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Administrador José Rocha Diniz • Director Sérgio Terra • Nº 4962 • Quinta-feira, 17 de Março de 2016 10 PATACAS 15 0 C/19 0 C • HOJE Fonte SMG FOTO JTM Deputados na ANP apontam falhas na comunicação com Zhuhai Pág. 4 Procurador defende revisão do Estatuto dos Magistrados Pág. 5 Conceito de abandono de animais origina severas críticas Pág. 6 Instituto Salesiano deverá preservar estilo do edifício secular Pág. 7 Li Keqiang garante que Hong Kong manterá “alto grau de autonomia” O Primeiro-Ministro chinês assegurou ontem que Hong Kong continuará a ter um alto grau de autonomia, num momento em que parte da opinião pública da região tem criticado inter- venções de Pequim em assuntos inter- nos. “O alto grau de autonomia não se alterou nem se alterará”, assegurou Li Keqiang, no fecho da sessão anual da Assembleia Nacional Popular. Ques- tionado sobre os violentos confrontos que agitaram Mong Kok em Feverei- ro, Li limitou-se a manifestar confian- ça no Executivo e habitantes de Hong Kong para enfrentar futuras dificul- dades. “Acreditamos que o Governo de Hong Kong tem a capacidade e o povo de Hong Kong a sensatez para gerir adequadamente os complexos assuntos em Hong Kong”, afirmou, frisando que o futuro da região “será brilhante”. Quanto a Taiwan, assina- lou que Pequim insiste na implemen- tação de medidas para aumentar a cooperação económica e comercial en- tre ambos os lados. “Enquanto ambas as partes reconheçam que existe ape- nas uma China, poderemos tratar de qualquer assunto”, vincou. Verde de volta à Rua da Felicidade Última Drones vão entrar nas malhas da lei A Autoridade de Aviação Civil de Macau avançou para uma alteração ao Regulamento da Navegação Aérea relativa aos requisitos para actividades de veículos aéreos não tripulados no território. O pro- jecto de revisão encontra-se já em processo legislati- vo, sendo que as Forças de Segurança concordaram com a proposta que deverá procurar estabelecer um ponto de equilíbrio entre as preocupações com a se- gurança pública e as necessidades dos utilizadores de drones. Pág. 3 Pág. 2 Centrais Rui Martins planeia criar “start-ups” no Laboratório de Referência de Microelectrónica Alunos de Português da UCTM preferem aprofundar estudos antes de começar a trabalhar

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Administrador José Rocha Diniz • Director Sérgio Terra • Nº 4962 • Quinta-feira, 17 de Março de 2016 10 PATACAS

150C/190C• • • HOJE

Fonte SMG

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JTM

Deputados na ANPapontam falhas nacomunicação com Zhuhai

Pág. 4

Procurador defenderevisão do Estatutodos Magistrados

Pág. 5

Conceito de abandonode animais originaseveras críticas

Pág. 6

Instituto Salesianodeverá preservar estilodo edifício secular

Pág. 7

Li Keqiang garante queHong Kong manterá “alto grau de autonomia”

O Primeiro-Ministro chinês assegurou ontem que Hong Kong continuará a ter um alto grau de autonomia, num momento em que parte da opinião pública da região tem criticado inter-venções de Pequim em assuntos inter-nos. “O alto grau de autonomia não se alterou nem se alterará”, assegurou Li Keqiang, no fecho da sessão anual da Assembleia Nacional Popular. Ques-tionado sobre os violentos confrontos que agitaram Mong Kok em Feverei-ro, Li limitou-se a manifestar confian-ça no Executivo e habitantes de Hong Kong para enfrentar futuras dificul-dades. “Acreditamos que o Governo de Hong Kong tem a capacidade e o povo de Hong Kong a sensatez para gerir adequadamente os complexos assuntos em Hong Kong”, afirmou, frisando que o futuro da região “será brilhante”. Quanto a Taiwan, assina-lou que Pequim insiste na implemen-tação de medidas para aumentar a cooperação económica e comercial en-tre ambos os lados. “Enquanto ambas as partes reconheçam que existe ape-nas uma China, poderemos tratar de qualquer assunto”, vincou.

Verde de voltaà Rua da Felicidade Última

Drones vão entrar nas malhas da leiA Autoridade de Aviação Civil de Macau avançou para uma alteração ao Regulamento da Navegação Aérea relativa aos requisitos para actividades de veículos aéreos não tripulados no território. O pro-jecto de revisão encontra-se já em processo legislati-

vo, sendo que as Forças de Segurança concordaram com a proposta que deverá procurar estabelecer um ponto de equilíbrio entre as preocupações com a se-gurança pública e as necessidades dos utilizadores de drones. Pág. 3

Pág. 2 Centrais

Rui Martins planeia criar“start-ups” no Laboratório de Referência de Microelectrónica

Alunos de Português da UCTMpreferem aprofundar estudosantes de começar a trabalhar

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02 JTM | LOCAL Quinta-feira, 17 de Março de 2016

JORNAL TRIBUNA DE MACAU

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administrador: José Rocha Diniz • Director: Sérgio Terra • Redacção: Catarina Almeida, Inês Almeida, Liane Ferreira e Viviana Chan • Correspondentes: Helder Almeida (Portugal), João Pimenta (Pequim) e Rogério P. D. Luz (Brasil) Colaboradores: Fátima Almeida, Helder Fernando, Raquel Carvalho, Pedro André Santos e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, Carlos Frota, Daniel Carlier, Francisco José Leandro, João Botas, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected]) • Secretário de Direcção: Miguel Quintais • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua e Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

LABORATÓRIO DE MICROELECTRÓNICA É “CASO ÍMPAR”

Rui Martins quer desenvolver “start-ups”

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O vice-reitor para a investigação da Universidade de Macau e director do Laboratório de Referência de Microelectrónica deu ontem uma conferência subordinada ao desenvolvimento científico no território. Rui Martins faz um balanço positivo do progresso registado, sobretudo no laboratório que dirige e aponta como uma das prioridades para o futuro a comercialização de patentes aprovadas na área da electrónica através de “start-ups” que deverão ser criadas naquela unidade de investigação

A investigação científica conti-nua a ser o principal foco do Laboratório de Referência de

Microelectrónica dirigido por Rui Mar-tins, mas o vice-reitor da Universidade de Macau (UM) mostra ter mais planos: “Temos desenvolvido, apresentado e têm sido aprovadas patentes nesta área da electrónica, pelo que estamos a pre-parar as condições para criar algumas ‘start up’ aqui no laboratório, baseadas em trabalhos de alunos que já tiveram patentes registadas”, avançou ao JOR-NAL TRIBUNA DE MACAU.

Também com o intuito de comercia-lizar estes produtos “temos aumentado a colaboração com empresas de topo da China, incluindo da região de Cantão e agora estamos a expandir-nos para Xangai”. Este objectivo é direccionado sobretudo para as áreas da electrónica e da biologia. “É uma área mista mas que tem potencial de comercialização e é isso que estamos a analisar agora para a segunda metade deste ano”, garantiu Rui Martins.

O progresso do trabalho no labo-ratório “tem sido natural”, explicou o mesmo responsável, frisando que esta nova fase de comercialização dos pro-dutos deve ser encarada com “uma certa perspectiva de desenvolvimento ao longo de alguns anos e não para ser feito rapidamente”. “Temos que ter os pés bem assentes na terra e identificar quais são as áreas em que isso [a comer-cialização] pode ser feito com sucesso ao longo de uma meia dúzia de anos”.

Além da aposta na comercialização de patentes aprovadas, Rui Martins referiu que estão a ser desenvolvidas áreas como as ciências da saúde com a criação de uma nova faculdade, além de haver uma proposta para a criação de um Laboratório de Referência na área da internet “que deve ser aprova-do pela China e pelo Governo de Ma-

cau em breve”. O vice-reitor da UM para a inves-

tigação científica protagonizou ontem uma conferência denominada “Duas Décadas a Desenvolver Cientistas em Macau: De um Deserto a Um Labora-tório de Referência do Estado com Ex-celentes Resultados no Mundo da Elec-trónica”. A sua intervenção centrou-se sobretudo no laboratório que dirige, mas mencionou também o desenvolvi-mento da área da investigação científica no território, desde 1992, altura em que chegou.

“Não havia investigação, daí ter fala-

do de um deserto da investigação cien-tífica. Assim, tive que traçar condições e objectivos para tentar desenvolver esta área desde o primeiro momento na mi-nha área, que é a engenharia electróni-ca”, apontou.

Estudantes de qualidadeFoi, no entanto, a qualidade dos seus

alunos que o fez permanecer no territó-rio durante estes 24 anos. “Com base nisso, fiz propostas ao Senado [da UM] para criar o mestrado, depois o douto-ramento, no fundo, criar uma carreira académica, para os melhores alunos

Inês Almeida

A Escola Oficial Zheng Guanying, antiga es-cola primária luso-chi-

nesa de Tamagnini Barbosa, gerou descontentamento entre os pais de muitos alunos que através da plataforma “Macau Concealers” contestaram ale-gadas “estratégias de capricho”

por parte dos vários directores da escola. Por isso, apelaram à Direcção dos Serviços de Edu-cação e Juventude (DSEJ) para colocar nos comandos do esta-belecimento de ensino um res-ponsável mais “competente”.

Na mesma mensagem, os encarregados de educação re-

feriram que desde a criação da escola, os directores foram-se sucedendo, sendo que cada um “trabalhava à sua maneira”, sem que houvesse um plano geral, o que tornava as discipli-nas cada vez mais difíceis. Esta situação, salientam, contribuiu para as “péssimas” classifica-

ções dos alunos, descritos pelos pais como “cobaias” da escola.

A língua de ensino foi outro problema mencionado pelos pais já que os docentes leccio-nam em mandarim durante o ensino primário, no entanto, quando os jovens chegam ao secundário, as aulas são dadas

em inglês. Esta discrepância, referem, “impõe grandes difi-culdades à adaptação dos estu-dantes”.

O JORNAL TRIBUNA DE MACAU tentou obter uma reacção da escola, mas sem su-cesso até ao fecho desta edição.

R.C.

Escola Zheng Guanying acusada de “caprichos”A antiga escola primária luso-chinesa de Tamagnini Barbosa foi alvo de críticas por parte de pais de estudantes, que denunciaram alegadas estratégias “caprichosas” da direcção. Os encarregados de educação contestam ainda a rotatividade de directores

que se fossem graduando ingressarem nela e, com isso, começar alguma inves-tigação”.

Graças a essa acção, Rui Martins conta actualmente com uma equipa de profissionais locais que o ajudam na gestão do laboratório, uma tarefa “que não é fácil”. “É uma instituição a nível nacional que está sempre a ser observa-da, mas os nossos resultados têm sido publicados e apresentados na conferên-cia de topo deste ramo, em São Francis-co, na Califórnia, ao longo dos últimos cinco anos, desde a criação do laborató-rio em 2011”, realçou.

Tentando fazer uma avaliação à ac-ção desenvolvida no laboratório, que considera “um caso ímpar”, o vice-rei-tor compara-o a outras universidades chinesas e de Hong Kong nesta área através do trabalho apresentado na conferência de São Francisco. “Ao fim de seis anos, a UM está em primeiro lu-gar em termos de trabalhos apresenta-dos, a par da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong, que tem três grupos diferentes. Estamos equipara-dos a ela em termos de trabalhos apre-sentados e muito longe de qualquer outra universidade na China, o que dá uma dimensão internacional ao labo-ratório. Por isso, tem sido reconhecido nas avaliações nacionais através do Mi-nistério da Ciência e Tecnologia e tem mantido este ‘status’”.

Neste sentido, o director do Labora-tório de Referência de Microelectrónica aponta como principal desenvolvimen-to dos últimos anos a “afirmação de di-versas áreas”.

O campo da investigação científica é apoiado pela UM já há duas décadas, mas esse suporte intensificou-se “com a criação da Comissão para a Ciência e Tecnologia de Macau, e depois o Fun-do para o Desenvolvimento da Ciên-cia e Tecnologia tem-se desenvolvido bastante” não apenas no laboratório de microelectrónica mas também no de medicina chinesa.

Rui Martins optimista quanto ao desenvolvimento da investigação científica

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Quinta-feira, 17 de Março de 2016 JTM | LOCAL 03

Aberto concurso para 250 alvarás de táxiPor forma a substituir licenças que se aproximam do fim do prazo, Governo abriu ontem um concurso público para a atribuição de mais 250 alvarás de táxi, válidas por oito anos

Liane Ferreira

FORÇAS DE SEGURANÇA DÃO AVAL A PROPOSTA DA AUTORIDADE DE AVIAÇÃO CIVIL

Drones entram em processo legislativoA Autoridade de Aviação Civil de Macau concluiu a elaboração de uma proposta de alteração ao Regulamento da Navegação Aérea visando regular a utilização de drones no território. O projecto de revisão encontra-se já em processo legislativo

Numa era em que o re-curso a veículos aé-reos não tripulados

está a ser explorado em diver-sas direcções para além das fil-magens aéreas, como é o caso dos sistemas de entrega de en-comendas, Macau prepara-se para legislar a utilização dos drones.

“Já terminámos a elabora-ção da proposta de alteração ao Regulamento de Navega-ção Aérea de Macau, relativa aos requisitos para actividades de veículos aéreos não tripu-lados”, avançou a Autorida-de de Aviação Civil de Macau (AACM) ao JORNAL TRIBU-NA DE MACAU.

A proposta que visa defi-nir regras para os drones “en-contra-se agora em processo legislativo, mas ainda tem de ser aprovada pelo Governo da RAEM”, adiantou ainda o organismo, recordando que a alteração ao Regulamento de Navegação Aérea só entra em vigor depois de publicada como Ordem Executiva.

Questionada sobre o con-teúdo específico da proposta, a AACM ressalvou que, uma vez que a proposta ainda não foi aprovada, não considera “apropriado revelar detalhes”. Ainda assim, avançou que, du-rante o processo de elaboração do documento, foi solicitada a opinião das Forças de Segu-rança, que concordaram com a proposta apresentada.

Apesar de não terem sido revelados novos detalhes, Si-

mon Chan Weng Hong, pre-sidente da AACM, já tinha declarado a intenção de criar um equilíbrio entre as preo-cupações com a segurança pública e as necessidades dos utilizadores destes equipa-mentos. Nessa altura, o mes-mo responsável adiantou que poderia estar em causa a cria-ção de zonas de acesso restri-

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to a drones ou outras apenas para profissionais. Nalguns casos, os utilizadores poderão ter de apresentar pedidos an-tecipados de acesso.

