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ADENDA DA DISSERTAÇÃO: Agradecimentos Este trabalho resulta de uma miscigenação de ideias de todos quantos me influenciaram intelectualmen- te ao longo da vida, muitos dos quais sou incapaz de nomear. Aos que me aguçaram a curiosidade, me deram novas lentes críticas ou me desafiaram a ir ao fundo das questões, é justa uma palavra de gratidão. Outros há com mérito mais óbvio neste resultado, a quem agradeço de forma sentida: Ao Filipe e à Leonor, por darem sentido aos meus dias e conferirem uma estrutura à minha vida. Aos meus queridos pais e irmã, por me abrirem os braços e estenderem as mãos incondicionalmente. Ao meu avô Eusébio que, mesmo sendo centenário, me inspira a persistir na busca do conhecimento. À Prof. Catarina Roseira, por orientar este meu percurso, por me deixar voar, mas também por me trazer à terra, num diálogo aberto, construtivo e pragmático, pontuado por palavras de incentivo e rigor Ao Prof. Pedro Campos que, apesar de ‘recrutado’ numa fase tardia, se dispôs a trocar impressões metodológicas, a acompanhar a evolução da análise e a encorajar-me nos momentos mais sinuosos. Ao Prof. João Marôco por me trazer luz, quando o modelo SEM me parecia imprestável. Àqueles que me despertaram novas reflexões e/ou ajudaram a operacionalizar logisticamente o trabalho, agradeço a generosidade: Prof. Luísa Pinto, Salvador Maria, Bárbara Valente, Paulo Costa, Carla Inácio, Alexis Ferton, Lorenzo Lütjens, Adrian Bridge, João Ascenção, Eng. Mário Ascenção, Carlota Harbour, e a todos os amigos e colegas que facilitaram a disseminação do questionário.

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ADENDA DA DISSERTAÇÃO:

Agradecimentos

Este trabalho resulta de uma miscigenação de ideias de todos quantos me influenciaram intelectualmen-

te ao longo da vida, muitos dos quais sou incapaz de nomear.

Aos que me aguçaram a curiosidade, me deram novas lentes críticas ou me desafiaram a ir ao fundo das

questões, é justa uma palavra de gratidão.

Outros há com mérito mais óbvio neste resultado, a quem agradeço de forma sentida:

Ao Filipe e à Leonor, por darem sentido aos meus dias e conferirem uma estrutura à minha vida.

Aos meus queridos pais e irmã, por me abrirem os braços e estenderem as mãos incondicionalmente.

Ao meu avô Eusébio que, mesmo sendo centenário, me inspira a persistir na busca do conhecimento.

À Prof. Catarina Roseira, por orientar este meu percurso, por me deixar voar, mas também por me

trazer à terra, num diálogo aberto, construtivo e pragmático, pontuado por palavras de incentivo e rigor

Ao Prof. Pedro Campos que, apesar de ‘recrutado’ numa fase tardia, se dispôs a trocar impressões

metodológicas, a acompanhar a evolução da análise e a encorajar-me nos momentos mais sinuosos.

Ao Prof. João Marôco por me trazer luz, quando o modelo SEM me parecia imprestável.

Àqueles que me despertaram novas reflexões e/ou ajudaram a operacionalizar logisticamente o

trabalho, agradeço a generosidade: Prof. Luísa Pinto, Salvador Maria, Bárbara Valente, Paulo Costa,

Carla Inácio, Alexis Ferton, Lorenzo Lütjens, Adrian Bridge, João Ascenção, Eng. Mário Ascenção,

Carlota Harbour, e a todos os amigos e colegas que facilitaram a disseminação do questionário.

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ERRATA DA DISSERTAÇÃO:

Pág. Linha Onde se lê Deve ler-se

ii 8 validades validadas

iii 3 …effect on the visit experience. In the context of the recent…

…effect on visit experience. Considering the recent…

iii 7 …based validated scales in previous… …based on validated scales of previous…

iii 9 The data weas analyzed using an SEM anal-ysis.

Data was analysed through SEM analysis.

iii 11 As a background of the perceived… As antecedents of perceived…

iii 18 …are discussed …are discussed and recommendations for future research are suggested.

vii 6 Índice de Quadros v Índice de Quadros vii

viii 7 Índice de Figuras vi Índice de Figuras viii

v 7 Capítulo III| Metodologia 19 Capítulo III| Metodologia 20

vi 6 4.2.1. 1.ª Etapa do SEM: CFA 45 4.2.1. 1.ª Etapa do SEM: CFA 42

vi 12 5.2. Limitações do estudo e pistas para investigação futura 62

5.3. Limitações do estudo e pistas para inves-tigação futura 62

vi 14 Anexos 24 Anexos 73

vi 15 Anexo I | Manifestações anti-turismo no Porto 80

Anexo I | Manifestações anti-turismo no Porto 73

vi 16 Anexo II | Questionário final 80 Anexo II | Questionário final 74

vi 17 Anexo III | Verificação da normalidade da distribuição 85

Anexo III | Verificação da normalidade da distribuição 78

vi 18 Anexo IV | Efeito da remoção de influen-tial outliers 87

Anexo IV | Efeito da remoção de influential outliers 80

vi 19 Anexo V | Estatística descritiva: Resultados do inquérito 89

Anexo V | Estatística descritiva: resultados do inquérito 82

vii 3 Quadro 3.2 – Alpha de Cronbach… Quadro 3.2 – Alfa de Cronbach…

1 10 Expo’98. (Banco de Portugal, 2018). Expo’98 (Banco de Portugal, 2018).

1/16 12/24 … Lewis & Bridger, 2011… …Bridger & Lewis, 2011…

1/18/23/58

18/14/10/ 16

Rani et al, 2014 Rani & Ahmad, 2014

2 21 …porto de Leixões, a introdução… …porto de Leixões e a introdução…

3 7 …228 turistas por m2,… …228 turistas por km2,…

4 5 …visita, e perverte… …visita e perverte…

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Pág. Linha Onde se lê Deve ler-se

5 8 DMOs [nota de rodapé] DMO – Destination Man-agement Organization.

6 9 …comoditização e unicidade. …comoditização e unicidade. São concetual-izados outros antecedentes de natureza nomi-nal encontrados na literatura, que serão apro-fundados numa posterior investigação (secção

2.1.3). Por último,…

6 10 …perceção de autenticidade (secção 2.1.3.): …perceção de autenticidade (secção 2.1.4):

8 3 …(Nguyen, 2015), e afirmar… …(Nguyen, 2015) e afirmar…

8 29 …(Connel, 2007). …(Connell, 2007).

11 1 Sirgy & Su, 2000 [excluir referência bibliográfica]

11 1 Waitt; 2000; Waitt, 2000;

20 14 … (cfr. Fig xxx)… … (cfr. Fig. 3.1)…

27 14 Mohamad & Som Mohammad & Som

27 30 Kozak Kozak (2002)

28 12/16/17

Chhabbra / Chabbra Chhabra

28 21 Brida et al., 2012 Brida et al., 2013

29 11 OBJ2_r (É artificial). OBJ2_r (‘É artificial’).

29 12 * Kim et al., 2007;

29 28 …do consumidor. …do consumidor. Pontualmente, são propos-tos itens complementares às escalas encontra-das. Face a um vazio detetado sobre escalas da turistificação percebida, é proposta uma escala, formulada com base na definição do construto.

31 16 A Figura XX… A Fig. 3.2…

32 7 …postula que: o… … postula que o…

32 24 … Maximum Likelihood (ML), … Maximum Likelihood (ML).

33 2 Quadro 3.3: Índices de qualidade… Quadro 3.3 – Índices de qualidade…

34 14 Previamente verificado o… Previamente foi verificado o…

36 13 …assimétrica negativa (Gráfico 4.1) …assimétrica negativa (Fig. 3.3)…

37 18 …que surgem clusterizados (Gráfico 4.2). …que surgem clusterizados.

37 27 O próximo capítulo inroduz… O próximo capítulo introduz…

38 10 Quadro 4.1: Perfil dos correspondentes Quadro 4.1 – Perfil dos respondentes

39 8 Quadro 4.2: Aspetos logísticos… Quadro 4.2 – Aspetos logísticos…

42 2 …na revisita (LEAL3). …na eventual revisita futura (LEAL3).

46 2 …nas análises parciais. …nas anteriores análises parciais.

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49 4 …parece, preferível… …parece preferível…

49 11 …e, por último são… …e, por último, são…

50 5 …temos X2 S 0.95; (6) = 12.592. …um X2 S 0.95; (6) = 12.592.

52 6 Quadro 4.4: Efeitos diretos… Quadro 4.4 – Efeitos diretos…

53 2 (βIC.AUT =.421, p<0.01). (βIC.SAT =.421, p<0.01).

53 7 …IC←AUT (.421). …IC←SAT (.421).

53 8 A Fig. 4.5 resume as estimativas… A Fig. 4.6 resume as estimativas…

53 9 Fig. 4.5: Modelo estrutural Fig. 4.6 – Modelo estrutural

54 1 Quadro 4.6: Efeito indireto… Quadro 4.5 – Efeito indireto…

54 15 Todos as… Todas as…

55 1 Quadro 4.7: Outros efeitos… Quadro 4.6 – Outros efeitos…

56 23 … motivações push e pull.. … motivações push e pull.

57 7 …têm a experiências… …têm experiências…

60 32 …sobre a autenticidade …sobre a autenticidade.

61 10 … a relação causal… …da relação causal…

62 2 Aguinis, H., & Joo, H. (2014). 10 Debunk-ing Myths and Urban Legends about how

to Identify Influential Outliers. More statisti-cal and methodological myths and urban legends.

Aguinis, H., & Joo, H. (2014). 10 Debunking Myths and Urban Legends about how to Iden-

tify Influential Outliers. In Lance, C. E., & Vandenberg, R. J. (Eds.). More statistical and methodological myths and urban legends. 208-223.

Disponível em: http://www.hermanaguinis.com/Outlierschap

ter.pdf

63 27 Banco de Portugal (2018). "Projeções para a economia portuguesa: 2018-2020." Boletim

económico. Disponível em: https://www.bportugal.pt/sites/default/fil

es/anexos/pdf-boletim/proj_mar2018_p.pdf [Accessed 8

Jun. 2018].

Banco de Portugal (2018). Projeções para a economia portuguesa: 2018-2020. Boletim

económico. Disponível em: https://www.bportugal.pt/sites/default/files/

anexos/pdf-boletim/proj_mar2018_p.pdf

64 32 Chhabra, D. (2005). Defining authenticity and its determinants: Toward an authentici-ty flow model. Journal of Travel Research,

44(1), 64-73.

[eliminar referência bibliográfica]

65 14 Cunha, L. (2010). Desenvolvimento do turismo em Portugal: Os primórdios

Cunha, L. (2010). Desenvolvimento do turismo em Portugal: Os primórdios. Fluxos & Riscos,1, 127 – 149.

65 27 ECM (2017). The European Cities Market-ing Benchmarking Report 2016-2017. Eu-ropean Cities Marketing. Disponível em:

http://fr.calameo.com/read/000674014579d8e8e1384?bkcode=000674014579d8e8e13

84 (consultado em 05.11.2017 às 18h25)

ECM (2017). The European Cities Marketing Benchmarking Report 2016-2017. European

Cities Marketing. Disponível em: http://fr.calameo.com/read/000674014579d8e

8e1384?bkcode=000674014579d8e8e1384

66 29 Hamari, J., Sjöklint, M., & Ukkonen, A. (2016)…

Hamari, J., Sjöklint, M., & Ukkonen, A. (2015)…

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Pág. Linha Onde se lê Deve ler-se

66 28 Hair, J. F., Anderson, R. E., Tatham, R. L., & William, C. Black.(2010). Multivariate

Data Analysis

Hair, J. F., Black, W. C., Babin, B. J., Ander-son, R. E., & Tatham, R. L. (2010). Multivaria-te Data Analysis (ed.): Pearson Prentice Hall.

66 31 Harkin, M. (1995). Modernist anthropology and tourism of the authentic. Annals of

tourism research, 22(3), 650-670.

[eliminar referência bibliográfica]

66 35 Hikmah et al (2018): The Effects of Tour-ism Products, Service Quality and Destina-

tion Uniqueness

Hikmah, Payangan, O. R., Munir, A. R. & Jusni (2018). The Effects of Tourism Products, Ser-vice Quality and Destination Uniqueness to the

Satisfaction and Loyalty of Tourist in South Sulawesi. Scientific Research Journal (SCIRJ), 4(1),

91-100.

67 6 Hunter, C. (1997). Sustainable tourism as an adaptive paradigm. Annals of tourism re-

search, 24(4), 850-867.

[eliminar referência bibliográfica]

67 14 Jeon, H. (2018). Exploring factors for sus-tainable success of festivals: Authenticity,

customer satisfaction, and customer citizen-ship behavior (Doctoral dissertation, Kan-

sas State University)

Jeon, H. (2018). Exploring factors for sustainable success of festivals: Authenticity, customer satisfaction, and customer citizenship behavior (Doctoral disser-

tation, Kansas State University). Disponível em: http://krex.k-

state.edu/dspace/handle/2097/38766

67 19 Jornal de Notícias (2018.04.04) Re-sponsáveis do setor recusam problemas de

sobrecarga turística. Disponível em: https://www.jn.pt/nacional/interior/respo

nsaveis-do-setor-recusam-problemas-de-sobrecarga-turistica-9233439.html 04 Abril

2018

[eliminar referência bibliográfica]

67 23 Kenny, D. A. (2011). Respecification of latent variable models. Retrieved July, 12,

2012.

Kenny, D. A. (2011). Respecification of latent vari-able models. Disponível em:

http://davidakenny.net/cm/respec.htm. [Ace-dido em 10 de setembro de 2018]

68 1 Kotler, P. & Keller, K. L., (2014)… Kotler, P. & Keller, K. L., (2012)…

68 15 Lewis, D., & Bridger, D. (2011). The Soul of the New Consumer: Authenticity-What

We Buy and Why in the New Economy. Nicholas Brealey Publishing.

[eliminar referência bibliográfica]

69 16 Nguyen, T. H. H. (2015). Heritage tour-ists' perceptions of authenticity, its antecedents and consequence (Doctoral dissertation, The

Hong Kong Polytechnic University).

Nguyen, T. H. H. (2015). Heritage tourists' perceptions of authenticity, its antecedents and

consequence (Doctoral dissertation, The Hong Kong Polytechnic University). Disponível em: http://158.132.160.122/handle/10397/36470

70 25 Richards, G. (2014). Creating relational tourism through exchange: The Maltese

experience. Journal of Hospitality and Tourism, 12(1), 87-94. Disponível em:

Richards, G. (2014). Creating relational tourism through exchange: The Maltese experience.

Journal of Hospitality and Tourism, 12(1), 87-94.

71 16 Sirgy, M. J., & Su, C. (2000). Destination image, self-congruity, and travel behavior: Toward an integrative model. Journal of

Travel Research, 38(4), 340-352.

[eliminar referência bibliográfica]

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Pág. Linha Onde se lê Deve ler-se

72 16 INE Plataforma: https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_indicadores&indOcorrCod

=0009184&contexto=bd&selTab=tab2

[transferir referência para pág. 67, seguindo a ordem alfabética]

INE. (2018). Portal do Instituto Nacional de Estatística. Disponível em:

https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_indicadores&indOcorrCod=0009

184&contexto=bd&selTab=tab2

72 19 Registo Nacional de Alojamento Local https://rnt.turismodeportugal.pt/RNAL/C

onsultaRegis-to.aspx?Origem=CP&FiltroVisivel=True

[transferir referência para pág. 70, seguindo a ordem alfabética]

RNAL. (2018). Portal do Registo Nacional de Alojamento Local. Disponível em:

https://rnt.turismodeportugal.pt/RNAL/ConsultaRegis-

to.aspx?Origem=CP&FiltroVisivel=True

Texto et al., et al.,

Omisso na Bibliografia:

Hair, J. F. JR., Anderson, RE, Tatham, RL, & Black, WC (1995). Multivariate Data Analysis (3rd ed). New York: Macmillan. Kim, S. S., Wong, K. K., & Cho, M. (2007). Assessing the economic value of a world heritage site and willingness-to-pay determinants: A case of Changdeok Palace. Tourism management, 28(1), 317-322. Marques, M. I. A., Candeias, M. T., Magalhães, C. M., & Santos, A. M. (2016). Perceção dos residentes e profissionais do Centro do Porto sobre o desenvolvimento do turismo na cidade. População e Sociedade, 26, 45-61.

Oliver, R. L. (1980). A cognitive model of the antecedents and consequences of satisfaction decisions. Journal of marketing research, 460-469.

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AUTENTI(CIDADE) PERCEBIDA DO PORTO: ANTECEDENTES E CONSEQUENTES

Natália Maria Almeida Fragoso

Dissertação

Mestrado em Marketing

Orientado por Prof. Dra. Maria Catarina de Almeida Roseira

Co-orientado por

Prof. Dr. Pedro Campos

2018

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i

Agradecimentos

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ii

Resumo

Objetivo: É sustentado que a saturação turística dilui a perceção de autenticidade local, com

efeito detrimental na experiência de visita. No quadro do recente fenómeno de explosão

turística da cidade do Porto, este estudo investiga os seus efeitos sobre a autenticidade

percebida pelos turistas, os seus antecedentes e consequentes.

Metodologia: Para endereçar o objetivo de investigação, foi realizado um inquérito por

questionário a turistas da cidade do Porto. O questionário foi elaborado maioritariamente

com base em escalas validades em estudos anteriores. Foram obtidos 310 questionários

válidos de turistas de várias nacionalidades e faixas etárias. Os dados foram analisados com

recurso a uma análise SEM.

Resultados: Como antecedentes da autenticidade percebida, foi suportada a influência

estatisticamente significativa da unicidade, motivação push, imersão, motivação pull e

turistificação. Como consequentes, ficou demonstrada a significância estatística da

autenticidade percebida sobre a satisfação e a intenção comportamental.

Conclusões: Foi evidenciado para a amostra em estudo, que a autenticidade percebida

exerce maior influência sobre a intenção comportamental, do que a satisfação, demonstrando

o seu papel crítico sobre o comportamento de consumo em turismo. São discutidas

implicações teóricas e práticas do estudo, e são sugeridas pistas para investigação futura.

Palavras-chave: autenticidade percebida; turismo autêntico; unicidade; turistificação;

comoditização; intenção comportamental

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iii

Abstract

Objective: It is argued that overtourism dilutes the perception of local authenticity, with

detrimental effect on the visit experience. In the context of the recent tourist explosion in

the city of Porto, this study aims to investigate its effects on the perceived authenticity from

tourists’ perspectives, their antecedents and consequents.

Methodology: In order to address the research objective, a questionnaire survey was

conducted with city of Porto tourists. The questionnaire was constructed mainly based

validated scales in previous studies. There were 310 questionnaires considered valid for

tourists of different nationalities and age groups. The data weas analyzed using an SEM

analysis.

Findings: As a background of the perceived authenticity, the influence of uniqueness, push

motivation, immersion, pull motivation and touristification was supported. As a

consequence, the statistical significance of perceived authenticity over satisfaction and

behavioral intent was demonstrated.

