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INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL ADITIVOS E FIBRA NA SAÚDE RUMINAL DE BOVINOS TERMINADOS EM CONFINAMENTO Laura Branco Toseti Nova Odessa Março - 2017

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INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL

ADITIVOS E FIBRA NA SAÚDE RUMINAL DE BOVINOS

TERMINADOS EM CONFINAMENTO

Laura Branco Toseti

Nova Odessa

Março - 2017

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS

INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL

ADITIVOS E FIBRA NA SAÚDE RUMINAL DE BOVINOS

TERMINADOS EM CONFINAMENTO

Laura Branco Toseti

Orientadora: Profa. Dra. Renata Helena Branco Arnandes

Co- orientador: Dr. Danilo Domingues Millen

Nova Odessa

Março – 2017

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-graduação do Instituto de Zootecnia,

APTA/SAA, como parte dos requisitos

para obtenção do título de Mestre em

Produção Animal Sustentável.

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Ficha Catalográfica elaborada pelo

Núcleo de Documentação e Informação do Instituto de Zootecnia

Bibliotecária: Tatiane Helena Borges de Salles – CRB 8/8946

T714a Toseti, Laura Branco

Aditivos e fibra na saúde ruminal de bovinos terminados em

confinamento / Laura Branco Toseti.

Nova Odessa, SP: [s.n.], 2017. 100p.; il.

Dissertação (mestrado) – Instituto de Zootecnia. APTA/SAA,

Nova Odessa.

Orientadora: Dra. Renata Helena Branco Arnandes

Co-orientador: Dr. Danilo Domingues Millen

1. Comportamento alimentar 2. Entodinium. 3. Epitélio de rúmen. 4.

Monensia. I. Arnandes, Renata Helena Branco. II. Millen, Danilo

Domingues. III. Título.

CDD– 636.2084

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DEDICO

A DEUS pela presença constante, iluminando e guiando os sempre caminhos da minha vida

de forma sábia.

Aos meus pais, Julio e Marcia, e

Ao meu irmão Leonardo.

Sem vocês nada disso seria possível. Esta conquista é nossa!

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AGRADECIMENTOS

A DEUS por tudo.

Aos meus pais Julio e Marcia e ao meu irmão Leonardo, pelo incentivo, paciência e

compreensão, vocês são a parte mais importante de mim, são meus exemplos, obrigada por

tudo sempre. AMO VOCÊS!

A minha melhor e fiel amiga Aska, sempre presente nas horas de alegria e aflições me

aconselhando e amparando. Sem você teria sido muito difícil, obrigada pela sua amizade

sempre. Amo você.

Ao meu namorado Samuel, pela paciência, compreensão e conselhos, sua presença torna as

coisas mais fáceis, obrigada amor.

A minha companheira de experimento Elaine, por todos os ensinamentos, conselhos, amizade

e risadas que passamos durante este trabalho. Você foi parte indispensável do meu

crescimento e amadurecimento, sem você não seria possível. Obrigada por tudo.

A minha Orientadora Renata, pela oportunidade, confiança e ensinamentos, muito obrigada

por ter contribuído para o meu crescimento profissional!

Ao Instituto de Zootecnia, pela oportunidade de realizar o curso.

A CAPES pelo financiamento do meu estudo.

Aos alunos do Instituto de Zootecnia, em especial à Bianca, Gabriela Geraldi e Gabriele

Voltareli, Jeferson, Tulio e Paulo por serem sempre tão prestativos e pelo apoio sempre.

Obrigada pessoal.

Aos pesquisadores do Instituto de Zootecnia, especialmente a Dra. Claudia, pelos

ensinamentos e paciência, sou muito grata.

Aos funcionários do Instituto de Zootecnia, com ressalvas para o Flávio pela grande ajuda

durante o período do confinamento, ao “Leo”, “Fran”, “Valdir”, “Batata” , “Brás” e “Ito” pela

assistência e as meninas do escritório, pelo apoio. Muito obrigada!

A “Dona Tetê”, sempre prestativa, simpática e alegre.

Ao Sr. José Furtado, figura muito sábia, pela dedicação, paciência e carinho com os animais

do experimento. Muito obrigada.

Ao meu co orientador Danilo Millen e toda a sua equipe em Dracena, pela oportunidade de

aprendizado e realização das análises laboratoriais. Obrigada.

À todos que não foram citados aqui e que, de alguma forma ou outra, deram sua contribuição

para que essa tese fosse concluída.

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“Se quer saber, nunca é tarde demais para ser quem você quiser ser,

Não há limite de tempo, comece quando você quiser,

Você pode mudar ou ficar como está

Não há regras para esse tipo de coisa,

Podemos encarar a vida de forma positiva ou negativa,

Espero que encare de forma positiva,

Espero que veja coisas que surpreendam você,

Espero que sinta coisas que nunca sentiu antes,

Espero que conheça pessoas com ponto de vista diferente,

Espero que tenha uma vida da qual você se orgulhe,

E se você descobrir que não tem,

“Espero que tenha forças para conseguir começar de novo”.

Passagem do filme “ O curioso caso de Benjamin Button ”

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ADITIVOS E FIBRA NA SAÚDE RUMINAL DE BOVINOS TERMINADOS EM

CONFINAMENTO

RESUMO: O presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito das dietas com baixos

níveis de fibra insolúvel em detergente neutro oriundo da forragem (FDNf) e o uso de

monensina ou óleo funcional como aditivo alternativo no comportamento ingestivo e saúde

ruminal de bovinos Nelore em terminação. Setenta machos não castrados foram distribuídos

em arranjo fatorial 3x2+1, inteiramente ao acaso, onde os fatores avaliados foram a utilização

de óleo funcional (OF) (500mg.kg-1

MS de óleo de mamona e líquido da casca da castanha de

caju) ou monensina (MON) (30mg.kg-1

MS) como aditivos, 3 níveis de FDNf (6; 9 e 15% na

MS) e um tratamento controle sem a adição de aditivo (CTL), (15% FDNf). O experimento

teve duração de 105 dias sendo 14 dias para a adaptação. As análises de variância foram

realizadas pelo procedimento MIXED (SAS), sendo divididas em dois modelos. No modelo 1,

considerou-se apenas o nível de 15% de FDNf, devido ao fato do tratamento CTL estar

presente apenas neste nível, e para o modelo 2, foi desconsiderado CTL, sendo estudados

apenas os efeitos dos níveis de FDNf e os aditivos. Foram analisadas as variáveis de

comportamento ingestivo (consumo de MS (CMS) (kg.MS.dia-1

), consumo de FDNf (CFDN)

(kg.FDNf.dia-1

), tempo em ruminação, tempo de mastigação, tempo de alimentação,

expressos em, min.dia-1

, eficiência da alimentação da MS, eficiência da ruminação da MS,

expressas em min.kgMS-1

, eficiência da alimentação do CFDN, eficiência da ruminação do

CFDN, expressas em, min.kgFDN-1

), seletividade das partículas da dieta, pH ruminal,

contagem e identificação dos protozoários, incidência de abcessos hepáticos, medidas

morfométricas (área média da papilas, cm² (AMP), área de superfície absortiva da papila, cm²

(ASA), representatividade da participação das papilas na superfície absortiva ruminal, %

(RSA) e escore de rumenite (ER)), medidas histológicas das papilas (altura de papila, mm

(ALT), largura da papila, mm (LARG), área da papila, mm², espessura da camada de

queratina, μm (EQ) e índice de células em divisão mitótica (IM)) e características de

desempenho produtivo. Os animais alimentados com o tratamento contendo 15% de FDNf ,

em geral, apresentaram maior CMS (kg.dia-1

), CFDNf ((kg.dia-1

), tempo gasto em ruminação

e em mastigação (min.dia-1

), peso de trato gastrointestinal cheio (kg) e conteúdo do trato

gastrointestinal (kg). Os animais que receberam 6% de FDNf , foram mais eficientes para a

ruminação do CFDN (kg.FDN.h-1

) e selecionaram contra as partículas longas da dieta. O

tratamento contendo 9% de FDNf, aumentou os valores para a variável histológica área da

papila (mm²). O uso de MON promoveu maior AMP (cm²), peso vivo final (kg), peso vivo

vazio (kg), peso vivo final em jejum (kg),ganho médio diário (GMD), peso do trato

gastrointestinal vazio (kg), melhor conversão alimentar e eficiência alimentar e, quando

utilizada em associação com a inclusão de 6% de FDNf na dieta, expressou melhores valores

de pH mínimo, no entanto, causou um efeito anti-protozoário em relação a contagem ruminal .

O uso do OF aumentou o tempo gasto em alimentação (min.dia-1

), a eficiência da alimentação

da MS e a eficiência da alimentação do CFDN (kg.FDN.h-1

), além disso, não alterou o

rendimento de carcaça (%) dos animais. Deste modo, os baixos níveis de FDNf aqui

estudados e a inclusão do OF como aditivo alternativo na dieta de bovinos em terminação

podem ser utilizados sem prejudicar a saúde do epitélio ruminal e o desempenho produtivo

dos animais.

Palvras-chave: dieta alto grão, epitélio ruminal, monensina e óleo funcional.

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ADDITIVES AND FIBER ON RUMEN HEALTH OF BOVINES

FISHINED ON FEEDLOT SYSTEM

ABSTRACT: The present study’s goal was to evaluate the effect of diets containing low

levels of neutral detergent fiber from forage (NDFf) and the use of monensin or functional oil

as an alternative additive and rumen health of finishing Nelore bovines. Seventy uncastrated

males were distributed on a completely randomized 3x2+1 factorial arrangement, in which the

assessed factors were the utilization of functional oil (FO) (500mg.kg-1 DM of castor oil and

cashew nut liquid) or monensin (MON) (30mg.kg1 DM) as additives, 3 levels of NDFf (6; 9 e

15% DM) and a control treatment with no addition of additive (CTL) (15% NDFf). The

experiment lasted 105 days, where 14 days were used for adaptation. The variance analyzes

were performed through MIXED (SAS) procedure, divide into two models. In the model 1,

only the level of 15% of NDFf was taken into account due to the CTL be present only at this

level, and for the model 2, the CTL was disregarded, being studied only the levels of NDFf

and the additives. Analyzes were made for the variables of ingestive behavior (dry matter

intake (DMI) (kg.DM.day-1), NDFf intake NDFI (kg.NDFf.day-1), rumination time, chewing

time, feeding time, expressed into min.day-1, DM efficiency, DM rumination efficiency,

expressed in min.kgDM-1, NDFI feed efficiency, NDFI rumination efficiency, expressed in

min.kgNDF-1), dietary particles selectivity, rumen pH, counting and identification of

protozoa, hepatic abscesses index, morphometric measurements (papilla mean area, cm2

(PMA), papilla absorptive surface area, cm2 (ASA), representativeness of papillary

involvement on the absorptive surface, % (ASR) and rumitis score (SR)), histological papillae

measurements (papilla height, mm (HGT), papilla width, mm (WDT), papilla area, mm2,

keratin layer thickness μm (KT) and mitotic division cells index (MI)) and productive

performance characteristics. The animal fed with the treatment containing 15% of NDFf,

mostly, showed higher DMI (kg.day-1), NDFI (kg.day-1), time spent on chewing and

rumination (min.day-1), full gastrointestinal tract weight (kg) and gastrointestinal tract

content (kg). The animal that received 6% of NDFf were more efficient for rumination of

NDFI (kg.NDF.h-1) and selected against the dietary long particles. The treatment containing

9% of NDFf increased the values for papilla area histological variables (mm2). The MON use

promoted higher PMA (cm2), final live weight (kg), empty live weight (kg), final live weight

on fast (kg), daily mean gain (DMG), empty gastrointestinal tract weight (kg), better feed

conversion and feed efficiency, and when used in association with the 6% of NDFf inclusion

on diet, it expressed higher values of minimum pH, however, it caused an anti-protozoa effect

related to the rumen counting. The FO use increased the feeding time (min.day-1), the DM

feed efficiency and the NDFI feed efficiency (kg.NDF.h-1), in addition, the oil did not alter

the animals carcass yield. Thus, the NDFf low levels studied and the inclusion of FO as an

alternative additive on diet of finishing bovines can be utilized causing no damages to the

rumen epithelium health and the animals productive performance.

Keywords: High grain diet, functional oil, monensin, rumen epithelium.

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 - ADITIVOS E FIBRA NA SAÚDE RUMINAL DE BOVINOS

TERMINADOS EM CONFINAMENTO ......................................................................... 19

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 19

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 23

2.1 Baixos teores de fibra em detergente neutro oriundo da forragem em dietas de

terminação de bovinos ...................................................................................................... 23

2.2 Comportamento ingestivo ..................................................................................... 25

2.3 Morfologia e Saúde Ruminal ................................................................................. 27

2.4 pH ruminal ............................................................................................................. 29

2.5 Modo de ação e restrições ao uso de ionóforos ....................................................... 30

2.6 Uso de óleo funcional na alimentação de ruminantes .............................................. 33

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 35

CAPÍTULO 2 – ADITIVOS E FIBRA NA SAÚDE RUMINAL DE BOVINOS

TERMINADOS EM CONFINAMENTO ......................................................................... 45

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 49

2 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................ 51

2.1 Local, animais e dietas experimentais .................................................................... 51

2.2 Período experimental e coleta de dados ................................................................. 54

2.3 Comportamento ingestivo ..................................................................................... 55

2.4 Seleção de partículas .............................................................................................. 56

2.5 Monitoramento ruminal ......................................................................................... 57

2.6 Saúde Ruminal ....................................................................................................... 57

2.6.1 Protozoários .................................................................................................... 57

2.6.2 Abcessos hepáticos ......................................................................................... 58

2.6.3 Incidência de rumenite e morfologia ruminal .................................................. 58

2.6.4 Histologia das papilas ruminais ....................................................................... 59

2.7 Análise estatística .................................................................................................. 60

3 RESULTADOS ........................................................................................................... 63

3.1 Comportamento ingestivo ...................................................................................... 63

3.2 Seletividade de partículas ....................................................................................... 66

3.3 pH ruminal ............................................................................................................. 69

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3.4 Protozoários ........................................................................................................... 71

3.5 Abcessos hepáticos ................................................................................................ 73

3.6 Índice de rumenite e morfometria do epitélio ruminal ............................................ 74

3.7 Histologia das papilas ruminais .............................................................................. 76

3.8 Desempenho animal ............................................................................................... 78

4 DISCUSSÃO ............................................................................................................... 81

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 89

RFERÊNCIAS ................................................................................................................... 91

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CAPÍTULO 1 - ADITIVOS E FIBRA NA SAÚDE RUMINAL DE

BOVINOS TERMINADOS EM CONFINAMENTO

1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, a terminação de bovinos de corte em confinamentos no Brasil

obteve crescimento no cenário da pecuária, segundo a Associação Brasileira das Indústrias

Exportadoras de Carne (2016), 11% dos bovinos abatidos em 2014 foram terminados em

confinamento. Esse sistema tornou-se uma ferramenta indispensável para alguns produtores

que buscam produtividade, volume e padronização do produto, além de ser altamente

eficiente e sustentável, proporcionando maiores taxas de ganho de peso, diminuindo, portanto,

a idade de abate dos animais, ocupa menor área, permitindo o cultivo de outras fontes de

alimento. Entretanto, para a obtenção de desempenho satisfatório, a condição ruminal dos

animais confinados é fator de extrema importância, afinal, para que o animal expresse seu

potencial produtivo, é necessário que sua microbiota esteja equilibrada para máximo

aproveitamento dos nutrientes da dieta.

Os sistemas intensivos de produção têm sido uma forma eficiente de maximizar os

lucros, porém, para o abate de um número maior de animais mais jovens, com elevados

ganhos de peso e carcaças padronizadas, além disso, rações contendo altas inclusões de grãos

favorecem maiores deposições de gordura de forma mais rápida em carcaças mais leves o que

é bastante desejável na indústria da carne (Owens, 2008a). Diante do exposto, torna-se

necessário a utilização de dietas com elevados teores de energia, resultando em aumento da

fermentação ruminal. A consequência, por sua vez, é a produção de maiores quantidades de

ácidos, cujo acúmulo pode provocar distúrbios metabólicos, como a acidose, que prejudicam

o desempenho do animal (Owens et al., 1998).