O actual Regulamento de Navegação Aérea, vigente des-de 1 de Agosto de 2013, não abarca aeronaves não tripula-das ou aeromodelos com me-nos de sete quilos, pelo que,

nestes casos, não é necessário obter uma autorização prévia escrita da AACM.

No entanto, o regulamen-to já impede voos dentro da zona de controlo de tráfego aéreo de Macau realizados por balões cativos, papagaios de papel, balões com mais de dois metros em qualquer di-mensão linear, balões de ar

Até às 18 horas do dia 14 de Abril, a Direcção dos Ser-

viço para os Assuntos de Tráfego (DSAT) vai acei-tar propostas para a con-cessão de 250 alvarás de exploração da indústria do transporte de passa-geiros em automóveis li-geiros de aluguer (táxis). Através deste concurso, ontem oficialmente aber-to, a DSAT pretende com-pensar a expiração gra-dual do prazo de alguns alvarás e, consequente-mente, responder à pro-cura do público.

Com um prazo máxi-mo de validade de oito anos, não prorrogável, a

contar da data da respec-tiva emissão, os novos al-varás são insusceptíveis de transmissão. Apenas será admitida uma can-didatura a cada alvará, cujo preço base foi fixado em 200.000 patacas, ao qual acresce o adicional do selo de verba no valor de 10%. Os concorren-tes terão de prestar uma caução no valor de 50.000 patacas como “garantia do exacto e pontual cum-primento das obrigações decorrentes da apresen-tação da proposta”.

Ao abrigo das regras do concurso, o titular do alvará deverá utilizar um veículo com a lotação de

quatro lugares (excluin-do o do condutor) e cilin-drada igual ou superior a dois litros (2.000 c.c.), para além de correspon-der às normas de emissão de gases de escape Euro IV ou superior.

O acto público de abertura das propostas terá lugar a 17 de Abril no Pavilhão Desportivo do Instituto Politécnico.

Hoje, irá realizar-se idêntico procedimento, mas no âmbito do con-curso para a concessão da licença especial para o serviço de rádio-táxis. Em causa estará a abertu-ra da proposta apresen-tada pela Companhia de

Serviços de Rádio Táxi Macau, que inicialmente tinha sido excluída por ter incluído um docu-mento no sobrescrito er-rado, segundo explicou a DSAT. No entanto, a em-presa recorreu da decisão e foi-lhe dada razão, pelo que se apresenta como a única concorrente da Lai Ou Serviços de Táxis, companhia criada por David Chow.

Este concurso envolve a atribuição de um máxi-mo de 100 licenças espe-ciais por oito anos, sendo que o concessionário terá de disponibilizar cinco táxis acessíveis e viaturas de grande porte.

quente, dirigíveis, planadores e aeronaves passíveis de voar sem piloto, incluindo aero-modelos pesando mais de sete quilos e veículos aéreos não tripulados. Os aeromode-los não podem ser operados a 500 metros de distância do Aeroporto e dos heliportos de Macau e do Pac On ou mesmo da Ponte da Amizade.

Em 2014, o Governo pe-diu aos utilizadores de drones para respeitarem a Lei de Pro-tecção de Dados Pessoais, ad-vertindo-os que “não devem fotografar ou filmar imagens que envolvem a vida privada de terceiros” nem utilizar dis-positivos de gravação de sons, “salvo disposições legais em contrário”.

Em Setembro do mesmo ano, o Gabinete para a Pro-tecção de Dados Pessoais (GPDP) confirmou ter recebi-do uma queixa contra a utili-zação destes aparelhos e rei-terou os alertas, frisando que os drones trazem “desafios à privacidade” na medida em “conseguem recolher ima-gens claras e som em locais distantes, permitindo a fisca-lização, perseguição e registo das informações” tais como “actividades pessoais”. Nes-se sentido, o GPDP avisou que “o tratamento dos dados pessoais sem possuir nenhu-ma condição de legitimidade pode constituir infracção ad-ministrativa”.

Segundo o subcoordenador do GPDP, Yang Chongwei, o gabinete tem registado várias consultas e pedidos de infor-mação sobre o uso de drones.

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Quinta-feira, 17 de Março de 201604 JTM | LOCAL

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O súbito encerramento do Posto Fronteiriço de Wanzai levou os deputados da RAEM à Assem-

bleia Nacional Popular (ANP) a pedirem uma melhor coordenação entre o territó-rio e Zhuhai.

De acordo com a “Ou Mun Tin Toi”, Kou Koi In, Chui Sai Peng, Iao Hong Meng e outros três deputados à ANP propuseram a revisão do Acordo-Qua-dro para a cooperação entre Macau e Guangdong, salientando a necessidade de melhorar os mecanismos de comuni-cação, sobretudo nas actividades do dia--a-dia.

Além disso, Chui Sai Peng, Kou Koi In e Lao Ngan Leong apresentaram à ANP um plano de cooperação turística entre a Ilha da Montanha e Macau. Os três salientaram que a partilha de recur-sos turísticos entre a RAEM e Hengqin pode beneficiar ambas as partes. A pro-posta sugere ainda medidas para facilitar a entrada e saída dos turistas e melhorar os postos fronteiriços.

Por outro lado, companhias de Macau com escritórios na Ilha da Montanha fo-ram excluídas dos benefícios fiscais ofe-recidos para facilitar o desenvolvimento de empresas, medida criticada por Lao Ngan Leong, Iao Hong Meng e Kou Koi In em Pequim, visto não contribuir para a diversificação económica do territó-

rio, objectivo inerente à cooperação com Hengqin. Os mesmos responsáveis que-rem que o Executivo de Zhuhai alargue o âmbito dos benefícios fiscais para abran-ger empresas de Macau, além de um des-conto de 15% no imposto de rendimento.

Deputados de Macau à ANM defen-deram ainda a autorização para explo-ração do comércio electrónico na Ilha da Montanha, até ao momento não aprova-da pelo Governo Central. Assim, foi su-gerida a inclusão de Hengqin no projecto piloto de comércio electrónico transfron-teiriço do Interior da China. Como justifi-cação, sustentam que o comércio electró-nico pode ajudar à afirmação de Macau como plataforma comercial entre a China e os países de língua portuguesa.

Os deputados de Macau na ANP propuseram a revisão do acordo de cooperação com Guangdong, tendo em vista melhorar a coordenação e comunicação entre as partes. Apresentaram ainda propostas no âmbito da diversificação industrial com recurso à Ilha da Montanha

FECHO SÚBITO DE FRONTEIRA PREOCUPA DEPUTADOS NA ANP

Apontadas falhas no diálogo com Zhuhai

Viviana Chan

Alexis Tam lamenta“preconceitos” contra edifício de doenças TransmissíveisApesar de entender algumas preo-cupações manifestadas em torno do projecto de construção do Edi-fício de Doenças Transmissíveis, o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura afirmou que “os residen-tes devem pôr de lado preconcei-tos”, e “apoiar a posição do gover-no já que a mesma é tomada de modo a salvaguardar a população, a saúde dos profissionais de saúde, além dos turistas”, refere uma nota divulgada pelos Serviços de Saúde, citando declarações de Alexis Tam num encontro com residentes que vivem junto do Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) e representantes dos diversos gru-pos de saúde e associações. Depois de estes terem visitado as instala-ções de prevenção e controlo de doenças transmissíveis do CHCSJ e conhecerem o funcionamento do Centro Clínico de Saúde Pública em Coloane, o Secretário voltou a explicar os motivos e a importân-cia da escolha do local onde o pro-jecto será desenvolvido, insistindo na “necessidade” e “urgência” de construção do edifício de doenças transmissíveis. Garantiu ainda que o Governo irá apresentar publica-mente e aos residentes os desen-volvimentos relacionados com a construção do edifício, mantendo uma “atitude de transparência” sobre os procedimentos das obras públicas. “Apesar de alguns repre-sentantes estarem contra a criação do Edifício de Doenças Transmis-síveis, os mesmos, após terem visi-tado as instalações de prevenção e controlo de doenças transmissíveis existentes no CHCSJ detectaram que estas unidades são demasiado simples e podem não responder às eventuais necessidades futuras”, referem ainda os Serviços de Saú-de.

1ª Vez “JTM” - 17 de Março de 2016

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO A SAAM irá realizar obras de manutenção na rede de abastecimento durante o período abaixo indicado, pelo que o abastecimento de água será interrompido nos locais abaixo indicados: Data da Interrupção: 2016/3/18 Sexta-feira Horário da Interrupção: Entre as 09:00 e as 17:00 Local da Obra: Nº 15, Rua dos Cules

Locais Afectados: Nº 1 e Nº 17, Rua dos CulesNº 15 e Nº 31, Patio do Gil

Local de Abastecimento Temporário: Nº 12, Rua dos CulesHidrante Nº 3262 Linha Aberta de Informação: 28220088 Atenção: O abastecimento de água será restabelecido a qualquer momento, dependendo do progresso dos trabalhos A SAAM irá afixar este aviso nas portas dos locais onde o abastecimento de água será interrompido, antes das 17:30 do dia que precede a interrupção do abastecimento, no sentido de confirmar o período de interrupção.

Pedimos desculpas por qualquer inconveniente causado!

1ª Vez “JTM” - 17 de Março de 2016

Interdição N.º CV1-16-0011-CPE 1.° Juízo Cível

Requerente: O Ministério Público. Requerido: Tam Chan, solteira, maior, nascido a 29/02/1964, em Macau, filha de Tam Koon Sang, ora já falecido e de Ho Oi Chan,ora internada no Centro de Santa Margarida da Caritas de Macau, sito no Caminho das Hortas, Rua de Tin Chon, na Taipa, Macau.

A MERITÍSSIMA JUIZ DO 1.º JUÍZO CÍVEL DO TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE DA R.A.E.M.:

FAZ-SE SABER QUE, foi distribuída neste Tribunal, em 24 de Fevereiro de 2016, uma Acção Especial de Interdição, com o número acima indicado, que o Ministério Público move contra Tam Chan, a fim de ser decretada a sua interdição por sofrer duma deficiência mental/intelectual grave.

Tribunal Judicial de Base da R.A.E.M., 2 de Março de 2016.

A Juiz,Cheong Weng Tong

A Escrivã Judicial Principal,Ana Capelo

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

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Quinta-feira, 17 de Março de 2016 JTM | LOCAL 05

IP SON SANG ADMITE QUE CASO HO CHIO MENG AFECTOU MP

“Temos de discutir Estatuto dos Magistrados”

NETO VALENTE SOBRE ACORDO DE EXTRADIÇÃO

“Muita confiança” na RAEHKJorge Neto Valente disse ter mais confiança em Hong Kong do que em Macau no que respeita à negociação do acordo de cooperação judiciária

Para o presidente da Associação dos Advogados de Macau, as negocia-ções sobre o acordo que visa permitir

a entrega de suspeitos e condenados moti-vam mais preocupações do lado da RAEM do que de Hong Kong, por uma questão de respeito por direitos humanos.

“Macau disponibiliza-se para fazer tudo e mais alguma coisa, sem grandes preocupa-ções pelos direitos das pessoas e pelo espíri-to do sistema. Não está ainda nada defini-tivamente decidido, mas tenho, sobretudo, muita confiança de que, em Hong Kong, não vão deixar violar princípios básicos do sistema penal de Hong Kong, que são tam-bém aqueles que servem para Macau”, dis-se Neto Valente, citado pela Rádio Macau, à margem da tomada de posse de Kan Cheng Ha como juiz presidente do Tribunal Colec-tivo dos Tribunais de Primeira Instância.

Na semana passada, os Governos de Macau e Hong Kong voltaram a discutir pormenores como a possível eficácia re-troactiva, mas não anunciaram qualquer decisão sobre esta matéria, sendo que as duas partes confirmaram a persistência de algumas divergências, não especificadas.

Relativamente à falta de informações sobre o acordo, aspecto que tem gerado críticas da Associação Novo Macau, Neto Valente recordou que o documento é “téc-

nico” e os seus pormenores deverão ser co-nhecidos quando for discutido na Assem-bleia Legislativa.

Por outro lado, o presidente da Associa-ção dos Advogados considerou “acertada” a escolha de Kan Cheng Ha para o cargo de juíza presidente do Tribunal Colectivo dos Tribunais de Primeira Instância, mas vol-tou a alertar para a existência de vários de-safios. “Os tribunais de primeira instância são aqueles onde há mais problemas. São mais difíceis, são muitos”, disse, notando que “faltam recursos humanos”, bem como “recursos materiais no sentido não do di-nheiro, mas de edifícios capazes de servir as instituições judiciárias”.

“Todos os anos, há mais de 10 mil pro-cessos – isto é um número conservador – novos. A juntar a outros 10 mil do ano anterior e mais outros dez mil do ano ante-cedente. Portanto, não é possível com o nú-mero reduzido de magistrados que temos despachar esses processos todos. A nossa justiça não tem melhorado em termos de resposta”, notou.

Kan Cheng Ha “pode ajudar com a consciência que tem das dificuldades” e “prever com suficiente antecedência” os problemas, disse, confiante de que o siste-ma pode “evoluir de uma forma positiva e mais rápida”.

SENTENÇA DO TJB DIVULGADA HOJE

“Dia D” no caso LisboaO Tribunal Judicial de Base vai proferir hoje a sentença do caso de alegada exploração de prostituição no Hotel Lisboa

Seis arguidos, incluindo Alan Ho, sobrinho do magnata Stanley Ho, conhecem hoje a sentença

do Tribunal Judicial de Base que os julgou por associação criminosa e ex-ploração de prostituição. Este é con-siderado o maior caso do género em Macau desde a transferência de sobe-rania. A prostituição não é crime em Macau, mas a sua exploração sim.

Alan Ho, 69 anos, director execu-tivo do Hotel Lisboa, propriedade da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM), foi acusado de um crime de fundação e chefia de associa-ção criminosa e de 90 de exploração de prostituição.

Todos os arguidos eram funcioná-rios do Hotel Lisboa e estão em prisão preventiva desde Janeiro de 2015, na sequência de uma operação da Polícia Judiciária. Na operação foram ainda interceptadas 96 alegadas prostitutas originárias da China e do Vietname.

Nas alegações finais, a 4 de Março, a defesa de Alan Ho considerou que durante o julgamento não ficaram provados os crimes de associação cri-minosa e exploração de prostituição no Hotel Lisboa de que é acusado. O advogado Jorge Neto Valente referiu

que “não se está a discutir a moral”, acrescentando que a polícia era cha-mada “quatro a cinco vezes por mês” ao Hotel Lisboa, segundo testemu-nhas, pelo que as autoridades sabiam que havia mulheres hospedadas que se dedicavam à prostituição, o que “não configura ilícito legal”.

