Administração de Empresas - Cursos 24 Horas · Primeira Fase – 1780 a 1860 (Revolução do...
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Módulo I
Parabéns por participar de um curso dos
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um grande sucesso em sua carreira.
Desejamos boa sorte e bom estudo!
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Equipe Cursos 24 Horas
Sumário
Introdução..................................................................................................................... 4
Unidade 1 – Abordagem inicial..................................................................................... 5
1.1 - História da Administração................................................................................. 6
1.2 – Conceito de Administração............................................................................... 9
1.3 – Teorias da Administração ............................................................................... 10
1.3.1 – Teoria da Administração Científica.......................................................... 10
1.3.2 – Teoria Clássica da Administração ............................................................ 12
1.4 - Princípios da Administração............................................................................ 14
1.5 – O que significa Administração? ...................................................................... 17
1.5.1 - Planejamento............................................................................................ 17
1.5.2 - Organização ............................................................................................. 19
1.5.3 - Direção .................................................................................................... 19
1.5.4 - Controle ................................................................................................... 20
1.6 – Tipos e características de empresas................................................................. 21
1.7 – Organograma de uma empresa........................................................................ 28
1.8 – Funções do Administrador.............................................................................. 34
1.8.1 - Habilidades necessárias ............................................................................ 35
1.8.2 - O papel do administrador ......................................................................... 36
Unidade 2 – Gestão Operacional ................................................................................. 39
2.1 – Administração da produção e operações ......................................................... 40
2.2 – O produto/serviço........................................................................................... 42
2.2.1 - Qualidade................................................................................................. 43
2.2.2 – Custo ....................................................................................................... 43
2.2.3 - Ciclo de Vida ........................................................................................... 44
2.3 – Modelo de produção....................................................................................... 45
2.3.1 - Sistema de produção sob encomenda........................................................ 45
2.3.2 - Sistema de produção em lotes................................................................... 46
2.3.3 - Sistema de produção contínua .................................................................. 47
2.3.4 - Modelo de produção japonês .................................................................... 48
2.3.5 - Modelo de produção americana ................................................................ 52
2.4 - Controle da produção ...................................................................................... 56
Conclusão do Módulo I............................................................................................... 62
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Introdução
Hoje vivemos em um mundo globalizado e extremamente competitivo, onde a
constituição adequada e a organização de uma
empresa destacam-se como elementos positivos
no momento de fechar contratos e cumprir com
o acordado junto ao cliente.
Para que isso ocorra de forma eficiente,
as empresas precisam estar muito bem
organizadas para atender tal demanda de mercado. Assim, uma administração eficaz
pode se tornar o diferencial competitivo para que uma empresa conquiste seu espaço em
sua área de atuação.
Neste sentido, desenvolvemos o curso de administração com o objetivo de
oferecer suporte e conhecimento aos profissionais que atuam neste segmento, ou
àqueles que, por ventura, queiram trilhar suas carreiras profissionais por este caminho.
Portanto, neste curso você terá contato com as diversas áreas de uma empresa,
começando com uma abordagem inicial sobre a história, conceitos e teorias da
administração, bem como os tipos e características de empresas e a função do
administrador no século XXI.
Após estudarmos estes aspectos iniciais importantes para a compreensão do
curso, abordaremos módulos direcionados para a administração das principais áreas de
uma empresa, como a área de produção onde você conhecerá o significado de produto e
serviço e aprenderá sobre os modelos de produção; a área de recursos humanos com
dicas sobre o desenvolvimento de talentos; a área financeira onde aprenderá conceitos
importantes sobre administração financeira e fluxo de caixa e, por fim, a área de
marketing com as definições de mercado e a importância de se estabelecer um bom
relacionamento com seus clientes.
Bom curso!
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Unidade 1 – Abordagem inicial
Olá!
Bem vindos(as) à primeira unidade do curso de administração!
Nesta unidade você terá contato com as informações básicas sobre a
administração, importantes para a compreensão dos demais tópicos do presente curso.
Vai conhecer um pouco da história da administração, bem como as teorias
clássicas e científicas desenvolvidas por Henri Fayol e Frederick Taylor e os princípios
que as envolvem.
Conhecerá os tipos de empresas previstas pelo Novo Código Civil e as
características de cada uma. Aprenderá ainda sobre os tipos de organograma e como
eles podem ser desenvolvidos de acordo com as necessidades de sua empresa.
Bom estudo!
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1.1 - História da Administração
Não podemos determinar com exatidão quando a arte da administração surgiu.
Historiadores acreditam que tenha surgido junto com a escrita.
Há sugestões de que a história da administração teve início em aproximadamente
4.000 a.C. com o aparecimento das primeiras cidades e Estados no Oriente Médio. A
vida nas cidades permitiu a busca de maneiras para melhorar a convivência entre as
pessoas, dando início às primeiras e rudimentares práticas administrativas. Surgia, neste
momento, o papel do dirigente com reis e sacerdotes
que cuidavam dos assuntos locais.
Pouco depois, em 3.100 a.C., surgem no Egito
as primeiras dinastias dos Faraós. O maior exemplo de
engenhosidade e administração dos egípcios é a
construção de pirâmides. Até hoje, seus colossais
tamanhos e complexidades, causam perplexidades nas
pessoas que as visitam, vindo à tona, sempre as
mesmas perguntas: como foram concebidas e
projetadas e como foram construídas?
Certamente, a construção destas obras contou com uma rudimentar
administração, a qual era responsável por planejar e organizar o trabalho de dezenas de
pessoas que executavam atividades similares a de engenheiros e arquitetos, bem como
era responsável por contratar e administrar o trabalho de milhares de pessoas. Nesta
atividade, era essencial definir tarefas, coordenar esforços, localizar e buscar os
materiais e insumos necessários, reunir ferramentas e fazer com que as pirâmides
fossem erguidas e entregues aos seus Faraós.
Observou-se também, na China, em 1.100 a.C., durante a dinastia Chow, uma
Constituição que possuía oito instruções para o primeiro-ministro poder governar os
vários departamentos da administração pública.
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Já em 500 a.C., na Grécia antiga, surge o conceito atual de democracia, governo,
cidadania e ética, que passariam a influenciar de forma concreta a administração pública
e privada nos dias atuais.
Outras raízes podem ser observadas, como as instituições otomanas pela forma
como administravam seus feudos ou os prelados católicos que se apresentaram como
administradores natos. No entanto, duas instituições se destacaram na evolução histórica
da administração: a Igreja Católica e as Organizações Militares.
Podemos considerar a Igreja Católica Romana como a organização que, ao longo
do tempo, é tida como um modelo de eficiência quanto à administração de sua estrutura.
No decorrer dos séculos, vem demonstrando, através de sua força de atração, a sua
eficácia em organizar e administrar seu legado, espalhando-se pelo mundo e exercendo
influência, sobretudo, no comportamento das pessoas que chamamos de fiéis.
Já as organizações militares evoluíram de forma organizada, das simples
reuniões de colonos que defendiam suas terras e exércitos mercenários dos séculos XVII
e XVIII para uma hierarquia de poder rígida, com adoção de princípios e práticas
administrativas modernas, comuns a todas as empresas da atualidade.
Já a moderna administração surgiu no final do século XVIII com um fenômeno
que trouxe rápidas e profundas mudanças econômicas, políticas e sociais, chamado
Revolução Industrial.
A Revolução Industrial teve início na
Inglaterra, em meados do século XVIII,
caracterizando-se pela passagem da
manufatura à indústria mecânica, o que
gerou um aumento no rendimento do
trabalho e na produção global, culminando
com um processo de rápida acumulação de
bens de capital, encerrando definitivamente a transição entre o feudalismo e o
capitalismo.
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Para a grande maioria, a Revolução Industrial tem início em 1776 com James
Watt, que aperfeiçoou a máquina a vapor e que foi rapidamente colocada em ação,
substituindo a força humana ou hidráulica pela força mecânica com maior potência e
eficiência. Porém, para muitos historiadores, a Revolução Industrial começou 43 anos
antes, em 1733 quando John Kay inventou a Lançadeira Volante, um instrumento
adaptado aos teares manuais que aumentou substancialmente a capacidade de
tecelagem. De qualquer forma, esta revolução provocou um enorme surto de
industrialização que se estendeu por toda a Europa e Estados Unidos.
A Revolução Industrial possui duas fases distintas:
Primeira Fase – 1780 a 1860 (Revolução do carvão e do ferro). Nesta fase, o carvão
passa a ser a principal fonte de energia e o ferro, a principal fonte de matéria prima.
Segunda Fase – 1860 a 1914 (Revolução do aço e da eletricidade). Nesta fase, a
eletricidade e derivados de petróleo tornam-se as principais fontes de energia e o aço, a
principal matéria-prima.
Ao final desses períodos, o mundo já havia mudado completamente, obrigando
os empresários a adotarem uma nova postura em relação à administração de seus
negócios. Assim, a moderna administração surge em resposta a duas consequências
provocadas pela Revolução Industrial:
1) As empresas passaram a crescer a uma velocidade acima do esperado e de forma
totalmente desorganizada. Foi necessário aplicar uma administração científica que fosse
capaz de substituir o empirismo e o improviso.
2) Necessidade de maior eficiência e produtividade das empresas para enfrentar as
concorrências que começavam a surgir.
A partir daí, surgem novas teorias e princípios a respeito da administração
moderna que veremos nos próximos tópicos do curso.
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1.2 – Conceito de Administração
Etimologicamente, a palavra administração deriva do latim ad (direção para,
tendência) e minister (comparativo de inferioridade com o sufixo ter, indicando
subordinação ou obediência). Assim, em sua origem, segundo o professor Chiavenato, a
palavra administração significa a função que se desenvolve sob o comando de outro, um
serviço que se presta a outro ou ainda, uma
atividade que se recebe por delegação de
outrem.