O fornecimento de rações com teores insuficientes de fibra pode resultar acúmulo de

ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) no rúmen e desencadear um quadro de acidose (Barker

et al., 1995), gerando efeitos negativos sobre o desempenho e a saúde dos animais, com

efeitos deletérios sobre a ingestão voluntária de ingredientes (Grant; Mertens, 1992), a

motilidade ruminal (Crichlow; Chaplin, 1985) e a morfologia da parede ruminal (Gabel et alt.,

1989; Jensen et al., 1958). Outros problemas também têm sido associados à acidose ruminal,

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dentre eles, timpanismos (Crichlow; Chaplin, 1985), rumenites (Jensen et al., 1954) e

abcessos hepáticos (Smith, 1944).

Como alternativa, o uso conceitual da efetividade física da fibra como parâmetro de

inclusão mínima de fibra nas dietas, sendo que este componente promove atividades de

mastigação e secreção de saliva, resultando em valores de pH adequados (Beauchemin, 1991;

Swain e Armentano, 1994), poderia auxiliar nutricionistas a minimizarem perdas no

desempenho animal e problemas metabólicos (Owens, 2008b). Acrescido a aspectos de saúde

ruminal, é sabido que a presença de fibras afeta a ingestão de matéria seca, a digestibilidade, a

quantidade e composição do leite e que essas respostas animais podem ser alteradas em

função da quantidade de FDN e também do seu processamento (Allen, 1997; Mertens, 1997).

Uma opção alternativa para os nutricionistas é o uso de aditivos, que são classificados

como ingredientes com ou sem valor nutricional, que potencializam a resposta do animal aos

ingredientes ingeridos melhorando o desempenho animal. De acordo com Millen et al.,

(2009), os antibióticos ionóforos são os principais aditivos alimentares utilizados em cerca de

90% dos confinamentos brasileiros.

Os aditivos diminuem o aparecimento de acidose, abcessos hepáticos e incidência de

rumenites, consequentemente melhorando o desempenho animal.

No entanto, a aversão quanto ao uso de antibióticos como a monensina sódica na

produção de carnes se tornou relevante nos últimos anos, pois pode representar uma

significativa via de resistência bacteriana nos humanos que consomem tais produtos

(McCartney, 2002).

A segurança quanto ao uso dos antibióticos, como os ionóforos atualmente está sendo

questionada devido à possível relação destes com a resistência de bactérias em humanos, além

da possibilidade de deposição de resíduos na carne. Esses fatores levaram a proibições ou

restrições ao uso desses aditivos na alimentação animal em alguns países, principalmente na

União Europeia.

Assim, novas alternativas aos aditivos antimicrobianos que apresentam resultados

satisfatórios no desempenho animal e que vinculam a imagem de produto saudável e natural

estão sendo alvos de vários pesquisadores, (Newbold et al., 2004; Sacchetti et al., 2007;

Fadiño et al., 2007). Os extratos vegetais estão entre os principais produtos destinados a

substituição aos antibióticos tradicionalmente utilizados, devido à presença de alguns

componentes químicos, como os óleos funcionais, saponinas, sustâncias picantes e amargas,

mucilagens, flavonoides, entre outros (Burt, 2004; Sacchetti et al., 2005).

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Dentre os possíveis mecanismos de ação dos extratos vegetais no organismo animal,

estão a estimulação da digestão, alterações na microbiota ruminal, aumento da digestibilidade

e absorção de nutrientes (Molero et al., 2004; Newbold et al., 2004). Porém, existem poucas

informações sobre o uso desses extratos no desempenho produtivo de bovinos de corte. Óleos

funcionais, especificamente os derivados do óleo de mamona e de caju, tem ação

antimicrobiana, funcionando como um ionóforo monovalente (Nagabhushana et al., 1995) e

estes têm sido estudados recentemente como potenciais aditivos fitoterápicos a serem

utilizados em substituição aos aditivos ionóforos banidos em 2006 da União Europeia.

Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito de dietas com baixos

níveis de fibra insolúvel em detergente neutro oriundo da forragem (FDNf), uso de monensina

e óleo funcional como aditivo alternativo no comportamento ingestivo e saúde ruminal de

bovinos Nelore em terminação.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Baixos teores de fibra em detergente neutro oriundo da forragem em dietas de

terminação de bovinos

A produção de ruminantes no Brasil caracteriza-se pela utilização de gramíneas

tropicais como principal fonte de nutrientes. Este alimento é disponibilizado geralmente na

forma de pastagem, em sistemas predominantemente extensivos, sujeitando os animais à

escassez periódica de forragem (Alencar e Pott, 2008). No entanto, as dietas convencionais de

terminação normalmente utilizam em grande parte grãos cereais processados (moagem,

floculação) e uma pequena quantidade de alimento volumoso, necessário para a manutenção

da saúde ruminal e redução da incidência de desordens metabólicas como acidose e laminite,

que possam prejudicar o desempenho animal (Nagaraja e Lechtenberg, 2007).

Segundo Mertens (1987), o consumo de matéria seca (CMS) é a variável mais

importante que influencia o desempenho animal, sendo inversamente relacionada ao conteúdo

de fibra da dieta. Dietas com elevados teores de fibra limitam a capacidade ingestiva do

animal, em virtude da repleção do retículo-rúmen. Por outro lado, concentrações reduzidas de

fibra na dieta também resultam em menor consumo total de matéria seca, uma vez que as

exigências energéticas do animal podem ser atingidas em níveis mais baixos de consumo,

podendo, ainda, ocasionar distúrbios digestivos que comprometem a saúde animal, levando à

redução do desempenho produtivo.

O nível de FDN da forragem (FDNf) não só representa a particular funcionalidade em

promover processos digestivos, mas também limita o consumo quando fornecido em altas

concentrações, podendo apresentar uma influência negativa no desempenho dos animais (Zinn

et al., 2004 ; Zinn e Ware, 2007). Deve- se considerar que dietas ricas em fibras ou

concentrados, podem induzir alterações na fisiologia ruminal, uma vez que, dependendo do

alimento, altera-se a população e proporção de microrganismos, taxa de passagem do

alimento, motilidade e velocidade de absorção dos nutrientes (Van Cleef et al., 2009). Estes

fatores podem resultam em perda de eficiência e produção dos animais, sendo a adaptação dos

animais à maior fermentação das dietas e do metabolismo como um todo, sendo estes fatores

importantes para estabelecer a população microbiana no rúmen, evitando tais perdas no início

do confinamento.

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Em pesquisa, Ware e Zinn (2004) avaliando diferentes forragens e mesmo nível de

inclusão de FDNf, não detectaram efeito para tratamento quanto ao ganho de peso diário,

consumo de matéria seca, eficiência do ganho e valor de energia líquida da dieta. Quando

dietas contendo baixas inclusões de forragens são formuladas com base no FDNf, não ocorre

limitação da função ruminal e o desempenho não é afetado pela fonte de forragem (Ware e

Zinn, 2004 ; Benton et al., 2007).

Kreikemeier et al., (1990), ao trabalhar com dietas contendo 0, 5, 10 e 15% de

volumoso com base na matéria seca (MS) da dieta e trigo laminado a vapor, observaram que

novilhos alimentados com 5 ou 10% de volumoso foram mais eficientes e apresentaram maior

ganho de peso em relação aqueles novilhos alimentados com 0 ou 15% de volumoso. Não

houve efeito da inclusão de volumoso para incidência de abscesso hepático, entretanto a

porcentagem de fígados condenados foi superior a 54% para todos os tratamentos. O ganho de

peso e a eficiência do ganho são melhores quando pequenas quantidades de forragem são

incluídas na dieta (Stock et al., 1990).

Em estudo realizado por Oliveira e Millen (2011), 82% dos nutricionistas brasileiros

formulam dietas de confinamento com 71 a 90% de concentrado, indicando claramente a

tendência de redução na inclusão de volumosos nas dietas ao longo dos últimos anos. Galyean

M. L. e Abney C.S., (2006), em extensa revisão para avaliar a relação entre FDN total da

dieta, CMS e a relação entre FDN total da dieta e FDN de forragem com consumo de energia

líquida de ganho (ELg), concluíram que parece mais razoável considerar que o consumo de

energia responda de maneira curvilínea à medida que a concentração energética da dieta

aumenta (FDN diminui) ao invés da resposta linear tradicionalmente prevista. Finalmente, os

autores afirmam que a adição de pequenas quantidades de volumosos às dietas com alta

energia, de bovinos confinados, deve aumentar a consumo de ELg e o GMD, sem alteração

significativa na eficiência alimentar.

De acordo com Nagaraja (2007b), a forragem, em uma dieta rica em grãos, tem duas

funções: estimular mastigação e possivelmente a ruminação, promovendo um aumento na

produção de saliva, o que ajuda a aumentar a capacidade do rúmen e estimular

mecanicamente as papilas do rúmen. Ao aumentar o nível de forragem de 15 para 20%,

reduziria a incidência de acidose e também reduziria o crescimento e conversão alimentar

(Zinn et al. ,1994).

Segundo (Zinn; Corona; Ware, (2004), deve-se adotar níveis de inclusão de FDNf

entre 6 a 11% em dietas de terminação para que não ocorra limitação do consumo da energia

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ingerida, maximizando o ganho. Contudo, Goulart e Nussio (2011) recomendam inclusões de

FDNf variando entre 10 e 18% para animais zebuínos, de forma a garantir as exigências

mínimas de saúde ruminal e maximizar a eficiência alimentar do animal.

2.2 Comportamento ingestivo

O estabelecimento da relação consumo voluntario e o potencial para melhorar o

desempenho animal são os objetivos que mais destacam-se para o estudo do comportamento

ingestivo em ruminantes (Albright, 1993).

O consumo alimentar é uma função dos requerimentos energéticos, determinada pelo

potencial genético ou condição fisiológica do animal (Mertens, 1994). O comportamento

alimentar em ruminantes pode ser caracterizado por uma sucessão de ações ou períodos

definidos de atividades como a consumo, a ruminação e o ócio (Penning et al., 1991) e podem

influenciar grande parte das respostas produtivas e reprodutivas destes animais (Pires et al.,

2001). A análise do comportamento alimentar pode resultar em novas orientações referentes

ao manejo geral dos animais e sua relação com o consumo e produção (Albright, 1993).

Ao estudarem a frequência alimentar com ingredientes concentrados em experimento

com vacas não lactante, Resende Junior et al., (2006), encontraram que a menor frequência de

alimentação resultou em maior índice mitótico da camada basal do epitélio ruminal como

resposta ao aumento da produção de AGV e da fermentação ruminal, deste modo o aumento

do índice mitótico reflete em maior desenvolvimento das papilas e consequente maior área de

absorção para que ocorra a estabilização do rúmen.

A seleção de ingredientes da dieta pelo animal pode ser modificada se houver

mudança fisiológica no estado ruminal em uma magnitude suficiente para ser detectado pelo

ruminante. Deste modo, tal fato pode afetar todas as variáveis do comportamento ingestivo

(Kyriazakis et al., 1999).

Em ruminantes, fatores fisiológicos, físicos e psicogênicos parecem controlar o

consumo (Mertens, 1994). Seria um fator fisiológico limitante do consumo para dietas com

elevada densidade calórica; neste caso, as exigências do animal controlariam o consumo,

como em condições de confinamento. Os moduladores psicogênicos referem-se à resposta do

animal a fatores estimuladores ou inibidores do alimento ou do ambiente de alimentação, os

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quais não estão relacionados à concentração de energia do alimento ou à repleção ruminal

(Mertens, 1994).

A saciedade Atwood et al., (2001), relataram que os animais têm suas preferências

alimentares variadas, sendo que estas podem mudar com o decorrer do tempo. Desde modo,

animais denominados selecionadores podem aprender a diminuir o tamanho das refeições ou a

quantidade ingerida para evitar o desconforto da indigestão, por isso, a importância de se

estudar o comportamento ingestivo frente aos diversos cenários impostos pelo homem para

maximizar a produção animal.

Em bovinos adultos o tempo gasto com a ruminação é cerca de 8 horas por dia,

divididos entre 15 e 20 períodos (Fraser, 1980), influenciado pelas características físicas e

químicas da dieta, sendo proporcional ao teor de fibra digestível dos volumosos, que irá

determinar a qualidade da dieta. Para Mertens (1994) o valor nutritivo de um alimento esta

relacionado a sua digestibilidade, teores de proteína e de parede celular que estão ligados aos

teores de matéria seca. Verificou-se que durante as épocas de inverno, os animais aumentam o

tempo de ruminação se comparados a época de verão (Shultz, 1993).

Em estudo com novilhos confinados em dois locais diferentes, Johnson et al., (2011),

concluíram que, fornecidas condições iguais não ocorre efeito negativo no comportamento e

desempenho dos animais. Contudo, se os níveis de concentrado mudar, o comportamento

ingestivo pode ser alterado. Diante disso, rações contendo alto teor de fibra em detergente

neutro (FDN) promovem redução do consumo de matéria seca total, devido à limitação

provocada pela distensão do rúmen, devido ao enchimento físico (Allen 2000). Dessa

maneira, ocorre aumento no tempo gasto para consumo, de modo que o animal possa suprir

suas exigências energéticas (Mertens, 1997).

Carvalho et al., (2006) notaram que animais em baia gastam em torno de duas horas

consumindo alimentos mais energéticos, ou até mais de seis horas, para fontes com baixo teor

de energia. A natureza da dieta e, provavelmente, o teor de parede celular dos volumosos

influencia o tempo gasto em ruminação e a consumo de matéria seca. Assim, quanto maior a

participação de alimentos volumosos na dieta, maior será o tempo despendido com ruminação

(Van Soest, 1994). Bürger et al., (2000) verificaram que o tempo despendido em alimentação

e ruminação diminuiu, e o tempo de ócio aumentou linearmente, com o aumento do nível de

concentrado nas dietas. O aumento do nível de concentrado nas dietas não influenciou o

número de refeições diárias, mas diminuiu linearmente o tempo despendido por refeição.

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Para um melhor aproveitamento da dieta torna-se necessário avaliar o comportamento

ingestivo dos animais confinados para que se possa explorar o potencial produtivo e

minimizar problemas ligados à saúde ruminal.

2.3 Morfologia e Saúde Ruminal

O estômago dos ruminantes é constituído por quatro compartimentos

morfologicamente distintos: rúmen, retículo, omaso e abomaso. Os três primeiros

compartimentos correspondem à porção aglandular e o último a porção glandular, onde é

produzida a secreção gástrica. O rúmen é o maior dos compartimentos do estômago dos

ruminantes e ocupa a maior parte da cavidade abdominal, sua função fisiológica está

relacionada à motilidade e absorção dos produtos gerados pela fermentação ruminal (Nickel et

al., 1981).

A superfície interna ruminal de um animal adulto é caracterizada macroscopicamente

pela presença de inúmeras projeções da mucosa, as papilas ruminais, as quais aumentam a

superfície interna do órgão sendo essas responsáveis pela absorção dos AGV, são

responsáveis por aumentar a área de superfície de contato, ou seja, a área de troca entre o

conteúdo ruminal e a corrente sanguínea. Nas papilas, ocorre a proliferação celular para

crescimento e renovação epitelial, expressa por alta atividade mitótica (Pereira, 1997). Elas

são maiores e mais densas nas regiões ventrais dos sacos ruminais. O rúmen tem capacidade

de se adaptar ao aumento na consumo de dietas com alta energia por meio da hiperplasia das

células epiteliais, sendo que o estímulo primário para o desenvolvimento do epitélio ruminal é

químico, incitado pelos ácidos graxos voláteis (AGV’s) (Sakata et al., 1980). Resultados de

trabalhos reportados nas décadas de 50 e 60 identificaram a presença dos AGV’s,

particularmente o ácido butírico e o propiônico, como sendo os principais ácidos envolvidos

no desenvolvimento do epitélio ruminal (Sander et al., 1959; Tamate et al., 1962).

O epitélio do rúmen é naturalmente paraqueratótico (Lavker et al., 1969). No entanto,

maior predomínio de paraqueratose ruminal está associado a dietas com altos teores de

alimentos concentrados (Tamate; Kikuchi, 1978), provavelmente, resultado da migração

celular sem tempo suficiente para completa diferenciação e indução de alta taxa de

proliferação (Goodlad, 1981).