“Ninguém lhe imputou qualquer atitude de aliciamento”, continuou, apontando que 30 prostitutas ouvi-das pelo tribunal referiram pagar a proxenetas da China sem relações com Alan Ho, que a maioria afirmou prostituir-se “de forma voluntária” e nenhum dos agentes da Polícia Judi-ciária imputou qualquer intervenção do arguido.

Já a procuradora do Ministério Público afirmou que foi provado que Alan Ho “sabia perfeitamente” que havia uma estrutura, com membros, com relações e contactos, “com regras, condições, um sistema muito bem or-ganizado”, referindo-se à acusação de associação criminosa, e considerou que ficaram igualmente provadas a exploração de prostituição, nomeada-mente na sequência de relatos do pa-gamento de comissões.

JTM com Lusa

À margem da cerimónia de toma-da de posse de Kan Cheng Ha como juíza presidente do Tribu-

nal Colectivo dos Tribunais de Primeira Instância, o Procurador da RAEM, Ip Son Sang, pronunciou-se pela primeira vez sobre o caso que envolve o seu an-tecessor, Ho Chio Meng, e a legislação implicada.

“Nós temos de discutir o Estatuto dos Magistrados e também de analisar a situação actual dos magistrados, se estão a desenvolver e a desempenhar as funções judiciárias”, disse o Procurador à TDM.

Questionado sobre a decisão do Tri-bunal de Última Instância (TUI) de não aceitar o pedido de “Habeas Corpus” de Ho Chio Meng com base no Estatu-to dos Magistrados, Ip Son Sang frisou que “agora temos de respeitar a decisão do TUI”. Por outro lado, destacou que a sentença já incluiu uma explicação cla-ra sobre os magistrados em exercício e

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IGOO Procurador comentou pela

primeira vez o caso que envolve Ho Chio Meng, indicando que a decisão do Tribunal da Última Instância de manter a prisão preventiva deve ser respeitada. No entanto, admitiu que o caso afectou o Ministério Público. Por outro lado, afirmou que o Estatuto dos Magistrados deve ser discutido e analisado

o Estatuto de Magistrado.Recorde-se que o TUI negou o pedi-

do, porque no seu entendimento apenas os magistrados em exercício têm direito a não ser presos preventivamente. As-sim, o órgão considerou que Ho Chio Meng como coordenador da Comissão de Estudos do Sistema Jurídico-Crimi-nal, não era magistrado quando foi de-tido, mas funcionário público, apesar de continuar a figurar na “lista de anti-guidade dos magistrados do Ministério Público em exercício”, reportada a 31 de

Dezembro de 2015. Caso mantivesse o estatuto de pro-

curador-adjunto, Ho Chio Meng só poderia ser detido ou preso preventi-vamente após flagrante delito. Isto se o crime em causa fosse punível com pena de prisão de limite máximo superior a três anos.

“Em relação ao processo concreto neste momento não posso nem devo co-mentar. Aguardamos o desenvolvimen-to do inquérito e do processo, uma vez que, antes da sentença final transitar em

julgado, nós temos de respeitar o prin-cípio da inocência presumida”, afirmou o actual Procurador.

De acordo com a Rádio Macau, Ip Son Sang foi ainda questionado sobre as razões pelas quais o antigo Procura-dor não foi suspenso das funções que desempenhava assim que começou a investigação, bem como se o objectivo passaria por apanhar Ho Chio Meng em flagrante delito. “Não posso dizer que foi uma estratégia de investiga-ção”, respondeu, acrescentando que não podia fazer mais comentários.

Segundo a “Ou Mun Tin Toi”, o Procurador reconheceu que o caso de alegada corrupção de Ho Chio Meng “afectou o Ministério Público (MP) e a sociedade de Macau”. No entanto, dis-se acreditar que todos os magistrados irão desempenhar cabalmente as suas funções.

Garantindo que os funcionários ju-diciais e administrativos do Gabinete do Procurador vão garantir o normal funcionamento do MP, sublinhou que reforçou a fiscalização nas finanças do órgão a partir de 2015. “Realmente, me-lhorámos o funcionamento financeiro do gabinete do Procurador, em termos de obtenção de serviços, dos custos”, disse, acrescentando que “o regime está completo e temos cumprido conforme a lei”.

Recorde-se que Ho Chio Meng é suspeito de ter favorecido empresas, algumas de familiares, na adjudicação de obras e serviços por um período de 10 anos.

V.C.

Ip Son Sang garante ter sido reforçada a fiscalização financeira no MP

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Quinta-feira, 17 de Março de 201606 JTM | LOCAL

Inês Almeida

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A Fundação Rui Cunha organizou ontem uma conferência intitulada “Animais: Direito e Direitos” onde, entre outros temas, foram debatidas as falhas na proposta de lei de protecção dos animais. A definição de abandono contemplada no documento recebeu severas críticas por parte de vários oradores

CONFERÊNCIA SOBRE DIREITOS DOS ANIMAIS ENCHEU A FUNDAÇÃO RUI CUNHA

Criticada definição de “abandono” animal

A lei “diz que se o animal for deli-beradamente deixado num canil já não é abandono e nós não com-

preendemos porque o abandono é a sepa-ração entre os animais e os donos”, frisou o presidente da Sociedade Protectora dos Animais de Macau (ANIMA), Albano Martins, numa sessão onde foi debatido o tema “Animais: Direito e Direitos” que encheu a Fundação Rui Cunha.

Esta foi uma das maiores falhas apon-tadas à proposta de lei de protecção dos animais, que está a ser discutida em sede de comissão da Assembleia Legislativa, mas o mesmo responsável apontou ain-da outros problemas como a definição do tecto máximo de um ano de prisão para os maus-tratos a animais.

A legislação em causa “foi feita um bocado sob pressão e surgiu muito rapi-damente após o Governo ter sido inco-modado por parte da população activista dos direitos dos animais”, frisou Albano Martins em declarações ao JORNAL TRI-BUNA DE MACAU. Assim, assemelha--se muito à proposta em 2008, salienta.

No entanto, “para quem já desde 2003

andava à procura de uma lei, é muito me-lhor ela existir, mesmo que seja incompleta e desintegrada como esta é”, reconheceu.

O jurista Paulo Cardinal partilha da mesma opinião referindo a importância da “consciência da necessidade e da ade-quação de termos uma lei que protege

efectivamente os animais”. “Defender-mos a protecção dos animais é uma ques-tão civilizacional das nossas sociedades modernas e um imperativo”, salientou.

Ainda assim, tanto o jurista como o presidente da ANIMA apontam algumas lacunas na legislação. Entre as falhas, o

presidente da ANIMA indica “a falta de regulamentação dos veterinários, das clínicas, das lojas e dos criadores de ani-mais”.

Por outro lado, Albano Martins criti-cou questões levantadas pelos deputados relacionadas com o uso de açaimes. “De-vem ser açaimados apenas os animais considerados perigosos ou que tenham um historial de agressão a humanos ou outros animais”, sublinhou. Em caso de dúvidas, o animal deve ser examinado pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais que tomará depois a decisão.

“O uso de açaime não deve depender do peso”, aponta, exemplificando: “os golden retrievers têm todos mais de 23 quilos e eu nunca vi nenhum morder al-guém, bem pelo contrário, é mais prová-vel que um chihuahua nos morda do que um golden retriever. É só uma questão de educação, mesmo dos próprios donos dos animais que devem evitar incomodar pessoas que não estão habituadas ou não se sentem bem ao lado de animais”, diz o mesmo responsável.

Como outros exemplos de “civismo”, Albano Martins mencionou que, ao pas-sear os animais, eles devem ir do lado es-querdo “como uma criança”.

• • • BREVESDetida por tráfico de droga enquanto esperava sentença A Polícia Judiciária (PJ) deteve ontem uma residente por suspeitas de tráfico de dro-ga, crime pelo qual já tinha acusada noutro caso que aguarda sentença. Segundo a PJ, a mulher tinha sido conduzida ao Ministério Público em Janeiro último. Desta vez, terá comprado a droga na China Continental, por dois mil renminbis.

IAS forma 1.200 agentes sobre violência domésticaO vice-presidente do Instituto de Acção So-cial (IAS), Au Chi Keung, indicou que 1.200 agentes policiais vão receber formação para lidar com casos de violência doméstica. Com carácter bissemanal, as sessões vão prolon-gar-se por três semanas. O mesmo responsá-vel salientou que o organismo desempenha um papel importante no reconhecimento de casos de violência doméstica. Au Chi Keung assegurou ainda que o IAS vai continuar a divulgar informações aos assistentes sociais, forças policiais e sector da educação.

Air Macau promove rota para FukuokaDu Guofu, vice-presidente da Air Macau, liderou uma delegação da companhia que esteve em Fukuoka para promover o lança-mento de voos regulares entre Macau e aque-la cidade japonesa, a partir de 28 de Março. A transportadora indicou que pretende atrair “passageiros diversificados” através do re-forço da cooperação com parceiros da indús-tria de viagens e meios de comunicação japo-neses. O Japão é actualmente o quinto maior mercado de visitantes de Macau.

A Fundação Macau inaugurou on-tem, no Centro UNESCO, uma exposição de obras caligráficas de

Wu Zhaoyi que apresentará ao público mais de 60 obras do prestigiado artista da China Continental.

Natural de Tong Cheng, na Província de Anhui, Wu Zhaoyi desempenha actual-mente inúmeros cargos, incluindo, entre outros, os de presidente da Associação dos Artistas de Caligrafia e Selo da China Con-temporânea e Associação de Estudos de Grandes Calígrafos e Pintores da China.

Segundo a Fundação Macau, as obras de Wu Zhaoyi foram apresentadas muitas vezes em exposições nacionais valendo ao artista vários prémios na área de caligra-

fia. Os seus trabalhos foram coleccionadas em mais de 80 países e alguns oferecidos pela China a Juan Antonio Samaranch, ex--presidente do Comité Olímpico Interna-cional que faleceu em 2010.

Por outro lado, as aulas de multimédia de Wu Zhaoyi foram traduzidas para as línguas inglesa, russa e francesa, contri-buindo para a promoção da caligrafia chi-nesa no mundo.

Wu também publicou livros e é profes-sor de caligrafia em diversos institutos. As suas obras ainda foram seleccionadas para integrar mais de 30 livros de grandes calí-grafos da China.

A exposição estará patente das 10:00 às 19:00, com entrada gratuita

Mestre da caligrafia expõe no Centro UNESCODezenas de obras de Wu Zhaoyi, famoso calígrafo do Interior da China, estão patentes até amanhã no Centro UNESCO de Macau

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ABERTAS INSCRIÇÕES PARA “SOUND & IMAGE”. A Creative Macau e o Instituto de Estudos Europeus abriram ontem as inscrições para a sétima edição do “Sound & Image Challenge”, num processo que se prolonga até 16 de Junho e envolve curta-metragens e vídeoclipes. O festival, que decorrerá entre 6 e 11 de Dezembro, inclui ainda prémios especí-ficos como “Identidade Cultural de Macau”, “Melhor Candidatura Local”, “Melhor no Evento” e “Favorito do Público”.

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Quinta-feira, 17 de Março de 2016 JTM | LOCAL 07

Catarina Almeida

CONSELHO URBANÍSTICO SUBLINHA URGÊNCIA NAS OBRAS

Demolição com restrições no Instituto Salesiano

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A Planta de Condições Urbanísticas (PCU) do projecto de reconstrução

e demolição do Instituto Salesia-no, na Rua Central, foi aprovada na reunião de ontem do Conse-lho do Planeamento Urbanístico (CPU). No entanto, e por consi-derarem que há “urgência” na reconstrução do complexo ficou também acordado adicionar quatro pontos ao projecto inicial.

Deste modo, ao projecto se-rão acrescentadas as opiniões dos membros do CPU que de-fenderam a manutenção do es-tilo arquitectónico do edifício com mais de 100 anos, da arcada e dos três pisos. Além disso, o Conselho concordou que podem ser construídos mais pisos que deverão respeitar as alturas má-ximas definidas para a “Zona A” (38 metros em relação ao nível médio do mar) e para a “Zona B” (26,7 metros).

A discussão centrou-se, so-bretudo, no facto de não haver referência ao edifício secular. Leong Wai Man, chefe do De-partamento do Património Cul-

tural do Instituto Cultural (IC) explicou aos membros do Con-selho que “o IC avalia não só o valor histórico, como também vai ponderar em relação ao seu valor arquitectónico. Quanto aos 16 pilares decidimos que deve ser mantida a fachada”.

Lam Iek Chit, vogal do CPU, alertou para a importância de preservar o estilo arquitectóni-co do edifício secular, embora esteja “degradado”. “Neste caso concreto devemos pensar mais além, e não dizer apenas que a fachada deve ser preservada. Não é uma questão assim tão simples”, começou por explicar.

“O interior desta escola não está em boas condições. Será possível manter o corredor, tal como está? E quanto ao campo desportivo, será também uma questão que merece ser discuti-da no futuro”, propôs Lam Iek Chit, mostrando estar de acordo com a preservação do passado arquitectónico do complexo.

Outro membro do Conselho disse ainda que a escola forneceu “muitos elementos complemen-tares” na elaboração do projecto, revelando que “o requerente está numa posição muito aberta para

O plano de demolição e reconstrução do Instituto Salesiano foi considerado “urgente” pelos membros do Conselho do Planeamento Urbanístico, que aprovaram o projecto. Porém, o Conselho propôs alterações à planta oficial para incluir a manutenção do estilo arquitectónico do edifício secular, da arcada e dos pisos

desenvolver o ensino local, man-tendo a raiz já existente”. A mes-ma vogal posicionou-se do lado dos defensores da reconstrução do complexo, sem colocar em risco o passado histórico do Ins-tituto Salesiano. “Os pilares que estão virados para um dos cam-pos desportivos devem ser man-tidos porque têm o seu valor ar-quitectónico e histórico. Não sei se é possível estabelecer algumas limitações no actual projecto, de forma a manter o estilo arqui-tectónico, para que o requerente possa reconstruir e obedecer aos estilos históricos”, defendeu.

Embora tenham apresentado algumas “restrições” à planta oficial, a maioria dos membros

concordou ser urgente e neces-sário acelerar com o projecto.

Na qualidade de membro do CPU, Mak Soi Kun disse que é preciso ser “cauteloso quanto à estrutura vigente” por se tratar de uma reconstrução. “Há uma grande ponderação sobre a pre-servação histórica desta esco-la, não só sobre a fachada mas também sobre o estilo arquitec-tónico. Há, de facto, problemas estruturais”, referiu.

