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Administrador José Rocha Diniz • Director Sérgio Terra • Nº 5213 • Quinta-feira, 30 de Março de 2017 10 PATACAS 20 0 C/24 0 C • HOJE Fonte SMG FOTO ARQUIVO Faculdade de Medicina de Lisboa vai cooperar com UCTM no domínio da formação médica Pág. 7 Dinis de Abreu analisou media em conferência integrada no 35º aniversário do JTM Centrais FOTO JTM S. Tomé e Príncipe completa família lusófona no Fórum Pág. 2 Lucro da CEM atingiu 746 milhões em 2016 A Companhia de Electricidade de Macau (CEM) teve um lucro líquido de 746 milhões de pata- cas em 2016, anunciou ontem a empresa, frisando que se trata de “um bom desempenho”. Após a assembleia geral anual, a CEM indicou que o consumo de energia subiu 5,8% para um recorde de 5.255 GWh, com o pico de procura a aumentar 5,6%. A produção local de ener- gia subiu 4,6% e representou cerca de 15% do total do consu- mo, enquanto que a importada da China Continental aumen- tou cerca de 6,2% e perfez 81,9% do volume consumido. Por ou- tro lado, o fornecimento de gás natural à Central de Coloane B foi retomado em Março 2017, o que, segundo a concessioná- ria, “perspectiva um aumento expectável na proporção de energia produzida localmen- te”. A CEM referiu ainda que deu início a vários projectos de infra-estruturas, envolvendo um investimento superior a 660 milhões de patacas. Or Wai Sheun, presidente da Polytec, está envolvido no caso do antigo Procurador por ter alegadamente beneficiado a es- posa de Ho Chio Meng. O novo dado foi conhecido ontem na sessão do julgamento do ex-Procurador e remonta a 2009, ano em que Chao Sio Fu adquiriu uma fracção no edifício “Villa de Mer”, para ser usada pelo pai do ex-Procurador, a troco de cinco milhões de patacas, fruto de um desconto de 25%. Para o juiz presidente do Colectivo, Sam Hou Fai, trata-se de um caso que poderá ter “consequências jurídicas muito graves”. Pág. 5 Dono da Polytec implicado no caso Ho Chio Meng ANTÓNIO TRINDADE, PRESIDENTE DA CESL ÁSIA, AO JTM “Há falta de liderança” nas questões ambientais Pág. 3 Associação de consumidores pretende videovigilância nos novos rádio-táxis Pág. 4 IACM volta a aceitar pedidos de importação de carne brasileira Pág. 6 Planeado porto para enviar resíduos da construção para a China Pág. 9

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Administrador José Rocha Diniz • Director Sérgio Terra • Nº 5213 • Quinta-feira, 30 de Março de 2017 10 PATACAS

200C/240C• • • HOJE

Fonte SMG

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ARQ

UIVO

Faculdade de Medicina de Lisboavai cooperar com UCTM no domínio da formação médica

Pág. 7

Dinis de Abreu analisou mediaem conferência integradano 35º aniversário do JTM

Centrais

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JTM

S. Tomé e Príncipecompleta família

lusófona no Fórum

Pág. 2

Lucro da CEM atingiu 746 milhões em 2016A Companhia de Electricidade de Macau (CEM) teve um lucro líquido de 746 milhões de pata-cas em 2016, anunciou ontem a empresa, frisando que se trata de “um bom desempenho”. Após a assembleia geral anual, a CEM indicou que o consumo de energia subiu 5,8% para um recorde de 5.255 GWh, com o pico de procura a aumentar 5,6%. A produção local de ener-gia subiu 4,6% e representou cerca de 15% do total do consu-mo, enquanto que a importada da China Continental aumen-tou cerca de 6,2% e perfez 81,9% do volume consumido. Por ou-tro lado, o fornecimento de gás natural à Central de Coloane B foi retomado em Março 2017, o que, segundo a concessioná-ria, “perspectiva um aumento expectável na proporção de energia produzida localmen-te”. A CEM referiu ainda que deu início a vários projectos de infra-estruturas, envolvendo um investimento superior a 660 milhões de patacas.

Or Wai Sheun, presidente da Polytec, está envolvido no caso do antigo Procurador por ter alegadamente beneficiado a es-posa de Ho Chio Meng. O novo dado foi conhecido ontem na sessão do julgamento do ex-Procurador e remonta a 2009, ano em que Chao Sio Fu adquiriu uma fracção no edifício

“Villa de Mer”, para ser usada pelo pai do ex-Procurador, a troco de cinco milhões de patacas, fruto de um desconto de 25%. Para o juiz presidente do Colectivo, Sam Hou Fai, trata-se de um caso que poderá ter “consequências jurídicas muito graves”. Pág. 5

Dono da Polytec implicadono caso Ho Chio Meng

ANTÓNIO TRINDADE, PRESIDENTE DA CESL ÁSIA, AO JTM

“Há falta de liderança”nas questões ambientais Pág. 3

Associação de consumidorespretende videovigilância nos novos rádio-táxis

Pág. 4

IACM volta a aceitarpedidos de importação de carne brasileira

Pág. 6

Planeado porto para enviar resíduos da construção para a China

Pág. 9

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Quinta-feira, 30 de Março de 2017

JORNAL TRIBUNA DE MACAU

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administrador: José Rocha Diniz • Director: Sérgio Terra • Editora: Liane Ferreira • Redacção: Catarina Almeida, Inês Almeida, Pedro André Santos, Rima Cui e Viviana Chan • Correspondentes: Ricardo Jorge (Portugal) e Rogério P. D. Luz (Brasil) Colaboradores: Costa Santos Sr., Fátima Almeida, Helder Fernando e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, Carlos Frota, Daniel Carlier, Francisco José Leandro, João Botas, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Suzana Tôrres • Fotógrafo: Alex Sampaio • Secretária de Redacção: Carmen Sou • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected] • Fax: 28389886) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua • Exclusivos: Finantial Times, Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

02 JTM | LOCAL

“Luz verde” para São Tomé e Príncipe no Fórum

A partir desta reunião São Tomé e Prínci-pe já é um país par-

ticipante do nosso fórum”, começou por dizer Xu Yin-gzhen aos jornalistas após a 12ª Reunião Ordinária do Secretariado Permanente do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (vulgo Fórum Macau). A integração de São Tomé e Príncipe foi aprovada por unanimidade pelos paí-ses participantes no Fórum, em resposta a uma solicitação formulada pelo Governo do país africano, via Pequim.

A secretária-geral do Se-cretariado Permanente do Fó-rum Macau não quis, no en-tanto, alongar-se muito sobre as acções concretas em que São Tomé e Príncipe se irá en-volver nos tempos mais pró-

São Tomé e Príncipe foi ontem aprovado como membro do Fórum Macau, numa reunião ordinária do Secretariado Permanente do organismo. No encontro foi ainda apresentado o balanço dos trabalhos realizados em 2016, bem como aprovado o Programa de Actividades para este ano

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FÓR

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ximos. “São pormenores que ainda vamos discutir com eles porque há um conjunto de de-talhes muito técnicos, e eles também precisam tempo para conhecer o funcionamento do Fórum. Temos que falar sobre procedimentos e como traba-lhamos, vamos aguardar um pouco mas a porta está aber-ta”, acrescentou Xu Yingzhen, destacando a “comunicação fluida” entre as partes.

Em representação do país africano de língua portuguesa esteve Djazalde Aguiar, que, no entanto, não quis falar à imprensa. “É um convidado especial que participou na reunião ordinária. No futuro,

será uma decisão do governo de São Tomé e Príncipe indi-car um delegado”, explicou Xu Yingzhen.

O Fórum Macau já tinha mostrado abertura à inclusão de São Tomé e Príncipe na sequência da ruptura das re-lações entre o país africano e Taiwan, em finais do ano pas-sado, e do consequente resta-belecimento dos laços diplo-máticos com Pequim.

Xu Yingzhen comentou ainda a escolha de Rodrigo Brum como representante de Portugal no Fórum, assumin-do funções de secretário-geral adjunto no organismo, mos-trando-se grata “pela decisão

do governo português porque sabemos que é uma pessoa muito experiente” e que “nos vai ajudar muito”.

Durante a reunião foi ainda apresentado o balanço dos tra-balhos realizados em 2016, bem como aprovado o Programa de Actividades para o ano de 2017. As delegações tiveram igual-mente oportunidade de “trocar opiniões sobre o grau de im-plementação das medidas da 5ª Conferência Ministerial do Fórum de Macau”, referiu o or-ganismo em comunicado.

Para este ano, o Secretaria-do Permanente do Fórum Ma-cau pretende alcançar os seus objectivos “em estreita arti-

culação com as áreas de coo-peração plasmadas no Plano de Acção para a Cooperação Económica e Comercial”, bem como no Memorando de En-tendimento sobre a Promoção da Cooperação da Capacidade Produtiva”, acrescenta a nota.

Foram também programa-das actividades que visam a “promoção do intercâmbio e da cooperação económica e comercial” procurando pro-mover a “capacidade produ-tiva, estimular a formação e capacitação de recursos humanos, impulsionar o co-mércio e o investimento e de-senvolver o papel de Macau enquanto plataforma”.

IPIM promove produtos lusófonos na China

Aproveitando a posição estratégica de Macau como plataforma de serviços para a coopera-ção comercial entre a China e os países de lín-

gua portuguesa, o Instituto de Promoção do Comér-cio e do Investimento de Macau (IPIM) realizou uma série de actividades de apresentação de produtos dos países lusófonos em Zhuhai, Zhongshan e Jiangmen.

O Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau juntou 15 empresas do território e lusófonas para sessões de promoção de produtos alimentares dos países de língua portuguesa em Zhuhai, Jiangmen e Zhongshan

A primeira sessão deste ciclo de bolsas de contacto foi realizada na segunda-feira, em Zhuhai, onde par-ticiparam 15 empresas fornecedoras da RAEM e dos países lusófonos vocacionadas para os produtos ali-mentares. Os expositores instalaram stands, exibindo principalmente os produtos alimentares provenientes de Portugal e do Brasil, tais como enlatados, compota, vinagre de fruta, sumos, azeite, bebidas alcoólicas”, referiu o organismo.

No mesmo dia, a iniciativa estendeu-se a Jiang-men, onde foram expostos e apresentados produtos alimentares lusófonos. Na terça-feira, a sessão de bolsas de contacto decorreu em Zhongshan, “tendo muitos compradores degustado os vinhos, sumos, chocolate, sal marinho do Brasil e de Portugal, iden-tificando várias oportunidades de negócio no mundo lusófono”, segundo sublinha o IPIM.

As três sessões, realizadas em dois dias, consegui-

ram atrair “com sucesso” a participação de mais de 150 compradores e fornecedores para bolsas de con-tacto e negociações.

Pedro André Santos

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Secretariado do Fórum Macau realizou ontem a 12ª reunião ordinária

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JTM | LOCAL 03Quinta-feira, 30 de Março de 2017

Agricultura inteligente

O stand da CESL Ásia no Fórum Internacional de Cooperação Ambiental de Macau (MIECF) vai incluir tecnologias que derivaram de uma parceria com a “Spin.Works”, empresa portuguesa que começou por se dedicar à tecnologia espacial mas tem expandido a sua actividade. “Há claramente uma complementaridade. Temos mercados diferentes, a CESL Ásia é um reconhecido utente e aplicador de tecnologias para encontrar soluções para a melhoria da vida das pessoas e a ‘Spin.Works’ é uma empresa de tecnologia espacial, que pega nesses equipamentos e os aplica ao dia-a-dia”, explicou António Trindade. Explicando que além do “background” na área espacial, a empresa começou a desenvolver ferramentas no domínio da “agricultura de precisão”, Vasco Pimenta, CEO da “Spin.Works”, acredita que a empresa já possui tecnologias “muito interessantes” para um conjunto de mercados e estabeleceu esta parceria porque encara-a como “um ponto de entrada óptimo para explorar o mercado chinês”. No MIECF apresentará um sistema de ‘drones’ que permite tirar fotografias a partir do ar, conseguindo combinar esses dados “para obter informação sobretudo acerca de colheitas”. “Isso permite ter informação muito detalhada, com medição ao nível das plantas individuais e, assim, um produtor pode ter informação muito detalhada para agir, melhorar a gestão da água, a necessidade de aplicação de pesticidas ou de fertilizantes e fazer uma gestão das colheitas de forma mais eficiente”. Assim, é possível “aumentar a produtividade e diminuir os custos de produção”, frisou.

Macau “não está a ge-rar liderança e inte-resse suficiente nas

oportunidades que o seu de-senvolvimento económico e social” está a oferecer, entende o presidente e CEO do grupo CESL Ásia acrescentando que “enquanto houver problemas nos transportes, o maior desa-fio é encontrar as entidades pú-blicas ou privadas que sintam interesse e tenham compensa-ção reconhecida para se dedi-car a encontrar uma solução”.

“Falta de dinheiro não é, porque Macau é um dos sítios mais ricos do mundo, falta de oportunidade também não porque existem os problemas que são reconhecidos por toda a gente. Onde está a liderança? O que é que se passa?”, defen-deu em declarações ao Jornal TRIBUNA DE MACAU, no palco do Fórum Internacional de Cooperação Ambiental de Macau, evento que arranca hoje e no qual a CESL Ásia vol-ta a marcar presença.

Outra barreira a uma maior intervenção pela protecção ambiental advém da “grande riqueza e de não haver distri-buição de recursos por todas as áreas”, um lado “nefasto” das economias sustentadas numa indústria única. “O grosso ou os melhores recursos são, natu-ralmente, levados para aquela indústria. As restantes não são esquecidas mas ficam para o acaso e para a oportunidade”.

No entanto, esta aborda-

gem também pode ter conse-quências para o sector do jogo, alerta António Trindade. “Isto tem como consequência afectar a própria indústria principal porque retira capacidades e até põe em risco. É fácil de perce-ber: se houver um problema de sanidade como uma ruptura de esgotos, o que acontece é que os turistas se vão embora, por-tanto, a indústria principal é a primeira a sofrer, e bastante”.

No cômputo geral, o pre-sidente da CESL Ásia acredita que os problemas ambientais de hoje são “maiores e mais complexos” que os de há uma ou duas décadas “porque Ma-cau enriqueceu, aumentou o uso dos recursos que tem e a importação dos que não tem”.

Além disso, é preciso com-preender que “o ambiente não é só resíduos, reciclagem ou ca-pacidade de tratar os esgotos”. “Ambiente é a capacidade pro-duzir melhor, de servir melhor os visitantes com menos resí-duos”, sublinha, notando que isso implica uma actualização de processos que é o que cau-sa maiores preocupações “por-que não se vêem líderes a zelar pela eficiência energética ou dos transportes com soluções”. “Dizer que está mal, que há muitos autocarros, não resolve o problema, apenas mantém a raiz do assunto”, destacou.

“Os sistemas públicos am-bientais, como o Central de Incineração ou a ETAR, são ge-ridos exactamente pelas mes-mas pessoas e com os mesmos problemas de há 10 ou 20 anos. Há falta de liderança, vonta-

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JTM

“Onde está a liderança” no ambiente?O presidente e CEO do grupo CESL Ásia acredita que os problemas ambientais actuais do território são “maiores e mais complexos” que os de “há 10 ou 20 anos” e que para resolvê-los é necessária “liderança”. António Trindade sublinha que a falta de investimento na área da sustentabilidade é um lado “nefasto” das economias sustentadas apenas por uma indústria, já que “os melhores recursos são, naturalmente, levados” para esse sector

de de mudar e de ver o óbvio, porque os problemas são re-conhecidos”, aponta António Trindade.

Outra questão a ter em con-ta envolve o tempo necessário para as mudanças. “Às vezes, há notícias a dizer que a Cen-tral de Incineração está a atin-gir a capacidade. Enquanto a CESL Ásia a geriu, nunca se pensou que estava em causa a capacidade de tratamento de resíduos porque em 1998 está-vamos já a propor ao Governo

Inês Almeida

soluções para 2020”.“Normalmente são precisos

sete ou 10 anos para reconver-ter [a Central de Incineração], porque os problemas não se re-solvem só a acrescentar capaci-dade ou a transferir os resíduos para a China”, salienta o presi-dente da CESL Ásia.

António Trindade defende que, assim, “não há solução” para os problemas ambientais. “Não vale a pena o Governo dizer que vai arranjar uma solução com Cantão ou com as Províncias vizinhas. Não é possível arranjar solução sem sermos nós próprios a fazê-lo”.

Serviços pelobem comum

Na perspectiva de Trinda-de, as circunstâncias actuais representam oportunidades não apenas para “a juventude” como para as entidades já esta-belecidas e com reputação.

No que diz respeito à gestão de resíduos e de infra-estrutu-ras na área ambiental, os ser-viços têm um único fim: o bem comum associado. “Não é sus-tentável as empresas pensarem que é apenas um negócio e só quererem ver quanto facturam ao fim de um mês ou de um ano e se o negócio não der lu-cro fecham e fazem outra coisa.

Há um compromisso público e tem de haver”.

Esse empenho tem de sur-gir da população local e não de quem vem de fora. “É como quando vamos a casa de outra pessoa: podemos ter boas ma-neiras, mas não é a nossa casa, não é ali que vivemos, e depois do jantar ou do almoço, não so-mos nós que vamos ter de lavar os copos ou pratos e que assegu-ramos que eles podem ser usa-dos amanhã, por nós ou pelos nossos visitantes”, exemplificou.

Nesse campo, António Trin-dade ainda alimenta alguma esperança pois nos últimos anos desenvolveram-se capa-cidades e há “uma quantidade enorme de gente a sair das uni-versidades com boa formação, vontade criativa e capacidade de trabalho”.

Ao mesmo tempo, “Macau ainda tem a reputação de ser um centro de disseminação de conhecimento e da aplica-ção do conhecimento sobre o que há-de melhor no mundo na área ambiental”. “Isto quer dizer que, inevitavelmente, se vão manter as oportunidades porque a experiência está cá. Provavelmente é mal dirigida e aproveitada, mas está cá”, su-blinhou o presidente e CEO da CESL Ásia.

António Trindade com Vasco Pimenta, da “Spin.Works”

Os sistemas públicos ambientais, como o Centralde Incineração ou a ETAR, são geridos exactamente pelas

mesmas pessoas e com os mesmos problemasde há 10 ou 20 anos. Há falta de liderança, vontade de mudar

e de ver o óbvio, porque os problemas são reconhecidos

António Trindade

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Quinta-feira, 30 de Março de 201704 JTM | LOCAL

• • • BREVESIncêndio obrigou a evacuar 14 operáriosUm incêndio num estaleiro de obras de demolição, na Rua da Ribeira do Pata-ne, levou à evacuação de 14 operários e engenheiros no local, no entanto, não se registaram feridos. A investigação pre-liminar do Corpo de Bombeiros indica que faíscas do trabalho de soldadura poderão ter estado na origem do incên-dio nos andaimes de bambu.

