Acompanhamento do Sexto Levantamento Safra 2015/2016

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Acompanhamento da Safra Baiana de Grãos Sexto Levantamento Safra 2015/2016 Março de 2016 1

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Acompanhamento da Safra Baianade Grãos

Sexto Levantamento Safra 2015/2016

Março de 2016

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1. INTRODUÇÃO:

Com base no cronograma nacional de levantamento de safra de grãos 2015/2016,

realizamos, entre os dias 22 e 26 de janeiro de 2016, através de contato telefônico e por e-

mail, o 6º levantamento da referida safra nas regiões produtoras de grãos do estado da Bahia.

Durante os trabalhos levantamos informações sobre pluviometria, pragas, doenças, crédito, área

plantada, produtividade, produção de grãos, comercialização e demais informações inerentes ao

levantamento.

Destacam-se na produção de grãos as seguintes Mesorregiões: Extremo Oeste, Centro

Sul, Centro Norte e Nordeste. Na Mesorregião Extremo Oeste destacam-se os municípios de

Barreiras, Luis Eduardo Magalhães, Santa Maria da Vitória e Correntina; na Mesorregião Centro

Sul destacam-se os municípios de Vitoria da Conquista, Caetité, Guanambi e Bom Jesus da Lapa.

Na Mesorregião Centro Norte destacam-se os municípios de Irecê, Senhor do Bonfim, Juazeiro e

Seabra e na Mesorregião Nordeste destacam-se os municípios de Paripiranga, Feira de Santana,

Ribeira do Pombal e Paulo Afonso.

Assim, destacam-se os dados comparativos da safra anterior à atual, conforme Tabela

abaixo:

Tabela 1 – Comparativo de área, produtividade e produção – Grãos (*)

Legenda: (*) Produtos selecionados: caroço de algodão, arroz, feijão (1ª e 3ª safras), mamona, milho (1ª e

2ª safras), soja e sorgo.

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2. CONDIÇÕES CLIMÁTICAS:

No mês de fevereiro, diferente do mês anterior, a precipitação acumulada não passou de

100 mm em todo o Estado da Bahia, variando entre 0 a 25 mm em quase todo o estado (Figura 1).

Na Mesorregião Extremo Oeste esperava-se precipitações de cerca de 150 mm, no

entanto, as médias efetivas foram inferiores a 50 mm, sendo que em algumas lavouras

não foram registrados chuvas. No houve prejuízos para as lavouras até o momento.

Na Mesorregião Centro Norte e Centro Sul as chuvas concentraram no mês de

janeiro, favorecendo o plantio das culturas. No Território Piemonte da Diamantina onde se

localiza a cidade de Jacobina, as chuvas se estenderam até início do mês de fevereiro.

A precipitação acumulada na região Nordeste do estado, no mês de janeiro, variou de 25 a

50 mm (Figura 1). O início do plantio de grãos na região se consolida a partir do mês de março. As

condições climáticas nos próximos meses ditará o início do plantio e a expectativa dos produtores

para a safra deste ano.

A previsão probabilística é que as chuvas fiquem abaixo do normal em grande parte do

Estado no próximo trimestre (Figura 2).

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Figura 1:Precipitação acumulada no mês de Fevereiro. Fonte: INPE - 2016.

Figura 2: Previsão climática para o trimestre MAM/2016. Fonte: CPTEC/INPE.

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3. PRAGAS E DOENÇAS:

3.1. Mesorregião Extremo Oeste:

Preventivamente, a Agência Estadual de Defesa Agropecuária – ADAB - recomenda a

realização do vazio sanitário para as culturas da soja, feijão e algodão, que possuem pragas e

doenças de alta severidade, capazes de causar graves danos econômicos.

No oeste baiano, nos plantios irrigados de soja e milho não foram identificados ataques de

pragas e doenças, entretanto, pontualmente em alguns plantios de soja sobre a lavoura anterior

de algodão e milho foram identificados algumas injúrias, mas que não comprometeram o

desenvolvimento da cultura. Com o desenvolvimento das primeiras lavouras de soja sequeiro no

mês de dezembro de 2015, foram registrados o ataque das lagartas Spodoptera spp., Helicoverpa

spp. e elasmo (Elasmopalpus lignoselluselasmo), e ainda, sintomas isolados de cercosporiose

(Cercospora spp.).