Por sua vez, Chan Chi Kit entende que a reconstrução é necessária mas a proposta apre-sentada deve ter “exigências em relação à preservação histórica”. “Não basta só manter a fachada exterior, mas sim todo o [estilo

arquitectónico] do edifício”.Após uma forte troca de opi-

niões, a maioria dos membros do CPU concluiu que a Planta de Condições Urbanísticas suge-rida não traz garantias concretas sobre qual será o futuro do Ins-tituto Salesiano. Leong Sin Man frisou que as obras podem, de facto, garantir um melhor ensino mas devem “respeitar as condi-ções arquitectónicas”.

Deste modo, apesar do pro-jecto ter sido aprovado pela maioria dos membros do CPU, a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes vai informar, na próxima reunião, se será necessário “dar procedi-mento a um novo projecto”.

Membros do CPU concluíram que o projecto não garantia certezas sobre a preservação do complexo histórico

Com uma finalidade não-indus-trial, a planta de condições urba-nísticas de um terreno segmenta-

do em três parcelas diferentes, com uma concessão por aforamento, foi rejeitada pelos membros do Conselho do Planea-mento Urbanístico (CPU).

O projecto para o terreno junto à Rua de Luiz Gonzaga Gomes, no ZAPE, pro-punha o alargamento das vias através da inclusão de uma via pública. De acordo com Wu Chou Kit, “ao alterar a conjun-tura da planta altera-se também o desen-volvimento”. Durante a terceira reunião

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MEMBROS DO CPU DISCORDARAM DA NATUREZA DO PROJECTO

Chumbada fusão de terrenos com via públicaO Conselho do Planeamento Urbanístico não deu seguimento à planta de condições urbanísticas de um projecto que visava o alargamento das vias de um terreno junto à Praça Flor de Lótus pelo facto da “disposição urbanística não ser boa”. Em causa está a inserção da via pública dentro de parcelas privadas

plenária deste ano, o mesmo vogal do CPU mostrou incompreensão com o facto “das vias públicas serem inseridas dentro do desenvolvimento privado”.

Por sua vez, Cheong Ion Man, subdi-rector da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) defendeu que a zona abrangida pelo pro-jecto, perto da Praça Flor de Lótus, “pre-cisa de ser alargada porque há sempre muitos autocarros” a perturbar a circula-ção normal da via.

Na mesma linha, Raimundo do Ro-sário, que preside ao CPU na qualidade de Secretário para os Transportes e Obras Públicas, explicou que utilizar o terreno que está desocupado é uma boa opor-tunidade para “o alargamento da via”.

“Estamos a enfrentar, naquela zona, um grande problema com os autocarros”, considerou.

Porém, um dos membros do CPU de-fendeu que a fusão dos três terrenos só faz sentido se forem “proporcionados outros equipamentos de instalações públicas”. Neste sentido, Chan Tak Seng colocou o foco sobre qual seria o verdadeiro interes-se subjacente. “Parece que este projecto só olha para o interesse dos proprietários dos terrenos. E os cidadãos? Quais são os interesses da população que mora naque-la zona?”. Em jeito de conclusão, e pela falta de concordância sobre o projecto, o CPU decidiu reprovar a planta de condi-ções urbanísticas.

Durante a reunião de ontem foi levan-

tada, por inúmeras vezes, a preocupação dos membros do CPU quanto à falta de critérios “abrangentes” no que respeita às zonas históricas da cidade. Segundo Wu Chou Kit, “o Instituto Cultural (IC) deve ter uma visão abrangente o que pode contribuir para a preservação das zonas com valor histórico e patrimonial”.

Já Mak Soi Kun sublinhou que o CPU “tem de ser rigoroso”. Nesta linha, defen-deu que cabe ao Governo obrigar à rea-lização de inspecções a cada cinco anos. Em causa estava a manutenção da facha-da do prédio nº26, situado na Travessa dos Alfaiates.

As incompreensões reveladas pelos membros do CPU surgiram depois do IC ter emitido um parecer no sentido de não manter a fachada de um prédio localiza-do na mesma travessa.

Chan Tak Seng questionou o IC sobre, neste caso, não existir coerência nos cri-térios que estipula. “Não há regras para o desenvolvimento da travessa porque o nº5 pode manter a fachada e o nº26 não? Concordo com a manutenção da fachada mas, ao mesmo tempo, está muito degra-dada. Esta obrigação [do IC] mostra que não há um critério de preservação. Quero saber quais são os critérios”.

C.A.

CPU discutiu 20 plantas de condições urbanísticas

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08 JTM | LOCAL Quinta-feira, 17 de Março de 2016

PRIMEIRO LOTE DE FINALISTAS PREFERE APROFUNDAR ESTUDOS

Alunos da UCTM testam interpretação de PortuguêsDois grupos de alunos da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, do 2º e 4º anos, testaram ontem os seus níveis de vocabulário, compreensão e expressão oral na segunda edição do concurso de interpretação de Português-Chinês. Este ano, a instituição de ensino superior forma o seu primeiro lote de licenciados, sendo que a maioria prefere aprofundar estudos antes de entrar no mundo do trabalho

A Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (UCTM) foi ontem palco de um concurso de interpretação de

Português-Chinês e vice-versa para alunos do segundo e quarto anos. No total, 10 estudantes deixaram a vergonha para trás e enfrentaram colegas e professores num desafio impressio-nante.

Entre as frases para interpretar no momen-to, constavam, por exemplo, um excerto do discurso de Marcelo Rebelo de Sousa na to-mada de posse como Presidente da República Portuguesa e uma parte referente ao direito dos residentes de Macau de emigrarem para outros países ou regiões, de poderem pedir documentos de viagem e de saírem livremente sem autorizações especiais do Governo.

Ao fim de uma hora, o painel de jurados composto por professores da UCTM, do Insti-tuto Politécnico e da Universidade de Macau elegeu Daniel e Luís como os vencedores da tarde, embora todos os participantes tenham tido direito a prémios.

Questionado sobre quantas horas demorou a preparar-se para o concurso, Luís, estudante do quarto ano, afirmou: “não perco tempo, é

Liane Ferreira

O escritor vê na imprensa gui-neense “um espaço a preen-cher”: “Lamentavelmente quase

tudo é política, para não dizer politiqui-ce”, e não existe uma publicação que “se ocupe da arte e cultura de uma forma regular”, afirmou Ernesto Dabó à agên-cia Lusa, em Macau, onde participa no Festival Literário Rota das Letras.

A ideia passa por “divulgar uma outra face” da Guiné-Bissau que, “in-felizmente, não tem tido a sorte de ser vista como um país de boa gente, com uma cultura riquíssima e com gente com talento e uma capacidade criativa enorme”, explicou.

“Normalmente, a imagem mais bonita de qualquer país é a cultura”, acrescentou.

Em contactos em Lisboa, em busca de apoios, Ernesto Dabó não circuns-

creve o projecto à terra natal.“É uma revista essencialmente lu-

sófona: não só o parâmetro linguístico, como o geográfico também. (…) Não faz sentido fazer uma revista e fechá-la na Guiné-Bissau”, afirmou, observan-do que seria direcionada, igualmente, às comunidades na diáspora.

“Vou bater-me até que consiga ti-rar a revista. Nem que seja com quatro folhas, mas há de sair um dia”, frisou Ernesto Dabó.

“Se não há espaço para publicar, as pessoas começam a desanimar”, real-çou o autor de “Mar Misto”, livro de poesia que reúne poemas em portu-guês e em crioulo, editado em Portugal em 2011, esperançado de que um dia seja possível proporcionar “a todos os guineenses que tenham ideias na área da cultura” um “espaço para divulga-

rem os seus trabalhos”.A ideia acompanha-o desde 2000 e

o escritor acredita que “seguramente a revista já teria saído se o país estivesse estável”, porque as cíclicas convulsões políticas desde finais de 1990 “prejudi-cam quase todos os projectos”.

Ernesto Dabó tem, contudo, “outras coisas mais antigas” em que continua a pensar, como um projecto que apresen-tou em 1996 para fazer um inventário da música popular guineense, consi-derando que “cada grupo étnico é um bloco cultural” e que “o fenómeno da perda é evidente”.

“Ainda hoje ando com isso. Sou um bocado chato. Não largo assim facil-mente”, brincou.

Já “quase pronta” está uma colectâ-nea de artigos que o autor, que escreve há mais de 20 anos em jornais e em blo-

gues, pretende publicar, após a suges-tão deixada por amigos.

“Só me falta conseguir um editor”, salientou, lamentando a ausência de “uma política de suporte à edição, de promoção da literatura e do livro”, um “lamentável empecilho ao desenvol-vimento” da literatura e que faz com muitos escritores na Guiné-Bissau te-nham “as gavetas a abarrotar”.

Embora de forma muito irregular, Ernesto Dabó está também a escrever um romance, em que tenta ficcionar uma situação que é consequência da guerra civil guineense de 1998.

“Não vou tratar a guerra, vou ver o que a guerra provoca, inclusive no caso de dois namorados. O que a guerra faz de mal às coisas boas que as pessoas têm”, afirmou.

JTM/Lusa

Uma revista para mostrar “face bonita” da Guiné-BissauO escritor Ernesto Dabó, que se autodefine como um “activista cultural”, retomou o “combate” de encontrar apoios para cumprir um ideal antigo de ver editada uma revista cultural que mostre a “face bonita” da sua Guiné-Bissau

tudo um investimento”. Segundo revelou ao JORNAL TRIBUNA

DE MACAU, normalmente estuda mais uma ou duas horas por dia para além das aulas, no entanto, outras actividades como falar com na-tivos também contam, por isso, é difícil conta-bilizar.

“Gostava de tirar um mestrado em Relações Internacionais. Estou a candidatar-me a mes-trados em Portugal”, afirmou, acrescentando que Coimbra e Lisboa são algumas das opções. Depois disso, gostaria de viver na Europa du-rante um ou dois anos.

Tal como Luís, que considera o concurso útil para treinar, Letícia, Rita, Ana e Inês de-fendem que a iniciativa também serve para motivar e aprender a lidar com o nervosismo.

Se Rita prefere trabalhar primeiro antes de aprofundar estudos, quem sabe em Coim-bra, Letícia ainda não tem um plano definido, apontando Portugal ou Brasil como potenciais destinos de interesse.

“Ainda não sei, porque estagiei numa em-presa em Lisboa que tratava dos vistos de resi-dência para chineses e acho que seria útil para aprofundar a língua”, disse Ana.

Sentindo-se muito afortunado, o vencedor da categoria do segundo ano, Daniel, admitiu que não estudou para o concurso, porque não sabia em que se focar. Aliás, os restantes cole-gas também tiveram a mesma dúvida.

“No ano passado também participei e noto que houve progressos pequeninos. Estou con-tente”, afirmou Daniel.

O colega Miguel considera que o concurso é útil porque permite avaliar o que realmente sabem. “Às vezes, estudamos só para o exame, depois esquecemos tudo. Assim, ficamos a per-ceber o que sabemos mesmo”, frisou.

No grupo de cinco alunos do segundo ano da licenciatura em Português as opiniões são unânimes: a Língua de Camões é complexa e, por isso, interessante e bonita.

Esta foi a segunda edição do concurso de interpretação de Português-Chinês, que ar-rancou no ano passado pela mão de Francisco Song, docente do curso da UCTM há três anos. “Reparei que, embora os alunos falassem bem Português, não são bons tradutores e queria re-forçar essa vertente”, afirmou o professor em declarações a este jornal.

Alunos do 2º ano confessaram que não estudaram para o concurso Finalistas de Português com os professores e membros da organização

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Quinta-feira, 17 de Março de 2016 JTM | LOCAL 09

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PRIMEIRO LOTE DE FINALISTAS PREFERE APROFUNDAR ESTUDOS

Alunos da UCTM testam interpretação de Português

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Promovido pela primei-ra vez pelo Gabinete de Apoio ao Ensino

Superior (GAES), o projecto dos “Financiamentos Espe-ciais para Formação de Qua-dros Qualificados Bilingues em Chinês e Português e para a Cooperação do Ensi-no e da Investigação das Ins-tituições do Ensino Superior de Macau” tem por objectivo incentivar os estabelecimen-tos do ensino superior lo-cais a estreitarem laços com congéneres do Interior da China, de outras regiões da Ásia-Pacífico e dos países lusófonos. A grande meta passa por “transformar Ma-cau numa base de formação de quadros qualificados da língua portuguesa na região da Ásia-Pacífico”, sublinhou

o GAES. O prazo das candidatu-

ras prolonga-se entre 1 e 30 de Abril, sendo o programa direccionado para as insti-tuições do ensino superior de Macau que reúnam os re-quisitos exigidos.

Em comunicado, o GAES garante que “encoraja sempre e apoia, através de diversas formas, as instituições do en-sino superior de Macau no de-senvolvimento dos trabalhos da formação de quadros bilin-gues qualificados em chinês e português”, estratégia que está precisamente subjacente ao lançamento deste progra-ma de apoio financeiro.

O âmbito de financia-mento do novo plano abarca projectos sobre investigações científicas, fóruns ou semi-

nários, realizados, em con-junto, entre instituições do ensino superior de Macau, Interior da China, Ásia-Pací-fico e países lusófonos, “para melhorar a qualidade dos quadros qualificados nas lín-guas chinesa e portuguesa”.

Poderão ser ainda con-templados projectos de for-mação e intercâmbio que ajudem a aumentar a quali-dade do ensino e as habilita-ções profissionais dos docen-tes de língua portuguesa, de Macau e da região Ásia-Pa-cífico, bem como iniciativas relacionadas com a publica-ção de obras académicas ou o estudo e a compilação dos materiais didácticos portu-gueses para pessoas que te-nham o Chinês como língua materna.

GAES “DESAFIA” INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

Oferecido apoio especial para formar bilinguesO Gabinete de Apoio ao Ensino Superior vai lançar no início de Abril o processo de apresentação de candidaturas a um programa de financiamento especial que visa fomentar a formação de quadros qualificados bilingues, em chinês e português

Numa decisão que produz efeitos des-de 7 de Março, Im Sio Kei foi desig-nado para substituir a professora

coordenadora Yin Lei, que cessou as funções de vice-presidente do Instituto Politécnico de Macau (IPM), por ter atingido o limite de idade, anunciou a instituição de ensino su-perior.

Recordando que, ao longo de 20 anos, o professor coordenador Im Sio Kei acumu-lou “larga experiência nas áreas do ensino e investigação, bem como na gestão admi-nistrativa e na cooperação internacional”, o IPM manifestou-se convicto de que o novo número dois da estrutura dirigente poderá “proporcionar um impulso significativo à qualidade de ensino e investigação” da ins-tituição.

Im Sio Kei fez o ensino básico em Macau e é detentor dos graus de licenciatura, mes-trado e doutoramento conferidos pela Uni-versidade de Londres. Ingressou no IPM em 2001, onde exerceu funções de coordenador de curso, chefe da Divisão de Assuntos Pe-dagógicos, director de Escola, entre outros cargos de chefia académica e administrativa.