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Em animais considerados saudáveis, que não possuem nenhum tipo de distúrbio

metabólico, o meio ruminal é caracterizado por ser um ambiente anaeróbio, possuir

temperatura entre 38 a 41 °C, pH entre 5,5 a 7,2, umidade entre 85 a 90% e osmolaridade

entre 260 a 340 mOsm. Além destas características, o rúmen deve apresentar entrada

frequente de substratos fermentescíveis e fibras fisicamente efetivas, provindos da

alimentação, aumentando a motilidade ruminal, misturando o conteúdo e removendo os

subprodutos gerados da fermentação (Valadares Filho; Pina, 2011).

A rápida fermentação dos carboidratos solúveis pela microbiota ruminal forma

inicialmente uma grande quantidade de ácidos graxos voláteis. Normalmente, os AGV’s são

produzidos em pequenas quantidades, sendo que o ácido acético em maior quantidade (70%),

sobre os demais, ácido propiônico (ao redor de 20%) e butírico (próximo a 8%). No entanto,

devido à presença de alimentos apropriados nas primeiras horas de fermentação, a produção

de ácido propiônico é aumentada, podendo chegar a 40% dos AGV’s totais, promovendo uma

diminuição do percentual de ácido acético (Dunlop, 1972). Devido esse aumento na produção

de ácidos ocorre uma queda do pH ruminal podendo chegar a 5,4. Essa acidificação provoca

inicialmente a morte dos protozoários e parte das bactérias gram negativas encontradas no

rúmen. Também, ocorre à diminuição das atividades das bactérias lácticas, que transformam o

ácido láctico em ácido propiônico.

As principais causas da rumenite nos animais são originadas por processos

fermentativos inadequados no interior do rúmen que podem ser gerados tanto por quadros

graves de acidose láctica ruminal aguda, nos quais o baixo pH associado à alta osmolaridade

poderá provocar lesões na parede ruminal, em especial nas papilas, quanto por branda acidose

por ácidos graxos voláteis (AGV), no qual a produção excessiva desses ácidos no interior do

rúmen se acumulam principalmente nas regiões ventrais do órgão e gera uma lesão corrosiva

em sua parede (Nagaraja e Lechtenberg, 2007). Após se instalar um quadro de rumenite, as

barreiras físicas de defesa dos animais estão comprometidas devido à lesão originada, o que

facilita a entrada das bactérias ruminais, em especial as do gênero Fusobacterium

necrophorum, para dentro do órgão e corrente sanguínea. Essas bactérias, após atravessarem o

epitélio ruminal, atingem a circulação sanguínea e, através do sistema circulatório porta,

chegam ao fígado, ocasionando infecção e formação de abscessos hepáticos (Nagaraja e

Lechtenberg, 2007). Os abscessos são inflamações purulentas circunscritas, delimitadas, com

formação de cápsula de tecido conjuntivo fibroso, causado por bactérias (Coelho, 1997).

No Brasil, Vechiato et al., (2011), constatou um valor de 11,88% na frequência de

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lesões na parede ruminal em bovinos terminados em confinamento. Esse valor encontrado é

baixo em comparação aos encontrados nos EUA, que variam de 26% a 55% (Nagaraja;

Chengappa, 1997).

Abcessos hepáticos podem ocorrer independentes do sexo, raça ou faixa etária do

animal, mas a de maior importância econômica ocorre em bovinos confinados. Segundo

Smith, (1998), a incidência média de abcessos hepáticos em bovinos criados em

confinamentos americanos varia de 12% a 32%, enquanto que no Brasil a frequência de

abcessos hepáticos encontrado por Vechiato et al. (2011) foi de 2,54%.

Em estudos durante a inspeção de abate de 1535, Jensen et al. (1954), encontraram

incidência de 41% de abcessos hepáticos em 55% de rúmens lesionados em comparação aos

23% de abcessos em 45% de rumens sadios, concluindo que quadros de abcessos hepáticos

estão relacionados a incidência previa de rumenites.

Os animais acometidos por abcessos hepáticos apresentam taxa de crescimento

diminuída de 5,85% a 12,7%, causando grande perda produtiva e econômica (Brown et al.,

1975). Acredita-se que os abcessos ocorram nos 60 dias finais do confinamento, coincidindo

com a fase de maior fornecimento de concentrados energéticos, o regime de terminação

(Nagaraja e Lechtenberg, 2007).

2.4 pH ruminal

O ambiente ruminal caracteriza-se por ser um meio anaeróbico, com temperatura

variando de 38º a 40ºC, ideal para o desenvolvimento dos microrganismos possuindo um pH

que pode variar de acordo com a dieta fornecida. O pH do rúmen é influenciado pela dieta

fornecida ao animal, exerce grande influência sobre o ambiente ruminal, regulando ou não a

proliferação de determinadas espécies de microrganismos que se desenvolvem, de modo a

exercer grande impacto sobre o perfil de fermentação ruminal, além de outras influências,

como motilidade e absorção ruminal (Nagaraja e Titgemeyer, 2007).

Quando ocorre alteração no pH, a concentração de íons e a permeabilidade celular

desses microrganismos podem mudar, reduzindo o potencial de geração de adenosina

trifosfato (ATP). Assim, o crescimento microbiano por unidade de energia fermentada é

menor quando o pH é baixo, possivelmente em virtude da redução na geração de ATP por

meio da força próton-motriz. Dessa forma, o perfil de fermentação é alterado pelo menor

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crescimento microbiano e pela redução da digestão da celulose, uma vez que as bactérias

degradadoras de fibra (celulolíticas) são sensíveis a valores de pH baixo, afetando a relação

acetato: propionato.

Quando a dieta dos ruminantes é composta por forragem, o pH no rúmen permanece

próximo da neutralidade, isso ocorre devido ao estímulo que a fibra exerce sobre o processo

de ruminação, levando por consequência a produção de saliva, a qual age como uma

substância tamponante do fluído ruminal (Rangel et al., 2008).

Quando os ruminantes são alimentados com dietas ricas em fibra, o pH ruminal fica

próximo do neutro, mas as dietas para terminação são ricas em cereais e o pH ruminal pode

cair drasticamente causando acidose ruminal, devido ao aumento da produção de lactato, um

ácido muito mais forte do que os AGV , o qual pode causar rumenites. O líquido ruminal de

animais alimentados com dietas contendo 90 % de concentrado apresentam menores valores

de pH ruminal (5,22 vs 6,86), maiores concentrações de AGV total (85 vs 68 mM) e menor

relação acetato : propionato (2,24 vs 4,12) quando comparados a animais alimentados com

100 % de alimentos volumosos (Russell, 1998).

A monensina diminui a produção de ácido láctico impedindo a queda do pH

(Embrapa, 2006), evitando lesão do rumem e aumentando a produção de propionato. Os

benefícios decorrentes da manipulação da fermentação ruminal são diversos visando a

eficiência alimentar e a produtividade agropecuária. A percepção dos problemas associados

ao uso de antibióticos na produção animal e a procura cada vez maior por alimentos

microbiologicamente seguros, porém minimamente processados e livres de aditivos químicos

tem aumentado o interesse por estratégias alternativas que melhoraram a saúde animal,

aumentando a produtividade dos rebanhos e assegurando a qualidade microbiológica dos

alimentos.

2.5 Modo de ação e restrições ao uso de ionóforos

Aditivo alimentar é um termo genérico aplicado á compostos de várias origens

geralmente incluídos nas dietas em pequenas proporções e formulados para melhorar o

desempenho e a saúde em bovinos (DiCostanzo et al., 1996). Em alguns aditivos os efeitos

primários são para melhorar o ganho de peso diário e a conversão alimentar, enquanto que em

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outros são para induzir ciclicidade, reduzir abcessos hepáticos ou controlar problemas de

casco.

Existem aditivos alimentares que possuem efeitos benéficos secundários, os quais

incluem redução de acidose, cocciodioses e timpanismos. Dentre os aditivos mais utilizados

com finalidade de melhorar a saúde do rúmen e favorecer a fermentação ruminal encontram-

se os ionóforos, agentes químicos que aumentam a permeabilidade de membranas lipídicas

biológicas ou artificiais a íons específicos. Os ionóforos são moléculas orgânicas

relativamente pequenas que agem como carreadores móveis dentro das membranas ou

formam um canal íon permeável através das mesmas.

Os antibióticos ionóforos têm sido utilizados com sucesso na alimentação de bovinos a

mais de 50 anos. Os ionóforos reduzem as perdas metabólicas geradas pela ineficiência do

processo fermentativo dos microrganismos ruminais, diminuindo tanto a produção de metano

como as perdas de nitrogênio amoniacal, potencializando desta forma o desempenho dos

ruminantes.

Os ionóforos atuam no transporte de íons através da membrana celular, o que altera o

balanço químico entre o meio interno e externo da célula, forçando a constante perda de

energia e morte celular (Duffield et al., 2008) das bactérias gram positivas.

Produzidos por microrganismos como o Streptococcus cinnamonensis (Haney e

Hoehn, 1967), a monensina é uma substancia químicas que aumentam a permeabilidade das

membranas lipídicas biológicas ou artificiais a íons específicos. No Brasil, os ionóforos são

largamente utilizados em dietas de confinamento, com níveis médios de recomendação de

21,9 mg.kg-1

para animais em terminação (Millen et al., 2009).

Quando a monensina liga-se à membrana celular, a primeira reação que ocorre é a

rápida saída de K+ e uma entrada de H

+ na célula, provocada pela mudança do gradiente

iônico externo. O H+ acumulado no interior da célula ocasiona diminuição do pH. A célula

responde a esta queda no pH exportando H+ para fora e permitindo a entrada de Na

+ para o

interior da célula. A segunda reação se caracteriza pelo transporte de Na+ para dentro e de H

+

para fora da célula, embora esta seja menos eficiente que a primeira reação. Outra forma de

exportar o H+ é por meio da bomba de próton ATPase. Assim, grande parte da energia

produzida pela célula é utilizada pelas bombas de Na+/K

+ e de próton ATPase, na tentativa de

manter o pH e o balanço iônico celular. Com o passar do tempo, a célula se torna incapaz de

continuar metabolizando a glicose, diminuindo a capacidade de crescimento e de reprodução

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das bactérias, que acabam morrendo ou assumem um nicho microbiano sem expressão

ruminal (Russell e Strobel, 1989).

Desse modo, como a monensina sódica age selecionando as bactérias gram-negativas

(Russell & Wallace, 1997), age no padrão de fermentação ruminal pelo aumento da produção

de propionato (Perry et al., 1976), redução das perdas energéticas devido à produção de

metano (Russell e Strobel, 1989), prevenção de desordens fermentativas, como por exemplo,

a acidose (Owens et al., 1998), redução da proteólise ruminal (Bergen; Bates, 1984)

diminuição da desaminação no rúmen e aumento no fluxo de lipídeos para o intestino delgado

(Clary et al., 1993). Em dietas muito energéticas, o aumento da disponibilidade de energia

promovido pelo ionóforo faz com que um menor consumo forneça a mesma quantidade de

energia (Lanna e Medeiros, 2007).

De acordo com Nagaraja e Lechtenberg (2007) o mecanismo envolvido na regulação

do consumo pela monensina não está inteiramente esclarecido, os autores sugerem que esta

possa estar envolvida com a ocorrência de aversão ao sabor da monensina ou de efeitos

antimicrobianos sobre a fermentação ruminal.

A suplementação para novilhos cruzados durante adaptação às dietas de alto

concentrado com níveis crescentes de monensina (0, 11, 33mg/kg) reduziu a variação do

consumo, melhorando a eficiência de ganho. Entretanto, os benefícios da suplementação com

monensina não foram observados no desempenho dos animais ao final do período de

terminação (Burrin et al., 1988). Em revisão bibliográfica sobre os efeitos da utilização de

ionóforos na digestibilidade e absorção de nutrientes, Spears (1990) apontou que, em 17

experimentos houve um aumento de 2,0% na digestibilidade aparente de energia.

A questão da segurança e a saudabilidade dos alimentos sempre foi uma preocupação

constante entre os consumidores e, porém se intensificou com fatos recentes ocorridos, como

a encefalopatia espongiforme bovina, causada pelo consumo de produtos de origem animal

por bovinos, e a contaminação de frangos com dioxina, contaminante considerado

cancerígeno. Tal preocupação pode ser exemplificada pelo fato de a União Europeia em 2006

ter adotado o princípio da precaução, proibindo a utilização de antibióticos como promotores

de crescimento para bovinos.

Em decorrência dos fatos, tem-se estimulado a pesquisa em busca de novas

tecnologias de produtos alternativos à monensina para controle específico de populações

microbianas a fim de modular a fermentação ruminal.

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2.6 Uso de óleo funcional na alimentação de ruminantes

Produzidos a partir do metabolismo secundário das plantas, os óleos e extratos destas

plantas tem sido classificados como óleos essenciais (Calsamiglia et al., 2007). No entanto,

outros óleos não podem ser classificados como óleos essenciais, pois não são originados de

essenciais de plantas, como é o caso dos óleos funcionais.

Os óleos derivados da mamona e líquido da casca de caju têm sido descritos como

óleos funcionais principalmente por sua ação antimicrobiana (Bess et al., 2012), sendo uma

alternativa para os antibióticos comumente utilizados na nutrição animal nas últimas décadas.

Bactérias gram-positivas são mais vulneráveis às propriedades antibacterianas dos

óleos essências do que as gram-negativas. As bactérias gram-positivas são formadas por uma

membrana externa de lipossacarídeos, formando uma superfície hidrofílica. O caráter

hidrofílico forma uma barreira à permeabilidade das substancias hidrofóbicas, como os óleos

essenciais (Burt, 2004). Mais especificamente, atuam alterando a permeabilidade da

citoplasmática por íons de hidrogênio e potássio. A alteração de gradiente de íons conduz à

deterioração dos processos essências da célula da bactéria como transporte de elétrons,

translocação de proteínas, etapas de fosforilação e outras reações dependentes de enzimas,

resultando perda do controle quimiotático e consequentemente, a morte bacteriana (Dorman e

Deans, 2000).

Muitos foram os extratos de plantas que foram estudados que apresentaram ação

comprovada sobre o desenvolvimento microbiano. Estudos com óleo de anis, de pimenta e a

associação do óleo de cravo e canela comprovaram melhora no perfil de fermentação,

reduzindo acetato e amônia, bem como aumentando a concentração de propionato no rúmen,

em bovinos de corte que receberam dieta com alto teor de concentrado (Cardozo et al., 2006).

Dentre a ampla variedade de óleos funcionais existentes, o óleo de mamona,

internacionalmente conhecido como Castor oil, e extraído das sementes de (Ricinus

communis L.), pertencente à família de plantas Euphorbiaceae e óleo da casca de caju, ou

líquido da casca de caju (Anacardium occidentale) têm sido utilizado de forma conjugada

(Essential – Oligobasic®) na alimentação de ruminantes (Coneglian, 2009) e não ruminantes

(Bess et al., 2012).

O óleo da mamona é denominado como óleo de rícino, diferenciando-se dos demais

vegetais pela maior quantidade de hidróxidos. Savy Filho et al., (1999), expuseram que esse

triglicerídeo apresenta cerca de 90% das suas cadeias de ácidos graxos composta por ácido

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ricinoléico. Apresenta um grupo carboxila no carbono 1, uma dupla ligação no carbono 9 e

outra hidroxila no carbono 12 conferindo a esse composto alta viscosidade e estabilidade.

O liquido da castanha de caju (LCC) é composto por ácido anacárdio (2 a 3%), cardol

(15 a 18%) e cardanol (75 a 80%). Todos os componentes são caracterizados pela presença de

cadeia linear de 15 carbonos, com modificações quanto ao grau de instauração (Shoba et al.,

1994).

Isolando 16 compostos fenólicos a partir do óleo de caju, Himejima e Kubo (1991),

notaram profunda atividade antimicrobiana. Diante dos compostos fenólicos, o ácido

anacárdio mostrou maior atividade inibitória contra as bactérias gram-negativas avaliadas. Por

outro lado, o cardanol apresentou atividade múltipla, tanto anti-inflamatória como

antioxidante.

As características encontradas nos óleos funcionais, como o óleo de rícino e o LCC,

podem tornar possível sua utilização para manipular a fermentação ruminal através da

modulação seletiva das espécies microbianas no rúmen, sendo uma alternativa para

substituição dos ionóforos. Alguns pesquisadores acreditam que devem ser administradas

combinações de óleos funcionais de diferentes plantas, devido aos diferentes princípios ativos,

para obtenção de melhores resultados visando à melhoria e eficiência na utilização de

nutrientes pelos ruminantes.