Quando focamos a administração
voltada para os negócios, a conceituamos como
sendo uma aplicação de técnicas e métodos que
visam estabelecer metas e operacionalizar o seu
alcance, para os colaboradores participantes das
organizações a fim de que se obtenham resultados que satisfaçam as necessidades de
seus clientes e as suas próprias.
Já Maximiano apresenta uma definição mais direta sobre administração. Para
ele, administrar é o processo que tem como finalidade garantir a eficiência e eficácia de
um sistema.
Com estes dois conceitos, podemos concluir que a administração é uma ciência
que estuda os principais problemas de um sistema e que este, não está relacionado
apenas a um governo ou a condução de uma empresa, mas sim a toda e qualquer
atividade que envolva planejamento, organização, direção e controle.
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1.3 – Teorias da Administração
Teoria é um conjunto coerente de pressupostos elaborados para explicar as
relações entre dois ou mais fatos observáveis, ou seja, a teoria nos ajuda a entender, com
alto grau de exatidão, os processos essenciais, embasando todas as ações dentro de uma
organização.
Quando nos referimos às teorias da administração, estas podem ser divididas em
várias correntes ou abordagens, cada uma, representando uma maneira diferente de
analisar as características da administração. No entanto, como não poderemos abordar
todas as correntes existentes, vamos nos concentrar nas duas teorias mais importantes e
que influenciaram os métodos da administração moderna: Teoria da Administração
Científica e Teoria Clássica da Administração.
1.3.1 – Teoria da Administração Científica
Esta teoria foi desenvolvida por Frederick W. Taylor, considerado hoje, o pai da
administração científica. Ela surgiu no início do século passado da preocupação com a
organização das tarefas dos trabalhadores que, na época, não possuíam conhecimentos
técnicos suficientes para serem eficientes em seus trabalhos.
Como dissemos, o serviço do trabalhador da época era desqualificado e não
havia, por parte da empresa, interesse em “gastar dinheiro” para qualificar esses
empregados, uma vez que a reserva de mão
de obra era muito grande e bastava à
empresa trocar um empregado ineficiente
por outro.
Porém, Taylor observou que um
operário desqualificado significava baixa
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produtividade e consequente redução de lucros, pois as empresas eram obrigadas a
aumentar seus quadros de empregados para suprir as suas necessidades de produção.
Assim, mesmo visto como um cientista insensível e desumano, procurou
racionalizar o trabalho, através de uma organização científica de forma a acelerar o
processo produtivo, produzindo mais e em menor tempo, buscando reduzir os custos
não apenas para aumentar os lucros das empresas, mas também assegurar com o
aumento da produtividade e um melhor salário para os trabalhadores.
Desta forma, Taylor buscava a eliminação de movimentos inúteis ao processo de
produção, fazendo com que o operário executasse seu trabalho de forma mais simples e
rápida, estabelecendo um tempo médio para que suas atividades fossem feitas com
qualidade e de forma eficiente.
Dentro desse contexto, podemos destacar algumas considerações da Teoria
Científica:
1) O operário passa a ser visto como uma peça da empresa, ou seja, na visão de Taylor,
o operário nada mais é do que uma engrenagem que faz toda a empresa se movimentar.
Recebeu críticas duras de outros estudiosos por desrespeitar a condição humana.
2) Entende que o salário não é a razão principal para promover a satisfação do
empregado. Este só estará realizado se, além do incentivo financeiro, também houver o
reconhecimento do trabalho, incentivos morais e a autorrealização.
3) A teoria científica não faz referência ao ambiente da empresa. Entende que a
organização é vista de forma fechada, desvinculada de seu mercado.
4) Com a divisão das tarefas, não é preciso se preocupar com a qualificação do
profissional, uma vez que passa a desenvolver tarefas cada vez mais repetidas,
monótonas e desarticuladas do processo como um todo.
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5) Em decorrência da falta de legislação trabalhista digna e da falta de consideração
pelos aspectos humanos, a teoria científica legitima a exploração dos operários em
benefício dos interesseis patronais.
1.3.2 – Teoria Clássica da Administração
Enquanto a Teoria Científica era desenvolvida por Taylor nos Estados Unidos, a
Teoria Clássica era desenvolvida por Henri Fayol na Europa, mais especificamente na
França, em 1916. Com sua larga experiência na alta administração, Fayol buscava o
mesmo que Taylor: a eficiência das organizações.
Porém, enquanto Taylor se baseava no operário e suas tarefas, a teoria clássica
se baseava na estrutura que uma organização deveria possuir para ser eficiente. Partia do
princípio de que, para ser eficiente, uma empresa deveria ser analisada como um todo,
considerando seus departamentos, seções ou mesmo empregados.
Enquanto Taylor realiza uma abordagem analítica e concreta, Fayol vai mais
longe e desenvolve uma abordagem anatômica e estrutural do negócio, identificando a
organização como um corpo, dividido em seis funções:
1) Funções técnicas – Tais funções estão relacionadas com a produção de bens e
serviços da empresa.
2) Funções comerciais – Estão relacionadas com a compra/venda e permutação/troca.
3) Funções financeiras – Estão relacionadas com a busca e administração de recursos
financeiros.
4) Funções de segurança – Estão relacionadas com a proteção e preservação dos bens e
das pessoas.
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5) Funções contábeis – Estão relacionadas com inventários, registros, balanços, custos
e estatísticas.
6) Funções administrativas – Estão relacionadas com as outras cinco funções
integradas. Especificamente sobre as funções administrativas, Fayol definiu elementos
da Administração, ou funções do administrador:
- Prever: Visualizar o futuro e traçar o programa de ação.
- Organizar: Constituir o duplo organismo material e social da empresa.
- Comandar: Dirigir e orientar o pessoal.
- Coordenar: Ligar, unir, harmonizar todos os atos e todos os esforços
coletivos.
- Controlar: Verificar que tudo ocorra conforme as regras estabelecidas e as
ordens dadas.
Dentro desse contexto, também destacamos algumas considerações da Teoria
Clássica:
1) Partindo-se do princípio de que a organização deveria ser analisada como um todo,
Fayol centrou seus estudos na unidade de comando, na autoridade e na
responsabilidade, visualizando a organização a partir de sua gerência administrativa.
2) Assim como Taylor, Fayol também considerava a empresa como um ambiente
fechado. Também gerou várias críticas, uma vez que, se o planejamento é defendido
como sendo o foco da gestão empresarial, como a organização pode ser vista como uma
parte isolada do ambiente?
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3) Também foi taxada de tendenciosa, desenvolvendo princípios que, em muitos casos,
buscavam explorar os trabalhadores. Porém, existem muitas diferenças entre um
princípio desenvolvido por Fayol e sua aplicação deturpada por parte de empresários.
QUADRO COMPARATIVO ENTRE TEORIA CIENTÍFICA E TEORIA
CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO:
Teoria Científica Teoria Clássica
Precursor Frederick Taylor Henri Fayol
Origem Chão de fábrica Gerência administrativa
Ênfase
Adoção de métodos racionais e
padronizados; máxima divisão
de tarefas.
Estrutura formal da empresa;
adoção de princípios
administrativos pelos altos
escalões.
Enfoque Produção Gerência
1.4 - Princípios da Administração
A administração não é uma ciência exata, devendo se basear em princípios
flexíveis e capazes de ir ao encontro das necessidades administrativas.
Fayol aproveitou a sua experiência como gerente e identificou diversas técnicas
e métodos administrativos que havia aplicado durante sua jornada profissional e que, em
sua opinião, haviam fortalecido o corpo organizacional. Assim, desenvolveu 14
princípios de administração que podem ser aplicados a todos os tipos de organização.
1) Divisão do Trabalho – A especialização do trabalhador é a melhor maneira de
utilizar sua força produtiva. Quando executa apenas uma parte da tarefa, pode produzir
mais e melhor com o mesmo esforço.
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2) Autoridade e Responsabilidade – Autoridade é o direito que superiores
hierárquicos possuem de dar ordens e conseguir obediência (ainda que seja hipotética).
Responsabilidade é uma consequência de autoridade.
3) Disciplina – É necessário haver normas de conduta e de trabalho para todos os
empregados, sob pena de transformar a organização em um caos. A melhor maneira de
ter bons chefes e regras justas e claras, e bons acordos, é aplicar as sanções com justiça.
4) Unidade de Comando – Deve haver somente um chefe para cada empregado,
evitando o risco de contra ordem.
5) Unidade de Direção – Todas as unidades da organização devem buscar os mesmos
objetivos através de um esforço coordenado.
6) Subordinação do interesse individual ao geral – Os interesses gerais da
organização devem prevalecer sobre os interesses individuais dos empregados.
7) Remuneração dos empregados – O salário e a compensação financeira para os
empregados devem ser justos para garantir a satisfação, tanto dos empregados quanto da
organização.
8) Centralização – As atividades cruciais da organização e a autoridade para a sua
adoção devem ser centralizadas.
9) Hierarquia – As organizações devem respeitar sua estrutura hierárquica com uma
linha de autoridade fixa que vem do alto até os níveis mais baixos.
10) Ordem – Pessoas e materiais devem estar em lugares adequados e no tempo certo
para o máximo de eficiência, isto é, um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar.
11) Equidade – É necessário bom senso e experiência para assegurar um tratamento
justo a todos os empregados. Importante ressaltar que isso não significa tratar a todos da
mesma forma. O tratamento deve ser igual para os iguais e desigual para os desiguais.
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12) Estabilidade dos empregados – A alta rotatividade implica em consequências
negativas para o desempenho da organização e a moral dos trabalhadores.
13) Iniciativa – Os empregados devem ser encorajados a desenvolver e implementar
planos de melhorias e, consequentemente, cumpri-los.
