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Anexo 1 Sistematização das atividades desenvolvidas pela IGEC Programa I Acompanhamento Acompanhamento da Ação Educativa Atividade que assenta na importância de conhecer, apoiar e promover o trabalho dos estabelecimentos de ensino, nomeadamente ao nível dos mecanismos de coordenação/gestão e supervisão pedagógica do desempenho docente, reforçando “o espaço de autonomia da[s] escola[s]” (IGEC, 2014b, p. 23). Educação Especial Respostas Educativas A atividade desenvolvida neste âmbito visa assegurar uma adequada resposta educativa dos estabelecimentos escolares aos alunos com necessidades educativas especiais, mediante o acompanhamento e avaliação da organização e funcionamento das práticas pedagógicas de Educação Especial (IGEC, 2014b). Gestão do Currículo: Ensino Experimental das Ciências Assenta na atividade de acompanhamento e conhecimento das práticas de ensino experimental, no âmbito das ciências, ao nível da educação pré-escolar e do ensino básico (1.º e 2.º ciclos), contribuindo para melhoria das práticas educativas (IGEC,2014b). Jardins de Infância da Rede Privada (JIRP) - IPSS Constitui a atividade de acompanhamento da qualidade da ação pedagógica dos estabelecimentos de educação pré-escolar de instituições particulares de solidariedade social pertencentes à rede privada (IGEC, 2014b)

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Anexo 1 – Sistematização das atividades desenvolvidas pela IGEC

Programa I –

Acompanhamento

Acompanhamento da Ação Educativa

Atividade que assenta na importância de conhecer, apoiar e

promover o trabalho dos estabelecimentos de ensino,

nomeadamente ao nível dos mecanismos de coordenação/gestão e

supervisão pedagógica do desempenho docente, reforçando “o

espaço de autonomia da[s] escola[s]” (IGEC, 2014b, p. 23).

Educação Especial – Respostas Educativas

A atividade desenvolvida neste âmbito visa assegurar uma

adequada resposta educativa dos estabelecimentos escolares aos

alunos com necessidades educativas especiais, mediante o

acompanhamento e avaliação da organização e funcionamento das

práticas pedagógicas de Educação Especial (IGEC, 2014b).

Gestão do Currículo: Ensino Experimental

das Ciências

Assenta na atividade de acompanhamento e conhecimento das

práticas de ensino experimental, no âmbito das ciências, ao nível

da educação pré-escolar e do ensino básico (1.º e 2.º ciclos),

contribuindo para melhoria das práticas educativas (IGEC,2014b).

Jardins de Infância da Rede Privada (JIRP) -

IPSS

Constitui a atividade de acompanhamento da qualidade da ação

pedagógica dos estabelecimentos de educação pré-escolar de

instituições particulares de solidariedade social pertencentes à rede

privada (IGEC, 2014b)

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Programa II – Controlo

Organização do Ano Letivo (OAL)

Consiste na verificação da conformidade legal da organização e

funcionamento do ano letivo, analisando obstáculos à sua eficácia

e eficiência, bem como as condições de aprendizagem dos alunos,

procurando garantir equidade na prestação do serviço educativo

(Site IGEC, 2015).

Provas Finais do Ensino Básico e Exames

Nacionais do Ensino Secundário

Atividade que controla a aplicação das provas realizadas no 1.º, 2.º

e 3.º ciclos do ensino básico e dos exames nacionais do ensino

secundário, visando assegurar a adoção de procedimentos corretos,

por parte das escolas, no que respeita à garantia das condições de

sigilo e de imparcialidade no ato da sua realização (Site IGEC,

2015).

Organização e Funcionamento dos

Estabelecimentos do Ensino Particular e

Cooperativo

Atividade que impulsiona a regulação do funcionamento dos

estabelecimentos de ensino particular e cooperativo, garantindo a

execução de todas as condições legais (Site IGEC, 2015).

Cursos Profissionais nos Estabelecimentos do

Ensino Público, Particular e Cooperativo e

nas Escolas Profissionais

Atividade pela qual a IGEC procura garantir a legalidade da

organização dos cursos, bem como verificar a “integração da rede

de oferta formativa” (IGEC, 2014b, p. 35), dada a crescente

procura/oferta desta modalidade de ensino.

Sistema de Formação Contínua dos Docentes

Atividade através da qual a IGEC controla as atividades de

formação contínua dos professores, objetivando assegurar a

conformidade e a legalidade das ações de formação “face à

acreditação das mesmas e ao enquadramento legal aplicável”

(IGEC, 2014b, p. 36).

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Programa III – Auditoria

O Sistema de Controlo Interno da

Administração Financeira do Estado aos

organismos do MEC e às escolas e

agrupamentos de escolas dos ensinos básico e

secundário

Atividade que pretende garantir, através de auditorias

administrativas e financeiras, a verificação “do sistema e dos

procedimentos de controlo interno das escolas, instituições de

ensino superior e ciência, e organismos do MEC” (IGEC, 2014b, p.

40), visando assegurar a conformidade legal e uma gestão adequada

dos recursos financeiros, humanos e patrimoniais.

Auditorias Temáticas

Atividade que se desdobra em três níveis: 1) processo de auditoria

“aos sistemas de supervisão, gestão e controlo associados às

modalidades de autofinanciamento das Instituições de Ensino

Superior Públicas” (IGEC, 2014b, p. 41); 2) processo de auditoria e

verificação da conformidade legal e financeira das “estruturas

orgânicas de Governo e Administração das Instituições de Ensino

Superior Públicas” (idem, ibidem) e 3) processo de auditoria “aos

sistemas de gestão, acompanhamento e controlo da Ação Social

Escolar no Ensino não Superior ao nível das estruturas centrais do

MEC – DGEstE, DGPGF e DGEEC” (idem, ibidem).

Auditorias aos Estabelecimentos de Ensino

Superior Privado

Atividade que objetiva tomar conhecimento do funcionamento dos

estabelecimentos do ensino superior privado, bem como analisar o

cumprimento legal e regulamentar dos atos executados, garantindo

a qualidade dos serviços prestados (IGEC, 2014b).

Auditorias aos Serviços Académicos das

Universidades Públicas

Constitui uma atividade praticada em ações sequenciais, iniciadas

em 2009 até 2013, pretende verificar a execução das

recomendações advertidas nos relatórios das ações iniciais e aferir

o grau de cumprimento dos normativos atualmente em vigor

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(IGEC, 2014b).

Auditorias aos Serviços Académicos das

Instituições Públicas de Ensino Superior

Politécnico (Institutos Politécnicos e Escolas

Superiores não Integradas)

Alude à atividade que inicia um novo ciclo de auditoria aos

serviços académicos, priorizando a tomada de contacto com a

gestão das questões académicas, o (re)conhecimento de pontos

fortes e fracos da ação dos serviços académicos com apresentação

dos resultados provenientes da sua intervenção e a verificação da

conformidade normativa (IGEC, 2014b).

Auditorias à Gestão dos Recursos Docentes

no Ensino Superior Público

Atividade que audita a gestão e distribuição do corpo docente no

ensino superior público, apreciando os documentos normativos da

instituição em confronto com o quadro legislativo em vigor e a sua

conformidade legal (Site IGEC, 2015).

Auditorias na Universidade Católica

Portuguesa

Constitui a atividade resultante da importância de caracterizar o

funcionamento, a organização interna e a gestão dos serviços

académicos da referida universidade (IGEC, 2014b).

Programa IV - Avaliação

Avaliação Externa de Escolas (AEE)

Atividade que avalia os estabelecimentos escolares, visando apoiar

o desenvolvimento das escolas, as práticas de autoavaliação e o

envolvimento da comunidade educativa e local (IGEC, 2014b).

Avaliação Externa dos Centros de Formação

de Associação de Escolas (CFAE)

Atividade que avalia os centros de formação, adotando um modelo

de avaliação externa específico “permitindo o diagnóstico, a

identificação de problemas e a fundamentação dos processos de

decisão, de forma a garantir a qualidade” (IGEC, 2014b, p. 51).

Provedoria Corresponde à atividade que atua no sentido de prevenir e erradicar

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Programa V - Provedoria,

Ação Disciplinar e

Contencioso

Administrativo

questões problemáticas surgidas do sistema educativo e dos

serviços do Ministério da Educação e Ciência (MEC). É, portanto,

um serviço que dá assim resposta às queixas que são expostas por

atores da comunidade educativa, pretendendo zelar pelos interesses

e direitos dos mesmos (IGEC, 2014b).

Ação disciplinar

Atividade que se circunscreve ao “conjunto de procedimentos de

natureza disciplinar desencadeados com vista ao esclarecimento de

factos que perturbem o normal funcionamento do sistema educativo

e à reposição da sua normalidade” (IGEC, 2014b, p. 53);

Contencioso Administrativo

Circunscreve-se à atividade que garante a representação do MEC,

junto dos organismos judiciais administrativos em ações que

decorrem da sua missão (IGEC, 2014b).

Formação de Instrutores das Escolas em

Matéria de Ação Disciplinar e o Estatuto do

Aluno

Atividade que incide no desenvolvimento de ações de formação em

áreas de procedimento disciplinar, abrangendo uma formação

específica para os diretores de escolas (IGEC, 2014b).

Programa VI – Atividades

Internacionais

Conferência Internacional Permanente das

Inspeções-Gerais e Nacionais de Educação

(SICI)

A SICI é uma associação de Inspeções de Educação Europeias que

representam sistemas educativos de países ou estados, visando

contribuir para o desenvolvimento de ações que contribuam para a

melhoria da educação dos membros associados. À IGEC cabe

participar nas atividades com o objetivo de (a)ceder a informações

e conhecimentos para favorecer a estruturação e desempenho da

IGEG, através da melhoria dos processos de inspeção; impulsionar

a troca de experiências e de abordagens no que respeita aos temas

que a SICI explora e desenvolve e ainda utilizar “a SICI como uma

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plataforma para desenvolver parcerias com organizações

congéneres, potenciando a realização de projetos de cooperação”

(IGEC, 2014b, p. 60).

Escolas Europeias (EE)

O desenvolvimento das Escolas Europeias iniciou-se em 1953 para

solucionar a questão da educação dos filhos dos funcionários da

Comunidade do Carvão e do Aço, num espaço de ensino de

diversas línguas e culturas (Site IGEC, 2015). Atualmente, a IGEC

representa Portugal “nas estruturas de gestão e inspeção das

Escolas Europeias” (IGEC, 2014b, p. 61) e visa realizar inspeções

às EE (atendendo aos resultados e qualidade dos métodos de

ensino), garantir a tutela dos professores sob orientação da

governança nacional e garantir avaliações externas em consonância

com inspetores de outros países – a atividade ‘Whole School

Inspection’ (WSI).

Escolas Portuguesas no Estrangeiro

À IGEC atribui-se a realização de atividades inspetivas de auditoria

e avaliação às escolas portuguesas no estrangeiro, visando a

melhoria do funcionamento do ensino, no que respeita às

aprendizagens e resultados escolares dos alunos, à participação da

comunidade educativa no sistema escolar, à responsabilização da

escola (promovendo práticas de autoavaliação), ao cumprimento do

quadro legal vigente e à adequada gestão dos recursos financeiros,

humanos e patrimoniais (IGEC, 2014b).

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Cooperação com as Inspeções da Educação

dos Países Lusófonos

Com esta atividade, a IGEC pretende demonstrar o interesse em

preservar meios de comunicação e de informação com os Países

Lusófonos e igualmente assegurar a disponibilidade para participar

“nas áreas da qualificação e do reforço das competências dos

inspetores das Inspeções da Educação dos Países Lusófonos,

através da promoção de estágios e ações de formação, bem como da

divulgação de documentação informativa e formativa” (IGEC,

2014b, p. 63).

Projetos Internacionais

Trata-se de uma atividade de cooperação institucional, de formação

do pessoal da Inspeção e de construção de parcerias internacionais,

que tem como objetivo transmitir as atividades levadas a cabo pela

IGEC, reconhecendo a importância de trocar experiências e

conhecimentos, a nível internacional (Site IGEC, 2015)

Programa VII – Recursos

Humanos, Financeiros e

Patrimoniais

Formação e Qualificação dos Recursos

Humanos

No âmbito desta atividade, a IGEC proporciona ações de formação

nas suas áreas de intervenção, objetivando o aperfeiçoamento e

atualização das competências e capacidades profissionais de todos

os trabalhadores que a constituem (IGEC, 2014b).

Recursos Financeiros e Patrimoniais

Esta atividade pretende assegurar uma adequada e eficaz gestão e

administração dos recursos financeiros, logísticos e patrimoniais

que a IGEC dispõe (IGEC, 2014b).

Recursos Humanos

Alude à atividade que pretende garantir “a correção dos

procedimentos inerentes à gestão e administração dos recursos

humanos da IGEC (…) [assegurando] (…) a estabilidade

organizacional e (…) uma adequada aplicação dos recursos

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públicos” (IGEC, 2014b, p. 69).

Programa VIII – Sistemas

de Informação

Gestão de Sistemas de Informação

Atividade que assegura a gestão de quatro sistemas de informação:

1) o sistema utilizado pela IGEC – o GestIGEC – que constitui um

sistema operacional, de informação e de concretização das

atividades inspetivas e que se perspetiva a disponibilização de um

novo sistema GestIGEC, ainda a concretizar em 2015; 2) a Página

do Inspetor que dispõe de instrumentos e conteúdos que sustentam

a atividade inspetiva; 3) o e-Atendimento que constitui um serviço

de pedidos de informação e/ou documentação, reclamações ou

queixas e de comentários e/ou sugestões e 4) a Área Reservada às

Escolas, onde consideram “equacionar a possibilidade de

desenvolvimento da nova Área Reservada às Escolas,

disponibilizada na Internet” (IGEC, 2014b, p. 72).

Gestão da Infraestrutura Tecnológica

Assume a gestão das infraestruturas tecnológicas, dos meios

informáticos e dos recursos e acesso à rede em função da

adequação dos meios tecnológicos às “necessidades dos serviços e

que garantam a segurança, a confidencialidade e a integridade da

informação” (IGEC, 2014b, p. 73).

Programa XI –

Comunicação e

Publicações e Sítio Internet

Atividade que garante a difusão das várias atividades da IGEC e

disponibiliza serviços, informações e recursos a toda a comunidade

educativa, tanto a inspetores e demais colaboradores, como a

escolas e agentes educativos (IGEC, 2014b).

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Documentação

Contro de Documentação e Informação

(CDI) e Arquivo

Atividade que “assegura o apoio documental à ação inspetiva e à

investigação realizada no âmbito de atuação da IGEC” (IGEC,

2014b, p. 76).

Expediente

Atividade que assenta, essencialmente, na gestão de informação e

documentos da IGEC, como “a receção, o registo, a classificação, o

encaminhamento e a digitalização da correspondência recebida,

bem como a expedição da correspondência produzida pela IGEC,

via fax, via postal e enviada em mão” (IGEC, 2014b, p.77).

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Anexo 2 - Guião de Entrevistas E1, E2, E3 e E4

Entrevistados: Inspetores da ATI Sul (E1, E2, E3 e E4)

Objetivo Geral:

Caracterizar o perfil profissional do inspetor.

Blocos temáticos Objetivos específicos Formulário de perguntas/tópicos Notas

A

Legitimação da

entrevista

Legitimar a entrevista

Motivar o entrevistado

Informar o entrevistado sobre a temática e a

finalidade da entrevista.

Sublinhar a importância da participação do

entrevistado para o sucesso do trabalho.

Salientar o carácter restrito do uso das informações

concedidas.

Referir a disponibilidade para fornecer os

resultados do trabalho.

Pedir autorização para gravar a entrevista.

Proporcionar ao entrevistado um

ambiente que lhe permita estar à

vontade e falar livremente sobre

os seus pontos de vista.

B

Caracterização do

perfil profissional do

inspetor

Caracterizar a função

inspetiva e trabalho do

inspetor em função das

alterações do contexto

educativo

A função inspetiva e a figura do próprio inspetor

foram muito conotadas com autoritarismo,

fiscalização e controlo. Que alterações considera

que têm havido no modo de atuação da inspeção, e

consequentemente, do inspetor ao longo do tempo?

Perceber as alterações e

caracterizar a atuação do inspetor

ao longo dos tempos

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Identificar os papéis

desempenhados

Conhecer as competências

e conhecimentos

necessários para

desempenhar as suas

funções

Identificar os valores que

conduzem o trabalho dos

inspetores nas escolas

Saber as dimensões mais

valorizadas e presentes no

trabalho do inspetor

Desenvolve diversas atividades no âmbito dos

programas de Acompanhamento, Controlo e

Avaliação. Que papéis desempenha no momento

em que está em atividade nas escolas?

Que conhecimentos e competências utiliza para

desenvolver a sua atividade nas escolas?

Como sabemos, a missão da IGEC consiste em

assegurar a legalidade e controlar, auditar e

fiscalizar o funcionamento do sistema educativo.

Quais são os valores que elege como os mais

relevantes para conduzir o seu trabalho?

Que dimensões valoriza mais enquanto inspetor?

Saber os papéis nas diversas

atividades (observador,

interpelador, monitor, avaliador,

controlador, mediador etc.)

Saber que valores regem o

trabalho do inspetor nas diversas

atividades

Pedagógicas, administrativas,

éticas, sociais

C

Finalização da

Entrevista

Entender se pretende

acrescentar algum aspeto

que não tenha sido

abordado durante a

entrevista

Agradecer a sua

Deseja acrescentar algum aspeto que não tenha sido

contemplado nesta entrevista?

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colaboração.

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Anexo 3 – Protocolo de Entrevista E1

Entrevistado: Inspetor da IGEC (E1)

Entrevistadora: Soraia (S)

S: Em primeiro lugar queria salientar que esta entrevista é realizada no âmbito do

relatório de estágio do mestrado em Educação e Formação com especialização em

Organização e Gestão da Educação e da Formação. O principal objetivo desta entrevista

é caracterizar o perfil profissional do inspetor. Nesse sentido, reforço a importância da

sua participação para o desenvolvimento do meu trabalho, garantindo o anonimato e a

confidencialidade desta entrevista. Posso gravar a entrevista?

E1: Sim…

S: A função inspetiva e a figura do próprio inspetor foram muito conotadas com

autoritarismo, fiscalização e controlo. Que alterações considera que têm havido no

modo de atuação da inspeção, e consequentemente, do inspetor ao longo do tempo?

E1: Hum… pois a… é natural desde os finais… já nos inícios dos anos 90… finais dos

anos 90… nos finais dos anos 90 já houve uma alteração relativamente a essa questão

da inspeção ser um bocado conotada como uma organização fiscalizadora e só

fiscalizadora e de controlo. A… se bem que nos finais dos anos 90, a partir de 95,

talvez, a… mudou muita coisa… eu não estava na Inspeção a… na altura era professor e

portanto estava na escola era delegado de grupo a… e fui portanto intervencionado

numa ação de avaliação de escolas, nos primórdios, digamos assim, que a inspeção

começou a desenvolver a avaliação de escolas… era uma auditoria pedagógica, era

assim a designação, e portanto eu tive dois ou três dias com um profissional da inspeção

a… desenvolver, portanto, digamos que um trabalho a esse nível na escola e portanto

havia já nessa altura por parte da Inspeção no desenvolvimento dessa atividade uma

postura que não era fiscalizadora… era já uma postura diferente, portanto já estávamos

no fundo a… já se estava a verificar uma mudança a esse nível e isso também

acompanhada com as mudanças a nível das Ciências da Educação, não é? A… até

porque percebemos que em termos de evolução também se observava uma passagem do

estudo, em termos de estudos de caso e multi-casos, em termos da passagem da sala da

aula como centro que deixou de ser, mesmo em termos das Ciências da Educação, para

passar a ser não a sala de aula mas a escola, o objeto de estudo e portanto muita

investigação começou a ser feita a esse nível e eu penso que isso também influenciou a

inspeção no sentido de agir nas escolas com as escolas como organizações e sendo

também esse o objeto de estudo, no caso seria mais, objeto de a… de… para ajudar no

sentido de melhorar as condições da escola e portanto através da avaliação… a

avaliação numa perspetiva de melhorar a ação educativa, a prestação do serviço

educativo e consequentemente o trabalho dos docentes. E como professor ainda não

estava ligado à Inspeção nem na altura a… pensava em estar e portanto isso foi uma

experiência muito interessante a… que tive como professor e que não senti que a

Inspeção tivesse uma atitude fiscalizadora, pelo contrário, eu até estava a desenvolver

na altura uma investigação-ação no âmbito de uma pós-graduação em Ciências da

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Educação com o professor João Barroso, em 96 talvez 96… e portanto a… até essa

situação me ajudou, no fundo, a desenvolver um projeto, não é… porque eu estava a

desenvolver um projeto na escola enquanto docente e depois esse projeto… o

desenvolvimento desse projeto seria utilizado como a… objeto de avaliação na pós-

graduação através de um relatório, monografia… portanto isto para mostrar a partir de

metade dos anos 90, portanto a partir de 95, se… mesmo que olhemos para a área da

avaliação… avaliação de escolas desenvolvido pela Inspeção que eu acho que é a

atividade mais importante que pode mostrar… que efetivamente houve uma mudança

a… a… de uma perspetiva fiscalizadora e de controlo para uma perspetiva mais de

acompanhamento, de melhoria e preocupação em melhorar a escola sem ser através da

fiscalização, sem ser através do normativo, no fundo mas isso é uma perspetiva

pessoal… uma perspetiva muito pessoal, muito particular relativamente à Inspeção,

relativamente à educação e relativamente a… ao sistema educativo porque eu acho que

a Inspeção continua a ter atividades de fiscalização como obviamente e de controlo que

são… que são ligadas aos normativos, aos despachos, aos diplomas e que… como

garante, não é… em termos da execução desses mesmos normativos de forma que todos

a… portanto… a… que haja justiça e equidade, portanto, isso é a… Inspeção tem que

ter obviamente essa função, nomeadamente através da provedoria e portanto através da

ação disciplinar, não é… que é evidente que eu pessoalmente a… acho que a… não é

pela ação disciplinar que se melhora a escola, obviamente, mas a ação disciplinar é uma

consequência ou o último reduto no fundo para resolver uma situação. Portanto a

situação tem de ser resolvida de todas as maneiras, menos através da ação disciplinar,

mas quando não há outra hipótese, portanto, em termos de justiça há que desenvolver

esses procedimentos… então temos aqui um número de atividades que tem a ver com a

fiscalização e controlo e depois atividades que são atividades da ação disciplinar que

resultam também dessa fiscalização e controlo porque são agora as escolas que

desenvolvem os procedimentos disciplinares a… instaurados pelas escolas, como é

evidente… nós só desenvolvemos aqueles que são instaurados pelo Senhor Inspetor-

Geral e portanto que resultam da atividade inspetiva e portanto isso tem a ver com o

normativo. Depois temos aquilo que eu acho e isto é uma opinião muito pessoal… a… e

que sempre tentei influenciar a Inspeção nesse sentido como profissional por dentro, ou

seja, eu posso não concordar com muitas ações que foram feitas pela Inspeção,

pessoalmente, não quer dizer que esteja contra elas ou que não as execute, mas posso

não concordar e podia sair da Inspeção porque não concordava… tive exemplos de

colegas que fizeram estágio e que depois não continuaram porque não concordavam

com alguma ação da Inspeção… é um bocado também fundamentalismo, não é…

obviamente… mas as organizações podem ser mudadas por dentro não é… e é essa uma

perspetiva que eu sempre tive, uma perspetiva de através do meu contributo e

influenciando os outros mudar a organização para melhor não é mudar para pior… é

para mudar para melhor, portanto, esta é a opinião que eu tenho pessoal e que tem a ver

efetivamente com a questão normativa e conhecimento não é… e cada vez mais as

organizações têm que ser organizações do conhecimento a… e isso vem a ser feito

desde a… essa altura que eu referi, portanto a mudança da ação da Inspeção de uma

perspetiva fiscalizadora para um perspetiva do conhecimento, para uma perspetiva de

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melhorar através do conhecimento… não é regular porque a Inspeção não consegue

regular, aliás a regulação é multi e portanto é nacional, internacional, é… a regulação

é… nós não podemos alguma vez pensar que a Inspeção vai produzir uma regulação

seja do que for, não é… porque os atores são muitos e ainda bem, são múltiplos e

portanto a regulação é múltipla e portanto nós contribuímos… uma pequena

contribuição nesse aspeto… agora o que tem efetivamente e o que tem acontecido é

isso… mesmo em termos da história da avaliação de escolas, começando aí pela

auditoria pedagógica que eu referi, apanhado como professor não como inspetor…

depois quando vem a avaliação integrada com a professora Carmo Clímaco que era

Subinspetora-Geral no final dos anos 90 e depois 2000, 2001 e 2002 terminou com o

professor David Justino que acabou com a avaliação integrada, infelizmente, não foi

feita a todo o universo de escolas nacionais, não é… foi abortada quase no fim, mas o

que é facto é que a professora… a Doutora Carmo Clímaco foi uma broker, ou seja, ela

conseguiu fazer uma ligação permanente sempre entre agências de educação, entre o

conhecimento e a Inspeção. Isso foi conseguido um pouco por ela e com outros

colaboradores não é… ao nível das várias atividades que foram desenvolvidas, mesmo

quando acabou a avaliação integrada, depois houve outras atividades nomeadamente a

efetividade da autoavaliação de escolas que porque foi uma questão política, não é… a

avaliação integrada acabou por uma decisão política naquela altura não interessava ter

atividades de avaliação… não interessava politicamente ter atividades de avaliação, o

que é facto é que a Doutora Carmo Clímaco… professora Carmo Clímaco implementou

outras atividades com outra designação que eram atividades de avaliação, a aferição é

uma avaliação e portanto ela não desistia, a Inspeção não desistia em contribuir para a

melhoria das escolas do sistema educativo. E esta é uma perspetiva muito interessante,

é… é… aqui que tem que assentar que as organizações têm que evoluir e tem que se

tornar úteis. Se não for através do conhecimento, esta é a minha opinião, as

organizações morrem e acabam por portanto serem realmente vistas como organizações

fiscalizadoras. Eu não queria nunca pensar que a Inspeção deixasse de ter esta evolução

em termos progressivos a… sempre ligada ao conhecimento, não é… como aconteceu

depois… após a avaliação integrada e portanto as atividades de efetivadade da

autoavaliação que depois terminou em 2007 com a entrada da avaliação externa, 1.º

ciclo, e depois 2011/12 com a entrada da avaliação externa, 2.º ciclo. E agora estamos

numa zona de impasse, digamos assim, não sabemos muito bem o que é que vai

acontecer mas também temos estado de algum modo a trabalhar a… também no sentido

de a… não só desenvolver atividades que vão nesse sentido, no sentido do

conhecimento a… como é o caso não só da avaliação externa como as atividades de

acompanhamento e inclusivamente atividades de avaliação que ainda não estão,

digamos assim, a… completamente concebidas como a avaliação dos centros de

formação das associações de escolas e que portanto também estão ligadas ao

conhecimento e que na sua conceção cada vez mais temos que ter em consideração o

conhecimento que está no ensino superior, não é… portanto a… eu fiz parte do grupo de

trabalho do 2.º ciclo de avaliação externa e tínhamos a… dois professores a… ligados à

avaliação do ensino superior com conhecimentos que foram úteis na reformulação do

modelo do 1.º ciclo e portanto só assim é possível a conceção das atividades e portanto

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e também na própria formação dos inspetores… já tivemos um trabalho do qual eu

também fui formador para observação da prática letiva, no sentido de no futuro, se

assim o entenderem superiormente, introduzirem a observação da prática letiva na

avaliação externa dado que somos um dos três países na Europa que não tem observação

da prática letiva na avaliação externa. Eu não sei se me estou a alongar muito nesta

primeira questão… posso parar.

S: Desenvolve diversas atividades no âmbito dos programas de Acompanhamento,

Controlo e Avaliação. Que papéis desempenha no momento em que está em atividade

nas escolas?