Em pesquisa, Coneglian (2009) testou o uso de óleos funcionais de mamona e da casca

de caju ou monensina para bovinos alimentados com dieta de elevado teor de concentrado,

80%. Foi fornecido monensina na dosagem de 200mg/dia e os óleos funcionais adicionados

nos níveis de 1, 2, 4 e 8 g/dia. Segundo o autor, os tratamentos não interferiram na CMS,

produção de N-amoniacal ruminal, concentração de propionato, butirato ou de AGCC totais.

Dessa forma, foi recomendado o nível de 4g/dia de óleos funcionais para animais mantidos

em confinamento na fase de crescimento.

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REFERÊNCIAS

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CAPÍTULO 2 – ADITIVOS E FIBRA NA SAÚDE RUMINAL DE

BOVINOS TERMINADOS EM CONFINAMENTO

RESUMO: O objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito de dietas com baixos níveis de

fibra oriundos da forragem (FDNf), o uso de monensina e de óleo funcional como aditivo

alternativo no comportamento ingestivo e saúde ruminal de bovinos Nelore em terminação.

Setenta machos não castrados, distribuídos em arranjo fatorial 3x 2+1, inteiramente ao acaso,

onde os fatores avaliados foram a utilização de óleo funcional (OF) (500mg/kg MS, de óleo

de mamona e líquido da casca da castanha de caju) ou monensina (MON) (30mg.kg-1MS)

como aditivos, 3 teores de FDNf (6; 9 e 15% na MS) e um tratamento controle sem a adição

de aditivo (CTL) (15% FDNf). O experimento teve duração de 105 dias. As análises de

variância foram realizadas pelo procedimento MIXED (SAS). Foram analisadas as variáveis

de comportamento ingestivo, seletividade das partículas da dieta, pH ruminal, contagem e

identificação dos protozoários ciliados, incidência de abcessos hepáticos, medidas

morfométricas e histológicas das papilas ruminais e características de desempenho dos

animais. O tempo de alimentação (min.dia-1

) foi menor para o tratamento controle. O consumo

de MS (CMS) (kg.dia-1

) aumentou com o uso de monensina e com o nível de 15% de FDNf.

Da mesma forma, o consumo de FDN (CFDNF) (kg.dia-1

), o tempo gasto em ruminação e em

mastigação (min.dia-1

) também apresentaram maiores valores para o nível de 15% de FDNf.

O óleo funcional mostrou-se superior para as variáveis de tempo de alimentação (min.dia-1

),

eficiência da alimentação da MS (kgMS.h-1

) e eficiência da alimentação do CFDN (kg.FDN.h-

1). Em relação à eficiência de ruminação do CFDN (kg.FDN.h

-1), houve divergência entre os

níveis de fibra, sendo a dieta de 6%FDNf mais eficiente. Para a seletividade das partículas

alimentares, o tratamento controle e o nível de 6%FDNf apresentaram seleção contra as

partículas maiores retidas na peneira 1 (19mm). Para os valores de pH médio não foram

observadas diferenças, houve efeito de interação entre os níveis de fibra e os aditivos para os

valores mínimos de pH, sendo que, o nível de 6% de FDNf, com monensina tiveram valores

superiores. Houve predominância do gênero Entodinium para os todos os tratamentos

estudados e a monensina promoveu um efeito anti-protozoário em relação à população total

de ciliados. Os níveis de FDNf e os aditivos não influenciaram a incidência de lesões

hepáticas. Para as variáveis morfométricas, não foram observadas diferenças entre os

tratamentos para os escores de rumenites, a monensina promoveu maior valor de área média

da papila AMP (cm²), houve interação entre os níveis de FDNf e aditivos para área de

superfícia absortiva ASA (cm²). Para as medidas histológicas, o tratamento controle

promoveu menor largura de papila (mm) e a espessura de queratina foi maior para os aditivos,

além disso o nível de 9% de FDNf obteve melhores resultados para a área de papila (mm²).

Com relação as características de desempenho animal, foram observados maiores valores de

peso vivo final (kg), peso vivo vazio (kg), peso vivo final em jejum (kg), ganho médio diário,

peso do trato gastrointestinal vazio (kg), melhor conversão alimentar e eficiência alimentar

para a monensina, no entanto, o rendimento de carcaça (%) não foi afetado pelo uso do OF.

Diante do exposto, os baixos níveis de FDNf utilizados neste estudo e o uso de óleo funcional

como um aditivo alternativo à monensina, podem ser utilizados em dietas de terminação para

bovinos, sem comprometer a saúde do epitélio ruminal e o desempenho produtivo.

Palavras-chave: dieta alto grão, óleo funcional, terminação, papilas.

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CHAPTER 2 - ADDITIVES AND FIBER ON RUMEN HEALTH OF

BOVINES FISHINED ON FEEDLOT SYSTEM

RESUMO: The present study’s goal was to evaluate the effect of diets containing low levels

of neutral detergent fiber from forage (NDFf) and the use of monensin or functional oil as an

alternative additive and rumen health of finishing Nelore bovines. Seventy uncastrated males

were distributed on a completely randomized 3x2+1 factorial arrangement, in which the

assessed factors were the utilization of functional oil (FO) (500mg.kg-1 DM of castor oil and

cashew nut liquid) or monensin (MON) (30mg.kg1 DM) as additives, 3 levels of NDFf (6; 9 e

15% DM) and a control treatment with no addition of additive (CTL) (15% NDFf). The

experiment lasted 105 days. The variance analyzes were performed through MIXED (SAS)

procedure. Analyzes were made for the variables of ingestive behavior, dietary particles

selectivity, rumen pH, counting and identification of ciliate protozoa, hepatic abscesses index,

papillae histological and morphometric measurement and animals performance

characteristics. The feeding time (min.day-1) was lower for the CTL. The dry matter intake

(DMI) increased with the monensin use and with the 15% NDFf level. Similarly the NDF

intake (kg.day-1), the rumination and chewing times (min.day-1) also presented higher values

for the 15% NDFf level. The functional oil showed be superior for variables of feeding time

(min.day-1), DM feed efficiency (kg.DMI.h-1) and DMI feed efficiency (kg.NDF.h-1).

Regarding the NDFI rumination efficiency (kg.NDF.h-1), there was significant difference

between the fiber levels, therefore, the diet with 6% of NDF was more efficient. For food

particles selectivity, the CTL and the level of 6% of NDFf showed selection against the longer

particles retained on the sieve 1. For pH mean values, there were no differences, there was an

interaction effect between the fiber levels and additives for minimum values of pH, being the

level of 6% of NDFf with MON had higher values. There was an Entodinium genus

predominance for all the studied treatments, the MON promoted an anti-protozoa effect

related to the total ciliate protozoa. The NDFf levels and additives did not influence the

hepatic injuries occurrence. For morphometric variables, there were no differences between

the treatments for ruminitis scores, the MON promoted higher value of papilla mean area

(cm2), there was interaction between the levels of NDFf and additives for absorptive surface

area. For histological measurements, the CTL promoted lower papilla width and the kerat in

thickness was higher for additives, In addition, the 9% NDFf level got better outcomes for

papillae area (mm2). Regarding the animal performance characteristics, higher values of final

live weight (kg), empty live weight (kg), final live weight on fast (kg), daily mean gain,

empty gastrointestinal tract weight (kg), better feed conversion and feed efficiency for MON

were observed, however, the carcass yield (%) was not affect by FO use. Based on the results,

the low levels of NDFf used in the study and the FO use as an alternative additive to the

MON, can be used in diets for finishing bovines, do not compromising the rumen epithelium

health and the productive performance.

Keywords: High grain diet, functional oil, finishing, papillae.

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1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos o interesse e a viabilidade da inclusão de dietas com elevados teores

de concentrado tem se tornado uma prática comum na indústria de gado de corte no Brasil.

Essa prática permite rápido ganho de peso, alta eficiência de conversão alimentar e

consequente diminuição no tempo de terminação para abate, menor custo de mão-de-obra,

menor necessidade de armazenamento de alimentos e geralmente maior uniformidade no

desempenho.

Entretanto, esta prática pode ocasionar problemas de ordem digestiva acompanhados

da diminuição no consumo, baixo ganho de peso, prejuízo à parede do rúmen e aparecimento

de abscessos hepáticos (Preston,1998). Rações com teores insuficientes de fibra podem

resultar em acúmulo de ácidos graxos voláteis (AGV) e de lactato no rúmen-retículo,

desencadeando um quadro de acidose (Owens et al.,1998), além do desenvolvimento irregular

de papilas (Gaebel et al., 1987) e incidência de rumenites. Da mesma forma, alguns autores

trabalhando com dietas contendo 0, 5, 10 e 15% de volumoso com base na matéria seca (MS)

da dieta e trigo laminado a vapor, observaram melhora do desempenho dos animais

alimentados com 5 ou 10¢ de volumoso (Kreikemeier et al., 1990).

Como alternativa para amenizar riscos e proporcionar bons resultados, aditivos podem

ser adicionados às dietas de ruminantes, dentre os aditivos ionóforos adicionados na

alimentação dos ruminantes, a monensina sódica é a mais utilizada. A monensina é uma

substancia químicas que aumentam a permeabilidade das membranas lipídicas biológicas ou

artificiais a íons específicos, age selecionando as bactérias gram-negativas (Russell e Wallace,

1997), age no padrão de fermentação ruminal pelo aumento da produção de propionato (Perry

et al., 1976).

Embora a monensina apresente resultados consistentes na melhoria do desempenho

animal, atualmente a proibição da utilização de antibióticos na nutrição animal pela União

Europeia a partir de 2006 (Regulamentação 1831/2003/EC) devido aos riscos de deposição de

resíduos na carne e a possibilidade de seletividade de algumas bactérias em humanos,

intensificou a procura por substâncias naturais capazes de manipular a fermentação ruminal

gerando produtos com maior saudabilidade e isentos de resíduos, mediante restrições, torna-se

cada vez mais interessante à descoberta de aditivos alternativos aos ionóforos e dentre as

possibilidades de substituição, está o uso dos óleos funcionais.

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Os óleos funcionais (OF) têm capacidade de interferir nos processos bioquímicos,

alterando o perfil fermentativo referente aos produtos resultantes das etapas de degradação e

no balanço populacional de bactérias e protozoários no ambiente ruminal indicando ação

semelhante aos ionóforos (Coneglian, 2009). Mais especificamente, atuam alterando a

permeabilidade da citoplasmática por íons de hidrogênio e potássio. A alteração de gradiente

de íons conduz à deterioração dos processos essências da célula da bactéria como transporte

de elétrons, translocação de proteínas, etapas de fosforilação e outras reações dependentes de

enzimas, resultando perda do controle quimiotático e consequentemente, a morte bacteriana

(Dorman e Deans, 2000).

Diante do exposto, o objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito de dietas com

baixos níveis de FDN provindo da forragem, uso de monensina e óleo funcional como aditivo

alternativo no comportamento ingestivo e saúde ruminal de bovinos Nelore em terminação.

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2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Local, animais e dietas experimentais

O trabalho foi conduzido no Centro APTA Bovinos de Corte, unidade de pesquisa do

Instituto de Zootecnia, localizada em Sertãozinho, norte do Estado de São Paulo (21o10’

latitude norte e 48o5’ longitude oeste). A região é caracterizada pelo clima tropical úmido,

com temperaturas e precipitações médias anuais de 24oC e 1,312 mm, respectivamente. Foram

mantidos em confinamento de baias individuais semicobertas com bebedouros e cochos

cimentados. Setenta machos Nelore (Bos taurus indicus) não castrados, com peso inicial

médio de 408 ± 14,37kg e idade inicial de aproximadamente 18 meses.

O delineamento experimental foi inteiramente ao acaso, em arranjo fatorial 3x2+1,

cada tratamento foi composto por dez animais. Os tratamentos utilizados consistiram em uso

de óleo funcional (mistura de óleo de mamona e líquido da casca da castanha de caju),

monensina sódica e três teores de fibra em detergente neutro proveniente da forragem (FDNf),

além do tratamento controle sem adição de óleo funcional ou monensina sódica, contendo

15% de FDNf, a seguir os tratamentos:

- Óleo funcional contendo 6% de FDNf = Uso do óleo funcional Essential® como

aditivo e inclusão de 6% de FDN de feno de braquiária com base na matéria seca da ração

total.

- Óleo funcional contendo 9% de FDNf = Uso do óleo funcional Essential® como

aditivo e inclusão de 9% de FDN de feno de braquiária com base na matéria seca da ração

total.

- Óleo funcional contendo 15% de FDNf = Uso do óleo funcional Essential® como

aditivo e inclusão de 15% de FDN de feno de braquiária com base na matéria seca da ração

total.

- Monensina contendo 6% de FDNf = Uso da monensina como aditivo e inclusão de

6% de FDN de feno de braquiária com base na matéria seca da ração total.

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- Monensina contendo 9% de FDNf = Uso da monensina como aditivo e inclusão de

9% de FDN de feno de braquiária com base na matéria seca da ração total.

- Monensina contendo 15% de FDNf = Uso da monensina como aditivo e inclusão

de 15% de FDN de feno de braquiária com base na matéria seca da ração total.

- Controle com 15% de FDNf = inclusão de 15% de FDN de feno de braquiária com

base na matéria seca da ração total.

As dietas experimentais (Tabela 1) foram formuladas de acordo com as exigências

para as categorias animais em questão, com ganho de peso vivo esperado de 1,82kg/dia, de

acordo com NRC (2001). A base forrageira foi feno de Brachiaria brizantha cv Murandu

picado e o concentrado constituído por grão de milho moído, polpa cítrica, farelo soja, ureia,

cloreto de potássio, cloreto de sódio e núcleo confinamento (Tabela 2). O núcleo

confinamento apresentava a inclusão dos aditivos monensina sódica (30 mg.kg-1

de MS,

simulando as condições práticas adotadas em confinamento) e óleo funcional (500 mg.kg-1

de

MS, dose utilizada baseada nos resultados obtidos por Coneglian (2009).

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Tabela 1. Proporção dos ingredientes e composição química das dietas experimentais, expressa com base

na matéria seca (%).

%FDNf na MS

Ingredientes 6 9 15

Milho 63,21 61,93 52,37

Polpa Citrus 18 15,36 16,76

Farelo de Soja 8,77 8,84 9,48

Feno Brachiaria brizantha 7,6 11,4 19

Uréia 1,33 1,33 1,27

Núcleo confinamento1 0,6 0,6 0,6

Cloreto de Potássio 0,43 0,47 0,46

Cloreto de Sódio 0,06 0,06 0,06

Matéria seca 87,03 87,05 87,30

Cinzas, %MS 2,90 2,91 3,26

Proteína Bruta, %MS 15,86 15,82 15,48

Extrato etéreo, %MS 3,49 3,40 3,11

FDN, %MS 23,63 25,93 30,76

FDA, %MS 6,34 8,04 19,87

PIDIN2, %MS 2,09 2,08 1,86

FDNi, %MS 6,57 8,03 10,56

FDNcp, %MS 17,71 19,78 24,76

PIDA3, %MS 1,33 1,32 1,36

Lignina, %MS 1,77 1,99 2,47

NDT, % MS 77,92 77,09 74,21

EB, Mcal/kg da MS 3,18 3,29 3,23

ED, Mcal/kg da MS 3,44 3,40 3,27

Emet, Mcal/kg da MS 2,82 2,79 2,68

Amido, %MS 38,80 38,20 37,46

COH, %MS 77,75 77,87 78,14

CNF, %MS 61,21 59,54 54,70 1Núcleo confinamento, níveis de garantia: cálcio (10-20,g), fosforo (3000, mg), enxofre (2000, mg),

magnésio (1400, mg), sódio (3800, mg), manganês (37, mg), zinco (55, mg), cobre (38, mg), iodo (1,57,

mg), cobalto (0,49, mg), selênio (0,23, mg), ferro (62,5, mg), monensina sódica (30mg /kg de núcleo) ou

óleo funcional (500 mg.Kg-1 de núcleo) ou nenhum aditivo para o tratamento controle.2Proteína insolúvel

em detergente neutro.3Proteína insolúvel em detergente ácido.