Tigerair abriu rota para TaichungFoi ontem inaugurada uma nova rota aérea entre Macau e Taichung, em Tai-wan, operada pela “Tigerair Taiwan”. Na cerimónia de inauguração, Chang Hong-chung, presidente da transpor-tadora, expressou confiança no sucesso da ligação, frisando que em 2016 foram vendidos 80% dos bilhetes da compa-nhia para Macau.

Oito trabalhadoresreclamam saláriosOito operários reuniram-se ontem à porta do Inn Hotel Macau, na Taipa, apelando ao empreendimento para fa-zer pressão junto de uma construtora no sentido lhes pagar ordenados em atraso, no valor de mais de um milhão de patacas. A unidade foi comprada pelo Hotel Emperor em 2013 e as obras de renovação sub-adjudicadas a um empreiteiro. Este alega que a construto-ra principal deve mais de um milhão de patacas e garante que teve de pedir di-nheiro emprestado para pagar salários.

Defendida videovigilância nos novos táxis

O Governo foi instado a aperfei-çoar a lei sobre a privacidade, no que diz respeito aos táxis,

por serem local de muitos conflitos entre motoristas e passageiros devido a gor-jetas e cobranças excessivas. O apelo foi dirigido por Chiang Chong Fai, director da Associação dos Consumidores das Companhias de Utilidade Pública.

Defendendo a necessidade de insta-lação de um sistema de videovigilância nos táxis, considera que a Companhia de Serviços de Rádio Táxi Macau de-veria implementar já essa medida nos novos táxis que vão iniciar operações no sábado. Porém, durante um progra-ma do “Ou Mun Tin Toi”, U Kin Lung, gerente da “Rádio Táxi”, afastou essa possibilidade, devido a “questões de privacidade”, recomendando apenas aos passageiros que contactem a com-panhia.

Segundo o gerente, o sistema “GPS” permite supervisionar a situação do táxi, nomeadamente se está à espera de cha-mada ou em serviço, para evitar situa-ções como “vaguear pela rua para apa-nhar clientes”.

Sobre essa matéria, Chiang Chong Fai espera que a companhia esclareça a ordem de tomada de passageiros,

O director da Associação dos Consumidores das Companhias de Utilidade Pública defende a instalação de um sistema de videovigilância nos rádio-táxis que vão entrar em funcionamento no sábado, para evitar conflitos devido às gorjetas. Além disso, sugeriu que os 14 locais de espera sejam partilhados entre táxis para reduzir a ocupação das vias

Rima Cui

nomeadamente se será consoante or-dem de chamada ou a proximidade geográfica. Desta forma, evita-se que os passageiros fiquem à espera em vão se o taxista tiver encontrado um clien-te mais perto.

Já U Kin Lung afirmou que durante o funcionamento experimental, 30% dos pedidos foram aceites, percentagem que considera reduzida, porque apenas 80 funcionários estavam sujeitos ao exame interno e muitos cidadãos solicitaram o serviço. Na mesma fase, a taxa de pon-tualidade das viaturas atingiu os 90%, apontou.

Por outro lado, o director da Associa-

ção dos Consumidores das Companhias de Utilidade Pública sugeriu à “Rádio Táxi” que partilhe os 14 locais de espera com os demais táxis, no sentido de dimi-nuir a ocupação de estradas e de lugares de estacionamento.

A companhia pretende aumen-tar os locais de espera de 14 para 50, quando o número de veículos dupli-car. Por enquanto, para a condução de 50 veículos, estão preparados entre 120 e 130 taxistas. O objectivo é recru-tar mais 160, referiu U Kin Lung, vin-cando o desejo de que esta frota de tá-xis contribua para melhorar a imagem do sector.

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S”

MPI is a public institution of higher learning funded by the Macao SAR Government. It features a strong faculty, state-of-the-art facilities, and excellence in teaching and research. According to the approval by the Board of Management, and the Teaching Sta� Charter of the Macao Polytechnic Institute, applications are invited through open recruitment for 1 full-time Lecturer:

School of Physical Education and Sports1 Vacancy – Lecturer (Physical Education - Ref.1718-ESEFD-104)

Job Duties: Ful�ll duties as stipulated in Articles 5 and 8 (1) of the MPI Teaching Sta� Charter. Applicants should be able to teach Physical Education of School, Sport Sociology and Racket Sport subjects.

Quali�cations: Applicants must possess a Master Degree in the relevant area. Preference will be given to applicants with higher quali�cation; or with teaching experience or working experience in the related �elds.

Media of Instruction: Chinese

Compensation and Bene�ts: The taxable annual salary ranges from MOP499,660 – MOP743,680 (Mop8=US$1). The salary level shall be determined in accordance with the candidate’s academic quali�cations, current position and professional experience. Fringe bene�ts for full-time faculty members include MPI Provident Fund Scheme, medical bene�ts, 22 days paid annual vacation, as well as holiday, housing and other allowances. Full time faculty members will receive a one to two-year renewable contract.

Applicants need to submit: Applicants need to submit: (a) Application Form for Academic Sta� (Full-time), curriculum vitae with copy of identity card (copy of passport is required for non-resident of Macao), (b) copies of certi�cates of all academic degrees awarded and transcripts of related degree courses, (c) copy of relevant dissertation outline, (d) copies of evidential support of relevant teaching or working experience, and (e) copies of academic journals or articles published (including ISBN and cover) (if available).

Applicants should submit their applications by completing MPI’s “Application Form for Academic Sta� (Full-time)” obtainable at http://www.ipm.edu.mo/vacancy/, quoting the Ref. no. and Position/Subject(s) applied for, and enclosing a cover letter together with required documents, submitting these to the Personnel O�ce, Macao Polytechnic Institute, Rua Luis Gonzaga Gomes, Macao. We welcome applications via email (recruit_sta�@ipm.edu.mo). The closing date for applications is 13th April 2017. Applicants presenting relevant quali�cations but which are not supported by testimonials and/or veri�able evidence will not be considered. All submitted documents will only be used for recruiting purposes and will not be returned. Please note that applicants who do not receive a reply from the MPI Personnel O�ce by 31st August 2017 may consider their applications to have been unsuccessful on this occasion.

For enquiries: Tel: +853-8599 6125 / 8599 6669http://www.ipm.edu.mo/vacancy/

MPI is a public institution of higher learning funded by the Macao SAR Government. It features a strong faculty, state-of-the-art facilities, and excellence in teaching and research. According to the approval by the Board of Management, and the Teaching Sta� Charter of the Macao Polytechnic Institute, applications are invited through open recruitment for 1 full-time Lecturer:

School of Physical Education and Sports1 Vacancy – Lecturer (Physical Education - Ref.1718-ESEFD-104)

Job Duties: Ful�ll duties as stipulated in Articles 5 and 8 (1) of the MPI Teaching Sta� Charter. Applicants should be able to teach Physical Education of School, Sport Sociology and Racket Sport subjects.

Quali�cations: Applicants must possess a Master Degree in the relevant area. Preference will be given to applicants with higher quali�cation; or with teaching experience or working experience in the related �elds.

Media of Instruction: Chinese

Compensation and Bene�ts: The taxable annual salary ranges from MOP499,660 – MOP743,680 (Mop8=US$1). The salary level shall be determined in accordance with the candidate’s academic quali�cations, current position and professional experience. Fringe bene�ts for full-time faculty members include MPI Provident Fund Scheme, medical bene�ts, 22 days paid annual vacation, as well as holiday, housing and other allowances. Full time faculty members will receive a one to two-year renewable contract.

Applicants need to submit: Applicants need to submit: (a) Application Form for Academic Sta� (Full-time), curriculum vitae with copy of identity card (copy of passport is required for non-resident of Macao), (b) copies of certi�cates of all academic degrees awarded and transcripts of related degree courses, (c) copy of relevant dissertation outline, (d) copies of evidential support of relevant teaching or working experience, and (e) copies of academic journals or articles published (including ISBN and cover) (if available).

Applicants should submit their applications by completing MPI’s “Application Form for Academic Sta� (Full-time)” obtainable at http://www.ipm.edu.mo/vacancy/, quoting the Ref. no. and Position/Subject(s) applied for, and enclosing a cover letter together with required documents, submitting these to the Personnel O�ce, Macao Polytechnic Institute, Rua Luis Gonzaga Gomes, Macao. We welcome applications via email (recruit_sta�@ipm.edu.mo). The closing date for applications is 13th April 2017. Applicants presenting relevant quali�cations but which are not supported by testimonials and/or veri�able evidence will not be considered. All submitted documents will only be used for recruiting purposes and will not be returned. Please note that applicants who do not receive a reply from the MPI Personnel O�ce by 31st August 2017 may consider their applications to have been unsuccessful on this occasion.

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Quinta-feira, 30 de Março de 2017 JTM | LOCAL 05

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ARQ

UIVOCatarina Almeida

Or Wai Sheun, presidente da Polytec, está envolvido no caso do antigo Procurador por ter alegadamente beneficiado a esposa de Ho Chio Meng. O novo dado foi conhecido ontem na sessão do julgamento do ex-Procurador e remonta a 2009, ano em que Chao Sio Fu adquiriu por cinco milhões de patacas uma fracção no edifício “Villa de Mer” para ser usada pelo pai do ex-Procurador. Embora não se conheçam os contornos legais que estes factos podem ter, o juiz Sam Hou Fai sublinhou que as consequências jurídicas são “muito graves”

O caso do antigo Procura-dor conheceu novos de-senvolvimentos, desta

vez envolvendo Or Wai Sheun. O presidente da Polytec terá ale-gadamente beneficiado a esposa de Ho Chio Meng no processo de venda, em 2009, de um apar-tamento no edifício “Villa de Mer”. Para o juiz presidente do Colectivo, Sam Hou Fai, trata--se de um caso que poderá ter “consequências jurídicas muito graves”.

A mesma fracção já tinha sido referida noutras sessões: o apartamento foi comprado para ser utilizado pelo pai de Ho Chio Meng mas, de acordo com a documentação, o contrato aca-bou por ser celebrado em nome de Chao Sio Fu, esposa do anti-go Procurador, por sete milhões de patacas.

Todavia, a Polytec fechou o negócio por cinco milhões de patacas, dando um benefício de 25% (dois milhões) à esposa do antigo Procurador. Foi pre-cisamente esta discrepância de valores que levou o Tribunal de Última Instância (TUI) a solici-tar esclarecimentos à Polytec. A empresa respondeu, em 2016, dizendo apenas que, por ter mu-dado de instalações, alguns do-cumentos foram “extraviados”.

Só em Fevereiro deste ano é que a empresa fez referência aos 25% de desconto, num do-cumento em que enumerou os procedimentos associados ao processo de compra e venda da-quela fracção.

Porém, esse esclarecimento mais detalhado só foi prestado porque o tribunal apresentou à companhia quatro recibos em nome da esposa de Ho Chio Meng e que, segundo a acusa-ção, foram encontrados na resi-dência pessoal do antigo Procu-rador.

É neste ponto que os contor-nos ganham outra dimensão, e possivelmente gravidade legal. A contabilista e responsável pelo departamento financeiro da empresa há mais de 30 anos revelou, na sessão de ontem, ter sido informada por Or Wai Sheun que Mak Im Tai (empre-sário e co-arguido no caso co-nexo) queria comprar o aparta-mento e que a Polytec fazia um desconto de 25% sobre os sete milhões de patacas.

Mais tarde, Mak Im Tai “dis-se que o apartamento era para ser vendido a Chao Sio Fu” pelo que o benefício inicialmente dado ao empresário foi transfe-rido para a esposa de Ho Chio

Dono da Polytec terá beneficiado Ho Chio Meng

Meng. Segundo a testemunha, o presidente da Polytec não apre-sentou obstáculos a este facto pois a esposa do ex-Procurador era “uma cliente”.

Segundo a testemunha, uma vez que a empresa “está cotada na Bolsa” e, para “não ter pre-juízos”, Or Wai Sheun recorreu a outras empresas em seu nome para justificar, perante os sócios, os dois milhões de patacas em falta, uma vez que Chao Sio Fu pagou cinco milhões pelo apar-tamento. De acordo com a con-tabilista, Or Wai Sheun “deu instruções para usar a Hongs Trading” porque aquela empre-sa “não entra em conflito com a Polytec mas está registada no nome do patrão”.

Porém, pelo facto da Hongs Trading não ter fundos suficien-tes, o presidente da Polytec terá recorrido a outras empresas em seu nome para transferir aquele montante para a “Hongs Tra-ding” que, em última análise, in-jectou os dois milhões em falta.

Procedimento normal e nada complicado

O delegado do Ministério Público (MP) procurou apurar, pelo menos quatro vezes, se a testemunha sabia quem tinha

criado este mecanismo mas a contabilista nunca foi directa e os ânimos exaltaram-se. “Pen-sou nas consequências? Por-que é que usaram a empresa Hongs Trading? Quem pensou neste modelo? Os documentos são falsos, Or Wai Sheun tinha conhecimento dos quatro reci-bos?”, questionou o delegado do MP.

Considerando que todo o processo em causa era normal, a testemunha não chegou a escla-receu ao tribunal se foi, de fac-to, o presidente da Polytec que sugeriu recorrer às outras suas empresas. “Não pensámos de forma tão complicada como o senhor delegado”, disse. “Não há problemas com os recibos e não são falsos porque o cliente recebeu [o benefício]”, acrescen-tou.

Todavia, para o MP os quatro recibos são “falsos” já que não foi Chao Sio Fu que pagou os dois milhões. “Só pensaram no interesse dos sócios”, sublinhou o delegado do MP.

A testemunha disse desco-nhecer quantas vezes este pro-cedimento foi usado noutros processos de compra e venda de imóveis. Sam Hou Fai acrescen-tou: “Entendemos que foi um fa-

vor que [a empresa] deu a Mak Im Tai”.

O TUI ouviu ainda uma fun-cionária responsável pelas ven-das da Polytec. De acordo com a testemunha, foram precisos 10 meses para decidir que seria utilizado o nome de Chao Sio Fu para adquirir o imóvel.

No final da sessão, Ho Chio Meng admitiu que a fracção não foi comprada em seu nome por ser “uma pessoa conhecida”, daí ter sido usado o nome da esposa na compra. Ao mesmo tempo, garantiu total desconhecimento sobre a existência dos 25% de desconto que favorecera a espo-sa.

De todo este caso, a ligação ao ex-Procurador reside no fac-to de existir um documento de hipoteca com a sua assinatura. Mas, Ho Chio Meng explicou: “Tive de assinar porque o banco exigiu, uma vez que tenho conta conjunta com a minha esposa”.

Representante do Supremofaltou à audiência

Na parte da manhã, o an-tigo Procurador fez saber que um representante do Supremo Tribunal da China foi arrolado pela defesa. Contudo, aquele responsável não compareceu

nas audiências marcadas para a semana passada exclusivamen-te para ouvir testemunhas que já tinham sido notificadas.

Segundo Ho Chio Meng, o referido representante não tes-temunhou devido ao princípio “Um País, Dois Sistemas”. Ain-da assim, o ex-Procurador pediu ao Colectivo para tentar saber se seria possível, tendo em con-ta “o actual sistema jurídico”, ouvir o respectivo depoimento porque “são provas muito im-portantes”.

Além disso, estaria prevista ainda a presença de um diri-gente do Ministério Público de Guangdong, uma testemunha que poderia “provar” que Ho Chio Meng “teve contactos [re-lacionados com a Procurado-ria]” já que, esse responsável, usou a “sala de descanso para docentes”.

A Procuradoria de Zhuhai também foi convocada para depor mas faltou à audiência, acrescentou Ho Chio Meng.

Por outro lado, o investiga-dor do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) continuou a ser ouvido sobre os contratos de adjudicação ao MP.

A defesa de Ho Chio Meng quis saber junto do CCAC qual a relação do ex-Procurador com os contratos em causa, mas o organismo apenas disse ter co-nhecimento de que “foi Ho Chio Meng que autorizava” e que, nesse sentido, não tinha provas documentais de que o ex-chefe máximo do MP indicou as mes-mas três companhias que eram sempre consultadas pela Procu-radoria.

Os argumentos do CCAC para tentar comprovar a liga-ção de Ho Chio Meng com as adjudicações prendem-se com “papelinhos amarelos” e a ca-neta usada para escrever algu-mas informações. Num desses “post-it”, que estava anexado a uma proposta, é referido que o ex-Procurador saberia da alte-ração de uma cotação para fa-vorecer uma das empresas de fachada.

Além disso, a advogada quis saber quais as obras autoriza-das por Ho Chio Meng, mas o CCAC apenas tem conhecimen-to de que o ex-Procurador esta-va a par das despesas de rotinas que eram fixadas anualmente pela Procuradoria.

O ex-Procurador pronun-ciou-se também sobre o grupo de administração geral que a acusação alega ter sido criado por Ho Chio Meng. “Não con-cordo [com que tem sido dito]. O grupo fez outros trabalhos [que não só relacionados com os contratos] e não tem nada a ver com estes factos. Chama-se ad-ministração geral precisamente porque tratavam de diversos trabalhos que ninguém queria fazer, durante estes anos traba-lharam muito”, vincou Ho Chio Meng.

A próxima sessão realiza-se amanhã.

Or Wai Sheun descontou dois milhões numa fracção vendida a Ho Chio Meng, através da esposa

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Quinta-feira, 30 de Março de 201706 JTM | LOCAL

Comissão Eleitoral analisa poluição sonoraA Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEL) irá ter em aten-ção os ruídos dos veículos durante o período da campanha. O objectivo passa por res-tringir o volume de som dos veículos para propaganda eleitoral por forma “a não afec-tar o direito de divulgação, nem prejudicar o quotidiano dos cidadãos”, referiu Tong Hio Fong, presidente da CAEAL, no final de uma reunião com a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA). O responsável referiu que é preciso “garantir a vida normal dos cidadãos”, lembrando que “há muitos que trabalham por turnos e têm que descansar por parte do dia”. Igualmente discutidas na reunião foram matérias ligadas às associações portadoras de deficiência, nomeadamente invisuais, depois de algumas questões levantadas relativamente aos boletins de voto. “Esta Comissão espera que os portadores de deficiência visual tenham mais escolhas e possam votar sem ajuda de outras pessoas”, disse o juiz Tong Hio Fong. A questão de infra-estruturas também mereceu análise, como a localização das assembleias de votos. Nas eleições anteriores, foram escolhidas algumas escolas e instalações dos serviços públicos, porém, o mesmo responsável afirmou que “alguns estabelecimentos de ensino poderão estar indispo-níveis devido a obras ou organização de actividades”. Neste sentido, será preciso “en-contrar outros locais que correspondam às exigências necessárias, de forma a facilitar a população, albergar os equipamentos e assegurar um funcionamento tranquilo”.

P.A.S.