14) Espírito de Grupo – A administração deve promover um espírito de unidade e
harmonia entre os empregados para que o trabalho seja feito em conjunto. Os
componentes de um mesmo grupo precisam ter consciência dessa unidade para poderem
defender seus propósitos.
Taylor também desenvolveu princípios científicos para a administração. Dentre
eles destacamos os quatro princípios fundamentais da administração científica:
1) Princípio do Planejamento – Consiste em substituir os métodos individuais do
empregado, baseados na improvisação e no empirismo, por métodos planejados e
testados de forma eficiente. Entende que o planejamento deve ser de responsabilidade
exclusiva da gerência e a execução de responsabilidade dos operários e seus
supervisores.
2) Princípio da Execução – Consiste em distribuir as atribuições e responsabilidades
para que a execução do trabalho seja o mais disciplinado possível. Para Taylor, existe
uma única maneira correta de executar uma tarefa e a melhor forma de descobri-la é a
administração empreender um estudo de tempos e métodos, decompondo os
movimentos das tarefas executadas pelos trabalhadores.
3) Princípio de Controle – Consiste em controlar o trabalho dos empregados,
observando se o mesmo está sendo executado conforme o método estabelecido e de
acordo com o plano de produção. Neste caso, entra a figura do supervisor que, segundo
Taylor, deverá controlar o trabalho dos operários de forma a verificar o número de
unidades produzidas e o cumprimento da produção padrão mínima.
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4) Princípio da Preparação dos Trabalhadores – Consiste em selecionar os
trabalhadores de forma científica, procurando escolher estes profissionais de acordo
com as suas aptidões. Desta forma, se um trabalhador desempenhar uma tarefa que seja
compatível com suas aptidões e sendo preparado e treinado para isso, poderá propiciar
para a empresa uma qualidade maior no seu trabalho e um aumento na produtividade.
1.5 – O que significa Administração?
Como vimos no tópico 1.2, a palavra “administração”
foi originalmente designada para a função que se desenvolve
sob o comando de outro, um serviço que se presta a outro ou
ainda uma atividade que se recebe por delegação de outrem
(Chiavenato).
Dentro de um conceito tradicional e estreito, a
administração constitui um processo recorrente de planejar,
organizar, dirigir e controlar. Se analisarmos por outro ponto
de vista, mais amplo que este tradicional, notaremos que a
tarefa básica da administração é interpretar todos os objetivos
da empresa, transformando-os em ações através de planejamento, organização, direção e
controle de todos os esforços realizados em cada área da empresa, de forma a atingir tais
objetivos da melhor maneira possível.
Como vimos, tanto em um, quanto em outro ponto de vista, o foco central da
administração está baseado em planejamento, organização, direção e controle das
competências e recursos para se alcançar determinados objetivos de maneira eficiente e
eficaz. Assim, destacamos agora cada uma dessas funções administrativas:
1.5.1 - Planejamento
O Planejamento é a primeira função administrativa, uma vez que define o que a
empresa pretende fazer no futuro e como deverá proceder para atingir tal objetivo. É
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através do planejamento que o administrador irá se orientar para alcançar os fins
visados, determinando quais recursos e tarefas serão necessários para atingir suas metas.
Para que o planejamento tenha resultado positivo, o administrador deverá se
orientar por meio de alguma ferramenta como um plano de ações, um método ou uma
lógica a seguir e nunca deixando que o acaso o leve até seu objetivo. O planejamento
produz estratégias que se baseiam em objetivos e nos procedimentos específicos para
alcançá-los.
Concluímos, portanto, que o planejamento é o meio pelo qual se permite ao
administrador solucionar problemas e tomar decisões quanto a alternativas para o
futuro.
Características principais do planejamento:
- Processo permanente e contínuo;
- Sempre voltado para o futuro;
- Adota a racionalidade para tomada de decisões coerentes;
- Busca selecionar uma, entre várias alternativas;
- É uma técnica de alocação de recursos;
- É uma técnica de mudanças e inovações.
Tipos de Planejamentos:
Planejamento Estratégico: É o planejamento desenvolvido a longo prazo com
uma abordagem da empresa em sua totalidade, através de um conteúdo genérico,
sintético e abrangente.
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Planejamento Tático: É um planejamento de médio prazo, com uma abordagem
menos genérica e mais detalhada. Sua amplitude aborda cada unidade da empresa
individualmente.
Planejamento Operacional: É um planejamento de curto prazo, apresentando um
conteúdo detalhado, específico e analítico. Sua abordagem se refere apenas a uma tarefa
ou operação.
1.5.2 - Organização
A organização é a função administrativa relacionada com a atribuição de tarefas,
agrupamento de tarefas em departamentos ou equipes e a alocação de recursos
necessários nessas instâncias.
Assim como em nossas casas, tudo deve
ser organizado de maneira lógica e racional para
que todas as coisas sejam utilizadas de forma mais
eficiente. Nas empresas, administrar consiste no
processo de distribuir, arranjar e alocar o trabalho,
estabelecer a autoridade e os recursos desdobrados
entre os órgãos para que possam ajudar a alcançar
os objetivos da organização.
Concluímos, portanto que organização é o processo de engajar as pessoas em um
trabalho conjunto, de uma maneira estruturada para alcançar os objetivos comuns.
1.5.3 - Direção
Consiste em conduzir e orientar o pessoal para implantação do que foi planejado
e organizado, ou seja, um bom planejamento e uma boa organização não têm valor
algum se as pessoas não estiverem engajadas em buscar os objetivos traçados.
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Assim, a direção é a função administrativa que envolve o uso de influências para
motivar as pessoas a alcançar os objetivos da empresa. Essa motivação virá através de
relacionamento, interação, liderança, comunicação e coordenação das pessoas para que
desempenhem com qualidade as tarefas essenciais para o sucesso do negócio.
1.5.4 - Controle
Consiste em verificar se o que foi planejado e organizado está sendo, de fato,
executado. Representa o acompanhamento, monitoração e avaliação do desempenho
organizacional para avaliar se as ações estão acontecendo de acordo com o que foi
planejado, organizado e dirigido, de forma a permitir que possíveis desvios sejam
corrigidos ou atenuados em busca do melhor resultado.
O controle, portanto, é o processo pelo qual se assegura que as atividades atuais
estejam em conformidade com o que foi planejado para o futuro.
Essas quatro funções administrativas, em conjunto, formam o que chamamos de
processo administrativo.
Isso significa dizer que para se tornar um administrador, é preciso saber planejar,
organizar, dirigir e controlar as atividades de uma empresa, departamento ou mesmo
uma equipe de profissionais, com a finalidade de alcançar os resultados previamente
estabelecidos.
O administrador ideal é aquele que consegue ter um equilíbrio entre essas quatro
funções; no entanto, sabemos que isso é bem difícil de conseguir. O mais comum é
vermos administradores se destacando em uma ou duas funções administrativas.
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1.6 – Tipos e características de empresas
A administração está intimamente ligada ao conceito de empresa. É através dela
que o trabalho de administração é realizado, sendo a empresa o cenário central onde a
administração acontece.
Podemos definir as empresas como sendo entidades públicas ou privadas que
podem ser exercidas individualmente ou de forma coletiva, com o objetivo de gerar
lucro através da comercialização de seus produtos ou serviços.
O Novo Código Civil, além de trazer inovações e modernização para o meio
jurídico, também trouxe uma nova classificação para as empresas. Nesta nova
configuração, a empresa passa a ser classificada pelo aspecto econômico de sua
atividade e não mais na atividade que desenvolvia.
Da mesma forma, a nomenclatura também foi alterada, assim, apenas como
exemplo, o empreendedor que deseja criar a sua empresa sem a participação de sócios,
ou seja, de forma individual, deixa de ser conhecido como “firma individual” e passa a
ser classificado como “empresário” ou “autônomo”. A mesma alteração acontece, caso
deseje ter sócios, onde deverá ser enquadrado como “sociedade empresária” ou
“sociedade simples”, como veremos detalhadamente a seguir.
1) Empresário
O artigo 966 do Código Civil é muito direto em sua
definição. É empresário “aquele que exerce profissionalmente
atividade econômica organizada para a produção ou circulação de
bens e serviços”.
Se observarmos tal definição, veremos que não se trata apenas de uma pessoa
física que desenvolve um trabalho de produção ou circulação de bens e serviços. Para
atuar profissionalmente, é preciso estar regularizada com inscrição no Registro Público
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de Empresas Mercantis e, por ser equiparada a uma pessoa jurídica, deve realizar a sua
inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e recolher os tributos
existentes como qualquer outra empresa de seu segmento.
A maior característica dessa categoria de empresa e que certamente se torna o
maior problema para o proprietário, é que o patrimônio particular do empresário se
confunde com o patrimônio da empresa. Ou seja, as dívidas causadas pela empresa
poderão ser cobradas diretamente de seu proprietário, arcando inclusive com seus bens
pessoais para o pagamento de passivos.
2) Autônomo
O mesmo artigo 966, em seu parágrafo único, faz uma afirmação curiosa: “Não
se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica,
literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o
exercício da profissão constituir elemento de empresa”.
Assim, se esta pessoa que exerce profissão intelectual, de natureza científica,
literária ou artística, não é empresário, como podemos classificá-la? O Código Civil não
define claramente, mas o indivíduo que não é empresário, mas exerce atividade
comercial nas características descritas no parágrafo único do artigo 966, é considerado
“Autônomo”.
Podemos destacar como características principais, o fato deste profissional ser
exclusivamente um prestador de serviços, ou seja, é proibido de exercer atividades
ligadas ao comércio ou indústria, e não precisar fazer sua inscrição no Cadastro
Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).
Porém, isto não significa que poderá prestar serviços sem qualquer legalização
de sua atividade. Para formalizar sua atividade, deve solicitar um alvará junto à
prefeitura municipal de sua cidade e a respectiva inscrição no INSS. Importante
verificar ou solicitar que um advogado ou contador analise a legislação municipal, para
verificar se não há impedimentos para o exercício da atividade.