Com as intensas chuvas no início do corrente ano e consequente elevação de umidade,

foram identificados alguns focos de mofo branco e ferrugem.

As pragas e doenças acima citadas foram controladas de forma eficiente através de

controle químico, não causando danos econômicos à cultura.

Não há relatos de pragas e doenças para as demais lavouras.

3.2. Mesorregião Centro Norte:

No Território Piemonte da Diamantina, segundo relatos de agricultores, a cultura do feijão

está sendo atacada por lagartas e pulgões e pragas, no entanto essas estão sendo controladas

através do uso de insumos e práticas agrícolas adequadas não causando danos que possam

comprometer o desenvolvimento das lavouras.

3.3. Mesorregião Centro Sul:

Não há registro de ataque de pragas ou doença que causem danos econômicos até o

momento.

3.4. Mesorregião Nordeste:

A principal praga na cultura do milho são as lagartas. De acordo com os produtores, na

safra passada, houve ocorrência do ataque da lagarta do cartucho na cultura do milho

(Spodoptera spp.), gerando impacto negativo de aproximadamente 10% na produtividade do grão.

Não houve registro de danos significativos de pragas e doenças na cultura de feijão.

Apesar da grande quantidade de chuvas em parte dessa região, condição que favorece a

incidência de doenças na cultura do feijão, não se teve relatos de perdas expressivas por conta de

fatores fitossanitários, na safra anterior.

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4. CRÉDITO RURAL

O processo de avaliação de safra de grãos analisa a disponibilidade e acesso ao crédito

rural. No presente texto, será objeto de análise os financiamentos de custeio do Programa

Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), Programa Nacional de Apoio ao

Médio Produtor (Pronamp) e Financiamento sem Vínculo a Programa Específico. A análise será

direcionada às culturas de algodão, arroz, feijão, milho, soja e sorgo, para o período de janeiro de

2013 a janeiro de 2016 no estado da Bahia.

Deve-se ressaltar que os dados apresentados estão pautados nas informações do Sistema

de Operações do Crédito Rural e do Proagro (Sicor) do Banco Central do Brasil (Bacen), com data

de acesso em 16 de fevereiro de 2016. O financiamento da agricultura não depende somente das

fontes de crédito em análise, contando ainda com recursos próprios e de terceiros não oficiais.

4.1. PRONAF

O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) destina-se a

estimular a geração de renda e melhorar o uso da mão de obra familiar, por meio do

financiamento de atividades e serviços rurais agropecuários e não agropecuários desenvolvidos

em estabelecimento rural ou em áreas comunitárias próximas. O quadro abaixo demonstra as

quantidades de contratos firmados, bem como volume financeiro desembolsado anualmente.

Tabela 2. Desembolso do PRONAF para as principais culturas do Estado nos últimos 4 anos.

No ano de 2015 foram aplicados 39,56 milhões de reais com recursos do Pronaf, um

aumento de 12,43% se comparado ao exercício de 2014. O recurso concentrou-se,

principalmente, na cultura do milho 1ª safra, com 35,87 milhões de reais, o equivalente a 90,68%

do valor aplicado no ano.

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Figura 3. Participação dos desembolsos do PRONAF para as principais culturas do Estado.

A participação do milho vem se destacando nos empréstimos destinados à agricultura

familiar. Percebe-se ainda o foco no cultivo de produtos com forte apelo cultural (feijão e milho) e o

menor valor médio por contrato, se comparado às demais formas de financiamento abordadas.

Vale destacar, conforme gráfico (figura 4) que demonstra a evolução mensal dos

desembolsos no período de jan/2013 a jan/2016, um crescimento dos desembolsos a partir do

mês de fevereiro, sustentando-se até maio e com forte queda em junho.