E1: Eu neste momento e nos últimos dois anos e meio tenho estado a… efetivamente a

desenvolver atividades, menos de acompanhamento, a… se bem também que tenho

desenvolvido nas Ciências Experimentais, que é uma atividade de acompanhamento,

depois de controlo, mas isso todos desenvolvem a… porque nomeadamente na

Organização do Ano Letivo que é uma atividade que implica quase todos os inspetores

no início do ano a… e a… avaliação mas fundamentalmente avaliação e depois também

faço alguma infelizmente ação disciplinar, averiguações mais nessa índole, mas seja

qual for a atividade que eu faça, eu ponho sempre um cunho, isso parece às vezes um

pouco estranho ou difícil de interpretar, um cunho pedagógico. Mesmo que faça uma

averiguação a… dou comigo muitas… dou conta muitas vezes de estar a falar com as

escolas sobre a… como é que a… fazem a aprendizagem das crianças, se for a um

jardim-de-infância ou como é que se faz a aprendizagem dos aluno, se tiver numa escola

com ensino… o importante fundamentalmente é essa é… a minha maneira de agir, não

é… claro que o cerne do trabalho é aquele mas a… podemos sempre a… desenvolvê-lo

de forma a… conseguir ser útil à organização… à escola neste caso. O fundamental, o

mais importante é isso. É realmente ser útil.

S: Então alguns dos papéis que podemos dizer desempenha neste caso é observador…

interpelador, nas suas atividades…

E1: Sim, sou muito observador… a… e realmente obviamente tenho que interpretar

aquilo que observo e depois mesmo que aquilo que observo não tem a ver com o

trabalho que estou a desenvolver, se isso… for… importante a… após fazer essa

interpretação a… posso fazer alguma intervenção no sentido de a… perceber se aquilo

que interpretei após a observação realmente está correto, se é aquilo que se está a passar

e se realmente a organização necessita de alguma apoio relativamente a isso. Portanto

esta questão é efetivamente fundamental porque a… eu já pessoalmente sou observador

a… de alguma tendência sem ser por a… inspetor, por ser profissional da educação, que

é assim também que me considero… a… sou muito observador e portanto a… sempre

fui… claro que a… no desenvolvimento profissional do inspetor a observação é

fundamental, mas é claro que também temos que ter algum cuidado para não fazer

depois más interpretações (risos) e portanto é esse cuidado tem que ser depois… resulta

de um trabalho que é feito através do diálogo, não é… portanto encontrar respostas

para… de forma a fundamentar e a perceber o que é que se passa no sentido de agir para

não prejudicar nem a organização nem as pessoas, porque as pessoas que estão nas

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escolas a… temos que pensar sempre que são pessoas inteligentes e são pessoas com

conhecimento, às vezes com mais que nós… há pessoas nas escolas que têm mais

conhecimento que nós inspetores (risos) e portanto temos que ter sempre essa… temos

que pôr isso sempre em causa, não é… e portanto o que eu acho que é mais importante é

a observação e a interpretação ideal com a escola sempre no sentido de postura de

respeito mútuo, consideração mútua… porque eu não sou nem mais nem menos

profissional do que o profissional que está na escola e portanto temos de respeitar

muito… o professor, o aluno, o auxiliar… não é assim que se chama… o assistente

operacional, e portanto porque são profissionais importantíssimos, e portanto se essa

postura, se o inspetor ou seja qual for o profissional que tiver essa postura de

observação, de interpretação, de diálogo, de a… apoiar, de agir no sentido de a…

portanto melhorar as condições a… ou pelo menos dar algum… alguma… algum

feedback no sentido de aqueles profissionais saberem como é que podem… ou o que é

que têm à sua disposição para conseguir agir e melhorar as condições da escola, não é…

porque aqueles alunos, aquela escola, seja qual for a escola são nossos alunos e…

portanto são alunos a… do pais, são alunos do sistema educativo e que nós pretendemos

é que haja sucesso, não é… e pouca retenção (risos). Eu não sei… veja se há alguma

questão que queira aprofundar…

Entrevistadora: Sim… (risos). Que conhecimentos e competências utiliza para

desenvolver a sua atividade nas escolas?

E1: Eu utilizo, quer dizer, vamos lá ver… em termos de competências eu utilizo todas

as minhas competências a… todas aquelas que fui adquirindo ou desenvolvendo ao

longo da minha vida profissional, mesmo quando a… desenvolvi profissões que não era

de docente. Umas das coisas que é cada vez mais mas já também a partir dos finais do

anos 90 a… se começou a considerar nos currículos não só para professores mas outros

profissionais, aquando da contratação por exemplo nos privados… nos públicos nem

sempre se faz isso tipo de contratação a… mas eu lembro-me que também tive no

privado como professor e fui diretor pedagógico e lembro-me que tínhamos em conta

nos currículos dos professores que admitíamos se esses professores tinham feito

voluntariado, se esses professores tinham feito outras coisas para além de estar na

escola, porque se nós olharmos para alguns professores a… eles fizeram o secundário

(risos) depois entraram na faculdade e depois foram para a escola, não é… e na

verdade… é muito importante que os alunos se relacionem com profissionais que

tenham uma abrangência e uma experiência muito grande. É claro que é uma

experiência de… experiência que pode ser de alguns anos ou de muitos anos, pode ser

diversificada e realmente eu desde empregado de café, balcão, vendedor… fiz essas

coisas todas, mesmo quando andava a estudar na faculdade e portanto a… todas essas

competências que adquiri vem-me servindo. Depois também tenho um curso que foi

feito pela área da saúde, porque sou farmacêutico, inscrito na ordem e com carteira

profissional e portanto também exerci e também tive uma atividade a nível de

laboratório veterinário e portanto todas essas competências que fui, digamos assim,

adquirindo ou desenvolvendo ao longo da minha vida… depois também como

professor, não é… e como professor também a… desenvolvi muitas atividades não só

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dentro da sala de aula mas também em outros planos nomeadamente na área da

sexualidade, da educação sexual para poder aplicar… fui pioneiro em 1980 quando saiu

a primeira lei da educação sexual nas escolas e portanto com a associação do

planeamento familiar, portanto fiz formação como formador, desenvolvi projetos em

escolas nessas áreas e portanto depois como disse a… portanto recorri ao ensino

superior também para fazer uma pós-graduação com o professor João Barroso ainda não

era mestrado… depois continuei ainda para mestrado… não interessa se é mestrado o

que é… mas sempre a… toda a formação que fiz foi sempre sendo feito de forma a

adequá-la aquilo que era a… os meus objetivos profissionais e aquilo que eu gostava,

mas também onde estava que necessitava de determinados conhecimentos para que

pudesse evoluir. Portanto há aqui dois… duas grandes áreas em termos do

desenvolvimento de competências que tem a ver com aquelas que são necessárias à

organização, onde eu me encontro e se estiver na associação de planeamento familiar é

essas competências que são da ordem da saúde, do planeamento familiar, da

sexualidade… se estiver num privado, num colégio que tenha jardim-de-infância, por

exemplo, 1.º e 2.º ciclo, e se for diretor pedagógico tenho que ter competências a esse

nível para orientar o conselho pedagógico, para desenvolver planos de atividades para

aqueles alunos, não é… e portanto todas essas competências foram sempre sendo

adquiridas e portanto quando cheguei aqui à Inspeção já tinha… eu entrei em 2000, já

tinha 20 anos de serviço disto tudo. E portanto como eu estava a dizer é muito

importante não é o número de anos, porque estes 20 que eu estou a dizer podiam ser 20

vezes um, como diz o professor… o nosso candidato a presidente da república… o…

ajude… agora não me estou a lembrar… o professor…

S: Professor Nóvoa, não é?

E1: O professor António Nóvoa.

S: Exatamente.

E1: Já o ouvi várias vezes dar este exemplo que é aquela pessoa que diz “ah eu tenho

muitos anos de serviço”; “então e quantos anos tens de serviço”; “tenho 20 ou 30 anos

de serviço”; “então mas é 20 anos de experiência ou é 20 vezes um ano de experiência,

não é?. Portanto efetivamente as competências que utilizamos não aparecem assim por

obra e graça… tem que haver trabalho, não é… e tem que haver a procura do

conhecimento e eu pessoalmente sempre fui fazendo isso, não é?... de acordo com

aquilo que eram os meus interesses em termos profissionais e daqueles… e dos

interesses que são os interesses da organização, portanto aqui na Inspeção é… e

realmente a atividade inspetiva a… que abrange tudo… a atividade inspetiva é o

controlo, é a fiscalização, é a avaliação, é o acompanhamento é tudo… a… é muito

diversificada e é importante que os profissionais, ou seria importante eu não sei se isto é

verdade, todos os inspetores nem sei se eu tenho se eu como inspetor tenho as

qualidades que devia ter (risos) terei algumas, mas foi sempre essa não só a minha

preocupação e a minha ação. Portanto nesse sentido sempre procurei o conhecimento e

sempre a… quando a… desenvolvo a minha atividade profissional tento utilizar todas

essas competências que venho desenvolvendo ao longo do curso, como disse a… para

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desenvolver essas atividades e cada vez acho que é mais importante a… esta história do

conhecimento e a questão das relações interpessoais… cada vez acho que é mais

importante a questão dos valores porque estamos muito mal em termos de valores e

acho que é fundamental, às vezes é mais importante em determinadas circunstâncias

falar com as pessoas a… falar de valores com elas, de atitudes, de melhorar muitas

vezes o estado de espírito ou psicológico das pessoas porque muitas vezes os

profissionais estão muito a… estão muito… estão desgostosos, não estão motivados,

está a ver? E eu fico altamente triste, desesperado quando a… chego a alguma escola e

há ali professores que estão desmotivados… porque não é possível motivar alunos com

professores desmotivados… mas os professores não têm culpa, não estou a dizer com

isto que as pessoas têm culpa… são as circunstâncias. Essas competências que um

profissional da inspeção também tem que ter e que são competências voltadas para as

relações interpessoais, para os valores são também fundamentais. Não é só saber o que

diz o normativo, não é?... eu tento sempre, por exemplo, em averiguações resolver as

situações e às vezes nem é preciso normativo… pode parecer um bocado estranho, mas

não é… eu tenho tido até ultimamente situações de… sei lá com… pais, não interessa

não vou dizer onde é que se passou, não é?... mas é genérico que os pais por exemplo

não queriam deixar os filhos irem fazer a prova de aferição, estavam zangados com a

escola porque a professora X ou Y e não tinha preparado bem os alunos e não tinha sido

resolvido o problema, fizeram uma queixa e não queriam deixar os filhos irem fazer a

prova de aferição… e eu fui lá e falei com as pessoas. O que é que eu fiz? Fui fazer uma

averiguação, podia ter ido ver os factos e dizer “pois de facto tendo em conta o

normativo, proponho isto e aquilo e tal e pronto e… não é?... mas não o que eu fiz foi

sentar as pessoas, os pais, o diretor na mesa e falar sobre aquilo e resolver-se… como é

que podemos resolver isto… então vamos resolver isto, há aqui um compromisso de

parte a parte e consegui… portanto as pessoas comprometeram-se cada uma delas com

aquilo que era possível… as pessoas perceberam que para o diretor só era possível fazer

aquilo, para os pais era possível aceitar aquele compromisso e os pais também se

comprometeram e os filhos foram fazer a prova de aferição. Portanto, e não foi

preciso… a… como é que poderei dizer… ameaçá-los com o normativo, não é…

portanto estas competências em acho que às vezes são mais importantes mesmo na

avaliação externa, a postura do avaliador quando avalia, quando entrevista nos grupos

a… a sua postura na escola é fundamental para a escola assentar os resultados da

avaliação porque se for uma postura a… de… mais de eu estou aqui e eu é que sei, não

é… e portanto se isto está tem que fazer assim a… ou uma postura que faça com que a

escola reaja negativamente nunca vai aceitar os resultados de uma avaliação externa,

por exemplo. E isso não tem interesse nenhum, não é?.... portanto em qualquer atividade

as competências que o inspetor deve usar são as competências ligadas não só do

conhecimento que deve ter do normativo ou o conhecimento que tem de ter em termos

da área em causa, pode ser das Ciências da Educação, pode ser das áreas das disciplinas,

não é… ou seja qual for, são fundamentais essas competências… obviamente… mas

essas competências de saber agir, de saber relacionar, das relações interpessoais são

também muito importantes… eu não sei se até são mais importantes, porque são elas o

veiculo das outras, não é? Senão, não tem consequências. Eu chego lá e faço uma

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avaliação externa… produzo um relatório que obriga a escola a produzir um plano de

melhoria e a escola… e… e… eu vou lá faço as entrevistas, produzo o relatório a…

digo quais são as áreas a melhorar ou diz a equipa a… escola faz o plano, mas depois

isso pode não ter consequência nenhuma, não é?... e portanto é importante que isso se

faça de tal maneira que se crie empatia com a escola. Eu tive escolas em que… a… no

1.º ciclo de avaliação que tiveram a nota mais baixa em termos positivos,

suficiente…insuficiente… eram cinco domínios… e a escola depois convidou-me para

lá ir assistir a um concerto de violinos dos alunos e depois disse-me: “olhe nós

realmente tivemos resultados muito baixos, mas era isso que nós merecíamos porque foi

justo”, está a ver? A… e isto é que é importante porque a… neste caso o importante é

que a equipa, seja da avaliação, estou a falar da avaliação externa que é mais fácil, seja

qual for a atividade, neste profissão, que é uma profissão que as escolas têm a… dão

uma grande importância a… porque é a Inspeção é o inspetor, há esta perspetiva ainda

por muito que se diga que não, e é verdade… realmente não tem nada a ver mesmo

quando eu vim para cá em 2000, agora mesmo antes, com pessoas com que fui falando

a… efetivamente essa já não é a postura da generalidade dos inspetores… não quer

dizer que não haja alguma situação… a… mas a… as escolas dão uma grande

importância… atendem muito realmente a esta organização, portanto esta organização

tem que ter muito cuidado nas suas intervenções nas escolas, na forma como se

relaciona com as escolas, na empatia que cria porque ela depois pode ter boas

consequências e é essas boas competências que nós pretendemos, não é?... Portanto, não

sei se respondi à pergunta…

S: Sim… Como sabemos, a missão da IGEC consiste em assegurar a legalidade e

controlar, auditar e fiscalizar o funcionamento do sistema educativo. E por falar em

valores, quais são os valores que elege como os mais relevantes para conduzir o seu

trabalho, além daqueles já referiu na pergunta anterior?

E1: Há três valores que eu acho fundamentais que é: a justiça, a liberdade e a

democracia. São esses três. Depois há aqueles todos: o respeito a lealdade. Uma vez

puseram-me essa questão a… nunca me esqueço, até foi a professora Carmo Clímaco

numa conferência que fizemos na ESE em Lisboa na… por via até da avaliação

integrada. A… portanto conferências de formação sobre a avaliação a… na altura era a

avaliação integrada e a Carmo com quem eu sempre trabalhei e estou bastante ligado

a… disse… disse-nos: “ponham num papelinho o valor que considera mais importante”

e eu na altura pus lealdade e eu acho que é fundamental, a lealdade. Lealdade

relativamente a nós próprios, lealdade por exemplo relativamente a si, que me está aqui

a fazer esta entrevista, a… lealdade relativamente aos colegas e lealdade relativamente

às organizações com quem contactamos e ao sistema educativo e à tutela. Portanto é

fundamental. Depois estes valores que eu falei são muito importantes, a questão da

democracia, da justiça e da liberdade, são aqueles que elejo como os mais importantes,

em termos digamos da minha vida e portanto não se desliga da minha vida profissional.

A… depois há todos os outros valores, mas esses são os valores normais, não é? (risos)

o respeito, a honestidade… não é?... esses são normais… mas aquele… a democracia…

e quem me ajudou a perceber isto foi alguém que eu ainda considero um mentor que foi

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Rúben Cabral, que é um homem já com muita idade e foi meu formador em duas

graduações a… e que falava também destes valores: da justiça, da democracia e da

liberdade e precisamente por esta ordem, ele explicava isso… é muito interessante… é

um homem com uma visão extraordinária, no final dos anos 90 já elegia o mandarim

como língua e que agora nos últimos anos tem aparecido… e eu lembro-me porque

nessa altura também achei… o mandarim, porque não? Estamos a falar em 97/96 e que

ele dizia: “mandarim é fundamental” e depois eu mais tarde, fui sabendo isso… ia às

escolas e perguntava: “ então e porque não o mandarim?” Isto já em 2007/08 e olhavam

assim para mim de lado: “Mandarim? Mas porquê o Mandarim...” foi também muito

importante.

S: Falou-me na dimensão pedagógica que valoriza enquanto inspetor em todas as

atividades. Que outras dimensões valoriza enquanto inspetor? Pode abordar também a

pedagógica… claro!

E1: Claro… eu acho que já falei delas todas… porque tem a ver com a dimensão… a

questão do conhecimento e a questão dos valores. Eu acho que só essas dimensões… e a

questão dos valores e das relações interpessoais a… e cada vez mais os valores e isto

porque nada está desligado, claro. Repare se olharmos para as pessoas como a…

como… uma pessoa e se olharmos depois para o pais ou para a Europa nós vemos uma

Europa com muita falta de valores a… basta olhar para a forma como estão a ser

tratados os refugiados a… e… a… só olharmos um pouco mais micro, para a questão da

pessoa… nós vemos que as pessoas também estão um pouco desligadas dos valores,

porque a… estão muito isoladas… apesar de terem um telemóvel todos os anos, um

smartphone terem tudo. Mas eu assisto muitas vezes isto já é comum dizer isto… já

começa a ser vulgar dizer. Vou ao restaurante e vejo famílias todas tão ali, às vezes três,

quatro, cinco e cada um está com o seu telemóvel e não falam uns com os outros, a… é

claro que isto também tem a importância que tem não é… poderão relacionar-se noutras

circunstâncias. A questão tem a ver também com a… o individualismo e não ajudar os

outros, está a ver?. Eu acho que isso está relacionado também o facto de as pessoas

estarem muito isoladas, apesar de ser muito global, em termos de internet e em termos

portanto de toda essa tecnologia, a… há uma grande também a nível individual uma

grande dificuldade das pessoas se relacionarem umas com as outras e se ajudarem,

portanto ajuda mútua e isso é uma dimensão a desenvolver… porque isso também… se

nós… tomarmos atenção a esta dimensão que é uma dimensão diria se calhar mais

humana eu não sou a sociologia mas diria, nem da psicologia, nem da psiquiatria, mas

diria que é uma dimensão talvez mais humana e que se vê nas escolas. Vamos lá ver os

professores a maior parte das vezes dão aulas para a turma como sendo uma turma fosse

um aluno, certo? Não há diferenciação pedagógica, por exemplo, há pouco. Dar a cada

aluno aquilo que quer… precisa…

S: Sim…

E1:A… e portanto as tentativas são sempre de homogeneizar os grupos ou tornando as

turmas, por exemplo, que é horrível, turma nível ou retirando grupos eventualmente

alunos de proficiência iguais ou semelhantes que vão constituir um grupo de forma a

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que aquele professor continue a dar àquele como se aquele fosse um aluno. Portanto a

procura é sempre… mas se formos a ver e se observarmos bem isto tem a ver com esta

dimensão humana, porque as pessoas não se relacionam. O professor tem que trabalhar

de forma colaborativa… é impossível trabalhar e planear diferenciação pedagógica e

intencional, não é aquela que se improvisa na sala, todos os professores conseguem

fazer muito bem… andam a saltar de lugar em lugar a explicar aos alunos as dúvidas, só

um professor ou dois quando faz coadjuvação e os alunos são trinta… se calhar é muito

difícil conseguir chegar a todos naquela hora. Ora bem por isso, isso obriga ao trabalho

colaborativo, ora se as pessoas estão isoladas, se não trabalham colaborativamente por

as mais variadas razão… razões, mas até podiam colaborar colaborativamente,

utilizando a tecnologia, mas muitas vezes não… se nós olharmos para o número de

produtos tecnológicos que entraram na escola nos últimos anos, a maior parte deles foi

muito pouco usada, por exemplo quadro interativos etc… não é?.... Porquê? Também

por causa disso… produzir conteúdos com os quadros interativos, um professor sozinho

não consegue produzir conteúdos para os diferentes níveis de ensino que leciona, é

impossível… tem que trabalhar colaborativamente. Portanto esta dimensão humana não

sei se posso chamá-la assim, chamem-lhe o que quiserem, a questão dos valores, a

questão das relações, a questão humana, volta a falar na questão, nas questões das

relações interpessoais que é fundamental, não é… porque isso tem proporções a todos

estes níveis, desde a pessoa até ao pais e como falámos na questão da Europa e do

Mundo. E depois vemos o Trump pode ser presidente dos Estados Unidos, isto é uma

coisa quase impensável, se há uns anos atrás ouvíssemos falar daquele senhor… não

tenho nada contra o senhor, como é evidente ou vemos o que acontece na Síria, na

Turquia agora, ou vemos o que acontece com os refugiados que morrem que lhes dão

coletes que não funcionam e que… portanto isto é uma dimensão… eu acho que é a

mais importante é a vida humana. Parece que isto não tem nada a ver com a Inspeção

mas tem (risos).

S: Sim… Deseja acrescentar algum aspeto que não tenha sido contemplado nesta

entrevista?

E1: Não, a não ser que me queira perguntar algum aspeto (risos) que diga que eu não

tivesse dito…

S: Não (risos)… acho que não.

S: Muito obrigada pela entrevista.

E1: Muito bem… então desejo muito sucesso pela sua vida, está bem?

S: Muito obrigada.

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Anexo 4 – Protocolo de Entrevista E2

Entrevistada: Inspetora da IGEC (E2)

Entrevistadora: Soraia (S)

S: Em primeiro lugar queria salientar que esta entrevista é realizada no âmbito do

relatório de estágio do mestrado em Educação e Formação com especialização em

Organização e Gestão da Educação e da Formação. O principal objetivo desta entrevista

é caracterizar o perfil profissional do inspetor. Nesse sentido, reforço a importância da

sua participação para o desenvolvimento do meu trabalho, garantindo o anonimato e a

confidencialidade desta entrevista. Posso gravar, então, esta entrevista?

E2: Pode.

S: A função inspetiva e a figura do próprio inspetor foram muito conotadas com

autoritarismo, fiscalização e controlo. Que alterações considera que têm havido no

modo de atuação da inspeção, e consequentemente, do inspetor ao longo do tempo?

E2: A… penso que essa imagem está cada vez mais a ser dissipada, ainda que existem

efetivamente algumas pessoas ainda que quando se fala em inspeção a… pensam a

inspeção enquanto uma… um serviço de controlo puro e simplesmente. No entanto,

quem conhece as atividades da Inspeção sabe que para além do controle existem muitas

outras, nomeadamente as de acompanhamento, as de avaliação e que se têm um âmbito

totalmente diferente. Ainda assim mesmo as de controlo são desenvolvidas sempre

numa perspetiva de a… esclarecimento e de apoio às instituições, às escolas neste caso,

ainda que penso que efetivamente essa imagem, portanto, tem vindo a desvanecer-se ao

longo dos tempos, em particular junto daqueles que já contactaram com atividades

inspetivas. Pode ainda existir essa imagem mais de, portanto, as pessoas que não

contactam diretamente com os inspetores e com a Inspeção, quem trabalha com a

Inspeção mais diretamente, quem tem conhecimento das atividades, quem já colaborou,

portanto, com equipas da Inspeção quando estão em escolas, naturalmente que já

desvaneceu essa imagem.

S: Desenvolve diversas atividades no âmbito dos programas de Acompanhamento,

Controlo e Avaliação. Que papéis desempenha no momento em que está em atividade

nas escolas?

E2: O papel é sempre o do inspetor, obviamente. Apesar de naturalmente quando

estamos em atividade de avaliação, estamos como avaliadores… mas lá está voltamos

ao início, se na Inspeção tem subjacente determinadas funções e objetivos, portanto não

sendo só a… atividade de controlo a… o inspetor também quando vai desenvolver

determinado tipo de atividade tem que se adequar ou adequar as suas… a sua ação aos

objetivos da atividade daí que tenha um determinado tipo de relação no âmbito das

atividades de controlo, uma atuação diferente nas de avaliação e a… e um papel

diferente nas de acompanhamento e isto de acordo com os objetivos de… de… cada

atividade. Não sei se estou a responder bem…

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S: Sim, pode só dar exemplos dos papéis, por exemplo, para a atividade de

acompanhamento e de avaliação…

E2: De acompanhamento e mesmo dentro das atividades de acompanhamento elas são

especializadas em aspetos específicos como deve saber existem atividades de

acompanhamento…

S: Sim, sim.

E2: De… as chamadas de ação educativa, as atividades de acompanhamento da… no

âmbito da educação especial, atividades de acompanhamento das IPSS. Aquelas que eu

conheço melhor são as de acompanhamento das IPSS, dizemos IPSS mas é da Rede

Privada da… da… Educação Pré-Escolar e aí o que é que se pretende é conhecer, por

um lado neste âmbito, o que é que acontece? São instituições que durante muitos anos e

até muitas nunca tiveram uma visita, nenhuma ação, nenhum acompanhamento, lá está,

de uma instituição de… inspeção… O que é que se pretende? É numa primeira fase

conhecer a forma como a… instituição está a trabalhar no âmbito daquilo que é

esperado, de acordo com o que é esperado para a Educação Pré-Escolar, naturalmente…

a… como é que desenvolvem o trabalho, como é que os educadores a… planificam e se

organizam em termos da instituição, qual é a dinâmica da instituição, por outro lado…

numa primeira fase conhecer o seu trabalho e obviamente deixar algum… transmitir

algum aspetos… identificar digamos assim aspetos em que a instituição tem que

melhorar nos diversos aspetos, seja no planeamento, seja na ação, seja na avaliação, etc.

Portanto deixar um relatório e o objetivo é também transmitir oralmente obviamente

aos… às pessoas que trabalham nesta instituição os aspetos que devem melhorar e que

têm de ser melhorados e… a… havendo depois uma segunda fase em que vamos…

voltamos à instituição, no sentido de perceber qual foi a evolução, o que é que já

aconteceu, se houve ou não evolução… a… é nesse aspeto, ou seja, enquanto outras

atividades de controlo simplesmente vai se lá identificar se as escolas ou instituições

estão a cumprir o que está previsto nos normativos, ali é na de acompanhamento é uma

atividade diferente porque não puro e simplesmente registar isto não está de acordo com

os normativos é sim há estes aspetos que embora não estando a contrariar o normativo,

mas pode ser mais bem trabalhado.

S: O papel, por exemplo de mediador e monitor está presente neste caso nesta

atividade…

E2: É difícil dizer-lhe… encontrar correspondência com a palavra monitor ou…

S: mediador, neste caso…

E2: neste caso as palavras têm significados sempre muito diferentes… mediador seria

mediar entre alguém, estar ali, o que podemos entender enquanto mediador… aquilo

que está determinado e o que é esperado que se faça, mediar sim mas mediar num

sentido de mais de apoio… de apoio à instituição que, no caso do acompanhamento

destas instituições das IPSS o que as instituições consideram é que têm alguma falta de

apoio lá está, no sentido de às vezes fazem assim porque ninguém lhes fez ver… como

sabe um olhar externo as pessoas numa instituição entram em determinadas rotinas e

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depois dificilmente às vezes internamente têm dificuldade em identificar aspetos que

podem ser melhorados. A nossa função é exatamente essa, é chamá-los à atenção, é

demonstrar-lhes que estão a fazer assim mas há outras formas, deverão procurar outras

estratégias para que a… o vosso trabalho possa ser mais eficaz e corresponder aquilo

que efetivamente está a ser esperado, portanto digamos que é mais um amigo crítico, se

calhar o que corresponderia mais… um amigo crítico no sentido de um olhar externo

diferente que não vai lá para a avaliar ou para identificar apenas uns erros mas vais sim

para chamar a atenção para aqueles aspetos que podem… devem…podem melhorar e

devem melhorar o seu trabalho.

S: Que conhecimentos e competências utiliza para desenvolver a sua atividade nas

escolas?

E2: Que conhecimentos e competências? A… têm que ser muitos aqui… e vamos

buscá-los a muitos aspetos. Desde logo a nossa formação inicial, não é… depois toda a

outra formação que fomos… adquirindo ao longo do nosso trajeto profissional, não é…

deve perceber esta função ou esta nossa ação de inspeção a… solicita-nos diversos

conhecimentos, portanto sejam eles conhecimentos dos normativos legais, desde logo,

sejam eles a leitura de muita autoformação, digamos assim, muita leitura, a… também

procurar trabalhos que saindo… sendo desenvolvidos sobre aspetos que nos interessam

e sobre os quais trabalhamos e para além disso também, como é óbvio, a formação

interna que nos é dada relativamente a cada atividade, não é… portanto através dessa

discussão interna, com os coordenadores das atividades ou com outros colegas que estão

a desenvolver as mesmas atividades vamos aferindo procedimentos e critérios e

portanto são todos esses conhecimentos, ou seja, formação inicial.

S: E competências?