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No mesmo sentido, deverá contar com um contador para a elaboração do Livro
Caixa referente às prestações de serviços realizadas. Estas anotações servirão para
excluir da renda tributável da pessoa física as despesas necessárias ao exercício da
atividade profissional, evitando-se o pagamento de tributos desnecessários.
3) Sociedade Empresária
Para podermos abordar os temas Sociedade Empresária e Sociedade Simples, é
preciso conhecer um pouco melhor o conceito de Sociedade.
Voltando ao Código Civil, em seu artigo 981, determina que “celebram contrato
de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou
serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos
resultados”.
De forma menos conceitual, uma sociedade se forma quando duas ou mais
pessoas se unem com os mesmos propósitos e objetivos para montar um negócio e
partilhar tanto as obrigações quanto os resultados.
A diferença para empresários ou autônomos é que estes montam seus negócios
sozinhos enquanto que na sociedade é preciso duas ou mais pessoas (sócios).
Assim, compreendido o conceito de sociedade e a sua diferença para
empresários/autônomos, podemos conceituar especificamente a Sociedade Empresária:
“Sociedade Empresária é a reunião de duas ou mais pessoas, no caso, sócios, com o
objetivo de exercer profissionalmente uma atividade econômica organizada para a
produção ou circulação de bens ou de serviços, sempre com o objetivo de lucro.”
Uma alteração importante dessa classificação de sociedade para a classificação
anterior é que o representante legal da empresa, que antes era conhecido por Sócio-
Gerente, foi substituído pela figura do Administrador.
24
Como dissemos no início do tópico, a empresa passou a ser classificada pelo
aspecto econômico de sua atividade. Assim, as sociedades empresárias passaram a
abrigar as antigas sociedades comerciais e uma boa parte das antigas sociedades civis
com fins lucrativos.
Quanto à sua formalização, seu registro é obrigatório e deve ser realizado no
Registro Público de Empresas Mercantis (Junta Comercial) de cada Estado, para que
assim, possam iniciar suas atividades.
Quanto à tributação, podem variar de acordo com o regime estipulado para o
ramo de atividade e com o faturamento da empresa, na esfera federal, estadual e
municipal.
Quantos às suas espécies, as sociedades empresárias classificam-se em:
Sociedade em Nome Coletivo
É o tipo de sociedade que deve
ser constituída somente por pessoas
físicas, ou seja, outra empresa não pode
fazer parte da sociedade. É o único tipo
de sociedade no direito brasileiro em
que os sócios respondem solidária e
ilimitadamente pelas dívidas da sociedade.
Desta forma, os sócios responderão por obrigações da sociedade, de forma
pessoal (com seu próprio patrimônio), subsidiária (a responsabilidade dos sócios é
sempre em grau subsidiário), solidária (os credores podem exigir a integralidade de seus
créditos de qualquer um dos sócios) e ilimitada (os sócios respondem com todas as suas
forças com o seu patrimônio pessoal).
25
Sociedade em Comandita Simples
É a Sociedade que comporta dois tipos de sócios:
Sócios Comanditados – Pessoas físicas que respondem solidária e ilimitadamente pelas
obrigações sociais. É a figura do comerciante, que conduz o negócio, participa da
sociedade com capital e com o seu trabalho, e assumindo também a direção da empresa.
Sócios Comanditários – Pessoas físicas ou jurídicas que respondem somente pelo valor
de suas quotas. Estes sócios participam apenas com o capital e não desenvolvem
qualquer trabalho na empresa e muito menos possuem qualquer direito de ingerência na
administração. Por este motivo, respondem apenas até o limite de suas quotas.
É importante ressaltar que a discriminação de cada classe de sócios deverá estar
presente no contrato social da empresa.
Sociedade Limitada
É o modelo de sociedade empresária mais tradicional e o mais utilizado por
empreendedores. Caracteriza-se pelo fato de cada sócio responder até o limite de suas
cotas, mas com todos respondendo solidariamente pela integralização do capital social.
A sociedade será administrada por uma ou mais pessoas, podendo ser sócios ou
não. Em qualquer uma das opções, os administradores devem ser designados no
contrato social ou em ato separado.
Sociedade Anônima
A sociedade anônima, também chamada de companhia, é regida por lei
específica (Lei no. 6.404/76). Neste tipo societário, o capital é dividido em ações e a
responsabilidade dos sócios ou acionistas é limitada ao preço da emissão das ações
subscritas ou adquiridas.
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Sociedade em Comandita por Ações
Assim como a sociedade anônima, a sociedade em comandita por ações também
tem seu capital dividido em ações, regendo-se pelas mesmas normas da sociedade
anônima.
Porém, existem algumas diferenças como:
1) A sociedade adotará como nome empresarial firma ou denominação;
2) Somente o sócio (acionista) tem qualidade para administrar a sociedade;
3) Como diretor, o sócio responderá subsidiariamente e de forma ilimitada pelas
obrigações sociais;
4) Se houver dois ou mais diretores, estabelecer-se-á a solidariedade entre eles;
5) A nomeação dos diretores se materializa no estatuto social;
6) O prazo de gestão é indeterminado.
4) Sociedade Simples
O artigo 982 do Código Civil determina de forma não muito clara, o conceito de
sociedades simples. Vejamos: “Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a
sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a
registro (art. 967); e, simples, as demais”.
Concluímos então que sociedades simples são aquelas que não exercem
atividade própria de empresário sujeito a registro, isto é, atividades não empresariais ou
atividade de empresário rural. Isso nos leva a entender que, da mesma forma que o
autônomo, as sociedades simples são formadas por sócios que exercem profissão
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ou seja, seu objetivo será apenas
a prestação de serviços relacionados à habilidade profissional e intelectual de seus
27
sócios. Como exemplo de sociedades simples, podemos citar as cooperativas, certas
sociedades dedicadas a atividades agrícolas e sociedades de advogados.
Diferentemente da sociedade empresária onde o seu registro é realizado na Junta
Comercial, a sociedade simples tem seu registro realizado no Cartório de Registro de
Títulos e Documentos das Pessoas Jurídicas do local de sua sede. Porém, os tributos
seguem as mesmas características das sociedades empresariais, podendo variar de
acordo com o regime estipulado para o ramo de atividade e com o faturamento da
empresa, na esfera federal, estadual e municipal.
É importante ressaltar que na prática, dificilmente uma empresa que está
começando, opte pela sociedade simples, uma vez que implica em alguns riscos.
Geralmente, a grande maioria das empresas utilizada a forma de uma sociedade
limitada, dada sua simplicidade de constituição e funcionamento, aliada à limitação da
responsabilidade dos sócios.
As sociedades simples apresentam as seguintes classificações:
Sociedade em Nome Coletivo
Já conceituada em Sociedade Empresária.
Sociedade em Comandita Simples
Já conceituada em Sociedade Empresária.
Sociedade Limitada
Já conceituada em Sociedade Empresária.
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Cooperativa
Trata-se de uma sociedade de pessoas, regida por lei específica (Lei nº.
5.764/71), de natureza civil, não sujeita à falência, constituída para prestar serviços aos
seus associados.
Entre as suas características, destacamos:
1) Variabilidade ou dispensa de capital social;
2) Limitação do valor das quotas do capital social que cada sócio poderá deter;
3) Direito de cada cooperado a um só voto nas deliberações;
4) Indivisibilidade do fundo de reserva.
1.7 – Organograma de uma empresa
O Organograma de uma empresa pode
ser considerado como a forma organizada de
apresentar os cargos e suas respectivas
relações hierárquicas dentro de uma
organização, partindo-se do topo com os
cargos de maior poder até a base, com os
cargos de menor nível hierárquico.
Historiadores acreditam que o organograma foi criado pelo norte americano
Daniel MacCallum, por volta de 1856, quando este administrava ferrovias nos EUA,
tornando-se ferramenta essencial na organização das empresas. O organograma permite
visualizar com clareza a estrutura organizacional do negócio e em alguns casos, até
mesmo, através de sua análise, identificar problemas ou oportunidades de melhoria em
toda a estrutura.
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A criação de um organograma deve ser feita tendo em mente que uma
organização é flexível e pode sofrer constantes mudanças. Portanto, o organograma
também deve ser flexível e de fácil interpretação, sendo explícito a todos os envolvidos
no negócio quais as suas responsabilidades, suas funções e a quem devem se reportar.
Principais tipos de organogramas:
Organograma Clássico – Também conhecido como organograma vertical, é o
mais utilizado para representar a hierarquia dentro das empresas. É elaborado com
retângulos que representam os órgãos ou departamentos e linhas que fazem as ligações
hierárquicas e a comunicação entre elas.
Organograma Horizontal – Também foi criado para representar a hierarquia
nas empresas, no entanto, procura representá-la de forma mais amena, com os cargos,
ainda que de níveis mais baixos, ao lado dos demais cargos de níveis mais altos. Este
modelo de organograma evita que um cargo fique abaixo de outros, o que poderia ser
taxado como discriminatório.
Organograma Funcional – Muito parecido com o organograma Vertical,
porém, não representa as relações hierárquicas, mas as relações funcionais da empresa.
Organograma Circular (radial) – Diferente do organograma vertical, neste
caso não há a preocupação em demonstrar a hierarquia da empresa. Costumeiramente
utilizado quando se deseja ressaltar o trabalho em grupo.
Organograma Matricial – Utilizado por empresas que possuem uma estrutura
informal, ou seja, quando não há uma definição clara das unidades funcionais da
empresa, mas grupos de trabalhos temporários.
Organograma Informativo – Trata-se de um organograma que apresenta uma
série de informações, de diversas naturezas, relacionada com cada unidade
organizacional da empresa.
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A seguir, apresentaremos um modelo de organograma vertical com a
apresentação das funções mais tradicionais de uma empresa.