Em 2007, assumiu o cargo de director da Escola Superior de Administração Pública do IPM, no âmbito do qual apoiou o Conse-lho de Gestão do Instituto na criação de um sistema de gestão da qualidade do ensino e aprendizagem. Graças a este sistema, o IPM superou com sucesso o processo de avalia-ção institucional conferida pelo “The Quality Assurance Agency for Higher Education of London” (QAA), convertendo-se na primei-ra instituição de ensino superior de Macau

Im Sio Kei assumevice-presidência do IPMCom duas décadas de experiência no ensino, investigação, gestão administrativa e cooperação internacional, o professor Im Sio Kei foi nomeado vice-presidente do Instituto Politécnico de Macau

a receber essa aprovação. Para além disso, vários cursos obtiveram acreditação interna-cional, frisa o IPM, em comunicado.

O novo vice-presidente “testemunhou o desenvolvimento do IPM após a transferên-cia da soberania de Macau e deu o seu con-tributo para o desenvolvimento da institui-ção, centrando a sua investigação nas áreas de Multimédia, Sistemas de Comunicação, Comércio Electrónico, Sistema Financeiro Electrónico e Sistema de Gestão da Quali-dade do Ensino Superior”. Para além disso, recorda a instituição, publicou vários artigos em revistas científicas internacionais.

Im Sio Kei é professor visitante da Uni-versidade da Califórnia, em Los Angeles, e da Universidade de Londres, professor ho-norário da Universidade Aberta de Hong Kong e desenvolveu trabalhos de investiga-ção e consultoria no âmbito de vários projec-tos do Governo da RAEM.

Ernesto Dabó autodefine-se como “activista cultural”

Uma revista para mostrar “face bonita” da Guiné-Bissau

O colega Miguel considera que o concurso é útil porque permite avaliar o que realmente sabem. “Às vezes, estudamos só para o exame, depois esquecemos tudo. Assim, ficamos a per-ceber o que sabemos mesmo”, frisou.

No grupo de cinco alunos do segundo ano da licenciatura em Português as opiniões são unânimes: a Língua de Camões é complexa e, por isso, interessante e bonita.

Esta foi a segunda edição do concurso de interpretação de Português-Chinês, que ar-rancou no ano passado pela mão de Francisco Song, docente do curso da UCTM há três anos. “Reparei que, embora os alunos falassem bem Português, não são bons tradutores e queria re-forçar essa vertente”, afirmou o professor em declarações a este jornal.

Por outro lado, o concurso contribui para preparar os alunos do 4º ano, alguns dos quais se preparam para entrar no mundo do trabalho.

Relativamente à participação, o docente ex-plicou que muitos alunos têm “medo”, no en-tanto, os concorrentes de ontem mostraram ser os que mais se sentiam à vontade.

Este é o primeiro ano que a UCTM tem alu-nos finalistas do curso de Português, sendo que a maioria deverá continuar estudos. Ac-tualmente, apenas um tem trabalho confirma-do em Angola.

“Os alunos esforçam-se muito, mas não es-crevem muito bem, a expressão escrita é a pior parte. Temos de reforçar os estudos nesta com-ponente”, admitiu o professor.

Finalistas de Português com os professores e membros da organização

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Quinta-feira, 17 de Março de 201610 JTM | ACTUAL

O tribunal está a determinar se o Estado violou dois ar-tigos da Convenção Europeia de Direitos Humanos sobre o tratamento na prisão e o respeito à vida pri-

vada. O advogado de defesa, Oystein Storrvik, argumentou que as condições da condenação, que cumpre em regime de alta segurança, violaram a convenção durante os quase cinco anos em que está preso. As humilhações que Breivik denun-cia fazem referência a frequentes revistas sem roupa e uso contínuo de algemas, além de inspecções nocturnas. A au-sência de visitas não profissionais, o contacto limitado atra-vés de um vidro - excepto com sua mãe antes de morrer - e o controlo das comunicações com o exterior impedem Breivix de desenvolver relações sociais, alega a acusação.

Storrvik apelou a vários relatórios penitenciários que advertiam já em 2011 das mudanças de comportamento do assassino, que podiam dever-se ao isolamento, e criticou o Estado por impor um tratamento tão duro.

Os delegados do Ministério Público negaram que haja violação aos direitos humanos e ressaltaram que a dureza das condições está de acordo com a condenação, em regime de segurança máxima, a 21 anos de prisão prorrogáveis inde-finidamente pelos atentados que deixaram 77 mortos.

“Breivik é, em poucas palavras, um homem muito peri-goso, essa é a causa do regime penitenciário”, disse o procu-rador Marius Emberland, que destacou que uma condena-ção implica “sofrimento”.

O facto de o ultradireitista, hoje com 37 anos, ter afirmado na prisão que não pretende mais cometer acções violentas

não deve ser levado em conta, afirmou o procurador, ao res-saltar que ele não mostrou arrependimento. Mesmo agora, Breivik, que apareceu com a cabeça rapada, fez a saudação nazista ao chegar para a audiência.

A juíza do caso, Helen Andemæs Sekulic, pediu ao assas-sino que não voltasse a repetir o gesto nazi. “Por quê? É uma saudação nórdica que os meus antepassados faziam”, res-pondeu Breivik, que diante do novo pedido da juíza acres-centou que tentaria evitá-la.

A Procuradoria lembrou que o regime a que está subme-tido sofreu modificações que reduziram o uso de algemas e melhoraram as condições na prisão. Breivik já pode passear ao ar livre, frequentar a cozinha e relacionar–se com os guar-das da penitenciária uma vez por semana, tem três quartos só para ele, um computador sem internet, PlayStation e te-levisão. O controlo das comunicações é parcial e o facto da Procuradoria acreditar que ele continua a ser uma ameaça para a sociedade obriga a que o Estado proteja os seus cida-dãos, explicou a procuradora Adele Matheson Mestad, que defendeu as medidas como “necessárias e proporcionais”.

Mestad ressaltou que só 15% das cartas que o detido rece-beu ou que quis enviar foram proibidas, e que estas estavam dirigidas a simpatizantes - a maioria que ele não conhecia antes dos atentados. “Breivik é o pior terrorista e assassino de nosso tempo. Quem lhe escreveu simpatiza com suas ideias e aplaudiu os seus actos. Entre eles pode haver um novo Breivik, e pelo que se viu, basta um para matar 77 pes-soas”, concluiu, segundo a EFE.

Filmes de portuguesesno Festival Internacionalde Hong Kong “Visita ou memórias e confissões”, de Manoel de Oliveira, “As Mil e uma noites”, de Miguel Gomes, e “Cartas da Guerra”, de Ivo Ferreira, integram o Festival Internacional de Cinema de Hong Kong, que arranca na segunda-feira

Visita ou memórias e confissões”, um filme biográfico que Manoel de Oliveira rodou nos anos 1980

e pediu para só ser mostrado após a sua morte, vai ser exibido a 2 de Abril no âmbito da 40.ª edição do Festival In-ternacional de Cinema de Hong Kong (HKIFF, na sigla inglesa).Já os filmes “O inquieto”, “O desolado” e “O encantado” – da trilogia “As Mil e Uma Noites”, de Miguel Gomes, inspirada na es-trutura dos contos de tradição oral narrados pela rainha Xerazade – têm, cada um, duas sessões previstas: a primeira a 27 de Março (nos três casos) e a segunda marcada, respe-tivamente, para 01, 02 e 03 de Abril.A longa-metragem “Cartas da Guerra”, de Ivo Ferreira, baseada em correspon-dência de António Lobo Antunes durante a guerra colonial, está programada para 25 e 27 de Março.O cartaz do HKIFF, que foi fundado em 1976, junta mais de 240 filmes de um uni-verso de 66 países e territórios, num alinha-mento que a organização do festival define como sendo “o mais eclético de sempre”, contando com 63 estreias mundiais, inter-nacionais e/ou asiáticas.

NORUEGA

Autor de massacrede 2011 acusa Oslode tratamento desumanoO autor dos atentados de julho de 2011 na Noruega, o terrorista ultradireitista Anders Behring Breivik que matou 77 jovens no acampamento da Juventude Social-democrata na ilha de Utoeya acusou o país de lhe dar um tratamento “desumano” e impor um castigo adicional

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Quinta-feira, 17 de Março de 2016 JTM | ACTUAL 11

VOLTA AOMUND

Recuperando o nome original do processo, “Opera-ção Labirinto”, a procuradora Susana Figueiredo lembrou a figura mitológica do Minotauro no centro

do labirinto, pedindo ao juiz Carlos Alexandre que todos os 17 arguidos sejam levados a julgamento. O advogado de um deles ripostou, ironizando que, tal como em La Fontai-ne, a acusação do Ministério Público também começa com um “era uma vez...”.

Apenas quatro dos 17 arguidos acusados pelo Depar-tamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) pediram a abertura da fase de instrução, cuja decisão final – isto é, quem segue para julgamento – será conhecida a 8 de Abril. A decisão será do juiz Carlos Alexandre que na terça-feira ouviu durante o dia os argumentos do Ministé-rio Público e das defesas sobre alguns dos factos em causa nos vistos gold.

Com humor, e ainda no registo das metáforas, a procu-radora Susana Figueiredo, tendo em conta o contexto do caso – ligações entre cidadãos chineses e quadros do Estado para a obtenção de autorizações de residência – recorreu a Fernão Mendes Pinto, que partiu para a aventura no Orien-te, para dizer que, também no processo dos vistos gold há traços de um “desenrascanço” à portuguesa, porém “não são as armas de fogo e as especiarias que se mercadejaram aqui. O que se mercadejou aqui são os alicerces do aparelho de Estado ao mais alto nível”, acrescentando ser sua convic-ção de que este processo é apenas “uma nesga” num “pro-blema endémico no aparelho do Estado”.

As fábulas de La FontaineNa troca de galhardetes literários entrou o advogado

Machado Vilela, que começou por dizer que a acusação do Ministério Público lhe fazia lembrar o “início” das fábulas de La Fontaine para, em seguida, criticar a acusação de um crime de branqueamento de capitais feita ao seu cliente. É que, segundo a acusação, Fernando Pereira terá deposita-do 20 mil euros que lhe terão sido entregues por António Figueiredo em duas contas: uma em seu nome, a segunda titulada pelo primo.

PORTUGAL

Só daqui a um mês há decisão sobre vistos goldMinistério Público pediu julgamento para todos os arguidos. Defesas contestaram, e só a 8 de Abril se saberá quem vai a julgamento

Machado Vilela questionou onde estava a tentativa de branquear capitais, a forma dissimulada, o esconder do di-nheiro, já que tudo foi feito através de cheques. E já que, muitas vezes, os tribunais recorrem ao comportamento do “homem médio” na sociedade para julgar e condenar argui-dos, o advogado sublinhou que o seu cliente agiu normal-mente sem intenção de esconder ou “lavar” dinheiro e que, por isso, não tinha cometido o crime de branqueamento de capitais.

Por sua vez, o advogado de António Figueiredo voltou a insistir na anulação da acusação, uma vez que, sustentou Rui Patrício, o seu cliente não foi confrontado durante a fase de inquérito com todos os factos que constam no despacho de acusação.

Referindo-se a uma escuta do processo – na qual António Figueiredo diz que tinha que “arrebanhar por todo lado” – Rui Patrício disse estranhar que o seu cliente, descrito como um “arrebanhador” geral, apenas tenha “arrebanhado” um pouco mais de 200 mil euros, sendo que a maior parte deste montante provém, “como demonstra o processo”, das suas poupanças. O ex-director do Serviço de Estrangeiros e Fron-teiras, Manuel Palos, e o ex-ministro Miguel Macedo não pediram a abertura da instrução.

JTM/DN

TAILÂNDIAAs Nações Unidas condenaram ontem a utiliza-ção de um hospital por rebeldes no sul da Tailân-dia para lançarem um ataque contra as forças da ordem. O sul do país predominantemente mu-çulmano, está há mais de 10 anos envolvido num conflito separatista que já custou mais de 6.500 mortos, a maioria civis. Tanto rebeldes como mili-tares são acusados de violações de direitos huma-nos por organizações não-governamentais, mas esta foi a primeira vez que combatentes armados entraram no hospital de Cho Ai Rong, na provín-cia de Narathiwat, onde se encontrava uma deze-na de utentes e de funcionários.

SÍRIAOs aviões de guerra russos na Síria regressaram a casa na terça-feira, quando Moscovo começou a retirar as forças que fizeram a balança da guerra pender a favor do presidente sírio, Bashar al-As-sad. O enviado da Organização das Nações Uni-das disse esperar que a medida ajude as conver-sas de paz em Genebra.

EQUADORUm avião militar caiu na região amazónica de Pastaza, no Equador, matando todos os 22 sol-dados a bordo, disse o presidente Rafael Correa. O avião do Exército equatoriano transportava os soldados para um curso de paraquedismo.

FILIPINASPelo menos cinco soldados morreram e outros quatro ficaram feridos nas Filipinas em confron-tos entre cerca de 30 rebeldes do Novo Exército do Povo (NPA, de esquerda) e o exército na loca-lidade de Bongabong, da província de Mindoro Oriental, na região central do país, informaram ontem fontes oficiais.

COREIA DO NORTEUm estudante norte-americano foi condenado a 15 anos de trabalhos forçados na Coreia do Nor-te por tentar roubar um cartaz de propaganda política de um hotel onde estava hospedado em Pyongyang, informou a agência japonesa Kyo-do. Otto Frederick Warmbier, estudante de 21 anos da Universidade da Virgínia, foi condenado após ter reconhecido publicamente o seu “delito”, numa confissão descrita como podendo ter sido forçada pelas autoridades norte-coreanas.

ARGENTINAA Guarda costeira afundou um barco de pesca chinês que atacou uma equipa que tentou apre-sá-lo por pesca ilegal no Atlântico Sul, indicaram ontem as autoridades. A tripulação do barco foi toda resgatada com vida, precisou a polícia em comunicado.

BRASILO candidato derrotado por Dilma Rousseff na última eleição presidencial brasileira é acusado pelo senador do Partido dos Trabalhadores (PT) Delcídio do Amaral de ter recebido subornos e di-nheiro desviado, mas o seu gabinete nega todas as acusações. As alegações contra Aécio Neves estão no quarto termo de depoimento da dela-ção premiada [prestação de informações em tro-ca de possível redução de pena] de Delcídio do Amaral, que foi homologado ontem pelo Supre-mo Tribunal Federal.