Conclusions: Evidence was made for the sample that perceived authenticity exerts a

greater influence on behavioral intention than satisfaction, demonstrating its critical role on

consumption behavior in tourism. Theoretical and practical implications of the study are

discussed

Keywords: perceived authenticity; authentic tourism; uniqueness; touristification;

comoditization; behavioral intention

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iv

Índice

Agradecimentos i

Resumo ii

Abstract iii

Índice iv

Índice de Quadros v

Índice de Figuras vi

Capítulo I | Introdução 1

1.1. Enquadramento 1

1.2. Objetivo e relevância do estudo 4

1.3. Estrutura do documento 5

Capítulo II | Enquadramento teórico 6

2.1. Revisão de literatura 6

2.1.1. Autenticidade 6

2.1.1.1. Abordagem objetivista 7

2.1.1.2. Abordagem construtivista 8

2.1.1.3. Abordagem pós-moderna 9

2.1.1.4. Abordagem existencialista 10

2.1.2. Antecedentes da perceção de autenticidade 10

2.1.2.1. Motivação 11

2.1.2.2. Imersão local 12

2.1.2.3. Turistificação percebida 13

2.1.2.4. Comoditização percebida 14

2.1.2.5. Unicidade do destino 15

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v

2.1.3. Outras variáveis antecedentes 15

2.1.3.1. Organização da viagem 15

2.1.3.2. Tipo de alojamento 16

2.1.4. Consequentes da perceção de autenticidade 17

2.1.4.1. Satisfação 17

2.1.4.2. Intenção comportamental 18

Capítulo III| Metodologia 19

3.1. Objetivo do estudo 20

3.2. Modelo de análise e hipóteses de investigação 20

3.3. Metodologia de recolha de dados 24

3.3.1. Amostra 25

3.3.2. Estudo piloto 26

3.3.3. Instrumento de medida 26

3.3.4. Fiabilidade da escala de medida 30

3.3.5. Recolha de dados 31

3.4. Metodologia de análise de dados 31

3.4.1. Modelo de Equações Estruturais (SEM) 32

3.4.1.1. 1.ª Etapa do SEM: Análise Fatorial Confirmatória (CFA) 32

3.4.2.2. 2.ª Etapa: Modelo causal 34

3.4.2. Preparação dos dados 35

3.4.2.1. Missing values 35

3.4.2.2. Respostas lineares ou padronizadas 35

3.4.2.3. Normalidade multivariada 36

3.4.2.4. Outliers 37

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vi

Capítulo IV| Apresentação e discussão dos resultados 38

4.1. Estatística descritiva 38

4.1.1. Perfil dos respondentes 38

4.1.2. Análise estatística dos construtos 40

4.2. Apresentação dos resultados SEM 42

4.2.1. 1.ª Etapa do SEM: CFA 45

4.2.2. 2.ª Etapa do SEM: Modelo estrutural 49

4.3. Discussão dos resultados 56

Capítulo V| Conclusões 60

5.1. Síntese do estudo e principais conclusões 60

5.2. Implicações teóricas e práticas do estudo 61

5.2. Limitações do estudo e pistas para investigação futura 62

Bibliografia 63

Anexos 24

Anexo I | Manifestações anti-turismo no Porto 80

Anexo II | Questionário final 81

Anexo III | Verificação da normalidade da distribuição 85

Anexo IV | Efeito da remoção de influential outliers 87

Anexo V | Estatística descritiva: Resultados do inquérito 89

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vii

Índice de Quadros

Quadro 3.1 – Escala de medida adotada 27

Quadro 3.2 – Alpha de Cronbach da escala de medida 30

Quadro 3.3 – Índices de qualidade de ajustamento e cut-offs de referência 33

Quadro 4.1 – Perfil dos respondentes 38

Quadro 4.2 – Aspetos logísticos 39

Quadro 4.3 – Fiabilidade e validade de construto 48

Quadro 4.4 – Efeitos diretos hipotetizados do modelo estrutural 52

Quadro 4.5 – Efeito indireto hipotetizado do modelo estrutural 54

Quadro 4.6 – Outros efeitos indiretos do modelo estrutural 55

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viii

Índice de Figuras

Fig. 3.1 – Modelo de análise proposto 20

Fig. 3.2 – Metodologia de análise de dados 31

Fig. 3.3 – Exemplo de um item assimétrico negativo – IM8 36

Fig. 4.1 – Path diagram do modelo de medida de 1.ª ordem ajustado 43

Fig. 4.2 - Path diagram do modelo de medida de 2.ª ordem AUT ajustado 44

Fig. 4.3 - Path diagram do modelo de medida de 2.ª ordem IC ajustado 45

Fig. 4.4 - Path diagram do modelo de medida de 2.ª ordem global ajustado 47

Fig. 4.5 - Path diagram do modelo causal ajustado 51

Fig. 4.6 – Modelo estrutural com estimativas estandardizadas das trajetórias 53

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1

Capítulo I | Introdução

1.1. Enquadramento

Os últimos vinte anos têm sido marcados pela explosão da dinâmica turística no cenário

económico global (Richards, 2011). O setor das viagens e turismo representa hoje 10% do

PIB mundial (European Travel Comission, 2018) e cresce a uma taxa três vezes superior a

este indicador (ITB, 2018). Ademais, o turismo enquanto fenómeno social, cultural e

económico, induz um efeito multiplicador a montante e a jusante da cadeia de valor,

dinamizando uma miríade de outras indústrias.

Seguindo esta tendência, observou-se em 2017 à escala nacional, um aumento de 15,4% nas

exportações de turismo, constituindo uma taxa de crescimento apenas equiparável à

observada em 1998, ano da realização da Expo’98. (Banco de Portugal, 2018).

Presentemente o grande motor da tendente procura de experiências turísticas (Pine II &

Gilmore, 1998) é a autenticidade (Gilmore & Pine, 2007; Lewis & Bridger, 2011; Xie & Wall,

2002). A autenticidade local constitui hoje um ativo central, numa arena global altamente

competitiva, onde os destinos concorrem pela singularidade e atratividade dos seus recursos

finitos. Contudo, por um lado, a globalização do turismo converte o património numa

commodity; por outro, a sua valorização potenciada pelas pressões turísticas, tem redundado

amiúde em decadência local (Mohamed, 2005 apud Rani et al., 2014; Russo, 2002). Daqui

deriva que o turismo não é inócuo, implicando trade-offs para os diferentes stakeholders

(Andereck et al., 2005; Bimonte & Punzo, 2016; Kim et al., 2013; Lin et al., 2017; Önder et al.,

2017).

Os efeitos colaterais do turismo podem explicar porque, em 2017, se debateu tanto o

fenómeno do ‘overtourism’, ‘turistificação’ ou saturação turística (IPDT, 2018) e o seu impacto

na erosão da autenticidade local. Inquirindo 29k viajantes internacionais em 24 países da

Europa, Ásia e América, o World Travel Monitor concluiu que, em 2017, aproximadamente

25% dos turistas relataram a sobrelotação dos destinos visitados e 9% (100M de turistas)

reconheceu a consequente deterioração da sua experiência de viagem (ITB, 2018).

Na academia, emerge uma linha de investigação em matéria de turismo urbano e cultural nas

últimas décadas (Ashworth & Page, 2011; Zhu et al., 2017). As entropias resultantes da

pressão turística sobre os centros urbanos, bem como os atributos de atratividade dos

destinos e comportamentos de consumo do turista, têm multiplicado estudos (Andereck, et

al., 2005; Butler, 1980; McKercher, 1993; Russo, 2002; Saarinen, 2006). O legado histórico

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tem moldado os centros históricos urbanos de grande parte da europa, representando estes

destinos verdadeiros relicários patrimoniais, que fomentam o turismo através da

‘comoditização do passado’ (Cohen, 1988; Cole, 2007; Waitt, 2000). Mas a ‘turistificação’

pode determinar a fragmentação e deterioração do património urbano com profundo

impacto nos valores da comunidade e na economia do destino (UNESCO, 2012).

Adicionalmente, o efeito socialmente excludente da gentrificação, reivindicado por Lefebvre

(2011), pode culminar em sentimentos de ‘turismofobia’ (Bruttomesso, 2018; García-

Hernández et al., 2017) (vd. Anexo I). Como Önder et al. (2017: 244) sintetizam, a perda da

autenticidade concorre para que os «‘turistas de qualidade’ evitem lugares lotados, deixando

multidões de visitantes de baixa qualidade», que trazem mais prejuízos do que benefícios para

as cidades. Daí que o paradigma ‘value over volume’ conduza hoje ao repensar de muitos

destinos (ITB, 2018). Conforme remata o IPDT1, é a «autenticidade que atrai os turistas em

primeiro lugar. Ao perdê-la, todos perdemos» (IPDT, 2018: 53).

A autenticidade dos destinos é, assim, tida como fator de sustentabilidade turística do

destino: i) enquanto determinante da atratividade e competitividade (Aronsson, 1994); ii)

enquanto indutor do consumo (Chhabra et al., 2003); iii) enquanto medida de avaliação da

experiência (Kolar & Zabkar, 2010); e iii) enquanto fator de sustentabilidade cultural, através

da preservação do património (Chhabra et al., 2003; Li et al. 2016).

No Porto, a necessidade de alavancar a economia da cidade, conduziu à redefinição do

destino e à orientação para um mercado global. Os investimentos no aeroporto Sá Carneiro

e no terminal de passageiros do porto de Leixões, a introdução da aviação low-cost em 2005,

deram impulso ao setor. Por consequência, o tráfego de passageiros no aeroporto acelerou

50% entre 2013 e 2017 (Dinheiro Vivo, 2017). O número de rotas aéreas quadruplicou entre

2005 e 2017 (Expresso, 2016; PwC, 2017). Os visitantes na cidade cresceram de 1M, em 2016

(PwC, 2017), para 1,6M, no ano seguinte (IPDT, 2018). A ocupação hoteleira média anual

excede os 75%, no biénio 2017-2018 (ECM2, 2017; PwC, 2017). Quanto à oferta de

alojamento, a evolução é assimétrica: se a hotelaria tradicional cresce a uma taxa de 6,5%

(INE, 2017), o alojamento local dispara 60% só no 1.º semestre de 2018 (RNAL3, 2018),

associado à emergência das plataformas de alojamento partilhado. O centro histórico (local

1 IPDT - Instituto Português de Desenvolvimento do Turismo. 2 ECM – European Cities Marketing. 3 RNAL – Registo Nacional de Alojamento Local

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de maior pressão turística) responde por 55% da oferta, o que equivale a 4310 unidades de

alojamento local (Gomes, 2018.07.05).

O relatório sobre overtourism conduzido em 2017 pelo IPDT, divulga as métricas da saturação

turística do Porto. Em consequência de um crescimento turístico a rondar os 72%, o Porto

registou uma quebra populacional de 5,9%, enfrenta 4,5k novos turistas/dia, num total de 9k

turistas reais diários. Este número representa um rácio de 8 turistas por residente e uma

densidade de 228 turistas por m2, concentrados sobretudo em 2 ou 3km2, «dos Aliados à

Praça Carlos Alberto e até ao rio», segundo afirma o IPDT (Público, 2018.04.04).

Com efeito, é premente evitar atingir-se os resultados danosos de destinos como Amsterdão,

Barcelona, Dubrovnik ou Veneza. Por outras palavras, evitar alcançar-se o último estágio do

ciclo de vida turístico de Butler (1980), cuja estagnação da atividade é resultado da degradação

turística ou congestão local.

Para isso, será útil investigar: Em que medida a cidade do Porto é percebida como um destino

autêntico? Qual o impacto do turismo na autenticidade do Porto? Que fatores contribuem

para incrementar a perceção de autenticidade? Quais os benefícios para a cidade, da perceção

de um destino autêntico?

Por decisão estratégica, este estudo foca exclusivamente a perspetiva dos turistas, por se

encontrarem no epicentro deste fenómeno, numa lógica de marketing e gestão do destino.

Por conseguinte, a finalidade da presente investigação é estudar a autenticidade percebida

pelos turistas sobre a cidade do Porto. Investigam-se os seus antecedentes (os fatores que

contribuem para a perceção de autenticidade) e consequentes (os impactos dessa perceção

na satisfação com a experiência de visita e nos comportamentos de pós-consumo), e

procuram defletir-se contributos para uma estratégia de crescimento turístico sustentável do

destino.

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1.2. Objetivo e relevância do estudo

No quadro do recente fenómeno de explosão turística da cidade do Porto, é pertinente

estudar os seus efeitos sobre a autenticidade percebida pelos turistas, na medida em que é

sustentado na literatura que a diluição da autenticidade local tem um efeito detrimental na

experiência de visita, e perverte a atratividade e competitividade do destino.

Para endereçar este problema, o objetivo do presente estudo é investigar as perceções de

autenticidade pelos turistas que visitam o Porto, os seus antecedentes e consequentes.

Daqui emergem três questões de investigação: (1) Em que medida a cidade é percebida como

autêntica pelos turistas? (2) Que fatores determinam as perceções de autenticidade do

destino? (3) Que influência têm as perceções de autenticidade do destino na satisfação com

a experiência de visita e nos pós-comportamentos de consumo?

Quanto à relevância da presente investigação, Guerreiro & Marques (2017) referem ser

premente multiplicar estudos empíricos que reflitam o valor analítico e científico da

autenticidade, conceito com uma longa discussão académica, para ampliar a compreensão da

realidade social. Ramkissoon & Uysal (2011) defendem a investigação profunda deste

construto, pela sua importância para o consumo turístico cultural, a fim de determinar a sua

influência nas decisões dos turistas quanto ao destino, na imagem do destino, na atitude dos

residentes face aos turistas e para a gestão (Cunha, 2011). Isto significa que é necessário

investigar se o valor da autenticidade reivindicado na academia é reconhecido pelos turistas,

com consequências práticas para a gestão dos destinos (Kolar & Zabkar, 2010; Nguyen, 2015;

Xie & Wall, 2012). Adicionalmente, é pertinente verificar se a relação causal entre

autenticidade e intenção comportamental se verifica no Porto, porquanto a complexidade do

fenómeno turístico impõe a replicação dos estudos (Zhu et al., 2017). O tópico da

autenticidade aplicado ao centro do Porto já foi abordado na literatura académica, focando a

perspetiva percetual do turista (Miranda, 2015; Silva & del Río, 2016), os impactos do turismo

da perspetiva dos residentes e profissionais (Marques, et al., 2016), ou o fenómeno de

gentrificação (Alves, 2013; Alves, 2017; Leite, 2010; Queirós, 2016; Sampaio, 2017). Em

comum estes estudos têm na sociologia, urbanismo ou geografia, o seu enfoque analítico.

Assim, urge estudar o fenómeno num quadro concetual de marketing (Su et al., 2017),

explorando o modo como os determinantes das perceções de autenticidade influenciam o

comportamento de consumo turístico. Por outras palavras, foi descrito por Kolar & Zabkar

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(2010) que o conceito de autenticidade percebida representa um indicador de desempenho

de marketing, tal como os conceitos de ‘valor’ e ‘qualidade’, pelo que é exigível averiguar os

seus antecedentes e consequentes (Kolar & Zabkar, 2010; Nguyen, 2015). Similarmente,

escasseiam estudos que relacionem a autenticidade percebida (os seus antecedentes e

consequentes) com uma acentuada turistificação do destino, fenómeno com o qual inúmeros

destinos se debatem na atualidade.

Para além das implicações académicas, este estudo tenciona apresentar conclusões relevantes

para a indústria e DMOs, modelando estatisticamente as relações entre o conceito de

autenticidade percebida, os seus antecedentes e consequentes. A identificação dos fatores

que determinam as perceções de autenticidade do destino pode contribuir para a tomada de

decisões estratégicas de forma planeada, otimizando os efeitos positivos e mitigando os

efeitos negativos da recente aceleração turística. Por outras palavras, identificando os aspetos

da ‘oferta autêntica’ mais valorizados e em que comportamentos de pós-consumo isso se

traduz, permitirá aos gestores: (1) (re)orientar o planeamento do destino de forma

consistente, valorizando os seus aspetos identitários; (2) refinar os perfis psicográficos dos

turistas, favorecendo as estratégias de segmentação; (3) concentrar investimentos, na

componente tangível (e.g., património, lugares e ‘objetos turísticos’) e intangível (e.g.,

atividades e experiências, comunicação, cultura e comunidade local), para moldar perceções

e tornar a experiência de visita mais ‘autêntica’, e alinhada com esses perfis; (3) posicionar-se

como um destino ‘autêntico’ e único, demarcando-se de outros destinos indiferenciados e/ou

saturados, acautelando a atividade turística a prazo.

1.3. Estrutura do documento

Concluída a contextualização do problema de investigação descrita no Capítulo I, o estudo

desenvolve-se em quatro momentos: (1) no Capítulo II | Enquadramento teórico - procuram

elucidar-se os fundamentos concetuais e o referencial teórico subjacente ao estudo empírico;

(2) no Capítulo III | Metodologia – é apresentada e justificada a abordagem metodológica e

os procedimentos adotados, que melhor respondem ao objetivo do estudo; (3) no Capítulo

IV | Apresentação e discussão dos resultados – são descritos e interpretados criticamente

os resultados empíricos; e (4) no Capítulo V | Conclusões – são extraídas as implicações

teóricas e práticas do fenómeno em estudo, e são sugeridas pistas para investigação futura.

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Capítulo II | Enquadramento teórico

2.1. Revisão de literatura

Neste capítulo, pela revisão e confronto de diferentes abordagens teóricas, procuram

identificar-se e concetualizar-se as variáveis-chave que fundamentam o estudo empírico.

Começa por confrontar-se as diferentes perspetivas académicas acerca do conceito nuclear -

a autenticidade (secção 2.1.1.). Seguidamente, são exploradas as variáveis que antecedem a

perceção de autenticidade, i.e., os fatores que contribuem para a perceção de autenticidade

(secção 2.1.2.). Dos antecedentes descritos na literatura, são elencados e concetualizados os

que são adotadas no presente estudo: motivações push e pull, imersão, turistificação,

comoditização e unicidade. Por último, é examinada a literatura acerca dos consequentes da

perceção de autenticidade (secção 2.1.3.): a satisfação e a intenção comportamental do turista

(word-of-mouth (WOM), recomendação, lealdade e disposição para pagar mais).

2.1.1. Autenticidade

Na literatura do turismo, o tópico da autenticidade tem sido amplamente investigado nas

últimas quatro décadas (Guerreiro & Marques, 2017; Li et al., 2016; Reisinger & Steiner,

2005), motivando um intenso debate acerca da sua definição (Shepherd, 2002a).

Tipicamente a literatura define autenticidade de forma prosaica e dicotómica: original vs. falso

(Kolar & Zabkar, 2010). No entanto, existem outros conceitos mais complexos. Por

exemplo, Bruner (1994), afirma que do ponto de vista semântico, só a análise do contexto

em que o termo é proferido, viabiliza a sua descodificação, pelo que organiza os diferentes

significados (Li et al., 2016) assumidos na prática social: i) autenticidade, enquanto

‘verosimilhança histórica’ (lugar historicamente credível ou convincente); ii) autenticidade,

enquanto ‘genuinidade’ (lugar ‘verdadeiro’ ou ‘real’ em substância); iii) autenticidade,

enquanto ‘original’ (por oposição a cópia, recusando a expressão ‘reprodução autêntica’); e

iv) autenticidade, enquanto certificação legal (objeto autenticado por uma autoridade)

(Bruner, 1994).

Mercê dos conflitos inconciliáveis que o conceito de autenticidade parece gerar entre

académicos, Reisinger & Steiner (2005: 66) radicalizam a sua posição e sugerem o abandono

do termo, insinuando a substituição por outro mais consensual. Opostamente, Kolar &

Zabkar (2010) sustentam que a multidimensionalidade do construto deve ser exposta e

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estudada com maior acuidade, capitalizando no valor que diferentes interpretações podem

aportar para a gestão turística. Neste contexto, Guerreiro & Marques (2017: 20) sustentam

que urge transferir o valor analítico e científico do conceito para estudos empíricos que

confiram «inteligibilidade à realidade social», caso contrário «trata-se de um mero exercício

académico de argumentação inconsequente». No plano empírico, Wang (1999) distingue dois

diferentes enfoques em que se centra a autenticidade em turismo: nos ‘objetos turísticos’ e

nas experiências turísticas, relacionados com a dualidade concetual clássica, a autenticidade

enquanto atributo de objetos ou lugares, ou enquanto perceção subjetiva acerca desses

objetos (Kolar & Zabkar, 2010). Assim, Wang (1999) organiza as correntes de investigação

convencionais em objetivista e construtivista. Para ultrapassar o simplismo destas correntes

e o abandono do tópico pelos pós-modernos, o autor propõe uma abordagem alternativa, a

perspetiva existencialista (Wang, 1999).

As diferentes abordagens são detalhadas a seguir.

2.1.1.1. Abordagem objetivista

Na abordagem objetivista destacam-se duas posições contrastantes acerca do valor da

autenticidade em turismo: a posição dos detratores da autenticidade, encabeçada por

Boorstin (2012 [1962]) e a posição dos seus defensores, liderada por MacCannell (1973).

Nos anos 60, do séc. XX, Boorstin (2012 [1962]) sustentava uma visão pessimista do turista,

responsabilizando o turismo de massas por gerar ‘pseudo-eventos’ homogéneos, em que a

simulação seria mais importante que o próprio evento. Deste modo, o autor manifestou total

ceticismo acerca do valor da autenticidade em contexto turístico. MacCannell (1973), rejeita

esta ideia e instaura a sacralidade da motivação turística autêntica. Segundo o autor, o turista

percebendo a sua vida superficial e inautêntica, contrariamente a outras eras, culturas ou

locais, encontraria no turismo a autenticidade procurada: uma conexão com algo real,

imaculado e enraizado no destino, i.e., o ‘espírito de lugar’ resultante da sua carga histórica

(Yeoman et al., 2007). Chhabra et al. (2003) acrescentam que os turistas procuram reviver os

‘bons velhos tempos’, ainda que temporariamente, constituindo a ‘nostalgia’ uma palavra-

chave para designar o passado.

MacCannell (1973) estudando a relação entre turismo e modernidade, identifica o

contrassenso entre a procura de autenticidade e a ‘autenticidade encenada’ de algumas

atrações, que despoleta frustração nos turistas. Nesse alinhamento, o autor interseta o tópico

da autenticidade em turismo com a dicotomia de Goffman (1956) de front e back regions e

classifica de frontstage, os cenários concebidos intencionalmente para os turistas e de backstage,

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as zonas autênticas da vida quotidiana local, fora dos circuitos turísticos (Waller & Lea, 1999;

Pearce & Moscardo, 1986). MacCannell (1973) utiliza essa terminologia para esclarecer o

conceito de ‘autenticidade encenada’ (staged authenticity) (Nguyen, 2015), e afirmar que os

turistas encontram no backstage a autencticidade que procuram.

As visões simplistas de Boorstin e de MacCannell, geram críticas de Cohen (Cohen, 1979

apud Waitt, 2000: 846), que afirma não serem os turistas nenhuns «tolos superficiais satisfeitos

com o espúrio, nem vítimas da autenticidade encenada», conforme sugerido por aqueles

autores. Por seu turno, Connell (2007) argumenta que a encenação é uma estratégia dos

destinos face às expectativas de autenticidade da procura, uma vez que modernidade e

mudança são consideradas inautênticas, associando um caráter estático e inalterável à

autenticidade. Desta forma são «cúmplice[s] na perpetuação de imaginários turísticos

tendenciosos», que fornecem ao turista «uma versão mitológica e nostálgica da vida […] pré-

moderna» (Salazar, 2012: 874). Pelo contrário, Cole (2007) postula que o turismo funciona

como um agente de autenticação gerando orgulho e identidade junto dos residentes locais.

Em síntese, na perspetiva objetivista, são os ‘objetos turísticos’ que estimulam a experiência

autêntica, ainda que possam ser falsos (Wang, 1999), algo que é contestado por alguns autores

(Rickly-Boyd, 2012; Waller & Lea, 1999), para quem a ‘falsidade’ do objeto determina a

inautenticidade da experiência.