O Instituto para os Assuntos Cívi-cos e Municipais (IACM) anun-ciou a reactivação da impor-

tação de carne congelada proveniente do Brasil. No entanto, as 21 marcas envolvidas no escândalo de corrupção alimentar no Brasil continuam vedadas ao acesso ao mercado local.

Garantindo que vai “reforçar a ins-pecção sanitária aquando da importa-ção de carne proveniente do Brasil e, caso se registe alguma situação suspei-ta, irá tomar medidas imediatas para reter os produtos e não permitir a sua importação”, o IACM assegurou que vai só aceitar pedidos de importação de fornecedores que não figurem na lista de empresas sob investigação.

O Governo de Macau anunciou a suspensão de importação de carne do Brasil a 22 de Março, tendo os fornece-dores locais de carne congelada avisado que a suspensão poderia aumentar os preços.

As autoridades chinesas retomaram

a importação no sábado e Hong Kong também deu luz verde à importação na terça-feira. Hong Kong, a par da China, é um dos maiores importadores das car-nes produzidas no Brasil.

Segundo um comunicado divulgado pela Secretaria Especial de Comunica-ção Social da Presidência da República brasileira, com o fim das restrições em Hong Kong, “todos os grandes merca-dos para exportações de carnes brasi-leiras encontram-se novamente reaber-tos”.

“Trata-se de uma vitória para o sec-tor agro-exportador brasileiro e um resultado importante logrado pelos esforços conjuntos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), do Itamaraty e do Consulado--Geral do Brasil em Hong Kong. A rea-bertura reafirma a qualidade e a solidez do sistema sanitário nacional”, conclui o comunicado.

JTM com Lusa

IACM reactiva importação de carne brasileiraFoi novamente autorizada a importação de carne brasileira para o território, anunciou o IACM, notando que serão aceites pedidos de fornecedores que não incluam as empresas envolvidas no escândalo no Brasil

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ARQ

UIVO

EDITALEdital n.º : 3/E-DC/2017Processo n.º : 1/DC/2017/FAssunto : Audiência dos interessados sobre ocupação ilegal de

terrenoLocal : Terreno do Estado situado na Rua de Viseu (entre o edifício

Man Fai e o edifício de Serviços Sociais de Pou Tai), na Taipa. (demarcado a tracejado na planta em anexo)

Li Canfeng, Director da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), faz saber que ficam notificados os ocupantes ilegais do terreno indicado em epígrafe, cujas identidades e moradas se desconhecem, do seguinte:1. A DSSOPT, no exercício dos poderes de fiscalização conferidos pela alínea b) do n.º 3 do

artigo 8.º do Decreto-Lei n.º 29/97/M, de 7 de Julho, verificou que no terreno indicado em epígrafe foram construídas construções ilegais compostas por chapas e coberturas metálicas. Além disso, foram depositados contentores, materiais de construção e objectos, sem que tenha sido atribuída aos ocupantes a respectiva licença de ocupação temporária nos termos dos artigos 76.º a 81.º da Lei n.º 10/2013 (Lei de terras). Por conseguinte, foi instaurado o procedimento administrativo n.º 1/DC/2017/F relativo à desocupação e restituição do terreno ao Estado.

2. De acordo com a certidão da Conservatória do Registo Predial (CRP) extraída em 1 de Março de 2017, o terreno com a área total de 38 m2 indicado em epígrafe, situado na Estrada Lou Lim Ieok, na Taipa, parcela assinalada com a letra “B”, consta da planta cadastral n.º 1007.023 emitida em 7 de Fevereiro de 2017 pela DSCC e encontra-se descrito na CRP sob a descrição n.º 21628 a fls. 132 do livro B52, não se encontrando registado a favor de particu-lar (pessoa singular ou pessoa colectiva) o direito de propriedade ou qualquer outro direito real, nomeadamente de concessão, aforamento ou arrendamento.

3. Com efeito, a ocupação de propriedade do Estado por ocupantes que não disponham de contrato de concessão ou licença de ocupação temporária prevista na Lei n.º 10/2013 (Lei de terras) que autorize a sua posse, determina que os mesmos infringiram o disposto no n.º 1 do artigo 196.º, ocupando ilegalmente o terreno. Deste modo, os ocupantes devem proceder à respectiva desocupação e entregar o terreno ao Governo da RAEM. Ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 208.º da Lei de terras, o Chefe do Executivo determinará a respectiva ordem de desocupação e fixará um prazo para o efeito.

4. O terreno indicado em epígrafe possui uma área de 1160 m2. Nos termos do n.º 2 do artigo 196.º da Lei de terras, quem ocupar ilegalmente terrenos do Estadoé punível, consoante a área, com multa de $150 000,00 a $ 750 000,00 patacas.

5. Considerando a matéria referida no ponto 3 do presente edital, podem os interessados, querendo, pronunciar-se por escrito sobre a mesma e demais questões objecto do procedi-mento, no prazo de 10 (dez) dias contados a partir da data da publicação do presente edital, podendo requerer diligências complementares e oferecer os respectivos meios de prova, em conformidade com o disposto dos artigos 93.º e 94.º do Código do Procedimento Adminis-trativo (CPA), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro.

6. O processo pode ser consultado durante as horas de expediente nas instalações da Divisão de Fiscalização do Departamento de Urbanização desta DSSOPT, situadas na Estrada de D. Maria II, n.º 33, 15.º andar, em Macau (telefones n.os 85977154 e 85977227).

RAEM, aos 21 de Março de 2017 .

O Director dos Serviços

Li Canfeng

Processo n.º: 1/DC/2017/FLocal : Terreno do Estado situado na Rua de Viseu (entre o edifício Man Fai e o edifício

de Serviços Sociais de Pou Tai), na Taipa (demarcado a tracejado na planta em anexo).

Planta em anexo:

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Quinta-feira, 30 de Março de 2017 JTM | LOCAL 07

No processo de governação é ne-cessário, antes

de mais, conhecer bem o espírito e o teor da Lei Básica, observando “fir-memente” o objectivo fundamental do princípio “Um país, dois sistemas”, e assegurar efectivamente a prosperidade, estabili-dade e desenvolvimento de Macau a longo prazo, sublinhou ontem o Chefe do Executivo, ao discursar num seminário comemo-rativo dos 24 anos da pro-mulgação da Lei Básica.

Chui Sai On entende ainda que “devemos to-mar a iniciativa de efec-tuar um balanço da expe-

riência de implementação da Lei Básica em Macau e, assim, promover uma nova onda de desenvol-vimento”, além de aper-feiçoar os regimes e meca-nismos complementares à execução da legislação.

“Todos os residentes de Macau, em especial os trabalhadores da Admi-nistração Pública de todos os níveis devem redobrar esforços para criar uma atmosfera” de defesa da autoridade da Lei Básica.

Este ano, nas reuniões da Assembleia Nacional Popular, o Governo Cen-tral traçou um plano “de acordo com novos concei-tos, ideologias e estraté-

gias, no sentido de asse-gurar o desenvolvimento estável e saudável da eco-nomia e a harmonia da sociedade”, apontou Chui Sai On.

Apesar disso, o Chefe do Executivo reconhece que a actual conjuntura nacional e internacional “tem vindo a sofrer novas transformações” pelo que o princípio “Um país, dois sistemas” enfrenta diferen-tes problemas, desafios e oportunidades. “Precisa-mos de estar mais unidos e empenhados na promo-ção de um conhecimento abrangente e preciso da Lei básica, bem como na sua implementação eficaz”.

“Redobrar esforços” pela Lei BásicaO Chefe do Executivo defendeu ontem que os trabalhadores da Administração Pública “de todos os níveis” devem “redobrar esforços” em defesa da autoridade da “Lei Básica”

UCTM coopera com Faculdade de Medicina de LisboaEntre hoje e 2 de Abril, Macau vai receber o Fórum Médico Internacional Sino-Luso, durante o qual será assinado um memorando de entendimento entre a UCTM e Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, em termos de formação médica e preparação de currículos. Este é um novo esforço da UCTM para incentivar o Governo a dar “luz verde” à criação de uma faculdade de medicina

No próximo domingo, será assinado um me-morando de entendi-

mento entre a Faculdade de Ciên-cias da Saúde da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (UCTM) e a Faculdade de Medi-cina da Universidade de Lisboa, no sentido de criar uma rede de parcerias entre a instituição local e o estrangeiro que incentive o Governo a avançar com a criação de uma faculdade de medicina local.

“Vamos colaborar em termos de preparação de currículos e de formação médica”, revelou Billy Chan, vice-presidente do Fórum Médico Internacional Sino-Luso e director do Centro de Excelência para o Desenvolvimento Profis-sional Médico da UCTM.

“Macau não tem uma facul-dade de medicina. Nos últimos sete anos, a UCTM tem trabalha-do activamente na formação de pessoal médico, fizemos muitos cursos, muitos workshops, e mes-mo dentro deste fórum fizemos mais de 24 workshops só no ano passado”, disse Billy Chan ao Jornal TRIBUNA DE MACAU, acrescentando que a instituição

gostava de “formar médicos” na RAEM.

Assim, antes do “Governo dar a luz para isso”, a UCTM quer “ter bons parceiros de trabalho”. Por isso, além do acordo com a Universidade de Lisboa, também será assinado um protocolo com a Universidade de Notre Dame, uma das maiores instituições de ensino católicas em todo o mun-do, com campus na Austrália e EUA, por exemplo. Além destas universidades, a UCTM também tem cooperado com a Universida-de de Pequim.

“Queremos que se aproximem

ainda mais de nós, para juntos criarmos algo mais complicado em termos de currículo e de pro-grama de competências e quali-ficações”, afirmou o vice-presi-dente, salientando que ter uma faculdade de Medicina “é muito importante para Macau”.

Na sua opinião, “muitas pes-soas dizem que a população de Macau é pequena para ter uma faculdade, mas uma cidade pe-quena como Davao no sul das Filipinas tem essas escolas, ou mesmo um país pequeno nas Caraíbas. Como é que Macau, que é a capital do jogo do Mun-

do, não tem uma faculdade de medicina? Já se está a tornar mo-tivo de gozo e a maioria dos pro-fessores que vêm dar formações não ficam impressionados por Macau não ter uma faculdade de Medicina”.

Os acordos de entendimento serão assinados no âmbito da 36ª edição do Fórum Médico Interna-cional Sino-Luso, que arranca hoje no território, por Madalena Patrí-cio, directora do Departamento de Educação Médica da Universi-dade de Lisboa e ex-presidente da Associação Europeia de Educação Médica, e por Kathryn Hird, vice-

-reitora da Universidade de No-tre Dame.

Manson Fok, presidente do fórum, destaca que o evento “é a contribuição para a melhoria da resposta às necessidades da cida-de e da região em relação a edu-cação médica de alta qualidade” e que existem expectativas para “esta região tão dinâmica” como Macau.

No fórum, Madalena Patrício irá também ser uma das oradoras principais. “É muito bom ver o apoio recíproco destinado a me-lhorar a educação médica em Ma-cau em conjunto com os países de língua Portuguesa”, disse em comunicado.

Além de Madalena Patrício, o evento também vai contar com Ross Horley, especialista em si-mulação; Kathryn Hird que apre-sentará modelos curriculares e perspectivas de ensino; Bill Ten-nent, cirurgião vascular do Reino Unido, que vai falar sobre “como montar um curso cirúrgico”; e Pe-ter McCollum do “Royal College of Surgeons” de Edimburgo.

Billy Chan salientou que o encontro pretende colocar em destaque o papel da formação, através da simulação, com análi-se de estudos de caso, avaliação das técnicas de tratamento. A ideia do fórum é combinar o sim-pósio com workshops cirúrgicos, dando a oportunidade aos parti-cipantes de partilhar os avanços médicos de cada área.

O encontro vai decorrer até dia 2 de Abril.

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ARQ

UIVOLiane Ferreira

O Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) viu a sua acreditação hos-

pitalar de qualidade ser renovada por mais quatro anos pelo Conselho Australiano de Normas de Saúde. De acordo com o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, o CHCSJ satisfez todos os 47 critérios das três áreas em avaliação, ou seja, em termos de assistência médica; serviços de apoio e administração institucional.

Para além disso, em quatro ser-viços de informações prestadas ao público, participação pelos utentes na assistência médica, prevenção de queda de utentes e gestão de vigi-lância, a avaliação atribuída foi de “Nível 4 Realização Extensiva”.

Alexis Tam considera que as melhorias registadas no hospital em termos de redução das listas de espera através da criação de con-

sultas externas nocturnas no hos-pital, reforço da publicação de in-formações médicas à comunidade, promoção de mensagens de saúde e criação do Centro de Avaliação Conjunta Pediátrica e do Centro de Avaliação e Tratamento da Demên-cia foram tidas em conta pela insti-tuição australiana.

Já o director do hospital, Kuok Cheong U, afirmou que as vagas no serviço de radiologia do Cen-tro Hospitalar foram preenchidas, depois de terem sido recrutados médicos para substituir os dois profissionais portugueses, que abandonaram aquele posto em Se-tembro de 2016, segundo referiu a Rádio Macau.

Para além disso, o Governo terá feito um investimento de 30 milhões de patacas numa sala de angiogra-fia, para exames e operações aos va-sos sanguíneos.

Renovada acreditação australiana do São JanuárioO Conselho Australiano de Normas de Saúde renovou por mais quatro anos a acreditação do Centro Hospitalar Conde São Januário, que preencheu todos os 47 critérios de avaliação. Por outro lado, o director do hospital revelou que o serviço de radiologia está novamente com as vagas preenchidas

Chefe na AL a 21 de Abril

O Chefe do Executivo vai à Assembleia Legislativa (AL) no próximo dia 21 de Abril para re-sponder a questões dos deputados sobre as Linhas de Acção Governativa e assuntos sociais. A sessão deve prolongar-se por três horas, conforme está indicado no “site” da AL.

Fórum Médico Internacional Sino-Luso de 2016 realizou-se no Porto

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Quinta-feira, 30 de Março de 201708 JTM | LOCAL

• • • BREVESComerciante “perde” saco com dois milhões Um comerciante local apresen-tou queixa à polícia, pelo desa-parecimento de um saco preto com dois milhões de patacas em dinheiro, que diz ter deixado no banco do carro enquanto troca-va um pneu. O caso aconteceu na terça-feira à tarde na Rua Francisco H. Fernandes, após ter levantado o dinheiro num banco na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção. A Polícia Judiciá-ria está a investigar o caso.

Mais 14 cruzamentos controlados por radarA Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) iniciou um concurso público para substituição do sistemas de detecção de infracções nos semáforos em 14 intersecções. O organismo recebeu sete propos-tas com preços que variam entre 21 e 51 milhões de patacas e pra-zos de fornecimento e instalação entre 248 e 360 dias. Segundo o organismo, o novo sistema será semelhante ao instalado em dois locais da Avenida da Praia Gran-de com capacidade para detectar casos de excesso de velocidade e contabilizar o volume de circula-ção de veículos. A DSAT garante que vai avançar gradualmente com a substituição dos equipa-mentos antigos em mais 23 cru-zamentos da cidade.

Habitação pública em Toi San concluída depois de 2020

O Gabinete para o Desenvolvimen-to de Infra-estruturas (GDI) abriu ontem um concurso público para

a construção da Habitação Pública, na Rua Central do Toi San. O projecto devia estar concluído em 2013, no entanto, foi suspen-so devido ao aparecimento de fendas nos edifícios vizinhos, provocadas pelas esca-vações do subsolo.

De acordo com o documento do con-curso público, prevê-se que o prazo de execução mais longo da empreitada atinja 1.250 dias de trabalho, quase três anos e meio, pelo que o complexo que integra o projecto das 19 mil casas públicas, só deve-rá estar pronto depois de 2020.

Segundo o GDI, a empreitada tem uma área de implantação de cerca de 3.000 me-tros quadrados, destinada principalmente à habitação social de idosos, equipamentos sociais e parque de estacionamento públi-co. O edifício tem 34 pisos, disponibilizan-do um total de 510 fracções, das quais 280 são estúdios e 230 são modelos T1.

O projecto original incluía três anda-res subterrâneos, o que veio a ter impacto nos edifícios antigos vizinhos, na forma de fendas nas paredes. Os moradores protes-

Estão finalmente a ser dados passos para avançar com a empreitada da habitação pública situada na Rua Central do Toi San, com o Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas a recrutar uma nova companhia de construção. As obras estão paradas desde 2011 por provocarem problemas nos edifícios vizinhos

Viviana Chan

taram contra a construção até se resolver o problema de segurança, estando as obras suspensas desde 2011. Entretanto, o Go-verno conseguiu rescindir o contrato com o empreiteiro.

O novo projecto não inclui caves e o pódio vai funcionar como parque de estacionamento público, que fornecerá

cerca de 220 lugares de estacionamento para automóveis particulares e motoci-clos. Esta alteração foi determinada pelo Executivo de modo a não afectar os edi-fícios vizinhos.

O concurso público não define o preço mínimo das propostas, que serão abertas a 27 de Abril.

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IH/A

RQUI

VO

Aspecto do estaleiro em 2012

www.iacm.gov.mo

ANÚNCIO

Concurso Público para o Arrendamento do “Centro Comercial de Seac Pai Van”, no Lote CN6b de Seac Pai Van, em Coloane

Faz-se público que, por deliberação do Conselho de Administração do IACM, tomada em sessão de 3 de Março de 2017, se acha aberto o concurso público para o Arrendamento do Centro Comercial de Seac Pai Van, dedicado à exploração de venda a retalho de produtos alimentares frescos e vivos, produtos secos, comidas e artigos de uso diário, no Lote CN6b de Seac Pai Van, em Coloane.

O Programa de Concurso e o Caderno de Encargos podem ser obtidos, todos os dias úteis e dentro do horário normal de expediente, no Núcleo de Expediente e Arquivo do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), sito na Avenida de Almeida Ribeiro n.º 163, r/c, Macau.

O prazo para a entrega das propostas termina às 17h00 do dia 15 de Maio de 2017. Os concorrentes ou seus representantes devem entregar as propostas e os documentos no Núcleo de Expediente e Arquivo do IACM e prestar uma caução provisória no valor de MOP$244.000,00 (Duzentas e quarenta e quatro mil patacas). A caução provisória pode ser efectuada na Tesouraria da Divisão de Contabilidade e Assuntos Financeiros do IACM, sita na Avenida de Almeida Ribeiro n.º 163, r/c, Macau, por depósito em dinheiro, cheque ou garantia bancária, em nome do “Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais”. O preço base mensal é de MOP122.000,00 (Cento e vinte e duas mil patacas).

O acto público de abertura das propostas realizar-se-á na Divisão de Formação e Documentação do IACM, sita na Avenida da Praia Grande, n.° 804, Edf. China Plaza 6.° andar, pelas 10h00 do dia 16 de Maio de 2017. A sessão de esclarecimento terá lugar no dia 30 de Março de 2017, às 10h00, na Divisão de Formação e Documentação do IACM, sita na Avenida da Praia Grande, n.° 804, Edf. China Plaza 6.° andar. No mesmo dia, o IACM vai organizar uma visita ao local para observação.