ANGOLAO Comandante-Geral da Polícia Nacional ango-lana pediu “cuidados redobrados” para fazer face à actual crise social e financeira que o país atra-vessa e evitar a alteração do quadro dos índices de criminalidade. “A nossa corporação tem res-ponsabilidades que, se não bem interpretadas e executadas, podem suscitar dúvidas quanto à rectidão de procedimentos e a imparcialidade no tratamento aos cidadãos, que necessitam dos nossos serviços, consubstanciados na garantia da segurança e ordem constituídas no nosso país”, disse Ambrósio de Lemos.

A China “continuará a reduzir o excesso de capacidade” na in-dústria, ao mesmo tempo que

“evitará a perda massiva de empre-gos”, enfatizou o Primeiro-Ministro em conferência de imprensa, numa altura em que Pequim está a encetar uma transição no modelo económico, visando uma maior preponderância do sector dos serviços e o encerramen-to de unidades de indústria pesada vistas como “improdutivas”.

No fim de semana passado, milha-res de mineiros manifestaram-se no nordeste do país contra os planos da sua empresa - o maior conglomerado de exploração de carvão da China, a estatal Longmay - de eliminar 100 mil postos de trabalho.

No encerramento da sessão anual da Assembleia Nacional Popular (ANP), Li Keqiang assegurou que o Governo tem “os recursos financeiros” para apoiar os trabalhadores despe-didos. No início do mês, Li anunciou criação de um fundo de 100 mil mi-

lhões de yuan para subsídios e com-pensações para trabalhadores que per-cam o emprego no âmbito do processo de reestruturação industrial.

Ontem, o líder do Governo afirmou que aquele fundo poderá ser aumen-tado, caso seja necessário, afirmando ainda que os sectores dos serviços e tecnologia ajudarão a absorver a mão--de-obra dispensada.

Quanto ao sistema de pensões, de-fendeu que o “Governo chinês é capaz de garantir o pagamento das refor-mas”.

Li Keqiang excluiu também a pos-sibilidade de uma “aterragem dura” para a economia chinesa, argumen-tando que as dificuldades no sector se-cundário estão a ser compensadas pelo desenvolvimento dos serviços e tecno-logia. “Uma visita a uma unidade da indústria pesada talvez dê a impressão de que a economia está a enfraquecer, mas numa zona tecnológica sente-se uma economia pujante”, afirmou após o fecho da sessão da ANP, marcada

pela aprovação do XIII plano quinque-nal (2016-2020), que prevê um cres-cimento anual da economia de pelo menos 6,5%.

Segundo o chefe do Governo, “existem mais esperanças do que di-ficuldades” na segunda maior econo-mia do planeta.

Noutro âmbito, assegurou que a China “não vacilará na determinação em defender a sua soberania e inte-gridade territorial”, numa altura de crescente tensão em torno de disputas no Mar do Sul da China. Li Keqiang instou os países vizinhos e os EUA a esforçarem-se para “manter a estabili-dade regional e a harmonia” na região e considerou “natural” que haja dife-renças.

Li destacou “sinais de melhoria” nas relações com o Japão, país com o qual a China mantém renovadas ten-sões em torno da soberania das ilhas Diaoyu/Senkaku, mas ressalvou que estas “ainda são frágeis e não estão plenamente estabilizadas”.

CHINA

PM afasta “perda massiva de empregos”Apesar dos sectores do aço e carvão terem já anunciado 1,8 milhão de despedimentos, a reconversão industrial em curso na China não resultará na “perda massiva de empregos”, assegurou Li Keqiang

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Quinta-feira, 17 de Março de 201612 JTM | OPINIÃO

De Lisboaainda se vê o Mundo

Marcelo o feminista – Depois da tomada de posse que du-rou quatro dias e que passou

por contactos pessoais à revelia da se-gurança pessoal em Lisboa e no Por-to, o novo Presidente tem ocupado a agenda mediática.

Na passada terça-feira Marcelo considerou que a igualdade de género “é uma forma de estar” e disse que a questão está no topo das suas preocu-pações, definindo-se como um “Presi-dente quase feminista”.

“A igualdade de género é uma for-ma de estar. Não basta apregoar, não basta construir um quadro legislativo. É preciso concretizar a igualdade de gé-nero no nosso dia-a-dia, é preciso sentir que é importante”, afirmou o Presiden-te da República, perante um grupo de embaixadoras acreditadas em Lisboa, que recebeu no Palácio de Belém.

O Presidente da República dis-se ter “total paridade de género” na sua equipa de assessoria diplomática e adiantou que a nova secretária do Conselho de Estado é uma mulher, Rita Magalhães Colaço, tal como a nova responsável em matéria de Segu-rança Nacional, Mafalda Gama Lopes.

Marianae a obsessão

A filha de Camilo Mortágua defen-deu que a obsessão com a redução da dívida está a travar o crescimento eco-

nómico, apelando a que a Europa não insista no “caminho errado”.

“Insistir no caminho errado não é ser progressista. Não há crescimento enquanto estivermos a tentar obsessi-vamente reduzir a dívida e não há

edução da dívida sem crescimento. É uma pescadinha de rabo na boca”, argumentou a deputada bloquista que tem sido uma das impulsionadores da reestruturação da dívida. Uma rees-truturação a que Bruxelas fechou a porta. Quer a filha do Mortágua per-ceba, quer não.

A líricados excedentes

á a eurodeputada socialista, Maria João Rodrigues, defende que todos os países da zona euro, sobretudo os que têm mais excedentes, devem reforçar o investimento para atingir patamares de crescimento económico superiores aos actuais. “Temos de chegar a pata-mares de crescimento superiores, os países com mais excedentes devem reforçar a sua procura interna e todos os países da zona euro devem investir mais”, apelou a eurodeputada.

Segundo esta lírica e ex-ministra do Trabalho de António Guterres sa-lientou que Portugal deve “plasmar uma estratégia de crescimento de forma a que seja difícil às instâncias europeias dizer que não” e deve “ir a jogo”, recorrendo a vários instrumen-tos de investimento, como os fundos comunitários ou o Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos, mais conhecido como ‘plano Juncker’.

Rota Vicentinaa bombar

Mas o país real vai andando. A

Rota Vicentina, rede de cerca de 400 quilómetros de trilhos pedestres pela costa do Alentejo e Algarve, anun-ciou ter conquistado uma certificação europeia para os seus percursos, a “primeira do oeste europeu”. Em co-municado, a Rota Vicentina (RV) re-velou que, a partir de agora, ostenta a certificação europeia “Leading Qua-lity Trails – Best of Europe”, atribuída pela European Ramblers Association (ERA), que é “a entidade máxima a ní-vel europeu na organização do sector dos percursos pedestres”.

Catrogae o aconchego

Eduardo Catroga considerou posi-tivo que partidos à esquerda no espec-tro político se “aconcheguem” àquilo que chamou o “arco europeu” porque poderá contribuir para aumentar a in-tegração política na UE. “Vejo com boa simpatia quando os partidos da es-querda radical se aconchegam ao arco europeu”, disse Eduardo Catroga, na conferência, em Lisboa. O ex-ministro do PSD citou o Primeiro-Ministro ita-liano, Matteo Renzi, para considerar que hoje os “novos conservadores são os partidos socialistas da esquerda ra-dical que não querem mudar nada”. Para Catroga é preciso fazer mudanças nas políticas económicas e de finanças públicas para preservar a estabilidade financeira do Estado, preservar o Es-tado Social, tendo considerado que “o maior inimigo do Estado Social Euro-peu é o Estado falido”, e aumentar o crescimento económico da Europa.

Portuguesesvão rarear

Bons mas poucos. Portugal foi o

país da União Europeia (UE) com a taxa de fertilidade mais baixa em 2014, de 1,23 bebés por mulher, e foi também o Estado-membro que regis-tou a maior queda de nascimentos en-tre 2001 e 2014, revela o Eurostat. Os dados do gabinete oficial de estatísti-cas da UE revelam que em 2014 nasce-ram 5,1 milhões de bebés no conjunto dos 28 Estados-membros – contra 5,0 milhões em 2001 –, tendo em média a taxa de fertilidade aumentado de 1,46 em 2001 para 1,58 em 2014, ano em que variou entre 1,23 em Portugal e 2,01 em França, os países na cauda e no topo da lista, respectivamente.

ZIKA,Dilma e Lula

O Brasil está a passar por uma má fase com milhões nas ruas a exigir que se faça justiça a Lula e a Dilma. En-tretanto, só o Zika parece ter combate garantido. A Comissão Europeia finan-ciou com 10 milhões de euros, do pro-grama Horizonte 2020, a investigação sobre o vírus Zita, que afecta regiões da América Latina, principalmente o Brasil, suspeitando-se que cause mal-formações em recém-nascidos. A verba destina-se a financiar projectos que in-vestigam a presumível ligação entre o vírus e os casos notificados de malfor-mações cerebrais graves, como a micro-cefalia, em recém-nascidos. Os investi-gadores poderão passar em seguida à luta contra o vírus Zika, incluindo o desenvolvimento de instrumentos de diagnóstico e o ensaio de possíveis tra-tamentos e vacinas.

* Jornalista.Ex-assessora de Passos Coelho nos XIX

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MISSA DE SÉTIMO DIA

HENRIETA LÚCIAOZORIO CORDEIRO

A família enlutada deHenrieta Lucia Ozorio Cordeiro

cumpre o doloroso dever de informar que amanhã, sexta-feira, dia 18,pelas 18 horas, será rezada

na Sé Catedral uma missa deSétimo Dia pelo repouso da alma

deste seu ente querido.

A todos quantos se queiram associara este piedoso acto, a família enlutada

agradece antecipadamente.

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Quinta-feira, 17 de Março de 2016 JTM | OPINIÃO 13

Dito

“O poeta tem que traduzir o tipo de poesia que conhece melhor, se não tiver paixão por esse tipo de poesia, então não consegue traduzir com paixão e prazer e isso pode condicionar o proces-so de tradução”

• • • HÁ 20 ANOSIn “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau”

17/02/1996

UNIVERSIDADES DA CHINAPROMOVEM-SE EM MACAUUma delegação de 22 elementos de 14 escolas superiores da Re-pública Popular da China iniciou uma visita de uma semana a Ma-cau para promover localmente os cursos ministrados naquelas instituições. Sessões informativas dirigidas aos alunos finalistas das escolas secundárias de Macau e encontros com responsáveis go-vernamentais da área do ensino incluem-se no programa de acções da delegação chinesa. A delega-ção é chefiada pelo vice-director do Ensino Superior da província da Guangdong, Liu Yumin, e in-clui representantes, entre outras, das Universidades de Pequim, Qinghua, Línguas Estrangeiras (Pequim), Fudan, Xangai, Fujian e Zhongshan. No âmbito do seu programa no território, a delega-ção visita a Universidade de Ma-cau e o Instituto Politécnico e teve um encontro com o secretário-ad-junto para a Administração, Edu-cação e Juventude, Jorge Rangel.

PESSOA FAZ ANÁLISEDA ECONOMIA LOCALA Administração de Macau pode-rá criar um parque industrial des-tinado a média e altas tecnologias, anunciou em Xianmen o secretário--adjunto para a Economia e Finan-ças. Vítor Pessoa sublinhou que o tecido económico de Macau se encontra em fase de reestrutura-ção, pelo que se torna necessário “adquirir novas vantagens compe-titivas, nomeadamente através do redimensionamento de muitas in-dústrias existentes e da melhoria da gama e qualidade os produtos ofe-recidos”. Discursando na cerimónia de encerramento do Seminário so-bre “O ambiente económico e o in-vestimento em Macau”, promovido pelo Instituto de Promoção do Co-mércio e do Investimento de Macau em Xianmen, na costa da província chinesa de Fujian, o secretário-ad-junto considerou também impor-tante a “localização de indústria de maior valor acrescentado”. Su-blinhando a tradição histórica de Macau como entreposto comercial de acesso ao sul da China, o gover-nante indicou que o território tem vindo a experimentar, nas últimas décadas, “um surto de desenvol-vimento e prosperidade, sendo de registar a diversificação da econo-mia que teve lugar não apenas no domínio industrial, mas também no sector dos serviços.

Viver e morrer na merda

Rui Zink ao “Hoje Macau”

Alguma vez ouviram falar de Gastón Arispe Hua-man? Arrisco dizer que não. Trata-se de uma rapaz argentino de 13 anos que morreu a semana passada

num poço cheio de merda, quando corria atrás da bola com que brincava no bairro de lata onde residia, nos arredo-res de Buenos Aires — a cidade mais europeia da América como é hábito dizer-se, mas que tem muito poucos bons ares nos locais fora dos bairros ricos onde o luxo mora pa-redes-meias com a miséria mais obscena.

Foi num desses sítios, em Rodrigo Bueno, onde por fal-ta de saneamento básico nas casas os pobres defecam — cagam, dir-se-á em linguagem prosaica — em poços por ausência de outras condições ou alternativas, que o jovem adolescente caiu, sem que lhe tenha sido prestado qualquer apoio ou auxilio. Inclusivé por parte do sistema de emer-gência médica.

Sob o título “Morrer na merda”, o argentino Pablo Gen-till, que reside no Brasil onde se dedica a políticas educa-tivas, escreveu uma crónica tocante no El País de domingo passado, sobre o sucedido com o pequeno Gastón. É nestas ocasiões que se percebe melhor para que serve o jornalis-mo, embora, infelizmente, ande as mais das vezes distraído com o acessório. Infelizmente não faltam exemplos - e não é preciso ir a Cuba buscá-los...

No livro inquietante que publicou em 2009, dedicado a analisar a “Desinformação: como os media ocultam o mundo”, o valenciano Pascoal Serrano dá vários murros no estômago aos leitores e ao jornalismo. Entre os vários uppercuts com que o autor nos fustiga, permitam que vos mostre uma das mazelas que me deixou. O ringue, uma vez mais, situa-se na América do Sul.

O texto refere-se a uma série de notícias sobre mais dois concertos de solidariedade e de grande humanismo, como por norma são assim tratados estes eventos, desta vez rea-lizados em simultâneo no México e na Argentina, com o

objectivo de apoiar a pobreza infantil. O site da organiza-ção lembrava, aliás, que 32 dos 54 milhões de crianças com menos de cinco anos viviam numa situação de pobreza ex-trema. Entre os maiores apoiantes dos concertos estavam, à cabeça, o multimilionário Carlos Slim, a cantora Shaqui-ra e o empresário de jogo Alejandro Kuri, os quais haviam criado a fundação que organizava os concertos, no paraíso fiscal do Panamá, para não pagarem impostos.

Claro que nenhum notícia relacionava estes factos e, menos ainda, que no mesmo dia, a ONG Christian Aid di-vulgara um comunicado onde afirmava que, na América Latina, se evadiam, por ano, 50 mil milhões de dólares em impostos, os quais dariam para salvar diariamente a vida a 300 crianças menores de cinco anos. O marketing que empresas e figuras públicas, com a conivência dos media, fazem à custa da pobreza e dos pobres é tão pornográfico como a distração do jornalismo que vai na onda e se com-praz com tão generosas benfeitorias!