2.1.1.2. Abordagem construtivista

O simplismo objetivista e a assunção de uma natureza binária sobre a autenticidade (Rickly-

Boyd, 2012), impedem a apreensão cabal do conceito em turismo (Wang, 1999). Esta

constatação motiva a emergência de uma corrente ancorada na autenticidade enquanto

construção social, que resulta de «pontos de vista, crenças, perspetivas ou poderes» (Cunha,

2011: 16), bem como da projeção de uma estereotipia, imagética ou expectativa em relação a

esse objeto ou lugar. Esta visão sustenta que a autenticidade apenas pode ser experimentada

e julgada com distanciamento cultural e intelectual (Kolar & Zabkar, 2010). A corrente

construtivista compreende a realidade em perspetiva e o conhecimento como algo criado,

não descoberto (Schwandt, 1994) numa abordagem plástica e plural, que individualiza os

critérios de avaliação da autenticidade (Connel, 2007). A autenticidade é, assim, determinada

histórica, cultural e politicamente (Taylor, 1991). Muito embora o processo de significação

tenha uma raiz individual e idiossincrática, é gerado num contexto social, o que não é

despiciendo para os gestores (Bruner, 1994), porquanto o contexto social da visita, «torna-se

a unidade social básica para o processamento da experiência turística» (Bruner, 1994: 409),

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influenciando a apreensão percetual de autenticidade. Mais, se uma atração turística é

reputada de inautêntica ou artificial, pode ao longo do tempo adquirir o reconhecimento

social de autenticidade, algo que Cohen (1988) intitula de ‘autenticidade emergente’. Esse

caráter evolucionário é, também, caraterístico da cultura ‘original’ (Chhabra et al., 2003).

Chhabra et al. (2003: 705), argumentam que mais do que a «autenticidade em sentido literal

de se [a atração] é ou não uma recriação precisa de alguma condição passada […] [o

importante é a] […] perceção de autenticidade (consistência com a nostalgia de algum

passado real ou imaginado)». Noutros termos, a autenticidade é mais inteligível, enquanto

avaliação em contexto, do que como atributo desse contexto (Grayson & Martinec, 2004).

Em síntese, o que os turistas procuram não é uma ‘autenticidade objetiva’, mas uma

‘autenticidade simbólica’ (Wang, 1999). Todavia, é demonstrado na literatura que «a cultura

tangível reifica a experiência para muitos turistas. Se eles tocam, veem e ouvem, através das

sensações, mais real a sua experiência [se torna]» (Mkono, 2012: 390).

2.1.1.3. Abordagem pós-moderna

Segundo Uriely (1997) o turismo pós-moderno polariza-se em duas correntes aparentemente

antagónicas. Uma foca as experiências ‘hiper-reais’, onde as simulações são protagonistas; a

‘outra’ assenta na procura do ‘real’ e o apelo do natural. O autor contraria as teorias

modernas, que tendem a homogeneizar os turistas, as motivações, as experiências e os

ambientes turísticos, declarando serem heterogéneos. O ponto central da perspetiva

‘simulada’ repousa na desconstrução da autenticidade (Cunha, 2011), legitimando a

inautenticidade como indutor do turismo. Para os pós-modernos «o simulacro torna-se o

verdadeiro, a cópia torna-se o original ou melhor do que o original» (Bruner, 1994: 407), i.e.,

tudo o que existe é mera simulação, porque as origens nunca existiram, desapareceram ou

são irrecuperáveis. Shepherd (2015) acrescenta que para os pós-modernos os objetos ou

lugares não têm um significado imanente, mas são interpretados, por isso o destino pode

significar tudo o que a experiência pessoal determinar. Se algo ‘parece’ real, passa a ser real

(Eco, 1986 apud Castéran & Roederer, 2013).

Em todo o caso, a tendente procura de artificialidade é contestada por Kolar & Zabkar

(2010), para quem a crise moral e identitária, acentua a busca por valores significativos,

identidade e história. Por conseguinte, o suposto cinismo pós-moderno acerca da

autenticidade deve ser interpretado com parcimónia, segundo os autores.

Kolar & Zabkar (2010), assinalam o contributo do pós-modernismo para o entendimento da

motivação turística autêntica: por oposição aos construtivistas, aqui os turistas não julgam a

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autenticidade a partir de uma distância intelectual, mas são movidos por experiências

emocionais hedónicas, o que é significativo para o desenho da oferta turística autêntica.

2.1.1.4. Abordagem existencialista

Consciente de que a autenticidade resvala e o tópico é abandonado da discussão pós-

moderna, Wang (1999) é encorajado a repensar o conceito numa lógica existencial. O autor

reconhece que as abordagens convencionais da autenticidade não explicam a generalidade

das experiências turísticas, mais relacionadas com a condição existencial (Guerreiro &

Marques, 2017), o que concorre para a transição do ‘referente de autenticidade’ (objeto,

local), para o ‘sentido de autenticidade’ (experiência). Nesta perspetiva, a autenticidade

liberta-se do objeto, para centrar-se na atividade (Kolar & Zabkar, 2010). Assim, a sensação

de autenticidade não é despoletada pelo local/objeto, mas é um sentimento íntimo e

subjetivo. Um encontro consigo próprio e com os outros, proporcionado pelo envolvimento

em atividades incomuns e livres dos constrangimentos quotidianos. Nesse contexto afastado

das instituições dominantes, emerge o autêntico ‘self’ (Dias, 2009), sendo irrelevante a

autenticidade dos ‘objetos turísticos’ (Ramkissoon & Uysal, 2011).

Wang (1999) argumenta que a autenticidade existencial integra duas dimensões: i)

intrapessoal – relacionada com as sensações despoletadas pela diversão, escapismo,

espontaneidade e auto-realização, durante a visita ao destino; e ii) interpessoal – decorrente

dos afetos e intimidade que resultam da interação com a família e as comunidades turísticas,

propiciadas pela experiência da viagem (Nguyen, 2015).

2.1.2. Antecedentes da perceção de autenticidade

Como se explica que diferentes turistas percebam diferentes graus de autenticidade num

mesmo destino? Responder a esta questão pressupõe identificar as variáveis que contribuem

para a formação de perceções heterogéneas da autenticidade entre os turistas. Conhecer esta

variabilidade percetiva, pode permitir aos gestores turísticos intervir a montante, em

determinados atributos do destino ou redesenhando as estratégias de marketing, de forma a

moldar as perceções de autenticidade local, em benefício da atratividade do destino.

A literatura consultada sobre os antecedentes da autenticidade percebida revela pouco

consenso entre estudos, sendo múltiplos os autores que procuraram descobrir que fatores

afetam estas perceções (e.g., Budruk et al., 2008; Camus, 2010; Casterán & Roederer, 2013;

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Chhabra, 2010; Goulding, 2000; Meng & Choi, 2016; Prentice, 2001; Sirgy & Su, 2000 Waitt;

2000; Waller & Lea, 1999; Xie & Wall, 2002). A partir destes estudos foram identificadas

múltiplas variáveis. Contudo, esta profusão consubstancia, por um lado, a subjetividade e

multi-dimensionalidade do conceito de autenticidade, por outro, confirma o seu árduo

consenso académico, já oportunamente ilustrado.

Os parágrafos seguintes detalham as variáveis identificadas e incluídas no presente estudo.

2.1.2.1. Motivação

Apreender a polimorfia comportamental do turista, implica compreender as suas motivações

(Dias, 2009), enquanto pré-requisito do consumo (Hsu et al., 2010). Como advertem Yoon

& Uysal (2005), num mercado saturado, o sucesso do marketing do destino depende da

minúcia com que é atendida a relação motivação-satisfação-lealdade. Com efeito, identificar

as motivações (Gnoth, 1997), pode ser preditor do sucesso turístico (Yoon & Uysal, 2005).

Jamal & Lee (2003) categorizam o quadro motivacional dominante em: i) perspetivas micro-

nível – teorias que atribuem aos mecanismos psicológicos o comportamento turístico (e.g.,

Gnoth, 1997). Yoon & Uysal (2005) relataram que as fontes internas de motivação afetam a

lealdade ao destino, por consequência os gestores turísticos devem desenhar experiências

emocionais favoráveis; ii) perspetivas macro-nível – abordagens socio-antropológicas que

atribuem aos problemas estruturais da sociedade moderna, como a alienação, anomia, ou

busca por autenticidade, a dinâmica do turismo enquanto fenómeno (Dias, 2009). Inserida

nesta categoria, e de todas as teorias motivacionais turísticas, a teoria da autenticidade de

MacCannell tornou-se seminal, ainda que largamente contestada, por confinar a motivação

para viajar à busca pela autenticidade (Pearce & Moscardo, 1986). Outra visão classificada de

macro-nível por Jamal & Lee (2003), é o modelo push-pull de Dann (1981), que se afigura

mais instrumental, na medida em que considera a ação conjunta de forças internas e externas,

na dinâmica da motivação turística. Os fatores push estão associados a tensões internas do

indivíduo, que geram respostas de natureza afetiva (Yoon & Uysal, 2005) e explicam o desejo

genérico de viajar (Crompton, 1979). São exemplos de fatores push a necessidade de quebrar

a rotina e envolver-se em experiências autênticas (Yoon & Uysal, 2005), a necessidade de

relaxamento, diversão, convívio, aventura, prestígio ou partilha de momentos em família

(Crompton, 1979). Fodness (1994, apud Waller & Lea, 1999), fundamentou o seu modelo da

motivação turística na teoria psicológica, assente em motivos de natureza interna e

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identificou a ‘função conhecimento’ (Waller & Lea, 1999) que foca a propensão dos turistas

para a exploração de culturas diferentes e a busca de autenticidade.

Os fatores pull relacionam-se com atributos externos do destino, que resultam em respostas

de natureza cognitiva (Yoon & Uysal, 2005) e induzem a escolha de um destino específico

(Crompton, 1979). São disso exemplo as praias, o clima, as amenidades, a gastronomia, a

paisagem natural, a oferta cultural, o comércio, a movida noturna (Yoon & Uysal, 2005),

entre outros, os quais são passíveis de reforçar os fatores push (McGehee et al., 1996). Esta

ideia revela que é possível combinar com sucesso fatores push e fatores pull (Baloglu & Uysal,

1996), podendo «os atributos de destino […] ser adaptados a perfis psicográficos específicos

de turistas» (Kozak, 2002: 222), com benefícios diretos na estratégia de segmentação de

mercado. Mohammad & Som (2010) acrescentam que os turistas selecionam o destino cujos

atributos têm a capacidade de melhor preencher as suas necessidades intrínsecas.

2.1.2.2. Imersão local

O conceito de imersão tem sido estudado quer em contexto de marketing experiencial, quer

em pesquisas de turismo (Mossberg, 2018). Pine II & Gilmore (1998), precursores da

‘economia da experiência’, concetualizaram um modelo bidimensional da ‘experiência’ que

cruza, inter alia, os conceitos de participação e conexão. A dimensão participação integra um

continuum que opõe a participação ativa à passiva. A dimensão conexão polariza o grau de

relação do consumidor com a atividade, em absorção e imersão. Se o consumidor procura

escapismo, implica participar ativamente e dispor-se a uma profunda imersão na atividade

(Pine II & Gilmore, 1998). Imersão indica, assim, um envolvimento físico e mental total no

contexto de uma experiência (Carù & Cova, 2003), associado ao consumo hedónico e com

reflexo na vivência de experiências extraordinárias (Mossberg, 2018).

De acordo com as conclusões de um estudo conduzido por Waller & Lea (1999), o grau de

envolvimento do turista com o destino influencia a sua perceção de autenticidade, i. e.,

quanto mais profundo o contacto com os elementos tangíveis e intangíveis da cultura local,

maior a perceção de autenticidade. Este argumento está alinhado com a ideia veiculada por

MacCannell (1973), de que os turistas que penetram o backstage têm a possibilidade de

explorar e experimentar a vida quotidiana e autêntica dos autóctones, algo que não é possível

vivenciar pelos turistas que apenas se detêm nos pontos turísticos do frontstage, o qual veicula

uma imagem superficial de ‘postal turístico’, longe de representar a identidade local.

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Segundo Richards (2014: 2) o «‘local’ tornou-se a nova autenticidade» e foi demonstrado que

a prática de uma imersão gastronómica ou cultural, incentiva o engagement com o destino (Lee

et al., 2015), que se repercute em intenções comportamentais favoráveis (Tsai, 2016). O

popularizado conceito de ‘viver como um local’ (Andriotis & Agiomirgianakis, 2014)

pressupõe mais do que uma mera relação turista-residente, porque a experiência de ‘ser’ um

local, implica a autenticação recíproca dos papéis desempenhados (Richards, 2014). Ainda

mais porque, as comunidades locais são tidas como um stakeholder crítico do turismo (Lalicic

& Weismayer, 2017), favorecendo a imersão dos turistas, o que influencia as suas experiências

e comportamentos (Pizam et al., 2000). Experimentar ‘viver como um local’ altera os padrões

comportamentais de viagem (Tussyadiah & Pesonen, 2016; Guttentag, 2015; Liang et al,

2018).

No contexto deste estudo, o construto ‘imersão’ local designa o envolvimento físico e mental

profundo do turista com os elementos tangíveis e intangíveis, e, bem assim, com a

comunidade local, durante a visita ao destino.

2.1.2.3. Turistificação percebida

A concetualização, investigação e mensuração do processo de ‘turistificação’, não sendo

consensual, tem gerado debate entre académicos (Wöhler, 2011 apud Freytag & Bauder,

2018). Turistificar designa o processo de transformação de um território «num espaço de

produção turística» (Cunha, 2010: 129) ou, ainda, «o processo de apropriação do lugar para

e pelo turismo» (Almeida, 1999: 20 apud Silveira, 2013). Isto significa que o turismo impõe

transformações nos domínios físico, económico e social dos territórios.

Uma das externalidades negativas mais evidentes de um intenso processo de turistificação é

o congestionamento provocado pelo excesso de turistas, ultrapassando amíude a capacidade

de carga dos destinos (Freytag & Bauder, 2018).

Para além de um profundo impacto sobre os recursos locais e sobre a qualidade de vida dos

residentes (Horáková, 2017), locais turistificados podem favorecer sentimentos de

desconforto e efeitos detrimentais na experiência do próprio turista (Popp, 2009).

Adicionalmente, estudos anteriores sugerem que locais saturados de turistas, diluem a

perceção de autenticidade local (Silva & del Río, 2016; Waller & Lea, 1999). Waller & Lea

(1999) demonstraram que as experiências e os locais envolvendo grande número de turistas

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favorecem a inautenticação do destino pelos próprios turistas, sendo o fator que mais

penaliza um destino que se pretenda autêntico.

Nos termos do presente estudo, o conceito de turistificação é utilizado não na sua aceção

métrica objetiva, mas exclusivamente como a perceção de sobrelotação turística do destino,

enquanto possível fator detrimental da autenticidade percebida.

2.1.2.4. Comoditização percebida

Autenticidade e comoditização têm sido relacionadas na academia, frequentemente com

direcionalidade oposta. Cohen (1988: 380) define comoditização como o «processo pelo qual

as coisas (e atividades) passam a ser avaliadas principalmente pelo seu valor de troca, num

contexto de comércio, tornando-se assim bens (e serviços)». Argumenta-se que «o turismo

transforma a cultura numa commodity, embalada e vendida a turistas, resultando numa perda

de autenticidade» (Cole 2007: 945), em linha com o conceito de ‘autenticidade encenada’, que

seria responsável pela comoditização da autenticidade objetivista (MacCannell, 1973).

Relativamente ao efeito da comoditização do turismo sobre a autenticidade, Cohen (1988)

recomenda a condução de estudos empíricos sistemáticos, evitando a assunção tácita do seu

efeito destrutivo. Estudos de Cole (2007) sobre o tópico, evidenciaram que em contextos

específicos o turismo pode incitar o orgulho das comunidades locais e empoderar

comunidades marginalizadas. Este argumento é suportado por Cohen (1988) que afirma não

ser linear que a comoditização destrua o significado dos produtos culturais, ainda que tal

possa suceder. Contudo, a turistificação molda a materialidade dos territórios ao instalar

múltiplas infraestruturas com propósito turístico, comoditizando-os. Segundo Shepherd

(2002b), a deceção com a banalização das comodidades modernas, foi notada em turistas

internacionais que associam a autenticidade local com o passado, ao contrário do que foi

manifestado por turistas domésticos, sobre o mesmo destino.

Nesta investigação o construto é definido como a mercantilização e transformação do

destino, em prol de propósitos turísticos, com impacto na diluição da autenticidade local.

Por outras palavras, refere-se a uma excessiva orientação turística do destino, que molda as

infraestruturas, os serviços e atividades, que descarateriza o local.

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2.1.2.5. Unicidade do destino

O último construto adotado na presente investigação como antecedente da autenticidade

percebida é a unicidade, que traduz o caráter único do destino.

O conceito de ‘unicidade’ foi descrito em estudos anteriores quer em literatura de marketing,

quer de turismo. Moulard et al. (2016), concluíram que quanto mais uma marca é percebida

como incomum e atípica, face aos competidores, mais é reputada de autêntica. Ademais, os

autores sugerem que a unicidade é uma das manifestações específicas de uma marca

classificada de rara e autêntica (Moulard et al., 2016). Por outras palavras, a unicidade

contribui positivamente para a perceção de autenticidade, ou, pelo contrário, a

indiferenciação dilui uma marca que se pretenda autêntica.

O conceito de unicidade transposto para um território, entendido como marca-destino,

refere-se ao conjunto de recursos únicos que tornam o destino distintamente identificável

(Kirillova et al., 2014). Estes ativos únicos atuam como pull factor do destino (Kirillova et al.,

2014) e são facilitadores de uma posição vantajosa sobre destinos rivais, através de uma

diferenciação estratégica (Apostolakis et al., 2015). Isto significa que a atratividade e

competitividade de um destino aumentam, à medida que um destino é considerado único.

2.1.3. Outras variáveis antecedentes

Foi sugerido na literatura que variáveis como o tipo de organização de viagem

(standardizada/independente) ou o tipo de alojamento, condicionam a forma como o turista

percebe a autenticidade local. Muito embora estas variáveis não sejam consideradas no

modelo causal latente proposto, tratando-se de variáveis nominais, é descrita a sua relevância

e são recolhidos dados para análise num estudo posterior.

2.1.3.1. Organização da viagem

O grau de independência ou standardização no desenho de uma viagem, não é despiciendo

na perceção de um destino autêntico. Do lado da procura, o turista tem a liberdade de

desenhar e combinar os elementos da sua viagem ou de escolher um pacote turístico pré-

definido. Em termos de oferta, amiúde os prestadores de serviços procuram estandardizar o

produto turístico, porém, frequentemente são pressionados pelo mercado para atender às

necessidades do cliente individual, numa lógica de diferenciação e autenticidade (Zeng et al,

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2012). Vários autores alegam que o facto de muitos desses turistas participarem em pacotes

turísticos com itinerários pré-definidos, os impede de apreenderem a autenticidade local (Xie

& Wall, 2002; Steiner & Reisinger, 2006). Steiner & Reisinger (2006), apelidam estes turistas

de ‘turistas conformados’. Assim, é sustentado que a perceção de uma experiência autêntica

aumenta à medida que aumenta a independência da viagem (Waller & Lea, 1999). Ainda que

o pacote turístico possa captar alguns elementos da cultura local, Waller & Lea (1999)

argumentam que uma oferta desenhada por uma empresa, não pode ser autêntica. Nesta

lógica, os turistas são, atualmente, incentivados a explorar e descobrir espontaneamente as

peculiaridades do destino (Prentice, 2001).

2.1.3.2. Tipo de alojamento

A literatura evidencia que os atributos do alojamento condicionam a vivência da experiência

de viagem, pelo que a estada em alojamento hoteleiro convencional ou em alojamento

privado parece não ser neutra nesta dinâmica. É argumentado que o alojamento privado

comporta uma carga emocional e nostálgica que condiciona a construção da autenticidade,

uma vez que «propicia em simultâneo um pull factor para escapar à ‘inautenticidade’ da vida

(pós)moderna e um push factor para reentrar em rotinas diárias ‘inautênticas’, mas

confortáveis» (Mura, 2015: 231).

A recente emergência de plataformas online de reserva de alojamento local, tem motivado

investigação empírica, nomeadamente, no que tange às perceções de autenticidade da

experiência pelos turistas. A Airbnb posiciona-se como uma plataforma facilitadora de

experiências autênticas com os residentes e o grande indutor de escolha destes turistas é a

vontade de conexão e interação social com essa comunidade (Lalicic & Weismayer, 2017;

Tussyadiah, 2015; Hamari et al., 2015). É argumentado que o consumo colaborativo favorece

o consumo autêntico (Lewis & Bridger, 2011).

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2.1.4. Consequentes da perceção de autenticidade

2.1.4.1. Satisfação

O tópico da ‘satisfação de clientes’ está longe de reunir consenso (Back, 2005) e o seu

enquadramento teórico tem sido custoso (Oliver, 2014). Não obstante, Back (2005) alega

que entre académicos o ‘caráter avaliativo’, é tido como um aspeto central da satisfação do

cliente, retratada como o julgamento acerca da performance percebida do produto, em

relação à sua expectativa (Kotler & Keller, 2012). Mas Baker & Crompton (2000) distanciam-

se desta visão e alegam que a medida da performance do fornecedor é resultado da qualidade

percebida, ao contrário da satisfação que é tida como um estado emocional que emerge após

exposição à oportunidade. Em concreto, a qualidade é uma medida do output (resultado

tangível, extrínseco) do fornecedor, por oposição ao grau de satisfação que representa o

outcome (benefício intangível, intrínseco) do turista. Daqui deriva que a satisfação é claramente

experiencial e, em turismo, constrói-se na interação com o destino (Baker & Crompton,

2000).