Em 2015 houve ainda um forte crescimento no mês de maio (maior valor para série

observada), apresentando uma queda significativa em junho e mantendo-se em baixa até janeiro

2016. Em todos os exercícios, percebeu-se o destaque para a cultura do milho 1ª safra.

6

16,58%16,58%

83,12%83,12%

0,30%0,30%

Desembolso Pronaf 2013

Participação por CulturaFeijão

Milho

Soja

Sorgo 9,95%9,95%

89,66%89,66%

0,28%0,28%0,11%0,11%

Desembolso Pronaf 2014

Participação por CulturaFeijão

Milho

Soja

Sorgo

9,30%9,30%

90,68%90,68%

0,02%0,02%

Desembolso Pronaf 2015

Participação por Cultura

Feijão

Milho

Soja

Sorgo

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Figura 4. Distribuição do PRONAF durante os meses nos últimos 4 anos.

4.2 . PRONAMP

O Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor (Pronamp) busca promover o acesso a

crédito aos produtores classificados como da “classe média rural”, desta forma, apresenta maior

valor financiável por beneficiário, quando comparado ao Pronaf. O quadro abaixo demonstra as

quantidades de contratos firmados por cultura, bem como os volumes financeiros desembolsados

anualmente.

Tabela 3. Desembolso do PRONAMP para as principais culturas do Estado nos últimos 4 anos.

No ano de 2015 foram aplicados, com recursos do Pronamp, 93,46 milhões de reais em

custeio das culturas em análise, o que representa uma redução de 6,6%, se comparado ao ano

anterior (2014), que registrou desembolso de 100,06 milhões de reais. Diferente do Pronaf, o

Pronamp possui maior concentração de recursos na sojicultura, responsável por 77% dos

recursos aplicados em 2015.

Em 2014 a cultura do milho demandou 26,39 milhões de reais, frente a 18,69 milhões de

reais em 2013, um crescimento de 41,18%. Em 2015, os empréstimos destinados à cultura do

milho sofreram forte retração e representaram cerca de 16,83 milhões de reais, uma queda de

36,21%. Em contrapartida, observou-se um contínuo crescimento dos créditos tomados para a

sojicultura, a saber, 69,02 milhões de reais em 2014 e 72,02 milhões de reais no último exercício.

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Figura 5. Participação dos desembolsos do PRONAMP para as principais culturas do Estado.

A análise dos gráficos acima aponta para uma elevação da participação da sojicultura na

demanda de crédito rural, comportamento alinhado ao paulatino crescimento da área plantada de

soja no estado.

Em 2015, observou-se um comportamento diferenciado da curva de desembolso do

Pronamp, pois o volume de crédito aplicado entre os meses de janeiro e junho foi menor que nos

anos anteriores, conforme demonstra o gráfico abaixo.

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2%2%2%2%26%26%

69%69%

0%0%

Desembolso Pronamp 2014Participação por Cultura Algodão

Arroz

Feijão

Milho

Soja

Sorgo

1%1%0%0%2%2%21%21%

76%76%

Desembolso Pronamp 2013Participação por Cultura

Algodão

Arroz

Feijão

Milho

Soja

2%2%3%3%18%18%

77%77%

0%0%

Desembolso Pronamp 2015

Participação por Cultura Algodão

Arroz

Feijão

Milho

Soja

Sorgo

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Figura 6. Distribuição do PRONAMP durante os meses nos últimos 4 anos.

Os meses de julho e agosto foram os de maior liberação de crédito para o ano de 2015,

que concentrou 86,43% das aplicações no segundo semestre. Produtores e informantes da região

do extremo oeste baiano atribuem esta mudança no calendário de desembolsos à burocratização

no acesso ao crédito dos bancos oficiais. “Em muitos casos, o crédito oficial, quando tardio, é

utilizado para quitar empréstimos tomados no primeiro semestre”, relatou um sojicultor.

4.3. Financiamento sem vínculo a programas específicos:

Além dos contratos de financiamento não vinculados ao Pronaf ou Pronamp, este trabalho

também aborda a disponibilização de recursos através de “Financiamento sem Vínculo a

Programa Específico”. O quadro abaixo demonstra as quantidades de contratos firmados por

cultura, bem como volume financeiro desembolsado anualmente.