Enquanto não houver mais atenção aos jovens como Gastón Arispe Huaman e à sua condição humana; enquan-to houver mais clics numa noticia sobre o filho do Ronaldo ou da Bárbara Guimarães, ao mesmo tempo que se silen-cia ou não se olha para os adolescentes e para os pais dos adolescentes para quem a existência é um sacrifício diário, uma quase tortura, uma negação da condição humana, to-dos seremos cúmplices das mortes inocentes que evitamos noticiar, olhar, saber que existem e para as quais encolhe-mos os ombros, como se fosse o destino ou um desígnio de deus.

Neste caso do bairro pobre de Rodrigo Bueno, a merda surge como notável metáfora de uma vida que encontra o seu fim (e são muitos os que assim morrem, segundo a crónica de Pablo Gentill) no esterco que baliza a existência de milhares de pessoas que tiveram o azar de nascer no lado errado da vida. O problema — e é preciso assumi--lo — é quando somos todos uns grandes merdas ao não mexermos uma palha, um grão de areia para elevar a dig-nidade e a condição humana. E conseguir viver nessa paz de alma, não morrendo na merda, como o infeliz Gastón, mas levando uma vida de merda.

*Professor de Jornalismo da Universidade de Coimbrae ex-residente em Macau

Marcelo é Presidente? A sério?!...E da República?!

Marcelo, dia um. Marcelo quer unir. Marcelo quer cicatrizar. Marcelo quebra protocolo.

Marcelo foi a pé de casa dos pais para tomar posse como Presidente. Marce-lo toma posse com família discreta e namorada distante. Netos de Marcelo resguardados das câmaras. Marcelo fala de Camões e de Gama. Marcelo junta religiões para inspirar partidos. Marcelo à Papa. As tentações de Mar-celo. Marcelo fez da tomada de posse um dia de festa. Marcelo vê concerto com mantinha sobre os joelhos. Ansel-mo Ralph cai perante Marcelo Rebelo de Sousa. As sete mensagens de Mar-celo. As 12 horas da tomada de posse de Marcelo. Sem uma palavra para o governo, Marcelo promete pacifi-car o país. Marcelo, o Presidente das “pessoas de carne e osso” que pede

“consensos”. A exigência de Marce-lo: “Temos de sair do clima de crise.” Marcelo: o discurso que o PS aplau-diu de pé e com gosto. O que separa Cavaco de Marcelo e o que é igual. O primeiro dia foi “como um sonho”, os outros “vamos ver se é possível”. Marcelo dá os parabéns em directo à Rádio Comercial. Marcelo Rebelo de Sousa pede a colaboração dos fun-cionários da Presidência. O presiden-te da cidade-nação. Bairro de cara lavada canta para Marcelo. Marcelo foi ao Porto mostrar o seu lado hip hop. Marcelo canta o rap dos afectos. Marcelo cantou o hino. Primeiro ba-nho de multidão para Marcelo. Mar-celo mergulhou num Porto rendido aos afectos. Pinto da Costa analisa visita de Marcelo ao Porto. Marcelo acelera para promulgar Orçamento. Costa pode contar com Marcelo? Os primeiros testes de Marcelo. Marcelo divide “geringonça”. Marcelo quer travar domínio espanhol na banca. Marcelo defende multilateralismo da política externa de Portugal. Marce-lo vai a Moçambique e afina política externa. Marcelo e os ecos de Sidónio.

Vai nascer a app Marcelo. O Palácio de Belém está de portas abertas e o Presidente Marcelo está lá. Marcelo beija um bebé. O toque de Marcelo. Marcelo, o afectuoso. A mão invisível de Marcelo. Seis mil pessoas na sala de Marcelo. Marcelo quer afectos, os portugueses pedem beijos e abraços; e ele dá. Simplesmente Marcelo. Mar-celo escolheu uma verdadeira mulher de armas. Marcelo Rebelo de Sousa visitou Mário Soares. Marcelo sobre a morte de Nicolau Breyner: “Tive um grande desgosto.”

Depois de, em cinco dias, ter lido 85 páginas de jornal e centenas destes títulos desatinados acabei por desco-brir uma notícia: o país está piegas com tanto afecto, tanta cantoria, tanto beijinho, tanta união, tanta pacifica-ção, tanta emoção, tanta cicatrização, tanta informalidade, tanto consenso, tanto absurdo...

Afinal, Marcelo é um queriducho ou é um Presidente da República? Pare lá com isso homem, que a gente não aguenta tanta mariquice!

JTM/DN

PEDROTADEU

JOÃOFIGUEIRA*

CHOVER NO MOLHADO

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Quinta-feira, 17 de Março de 201614 JTM | LAZER

• • • ROTEIRO

• • • SOB OS HOLOFOTES

Inês Almeida

RUTE MELO ESTÁ EM MACAU HÁ 20 ANOS

Fascinada pela dança folclóricaMacau surgiu na sua vida por acaso, quando a mãe foi contratada para trabalhar no território mas não se imagina a sair de cá tão cedo. Ainda assim, Portugal não lhe sai do coração, por isso, tem-se empenhado em promover a cultura e, em particular, o folclore português um pouco por toda a Ásia

Sempre teve gosto por conhecer a Ásia e por viajar, portanto, ficou muito feliz quando a mãe foi con-

vidada para trabalhar em Macau. “As-sim que soube, nem queria esperar. Assim que terminasse o ensino secun-dário queria vir para Macau e por aca-so cá havia um curso de design, que era a área que queria seguir”. Foi as-sim que, em 1996, chegou ao território onde pretende continuar. “Desde que me queiram cá, eu também continuo a querer cá estar”.

Apesar disso, Portugal nunca lhe saiu do coração, por isso, envolveu--se em grupos dedicados a activida-des que já desenvolvia no seu país de origem. “Danço folclore desde os 14 anos, já lá vão mais de 20, e é algo que me dá muito prazer. É uma área que me fascina muito. Sou uma apaixona-da pela dança folclórica e pela cultura portuguesa. Temos boa gastronomia, boas danças, trajes coloridos. Gosto de estar um bocadinho de mim neste ramo, do outro lado do mundo”, disse em declarações ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.

Este género de divulgação da cul-tura portuguesa, frisou, “faz com que Portugal deixe de ser aquele rectangu-lozinho pequenino e passe a expandir--se e a ser cada vez mais conhecido. É importante que as pessoas olhem para o nosso país e vejam o que temos para oferecer”.

Nesse sentido, Rute Melo foi uma das fundadoras do grupo “Macau no Coração”, dirigido por Ana Manhão. O colectivo já levou o folclore de volta a Portugal, “para mostrar o que é feito em Macau”, a Seul, Taiwan, e a vários pon-tos da China como Xangai ou Pequim.

“Os chineses vibram muito [com o folclore]”, garantiu. “Prendem-se muito às cores, às danças e às vestes porque de facto o nosso vestuário é muito tradicional e muito colorido e as pessoas tendencialmente sentem-se

atraídas por aquilo que nunca viram. A receptividade é muito boa”. Ainda que sejam um povo por norma pouco emotivo, os chineses no final dos es-pectáculos “querem tirar fotografias, abraçar-nos”. “Agem desta forma por-

que sentem-se como se lhes estivésse-mos a dar um bocadinho de nós”.

Também para dar continuidade a outra actividade em que participava desde os seis anos, Rute Melo aceitou o convite para integrar o colectivo que fundou o Grupo de Escuteiros Lusófo-nos de Macau. “Inicialmente também foi isso que me fez ficar presa a Macau porque foi um convite que me fizeram logo quando cheguei. Era algo que gostava muito e que tinha deixado em Portugal”.

Descrevendo-se como alguém que gosta de tudo o que “faz pensar, apren-der e comunicar” mostrou ter interesse em aprender línguas como o manda-rim ou o cantonês e, actualmente, es-panhol.

A nível profissional, a vida trocou--lhe as voltas e acabou por nunca tra-balhar na área do design que aponta, ainda assim, como uma das suas pai-xões. Mas nunca deixou de ter vonta-de de estar envolvida neste ramo, por isso, mantém o design como “hobby”. “Leio muito sobre arte e sobre design. Tento participar em algumas exposi-ções e acompanhar aquilo que se vai fazendo. De vez em quando crio um cartão de visita ou um poster para fa-zer o gostinho ao dedo”, disse entre risos.

Nos seus primeiros tempos em Ma-cau, no início dos anos 2000, chegou a ter oportunidade de expor, inclusi-vamente fora do território. “Quando terminei o meu curso participei numa exposição, na bienal de gravura em Lisboa e depois aqui em Macau num projecto para designers locais. Tam-bém foram expostas pontualmente uma ou outra gravura que fiz e ainda participei num projecto em Hong Kong onde podíamos dar a conhecer o nosso nome como designers”, explicou.

CANAL MACAU13:00 TDM News (Repetição) 13:30 Telejornal RTPi (Diferido) 14:30 RTPi Directo 18:25 Amor à Vida (Ras-tros de Mentiras) - Repetição 19:10 Montra do Lilau (Repetição) 19:40 Água de Mar 20:30 Telejornal 21:00 TDM Talk Show 21:40 Nelo & Idália 22:10 Amor à Vida (Rastros de Mentiras) 23:00 TDM News 23:30 Resumo Liga dos Campeões 23:45 As Fontes de Água de Macau 00:20 Telejornal (Repetição) 00:50 RTPi Directo

30 FOX SPORTS13:00 Goals! 13:30 Sport Confidential 14:00 Bundes-liga 2015-16 TBC 15:00 Bundesliga 2015-16 TBC 16:00 Bundesliga 2015-16 TBC 17:00 Australian Open Tennis 2016 Highlights Day 4 18:00 KOTV Classics 19:00 NASCAR Sprint Cup Series 2016 20:00 (LIVE) FOX SPORTS Central 20:30 Bundesliga 2015-16 Weekly Preview 21:00 Goals! 21:30 Bundesliga 2015-16 TBC 22:30 FOX SPORTS Central 23:00 UFC Epics UFC 166

Número de Socorro 999Bombeiros 28 572 222PJ (Linha aberta) 993PJ (Piquete) 28 557 775PSP 28 573 333Serviços de Alfândega 28 559 944Hospital Conde S. Januário 28 313 731Hospital Kiang Wu 28 371 333CCAC 28 326 300IACM 28 387 333DST 28 882 184Aeroporto 88 982 873/74Táxi 28 283 283Táxi 28 939 939Água - Avarias 28 990 992Telecomunicações - Avarias 28 220 088Electricidade - Avarias 28 339 922Directel 28 517 520Rádio Macau 28 568 333Macau Cable 28 822 866Clube Militar de Macau 28 714 000ANIMA 28 715 732

• • • CÂMBIOS - Info BNUPATACA COMPRA VENDAUS DÓLAR 7.94 8.04EURO 8.80 8.91YUAN (RPC) 1.215 1.238A programação é da responsabilidade das estações emissoras

CINETEATROS1 Gods of Egypt21:30

S2 Allegiant14:30 • 16:45 • 19:15 • 21:30

TORRE DE MACAUGods of Egypt (3D)14:30 • 16:45 • 19:15 • 21:30

GALAXYGods Of Egypt (3D)14:30 • 15:20 • 17:40 • 18:40 • 20:05 • 22:30

London Has Fallen13:10 • 14:50 • 18:50 • 21:10 • 23:00

Allegiant14:10 • 18:50 • 22:35

Kung Fu Panda 3 (3D)13:00 • 21:05

The Tag-Along17:00 • 20:45

Pride and Prejudice and Zombies15:00

02:00TDM SPORT/HD

LeverkusenVS Villarreal

31 FOX SPORTS 213:00 Pro Bull Riding 14:00 Asian Tour 2016 Highli-ghts 15:00 Gillette World Sport 15:30 FOX College Basketball 2015-16 Big East Men’s Tournament 17:00 Hopman Cup 2016 Highlights Final 19:00 HSBC World Rugby Series 2015-16 19:30 PGA Tour Highlights 2016 20:30 2016 AFC Champions League 2016 22:30 Badminton Unlimited 23:00 2016 AFC Futsal Championship 2016 00:00 PGA Tour Highlights 2016

40 FOX MOVIES13:00 The Road Within 14:45 Garm Wars: The Last Druid 16:30 Philadelphia 18:35 Angels & Demons 21:00 The Duff 22:45 The Walking Deceased 00:10 What Happens In Vegas

41 HBO12:00 Serena 13:50 The Judge 16:05 Losing Isaiah 17:50 When The Game Stands Tall 19:45 Spider-Man 3 22:00 Halfworlds 23:00 The Mummy: Tomb Of The Dragon Emperor 00:50 Girls

50 DISCOVERY12:30 Treehouse Masters 13:25 Strip The City 14:20 Magic Of Science 15:15 You Have Been Warned 16:10 Survive That! 17:05 How Do They Do It? 18:00 You Have Been Warned 19:00 Survive That! 20:00 The Krays: The Prison Years 21:00 Chaos Caught On Camera 21:30 Deadly Dilemmas 22:00 American Chopper

23:00 Killing Fields 00:00 The Krays: The Prison Years 00:55 Chaos Caught On Camera

54 HISTORY13:00 The Curse Of Oak Island 14:00 Secrets Of Einstein’S Brain 16:00 Genius 17:00 Ancient Aliens 18:00 Food Factory USA 18:30 The Samurai Castle 19:00 Swamp People 20:00 Vikings 21:00 Forged In Fire 22:00 Chasing Monsters 23:00 Appalachian Outlaws 00:00 Forged In Fire

62 AXN12:10 Kung Fu Hustle 14:00 NCIS: Los Angeles 14:50 Alias 15:40 The Voice 17:20 Wipeout 18:10 CSI: Crime Scene Investigation 19:00 Cyril: Rio Magic 19:30 White House Down 22:00 Criminal Minds: Beyond Borders 22:55 Quantico 23:50 Criminal Minds: Beyond Borders 00:45 Wipeout

82 RTPI14:30 Bom Dia Portugal - Directo 16:59 Sociedade Civil 17:59 A Praça - Directo 21:00 Jornal da Tarde - Directo 22:12 Os Nossos Dias 23:00 Manchetes 3 23:30 Agora Nós - Directo 02:05 O Preço Certo 02:56 Bem-vindos a Beirais 03:48 Hora dos Portugueses 04:00 Telejornal - Directo

• • • TELEFONES ÚTEIS

04:05TDM SPORT/HD

Manchester UnitedVS Liverpool

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Quinta-feira, 17 de Março de 2016 JTM | LAZER 15

Harrison Ford vai protagonizaro 5º filme de “Indiana Jones”Steven Spielberg e Harrison Ford vão unir forças mais uma vez para filmar o quinto filme de “Indiana Jones”, previsto para chegar aos cinemas em Julho de 2019, informou a Disney em comunicado. “Indiana Jones é um dos maiores heróis da história do cinema e queremos que volte em 2019”, disse Alan Horn, presidente do The Walt Disney Studios. Sempre bem-sucedidos, os filmes anteriores “Indiana Jones”, todos dirigidos por Spielberg e estrelados por Ford, arrecadaram 2 mil milhões de USD em todo o mundo. Kathleen Kennedy e Frank Marshall vão ser os produtores da nova produção do intrépido arqueólogo.