Macau, aos 15 de Março de 2017.

O Administrador do Conselho de AdministraçãoMak Kim Meng

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Quinta-feira, 30 de Março de 2017 JTM | LOCAL 09

A Direcção dos Serviços de Protec-ção Ambiental (DSPA) está a pla-near a criação de um porto de ex-

portação de lixo no aterro sanitário onde são tratados os resíduos de construção do Cotai. Numa resposta ao deputado Si Ka Lon, a DSPA ressalvou que a obra só de-verá arrancar depois do tratamento das lamas daquela zona e a instalação dos equipamentos de selecção, sobretudo de areias e cimentos.

O director da DSPA, Raymond Tam referiu que o Governo Central já aprovou a criação do mecanismo de exportação de resíduos de construção para a China Continental. Actualmente, o Governo da RAEM está a discutir em pormenor com as autoridades do Interior da China as-pectos como o local de recepção e a cons-trução de infra-estruturas no território. O

Planeado porto para exportar resíduosO Governo está a preparar a construção de um porto destinado exclusivamente à exportação de resíduos de construção para a China Continental. O plano prevê que o projecto avance em 2019, mas antes disso os Serviços de Protecção Ambiental terão de instalar equipamentos de selecção de lixo pré-exportação

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ARQ

UIVO

responsável prevê que a ideia possa ser concretizada em 2019.

Si Ka Lon também se mostrou preo-cupado com o aterro sanitário de Macau, que já ultrapassou a capacidade máxima, e alertou para os riscos de poluição am-biental e das águas marítimas, por conta-minação dos terrenos.

Em declarações ao Jornal TRIBUNA DE MACAU, o presidente da Associação da Sinergia de Macau, Lam U Tou, indi-cou que, tendo em conta o excesso de lixo da construção, é necessário acelerar a im-plementação da cobrança de taxas sobre esse tipo de resíduos.

Salientando que actualmente o monte

do lixo de construção já atinge uma altura de 17 metros, o equivalente a um prédio com cinco ou seis andares, Lam U Tou avisou que se a pilha de resíduos se des-moronar poderá afectar a actividade do aeroporto.

Para o dirigente da associação, as au-toridades ambientais de Macau devem trabalhar em dois sentidos: acelerando a criação do mecanismo de exportação e a implementação da legislação de cobrança de taxas sobre resíduos de construção.

Segundo os exemplos apresentados pelo Lam U Tou, o volume de resíduos de construção diminuiu dois terços depois da entrada em vigor da cobrança de ta-

xas. Nesse contexto, acredita esta opção pode incentivar as pessoas fazer selecção dos resíduos, reduzindo assim a quanti-dade geral de resíduos para o aterro.

No relatório da consulta pública ao Regime de Gestão de Resíduos de Mate-riais de Construção, a DSPA indicou que o Governo pretende cobrar uma taxa de 130 patacas por tonelada, valor que Lam U Tou considera ser muito baixo, ficando ao nível de Hong Kong de há 10 anos.

A nova tabela de preços em Hong Kong vai entrar em vigor a partir de Abril e, segundo o presidente da Associação da Sinergia de Macau, define aumentos de 60% a 160% nas taxas cobradas.

Viviana Chan

• • • BREVESAssociação de Jazzretoma sessões ao vivoAs sessões de jazz na “Live Music Association” se-rão retomadas no domingo, entre as 20:00 e a uma da manhã. O objectivo do espaço passa por “recriar o ambiente e o espírito” dos clássicos clubes dedi-cados a este género de música, estando aberto a “todos os grupos e músicos que queiram partilhar o seu gosto por este género musical e o seu talen-to, em especial, para os jovens músicos de Macau”. Serão aceites “todas as tendências e estilos, criando um espaço livre onde músicos e cantores possam inovar e dar largas à sua criatividade”. Na noite de inauguração, o concerto principal está a cargo dos Bridge, em homenagem a esta “banda mítica de jazz de Macau, que nos anos 90 foi residente do Clu-be de Jazz na Rua das Alabardas. Após o concerto haverá uma “jam session”.

IIM lança livro sobre Fernando Pessoa O Instituto Internacional de Macau (IIM) lançou o livro “Do Vazio ao Cais Absoluto ou Fernando Pes-soa entre Oriente e Ocidente”, de Paulo Borges, do-cente do Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que adiciona à sua bibliografia mais uma obra sobre Fernando Pessoa. O lançamento decorreu no âmbito do Con-gresso “Filosofia e Literatura: Entre Portugal e Ma-cau – Lusofonia, Utopia Criadora?”, que termina hoje e é organizada pelas três instituições do ensino superior locais. As sessões de hoje decorrem na Uni-versidade de Macau.

O grupo Macau Legend anunciou receitas no valor de 1.471,5 milhões de dólares de Hong Kong em 2016, mais 2,5% que no ano ante-

rior. De acordo com um comunicado, o grupo indi-cou que as receitas de jogo subiram 6,1% para 952,4 milhões de dólares de Hong Kong. Já as receitas de não-jogo desceram 3,7% para 519 milhões de dólares de Hong Kong.

O EBITDA ajustado (resultados antes de impos-tos, juros, depreciações e amortizações) foi de 215,6 milhões de dólares de Hong Kong, menos 19,7% em termos anuais.

O Macau Legend opera três casinos em Macau sob a bandeira da Sociedade de Jogos de Macau (SJM). Um dos casinos abriu a 27 de Fevereiro deste ano e não conta para as contas de 2016. O Palace Ho-tel, o segundo projecto aberto nos últimos dois anos na Doca dos Pescadores tem cerca de 70 mesas de jogo, incluindo 15 novas concedidas pelo Governo.

“Estamos optimistas sobre o que resta de 2017, à medida que a economia da China estabiliza, as in-fra estruturas que ligam Macau à região melhoram e atracções turísticas não-jogo são adicionadas ao mercado”, afirmou o empresário.

A empresa já completou o ‘design’ do quarto ho-tel para a mesma zona e espera começar as obras em meados de 2018.

Sobre Macau, Chow disse que “apesar do fraco início em 2016, as condições do mercado (…) pare-cem ter estabilizado e estamos a ver melhorias re-

centes tanto no mercado de massas como no VIP”.Na mesma nota, a empresa informou que o pro-

jecto em Portugal, de requalificação da frente ribeiri-nha de Setúbal, “aguarda o preenchimento de certas pré-condições”.

A empresa assinou um memorando de entendi-mento com a Câmara de Setúbal, mas, em Dezem-bro, o Ministério do Mar português afirmou des-conhecer o acordo e sublinhou não estar em curso qualquer transferência de terrenos nesse sentido.

Em relação ao “resort” integrado, com jogo, em Cabo Verde, a Macau Legend recorda que as obras já começaram. O resort “vai ser desenvolvido em duas fases, e o hotel, casino e edifício de escritórios devem estar terminados nos próximos dois anos”, indicou o comunicado.

“Continuamos muito confiantes no nosso projec-to em Cabo Verde e somos encorajados pelo contí-nuo aumento da chegada de turistas, bem como os novos projectos de “resorts” e instalações que estão a ser introduzidas no mercado”, afirmou Chow.

A 1 de Setembro de 2016, o grupo Macau Legend adquiriu a gestão e operação de um casino-resort no Laos, o Savan Vegas Hotel and Entertainment Complex, que tem 90 mesas de jogo, 466 ‘slots’ e 472 quartos de hotel. Os trabalhos de renovação e expansão devem começar no próximo mês, diz o co-municado.

JTM com LUSA

Receitas da Macau Legend crescem 2,5%A empresa Macau Legend do empresário David Chow registou um crescimento de 2,5% nas receitas de 2016. Apesar das receitas de jogo terem registado uma evolução positiva de 6,1%, as de não-jogo diminuíram 3,7%

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10 JTM | LOCAL Quinta-feira, 30 de Março de 2017

Enquanto a imprensa generalista está a “perder terreno”, há uma “im-prensa de proximidade que está a

consolidar-se, a ganhar uma robustez que contrasta a fragilização da imprensa gene-ralista. Dir-se-ia que enquanto a internet é universal e global, a imprensa tenden-cialmente terá de ser cada vez mais local”, considera Dinis de Abreu, em declarações ao Jornal TRIBUNA DE MACAU.

O antigo director do Diário de Notícias esteve ontem no Clube Militar para uma conferência integrada nas comemorações dos 35 anos do Jornal Tribuna de Macau, sobre “o papel que a imprensa está a per-

der”, num duplo sentido explicado pelo próprio orador. “Ou seja, influência que sobretudo a imprensa generalista tem vin-do a perder e, ao mesmo temo, a crise que se desenha do jornal em suporte de papel”.

Em termos gerais, “a imprensa, tal como a conhecemos, está a ser, neste mo-mento, confrontada com formidáveis de-safios, seja o jornal exclusivamente em formato digital ou outras fontes de infor-mação, como a internet, que estão a colocar grandes dilemas”.

Uma maior proximidade dos jornais aos seus leitores é a solução apresentada por Dinis de Abreu. “Temos acesso, através de um clique ou de um deslizar de dedos no ‘smartphone’ a tudo o que está a aconte-cer algures no mundo, por mais longínquo que seja o acontecimento, mas estamos a entrar numa fase em que não temos quem nos conte o que se passa à nossa porta ou no nosso bairro”, apontou.

Assim, na sua perspectiva, a imprensa de proximidade está “a ir ao encontro da-quilo que cada vez mais as pessoas sujeitas a uma overdose de informação precisam de saber em função daquilo que é a reali-dade tangível do seu dia-a-dia”.

“É minha convicção de que a imprensa local, regional e comunitária, em diferen-tes planos, será mais duradoura que a ge-neralista. Prova disso é que temos grandes jornais de referência, como o El País, cujos directores já anunciaram que vai passar a ser publicado apenas em formato digital”, destacou Dinis de Abreu.

A máxima “a rádio conta, a televisão mostra e os jornais explicam” ainda tem a sua razão de ser, defende o antigo direc-tor do Diário de Notícias. “Os jornais pre-cisam cada vez mais de explicar. O jornal não pode reproduzir no dia seguinte aqui-lo que as televisões, as rádios e a internet já esmiuçaram durante o dia anterior, ou seja, a imprensa precisa de acrescentar

“Imprensa de proximidade está a consolidar-se”Actualmente e num futuro próximo a imprensa generalista perderá cada vez mais importância face à de proximidade, seja regional ou comunitária, que consegue dar aos leitores o que não chega ao olhar mais abrangente da internet. Esta é a convicção de Dinis de Abreu, antigo director do Diário de Notícias, que numa palestra inserida nas comemorações do 35º aniversário do JTM defendeu ontem a necessidade de os jornais serem cada vez mais explicativos para acrescentarem algo que a rádio, a televisão e até a internet não conseguiram transmitir

Inês Almeida

Clube Português de Imprensa e JTM lançam Prémio de Jornalismo da Lusofonia

O Clube Português de Imprensa e o Jornal TRIBUNA DE MACAU lançaram o Prémio de Jornalismo da Lusofonia, que deverá decorrer com periodicidade anual. A iniciativa surge no quadro do desejado “aprofundamento de todos os aspectos ligados à Língua Portuguesa, com relevo para a singularidade do posicionamento de Macau no seu papel de Plataforma”, lê-se no regulamento do galardão. Os trabalhos candidatos devem ter Macau como tema principal e ser enviados até 15 de Setembro. O prémio tem o valor de 10.000 euros

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Quinta-feira, 30 de Março de 2017 JTM | LOCAL 11

der”, num duplo sentido explicado pelo próprio orador. “Ou seja, influência que sobretudo a imprensa generalista tem vin-do a perder e, ao mesmo temo, a crise que se desenha do jornal em suporte de papel”.

Em termos gerais, “a imprensa, tal como a conhecemos, está a ser, neste mo-mento, confrontada com formidáveis de-safios, seja o jornal exclusivamente em formato digital ou outras fontes de infor-mação, como a internet, que estão a colocar grandes dilemas”.

Uma maior proximidade dos jornais aos seus leitores é a solução apresentada por Dinis de Abreu. “Temos acesso, através de um clique ou de um deslizar de dedos no ‘smartphone’ a tudo o que está a aconte-cer algures no mundo, por mais longínquo que seja o acontecimento, mas estamos a entrar numa fase em que não temos quem nos conte o que se passa à nossa porta ou no nosso bairro”, apontou.

Assim, na sua perspectiva, a imprensa de proximidade está “a ir ao encontro da-quilo que cada vez mais as pessoas sujeitas a uma overdose de informação precisam de saber em função daquilo que é a reali-dade tangível do seu dia-a-dia”.

“É minha convicção de que a imprensa local, regional e comunitária, em diferen-tes planos, será mais duradoura que a ge-neralista. Prova disso é que temos grandes jornais de referência, como o El País, cujos directores já anunciaram que vai passar a ser publicado apenas em formato digital”, destacou Dinis de Abreu.

A máxima “a rádio conta, a televisão mostra e os jornais explicam” ainda tem a sua razão de ser, defende o antigo direc-tor do Diário de Notícias. “Os jornais pre-cisam cada vez mais de explicar. O jornal não pode reproduzir no dia seguinte aqui-lo que as televisões, as rádios e a internet já esmiuçaram durante o dia anterior, ou seja, a imprensa precisa de acrescentar

algo mais, de ser mais explicativa. Isso não significa que seja mais densa, mas tem de acrescentar algo de que o ouvinte ou es-pectador não teve a percepção perante o título do bloco noticioso da televisão ou da rádio”.

Sobretudo a imprensa local “terá de tra-zer cada vez mais informação de proximi-dade, porque é essa que escapa aos gran-des media”.

No futuro, antevê Dinis de Abreu, po-deremos assistir a uma transformação que se prende com “os grandes jornais gene-ralistas cederem o passo às edições exclu-

“Imprensa de proximidade está a consolidar-se”

sivamente digitais, enquanto em papel, a imprensa local ou regional, tem tendência a continuar por mais tempo. Se me pergun-tar quanto, não sou capaz de dizer, mas será com certeza mais duradoura”.

O impacto das tecnologiasActualmente, sobretudo os jovens têm

muito mais tendência e apetência pela informação ‘online’ do que em papel. “Recordo-me que fui durante cinco anos professor convidado de uma universidade privada na área das ciências da comuni-cação e observava que, de facto, os meus

alunos liam pouco, fossem livros ou jor-nais, apesar da minha insistência. É uma tendência geracional”, afirmou.

Por isso, apesar de não ser pessimista ao ponto de acreditar que o jornal em pa-pel desaparecerá, Dinis de Abreu defende que será direccionado para “um nicho de mercado” do “leitor mais evoluído, mais exigente, e que mantém o prazer táctil de folhear o jornal em casa, no sofá”.

“É um prazer táctil que não desaparece. É como o livro. Por muitos ‘e-books’ que apareçam, o livro em suporte físico vai continuar”, concluiu.

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JTM

Clube Português de Imprensa e JTM lançam Prémio de Jornalismo da Lusofonia

O Clube Português de Imprensa e o Jornal TRIBUNA DE MACAU lançaram o Prémio de Jornalismo da Lusofonia, que deverá decorrer com periodicidade anual. A iniciativa surge no quadro do desejado “aprofundamento de todos os aspectos ligados à Língua Portuguesa, com relevo para a singularidade do posicionamento de Macau no seu papel de Plataforma”, lê-se no regulamento do galardão. Os trabalhos candidatos devem ter Macau como tema principal e ser enviados até 15 de Setembro. O prémio tem o valor de 10.000 euros

O Grande Auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) apre-

sentará no dia 17 de Junho, às 20:00, um concerto de Marcel Khalife, considerado um dos “mais prolíficos músicos ára-bes contemporâneos”. Segun-do o CCM, este espectáculo promete transmitir o “melhor da música do Médio Oriente” através do contributo de um artista que tem sido reconhe-cido mundialmente pelas suas

composições vanguardistas e optimismo melancólico.

Nascido e criado numa re-gião devastada por uma longa guerra, Marcel Khalife nunca deixou de sonhar com a re-conciliação pacífica de uma sociedade multirreligiosa. A sua contribuição para pro-mover as artes e a cultura foi reconhecida através de diver-sos galardões como o “Prémio Palestina” para a música em 1999, a designação de “Artis-

ta para a Paz” da UNESCO (2005) ou o prémio da Acade-mia Charles Cross (2007).

Combinando a tradição do “oud” com os idiomas da clás-sica, do jazz ou da música po-pular, Khalife já participou em festivais de todo o mundo. Se-gundo o CCM, as suas compo-sições chamaram a atenção de consagrados grupos e já foram interpretadas pela Orquestra de Câmara de São Francisco e a Real Sinfónica de Omã.

Antes do concerto, have-rá um tertúlia durante a qual serão desvendados os misté-rios do “oud”, um instrumen-to com uma tradição antiga. Conduzida em cantonense, a sessão também abordará o alinhamento preparado para o serão musical.

Os bilhetes, a partir das 100 patacas, estarão disponíveis no CCM e nos balcões da Rede Bilheteira de Macau a partir de domingo.

Marcel Khalife traz ao CCM a tradição do Médio OrienteO música Marcel Khalife vai actuar no Centro Cultural de Macau a 17 de Junho, proporcionando ao público um espectáculo rico em sonoridades musicais do Médio Oriente

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Quinta-feira, 30 de Março de 201712 JTM | ACTUAL

O Presidente dos EUA assinou um decreto executivo com o qual quer começar a desmon-

tar as políticas ambientais do seu ante-cessor na Casa Branca, Barack Obama. Uma peça-chave do decreto de Donald Trump, assinado na sede da Agência de Protecção do Meio Ambiente (EPA, na sigla inglesa) em Washington, é a que elimina a obrigação das agências do go-verno federal considerarem o impacto das mudanças climáticas na sua toma-da de decisões.

A ordem de Trump também pre-coniza uma revisão das directrizes do “Plano de Energia Limpa” de Obama, que foi lançado em 2015 e fixou a redu-ção em 32% das emissões de carbono das centrais de geração de energia eléc-trica como uma meta a atingir até 2030, em relação aos níveis de 2005.

Num breve discurso antes de assi-nar a ordem, Trump proclamou o iní-cio de uma “nova era” na produção de energia nos EUA e a eliminação da “intrusão” governamental no sector. Além disso, assegurou que a “guerra ao carvão” acabou, ao prometer o can-celamento de regulamentos federais que estão a “destruir empregos” e an-tecipando uma “nova revolução ener-gética”, focada no desenvolvimento da produção nacional.