Tabela 4. Desembolso dos Financiamentos sem Vínculo Empregatício para as principais culturas do Estado nos últimos 4 anos.

No ano de 2015 foram aplicados cerca de 2,25 bilhões de reais em custeio das culturas em

análise, o que representa uma redução de 3,22%, se comparado ao ano anterior (2014), que

registrou 2,33 bilhões de reais desembolsados. Percebeu-se ainda uma elevação gradativa dos

recursos aplicados na sojicultura, que demandou 56,26% do volume financiado para o ano de

2015, ante a participação de 48,07% em 2014.

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Figura 7. Distribuição dos Financiamentos sem Vínculo Empregatício durante os meses nos últimos 4 anos.

Também com destaque para a cultura da soja, o financiamento sem vínculo a programa

específico apresentou diversas oscilações entre o mesmo período em diferentes anos. Em 2015,

conforme demonstra o gráfico acima, os desembolsos aumentaram a partir de fevereiro, com forte

elevação no mês de junho e agosto

Cabe destacar a redução da participação da cultura do milho nos desembolsos sem

vínculo a programa específico, de 39,06% em 2013 para 34,22% em 2015. Esta queda está

alinhada à redução da área plantada de milho no extremo oeste do estado. Em contrapartida,

observa-se o crescimento do financiamento do cultivo de soja na Bahia. Condições cambiais

favoráveis mantém a competitividade da sojicultura e contribuem para a consolidação do produto

como destaque na agricultura baiana e na balança comercial do estado.

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Figura 8. Participação dos Financiamentos sem Vínculo Empregatício para as principais culturas do Estado.

5. Monitoramento Agrícola (GEOGLAM):

Analisando a evolução temporal do desenvolvimento das culturas na região extremo oeste

da Bahia, percebe-se que historicamente a curva de índice de vegetação (IV) começa a elevar a

partir de outubro com o início do desenvolvimento vegetativo e formação da cobertura foliar das

lavouras nesta região (Figura 9). A partir de janeiro, momento da floração e enchimento de grãos,

ocorre um aumento gradativo do Índice de Vegetação da Diferença Normalizada (NDVI),

ocorrendo o pico da curva em fevereiro e março. No final de março e início de abril, período que

corresponde ao final do enchimento de grãos e o começo da fase de maturação das lavouras,

ocorre queda gradual deste índice.

A evolução temporal do desenvolvimento das lavouras do extremo oeste mostra que o

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34,22%34,22%

0,61%0,61%

8,90%8,90%

56,26%56,26%

0,02%0,02%

Desembolso Sem Vínc. Espec. 2015

Participação por Cultura

Algodão

Arroz

Feijão

Milho

Soja

Sorgo

38,37%38,37%

0,04%0,04%0,68%0,68% 12,77%12,77%

48,07%48,07%

0,07%0,07%

Desembolso Sem Vínc. Espec. 2014

Participação por Cultura Algodão

Arroz

Feijão

Milho

Soja

Sorgo

39,06%39,06%1,47%1,47%

14,56%14,56%

44,75%44,75%

0,17%0,17%

Desembolso Sem Vínc. Espec. 2013

Participação por Cultura Algodão

Arroz

Feijão

Milho

Soja

Sorgo

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índice de vegetação nesta safra se manteve menor em relação aos anos anteriores até o mês de

dezembro. Com a alta precipitação ocorrida em janeiro o índice de vegetação ultrapassou os

últimos dois anos e a média dos últimos 16 anos (Figura 9), Comportamento semelhante foi

observado nas Microrregiões de Bom Jesus da Lapa e Senhor do Bonfim.

Figura 9. Evolução temporal do desenvolvimento das lavouras. Fonte: GEOGLAM.

A quantificação de área pelo valor do IV mostra a safra atual em 50% de suas lavouras

com alto IV, indicativo de plantas de soja realizando atividade fotossintética com bastante

intensidade, característico da fase fenológica do enchimento dos grãos, visto que o plantio foi

tardio quando comparado as safras passadas, nesta mesma data (17/02) em 2015, a intensidade

foi de 35% caracterizando plantas de soja em maturidade fisiológica, próximo à colheita (Figura

10).