• • • CULTURA

No domingo Macau fica mais “perto” de Portugal

Com a alteração, Portugal passa a ter uma hora acima do Tempo Universal Coordenado (UTC+1), regulado a partir do meridiano de

Greenwich, à semelhança do Reino Unido e da Irlan-da, o que se manterá até ao próximo dia 25 de outu-bro, altura em que se atrasam os relógios uma hora, de modo a entrar no horário de inverno.

Se em Portugal vamos andar para a frente no tem-po e “perder” a hora que recuperámos em Outubro muitos são os países que vão adiantar os relógios, a começar pelos Estados Unidos, Canadá e Cuba, por exemplo, que já mudaram este domingo. A maior parte da Europa, no entanto, muda a 27 de Março, in-cluindo Portugal.

Isto somado aos muitos fusos horários dá uma grande confusão. Vejamos: sabe qual a diferença ho-rária entre Lisboa e Nova Iorque? Cinco horas é a res-posta correcta... na maior parte do ano. Nas próximas semanas, no entanto, serão apenas quatro, porque os EUA já regressaram à hora de verão e Portugal ainda não.

A União Europeia começou a emitir directivas so-bre este tema em 1981. No entanto, foi preciso esperar até 1996 para conseguir que todos os países entrassem e saíssem deste horário às mesmas horas e nos mes-mos dias. Assim, por considerar que é uma decisão “importante para o funcionamento do mercado inter-no”, a decisão da UE é tomada a cada cinco anos e em conjunto.

Mesmo assim, nem todos ficam com a mesma hora, pois os restantes países da União Europeia regem--se pela hora centro europeia, tendo, na sua maioria,

• • • E AINDA

Portugal muda a hora legal para o regime de verão, na madrugada de domingo, com os relógios a adiantarem-se 60 minutos à uma da madrugada, no Continente e na Madeira, e à meia-noite, nos Açores. Macau passa a ficar a mais sete horas de diferença horária de Portugal

uma hora a mais que o Tempo Universal Coordenado (UTC+1), no inverno, passando a estar duas horas aci-ma (UTC+2), no verão, ao adiantarem os relógios em 60 minutos, na próxima madrugada.

Os outros países da Europa que não fazem parte dos “28” escolheram seguir as mesmas normas, com excepção da Arménia, Bielorrússia, Geórgia, Rússia e Islândia, que não adiantam os relógios. A Ucrânia efectua a mudança de hora às 3:00, com excepção de Luhansk e Donetsk, as duas cidades separatistas que resolveram não mudar a hora, ficando com o mesmo horário da Rússia.

A verdade é que a prática de mudança de hora não

reúne consenso a nível mundial, optando grande par-te do Globo por não alterar os relógios em função das estações do ano

É preciso recuar um século para encontrar as raízes da mudança da hora, associadas ao racionamento de energia na I Guerra Mundial. A hora de verão já ti-nha sido proposta pelo americano Benjamin Franklin, que, entre as lentes bifocais e o para-raios, inventou também a ideia de adiantar os relógios no verão, para poupar energia: na altura, século XVIII, cera de vela, portanto, 32 mil toneladas só em Paris, previa o polí-tico e inventor.

A ideia ficou no ar e arranjou defensores, da Ingla-terra à Nova Zelândia, mas só no contexto da Gran-de Guerra foi aplicada: Alemanha e Império Austro--Húngaro primeiro, em Abril de 1916, um exemplo seguido prontamente pelos seus inimigos, que apenas três semanas depois também adiantaram o relógio. Portugal foi um desses países e desde então manteve esta tradição na maior parte dos anos, com algumas experiências pelo meio.

Quase um século depois, o argumento da pou-pança ainda faz sentido? Ou a confusão causada pela mudança de hora num mundo global é mais preju-dicial? Há estudos que mostram que a poupança de combustíveis não justifica a mudança. Mas a tradição mantém-se, talvez pelo conforto de ter mais horas de luminosidade no verão, depois de sair do trabalho.

Os anos da experiência Em Portugal, entre 1992 e 1996, o País adoptou

a hora da Europa Central, seguindo o meridiano de Berlim. A decisão foi do Executivo de Cavaco Silva e o objectivo era acertar relógios com os nossos parceiros europeus, favorecendo os negócios. Uma experiência que já tinha sido feita entre 1966 e 1976, mas nessa altura sem usar horário de verão. No entanto, o des-fasamento em relação ao tempo solar era tão grande - chegava a duas horas e meia - que as pessoas estra-nharam.

O Governo de António Guterres não perdeu muito tempo antes de voltar ao Tempo Médio de Greenwich (GMT), em 1996.

JTM com DN e Reuters

Kristen Stewart passeia em Paris com alegada nova namoradaKristen Stewart foi avistada em Paris a passear com a cantora francesa Soko, alegadamente a sua nova namorada, que a tinha ido buscar ao aeroporto. A actriz de 25 anos e a cantora, nascida Stéphanie Sokolonski, de 30 anos, passearam de mãos dadas junto ao Canal Saint-Martin na capital francesa. Mais tarde, o par mostrou-se muito carinhoso durante um jogo de frisbee com alguns amigos no Bosque de Vincennes. Nem Kristen nem Soko confirmaram estar envolvidas numa relação, mas têm passado bastante tempo juntas apesar de viverem em continentes diferentes. Num dos posts, Soko escreveu: «passando todos os minutos dos meus dias e noites a amá-la à distância».

Pioneirano universofitness brasileiroLarissa Reis é pioneira entre atletas fitness brasileiras e tem uma licencia-tura em Gestão de Turismo e Hotel. Enquanto estudante universitária, Larrisa foi modelando a tempoparcial e o seu corpo chamou a atenção da Playboy Brasil, acabando por vir a ser escolhida para playmate. Mais tarde assinoucontrato com uma empresa de suplementos e passoua trabalhar como modelo defitness. Em 2009 foi a primeirabrasileira a ganhar um“Show Pro” nos EUA. Nomeio de tanto sucesso, anossa musa inaugurouum restaurante em LasVegas – “Protein House”.

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16 JTM | ÚLTIMA Quinta-feira, 17 de Março de 2016 • Fecho da Edição • 01:40 horas

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Conselheirospolíticos chineses fizeram mais de5.000 propostasUm total de 5.375 propostas foi sub-metido este ano, à sessão anual do mais alto órgão consultivo político da China, de acordo com um relató-rio agora divulgado. Entre elas, 4.248 foram formalizadas depois de revis-tas e 824 reapresentadas como opi-niões e sugestões. Algumas propos-tas foram combinadas com outras ou retiradas, de acordo com o relatório divulgado no encerramento da quar-ta sessão do 12º Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês(CCPPC), citado pelo “Diário do Povo”. Do total, 42% concentraram-se em assuntos econó-micos e 10,5% em assuntos políticos. As propostas sobre assuntos sociais e progresso ecológico representaram 31,4% e 9,8%, respectivamente. Os conselheiros políticos propuseram adiantar a reforma estrutural do lado da oferta durante o período do 13º Plano Quinquenal (2016-2020), reduzir encargos fiscais sobre em-presas, implementar a estratégia de desenvolvimento dirigido pela ino-vação, desenvolver o comércio elec-trónico em áreas rurais, fortalecer tratamento da poluição de ar, água e terra, entre outros. Segundo o jornal oficial, estas propostas vão agora ser enviadas para 164 departamentos do governo para análise e mais tarde a Comissão Nacional da CCPPC selec-cionará as mais importantes para tra-balhar juntamente com departamen-tos e os conselheiros que as fizeram.

Vitórias de Hillary e Trump e abandono de Rubio marcaram segunda “Super Terça” dos EUADonald Trump, no campo republicano, e Hillary Clinton, no democrata, reforçaram o seu favoritismo à nomeação pelos respec-tivos partidos como candidatos às eleições presidenciais de Novembro nos EUA. Nas primárias realizadas em cinco Estados na chamada segunda “Super Terça-Feira”, Trump conquistou quatro vitórias e Hillary conseguiu o pleno. Segundo os últimos dados disponíveis, Trump triunfou na Carolina do Norte (40%), Illinois (40%), Florida (46%) e Missouri (40,8%). Já em Ohio, o magnata foi superado pelo governador do Estado, John Kasich (43%). A vitória de Trump na Florida levou Marco Rubio, senador por aquele Estado, a anunciar a desistência da corrida eleitoral, após ter terminado em segundo, com 27% dos votos. Por sua vez, a ex-Secretária de Estado venceu na Carolina do Norte (56%), Flórida (65%), Illinois (50%) e Ohio (59%) e Missouri (49,6%), derrotando nas cinco votações o seu único rival na disputa democrata, o senador Bernie Sanders, de Vermont.

Casa de Lou Kau reabre no SábadoA Casa de Lou Kau, um dos edifícios que integram o Centro Histórico de Macau, classificado pela UNESCO como Património Mun-dial, vai reabrir ao público no próximo sábado, dia 19, após terem sido “preliminarmente concluídos” os respectivos trabalhos de inspecção e limpeza, anunciou ontem o Instituto Cultural. Em meados de Fevereiro, a derrocada de uma parede do edifício em obras junto à Casa de Lou Kau obrigou o Instituto Cultural a encerrar temporariamente o imóvel classificado, por razões de “segurança e do ambiente” do local. A partir de sábado, a Casa de Lou Kau manterá o mesmo horário do funcionamento, entre as 10:00 e as 18:00 horas, incluindo aos feriados, encerrando à segunda-feira.

Região japonesa quer ninjas para estimular turismoO governo de Aichi, no Japão, abriu vagas para contratar seis ninjas com o objectivo de promover o turismo na região, envolvendo “os senhores de guerra”. Segundo a BBC, os ninjas devem trabalhar a tempo inteiro a troco de um salário mensal de 180 mil ienes (cerca de 12.700 patacas, ao câmbio actual). A preparação física e as habilidades acrobáticas des-tacam-se nos requisitos de emprego, mas o governo de Aichi não requer aos candidatos experiência em combate nem um “currículo de mercenário”. O emprego envolverá apresentações em público e “trabalho de relações públicas” em rádios e canais de televisão. Os candidatos ideais devem “gostar de estar em evidência mesmo que ele ou ela seja ninjas secretamente”, disse à agência AFP Satoshi Adachi, do Departamento de Turismo de Aichi. Os ninjas eram mercenários japoneses do século XV, especialistas em espionagem, assassinatos, sabotagem entre outras formas não convencionais de ataques e guerra. Esses guerreiros, que desapareceram gradualmente após a unificação do Japão, no século XVII, eram considerados inferiores aos samurais e à nobreza militar, que seguiam normas rígidas de honra em combate.

Verde começa a regressar à Rua da FelicidadePortas, janelas e varandins de três casas situadas na Rua da Felicidade já estão coloridas de verde, no âmbito de um plano de restauro que visa devolver aos edifícios a sua aparência original. Em 1996, a Administração de Macau procedeu ao reordenamento da Rua da Felicidade, alterando a cor das portas e janelas dos imóveis de verde para vermelho, pintando as paredes de cinzento e montando toldos. Agora, as portas e janelas começaram a recuperar a tonalidade verde original, sendo as paredes revestidas de tijolo tradicional desta zona do Sul do China. Há dois anos, o Ins-tituto Cultural (IC) realizou uma consulta pública sobre o restauro das fachadas das construções classificadas na Rua, Beco e Pátio da Felicidade, tendo os proprietários optado pela cor verde nas portas e janelas. Segundo afirmou ontem a chefe do Departamento do Património Cultural do IC, Leong Vai Man, as obras de recuperação vão avançar gradualmente, com custos que ascendem a cerca de meio milhão de patacas por imóvel, embora os valores possam variar consoante as casas. Aproveitou para recordar que a execução das obras respeita a opinião dos lojistas, o presidente do IC, Ung Vai Meng, disse esperar que os trabalhos possam ser acelerados para dar à Rua da Felici-dade uma nova imagem. Segundo foi anunciado anteriormente, o restauro das fachadas ficou a cargo do IC, no entanto, as obras estruturais dos edifícios são da responsabilidade dos proprietá-rios. No entanto, o organismo disponibilizará também uma verba para financiar essas obras. V.C.

Madre Teresa canonizada a 4 de SetembroMadre Teresa de Calcutá, religiosa que dedicou a vida ao serviço dos pobres e necessitados, será canonizada a 4 de Setembro numa cerimónia presidida pelo Papa Francisco, que a considera um exemplo de solidariedade e entrega, mas também de tenacidade e pragmatismo. Sempre envolta no seu sari de algodão branco com borda azul, Madre Teresa foi durante a segunda metade do século XX o símbolo da defesa incansável dos pobres. Ganhou o Prémio Nobel da Paz em 1979 e será declarada santa 19 anos após a sua morte, ocorrida em 1997. A Igreja católica da Índia preferi-ria que a cerimónia fosse celebrada em Calcutá, onde Madre Teresa passou boa parte da sua vida, mas as autoridades eclesiásticas programaram o evento para a Praça de São Pedro para honrá-la no maior templo do cristianismo. Ao longo da sua vida, Madre Teresa visitou algumas vezes Macau.

Lula aceita convite de Dilma para chefiar Casa CivilDurante uma reunião no Palácio da Alvorada, Lula da Silva aceitou o convite da Presidente brasileira, Dilma Rousseff, para assumir a chefia da Casa Civil, avançaram os líderes do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados (Afonso Florence) e do governo na Câmara (José Guimarães). O ex-presidente reuniu-se com Dilma e com os ministros Nelson Barbosa (Economia) e Jaques Wagner, que deixará assim o comando da Casa Civil, um cargo equivalente ao de primeiro-ministro. No Governo, Lula ganhará prerrogativa de “foro privilegiado”, o que significa que, em caso de denúncia, a acção tem de ser julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), saindo da alçada de Moro, considerado implacável com investigados pela Operação Lava Jato, que investiga um esquema de cor-rupção, desvio de dinheiro e branqueamento de capitais.