E2: As que considero mais importantes são… para além dos conhecimentos… as

competências… a… a… ter facilidade de relacionamento com as pessoas, saber

transmitir a oralidade, ou seja, o saber… identificar as situações de forma clara e

objetiva de forma a poder transmiti-las aos nossos interlocutores. Depois é adequar

também a… nossa forma de agir consoante os espaços onde estamos, porque estamos

desde educação pré-escolar até ao ensino secundário. Há situações diversas, há

interlocutores diferentes também temos que adequar a nossa intervenção quando

estamos a… a… relacionar-nos com diretores de uma escola ou de outra instituição

qualquer, ou com um encarregado de educação ou com um aluno, não é? E portanto isso

tem que ser adequado, não é? A nossa atuação tem de ser adequada mediante os

interlocutores com quem estamos a… interagir e também com os objetivos da nossa

função daquele momento, não é? Tudo isto tem que ser bastante gerido, mas em termos

relacionais, acho que é fundamental.

S: Como sabemos, a missão da IGEC consiste em assegurar a legalidade e controlar,

auditar e fiscalizar o funcionamento do sistema educativo. Quais são os valores que

elege como os mais relevantes para conduzir o seu trabalho?

E2: Pode repetir aquilo que disse?

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S: A questão tem a ver pronto com a missão da Inspeção, tendo em conta a missão da

inspeção, que valores é que elege para conduzir o seu trabalho?

E2: Garantir… tentar… ia dizer garantir mas isso é sempre difícil (risos) de ter a certeza

de que acontece mas é fazer os possíveis para ver garantida a equidade do serviço de

educação, a… a qualidade do serviço que prestada às escolas, portanto tendo em conta

obviamente em primeiro lugar os alunos e as crianças que são o alvo de… do trabalho

das escolas. Portanto é no sentido efetivamente que eles tenham o melhor serviço de…

educação porque têm direito a isso.

S: E que dimensões valoriza mais enquanto inspetora?

S:Dimensões, por exemplo, pedagógicas, administrativas, éticas… portanto neste

leque… já que desenvolve atividades de todos programas anteriormente referidos…

E2: Mas… a… é assim todas elas são importantes não é? Mas hum… é difícil de eleger,

porque acho que se uma falha… a… as outras também não podem funcionar bem, não

é?. Tem que haver sempre um trabalho em que pedagogicamente as coisas funcionem

bem, não é? Tem que haver ética profissional e para a… e só assim é que se consegue

portanto que o trabalho desenvolvido seja de qualidade. Portanto acho que não elegeria

nenhuma, devem estar todas na mesma dimensão e funcionarem em conjunto para que

tudo funcione bem.

S: Deseja acrescentar algum aspeto que não tenha sido contemplado nesta entrevista?

E2: Digo-lhe que espero que o seu trabalho contribua também para que as pessoas

percebam que aquilo que começou… pronto que a inspeção não é só fiscalização e… é

muito mais do que isso e que efetivamente existe para… um objetivo final que é a

qualidade da prestação do serviço educativo para que os alunos tenham efetivamente

a… a oferta de qualidade que lhes proporcione a… uma… vida futura de qualidade,

porque só com boas escolas, bons professores e bons alunos é que um país pode evoluir

(risos). É esse o objetivo final do nosso trabalho, penso eu ou acho eu.

S: Queria então agradecer a sua colaboração, obrigada.

E2: Tá Soraia, obrigada.

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Anexo 5 – Protocolo de Entrevista E3

Entrevistada: Inspetora da IGEC (E3)

Entrevistadora: Soraia (S)

S: Em primeiro lugar queria salientar que esta entrevista é realizada no âmbito do

relatório de estágio do mestrado em Educação e Formação com especialização em

Organização e Gestão da Educação e da Formação. O principal objetivo desta entrevista

é caracterizar o perfil profissional do inspetor. Nesse sentido, reforço a importância da

sua participação para o desenvolvimento do meu trabalho, garantindo o anonimato e a

confidencialidade desta entrevista. Posso gravar?

E3: Claro que sim.

S: A função inspetiva e a figura do próprio inspetor foram muito conotadas com

autoritarismo, fiscalização e controlo. Que alterações considera que têm havido no

modo de atuação da inspeção, e consequentemente, do inspetor ao longo do tempo?

E3: Sim é verdade e as escolas ainda têm um pouco essa ideia, não é? Que a inspeção é

só fiscalizar, é só auditar e é só controlar, há uns anos a esta parte e nomeadamente com

a… a… atividade de… avaliação externa e agora mais recentemente a atividade de

acompanhamento da ação educativa, em particular, eu penso que essa ideia se está a

alterar a… porque na verdade avaliar uma escola sem a mobilizar a… para a melhoria,

não é… sem um pendor pedagógico, não é… não tem qualquer consequência alguma e

portanto a avaliação externa tem que ter essa vertente, não só de avaliar, mas de avaliar

para levar a que a… haja alterações de práticas e portanto as equipas inspetivas quando

vão para o terreno, penso que na generalidade vão a… com essa ideia, não é… de que

não se pode ter uma atitude… só de controlo ou de verificação daquilo que está correto

ou não, mas há que a… há que negociar também com a escola outras perspetivas

pedagógicas e de liderança, no caso de se encontrarem escolas menos bem estruturadas

a esse nível. A… depois a atividade de acompanhamento da ação educativa, eu acho que

foi completamente disruptiva, portanto é uma atividade recente na Inspeção que é um

pouquinho sequencial à avaliação externa que informa de uma metodologia a… de uma

metodologia que nós até costumamos dizer sem rede, porque não há propriamente um

figurino, há um roteiro é verdade, mas depois em cada escola… a… e são as escolas que

tiverem menos boas classificações na avaliação externa a… são identificadas as

principais fragilidades e dessas fragilidades que… que poderão ter sido identificadas

quer pelo diagnóstico interno, quer pelo diagnóstico externo, nomeadamente o relatório

de avaliação externa… dessas fragilidades são priorizadas a… equipa inspetiva dialoga

com a escola numa primeira intervenção e são priorizadas as …exatamente as principais

fragilidades, sobre as quais se vai conceber um programa de acompanhamento… um

programa de acompanhamento que é definido por áreas de intervenção a… por… por

objetivos, por metas, por indicadores de medida a… e tem responsáveis… têm

interlocutores que são responsáveis pela aplicação dessas atividades a… e depois… a…

portanto numa primeira intervenção é feito esse programa de acompanhamento, numa

segunda intervenção que é normalmente no 2.º período é feita a monitorização do

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programa de acompanhamento é relançando o trabalho até final do ano, quando vai ser

depois avaliado, por assim dizer, o cumprimento das metas e de tudo aquilo que havia

sido proposto no programa. É uma atividade que as escolas têm recebido muito bem e

que a… é absolutamente disruptiva com as demais atividades da Inspeção e portanto

muito…. muito… nós até costumamos dizer que nós Inspeção prestamos consultoria a

custo zero nas escolas e portanto é de facto muito bem aceite, é muito eficaz porque as

escolas mudam as suas práticas… a… mais as suas práticas do que propriamente os

resultados, porque os resultados académicos são difíceis de melhorar, mas mudando as

práticas, mudando o processo, poderá ser mais fácil alcançar melhores resultados.

Portanto eu acho que a Inspeção de há uns anos a esta parte, de facto, tem feito e outras

atividades de acompanhamento também têm surgido, não é? Mais recentemente que eu

não conheço tão bem, nunca as implementei, mas por exemplo, penso que há uma

recente que tem a ver com o ensino experimental, também, o ensino profissional e penso

que o pendor é um pouco este: de acompanhar as escolas e perceber o que as escolas

vão fazendo e melhorar os processos. Acho que sim… acho que há um grande ganho,

acho que é uma Inspeção mais moderna, é uma Inspeção que deve ir por aqui a… não é?

A… enfim também nos cabe a nós fiscalizar e auditar, mas também ajudar a que as

escolas melhorem a… também julgo que é esse o nosso papel e depois enfim temos

conhecimento, temos know-how, temos experiência que nos pode facilitar esse trabalho,

sim.

S: Desenvolve diversas atividades no âmbito dos programas de Acompanhamento,

Controlo e Avaliação. Que papéis desempenha no momento em que está em atividade

nas escolas?

E3: Neste momento eu estou no serviço de provedoria da Inspeção-Geral da Educação e

Ciência, contudo também trabalho na Área Territorial do Sul, nomeadamente uma…

enfim numa intervenção a… uma intervenção por ano no âmbito da Organização do

Ano Letivo a… chamada OAL, uma avaliação externa e faço algumas atividades de

acompanhamento da ação educativa, porque o Senhor Inspetor-Geral achou por bem,

desde há perto de dois anos, que a provedoria não podia ser só o trabalho de gabinete,

tinha que haver sempre interação entre a provedoria e o trabalho de terreno, porque nós

analisamos as queixas, não é? ...que nos chegam da realidade, das escolas e dos

encarregados de educação, mas também precisamos estar atualizados com as atividades

que temos aprovadas e portanto esta é… é… este ir ao terreno perceber, ver a… como é

que as escolas funcionam em determinadas áreas também nos… devolve a nós

informação para analisarmos melhor as queixas que nos chegam dentro dessas mesmas

áreas. A… por outro lado, o trabalho de provedoria, a visão que nós temos geral de

Norte a Sul do país, as principais problemáticas das escolas também nos habilita a

perceber que intervenções naquelas escolas deviam ser feitas e esse trabalho julgo que a

Inspeção ainda poderá socorrer-se deste know-how que nós temos aqui na provedoria

para perceber que aquelas escolas têm tantas queixas relativamente a aquele assunto é

porque precisa de um maior acompanhamento, de uma maior intervenção da parte da

Inspeção naquela área. Pronto, esse cruzamento penso que é uma área, uma janela de

oportunidade aqui para a Inspeção. Sim.

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S: Que conhecimentos e competências utiliza para desenvolver a sua atividade quando

está nas escolas?

E3: Sim, normalmente preparo-me com documentos que tenho porque me chegam das

escolas, os roteiros que… que…. no fundo são as matrizes das atividades, não é?... uma

avaliação externa tem determinada matriz, uma atividade de acompanhamento tem

outra, uma verificação de horários e turmas (OAL) tem outra matriz e portanto tento-me

preparar o melhor que eu sei e posso. A… e… portanto gosto bastante… tenho muita

pena de não ir a mais seminários a… não ter tempo para estudar mais a… mas sempre

que posso vou assistir a conferências e tentar estar atualizada a… precisamente nas

áreas enfim onde se estuda academicamente também a nossa atividade, não é a…

ultimamente fui à Universidade de Évora precisamente onde se falava da avaliação

externa, os impactos da avaliação externa nas escolas, o acompanhamento da ação

educativa… trabalhos de mestrado e doutoramento foram apresentados… a… o Senhor

Inspetor-Geral também esteve presente a… vou muito muitas vezes, sempre que posso,

ao Conselho Nacional da Educação… gosta também bastante dos estudos que são feitos

a… pela Aqueduto e outros organismos que trabalham com o Conselho Nacional da

Educação a… pronto e depois são os nossas leituras pessoais em casa, os nossos artigos

que gostamos de ler enfim…

S: E competências que utiliza nas escolas?

E3: Sim, as competências, são as competências do… enfim… específicas para aquela

atividade que decorrem do domínio da matriz da… atividade. Depois também

competências do ponto de vista social e… e… humano, porque eu considero muito

pessoalmente que a atitude é muito importante a… e portanto acho que o domínio

relacional, a forma como nós a… colocamos as questões, a forma como nós interagimos

com os pares, com os professores, com a direção, com os pares de educação é muito

importante para que o trabalho tenha sucesso a… e portanto valorizo muito esse lado. O

lado da competência social e pessoal, aliado às competências técnicas, pronto, o

dominarmos bem a… as matrizes das atividades… julgo que o inspetor muito bom

tecnicamente e muito mau do ponto de vista relacional pode estragar uma atividade, e

portanto acho que destas duas dimensões que se faz uma boa inspeção numa escola.

Considero isso.

S: Como sabemos, a missão da IGEC consiste em assegurar a legalidade e controlar,

auditar e fiscalizar o funcionamento do sistema educativo. Quais são os valores que

elege como os mais relevantes para conduzir o seu trabalho?

E3: A… o conhecimento, portanto, o estar documentada ao nível do conhecimento a…

a imparcialidade a… a correção, também e basicamente é isto… será o conhecimento, a

imparcialidade e a correção. São os três valores que eu acho mais importantes.

S: E que dimensões valoriza mais enquanto inspetora?

E3: Em primeiro lugar, um inspetor tem que conhecer, não é a realidade… portanto tem

que se documentar, tem que se preparar… não pode ir para escola fazer de conta, de

maneira alguma a… pronto a… documentar-te, ler muito bem toda a documentação que

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lhe chega, estar preparado para colocar questões pertinentes. Nós podemos colocar

questões, não temos ascendente nenhum sobre os professores, nem sobre os diretores,

temos é esta possibilidade de colocar algumas questões… mas questões estas quem têm

que estar fundamentadas, não é? Pronto depois colocá-las de maneira a poder a… aferir

as respostas mais verdadeiras, não é? Para conduzir o nosso trabalho de forma a… a

enfim, o mais correto possível e… no sentido de esclarecer aquilo que nos é proposto,

não é na atividade. Mas acho que quanto mais… quanto mais nós a… a… a

trabalharmos a competência humana, quanto menos a… quanto mais estivermos ao lado

das escolas a… mais… melhor informação conseguimos e portanto a escola fala mais

sobre os seus processos, sobre as suas dificuldades do que se colocarmos uma atitude

muito intransigente, muito fechada, as escolas também se fecham, também receiam…

receiam o nosso trabalho, portanto acho por aí conseguimos ter as escolas a colaborar

mais connosco porque se tivermos uma atitude mais intransigente ou a parecer mais

intransigente, às vezes nem temos é o parecer… é o parecer que faz com que as pessoas

não… não digam o que têm a dizer ou tentem esconder a situação. Acho que a nossa

Inspeção precisa de ser a… precisa de estar a par com as escolas, não é?... precisa de

caminhar no mesmo sentido a… pronto e isso conseguimos fazer isso nas diferentes

atividades… mas eu penso que sim, penso que são essas as orientações da casa de há

uns a esta parte é nesse sentido… mesmo até a atividade da Organização do Ano Letivo

a… tem um pendor pedagógico a… mais evidente do que há anos atrás, sim.

S: Deseja acrescentar algum aspeto que não tenha sido contemplado nesta entrevista?

E3: Olhe dizer que estou na Inspeção há oito anos a… fui motivada para ir para a

Inspeção porque tive uma averiguação na minha escola relativamente a um erro que

tinha acontecido numa prova de psicologia. Eu era coordenadora de departamento e… e

portanto fui ouvido no âmbito das minhas responsabilidades e a pessoa que me fez a

averiguação que é hoje ainda colega a… eu… eu como é que eu hei de dizer… eu

percebi que aquela senhora era uma senhora de bem e que estava ali a exercer a sua

função, que estava preparada para o fazer, inclusive pronto era da mesma área científica

da minha e de teor da queixa a… mas percebi que era uma pessoa digna, que estava a

exercer a profissão com dignidade e quando vim para a Inspeção a… concorri, pronto

fiquei a… e… e era isto que eu queria fazer… era ter uma profissão digna e hoje…

confirmo essa expectativa que eu tinha… custou-me imenso, tive até três anos fora da

família no Alentejo, mas não me arrependo… gosto do que faço… agora este trabalho

de provedoria está-me a dar também uma outra visão sobre as escolas de Norte a Sul do

país portanto eu acho que é uma profissão muito meritória e temos de fazer dela o mais

meritória possível a… com a informação, com a procura de informação e como uma

atitude muito… muito… construtiva ao lado das escolas, eu acho que é por aí que o

nosso trabalho pode avançar a… portanto não estou nada arrependida (risos) pelo

contrário gosto imenso deste… deste trabalho a… muito embora às vezes seja um pouco

incompreendido às vezes as escolas… mas acho que também há alguns preconceitos

que a pouco e pouco se vão diluindo mas estou feliz (risos) por continuar nesta função,

sim (risos).

S: Pronto, então queria agradecer a sua colaboração, obrigada.

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E3: De nada, estou ao dispor.

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Anexo 6 – Protocolo de Entrevista E4

Entrevistada: Inspetora da IGEC (E4)

Entrevistadora: Soraia (S)

S: Em primeiro lugar queria salientar que esta entrevista é realizada no âmbito do

relatório de estágio do mestrado em Educação e Formação com especialização em

Organização e Gestão da Educação e da Formação. O principal objetivo desta entrevista

é caracterizar o perfil profissional do inspetor. Nesse sentido, reforço a importância da

sua participação para o desenvolvimento do meu trabalho, garantindo o anonimato e a

confidencialidade desta entrevista. Posso gravar a entrevista?

E4: (assente com a cabeça)

S: A função inspetiva e a figura do próprio inspetor foram muito conotadas com

autoritarismo, fiscalização e controlo. Que alterações considera que têm havido no

modo de atuação da inspeção, e consequentemente, do inspetor ao longo dos tempos?

E4: Têm havido alterações sobretudo a… não podemos desligar isto da própria

conceção e das políticas a… de educação e até pensando um pouco na minha história,

estou aqui desde ora… 1993 e… lembro-me perfeitamente quando vinha, portanto na

altura teria aí uns trinta e dois anos e… e logo numa primeira reunião que fizemos a…

estava-se a discutir os objetivos de uma intervenção e… eu terei dito a palavra: “sim

então devemos acompanhar e avaliar” e logo na altura e não podemos dessumir isso que

era… era os inspetores e a sua cultura, não. Na altura depois foi-me dito… na altura que

seria a minha chefe… não, a inspeção não avalia, portanto eu já vivi vários ciclos,

dependendo das políticas educativas… e não tem nada a ver de agora…isto parece

quem está de novo avaliação externa, avaliação, acompanhamentos e numa outra cultura

realmente foi uma época que os meus colegas mais antigos até disseram que já tinham

tido esse período… na altura em que realmente eu integrei por exemplo era um período

em que era atividade de controlo em que se usava fiscalizar e aí implica realmente

uma… o que se espera em termos de políticas educativas e independentemente do que

haja com o inspetor: “olha agora vou ser fiscalizador, olha agora vou ser controlador”

não é? Portanto são questões que têm a ver realmente com políticas educativas e que

vão interferir naquilo que se espera e concetualmente a… quem… quem… quem dirige

e quem equaciona vai ter essa diferença. Em relação à questão é que a… de certa

maneira a… podem coexistir essas diferentes modalidades, não é? Porque realmente a…

numa situação, por exemplo, como a situação atual, há situações de atividade de

controlo, há situações como sabe de…de… auditoria, que isso já nos ultrapassa, não é…

e a questão que no meu entendimento… a evolução que tem sido feita é que se assiste

no momento atual, até mesmo com as atividades de controlo, ter sempre um índole, um

caráter não direi formativo mas acaba por ser um bocadinho e portanto acho que essa é

que foi a grande diferença… se bem que também em conversas com os meus colegas da

época… entre os mais velhos da época já eles também faziam muito mais aquela coisa

que chamavam na altura… até uma época em que eram os inspetores para uma zona de

escolas e portanto chamavam-lhe acompanhamento assistido e… já eles também dizia

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“ah não era tanto assim” esse perfil… Ou seja esse perfil também está associado a… à

maneira como a…à própria conduta de intervenção, não é? O inspetor quando se dirige

coloca-se automaticamente nesse papel de… também ele está a ser avaliado e é natural

que… que os outros nos vejam… quer dizer às tantas eu acho que depois quando se tem

contacto com as escolas é… as escolas vão a… soltando esse aspeto e vendo a

diferença, porque se não é um estereótipo… até mesmo os meus amigos… “como é que

podes ter sido inspetora? Ah deves mandar muito, deves controlar muito…” dizem

isso…

S: Desenvolve diversas atividades no âmbito dos programas de Acompanhamento,

Controlo e Avaliação. Que papéis desempenha no momento em que está em atividade

nas escolas?

E4: Que papéis desempenho significa…?

S: Por exemplo, nas diversas atividades a… em algumas se calhar é mais observadora,

noutras controla… monitoriza…

E4: Sim, sim… há… há… embora como eu lhe digo não deixando de fazer o meu

trabalho acho que é possível… e nós conversamos entre colegas e… há várias maneiras

a… tendo uma conduta que naturalmente está definida e que é a conduta que se espera

que tenha um inspetor numa atividade que desenvolve porque está perfeitamente

determinado como sabe, quer os objetivos, quer a metodologia, é certo é que se

compararmos por exemplo… é fácil de perceber por exemplo nos professores, não é?

Há professores e professores… há professores sim que têm a questão técnica e científica

e o que faz a diferença que é-me ultrapassável é pois a maneira de ser… de estar sem

deixar de ser mais ou menos profissional. Aqui em relação… se me perguntar em

relação a mim própria como é que eu faço… a… eu... a… cruzo… desta maneira porque

sou inspetora, tive a sorte, não é?... de… é fácil para mim a… minha maneira de estar

na vida, o que é perfeito em termos de para ser inspetora tem de deixar de ser isto…

conciliar foi um trabalho que tive de fazer… tenho formação em Psicologia e realmente

ao princípio questionei-me o que é que isto tem a ver… no sentido da ação do

controlo… mas o controlo por exemplo… pondo… pondo as duas completamente

diferentes: acompanhamento e controlo. O que eu acho que seria mau e não é isso que

se pretende é que quem acompanha deve trazer alguma coisa… acompanhar… não é

ensinar como é que se faz, não é recomendar mas tem que se devolver alguma coisa,

não é? Porque chegar ali e não dar nada em troca, não é… não será acompanhar e agora

perguntar-me-á então mas de controlo vai ser observadora… vou-lhe dar um exemplo…

nós fazemos isso… eu hoje estou a trabalhar aqui com a minha colega… hoje não foi…

mas por exemplo a última que eu fiz foi os exames. Observar exames é uma ação de

controlo, não? Tem o item… eu tenho de estar a ver, não é… passo ali o que é

pressuposto, não é… o que tinham de fazer pronto… o guiãozinho tem cruzes sim e

não… e agora pergunta-me… então mas isso não é controlo… é controlo, não vou

ensinar… aqui a diferença é que nem me é permitido e… e… nem deve ser feito: “ai

mas veja bem… devia ter estado”; “olhe e ali se achasse assim”; “ai tenho uma dúvida

no exame de português…” contacte o júri… está a ver? É controlo eu só verificar

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procedimentos e agora perguntar-me-á: então isso reduz-se a qualquer coisa que a… eu

sentada numa cadeira podia fazer ou podia ir lá outro profissional, não! Porque o

objetivo é através da… para eu obter as respostas do sim ou não, eu estou a interagir e

consigo-me aperceber dos procedimentos… não é… porque eu posso perguntar…

perguntar-lhe a sim própria… então mostre-me onde é que estão as nomeações e aí eu

vejo que fez as nomeações e fez o procedimento correto. Mas se lhe perguntar como

fez, não é? Há nuances, logo eu vejo, percebe? “E tantas vezes… reuni desta maneira,

preocupei-me com isto…” e a pessoa ao estar a falar está de certa maneira a… dar-nos

também os processos e os procedimentos que não há nenhum guião que escreva isso,

mas eu acho que é isso que a… torna a figura realmente do inspetor a… numa dimensão

mais ampla… porque isso nunca ficará escrito. Se pegar nessas fichas, não vai

conseguir ver diferença nenhuma entre a cruz feita de uma maneira ou feita de outra…

Como esta entrevista… com esse guião, feito por outra colega sua seria sempre a

entrevista tecnicamente perfeita, mas a forma de interagir faz a diferença, consegue?

S: Sim, sim!

E4: É essa a diferença. E portanto, falou em acompanhamento, falou em avaliação… a

avaliação por exemplo também fiz… a avaliação externa isso obriga tem logo aquela

margem… nós por mais que as pessoas nos estejam a contar, temos que admitir o

primeiro passo é perceber que estamos a ser avaliados e não só a avaliar e perceber que

as pessoas naturalmente nos dizem oque acham o que nós queríamos ouvir… portanto,

aí o papel que eu costumo fazer aí sinto-me um bocadinho… a… da clínica, a… da

experiência que tenho da psicologia clínica, que é a… preocupo-me sempre a… em que

as pessoas… tirar o que eu chamo o melhor das pessoas… o melhor até pode ser dizer

que não fazem as coisas (risos) a… levar as pessoas a dizer-nos aquilo que acham que

está bem ou que está mal e aquilo que fazem, tendo perfeitamente a noção que é sempre

uma espécie de… um cenário… as pessoas treinam, as pessoas preparam-se… se agora

me dissesse que ia lá à minha casa… naturalmente que se calhar eu dava conta… ia pôr

a almofadinha um bocadinho mais direitinhas não é?... Portanto temos de ter sempre

essa noção, não é… e que há sempre dois intervenientes… eu acho que em qualquer

destas tarefas a… mais do que saber e agora como é que me vou posicionar, não é? Tem

que ser também algo a… como é que o outro se vai posicionar… porque se nós não

percebermos isso a… corremos o risco de… as respostas que obtermos, quer dizer, não

produzirem grande efeito. Eu acho que a principal preocupação deverá ser: qual foi o

meu contributo para fazer um bocadinho alguma coisa? Deixei lá… sem mesmo

tendo… deixando lá uma recomendação, aquilo mexeu? É uma das coisas que me dá

muito especial prazer na avaliação externa, não é uma perfeição, mas às vezes nem que

seja um caso, vê-se pelo olhar de uma pessoa que só seja às vezes num grupo de não sei

quantas pessoas, fazer a diferença até numa pergunta incómoda. Isso para mim, no meu

caso, é para mim também avaliar. É deixar a pergunta incómoda, estou a fazer-me

entender, não?

S: Sim, sim está. Que conhecimentos e competências utiliza para desenvolver a sua

atividade nas escolas?

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E4: Bom, aqui é fundamental a… a capacidade de análise, também capacidade de

síntese, capacidade de nos colocarmos no contexto e no lugar do outro a… é preciso

também a… ter preparação, saber do que se está a falar a… também é preciso ter

alguma humildade, porque efetivamente, por exemplo, estou a falar em termos de

práticas letivas… uma pessoa que deixa de ter dado aulas… eu quero acreditar que

teoricamente quem está no terreno, quem dá as aulas, quem é que gere as turmas, terá

a… também algo… muito a dizer que as nossas conceções, não é… que qualquer um de

nós estamos aqui e já não damos aulas, assistimos, mas não damos. Portanto a…

voltando à questão das competências, é muito importante também a questão da… de

alguma… assertividade, não é? É preciso que o outro também sinta que nós percebemos

das coisas. Para percebermos as coisas temos que nos informar e temos que não dar por

adquirido, não é? “Ah sim, fazia assim ou está na lei desta maneira”… portanto tem que

haver uma formação que passe necessariamente por querer saber mais… porque os

normativos são apenas meros indicadores, não é? A pergunta eu acho que… olhe eu

vejo assim um bocadinho em que não sei… não é propriamente competências mas a é

uma postura… eu vejo que a… a verdadeira atuação de um inspetor devia abarcar quase

como um investigador, não é? Quando, como, quando, como e porquê… um bocadinho

isso… se nós em cada intervenção conseguíssemos encontrar essa… essa… essas

respostas todas, não é? Em termos de atuação. Isto implica flexibilidade, não é nada

fácil porque é muito mais fácil a… a… ler só o que está no papel “não tem que fazer

assim, este é número de alunos, não deveria ter feito porque está lá a dizer…”. Não é

estar a… claro que quando existe a desconformidade ela existe, não é?... mas é mais

fácil as pessoas até aceitarem isso, se nós pelos menos percebermos porque é que os

fizeram… não tira digamos a desconformidade… estou-me a lembrar por exemplo em

situações… nós fazemos uma atividade que a organização do ano letivo e tem lógica eu

dizer “ai percebo”… ainda há dias eu falava… por exemplo uma das coisas que

desconformidade é a lei diz que por exemplo a constituição… os critérios de

constituição das turmas têm que estar no regulamento interno e no projeto educativo…

saiu um normativo e diz que tem lá nos dois sítios. E durante muito tempo até isto estar

definido, encontrávamos em escolas que não tinham nesses dois, mas tinham numa

coisa que chamavam projeto curricular. E quando eles nos confrontavam “ah mas não

cumpre o normativo” e quando eles nos perguntavam qual era a diferença e

objetivamente a pessoa tem que saber dar a resposta, para além de dizer: “olhe a

diferença é que está lá escrito”, não é?