Além de retirar o “Plano de Energia Limpa”, Trump levantou uma morató-ria de 14 meses sobre a exploração de carvão em terras federais. A ordem exe-cutiva inclui o abandono da linguagem sobre os “custos sociais” dos gases com efeito de estufa e abre caminho para uma revisão dos esforços para reduzir a emissão de metano na produção de petróleo e gás natural, bem como da regra sobre a utilização da fracturação hidráulica.

A Administração Trump defende que o objectivo destas mudanças é garantir a independência energética do país e, fun-damentalmente, criar empregos. “Esta-mos a por fim ao roubo da prosperidade americana e a reconstruir o nosso amado país”, frisou o Presidente.

“Vamos ter carvão limpo, realmente limpo”, acrescentou Trump.

A cerimónia contou também com a presença do chefe da EPA e crítico da teoria das mudanças climáticas, Scott Pruitt, os Secretários da Energia, Rick

ESTADOS UNIDOS

Trump desfaz legado ambiental de ObamaDeclarando o fim da “guerra ao carvão”, Donald Trump ordenou uma revisão do Plano Energia Limpa, que foi lançado por Barack Obama para impor uma redução drástica das emissões de dióxido de carbono nas centrais eléctricas

Perry, e Interior, Ryan Zinke, e o Vice--Presidente, Mike Pence, além de tra-balhadores e mineiros da indústria do carvão, uma das mais afectadas pelas “regulações devastadoras” - segundo palavras de Trump - impostas no man-dato de Obama.

O novo decreto não menciona o Acordo de Paris sobre as mudanças cli-máticas, que estabeleceu medidas para diminuir as emissões de gases do efeito estufa e que entrou em vigor no final de 2016. Durante a campanha eleito-ral, Trump prometeu retirar os EUA do Acordo de Paris e chegou a dizer que a ameaça das mudanças climáticas era uma “invenção” da China.

No entanto, o governo de Trump ainda não decidiu se cumprirá os com-promissos do Acordo de Paris, e vários dos seus dirigentes, incluindo os Se-cretários da Defesa, James Mattis, e de Estado, Rex Tillerson, deram indícios favoráveis à manutenção do apoio dos EUA ao pacto climático.

De qualquer modo, tal como os es-forços de Obama para responder ao aquecimento global, e subsequentes al-terações climáticas, foram confrontados com contestações em tribunal, também vários grupos de defesa do ambiente já prometeram combater judicialmente as medidas pró combustíveis fósseis de Trump.

A indignação dos ambientalistasPouco depois da assinatura do de-

creto, Bradley Campbell, líder do gru-po Fundação para Leis de Conservação

(CLF), lamentou que “lobistas da indús-tria de combustíveis fósseis” tenham feito vergar uma agência que era uma “referência”. Em comunicado, Campbe-ll, ex-funcionário da Agência de Protec-ção do Meio Ambiente, sublinhou que a EPA “tem a obrigação legal e moral de proteger o público da poluição que está a mudar o clima”.

Por sua vez, Rush Holt, director-exe-cutivo da Associação para o Progresso da Ciência, lamentou que a Administra-ção Trump resista a aceitar evidências científicas sobre as mudanças climáticas.

“Há muitas coisas que o nosso país pode fazer para combater os riscos que as mudanças climáticas representam para a saúde humana e a segurança, mas ignorar a evidência científica põe as nossas comunidades em perigo”, ad-vertiu.

No mesmo tom, o líder do Partido Democrata no Senado, Chuck Schumer, considerou que o discurso de Trump e o decreto assinado parecem textos “es-critos pela Exxon, sem o menor respeito pela saúde dos americanos e pelo pla-neta”.

Para Bob Ward, especialista do Ins-tituto Grantham da “London School of Economics”, o desmantelamento do “Plano de Energia Limpa” faz com que seja “praticamente impossível” que os EUA atinjam os objectivos assumi-dos na cimeira de Paris sobre o clima. O Acordo de Paris pretende limitar o aumento da temperatura global a um máximo de dois graus centígrados em relação aos níveis pré-industriais.

Recentemente, o novo director da EPA, Scott Pruitt, comentou que o pac-to de Paris, assinado em Dezembro de 2015 por 195 países, “foi simplesmente um mau acordo”.

Petrolífera pede respeitopelo acordo de Paris

A companhia petrolífera ExxonMo-bil solicitou, entretanto, à Casa Branca que respeite o acordo de Paris sobre a luta contra o aquecimento global, se-gundo uma carta entregue pela empre-sa à agência AFP. No documento, da-tado de 22 de Março, Peter Trelenberg, responsável das políticas ambientais na ExxonMobil, lembrou que a empresa petrolífera, uma das mais importantes do mundo, “apoia o acordo de Paris como um quadro eficaz de resposta aos riscos do aquecimento global”.

“Pensamos que os EUA estão em boa posição para serem competitivos no quadro do acordo de Paris, com abundantes recursos com fraco teor de carbono, como o gás natural e empresas privadas inovadoras, incluindo nos se-tores do petróleo, do gás e da petroquí-mica”, sublinha a carta dirigida a David Banks, conselheiro especial de Donald Trump para a energia e o ambiente.

“Ao contrário dos acordos de Quio-to, o acordo de Paris é o primeiro acor-do internacional que ataca as alterações climáticas estabelecendo compromis-sos de redução de emissões pelas eco-nomias desenvolvias e em desenvol-vimento. Isto é primordial porque os países em desenvolvimento, não-mem-bros da Organização para a Coopera-ção e o Desenvolvimento Económico, já representam o essencial das emissões de gases com efeito de estufa, com a China como primeiro emissor e a Índia em vias de ultrapassar os EUA como segundo antes da metade do século”, sublinhou Trelenberg.

Rex Tillerson, actual chefe da diplo-macia de Donald Trump, já exerceu a presidência da ExxonMobil, chegando nessa altura a manifestar-se a favor de uma taxa sobre as emissões de carbono.

JTM com agências internacionais

Muro na fronteira com México obriga a cortes orçamentais

O Presidente dos EUA está a propor cortes de milhões de dólares no orçamento para que os contribuintes norte-americanos, e não o México, paguem o muro a construir na fronteira entre os dois países. Os cortes no valor de 18 mil milhões de dólares vão incidir em programas para investigação científica, infra-estruturas e subsídios comunitários. Os documentos da Casa Branca foram apresentados ao Congresso no quadro de uma negociação sobre um projecto

de facturação para evitar a paralisação parcial do Governo no final do próximo mês. A proposta tem poucas hipóteses de vir a ser promulgada. “A Administração está a pedir aos contribuintes norte-americanos para cobrirem o custo de um muro – desnecessário, ineficaz, absurdamente caro - que o México deveria pagar e (Donald Trump) está a cortar programas vitais para a classe média para o fazer”, disse o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer.

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Quinta-feira, 30 de Março de 2017 JTM | ACTUAL 13

COREIA DO NORTEImagens de satélites tiradas no fim--de-semana confirmaram que Pyon-gyang poderá estar na fase final de preparação para um sexto teste nu-clear, alertou o instituto de pesquisa norte-americano “38 North”. As ima-gens apontam para uma contínua presença de veículos e “trailers” no campo de testes de Punggye-ri.

JAPÃO/EUAA Westinghouse Electric, unidade nu-clear nos EUA da Toshiba, entrou com um pedido de protecção contra fa-lência, informou a empresa nipónica, numa altura em que aquela divisão enfrenta perdas elevadas e alegações de fraude contabilística.

TAILÂNDIAOs ameaçados tigres da Indochina es-tão a reproduzir-se na selva da Tailân-dia, revelaram as autoridades locais. O anúncio dá esperança aos biólogos de que os tigres consigam aumentar o número da sua população, que não chega a 300.

UNIÃO EUROPEIAA Comissão Europeia impediu a fusão entre os grupos London Stock Ex-change e Deutsche Börse, que gerem respectivamente as Bolsas de Londres e de Frankfurt. A fusão “iria diminuir consideravelmente a concorrência”, justificou a comissária europeia para a Concorrência, Margrethe Vestager.

FRANÇAPenelope Fillon, esposa do candidato conservador à presidência francesa, François Fillon, foi formalmente acu-sada de diversos crimes relacionados com o seu envolvimento no caso dos supostos “empregos fantasmas”. En-tre outras alegações, terá de respon-der por desvio de fundos públicos.

ÁUSTRIAA Áustria vai pedir nova excepção ao sistema europeu de relocalização de refugiados, argumentando que já re-cebeu a devida quota durante a crise migratória da Europa. O Governo de Viena garante que já não tem capa-cidade para aceitar mais pedidos de asilo.

PORTUGALPortugal continental registou 105 ca-sos de hepatite A desde Janeiro, qua-se todos sinalizados na Grande Lis-boa, um surto que está a afectar mais 12 países da Europa, segundo dados transmitidos ontem pela Direcção--Geral da Saúde.

COSTA DO MARFIMUm tribunal de Abidjan absolveu Si-mone Gbagbo, ex-primeira-dama da Costa do Marfim, das acusações de crimes contra a humanidade durante a crise pós-eleitoral de 2010 e 2011. A Procuradoria tinha pedido prisão per-pétua para Gbagbo pelo seu papel na onda de violência.

VENEZUELA Os deputados venezuelanos, na sua maioria opositores do regime, perde-ram a imunidade parlamentar por de-cisão do Supremo Tribunal. O órgão judicial autorizou ainda o Presidente Nicolás Maduro a solicitar o indicia-mento de deputados, incluindo por crimes militares e de terrorismo.

VOLTA AOMUND

No despacho que ordenou a re-tirada dos elementos do pro-cesso “Operação Marquês”

para uma investigação autónoma, o procurador Rosário Teixeira não iden-tifica os suspeitos, dizendo apenas serem “pessoas distintas” das já cons-tituídas arguidas no processo e tratar--se de “cidadãos portugueses” que “tinham responsabilidades em insti-tuições financeiras e na concessão de crédito”. Portanto, conforme nota o Diário de Notícias (DN) serão outros banqueiros além de Ricardo Salgado e Armando Vara, constituídos arguidos na “Operação Marquês”.

Na perspectiva do magistrado do Ministério Público (MP), que ordenou a extracção de certidão no final do ano passado, poderá estar em causa o crime de burla qualificada, já que terá sido “gerado um engano sobre os interesses subjacentes aos financia-

mentos em causa”. Segundo o DN, o procurador refere ainda que os movi-mentos financeiros detectados na Suí-ça nas contas bancárias dos responsá-veis por instituições financeiras são “contemporâneos com intervenções e procedimentos de financiamento a clientes”.

Na Carta Rogatória enviada em Março do ano passado para as auto-ridades suíças, Rosário Teixeira soli-citou extractos bancários de contas tituladas por “offshores” de Carlos Santos Silva, empresário e amigo de José Sócrates, de uma conta bancária de Joaquim Barroca, administrador do Grupo Lena, de contas ligadas a três “offshores” controladas por Armando Vara, antigo administrador da Caixa Geral de Depósitos, e várias contas bancárias de gestores do Grupo Vale do Lobo, Diogo Gaspar Ferreira e Rui Horta e Costa. O MP tem alegado que

A Primeira-Ministra escocesa obteve “luz verde” do Parlamento para solicitar a Londres a realização de um novo referendo sobre a independência. Com 69

votos a favor e 59 contra, a câmara de Holyrood (Edimbur-go) aprovou a proposta de Nicola Sturgeon para promo-ver um referendo entre o Outono de 2018 e a Primavera de 2019.

No entanto, Londres já reiterou que não iniciará nego-ciações nesse sentido. “Seria injusto para o povo da Escócia pedir-lhe que tomasse uma decisão crucial sem a necessá-ria informação sobre a nossa futura relação com a Europa, ou sobre aquilo com que uma Escócia independente se pa-receria”, sublinhou o gabinete da Primeira-Ministra britâ-nica, Theresa May, citado pela agência Reuters.

Um dia antes do Governo britânico activar o proces-so de saída da União Europeia (UE), Sturgeon defendeu que os escoceses devem poder “escolher entre o ‘Brexit’ ou transformar-se num país independente”. “A Escócia, como o restante do Reino Unido, encontra-se numa bifurcação”, disse a líder do Partido Nacionalista Escocês (SNP), que somou os seis votos do Partido Verde aos seus 63 deputa-dos para obter a maioria necessária para aprovar a moção numa Câmara com 129 cadeiras.

O debate no Parlamento autónomo durou cerca de sete horas, numa sessão que se estendeu por três dias e que foi suspensa na quarta-feira passada devido ao ataque que deixou cinco mortes em Londres.

Com a activação esta quarta-feira do artigo 50 do Tra-tado de Lisboa, que iniciará um período de dois anos para negociar as condições de saída da UE, o Reino Unido ca-minhará rumo a uma mudança “significativa e profunda”, disse Sturgeon. Por isso, defendeu a realização de um refe-rendo quando os termos finais do “Brexit” estiverem “cla-ros”, para que os escoceses possam tomar uma “decisão informada”.

Há dois anos e meio, 55,3% dos eleitores que participa-ram no primeiro referendo optaram por continuar a fazer parte do Reino Unido.

A líder escocesa espera manter um diálogo “racional”, e

REINO UNIDO

Londres “bloqueia” referendo escocêsO Parlamento da Escócia aprovou uma proposta para a realização de um novo referendo sobre a independência, mas Londres rejeita iniciar negociações

o Grupo Lena, os promotores de Vale do Lobo e o Grupo Espírito Santo fi-zeram chegar dinheiro a José Sócrates através do seu amigo, Carlos Santos Silva.

Segundo o DN, os investigadores da “Operação Marquês” têm estado a dar uma especial atenção ao histórico dos investimentos da antiga Portugal Telecom em empresas do Grupo Es-pírito Santo. Além disso, o processo está também a desenterrar o negócio da compra da TVI pela PT, em 2008. Rosário Teixeira pretende apurar o envolvimento do Grupo Lena naque-le quase negócio, já que não chegou a concretizar-se.

O inquérito da “Operação Mar-quês”, cujo fim da investigação tem sido sucessivamente adiado, integra 28 arguidos, 19 pessoas singulares e nove colectivas.

JTM com DN

PORTUGAL

Mais banqueiros suspeitosna “Operação Marquês”Dados bancários enviados da Suíça revelaram novas suspeitas sobre comissões ilegais na banca, levando o Ministério Público a extrair uma certidão do processo “Operação Marquês” para investigação autónoma, avançou o Diário de Notícias

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ARQ

UIVO

não “de confronto”, com o governo britânico, para que este ceda temporariamente as suas competências exclusivas por forma a que a Escócia possa realizar um referendo legal e vinculativo sobre a sua cisão do Reino Unido.

Nas bancadas da oposição, a líder do Partido Conserva-dor na Escócia, Ruth Davidson, lamentou que o SNP tenha posto sobre a mesa um “calendário apressado” para uma nova consulta. Para Davidson, os escoceses “têm o direi-to de ver como funciona na prática o processo do ‘Brexit’” antes de tomarem uma decisão sobre sua independência.

Kezia Dugdale, representante do Partido Trabalhista na Escócia, que também se opôs à moção de Sturgeon, realçou que 85% da população escocesa votou no referendo ante-rior e “a vontade dos cidadãos deve ser respeitada”.

JTM com agências internacionais

May rejeita negociar referendo com Sturgeon

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Quinta-feira, 30 de Março de 201714 JTM | DESPORTO

O Peru venceu o Uruguai por 2-1, depois de ter estado a perder, em Lima, num resultado que

acabou por garantir já o apuramento do Brasil para a fase final do Mundial de 2018.

Em encontro da 14ª jornada da zona sul-americana de qualificação, o Brasil, que não pôde fazer a festa em campo, pois jogou mais cedo, venceu sem pro-blemas na recepção ao Paraguai por 3-0, em São Paulo, conquistando o oitavo triunfo em outros tantos encontros sob o comando de Tite.

O “escrete canarinho” dominou por completo o Paraguai e chegou ao inter-valo já na frente, graças a um remate ras-teiro e colocado de Philippe Coutinho, de fora da área, aos 34 minutos, após tabela com Paulinho.

Na segunda parte, Neymar ainda falhou um penálti, aos 53 minutos, por culpa também da intervenção de An-tony Silva, mas, aos 64, redimiu-se e “acabou” com o jogo, ao apontar o seu 52º golo pelo Brasil, em apenas 77 en-contros.

Aos 86 minutos, em mais uma jogada espectacular, que foi iniciada em Couti-nho e prosseguiu com um toque de cal-canhar de Paulinho, o lateral esquerdo Marcelo fez a bola sobrevoar o guarda--redes contrário e selou o resultado final.

QUALIFICAÇÃO PARA MUNDIAL2018

Brasil já tem passaporte para a RússiaO Brasil, único totalista em fases finais, tornou-se no primeiro país a juntar-se à anfitriã Rússia na fase final do Mundial de futebol de 2018, face ao desaire do Uruguai com o Peru

FOTO

EPA

As atenções brasileiras viraram-se então para Lima, onde os uruguaios até marcaram primeiro, aos 30 minutos, por Calos Sánchez, mas, cinco minutos volvidos, Paolo Guerrero restabeleceu a igualdade e, na segunda parte, aos 62, Édison Flores selou a reviravolta, após centro de Carrillo. Na parte final, o Uru-guai tentou tudo para, pelo menos, che-

gar à igualdade, o que quase conseguiu aos 90+3 minutos, num cabeceamento de Diego Godín à barra, mas, expondo--se, também “ofereceu” muitas ocasiões claras aos anfitriões.

O Brasil passou a somar 33 pontos, mais nove do que a Colômbia, que su-biu ao segundo lugar, ao vencer por 2-0 no Equador, com tentos de James Rodrí-

guez, aos 20 minutos, e Juan Cuadrado, aos 34.

Com 23 pontos, em terceiro, segue o Uruguai, em igualdade com o Chile, quarto, que venceu em casa a Venezue-la – com Jhon Murrillo (Tondela) todo o jogo - por 3-1, com um tento de Alexis Sánchez, aos quatro minutos, de livre directo, e dois de Esteban Paredes, aos sete e 26, contra um de Salomon Ron-dón, aos 63.

Para o quinto lugar, que vale o apu-ramento para um ‘play-off’ frente ao vencedor da Oceânia, caiu a Argentina, que, órfã do castigado Lionel Messi, per-deu por 2-0 com a Bolívia, lá bem alto, em La Paz. Sem o “oxigénio” do seu “capitão”, que a FIFA castigou por qua-tro jogos, por insultos a um dos árbitros assistentes - que não os ouviu - do jogo anterior, com o Chile, a formação ‘albi--celeste’, praticamente, não “existiu”.

Juan Arce, aos 31 minutos, de cabeça, após cruzamento longo de Pablo Esco-bar, e Marcelo Moreno, aos 53, servido por Jorge Flores, derrotaram a Argenti-na, que só venceu um de oito jogos de qualificação sem Messi e, com ele, ga-nhou cinco de seis.