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Tabela 2. Composição bromatológica do feno e milho grão seco moído fino, expressa com

base na matéria seca (%).

% MS FENO MILHO

Matéria seca 88,24 85,82

Cinzas, % MS 4,71 1,38

Proteína Bruta, % MS 4,54 9,18

Extrato etéreo, % MS 0,91 4,33

FDN, % MS 80,68 18,60

FDA, % MS 44,54 3,11

PIDIN, % MS 0,40 2,84

PIDA, % MS 1,30 1,11

Lignina, % MS 7,26 1,18

NDT, % MS 50,55 86,22

EB, Mcal/kg da MS 3,81 3,98

Amido, % MS 1,65 61,97

FDNcp, % MS 72,69 10,42

CNF % MS 17,15 74,69

FDNi, % MS 39,59 5,34

Amostras das dietas totais e das sobras foram colhidas semanalmente e compostas,

armazenadas a -20ºC, para posterior determinação do tamanho médio de partícula (Tabela 3)

segundo metodologia descrita por Yu et al. (1998).

Tabela 3. Distribuição do tamanho das partículas em porcentagem das dietas fornecidas aos

animais retidas em cada peneira.

FDN% MS

6 9 15

Peneiras1

% de partículas retidas

Peneira 1 ( 19 mm) 1 4 8

Peneira 2 (19 – 8 mm) 3 4 7

Peneira 3 (8 – 4 mm) 20 24 20

Fundo (< 4 mm) 76 69 65 1Determinação através da somatória dos produtos da multiplicação da porcentagem retida e do

tamanho médio das partículas de cada peneira, que era obtido através da média do diâmetro dos furos da peneira em questão e do diâmetro dos furos da peneira acima.

2.2 Período experimental e coleta de dados

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O experimento teve duração de 105 dias, sendo 14 dias para adaptação à dieta

seguindo o protocolo de restrição com incremento diário de 0,5% do PV (Parra, 2011) e o

restante dos dias a dieta foi fornecida ad libitum para os animais. Sendo o critério de abate

utilizado o peso vivo final de 500 kg. Os animais foram pesados a cada 14 dias para melhor

acurácia do ganho médio diário (GMD).

A alimentação foi fornecida uma vez ao dia (15h00min) e ajustada de forma a manter

as sobras em 5% do oferecido. Durante o experimento, a fim de controlar a consumo de

alimento, foi realizada pesagem diária do alimento oferecido e das sobras em dias alternados,

coletando amostras dos alimentos fornecidos e das respectivas sobras, as quais foram

identificadas e acondicionadas em freezer, para posteriores análises laboratoriais.

As amostras da dieta fornecida e das sobras foram secas em estufa de circulação

forçada a 65ºC por 48 horas, sendo posteriormente moídas em moinhos de facas tipo Willey e

armazenadas para determinações bromatológicas. As determinações de matéria seca (MS),

matéria original (MO), proteína bruta (PB) e extrato etéreo (EE), foram realizadas segundo

AOAC (1990). Os teores de FDN foram realizados segundo metodologia descrita por Mertens

(2002), com correções para teores de cinzas e proteína (FDNcp) segundo Mertens (1992) e

Licitra et al., (1996), respectivamente. Os carboidratos totais (CHT) dos alimentos fornecidos

e das sobras foram calculados segundo Sniffen et al., (1992), em que CHT (%) = 100 - (%PB

+ %EE + %CZ), e os carboidratos não fibrosos (CNF), pela diferença de CHT – FDNcp. O

consumo diário de nutrientes foi calculado através da diferença entre as quantidades ofertadas

e seus respectivos conteúdos nas sobras. O teor de amido das dietas foi estimado por

espectroscopia de refletância do infravermelho próximo NIRSsystem 500 (Foss NIRSystem

Inc., Silver Spring, MD, USA) utilizando a equação desenvolvida por Caetano (2008).

2.3 Comportamento ingestivo

Foram mensuradas as categorias comportamentais: comendo, ruminando, em ócio, em

pé e deitado por meio de observações diretas, usando rota de amostragem focal e intervalos de

registros instantâneos de dez minutos (24 horas consecutivas, no início, meio e final do teste).

Para quantificar a duração dos comportamentos (min/dia) foi calculado o tempo total

que o animal permaneceu nas atividades avaliadas e relacionadas com a duração total do dia

(1440 minutos). A duração total das atividades foi dividida pelo total de alimento consumido

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de cada animal para determinar o tempo de atividade despendido com a dieta (min/kg de MS)

com a relação inversa indicando a quantidade de alimento utilizado na atividade em um tempo

fixo (g de MS/h).

2.4 Seleção de partículas

As amostras da dieta total oferecida e das sobras das baias durantes os três períodos

experimentais, foram coletadas e acondicionas em freezer para posterior análise. No final do

experimento, as amostras foram descongeladas e uma amostra composta dos períodos foi

realizada para a avaliação da seleção dos ingredientes. Para a análise de distribuição do

tamanho das partículas foi utilizado o Penn State Particle Separator (PSPS, Nasco, Fort

Atkinson, WI, EUA), como descrito por Heinrichs, (1996) para então se determinar a

extensão da seleção, a qual foi expressa como um índice de seleção.

O PSPS é composto por três peneiras com diâmetros de 19, 8 e 4 mm,

respectivamente, sendo que o diâmetro da última representa o orifício retículo-omasal do

animal; seguido de uma caixa com fundo sólido. Utilizou-se 200g de amostra sobre a primeira

peneira (19 mm de diâmetro) e então o PSPS foi agitada conforme descrito por Heinrichs

(1996). As frações da matéria natural das amostras retidas em cada peneira e na caixa sólida

foram então pesadas para se determinar a distribuição do tamanho de partículas. O índice de

seleção foi calculado como a ingestão atual / ingestão esperada para cada porção retida nas

peneiras individuais. A ingestão esperada foi calculada como a distribuição do tamanho de

partícula da dieta total (base na matéria natural) × a ingestão atual de matéria natural. A

ingestão atual foi calculada como a quantidade de ração oferecida × a distribuição do tamanho

de partículas da dieta total − a quantidade de sobras × a distribuição do tamanho de partículas

das sobras (%). O índice de seleção de 1, menor que 1 e maior que 1, indicaram: ausência de

seleção para as partículas retidas na peneira, seleção contra e a favor daquelas partículas

presente em uma ou outra caixa, respectivamente (Leonardi e Armentano, 2003). Cada caixa

contará com um índice de seleção, sendo considerada uma variável dependente na análise

estatística.

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2.5 Monitoramento ruminal

O monitoramento diário ruminal do pH e temperatura foram mensurados por

intermédio de sensores ruminais, bollus smaXtec® wireless (smaXtec animal care sales

GMBH, Graz, Áustria), inseridos via oral em cinco animais de cada tratamento, seguindo as

instruções do fabricante, com o auxilio de uma arma balling oral. Após a administração, os

dados de medição foram coletados no bolus por um período de 105 dias. Os dados de pH e

temperatura do rúmen foram transmitidos a cada 10 minutos via wireless para estação base e

armazenados no software smaXtec © 2016 Messenger v3.0.16 possibilitando monitoramento

diário dos animais.

2.6 Saúde Ruminal

Para a contagem e identificação de protozoários ciliados, avaliação de abscessos

hepáticos, incidência de rumenites, morfologia e histologia do epitélio ruminal, no final do

experimento foi realizado abate dos animais em frigorífico comercial, sob procedimentos

normais de inspeção federal.

2.6.1 Protozoários

Para a contagem dos protozoários, no abate, os rumens foram identificados e abertos,

sendo coletado direto da cavidade cerca de 10 mL de conteúdo ruminal contendo parte sólidas

e líquidas , armazenados em frasco de 20 ml com formaldeído 50% (v/v).

A identificação e a quantificação dos gêneros de ciliados foram feita em câmara

Sedgewick-Rafter, segundo Dehority (1984), sendo que de cada amostra homogeneizada foi

pipetado 1 ml de conteúdo e transferido para tubos de ensaio, onde foram acrescentadas três

gotas de lugol, em substituição ao verde brilhante conforme com a modificação proposta por

D'Agosto e Carneiro (1999). Após 15 minutos o conteúdo recebia a adição de 9 ml de

glicerina a 30%. Para proceder à quantificação, de cada tubo de ensaio foi pipetado 1 ml do

conteúdo para preencher a câmara de Sedgewick-Rafter. Utilizando-se uma grade de

contagem em uma das oculares, foram quantificados os ciliados presentes em 50 campos e

posteriormente, após rotação da câmara em 1800, mais 50 campos. O cálculo do número total

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de ciliados por mililitro de conteúdo foi feito multiplicando-se os valores encontrados por 80

e por 20. Tais valores correspondem à superfície total da câmara de contagem e à diluição

(Dehority, 1984). A identificação dos ciliados foi realizada segundo Ogimoto e Imai (1981).

2.6.2 Abcessos hepáticos

Os abscessos hepáticos foram classificados da seguinte maneira: (0): fígados sem

abscessos; (A-): fígados com um ou dois pequenos abscessos menores que 2,5 cm de diâmetro

ou cicatrizes de abscessos; (A): fígados com dois a quatro abscessos ativos, pouco menores

que 2,5 cm de diâmetro; (A+): fígados com um ou mais abscessos, maiores que 2,5 cm de

diâmetro e porções do diafragma aderido à superfície do fígado (Brink et al., 1990).

2.6.3 Incidência de rumenite e morfologia ruminal

Logo após o abate, o rúmen foi lavado para a retirada de excesso de digesta e

analisado a incidência de rumenite (IR), utilizando uma escala de 0 a 10 (Brigham e

McManus, 1975) e foram considerados rumens lesionados entre 1 e 10 de acordo com as

lesões presentes no tecido. São consideradas lesões: falhas no epitélio ruminal, papilas em

hiperqueratose, inflamações e alteração na coloração do epitélio e das papilas.

Para avaliação da morfologia das papilas ruminais, foram retiradas amostras de cerca

de 5 cm2 do saco cranial do rúmen e armazenadas em álcool 70%. As variáveis morfológicas

macroscópicas avaliadas foram: número médio de papilas por cm2 de parede (NMP), área

média das papilas (AMP), área total de superfície absortiva por cm2

de parede (ASA) e

representatividade da participação das papilas ruminais na área total de superfície absortiva

(RPSA). O NMP em todo fragmento foi mensurado por três avaliadores, e a média das

contagens foi considerada o dado final. A AMP foi mensurada por meio de imagens

digitalizadas das papilas e da superfície parietal dos fragmentos pelo programa de análise de

imagens UTHSCSA Image Tool (Resende Junior et al., 2006). Foram analisadas a área da

face parietal e a área média de doze papilas seccionadas aleatoriamente da base de cada

fragmento (Figura 1). A ASA foi calculada pela seguinte fórmula: 1 + (NMP*AMP) –

(NMP*0,002) onde o número 1 representa o fragmento de 1 cm2 coletado, e o 0,002 é a área

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basal estimada de cada papila ruminal (Daniel et al., 2006). A RPSA foi calculada pela

multiplicação do NMP pela AMP, divididos pela ASA, multiplicados por 100.

Figura 1 - Imagem digitalizada da área da face parietal e de doze papilas seccionadas aleatoriamente da base de

cada fragmento ruminal de bovinos Nelore terminados em confinamento.

2.6.4 Histologia das papilas ruminais

Para a análise histológica, foram coletadas amostras de 5 cm2 do saco ventral do

rúmen e armazenadas em álcool 70% , para fixação do material. As amostras foram

desidratadas em uma série de álcoois, clarificadas com xilol, inclusas em parafina Histosec®

em estufa a 65°C e por fim, foram confeccionados os blocos. Foram realizados cortes do

material no micrótomo em secções de 5 μm, desparafinados com xilol, hidratados em

concentrações decrescentes de álcoois, corados em Hematoxilina de Harris e Eosina,

desidratados em concentrações crescentes de álcoois, clarificados com xilol e por fim selados,

formando a lâmina histológica em questão. As mensurações histológicas foram realizadas em

10% do número médio de papilas, utilizando-se o Analisador de Imagens Leica Qwin, contido

no microscópio eletrônico de luz Leica, tendo sido as imagens de cada corte captadas por

lentes objetivas em aumentos de 5x, 10x e 40x e digitalizadas por câmera para as análises

morfométricas de: altura, largura, área das papilas ruminais (Figura 2), determinação do

índice mitótico dos núcleos da camada basal do epitélio ruminal (IM) e mensurações de

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espessura da camada de queratina no epitélio ruminal (ECQ), de acordo com Costa et al.,

(2008).

Para a determinação do índice mitótico, contou-se o núcleo de 2 mil células da camada

basal do epitélio ruminal, contabilizando quantos estavam em mitose, dividindo-os pelo total

de núcleos contabilizados.

Figura 2 - Mensurações da altura (A), largura (B) e área média (C) das papilas ruminais de bovinos

Nelore terminados em confinamento com dietas de baixos níveis de FDNf e diferentes aditivos.

Aumento 5x.

2.7 Análise estatística

O delineamento experimental utilizado foi inteiramente ao acaso em arranjo fatorial 3

× 2 + 1 com dez animais por tratamento. As análises de variância foram realizadas pelo

procedimento MIXED do programa SAS (SAS, Inst., Inc, Cary, NC, USA). Os fatores

(tratamento) incluídos no modelo foram os aditivos alimentares (monensina e óleo funcional)

e os níveis (6%, 9% e 15%) de FDN proveniente da forragem, além do efeito adicional de um

tratamento controle (15% de FDN e sem aditivo), de acordo com os modelos abaixo:

Modelo 1: Neste modelo foi considerado apenas o nível de 15% de FDNf, justificado

pelo fato do tratamento controle (sem aditivo) estar presente apenas neste nível.

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61

Yijk = µ + ADITi + Ɛj

em que:

Yijk = é a variavel resposta associada à késima

observação (k = 1, 2, ...,m) dos aditivos;

µ= é a média geral

ADITi= é p efeito dos aditivos

Ɛj= é o erro experimental associado ao tratamento controle

Modelo 2: Para este modelo foi desconsiderado o tratamento controle (sem aditivo),

sendo estudados apenas os efeitos dos níveis de FDNf e os aditivos (monensina e óleo

funcional).

Yijk = µ + ADITi + FDNj +ADIT* FDNij + Ɛijk

em que:

- Yijk = observação relativa à késima

unidade experimental (animal) do iésimo

aditivo

alimentar (ADIT) com o jésimo

nível de FDN vindo de forragem (FDN);

- µ = média geral;

- ADITi = efeito do iésimo

ADIT, sendo 1: Monensina e 2: Óleo Funcional;

- FDNj = efeito do jésimo

FDN, sendo 1: 15% de FDN vindo de forragem, 2: 6% de

FDN vindo de forragem e 3: 9% de FDN vindo de forragem;

- ADIT*FDNij = efeito da interação entre o iésimo

ADIT e o jésimo

FDN;

- Ɛijk= erro experimental associado à observação Yijk

As comparações entre os tratamentos para as variáveis do primeiro modelo foram

realizadas por meio de contraste ortogonal, sendo: efeito do tratamento controle vs efeito dos

aditivos. No modelo 2 as comparações entre as médias dos tratamentos (aditivo e FDN) e a

interação entre estes tratamentos, foram feitas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

O peso inicial foi utilizado como covariável no modelo 2 para as medidas de peso

final, peso vivo vazio e peso vivo final em jejum.

Para o efeito do FDN foram realizadas analises de regressão para o efeito linear e

quadrático do FDN, pelo PROC GLM do SAS.

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62

As medidas de pH foram analisadas pelo procedimento MIXED (SAS) considerando

medidas repetidas no tempo.

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63

3 RESULTADOS

3.1 Comportamento ingestivo

Os valores médios observados para consumo de matéria seca (CMS), consumo de

FDN (CFDN) e o comportamento ingestivo estão apresentados na Tabela 4. O uso de aditivos

não influenciou o consumo de matéria seca (CMS) e consumo de FDNf (CFDNf), expressos

em Kg, dia-1

, quando contrastados com o tratamento controle (P= 0,58 e P = 0,97), no entanto

o tempo de alimentação, expresso em min.dia-1

foi diferente para o tratamento controle e os

demais aditivos (P= 0,04), desta forma, o tratamento controle apresentou menores tempos de

alimentação (156,25), (Modelo 1) (Figura 4(b)). Desconsiderando o efeito do tratamento

controle e levando em conta apenas os níveis de FDNf e os aditivos monensina e óleo

funcional (Modelo 2), o CMS comportou-se de forma diferente com a adição dos aditivos

(P=0,05) e o aumento na inclusão dos níveis de fibra da dieta (P=0,01), desta forma a inclusão

de monesina na dieta promoveu maior consumo de MS ( 8,05) do que o óleo funcional (7,33)

e o nível de 15% de FDNf apresentou maiores valores em comparação aos níveis de 6% e 9%

de FDNf (8,35 , 6,92 e 7,80) (Figura 3).