Figura 10.Quantificação de áreas pelo valor do IV, (período: 17 de fevereiro de 2016). Fonte:GEOGLAM.

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5. CULTURAS

5.1. Algodão

A estimativa total do estado é que sejam cultivados cerca de 251,3 mil ha com a

produtividade média de 258,2 arroba/ha, podendo atingir 973,5 mil ton. de algodão em caroço.

Comparando-se as estimativas da safra passada com a da safra atual há uma redução de

10,6% na área cultivada. Esta redução é motivada principalmente pelos elevados custos da

cultura e a irregularidade das precipitações pluviométricas.

As áreas de algodão no Estado estão localizadas na região Oeste e na microrregião de

Bom Jesus da Lapa e Caetité. Nestas regiões os plantios de sequeiro foram finalizados e cerca de

20.000 ha serão cultivados em sucessão a soja irrigada, sob o pivô central. As plantas estão em

fase de desenvolvimento, com boas expectativas de produtividade devido às chuvas ocorridas no

período de janeiro.

5.2. Arroz

A expectativa é que sejam cultivados 4.000 ha, com produtividade de 712 kg/ha,

totalizando 2,8 mil ton.

A cultura do arroz é tradicionalmente cultivada nas áreas recém-abertas, devido

principalmente a sua tolerância à acidez. Geralmente o cultivo não se repete nos anos seguintes

devido aos baixos preços de mercado.

Espera-se que o cultivo seja iniciado em março.

5.3. Feijão macaçar - 1ª safra

A estimativa é de que no estado sejam cultivados 143,1 mil ha e que seja produzido 102,3

mil ton.

Em alguns municípios da Mesorregião Centro Norte o plantio se estendeu até fim do mês

de fevereiro. Já no oeste baiano, a área plantada esta estimada em 40% e o restante do plantio

deverá ocorrer em sucessão a soja de sequeiro.

Na Mesorregião Centro Sul, na microrregião de Bom Jesus da Lapa houve aumento da

área cultivada e na microrregião região de Vitória da Conquista há estimativa de aumento de

112,4% em relação à safra anterior. Dentre as motivações para esta elevação, deve-se destacar a

maior oferta de sementes, a melhoria das condições climáticas e a característica inerente a

própria cultura, que resiste melhor à escassez hídrica.

5.4. Feijão macaçar - 3ª safra

Apesar de ter uma área pouco representativa, o feijão macaçar apresenta importante fonte

alimentar na região Nordeste, sendo cultivada em pequenas áreas da agricultura familiar e

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comercializadas em mercados locais.

Para a safra 2015/16, ainda não há relatos sobre os fatores que poderão alterar a área

plantada e a produtividade desta cultura.

Alguns produtores tradicionalmente plantam este feijão no cultivo de verão porém, em

pequenas áreas apenas para próprio consumo.

O plantio para a safra 2015/16 está previsto para iniciar a partir da primeira quinzena de

abril.

5.5. Feijão cores - 1ª safra

A produção total do estado, para atual safra, está estimada em 85 mil ton em uma área de

84,3 mil ha.

Na Mesorregião Extremo Oeste do estado, a expectativa é que sejam cultivados 12 mil ha

e espera-se uma produção de 33,6 mil ton. O plantio foi realizado em cerca de 50% da área com

esta cultura, e o restante deverá ocorrer em sucessão à soja de sequeiro.

Na Mesorregião Centro Norte, conforme relato dos produtores, caso as chuvas continuem

no mês de Março, há perspectiva de acréscimo de área a ser cultivada para essa cultura, uma vez

que o produto está com preço atrativo no mercado atual e a distribuição de sementes

selecionadas que vem ocorrendo através da SEAGRI em parceria com a Superintendência Baiana

de Assistência Técnica e Extensão Rural (BAHIATER).O feijão cultivado até agora já passou da

fase de germinação e iniciou a de desenvolvimento vegetativo da planta.