Atrás dos ‘albi-celestes’, seguem Equador (sexto, com 20 pontos), Peru (sétimo, com 18) e Paraguai (oitavo, com 18), que ainda podem sonhar com a Rús-sia, e Bolívia (nono, com 10) e Venezuela (10ª e última, com seis).

Na zona sul-americana, os quatro primeiros classificados qualificam-se directamente para a fase final do Mun-dial2018, enquanto o quinto disputa um ‘play-off’ intercontinental com o vence-dor da Oceânia. A fase final do Mun-dial2018 realiza-se de 14 de Junho a 15 de Julho, com cinco selecções de África, quatro ou cinco da Ásia, 13 da Europa, três ou quatro da CONCACAF, nenhu-ma ou uma da Oceânia e quatro ou cinco da América do Sul, além da selecção an-fitriã, a Rússia.

JTM com Lusa

México destaca-se na CONCACAF

O México reforçou a liderança da zona CONCACAF de apuramento para o Mundial de futebol de 2018, ao vencer por 1-0 na casa de Trindade e Tobago, último colocado, em encontro da quarta jornada. Um golo de Diego Reyes foi suficiente para os mexicanos somarem o terceiro triunfo, em

quatro jogos, e passarem a contar 10 pontos, mais três do que a Costa Rica, que se ficou por uma igualdade a um tento nas Honduras. No terceiro lugar, que ainda vale o passaporte directo para a Rússia, manteve-se o Panamá (cinco pontos), ao empatar 1-1 na recepção aos EUA, quartos (quatro).

Brasil dominou por completo o Paraguai

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ERMELINDA BAPTISTA

A família de ERMELINDA BAPTISTA tem o penoso dever de informar que este seu

ente querido faleceu no dia 27 de Março aos 81 anos de idade.

A missa de corpo presente realiza-se amanhã,sexta-feira, dia 31 de Março, pelas 20 horas,

na Casa Mortuária Diocesana.

No dia seguinte, sábado, dia 1 de Abril, pelas 11 horas, realizar-se-á a missa,

seguindo depois o corpo para a China onde será cremado.

Mais se informa que, domingo pelas 11 horas será celebrada

missa do 7º dia, na Sé Catedral.

Antecipadamente se agradece a todos quantos se queiram associar aos piedosos actos.

Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes

ANÚNCIO

[ N.º 201703-2 ]

Torna-se público que, nos termos do artigo 29.º do Regulamento Administrativo n.º 5/2014 (Regulamentação da Lei do planeamento urbanístico), a DSSOPT vai proceder-se à recolha de opiniões dos interessados e da população respeitantes aos projectos de Planta de Condições Urbanísticas (PCU) elaborados para as zonas não abrangidas por plano de pormenor mas inseridas nos lotes abaixo indicados:– Processo N.º: 86A167, Terreno junto à Avenida do Almirante Lacerda (Casa Mortuária Diocesana ) — Macau;– Processo N.º: 88A073, Praça de D. Afonso Henriques nº 97—Macau;– Processo N.º: 97A068a, Terreno junto à Estrada de Seac Pai Van e Estrada do Alto de Coloane—Coloane– Processo N.º: 2006A072, Rua do Caetano nº 26—Coloane; – Processo N.º: 2007A054, Rua dos Ervanários nº 14—Macau; – Processo N.º: 2010A058, Rua Direita Carlos Eugénio nº 12 e terreno junto à Rua do Delegado—Taipa; – Processo N.º: 2011A057, Terreno junto à Avenida dos Jogos da Ásia Oriental—Taipa;– Processo N.º: 2013A114, Rua de S. Tiago da Barra nºs 9-11—Macau;– Processo N.º: 2016A016, Rua Nova à Guia nº 348 e Rua de Santa Clara nºs 11-25 (Colégio de Santa Rosa de Lima)

—Macau;– Processo N.º: 2016A024, Estrada do Altinho de Ká Hό nº s 1125-1141—Coloane;– Processo N.º: 2016A040, Rua do Almirante Sérgio nºs 122-144, Travessa dos Armazéns nº 2 e Rua do Dr. Lourenço

Pereira Marques nºs 89-103—Macau;– Processo N.º: 2016A071, Pátio da Papaia nº 15—Macau.

Para efeitos de referência, os projectos de PCU para as zonas dos lotes supracitados que não estão abrangidas por plano de pormenor já estão disponíveis para consulta no Departamento de Planeamento Urbanístico, situado na Estrada de D. Maria II n.º 33, 19º andar, Macau, e encontram-se afixados na Rede de Informação de Planeamento Urbanístico desta Direcção de Serviços (http://urbanplanning.dssopt.gov.mo).

O período de recolha de opiniões tem a duração de 15 dias e decorre entre 30 de Março de 2017 e 13 de Abril de 2017.

Caso os interessados e a população queiram apresentar as opiniões sobre os referidos projectos de PCU de zona do território não abrangida por plano de pormenor, deverão preencher o formulário O011,o qual pode ser descarregado nos websites http://urbanplanning.dssopt.gov.mo ou www.dssopt.gov.mo, ou levantado nesta Direcção de Serviços (Estrada de D. Maria II n.º 33, Macau), podendo submetê-lo no período de recolha de opiniões através dos seguintes meios:

– Comparecendo pessoalmente: Estrada de D. Maria II n.º 33, Macau, durante o horário de expediente nos dias úteis– Correio: Estrada de D. Maria II n.º 33, Macau

(o prazo limite de entrega é contado a partir da data de envio indicada no carimbo do correio)– Fax: 2834 0019– Email: [email protected]

Serão consideradas as opiniões respeitantes aos projectos de PCU de zona do território não abrangida por plano de pormenor elaborados para os lotes, quando forem apresentadas de acordo com as exigências acima indicadas. Para mais informações podem pesquisar o website http://urbanplanning.dssopt.gov.mo e para qualquer informação adicional queiram contactar o Centro de Contacto desta Direcção de Serviços (8590 3800).

Macau, aos 24 de Março de 2017

O Director da DSSOPTLi Canfeng

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Quinta-feira, 30 de Março de 2017 JTM | DESPORTO 15

Costa Santos Sr.*

FOTO

GRE

GÓRI

O CU

NHA/

LUSA

Desde sempre e, numa respon-sabilização colectiva, Fernando Santos defende que não há titu-

lares, logo não há “segundas equipas”. E voltou a vincar isso após o jogo particular com a Suécia no Funchal: “Na segunda parte foi tudo menos bom! Pouca respon-sabilidade e… acabámos por perder um jogo que nunca poderíamos perder!”

Relativamente ao onze que defrontou a Hungria, só Cristiano Ronaldo foi “re-petente”. Mas não foi por aí que a selec-ção portuguesa “vergou o joelho”. Real-mente, abstraindo os 10 minutos iniciais em que a Suécia, entrando forte e procu-rando massacrar a área portuguesa com cruzamentos, até poderia ter marcado, o domínio técnico e territorial foi luso. Bons lances de envolvimento atacante, bom preenchimento do meio-campo e uma excelente circulação de bola aca-baram por tornar inglória a pressão alta sueca, o curto espaço entre as linhas de-fensiva e do meio-campo. É que Portugal tinha a lição estudada e sabia que só com velocidade nas desmarcações, na varia-ção dos flancos de jogo e na ocupação dos espaços interiores (foi assim frente à Hungria…) poderia chegar com êxito à baliza nórdica.

Demorou 10/15 minutos a urdir a teia mas, aos 18, depois de uma grande joga-da de Gelson Martins - tanto na desmar-cação oportuna como no cruzamento de trivela de medidas bem tiradas - Cristia-

SELECÇÃO PORTUGUESA

Suecos “estragaram” festa de Ronaldo na MadeiraA festa estava preparada e Cristiano Ronaldo pôs o Estádio do Funchal em delírio, mas uma segunda parte uns furos “abaixo” acabou por deixar os “foguetes” em terra. A Suécia operou a reviravolta e venceu Portugal por 3-2

no Ronaldo, que jogou pela primeira vez com a camisola das quinas na Madeira, antecipou-se ao seu “polícia” e pôs o re-novado Estádio do Marítimo em comple-ta “erupção”.

Perante as “muralhas” suecas, dir-se--ia que estava feito o mais difícil, até por-que a selecção portuguesa, com alguma “miudagem” cheia de talento, respondia a preceito e colocava em sentido quem vinha à procura, 33 anos depois, de outra vitória. E mais complicada ficou essa tare-fa quando, aos 34 minutos e outra vez na sequência de excelente lance assinado por Gelson Martins, a vantagem lusa subiu

para 2-0, com um autogolo de Granqvist, infeliz na tentativa de corte do cruzamen-to do extremo do Sporting.

No fundo, esta vantagem era o retra-to fiel de uma superioridade absoluta em campo, de um domínio seguro do sector defensivo, do meio campo e de um trio atacante que colocou a “cabeça à roda” à defensiva sueca.

E prometia mais para a segunda par-te. Prometia, mas não cumpriu. Muita gente não cumpriu. Alguns desbarata-ram uma oportunidade para carimbar presenças futuras.

Na verdade, os segundos 45 minutos

foram maus demais - colectiva e indivi-dualmente - para acreditarmos nas “pro-messas” que entraram em cena. Aliás, o próprio seleccionador nacional não teve quaisquer problemas em dizê-lo: “Não vamos entrar por lances que não foram marcados, por grandes penalidades que existiram mas não servem para nada. O que serve é que não podíamos sofrer três golos. Isto não é uma segunda equipa na-cional. Se o fosse não estava aqui. A ver-dade é que não fomos tão competentes como deveríamos ter sido. E é por aqui que temos que analisar o jogo e não por outra via. Obviamente que tínhamos que tomar opções, assumo a responsabilida-de total disso. Mas em campo, a segunda parte foi muito pouco responsável naqui-lo que é uma característica desta equipa: defender bem e, depois, atacar bem e marcar golos. É o nosso ADN. Mas isso não existiu no segundo tempo!”

Fernando Santos estaria a lembrar--se da liberdade concedida a Claesson, o autor dos dois primeiros golos nórdicos, de um Éder “abandonado” em terrenos onde não tem muita mobilidade, de um Nelson Semedo que pareceu perdido, em suma, de todos aqueles que, no seu pen-samento, “não foram competentes”!

Não individualizamos quem que-brou o ritmo da equipa, quem criou “buracos” na defesa e quem não perce-beu que os suecos, longe de serem tos-cos, tinham velocidade e gente muito alta na área. Desde passes perdidos nas zonas “proibidas” do campo até à falta de velocidade para acompanhar os ad-versários, passando por posicionamen-tos defensivos claramente errados, tudo aconteceu a esta selecção. E o autogolo de Cancelo que ditou a derrota é de tudo isso um espelho fiel!

No bloco-notas de Fernando Santos, muita coisa está a ser escrita com força de regra futura. É nas derrotas que se tiram os grandes ensinamentos e ainda bem que esta era a “feijões”. Só que para o “mister” não há jogos a feijões!

*Jornalista profissionalespecializado em desporto

Vídeo-árbitro “trama” França Bruno de Carvalho suspenso113 dias após queixa do Benfica

O Sporting acusou o Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) de “dualidade de critérios”, ao suspender por 113 dias o presidente do clube, Bruno de Carvalho. “O presidente de certo e determinado clube ofende, insulta e injuria um vice-presidente do conselho de arbitragem e é castigado com 60 dias. O presi-dente do Sporting Clube de Portugal, após meses e meses de acções cometidas por outros que podem ser entendidas por muitos como pressão e chanta-gem, é punido com 113 dias de suspensão, sendo que o único delito que cometeu foi de opinião”, lamentou o director de comunicação do clube de Alvalade. Já o director-geral “leonino”, Octávio Machado, foi punido com 75. Em causa está uma queixa apresentada pelo Benfica em Novembro de 2015 e que o CD agora decidiu, por unanimida-de, considerando que Bruno de Carvalho cometeu três infracções de lesão de honra e reputação, en-quanto Octávio Machado o fez em duas ocasiões, em declarações publicadas em vários órgãos de comunicações e em redes sociais. Por outro lado, a acusação contra a Sporting, SAD foi considerada prescrita, pelo facto de terem decorrido mais de 30 dias sobre o que foram entendidas serem “faltas leves” dos autores, decisão que o Benfica conside-rou “inqualificável e inaceitável”. JTM com Lusa

Aos 48 minutos, o público que lotou o estádio Saint-Denis, em Paris, celebrou o golo de Antoi-ne Griezmann, mas, quando o lance foi revisto, e

após alguns segundos de suspense, o árbitro alemão Fe-lix Zwayer recebeu instruções pelo auricular para anular o tento por fora de jogo. O público tardou a entender o sucedido, no que daria vantagem à França, que perdeu o encontro por 2-0, com golos de David Silva (68, de penálti) e Deulofeu (77).

Ainda pior para os gauleses foi o segundo golo espa-nhol, obra de Deulofeu, inicialmente anulado pelo fiscal de linha por fora de jogo do jogador do AC Milan: nova-mente, as imagens foram repetidas e, enquanto os futebo-listas estavam expectantes, chegou a notícia de que seria validado.

A federação francesa de futebol anunciou na segunda--feira que o sistema seria utilizado neste desafio particular, depois de a FIFA ter acedido ao desejo, tal como a federa-ção espanhola e o árbitro germânico. Dois árbitros estive-ram em assistência técnica no vídeo durante o jogo, numa furgoneta em garagem exterior ao estádio, desde a qual visionaram as imagens em tempo real.

Esta é a segunda vez que este tipo de mecanismo foi utilizado pela selecção francesa, que já o tinha feito no par-ticular com a Itália.

Holanda agrava criseEm Amesterdão, a Holanda acentuou a “crise” de re-

sultados, ao perder por 2-1 o “amigável” com a Itália. Os homens da casa entraram melhor, graças a um golo na própria baliza de Alessio Romagnoli, aos 10 minutos, mas os italianos empataram no minuto seguinte por Éder. A re-viravolta consumou-se aos 32 minutos, por Bonucci.

Depois da derrota por 2-0 na Bulgária, no sábado, os holandeses continuam sem vencer em 2017 e têm a qua-lificação para o Mundial2018 em risco, estando na quarta posição do grupo A.

Antes, o embate entre Rússia e Bélgica, em Sochi, ter-minou empatado a três bolas. Os russos adiantaram-se aos 3 minutos, por Vasin, mas uma grande penalidade de Mirallas (17) e um ‘bis’ de Benteke em três minutos (42 e 45) “viraram” o resultado para os visitantes. Porém, os an-fitriões chegaram ao empate, com golos de Miranchuk (74) e Bukharov (90+2). JTM com Lusa

O sistema de vídeo-árbitro foi utilizado no particular de futebol França-Espanha, servindo para anular um golo ao gaulês Griezmann por fora de jogo e para validar outro ao ibérico Deulofeu, contrariando a decisão do árbitro auxiliar

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Quinta-feira, 30 de Março de 201716 JTM | OPINIÃO

MARCELO CHAMADIRECTOR DA OMC

O Presidente da República decidiu dinamizar o Conselho de Estado, cha-mando mesmo personalidades exter-nas para as suas reuniões. Depois de Mario Draghi, será Roberto Azevedo, director-geral da Organização Mun-dial do Comércio a participar no Con-selho de Estado de amanhã, sexta--feira. Trata-se de mais uma inovação de Marcelo Rebelo de Sousa. “O Pre-sidente da República convidou o di-rector-geral da OMC para participar no Conselho de Estado da próxima sexta-feira, 31 de Março”, lê-se numa nota divulgada na página da Presi-dência da República na Internet. Se-gundo a mesma nota, “o embaixador Roberto Azevedo vem especialmente de Genebra para apresentar uma ex-posição ao Conselho de Estado sobre a evolução do comércio internacional no futuro próximo e as implicações para Portugal”.

SITUAÇÃO DA VENEZUELAPREOCUPA MNE

Os herdeiros do ‘chavismo’ estão a levar a Venezuela à miséria, num país onde existe uma enorme comu-nidade de emigrantes. Apesar disso, o ministro dos Negócios Estrangei-

De Lisboa aindase vê o Mundo

ros, Augusto Santos Silva, afastou um “risco acrescido” para a comunidade portuguesa na Venezuela, mas reco-nheceu que a ocupação de padarias detidas por cidadãos nacionais “fez subir o nível de preocupação”. “As in-formações que eu tenho mostram que a comunidade portuguesa não está em risco acrescido, não há nenhuma hostilidade ou sinal de maior agressi-vidade em relação aos portugueses”, afirmou o ministro durante uma au-dição na comissão parlamentar de Ne-gócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, a propósito da situação na Venezuela.

ASSIS CRITICA SOLUÇÃODO GOVERNO NO NOVO BANCO

O PCP e o BE dificilmente irão apoiar a solução encontrada pelo executivo de Costa para o Novo Banco. Mas as críticas surgem dentro do próprio PS. O eurodeputado socialista Francisco Assis critica a solução para o Novo Banco que o Governo está a negociar com Bruxelas e que prevê que o Esta-do mantenha 25% do capital do banco sem ter qualquer poder de decisão. “É uma solução que que não motiva-rá reacções folgadas em praticamente ninguém. Ficar o Estado com 25% e depois não ter qualquer possibilidade de participação na gestão do banco é, à primeira vista, uma solução que não despoletará grande apoio de quem quer que seja”, diz o eurodeputado. Francisco Assis considera “difícil acei-tar” que o Estado assuma os riscos sem ter “a mais pequena voz activa na gestão”, dando, assim, razão às crí-ticas feitas pelo Bloco de Esquerda e PCP à solução do Governo.

O AMIGODE ANTÓNIO COSTA

Tal como Sócrates o actual PM tam-bém tem o “seu” amigo. O Conselho Geral da Ordem dos Advogados con-cluiu que não há incompatibilidade entre o contrato de Lacerda Machado assinado com o governo e a profissão de advogado. A decisão foi tomada em Janeiro, ainda no mandato da an-terior bastonária, Elina Fraga, mas só agora, depois de muita insistência, foi confirmada à TSF. Segundo fonte ofi-cial da Ordem, o “sentido do parecer é de que não há incompatibilidade com o exercício da profissão de advogado e as funções desempenhadas no gabi-nete do primeiro-ministro, atendendo ao contrato de prestação de serviços jurídicos”, na modalidade de avença, apresentado pelo próprio para que a entidade que regula a profissão dos advogados avaliasse o caso. A Ordem dos Advogados optou por não forne-cer o conteúdo do parecer emitido em Janeiro e respectivos fundamentos.

CORTES DE ÁGUAEXCEPTO À SEXTA

Os cortes de água à sexta-feira ou na véspera de feriados serão proibidos ainda este ano. A generalidade dos serviços de atendimento das câmaras e das empresas concessionárias fe-cham ao fim de semana e nos dias fes-tivos, deixando as famílias sem água por um período que a Entidade Regu-ladora dos Serviços de Águas e Resí-duos (ERSAR) entende ser demasiado longo. Assim, e como regra a nível nacional, os cortes só se poderão fazer em dias que permitam ao consumidor regularizar a situação no dia seguinte.