Os diferentes níveis de fibra utilizados também influenciaram o CFDNf, desta forma,

o nível de 15% também apresentou maiores valores (2,78) quando comparado aos demais

níveis, 6% e 9% FDNf (1,88 e 2,29) (Figura 3).

Para o tempo gasto em ruminação e em mastigação (min.dia-1

), foi observado que os

animais do tratamento contendo 15% de FDNf apresentaram maiores valores (199,33 e

380,50) quando comparados com o nível de 6% de FDNf (156,49 e 312,45) e com o nível de

9%FDNf (163,68 e 324,88). (Figura 4(a)).

O óleo funcional mostrou-se superior à monensina para as variáveis tempo de

alimentação (min.dia-1

), eficiência da alimentação da MS (min.kg.MS-1

) e eficiência da

alimentação do CFDN, expresso , min .kg.FDN-1

, (P=0,005), com valores médios de 87,06 e

66,47, respectivamente. Em relação à eficiência de ruminação do CFDNf, expressa em

kg.FDN.h-1

, foi divergente para os níveis de FDNf (P= 0,04), sendo a dieta de 6%FDNf mais

eficiente, no entanto, não foi observado efeito linear ou quadrático para essa variável (P= 0,07

e (P=0,08) (Figura 5 (a e b)).

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64

Tabela 4. Médias observadas e erro padrão das médias para o consumo e MS e FDNf (Kg,dia-1 ) e para as características de comportamento ingestivo de bovinos Nelore terminados em confinamento.

Modelo 11

Modelo 22

Variáveis3

Aditivos4 P valores

Aditivos %FDNf

7 P valores

CTL MON OF EPM5 CTL vs

ADIT6

MON OF 6 9 15 EPM ADIT8 FDN

9

FDN*

ADIT10

CMS, Kg.dia-1 8,66 8,79 7,90 0,45 0,58 8,05 7,33 6,92 7,80 8,35 0,28 0,05 0,01 0,89

CFDNf , Kg.dia-1 2,77 2,91 2,67 0,17 0,97 2,43 2,20 1,88 2,29 2,78 0,10 0,06 0,0001 0,98

Tempo em ruminação,

min.dia-1 186,43 206,44 190,13 15,05 0,53

179,12 167,22 156,49 163,68 199,33 8,65 0,27 0,004 0,5

Tempo de mastigação,

min.dia-1 342,68 370,31 389,35 16,70 0,08

335,46 343,1 312,45 324,88 380,5 11,45 0,59 0,0005 0,38

Tempo de alimentação,

min.dia-1 156,25 163,87 199,22 9,56 0,04

156,34 175,88 155,97 161,2 181,17 7,61 0,04 0,08 0,41

EA da MS, min .kg.MS-1 18,48 18,89 26,91 1,98 0,08

19,69 24,42 23,53 21,23 22,90 1,47 0,003 0,58 0,55

ER da MS, min .kg.MS-1 21,38 23,60 24,76 1,57 0,16

22,16 23,32 22,85 21,19 24,18 1,00 0,36 0,16 0,26

EA do CFDN, min .kg.MS-1 57,56 58,10 81,20 6,59 0,15 66,47 87,06 88,10 72,58 69,65 5,49 0,005 0,08 0,73

ER do CFDN, min .kg.MS-1 66,94 71,56 74,64 5,03 0,33 74,02 79,39 84,80 72,23 73,10 3,45 0,23 0,04 0,21

1Modelo 1 = efeito dos aditivos e do tratamento controle (sem aditivo) no nível de 15%FDNf. 2Modelo 2 = efeito dos níveis de FDNf (6, 9 e 15%) e dos aditivos (monensina e óleo funcional).

3Variáveis: CMS = consumo de matéria seca; CFDN= consumo de FDN; EA= eficiência da alimentação; ER= eficiência da ruminação.

4Aditivos: CTL= tratamento sem a

inclusão de aditivos; MON= monensina sódica; OF= óleo funcional. 5EPM = Erro padrão da média. 6CTL vs ADIT= contraste ortogonal do tratamento controle vs aditivos. 7%FDNf=

porcentagem de FDN provindo da forragem. 8ADIT= efeito do aditivo. 9FDNf= efeito do nível de fibra proveniente da forragem. 10FDN*ADIT= efeito da interação entre os níveis de FDN e

aditivos.

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65

Figura 3 –Efeito dos níveis de FDNf da dieta pra os consumos de MS e FDNf de bovinos Nelore

terminados em confinamento.

(a) (b)

Figura 4 – Efeito dos níveis de FDNf e aditivos (a) e efeito do tratamento controle (b) sobre o comportamento ingestivo (minutos /dia) de bovinos Nelore terminados em confinamento.

6,92

7,8 8,35

1,88 2,29

2,78

1

2

3

4

5

6

7

8

9

6 9 15

kg

.dia

Níveis de FDNf na dieta (%)

CMS CFDNf

156,49

163,68

199,33

179,12

167,22

312,45

324,88

380,5

335,46

343,1

155,97

161,2

181,17

156,34

175,88

0 100 200 300 400

6

9

15

MON

OF

Minutos/dia

Ad

itiv

os

e N

íveis

de F

DN

f (%

)

Ingerindo Mastigação Total Ruminando

186,43

206,44

190,13

342,68

370,31

389,35

156,25

163,87

199,22

0 100 200 300 400 500

CTL

MON

OF

Minutos/dia

Ad

itiv

os

Ingerindo Mastigação Total Ruminando

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(a) (b)

(c) (d)

Figura 5 – Efeito do tratamento controle, aditivos e níveis de FDNf sobre a eficiência da ruminação e da alimentação por kg.MS.h-1de ( a e b ) e por kg.FDN. h-1 (c e d) de bovinos Nelore

terminados em confinamento.

3.2 Seletividade de partículas

Para a seletividade das partículas alimentares (Tabela 5), foi encontrado efeito do

tratamento controle vs aditivos (P=0,02) para a peneira 1 (19 mm) , de forma que os animais

do tratamento controle apresentaram índice de seleção menor que 1, indicando seleção contra

as partículas retidas nesta peneira (feno) (Figura 6).

De acordo com o modelo estatístico 2, foi observado efeito dos níveis de FDNf para o

índice de seleção da peneira 1 (P=0,02), desta forma o nível de 6%FDNf apresentou índice

de seleção menor que 1, demostrando que não houve seletividade para as partículas retidas na

peneira 1 (19 mm), no caso, partículas longas da dieta.

18,48

18,89

26,91

21,38

23,6

24,76

15 20 25

CTL

MON

OF

kg.MS,h-1

Ad

itiv

os

ER EA

19,23

25,05

22,88

21,07

22,48

21,52

22,98

22,38

20,72

23,65

15 20 25

6

9

15

MON

OF

kg.MS,h-1

Ad

itiv

os

e N

íveis

de F

DN

f (%

)

ER EA

57,56

58,1

81,2

66,94

71,56

74,54

50 70

CTL

MON

OF

kg. FDN.h-1

Ad

itiv

os

ER EA

88,1

72,58

69,65

66,47

87,06

84,8

72,23

73,1

74,02

79,39

50 60 70 80 90

6

9

15

MON

OF

kg. FDN.h-1

Ad

itiv

os

e N

íveis

de F

DN

f (%

)

ER EA

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(a)

(b)

Figura 6 – Efeito tratamento controle (a), níveis de FDNf e aditivos (b) sobre a seletividade

de partículas da dieta de bovinos Nelore terminados em confinamento.

0,18

0,96

0,93 0,85

1,11 1,02 0,93 0,84

1,08

0,5 0,53 0,53

0

1

2

19 mm 8 mm 4 mm Fundo

Índ

ice d

e s

ele

ção

Tamanho das particulas retidas (mm)

CTL MON OF

0,42

1,14 1,1

0,76

1,01

0,59

0,91 0,76 0,84 0,67

0,7 0,73

0,73

0,84

0,6 0,66 0,65

0,68

0,8

0,53

0

1

2

6 9 15 MON OF

ìnd

ice d

e s

ele

çã

o

Tamanho das particulas retidas (mm)

19 mm 8 mm 4 mm Fundo

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Tabela 5. Médias observadas e erro padrão das médias da seletividade de partículas da dieta de bovinos Nelore terminados em confinamento.

Modelo 11

Modelo 22

Aditivos2 P valores Aditivos %FDNf

6 P valores

Variáveis CTL MON OF EPM

4 CTL vs

ADIT5

MON OF 6 9 15 EPM ADIT7 FDN

9

FDN*

ADIT9

19 mm 0,18 1,11 1,08 0,29 0,02

0,76 1,01 0,42 1,14 1,10 0,17 0,27 0,02 0,19

8 mm 0,96 1,02 0,50 0,19 0,42

0,84 0,67 0,59 0,91 0,76 0,13 0,34 0,35 0,27

4 mm 0,93 0,93 0,53 0,08 0,06

0,84 0,60 0,70 0,73 0,73 0,10 0,06 0,97 0,67

Fundo 0,85 0,84 0,53 0,17 0,44

0,80 0,53 0,66 0,65 0,68 0,09 0,03 0,98 0,94 1Modelo 1 = efeito dos aditivos e o tratamento controle (sem aditivo) no nível de 15%FDNf. 2Modelo 2 = efeito dos níveis de FDNf (6, 9 e 15%) e dos aditivos

(monensina e óleo funcional). 3Aditivos: CTL= tratamento sem a inclusão de aditivos; MON= monensina sódica; OF= óleo funcional. 4EPM = Erro padrão da média. 5CTL vs ADIT= contraste ortogonal do tratamento controle vs aditivos. 6%FDNf= porcentagem de FDN provindo da forragem. 7ADIT= efeito do aditivo. 8FDNf= efeito

do nível de fibra proveniente da forragem. 9FDN*ADIT= efeito da interação entre o nível de FDN e aditivo.

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69

3.3 pH ruminal

Para os valores encontrados de pH médio foram observados semelhanças entre

tratamento controle vs aditivos (P=0,12), para os aditivos (P=0,59) e níveis de fibra da dieta

(P=0,94), demostrando que não houve variação média do pH entre os tratamentos estudados

(Tabela 6).

Houve efeito de interação entre os níveis de fibra e os aditivos para os valores

mínimos de pH (P=0,01) sendo observado diferença entre os aditivos apenas para o nível de

6% de FDNf (P=0,008), desta forma, os valores de pH encontrados para a monensina (4,51)

foram superiores ao encontrado para OF (4,00).

Com relação aos valores de pH máximo, o tratamento controle foi diferente dos

demais aditivos (P=0,04), apresentando valor de pH superior aos demais (6,99).

Para as variáveis tempo de pH abaixo de 5,2 e 5,6, expressos em h/d e área abaixo da

curva de pH menor que 5,2 e 5,6, expresso em pH x h/d, não foram encontradas diferenças

entre os tratamentos estudados.

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Tabela 6. Médias observadas e erro padrão as médias do pH ruminal médio, mínimo e máximo, tempo abaixo de pH (5,2 e 5,6) e área abaixo da curva de pH menor que

5,2 e 5,6 de bovinos Nelore terminados em confinamento.

1Modelo 1 = efeito dos aditivos e o tratamento controle (sem aditivo) no nível de 15%FDNf, 2Modelo 2 = efeito dos níveis de FDNf (6, 9 e 15%) e dos aditivos

(monensina e óleo funcional).3Aditivos: CTL= tratamento sem a inclusão de aditivos; MON= monensina sódica; OF= óleo funcional. 4EPM = Erro padrão da média, 5CTL vs ADIT= contraste ortogonal do tratamento controle vs aditivos. 6%FDNf= porcentagem de FDN provindo da forragem. 7ADIT= efeito do aditivo. 8FDNf=

efeito do nível de fibra proveniente da forragem. 9FDN*ADIT= efeito da interação entre o nível de FDN e aditivo.

Modelo 11 Modelo 2

2

Aditivos

3 P valores

Aditivos %FDNf6 P valores

Variáveis CTL MON OF EPM

4

CTL vs

ADIT5

MON OF 6 9 15 EPM ADIT7 FDN

8 FDN*

ADIT9

pH ruminal

Médio 6,03 5,62 5,89 1,53 0,12

5,70 5,76 5,70 5,73 5,75 1,61 0,59 0,94 0,53

Mínimo 4,77 4,43 4,71 0,15 0,29

4,47 4,31 4,26 4,34 4,57 0,08 0,12 0,05 0,01

Máximo 6,99 6,78 6,70 0,09 0,04

6,79 6,82 6,90 6,77 6,74 0,09 0,79 0,48 0,77

Tempo abaixo (h/d) pH < 5,6 2,98 10,81 4,00 2,68 0,20

9,25 7,42 9,55 7,94 7,52 1,91 0,46 0,77 0,36

pH < 5,2 1,00 5,13 1,39 2,05 0,39

4,42 2,96 3,59 4,16 3,33 1,55 0,47 0,94 0,57

Área abaixo da curva

(pH x h/d)

Área < pH 5,6 0,02 0,08 0,02 0,03 0,34

0,07 0,05 0,06 0,07 0,05 0,02 0,52 0,93 0,49

Área < pH 5,2 0,004 0,03 0,01 0,01 0,44 0,02 0,02 0,02 0,03 0,02 0,01 0,58 0,85 0,46

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3.4 Protozoários

Não foram detectadas diferenças entre o tratamento controle e os aditivos para os

gêneros de ciliados totais avaliados (Tabela 7).

Houve predominância do gênero Entodinium para os todos os tratamentos estudados.

Foi observado efeito dos aditivos (P=0,05 e P=0,02) quanto à contagem dos gêneros

Entodinium e Dasytricha, expressos em (x 104/ml), de modo que o óleo funcional promoveu

maior população de ambos os gêneros quando comparado à monensina, da mesma forma, o

óleo funcional também influenciou (P=0,01 e P=0,01) na população de Epidinium e na

população total de ciliado no rúmen em comparação à monensina.

Os gênero Metadinium apresentou diferença entre os níveis de FDNf (P=0,004), sendo

mais predominante no nível de 15% de FDNf , enquanto que o gênero Eudiplodinium

(P=0,02) prevaleceu mais no nível de 9% de FDNf e por fim a contagem total de protozoários

(P= 0,04), teve maior predominância no nível de 9% de FDNf.

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Tabela 7. Médias observadas e erro padrão das médias da contagem de protozoários ciliados (x 104/ml) de bovinos Nelore terminados em confinamento.