5.6. Feijão cores - 3ª safra

De acordo com os produtores, no momento há perspectiva de acréscimo de área a ser

cultivada para essa cultura, tendo como principal fator os atuais índices pluviométricos e a

previsão de distribuição para os meses de plantio. Outro fator, é o preço do produto no mercado

atual, podendo ser mais um estímulo para aumento da área plantada.

O plantio para a safra 2015/16, está previsto para iniciar a partir de março de 2016.

5.7. Mamona

Para a Bahia, a estimativa é de que sejam cultivados 114 mil ha, aumento de 62,6% em

relação à safra anterior (70,1 mil ha) e produção de 93,4 mil ton de mamona, acréscimo de

108,0% em relação à safra passada (44,9 mil). O estímulo ao aumento da área pode ser atribuído

aos adequados índices pluviométricos atuais, como também ao preço do produto no mercado.

Na Mesorregião Centro Norte, principal produtora do Estado, o plantio deve se estender

até início de março.

5.8. Milho - 1ª safra

A estimativa de produção para o estado é de 1.923,4 mil ton de milho cultivados em uma

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área de 494,2 mil ha.

Na Mesorregião Extremo Oeste, estima-se que foram plantados 216.000 ha, com uma

produção esperada de 1.600 mil ton. Esta estimativa de plantio representa uma redução de

40,9% da área cultivada e 34,3% da produção em relação a estimativa da safra passada.

Nessa região, o plantio já está finalizado e as estimativas de produção são otimistas,

principalmente devido às chuvas ocorridas no período de janeiro.

Estima-se para a Mesorregião Centro Sul que ocorra crescimento na área plantada de

milho nas regiões de Bom Jesus da Lapa (50.120 ha) e Vitória da Conquista (20.220 ha). Dentre

as motivações para esta elevação, deve-se destacar a maior oferta de sementes, a melhoria das

condições climáticas observadas no mês de janeiro e as condições favoráveis do mercado para o

milho.

Na Mesorregião Centro Norte, até o momento já foi plantando cerca de 70% da área total.

5.9. Milho - 2ª safra

Na região nordeste do estado, para a atual safra, há expectativa que ocorra aumento da

área plantada com milho na região nordeste do estado. Pode-se atribuir esse estímulo, as atuais

condições climáticas, principalmente a precipitação acumulada e sua distribuição nos meses de

plantio. Outro fator que pode provocar esse acréscimo de área é o elevado preço deste produto no

mercado atual.

Este cultivo é tradicionalmente realizado por produtores familiares com emprego de baixa

tecnologia, sendo implantado na maioria das vezes em consórcio com o feijoeiro. Nos últimos

anos têm crescido o investimento nessa cultura, a exemplo, cultivo adensado, correção e

fertilização de solo, uso de sementes híbridas, manejo de pragas e doenças.

Essas áreas com utilização dessas tecnologias, incluindo o uso de sementes transgênicas,

correspondem a aproximadamente 25% da área total.

As sementes das áreas de plantio da agricultura familiar são provenientes do

armazenamento das safras anteriores pelos próprios agricultores, dos mercados locais (feiras e

lojas agropecuárias) e as sementes distribuídas pelo Estado.

Para a safra 2015/2016, o plantio está previsto para iniciar a partir de abril de 2016.

6.0. Soja

Estima-se a produção total no estado de 4.429,3 mil ton em uma área total de 1.520 mil ha.

O aumento da área cultivada de soja em detrimento das áreas de milho e de algodão

deve-se aos fatores mercadológicos, principalmente pelos preços obtidos no momento da

comercialização da produção e a liquidez desta commoditie.

Na microrregião de Barreiras, os plantios de soja irrigado já foram iniciados desde 1º de

outubro nas áreas irrigadas por sistema da pivô central. Foram autorizados pela ADAB o plantio

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de 30.000 ha (antecipação ao vazio sanitário – plantios antes de 15/10/2015) e outros 30.000 ha

foram plantadas após 15 de outubro, totalizando 60.000 ha de soja irrigada. Estima-se que a

produtividade para essa área irrigada alcance 70 sc/ha.