Presidência
É a cabeça da empresa, onde as decisões estratégicas
são tomadas. É na presidência que serão definidas
estratégias para:
- Lançamento de novos produtos;
- Investimentos futuros;
- Estrutura de capitalização;
- Aumento da participação no mercado.
A presidência também representa a empresa em situações importantes
relacionadas a órgãos públicos, clientes e fornecedores, além de definir a estratégia a ser
seguida com relação aos seguintes tópicos:
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Auditoria
Área ligada à presidência, que realiza auditorias nos processos da empresa.
Geralmente, esta auditoria é direcionada para os procedimentos contábeis e
administrativos fixados pela empresa.
Assessoria Jurídica
Entre as suas principais funções, destacam-se:
- Analisar o conteúdo de contratos em geral que envolvam negociações da
empresa;
- Acompanhar e interpretar a legislação tributária, fiscal, trabalhista e societária;
- Elaborar e acompanhar os processos judiciais nas áreas.
Departamento de Organização & Método (O&M)
- É o departamento responsável por normatizar os métodos de trabalho, com
destaque para:
- Análise estrutural;
- Verificação da distribuição de trabalho;
- Análise de processamento;
- Análise de operações.
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Marketing
- Elaborar e apresentar para a empresa os resultados sobre pesquisas de produtos
e mercados;
- Planilha de informações sobre as características dos consumidores;
- Desenvolve projetos para o lançamento de novos produtos;
- Acompanha as estratégias da concorrência;
- Desenvolve ou acompanha o desenvolvimento de campanhas publicitárias.
Vendas
- Realiza visitas a clientes e possíveis clientes;
- Desenvolve propostas comerciais;
- Controla a carteira de pedidos;
- Emite Notas Fiscais, faturas e duplicatas, devolução de vendas;
- Supervisiona o Serviço de Atendimento a Clientes - SAC.
Finanças
- Elabora o orçamento anual da companhia;
- Realiza os lançamentos contábeis e fiscais;
- Administra os saldos bancários;
33
- Administra os pagamentos e recebimentos;
- Controla as aplicações financeiras;
- Administra os clientes em atraso.
Recursos Humanos
- Responsável por recrutamento e seleção;
- Responsável por contratação e demissão de pessoal;
- Desenvolvimento do plano de cargos e salários;
- Administração da folha de pagamento;
- Supervisionar trabalhos da CIPA;
- Supervisionar as áreas de Medicina e Segurança do Trabalho.
Departamento Administrativo
- Executa as compras de materiais e serviços;
- Controla o recebimento e armazenagem dos produtos comprados;
- Controla a correspondência diária da empresa;
- Controla PABX, Fax, Xerox;
- Cuida da limpeza e conservação das instalações;
- Controla refeitório e serviços de Buffet;
34
- Controla a portaria e cuidar da vigilância interna das instalações.
Departamento de Produção
-Responsável pela fabricação de partes e peças, montagem, acabamento e
inspeção dos produtos da empresa;
-Elaborar o plano mensal de produção;
-Elaborar estudos de tempos para os postos de trabalho;
-Fixar os padrões de qualidade e as especificações técnicas de materiais;
-Providenciar a manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos de
produção, rede de energia, redes de ar comprimido e vapor;
-Providenciar a fabricação de moldes e ferramentas.
1.8 – Funções do Administrador
Como já vimos em oportunidades anteriores, o administrador é a pessoa
responsável por conduzir todo o processo administrativo de uma organização. Como
vimos também, a base do processo administrativo é planejar, organizar, dirigir e
controlar.
No entanto, a Lei nº. 4.769, de 9 de setembro de 1965, no seu Artigo 2º, amplia
esse conceito dizendo que a atividade profissional de administrador será exercida, como
profissão liberal ou não, mediante:
a) pareceres, relatórios, planos, projetos, arbitragens, laudos, assessoria em geral,
chefia intermediária, direção superior;
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b) pesquisas, estudos, análise, interpretação, planejamento, implantação,
coordenação e controle dos trabalhos nos campos da Administração, como
administração e seleção de pessoal, organização e métodos, orçamentos, administração
de material, administração financeira, administração mercadológica, administração de
produção, relações industriais, bem como outros campos em que esses se desdobrem ou
aos quais sejam conexos.
1.8.1 - Habilidades necessárias
Segundo o professor Chiavenato, como a
administração é uma ciência social básica, o administrador
precisa lidar com pessoas, fato que incorpora boa dose de
subjetividade e talento, o que não ocorre com as ciências
exatas. Assim, para desempenhar suas funções, o
administrador precisa desenvolver três tipos de habilidades
importantes que, segundo ele, são essenciais para um
desempenho administrativo bem sucedido. São elas:
Habilidades Técnicas – São particularmente indispensáveis no nível operacional e
envolvem o uso de conhecimento especializado. Consiste em utilizar conhecimentos,
métodos, técnicas e equipamentos necessários para realização de tarefas específicas.
Esta habilidade é obtida através da instrução e/ou experiência.
Habilidades Humanas – São particularmente indispensáveis no nível intermediário e
referem-se à facilidade de relacionamento interpessoal e grupal. Consiste na capacidade
e discernimento para trabalhar com pessoas, compreender suas atitudes e motivações e
aplicar uma liderança eficaz.
Habilidades Conceituais – São particularmente indispensáveis no nível institucional e
envolvem a visão da organização. Consiste em compreender a complexidade da
organização e o ajustamento do comportamento das pessoas dentro dessa organização.
Assim, o administrador com habilidades conceituais está apto a compreender as várias
36
funções da organização e complementá-las entre si; está capacitado a notar como a
organização se relaciona com o seu ambiente e a avaliar como as mudanças em uma
parte da organização, afetam o restante dela.
1.8.2 - O papel do administrador
O administrador, por ocupar posições estratégicas dentro de uma empresa,
assume vários e diferentes papéis em suas atividades. Heny Mintzberg, autor da obra
The nature of managerial work, desenvolveu uma pesquisa abrangente e que resultou na
identificação de três categorias de papéis:
1) Papéis Interpessoais: Representam as relações com outras pessoas e estão
relacionados com as habilidades humanas. Dentro dessa categoria, destacamos três
papéis principais:
a) Representação – Assume deveres cerimoniais e simbólicos, representa a empresa,
acompanha visitantes e assina documentos legais.
b) Liderança – Dirige e motiva pessoas, treina, aconselha, orienta e se comunica com os
subordinados.
c) Ligação – Mantém redes de comunicação dentro e fora da organização, usa malotes,
telefonemas e reuniões.
2) Papéis Informacionais: Descrevem as atividades para manter e desenvolver uma
rede de informações. Levando-se em conta que um administrador em nível institucional
passa 75% de seu tempo trocando informações com outras pessoas, indicam como o
administrador intercambia e processa a informação. Dentro dessa categoria, destacamos
três papéis principais:
a) Monitoração – Manda e recebe informação, lê revistas e relatórios, mantém contatos
pessoais.
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b) Disseminação – Envia informação para os membros de outras organizações, envia
memorandos e relatórios, faz telefonemas e contatos.
c) Porta-voz – Transmite informações para pessoas de fora, por meio de conversas,
relatórios e memorandos.
3) Papéis Decisórios: Envolvem eventos e situações em que o administrador deve
realizar uma escolha ou opção. Esses papéis querem tanto habilidades humanas como
conceituais. Dentro dessa categoria, destacamos quatro papéis principais:
a) Empreende – Inicia projetos, identifica novas ideias, assume riscos, delega
responsabilidade de ideias para outros.
b) Resolve Conflitos – Toma ação corretiva em disputas ou crises, resolve conflitos
entre subordinados, adapta o grupo a crises e a mudanças.
c) Alocação de Recursos – Decide a quem atribuir recursos. Programa, orça e estabelece
prioridades.
d) Negociação – Representa os interesses da empresa em negociações com sindicatos,
em vendas, compras ou financiamentos.
Comparação entre administradores do passado e administradores do futuro
Segundo Wick & León, em sua obra “O desafio do Aprendizado. Como fazer
sua empresa estar sempre à frente do mercado” (1997), é possível realizar uma
comparação entre estes dois tipos de administradores, como disposto no quadro abaixo:
38
Administradores do Passado
X
Administradores do Futuro
Aprendiam quando alguém lhes
ensinava.
Procuram deliberadamente aprender.
Achavam que o aprendizado ocorria
principalmente na sala de aula.
Reconhecem ao poder do
aprendizado decorrente da
experiência de trabalho.
Responsabilizavam o chefe pela carreira.
Sentem-se responsáveis pela sua própria carreira.
Não eram considerados responsáveis
pelo próprio desenvolvimento.
Assumem a responsabilidade pelo
seu próprio desenvolvimento.
Acreditavam que sua educação estava
completa ou só precisava de pequenas
reciclagens.
Encaram a educação como uma
atividade permanente para a vida
toda.
Não percebiam a ligação entre o que
aprendiam e os resultados
profissionais.
Percebem como o aprendizado afeta
os negócios.
Deixavam o aprendizado a cargo da instituição.
Decidem intencionalmente o que aprender.
39
Unidade 2 – Gestão Operacional
Olá,
Nesta unidade você vai conhecer a estrutura de um setor de produção de uma
empresa, com destaque para a administração da produção e suas operações.
Verá também os modelos de produção, onde poderá analisar os sistemas
desenvolvidos tanto por japoneses quanto por americanos.
Conhecerá, ainda, os controles de produção com destaque para a importância de
suas etapas.
Bom estudo!
40
2.1 – Administração da produção e operações
É a área que utiliza os recursos físicos e materiais disponíveis na empresa como
máquinas, equipamentos, instalações e matérias-
primas para criar condições de integração de
todas essas ferramentas em uma atividade
conjunta capaz de criar produtos ou serviços.