Modelo 1

1

Modelo 22

Aditivos

3

P valores

Aditivos %FDNf6

P valores

Variável CTL MON OF EPM

4 CTL vs

ADIT5

MON OF 6 9 15 EPM ADIT7 FDN

8

FDN*

ADIT9

Entodinium 75,55 57,18 77,95 17,35 0,71

54,00 92,71 48,39 104,11 67,57 1,50 0,05 0,06 0,19

Dasytricha 0,83 0,74 1,22 0,37 0,76

0,61 1,46 0,98 1,16 0,98 0,29 0,02 0,89 0,62

Isotricha 1,15 1,44 0,29 1,62 0,36

1,88 2,24 1,88 1,82 2,48 0,89 0,57 0,62 0,76

Charonina 0,48 1,63 0,10 0,71 0,66

0,54 0,03 ND ND 0,86 0,89 0,20 0,12 0,18

Eodinium 0,19 ND 0,06 0,12 0,27

ND 0,02 ND ND 0,03 0,02 0,34 0,40 0,40

Diplodinium 1,82 ND 0,35 0,82 0,11

0,03 0,83 0,09 1,03 0,18 0,42 0,13 0,28 0,28

Metadinium 0,54 1,02 0,90 0,41 0,42

0,45 0,31 0,05 0,12 0,96 0,18 0,54 0,002 0,92

Ostracodinium 0,16 0,10 ND 0,08 0,26

0,03 0,06 ND 0,10 0,05 0,06 0,64 0,53 0,23

Emoplastron 1,57 0,67 2,43 0,72 0,99

2,00 4,48 3,12 5,04 1,55 1,29 0,12 0,21 0,61

Eudiplodinium 0,51 0,67 1,07 0,30 0,33

0,46 0,97 0,08 1,19 0,87 0,25 0,11 0,02 0,30

Diploplastron ND 0,06 0,26 0,15 0,40

0,07 0,09 ND 0,07 0,16 0,02 0,87 0,44 0,40

Polyplastron 0,26 0,13 0,42 0,22 0,95

0,13 0,16 0,02 0,14 0,27 0,11 0,77 0,33 0,29

Epidinium 8,74 1,92 2,06 1,70 0,003

2,80 11,93 8,71 11,39 1,99 2,47 0,01 0,06 0,15

Elytroplastron 0,10 0,06 0,06 0,06 0,66

0,03 0,06 0,07 ND 0,06 0,04 0,57 0,37 0,73

Total 94,53 66,82 88,90 17,35 0,44

63,02 115,11 63,26 126,08 77,86 16,55 0,01 0,04 0,20 1Modelo 1 = efeito dos aditivos e o tratamento controle (sem aditivo) no nível de 15%FDNf. 2Modelo 2 = efeito dos níveis de FDNf (6, 9 e 15%) e dos aditivos (monensina

e óleo funcional). 3Aditivos: CTL= tratamento sem a inclusão de aditivos; MON= monensina sódica; OF= óleo funcional. 4EPM = Erro padrão da média. 5CTL vs ADIT=

contraste ortogonal do tratamento controle vs aditivos. 6%FDNf= porcentagem de FDN provindo da forragem. 7ADIT= efeito do aditivo. 8FDNf= efeito do nível de fibra

proveniente da forragem, 9FDN*ADIT= efeito da interação entre o nível de FDN e aditivo.

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73

3.5 Abcessos hepáticos

Em relação à incidência de abcessos hepáticos não se aplicou nenhum teste estatístico,

os resultados foram apresentados em porcentagem de ocorrência de lesões dentro dos

tratamentos (Tabela 8), devido a todos os animais não apresentarem fígados classificados em

A+.

Tabela 8. Médias observadas para incidência de abscessos hepáticos em bovinos Nelore terminados em

confinamento.

MON2

OF3

CTL4

Classificação1 %FDN

5 6 9 15 6 9 15

0 0 0 0 0 0 0 0

A- 0 2 1 0 1 0 1 A 0 0 0 0 0 0 0

A+ 0 0 0 0 0 0 0

Total 0 2 1 0 1 0 1

Percentual (%) 0 20 10 0 10 0 10 Severidade (%)

6 0 0 0 0 0 0 0

1 0 - fígados sem abscessos; (A-) fígados com um ou dois pequenos abscessos (bem menores que 2,5cm de

diâmetro) ou cicatrizes de abscessos; (A) fígados com dois a quatro abscessos ativos (pouco menores que 2,5cm

de diâmetro); (A+) fígados com um ou mais, grandes abscessos (maiores que 2,5cm de diâmetro) e porções do

diafragma aderido à superfície do fígado. 2MON = Aditivo monensina sódica. 3OF = Aditivo óleo funcional. 4CTL = Tratamento controle. 5% FDN = Porcentagem de fibra insolúvel em detergente neutro da dieta. 6 Para

fígados exibindo mais que quatro pequenos abscessos ou pelo menos um abscesso >2,5cm de diâmetro.

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74

3.6 Índice de rumenite e morfometria do epitélio ruminal

As variáveis morfométricas não foram diferentes para o tratamento controle e os

demais aditivos (Tabela 9).

Não foram observadas diferenças entre os tratamentos para os escores de rumenites.

Foi constatado efeito dos aditivos para a variável morfométricas área média da papila

(AMP), expressa em cm2 (P=0,01), sendo que a monensina (0,55) foi superior ao OF (0,43).

Houve interação entre os níveis de FDNf e os diferentes aditivos para a ASA, expressa em

cm2 (P=0,05) de forma que em todos os casos, o tratamento de 15% de FDNf MON mostrou-

se superior aos demais: 6% de FDNf MON vs 15%FDNf MON (P=0,02), com médias de

28,51 e 45,03, 6% de FDNf OF vs 15% de FDNf MON (P=0,01), 30,84 e 45,03, 9% de FDNf

MON vs 15% de FDNf MON (P=0,04),30,84 e 45,03, e 15% de FDNf MON vs 15% de FDNf

OF (P=0,003), 45,03 e 25,11, respectivamente.

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Tabela 9. Médias observadas e erro padrão da média para as variáveis morfométricas e escore de rumenites de bovinos Nelore terminados em confinamento.

Modelo 11

Modelo 22

Aditivos2 P valores Aditivos %FDNf

4 P valores

Variável1

CTL MON OF EPM CTL vs

ADIT3

MON OF 6 9 15 EPM ADIT5 FDN

6

FDN*

ADIT7

AMP, cm² 0,47 0,62 0,41 0,05 0,50ns

0,55 0,43 0,47 0,50 0,51 0,03 0,01 0,69 0,23

ASA, cm² 27,16 45,03 25,11 5,25 0,23ns

34,79 28,36 27,79 31,87 35,07 2,98 0,09 0,30 0,05

RSA, % 96,69 97,30 96,42 0,35 0,69ns

96,90 96,51 96,53 96,72 96,86 0,29 0,30 0,76 0,64

NMP, n 58,46 67,77 62,85 5,99 0,36ns

60,63 64,77 59,58 63,21 65,31 3,88 0,40 0,63 0,38

ER 1,10 1,00 1,20 0,44 1,00ns

1,10 1,40 1,65 1,00 1,10 0,21 0,26 0,11 0,72 1Modelo 1 = efeito dos aditivos e do tratamento controle (sem aditivo) no nível de 15%FDNf. 2Modelo 2 = efeito dos níveis de FDNf (6, 9 e 15%) e dos aditivos

(monensina e óleo funcional). 3Variáveis: AMP= área média de papila; ASA= área de superfície absortiva; RSA= representatividade da participação das papilas na

superfície absortiva; NMP= numero médio de papilas; ER= Escore de rumenite. 4Aditivos: CTL= tratamento controle(sem aditivo); MON= monensina sódica; OF= óleo funcional, 5EPM= erro padrão da média. 6CTL vs ADIT= contraste ortogonal do tratamento controle vs aditivos. 7MON vs OF= contraste ortogonal monensina vs

óleo funcional. 8%FDNf= porcentagem de FDN provindo da forragem. 9ADIT= efeito do aditivo. 10FDNf= efeito do nível de fibra proveniente da forragem, 11FDN*ADIT= efeito da interação entre o nível de FDN e aditivo.

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76

3.7 Histologia das papilas ruminais

A medida histológica de largura da papila (LARG), expressa em mm, apresentou

diferença entre o tratamento controle e os demais aditivos (P=0,05), sendo que o controle

promoveu menor largura de papila quando comparado aos demais aditivos, demostrando a

eficiência dos aditivos para essa característica, no entanto os tratamentos contendo os aditivos

promoveram maior espessura média de queratina (EQ), expressa em μm (P=0,05). Com a

variação dos níveis de FDNf foi observado que para a área de papila (AREA), expressa em

mm2, o nível de 9% de FDNf obteve melhores resultados para este estudo (4,86). O IM,

expresso em % foi semelhante para todos os tratamentos, mostrando que os aditivos e os

níveis de fibra aqui estudados não alteraram a contagem de células em divisão mitótica.

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Tabela 10. Médias observadas e erro padrão das médias das características histológicas relacionadas à altura, largura área e espessura de queratina das papilas ruminais

de bovinos Nelore terminados em confinamento.

Modelo 11

Modelo 22

Aditivos

2 P valores

Aditivos %FDNf6

P valores

Variável3

CTL MON OF EPM4

CTL vs

ADIT5

MON OF 6 9 15 EPM ADIT7

FDN8

FDN*

ADIT9

ALT,mm 5,58 6,46 4,78 0,41 0,94

5,75 5,05 4,94 5,63 5,62 0,29 0,07 0,23 0,14

LARG, mm 0,37 0,45 0,40 0,02 0,05

0,44 0,41 0,41 0,44 0,43 0,02 0,13 0,40 0,58

AREA, mm² 2,44 2,79 1,96 0,39 0,89

4,05 2,20 2,14 4,86 2,38 0,73 0,06 0,04 0,06

EQ, μm 10,15 11,51 11,20 0,48 0,05

11,12 10,99 11,13 10,68 11,36 0,28 0,71 0,31 0,44

IM, n 35,20 42,00 37,60 3,16 0,26 40,27 38,07 42,40 35,30 39,80 1,88 0,38 0,08 0,68

IM, % 1,76 2,1 1,88 0,16 0,26 2,01 1,90 2,12 1,77 1,99 0,09 0,38 0,08 0,68 1Modelo 1 = efeito dos aditivos e do tratamento controle (sem aditivo) no nível de 15%FDNf. 2Modelo 2 = efeito dos níveis de FDNf (6, 9 e 15%) e dos aditivos

(monensina e óleo funcional). 3Variáveis: ALT= altura de papila; LARG= largura de papila; AREA= área de papila; EQ= espessura média da camada de queratina;

IM= Índice mitótico. 4Aditivos: CTL= tratamento controle(sem aditivo); MON= monensina sódica; OF= óleo funcional. 5EPM= erro padrão da média.6CTL vs ADIT=

contraste ortogonal do tratamento controle vs aditivos. 7MON vs OF= contraste ortogonal monensina vs óleo funcional. 8%FDNf= porcentagem de FDN provindo da

forragem. 9ADIT= efeito do aditivo. 10FDNf= efeito do nível de fibra proveniente da forragem. 11FDN*ADIT= efeito da interação entre o nível de FDN e aditivo.

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3.8 Desempenho animal

O tratamento controle foi semelhante aos demais aditivos, não influenciando nas

características de desempenho estudadas no presente estudo (Tabela 11).

Quando comparamos os aditivos monensina e óleo funcional (modelo 2) percebeu-se

diferença entre os pesos vivo final (PVF), peso vivo vazio (PVV) e peso vivo final em jejum

(PVFj), expressos em kg (P=0,01 , P=0,01 , P=0,01), de forma que a monensina apresentou

melhores resultados do que o óleo funcional. Da mesma forma, o CMS e o GMD, expressos

kg.dia-1

foram maiores para a monensina (P<0,0001 e P=0,01). Os valores médios de peso do

trato gastrointestinal vazio (TGIv), expresso em kg foram maiores para os animais

alimentados com monensina (P=0,001), demostrando que esse aditivo promove maior peso de

órgão. No entanto, o uso de monensina melhorou a conversão e a eficiência alimentar dos

bovinos (P=0,001 e P=0,01).

A inclusão dos diferentes níveis de fibra oriunda da forragem (FDNf) influenciaram o

CMS, expresso em kg.dia-1

(P= 0,05) (Figura 3), o trato gastrointestinal cheio (TGIC) (P= P=

0,0008 ) e o conteúdo do trato gastrointestinal (CTGI) (P=0,0002), sendo que o nível de 15%

de FDNf apresentou maiores valores para ambas variáveis mencionadas.

A conversão e a eficiência alimentar tiveram influencia dos aditivos (P=0,003 e

P=0,01), nestes casos, a monensina mostrou-se melhor ao OF. No entanto, o Rendimento de

carcaça foi semelhante para ambos os tratamentos, demonstrando que os níveis de fibra

estudados e o óleo funcional podem ser recomendados para a formulação de dietas de

terminação.

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79

Tabela 11. Médias observadas e erro padrão das médias para o consumo de MS e características de desempenho de bovinos Nelore terminados em confinamento.

Modelo 11

Modelo 22

Aditivos4

P valores

Aditivos %FDNf7

P valores

Variável3

CTL MON OF EPM5 CTL vs

ADIT6

MON OF 6 9 15 EPM ADIT8 FDN

9

FDN*

ADIT10

PVI, kg 411,10 408,40 407,40 4,19 0,54 407,17 408,63 410,10 405,70 407,90 3,05 0,71 0,65 0,58

PVF, kg 523,17 537,95 500,68 13,45 0,82

519,31 489,22 492,71 501,24 518,85 8,25 0,01 0,12 0,89

PVV, kg 500,63 518,51 480,97 12,93 0,96

503,59 474,79 480,37 487,91 499,29 7,88 0,01 0,29 0,82

PVFj, kg 502,24 516,43 480,66 12,91 0,82

498,54 469,65 473 481,19 498,10 7,93 0,01 0,12 0,89

CMS, kg.dia-1 8,66 8,79 7,90 0,45 0,58

8,05 7,33 6,92 7,80 8,35 0,28 0,05 0,01 0,89

GMD, kg.dia-1 1,21 1,27 0,98 0,12 0,58

1,14 0,89 0,96 0,95 1,13 0,07 0,01 0,22 0,80

PFIG, kg 4,91 5,28 4,78 0,19 0,61

4,94 4,61 4,60 4,71 5,03 0,14 0,06 0,10 0,76

TGIc, kg 30,38 28,66 27,63 2,12 0,40

25,08 22,01 20,80 21,69 28,15 1,43 0,10 0,003 0,73

TGIv, kg 7,80 9,24 7,94 0,43 0,15

9,37 7,57 8,42 8,39 8,59 0,37 0,001 0,93 0,41

CTGI, kg 22,57 19,43 19,69 1,95 0,22

15,71 14,45 12,38 13,30 19,56 1,27 0,43 0,001 0,76

RC, % 57,76 56,97 57,27 0,43 0,24

57,73 57,50 58,08 57,63 57,12 0,38 0,66 0,28 0,42

PCQ 290,65 294,10 274,80 7,63 0,51 287,28 270,50 275,78 276,45 284,45 5,01 0,01 0,47 0,84

CA 7,76 7,00 9,09 0,67 0,73

7,33 9,35 7,92 9,35 8,05 0,56 0,003 0,21 0,32

EA 0,14 0,14 0,12 0,01 0,58 0,14 0,12 0,14 0,12 0,13 0,01 0,01 0,24 0,40 1Modelo 1 = efeito dos aditivos ed o tratamento controle (sem aditivo) no nível de 15%FDNf. 2Modelo 2 = efeito dos níveis de FDNf (6, 9 e 15%) e dos aditivos (monensina e óleo

funcional). 3Variáveis: PVI= peso vivo incial; PVF= peso vivo final; PVV= peso vivo vazio; PVFj= peso vivo final em jejum; CMS=consumo de matéria seca; GMD=ganho médio

diário; PFIG= peso de fígado; TGI=peso de trato digestório; TGIv= pseo de trato digestório vazio; CTGI= peso de conteúdo digestório; RC= rendimento de carcaça; CA= conversão alimentar; EA= eficiência alimentar. 4Aditivos: CTL= tratamento controle(sem aditivo); MON= monensina sódica; OF= óleo funcional. 5EPM= erro padrão da média.6CTL vs ADIT=

contraste ortogonal do tratamento controle vs aditivos. 7%FDNf= porcentagem de FDN provindo da forragem. 8ADIT= efeito do aditivo. 9FDNf= efeito do nível de fibra proveniente da

forragem, 10FDN*ADIT= efeito da interação entre o nível de FDN e aditivo.

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81

4 DISCUSSÃO

Podemos observar que o uso de monensina neste experimento promoveu maior CMS

quando comparado ao OF. A dose de monensina utilizada está dentro da recomendação para o

uso deste ionóforo (Ellis et al., 2012; Goodrich et al.,1984), assim como a dose de OF que foi

baseada nos resultados obtidos por Coneglian (2009). No entanto, estes resultados foram

diferentes do esperado, uma vez que nos trabalhos revisados, a suplementação com OF

resultou em maior CMS que com monensina sódica em dois estudos (Benchar et al., 2006;

Meyer et al., 2009) e em CMS igual em um estudo (Jedlicka et al., 2009). Cardozo et al., 2006

e Wallace, 2007 observaram que os óleos funcionais possuem propriedades atrativas e

palatáveis que influenciam no consumo dos animais, entretanto, no presente estudo não

obtivemos respostas nesse sentido.