S: Pois…

E4: Porque de facto qual é a diferença se está feito… o que é importante é que aquela

escola definiu os critérios e então: “olhe para estar dentro da normalidade faça uma

adenda, faça um anexo até à próxima reformulação”, não é? Ou seja a… quando eu digo

pôr no lugar do outro, não é no lugar no sentido de amiguinhos das escolas, mas

realmente o mais importante é ter os critérios, não é… e depois agir em conformidade

são… digamos… é a diferença entre a forma e o conteúdo. A forma interessa, mas o

conteúdo também é importante… e são estes aspetos que é muito difícil se não se tiver

flexibilidade. Se for um escravo a… da lei só e puro.

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S: Pois… Como sabemos, a missão da IGEC consiste em assegurar a legalidade e

controlar, auditar e fiscalizar o funcionamento do sistema educativo. Quais são os

valores que elege como os mais relevantes para conduzir o seu trabalho?

E4: Os valores… para em relação a qualquer…

S: Sim, qualquer atividade… o seu trabalho enquanto inspetora.

E4: Valores… valores pessoais?

S: Valores, sim…

E4: Eu acho que… a… para mim será… a… transmitir transparência, a… pode parecer

confuso mas não vou falar mais porque depois gasta mais que a sua meia hora… mas

honestidade…

S: Não tem problema, pode falar à vontade…

E4: Daqui é uma honestidade… a… eu tenho uma expressão mas não sei se depois

percebe… não é que não perceba é honestidade… é honestidade intelectual…

S: Sim.

E4: A… transparência, honestidade a… rigor, mas não é um rigor de escravatura, é

rigor no sentido que está um bocado ligado quando eu há bocado utilizei assertividade,

não é… aquilo que tem de ser feito… não é… porque tem que ser feito… porque… para

ser uma questão de justiça, não é? Alguém tem que a… assegurar, isto por exemplo,

põe-se muito em termos de cumprimentos e de… de… o que se passa a nível de sala de

aula… eu tenho que zelar, eu tenho que assegurar sendo inspetora ou não, mas é dos

inspetores que estamos a falar não é… garantir que as condições… se tiver o meu filho

na turma A, não é porque é um sortudo… alguém tem que assegurar procedimentos

porque todas as pessoas, neste caso quer falemos da turma A tem os mesmos direitos de

B. As pessoas têm que perceber isso, não é? Portanto o que há… é zelar por esta

questão da… justiça dentro do que é diferente, mas há princípios que a… têm que ser

a… universais, direitos, portanto zelar também por esses direitos e depois também a…

associar ao rigor a… à correção, de fazer a… a… bem feito.

S: A… Que dimensões valoriza mais enquanto inspetora?

E4: Bom aí a… eu… gosto muito da questão relacional, porque é a que mais… onde eu

acho que tenho mais resultados, não é… acho que é a dimensão a… humana na

perspetiva de… só muda, só melhora quem sabe, não é… como o fazer. Isto aplica-se na

profissão e aplica-se na vida pessoal, não é? A questão do fumador… qual é… “ah não

me importo, não sei quê”… a… as pessoas só mudam… para mudar, as pessoas para

mudar, primeiro precisam de perder o medo e depois também precisam de ter alguma

luzinha como mudar. E agora estará a pensar “o inspetor vai fazer recomendações, vai

ensinar e vai dizer como é?” Não é nada disso que eu estou a dizer… o que eu estou a

dizer é que o mais importante, não é… é as pessoas sentirem que estamos ali… não, não

é para ser a… samaritanos, nem para abençoar, nem ara ser os melhores amigos, não

é… mas também não é o contrário: apontar o dedo, apontar a crítica, a… “isto está mal,

isto está bem”, não é? Portanto, esta dimensão relacional é no sentido de devolver um

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bocadinho, pegar no discurso do outro, retribui-lo, questionar, às vezes também

perturbar, mas também não é incompatível sejam em que atividade for, do género, e

assim que deve feito… reforçar aquilo… reforçar aquilo que é bem feito, mas isso é

como lhe digo… a… não sei… como vai ouvir os outros colegas todos, não é… para

mim esse é o aspeto, eu já não sei se foi… como fui primeira… como fui não, sou

primeiro psicóloga e depois inspetora, não lhe sei dizer se uma coisa interferiu na outra,

não é… para mim esta entrevista se fosse só responder (emite sons como se estive a

falar rapidamente) perdia um bocadinho o interesse. Agora pode dizer: “ah mais perdeu

mais tempo”, é verdade! Nas escolas é a mesma coisa… a… o aspeto relacional, o

chegar a atingir os objetivos, mas através de uma relação dinâmica, para mim é o aspeto

essencial, porque só assim é que consigo… às vezes não gosto do que oiço… não é?...

S: Claro.

E4: Depois descobre-se, não é… que quanto mais as pessoas estão à vontade, mais

descobrimos facilmente até as coisas que nem fazem… quase preferia: “ai nem quero

ouvir” (risos), não é? Mas eu acho que… acredito nisso, mesmo tendo a noção, nós

saímos da escola, não pense: “ah que amigos voltem para a semana”… já ouvi muitas

vezes isso… “que bom darem-nos esta oportunidade, foi muito interessante, fez-nos

muito bem… gostámos muito de ter a Inspeção”. Não estou a dizer que não haja…

S: Sim…

E4: Porque aliás não tem essa ideia… de trocando… não é assim o sonho da vida das

escolas, quer dizer… terem a… Inspeção… em todas as… é ou não verdade?

S: Pois, sim… é pelo menos a ideia que algumas escolas têm.

E4: Têm… isso… existe e temos de ter essa noção que… há uma interferência…

S: Exatamente…

E4: Há uma avaliação, há um juízo, há alguém que está a mais e muitas vezes “vêm

estes agora… haviam eles estar cá para ver como é que é…” ou… e temos que lidar

com… com isso, não é?... é verdade há essa representação social e que eu acho que

ainda se mantém. Agora sabe o que é que aconteceu… é como por exemplo conhecer

uma pessoa: agora sabe-se que a pessoa tem estas qualidades, tem estes defeitos, talvez

esteja a… mais a descoberto outras facetas… porque que essa faceta na minha opinião

não desapareceu… para se dizer… a primeira coisa… fizeram um teste na assembleia:

“és inspetora” eu fiz isso… não é… quando descobrem há sempre uma reação… porque

sim nós também temos vida e estamos noutros sítios, não é… e por exemplo é

engraçado ver no olhar… se conhecer uma pessoa num ginásio… não é… num

ginásio… os inspetores também vão ao ginásio (risos)… está a ver aquela reação?

S: Sim…

E4: É evidente, quer dizer, isto não há nenhuma postura social… mas se calhar estou

aqui no ginásio a fazer uma aula… não é… e não vou chegar a uma escola: “então…”

mas não é por ser inspetora… deve fazer o mesmo agora chegava ali quando for debater

a sua tese “eh, fixe” percebe…? Agora o que é mais rico, desculpe qual é o seu nome?

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S: Soraia.

E4: A Soraia, não é? Quando é conhecida pelas pessoas tem várias facetas: a Soraia

finalista; a Soraia quando está no meio dos papéis e a tese nunca mais avança; a Soraia

perante o júri; a Soraia … pronto eu acho que esse papel continua, o que há mais, talvez

se calhar ali… havia aquele papel mais fiscalizador ou controlo e não havia que eu me

lembre nas ações de avaliação e de acompanhamento como estão agora… ai em 2000

não existiam de certeza… quando entrei estas ações era tudo fiscalizar e controlar… e o

objetivos da inspeção vinha na lei na altura a… fiscalizar e… e… controlar… não me

lembro nada de avaliar… e acompanhar essa então… agora…sim…

S: Agora sim!

E4: É outro centro… fez esse estudo?

S: Sim, sim.

E4: É desde quando, mais ou menos? Ações de acompanhamento?

S: Escritas… desde 2013… pelo menos as atividades começaram em 2013.

E4: 2013, veja lá estamos a falar… acha que a representação social e… ia sair… e

provavelmente nunca desaparecerá, se quer que lhe diga… é inerente à própria… à

própria atividade em si. Acho eu. Não é tudo preto no branco para uma ação também

de… controlo e prestação de contas.

S: Exatamente. Deseja acrescentar algum aspeto que não tenha sido contemplado nesta

entrevista?

E4: Essa pergunta é muito difícil…. Achei interessante a… nem fazia ideia que

perguntas eram…. Até que está a ver isso é engraçado agora para dizer ali aos senhores

coordenadores que às vezes nesta azáfama, como a minha colega disse e reagiu, ela

estava a ser muito autêntica e por exemplo não fazia ideia a… que tinha andado por aqui

este tempo todo, não é?

S: É verdade, durante meses.

E4: E eu espero que não tenha… da minha parte não tenho nada a acrescentar… espero

de algum modo seja útil para o seu trabalho e… teria muito interesse em depois termos

acesso ao trabalho em si…

S: Sim.

E4: É, vai?

S: Exatamente e fica depois no repositório online.

E4: Espero que tenha sido útil de algum modo…

S: Sim, foi. Muito obrigada pelo seu contributo.

E4: Obrigada.

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Anexo 7 - Grelha de Análise de Conteúdo E1, E2, E3 e E4

Categoria Subcategoria Unidades de Registo

Caracterização

do perfil

profissional do

inspetor

Alterações da

Inspeção e

atuação do

Inspetor

E1: “(…) nos finais dos anos 90 já houve uma alteração relativamente a essa questão da inspeção ser um

bocado conotada como uma organização fiscalizadora e só fiscalizadora e de controlo.”; “(…)se bem que

nos finais dos anos 90, a partir de 95, talvez, a… mudou muita coisa… eu não estava na Inspeção a… na

altura era professor e portanto estava na escola era delegado de grupo a… e fui portanto intervencionado

numa ação de avaliação de escolas, nos primórdios, digamos assim, que a inspeção começou a desenvolver

a avaliação de escolas… era uma auditoria pedagógica, era assim a designação, e portanto eu tive dois ou

três dias com um profissional da inspeção a… desenvolver, portanto, digamos que um trabalho a esse nível

na escola e portanto havia já nessa altura por parte da Inspeção no desenvolvimento dessa atividade uma

postura que não era fiscalizadora… era já uma postura diferente, portanto já estávamos no fundo a… já se

estava a verificar uma mudança a esse nível e isso também acompanhada com as mudanças a nível das

Ciências da Educação (…)”; “(…) percebemos que em termos de evolução também se observava uma

passagem do estudo, em termos de estudos de caso e multi-casos, em termos da passagem da sala da aula

como centro que deixou de ser, mesmo em termos das Ciências da Educação, para passar a ser não a sala de

aula mas a escola, o objeto de estudo e portanto muita investigação começou a ser feita a esse nível e eu

penso que isso também influenciou a inspeção no sentido de agir nas escolas com as escolas como

organizações e sendo também esse o objeto de estudo (…) para ajudar no sentido de melhorar as condições

da escola e portanto através da avaliação… a avaliação numa perspetiva de melhorar a ação educativa, a

prestação do serviço educativo e consequentemente o trabalho dos docentes.”; “E como professor ainda não

estava ligado à Inspeção nem na altura a… pensava em estar e portanto isso foi uma experiência muito

interessante a… que tive como professor e que não senti que a Inspeção tivesse uma atitude fiscalizadora,

pelo contrário (…)”; “(…) mesmo que olhemos para a área da avaliação… avaliação de escolas

desenvolvido pela Inspeção que eu acho que é a atividade mais importante que pode mostrar… que

efetivamente houve uma mudança a… a… de uma perspetiva fiscalizadora e de controlo para uma

perspetiva mais de acompanhamento, de melhoria e preocupação em melhorar a escola sem ser através da

fiscalização, sem ser através do normativo, no fundo mas isso é uma perspetiva pessoal… uma perspetiva

muito pessoal, muito particular relativamente à Inspeção, relativamente à educação e relativamente a… ao

sistema educativo porque eu acho que a Inspeção continua a ter atividades de fiscalização como obviamente

e de controlo que são… que são ligadas aos normativos, aos despachos, aos diplomas e que… como garante,

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não é… em termos da execução desses mesmos normativos de forma que todos a… portanto… a… que haja

justiça e equidade, portanto, isso é a… Inspeção tem que ter obviamente essa função, nomeadamente através

da provedoria e portanto através da ação disciplinar, não é… que é evidente que eu pessoalmente a… acho

que a… não é pela ação disciplinar que se melhora a escola, obviamente, mas a ação disciplinar é uma

consequência ou o último reduto no fundo para resolver uma situação (…)” ; “(…) temos aqui um número

de atividades que tem a ver com a fiscalização e controlo e depois atividades que são atividades da ação

disciplinar que resultam também dessa fiscalização e controlo porque são agora as escolas que desenvolvem

os procedimentos disciplinares a… instaurados pelas escolas, como é evidente… nós só desenvolvemos

aqueles que são instaurados pelo Senhor Inspetor-Geral e portanto que resultam da atividade inspetiva e

portanto isso tem a ver com o normativo (…)” ; “Depois temos aquilo que eu acho e isto é uma opinião

muito pessoal (…) as organizações podem ser mudadas por dentro não é… e é essa uma perspetiva que eu

sempre tive, uma perspetiva de através do meu contributo e influenciando os outros mudar a organização

para melhor (…) portanto, esta é a opinião que eu tenho pessoal e que tem a ver efetivamente com a questão

normativa e conhecimento não é… e cada vez mais as organizações têm que ser organizações do

conhecimento a… e isso vem a ser feito desde a… essa altura que eu referi, portanto a mudança da ação da

Inspeção de uma perspetiva fiscalizadora para um perspetiva do conhecimento, para uma perspetiva de

melhorar através do conhecimento… (…)” “e o que tem acontecido é isso… mesmo em termos da história

da avaliação de escolas, começando aí pela auditoria pedagógica que eu referi, apanhado como professor

não como inspetor… depois quando vem a avaliação integrada com a professora Carmo Clímaco que era

Subinspetora-Geral no final dos anos 90 e depois 2000, 2001 e 2002 terminou com o professor David

Justino que acabou com a avaliação integrada, infelizmente, não foi feita a todo o universo de escolas

nacionais, não é… foi abortada quase no fim, mas o que é facto é que a professora… a Doutora Carmo

Clímaco foi uma broker, ou seja, ela conseguiu fazer uma ligação permanente sempre entre agências de

educação, entre o conhecimento e a Inspeção (…) mesmo quando acabou a avaliação integrada, depois

houve outras atividades nomeadamente a efetividade da autoavaliação de escolas que porque foi uma

questão política, não é… a avaliação integrada acabou por uma decisão política naquela altura não

interessava ter atividades de avaliação… não interessava politicamente ter atividades de avaliação, o que é

facto é que a Doutora Carmo Clímaco (…) implementou outras atividades com outra designação que eram

atividades de avaliação, a aferição é uma avaliação e portanto ela não desistia, a Inspeção não desistia em

contribuir para a melhoria das escolas do sistema educativo” ; “Eu não queria nunca pensar que a Inspeção

deixasse de ter esta evolução em termos progressivos a… sempre ligada ao conhecimento, não é… como

aconteceu depois… após a avaliação integrada e portanto as atividades de efetividade da autoavaliação que

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depois terminou em 2007 com a entrada da avaliação externa, 1.º ciclo, e depois 2011/12 com a entrada da

avaliação externa, 2.º ciclo. E agora estamos numa zona de impasse, digamos assim, não sabemos muito

bem o que é que vai acontecer mas também temos estado de algum modo a trabalhar a… também no sentido

de a… não só desenvolver atividades que vão nesse sentido, no sentido do conhecimento a… como é o caso

não só da avaliação externa como as atividades de acompanhamento e inclusivamente atividades de

avaliação que ainda não estão, digamos assim, a… completamente concebidas como a avaliação dos centros

de formação das associações de escolas e que portanto também estão ligadas ao conhecimento e que na sua

conceção cada vez mais temos que ter em consideração o conhecimento que está no ensino superior (…)”.

E2: “(…) penso que essa imagem está cada vez mais a ser dissipada, ainda que existem efetivamente

algumas pessoas ainda que quando se fala em inspeção a… pensam a inspeção enquanto uma… um serviço

de controlo puro e simplesmente. No entanto, quem conhece as atividades da Inspeção sabe que para além

do controle existem muitas outras, nomeadamente as de acompanhamento, as de avaliação e que se têm um

âmbito totalmente diferente. Ainda assim mesmo as de controlo são desenvolvidas sempre numa perspetiva

de a… esclarecimento e de apoio às instituições, às escolas neste caso, ainda que penso que efetivamente

essa imagem, portanto, tem vindo a desvanecer-se ao longo dos tempos, em particular junto daqueles que já

contactaram com atividades inspetivas. Pode ainda existir essa imagem mais de, portanto, as pessoas que

não contactam diretamente com os inspetores e com a Inspeção, quem trabalha com a Inspeção mais

diretamente, quem tem conhecimento das atividades, quem já colaborou, portanto, com equipas da Inspeção

quando estão em escolas, naturalmente que já desvaneceu essa imagem.” ; “a inspeção não é só fiscalização

e é muito mais do que isso e que efetivamente existe para… um objetivo final que é a qualidade da

prestação do serviço educativo para que os alunos tenham efetivamente a… a oferta de qualidade que lhes

proporcione a… uma… vida futura de qualidade, porque só com boas escolas, bons professores e bons

alunos é que um país pode evoluir (risos). É esse o objetivo final do nosso trabalho, penso eu ou acho eu.”

E3: “(…) as escolas ainda têm um pouco essa ideia (…) Que a inspeção é só fiscalizar, é só auditar e é só

controlar, há uns anos a esta parte e nomeadamente com a… a… atividade de… avaliação externa e agora

mais recentemente a atividade de acompanhamento da ação educativa, em particular, eu penso que essa

ideia se está a alterar a… porque na verdade avaliar uma escola sem a mobilizar a… para a melhoria, não

é… sem um pendor pedagógico, não é… não tem qualquer consequência alguma e portanto a avaliação

externa tem que ter essa vertente, não só de avaliar, mas de avaliar para levar a que a… haja alterações de

práticas e portanto as equipas inspetivas quando vão para o terreno, penso que na generalidade vão a… com

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essa ideia, não é… de que não se pode ter uma atitude… só de controlo ou de verificação daquilo que está

correto ou não, mas há que a… há que negociar também com a escola outras perspetivas pedagógicas e de

liderança, no caso de se encontrarem escolas menos bem estruturadas a esse nível” ; “[a atividade de]

acompanhamento da ação educativa, eu acho que foi completamente disruptiva, portanto é uma atividade

recente na Inspeção que é um pouquinho sequencial à avaliação externa que informa de uma metodologia

a… (…) que nós até costumamos dizer sem rede, porque não há propriamente um figurino, há um roteiro é

verdade, mas depois em cada escola… a… e são as escolas que tiverem menos boas classificações na

avaliação externa a… são identificadas as principais fragilidades e dessas fragilidades que… que poderão

ter sido identificadas quer pelo diagnóstico interno, quer pelo diagnóstico externo, nomeadamente o

relatório de avaliação externa… dessas fragilidades são priorizadas a… equipa inspetiva dialoga com a

escola numa primeira intervenção e são priorizadas as …exatamente as principais fragilidades, sobre as

quais se vai conceber um programa de acompanhamento… um programa de acompanhamento que é

definido por áreas de intervenção a… por… por objetivos, por metas, por indicadores de medida a… e tem

responsáveis… têm interlocutores que são responsáveis pela aplicação dessas atividades (…) nós até

costumamos dizer que nós Inspeção prestamos consultoria a custo zero nas escolas e portanto é de facto

muito bem aceite, é muito eficaz porque as escolas mudam as suas práticas… a… mais as suas práticas do

que propriamente os resultados, porque os resultados académicos são difíceis de melhorar, mas mudando as

práticas, mudando o processo, poderá ser mais fácil alcançar melhores resultados.”

E4: “Têm havido alterações sobretudo a… não podemos desligar isto da própria conceção e das políticas

a… de educação e até pensando um pouco na minha história, estou aqui desde ora… 1993 (…) e logo numa

primeira reunião que fizemos a… estava-se a discutir os objetivos de uma intervenção e… eu terei dito a

palavra: “sim então devemos acompanhar e avaliar” e logo na altura e não podemos dessumir isso que era…

era os inspetores e a sua cultura, não. Na altura depois foi-me dito… (…) [que a] (…) não, a inspeção não

avalia, portanto eu já vivi vários ciclos, dependendo das políticas educativas… e não tem nada a ver de

agora… isto parece quem está de novo avaliação externa, avaliação, acompanhamentos e numa outra cultura

realmente foi uma época que os meus colegas mais antigos até disseram que já tinham tido esse período” ;

“(…) na altura em que realmente eu integrei por exemplo era um período em que era atividade de controlo

em que se usava fiscalizar e aí implica realmente uma… o que se espera em termos de políticas educativas

(…) havia aquele papel mais fiscalizador ou controlo e não havia que eu me lembre nas ações de avaliação e

de acompanhamento como estão agora… ai em 2000 não existiam de certeza… quando entrei estas ações

era tudo fiscalizar e controlar… e o objetivos da inspeção vinha na lei na altura a… fiscalizar e… e…

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controlar… não me lembro nada de avaliar… e acompanhar essa então… agora…sim…” ; “Portanto são

questões que têm a ver realmente com políticas educativas e que vão interferir naquilo que se espera e

concetualmente a… quem (…) dirige e quem equaciona vai ter essa diferença. Em relação à questão é que

a… de certa maneira a… podem coexistir essas diferentes modalidades (…) Porque realmente a… numa

situação, por exemplo, como a situação atual, há situações de atividade de controlo, há situações como sabe

de…de… auditoria (…)” ; “a evolução que tem sido feita é que se assiste no momento atual, até mesmo

com as atividades de controlo, ter sempre um índole, um caráter não direi formativo mas acaba por ser um

bocadinho e portanto acho que essa é que foi a grande diferença… se bem que também em conversas com

os meus colegas da época… entre os mais velhos da época já eles também faziam muito mais aquela coisa

que chamavam na altura… até uma época em que eram os inspetores para uma zona de escolas e portanto

chamavam-lhe acompanhamento assistido e… já eles também dizia “ah não era tanto assim” esse perfil…

Ou seja esse perfil também está associado a… à maneira como a…à própria conduta de intervenção (…) O

inspetor quando se dirige coloca-se automaticamente nesse papel de… também ele está a ser avaliado e é

natural que… que os outros nos vejam… quer dizer às tantas eu acho que depois quando se tem contacto

com as escolas é… as escolas vão a… soltando esse aspeto e vendo a diferença, porque se não é um

estereótipo… (…)” ; “ (…) existe e temos de ter essa noção que… há uma interferência (…) Há uma

avaliação, há um juízo, há alguém que está a mais e muitas vezes “vêm estes agora… haviam eles estar cá

para ver como é que é…” ou… e temos que lidar com… com isso, não é?... é verdade há essa representação

social e que eu acho que ainda se mantém”.

Papéis

desempenhados

nas escolas

E1: “(…) sou muito observador… a… e realmente obviamente tenho que interpretar aquilo que observo e

depois mesmo que aquilo que observo não tem a ver com o trabalho que estou a desenvolver, se isso…

for… importante a… após fazer essa interpretação a… posso fazer alguma intervenção no sentido de a…

perceber se aquilo que interpretei após a observação realmente está correto, se é aquilo que se está a passar e

se realmente a organização necessita de alguma apoio relativamente a isso” ; “eu já pessoalmente sou

observador a… de alguma tendência sem ser por a… inspetor, por ser profissional da educação, que é assim

também que me considero… a… sou muito observador e portanto a… sempre fui… claro que a… no

desenvolvimento profissional do inspetor a observação é fundamental, mas é claro que também temos que

ter algum cuidado para não fazer depois más interpretações (…) e portanto é esse cuidado tem que ser

depois… resulta de um trabalho que é feito através do diálogo, não é… portanto encontrar respostas para…

de forma a fundamentar e a perceber o que é que se passa no sentido de agir para não prejudicar nem a

organização nem as pessoas, porque as pessoas que estão nas escolas a… temos que pensar sempre que são

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pessoas inteligentes e são pessoas com conhecimento, às vezes com mais que nós… há pessoas nas escolas

que têm mais conhecimento que nós inspetores (…) e portanto temos que ter sempre essa… temos que pôr

isso sempre em causa” ; “a observação e a interpretação ideal com a escola sempre no sentido de postura de

respeito mútuo, consideração mútua” ; “se o inspetor ou seja qual for o profissional que tiver essa postura de

observação, de interpretação, de diálogo, de a… apoiar, de agir no sentido de a… portanto melhorar as

condições a… ou pelo menos dar algum… alguma… algum feedback no sentido de aqueles profissionais

saberem como é que podem… ou o que é que têm à sua disposição para conseguir agir e melhorar as

condições da escola (…)”.

E2: “O papel é sempre o do inspetor, obviamente. Apesar de naturalmente quando estamos em atividade de

avaliação, estamos como avaliadores… mas lá está voltamos ao início, se na Inspeção tem subjacente

determinadas funções e objetivos, portanto não sendo só a… atividade de controlo a… o inspetor também

quando vai desenvolver determinado tipo de atividade tem que se adequar ou adequar as suas… a sua ação

aos objetivos da atividade daí que tenha um determinado tipo de relação no âmbito das atividades de

controlo, uma atuação diferente nas de avaliação e a… e um papel diferente nas de acompanhamento e isto

de acordo com os objetivos de… de… cada atividade” ; “atividades de acompanhamento das IPSS (…) aí o

que é que se pretende (…) é numa primeira fase conhecer a forma como a… instituição está a trabalhar no

âmbito daquilo que é esperado, de acordo com o que é esperado para a Educação Pré-Escolar,

naturalmente… a… como é que desenvolvem o trabalho, como é que os educadores a… planificam e se

organizam em termos da instituição, qual é a dinâmica da instituição, por outro lado… numa primeira fase

conhecer o seu trabalho e (…) transmitir algum aspetos… identificar digamos assim aspetos em que a

instituição tem que melhorar nos diversos aspetos, seja no planeamento, seja na ação, seja na avaliação, etc.

Portanto deixar um relatório e o objetivo é também transmitir oralmente obviamente aos… às pessoas que

trabalham nesta instituição os aspetos que devem melhorar e que têm de ser melhorados e… a… havendo

depois uma segunda fase em que vamos… voltamos à instituição, no sentido de perceber qual foi a

evolução, o que é que já aconteceu, se houve ou não evolução (…) enquanto outras atividades de controlo

simplesmente vai se lá identificar se as escolas ou instituições estão a cumprir o que está previsto nos

normativos, ali é na de acompanhamento é uma atividade diferente porque não puro e simplesmente registar

isto não está de acordo com os normativos é sim há estes aspetos que embora não estando a contrariar o

normativo, mas pode ser mais bem trabalhado.” ; “(…) mediador seria mediar entre alguém, estar ali, o que

podemos entender enquanto mediador… aquilo que está determinado e o que é esperado que se faça, mediar

sim mas mediar num sentido de mais de apoio… de apoio à instituição que, no caso do acompanhamento

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destas instituições das IPSS o que as instituições consideram é que têm alguma falta de apoio lá está, no

sentido de às vezes fazem assim porque ninguém lhes fez ver… como sabe um olhar externo as pessoas

numa instituição entram em determinadas rotinas e depois dificilmente às vezes internamente têm

dificuldade em identificar aspetos que podem ser melhorados (…) A nossa função é exatamente essa, é

chamá-los à atenção, é demonstrar-lhes que estão a fazer assim mas há outras formas, deverão procurar

outras estratégias para que a… o vosso trabalho possa ser mais eficaz e corresponder aquilo que

efetivamente está a ser esperado, portanto digamos que é mais um amigo crítico (…) no sentido de um olhar

externo diferente que não vai lá para a avaliar ou para identificar apenas uns erros mas vais sim para chamar

a atenção para aqueles aspetos que podem… devem…podem melhorar e devem melhorar o seu trabalho.”