Neste sentido, esta área é responsável por
executar a produção ou as operações básicas da
empresa.
Seu objetivo principal é alcançar eficiência e eficácia no processo produtivo.
Neste momento, muitas pessoas se perguntam: eficiência e eficácia não seriam a mesma
coisa?
Na verdade, são conceitos distintos que precisam ser compreendidos para
continuidade de nosso curso:
Eficiência – Pode ser definida como a utilização adequada dos recursos
empresariais. Significa fazer as coisas da melhor maneira possível, utilizando métodos e
procedimentos de trabalho adequados, executando as tarefas corretamente e aplicando
os recursos da empresa com sabedoria.
Eficácia – Está ligada aos objetivos que a empresa pretende alcançar por meio
de suas operações. Reside em fazer as coisas que são importantes e relevantes para se
atingir os resultados importantes para o negócio.
41
Quadro Resumo proposto por Chiavenato
EFICIÊNCIA EFICÁCIA
Relacionada com os meios. Relacionada com os fins.
Depende de métodos e procedimentos. Refere-se a resultados a alcançar.
Busca a melhor aplicação dos recursos. Busca o melhor alcance dos objetivos.
Relacionada com a execução correta da
tarefa.
Busca a tarefa mais importante para o
resultado.
Exemplos de eficiência: Exemplos de eficácia:
- Resolver problemas. - Atingir as metas.
- Fazer corretamente as coisas. - Conquistar resultados.
- Jogar futebol com arte. - Marcar gols e ganhar a partida.
- Orar todos os dias. - Ganhar o céu.
Quando o processo produtivo consegue ser eficiente e eficaz, dá-se o nome de
excelência. Porém, nem sempre é fácil atingir essa excelência, seja por ter uma
produção eficiente sem ser eficaz, seja por ter tarefas bem realizadas sem atingir as
metas desejadas.
Assim, para evitar tais derrapadas, é preciso estruturar a área de administração
da produção de forma a contar tanto com a proximidade dos recursos naturais quanto
com os mercados consumidores. Neste sentido, nota-se, cada vez mais, a distribuição de
indústrias espalhadas por várias regiões do país com o objetivo de economizar
transporte de matérias-primas ou facilitar o recrutamento de mão de obra, ou ainda,
viabilizar maior contato com seus clientes e usuários.
42
As empresas que conseguem atingir essa excelência possuem certas
características comuns que lhes permitem apresentar elevado desempenho. Entre as
principais características, podemos destacar:
1) Conseguem antecipar e configurar mudanças nos valores dos clientes;
2) Apresentam boa estrutura para tomada de decisão e uma forte tendência de partir para
a ação com o objetivo atender às necessidades de seus clientes;
3) Convergem energias e competências coletivas da organização de forma a maximizar
a produtividade de sua força de trabalho, administrando, com incrível sucesso,
mudanças em larga escala;
4) Conseguem administrar com perfeição os projetos atuais e futuros tornando a
organização ciente da realidade vigente.
2.2 – O produto/serviço
Toda empresa, até mesmo as empresas sem fins lucrativos, ou seja, aquelas que
não foram criadas para gerar lucros, trabalham para produzir algum produto ou prestar
algum serviço ao mercado consumidor. Não resta qualquer dúvida que o produto
produzido ou o serviço prestado se constitui no resultado final de todas as operações da
empresa.
Mas, para que tal resultado seja atingido de maneira satisfatória, é preciso
observar alguns requisitos, entre eles a qualidade do produto ou serviço, seu custo e seu
ciclo de vida.
43
2.2.1 - Qualidade
Quando nos referimos a qualidade para definir um produto ou serviço, podemos
encontrar vários significados. Para um técnico, qualidade significa adequação do
produto aos padrões específicos tomados como referência; já para uma dona de casa,
qualidade significa ter atendido suas necessidades e solucionado os seus problemas.
Para leigos, qualidade é a inexistência de qualquer defeito no produto que venha
prejudicar o seu funcionamento. Para outras pessoas, nada mais é do que estilo,
sofisticação e excelência no produto ou serviço.
Assim, podemos concluir que a qualidade de um produto ou serviço pode criar
uma série de interpretações, fato este que dificulta ainda mais a sua definição. Deste
modo, vamos distingui-la apenas em dois tipos:
Qualidade Intrínseca – Esta é a qualidade que existe realmente no produto e
que pode ser avaliada e mensurada por meio de padrões e especificações. Uma forma de
ter certeza da qualidade do produto é verificar se ele apresenta o selo do Inmetro, por
exemplo.
Qualidade Extrínseca – É uma qualidade que não pode ser avaliada, apenas
percebida. É aquela que o consumidor imagina que o produto tenha. Sua avaliação é
apenas subjetiva e isso varia de consumidor para consumidor.
2.2.2 – Custo
Custos são os gastos representados pelos encargos que
uma empresa desembolsa para obter recursos utilizados na
produção, distribuição e entrega dos produtos ou serviços. Ou
seja, são custos com a aquisição de recursos físicos, como
máquinas, equipamentos, matérias-primas, entre outros, até a
finalização do produto e sua disposição no mercado.
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Neste sentido, podemos dividir o custo em dois tipos:
Custo de Produção – Envolve os custos diretos e indiretos:
� Custos Diretos de Produção – São aqueles diretamente envolvidos no processo
de produção como a matéria-prima e a mão de obra direta.
� Custos Indiretos de Produção – São aqueles indiretamente envolvidos no
processo produtivo, como energia elétrica, aluguel, mão de obra indireta, entre
outros.
Custo de Distribuição – referem-se às despesas com administração de vendas,
despesas financeiras e despesas de administração geral.
2.2.3 - Ciclo de Vida
Todo e qualquer produto ou serviço apresenta um tempo de vida estimado no
mercado. Todos eles nascem, crescem, amadurecem, envelhecem e morrem; no entanto,
alguns possuem um ciclo mais longo e outros permanecem durante pouco tempo no
mercado. Isso se deve ao fato de serem aceitos ou não pelo mercado consumidor, ou
seja, se forem bem aceitos, permanecerão por mais tempo em atividade.
Este ciclo de vida pode ser dividido em quatro fases distintas, como veremos a
seguir:
Introdução – É representada pela fase em que o produto é criado, desenvolvido
e lançado no mercado, ou seja, corresponde ao seu nascimento. Trata-se da fase inicial
onde tanto produção quanto venda, costumam ser pequenas e lentas, uma vez que ainda
é desconhecido no mercado consumidor.
Crescimento – É a fase em que o mercado começa a tomar conhecimento desse
novo produto ou serviço, com um crescimento acelerado nas vendas e por consequência,
na produção.
45
Maturidade – Esta fase surge com a penetração do produto ou serviço no
mercado e um patamar elevado tanto em vendas quanto em produção. Nesta fase
também, o mercado começa a ficar saturado e com a fama, os concorrentes começam a
criar produtos similares e, em muitos casos, mais baratos.
Declínio – Nesta fase, tanto as vendas quanto a produção começam a decair
progressivamente até que o produto seja esquecido ou retirado do mercado. É conhecida
como fase de obsolescência.
2.3 – Modelo de produção
Cada empresa possui um sistema próprio de produção, no qual vai realizar suas
operações, garantindo eficiência e eficácia, para colocar seus produtos ou serviços no
mercado. Para que isso ocorra, a empresa deve organizar suas áreas para que, através de
uma interdependência lógica, cumpra-se todas as etapas do processo produtivo.
Neste sentido, podemos destacar três modelos de sistema de produção:
2.3.1 - Sistema de produção sob encomenda
Esse tipo de sistema baseia-se na produção de produtos ou serviços somente
após o recebimento do pedido ou encomenda, ou seja, só começa a produzir depois de
ter a certeza do volume de produtos ou serviços vendidos. É o sistema no qual a
produção é feita por unidades ou por pequenas quantidades como no caso da construção
de um navio, um edifício, fábricas, entre outros.
O planejamento para a produção é baseado no próprio orçamento preliminar com
destaque para relação de matérias-primas necessárias, relação de mão de obra envolvida
na produção e o próprio processo de produção com um plano detalhado da sequência
cronológica do projeto.
46
Suas características principais são:
1) Cada produto é único e específico;
2) Cada produto exige uma variedade de máquinas e equipamentos;
3) Cada produto exige uma variedade de operários especializados;
4) Cada produto apresenta uma data definida para entrega;
5) É difícil fazer previsões de produção;
6) Requer administradores e especialistas competentes.
2.3.2 - Sistema de produção em lotes
É utilizado por empresas que costumam produzir volumes limitados e
específicos de produtos. Cada lote de produtos é dimensionado para atender uma
determinada demanda prevista anteriormente no planejamento. Somente depois de
finalizar todo o lote, a empresa passa a produzir um novo lote e assim por diante. Nesse
sistema de produção é possível aproveitar melhor os recursos, uma vez que tudo é
planejado antecipadamente.
Suas características principais são:
1) A empresa pode produzir produtos com diferentes características, criando um lote
para cada tipo de produto;
2) As máquinas podem ser agrupadas em seções ou departamentos específicos, o que
pode provocar certo desequilíbrio, uma vez que cada departamento ou seção tem sua
própria capacidade de produção. O planejamento deve prever esse tipo de problema;
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3) Em cada lote de produção as máquinas devem ser modificadas, adaptadas e
arranjadas para atender outros lotes diferentes de produtos;
4) Por apresentar uma linha de produção regular, esse sistema permite manter uma mão
de obra qualificada, minimizando os riscos de demissão quando houver pouca produção
ou busca por profissionais qualificados no caso de picos de produção;
5) A produção em lotes exige grande área para estocagem dos produtos acabados.
2.3.3 - Sistema de produção contínua
É o sistema de produção mais comum, no qual as empresas produzem de forma
contínua sem grandes modificações nas características dos produtos. Como o produto é
sempre o mesmo, o processo pode ser aperfeiçoado, ganhando a agilidade e eficiência.