O fato de o CMS ser maior no tratamento com monensina no presente estudo, pode ser

explicado pelos valores de pH médio obtidos para esse aditivo (5,70), com isso podemos

pressupor que os animais alimentados com a monensina provavelmente não sofreram com

quadros de acidose subclínica. Isso sugere que a monensina pode ter evitado a queda do pH

ruminal devido ao aumento da produção de propionato e diminuição da produção de lactato,

evitando assim a regulação no consumo (Graminha et al., 2012).

Com relação aos níveis de fibra aqui estudados, não foi observado efeito de repleção, o

que era esperado, pois o nível máximo de inclusão de fibra estudado foi de 15% de FDNf,

corroborando com os resultados encontrados por Parsons et al. (2007) que observaram maior

CMS com níveis crescentes (0, 4, 5 9% MS) de inclusão de feno de alfafa na dieta de bovinos.

Deste modo, MacDonald et al. (2011), assim como Galyean e Abney (2006) também

evidenciaram um aumento no CMS com a inclusão de e forragem na dieta, e Galyean e

Defoor (2003), concluíram que o nível de inclusão de forragem entre 0 e 30% da MS da dieta

tem efeito positivo no CMS.

Alguns mecanismos podem explicar o aumento no CMS em decorrência do acréscimo

do nível de forragem na dieta. A inclusão de um ingrediente com alto teor de fibra causa

diluição no teor de energia da dieta de bovinos em terminação, os quais respondem

aumentando a ingestão de matéria seca (mecanismo fisiológico ou quimiostático). Além deste

efeito de diluição, acidose no trato digestivo, acidose metabólica, produtos finais da

fermentação, características da digesta ruminal e cinética ruminal também são fatores que

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82

podem interferir na resposta do animal à inclusão de forragem na dieta com relação à IMS

(Galyean e Defoor, 2003; Galyean e Abney, 2006; Galyean e Vasconcelos, 2008; Galyean e

Hubbert, 2012 e Santos et al., 2013).

Em estudo, Carareto (2011), avaliou tourinhos da raça Nelore e estes apresentaram

maior CMS quando alimentados com dietas com 17,6% de FDN de bagaço de cana in natura

em comparação com dietas com 10,6% de FDN de bagaço de cana in natura, mas a ingestão

de Elg, o ganho de peso diário (GPD) e a EA foram maiores na dieta com 10,6% de FDNf.

No presente estudo, ao se avaliar o CMS dos animais, não se observou interação entre

os teores de FDNf e aditivos, portanto podemos dizer que o teor de FDNf exigido para

maximizar o CMS independe do método aditivo utilizado.

O CFDN também foi aumentado com a inclusão de fibra na dieta, o que era esperado,

uma vez que o teor de FDN das dietas aumentou de 1,88, expresso em kg.dia -1

(6% FDNf)

para 2,78, expresso em kg (15%FDNf) (Tabela 4), corroborando com diversos autores que

também esse comportamento para o consumo de FDN com o aumento do nível de volumoso

( Gesualdi Jr. et al., 2000; Moraes et al., 2002).

O aumento do tempo gasto de ruminação e de mastigação, expressos em min.dia-1

,

com a inclusão de fibra na dieta, pode ser associada ao tamanho e frequência das refeições,

sendo determinada pelo efeito de saciedade e de fome, respectivamente, que neste caso, o

nível máximo de inclusão (15%FDNf) teve um efeito positivo. O maior tempo gasto com

ruminação e mastigação pelos animais alimentados com 15% de FDNf pode ser explicado

pelo maior CMS e maior CFDN (Tabela 4), o que possivelmente implica em um maior

número de refeições por dia devido a um menor efeito de saciedade (uma vez que não houve

efeito de enchimento físico). O tempo de ruminação é altamente correlacionado (r =0,96) com

o CFDN por bovinos (Welch; Hooper, 1988). No mesmo sentido, Martins (2013) constatou

aumento no tempo de mastigação (minutos/dia), conforme o aumento da inclusão de bagaço

de cana in natura (BIN) (0; 3; 6; 9%) em rações com milho inteiro para bovinos castrados da

raça Nelore. Os animais alimentados com OF apresentaram maior tempo gasto com

alimentação (min.dia-1

), melhor eficiência de alimentação (min kg.MS-1

) e melhor eficiência

do consumo de FDNf (min kg.FDNf-1

), aparentemente este aditivo deve ter favorecido a

fermentação ruminal e por isso esse melhores resultados para essas variáveis.

O consumo seletivo de partículas da ração é um hábito natural dos bovinos que pode

resultar em inconsistências no valor nutricional da dieta. Temos como hipótese que bovinos

confinados que passaram ou atravessam quadros de acidose clínica ou subclínica, irão

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83

apresentar maior atividade de seleção a favor dos ingredientes volumosos em relação aos

concentrados da dieta.

Os valores do índice da peneira de 19 mm (Tabela 5) indicaram prevalência de seleção

contra as partículas retidas na peneira para os tratamentos com uso de aditivos comparado ao

tratamento CTR, induzindo a pensar que os animais tiveram preferência pelo consumo de

partículas longas (feno), os animais conseguem fazer escolhas e podem mudar seus hábitos se

uma sensação for de magnitude suficiente para gerar um desconforto (Kyriazakis et al., 1999).

Em estudo avaliando o comportamento ingestivo e a seletividade dos ingredientes da

ração de bovinos Nelore confinados suplementados com diferentes aditivos alimentares

(monensina sódica, anticorpos policlonais e leveduras), Ronchesel et al. (2011) observaram

que os animais suplementados com monensina apresentaram maior tempo de alimentação que

animais que receberam levedura (264,4 vs. 216,49 min), no entanto, bovinos que receberam

monensina tiveram menor tempo de ruminação que os demais tratamentos (350,24 vs. 394,36

min). Neste mesmo trabalho, em relação ao índice de seleção dos ingredientes da ração, os

autores observaram que os animais alimentados com dieta que continham monensina

selecionaram a favor de ingredientes volumosos e contra concentrados, ou seja, maior

ingestão de FDN. Atwood et al. (2001) relataram que os animais variam em suas preferências

alimentares e elas podem mudar com o passar do tempo. Ainda, animais denominados

selecionadores podem aprender diminuir a quantidade ingerida para evitar o desconforto da

indigestão.

Com relação aos níveis de FDNf, foi observado seleção a favor das partículas longas

no tratamento contendo 6% de FDNf, o que era de se esperar, pois esta inclusão de fibra, é

baixa, e por questões fisiológicas de manutenção do funcionamento ruminal os animais deste

tratamento deixariam de comer as partículas longas da dieta.

No que diz respeito sobre o pH ruminal dos animais, os valores médios apresentados

para os tratamentos (Tabela 6) estão intermediários ao pH de 5,4 (Meyer et al., 2009) e 5,93

(Vakili et al., 2013) encontrados para bovinos recebendo dieta com alto teor de concentrado.

Acidose ruminal é caracterizada pela ingestão de carboidratos fermentestíveis em quantidades

suficientes para desencadear um acúmulo anormal de ácidos no rúmen, tendo como

consequência a redução do pH (Nagaraja; Titgemeyer, 2007).

O tempo de permanência abaixo de certo limite de pH (h. d -1

) é uma importante

ferramenta de auxílio na caracterização da prevalência de quadros de acidose ruminal. A

redução do pH ruminal entre 5,6 e 5,2, bem como abaixo do pH 5,2 por um período de tempo

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maior que 6 a 12 horas/dia tem sido adotado como critério para definir acidose subclínica e

clínica, respectivamente ( Owens et al., 1998, Bevans et al., 2005). De forma geral, mediante

os valores de pH médio podemos afirmar que tanto o uso de MON quanto de OF são

eficientes na regulação do pH ruminal.

Para os valores mínimos de pH, o tratamento com inclusão de 15% de FDNf se

mostrou superior, provavelmente pelos benefícios físicos ocasionados pela ingestão de fibra,

como estimulo mastigação e a ruminação, promovendo um aumento na produção de saliva, o

que ajuda a aumentar a capacidade do rúmen e estimular mecanicamente as papilas do rúmen,

como observado neste estudo.

Em relação à contagem e identificação dos gêneros de ciliados, a predominância do

gênero Entodinium está de acordo com as observações de outros autores que investigaram as

populações de protozoários do rúmen de bovinos em diferentes regimes alimentares, por

exemplo, em dietas com maior participação de cana-de-açúcar (Franzolin; Franzolin, 2000),

dietas ricas em concentrado, com ou sem a adição de gordura (Towne et al., 1990), ou com o

uso de ionóforos em dietas ricas em volumoso ou concentrado (Guan et al., 2006).

O fornecimento de monensina neste estudo, apresentou um efeito anti-protozoário

mais evidente que o OF, resultados contrários aos observados por Ando et al. (2003) e Fadiño

et al. (2008), que observaram redução na contagem total de protozoários ciliados quando

utilizaram menta peperita e óleo de erva-doce, respectivamente. Entretanto, os resultados do

presente estudo correspondem aos mesmos encontrados por Newbold et al. (2004), onde a

mistura de óleos essenciais (tymol, guajacol e limonese) não alteraram a contagem de

protozoários.

Grande variabilidade de resultados correspondente aos efeitos dos óleos funcionais e

essenciais na contagem de protozoários pode ser observada na literatura. O mecanismo de

ação destes compostos sobre a redução de protozoários ainda não é totalmente compreendido.

Porém, a natureza lipofílica destes óleos parece facilitar a sua entrada na membrana dos

protozoários. As particularidades quanto à estrutura química e as propriedades de cada

componente dos óleos (Patra e Yu, 2012), associadas à dose utilizada (Khiaosa-Ard e Zebeli,

2013), contribuem para as divergências nos resultados entre os estudos científicos.

Aparentemente os aditivos não se diferenciaram em relação ao aparecimento de

abcessos hepáticos, assim como os baixos níveis de FDNf parecem não ter influenciado na

severidade dos abcessos hepáticos, visto que as lesões encontradas foram ínfimas, o que

possivelmente não afetou o desempenho dos animais.

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Os abcessos hepáticos são formados após a ocorrência de um quadro de rumenite, em

que, as barreiras físicas de defesa dos animais estão comprometidas devido à lesão originada,

o que facilita a entrada das bactérias ruminais, principalmente as do gênero Fusobacterium

necrophorum, para dentro do órgão e corrente sanguínea. Essas bactérias, atravessam o

epitélio ruminal, atingem a circulação sanguínea e, através do sistema circulatório porta,

chegam ao fígado, ocasionando infecção e formação de abscessos hepáticos (Nagaraja e

Lechtenberg, 2007).

Os valores encontrados para abcessos hepáticos foram muito baixos para todos os

tratamentos, não ultrapassando 20%, demonstrando que os aditivos foram eficazes na

manutenção do pH ruminal, prevenindo o aparecimento de lesões no epitélio ruminal e

consequentemente a formação de leões hepáticas. (Wise et al., 1974) observaram que a adição

de 10 a 15% de volumoso, para dietas de confinamento, foi o melhor método disponível para

prevenir rumenites e abcessos,

Em relação à morfologia e incidência de rumenites, pode-se perceber que tratamento

com uso de monensina apresentou melhor a área média de papila (AMP), expresso em cm²

comparado ao tratamento OF, isso pode ser explicado pelo fato que utilização do aditivo

monensina pode ter contribuído para um aumento na concentração de propionato e

diminuição de acetato e butirato no rúmen (McGuffey, 2001), visto que o propionato estimula

o crescimento e desenvolvimento das papilas ruminais.

Barducci et al. (2015) avaliaram os aspectos morfológicos das papilas ruminais de

bovinos recebendo dietas contendo dois diferentes tipos de aditivos (preparado de anticorpos

policlonais, PAP; e monensina sódica). Foram testados quatro tratamentos: sem aditivo; PAP;

monensina e monensina + PAP. Os resultados deste estudo demonstraram que o tratamento

contendo monensina sódica apresentou uma maior superfície de absorção quando comparada

ao tratamento sem a inclusão desta (24,2 vs. 19,45 cm2, respectivamente). As papilas

aumentam a área de superfície do rúmen disponível para absorção de ácidos graxos de cadeia

curta (Baldwin e Jesse, 1991; Warner, 1991; Greenwood et al.,1997), isso pode levar a

melhores resultados de desempenho. No presente estudo não houve diferença entre os

tratamentos para número e área média de papilas.

Os valores encontrados para índice de rumenites foram muito baixos para todos os

tratamentos, não ultrapassando 1,65 pontos, demonstrando que tanto o uso dos aditivos quanto

os níveis testados de FDNF foram eficientes na prevenção dessas lesões. Em estudo com

suplementação de aditivos alimentares para bovinos Nelore confinados recebendo dietas com

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79% de concentrado, Rodrigues (2011; dados não publicados) que também encontrou baixo

índice de rumenites, com valores abaixo de 1,8 pontos. Nesse sentido, Millen (2009),

trabalhando com animais confinados com alta inclusão de concentrados, concluiu que o ganho

de peso diário não é afetado quando o índice de rumenites é de até 4,0 pontos.

Segundo Bigham e McManus (1975), o maior aparecimento de lesões no rúmen é

devido à acidificação ruminal por conseqüência da produção em excesso de ácidos fortes,

como o lactato, e do aumento do total de ácidos graxos de cadeia curta, neste sentido podemos

dizer que o baixo aparecimento de lesões ruminais no presente estudo está relacionado com os

valores de pH obtidos, demonstrando que os aditivos e os níveis de fibra estudados foram

eficientes para a manutenção do bom funcionamento ruminal.

No que diz respeito às variáveis histológicas quando comparamos o tratamento CTR

vs ADIT observamos que o uso de aditivos se mostraram mais eficientes para largura das

papilas entretanto, aumentaram a espessura média da camada de queratina das papilas, isso

possivelmente ocorreu devido à maior produção de propionato e relativamente aumento da

produção de butirato gerada pelo uso dos aditivos.

O nível de 9% de FDNf aumentou a área de papila, mm², sugerindo, juntamente com

as outras variáveis aqui estudadas que possivelmente a inclusão de baixos níveis de FDNf é

eficiente na manutenção da ruminal, comprovando elevado fator de efetividade física da

FDNf (Goulart, 2010).

Para todas as variáveis de desempenho aqui testadas (Tabela 11), o maior ganho médio

diário (GMD) associado ao uso da monensina pode estar relacionado com o maior CMS ,

melhor conversão alimentar e eficiência alimentar. Da mesma forma, Barducci et al. (2013)

também não observaram redução no CMS com o uso de 30 ppm de monensina em animais

Brangus confinados, relatando aumento no GMD, como reflexo da melhora na conversão

alimentar (CA).

No entanto, o maior peso vivo final (PVf) e GMD observados com a inclusão de

monensina parecem estar ligados ao tamanho do TGI, diante disso, percebe-se que o uso do

OF é uma alternativa eficiente à monensina, pois não foi observado diferenças no rendimento

de carcaça e se fizermos a relação peso de carcaça pelo CMS, os animais alimentados com

monensina ganharam 35,68 kg/ kg MS consumido, enquanto que os animais do tratamento

OF, ganharam 36,90 kg/ kgMS consumida, comprovando a eficiência desse aditivo.

Das variáveis de desempenho aqui testadas, como esperado, foi observado maior peso

de conteúdo digestório (CTGI), kg, na dieta com 15% de FDNf, o que sugere que maiores

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teores de fibra e menor digestibilidade, podem dessa forma, ter aumentado o tempo de

retenção no rúmen. Este resultado está de acordo com Preston e Willis (1982) e Agricultural

Research Council - ARC (1980), os quais afirmaram que a adição de concentrado na ração

reduz o conteúdo do TGI. Dessa forma, a melhor maneira de expressar o ganho de peso de

bovinos alimentados com diferentes níveis de concentrado na ração seria em relação ao PV

vazio, para evitar a influência do conteúdo do TGI.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os baixos níveis de fibra provenientes da forragem podem ser utilizados em dietas de

terminação sem prejudicar o desempenho animal e saúde do epitélio ruminal.

Com base nos resultados deste estudo, o uso do óleo funcional não influenciou no

rendimento de carcaça dos animais, fato de extrema importância para a eficiência da cadeia

produtiva de carne, deste modo, destaca-se como um aditivo alternativo eficaz no caso de

restrição ao uso de monensina.

O emprego de óleos funcionais como aditivo alimentar em dietas de confinamento,

parece promissor e precisa ser mais investigado.

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