Em turismo, a «satisfação é função das expectativas pré-viagem e das experiências pós-

viagem», em que são confrontados sentimentos de gratificação e desagrado (Chen & Chen,

2010: 30). Como a causalidade entre satisfação e lealdade já foi amplamente reivindicada na

academia (Back, 2005; Chen & Chen, 2010; Gnoth, 1997; Yuksel et al., 2010), «a satisfação

do turista converteu-se num dos principais objetivos dos gestores turísticos» (Yuksel et al.,

2010: 276). Back (2005: 462), esclarece que «quando satisfeito com o serviço, o cliente torna-

se leal […], mantendo uma atitude positiva face à marca». Por seu turno, Hennig‐Thurau &

Klee (1997), rematam que a satisfação dos clientes é, por um lado, um indutor-chave do

sucesso e competitividade a longo prazo, por outro, no quadro do marketing relacional, é

um elemento central da retenção dos clientes. Esta assunção, faz antecipar a influência entre

satisfação e intenção comportamental.

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2.1.4.2. Intenção comportamental

Como consequência natural do consumo, o cliente desenvolve a sua atitude avaliativa, de

polaridade positiva ou negativa, decorrente do seu grau de satisfação, que molda a intenção

de repatrocínio (Oliver, 2014). Isto significa que «lealdade e satisfação estão

inextricavelmente ligadas», ainda que de forma assimétrica, porque a satisfação, não sendo

uma condição suficiente, é necessária à construção da lealdade (Oliver, 1999: 33).

De acordo com Li et al. (2016), a intenção comportamental integra a lealdade, o word-of-mouth

positivo e a disposição para recomendar. O word-of-mouth designa a partilha informal de

informação por qualquer meio, sobre experiências de consumo, marcas, produtos ou

serviços, entre consumidores (Brown et al., 2005). Clientes satisfeitos estão mais dispostos a

recomendar ou encorajar outros a vivenciarem a mesma experiência (Hutchinson, et al.,

2009). Das diferentes formas de intenção comportamental, a lealdade é a mais crítica na

sustentabilidade de um destino, por determinar a decisão de consumo (Kolar & Zabkar,

2010), elevar o fluxo turístico internacional para um destino concreto (Rani et al., 2014),

incrementar o lucro (Bowen & Chen, 2001) e reduzir os custos de retenção de clientes. Por

consequência, Su et al. (2017) declaram que os gestores turísticos reconhecem quão crítico é

dispor de uma base de clientes repetentes. Mas os comportamentos decorrentes da satisfação

com a experiência autêntica excedem a lealdade ou revisita. De facto, foi demonstrado que à

medida que aumenta a perceção de autenticidade cultural, os turistas estão disponíveis não

apenas para a recompra, mas também para pagar mais (Brida et al., 2013; Kim & Baker,

2017). Em concreto, esta relação tem um impacto direto sobre os padrões de consumo

(Chhabra et al., 2003), evidenciado no aumento do share-of-wallet. Aliás, em contextos culturais

«um fenómeno subjetivo como a perceção de autenticidade, pode ser usado como um dos

preditores de um fenómeno objetivo, como a despesa» (Brida et al., 2013: 280).

Para medir a lealdade, a medida mais fiável seria a lealdade-ação, i.e., quando a intenção se

converte em comportamento de consumo (Oliver, 1999). Porém, vários académicos

concordam que esta é difícil de observar e medir, pelo que em estudos empíricos tipicamente

se emprega a lealdade conativa, enquanto compromisso da ação (Chen & Chen, 2010; Yang

& Peterson, 2004). Esta prática alicerça-se no argumento de que as intenções

comportamentais são marcadamente preditivas dos respetivos comportamentos sociais

(Fishbein & Manfredo, 1992 apud Chen & Chen, 2010).

Gremler & Brown (1999), consideram que o valor dos clientes leais reside no ‘efeito cascata’

das advocacias positivas e recomendação, convertendo-se numa fonte de informação

credível, porque é considerada imparcial (Bowen & Chen, 2001). Ainda assim, está relatada

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uma tendência para o show-off e demonstração de status, por parte de turistas que vivenciaram

experiências únicas (Liang et al., 2018; Pearce & Moscardo, 1986). Ademais, como a

experiência turística é intangível, logo, a sua qualidade é impossível de avaliar pré-visita, o

word-of-mouth ganha particular relevo entre pares antes da decisão de compra (Liang et al.,

2018; Su et al., 2017). Deste modo, os clientes leais também permitem poupar nos esforços

de marketing dirigidos a novos clientes (Su et al., 2017).

Estudos conduzidos por Bowen & Chen (2001), salientam uma relação não linear e

assimétrica entre satisfação e lealdade, significando que uma alteração, ainda que ligeira, na

satisfação é passível de incrementar de forma expressiva a lealdade. Em contexto turístico, a

literatura relata a causalidade entre a satisfação e a intenção de revisita futura (Su et al., 2017).

Recuperando a importância relativa da autenticidade no pós-comportamento do turista,

Kolar & Zabkar (2010) documentaram que este construto influencia não só a lealdade

atitudinal, como a lealdade comportamental, explicando a lealdade ao destino (Castéran &

Roederer, 2013). Fruto dos argumentos explanados, vários autores subscrevem que destinos

autênticos são fonte de vantagem competitiva sustentável (Castéran & Roederer, 2013;

Gilmore & Pine, 2007).

Concluída a revisão de literatura, o próximo capítulo sistematiza o modelo de análise e as

relações hipotetizadas entre os construtos, que orientam o posterior estudo empírico.

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Capítulo III| Metodologia

3.1. Objetivo do estudo

Antes de explorar a metodologia adotada, recapitulam-se os objetivos do presente estudo.

O recente fenómeno de aceleração turística da cidade do Porto, torna pertinente estudar os

seus efeitos sobre a autenticidade percebida pelos turistas, na medida em que é sustentado

que a diluição da autenticidade local tem um efeito detrimental na experiência de visita,

pervertendo a atratividade e competitividade do destino. Assim, o objetivo do presente

estudo é investigar as perceções de autenticidade pelos turistas que visitam o Porto, os seus

antecedentes e consequentes.

Para tal, formulam-se as seguintes questões: (1) Em que medida a cidade é percebida como

autêntica pelos turistas? (2) Que fatores determinam as perceções de autenticidade do

destino? (3) Que influência têm as perceções de autenticidade do destino na satisfação com

a experiência de visita e nos comportamentos de pós-consumo?

3.2. Modelo de análise e hipóteses de investigação

Com base na revisão de literatura sistematiza-se o modelo de análise (cfr. Fig xxx) e as

relações hipotetizadas entre os construtos, que orientam o estudo empírico.

Fig. 3.1 – Modelo de análise proposto. Fonte: elaboração própria, com base na revisão de literatura.

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Em turismo a academia tem estudado de forma avulsa construtos como motivação,

satisfação e lealdade, todavia para se compreender de forma profunda o comportamento do

turista, a literatura sugere estudos empíricos integrativos desta causalidade (Yoon & Uysal,

2005). Para minimizar esta lacuna académica, no modelo proposto confluem múltiplas

influências de modelos concetuais que abordam parcialmente as variáveis incluídas,

designadamente: i) Yoon & Uysal (2005), na relação motivação-satisfação-lealdade; ii) os

modelos de autenticidade de Kolar & Zabkar (2010) e de Nguyen (2015); e iii) Li et al. (2016),

no que concerne à intenção comportamental. Adicionalmente, é argumentado que a

autenticidade percebida «pode ser validamente medida como um construto psicológico

latente, uma vez que a maioria dos estudos avaliam este conceito através de uma abordagem

exploratória» (Kolar & Zabkar, 2010: 653).

As hipóteses de investigação que operacionalizam o modelo de análise, são detalhadas e

justificadas teoricamente nos parágrafos seguintes.

H1a: A motivação push influencia direta e positivamente a autenticidade percebida

H1b: A motivação pull influencia direta e positivamente a autenticidade percebida

Dann (1981) sugeriu que a ação conjunta de forças internas (do indivíduo) e externas

(atrativos do destino) é mais explicativa da motivação turística, propondo a teoria push-pull.

Hsu et al. (2010), detetaram a influência que a motivação de visita tem nas expectativas do

turista, o que faz supor o efeito favorável da motivação nas perceções de autenticidade (Kolar

& Zabkar, 2010). Zhang et al. (2018) reportaram que uma maior consciência cultural,

incrementa o interesse pela autenticidade objetivista, apreciada através do património cultural

ou arquitetura. Domínguez-Quintero et al. (2018) suportam estas conclusões, relatando que

turistas com motivação cultural mais elevada, envolvem-se mais profundamente com o

destino, percebendo maiores níveis de autenticidade objetivista e existencial. Nessa linha,

Fodness (1994, apud Waller & Lea, 1999), identifica a ‘função conhecimento’, que assenta na

propensão pela busca de autenticidade, enquanto fator de motivação push.

Mohammad & Som (2010) sustentam que os turistas selecionam o destino cujos atributos

têm a capacidade de melhor preencher as suas necessidades intrínsecas. Motivações pull,

como os atributos identitários locais, que estão na base da escolha de um destino, podem

acentuar as perceções de autenticidade.

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H1c: A imersão local influencia direta e positivamente a autenticidade percebida.

Waller & Lea (1999), evidenciaram que o grau de envolvimento do turista com o destino

influencia a sua perceção sobre a autenticidade, i. e., quanto mais profundo o contacto com

os elementos tangíveis e intangíveis da cultura local, maior a perceção de autenticidade.

A imersão dos turistas junto dos residentes influencia as suas experiências e comportamentos

(Pizam et al., 2000). Experimentar ‘viver como um local’ altera os padrões comportamentais

de viagem (Tussyadiah & Pesonen, 2016; Guttentag, 2015; Liang et al, 2018).

H1d: A turistificação influencia direta e negativamente a autenticidade percebida.

Popp (2009) relatou que os locais turistificados podem favorecer sentimentos de desconforto

e efeitos detrimentais na experiência do turista. Waller & Lea (1999) demonstraram que as

experiências e os locais envolvendo grande número de turistas favorecem a inautenticação

do destino pelos próprios turistas, diluindo a perceção de autenticidade local, sendo o fator

que mais penaliza um destino que se pretenda autêntico. Silva & del Río (2016) evidenciaram

que a turistificação percebida penaliza a imagem percetual dos destinos.

H1e: A comoditização influencia direta e negativamente a autenticidade percebida.

Nguyen (2015) concluiu que o conceito de comoditização é essencial para compreender o

processo de autenticidade percebida e evidenciou que a relação entre os construtos é negativa

e estatisticamente significativa.

Shepherd (2002b) identificou que a excessiva orientação turística em destinos patrimoniais

dilui a autenticidade percebida pelos turistas que associam a autenticidade local com o

passado.

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H1f: A unicidade influencia direta e positivamente a autenticidade percebida

Moulard et al. (2016), estabeleceram uma relação direta entre unicidade e perceção de

autenticidade, concretizando que a unicidade é um atributo inerente a uma marca autêntica.

Hikmah et al. (2018), demonstraram que a unicidade local evidencia uma relação positiva e

significativa na satisfação dos turistas, e a lealdade ao destino varia em sentido inverso,

quando as atrações turísticas não são classificadas de únicas. Esta afirmação faz supor que a

inversa é verdadeira, quando os atrativos locais são classificados de únicos pelos turistas.

H2: A autenticidade percebida influencia direta e positivamente a intenção comportamental.

A autenticidade percebida em destinos patrimoniais é um dos mais importantes preditores

da intenção de revisita (Rani et al., 2014). As perceções estão positivamente relacionadas com

a lealdade (Poria et al., 2003), pelo que Kolar & Zabkar (2010), sugerem que experiências

positivas conduzem a clientes leais. Lee et al. (2015) demonstraram que a imersão cultural

local em experiências autênticas incentiva o engagement com o destino, que se repercute em

intenções comportamentais favoráveis (Tsai, 2016). Foi demonstrado que à medida que

aumenta a perceção de autenticidade cultural, os turistas estão disponíveis não apenas para a

recompra, mas também para pagar mais (Brida et al., 2013; Kim & Baker, 2017).

H3: A autenticidade percebida influencia direta e positivamente a satisfação

Jeon (2018) demonstrou uma relação positiva entre autenticidade existencial e satisfação em

festivais. A mesma conclusão foi alcançada no estudo de jovens turistas em destinos

patrimoniais conduzido por Lee & Phau (2018). Wong et al. (2018) reportaram que a relação

qualidade / valor percebido / satisfação são contingentes, quando os participantes percebem

a autenticidade de um evento.

Também Zhang et al. (2018) detetaram o efeito positivo da autenticidade objetivista e

existencial sobre a satisfação em destinos culturais.

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H4: A satisfação influencia direta e positivamente a intenção comportamental.

Yoon & Uysal (2005) relataram a causalidade entre satisfação e lealdade. É sugerido que um

cliente satisfeito reflete uma atitude positiva face à marca (Back, 2005). Oliver (1999), afirma

que a satisfação, não sendo uma condição suficiente, é necessária à construção da lealdade,

argumento apoiado por Hennig‐Thurau & Klee (1997), que postulam que a satisfação é um

elemento central da retenção dos clientes.

H5: A autenticidade percebida influencia indireta e positivamente a intenção comportamental, mediada pela satisfação

A satisfação medeia a motivação da viagem e a lealdade ao destino (Yoon & Uysal, 2005).

Domínguez-Quintero et al. (2017) identificaram a influência positiva, direta e indireta das

dimensões objetiva e existencial da autenticidade na satisfação, e da autenticidade objetiva na

lealdade ao destino. Os mesmos autores relataram o papel mediador da satisfação entre a

autenticidade e a lealdade.

Concluída a fundamentação teórica das hipóteses propostas no modelo concetual, de seguida

é apresentada e justificada a metodologia de recolha de dados.

3.3. Metodologia de recolha de dados: Desenho de investigação

Para responder ao objetivo de investigação, o presente estudo empírico será subordinado a

uma abordagem quantitativa, com recurso a um inquérito por questionário, ainda que as

variáveis em estudo sejam de natureza categórica, tratando-se de perceções de autenticidade.

O estudo é, assim, classificado de conclusivo-descritivo, por medir e descrever um

fenómeno: determinar perceções dos turistas do Porto e descrever os seus comportamentos

de consumo pós-viagem, testar hipóteses específicas e investigar relações entre vários

construtos (perceções de autenticidade, os seus antecedentes e consequentes), seguindo um

processo de investigação formal e estruturado (Malhotra & Birks, 2007).

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A recolha de dados inclui duas etapas: (1) estudo piloto – aplicação do questionário

preliminar, para refinar eventuais erros de conteúdo ou de forma; e (2) estudo principal –

aplicação do questionário final purificado, à amostra selecionada.

3.3.1. Amostra

Este estudo adota uma técnica de amostragem não probabilística, com recurso a uma amostra

por conveniência, beneficiando da circunstância de as unidades de análise estarem

disponíveis no local e momento certos (Malhotra & Birks, 2007). Uma vez que os casos

podem não ser representativos da população-alvo (Kline, 2015), pelo facto de a sua seleção

depender mais do julgamento, do que da probabilidade estatística (Malhotra & Birks, 2007),

esta técnica impede a extrapolação das conclusões para a população.

Para identificar a população-alvo do estudo, faz-se necessário concetualizar o turismo,

enquanto fenómeno baseado no movimento temporário de pessoas rumo a destinos

localizados fora do lugar de residência habitual, por motivos pessoais ou profissionais. Na

definição clássica, estes visitantes, em função da pernoita ou não no destino visitado, são

classificados de turistas ou excursionistas, respetivamente (UNWTO, s.d.).

No âmbito deste estudo, foram inquiridos visitantes internacionais e nacionais, com

permanência mínima de 24h na cidade, ou seja, turistas. Excluem-se residentes na região e

excursionistas, o que minimiza o enviesamento das respostas, evitando, no primeiro caso,

eventuais julgamentos parciais por afeto à cidade, e, no segundo, avaliações pouco

informadas decorrentes de estadas demasiado curtas que impedem a apreensão de diferentes

aspetos da oferta turística da cidade (Bajs, 2015).

Quanto à dimensão da amostra, Malhotra & Birks (2007), recomendam o mínimo de 200

observações e consideram aceitável entre 300-500. No contexto da análise SEM, Hair et al.

(2010), determinam ser exigível entre 100 e 500 observações. Por seu turno, Hill & Hill (2006,

apud Marôco, 2014) propõem uma razão de 5:1 (observações por variável manifesta). Marôco

(2014) afirma que um modelo de equações estruturais ao associar a cada variável manifesta,

um mínimo de 3 parâmetros (e.g., variância de erro, trajetória de erro, peso fatorial), o rácio

de 5:1 deve considerar-se em relação ao parâmetro e não em relação ao item. Isto significa

que aquele rácio deve triplicar para 15 observações por variável manifesta (Marôco, 2014).

Adicionalmente, critérios como os constrangimentos de tempo e de custos, não devem ser

escamoteados na definição da dimensão da amostra (Malhotra & Birks, 2007). Tendo por

base que o presente modelo propõe 14 construtos, operacionalizados por 62 itens, seguindo

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a regra de Hill & Hill, seria exigível o mínimo de 310 observações. Este estudo segue, em

simultâneo, esta regra (Hill & Hill, 2006, apud Marôco, 2014) e a de Malhotra & Birks (2007),

assumindo que 300 observações, são consideradas apropriadas aos objetivos propostos, e

aos constrangimentos de tempo e de custos.

3.3.2. Estudo piloto

Tipicamente, o estudo piloto é utilizado para refinar pressupostos redundantes ou

incongruentes, purificando os itens de medida que antecedem a construção do questionário

final (Nguyen, 2015), contribuindo para a validação da análise (Ramkissoon & Uysal, 2011).

A escala inicial, composta por um conjunto de 106 itens, originou o questionário preliminar.

Para testar os vários aspetos do questionário, incluindo o conteúdo, a clareza da redação, a

organização, a sequência dos itens e a dimensão, 16 turistas de um hotel foram convidados

a participar e comentar o instrumento, entre os dias 16 e 18 de maio de 2018. A dimensão

da amostra foi baseada na recomendação de Malhotra & Birks (2007).

De acordo com os testemunhos recolhidos, o questionário foi genericamente considerado

claro, mas extenso, desencadeando fadiga durante o preenchimento. Para incrementar a taxa

de resposta e evitar a deterioração da qualidade dos dados, sem prejuízo do modelo

concetual, procedeu-se à retificação do instrumento, refinando o número de itens de 106

para 62. Após a purificação da escala, o questionário foi adotado no estudo principal.

3.3.3 Instrumento de medida

Este estudo tenciona medir quantitativamente as relações entre múltiplos construtos: a

autenticidade percebida, os seus antecedentes (motivação push, motivação pull, imersão local,

turistificação, comoditização e unicidade) e consequentes (satisfação e intenção

comportamental – WOM, recomendação, lealdade, disposição para pagar mais). Essa

mensuração alicerça-se numa escala de medida, que representa um continuum onde os objetos

em análise são posicionados (Malhotra & Birks, 2007).

O instrumento de medida na base da construção do questionário estruturado, é compósito,

derivando de um conjunto de estudos anteriores validados, oriundos da literatura turística,

de estudos sobre marketing e comportamento do consumidor. Em todo o caso, as escalas

adotadas foram adaptadas ao propósito e contexto do estudo.

