Acústica
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Importância da afinação temperada A afinação temperada divide a 8ª em 12 partes iguais. É um sistema de medida que utiliza o
cent como unidade, dando para medir o tamanho dos intervalos musicais.
Como a 8ª é dividida em 12 meios-tons e cada meio-tom corresponde a 100cents, então, uma
8ª corresponde a 1200 cents.
O sistema de afinação por 5as usadas pela afinação pitagórica causa uma certa desafinação.
Esta discrepância é igualmente dividida na afinação temperada.
Esta afinação permitiu que instrumentos de tonalidades diferentes e de afinação fixe (piano)
possam tocar em conjunto.
O sistema temperado surgiu para solucionar os problemas dos sistemas anteriores que não
comportavam a afinação. Esses problemas eram a possibilidade de haver transposição e
modelação no decorrer da execução da peça. Sendo assim a afinação temperada acabou por
resolver o problema de desafinação causada pelo distanciamento da tonalidade, tornando
possível a execução em 12 tonalidades diferentes e possibilitar a modelação.
Classificação de Hornbostel e Sachs Classificações dos instrumentos – Hornbostel e Sachs
Princípios orientadores: baseia-se no sistema proposto em 1914 por Erich von Hornbostel
e Curt Sachs. Os instrumentos são classificados com base num principio acústico: qual o
elemento vibratório que produz o som.
Grupos e subgrupos:
o Idiofones: instrumentos em que o som é produzido pela vibração de corpos sólidos
sem precisarem de estar submetidos a tensão, ou seja, instrumentos de percussão
sem membrana.
Idiofones Excitados – (cistros, mirtilão, guisos)
Idiofones percutidos – (caixa) – instrumentos que se batem neles
Idiofones percussivos – (diapasão) – batem na superfície
Idiofones concussão – (clavas, pratos, castanholas) – batem um no outro
o Membranofones: instrumentos em que o som é produzido por uma membrana
tensa.
Unimembranofones – (tímpanos, congas, bongós)
Bimembranofones – (bombo, tarola)
Membranofones de fricção – (sarronca, zurra-burros)
Membranofones percutidos
o Cordofones: instrumentos em que o som é produzido por uma corda tensa.
Cordofones dedilhados – (guitarra/harpa)
Cordofones percutidos – (piano)
Cordofones beliscados – (cravo)
Cordofones friccionados – (violino - arco)
o Aerofones: instrumentos em que o som é produzido pela vibração do ar.
Aerofones de palheta simples
Aerofones de palheta dupla – (acordeão, fagote, oboé)
Aerofones de aresta – (flauta de bisel, órgão de tubos)
Aerofones de bocal
o Eletrofones: instrumentos em que o som é produzido a partir da variação da
intensidade de um campo eletromagnético. A radiação do som é feita por um
altifalante que converte sinais elétricos previamente amplificados em ondas
acústicas
Disposição da orquestra Disposição dos instrumentos na orquestra sinfónica
A disposição dos músicos na orquestra pode variar bastante e depende de diversos fatores: do número de músicos, do tamanho e forma do palco, do reportório. A escolha de uma solução está sempre, direta ou indiretamente relacionada com aspetos estéticos e acústicos. A mudança da posição dos músicos altera necessariamente o resultado sonoro devido a vários fatores entre os quais um muito importante: as características direcionais de radiação dos instrumentos.
o Alemã ou Europeia: Os dois naipes de violinos encontram-se em posições opostas: primeiros à esquerda e segundos à direita. Os violoncelos ficam praticamente em frente ao maestro, ao lado dos primeiros violinos, as violas ficam entre os segundos violinos e os violoncelos e os contrabaixos do lado esquerdo atrás dos primeiros violinos. Esta disposição surge inicialmente da Orquestra de Mannhiem (século 18), mas só se generaliza na segunda metade do século 19 (Meyers, 1978).
o Americana: O maestro inglês Henry Joseph Wood (1869-1944), surgiu no principio deste século o reordenamento da posição das cordas na orquestra. Da esquerda para a direita: primeiros violinos, segundos violinos, violas, violoncelos e constrabaixos correspondendo a um ordenamento de frequências do agudo ao grave. Nesta posição os chefes de naipe ficam numa posição semelhante à de um quarteto de cordas. Os defensores desta configuração, conhecida como a disposição americana, argumentavam que a proximidade dos primeiros e segundos violinos, violas e violoncelos é a mais adequada à maioria da escrita para orquestra. Esta era a disposição preferida para gravações estereofónicas de grandes orquestras, porque permitia definir melhor a separação de frequências: agudas à esquerda e graves à direita.