E3: “Neste momento eu estou no serviço de provedoria da Inspeção-Geral da Educação e Ciência (…) a

provedoria não podia ser só o trabalho de gabinete, tinha que haver sempre interação entre a provedoria e o

trabalho de terreno, porque nós analisamos as queixas (…) que nos chegam da realidade, das escolas e dos

encarregados de educação, mas também precisamos estar atualizados com as atividades que temos

aprovadas e portanto esta (…) este ir ao terreno perceber, ver a… como é que as escolas funcionam em

determinadas áreas também nos… devolve a nós informação para analisarmos melhor as queixas que nos

chegam dentro dessas mesmas áreas.”; “o trabalho de provedoria, a visão que nós temos geral de Norte a

Sul do país, as principais problemáticas das escolas também nos habilita a perceber que intervenções

naquelas escolas deviam ser feitas e esse trabalho julgo que a Inspeção ainda poderá socorrer-se deste know-

how que nós temos aqui na provedoria para perceber que aquelas escolas têm tantas queixas relativamente a

aquele assunto é porque precisa de um maior acompanhamento, de uma maior intervenção da parte da

Inspeção naquela área”.

E4: “(…)… há várias maneiras a… tendo uma conduta que naturalmente está definida e que é a conduta

que se espera que tenha um inspetor numa atividade que desenvolve porque está perfeitamente determinado

como sabe, quer os objetivos, quer a metodologia, é certo é que se compararmos por exemplo… é fácil de

perceber por exemplo nos professores (…) há professores e professores… há professores sim que têm a

questão técnica e científica e o que faz a diferença que é-me ultrapassável é pois a maneira de ser… de estar

sem deixar de ser mais ou menos profissional” ; “pondo as duas completamente diferentes:

acompanhamento e controlo (…) quem acompanha deve trazer alguma coisa… acompanhar… não é ensinar

como é que se faz, não é recomendar mas tem que se devolver alguma coisa (…) Porque chegar ali e não

dar nada em troca, não é… não será acompanhar e agora perguntar-me-á então mas de controlo vai ser

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observadora… (…) Observar exames é uma ação de controlo (…) Tem o item… eu tenho de estar a ver (…)

passo ali o que é pressuposto (…) o que tinham de fazer pronto… o guiãozinho tem cruzes sim e não… e

agora pergunta-me… então mas isso não é controlo… é controlo, não vou ensinar… aqui a diferença é que

nem me é permitido e… e… nem deve ser feito: “ai mas veja bem… devia ter estado”; “olhe e ali se

achasse assim”; “ai tenho uma dúvida no exame de português…” contacte o júri… está a ver? É controlo eu

só verificar procedimentos e agora perguntar-me-á: então isso reduz-se a qualquer coisa que a… eu sentada

numa cadeira podia fazer ou podia ir lá outro profissional, não! Porque o objetivo é através da… para eu

obter as respostas do sim ou não, eu estou a interagir e consigo-me aperceber dos procedimentos… não é…

porque eu posso perguntar… perguntar-lhe a sim própria… então mostre-me onde é que estão as nomeações

e aí eu vejo que fez as nomeações e fez o procedimento correto (…) Mas se lhe perguntar como fez, não é?

Há nuances, logo eu vejo (…) e a pessoa ao estar a falar está de certa maneira a… dar-nos também os

processos e os procedimentos que não há nenhum guião que escreva isso, mas eu acho que é isso que a…

torna a figura realmente do inspetor a… numa dimensão mais ampla… porque isso nunca ficará escrito. Se

pegar nessas fichas, não vai conseguir ver diferença nenhuma entre a cruz feita de uma maneira ou feita de

outra…” ; “ (…) a avaliação por exemplo também fiz (…) isso obriga tem logo aquela margem… nós por

mais que as pessoas nos estejam a contar, temos que admitir o primeiro passo é perceber que estamos a ser

avaliados e não só a avaliar e perceber que as pessoas naturalmente nos dizem oque acham o que nós

queríamos ouvir… portanto, aí o papel que eu costumo fazer aí sinto-me um bocadinho… a… da clínica,

a… da experiência que tenho da psicologia clínica, que é a… preocupo-me sempre a… em que as pessoas…

tirar o que eu chamo o melhor das pessoas… o melhor até pode ser dizer que não fazem as coisas (…) levar

as pessoas a dizer-nos aquilo que acham que está bem ou que está mal e aquilo que fazem, tendo

perfeitamente a noção que é sempre uma espécie de… um cenário… as pessoas treinam, as pessoas

preparam-se… (…) há sempre dois intervenientes… eu acho que em qualquer destas tarefas a… mais do

que saber e agora como é que me vou posiciona (…) Tem que ser também algo a… como é que o outro se

vai posicionar… porque se nós não percebermos isso a… corremos o risco de… as respostas que obtermos,

quer dizer, não produzirem grande efeito. Eu acho que a principal preocupação deverá ser: qual foi o meu

contributo para fazer um bocadinho alguma coisa? Deixei lá (…) uma recomendação, aquilo mexeu? É uma

das coisas que me dá muito especial prazer na avaliação externa, não é uma perfeição, mas às vezes nem

que seja um caso, vê-se pelo olhar de uma pessoa que só seja às vezes num grupo de não sei quantas

pessoas, fazer a diferença até numa pergunta incómoda. Isso para mim, no meu caso, é para mim também

avaliar”.

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Conhecimentos e

competências

E1: “(…) em termos de competências eu utilizo todas as minhas competências a… todas aquelas que fui

adquirindo ou desenvolvendo ao longo da minha vida profissional, mesmo quando a… desenvolvi

profissões que não era de docente (…) e realmente eu desde empregado de café, balcão, vendedor… fiz

essas coisas todas, mesmo quando andava a estudar na faculdade e portanto a… todas essas competências

que adquiri vem-me servindo. Depois também tenho um curso que foi feito pela área da saúde, porque sou

farmacêutico, inscrito na ordem e com carteira profissional e portanto também exerci e também tive uma

atividade a nível de laboratório veterinário e portanto todas essas competências que fui, digamos assim,

adquirindo ou desenvolvendo ao longo da minha vida… depois também como professor, não é… e como

professor também a… desenvolvi muitas atividades não só dentro da sala de aula mas também em outros

planos nomeadamente na área da sexualidade, da educação sexual (…)”… portanto recorri ao ensino

superior também para fazer uma pós-graduação (…) toda a formação que fiz foi sempre sendo feito de

forma a adequá-la aquilo que era a… os meus objetivos profissionais e aquilo que eu gostava, mas também

onde estava que necessitava de determinados conhecimentos para que pudesse evoluir.” ; “Portanto nesse

sentido sempre procurei o conhecimento e sempre a… quando a… desenvolvo a minha atividade

profissional tento utilizar todas essas competências que venho desenvolvendo ao longo do curso, como disse

a… para desenvolver essas atividades e cada vez acho que é mais importante a… esta história do

conhecimento e a questão das relações interpessoais” ; “em termos de competências eu utilizo todas as

minhas competências a… todas aquelas que fui adquirindo ou desenvolvendo ao longo da minha vida

profissional, mesmo quando a… desenvolvi profissões que não era de docente” ; “Essas competências que

um profissional da inspeção também tem que ter e que são competências voltadas para as relações

interpessoais, para os valores são também fundamentais. Não é só saber o que diz o normativo, não é?... eu

tento sempre, por exemplo, em averiguações resolver as situações e às vezes nem é preciso normativo…

(…)… eu tenho tido até ultimamente situações de (…) pais por exemplo não queriam deixar os filhos irem

fazer a prova de aferição, estavam zangados com a escola porque a professora X ou Y e não tinha preparado

bem os alunos e não tinha sido resolvido o problema, fizeram uma queixa e não queriam deixar os filhos

irem fazer a prova de aferição… e eu fui lá e falei com as pessoas (…) Fui fazer uma averiguação, podia ter

ido ver os factos e dizer “pois de facto tendo em conta o normativo, proponho isto e aquilo e tal e pronto

e… não é?... mas não o que eu fiz foi sentar as pessoas, os pais, o diretor na mesa e falar sobre aquilo e

resolver-se… como é que podemos resolver isto… então vamos resolver isto, há aqui um compromisso de

parte a parte e consegui…” ; “ (…) a postura do avaliador quando avalia, quando entrevista nos grupos a…

a sua postura na escola é fundamental para a escola assentar os resultados da avaliação porque se for uma

postura a… de… mais de eu estou aqui e eu é que sei, não é… e portanto se isto está tem que fazer assim

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a… ou uma postura que faça com que a escola reaja negativamente nunca vai aceitar os resultados de uma

avaliação externa, por exemplo (…)” ; “(…) em qualquer atividade as competências que o inspetor deve

usar são as competências ligadas não só do conhecimento que deve ter do normativo ou o conhecimento que

tem de ter em termos da área em causa, pode ser das Ciências da Educação, pode ser das áreas das

disciplinas, não é… ou seja qual for, são fundamentais essas competências… obviamente… mas essas

competências de saber agir, de saber relacionar, das relações interpessoais são também muito importantes…

eu não sei se até são mais importantes, porque são elas o veiculo das outras (…)” ; “(…) as escolas dão uma

grande importância… atendem muito realmente a esta organização, portanto esta organização tem que ter

muito cuidado nas suas intervenções nas escolas, na forma como se relaciona com as escolas, na empatia

que cria porque ela depois pode ter boas consequências e é essas boas competências que nós pretendemos

(…)”;“(…) é muito importante que os alunos se relacionem com profissionais que tenham uma abrangência

e uma experiência muito grande”.

E2: (…) Desde logo a nossa formação inicial, não é… depois toda a outra formação que fomos…

adquirindo ao longo do nosso trajeto profissional, não é… deve perceber esta função ou esta nossa ação de

inspeção a… solicita-nos diversos conhecimentos, portanto sejam eles conhecimentos dos normativos

legais, desde logo, sejam eles a leitura de muita autoformação, digamos assim, muita leitura, a… também

procurar trabalhos que saindo… sendo desenvolvidos sobre aspetos que nos interessam e sobre os quais

trabalhamos e para além disso também, como é óbvio, a formação interna que nos é dada relativamente a

cada atividade (…) portanto através dessa discussão interna, com os coordenadores das atividades ou com

outros colegas que estão a desenvolver as mesmas atividades vamos aferindo procedimentos e critérios e

portanto são todos esses conhecimentos, ou seja, formação inicial” ; “(…) as competências… a… a… ter

facilidade de relacionamento com as pessoas, saber transmitir a oralidade, ou seja, o saber… identificar as

situações de forma clara e objetiva de forma a poder transmiti-las aos nossos interlocutores. Depois é

adequar também a… nossa forma de agir consoante os espaços onde estamos, porque estamos desde

Educação Pré-Escolar até ao Ensino Secundário. Há situações diversas, há interlocutores diferentes também

temos que adequar a nossa intervenção quando estamos a (…) relacionar-nos com diretores de uma escola

ou de outra instituição qualquer, ou com um encarregado de educação ou com um aluno (…)” ; “A nossa

atuação tem de ser adequada mediante os interlocutores com quem estamos a… interagir e também com os

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objetivos da nossa função daquele momento (…) Tudo isto tem que ser bastante gerido, mas em termos

relacionais, acho que é fundamental.”

E3: “ (…) normalmente preparo-me com documentos que tenho porque me chegam das escolas, os roteiros

que… que…. no fundo são as matrizes das atividades, não é?... uma avaliação externa tem determinada

matriz, uma atividade de acompanhamento tem outra, uma verificação de horários e turmas (OAL) tem

outra matriz e portanto tento-me preparar o melhor que eu sei e posso” ; “sempre que posso vou assistir a

conferências e tentar estar atualizada a… precisamente nas áreas enfim onde se estuda academicamente

também a nossa atividade, não é a… ultimamente fui à Universidade de Évora precisamente onde se falava

da avaliação externa, os impactos da avaliação externa nas escolas, o acompanhamento da ação educativa…

trabalhos de mestrado e doutoramento foram apresentados (…)” ; “vou muito muitas vezes, sempre que

posso, ao Conselho Nacional da Educação… gosta também bastante dos estudos que são feitos a… pela

Aqueduto e outros organismos que trabalham com o Conselho Nacional da Educação a… pronto e depois

são os nossas leituras pessoais em casa, os nossos artigos” ; “as competências, são as competências do…

enfim… específicas para aquela atividade que decorrem do domínio da matriz da… atividade (…)” ;

“Depois também competências do ponto de vista social e… e… humano, porque eu considero muito

pessoalmente que a atitude é muito importante a… e portanto acho que o domínio relacional, a forma como

nós a… colocamos as questões, a forma como nós interagimos com os pares, com os professores, com a

direção, com os pares de educação é muito importante para que o trabalho tenha sucesso a… e portanto

valorizo muito esse lado. O lado da competência social e pessoal, aliado às competências técnicas, pronto, o

dominarmos bem a… as matrizes das atividades… julgo que o inspetor muito bom tecnicamente e muito

mau do ponto de vista relacional pode estragar uma atividade, e portanto acho que destas duas dimensões

que se faz uma boa inspeção numa escola.”

E4: “(…) é fundamental a… a capacidade de análise, também capacidade de síntese, capacidade de nos

colocarmos no contexto e no lugar do outro a… é preciso também a… ter preparação, saber do que se está a

falar a… também é preciso ter alguma humildade, porque efetivamente, por exemplo, estou a falar em

termos de práticas letivas… uma pessoa que deixa de ter dado aulas… eu quero acreditar que teoricamente

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quem está no terreno, quem dá as aulas, quem é que gere as turmas, terá a… também algo… muito a dizer

que as nossas conceções, não é… que qualquer um de nós estamos aqui e já não damos aulas, assistimos,

mas não damos.” ; “é muito importante também a questão da (…) assertividade (…) É preciso que o outro

também sinta que nós percebemos das coisas. Para percebermos as coisas temos que nos informar e temos

que não dar por adquirido (…) portanto tem que haver uma formação que passe necessariamente por querer

saber mais… porque os normativos são apenas meros indicadores (…)” ; “(…)eu vejo assim (…) não é

propriamente competências mas a é uma postura… eu vejo que a… a verdadeira atuação de um inspetor

devia abarcar quase como um investigador (…)Quando (…) como e porquê… um bocadinho isso… se nós

em cada intervenção conseguíssemos encontrar (…) essas respostas todas (…) Em termos de atuação. Isto

implica flexibilidade, não é nada fácil porque é muito mais fácil a… a… ler só o que está no papel “não tem

que fazer assim, este é número de alunos, não deveria ter feito porque está lá a dizer…” (….) claro que

quando existe a desconformidade mas é mais fácil as pessoas até aceitarem isso, se nós pelos menos

percebermos porque é que os fizeram… não tira digamos a desconformidade… (…)” ; “(…) nós fazemos

uma atividade que a organização do ano letivo (…) ainda há dias eu falava… por exemplo uma das coisas

que desconformidade é a lei diz que por exemplo a constituição… os critérios de constituição das turmas

têm que estar no regulamento interno e no projeto educativo… saiu um normativo e diz que tem lá nos dois

sítios. E durante muito tempo até isto estar definido, encontrávamos em escolas que não tinham nesses dois,

mas tinham numa coisa que chamavam projeto curricular. E quando eles nos confrontavam “ah mas não

cumpre o normativo” (…) nos perguntavam qual era a diferença e objetivamente a pessoa tem que saber dar

a resposta, para além de dizer: “olhe a diferença é que está lá escrito”

Valores

E1: “(…) cada vez acho que é mais importante a questão dos valores porque estamos muito mal em termos

de valores e acho que é fundamental, às vezes é mais importante em determinadas circunstâncias falar com

as pessoas a… falar de valores com elas, de atitudes, de melhorar muitas vezes o estado de espírito ou

psicológico das pessoas porque muitas vezes os profissionais estão muito a… estão muito… estão

desgostosos, não estão motivados (…)” ; “Há três valores que eu acho fundamentais que é: a justiça, a

liberdade e a democracia.” ; “Lealdade relativamente a nós próprios, lealdade por exemplo relativamente a

si, que me está aqui a fazer esta entrevista, a… lealdade relativamente aos colegas e lealdade relativamente

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às organizações com quem contactamos e ao sistema educativo e à tutela.” ; “o respeito, a honestidade”

E2: “(…) é fazer os possíveis para ver garantida a equidade do serviço de educação, a… a qualidade do

serviço que prestada às escolas, portanto tendo em conta obviamente em primeiro lugar os alunos e as

crianças que são o alvo de… do trabalho das escolas. Portanto é no sentido efetivamente que eles tenham o

melhor serviço de… educação porque têm direito a isso.”

E3: “ (…)o conhecimento, portanto, o estar documentada ao nível do conhecimento a… a imparcialidade

a… a correção, também e basicamente é isto… será o conhecimento, a imparcialidade e a correção. São os

três valores que eu acho mais importantes”

E4: “(…)transmitir transparência (…) honestidade intelectual (…)… transparência, honestidade a… rigor,

mas não é um rigor de escravatura, é rigor no sentido que está um bocado ligado quando eu há bocado

utilizei assertividade (…) aquilo que tem de ser feito (…) porque tem que ser feito… porque… para ser uma

questão de justiça (…) Alguém tem que a… assegurar, isto por exemplo, põe-se muito em termos de

cumprimentos e de… de… o que se passa a nível de sala de aula… eu tenho que zelar, eu tenho que

assegurar sendo inspetora ou não, mas é dos inspetores que estamos a falar não é… garantir que as

condições… se tiver o meu filho na turma A, não é porque é um sortudo… alguém tem que assegurar

procedimentos porque todas as pessoas, neste caso quer falemos da turma A tem os mesmos direitos de B.

As pessoas têm que perceber isso (…) Portanto o que há… é zelar por esta questão da… justiça dentro do

que é diferente, mas há princípios que a… têm que ser a… universais, direitos, portanto zelar também por

esses direitos e depois também a… associar ao rigor a… à correção, de fazer a… a… bem feito.”

Dimensões de

trabalho

E1: “(…)seja qual for a atividade que eu faça, eu ponho sempre um cunho, isso parece às vezes um pouco

estranho ou difícil de interpretar, um cunho pedagógico (…) Mesmo que faça uma averiguação a… dou

comigo muitas… dou conta muitas vezes de estar a falar com as escolas sobre a… como é que a… fazem a

aprendizagem das crianças, se for a um jardim de infância ou como é que se faz a aprendizagem dos aluno,

se tiver numa escola com ensino… o importante fundamentalmente é essa é… a minha maneira de agir, não

é… claro que o cerne do trabalho é aquele mas a… podemos sempre a… desenvolvê-lo de forma a…

conseguir ser útil à organização… à escola neste caso. O fundamental, o mais importante é isso. É realmente

ser útil.” ; “Eu acho que só essas dimensões… a questão dos valores e das relações interpessoais [e do

conhecimento] a… e cada vez mais os valores e isto porque nada está desligado, claro” ; “há uma grande

também a nível individual uma grande dificuldade das pessoas se relacionarem umas com as outras e se

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ajudarem, portanto ajuda mútua e isso é uma dimensão a desenvolver… porque isso também… se nós…

tomarmos atenção a esta dimensão que é uma dimensão diria se calhar mais humana eu não sou a sociologia

mas diria, nem da psicologia, nem da psiquiatria, mas diria que é uma dimensão talvez mais humana e que

se vê nas escolas. Vamos lá ver os professores a maior parte das vezes dão aulas para a turma como sendo

uma turma fosse um aluno, certo? Não há diferenciação pedagógica (…) e portanto as tentativas são sempre

de homogeneizar os grupos ou tornando as turmas, por exemplo, que é horrível, turma nível ou retirando

grupos eventualmente alunos de proficiência iguais ou semelhantes que vão constituir um grupo de forma a

que aquele professor continue a dar àquele como se aquele fosse um aluno. Portanto a procura é sempre…

mas se formos a ver e se observarmos bem isto tem a ver com esta dimensão humana, porque as pessoas não

se relacionam. O professor tem que trabalhar de forma colaborativa… é impossível trabalhar e planear

diferenciação pedagógica e intencional, não é aquela que se improvisa na sala, todos os professores

conseguem fazer muito bem… andam a saltar de lugar em lugar a explicar aos alunos as dúvidas, só um

professor ou dois quando faz coadjuvação e os alunos são trinta… se calhar é muito difícil conseguir chegar

a todos naquela hora. Ora bem por isso, isso obriga ao trabalho colaborativo, ora se as pessoas estão

isoladas, se não trabalham colaborativamente por as mais variadas razão… razões, mas até podiam

colaborar colaborativamente, utilizando a tecnologia, mas muitas vezes não… se nós olharmos para o

número de produtos tecnológicos que entraram na escola nos últimos anos, a maior parte deles foi muito

pouco usada, por exemplo quadro interativos etc… não é?.... Porquê? Também por causa disso… produzir

conteúdos com os quadros interativos, um professor sozinho não consegue produzir conteúdos para os

diferentes níveis de ensino que leciona, é impossível… tem que trabalhar colaborativamente. Portanto esta

dimensão humana não sei se posso chamá-la assim, chamem-lhe o que quiserem, a questão dos valores, a

questão das relações, a questão humana, volta a falar na questão, nas questões das relações interpessoais que

é fundamental”

E2: “(…) todas elas [pedagógicas, administrativas, éticas] são importantes (…) Mas (…) é difícil de eleger,

porque acho que se uma falha… a… as outras também não podem funcionar bem (…) Tem que haver

sempre um trabalho em que pedagogicamente as coisas funcionem bem (…) Tem que haver ética

profissional e para a… e só assim é que se consegue portanto que o trabalho desenvolvido seja de qualidade.

Portanto acho que não elegeria nenhuma, devem estar todas na mesma dimensão e funcionarem em

conjunto para que tudo funcione bem.”

E3: “Em primeiro lugar, um inspetor tem que conhecer, não é a realidade… portanto tem que se

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documentar, tem que se preparar… não pode ir para escola fazer de conta, de maneira alguma a… pronto

a… documentar-te, ler muito bem toda a documentação que lhe chega, estar preparado para colocar

questões pertinentes. Nós podemos colocar questões, não temos ascendente nenhum sobre os professores,

nem sobre os diretores, temos é esta possibilidade de colocar algumas questões… mas questões estas quem

têm que estar fundamentadas (…) Pronto depois colocá-las de maneira a poder a… aferir as respostas mais

verdadeiras (…) Para conduzir o nosso trabalho de forma a… a enfim, o mais correto possível e… no

sentido de esclarecer aquilo que nos é proposto, não é na atividade. Mas acho que quanto mais… quanto

mais nós a… a… a trabalharmos a competência humana (…) quanto mais estivermos ao lado das escolas

(…) melhor informação conseguimos e portanto a escola fala mais sobre os seus processos, sobre as suas

dificuldades do que se colocarmos uma atitude muito intransigente, muito fechada, as escolas também se

fecham, também receiam… receiam o nosso trabalho, portanto acho por aí conseguimos ter as escolas a

colaborar mais connosco porque se tivermos uma atitude mais intransigente ou a parecer mais intransigente,

às vezes nem temos é o parecer… é o parecer que faz com que as pessoas não… não digam o que têm a

dizer ou tentem esconder a situação. Acho que a nossa Inspeção precisa de ser a… precisa de estar a par

com as escolas (…) precisa de caminhar no mesmo sentido a… pronto e isso conseguimos fazer isso nas

diferentes atividades… mas eu penso que sim, penso que são essas as orientações da casa de há uns a esta

parte é nesse sentido… mesmo até a atividade da Organização do Ano Letivo a… tem um pendor

pedagógico a… mais evidente do que há anos atrás, sim.”

E4: “(…)gosto muito da questão relacional, porque é a que mais… onde eu acho que tenho mais resultados,

não é… acho que é a dimensão a… humana na perspetiva de… só muda, só melhora quem sabe, não é…

como o fazer (…) o mais importante, não é… é as pessoas sentirem que estamos ali… não, não é para ser

a… samaritanos, nem para abençoar, nem ara ser os melhores amigos, não é… mas também não é o

contrário: apontar o dedo, apontar a crítica, a… “isto está mal, isto está bem”, não é? Portanto, esta

dimensão relacional é no sentido de devolver um bocadinho, pegar no discurso do outro, retribui-lo,

questionar, às vezes também perturbar, mas também não é incompatível sejam em que atividade for, do

género, e assim que deve feito… reforçar aquilo… reforçar aquilo que é bem feito (…)” ; “(…)o aspeto

relacional, o chegar a atingir os objetivos, mas através de uma relação dinâmica, para mim é o aspeto

essencial (…)”

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Anexo 8 – Guião de Entrevista E5

Entrevistada: Chefe de Equipa da Área Territorial de Inspeção do Sul (E5)

Objetivos Gerais:

Conhecer a cultura organizacional da IGEC na perspetiva da entrevistada;

Caracterizar o papel do gestor a partir do trabalho que desenvolve na organização.

Blocos temáticos Objetivos específicos Formulário de perguntas/tópicos Notas

A

Legitimação da

entrevista

Legitimar a entrevista

Motivar o entrevistado

Informar o entrevistado sobre a temática e a

finalidade da entrevista.

Sublinhar a importância da participação do

entrevistado para o sucesso do trabalho.

Salientar o carácter restrito do uso das

informações concedidas.

Referir a disponibilidade para fornecer os

resultados do trabalho.

Pedir autorização para gravar a entrevista.

Proporcionar ao entrevistado um

ambiente que lhe permita estar à

vontade e falar livremente sobre os

seus pontos de vista.

B

Caracterização da

ATI Sul

Caracterizar o

funcionamento da ATI Sul

Para começar, pedia que me falasse um pouco do

funcionamento da Área Territorial de Inspeção

Sul. Qual a dimensão da equipa que coordena?

Como são planificadas as atividades

Áreas/equipa/atividades, entre

outras; Enquadrar esta área no

âmbito da IGEC

Saber as atividades e modo de

planeamento, por exemplo: em

equipa, individualmente, advém

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desenvolvidas no âmbito da ATI Sul?

De que modo é que articula o seu trabalho com os

inspetores na Área Territorial de Inspeção Sul?

dos normativos, etc.

Modo de trabalho, por exemplo,

realização de reuniões periódicas

etc.

C

Gestor

Perceber os momentos de

trabalho mais individuais e

em grupo

Identificar se delega

competências

Compreender o modo de

afetação de recursos e o

que tem em consideração

nesse processo

Toda essa coordenação porventura assenta em

trabalho mais individualizado e também em

trabalho em equipa. Fale-me um pouco dessa

diferença: quando se justifica ser mais individual e

quando é que é mais em grupo.

Costuma delegar competências e funções?

Porquê?

Como é feita a afetação de recursos na sua

atividade?

E o que tem em consideração quando realiza essa

afetação?

Por exemplo recursos humanos,

materiais, financeiros, etc.

D

Cultura Organizacional

Identificar os valores que

elege para conduzir o seu

trabalho

Como sabemos, a missão da IGEC consiste em

assegurar a legalidade e controlar, auditar e

fiscalizar o funcionamento do sistema educativo.

Quais são os valores que elege como os mais

relevantes para conduzir o seu trabalho?

O quadro de valores que rege a

organização

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Compreender de que modo

é que o quadro de valores

é interiorizado e partilhado

pelos inspetores e pela

organização

Caracterizar a cultura da

IGEC

Atendendo ao quadro de referências da atuação

dos inspetores, percebe-se a existência de um

conjunto de valores que guiam a sua atuação:

como por exemplo, a seriedade, o bom senso, a

lealdade, a justiça, etc. No seu entendimento, de

que modo estes princípios/valores são

interiorizados e partilhados pelos inspetores?

E como consegue a organização manter os

inspetores próximos destes valores?

Como caracterizaria a cultura organizacional da

IGEC?

Visão do entrevistado em relação à

unidade organizacional

E

Papel do Gestor

Conhecer um dia típico de

trabalho da entrevistada

Identificar o tipo de

atividades e a frequência

de realização

Caracterizar as rotinas e

imprevistos do trabalho

Pedia-lhe que me descrevesse um dia típico de

trabalho.

Fale-me um pouco do tipo de atividades que

realiza no seu dia-a-dia.

Quais destas realiza com maior frequência?

Considera que o seu trabalho tem rotinas? Pode

dar-me alguns exemplos? E imprevistos?

Perceber se existe ou não um ‘dia

padrão’ ou se são sempre diferentes

Perceber se são diferentes e

variadas; curtas, longas,

Perceber que tipo de imprevistos

podem surgir - exemplos

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Identificar rituais de

trabalho

Compreender os

constrangimentos da sua

atividade e o seu modo de

gestão

Perceber se faz parte das

suas funções representar a

organização junto de

outros atores

Compreender a

importância que as normas

e regulamentos da IGEC

têm na sua atividade

Conhecer os objetivos de

trabalho em relação à ATI

Sul

Perceber se procura

informações junto de

contextos externos para

desempenhar a sua função

Compreender o processo

E rituais? Pode descrever-me alguns?

Qual o maior constrangimento à sua atividade?

Como gere tudo isso?

É da sua competência representar a organização

junto de outros atores?