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Quadro 3.1 - Escala de medida adotada

Construto Item Descrição Adaptado

de

Motivação

push

PUSH1 Gosto de visitar culturas estrangeiras para enriquecer o meu

conhecimento

Fodness (1994) apud Waller & Lea (1999)

PUSH2 É importante para mim experimentar diferentes culturas e formas de vida

PUSH3 Participo em eventos culturais aos quais não tenho acesso no meu país de

residência

PUSH4 Gosto de ver como as outras pessoas vivem

PUSH5 Gosto de fazer as mesmas coisas que os residentes locais

PUSH6 Procuro ir à descoberta de locais não turísticos

Motivação pull

PULL1 História da cidade, cultura e tradições Yoon & Uysal (2005); Mohammad & Som (2010)

PULL2 Arquitetura, locais históricos e culturais Fakeye & Crompton (1991)

PULL3 Comunidade e vida local Kozak (2002); Mohamad & Som (2010)

PULL4 Gastronomia local e enoturismo (Vinho do Porto ou outros) Yoon & Uysal (2005); Mohamad & Som (2010)

PULL5 Eventos, festivais, atividades culturais locais Fakeye & Crompton (1991); Mohamad & Som (2010)

PULL6 Entretenimento e diversão Mohamad & Som (2010)

PULL7 Eventos e atividades desportivas Yoon & Uysal (2005)

PULL8 Compras / oferta comercial Yoon & Uysal (2005)

PULL9 Clima Yoon & Uysal (2005); Fakeye & Crompton (1991)

PULL10 Paisagem e cenários naturais Fakeye & Crompton (1991); Kozak

PULL11 Ambiente tranquilo Fakeye & Crompton (1991);

Imersão

IM1 Mergulhei na história, cultura, costumes e tradições da cidade

Chandralal & Valenzuela, 2013; Cleveland & Laroche, 2007

IM2 Visitei monumentos, museus, mercados, parques Chandralal & Valenzuela, 2013

IM3 Explorei o comércio tradicional local Mody et al, 2017

IM4 Experimentei produtos locais Mody et al, 2017

IM5 Interagi com a comunidade local Mody et al, 2017

IM6 Contactei com o modo de vida local Chandralal & Valenzuela, 2013

IM7 Experimentei viver como um local (tripeiro)

Lee et al., 2015; Chandralal & Valenzuela, 2013

IM8 Provei a gastronomia e vinhos locais Chandralal & Valenzuela, 2013

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Construto Item de medida

Descrição Adaptado de

Turistificação

TUR1_r A cidade atrai muitos turistas *

TUR2 Sinto-me confortável com a quantidade de turistas da cidade *

TUR3_r Preferia que a cidade tivesse menos turistas *

TUR4 A quantidade de turistas não influencia o caráter da cidade *

Comoditização

COM1_r A cidade está demasiado orientada para fins turísticos Nguyen, 2015

COM2_r O comércio está demasiado orientado para fins turísticos Nguyen, 2015

COM3 A orientação turística não influencia o caráter do Porto *

Unicidade

UNI1 A cidade do Porto tem características distintivas Moulard et al., 2016

UNI2 Há algo único na cidade do Porto que a faz sobressair face a outras

cidades Moulard et al., 2016

UNI3 É impossível sentir noutro destino o que se sente no Porto *

Autenticidade objetivista

OBJ1 Preserva as caraterísticas originais Chhabbra, 2005

OBJ2_r É artificial Casteran & Roederer, 2013; Nguyen, 2015

OBJ3 É autêntico *

Autenticidade construtivista

CONST1 Representam o passado histórico e a cultura da cidade Chabbra et al., 2005

CONST2 Representam a comunidade local Chabbra et al., 2005

CONST3 Representam o modo de vida local Ramkissoon & Uysal, 2011

CONST4 Possibilitam vivenciar a cultura e os costumes locais Brida et al., 2012

Autenticidade existencial

EXIST1 Vivenciei uma experiência pessoal significativa Kolar & Zabkar, 2010

EXIST2 Estabeleci uma conexão positiva com a comunidade local Kolar & Zabkar, 2010

EXIST3 Considero a cultura do Porto autêntica *

Satisfação

SAT1 Estou satisfeito(a) com a minha visita ao Porto Oliver, 1980

SAT2 Estou encantado(a) com a minha visita ao Porto de Rojas & Camarero, 2008

SAT3 A visita ao Porto correspondeu às minhas expectativas Yoon & Uysal, 2005

SAT4 Acredito que tomei a decisão certa em viajar para o Porto Yuksel et al., 2010

WOM

WOM1 Tenciono partilhar com outros a minha visita ao Porto Brown et al., 2005

WOM2 Vou certificar-me de que outros saibam que visitei o Porto *

WOM3 Vou falar positivamente sobre a minha experiência no Porto Carroll & Ahuvia, 2006

Recomendação

REC1 Recomendaria a conhecidos a visita ao Porto

Brown et al., 2005

Kolar & Zabkar,

2010; Hutchinson et

al., 2009

REC2 Recomendaria à minha família a visita ao Porto Brown et al. (2005)

REC3 Recomendaria aos que vão viajar a visita ao Porto Hutchinson et al., 2009

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Construto Item de medida

Descrição Adaptado de

Lealdade

LEAL1 Gostaria de revisitar o Porto

Kolar & Zabkar,

2010; Hutchinson et

al., 2009

LEAL2 Tenciono revisitar o Porto Hutchinson et al., 2009

LEAL3 É muito provável que eu revisite o Porto Hutchinson et al., 2009

Disposição para pagar mais

DPM1 Considero adequado o nível de preços do Porto

Kim et al., 2007;

Baker & Crompton, 2000

DPM2 Estou satisfeito(a) com o nível de preços do Porto *

DPM3 Ainda que o nível de preços do Porto aumente, eu estou disposto(a) a

revisitar a cidade Baker & Crompton, 2000

DPM4 Ainda que o nível de preços do Porto aumente, eu prefiro visitar esta

cidade do que outras Baker & Crompton, 2000

Fonte: elaboração própria. Nota: * item concebido com base na definição dos construtos

Adota-se uma escala tipo Likert de sete pontos que mede o grau de concordância do

respondente com uma lista de afirmações apresentadas, variando entre 1 (“discordo

totalmente”) e 7 (“concordo totalmente”). Quanto à escolha do número de categorias de

resposta, Johns (2010) considera que os dados recolhidos de escalas são substantivamente

menos precisos quando o número de categorias é inferior a cinco e superior a sete (Johns,

2010), sendo a fiabilidade dos dados otimizada aos sete pontos (Preston & Colman, 2000).

Para reduzir a ambiguidade na interpretação da escala avaliativa, as categorias de resposta

foram rotuladas em todas as questões (Malhotra & Birks, 2007). Por último, para evitar

respostas complacentes, alguns dos itens foram redigidos com valor negativo, significando

que um maior acordo demonstra uma atitude mais negativa. Entre outros, foram submetidos

a reverse score os itens TUR3_r (‘Preferia que a cidade tivesse menos turistas’) e OBJ2_r (É

artificial).

A partir das escalas de medida, construiu-se o questionário estruturado, com perguntas

fechadas, redigido em quatro idiomas (português, inglês, espanhol e francês), ampliando a

participação de sujeitos de diversas nacionalidades. As versões francófona, anglófona e

espanhola foram sujeitas à revisão e validação por indivíduos nativos, para assegurar a

consistência no processo de tradução.

O questionário final contém um total de 62 itens, para medir 14 variáveis latentes e está

dividido em três partes: 1) logística da viagem, medida numa escala nominal; 2) 14 construtos,

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operacionalizados por um total de 62 variáveis manifestas e medidas numa escala ordinal de

tipo Likert; 3) dados sociodemográficos (Anexo II).

3.3.4. Fiabilidade da escala de medida

Para averiguar a fiabilidade do instrumento de medida avalia-se a sua consistência interna,

i.e., se os diferentes itens da escala são consistentes sobre o que revelam sobre o construto

(Malhotra & Birks, 2007).

O Alfa de Cronbach é um dos métodos mais utilizados para avaliar a consistência interna de

uma escala (Marôco, 2014). Pesquisas com recurso a escalas de tipo Likert, implicam o

cálculo e reporte deste coeficiente (Gliem & Gliem, 2003), o qual varia entre 0 e 1,

considerando-se aceitável α ≥.7.

O Quadro 3.2 reporta os valores do coeficiente de Cronbach da escala de medida.

Quadro 3.2 – Alfa de Cronbach da escala de medida

Construto # Itens α

Motivação Push 6 .827

Motivação Pull 11 .752

Imersão 8 .796

Turistificação 4 .650

Comoditização 3 .783

Unicidade 3 .684

Autenticidade Objetivista 3 .662

Autenticidade Construtivista 4 .918

Autenticidade Existencial 3 .779

Satisfação 4 .901

Word-of-mouth 3 .807

Recomendação 3 .966

Lealdade 3 .861

Disposição para pagar mais 4 .780

Fonte: Output Amos.

As variáveis Turistificação, Unicidade e Autenticidade objetivista não alcançam o cut-off de α

≥.7, ao contrário das restantes. Atendendo a que as variáveis Unicidade e Autenticidade

objetivista são operacionalizadas por 3 itens, para evitar nesta fase violar a regra 3:1, apenas

é candidato a remoção o item da variável Turistificação que está a condicionar o valor da

variável. Removido o item TUR1, o coeficiente da variável subiu para α = .746.

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3.3.5. Recolha de dados

Os respondentes foram convidados a participar voluntariamente no estudo, assegurando-se

o anonimato e confidencialidade. A abordagem foi conduzida presencialmente e online,

através de distribuição de questionários em papel ou disponibilização de QRcode/link de

acesso ao formulário eletrónico, para preenchimento no momento ou em diferido, em

unidades de alojamento turístico, em locais com grande afluência de visitantes e por email

para divulgação a potenciais inquiridos que cumprissem os critérios.

A disseminação do questionário e recolha de dados decorreu entre 22 de maio e 5 de julho

de 2018. Contabilizou-se um total de 354 questionários recolhidos, dos quais 194 (55%)

online e 160 (45%) em papel. Cerca de 8% (N=27) dos questionários em papel foram

rejeitados por excesso de valores omissos ou respostas visivelmente incongruentes

(padronizadas em sequência ou zigue-zague), detetados após diagnóstico visual. Assim, 92%

(N=327) das observações foram conservadas para análise.

Finda a descrição da metodologia de recolha de dados, segue-se a metodologia de análise.

3.4. Metodologia de Análise de dados

O estudo utiliza o Modelo de Equações Estruturais (SEM) para análise dos dados. A Figura

XX reflete a sequência de procedimentos adotada no estudo, descrita a seguir.

Fig. 3.2 – Metodologia de análise de dados

Fonte: elaboração própria.

1.ª Etapa SEM

• CFA

• Qualidade do modelo

• Fiabilidade e validade

2.ª Etapa SEM

• Modelo Causal

• Efeitos diretos

• Mediação

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3.4.1. Modelo de Equações Estruturais (SEM)

O modelo concetual sugerido, estabelece relações entre múltiplas variáveis exógenas e

endógenas, i.e., modela um sistema de relações a partir de diversos antecedentes e

consequentes. São hipotetizados vários efeitos diretos e indiretos entre as variáveis latentes,

acerca das quais, por definição, é mais problemático garantir as qualidades métricas (Marôco,

2014). Assim, o Modelo de Equações Estruturais (SEM) é a metodologia considerada mais

apta a endereçar o fenómeno em discussão. Salienta-se que Marôco (2014: 7) postula que: o

SEM não permite provar causalidade entre variáveis, apenas que a significância estatística do

«modelo suporta ou não a teoria da causalidade».

A metodologia SEM segue uma abordagem two-step, que consiste em: (1) avaliar a qualidade

do ajustamento do modelo de medida, testada através de uma Análise Fatorial Confirmatória

(CFA), seguida do teste à fiabilidade e validade; e (2) avaliar o modelo estrutural ou causal,

que testa as regressões entre as variáveis latentes, demonstrando se as relações hipotetizadas

são suportadas estatisticamente (Marôco, 2014).

De acordo com Jöreskog & Sörbom (1993) a avaliação de um modelo estrutural implica

demonstrar que o seu modelo de medida é adequado, o que justifica a implementação destas

duas etapas.

3.4.2.1. 1.ª Etapa do SEM: Análise Fatorial Confirmatória (CFA)

A CFA é um método confirmatório da estrutura fatorial de um modelo, ou seja, procura

confirmar se um conjunto específico de fatores (variáveis latentes) é passível de explicar a

estrutura de correlações existente entre um conjunto de itens (variáveis manifestas) (Marôco,

2014). No contexto da metodologia SEM, a CFA avalia a qualidade do modelo de medida

teórico definido a priori e precede a avaliação do modelo estrutural.

Para estimar o modelo utiliza-se o método Maximum Likelihood (ML),

Para testar a qualidade do modelo, é avaliado (1) o ajustamento do modelo e (2) a fiabilidade

e validade de construto.

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Para avaliar o model fit, adotam-se os índices e cut-offs propostos por Marôco (2014):

Quadro 3.3: Índices de qualidade de ajustamento e cut-offs de referência

Índice Valores de referência

X2/df

>5

]2; 5]

]1; 2]

~1

mau ajustamento

ajustamento sofrível

bom ajustamento

muito bom ajustamento

CFI

GFI

<0.8

[0.80; 0.90[

[0.90; 0.95[

≥ 0.95

mau ajustamento

ajustamento sofrível

bom ajustamento

ajustamento muito bom

PCFI

PGFI

<0.60

[0.60; 0.80[

≥0.80

mau ajustamento

bom ajustamento

ajustamento muito bom

RMSEA

p-value (H0: rmsea ≤0.05)

>0.10

]0.05; 0.10]

≤0.05

p-value≥0.05

ajustamento inaceitável

ajustamento aceitável

ajustamento muito bom

Fonte: Marôco, 2014.

Para alcançar os cut-offs recomendados, procede-se a uma respecificação artificial do modelo

através da análise e implementação das recomendações dos Modification Indices sugeridos pelo

software, aumentando o número de parâmetros a estimar (Marôco, 2014).

Para confirmar se o modelo modificado é mais adequado que o modelo de partida, é efetuado

um teste de diferenças do X2, de acordo com Marôco (2014) e é comparado o MECVI de

cada modelo.

A Fiabilidade Compósita é uma alternativa ao coeficiente de Cronbach, criticado na literatura

(e.g., Marôco, 2014; Peterson & Kim, 2013; Sijtsma, 2009).

A FC estima a consistência interna dos itens reflexivos de um construto e indica o grau em

que estes são manifestações consistentes do fator latente, confirmado com valores FC ≥ .7

(Marôco, 2014).

A validade de construto confirma se uma escala de medida mede o que pretende medir, sendo

demonstrada por meio de três componentes: (1) validade fatorial, que é avaliada pelos pesos

fatoriais estandardizados, aceitáveis a partir de .5 (Hair et al, 2010); (2) validade convergente,

que avalia se os itens que operacionalizam um construto partilham uma forte variância entre

si, explicando o comportamento desse construto (Marôco, 2014), calculada a partir da média

das variâncias dos itens (VEM - Vâriancia Explicada Média) e deve alcançar VEM ≥ .5; e (3)

validade discriminante, que mede o grau em que os itens que operacionalizam um construto

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específico são distintos dos demais (Hair et al., 2010; Marôco, 2014) e é evidenciada se os

valores da respetiva VEM excedem o valor da máxima variância partilhada (MSV) (Hair et

al., 2010), e se o VEM do construto é superior ao valor absoluto das correlações quadradas

que mantém com outros construtos (Nguyen, 2015), sendo confirmado a partir da matriz de

correlações inter-fator.

3.4.2.2. 2.ª Etapa: Modelo causal

Confirmado o ajustamento do modelo de medida, testam-se e estimam-se as hipóteses do

modelo que propõe dez relações teóricas entre seis variáveis exógenas (motivação push,

motivação pull, imersão, turistificação, comoditização e unicidade) e três variáveis endógenas

(autenticidade percebida, satisfação e intenção comportamental). As relações propostas

incluem efeitos diretos e indiretos.

O Path Analysis permite testar efeitos diretos e indiretos entre variáveis manifestas, a partir

da verificação da sua estrutura correlacional (Marôco, 2014).

Previamente verificado o potencial de multicolineridade, para descartar redundâncias entre

variáveis preditoras (Byrne, 2016) e uma vez mais testado o model fit.

Os efeitos diretos entre variáveis são testados pela análise dos coeficientes de regressão

estandardizados, cuja significância pode ser avaliada pela estatística do rácio crítico e do

correspondente p-value<.001.

Para testar a significância dos efeitos indiretos recorreu-se à técnica de reamostragem por

Bootstrap, um método não paramétrico que envolve a reamostragem em elevado número

(neste caso, 2000 amostras), repetindo aleatoriamente as observações a partir da amostra

inicial em estudo. Para cada amostra extraída, calcula-se o efeito de mediação, a estatística de

teste Z e a sua distribuição empírica (com I.C. a 90%, dado pelos percentis extremos, 5 e 95)

(Marôco, 2014).

A secção seguinte descreve as medidas prévias de preparação dos dados implementadas.

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3.4.2. Preparação dos dados

Para assegurar a qualidade dos dados recolhidos é recomendado conduzir-se e descrever-se

os mecanismos de controlo de dados (Malhotra & Birks, 2007). Os dados são sujeitos a um

escrutínio prévio, para identificação e exclusão de dados passíveis de enviesamento dos

resultados. São analisados os missing values, as ‘respostas descomprometidas’, a normalidade

da distribuição e os outliers, pressupostos críticos para o sucesso da análise SEM.

3.4.2.1. Missing values

Os valores omissos podem provocar assimetria dos dados ou diluir a potência das variáveis,

devendo a verificação ser executada previamente à análise estatística (Hair et al., 2010;

Malhotra & Birks, 2007), tanto mais porque inúmeras técnicas do SEM que não aceitam

missing values.

Para minimizar respostas omissas, os questionários eletrónicos exigiam o preenchimento

integral, pelo que as lacunas derivam dos formulários em papel. Adotou-se a regra de Hair et

al. (2010), que tolera até 10% de missing values por caso e até 15% de missing values por variável,

a partir das quais os dados são candidatos a exclusão. Apenas 2 observações foram eliminadas

por excederem 50% de não respostas. Os restantes casos foram imputados com a mediana,

visto que em escalas de tipo Likert com variáveis categóricas, é pouco significativo adotar-se

a imputação da média (Boone & Boone, 2012). Por consequência, resultaram 325

observações válidas para análise.

3.4.2.2. Respostas lineares ou padronizadas

Através de inspeção visual ao dataset, foram detetadas 6 observações com respostas lineares

(a mesma classificação em todas as respostas) ou padronizadas (zigue-zague ou sequência),

revelando possível falta de comprometimento ou honestidade no preenchimento. Na medida

em que estas respostas podem reduzir a variabilidade ou enviesar os dados, estes casos foram

removidos da análise. Por consequência, o número de observações reduziu para 319.

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3.4.2.3. Normalidade multivariada

Várias técnicas do SEM pressupõem a normalidade multivariada dos dados, nomeadamente

a estimação por Maximum Likelihood (Máxima Verosimilhança) (Malhotra & Birks, 2007;

Marôco, 2014). Marôco (2014) afirma que a não normalidade dos dados inflaciona o X2 do

ajustamento, precipitando a consecução de erros de tipo I (rejeição indevida de H0).

A normalidade multivariada é frequentemente detetada através da inspeção da distribuição

univariada, por meio das medidas de assimetria (sk) e curtose (ku), assumindo-se a

normalidade da distribuição quando sk = ku = 0 (Kline, 2015; Marôco, 2014). Não existe

consenso sobre os limites a partir dos quais se considera a violação do pressuposto de

normalidade, porém, Marôco (2014) sustenta que só é considerada violação severa do

pressuposto de normalidade, em valores que excedam |sk| >2-3 e |ku| >7-10.

Escrutinados os resultados (Anexo III), é possível verificar que tendencialmente a

distribuição é assimétrica negativa (Gráfico 4.1), apresentando valores entre |sk|=-2.49 e

|sk|=.43, indicando que a maior parte das respostas se encontra acima do valor da média. A

curtose apresenta uma maior variabilidade, revelando valores entre |ku|=-1.17 e |ku|=9.78,

este último bem perto do borderline aceitável, evidenciando uma curva leptocúrtica.

Fig 3.3 – Exemplo de um item assimétrico negativo - IM8.

Fonte: Output SPSS.

A métrica da assimetria tem impacto nas médias e a da curtose afeta severamente as variâncias

e covariâncias. Na medida em que o SEM se baseia no último ponto, a curtose multivariada,

mais do que a assimetria, afeta de forma significativa este tipo de análises (Byrne, 2016), o

que justifica medidas de ajustamento. Mapear os outliers é uma prática a endereçar após o

teste da normalidade (Kannan & Manoj, 2015).

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37

3.4.2.4. Outliers

Há uma grande discussão em torno da remoção de outliers, que são reputados de conter

informação significativa que não deve ser eliminada da pesquisa. Adicionalmente, no uso de

escalas de Likert, é questionado se existem de facto outliers, na medida em que as categorias

de resposta estão confinadas a um valor mínimo e a um valor máximo (neste caso, 1 e 7). A

justificação para endereçar este tópico, parece repousar no efeito detrimental destes valores

sobre o ajustamento do modelo de medida (Marôco, 2014), parte integrante do SEM.

Existem métodos que avaliam a distância de um caso ao centroide dos restantes (e.g.,

Distância de Mahalanobis - DM) e outros que avaliam a sua influência no ajustamento do

modelo (e.g., Distância de Cook - DC) (Aguinis & Joo, 2014). É sugerido que alguns métodos

clássicos (e.g., DM) de deteção de outliers dissimulam a existência de outros outliers, pelo que

na remoção de um ponto extremo, outros sobressaem ocupam o lugar do anterior (Kannan

& Manoj, 2015). Aguinis & Joo (2014), sugerem que o trabalho seminal de Cook trouxe uma

melhor alternativa para a deteção de influential outliers (Aguinis & Joo, 2014).

Assim, foi testado o método de Mahalanobis, investigando o suposto ‘efeito de dissimulação’,

que foi confirmado na maioria das vezes, e o impacto da remoção sobre os valores do output,

era negligenciável. Testou-se, de seguida, a DC e sobressaíram dois casos extremos,

largamente afastados dos restantes, que surgem clusterizados (Gráfico 4.2).

Os casos foram investigados, seguindo a recomendação de Aguinis & Joo, (2014), e

verificando-se uma melhoria substancial nos resultados, assumiu tratar-se de influential points,

decidindo-se pela sua remoção.

Agora, com 317 observações válidas para análise, os valores da curtose situam-se

entre|ku|=-1.18 e |ku|=5.35 (Anexo IV). A assimetria conservou os valores anteriores e a

curtose afastou-se substancialmente dos cut-offs recomendados por Marôco (2014). Posto isto,

parece razoável afirmar que os dados não violam de forma severa o pressuposto de

normalidade.

O próximo capítulo inroduz os resultados da análise, principiando por apresentar a estatística

descritiva, seguida do processamento da análise SEM.

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Capítulo IV| Apresentação e discussão dos resultados

Este capítulo começa por apresentar o perfil sociodemográfico dos respondentes, seguido

de aspetos relacionados com a logística da visita, designadamente o tipo de alojamento e a

forma de organização da viagem. Segue-se a estatística descritiva relacionada com os

construtos sob estudo. Finalmente, são apresentados os resultados da análise SEM,

processada com recurso aos softwares SPSS v24 e AMOS v24 da IBM.