Cumprida essa obrigação, a ERSAR determina que o restabelecimento do abastecimento de água seja efectuado no prazo máximo de 24 horas.

PORTUGALE A HORA DO PLANETA

A edição da Hora do Planeta, contra as alterações climáticas, teve a maior participação de sempre em Portu-gal, com 144 municípios a apagarem luzes de monumentos, em defesa do ambiente, anunciou a organização na hora do balanço. A 10ª edição da Hora do Planeta, uma iniciativa da organi-zação internacional WWF, atingiu um recorde mundial de 3.100 monumen-tos a ficarem às escuras em 187 países e territórios no passado sábado, entre as 20:30 e as 21:30. A acção simbólica de apagar as luzes pretende contribuir para a sensibilização dos cidadãos, chamando a atenção para a necessi-dade de mudar comportamentos de forma tentar travar as alterações cli-máticas, que provocam fenómenos ex-tremos mais frequentes, como chuvas intensas, ondas de calor e de frio, além do degelo e subida do nível do mar. Entre os hábitos que devem ser muda-dos estão a poupança de água, a uti-lização de transportes públicos, para reduzir as emissões de gases com efei-to de estufa, ou a escolha de alimen-tos produzidos mais perto do local de consumo, assim como a diminuição do lixo produzido, encaminhando para a reciclagem todos os materiais que for possível.

* Jornalista.Ex-assessora de Passos Coelho

nos XIX e XX governos constitucionais.

EVACABRAL*

UM ARTIGO

1ª Vez “JTM” - 30 de Março de 2017

Acção Despejo nº CV2-16-0026-CPE 2º Juízo Cível

Autores: 1. WONG PAK MENG (黃柏銘), solteiro, maior;2. WONG WENG CHIO (黃頴釗), solteiro, maior; 3. WONG WENG I (黃頴儀), solteira, maior; todos com residência em Macau, na Travessa das Docas, nº 8, Edifício Nga San, 18º andar J.Ré: MP3 DISCO COMPANHIA LIMITADA (MP3 的士高有限公司), registada na Conservatória dos Registos Comercial e de Bens Móveis sob o nº 21477(SO), com sede em Macau, na Rua de Paris, nº 170, Edifício Nam Ngon Garden, Bloco 3, 3º andar N

Faz saber que, por este Juízo, correm éditos de 30 (TRINTA) DIAS, contados da segunda e última publicação do anúncio, citando a ré MP3 DISCO COMPANHIA LIMITADA, para no prazo de trinta (30) dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, querendo, o pedido formulado na petição inicial nos mencionados autos, que resumidamente consistem que: 1) Ser declarada a resolução do arrendamento celebrado pelos Autores com a Ré em 29 de Agosto de 2012, sobre as fracçãoes autónomas designadas por “ZR/C” do rés-do-chão “Z”, “AAR/C” do rés-do-chão “AA”, e “ABR/C” do rés-do-chão “AB”, para comércio, sitas na Avenida Dr. Sun Yat Sen nºs 1333 a 1443, Avenida Sir Anders Ljungstedt nºs 10 a 52, Rua Cidade de Braga nºs 396 a 506, e Alameda Dr. Carlos D’Assumpção nºs 9 a 51, descritas na Conservatória Registo Predial sob o nº 22211, a fls. 92 do Livro nº B1K e inscritas na matriz predial, sob o nº 73402; 2) Ser a Ré condenada a devolver os locados aos Autores, livres e devolutos de pessoas e bens; 3) Ser a Ré condenada ainda a pagar aos Autores as rendas que vencidas e não pagas no montante de HKD$1.832.461,08, equivalente a MOP$1,887,434,91, bem como as que se vencerem até à declaração de resolução do contrato; 4) Ser a Ré condenada a pagar aos Autores todas as despesas que estes venham a realizar para entrega do imóvel e satisfação do seu crédito, nomeadamente honorários de advogado e os respectivos custos; 5) Ser a Ré condenado em custas legais e procuradoria, tudo conforme melhor consta do duplicado da petição inicial que este 2º Juízo Cível se encontra à sua disposição e que poderá ser levantado nesta Secretaria Judicial nas horas normais de expediente.

A falta da contestação no dito prazo não implica serem considerados reconhecidos os factos alegados pelos Autores, e o processo segue com os ulteriores termos até final à sua revelia. Na contestação, pode deduzir em reconvenção o seu direito a benfeitorias ou a uma indemnização, e ainda que é obrigatória a constituição de advogado.

Macau, aos 22 de Março de 2017.

O Juiz,Jerónimo Alberto Gonçalves Santos

A Escrivã Judicial Adjunta,Cheong Lai Lam

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

2ª Vez “JTM” - 30 de Março de 2017

Execução Ordinária n.º CV1-15-0160-CEO 1º Juízo Cível

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

A Juiz de Direito,Ana Meireles

A Escrivã Judicial Principal,Fernanda Branco

1ª Vez “JTM” - 30 de Março de 2017

Execução Ordinária n.º CV2-16-0103-CEO 2º Juízo Cível

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

O Juiz,Seng Ioi Man

A Escrivã Judicial Adjunta,Lai Wai Sun

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Quinta-feira, 30 de Março de 2017 JTM | OPINIÃO 17

Dito(...) “Somos nós que fazemos a dife-rença em Macau. Se não fossem os macaenses, Macau era desinteressan-te. Macau, Zhuhai ou outra cidade chi-nesa seriam exactamente iguais. Acho que o Governo Central percebe isso. O que questiono é se o Governo da RAEM está interessado em fortalecer isso e em dar maior importância” (...)

José Basto da Silva, presidente da Associação dos Antigos Alunos da Escola Comercial Pedro Nolasco,

em entrevista ao “Hoje Macau”

• • • HÁ 20 ANOSIn “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau”

30/03/1997

ALGARVE VEIO EM FORÇAPROMOVER-SE EM MACAUComeçou hoje a chegar a missão em-presarial da Região do Turismo do Algarve que, durante cerca de duas semanas, promoverá a mais impor-tante região turística portuguesa no Oriente. O Governador presidirá à sessão de abertura dos trabalhos da missão empresarial “O Algarve em Macau”, a ter lugar às 10h de amanhã, no Centro de Actividades Turísticas (CAT), seguindo-se a inauguração de uma exposição alusiva ao tema. No âmbito da acção promocional organi-zada pela Associação dos Municípios do Algarve (AMAL), o Instituto de Promoção e Investimento de Macau (IPIM) promove uma bolsa de con-tactos com empresas locais nos dias 2, 3 e 4 de Abril, no CAT. Estarão repre-sentadas 27 empresas algarvias distri-buídas por cerca de 40 expositores. A missão empresarial do Algarve parti-cipará igualmente na Feira Internacio-nal de Macau, cuja sessão de abertura está marcada para as 12h do próximo dia 9 de Abril, no CAT.

TDM LANÇA CASSETESCOM PROGRAMAS LOCAISA Teledifusão de Macau (TDM) vai lançar terça-feira um “home vídeo” de um espectáculo de Orquestra Chi-nesa de Macau onde são interpreta-dos temas de Carlos Paredes, indicou à Lusa uma fonte da empresa. O lan-çamento do “home vídeo” está inte-grado num programa de “divulga-ção do arquivo da estação televisiva que contem informações relativas à história do Território”, disse a mes-ma fonte. “Com a produção destes vídeos estamos a disponibilizar, a preços acessíveis, a criação de uma videoteca pessoal com documentos que contam a história de Macau e que retratam a vida das comunida-des que aqui vivem, os seus usos e costumes”, sublinhou a fonte. No mês de Abril a TDM vai também lan-çar mais um “home vídeo” da série “tradições chinesas”, que aborda o “Ching Ming”, o dia dedicado aos finados. Um documentário biográfi-co, falado em cantonense e legenda-do em português, sobre o fundador da República da China, Sun Yat Sen, os 12 programas da série “Arquivos do Entendimento”, apresentado pela historiadora Celina Veiga de Olivei-ra, serão também lançados em Abril. O documentário “Arquivos do En-tendimento” debruça-se sobre a his-tória de Macau e está neste momento a ser exibido na RTPi.

Baga e Fernão Pires(ou In Vino Veritas)

A verdade está no vinho”. Já assim era no tempo dos ro-manos e mo ensinou o meu

saudoso avô Manuel (eu sei camara-da, sim tu mais do que avô foste um grande amigo, o pai ausente, e contigo aprendi a tratar das vinhas, vindimar, pisar o vinho e, claro está, prová-lo, ainda menino). Lá onde estiveres tens velado por mim, eu sinto-o, por isso vou bebendo por nós ambos, eu que contigo e com a tua dor siática apren-di a “arte” de envelhecer feliz, apesar de todas as dores! E a, no nosso alam-bique, artesanar contigo aquela deli-ciosa aguardente, caída quase pingo a pingo pela camisa da espiga de milho.

Afinal envelhecer (pensem nisto jovens) é um privilégio que nem to-dos logram alcançar. Isto tu mo ensi-naste avô, na tua sabedoria simples e genuína, como me ensinas-te a gostar daquele vinho encorpado que fazía-mos com amor e não apenas se bebia, comia-se, feito das castas Baga (esta casta nobre tão injustamente esque-cida durante tanto tempo), e Fernão Pires, a uva branca mais doce que

A crónica nos copos

conheço e de que as abelhas tanto gos-tam, quando madura.

Eras tu que, quando confrontado com as avisadas advertências da avó Laurinda de que tínhamos de ir fazer a vindima porque as abelhas andavam a comer os cachos, sempre ripostavas, na tua bonomia: “Se elas gostam, é porque estão doces as uvas. Vai dar um bom vinho. Deixa-as lá, mulher. Temos tempo”. Que grande lição de vida, contra a ganância e a soberba!

Mas, deixemo-nos de lamechices, vamos lá às “classificações”, que o prometido é devido e cumprir as pro-messas, ainda que simples, é prova de honradez, assim mo ensinaram, em menino, os meus avoengos. Naqueles idos tempos em que a palavra valia mais do que uma escritura.

“Último andar”Desculpem lá os abstémios, mas é

mesmo de vinho que quero falar e que coloco no “topo” (Macau “sã assi”, sempre tudo como dantes, e um dia destes vêm aí os cheque da comparti-cipação pecuniária), o único nível de hoje, porque só me apetece dizer bem, os eflúvios assim o ditam.

E, como declaração de interesses, vos digo que gosto de todo o vinho que seja feito de uvas: “Olhai filhos, até de uvas se faz vinho!”

Mas, por proximidade geográfica

tenho especiais apetências pela Bair-rada (Silvã, Larçã e Vilarinho do Bair-ro) e pelo Dão. Baga é a minha casta preferida, por ser robusta e, ao mesmo tempo suave, quando misturada com outra menos forte. Ou seja é uma casta “tolerante” e “democrática”. Existem outras bem portuguesas: a touriga na-cional, a tinta roriz, a tinta franca e a trincadeira, que me enchem a alma. Mas Baga é o meu primeito amor e não há amor como o primeiro.

Neste caso de que vos quero falar (bem), o tinto “Quinta do Encontro”, a Baga está associada ao Merlot, e gosto do resultado: afinal, contra a xenofobia, isto prova que a miscigenação tem sem-pre como fruto coisas (criaturas) lindas.

É um vinho fresco e aromático. E barato, de 2014, que me enche de sau-dades, e recomendo vivamente, a quem como eu, não tenha pretensões a “no-veaux riche”.

O último copo da garrafa ficou va-zio e, por isso, por aqui me fico, por hoje.

Eu que, como bom latino do sul da Europa, gosto de mulheres e de copos e que se dane lá aquele holandês de nome impronunciável que parece que tem gos-tos diferentes dos homens do sul. Mas gostos são gostos - e não se discutem - e cada um “come” do que gosta.

* Jurista

JOÃOFIGUEIRA*

CHOVER NO MOLHADO

Foi por um triz... Como se sabe de há muito, mas só agora tornado oficial, as pessoas aqui em Portugal gastam o dinheiro todo em mulheres e copos. Ora, o

tempo disponível para as obrigações é pouco, pelo que foi mesmo em cima da hora - talvez mesmo já nos descontos - que me lembrei que ainda não tinha escrito nem enviado a crónica semanal para o JTM. Foi, pois, por um triz.

Mas dizia eu que a malta, por cá, é mais copos e mu-lherio. E como até se ganha bem nem nos importamos de dar uns trocos para recapitalizar bancos, pagar uma das energias mais caras da Europa e, já agora, os combustíveis também. No fundo, nem nos damos conta das despesas e dos gastos, porque a maior parte do tempo ou estamos bê-bados, na cama com a vizinha ou com uma valente ressaca.

Ora, quem é que não tem inveja de uma vida assim? Só pode ser por isso que aquele holandês que preside ao Eurogrupo e cujo nome, mesmo estando sóbrio, é impro-nunciável, veio agora com essa conversa dos copos e das mulheres para cima dos tugas, como que apontando o dedo a fazer queixinhas da vidaça que a malta leva por cá. Se ele quer experimentar, que entre em contacto com a Federação Portuguesa de Futebol e peça o regime idêntico aos futebo-listas, para se naturalizar português.

O tal holandês invejoso lembra, de resto, a famosa frase de Oscar Wild - “nunca devemos lamentar que um poeta seja um bêbado, devemos lamentar que nem todos os bê-badas sejam poetas” - que aqui serve (ou eu a utilizo) para reforçar essa ideia que contraria a boémia e o seu espíri-to como algo negativo e a evitar. Conhecem aquele slogan publicitário, meio a sério, meio a brincar?: “Se acha que a bebida prejudica o seu trabalho, deixe de trabalhar”. Pois é,

ou como dizia o velho Papa Hemingway, “algumas vezes um homem inteligente é forçado a ficar bêbado para pas-sar um tempo com os burros”.

É isso que nos últimos dias se tem passado. A dose ha-bitual de copos e mulherio já não chega. Há que reforçar, para aguentar com estoicismo a caturrice e burrice do tal holandês com figura de fuinha e cujo nome, mesmo estan-do sóbrio, é impronunciável.

Jorge de Sena, esse admirável escritor, crítico e ensaís-ta que teve de procurar na estranja a felicidade que nos tempos cinzentos aqui lhe foi impedida, costumava dizer que “há que desconfiar dos povos que não bebem vinho”. Antes de nova rodada de frases e para que não digam que estou a fazer a apologia ao consumo de álcool (campanha desnecessária, todavia) espreitemos a imprensa para ver o que o “Poema tirado de uma notícia de jornal” nos diz pela mão do modernista Manuel Bandeira:

“João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número / Uma noi-te ele chegou no bar Vinte de Novembro/ Bebeu / Cantou / Dançou / Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado”.

Como é que um tipo não há-de afogar as mágoas no que o tal holandês - era holandês, não era?... - disse se é só tris-tezas e misérias? Até o insuspeito Fernando Pessoa, que gostava de dar uma volta pelo absinto, vem dar razão aos que entendem que isto de beber pode ser uma virtude. Ou conduzir a ela. O seu duplo - com os copos vemos sempre a dobrar - que é uma forma prosaica de chamar heteróni-mo a Bernardo Soares, já lá dizia que “se um homem escre-ve bem só quando está bêbado, dir-lhe-ei: embebede-se. E se ele me disser que o seu fígado sofre com isso respondo: o que é o seu fígado? É uma coisa morta que vive enquanto você vive, e os poemas que escrever vivem sem enquanto”.

Ouviste ó..., como é mesmo o nome dele?

* Professor de Jornalismo da Universidade de Coimbrae ex-residente em Macau

ANTÓNIOMARQUES DA SILVA*

CALHAUS ROLADOS

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Quinta-feira, 30 de Março de 201718 JTM | LAZER

• • • TURISMO

ROTEIRO

Número de Socorro ............................... 999

Bombeiros ................................... 28 572 222

PJ (Linha aberta) ................................... 993

PJ (Piquete) ................................. 28 557 775

PSP .............................................. 28 573 333

Serviços de Alfândega ............... 28 559 944

Hospital Conde S. Januário ......... 28 313 731

Hospital Kiang Wu .......................28 371 333

CCAC ............................................28 326 300

IACM ............................................ 28 387 333

DST ..............................................28 882 184

Aeroporto ............................. 88 982 873/74

Táxi ..............................................28 283 283

Táxi ............................................. 28 939 939

Água - Avarias ............................ 28 990 992

Telecomunicações - Avarias ...... 28 220 088

Electricidade - Avarias ................28 339 922

Directel .........................................28 517 520

Rádio Macau ...............................28 568 333

Macau Cable .............................. 28 822 866

Clube Militar de Macau ..............28 714 000

ANIMA ..........................................28 715 732

A programação é da responsabilidade das estações emissoras

PATACA COMPRA VENDAUS DÓLAR 7.95 8.05EURO 8.58 8.69YUAN (RPC) 1.148 1.169

Televisão21:00 TDM Desporto

BROADWAY MACAUEspectáculo: “Viva La Broadway”Data: Diariamente, às 16:00, até 31 de MarçoLocal: Teatro da Broadway

CITY OF DREAMSEspectáculo: “The House of Dancing Water”Data: Entre 6ª-feira e 2ª-feira, às 17:00 e às 20:00.Local: Teatro “Dancing Water”

GRAND LISBOAEspectáculo: “Crazy Paris Show”Data: Todos os dias, das 13:00 às 21:00Local: Primeiro andar do Casino Grand Lisboa

SANDS COTAI CENTRALEspectáculo: “Monkey King – China Show”Data: Todos os dias, até 31 de Março.Local: Teatro do Sands Cotai

Pequeno-almoço: Po’s Kung Fu FeastData: Sábado - 2ª-feira: 10:00-11:30 3ª-feira - 6ª-feira: 9:00-10:30Local: Ballroom, Level 4

MGMEspectáculo: Alimentação dos PeixesData: Todos os dias, às 15:00Local: Grande Praça

Espectáculos EventosExposição:“Viagem sem Título”

CinemaPower Rangers

Broadway Macau“Viva La Broadway”

Câmbios • Info BNU

Telefones Úteis

City of DreamsThe house of Dancing Water

Venetian • Exposição | Kung Fu Panda Adventure Ice World with the DreamWorks All-Stars

ALBERGUE SCMExposição: “28+28 | 28 artistas + 28 obras em feminino” Data: Até 16 de Abril, entrada livre

TAIPA VILLAGEExposição: “Transcience: Daredevils and Towering Webs” de Hugo TeixeiraData: Até 31 de Março

CREATIVE MACAUExposição: “Amor de Macau – Fotografias por Lee Kung Kim”Data: Até 9 de Julho

MUSEU DE ARTE DE MACAUExposição: “Viagem sem Título”Data: Até 14 de Maio

Exposição: “Amor de Macau – Fotografias por Lee Kung Kim”Data: Até 9 de Julho

Exposição: “História do Fabrico do Canhão Exposição sobre Experiência Infantil”Data: Até 20 de Agosto