Suas características principais são:
1) O produto é produzido durante um longo período de tempo sem grandes
modificações;
2) Esse tipo de produção facilita o planejamento detalhado, com a quantidade de
matéria-prima necessária e no tempo previsto;
3) A produção contínua exige máquinas e ferramentas especializadas em disposição
linear e sequencial para atender a produção de cada componente do produto final;
4) Por ter uma programação de longo período, esse sistema permite dividir operações de
montagem com a quantidade exata de trabalho para cada operário, o que permite, por
sua vez, estabelecer o número de homens/horas de trabalho para cada operação ou
produto;
48
5) Esse sistema permite que haja economia nos custos de produção, uma vez que é
produzido em grandes quantidades;
5) A produção contínua facilita as ações corretivas para resolver rapidamente
qualquer problema de paralisação no processo, seja por falta de mão de obra,
material ou simplesmente manutenção da máquina.
2.3.4 - Modelo de produção japonês
A indústria japonesa promoveu alterações nos sistemas de produção e
desenvolveu algumas inovações que
proporcionaram grande impulso no mercado
produtivo, sendo copiado por empresas do mundo
todo.
Entre as suas principais contribuições, destacamos:
KAIZEN
A palavra tem sua origem no japonês kai = modificar e zen = para melhor.
Trata-se de um conceito intimamente ligado ao de melhoria contínua. É uma filosofia de
trabalho que incentiva a cultura da excelência, reduzindo ou eliminando completamente
as perdas e os erros. O objetivo é se preocupar em mudar para melhor e manter esses
esforços de mudança para que ela ocorra todo dia, a toda hora. Esse aperfeiçoamento se
traduz em:
1) Questionar tudo o que se faz, adotando uma postura crítica para todas as atividades;
2) Evitar ideias convencionais e pré-concebidas. Para esta filosofia, absolutamente tudo
pode e deve ser melhorado e aperfeiçoado;
49
3) Fazer melhorias sempre;
4) Localizar erros, distorções e procurar corrigi-los imediatamente;
5) Verificar o porquê e localizar as causas do problema;
6) O trabalho em equipe é sempre mais eficiente do que o trabalho individual.
CONTROLE DE QUALIDADE TOTAL (CQT)
O Controle de Qualidade Total estende seu conceito de qualidade a toda a
organização, desde os seus executivos até ao pessoal chão de fábrica (os operários da
linha de produção), inclusive a rede de fornecedores e o cliente final.
O objetivo é atingir um grau de qualidade que possa obter conformidade com as
especificações, proporcionando alto grau de confiabilidade, durabilidade e desempenho
nos produtos.
Essa abordagem se apóia em 3 princípios:
1) A qualidade é construída e não apenas inspecionada;
2) A melhoria da qualidade economiza dinheiro;
3) A qualidade repousa no princípio da melhoria contínua (Kaizen).
HOUSEKEEPING
50
Como o próprio nome diz em inglês, é um conceito relacionado com a limpeza
da casa, ou seja, deve-se manter o ambiente de
trabalho sempre limpo, agradável, higienizado e
saudável. Todo programa de qualidade começa
com mudanças no comportamento pessoal de
seus participantes quanto à limpeza, asseio,
organização e ordem no local de trabalho.
O housekeeping requer um método de uso sistemático, que os japoneses
classificam de 5S, como veremos a seguir:
Seiri – Simplificação e liberação de áreas. Consiste em separar o que é essencial e
desfazer-se de tudo que é desnecessário para realização do trabalho. Guardar o que é
desnecessário significa ter custos com ocupação de espaços como armários e gavetas.
Seiton – Organização. Significa dispor o que é essencial de maneira organizada
facilitando com isso a sua rápida localização.
Seiso – Limpeza. Significa manter limpo tanto o seu local de trabalho quanto as
máquinas e equipamentos de uso diário. Evitar sujeira, fumaça, barulho, itens
quebrados, entre outros, é o primeiro passo para melhorar a segurança no ambiente de
trabalho.
Seikeetsu – Padronização, asseio e arrumação. Significa ter hábitos arraigados para
aplicar os 3S anteriores.
Shitsuke – Disciplina e apoio. É a garantia de que os S anteriores serão aplicados de
forma contínua e interminável. Significa utilizar de forma disciplinada os equipamentos
disponibilizados pela empresa, como crachás, uniformes, equipamentos de proteção e
instrumentos de trabalho, garantindo a manutenção de um ambiente limpo e asseado.
KANBAN
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Palavra originada do japonês que significa marcador, cartão, sinal ou placa. É o
dispositivo que controla a ordem das atividades em um processo sequencial. Seu
objetivo é indicar a necessidade de mais material e garantir que ele seja entregue no
tempo hábil para garantir uma contínua execução da atividade.
JUST IN TIME (JIT)
Trata-se de um sistema de produção destinado a agilizar a resposta da produção
às demandas do cliente, através da eliminação de toda e qualquer perda e na melhoria
contínua da produtividade.
O objetivo é produzir exatamente o que é necessário para satisfazer a demanda
atual, mantendo somente o estoque necessário perto do zero, melhorando a qualidade do
produto tendendo a eliminação total de defeitos e revisão das operações, tudo isso a um
custo mínimo possível.
Para ter sucesso nesse processo, a empresa deve observar alguns aspectos:
1) Elaboração de um plano mestre em função da demanda diária;
2) Produção de lotes ideais, proporcionando a redução dos tempos de preparação
e a consequente redução do estoque;
3) Desenvolver o trabalho em equipe, de forma que cada profissional possa fazer
a preparação, as manutenções de rotina e pequenos reparos nas máquinas;
4) Com um estoque baixo, a matéria-prima deve permanecer próximas às
estações de trabalho ou em local aberto para facilitar o processo produtivo;
5) Manter a qualidade é fundamental para o sucesso na operação. Todo defeito é
um desperdício e pode provocar paradas, pois não há estoque suficiente para
cobrir os erros;
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6) Os fornecedores devem ser integrados ao sistema do JIT, de forma a atuarem
diretamente na linha de produção.
Martins e Laugeni, em sua obra “Administração da produção”, apresentam os 10
mandamentos do JIT:
1) Jogue fora métodos de produção que sejam velhos e ultrapassados.
2) Pense em maneiras de fazê-lo funcionar e não porque ele não irá funcionar.
3) Trabalhe com as condições existentes. Não procure desculpas.
4) Não espere a perfeição: 50% está muito bom no começo.
5) Corrija imediatamente qualquer erro que surja pela frente.
6) Não gaste muito dinheiro em melhorias.
7) A sabedoria nasce das dificuldades.
8) Pergunte “por que” pelo menos cinco vezes até encontrar a verdadeira causa de
qualquer erro.
9) É melhor a sabedoria de dez pessoas do que o conhecimento de apenas uma.
10) As melhorias são ilimitadas.
2.3.5 - Modelo de produção americana
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Como resposta às inovações japonesas e para não ficarem atrás na busca da
hegemonia mundial, os americanos também criaram novos conceitos no campo da
produção. São eles:
DOWNSIZING
Também conhecido como
“enxugamento”, não se trata de um sistema de
produção, mas de uma ferramenta para enxugar
e reduzir a estrutura organizacional e os processos produtivos.
Praticar o downsizing significa eliminar etapas desnecessárias de produção,
reduzindo os ciclos produtivos e deixando de utilizar os ciclos que pouco agregam para
melhorar o desempenho de produção.
O downsizing é utilizado também para reduzir níveis hierárquicos, com o
objetivo de aproximar a base da cúpula da empresa.
REENGENHARIA
Trata-se de uma forma de redesenhar os processos de negócios, com o objetivo
de melhorar custo, qualidade, serviço e velocidade. É realizado de maneira drástica e
profunda, procurando descartar estruturas, processos e sistemas existentes para
reinventá-los de maneira completamente diferente.
A reengenharia procura trazer a excelência para a empresa descartando os
processos existentes e partindo para outros inteiramente novos e diferentes.
BENCHMARKING
É uma metodologia utilizada para analisar a fundo as práticas administrativas de
empresas que são líderes e referências no mercado. Esta análise é feita por empresas
concorrentes ou não.
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Na prática, são estudadas as estruturas de uma empresa ou de apenas uma área
específica, com o objetivo de imitá-la em seus processos administrativos e de produção,
porém, procurando melhorar ainda mais estes processos, buscando aprendizado e
superação.
SIX-SIGMA
Segundo o professor Chiavenato, sigma é uma medida de variação estatística,
que se refere à frequência com que determinada operação de um processo produtivo
utiliza mais do que os recursos mínimos para satisfazer os clientes.
No mercado atual, a maioria das empresas encontra-se classificada como 4-
sigma, ou seja, mais de seis mil produtos defeituosos em cada milhão de produtos
produzidos. A empresa no nível 6-sigma reduz para apenas três defeitos em cada milhão
de produtos produzidos.
Tamanha diferença se traduz em redução de custos, o que proporciona sobra de
recursos para continuar aplicando no desenvolvimento do 6-sigma, diferenciando-a das
demais.
O programa 6-sigma se baseia em um complexo e metódico conjunto de técnicas
que busca, através dos processos, atingir metas definidas. O programa procura atingir a
eficácia em três direções:
1) Redução do desperdício – Por meio do conceito de empreendimento enxuto, ou
redução do ciclo de tempo, ou, ainda, eliminação do desperdício do sistema,
imprimindo velocidade à empresa.
2) Redução dos defeitos – Neste caso, é o objetivo do próprio programa 6-sigma.
3) Envolvimento das pessoas – As pessoas devem estar dispostas a trabalhar em equipe,
de maneira conjunta e integrada, totalmente envolvidas com as metas estabelecidas para
melhoria dos processos.