4.1. Estatística descritiva

4.1.1. Perfil dos respondentes

De acordo com o Quadro 4.1, o perfil dos respondentes demonstra equilíbrio de género,

sendo 52% femininos e 47%, masculinos. Quanto à distribuição etária, existe, também

diversidade, com maior concentração entre os 26 e 45 anos. O país de residência dos

respondentes está sensivelmente alinhado com o perfil de mercados emissores de turistas do

Porto divulgados nos relatórios oficiais, se não nas proporções, pelo menos na geografia:

21% são oriundos de Espanha, seguidos de 17% de França, 14% do Reino Unido, 10% de

Portugal e com cerca de 6% cada, destacam-se, ainda, a Alemanha e o Brasil.

Quadro 4.1: Perfis dos correspondentes

Frequência %

Género

Masculino 150 47,3

Feminino 166 52,4

Outro 1 ,3

N 317 100,0

Idade 18-25 49 15,5

26-35 79 24,9

36-45 79 24,9

46-55 51 16,1

56-65 35 11,0

66+ 24 7,6

N 317 100,0

País de residência Alemanha 20 6,3

Brasil 19 6,0

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Espanha 66 20,8

EUA 7 2,2

França 53 16,7

Holanda 12 3,8

Itália 8 2,5

Portugal 31 9,8

Reino Unido 45 14,2

Outros 56 17,7

N 317 100,0

Fonte: Output SPSS.

No que toca aos aspetos logísticos da visita, os resultados são equilibrados na forma de

organização da viagem. 37% dos respondentes adquiriu uma viagem previamente organizada

em pacote turístico, 32% optou por adquirir localmente os elementos da viagem, e, por

último, 31% dos turistas combinaram os vários elementos de viagem, previamente à chegada.

A esmagadora maioria dos respondentes (44%) estava alojada num hotel, seguida de 26%,

que se instalou em casa de familiares/amigos e um quinto optou por um estabelecimento de

alojamento local (parte em alojamento alugado em plataformas online e a outra em hostels).

Quadro 4.2: Aspetos logísticos

Frequência %

Organização da

viagem

Comprei um pacote

turístico com os elementos

(transporte, alojamento,

itinerários, etc.) pré-

definidos

117 36,9

Comprei antecipadamente

os elementos da viagem

(transporte, alojamento,

itinerários, etc.) de forma

avulsa

99 31,2

Comprei localmente os

elementos da viagem

(alojamento, itinerários,

etc.)

101 31,9

N 317 100,0

Tipo de alojamento Hotel 140 44,2

Hotel apartamento 22 6,9

Hostel 29 9,1

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Alojamento alugado

(via Airbnb ou similar)

33 10,4

Casa de familiares/amigos 82 25,9

Campismo 8 2,5

Navio cruzeiro 2 ,6

Dormitório 1 ,3

N 317 100,0

Fonte: Output SPSS.

4.1.2. Análise estatística dos construtos

No contexto do uso de escalas de Likert com dados ordinais, a utilização de estatística

descritiva paramétrica, como a média, produz conclusões limitadas e, até, imprecisas (Boone

& Boone, 2012; Sullivan & Artino, 2013). Com efeito, é mais significativo e útil apresentar

os dados mediante a distribuição da frequência das respostas (Sullivan & Artino, 2013),

designadamente aravés de histogramas. Segue-se esta recomendação, transparecendo a

distribuição e proporção das respostas ao longo das 7 categorias Likert. Os gráficos figuram

no Anexo V e a interpretação dos dados é descrita abaixo.

Conforme declarado na estatística da assimetria, as respostas ao inquérito revelam uma

tendência assimétrica negativa, ou seja, posicionam-se nas categorias mais elevadas da escala

métrica de 7 pontos.

Principiando com a motivação push, a maioria dos respondentes (acima de 80%) concorda

que a ‘função conhecimento’ de culturas diferentes, constitui um forte motivo para o seu

desejo genérico de viajar.

De forma consistente, os atrativos do Porto (motivação pull) que motivaram a visita e reúnem

maior acordo (cerca de 80% em cada item), são fundamentalmente atributos identitários,

como o património material, imaterial, enogastronomia e comunidade local (PULL1 –

PULL5), seguidos do entretenimento e diversão (PULL6).

Similarmente, todas as atividades imersivas relacionadas com a ‘experiência local’ (IM1 –

IM6), exibem elevados graus de envolvimento (acima de 80% em cada item). Como

expectável, a experiência de ‘viver como um local’ (IM7), tida como o culminar da experiência

imersiva num destino, é aquela que menos turistas praticam, tendo 1/5 revelado indiferença.

Ainda assim, é surpreendente que 45% dos inquiridos revelem ter vivido essa experiência.

Um dado muito relevante é conhecer o grau de turistificação percebida e o seu impacto na

perceção da autenticidade local. Em termos globais, os respondentes discordam que o

destino esteja demasiado turistificado (TURIS1_r) e sentem-se confortáveis com o número

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de turistas na cidade (TURIS2), discordando parcialmente com a opção de um menor

número de turistas (TURIS3_r). As opiniões dividem-se acerca do impacto da quantidade de

turistas na apreensão do caráter da cidade (TURIS4). Salienta-se, porém, que estes resultados

podem ser sensíveis à data de recolha dos dados (que neste caso decorreu entre maio e início

de julho, período que não compreende o maior influxo de turistas na cidade).

Intimamente relacionada com a turistificação, a comoditização percebida manifesta

resultados aparentemente ambivalentes (COM1 – COM3). As respostas distribuem-se de

forma equitativa entre o acordo parcial e o desacordo parcial, o que significa que os

respondentes percebem algum impacto da comoditização sobre a autenticidade local.

Outra informação de natureza estratégica, é conhecer até que ponto o destino é retratado

como único e diferenciado. 80% dos inquiridos concordam que o destino tem atributos

distintivos (UNI1) e 60% reconhece que esses atributos o demarcam face a outros locais

(UNI2). Ainda assim, tal não é suficiente para que sintam uma experiência única (UNI3).

Introduzindo o construto nuclear – a autenticidade percebida –, os respondentes concordam,

em parte, que o património material conserva as suas caraterísticas originais (OBJ1), mas não

expressam uma posição clara sobre a sua autenticidade (OBJ3), ou artificialidade (OBJ2_r).

Quanto à perceção simbólica do grau em que os objetos e experiências turísticas do destino,

representam fielmente a cultura, a vida ou os costumes locais, os resultados são bastante

consistentes, revelando acordo parcial em todos os itens (CONST1 – CONST4).

75% dos inquiridos concordam que o Porto propicia a autenticidade existencial, através do

encontro pessoal e social significativo (EXIST1 e EXIST2) e apreendem uma cultura local

autêntica (EXIST3).

Os resultados são robustos quanto à satisfação com a visita: 90% estão satisfeitos (SAT1) e

75% estão encantados (SAT2). Face à expectativa, o trade-off revela ser bastante favorável

(SAT3) e 90% consideram que a visita ao destino foi uma decisão acertada (SAT4).

A intenção em partilhar a experiência de visita ao Porto (WOM1), através de advocacias

positivas (WOM3) reúne o acordo sólido dos inquiridos, acima dos 80%, muito embora uma

menor proporção procure certificar-se dessa difusão (WOM2).

Mais do que apenas comentar a experiência, a grande maioria dos inquiridos tenciona

encorajar outros a experimentar a visita (REC1 – REC3).

A lealdade-revisita ao destino varia inversamente à medida que a expressão de compromisso

é mais profunda. No plano afetivo, os respondentes apresentam um acordo expressivo de

revisita, na ordem dos 75% (LEAL1). No plano conativo, ou seja, intencional, o acordo decai

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para 60% (LEAL2). No plano da probabilidade, a concordância decresce de forma mais

vincada, sendo que 1/4 expressa neutralidade na revisita (LEAL3).

A disposição para pagar mais tem, a par da lealdade-ação, o potencial de impactar diretamente

as receitas do destino e motivar o reposicionamento do preço. A este respeito, a maioria dos

inquiridos concorda (DPM1), ainda que não esteja totalmente satisfeita (DPM2) com o nível

de preços praticado. Numa eventual subida de preços do destino, 40% dos respondentes

estão parcialmente dispostos a revisitá-lo (DPM3), mas nesse cenário, a preferência pelo

Porto, preterindo outros destinos, gera um acordo parcial ou neutralidade.

4.2. Apresentação dos resultados SEM

4.2.1. 1.ª Etapa do SEM: CFA

De acordo com Byrne (2016), um modelo complexo que apresenta uma hierarquia de fatores

de 1.ª e 2.ª ordem, deve ser analisado por etapas sequenciais, para garantir que não há

problemas de identificação, recomendação que se adota na presente análise fatorial.

(1) Modelo de medida de 1.ª ordem

O modelo de partida revelou uma qualidade de ajustamento sofrível (X2/df=5.139;

CFI=.645; GFI=.604; RMSEA=.114; p(rmsea ≤0.05)=.000).

Com o intuito de melhorar o ajustamento, foi adotada a abordagem de Marôco (2014). Foi

avaliada, primeiramente, a existência de outliers através da distância quadrada (D2) de

Mahalanobis, detetando-se múltiplos casos cujos valores sugeriam ser outliers (p1 e p2<.001).

Testou-se o impacto da sua remoção nos resultados, mas por verificar-se um efeito

detrimental, os casos foram readmitidos para análise. Avaliou-se a normalidade uni- e

multivariada através dos coeficientes de assimetria e curtose, confirmando-se que os valores

das variáveis ficam aquém do critério de violação severa do pressuposto de normalidade, ou

seja, |sk|<3 e |ku|<10 (Marôco, 2014).

Procedeu-se ao ajustamento artificial do modelo, tendo por base os índices de modificação

recomendados pelo software, incidindo no estabelecimento de múltiplas correlações entre

erros intra-fator e remoção de itens simultaneamente com saturação em múltiplos fatores e

com pesos de regressão sofríveis.

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43

Após o processo iterativo, alcançou-se um ajustamento razoável com índices bons

(CFI=.955; PCFI=.768; PGFI=.664; RMSEA=.057; p(rmsea ≤0.05)=.069) e razoáveis

(X2/df=2.021; GFI=.898).

Fig. 4.1 – Path diagram do Modelo de medida de 1.ª ordem ajustado

Fonte: Output do Amos

Durante o processo de respecificação do modelo, foram correlacionados os erros dos itens:

(1) PUSH1, PUSH2, PUSH4, PUSH5; (2) IM5 e IM7; (3) TUR3_r e TUR4, (4) COM1_r,

COM2_r e COM3; e (5) SAT3 e SAT4.

Por sugerirem saturação em múltiplos fatores aos quais não pertenciam e/ou por

apresentarem pesos de regressão sofríveis, foram removidos da análise múltiplos itens. Foi

analisada a sua relevância teórica quanto à representatividade do fator a que pertencem e,

confirmada a sua prescindibilidade, decidiu-se pela remoção. Assim, foram removidos os

itens PUSH3, PULL3, PULL6, PULL7, PULL8, PULL9, PULL10, PULL11, IM1, IM2, IM3,

IM4, IM8. A similitude na formulação dos itens está frequentemente entre as causas desta

ocorrência (Marôco, 2014).

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(2) Modelo de medida de 2.ª ordem da Autenticidade percebida

O ajustamento do modelo original, revelou alguns índices sofríveis (X2/df=4.468;

PGFI=.534; RMSEA=.105; p(rmsea ≤0.05)=.000) e outros bons (CFI=.942; PCFI=.670;

GFI=.918).

Para incrementar a qualidade dos índices, seguiu-se a abordagem implementada no modelo

de 1.ª ordem (Marôco, 2014).

Seguindo-se os índices de modificação sugeridos pelo AMOS, foram estabelecidas

correlações entre dois erros de itens: (1) CONST1 e CONST3; e (2) EXIST1 e EXIST2.

O modelo ajustado apresenta índices muito bons (CFI=.978; GFI=.959), bons

(X2/df=2.382; PCFI=.652; RMSEA=.066; p(rmsea ≤0.05)=.085) e apenas um menos bom

(PGFI=.523). Globalmente, pode considerar-se que o modelo tem um bom ajustamento.

Fig. 4.2 – Path diagram do Modelo de medida de 2.ª ordem da autenticidade percebida ajustado

Fonte: Output AMOS.

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45

(3) Modelo de medida de 2.ª ordem da Intenção comportamental

O modelo inicial evidenciou um ajustamento sofrível (X2/df=8.350; CFI=.865; PCFI=.677;

GFI=.804; PGFI=.539; RMSEA=.153; p(rmsea ≤0.05)=.000).

Uma vez mais, seguiu-se o procedimento de Marôco (2014).

Para melhorar o model fit, seguindo os índices de modificação, fixaram-se as correlações entre:

(1) WOM1 e WOM2; e (2) DPM1, DPM2, DPM3, e eliminou-se o item DPM4.

Das iterações efetuadas, resultaram índices muito bons (CFI=.966), bons (PCFI=.674;

GFI=.931; RMSEA=.084) e menos bons (X2/df=3.233; PGFI=.549; p(rmsea ≤0.05)=.000).

O ajustamento do modelo foi considerado razoável.

Fig. 4.3 – Path diagram do Modelo de medida de 2.ª ordem da intenção comportamental ajustado

Fonte: Output AMOS.

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(4) Modelo de medida global

O modelo de medida global congrega os fatores de 1.ª e 2.ª ordem hierárquica cujas

propriedades métricas foram ajustadas nas análises parciais.

O modelo global de partida evidenciou os seguintes índices: (X2/df=2.230; CFI=.896;

PCFI=.809; GFI=.759; PGFI=.657; RMSEA=.062; p(rmsea ≤0.05)=.000). Não

demonstrando um ajustamento perfeito, replicou-se a abordagem implementada atrás,

procurando alavancar a sua qualidade.

Foram removidos de forma sequencial alguns pontos críticos através da distância quadrada

(D2) de Mahalanobis e da distância de Cook, com impacto na diminuição da amostra

(N=310).

Analisaram-se as covariâncias residuais estandardizadas, identificando os itens que mais

inflacionam o X2, com um efeito detrimental no model fit. Foram removidos os itens LEAL3,

DPM2, DPM4, UNI3 e PUSH1.

Assim, do modelo respecificado (Fig. 4.4), resultaram índices de qualidade de ajustamento

muito bons (PCFI=.817), bons (CFI=.921; GFI=.801; PGFI=.677; RMSEA=.058) e muito

próximo do aceitável (X2/df=2.051). Ainda assim, não foi alcançado um p-value

estatisticamente significativo p(rmsea ≤0.05)=.000), muitas vezes decorrente da dimensão da

amostra (Marôco, 2014).

Para confirmar que o modelo modificado é mais adequado que o modelo de partida, efetuou-

se um teste de diferenças do X2 (Marôco, 2014).

Segundo a tabela de distribuição do X2 referenciada em Marôco (2014: 371), para α=0.05,

temos X2S 0.95; (206) = 233.994. Sendo ∆ X2 = 569.496> X2

S 0.95; (206) = 233.994, rejeita-se H0,

porque o X2 do modelo simplificado é menor que o do modelo original, demonstrando um

melhor ajustamento à estrutura correlacional observada entre os itens na amostra estudada

(Marôco, 2014). O modelo simplificado apresenta, também, melhor validade na população

em estudo, na medida em que o respetivo valor de MECVI é menor que o do modelo original

(7.621 – 5.829 = 1.792).

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Figura 4.4 – Path diagram do Modelo de medida de 2.ª ordem global ajustado

Fonte: Output AMOS.

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No sentido de evidenciar a fiabilidade e validade de construto do modelo ajustado, são

confrontados os valores dos fatores, resumidos no Quadro 4.3.

Quadro 4.3 – Fiabilidade e validade de construto

FC VEM MSV AUT UNI TUR COM IM PULL PUSH SAT IC

AUT .857 .684 .596 .827

UNI .853 .744 .508 .711 .863

TUR .792 .561 .450 .226 .083 .749

COM .962 .894 .450 .227 .102 .671 .946

IM .917 .786 .560 .748 .539 .182 .202 .887

PULL .886 .728 .138 -.132 .013 .022 -.111 -.121 .853

PUSH .806 .514 .346 .448 .464 -.028 .009 .576 .372 .717

SAT .909 .715 .745 .763 .705 .203 .133 .591 -.014 .507 .846

IC .861 .611 .745 .772 .713 .216 .195 .652 .129 .588 .863 .782

Fonte: elaboração própria, a partir do output do SPSS.

A fiabilidade compósita (FC) apresenta valores robustos (FC≥.7), variando entre .792 e .962.

Os pesos fatoriais estandardizados observados no path diagram (Fig.4.4) evidenciam validade

fatorial (λ≥.5). A validade convergente é evidenciada pelos valores da VEM acima de .5,

variando entre .514 e .894.

A validade discriminante apresenta problemas em dois fatores. O valor da VEM para os

fatores Satisfação e Intenção Comportamental é inferior ao respetivo valor de MSV. Em

simultâneo, a raiz quadrada da VEM dos mesmos fatores é inferior ao valor absoluto das

correlações com outro fator, significando que estes dois fatores não apresentam validade

discriminante.

A validade discriminante está conservada nos restantes fatores, cujo valor da VEM é superior

ao respetivo valor de MSV e ao valor de qualquer correlação inter-fator da matriz.

Concluída a etapa de avaliação do modelo de medida, à luz de recomendações discorridas na

literatura, parece razoável afirmar que, no cômputo geral, o modelo evidencia uma qualidade

satisfatória. Adicionalmente, a fiabilidade e validade de construto foram confirmadas para a

generalidade dos construtos, pelo que parece adequado prosseguir para o teste ao modelo

estrutural.

Neste ponto, faz-se necessário realçar que, não existindo consenso na definição dos critérios

que determinam o model fit (quer do tipo de índices, quer dos respetivos cut-offs), parece

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pertinente fazer duas considerações: (1) os resultados aqui apresentados devem ser

relativizados, mercê de critérios, na sua essência, discutíveis (Marôco, 2014); e (2) mais do

que garantir um modelo com ‘boa qualidade’ estatística, mas sem aderência à realidade,

parece, preferível assumir um modelo com ‘qualidade pobre’, mas que reflete a realidade da

amostra estudada.

4.2.2. 2.ª Etapa do SEM: Modelo estrutural

O modelo estrutural hipotetiza dez relações teóricas entre seis variáveis exógenas (motivação

push, motivação pull, imersão, turistificação, comoditização e unicidade) e três variáveis

endógenas (autenticidade percebida, satisfação e intenção comportamental), que serão

testadas. Essa análise é precedida da revisão ao model fit, seguida do teste à multicolinearidade

das variáveis preditoras, e, por último são testados os efeitos diretos e indiretos da porção

estrutural.

(1) Model fit

O model fit de partida, revela os seguintes índices: (X2/df=2.106; CFI=.916; PCFI=.825;

GFI=.791; PGFI=.679; RMSEA=.06; p(rmsea ≤0.05)=.000).

Para avaliar a eventual redundância entre as variáveis preditoras, testou-se a

multicolinearidade (Byrne, 2016), através do teste VIF (Variance Inflation Factor). Alguns

autores recomendam VIF<5 (e.g., Marôco, 2014) e outros VIF<10 (Hair et al., 1995). Os

resultados do teste demonstram que a variável Motivação Pull exibe um VIF>7. À luz das

recomendações de Hair et al. (1995), vai prosseguir-se a análise conservando a variável.

Para incrementar o model fit foram analisados nos modification indices significativos (>10)

relativos aos pesos fatoriais e pesos de regressão. Para minimizar o X2 estabeleceu-se a

correlação entre os erros de variáveis: dA1<>dA2, dA2<>dA3, e44<>e42 e dA1<>e25.

Foram, ainda estabelecidas correlações entre os fatores PULL<>IC, e entre um fator e um

erro de item IM<>dA3. Ainda que aparentemente algumas das recomendações dos MIs

possam não ter um racional teórico, se estabelecidas, podem atuar como correlações

sistemáticas (não teóricas), com impacto positivo no model fit (Kenny, 2011).

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O modelo foi respecificado incrementou o ajustamento: (X2/df=1.945; CFI=.929;

PCFI=.830; GFI=.809; PGFI=.689; RMSEA=.055; p(rmsea ≤0.05)=.022), e considera-se

com um bom ajustamento à amostra em estudo.

O teste de diferenças do X2 entre os modelos de partida e respecificado, revela para α=0.05,

temos X2S 0.95; (6) = 12.592. Sendo ∆ X2 = 130.788> X2

S 0.95; (6) = 12.592 (Marôco, 2014: 371),

rejeita-se H0, porque o X2 do modelo simplificado é menor que o do modelo original,

demonstrando um melhor ajustamento à estrutura correlacional observada entre os itens na

amostra estudada (Marôco, 2014). A diferença dos valores de MECVI (5.950 – 5.572 = 378),

confirma que o modelo respecificado apresenta melhor validade na população em estudo.

Concluída a confirmação do ajustamento global, de acordo com os índices de qualidade de

ajustamento, a qualidade do ajustamento local foi, também, confirmada através dos pesos

fatoriais e pela fiabilidade individual dos itens.

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Figura 4.5 – Path diagram do Modelo causal ajustado

Fonte: Output AMOS.

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(2) Efeitos diretos

Todos os coeficientes de regressão entre os fatores do modelo estrutural são estatisticamente

significativos, à exceção da trajetória βAUT.COM = -0.31; p = 0.472, de acordo com os níveis

habituais de significância. Isto significa que só a hipótese H1e não é suportada.

