
Liberações
de pedidos
planejadas
Necessidades
brutas
Recebimentos
programados
Estoque
disponível
projetado
Recebimentos
planejados
Liberações
de pedidos
planejadas
76
Administração de Logística e Produção
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
NB
RP
EP
NL
RPP
OL
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
NB
RP
EP
NL
RPP
OL
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
NB
RP
EP
NL
RPP
OL
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
NB
RP
EP
NL
RPP
OL
A
KL
C L
77
Administração de Logística e Produção
2) Execute o MRP para o produto abaixo, considerando: MPS: A: 500 unidades na semana 8 K: 600 unidades na semana 10 BOM: C: 600 unidades, lead time de 2 semanas L: 800 unidades, lead time de 1 semana Os demais componentes são repostos em uma semana independente da quantidade. Ordens Abertas: L: 800 unidades na 2ª semana C: 600 unidades na 1ª semana Estoques: A: 200 unidades C: 100 unidades
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
NB
RP
EP
NL
RPP
OL
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
NB
RP
EP
NL
RPP
OL
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
NB
RP
EP
NL
RPP
OL
A
KL
C L
78
Administração de Logística e Produção
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
NB
RP
EP
NL
RPP
OL
Atividades individuais:
3) Execute o MRP para o produto abaixo, considerando:
MPS: A: 200 unidades na semana 3
400 unidades na semana 8
D: 700 unidades na semana 5
BOM: C: 400 unidades por semana
E: 800 unidades, lead time de 3 semanas
Os demais componentes são repostos em uma semana independente da
quantidade.
Ordens Abertas: B: 300 unidades na semana 2
C: 200 unidades na semana 1
Estoques:
Elemento Estoque atual Estoque alocado
A 100 100
B 800 550
C 600 200
D 700 700
E 500 400
.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
NB
RP
79
Administração de Logística e Produção
EP
NL
RPP
OL
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
NB
RP
EP
NL
RPP
OL
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
NB
RP
EP
NL
RPP
OL
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
NB
RP
EP
NL
RPP
OL
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
NB
RP
EP
NL
RPP
OL
80
Administração de Logística e Produção
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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FITZSIMMONS & FITZSIMMONS. Administração de serviços: operações, estratégia
e tecnologia de informação. Porto Alegre: Ed. Bookman, 2000.
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Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.
STEVENSON, William J. Administração das operações de produção. RJ: LTC, 2001.
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Manufacturing. 2 ed. Upper Saddle River: Prentice Hall, 2001. 856 p.
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armazém através da movimentação eficiente de materiais. Disponível em: <
http://www.logisticadescomplicada.com/wp-content/uploads/2010/07/Otimizando-o-
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RITZMAN, Larry P.; KRAJEWSKI, Lee.J. Administração da produção e operações.
São Paulo: Prentice Hall, 2004.
RODRIGUES, Paulo Roberto Ambrósio. Gestão estratégica da armazenagem. São
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81
Administração de Logística e Produção
SEBRAE. EADI- Estação Aduaneira do Interior. 2ª Ed. Belo Horizonte, 2005.
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020B9/$File/NT000B4E52.pdf. Acesso em: 29/09/2010.
SEVERO FILHO, João. Administração de logística integrada: materiais, PCP e
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[Consult.21 de Maio 2008]. Disponível em WWW:
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SLACK, Nigel; CAMBERS, Stuart; HARLAND, Christine; HARRISON, Alan;
JOHNSTON, Robert. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 2002.