Com que tipo de atores é que costuma interagir?

Qual a importância que sente que as normas e os

regulamentos internos da organização têm no

desempenho da sua atividade?

Especificamente em relação à ATI Sul, quem

determina os objetivos de trabalho e o

planeamento?

Para desempenhar as suas funções tem por hábito

procurar informações junto de contactos externos?

De que forma é que o faz?

Como dissemina essa informação junto dos seus

Por exemplo, institucional,

individual; perceber se existe

ajustamento entre o institucional e

o individual – e como se faz esse

ajustamento;

Perceber porque é que é necessário

na sua opinião

Por exemplo: email;

presencialmente; telefone; reuniões

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de disseminação a

informação

Conhecer de que forma é

que é realizada a

comunicação

Perceber como concretiza

o processo de tomada de

decisão

colaboradores?

De que forma é realizada a comunicação com os

inspetores e demais colaboradores?

No seu caso, em concreto, como se concretiza o

processo de tomada de decisão?

Solitário ou em conjunto? Porquê?

Entender se é mediante reuniões,

email, ofícios, etc.) – perceber

quais os que privilegia. Saber se

sempre foi assim.

Perceber, por exemplo, se há um

princípio moral, em que a tomada

de decisão baseia-se nos valores,

crenças e atitudes dos líderes

organizacionais. Entender se são

levados em conta objetivos

institucionais, partilhados, objetivos

pessoais etc. Compreender se existe

partilha no processo de tomada de

decisão

F

Finalização da

Entrevista

Entender se pretende

acrescentar algum aspeto

que não tenha sido

abordado durante a

entrevista

Agradecer a sua

colaboração.

Deseja acrescentar algum aspeto que não tenha

sido contemplado nesta entrevista?

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Anexo 9 – Protocolo de Entrevista E5

Entrevistada: (E5)

Entrevistadora: Soraia (S)

S: Então para começar eu queria salientar que esta entrevista é realizada no âmbito do

relatório de estágio do mestrado em Educação e Formação com especialização em

Organização e Gestão da Educação e da Formação. Os objetivos gerais desta entrevista

incidem em conhecer a cultura organizacional da organização na sua perspetiva e

caracterizar também o papel do gestor a partir do trabalho que desenvolve na

organização. Depois e nesse sentido, reforço a importância da sua participação para o

desenvolvimento do meu trabalho e também asseguro a confidencialidade e o

anonimato desta entrevista. Posso gravar a entrevista?

E5: Sim… sim, pode.

S: Então para começar eu pedia que falasse um pouco do funcionamento da Área

Territorial de Inspeção do Sul…

E5: A… ora bem… a Área Territorial Sul é uma área muito abrangente… tem…

abrange as escolas que vão desde a Nazaré até Faro. Portanto, o que é que fazemos

aqui? A… basicamente asseguramos as nossas atividades do plano anual de atividades

em todas estas escolas… a… a ação disciplinar e a provedoria. Portanto os inspetores

que estão afetos à área territorial… a… têm o seu desempenho nesta… em toda esta

área e não sei se quer mais a vertente aqui da organização da casa… dos inspetores em

geral…

S: Eu queria perceber o funcionamento aqui da área territorial…

E5: Então o que é que fazemos aqui na área territorial… aqui esta equipa… a… planeia

todo o trabalho dos inspetores… a… acompanha o trabalho no terreno e depois verifica

o produto do trabalho, não é… os relatórios para submeter superiormente ao senhor

inspetor-geral, isto na parte das atividades. Depois a outra parte é assegurar a parte da

ação disciplinar, portanto, a… distribuir todo o trabalho que temos de processos

disciplinares… a… diariamente que é… há alturas que é quase diariamente planear…

planear não é mais nomear a… inspetores para irem ao terreno verificar situações que

nos foram relatadas por encarregados de educação… a… docentes e que precisam

mesmo de ser verificadas… portanto basicamente é isto que fazemos aqui nesta área.

S: E qual a dimensão da equipa que coordena?

E5: Olhe, no terreno, portanto, neste momento somos 49 inspetores. Portanto 49

inspetores no total, sendo que destes 49 temos dois inspetores que não estão a ir ao

terreno porque são os inspetores que estão a prestar apoio jurídico. Portanto temos dois

juristas e portanto as pessoas que estão no terreno a fazer quer as atividades mas mais a

ação disciplinar e a provedoria precisam sempre de apoio jurídico porque as questões

são sempre… tem que… a vertente jurídica é importantíssima não é, e portanto, antes de

ser entregue qualquer trabalho a… há sempre um apoio por parte dos juristas. Portanto

estes estão aqui permanentemente não vão ao terreno. Não quer dizer que às vezes isso

não aconteça que é o caso. Neste momento só temos um jurista porque outro está a fazer

um processo disciplinar que era muito urgente e pronto não havia mais ninguém e às

vezes é difícil, portanto o resto estão todos… Eu vou-lhe dizer, ontem tínhamos aí uma

situação de urgência de uma queixa e era uma coisa muito urgente e não havia um

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inspetor, eu não tinha um inspetor disponível. Todos os inspetores ontem estavam no

terreno, portanto, toda a gente…

S: E aqui na casa?

E5: Aqui na casa, além dos dois juristas temos uma inspetora que faz o apoio, ou seja, o

apoio é feito aos inspetores que precisam de… a… estando no terreno de consultar

documentos que não estão acessíveis na nossa base de dados… a… é preciso preparar

todas estas intervenções, é preciso fazer uma preparação e é uma inspetora que nós

temos aqui, já é uma inspetora que está cá há muitos anos… há 30 anos e portanto é

essa que está de retaguarda a preparar as coisas, sempre que é preciso nomear um

instrutor para um processo, sempre que é preciso um inspetor para ir à escola… todos os

procedimentos formais que é preciso fazer temos o secretariado que é só uma pessoa

aqui e essa inspetora que também faz esse apoio. Mais ninguém, portanto basicamente é

isto aqui em Lisboa, por que nós temos instalações também em Évora que já existiam…

e já existiam porquê? Por via de uma organização diferente, porque antes havia uma

área… uma delegação em Lisboa e Vale do Tejo, uma delegação no Alentejo e uma

delegação no Algarve, portanto que tinham os seus inspetores e faziam o seu trabalho.

Os inspetores foram ao longo dos anos diminuindo e ah… o que fez com que em 2013,

o senhor Inspetor-Geral tenha decidido fazer outro tipo de organização e portanto a área

territorial passou a ser uma… passou a ser muito abrangente. No Alentejo há inspetores,

no Algarve há inspetores e como sabe nós fazemos algumas atividades que precisam de

preparação prévia em grupo. Aliás todas as coisas, todos os trabalhos realizados pelos

inspetores são sempre em par, exceto a ação disciplinar. E mesmo às vezes no caso da

ação disciplinar, por que as coisas são mais complicadas, na ação disciplinar é sempre

preciso alguém para secretariar. Num processo disciplinar, o instrutor tem sempre

alguém para secretariar. E por que é que tem que ter alguém para secretariar? Porque no

processo disciplinar é preciso ouvir pessoas, em inquirições não é? A… quem está

presente é o instrutor do outro lado e estarão testemunhas, eventualmente os arguidos e

nesse processo é preciso que as coisas não levantem todos… o que é tratado não

levante, não possa trazer dúvidas, daí que há sempre alguém que tem que fazer,

digamos, o trabalho de testemunho daquilo que é dito e daquilo que se passa e que

tenhamos que ter sempre o secretariado. Até há relativamente pouco tempo, e agora

também acontece, o secretariado é sempre… a… há um processo disciplinar numa

determinada escola, o inspetor dirige-se lá e pede ao senhor diretor ou à senhora diretora

que designe um assistente técnico para fazer esse apoio. Muitas vezes a escola bate-se

com problemas de pessoal e não tem assistentes técnicos disponíveis. Nesses casos e

quando os processos são complicados o que se faz é ir uma equipa de dois inspetores,

um é um instrutor e o outro vai para o secretariado. É uma situação que nem sempre

acontece, só em situações mais complexas ou que a escola não tenha ninguém

disponível. De resto, é a única altura em que vai só uma pessoa. Caso contrário, são

sempre dois inspetores a ir à escola. Nós, no caso por exemplo da AEE… a… é feita

com uma equipa de três pessoas, três avaliadores: dois inspetores e alguém que vem do

ensino superior. Ora este trabalho de articulação é preciso ser preparado e depois da

intervenção também na sequência do relatório… é um trabalho a três precisa de ser

aferido pelas pessoas. O que acontece é que hoje com as novas tecnologias, nós temos a

questão de poder mandar por email e isso agiliza os procedimentos… a… mas há

alturas que é preciso as pessoas estarem presencialmente não é… e isso faz com que

tenhamos que ter um espaço físico… a… é preciso, hoje muito menos, tirar cópias, mas

é preciso preparar às vezes documentação e… não é possível as pessoas que têm o seu

trabalho mais habitual na zona Sul, ou seja, no Algarve ou no Alentejo virem para

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Lisboa fazer este trabalho, não é? Até porque os avaliadores externos que vão para o

Alentejo e para o Algarve… a… são das instituições de ensino superior daquela zona e

portanto temos sempre e mantivemos os espaços que tínhamos exatamente para esse

apoio. Nós na inspeção não temos atendimento presencial, ou seja, quando as pessoas

querem fazer uma queixa não se dirigem cá para fazer uma queixa e isso é sempre

feito… se quiserem vir aqui fazer ou a Évora ou a Faro, o que fazem é… nós temos

uma… um modelo… a pessoa se quer lá ir vai e preenche com os seus dados pessoais,

coloca o assunto que quer tratar e depois nós contactamos a pessoa no caso de ser

alguma coisa… a… em geral são queixas, exposições, pedidos de ajuda de nalgum

sentido de resolver alguma situação, isso fazemos sempre atendimento telefónico ou por

email, nunca presencial. Mas de qualquer maneira nas nossas instalações, as pessoas se

lá se dirigirem podem sempre também preencher esse modelo e deixar o assunto

resolvido. Outra questão que precisamos das instalações é que compete também à

Inspeção apoiar os instrutores dos processos disciplinares que estão a ser feitos na

escola. Portanto caso um diretor instaure um processo disciplinar, quer a um professor,

quer a um assistente, a… o processo decorre na escola. O senhor diretor nomeia um

docente para fazer esse processo… o apoio… portanto os docentes não têm… a…

formação jurídica a maior parte deles, ou quase todos… e portanto precisam de alguém

que ajude e esse apoio é sempre prestado pela Inspeção e também pode ser prestado

online e acontece, mas há sempre dois momentos em que os inspetores… instrutores

dos processos vêm aqui: primeiro… a… vêm aqui no início para que o jurista lhe

explique todo o procedimento… a… que todos os procedimentos que terá que fazer e

depois numa outra altura que é quando há necessidade de fazer uma nota de culpa, ou

seja, há acusação… a acusação é uma peça processual muito complexa e portanto tem

que ser sempre vista por um jurista e é sempre o professor… é sempre o docente que

a… se dirige a… às nossas instalações a fim de lhe ser prestado o apoio… portanto é

esse o motivo por que nós ainda mantemos... temos que manter as nossas instalações.

S: Então coordena toda a área até ao Algarve…

E5: Eu coordeno… exatamente… temos uma pessoa no secretariado aqui e depois

temos duas outras pessoas em Évora e uma em Faro. Estas pessoas têm também… como

nós temos neste momento 12 atividades no plano de atividades é preciso… todas as

atividades têm procedimentos que… a…não são fáceis porque desde a comunicação às

escolas, as comunicações aos inspetores, desde o envio dos documentos, por exemplo

na maior parte das atividades que fazemos antes de iniciar a atividade, quando damos

conta à instituição seja ela pública ou privada que vamos lá em tal data, mas mandamos

de imediato o pedido de documentos e os documentos que pedimos a… sempre são os

documentos estruturantes da escola, projeto educativo, plano anual de atividades,

regulamento interno, para que quando se vai fazer uma atividade tenha já um

conhecimento mínimo do conhecimento da escola… a… e… portanto a… essas pessoas

servem exatamente para isso, gerir todo o todos os meios, mandar os ofícios, distribuir

depois os documentos, mandar os relatórios para as escolas a… depois mandar a…

assegurar-se de tudo porque é… é muito fácil as coisas virem por email mas nem

sempre as coisas funcionam bem… quando é preciso ter a certeza de que os documentos

chegaram, que a escola os recebeu, que nos disse sim senhora recebeu o email… todas

essas etapas que nós temos estão distribuídas por estes assistentes técnicos… a cada um

tenho distribuído três e há um que tem mais atividades que é da sua responsabilidade.

S: E como são planificadas as atividades desenvolvidas no âmbito da Área Territorial de

Inspeção do Sul?

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E5: Como é que são planificadas… olhe… a… portanto anualmente… a… neste

momento já estamos e estamos em maio, já estamos a planificar o próximo ano letivo

porque nós funcionamos… temos aí um… algo que às vezes é complicado gerir que é

os planos anuais têm que funcionar por anos civis, mas o nosso trabalho não pode ser

por ano civil é por ano letivo, daí que isto às vezes seja um pouco complexo a… mas

neste momento já estamos a planificar o próximo ano letivo. Portanto nós neste

momento nós já estamos a agendar todas as atividades que vamos ter no ano letivo

16/17 com antecedência porque as escolas também precisam de ser avisadas com tempo

a… e… portanto todos os… aquela que mais tempo necessita de… planeamento e

de…alguma reflexão a fazer é a avaliação externa porque é uma atividade um

pouquinho mais complexa, de mais dias, e que envolve não só os inspetores mas

também alguém de fora, portanto a… esse planeamento é feito com muita antecedência.

O que é que depois acontece, portanto, nós começamos a fazer o planeamento, alocamos

essas atividades aos inspetores de acordo com um determinado perfil porque nem todos

os inspetores fazem todas as atividades. É claro que todos estão preparados para fazer

todas as atividades, mas… por algumas… às vezes pela questão de formação científica,

por exemplo, é mais… é mais interessante e… ser por exemplo, dou-lhe um exemplo, a

atividade da gestão experimental das ciências foi inicialmente concebida por um grupo

de inspetores da área das ciências, mas e como a… esta intervenção é no âmbito da

educação pré-escolar e também do 1.º ciclo… a… foi alocado e que lhe pertenceu aliás

a atividade foi também concebida por uma pessoa da educação pré-escolar e como uma

pessoa do 1.º ciclo. O que é que tentámos fazer de início? No primeiro ano basicamente

foram pessoas que estavam mais diretamente ligadas a… a… ao grupo de trabalho, não

é… e pessoas da área e fomos pouco a pouco inserindo pessoas de outras áreas, mas isto

é sempre… vão portanto começámos com um grupo de seis pessoas e depois a pouco e

pouco vamos inserindo, vão fazendo formação, e vamos inserindo pessoas de outras

áreas. É o que fazemos sempre. E isto começamos a pensar nisto com muita

antecedência porque nunca vamos para o terreno anualmente sem fazer formação todos

os anos aos inspetores. Antes de começarmos qualquer atividade do ano há um ou dois

dias de formação naquela formação de preparação para aquela atividade. É claro que

durante o mês de setembro a… basicamente é setembro e outubro no início também

temos formação. Aproveitamos também para a… fazer formação nas áreas em que as

pessoas têm manifestado a… alguma fragilidade, têm achado que alguma coisa…

alguma atividade… a… é mais complexa em determinada área e o que nós fazemos

sempre é… e… se os inspetores manifestam-nos porque nós pedimos fazemos um

questionariozinho e perguntamos aos senhores inspetores quais são as dificuldades que

estão a ter nalgumas áreas e portanto perante a resposta deles nós tentamos sempre no

mês de setembro e outubro ter em conta aquilo que nos pedem e junto de docentes…

de… do ensino superior que estão diretamente ligados às áreas que nós pretendemos…

fazemos sempre alguma formação. Grande parte da formação é sempre realizada em

setembro e outubro. Depois vamos fazendo a… nomeadamente sempre na avaliação

externa, sempre em janeiro, porque em geral desenvolvemos a nossa atividade outubro,

novembro e dezembro. Em janeiro fazemos sempre uma reunião de ponto de situação

para aferir o que é que aconteceu, que dificuldades… isto porque a educação tem

mudado imenso… há imensas mudanças na legislação, há coisas que de um ano para o

outro temos que alterar e portanto isso faz com que em janeiro nalgumas atividades e

nomeadamente na avaliação externadas escolas é uma delas que façamos sempre

alguma reunião com todos os inspetores que desenvolveram a atividade, que nos vão

dizendo que dificuldades sentiram, o que é que correu menos bem, como é que podemos

melhorar o trabalho a partir daí. Basicamente é isso.

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S: Então basicamente o planeamento é feito mais em equipa destas atividades…

E5: O planeamento é sempre feito em equipa, pela equipa que são… sou eu, a minha

colega também chefe de equipa e… e para cada atividade existe um inspetor que é o

responsável de transmissão… de transmissão a… de… de… da informação sobre aquela

atividade. Portanto estamos a falar por exemplo de… a… OAL, Organização do Ano

Letivo, nós fazemos o planeamento da atividades, eu e a minha colega T e temos dois

inspetores neste caso porque é uma atividade que abrange muitas escolas… há

atividades que temos um número reduzido digamos assim de atividades anuais, não é o

caso por exemplo da Organização do Ano Letivo, muitas vezes temos feito durante o

mês de setembro e outubro 100 intervenções… 100 intervenções precisamos sempre de

mais do que um inspetor porque os relatórios têm que ser muito bem vistos e depois

sempre todos os relatórios, todos os nossos relatórios têm… vão sempre para a escola, o

pré-relatório vai para a escola para efeitos de contraditório e a escola pode exercer caso

queira o direto de contraditório sobre tudo o que lá vem e estas situações pressupõem

sempre uma análise de alguém e portanto era completamente impossível com o número

de atividades que fazemos que anualmente serão 360 mais ou menos… 360 atividades

do plano de atividades, fora a… e não estou a contar aquelas que são as sequenciais, ou

seja, aquelas que nós vamos fazer uma atividade e deixamos recomendações e nalguns

casos temos que voltar lá para nos certificarmos que a escola cumpriu aquilo que foi

recomendado por que são recomendações importantes. E portanto o planeamento é feito

por nós as duas sempre com os interlocutores das atividades, que se é a OAL nós

planeamos juntamente com essas duas pessoas, como é deve ser feito, as intervenções já

sabemos quantas vamos fazer, mas quando é que vamos, a que escolas é que vamos a…

a que dias vamos, que equipas vamos escolher, portanto esse planeamento é feito

sempre pelas chefes de equipa em conjunto com os interlocutores.

S: E de que modo é que articula o trabalho com os inspetores na Área Territorial de

Inspeção Sul?

E5: Como é que articulo o meu trabalho?

S: Sim…

E5: A… então vamos lá ver… basicamente, a articulação do trabalho com os inspetores

é feita por via dos interlocutores, ou seja, a… o trabalho antes de ser iniciado tem uma

formação. Ou seja, no início do ano digamos que, como há pouco disse-lhe, setembro e

outubro preparamos com todos os senhores inspetores que vão fazer o trabalho, o chefe

de equipa e a interlocutora em reunião: vamos fazer estas atividades, como é que vamos

fazer… temos sempre os nossos guiões, os nossos roteiros… a… os inspetores são

todos… a… tomam todos conhecimento dos materiais que vão utilizar, como vão

utilizar, os tempos que vão ter para fazer os trabalhos… a… quando e uma atividade

que a… não tem sofrido muitas alterações a… não é tão difícil assim porque as pessoas

já estão mais ou menos rotinadas com o trabalho, mas há sempre algumas coisas novas

no início do ano a aferir… é ter em atenção a determinados procedimentos que vamos

de ano para ano melhorando e portanto antes de iniciar qualquer atividade nenhum

inspetor vai fazer qualquer coisa sem que esse trabalho já esteja sempre preparado, quer

a… por… pelo… pela parte da chefe de equipa que está presente sempre nas reuniões,

quer pelo interlocutor que depois é a pessoa que aprecia antes do chefe de equipa. A… o

inspetor quando vai para o terreno prepara… já vai com a preparação feita com todos os

inspetores. É claro que a… preparação é feita sempre em conjunto, mas para cada

atividade… para cada atividade, para cada intervenção que vai fazer são sempre a pares,

há um dia sempre que os inspetores preparam aquela intervenção. Portanto há uma

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preparação a nível macro aqui dentro da casa e depois a nível micro os dois inspetores

preparam a intervenção. Desenvolvem a sua atividade, enviam-nos o relatório a… e esse

relatório é analisado sempre pelo interlocutor. Nunca vem à chefe de equipa sem que

seja analisado. É analisado, vem para mim, verifico o que é que de facto está a

acontecer… se… se há recomendações, se há necessidade de fazer alterações no

relatório, a interlocutora dá-nos conta dessa situação, eu envio novamente à equipa… a

equipa analisa de novo, volta e portanto aí é que se dá como depois o relatório final. E

portanto é um trabalho que é…é entre as chefes de equipa e sempre também entre o

interlocutor.

S: Toda essa coordenação, porventura, assenta em trabalho mais individualizado e

também em trabalho em equipa, como falou. Fale-me um pouco dessa diferença:

quando se justifica ser mais individual…

E5: O meu trabalho?

S: Sim o seu trabalho… e quando se justifica ser mais em grupo.

E5: A… o trabalho… eu… acho que não tenho nunca aqui no âmbito das atividades um

trabalho individualizado… a… o trabalho é sempre concebido… feito em grupo.

S: No âmbito das atividades. E no âmbito das suas funções?

E5: Das minhas funções a…

S: Tem trabalho individualizado também?

E5: Tenho trabalho individualizado… vamos lá ver. No que respeita à ação disciplinar

ai não, vamos falar de provedoria, atividades de provedoria. Há uma equipa de

provedoria a… que a… que analisam todas as queixas que entram na Inspeção. Tudo o

que diz respeito à Área Territorial Sul e que o Senhor Inspetor Geral ou a Senhora chefe

de equipa acha que necessita de uma intervenção no terreno manda para mim… eu

tenho que proceder a essa análise, verificar a… ler a queixa, verificar o que é que está

em causa, que pessoa, que inspetor tenho de designar para aquela questão porque os

inspetores… a… embora sejamos dignos… tenhamos esta vertente generalista porque a

educação é um mundo, são muitos assuntos… a… todos fazem tudo mas há uns que

pela sua formação académica ou pela formação que depois foram desenvolvendo ao

longo dos anos, têm mais apetência e são… têm mais especificidade em determinado…

a… numa determinada área por exemplo, digamos a educação especial, a educação

especial é preciso conhecimento mais específico em determinadas coisas, não é?... Eu

quando verifico o que é que está em causa, se vejo que é por exemplo um assunto da

educação especial, vou tentar ir buscar para fazer aquela intervenção aquela averiguação

uma pessoa que esteja… que tenha um conhecimento mais profundo daquela área. E

portanto isso é sempre um trabalho muito individualizado… eu estou aqui analiso,

verifico quem é a pessoa, nomeio a pessoa… preparo… preparo à inspetora A que

aquela inspetora que temos aqui no apoio porque faz todos os procedimentos para o

inspetor, o inspetor vai fazer… a… vai fazer essa ação ao terreno, faz uma informação,

dá conta do que é que verificou, manda para mim… sou eu que leio, analiso, verifico se

está bem, se concordo, a… se… a… a análise que foi feita se tudo aquilo… todos os

procedimentos foram seguidos pelo inspetor conduziram, de facto, a um resultado final

e quando nós vamos fazer qualquer atividade de provedoria a… o que vamos, embora às

vezes as pessoas não se apercebam disso, é verificar se a escola cometeu algo ilícito

porque se as pessoas nos estão a fazer uma queixa, não estão satisfeitos com alguma

coisa que nós vamos verificar é se, de facto, a… se a escola não procedeu do modo que

devia dentro da legalidade. É isso que nos move. Se os procedimentos foram feitos

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todos dentro da legalidade ou não… muitas vezes estão dentro da legalidade, mas

deveriam ter sido mais céleres, mais eficazes e o que nós fazemos é sempre uma

recomendação ao senhor diretor para que da próxima vez seja mais célere ou a… tenha

outro tipo de procedimentos. Pronto a partir daí eu faço a…o meu parecer para o senhor

Inspetor-Geral para a… há sempre uma proposta… a…para se é acolhido pelo senhor

Inspetor-Geral. Basicamente isso dentro da provedoria é assim, é um trabalho muito

individual. Em relação aos processos disciplinares, os inspetores também fazem os

processos disciplinares a… sempre na sequência de intervenções que foram feitas…

(primeiro corte) foram instaurados pelo senhor Inspetor-Geral… na sequência sei lá…

de um… uma queixa verificamos que um diretor cometeu alguma ilegalidade, o senhor

Inspetor-Geral instaura um processo e depois os nossos inspetores vão fazer a instrução

desse processo. Mas a senhora… a… Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares,

atualmente a senhora é sub, porque não há diretor geral, a senhora… a subinspetora

geral manda para cá muitos processos disciplinares a… que ela na qualidade superior

hierárquica dos diretores instaura e pede para que seja aqui a inspeção a nomear um

instrutor e a fazer o processo, por isso temos sempre muitos processos. A… neste caso

eu quando há um processo disciplinar para instruir também fazendo o mesmo que faço

para a provedoria, verifico que assunto é que está em causa. Se for por exemplo… há

pouco eu disse-lhe que temos aqui um jurista que…a… estão aqui habitualmente

juristas a… presencialmente para fazer o apoio. Nem sempre está um deles que é o caso

agora porque vai… foi fazer um processo disciplinar e porque é que foi fazer o processo

disciplinar? Por que o assunto que estava em causa era o teor… da… natureza da… dos

factos tinham muito a ver com questões jurídicas e portanto fazia todo o sentido que

alguém que tivesse conhecimentos jurídicos fizesse aquele processo. Portanto eu vejo

quem é a pessoa que deve fazer aquele processo, nomeio e vai fazer esse trabalho.

Quando o processo termina e portanto dentro deste… de… deste tempo, o que é que eu

faço?... nos processos disciplinares os instrutores são autónomos, eu não tenho nada a

ver a… o que tenho que ver sempre é os tempos… tenho estar sempre preocupada com

os timings do processo que há tempos definidos, portanto nós temos que obedecer e

portanto tenho que estar atenta para que as coisas corram dentro dos tempos que devem.

Depois o inspetor… a… entrega o processo, eu não tenho formação jurídica a… o que é

que faço?... a… cabe-me a mim apreciar o processo… o que é que aprecio no processo..

se o processo está bem feito, se há alguma coisa que o inspetor não fez como devia a…

para isso como tenho os dois juristas, eles apreciam o processo. Eu peço para eles

analisarem e me fazerem um parecer. Portanto eles vão verificar todas as peças

processuais a… e… a… dizem-me se o processo está bem feito. Na sequência disso, eu

faço o meu despacho e vai… envio-o para o senhor Inspetor-Geral, no caso de ser ele a

decidir, ele vai decidir, no caso de não ser o senhor Inspetor-Geral, ser a Direção dos

Estabelecimentos Escolares, a Direção-Geral, depois é enviada para… fazemos uma

proposta para quem decide… a… vai para quem decide. Este é basicamente o trabalho

que eu faço individualizado…além das questões burocráticas, como é o caso das férias

dos inspetores, autorizar as férias, verificar as férias… os inspetores deslocam-se todos

os dias do seu domicílio profissional que é a sua residência para as escolas onde mando

e portanto quando a… se deslocam mais de 20km têm direito a ajudas de custo… todos

esses procedimentos burocráticos, mas as ajudas de custo tem que passar por mim a…

pedidos de férias, faltas, portanto toda essa parte burocrática essa sim é individual…

S: E em grupo? Pode dar-me exemplos, sem ser o planeamento das atividades que já me

falou… a… que tipo de trabalho… que tarefas é que faz mais em equipa?