O Quadro 4.4 resume os efeitos diretos do modelo estrutural.

Quadro 4.4: Efeitos diretos hipotetizados do modelo estrutural

Hipótese

Trajetória

β

C.R.

p

Resultado

H1a(+) AUT PUSH .283 3.566 ** Suportada

H1b(+) AUT PULL -.187 -3.287 ** Suportada

H1c(+) AUT IM .225 2.941 ** Suportada

H1d(-) AUT TUR .180 2.943 ** Suportada

H1e(-) AUT COM -.031 -.719 .472 ns Não

suportada

H1f(+) AUT UNI .542 7.863 ** Suportada

H2(+) IC AUT .553 5.029 ** Suportada

H3(+) SAT AUT .843 10.101 ** Suportada

H4(+) IC SAT .421 4.331 ** Suportada

Nota: graus de significância ** p-value<0.01; ns p-value>0.05 (Marôco, 2014). Fonte: Output AMOS.

De acordo com os resultados evidenciados no Quadro 4.4, fica demonstrado, quanto à

trajetória das variáveis preditoras sobre a autenticidade percebida, que: (1) a motivação push

tem um efeito significativo, mas moderado sobre a autenticidade percebida (βAUT.PUSH=.283,

p<0.01); (2) a motivação pull tem um efeito significativo, mas diminuto sobre a autenticidade

percebida (βAUT.PULL=-.187, p<0.01); (3) a imersão tem um efeito significativo, mas moderado

sobre a autenticidade percebida (βAUT.IM=.225, p<0.01); (4) a turistificação tem um efeito

significativo, mas diminuto sobre a autenticidade percebida (βAUT.TUR=.180, p<0.01); (5) a

comoditização não tem um efeito significativo sobre a autenticidade percebida (βAUT.COM=-

.031, p=.472); (6) a unicidade tem um efeito significativo e elevado sobre a autenticidade

percebida (βAUT.UNI=.542, p<0.01).

Quanto à significância das trajetórias dos comportamentos pós-consumo, os resultados

evidenciam que: (1) a autenticidade percebida tem um efeito significativo e bastante elevado

sobre a satisfação (βSAT.AUT =.843, p<0.01); (2) a autenticidade percebida tem um efeito

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significativo e elevado sobre a intenção comportamental (βIC.AUT =.533, p<0.01); (3) a

satisfação tem um efeito significativo e elevado sobre a intenção comportamental (βIC.AUT

=.421, p<0.01).

Verificando a magnitude dos coeficientes de regressão dos efeitos diretos das variáveis

exógenas sobre a autenticidade, sobressaem as trajetórias AUTUNI (.542), AUTPUSH

(.283) e AUTIM (.225). Todas as trajetórias que respeitam aos comportamentos de pós-

consumo, exibem valores elevados: SATAUT (.843), IC AUT (.553) e IC AUT (.421).

A Fig. 4.5 resume as estimativas estandardizadas das trajetórias hipotetizadas.

Fig.4.5: Modelo estrutural com estimativas estandardizadas das trajetórias

Nota: graus de significância ** p-value<0.01; ns p-value>0.05 (Marôco, 2014). Fonte: elaboração própria.

(3) Efeitos indiretos

A significância dos efeitos indiretos foi obtida por simulação bootstrap, enquadrada por um

I.C. a 90%, sendo considerado estatisticamente significativo se os seus limites forem

significativamente diferentes de zero (Marôco, 2014).

O efeito mediador hipotetizado do fator satisfação entre a autenticidade percebida e a

intenção comportamental revelou-se estatisticamente significativo (βIC.AUT|SAT=.355, p<0.01),

confirmando que o I.C. a 90% excede o valor zero, pelo que a hipótese H5 é suportada.

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Quadro 4.6: Efeito indireto hipotetizado do modelo estrutural

Hipótese

Trajetória

β

I.C. 90%

Percentil 5

I.C. 90%

Percentil 95

p

Resultado

H5(+) ICSATAUT 0.355 0.22 0.724 ** Suportada

Nota: graus de significância ** p-value<0.01(Marôco, 2014). Fonte: Output AMOS.

Foram ainda testados os restantes 18 efeitos indiretos do modelo (que é multimediador

através dos fatores AUT e SAT), sendo que apenas 3 não foram suportados (p>0.05). As

estimativas estandardizadas e significância a 90% estão resumidas no Quadro 4.7.

Analisadas as trajetórias de mediação com maior magnitude, entre as variáveis exógenas e as

variáveis dependentes, fica evidenciado que: (1) a mediação da autenticidade percebida entre

a unicidade e a intenção comportamental tem um efeito significativo e elevado

(βIC.UNI|AUT=.492, p<0.01); (2) a mediação da autenticidade percebida e da satisfação entre a

unicidade e a intenção comportamental tem um efeito significativo e elevado

(βIC.UNI|SAT|AUT=.492, p<0.01); e (3) a mediação da autenticidade percebida entre a unicidade

e a satisfação tem um efeito significativo e elevado (βSAT.UNI|AUT=.457, p<0.01). Todos as

relações de maior magnitude, têm em comum o fator unicidade, que constitui a variável

preditora com o maior efeito direto sobre a autenticidade percebida.

Pelo contrário, fica demonstrado que não é estatisticamente significativo: (1) o efeito

mediador da autenticidade percebida entre a comoditização e a satisfação (βSAT.COM|AUT=-.026,

p=.57); (2) o efeito mediador da autenticidade percebida entre a comoditização e a intenção

comportamental (βIC.COM|AUT=-.028, p=.543); e (3) o efeito mediador da autenticidade

percebida e da satisfação entre a comoditização e a intenção comportamental

(βIC.COM|SAT|AUT=-.028, p=.384). As relações de mediação não suportadas têm em comum a

variável exógena comoditização, que não apresentou significância estatística nos efeitos

diretos.

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Quadro 4.7: Outros efeitos indiretos do modelo estrutural

Trajetória

β

I.C. 90%

Percentil 5

I.C. 90%

Percentil 95

p

SATAUTPUSH 0.238 0.128 0.457 **

SATAUTPULL -0.157 -0.238 -0.083 **

SATAUTIM 0.19 0.04 0.148 **

SATAUTTUR 0.152 0.023 0.133 *

SATAUTCOM -0.026 -0.049 0.024 0.57 ns

SATAUTUNI 0.457 0.257 0.44 **

ICAUTPUSH 0.256 0.07 0.367 **

ICAUTPULL -0.169 -0.191 -0.047 **

ICAUTIM 0.204 0.03 0.116 **

ICAUTTUR 0.163 0.017 0.103 *

ICAUTCOM -0.28 -0.038 0.017 0.543 ns

ICAUTUNI 0.492 0.146 0.362 **

ICSATAUTPUSH 0.256 0.057 0.252 **

ICSATAUTPULL -0.169 -0.131 -0.029 **

ICSATAUTIM 0.204 0.014 0.088 **

ICSATAUTTUR 0.163 0.011 0.073 *

ICSATAUTCOM -0.28 -0.024 0.008 0.384 ns

ICSATAUTUNI 0.492 0.074 0.26 **

Nota: graus de significância ** p-value<0.01; * p-value≤0.05; ns p-value>0.05 (Marôco, 2014). Fonte: Output AMOS.

Globalmente, o path diagram (Fig.4.5) com as estimativas estandardizadas, confirma que o

modelo total ajustado explica a variância da autenticidade percebida em 82% (R2=.82), da

satisfação em 71% (R2=.71) e da intenção comportamental em 81% (R2=.81).

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56

4.3. Discussão dos resultados

Neste ponto procura efetuar-se uma triangulação entre os resultados empíricos, o referencial

teórico subjacente ao modelo de análise e os objetivos da investigação.

A hipótese H1a afirma que turistas com uma motivação push alicerçada na ‘função

conhecimento’ de Fodness (1994, apud Waller & Lea, 1999), assente na propensão pela busca

de autenticidade, apresentam maiores perceções de autenticidade do destino. É, assim,

hipotetizado que a motivação push influencia direta e positivamente a autenticidade percebida

do destino. Os resultados do estudo demonstram uma influência estatisticamente

significativa entre a motivação push e a autenticidade percebida, i.e., a motivação push (‘função

conhecimento’) constitui um dos preditores da autenticidade percebida. Este resultado

confirma a teoria e as conclusões de estudos anteriores (Domínguez-Quintero et al., 2018;

Waller & Lea, 1999; Zhang et al., 2018) que relataram que a tendência para viajar motivada

pela exploração da cultura local, acentua as perceções de autenticidade.

O modelo hipotetiza que a motivação pull, despoletada pelos atributos locais que induzem a

seleção de um destino, exerce uma influência direta e positiva sobre a perceção de

autenticidade local (H1b). Os resultados obtidos permitem suportar essa relação,

evidenciando uma influência estatisticamente significativa, identificando a motivação pull

como um preditor da autenticidade percebida. Adicionalmente, os dados sugerem uma

influência inversa entre os fatores, o que parece surpreendente. A literatura postula que a

ação conjunta de forças internas (push) e externas (pull) é mais explicativa da motivação

turística (Dann, 1981) e os turistas selecionam o destino cujos atributos têm a capacidade de

melhor preencher as suas necessidades (Mohammad & Som, 2010). Então, para interpretar

este resultado, parece útil cruzar as motivações push e pull.. A análise das respostas evidencia

que os inquiridos relataram substantiva propensão para a ‘função conhecimento’ (motivação

push) e os atrativos locais (motivação pull) que reúnem maior acordo dos respondentes são

os atributos identitários, o que parece reforçar que o efeito da motivação pull sobre a

autenticidade percebida, deveria variar na mesma direção Assim, considerando todos os

aspetos apontados, o resultado parece inconclusivo, para a amostra sob estudo, justificando

uma investigação mais profunda sobre o construto.

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A hipótese H1c sugere que a imersão local contribui para a perceção da autenticidade do

destino. Por outras palavras, é proposto que quanto mais o turista se envolve física e

intelectualmente em experiências imersivas no destino, mais percebe a sua autenticidade. Os

resultados do estudo permitem concluir que a imersão local evidencia uma influência

estatisticamente significativa sobre a autenticidade percebida, pelo que a imersão constitui

um dos importantes preditores da autenticidade percebida. Esta conclusão suporta a teoria

de MacCannell (1973), de que os turistas que penetram o backstage do destino têm a

experiências mais autênticas. É, também, confirmada a conclusão de estudos empíricos

(Waller & Lea, 1999) que demonstaram que à medida que o contacto do turista com os

elementos tangíveis e intangíveis da cultura local se aprofunda, maior a sua perceção de

autenticidade.

Este estudo hipotetiza que a turistificação percebida influencia direta e negativamente a

perceção de autenticidade local (H1d). Os resultados da análise demonstram a influência

estatisticamente significativa entre ambos os fatores. Contudo, surpreendentemente, a

direccionalidade do efeito revelou-se contrária ao racional teórico, o que expõe uma aparente

ambivalência. De facto, os resultados demonstram que turistificação e autenticidade

percebida variam no mesmo sentido, infirmando as conclusões de estudos anteriores, que

descrevem o efeito detrimental dos locais sobrelotados na experiência do turista (Popp, 2009)

e na perceção de autenticidade local (Silva & del Río, 2016; Waller & Lea, 1999). Uma possível

explicação para este resultado, parece repousar no conteúdo das respostas recolhidas.

Genericamente os respondentes discordam que o Porto esteja sobrelotado, sentindo-se

confortáveis com a quantidade de turistas. Tendo em conta esta asserção, parece razoável

afirmar que turistificação e autenticidade percebida variam no mesmo sentido, quando o

destino não é classificado como turistificado. Isto significa que a inversa pode ser verdadeira.

O modelo proposto sugere que a comoditização percebida influencia direta e negativamente

a perceção de autenticidade (H1e). Apesar de os resultados confirmarem a direcionalidade

negativa entre os fatores, a força da relação não se revelou estatisticamente significativa, pelo

que esta hipótese não foi suportada. Desta forma, a direccionalidade inversa entre os fatores,

está em linha com parte da teoria e estudos anteriores que descrevem esta causalidade

(Nguyen, 2015; Shepherd, 2002b). No entanto, a análise da distribuição das respostas exibe

opiniões divididas e a ausência de um padrão de resposta, que pode justificar a falta de

significância estatística entre os fatores.

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A última relação hipotetizada sobre os antecedentes da autenticidade percebida é a unicidade

do destino. É postulado que a unicidade do destino influencia direta e positivamente a

autenticidade percebida. Este estudo permite concluir, não apenas que a relação entre os

fatores é estatisticamente significativa, como permite classificar a unicidade como o mais

forte preditor da autenticidade percebida. Assim, é confirmada a conclusão de estudos

anteriores que descrevem a unicidade como uma caraterística inerente a uma marca autêntica,

estando as variáveis relacionadas no mesmo sentido (Moulard, et al., 2016). A capacidade de

identificação de atributos distintamente identificáveis, parece, deste modo, beneficiar a

competitividade do destino (Apostolakis et al., 2015; Kirillova et al., 2014).

Procurando estabelecer a influência entre autenticidade percebida e consumo, a hipótese H2

sustenta a influência direta e positiva entre a autenticidade percebida e a intenção

comportamental. Os resultados do estudo evidenciam o efeito estatisticamente significativo

entre os fatores, ficando demonstrado que à medida que aumenta a autenticidade percebida

do destino, maior a intenção comportamental futura. Esta assunção está alinhada com os

resultados anteriores que argumentam que a autenticidade percebida é um dos mais

importantes preditores de revisita (Rani et al., 2014), conduzindo as perceções e experiências

positivas, a clientes leais (Kolar & Zabkar, 2010; Poria et al., 2003). Além da intenção de

revisita, está relatada a relação da autenticidade percebida com a disposição para pagar mais

(Brida et al., 2013; Kim & Baker, 2017), que este estudo confirma. A autenticidade percebida

tem, assim, impacto direto nos padrões de consumo.

A hipótese H3 teoriza que a autenticidade percebida influencia direta e positivamente a

satisfação com a visita. A evidência revela que esta relação é estatisticamente significativa,

constituindo a relação mais robusta de todo o modelo causal. Desta forma, os resultados

confirmam a teoria e os estudos que descrevem o efeito positivo da autenticidade percebida

sobre a satisfação (Jeon, 2018; Lee & Phau, 2018; Wong et al., 2018). Na medida em que a

satisfação é tida como um benefício emocional e experiencial, e constrói-se na interação com

o destino (Baker & Crompton, 2000), daí deriva a relevância da autenticidade percebida sobre

a satisfação, dada a sua natureza igualmente experiencial.

O modelo formula que a satisfação influencia direta e positivamente a intenção

comportamental (H4). Os resultados permitem confirmar que a influência entre os fatores é

estatisticamente significativa. Assim, satisfação e intenção comportamental variam no

mesmo sentido, conforme tem sido amplamente reivindicado na academia (Back, 2005; Chen

& Chen, 2010; Gnoth, 1997; Yuksel et al., 2010), uma vez que um cliente satisfeito, se

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converte num cliente leal (Back, 2005). Ainda assim, surpreende que este efeito direto seja

menos robusto que o efeito direto entre a autenticidade percebida e a intenção

comportamental. Isto significa que, para a amostra em estudo, a autenticidade percebida

exerce maior influência sobre a intenção comportamental, do que a satisfação.

O último efeito hipotetizado estabelece a influência indireta e positiva entre a autenticidade

percebida e a intenção comportamental, mediada pela satisfação (H5). O estudo demonstra

o efeito estatisticamente significativo desta relação indireta, suportando a conclusão de

estudos anteriores (Domínguez-Quintero, et al., 2017), que relatam o papel mediador da

satisfação entre a autenticidade percebida e a lealdade. Salienta-se, contudo, contra o

expectável, que os resultados demonstram que a ação mediadora da satisfação dilui a

magnitude do efeito entre a autenticidade e a intenção comportamental. Isto evidencia que,

para a amostra em estudo, o efeito direto da autenticidade percebida sobre a intenção

comportamental é mais robusto, do que essa relação mediada pela satisfação.

Foram testados, ainda, todos os restantes efeitos indiretos entre as variáveis antecedentes e

consequentes da autenticidade percebida. De realçar que as trajetórias entre as variáveis

preditoras e a satisfação, mediadas pela autenticidade, são ligeiramente mais fracas que as

trajetórias entre as mesmas variáveis preditoras e a intenção comportamental, mediadas pela

autenticidade. Isto sugere a ação ligeiramente detrimental do fator satisfação, colocando em

evidência o papel crítico da autenticidade.

Confrontando o efeito das trajetórias que ligam as variáveis preditoras e a intenção

comportamental, com dupla mediação (autenticidade percebida+satisfação, e.g.,

ICSATAUTIM), com as mesmas trajetórias, com mediação simples (autenticidade

percebida, e.g., ICAUTIM) verifica-se que a magnitude do efeito se mantém constante.

Por outras palavras, a presença do fator mediador satisfação é totalmente indiferente.

Em síntese, parece razoável concluir para a amostra em estudo, que (1) o papel crítico da

autenticidade percebida sobre a intenção comportamental do destino, não depende

necessariamente da satisfação com a visita; e (2) a autenticidade percebida parece funcionar

como uma medida de desempenho de marketing, tal como sugerido por Kolar & Zabkar

(2010), ao influenciar diretamente os padrões de consumo.

O confronto dos resultados empíricos com o referencial teórico, explanados nesta secção,

permite endereçar de forma consistente os objetivos da presente investigação.

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Capítulo V| Conclusões

5.1. Síntese do estudo e principais conclusões

No quadro do recente fenómeno de explosão turística da cidade do Porto, o presente estudo

procurou investigar as perceções de autenticidade, os seus antecedentes e consequentes, na

perspetiva dos turistas.

O estudo principiou com uma contextualização compreensiva do problema de investigação,

seguida de uma explanação do referencial teórico subjacente ao estudo empírico. A partir da

literatura, foram adotadas como antecedentes da autenticidade percebida a motivação push, a

motivação pull, a imersão, a turistificação, a comoditização e a unicidade. Como

consequentes, foram consideradas a satisfação e a intenção comportamental. Apresentado o

modelo concetual, foram hipotetizadas 10 relações de influência entre os construtos. Para

endereçar o problema de investigação, foi adotada uma abordagem quantitativa, com recolha

de dados através de inquérito por questionário. A partir de uma amostra por conveniência

junto de turistas, foram recolhidos 310 questionários válidos. Com recurso a uma análise

SEM, implementou-se uma abordagem two-step incluindo a avaliação da qualidade do modelo

de medida através de CFA e o teste das relações hipotetizadas no modelo estrutural. Após a

respecificação do modelo, foi alcançado um model fit razoável, e foi confirmada a fiabilidade

e a validade de construto. Os resultados da análise permitiram demonstrar uma influência

estatisticamente significativa dos seguintes preditores da autenticidade percebida, por ordem

de magnitude do efeito: unicidade, motivação push, imersão, motivação pull e turistificação.

O efeito da comoditização sobre a autenticidade percebida não foi suportado. Foi, ainda,

demonstrada uma influência estatisticamente significativa da autenticidade percebida sobre

os consequentes satisfação e intenção comportamental. A significância estatística do efeito

mediador da satisfação entre a autenticidade percebida e a intenção comportamental, foi

também evidenciada. Dos restantes 18 efeitos de mediação testados, 15 demonstraram ser

estatisticamente significativos. Genericamente, tornou-se evidente para a amostra em estudo,

que a autenticidade percebida exerce maior influência sobre a intenção comportamental, do

que a satisfação, demonstrando que o papel crítico da autenticidade percebida sobre a

intenção comportamental do destino, não depende necessariamente da satisfação. Por

último, foram apresentadas as implicações teóricas e práticas do estudo e apontadas

recomendações para pesquisa futura. Apesar das limitações do estudo, as conclusões

extraídas poderão criar momentum para novas investigações empíricas sobre a autenticidade

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5.2. Implicações teóricas e práticas do estudo

Dos resultados do presente estudo, emergem implicações teóricas e práticas com potencial

contributo para minimizar as lacunas identificadas no Capítulo I.

Em primeiro lugar, ficou demonstrado que a autenticidade percebida, mesmo sendo uma

variável latente, é passível de ser medida quantitativamente, ultrapassando o enfoque

exploratório que tem caraterizado grande parte dos estudos anteriores. Foi possível modelar

as relações entre os antecedentes e consequentes da autenticidade percebida, sistematizando

um modelo com ajustamento razoável aos dados da amostra.

Em segundo lugar, foi testada e confirmada a significância estatística, num quadro concetual

de marketing, a relação causal entre autenticidade e intenção comportamental, confirmando

o papel crítico da autenticidade sobre o consumo.

Em terceiro lugar, a evidência empírica identificou os preditores com maior efeito sobre a

autenticidade percebida, o que pode permitir à gestão do destino agir estrategicamente sobre

os mesmos.

Em quarto lugar, foram mapeadas as perceções dos turistas sobre a autenticidade percebida

do Porto, no quadro da atual aceleração turística, cujos resultados fornecem pistas sobre as

áreas que exigem um maior investimento, no sentido de otimizar a autenticidade local.

Por último, tendo sobressaído o papel crítico da unicidade, enquanto o mais significativo

preditor das perceções de autenticidade, é pertinente definir uma estratégia de

posicionamento do Porto como um destino ‘autêntico’ e único, por um lado, demarcando-

se de destinos concorrentes numa lógica ‘value over volume’, por outro, assegurando a

atratividade e competitividade do destino a longo prazo.