Na região Sudoeste, o plantio já está finalizado e as estimativas de produção são

otimistas, principalmente devido às chuvas ocorridas no mês de janeiro. O veranico observado em

novembro e dezembro influenciou no custo de produção das lavouras, o que pode reduzir as

margens de lucro. No entanto, as boas condições de mercado devem garantir bons rendimentos

da lavoura.

Ressaltam-se que as maiores produtividades estão na microrregião de Barreiras,

principalmente devido aos melhores índices pluviométricos quando comparado com as

microrregiões de Bom Jesus da Lapa e Santa Maria da Vitória.

As lavouras de soja em sequeiro, na microrregião de Barreiras, tiveram início do plantio

realizado a partir de 15 de outubro de 2015, e devido à irregularidade das chuvas é possível

encontrar plantas em estágios diversos.

Nas áreas de soja irrigadas os produtores optaram por variedades precoces, para que

após sua colheita, seja realizado um novo plantio, desta vez com milho, algodão ou feijão.

Nas áreas de soja de sequeiro, eles optaram por cultivares de ciclo médio e tardio, de

crescimento indeterminado, evitando assim os danos causados pelo veranico. Após a colheita

dessa soja é realizado o plantio de sorgo ou milheto, espécies mais resistentes ao estresse

hídrico.

6.1. Sorgo

A estimativa de produção do estado é que sejam cultivados 111,4 mil ha, com uma

produção de 164,9 mil ton.

No oeste baiano, estima-se que já foram plantados cerca de 40% da área esperada.

O sorgo por sua exigência hídrica menor em relação ao milho e a soja, é uma ótima opção

para o cultivo após a época das águas a exemplo microrregião de Bom Jesus da Lapa. Não há

perspectivas de grandes alterações, mas ainda é cedo para esta sinalização.

Na microrregião de Caetité, observou-se um ajuste de área após a consolidação dos

dados por município.

6.2. Trigo e Cevada

Alguns consultores da região oeste do estado sinalizaram a intenção de cultivar trigo e

cevada, ainda nessa safra, sob pivô central, cerca de 900 ha e 200 ha, respectivamente.

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7. OUTRAS INFORMAÇÕES ADICIONAIS

No sudoeste baiano, foram distribuídas sementes pelo governo estadual para o plantio de

milho, feijão cores e macaçar. As sementes estão sendo distribuídas, principalmente, aos inscritos

no Fundo Garantia Safra, como forma de assegurar o plantio mínimo de 0,6 ha por agricultor

familiar. As sementes de feijão cores que estão sendo distribuídas através do Programa Semear

são convencional precoce, de primeira geração (categoria S1). As inscrições para o Fundo

Garantia Safra 2015/2016 já foram realizadas na região, com aumento do número de inscritos. As

inscrições foram realizadas em parceria com a sociedade civil organizada, para mitigar os efeitos

da redução do quadro de funcionários e da liquidação da EBDA.

Na região de Irecê, segundo informações da Superintendência Baiana de Assistência

Técnica e Extensão Rural (BAHIATER), já estão sendo distribuídas as sementes de feijão para

produtores da região, por ação do governo federal, em parceria com a própria BAHIATER.

Segundo informações do órgão, até o momento foram distribuídas cerca de 15 toneladas de

sementes de feijão, porém, as sementes de milho ainda não foram distribuídas.

Em virtude da significativa contribuição da produção irrigada, principalmente para as

culturas de algodão, milho e soja, sugerimos a inclusão destes no Safrasnet - Sistema de

Avaliação de Safras.

Conforme a realização dos plantios, os dados sobre as áreas cultivadas serão atualizados

nos próximos levantamentos.

As informações presentes neste relatório são frutos do contato com os Escritórios

Regionais do IBGE, BAHIATER, Agentes Financeiros, Secretária de Desenvolvimento Rural do

Estado da Bahia, Sindicatos de Produtores Rurais, Secretarias de Agriculturas Municipais,

Produtores Rurais, Associações, Cooperativas, Plasteca, AIBA e Abapa.

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