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E5: De resto as tarefas em equipa é só de… basicamente eu e a minha colega em termos

de reflexão do trabalho feito…a … reunimos habitualmente para pensarmos, refletirmos

sobre o que está feito, como é que vamos fazer… fazemos o trabalho de reflexão as

duas… de verificar sempre como é que podemos melhorar aqui o trabalho, como é que

podemos agilizar os procedimentos a… como é que a... estão a desenvolver o trabalho

todos os colegas porque temos a outra vertente que é avaliar todos os inspetores… e

embora a avaliação a… pressuponha um único avaliador, ou seja, a chefe de equipa é

que avalia todos e… é o caso mas estamos duas a trabalhar, portanto… a… interação

que temos… somos as duas chefes de equipa… temos que partilhar o trabalho de todos

os inspetores, portanto o que fazemos é muito a… refletir sobre o trabalho dos colegas,

o que é que podemos fazer, como é que podemos agir em determinadas situações, se

alguns inspetores não estão a fazer um trabalho com a qualidade que nós queremos…

pensamos o que é que devemos fazer, muitas vezes chamamos o inspetor para falarmos

com ele, verificar o que é que se está a passar, como é que… o que é que o inspetor

pode fazer… para melhorar aquele tipo de trabalho… mas basicamente é só isso…

S: Costuma delegar competências e funções… porquê?

E5: A… sim. Eu não... eu não digamos que a delegação de competências… a… a

delegação de competências… o nosso modo… como estamos, como está estruturado

esta Área Territorial tem uma chefe de equipa multidisciplinar que sou eu, mas tenho

uma chefe de equipa de acompanhamento, controlo e avaliação que é a minha colega.

Não é muito claro a… não é muito claro nas nossas competências se às vezes o que é

que faz uma e o que é que faz outra, porque eu tenho as competências todas e ela tem

outras que também são minhas. Porque são doze atividades e doze atividades é

completamente impossível serem geridas… portanto digamos que são 300 e… 300 e tal

atividades do plano anual… ações, intervenções no meu terreno que têm que ser todas

analisadas e só para uma pessoa é impensável, portanto nunca se conseguiria fazer. O

que nós…eu habitualmente faço é a… dividimos em termos de atividades a… embora a

minha colega tenha intervenção em todas há algumas que ela supervisiona

completamente… a leitura de relatórios é da sua responsabilidade é ela quem os assina.

Portanto algumas atividades é a minha colega quem tem e eu tenho outras. Eu dedico-

me em exclusivo à avaliação externa das escolas, à organização do ano letivo, aos

exames nacionais, aos cursos profissionais e agora à avaliação aos contratos de

autonomia. Portanto, estas são aquelas que eu sou a última pessoa a mexer nelas, leio o

relatório final e assino o relatório e dou como pronto. A minha colega e portanto… a…

o… a questão da provedoria e ação disciplinar que também me pertence… a minha

colega tem jardins-de-infância da rede privada, ensino particular e cooperativo, tem

educação especial, tem o… a… organização e funcionamento dos estabelecimentos

particulares e cooperativos e essa parte ela dá a última palavra em termos de relatório

final é ela quem analisa o relatório final antes de ir para a escola e portanto assina… é a

ultima pessoa a assinar, portanto é a pessoa responsável pelos relatórios. E portanto

dividimos um pouco as coisas porque uma pessoa é impossível conseguir gerir todas

essas tarefas, aliás por isso é que somos duas.

S: E como é que é feita a afetação de recursos na sua atividade? Recursos humanos,

recursos materiais, financeiros…

E5: Eu não tenho qualquer, portanto, nessa parte não… sou apenas chefe de equipa e

isso compete à direção da casa e portanto à direção de… da casa que eu digo quanto

muito manifesto ao senhor Inspetor-Geral… a… algumas dificuldades em termos de

recursos humanos porque aliás as coisas também são planificadas tendo em conta os

recursos humanos que nos estão alocados. A… como sabe na administração pública

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a…é difícil neste momento ter mais a… recursos humanos porque não podem ser

contratadas mais pessoas, nomeadas mais pessoas no caso dos inspetores, a não ser por

concurso e portanto a… eu a…que trago aqueles inspetores que…

S: Na sua atividade, faz a nomeação de inspetores para as atividades… como é que…

E5: Eu só nomeio, mas nomeio perante aquilo que tenho…

S: Sim, sim exatamente, mas na sua atividade como é que esta afetação de recursos

também…

E5: Eu faço essa afetação de recursos, há pouco como lhe disse, de acordo… portanto

tenho tantas atividades para desenvolver, não é? E portanto vou ter de alocar (risos).

S: O que é que considera quando faz essa gestão…

E5: Há pouco disse-lhe… eu vou alocando inspetores às atividades de acordo com o

perfil. Portanto, há inspetores… tenho sempre em conta a formação académica,

científica de cada inspetor e depois também tenho em conta toda a outra formação que

os inspetores foram fazendo ao longo do tempo aqui nesta casa por monte próprio ou

por que a casa lhes proporcionou e portanto para determinadas atividades afeto

determinados inspetores que têm mais perfil pra…pra… pra aquele tipo de atividades.

Mas em geral como lhe disse os inspetores são um bocadinho generalistas porque têm

informação, qualquer inspetor tem formação para qualquer das atividades porque a faz.

Portanto há um momento em que faz formação geral sobre aquela atividade depois

como não pode fazer todas, porque é impossível, dedica-se mais a umas do que a outras.

Há apenas uma atividade que é desenvolvida por todos os inspetores. Não há nenhum

inspetor aqui destes 49 que temos que não faça que é Organização do Ano Letivo

(OAL). Todos os inspetores fazem essa atividade e estão preparados para fazer essa

atividade porque todos a fazem. Agora as outras depois são mais… há uns que fazem

mais avaliação externa, há um grupo habitualmente que são a… portanto… são 10…

22… 24… temos 24 inspetores que fazem avaliação externa, porque sempre [fizeram] e

estão mais preparados e depois há outros grupos que estão mais para fazer as outras

atividades. Não quer dizer que não façam avaliação externa, mas fazem menos de umas

para fazerem mais de outras, para podermos durante o ano a… ter inspetores que façam

várias coisas.

S: A… como sabemos a missão da IGEC consiste em assegurar a legalidade e controlar,

auditar e fiscalizar o funcionamento do sistema educativo. Quais são os valores que

elege como os mais relevantes para conduzir o seu trabalho… a sua atividade

profissional?

E5: Quais são os valores….

S: …. que elege como os mais relevantes para conduzir o seu trabalho?

E5: Valores… valores… para conduzir o meu trabalho… que valores… Olhe aqui a… a

inspeção… esta inspeção ou as outras… há uma coisa que temos sempre que ter em

mente é a… fazer o nosso trabalho a… da melhor forma. Portanto, todo o trabalho que é

desenvolvido nas escolas por nós… a… vão ao encontro daquilo que daquilo que se

espera, não é?... quer pelos nossos utentes, quer pela tutela a… daí que a… valores

éticos estão sempre presentes a… por que quando há qualquer formação, quando

nomeio qualquer pessoa para fazer um trabalho a… na escola o que se pretende é que

a…o trabalho seja feito com a maior honestidade, com eficiência, com eficácia e sem

esquecer os valores éticos que presidem o nosso trabalho. O nosso trabalho é de imensa

responsabilidade a… e a ética é… é… fundamental ter em conta… basicamente é isso.

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S: Atendendo ao quadro de referências da atuação dos inspetores, percebe-se a

existência de um conjunto de valores que guiam a sua atuação: como por exemplo, a

seriedade, o bom senso, a lealdade, a justiça, entre outros. No seu entendimento, de que

modo estes princípios/valores são interiorizados e partilhados pelos inspetores?

E5: A… todos! Nós… em tudo… olhe vou-lhe dizer eu faço com todos os inspetores

a… reuniões… muitas reuniões… muitas reuniões, mas basicamente eu faço

anualmente duas com todos e o que é que eu transmito, é que… digamos que eu… eu…

eu estou aqui como chefe de equipa mas para transmitir tenho uma missão que me é

transmitida pelo senhor Inspetor-Geral e portanto o senhor Inspetor-Geral que transmite

a… a intenção a missão desta casa e o que se pretende sempre e eu transmito é que o

nosso trabalho e… passa sempre em todas as reuniões, mas nessas duas em que

refletimos nessas duas conjuntas anuais refletimos sobre o nosso trabalho: o que é que

fazemos, como fazemos e como é que… o que é que podemos fazer a… para sermos

mais eficazes e para melhorar basicamente a prestação, como é que nós podemos

trabalhar, motivar as escolas com vista ao sucesso educativo. Basicamente é isto que

nos move em qualquer atividade que nós façamos…é nunca perder de vista que a…

todos nós no Ministério da Educação e nesta Inspeção trabalhamos em prol dos alunos,

isto é o que move sempre nesta casa… é fazer tudo em prol dos alunos… a… a maneira

como a…os inspetores a… se devem apresentar nas escolas a… como devem a…

abordar os senhores diretores… todos os senhores… os… os… as pessoas que estão à

frente das estruturas de coordenação educativa, de todos os órgãos de administração e

a… órgãos de gestão e administração e as estruturas de coordenação educativa, tudo

isso inclusive a maneira de abordar os encarregados de educação, a maneira de ouvir os

alunos, tudo isso é preparado e a todos é exigido a… um desempenho exemplar porque

há alguma coisa que corre menos bem e vamos dizer que… como é que posso aferir se

esse trabalho é realmente realizado… porque todas as atividades que fazemos… nós

com a exceção das… das… da provedoria e da ação disciplinar, nós pedimos à escola

depois um feedback porque passamos sempre um questionário de satisfação e dentro

desses questionários de satisfação que são depois analisados… a…nós verificamos qual

é o grau de satisfação com a atividade e a maneira e o desempenho do inspetor e nestes

anos todos nós não temos nenhuma surpresa ou seja a… digamos que 98 ou 99% das

atividades que correm bem vão ao encontro daquilo que as escolas pretendem e neste

caso em termos do desempenho do inspetor, o desempenho do inspetor é sempre

avaliado com um grau de satisfação muitíssimo elevado, portanto não temos aí questões

de… que o desempenho do inspetor… alguém venha fazer algum reparo sobre… coisas

menos éticas, menos… a…menos agradáveis que… que eu termos de comportamento

do inspetor isso nunca aconteceu. O que de alguma maneira nos tranquiliza, não é… que

a… e nos dá… nos dá uma indicação que as coisas são feitas a… da melhor maneira e

com os melhores resultados.

S: E como consegue a organização manter os inspetores próximos destes valores?

E5: Como lhe disse através das reuniões…

S: Essencialmente através das reuniões?

E5: …sempre essencialmente através das reuniões. Portanto, há um contacto a… apesar

de não estarmos… não partilharmos o espaço físico, o contacto com os inspetores, tendo

os inspetores connosco é… é… muito próximo porque hoje há meios e quando eu vou

abrir o meu email durante o dia tenho os inspetores sempre a perguntar coisas, além do

telefone não é? E portanto há sempre um contacto muito próximo para qualquer

dificuldade, olhe repare: já hoje ainda estava em casa às 8.00 da manhã, ainda não tinha

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saído e já tinha uma chamada de uma colega… a…e… ela ia nesse dia para a escola,

estava a fazer uma provedoria e na véspera quando tinha regressado tinha ficado com

uma dúvida sobre como deveria atuar numa determinada situação. E portanto logo de

manhã às 8 da manhã (risos) antes de ir perguntou-me o que é que eu achava que ela

deveria fazer porque tinha acontecido… e como vê o telefone está sempre a tocar a… eu

verifico aqui quem são as chamadas, agora não atendo, mas daqui a bocadinho já vejo

de quem são os telefones e já dou resposta. A… e portanto a… pergunta sempre eu

tenho esta dificuldade de manhã queria ouvir estes alunos, mas tenho este problema. O

que é que achas que eu deva fazer. Portanto há sempre um contacto com os inspetores

permanente, estando mesmo na escola, acontece qualquer coisa e imediatamente

telefonam e portanto nós sabemos sempre o que é que está a acontecer em qualquer

escola. Sabemos sempre onde é que estão os inspetores diariamente, não é?... porque

eles estão lá porque o trabalho está distribuído. Sempre que acontece alguma coisa que

a…não estava prevista a… o que há alguma dificuldade acrescida, imediatamente

telefonam e imediatamente solucionamos a situação.

S: Como caracterizaria a cultura organizacional da IGEC?

E5: Como caracterizo a cultura?

S: Sim…

E5: Olhe é… é… é muita proximidade, portanto os inspetores neste momento e

portanto só posso falar neste momento em que estou aqui , desde 2013, há muita

proximidade… a… inclusive com a direção desta casa com o senhor Inspetor-Geral com

os inspetores… a… os senhores inspetores… é uma cultura de proximidade, de…

somos poucos o que também faz com que toda a gente se conheça e partilhe as suas

coisas e basicamente a… basicamente… partilhamos posso dizer que não seja na

totalidade, quer dizer somos todos pessoas diferentes, mas partilhamos todos a…

partilhamos todos a… vestimos todos a camisola desta casa desta inspeção e o que

tentamos fazer é que o nosso trabalho seja feito o melhor possível, com rigor… com

rigor… a… e…que as pessoas nas escolas e a sua comunidade ache que a inspeção é

uma mais-valia e se vai perguntar se eu estou a dizer isto, se o que estou a dizer é

sustentado apenas na minha perceção, não é, é sustentado em dados muito… em

evidências claras a… que o nosso trabalho é reconhecido e por que é que eu vejo isto?

Porque a… os inspetores estão nas escolas e a… através das atividades ou através da

provedoria, interagimos com alunos, como pais, com docentes, com direção, com

autarquia a… e o que nos… o que passa sempre é que a… é que… a… o nosso trabalho

é feito com rigor e que aceitam e dão sempre como muito válido aquilo que lá vamos

fazer e muitas vezes casos de provedoria a razão pela qual recorrem a nós é por que

acham que somos um organismo, uma instituição independente, a… e que acreditam

que o trabalho que fazemos é um trabalho rigoroso… é um trabalho rigoroso e que a…

dá frutos, ou seja, por que razão é que as queixas que vêm para aqui muitas vezes em

relação às direções das escolas, por exemplo, se é questão de pais, já falaram com a

direção a… não conseguiram o que queriam a… ou a… muitas vezes as pessoas não

têm a confiança que deviam ter… quem está na direção das escolas a… acho que

também tem a ver com o modo de ser dos portugueses… há um diretor na escola que

deve ser o responsável por aquela escola ou agrupamento e muitas vezes os pais não

confiam inteiramente e portanto por que é que se nos dirigem e muitas vezes nós

perguntamos por que é se nos dirigem… não… porque nós achamos que a inspeção é

isenta e consegue verificar melhor as coisas… por que razão é que… há pouco eu disse-

lhe que os processos disciplinares das escolas são feitos, os processos instaurados pelos

diretores são instruídos por um professor da escola… muitas vezes temos aí queixas a…

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dos docentes que são alvo dos processos que não querem que seja a escola a fazer

porque acham que quem deve fazer os processos é… são os inspetores pois dá garantia

de isenção e rigor e portanto melhor que isso para aferir… não há.

S: Pois. Eu pedia-lhe agora que me descrevesse um dia típico de trabalho seu.

E5: Não dias típicos.

S: São sempre diferentes?

E5: São sempre diferentes… a… e eu desde que entro até que saio eu não chego aqui

demasiado cedo porque saio sempre muito tarde, saio sempre às 20:00 isto porquê…

porque não somos muitos a… e… o que eu pretendo é assegurar que a… os inspetores

desde as 08:30 da manhã às 08:00 da noite tenham sempre a… alguém disponível a… e

o nosso secretariado a… está a partir das 08:30 às 08:00 da noite há sempre alguém. Eu

desde que chego entre as 09:30 e as 10:30 até às 08:00 não lhe posso dizer o número de

chamadas mas já tem acontecido que durante a manhã tenha atendido 50 chamadas, ou

seja, ou é de inspetores que estão no terreno e têm problemas ou é das escolas, porque

as escolas também nos contactam imenso.

S: Pois…

E5: As escolas contactam-nos no sentido de às vezes nós não temos essa competência

de acompanhar as escolas, mas muitas vezes eles tentam perguntar-nos coisas que nós

não respondemos é claro, porque isso pertence à Direção-Geral dos Estabelecimentos

Escolares essa competência. Mas por exemplo quando querem apoio jurídico, dirigem-

se a nós e muitas vezes aqui passam as chamadas… chegam aqui porque às vezes o

nosso jurista está ocupado e portanto a escola diz que precisa muito de falar com

alguém porque a… na sequência de um envio, de um relatório ou dos procedimentos

a… dos procedimentos que são necessários para a avaliação externa das escolas… a…

precisam de nos colocar algumas questões… as escolas têm dúvidas e portanto tudo isto

faz com que a… diariamente eu aqui a… a tenha mais da parte da manhã é sempre

muito complicada… esta parte de atendimento telefónico, fora o número de emails

diários que são a… a média… são de 30 por dia… portanto a média é 30 por dia… há

dias que serão menos outros que são muito mais. Mas a média é de 30… a… 30 emails

diários que é preciso responder a… a questões que nos são colocadas a… porque nem

sempre nos fazem via telefone… questões colocadas não só pelos inspetores… também

pelas escolas… a… é claro que aqui para mim não veem porque é logo… é feita uma

triagem quando ligam para aqui e é um assunto ou uma queixa… é ali a… a inspetora

que nos dá aqui o apoio que filtra a chamada verifica o que é que se passa, o que é que a

pessoa pretende… a… se … nomeadamente é para pedir alguma informação ou como é

que pode fazer uma queixa… qualquer coisa e isso já se viu para aqui . De resto o meu

trabalho durante a manhã é muito a… à base destes telefonemas e mails, além das

solicitações diárias do senhor Inspetor-Geral como vê enquanto aqui esteve e depois

todos os dias o despacho que tenho, ou seja, todos os dias chegam coisas… todos os

dias… todos os dias… e portanto é preciso todos os dias apreciar relatórios, processos

disciplinares, enviar planeamentos… muitas vezes a… as escolas principalmente a…

particular e cooperativo… as escolas particulares onde vamos ou temos planeado e

mandamos habitualmente com alguma antecedência que pode ser entre uma a duas

semanas a avisar que vamos fazer uma intervenção lá e que nos ligam a dizer que não

pode… não… não seria o dia ideal porque naquela semana o diretor está… o diretor

está fora, numa visita de estudo… com os alunos ou porque naquele dia há uma

atividade qualquer que envolve a câmara municipal ou outras entidades e a nossa

presença naquele dia iria impedir a… o normal funcionamento a… da escola. Isso nós

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não queremos e tentamos resolver, mas todos os dias temos este tipo de trabalho…

todos os dias eu tenho para despachar, para enviar relatórios… todos os dias enviamos

relatórios, todos os dias tenho que ler relatórios, todos os dias tenho de ler processos…

tenho que nomear pessoas para intervenções e neste momento até lhe digo… até lhe

dizer quantas duas… quatro… cinco… seis… sete… oito… neste momento tenho a…

hoje que a… nomear oito inspetores para irem ao terreno verem o que é que se passa em

oito estabelecimentos particulares e privados. E portanto todos os dias… todos os

dias… todos os dias a… isto acontece. Além disto que é o normal temos sempre os

casos de assuntos que venham do senhor Ministro da Educação ou do senhor secretário

de estado porque muitas vezes acontece incidentes a… que são comunicados ao senhor

Ministro da Educação ou ao senhor secretário, imediatamente telefonam para o senhor

Inspetor-Geral no sentido de querer saber o que é que se está a passar e que a inspeção

verifique o que está a acontecer aqui e ali… e aí temos de estar sempre aqui para

podermos a… ir logo ao terreno ver o que é que se passa para podermos avisar a… e dar

conhecimento o que se está a passar ao Senhor Ministro.

S: O seu trabalho também é um bocadinho responder a estas solicitações do Senhor

Inspetor-Geral…

E5: Exatamente.

S: Já me falou um bocadinho das atividades… do tipo de atividades que realiza no seu

dia a dia. Quais destas realiza com maior frequência? Só para ter uma noção…

E5: O que é que realizo com mais frequência…

S: Sim, das suas atividades no dia a dia.

E5: No dia a dia… no dia a dia a… o que é que eu faço com mais frequências das

atividades… com mais frequência é a leitura de relatórios diários, não é… diariamente

eu tenho sempre relatórios para ler, ou seja, a… todos os dias… todos os dias porque

são 12 atividades há relatórios terminados… ou seja já passaram pelo interlocutor e é

preciso enviar para a escola e antes de enviar para a escola… a última leitura é feita por

mim e portanto eu todos os dias tenho um relatório… dois, três, quatro, cinco para ler

para enviar para a escola.

S: Eu também queria perceber se no seu dia a dia as atividades que realiza são… neste

caso eu já percebi que são variadas mas se são curtas, longas… a… duração dessas

atividades…

E5: A duração aqui enquanto estou aqui…?

S: Por exemplo, a leitura de relatórios talvez seja uma atividade muito longa… que leve

muito tempo…

E5: Olhe é assim eu… a… leio relatórios… (toca o telefone e da sequência da conversa

telefónica diz) diariamente eu estou a ter feedback do que é que está a acontecer.

Portanto esta inspetora ia a uma escola Campo Maior por causa de uma queixa que foi

uma situação grave e muito urgente e ela já me está a dizer logo de manhã a… ontem à

noite… mandámos os documentos que por acaso não chegaram atempadamente a casa

da inspetora embora ela já soubesse do que é que se tratava a… voltamos a mandar às

10 da manhã e neste momento que… é o quê são…

S: É uma da tarde.

E5: É uma da tarde e já me está a dar feedback do que é que sucedeu. O que é sucedeu

que não foi possível ouvir as pessoas porque neste… hoje as pessoas… a docente está a

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faltar… portanto não pôde ouvi-la mas portanto sabemos em tempo real o que e que está

acontecer em qualquer sítio.

S: Estávamos a falar então da duração das suas atividades…

E5: Ah… em termos daquilo que mais tempo nos consome é de facto a apreciação das

coisas e os relatórios e vou-lhe dizer que eu… a… deixo para fim do dia, a partir das

cinco e meia, seis horas… é quando eu me dedico à leitura de relatórios é quando os

telefones deixam de tocar a… quando há menos pessoas e portanto digamos cinco e

meia… seis horas às oito é a hora que eu dedico sempre à leitura de relatórios e

relatórios das atividades e informações no âmbito da provedoria a… relatórios de ação

disciplinar e digamos que cinco e meia… seis e meia… sete e meia a… oito e meia …

digamos que duas horas e meio por dia, às vezes mais porque se tiver tempo a… eu

ainda faço… ainda leio quando há dias mais calmos ainda leio. É a atividade que mais

consome em termos de tempo é a leitura dos relatórios.

S: Mas também há atividades que são mais curtas e espaçadas mais curtas no tempo…

que desenvolve aqui…

E5: Sim, mas a leitura é o que leva mais tempo… eu… o relatório de avaliação

externa… repare… são treze páginas é preciso ler com alguma calma, embora já tivesse

passado portanto por várias pessoas. Portanto quando eu estou a ler um relatório de

avaliação externa já dificilmente vejo que alguma coisa não está bem, mas às vezes

acontece… às vezes acontece a… mas quer-se os nossos … temos aqui um problema…

que não é um problema que a… é os relatórios são muito extensos. Os portugueses

gostam muito de escrever, temos sempre… não condensamos as coisas… mas a ideia

que estamos a pensar é que os relatórios têm que ser mais concisos a… nós tentamos

que eles sejam mais claros e para os tornar muito mais claros e percetíveis escrevemos

muito, mas se calhar oque temos a refletir neste tempo é que precisamos de agilizar os

procedimentos para serem mais a… tornar isto mais eficiente e isso também passa por

condensar mais as coisas, mas os relatórios têm sempre muitas folhas e é preciso ver a

coerência das coisas e isto dá muito trabalho. Mas os relatórios é sem dúvida aquilo que

mais tempo leva.

S: Considera que o seu trabalho tem rotinas? Por exemplo, já me falou de atender o

telefone…

E5: Sim, isso sempre. A… o despacho diário… despacho a… de todos os documentos,

o atendimento e os emails são rotinas diárias.

S: E imprevistos? Que imprevistos é que surgem diariamente?

E5: Como lhe disse há pouco a… estas questões da tutela… do Senhor Ministro ter de

repente pedido que fossemos a algum lado, que apreciássemos uma determinada

situação, a… por questões … todas as questões mediáticas, por exemplo quando

acontece alguma coisa na escola fora do previsto.

S: Como é que lida com estes imprevistos?

E5: Como é que lido… olhe temos que resolver a situação… temos que muitas vezes

retirar um inspetor que está a fazer outra coisa, que foi o caso da inspetora que há pouco

telefonou… estava a fazer outro trabalho… é claro que temos aqui uma coisa sempre

em mente é o trabalho que está a ser realizado nas escolas a… é feito sempre e não há

nunca nada que o impeça. Ou seja, se o inspetor está na escola não chamo o inspetor

porque está a fazer aquela tarefa, agora depois quando o inspetor está a fazer o relatório

aí já não… portanto era o caso desta inspetora que estava a fazer o relatório a… veio a

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situação urgente e isto depois também tem a ver com as localidades é por que a situação

urgente era no distrito de Portalegre e portanto esta inspetora que era aquela que estava

mais e que podia ir lá com mais rapidez, estava a fazer o relatório e deixou de o fazer o

trabalho que tinha de fazer hoje para se deslocar à escola e resolver a situação e pronto

isto aí é a… temos que agilizar as coisas rapidamente, ver quem é o inspetor que pode lá

ir, que depois também vamos ter que ver às vezes o perfil, que depois depende do

assunto, qual é a pessoa que pode ir ou onde é que está… se pode ir logo, ligamos e a…

agora há uma coisa que tentamos sempre é que não criar obstáculos ao trabalho da

escola, não é.

S: E rituais que tenha no seu trabalho? Pode descrever-me alguns?

E5: Rituais? A… rituais... rituais… algum ritual específico que eu tenha… assim é

julgo que é mais… que não posso dizer que são rituais algumas coisas que eu faço mas

não é como ritual… ritual, ritual não, não.

S: E para uma instituição como a IGEC é importante a inovação?

E5: É importantíssimo…a… a inovação é importantíssimo. A… nós trabalhamos com a

educação e portanto é na educação que se nota mais tudo aquilo que é inovador porque

há uma panóplia de grandes escolas do nosso país, não é? E portanto é… são… mais

onde embora não tanto como se esperaria, locais onde há práticas inovadoras e onde há

uma série de ações que implementam de acordo com as… com aquilo que é mais

moderno, não quer dizer que seja todos os… todas as escolas mas uma grande parte… e

um inspetor está a ir à escola a… a toda a hora e seja sei lá agora nas tecnologias de

comunicação e informação, por exemplo, vamos a uma escola e não todas mas uma

grande parte já tem todos os últimos programas, as últimas tecnologias e portanto o

inspetor não pode chegar lá e não ter conhecimento e não pode… ignorar as coisas… e

por outro lado tem que estar atualizado porque se pode deparar com coisas que ainda

não conheça, de maneira que… embora… embora… em termos das práticas a… do

nosso trabalho por vezes isso…a… não seja tão notório… a… como deveria porque nós

temos o nosso plano anual de atividades e temos aquele plano a… e muitas vezes

poderíamos a… fazer de um moldo diferente, mais inovadoras e às vezes não é tão

possível e arrastamos um bocadinhos as coisas e demoramos algum tempo a reagir a…

porque também é uma máquina muito pesada… a educação é uma máquina muito

pesada e demoramos algum tempo e reagir e portanto não vamos tão à frente quanto

gostaríamos.

S: Qual o maior constrangimento à sua atividade?

E5: Falta de recursos humanos e materiais.

S: E como é que gere isso?

E5: A… o corpo inspetivo a… está a… o nível etário dos inspetores está muito elevado

e isto nota-se porque as pessoas passam a ter mais problemas de saúde, não quer dizer

que os novos não tenham, mas passam a ter mais problemas de saúde, passam a…

passamos aqui algumas... a… situações de alguns inspetores que estão doentes de baixa

médica por um período muito prolongado, isso é mau porque não só se afastam do

serviço, não é… mas como depois quando regressam têm alguma dificuldade a…

adaptar-se. Não há… não tem havido desde 2009 nenhum recrutamento e o último que

houve recrutou muito poucas pessoas e portanto isso é um dos grandes

constrangimentos a… que faz com que a nossa atividade às vezes não seja tão célere

quanto queremos a... depois recursos materiais, nomeadamente computadores a… os

nossos computadores não são… a… substituídos quando deviam ser e muitas vezes a…

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temos aí alguns problemas derivados disso… queremos fazer o melhor trabalho a… os

computadores não conseguem às vezes ter acesso à internet por exemplo nas escolas,

quando os docentes… quando os inspetores estão no trabalho precisam de comunicar e

mandar coisas… a… avariam-se com muita regularidade… aqui nem sempre as coisas

são o mais célere possível a… basicamente recursos materiais e humanos são aquilo que

mais… mais perturbam o nosso funcionamento normal.