Acústica de tubos abertos e tubos fechados
Aerofones – madeiras:
Sistema ressoador (colunas de ar)/amplificador: o som que o tubo emite é tanto mais grave quanto mais longo for. No caso dos tubos aplicam-se as leis de Bernoulli (permite calcular a altura do som para um dado tubo) – estão associadas às frequências de vibração de uma coluna de ar. Estas leis baseiam-se na forma como as ondas de compressão viajam ao longo do tubo.
o Tubo aberto: são precisas 4 viagens, ou seja, 4 comprimentos de um tubo para completar um ciclo. O comprimento de onda é igual a 4 vezes o comprimento do tubo. No tubo aberto a compressão tenta obter um equilíbrio. Tem também atrás da compressão uma rarefação pois a compressão tem tendência a sair, completando-se também um ciclo. Neste caso são necessárias apenas 2 viagens ou dois comprimentos de tubo para que se complete o ciclo.
F=C (velocidadedo som)
2L(comprimento do tubo)
o Tubo fechado: quando temos tubos fechados há uma compressão que vai viajar até à extremidade fechada. Esta compressão é por sua vez refletida. Quando chega à outra extremidade aberta esta compressão transforma-se em refração, pois tem tendência a equilibrar com a pressão atmosférica exterior que é normal. Ao equilibrar sai e causa uma rarefação, que vai ser propagada ao longo do tubo. Esta rarefação, ao voltar para trás completa o ciclo. É destas interferências contínuas de compressões e rarefações, que estão a viajar ao longo do tubo, que se vão criar as ondas estacionárias. o clarinete comporta-se como tubo fechado, porque a palheta do clarinete ao vibrar, abre e fecha o orifício por onde entra o jato de ar e ela ao vibrar completa ciclos completos.
F=C(velocidade dosom)
4 L(comprimentodo tubo )
Todos os instrumentos em que a embocadura é de palheta (simples, dupla ou labial) funcionam acusticamente como tubos fechado-aberto, enquanto que os instrumentos de embocadura de aresta se comportam acusticamente como tubos abertos.
Acústica de uma corda musical
Cordas vibram:
Longitudinalmente – Cada ponto da corda efetua um movimento paralelo à corda.Rigidez do cavalete e elasticidade da corda. Tem a ver com o timbre do som e acontece quando se dedilha ou fricciona.
Transversal – Cada ponto da corda efetua um movimento perpendicular ao eixo da corda. Tem a ver com a elasticidade da corda, intensidade do som e o timbre. Isto acontece quando nós dedilhamos.
Lei de Taylor: as frequências dos modos de vibração transversal de uma corda tensa deduzem-se da lei de Taylor. Esta formula é completamente válida para coras ideias, sem rigidez, ou seja, perfeitas.
Torcional – Movimento de retorção da corda sobre si mesma em torno do seu eixo.
Tem a ver com o timbre e elasticidade da corda. Acontece quando friccionamos a corda (violino).
Vibração de oitava – É uma vibração dos pontos que constituem os limites de comprimento vibrante da corda.
Afinação do piano
O processo de afinação inicia-se numa 8ª central do teclado, normalmente a 8ª de fa2
a fa3. Partindo de uma nota cuja frequência bem determinada é dada por exemplo por
um diapasão, a afinação dos intervalos e o seu temperamento é feito através do
controle dos batimentos de 4ªs e 5ªs, muitas vezes utilizando 3ªs e 6ªs maiores para
certificação. Quando a 8 inicial se “fechar”, isto é, partindo de uma nota se atingiu a
sua oitava rigorosamente a afinação avança para os extremos do teclado por oitavas
dos sons já afinados. O controle da afinação é feito pelos batimentos. Ao afinar todas
as cordas da mesma nota, elas são levadas quase a uníssono com a primeira. Um
piano bem afinado, está em rigor desafinado.