Acompanhamento Geol Poço

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  • Introduo Explorao de Petrleo

    2 ACOMPANHAMENTO GEOLGICO DE POO A real existncia do petrleo s pode ser comprovada com a perfurao de poos,

    atravs da correta obteno e aproveitamento das informaes obtidas na boca do poo. As tarefas desenvolvidas no acompanhamento geolgico de poo so: descrio de amostras de calha e testemunhos; identificao imediata dos indcios de hidrocarbonetos em amostras de calha,

    detector de gs e fluido de perfurao; confeco grfica de perfis de acompanhamento; execuo de operao de perfilagem e teste de formao a poo aberto; transmisso de informaes de rotina; confeco de relatrios. Compete ainda ao gelogo o assessoramento perfurao, quanto escolha da

    profundidade de assentamento das sapatas de revestimentos e aos tipos litolgicos, para melhor definio dos parmetros de perfurao, tipos de broca e tratamento adequado do fluido de perfurao.

    2.1 AMOSTRAS DE CALHA As amostras de calha so fragmentos de rocha resultantes da ao mecnica da broca,

    que vm superfcie transportados pelo fluido de perfurao que circula no poo, sendo separadas na peneira da sonda (Figura 8) e posteriormente lavadas em um par de peneiras apropriadas (Figura 9).

    Figura 8 Peneiras da sonda para coleta das amostras de calha. Fonte: Petrobras, 1984.

    Figura 9 Par de peneiras para lavagem das amostras de calha. Fonte: Petrobras, 1984.

    So as informaes mais aproximadas da realidade, funo direta da criteriosidade do

    encarregado da coleta e da lavagem. Uma boa coleta o primeiro passo para uma boa amostragem.

    O intervalo de coleta das amostras dependente da finalidade do poo. Desta forma, em um poo pioneiro, faz-se a amostragem de trs em trs metros. Onde a estratigrafia mais conhecida e no h zonas com hidrocarbonetos, a amostragem feita a cada nove metros.

    A descrio das amostras de calha feita em lupa binocular (Figura 10) e registrada em formulrios padronizados.

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    oliviaCaixa de textoReferncia: Flores, A.C.C.; Ficher, N. (2001). Introduo a Geologia do Petrleo. Apostila Interna Petrobras. Curso: Formao de Sondadores-UC/NB.

  • Aimber Carlos Chinappi Flores e Nadja Sanches Ficher

    Mais recentemente, com o advento da informatizao do acompanhamento geolgico (Figura 11) nas sondas de perfurao, estas descries so registradas em meio magntico, fato este que agilizou o trabalho do gelogo na boca do poo, tornando possvel uma transmisso mais rpida e confivel de informaes entre a sonda e o escritrio.

    Figura 10 Lupa binocular e fluoroscpio. Fonte: Petrobras.

    Figura 11 Equipamentos de informtica para o acompanhamento geolgico. Fonte: Petrobras.

    As caractersticas observadas nas amostras de calha so: tipo de rocha; percentual de ocorrncia de cada tipo litolgico; cor e tonalidade; granulometria; arredondamento de gros; seleo dos gros; composio principal e acessria das rochas; matriz/cimento; estrutura; porosidade; indcios de hidrocarbonetos (fluorescncia, corte e mancha); outros atributos, tais como dureza, compactao, tipo de fratura, etc.

    2.2 TESTEMUNHOS A testemunhagem um processo de amostragem direta, que consiste na obteno de

    uma seo representativa da rocha em subsuperfcie, na sua exata profundidade. H dois tipos principais de testemunhos: o convencional, obtido durante a perfurao

    (Figuras 12 e 13) e a amostragem lateral, obtida aps a concluso do poo em zonas pr-selecionadas atravs de perfis.

    No primeiro tipo, pode-se adquirir qualquer metragem de testemunhos, enquanto que no segundo, apenas pequenos plugues da ordem de uma polegada de comprimento por meia polegada de largura.

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    A testemunhagem realizada para: avaliao de indcios; obteno de dados paleontolgicos; estudos estratigrficos e sedimentares; estudos de reservatrio; determinao dos parmetros petrofsicos da rocha.

    Figura 12 - Foto de testemunho convencional (folhelhos da Formao Candeias). Fonte: Petrobras.

    Figura 13 - Foto de testemunho convencional (arenito). Fonte: Petrobras.

    2.3 INDCIOS DE HIDROCARBONETOS O principal objetivo do gelogo de poo a deteco, em tempo hbil, de

    hidrocarbonetos nos reservatrios perfurados, atravs de amostras de calha, testemunhos, detector de gs e fluido de perfurao, identificados por meio de fluorescncia, corte e manchas de leo.

    2.3.1 CARACTERIZAO DE INDCIOS EM AMOSTRAS DE CALHA E

    TESTEMUNHOS Fluorescncia - o fenmeno da emisso de ondas eletromagnticas por algumas

    substncias, quando submetidas ao de luz ultravioleta, no fluoroscpio (Figura 10).

    Corte - a disseminao do hidrocarboneto dos poros da rocha, quando em contato com um solvente orgnico (ex.: tricloretano).

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    O corte pode ser definido, quanto rapidez da disseminao, como imediato, moderado e provocado e, quanto forma da disseminao, como radial (Figura 14) ou aureolar (Figura 15).

    Figura 14 - Corte radial em fragmentos de rocha com leo. Fonte: Petrobras, 1984.

    Figura 15 - Corte aureolar. Fonte: Petrobras, 1984.

    Mancha de leo - pode ser observada tanto nos poros da rocha quanto na

    superfcie dos gros. A cor da mancha d uma idia do tipo de leo contido no reservatrio. Aspecto preto e viscoso indicativo de leo morto. Mancha de leo de cor castanho-clara indicativa de leo de boa qualidade.

    2.3.2 DETECTOR DE GS E CROMATGRAFO

    So equipamentos de grande utilidade, podendo prevenir kick e blow-out, detectar

    hidrocarbonetos no influenciveis pela luz ultravioleta, ajudar na interpretao de perfis e identificar gases leves (ex.: metano) e totais.

    Os tipos de detectores em uso na Petrobras so: DG-100 - usado principalmente no acompanhamento geolgico de poos

    perfurados em terra (Figura 16). Determina os valores de UGT (unidades de gases totais) e UGP (unidade de gases pesados);

    DG-100

    Figura 16 -Detector de gs do tipo DG- 100. Fonte: Petrobras, 1984.

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    Analysts - usado em perfuraes martimas, em plataformas auto-elevatrias, semi-submersveis e em navios-sonda. Alm de determinar os valores de UGP e UGT, consegue definir as quantidades relativas dos principais componentes gasosos (metano, etano, propano, isobutano e butano), quando acoplado ao cromatgrafo.

    2.4 PERFIL DE ACOMPANHAMENTO GEOLGICO A proporo que o poo perfurado, o gelogo registra uma enorme variedade de

    dados em um grfico de profundidade que denominado perfil de acompanhamento geolgico ou strip-log (Figura 17).

    Estes dados so: tempo de penetrao da broca - muito til na interpretao geolgica, marcao de

    topos de formaes e definio de intervalos porosos para teste de formao; caractersticas da lama - peso, viscosidade, pH, filtrado, salinidade, teor leo; litologia percentual e descrio sumria; litologia interpretada; informaes sobre a perfurao e outras operaes - tipo, dimetro e profundidade

    de entrada da broca, avano, revestimento, cimentao, perdas de circulao; registros do detector de gs; resumo de testes de formao e perfilagens; resultados e descries sucintas de testemunhagens.

    Figura 17 Perfil de acompanhamento geolgico.

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