Adeus bucólica Palmeira
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Instituto Histórico e Geográfico de Palmeira Fundado em 13 de fevereiro de 1955
Registro nº 438, Liv A-02 Cartório de Títulos e Documentos
CNPJ 07.217.980/0001-28
Declarado de utilidade pública pela Lei nº 310 de 22 de maio 1955.
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Adeus bucólica Palmeira
Berilo Capraro 1
Junho de 2014
É isto mesmo que pensamos com o que vemos.
Outrora era enaltecida a condição de Palmeira, como cidade bucólica.
Consultando o dicionário Larousse, encontramos que o termo é referente a
coisas do meio campestre e às belezas naturais.
Deixou de existir a vida e os costumes campestres.
Aquele aspecto de cidade, que víamos a décadas passadas, está na hora da
extrema unção.
O aspecto urbanístico está todo mudado. Aquelas casas, com os traços
arquitetônicos de outrora, já quase não existem mais.
Permitiusse a demolição de todas as casas, que foram mansões em outros
tempos, usados por famílias tradicionais.
Já não se pode fazer mais nada, o mal feito, está feio.
- Não adiantou a lição da cidade da Lapa, que preserva o seu aspecto bucólico e
também sua história, mas permitindo que o progresso chegue.
Não adiantou a cidade de Morretes, que conserva o que se pode chamar de
bucólico, sem este termo ter nenhum siginificado depreciativo, muito pelo
contrário. Inteligentemente, Morretes usa este seu aspecto, para incrementar o
lucro que o turismo aufere.
Está a Palmeira permitindo de uma maneira pouco inteligente, que aquelas
casas, de aspecto nostálgico desapareçam.
Quantas casas...
1 Membro colaborador do IHGP
Lembramos da mansão em que morou Barão do Tibagi, na Praça Marechal
Floriano. Foi demolida para dar lugar ao prédio da Prefeitura Municipal, que não
tem nada que chame atenção por qualquer razão.
Na mesma praça havia sobradinho do Dr. Gabriel Bacila, ali funcionava o seu
consultório e era também o Posto de Saúde de Palmeira e sua morada.
Na mesma Praça Mal. Floriano, na esquina da Rua Pedro Ferreira, existia uma
casa, de aspecto arquitetônico muito bonito, era um exemplo belíssimo de como
era Palmeira a décadas passadas. Pertencia esta casa a família Diogo de Freitas.
Foi demolida, no seu lugar, surgiu uma casa, que não tem nada de belo a ser
apreciada, é apenas moderna.
Na Rua Conceição existia a casa do Sr. Adélio França, também uma belíssima
casa. Sr. Adélio era ervateiro, tendo seu moinho numa casa anexa na mesma Rua
Conceição.
Na Rua Jesuíno Marcondes, esquina com a Rua Diogo de Freitas, onde outrora
era Praça Generoso Marques, esta uma casa ainda intacta, felizmente.
Na Rua Conceição, a casa do Sr. Teobaldo Machado, que deixou uma
descendência grande, agora vai dar lugar para, o que imagino, um grande
edifício.
Na Rua Jesuíno Marcondes, também acontece o mesmo, na propriedade do ex-
vereador Gumercindo Borges, já falecido.
Na Rua Max Wolf Filho, está acontecendo um lamentável episódio. Estamos
vendo, sem saber a quem atribuir mais este lamentável episódio. Ali estão
deixando uma bela casa ruir. É uma pena que entre nós palmeirenses, um
espetáculo de desamor, seja permitido não sei por quem.
Palmeira também tem uma história, uma opulenta história, que não está sendo
lembrada convenientemente.
Numa casa, situada próxima à rua do banhado e que já foi residência de um
ministro do Império Brasileiro, está seguindo os mesmos passos da casa da Rua
Max Wolf Filho.
Hoje ainda, a título precário, abriga o Museu Municipal.
A título precário, porque os cuidados necessários, para um prédio senecto, não
está havendo.
Quem chegar nesse prédio, em dia de chuva, vai ver os baldes espalhados, para
conter a caída de água.
Esta casa poderia ter sido o local de hospedagem de D. Pedro, quando de sua
passagem por Palmeira.
Passando algum tempo, passou a ser morada do seu Joaquim Laurindo, que ao
lado de sua labuta, para o seu sustento, também era benzedor, que atendia as
criaças palmeirenses “atacadas” das bichas.
E hoje? Bem hoje estamos no aguardo, que aconteça o mesmo que a casa da
Rua Max Wolf Filho.
Mais o crime permitido, aconteceu na Mandaçaia. Foi deixado que o tempo
destruísse a cada do herói da Guerra do Paraguai Manoel Demétrio.
Hoje a loja Maçônica de Palmeira, faz a ele, a devida homenagem, dando a Loja
Maçônica o seu nome.
Vemos por iniciativa particular, a lembrança da Colônia Cecília e do
anarquismo, ainda ser lembrado, por Arnoldo Monteiro Bach. E os órgãos
públicos o que estão fazendo?
A inércia para o assunto cultural é total.
Ainda bem que temos o Instituto Histórico e Geográfico de Palmeira, que ainda
funciona.
Por onde anda a Secretaria da Educação, a Secretaria da Cultura do Estado, a
Prefeitura Municipal e sua Secretaria da Cultura?
Alguém sabe e pode responder a esta pergunta?