VENETIAN Exposição: Kung Fu Panda Adventure Ice World with the DreamWorks All-StarsData: Até 9 de Julho

CASA GARDEN Evento: 3º Encontro Marionetas de MacauData: Até 15 de Abril

CANAL MACAU13:00 TDM News (Repetição)13:30 Telejornal RTPi (Diferido)14:50 RTPi Directo17:40 Mentes Criminosas Sr.918:20 Geração Brasil (Repetição)19:10 Montra do Lilau (Repetição)19:40 Os Nossos Dias Sr.120:30 Telejornal21:00 TDM Talk Show21:30 Castle Sr.622:10 Geração Brasil23:00 TDM News23:30 Afinidades00:15 Telejornal (Repetição)00:50 RTPi Directo

CANAL DESPORTO13:00 UEFA: Tottenham Hotspur vs Gent (Rep)14:45 Sports Weekly Highlight15:00 World Snooker Tour - The Masters: S.F.17:10 Global Sports18:00 Macau Sports 201718:40 FISE World: Round 5 Chengdu19:10 Badminton: Men's Single - Final20:00 Badminton: Women's Doubl - Final20:50 Sport News21:00 UEFA: Barcelona vs Paris Saint-Germain (Rep)22:50 Sport News23:00 Sports Weekly Highlight23:10 UEFA: Juventus vs Porto (Rep)

RTPI14:02 Agora Nós15:55 O Preço Certo16:45 Hora dos Portugueses (Diário)17:00 3 às 1017:30 Donos Disto Tudo18:20 A Cidade na Ponta dos Dedos18:37 Sim, Chef19:04 Água de Mar19:45 Hora dos Portugueses (Diário)20:00 Jornal da Tarde21:10 Palavra aos Diretores21:42 A Essência21:59 O Sábio22:42 Grande Entrevista23:33 Janela Indiscreta00:03 Água de Mar00:45 Hora dos Portugueses (Diário)01:00 Portugal em Directo01:51 Factura da Sorte02:07 O Preço Certo02:59 Telejornal

CINETEATROS1 Power Rangers14:30 • 16:45 • 19:15 • 21:30

S2 Life14:30 • 16:30 • 19:30 • 21:30

S3 Kong: Skull Island14:15 • 16:30 • 21:30

S3 Silence18:45

TORRE DE MACAUBeauty And The Beast (3D)14:30 • 16:45 • 19:15 • 21:30

ESTREIA - dia 30Ghost in The Shell (3D)14:30 • 16:45 • 19:15 • 21:30

GALAXYLogan13:30 • 16:10 • 21:10

Kong: Skull Island (3D)13:00 • 15:15 • 16:35 • 17:30 • 18:50 •19:4521:10 • 22:00 • 23:30 • 00:15

Beauty and the Beast13:40 • 16:35 • 18:30 • 20:55 • 21:2523:50 • 00:15

Power Rangers 13:40 • 16:10 • 19:50 • 23:20 • 00:10

Life16:00 • 19:10 • 22:10 • 23:45

No Algarve, o turismo do surf “aumentou de forma muito signifi-

cativa nos últimos cinco anos, impulsionando novos negócios nas áreas do alojamento, esco-las da modalidade e serviços de apoio”, refere à Lusa o presiden-te da Associação de Escolas de Surf da Costa Vicentina, Samuel Furtado. “Apesar de o surf ser uma actividade com maior inci-dência fora do período de verão, verifica-se na Costa Vicentina uma permanência de pratican-tes de vários países do norte da Europa, ao longo de todo o ano, com efeitos muito significativos na economia dos concelhos”, frisa.

Associações, escolas e autarquias atestam que Portugal é cada vez mais um destino de turistas praticantes de surf, que procuram aulas, provas ou experiências autónomas, dinamizando negócios durante todo o ano em diferentes zonas do país

O presidente do Clube de Surf de Viana do Castelo e res-ponsável pelo Centro de Alto Rendimento de Surf do Cabede-lo explica que também a norte “o surf é procurado todo o ano”. Entre os turistas estrangeiros, destacam-se os espanhóis, mas também holandeses e franceses. “Desde há cinco anos que se nota maior expressividade de turistas que vêm aprender surf e ver pro-vas, mas também há aqueles que vêm surfar autonomamente”, afirma João Zamith, lembran-do, porém, que mesmo antes da chegada das companhias aéreas “low-cost” havia procura nesta área.

Na Escola de Surf de Mato-sinhos, a “Surfaventura”, 70% dos clientes são estrangeiros

oriundos de França, Itália e Ale-manha, conta a funcionária Er-cília Oliveira. Já na “Escola Sur-fgreencoast”, em Espinho, 40% da clientela vem do estrangeiro, principalmente de França, Ale-manha e Holanda, e a tendência é haver “cada vez mais clientes turistas”, prevê Gonçalo Pina, responsável pela escola.

A Figueira da Foz, que re-cebeu por quatro vezes a elite mundial da modalidade, tem vindo a direccionar os investi-mentos para as famílias que ali se deslocam e possui cerca de 150 praticantes habituais ao lon-go do ano, “número que no Ve-rão triplica”, diz o presidente da Associação de Desenvolvimento Mais Surf, Eurico Gonçalves.

Na Nazaré, o presidente da

Câmara, Walter Chicharro, fala em “bons indicadores por parte da restauração e hotelaria”, que nos dias da etapa internacional “Nazaré Challenge”, em Dezem-bro, “estiveram completamente cheios”. Registaram-se no conce-lho aumentos de visitas ao Farol (250 mil entradas pagas nos últi-mos 24 meses), de passeiros do ascensor (de 600 mil passeiros em 2013 para 900 mil em 2016) e de vendas de “merchandising” da marca “Praia do Norte” (com um volume de negócios inferior a seis mil euros em 2014 e pró-ximo dos 50 mil euros em 2016).

À boleia das ondas gigan-tes surgiram “novas empresas ligadas ao surf, um aumento da ocupação do Centro de Alto Rendimento”, crescendo “uma

Surf cresce como produto turístico em Portugal

comunidade de estrangeiros, oriunda de variadíssimos paí-ses, que reside na vila, no míni-mo, seis meses por ano”.

Em Peniche e na Ericeira (Mafra), as associações de esco-las de surf e “surf camps” indi-cam que a média das estadias está entre cinco e sete dias. Na Ericeira, Reserva Mundial de Surf, estima-se que existam três mil postos de trabalho directos e indirectos no sector, 22 lojas de venda de acessórios para des-portos de ondas e 11 fábricas de produção de pranchas. Em Pe-niche, o presidente da câmara, António José Correia, estima em mais de 25 milhões os investi-mentos dos últimos quatro anos e outros novos estão a caminho, calculados em 3,5 milhões.

O Registo Nacional de Agentes de Animação Turística (RNAAT) mostra 611 empre-sas a trabalhar na área do surf, avançou a Secretaria de Estado do Turismo, referindo que o des-porto continua a ser prioridade na comunicação do destino Por-tugal. Quanto ao peso do surf na actividade turística, Portugal continua sem dados estatísticos, embora Governo e praticantes notem um aumento na oferta.

JTM com Lusa

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Quinta-feira, 30 de Março de 2017 JTM | LAZER 19

• • • MÚSICA

Havana vive hoje mais um paradoxo. A paixão pelos Beatles, que en-

canta cubanos com idades entre 60 e 75 anos, não só passou a ser pública, como também é cele-brada diariamente num clube nocturno do mesmo Estado que antes os forçou a uma “Beatle-mania” quase clandestina.

No “Submarino Amare-lo”, bar com música gravada e ao vivo, no bairro El Vedado, assiste-se agora a um acerto de contas com um passado de proi-bição, com pessoas a dançarem, usando roupas alusivas ao quar-teto de Liverpool e cantando a plenos pulmões o repertório dos Beatles, que eram censurados em Cuba.

Cartazes, letras de músicas reproduzidas em larga escala

Depois de cinco décadas de censura às músicas em inglês, os cubanos celebram agora a reconciliação histórica entre os ideais da Revolução e a paixão pelos Beatles

e capas de discos dos Beatles preenchem o bar, cujo palco está entregue a Eddy Escobar, um “roqueiro” de 46 anos que é considerado o melhor intérpre-te cubano das obras da lendá-ria banda britânica. “Os Beatles chegaram para ficar, e eu irei di-vulgá-los a todos os que puder”, afirmou Escobar.

Para os mais de 100 clientes assíduos, as motivações desta ro-maria não se esgotam na esfera das lembranças musicais. “Não é a nostalgia, mas o direito de viver aquilo que não puderam devido a todas as contradições [políticas) que existiram”, expli-cou à agência AFP o jornalista

Guillermo “Guille” Vilar, que aos 65 anos é o director artístico do “Submarino Amarelo”.

Em 1990, por ocasião do 10º aniversário da morte de John Lennon, Vilar também foi um dos organizadores de um con-certo num parque no centro de Havana, quando ainda havia censura.

Para além do famoso bar, hoje funcionam pelo menos ou-tros cinco na ilha, todos estatais. Um deles, o de Holguín (leste), nasceu mesmo por iniciativa de Miguel Díaz-Canel, de 56 anos, dirigente do Partido Comunista e possível sucessor de Raúl Cas-tro.

“Beatlemania” sai da “clandestinidade” cubanaQuando a febre dos Beatles

conquistava o mundo, Gisela Moreno, de 64 anos, e Héctor Ruiz, de 65, já eram namorados e partilhavam o gosto pelo rock. Porém, estavam na nascente Cuba revolucionária e socialista, onde o governo de Fidel Castro impôs uma dolorosa censura aos meios de comunicação e proibiu as músicas em inglês, o idioma do inimigo americano. Com a cultura anglo-saxónica sob sus-peita, os cubanos podiam então ser acusados de “diversionismo ideológico” (ou seja, de desviar a atenção da população dos inte-resses da revolução) e enfrentar a censura social.

Gisela e o marido recordam que, além do veto às músicas em inglês, o colégio onde estu-davam exigia o uso de calças lar-gas, em vez das mais justas que estavam na moda, e proibia ca-belos soltos e minissaias. Ainda assim, os adolescentes da época não se renderam, passaram a sintonizar emissoras americanas em rádios de onda curta, e re-produziam as canções dos Bea-tles. E, quando um viajante lhes emprestava um disco, levavam--no a um estúdio de gravação es-tatal para que o reproduzissem em placas metálicas.

Em festas privadas, recor-

riam muitas vezes aos gramofo-nes. “Era um desastre, mas pelo menos ali estavam os Beatles”, recorda Ruiz à AFP.

Actualmente, este casal de economistas que passou a aco-lher turistas tem um refúgio “beatlemaníaco” em casa: fotos, cartazes, t-shirts e até uma ré-plica da carteira de motorista de Lennon.

Quando podem, vão ao “Submarino Amarelo” para des-frutar de um hobby que antes lhes foi negado. E a 50 metros do bar, ainda podem encontrar uma estátua de John Lennon, inaugu-rada em 2000 por Fidel Castro.

Ver Castro ao lado da estátua “nunca tinha passado pela nossa cabeça, parecia ficção científica”, refere Moreno ao recordar a ce-rimónia, que abriu portas para a reconciliação histórica da Revo-lução com os Beatles.

Desde então, o Lennon de bronze, do escultor José Villa, converteu-se num lugar de pe-regrinação para cubanos e turis-tas estrangeiros. Pelo menos em três ocasiões, os óculos de metal da estátua foram roubados, por isso, os novos estão sob custódia de um guarda, que apenas os cede para fotos.

JTM com agências internacionais

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20 JTM | ÚLTIMA Quinta-feira, 30 de Março de 2017 • Fecho da Edição • 00:00 horas

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China deteve activistade Taiwan que desapareceu após sair de MacauO governo chinês disse ontem que um activista de Taiwan, que desapareceu há uma semana após passar a fronteira de Macau para a China, está detido e a ser investigado por suspeita de “actividades prejudiciais à segurança nacional”. Lee Ming-che, de 42 anos, passou a fronteira de Macau no dia 19 deste mês e nunca apareceu num encontro previsto para esse dia com um amigo em Zhuhai. Se-gundo a Associated Press, o porta-voz do Escritório para os Assuntos de Taiwan, Ma Xiaoguang, disse que Lee Ming-che, se encontrava de boa saúde, mas não deu informações sobre onde estava detido ou outros termos da sua detenção. “Em re-lação ao caso de Lee Ming-che, porque ele é suspeito de levar a cabo activida-des prejudiciais à segurança nacional, a investigação está a ser tratada de acordo com os procedimentos legais”, disse o porta-voz numa conferência de impren-sa. A Amnistia Internacional (AI) disse que a detenção de Lee aumenta as preo-cupações quanto ao aumento da repres-são sobre o activismo legítimo e instou as autoridades a fornecerem mais detalhes sobre a sua detenção. Na terça-feira, um colega de Lee disse que o activista deve-rá ter atraído a atenção dos serviços de Segurança da China depois de ter usado a rede social WeChat para discutir as re-lações China-Taiwan.

Cultura local incentivará clientes a prolongar estadia no MGM COTAI A arte e o entretenimento cultural serão apostas centrais do MGM CO-TAI, por forma a assegurar a compe-titividade do empreendimento numa zona repleta de resorts, assegurou ontem Grant Bowie. O CEO da MGM China acredita que a variedade de culturas únicas locais apresentadas nos espectáculos e teatros interacti-vos será um factor importante para que os clientes permaneçam mais tempo no futuro complexo da opera-dora. Grant Bowie falava à margem da cerimónia de graduação de 300 funcionários que participaram em cursos de formação da Academia MGM. Segundo o mesmo responsável, uma parte desses graduados irá trabalhar na componente de gestão do MGM COTAI. Todos os anos a Academia do MGM conta com mais de 57.400 participantes, sendo que cada um investe uma média superior a 45 horas em formação. Esse programa oferece mais de 200 cursos tendo em atenção as necessidades dos formandos, os horários laborais e a localização. Em comunicado, Grant Bowie salientou que in-vestir nos funcionários através do incentivo ao desenvolvimento profissional é a “chave do sucesso” da empresa.

Alexis Tam valoriza estaleiros O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura disse ontem acreditar que o processo de classificação dos es-taleiros de Lai Chi Vun poderá ser acelerado, adiantan-do que está a ser preparada uma reunião do Conselho do Património Cultural para Abril, na qual será debati-do o assunto. Alexis Tam reiterou ainda que a sua Secre-taria e o IC “estão sempre preocupados com a questão de salvaguarda de Lai Chi Vun, dado que os estaleiros constituem o maior monumento da indústria naval no sul da China”. Assim, espera que “Lai Chi Vun se trans-forme, através de obras de requalificação e optimização, numa zona de lazer com valor histórico e cultural para os residentes e em paralelo, proceder a um planeamen-to adequado com vista a melhorar a qualidade de vida dos residentes da zona”. Sobre a necessidade de obras de consolidação dos estaleiros remanescentes durante o processo de classificação, indicou que a segurança pú-blica é sempre uma prioridade, pelo que acredita que os serviços competentes vão estudar o assunto.

Assistente de Ng Lap Seng aberto a acordo com Justiça americanaO assistente do empresário Ng Lap Seng está a negociar um acordo com a justiça norte-americana, revelou Sabrina Shroff, advogada de Jeff Yin, à Agência Reuters. Os dois arguidos serão presentes a um júri a 15 de Maio e arriscam uma pena de prisão pesada. A advogada tentou estender os prazos para que Jeff Yin, de 31 anos, pudesse considerar a acusação, que “é complexa e envolve avaliações e passivos tributários civis”. As acusações contra Jeff Yin não foram reveladas publica-mente, mas acredita-se que o assistente de Ng Lap Seng tenha de responder por suborno, lavagem de dinheiro e evasão fiscal. Ng Lap Seng e Jeff Yin foram detidos em Nova Iorque, em Setembro de 2015, por alegadamente terem prestado declarações falsas às autoridades alfandegárias sobre o destino dado a um total de 4,5 milhões de dólares que transportaram da China para os EUA. No mês seguinte, acabaram por ser acusados de envolvimento num esquema para pagar 1,3 milhões de dólares em subornos ao antigo presidente da Assembleia-Geral da ONU, John Ashe, entretanto já falecido. Ng, Yin e Ashe rejeitaram as acusações.

Acidente nas obras da Ponte do Delta deixa um morto e um desaparecidoUm trabalhador estrangeiro morreu e outro ainda estava dado como desaparecido ontem à noite na sequência de um acidente nas obras de construção da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, perto da Ilha Lantau em Hong Kong. Os dois operários terão sido surpreendidos pelo colapso de uma plataforma de trabalho, sen-do que o acidente também provocou a queda para o mar de um terceiro trabalhador, que no entanto acabou por ser resgatado. O responsável pela Associação dos Trabalhadores da Indústria de Construção de Hong Kong, Chow Kuen Kiu assegurou que os tra-balhadores estavam a utilizar cincos de segurança. As causas do acidente ainda estão a ser investigadas.

Portugal quer atrair investimentoda China para o sector produtivoO ministro da Economia de Portugal quer atrair investimento chinês para o sector produtivo, depois de a China ter compra-do nos últimos anos importantes activos portugueses. “Neste momento, estamos a realçar as oportunidades que existem de atrair investimento na área produtiva, que complemente o in-vestimento das empresas chinesas em activos”, afirmou em Pe-quim Manuel Caldeira Cabral. O ministro defende que o objec-tivo agora é que os chineses “venham produzir para dentro da Europa a partir de Portugal”. “Portugal é hoje um país que se afirma também pelo conhecimento, diferenciação da sua produ-ção, qualidade da sua indústria e posição estratégica, que é uma vantagem e uma boa porta de entrada para as empresas chinesas no mercado europeu”, disse. Manuel Caldeira Cabral participou na China no Fórum Asiático BOAO, na província de Hainão.

Mensagem de David Beckham gera polémica em Hong KongO ex-futebolista britânico David Beckham gerou polémi-ca nas redes sociais ao publicar uma mensagem em que fazia referência à viagem à China, com imagens de Hong Kong. “Espectaculares 48 horas na China” foi o texto que irritou residentes de Hong Kong. A mensagem incluía um vídeo com várias imagens da recente visita de Beckham a Xangai e Hong Kong, no âmbito de compromissos publi-citários. Após a publicação desta mensagem, as páginas de Facebook e Instagram do ex-futebolista viraram um “campo de batalha” entre os que consideram Hong Kong parte da China e os que vêem a cidade como um território independente. “Por favor mude para ‘Espectaculares 48 horas em Hong Kong’, temos o nosso próprio governo, moeda e mesmo equipa de futebol”, escreveu um dos utiliza-dores das redes sociais, enquanto outro afirmou: “Está totalmente certo, Hong Kong é, sem dúvida, parte da China”.