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CÉLULAS DE PRODUÇÃO
Trata-se de uma equipe que trabalha de forma integrada e coordenada em
estações de trabalho. Cada célula é composta por profissionais multifuncionais que
conhecem e participam de todo o processo de produção desde o seu planejamento até a
efetiva produção.
CAD/CAM
São duas tecnologias voltadas para a gestão de produção e operações. O CAD
(Computer-Aided Design) auxilia o profissional no desenho e projeto de produtos,
enquanto o CAM (Computer-Aided Manufacturing) auxilia o profissional no
planejamento, execução e controle das operações.
MRP (Manufacturing Resources Planning)
Também conhecido como Planejamento dos Recursos de Manufatura, é um
sistema de tecnologia que auxilia no planejamento e controle da produção. Este tipo de
tecnologia proporciona sistemas flexíveis de manufatura na base do tempo real e
favorece mecanismos rápidos de tomada de decisão imediata.
CONSÓRCIO MODULAR
Trata-se de um sistema aberto de produção, onde fornecedores e parceiros
conseguem trabalhar dentro da fábrica e no interior do próprio processo produtivo em
seus respectivos módulos e de maneira integrada.
Desta forma, o fornecedor contribui para a redução de custos e investimentos, e
ajuda na melhoria da eficiência e produtividade, tornando o sistema produtivo ainda
mais flexível.
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2.4 - Controle da produção
Para que a produção seja eficaz e eficiente, não pode ser feita de maneira
aleatória. Tais atividades precisam ser planejadas, organizadas e coordenadas para que
todas as operações da empresa possam ser realizadas da melhor maneira possível, com o
objetivo de atingir altos índices de eficiência e eficácia.
Tal controle deve estabelecer antecipadamente o que a empresa deverá produzir
para que possa dispor de toda a estrutura necessária, desde a matéria-prima para a
produção, passando por pessoas, máquinas e equipamentos necessários para suprir tal
volume, bem como o volume de estoques de produtos acabados para suprir as vendas.
Deve também, monitorar e controlar o desempenho da produção, em relação ao
que foi planejado, com o objetivo de corrigir possíveis desvios e erros que possam
surgir no decorrer da operação.
Esse planejamento e controle não podem estar vinculados apenas à área de
produção. É preciso manter relações com outras áreas da empresa como veremos a
seguir:
Área de Engenharia Industrial – Vai programar máquinas e equipamentos com base
em boletins de operações.
Área de Suprimentos e Compras – Vai programar materiais e matérias-primas, que
devem ser comprados e estocados para uso durante o processo de produção.
Área de Recursos Humanos – Vai programar as necessidades de mão de obra para
atender à demanda de produção.
Área Financeira – Vai definir os níveis adequados de estoques de matérias-primas e
produtos acabados.
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Área de Vendas – Vai elaborar o plano de produção e planejar a quantidade necessária
de produtos acabados para atender a demanda de clientes.
Área de Produção – Vai planejar e controlar toda a área de produção.
Fases do controle da produção
Para atender o enorme volume de informações que passa por essa área, é preciso
constituir um centro de informações que se divide em quatro fases principais:
1) Projeto de produção – Define o sistema de produção e suas dimensões. Produz uma
visão geral de todo o conjunto do sistema de produção, de suas possibilidades de
operação e das necessidades e requisitos para produzir resultados.
Baseia-se nos seguintes aspectos:
a) Quantidade e características das máquinas e equipamentos para avaliar a sua
capacidade de produção.
b) Quantidade de pessoal disponível para proporcionar uma ideia da força de
trabalho.
c) Volume de estoques e tipos de matérias-primas para avaliar a disponibilidade
e necessidades de compras para garantir a produção.
d) Métodos e procedimentos de trabalho para identificar como o trabalho
deverá ser realizado e qual a sua duração.
2) Colheita de informações – A coleta de informações é necessária para que o projeto
de produção seja montado, quantificado e dinamizado. Podemos considerar que esta
fase, detalha a fase anterior.
A colheita de informações engloba:
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a) Analisar a capacidade de produção de cada máquina ou grupo de máquinas.
b) Sequência do processo de produção, o que permite observar todo o fluxo do
processo produtivo.
c) Métodos de trabalho de cada operário e o tempo para cada tarefa executada,
o que permite saber quantos operários serão necessários para atender o
processo produtivo.
d) Horários de trabalho e esquema de incentivos de produção.
e) Volume e controle de estoque necessário para abastecer o processo
produtivo.
3) Planejamento da produção – Esta fase define o que a empresa poderá produzir em
um determinado período de tempo, com base na capacidade de produção e na previsão
de vendas que deve ser atendida.
Esta fase se divide em três etapas:
a) Formulação do plano de produção que vai orientar o que deve ser produzido
em um determinado período de tempo.
b) Programação de produção, que consiste em um detalhamento do plano de
produção. Deve ser utilizado para que se possa alcançar maior eficiência e
eficácia determinando em que momento deverão ser realizadas determinadas
tarefas e operações e em qual volume.
c) A execução do plano de produção se dá por meio da emissão de ordens
destinadas aos órgãos envolvidos no processo produtivo, tanto direta quanto
indiretamente. Os tipos de ordem são:
- Ordem de produção;
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- Ordem de montagem;
- Ordem de compra;
- Ordem de serviço;
- Requisição de materiais.
4) Controle da produção – É a quarta e última fase do controle de produção e sua
finalidade é acompanhar, monitorar, avaliar e regular as atividades produtivas, para
mantê-las dentro do que foi planejado e assegurar que atinjam os objetivos pretendidos.
Construindo talentos ou os contratando prontos, é preciso mantê-los na empresa.
Os primeiros pelo custo aplicado em seu desenvolvimento e os segundos pelas
dificuldades em encontrar profissionais talentosos disponíveis no mercado.
Quando uma empresa se concentra única e exclusivamente em seus próprios
objetivos organizacionais e se esquece dos objetivos pessoais de seus profissionais,
acaba afastando os bons colaboradores que se sentem desprestigiados. O ideal é alinhar
os objetivos pessoais ou da equipe, aos objetivos estratégicos da empresa, de forma a
abrir espaço para que as pessoas que os conseguiram também alcancem resultados
individuais.
Uma das formas de reter talentos em sua empresa é saber recompensá-los
adequadamente. A recompensa deve ser entendida como o retorno de um investimento
pessoal que exige esforço, dedicação, atenção, perseverança e fibra por parte dos
profissionais.
Assim, a recompensa pode ser oferecida de duas maneiras:
1) Recompensas Financeiras – Pode ser oferecida através de prêmios em dinheiro,
disputas por prêmios materiais como eletroeletrônicos ou viagens com a família e
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participação nos resultados alcançados, lembrando-se sempre que o dinheiro pode suprir
muitas necessidades humanas.
2) Recompensas não Financeiras – Pode ser oferecida através de reconhecimento
público pelo excelente desempenho, condecorações, férias adicionais ou antecipadas,
fotos do melhor colaborador, entre outros.
Outra forma de reter talentos é oferecer uma empresa com ambiente agradável,
caloroso, receptivo e impulsionador, com um clima interno acolhedor, onde os talentos
se sintam bem e em seu próprio ambiente. Há muitas empresas que conseguem criar
este clima, sendo que apenas ofertas salariais melhores não são suficientes para
convencer seus profissionais a trocarem de emprego. Alguns reais a mais na conta, não
costumam ser suficientes para abrir mão de uma boa qualidade de vida no trabalho.
Recompensá-los financeiramente para simplesmente retê-los não é atributo
suficiente para que estes talentos produzam com qualidade. A contrapartida em
“agradar” este profissional é o direito adquirido pela empresa de avaliá-los. O
administrador deve avaliar sua equipe com frequência, trocando ideias sobre o trabalho
e oferecendo sugestões e orientações.
Deve ainda propiciar à equipe condições para que ela própria se avalie. A
autoavaliação é sempre melhor e mais objetiva do que a avaliação realizada por
terceiros.
A avaliação de cada participante e da equipe como um todo deve envolver uma
série de competências que, para Jeanne Meister, em sua obra Universidade Corporativa,
nos novos ambientes de trabalho, baseiam-se em:
1) Aprender a aprender – As pessoas devem ter condições de aprender continuamente
para poder contribuir em tudo, de forma mais construtiva.
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2) Comunicação e Colaboração – Hoje, com a adoção de equipes de trabalho, a
eficiência do indivíduo está cada vez mais vinculada a sua habilidade de comunicação e
colaboração.
3) Raciocínio criativo e resolução de problemas – As empresas esperam que os seus
profissionais sejam criativos para buscar, por conta própria, as soluções de problemas e
as melhores maneiras de melhorar e agilizar o seu trabalho.
4) Conhecimento tecnológico – Hoje a tecnologia faz parte do dia a dia, não apenas para
operar uma determinada máquina, mas principalmente para se comunicar com membros
da equipe ao redor do mundo.
5) Conhecimentos de negócios globais – Predomina no mercado a necessidade de
pessoas treinadas em um conjunto de habilidades que levem em conta o ambiente
competitivo global, mutável e volátil.
6) Desenvolvimento da liderança – Todo profissional deve ser treinado para
desenvolver a capacidade de conduzir os negócios.
7) Autogerenciamento da carreira – Com mudanças constantes nas qualificações
profissionais, as pessoas precisam ter o compromisso de se desenvolverem
continuamente, buscando sempre qualificações, competências e conhecimentos que
possam ser exigidos em sua atividade atual ou em atividades futuras.
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Conclusão do Módulo I
Parabéns por ter chegado até aqui!
Esperamos que tenha compreendido os conteúdos propostos e que eles tenham
auxiliado você no processo de reflexão sobre os assuntos tratados aqui.
Para dar continuidade ao seu curso, faça a avaliação referente ao Módulo I em
seguida você terá acesso ao material do Módulo II.
Boa Sorte!