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5.3. Limitações do estudo e pistas para investigação futura

Por limitações inerentes ao design de investigação adotado e ao potencial bias durante a recolha

e análise de dados, mau grado as medidas implementadas para a sua mitigação, recomenda-

se prudência na inferência estatística e generalização das conclusões deste estudo.

Similarmente, porque o estudo foi conduzido num contexto espácio-temporal específico,

eventuais extrapolações para outros contextos, devem ser ponderadas. Por conseguinte, é

recomendada a replicação de estudos similares noutros enquadramentos.

A análise de dados salientou algumas conclusões surpreendentes, que merecem investigação

profunda: (1) o efeito negativo da motivação pull sobre a autenticidade percebida, para a

amostra em estudo, incita nova investigação procurando evidências sobre a direção de

influência entre estes construtos; (2) a autenticidade percebida revelou-se um preditor mais

robusto da intenção comportamental, do que a satisfação, muito embora a teoria reivindique

de forma mais ampla a causalidade entre satisfação e intenção comportamental. Assim, novos

estudos poderão confirmar a reprodutibilidade destas conclusões e, em caso afirmativo,

clarificar qual o processo subjacente a este fenómeno; (3) a turistificação e a comoditização

associadas à autenticidade percebida de destinos em aceleração turística, carecem de estudo

noutros contextos, para um esclarecimento mais sólido sobre o papel daqueles preditores

nas perceções de autenticidade local.

Para ampliar o caráter explicativo do fenómeno da autenticidade percebida em turismo,

sugere-se a condução de estudos que adotem em simultâneo uma abordagem qualitativa e

quantitativa, procurando não apenas medir os construtos, mas explorar as dimensões

autênticas mais significativas para os turistas, dada a natureza categórica das variáveis.

Para obter um mosaico plural das diferentes perceções de autenticidade, que não apenas dos

turistas, será útil mapear e confrontar as perspetivas dos stakeholders críticos do destino, dado

o seu papel-chave no turismo local.

Por último, será pertinente conduzir um estudo comparativo sobre o grau de autenticidade

percebida entre os turistas que se detêm em experiências no frontstage e turistas que exploram

o backstage, testando se é possível vivenciar experiências ‘autênticas’ em contextos

‘inautênticos’ e vice-versa.

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63

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Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0021/002150/215084e.pdf

UNWTO (s.d.) Understanding Tourism: Basic Glossary Disponível em:

http://cf.cdn.unwto.org/sites/all/files/docpdf/glossaryenrev.pdf

Uriely, N. (1997). Theories of modern and postmodern tourism. Annals of Tourism Research, 24(4), 982-985.

Waitt, G. (2000). Consuming heritage: Perceived historical authenticity. Annals of tourism research, 27(4), 835-862.

Waller, J., & Lea, S. E. G. (1999). Seeking the real Spain: Authenticity in motivation. Annals of Tourism

Research, 26(1), 110–129

Wang, N. (1999). Rethinking authenticity in tourism experience. Annals of tourism research, 26(2), 349-370.

Wong, I. A., Ji, M., & Liu, M. T. (2018). The effect of event supportive service environment and authenticity in the quality–value–satisfaction framework. Journal of Hospitality & Tourism Research, 42(4), 563-586.

Xie, P. F., & Wall, G. (2002). Visitors' perceptions of authenticity at cultural attractions in Hainan, China. International Journal of Tourism Research, 4(5), 353-366. Yang, Z., & Peterson, R. T. (2004). Customer perceived value, satisfaction, and loyalty: The role of switching costs. Psychology & Marketing, 21(10), 799-822. INE Plataforma:

https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_indicadores&indOcorrCod=0009184&contexto

=bd&selTab=tab2

Registo Nacional de Alojamento Local

https://rnt.turismodeportugal.pt/RNAL/ConsultaRegisto.aspx?Origem=CP&FiltroVisivel=True

Yeoman, I., Brass, D., & McMahon-Beattie, U. (2007). Current issue in tourism: The authentic tourist. Tourism

Management, 28(4), 1128-1138.

Yoon, Y., & Uysal, M. (2005). An examination of the effects of motivation and satisfaction on destination loyalty: a structural model. Tourism management, 26(1), 45-56.

Yuksel, A., Yuksel, F., & Bilim, Y. (2010). Destination attachment: Effects on customer satisfaction and cognitive, affective and conative loyalty. Tourism management, 31(2), 274-284. Zeng, G., Go, F., & de Vries, H. J. (2012). Paradox of authenticity versus standardization: Expansion strategies of restaurant groups in China. International Journal of Hospitality Management, 31(4), 1090-1100.

Zhang, H., Cho, T., Wang, H., & Ge, Q. (2018). The Influence of Cross-Cultural Awareness and Tourist Experience on Authenticity, Tourist Satisfaction and Acculturation in World Cultural Heritage Sites of Korea. Sustainability, 10(4), 927.

Zhu, H., Liu, J., Wei, Z., Li, W., & Wang, L. (2017). Residents’ Attitudes towards Sustainable Tourism Development in a Historical-Cultural Village: Influence of Perceived Impacts, Sense of Place and Tourism Development Potential. Sustainability, 9(1), 0061.

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73

Anexos

ANEXO I | Manifestações anti-turismo no Porto

a) Autocolantes espalhados pela cidade durante as autárquicas de 2017, fazendo o

trocadilho da marca oficial ‘Porto.’ convertida em ‘Morto.’, ‘European Best Gentrification’.

Fonte: http://expresso.sapo.pt/autarquicas2017/2017-08-12-Esta-torto-ou-morto-o-horto-do-Porto-

#gs.q0Bx5XA; http://observador.pt/2017/08/07/morto-em-vez-de-porto-camara-apresenta-queixa/

b) Manifestação anti-gentrificação residencial

Fonte: Fotografia captada em 13.08.2018 (Porto)

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74

ANEXO II | Questionário Final

A Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) está a conduzir um estudo para

investigar as perceções dos turistas sobre o património do Porto.

Se está / esteve em viagem pelo Porto e está / esteve hospedado na cidade, o seu contributo é

valioso para esta pesquisa e não tomará mais do que 5 minutos. Por favor, devolva o questionário

completo.

Todos os dados serão tratados de forma anónima e utilizados apenas para fins académicos.

Agradecemos o seu contributo para a pesquisa em turismo!

I. Tendo em conta a sua viagem ao Porto, selecione para cada questão, apenas uma

opção:

Estou alojado(a) num…

Hotel

Aparthotel

Hostel

Alojamento alugado (Airbnb ou

plataforma similar)

Casa de familiares/amigos

Outro: ___________________

Como organizei a viagem ao Porto…

Comprei um pacote turístico com os

elementos (transporte, alojamento,

itinerários, etc.) pré-definidos

Comprei antecipadamente os

elementos da viagem (transporte,

alojamento, itinerários, etc.) de forma

avulsa

Comprei localmente os elementos da

viagem (alojamento, itinerários, etc.)

II. Classifique, numa escala de 1 (discordo totalmente) a 7 (concordo totalmente), a

sua concordância com as seguintes afirmações:

Quando viajo…

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PUSH1: Gosto de visitar culturas estrangeiras para enriquecer o meu

conhecimento 1 2 3 4 5 6 7

PUSH2: É importante para mim experimentar diferentes culturas e

formas de vida 1 2 3 4 5 6 7

PUSH3: Participo em eventos culturais aos quais não tenho acesso

no meu país de residência 1 2 3 4 5 6 7

PUSH4: Gosto de ver como as outras pessoas vivem 1 2 3 4 5 6 7

PUSH5: Gosto de fazer as mesmas coisas que os residentes locais 1 2 3 4 5 6 7

PUSH6: Procuro ir à descoberta de locais não turísticos 1 2 3 4 5 6 7

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75

Decidi viajar para o Porto devido a…

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PULL1: História da cidade, cultura e tradições 1 2 3 4 5 6 7

PULL2: Arquitetura, locais históricos e culturais 1 2 3 4 5 6 7

PULL3: Comunidade e vida local 1 2 3 4 5 6 7

PULL4: Gastronomia local e enoturismo (Vinho do Porto ou

outros) 1 2 3 4 5 6 7

PULL5: Eventos, festivais, atividades culturais locais 1 2 3 4 5 6 7

PULL6: Entretenimento e diversão 1 2 3 4 5 6 7

PULL7: Eventos e atividades desportivas 1 2 3 4 5 6 7

PULL8: Compras / oferta comercial 1 2 3 4 5 6 7

PULL9: Clima 1 2 3 4 5 6 7

PULL10: Paisagem e cenários naturais 1 2 3 4 5 6 7

PULL11: Ambiente tranquilo 1 2 3 4 5 6 7

Durante a minha permanência no Porto…

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IM1: Mergulhei na história, cultura, costumes e tradições da cidade 1 2 3 4 5 6 7

IM2: Visitei monumentos, museus, mercados, parques 1 2 3 4 5 6 7

IM3: Explorei o comércio tradicional local 1 2 3 4 5 6 7

IM4: Experimentei produtos locais 1 2 3 4 5 6 7

IM5: Interagi com a comunidade local 1 2 3 4 5 6 7

IM6: Contactei com o modo de vida local 1 2 3 4 5 6 7

IM7: Experimentei viver como um local (tripeiro) 1 2 3 4 5 6 7

IM8: Provei a gastronomia e vinhos locais 1 2 3 4 5 6 7

A minha perceção sobre o turismo no Porto:

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TUR1_r: A cidade atrai muitos turistas 1 2 3 4 5 6 7

TUR2: Sinto-me confortável com a quantidade de turistas da cidade 1 2 3 4 5 6 7

TUR3_r: Preferia que a cidade tivesse menos turistas 1 2 3 4 5 6 7

TUR4: A quantidade de turistas não influencia o caráter da cidade 1 2 3 4 5 6 7

COM1_r:: A cidade está demasiado orientada para fins turísticos 1 2 3 4 5 6 7

COM2_r: O comércio está demasiado orientado para fins turísticos 1 2 3 4 5 6 7

COM3: A orientação turística não influencia o caráter do Porto 1 2 3 4 5 6 7

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Em que medida a cidade do Porto é única?

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UNI1: A cidade do Porto tem características distintivas 1 2 3 4 5 6 7

UNI2: Há algo único na cidade do Porto que a faz sobressair face a

outras cidades 1 2 3 4 5 6 7

UNI3: É impossível sentir noutro destino o que se sente no

Porto 1 2 3 4 5 6 7

Na minha opinião, o património material do Porto

(monumentos, museus, mercados, artesanato,…)…

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OBJ1: Preserva as caraterísticas originais 1 2 3 4 5 6 7

OBJ2_r: É artificial 1 2 3 4 5 6 7

OBJ3: É autêntico 1 2 3 4 5 6 7

Na minha opinião, os locais e as experiências turísticas

do Porto…

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CONST1: Representam o passado histórico e a cultura da cidade 1 2 3 4 5 6 7

CONST2: Representam a comunidade local 1 2 3 4 5 6 7

CONST3: Representam o modo de vida local 1 2 3 4 5 6 7

CONST4: Possibilitam vivenciar a cultura e os costumes locais 1 2 3 4 5 6 7

Considerando a minha experiência no Porto…

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EXIST1: Vivenciei uma experiência pessoal significativa 1 2 3 4 5 6 7

EXIST2: Estabeleci uma conexão positiva com a comunidade

local 1 2 3 4 5 6 7

EXIST3: Considero a cultura do Porto autêntica 1 2 3 4 5 6 7

A minha apreciação sobre o Porto:

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SAT1: Estou satisfeito(a) com a minha visita ao Porto 1 2 3 4 5 6 7

SAT2: Estou encantado(a) com a minha visita ao Porto 1 2 3 4 5 6 7

SAT3: A visita ao Porto correspondeu às minhas expectativas 1 2 3 4 5 6 7

SAT4: Acredito que tomei a decisão certa em viajar para o Porto 1 2 3 4 5 6 7

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A minha intenção em partilhar informações sobre o

Porto:

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WOM1: Tenciono partilhar com outros a minha visita ao Porto 1 2 3 4 5 6 7

WOM2: Vou certificar-me de que outros saibam que visitei o

Porto 1 2 3 4 5 6 7

WOM3: Vou falar positivamente sobre a minha experiência no

Porto 1 2 3 4 5 6 7

A minha intenção em recomendar o Porto a outros:

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REC1: Recomendaria a conhecidos a visita ao Porto 1 2 3 4 5 6 7

REC2: Recomendaria à minha família a visita ao Porto 1 2 3 4 5 6 7

REC3: Recomendaria aos que vão viajar a visita ao Porto 1 2 3 4 5 6 7

Nos próximos três anos…

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LEAL1: Gostaria de revisitar o Porto 1 2 3 4 5 6 7

LEAL2: Tenciono revisitar o Porto 1 2 3 4 5 6 7

LEAL3: É muito provável que eu revisite o Porto 1 2 3 4 5 6 7

Quanto ao nível de preços do Porto:

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DPM1: Considero adequado o nível de preços do Porto 1 2 3 4 5 6 7

DPM2: Estou satisfeito(a) com o nível de preços do Porto 1 2 3 4 5 6 7

DPM3: Ainda que o nível de preços do Porto aumente, eu estou

disposto(a) a revisitar a cidade 1 2 3 4 5 6 7

DPM4: Ainda que o nível de preços do Porto aumente, eu prefiro

visitar esta cidade do que outras 1 2 3 4 5 6 7

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78

ANEXO III | Verificação da normalidade da distribuição

N=319 S sk ku

PUSH1 6.44 0.822 -2.346 9.095

PUSH2 6.39 0.804 -1.621 3.727

PUSH3 5.43 1.496 -0.857 0.143

PUSH4 5.99 1.046 -1.053 1.031

PUSH5 5.68 1.170 -0.870 0.659

PUSH6 6.17 1.039 -1.737 4.409

PULL1 5.70 1.344 -1.062 0.558

PULL2 5.65 1.385 -1.043 0.490

PULL3 5.82 1.168 -0.775 -0.023

PULL4 6.11 1.043 -1.298 1.861

PULL5 5.68 1.342 -1.040 0.875

PULL6 5.97 1.432 -1.323 1.112

PULL7 3.75 1.811 0.111 -0.740

PULL8 4.95 1.466 -0.504 -0.115

PULL9 5.47 1.500 -0.724 -0.216

PULL10 6.03 1.169 -1.256 1.239

PULL11 5.24 1.420 -0.382 -0.474

IM1 5.70 1.098 -1.080 1.562

IM2 5.83 1.197 -1.502 2.466

IM3 5.41 1.293 -0.815 0.308

IM4 6.27 0.943 -1.490 2.202

IM5 5.67 1.403 -0.993 0.446

IM6 5.43 1.473 -0.680 -0.334

IM7 4.48 1.819 -0.166 -0.884

IM8 6.56 0.774 -2.485 9.777

TUR1_r 5.71 0.862 -1.615 4.801

TUR2 5.08 1.220 -0.946 0.904

TUR3_r 3.76 1.380 0.428 -0.360

TUR 4.10 1.457 0.046 -1.051

COM1_r 4.07 1.292 0.030 -1.113

COM2_r 3.80 1.287 0.088 -1.002

COM3 4.16 1.462 -0.079 -1.171

UNI1 6.08 0.754 -0.761 1.914

UNI2 5.87 0.983 -0.926 1.372

UNI3 4.22 1.605 -0.032 -0.726

OBJ1 5.58 0.857 -1.045 3.182

OBJ2_r 4.88 1.332 -0.449 -0.787

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OBJ3 5.35 0.859 -0.564 0.868

CONST1 5.59 0.947 -0.808 1.277

CONST2 5.14 1.064 -0.310 -0.192

CONST3 5.04 1.075 -0.149 -0.344

CONST4 5.22 1.115 -0.654 0.473

EXIST1 5.46 1.297 -0.672 -0.074

EXIST2 5.73 1.204 -0.897 0.702

EXIST3 5.53 0.893 -0.610 2.247

SAT1 6.43 0.745 -2.136 9.660

SAT2 6.00 1.031 -1.178 1.538

SAT3 6.31 0.898 -1.707 3.938

SAT4 6.48 0.812 -1.912 4.125

WOM1 6.14 0.988 -1.388 2.420

WOM2 5.49 1.378 -0.689 -0.211

WOM3 6.36 0.890 -1.455 1.857

REC1 6.51 0.808 -2.363 8.628

REC2 6.49 0.824 -2.072 5.382

REC3 6.55 0.762 -1.965 4.089

LEAL1 5.98 1.196 -1.667 3.213

LEAL2 5.55 1.433 -0.960 0.263

LEAL3 4.71 1.558 -0.104 -0.688

DPM1 4.97 1.110 -0.992 0.568

DPM2 4.57 1.281 -0.607 -0.508

DPM3 4.58 1.305 -0.425 -0.163

DPM4 4.12 1.365 0.061 -0.353

Fonte: Output SPSS

Nota: Violação severa do pressuposto de normalidade se |sk| >2-3 e |ku| >7-10 (Marôco, 2014).

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80

ANEXO IV | Efeito da remoção de influential outliers

N=317 Mín. Máx. Média Erro

sk ku

PUSH1 2 7 0.043 -1.854 5.142

PUSH2 2 7 0.044 -1.552 3.484

PUSH3 1 7 0.084 -0.862 0.148

PUSH4 2 7 0.059 -1.061 1.038

PUSH5 2 7 0.066 -0.862 0.633

PUSH6 1 7 0.058 -1.748 4.454

PULL1 2 7 0.076 -1.055 0.546

PULL2 1 7 0.078 -1.036 0.471

PULL3 2 7 0.066 -0.778 -0.028

PULL4 2 7 0.058 -1.314 1.940

PULL5 1 7 0.075 -1.048 0.923

PULL6 1 7 0.080 -1.325 1.142

PULL7 1 7 0.102 0.114 -0.733

PULL8 1 7 0.082 -0.500 -0.094

PULL9 1 7 0.083 -0.733 -0.170

PULL10 2 7 0.066 -1.270 1.293

PULL11 1 7 0.080 -0.378 -0.487

IM1 2 7 0.062 -1.073 1.530

IM2 1 7 0.067 -1.498 2.455

IM3 1 7 0.073 -0.806 0.286

IM4 3 7 0.053 -1.507 2.253

IM5 1 7 0.079 -1.015 0.505

IM6 1 7 0.083 -0.698 -0.292

IM7 1 7 0.102 -0.170 -0.870

IM8 3 7 0.040 -1.796 3.281

TUR2 1 7 0.068 -0.941 0.941

TUR3_r 1 7 0.077 0.426 -0.353

TUR4 1 7 0.082 0.041 -1.052

COM1_r 1 7 0.072 0.008 -1.142

COM2_r 1 7 0.072 0.086 -0.991

COM3 1 7 0.082 -0.091 -1.180

UNI1 2 7 0.042 -0.760 1.912

UNI2 2 7 0.055 -0.943 1.405

UNI3 1 7 0.090 -0.033 -0.730

OBJ1 2 7 0.046 -0.705 1.405

OBJ2_r 1 7 0.075 -0.450 -0.795

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81

OBJ3 3 7 0.048 -0.567 0.904

CONST1 2 7 0.053 -0.808 1.280

CONST2 2 7 0.060 -0.305 -0.202

CONST3 2 7 0.060 -0.150 -0.336

CONST4 2 7 0.062 -0.623 0.435

EXIST1 2 7 0.070 -0.533 -0.590

EXIST2 2 7 0.066 -0.798 0.314

EXIST3 2 7 0.048 -0.279 0.710

SAT1 3 7 0.038 -1.265 2.282

SAT2 2 7 0.057 -1.169 1.575

SAT3 2 7 0.050 -1.730 4.118

SAT4 3 7 0.045 -1.943 4.272

WOM1 2 7 0.056 -1.383 2.398

WOM2 1 7 0.078 -0.688 -0.224

WOM3 3 7 0.049 -1.406 1.653

REC1 3 7 0.042 -1.789 3.612

REC2 2 7 0.045 -2.032 5.327

REC3 3 7 0.043 -1.989 4.229

LEAL1 1 7 0.066 -1.601 2.925

LEAL2 1 7 0.080 -0.968 0.296

LEAL3 1 7 0.088 -0.100 -0.703

DPM1 2 7 0.061 -0.930 0.332

DPM2 1 7 0.072 -0.613 -0.491

DPM3 1 7 0.074 -0.418 -0.180

DPM4 1 7 0.076 0.058 -0.350

Fonte: Output SPSS

Nota: Violação severa do pressuposto de normalidade se |sk| >2-3 e |ku| >7-10 (Marôco, 2014).

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ANEXO V | Estatística Descritiva: resultados do inquérito

a) Motivação push

PUSH1 PUSH2

PUSH3 PUSH4

PUSH5 PUSH6

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b) Motivação pull

PULL1 PULL2

PULL3 PULL4

PULL5 PULL6

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84

PULL7 PULL8

PULL9 PULL10

PULL11

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c) Imersão

IM1 IM2

IM3 IM4

IM5 IM6

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IM7 IM8

d) Turistificação

TUR1 TUR2

TUR3 TUR4

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e) Comoditização

COM1 COM2

COM3

f) Unicidade

UNI1 UNI2

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UNI3

g) Autenticidade objetivista

OBJ1 OBJ2

OBJ3

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89

h) Autenticidade construtivista

CONST1 CONST2

CONST3 CONST4

i) Autenticidade existencial

EXIST1 EXIST2

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90

EXIST3

j) Satisfação

SAT1 SAT2

SAT3 SAT4

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k) Word of mouth

WOM1 WOM2

WOM3 WOM4

l) Recomendação

REC1 REC2

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92

REC3

m) Lealdade

LEAL1 LEAL2

LEAL3

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n) Disposição para pagar mais

DPM1 DPM2

DPM3 DPM4