S: É da sua competência representar a organização junto de outros atores?

E5: Às vezes… a… já tem acontecido. O Senhor Inspetor-Geral designa alguém

habitualmente para isso a… já fui designada por exemplo para a conferência das

inspeções a SICI em Amesterdão, no Porto a… mas muito pontualmente, porque

também há uma série de gente que o Senhor Inspetor-Geral não gosta que seja sempre a

mesma pessoa a fazer as representações… e depende daquilo a… depende dos convites

que nos são endereçados e da… do que está em causa… o tema dos seminários, dos

congressos, das conferências, assim é designada uma pessoa para representação.

S: E com que tipo de atores é que costuma interagir?

E5: A… docentes do ensino superior e não superior e inspetores a… e inspetores de

outros… de outros países.

S: Qual a importância que sente que as normas e os regulamentos internos da

organização têm no desempenho da sua atividade?

E5: Bom, as normas são importantíssimas. Nós temos que cumprir regras e uma série

de parâmetros e… e… portanto não podemos fazer aquilo que queremos e que…

achamos que às vezes seria o mais… seria o ideal, mas há uma série de coisas que

temos de obedecer e portanto e isso de alguma maneira baliza o nosso trabalho e

encaminha o nosso trabalho.

S: Especificamente em relação à ATI Sul, quem determina os objetivos de trabalho e o

planeamento?

E5: Os objetivos… vamos la ver… a… a inspeção funciona a… tem um modo de

funcionamento específico, portanto o Senhor Inspetor-Geral a… o Senhor Inspetor-

Geral e os Senhores Subinspetores, portanto determinam os objetivos anuais a… para

toda a inspeção… a… que nos são comunicados a…. depois de já nos ter auscultado,

portanto a… elaboram o plano anual de atividades e a partir daí são os nossos

documentos orientadores: objetivos da casa, plano anual de atividades e a partir dessa…

dessa determinação superior é que passamos aqui a agir e a fazer os… o, portanto o

nosso trabalho em determinar e planear todo o nosso trabalho.

S: Que depois os seus objetivos já são objetivos que derivam…

E5: … sim… os meus objetivos já são determinados pela direção desta casa, não é?

Portanto anualmente temos objetivos a cumprir… eles são-nos dados e partir daí a… é

que nós elaboramos as nossas tarefas para ir ao encontro daquilo que nos é solicitado.

S: Para desempenhar as suas funções tem por hábito procurar informações junto de

contactos externos? De que forma é que o faz?

E5: Funções… funções… contactos externos… a…eu propriamente, propriamente para

fazer melhor o meu trabalho socorro-me de a… de… literatura por exemplo, depende

daquilo que estamos a falar. Mas se às é necessário… o conhecimento é sempre

essencial… estar atualizada em tudo o que diz respeito à educação, que é uma coisa que

nós fazemos aqui habitualmente… portanto temos que estar sempre a… cientes do que é

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que está a acontecer… portanto seja em termos de leitura, jornais, revistas com artigos

da educação a… seja em termos de leitura… de educação em termos daquilo que sai em

Portugal mas também aquilo que sai noutros países, nomeadamente aquilo que nos é

transmito a partir via SICI porque pronto temos de ter alguma ideia daquilo que os

outros fazem e como é que o fazem a… de modo a poder tirar algumas ideias, a poder

verificar aquilo que se adapta aqui e… pode ser uma boa prática para nós. Depois a…

contactos mais…

S: Sim… pessoas…

E5: Não propriamente… possivelmente às vezes reuniões com a Direção-Geral de

Educação e eu aqui só mesmo com a Direção-Geral de Educação. Os outros contactos

quer com… com… as outras instituições que fazem parte do Ministério da Educação,

não em termos de chefe de equipa, não me compete, portanto é sempre via Senhor

Inspetor-Geral, nunca eu.

S: Como dissemina essa informação junto dos seus colaboradores?

E5: Todas as informações… a… habitualmente todas… por exemplo quer haja artigos

importantes para o trabalho, quer a… haja a… ações, conferências, seminários com

problemáticas da educação que são relevantes e que nós achamos relevantes, o que

fazemos sempre é a… dar conhecimento a todos os inspetores para que eles possam

escolher de acordo com o tempo que têm disponível e… de acordo também com as suas

referências e com a temática da… do… trabalho que estão mais desenvolvem a… que

possam se assim o entenderem participar em coisas… basicamente e isto. É-lhes

transmitido tudo, todas… aquilo que nós achamos relevante transmitimos aos

inspetores.

S: De que forma é realizada a comunicação com os inspetores e demais colaboradores?

E5: É sempre via email. Todos os inspetores e os outros colaboradores têm o seu

computador e portanto aqui… o telefone também é muito utilizado, mas basicamente o

email é a ferramenta essencial de trabalho de todos.

S: E sempre foi assim?

E5: Não. Não foi assim e ainda eu estou a falar e refiro-me muito particularmente à área

territorial sul em que todos os inspetores têm o seu computador pessoal da casa,

portanto pertence à Inspeção embora a internet seja pessoal… não é paga a internet a…

a internet é pessoal, cada um tem a sua na sua casa, paga a sua a… aqui disponibilizam

é do computador. Mas basicamente que é aqui assim nos últimos anos e não lhe sei

dizer nos últimos anos, mas para aí nos últimos 10, embora haja a… ainda alguns

inspetores noutras áreas territoriais a… em que a comunicação é feita via correio. Ou

seja, não disponibilizam a… sua internet pessoal para o serviço, porque não lhes é paga.

Aqui toda a informação de facto é via email.

S: Que relação estabelece com eles… com os inspetores e restantes colaboradores?

E5: Uma boa relação de trabalho. A… eu era inspetora de terreno antes de ser chefe de

equipa a… e… a continuo a ser colega… quando me dirijo aos colegas, aliás é sempre

por colega a.. e portanto a relação que estabeleci antes continua a ser a mesma que…

que… era antigamente.

S: Portanto privilegia tanto a comunicação formal como a informal para o seu trabalho?

E5: Absolutamente, acho que a comunicação informal também é muito necessária e

e…se eu já tinha conhecimento com as pessoas e criado alguns laços continuo a mantê-

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los da mesma maneira, embora haja coisas que têm de ser formais, é evidente, mas a

formalidade ainda permanece.

S: No seu caso, em concreto, como se concretiza o processo de tomada de decisão?

E5: Como é que concretizo qualquer tomada de decisão? Olhe não há aqui nenhuma

tomada de decisão e estou a falar tomada de decisão de a… assuntos de… assuntos de…

importantes… muito importantes… a tomada de decisão é sempre depois de ser

auscultada a minha colega chefe de equipa. Portanto todas as decisões aqui importantes

nunca são tomadas só por mim. Portanto mesmo que… esteja nas mesmas

competências, eu como trabalho em equipa com a minha colega, portanto a decisão é

sempre a… ponderada e antes de ser feita é…é… sempre muito verificada… analisada

em conjunto com a outra colega chefe de equipa.

S: Portanto, já que é tomada em conjunto porque é que privilegia a tomada de decisão

assim?

E5: Porque eu continuo a achar que a… duas cabeças pensam sempre melhor que uma

e… é preciso a… naquilo que diz respeito a coisas realmente importantes que a decisão

seja a tomada seja aquela que é mais pertinente e mais adequada. E portanto é preciso

ter algum cuidado e isso passa muito por ouvir outros e no caso é sempre tomada em

conjunto quer… seja em todas as decisões mesmo no que se refere às… à questão de…

de… à questão da avaliação dos inspetores. Embora a maior parte dos inspetores esteja

a ser avaliada por mim, eu sou eu a avaliadora, como eu e a minha colega verificamos o

trabalho e apreciamos o trabalho de todos… a… esta tomada de decisão é sempre em

conjunto.

S: E claro que considera que esta tomada de decisão também resulta dos objetivos da

organização, além da partilha na tomada de decisão…

E5: Claro é evidente que todas as tomadas de decisão da casa passam por obedecer a

objetivos que nos são dados anteriormente e portanto é sempre tendo em conta a… o

objetivo do nosso trabalho.

S: Pronto, deseja acrescentar algum aspeto que não tenha sido contemplado nesta

entrevista?

E5: Não, não… acho que perguntou tudo (risos).

S: Obrigada.

E5: De nada.

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Anexo 10 – Grelha de Análise de Conteúdo E5

Categoria Subcategoria Unidades de Registo

Caracterização da

ATI Sul

Funcionamento da Área

de Inspeção

“ (…) a Área Territorial Sul é uma área muito abrangente… tem… abrange as escolas que

vão desde a Nazaré até Faro.”; “Por via de uma organização diferente, porque antes havia

uma área… uma delegação em Lisboa e Vale do Tejo, uma delegação no Alentejo e uma

delegação no Algarve, portanto que tinham os seus inspetores e faziam o seu trabalho. Os

inspetores foram ao longo dos anos diminuindo e ah… o que fez com que em 2013, o

senhor Inspetor-Geral tenha decidido fazer outro tipo de organização e portanto a área

territorial passou a ser uma… passou a ser muito abrangente.”; “(…) asseguramos as

nossas atividades do plano anual de atividades em todas estas escolas… a… a ação

disciplinar e a provedoria.”; “(…) aqui esta equipa… a… planeia todo o trabalho dos

inspetores… a… acompanha o trabalho no terreno e depois verifica o produto do trabalho

(…) os relatórios para submeter superiormente ao Senhor Inspetor-Geral, isto na parte das

atividades.” ;“Depois a outra parte é assegurar a parte da ação disciplinar, portanto, a…

distribuir todo o trabalho que temos de processos disciplinares… a… diariamente que é…

há alturas que é quase diariamente planear… planear não é mais nomear a… inspetores

para irem ao terreno verificar situações que nos foram relatadas por encarregados de

educação… a… docentes e que precisam mesmo de ser verificadas…” ; “No caso da ação

disciplinar, porque as coisas são mais complicadas, na ação disciplinar é sempre preciso

alguém para secretariar (…) Porque no processo disciplinar é preciso ouvir pessoas, em

inquirições (…) A… quem está presente é o instrutor do outro lado e estarão testemunhas,

eventualmente os arguidos e nesse processo é preciso que as coisas não levantem todos…

o que é tratado não levante, não possa trazer dúvidas, daí que há sempre alguém que tem

que fazer, digamos, o trabalho de testemunho daquilo que é dito e daquilo que se passa e

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que tenhamos que ter sempre o secretariado (…) Muitas vezes a escola bate-se com

problemas de pessoal e não tem assistentes técnicos disponíveis. Nesses casos e quando os

processos são complicados o que se faz é ir uma equipa de dois inspetores, um é um

instrutor e o outro vai para o secretariado. É uma situação que nem sempre acontece, só

em situações mais complexas ou que a escola não tenha ninguém disponível.” ; “Outra

questão que precisamos das instalações é que compete também à Inspeção apoiar os

instrutores dos processos disciplinares que estão a ser feitos na escola. Portanto caso um

diretor instaure um processo disciplinar, quer a um professor, quer a um assistente, a… o

processo decorre na escola. O senhor diretor nomeia um docente para fazer esse

processo… o apoio… portanto os docentes não têm… a… formação jurídica a maior parte

deles, ou quase todos… e portanto precisam de alguém que ajude e esse apoio é sempre

prestado pela Inspeção e também pode ser prestado online e acontece, mas há sempre dois

momentos em que os inspetores… instrutores dos processos vêm aqui: primeiro… a…

vêm aqui no início para que o jurista lhe explique todo o procedimento… a… que todos os

procedimentos que terá que fazer e depois numa outra altura que é quando há necessidade

de fazer uma nota de culpa, ou seja, há acusação… a acusação é uma peça processual

muito complexa e portanto tem que ser sempre vista por um jurista e é sempre o

professor… é sempre o docente que a… se dirige a… às nossas instalações a fim de lhe

ser prestado o apoio”; “Nós na inspeção não temos atendimento presencial, ou seja,

quando as pessoas querem fazer uma queixa não se dirigem cá para fazer uma queixa e

isso é sempre feito… se quiserem vir aqui fazer ou a Évora ou a Faro, o que fazem é…

nós temos uma… um modelo… a pessoa se quer lá ir vai e preenche com os seus dados

pessoais, coloca o assunto que quer tratar e depois nós contactamos a pessoa no caso de

ser alguma coisa… a… em geral são queixas, exposições, pedidos de ajuda de nalgum

sentido de resolver alguma situação, isso fazemos sempre atendimento telefónico ou por

email, nunca presencial. Mas de qualquer maneira nas nossas instalações, as pessoas se lá

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se dirigirem podem sempre também preencher esse modelo e deixar o assunto resolvido.”

Dimensão da Equipa

“(…) no terreno, portanto, neste momento somos 49 inspetores. Portanto 49 inspetores no

total, sendo que destes 49 temos dois inspetores que não estão a ir ao terreno porque são

os inspetores que estão a prestar apoio jurídico.” ; “Portanto temos dois juristas e portanto

as pessoas que estão no terreno a fazer quer as atividades mas mais a ação disciplinar e a

provedoria precisam sempre de apoio jurídico porque as questões são sempre… tem

que… a vertente jurídica é importantíssima não é, e portanto, antes de ser entregue

qualquer trabalho a… há sempre um apoio por parte dos juristas. Portanto estes estão aqui

permanentemente não vão ao terreno. Não quer dizer que às vezes isso não aconteça que é

o caso. Neste momento só temos um jurista porque outro está a fazer um processo

disciplinar que era muito urgente e pronto não havia mais ninguém e às vezes é difícil

(…)”; “Aqui na casa, além dos dois juristas temos uma inspetora que faz o apoio, ou seja,

o apoio é feito aos inspetores que precisam de… a… estando no terreno de consultar

documentos que não estão acessíveis na nossa base de dados… a… é preciso preparar

todas estas intervenções, é preciso fazer uma preparação e é uma inspetora que nós temos

aqui, já é uma inspetora que está cá há muitos anos… há 30 anos e portanto é essa que

está de retaguarda a preparar as coisas, sempre que é preciso nomear um instrutor para um

processo, sempre que é preciso um inspetor para ir à escola… todos os procedimentos

formais que é preciso fazer temos o secretariado que é só uma pessoa aqui e essa inspetora

que também faz esse apoio.” ; “(…) basicamente é isto aqui em Lisboa, porque nós temos

instalações também em Évora (…)”; “(…) temos uma pessoa no secretariado aqui e

depois temos duas outras pessoas em Évora e uma em Faro. Estas pessoas têm também…

como nós temos neste momento 12 atividades no plano de atividades é preciso… todas as

atividades têm procedimentos que… a…não são fáceis porque desde a comunicação às

escolas, as comunicações aos inspetores, desde o envio dos documentos, por exemplo na

maior parte das atividades que fazemos antes de iniciar a atividade, quando damos conta à

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instituição seja ela pública ou privada que vamos lá em tal data, mas mandamos de

imediato o pedido de documentos e os documentos que pedimos a… sempre são os

documentos estruturantes da escola, projeto educativo, plano anual de atividades,

regulamento interno, para que quando se vai fazer uma atividade tenha já um

conhecimento mínimo do conhecimento da escola… a… e… portanto a… essas pessoas

servem exatamente para isso, gerir todo o todos os meios, mandar os ofícios, distribuir

depois os documentos, mandar os relatórios para as escolas (…)”; “(…) depois (…)

assegurar-se de tudo porque é… é muito fácil as coisas virem por email mas nem sempre

as coisas funcionam bem… quando é preciso ter a certeza de que os documentos

chegaram, que a escola os recebeu, que nos disse sim senhora recebeu o email… todas

essas etapas que nós temos estão distribuídas por estes assistentes técnicos… a cada um

tenho distribuído três e há um que tem mais atividades que é da sua responsabilidade.”

Planificação das

Atividades

“(…)portanto anualmente… a… neste momento já estamos e estamos em maio, já

estamos a planificar o próximo ano letivo porque nós funcionamos… temos aí um… algo

que às vezes é complicado gerir que é os planos anuais têm que funcionar por anos civis,

mas o nosso trabalho não pode ser por ano civil é por ano letivo, daí que isto às vezes seja

um pouco complexo a… mas neste momento já estamos a planificar o próximo ano

letivo.”; “(…) já estamos a agendar todas as atividades que vamos ter no ano letivo 16/17

com antecedência porque as escolas também precisam de ser avisadas com tempo a… e…

portanto todos os… aquela que mais tempo necessita de… planeamento e de…alguma

reflexão a fazer é a avaliação externa porque é uma atividade um pouquinho mais

complexa, de mais dias, e que envolve não só os inspetores mas também alguém de fora,

portanto a… esse planeamento é feito com muita antecedência.”; “(…) nós começamos a

fazer o planeamento, alocamos essas atividades aos inspetores de acordo com um

determinado perfil porque nem todos os inspetores fazem todas as atividades. É claro que

todos estão preparados para fazer todas as atividades, mas… por algumas… às vezes pela

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questão de formação científica, por exemplo, é mais… é mais interessante e… ser por

exemplo, dou-lhe um exemplo, a atividade da gestão experimental das ciências foi

inicialmente concebida por um grupo de inspetores da área das ciências, mas e como a…

esta intervenção é no âmbito da educação pré-escolar e também do 1.º ciclo… a… foi

alocado e que lhe pertenceu aliás a atividade foi também concebida por uma pessoa da

educação pré-escolar e como uma pessoa do 1.º ciclo. O que é que tentámos fazer de

início? No primeiro ano basicamente foram pessoas que estavam mais diretamente ligadas

ao grupo de trabalho, (…) e pessoas da área e fomos pouco a pouco inserindo pessoas de

outras áreas, mas isto é sempre… vão portanto começámos com um grupo de seis pessoas

e depois a pouco e pouco vamos inserindo, vão fazendo formação, e vamos inserindo

pessoas de outras áreas.”; “E isto começamos a pensar nisto com muita antecedência

porque nunca vamos para o terreno anualmente sem fazer formação todos os anos aos

inspetores. Antes de começarmos qualquer atividade do ano há um ou dois dias de

formação naquela formação de preparação para aquela atividade.”; “Aproveitamos

também para a… fazer formação nas áreas em que as pessoas têm manifestado a…

alguma fragilidade, têm achado que alguma coisa… alguma atividade… a… é mais

complexa em determinada área e o que nós fazemos sempre é… e… se os inspetores

manifestam-nos porque nós pedimos fazemos um questionariozinho e perguntamos aos

senhores inspetores quais são as dificuldades que estão a ter nalgumas áreas e portanto

perante a resposta deles nós tentamos sempre no mês de setembro e outubro ter em conta

aquilo que nos pedem (…)” ;“Depois vamos fazendo a… nomeadamente sempre na

avaliação externa, sempre em janeiro, porque em geral desenvolvemos a nossa atividade

outubro, novembro e dezembro. Em janeiro fazemos sempre uma reunião de ponto de

situação para aferir o que é que aconteceu, que dificuldades… isto porque a educação tem

mudado imenso… há imensas mudanças na legislação, há coisas que de um ano para o

outro temos que alterar e portanto isso faz com que em janeiro nalgumas atividades e

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nomeadamente na avaliação externadas escolas é uma delas que façamos sempre alguma

reunião com todos os inspetores que desenvolveram a atividade, que nos vão dizendo que

dificuldades sentiram, o que é que correu menos bem, como é que podemos melhorar o

trabalho a partir daí.”; “O planeamento é sempre feito em equipa, pela equipa que são…

sou eu, a minha colega também chefe de equipa e… e para cada atividade existe um

inspetor que é o responsável de transmissão… de transmissão a… de… de… da

informação sobre aquela atividade.”; “(…) por exemplo de… a… OAL, Organização do

Ano Letivo, nós fazemos o planeamento da atividades, eu e a minha colega T e temos dois

inspetores neste caso porque é uma atividade que abrange muitas escolas… (…) muitas

vezes temos feito durante o mês de setembro e outubro 100 intervenções… 100

intervenções precisamos sempre de mais do que um inspetor porque os relatórios têm que

ser muito bem vistos e depois sempre todos os relatórios, todos os nossos relatórios têm…

vão sempre para a escola, o pré-relatório vai para a escola para efeitos de contraditório e a

escola pode exercer caso queira o direto de contraditório sobre tudo o que lá vem e estas

situações pressupõem sempre uma análise de alguém e portanto era completamente

impossível com o número de atividades que fazemos que anualmente serão 360 mais ou

menos… 360 atividades do plano de atividades, fora a… e não estou a contar aquelas que

são as sequenciais, ou seja, aquelas que nós vamos fazer uma atividade e deixamos

recomendações e nalguns casos temos que voltar lá para nos certificarmos que a escola

cumpriu aquilo que foi recomendado porque são recomendações importantes” ; “ (…)

portanto o planeamento é feito por nós as duas sempre com os interlocutores das

atividades, que se é a OAL nós planeamos juntamente com essas duas pessoas, como é

deve ser feito, as intervenções já sabemos quantas vamos fazer, mas quando é que vamos,

a que escolas é que vamos a… a que dias vamos, que equipas vamos escolher, portanto

esse planeamento é feito sempre pelas chefes de equipa em conjunto com os

interlocutores.”

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Articulação do trabalho

com os inspetores

“(…) a articulação do trabalho com os inspetores é feita por via dos interlocutores, ou

seja, a… o trabalho antes de ser iniciado tem uma formação.” ; “(…) setembro e outubro

preparamos com todos os senhores inspetores que vão fazer o trabalho, o chefe de equipa

e a interlocutora em reunião: vamos fazer estas atividades, como é que vamos fazer…

temos sempre os nossos guiões, os nossos roteiros… a… os inspetores são todos… a…

tomam todos conhecimento dos materiais que vão utilizar, como vão utilizar, os tempos

que vão ter para fazer os trabalhos… a… quando e uma atividade que a… não tem sofrido

muitas alterações a… não é tão difícil assim porque as pessoas já estão mais ou menos

rotinadas com o trabalho, mas há sempre algumas coisas novas no início do ano a aferir…

é ter em atenção a determinados procedimentos que vamos de ano para ano melhorando e

portanto antes de iniciar qualquer atividade nenhum inspetor vai fazer qualquer coisa sem

que esse trabalho já esteja sempre preparado, quer a… por… pelo… pela parte da chefe de

equipa que está presente sempre nas reuniões, quer pelo interlocutor que depois é a pessoa

que aprecia antes do chefe de equipa.”; “Portanto há uma preparação a nível macro aqui

dentro da casa e depois a nível micro os dois inspetores preparam a intervenção.

Desenvolvem a sua atividade, enviam-nos o relatório a… e esse relatório é analisado

sempre pelo interlocutor. Nunca vem à chefe de equipa sem que seja analisado. É

analisado, vem para mim, verifico o que é que de facto está a acontecer… se… se há

recomendações, se há necessidade de fazer alterações no relatório, a interlocutora dá-nos

conta dessa situação, eu envio novamente à equipa… a equipa analisa de novo, volta e

portanto aí é que se dá como depois o relatório final. E portanto é um trabalho que é…é

entre as chefes de equipa e sempre também entre o interlocutor.”; “Nós, no caso por

exemplo da AEE… a… é feita com uma equipa de três pessoas, três avaliadores: dois

inspetores e alguém que vem do ensino superior. Ora este trabalho de articulação é preciso

ser preparado e depois da intervenção também na sequência do relatório… é um trabalho a

três precisa de ser aferido pelas pessoas. O que acontece é que hoje com as novas

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tecnologias, nós temos a questão de poder mandar por email e isso agiliza os

procedimentos… a… mas há alturas que é preciso as pessoas estarem presencialmente não

é… e isso faz com que tenhamos que ter um espaço físico… a… é preciso, hoje muito

menos, tirar cópias, mas é preciso preparar às vezes documentação e… não é possível as

pessoas que têm o seu trabalho mais habitual na zona Sul, ou seja, no Algarve ou no

Alentejo virem para Lisboa fazer este trabalho, não é? Até porque os avaliadores externos

que vão para o Alentejo e para o Algarve… a… são das instituições de ensino superior

daquela zona e portanto temos sempre e mantivemos os espaços que tínhamos exatamente

para esse apoio”

Gestor

Trabalho individual e em

grupo

“Das minhas funções a… (…) Tenho trabalho individualizado… (…) No que respeita à

ação disciplinar ai não, vamos falar de provedoria, atividades de provedoria. Há uma

equipa de provedoria a… que a… que analisam todas as queixas que entram na Inspeção.

Tudo o que diz respeito à Área Territorial Sul e que o Senhor Inspetor-Geral ou a Senhora

chefe de equipa acha que necessita de uma intervenção no terreno manda para mim… eu

tenho que proceder a essa análise, verificar a… ler a queixa, verificar o que é que está em

causa, que pessoa, que inspetor tenho de designar para aquela questão porque (…) No que

respeita à ação disciplinar ai não, vamos falar de provedoria, atividades de provedoria. Há

uma equipa de provedoria a… que a… que analisam todas as queixas que entram na

Inspeção. Tudo o que diz respeito à Área Territorial Sul e que o senhor inspetor geral ou a

senhora chefe de equipa acha que necessita de uma intervenção no terreno manda para

mim… eu tenho que proceder a essa análise, verificar a… ler a queixa, verificar o que é

que está em causa, que pessoa, que inspetor tenho de designar para aquela questão porque

(…)… todos fazem tudo mas há uns que pela sua formação académica ou pela formação

que depois foram desenvolvendo ao longo dos anos, têm mais apetência e são… têm mais

especificidade em determinado.” (…) “Eu quando verifico o que é que está em causa, se

vejo que é por exemplo um assunto da educação especial, vou tentar ir buscar para fazer

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aquela intervenção aquela averiguação uma pessoa que esteja… que tenha um

conhecimento mais profundo daquela área.” ; “E portanto isso é sempre um trabalho

muito individualizado… eu estou aqui analiso, verifico quem é a pessoa, nomeio a

pessoa… preparo… preparo à inspetora A que aquela inspetora que temos aqui no apoio

porque faz todos os procedimentos para o inspetor, o inspetor vai fazer… a… vai fazer

essa ação ao terreno, faz uma informação, dá conta do que é que verificou, manda para

mim… sou eu que leio, analiso, verifico se está bem, se concordo, a… se… a… a análise

que foi feita se tudo aquilo (…) de facto, a… se a escola não procedeu do modo que devia

dentro da legalidade.” (…) “Pronto a partir daí eu faço a…o meu parecer para o Senhor

Inspetor-Geral para a… há sempre uma proposta… a…para se é acolhido pelo Senhor

Inspetor-Geral. Basicamente isso dentro da provedoria é assim, é um trabalho muito

individual.” ; “Em relação aos processos disciplinares (…) instaurados pelo senhor

Inspetor-Geral… na sequência sei lá… de um… uma queixa verificamos que um diretor

cometeu alguma ilegalidade, o senhor Inspetor-Geral instaura um processo e depois os

nossos inspetores vão fazer a instrução desse processo. (…) a subinspetora geral [da]

Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares manda para cá muitos processos

disciplinares a… que ela na qualidade superior hierárquica dos diretores instaura e pede

para que seja aqui a inspeção a nomear um instrutor e a fazer o processo, por isso temos

sempre muitos processos. (…) neste caso eu quando há um processo disciplinar para

instruir também fazendo o mesmo que faço para a provedoria, verifico que assunto é que

está em causa. (…) Portanto eu vejo quem é a pessoa que deve fazer aquele processo,

nomeio e vai fazer esse trabalho. Quando o processo termina e portanto dentro deste…

de… deste tempo, o que é que eu faço?... nos processos disciplinares os instrutores são

autónomos, eu não tenho nada a ver a… o que tenho que ver sempre é os tempos… tenho

estar sempre preocupada com os timings do processo que há tempos definidos, portanto

nós temos que obedecer e portanto tenho que estar atenta para que as coisas corram dentro

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dos tempos que devem. Depois o inspetor… a… entrega o processo, eu não tenho

formação jurídica a… o que é que faço?... a… cabe-me a mim apreciar o processo… o que

é que aprecio no processo.. se o processo está bem feito, se há alguma coisa que o inspetor

não fez como devia a… para isso como tenho os dois juristas, eles apreciam o processo.

Eu peço para eles analisarem e me fazerem um parecer. Portanto eles vão verificar todas

as peças processuais a… e… a… dizem-me se o processo está bem feito. Na sequência

disso, eu faço o meu despacho e vai… envio-o para o Senhor Inspetor-Geral, no caso de

ser ele a decidir, ele vai decidir, no caso de não ser o Senhor Inspetor-Geral, ser a Direção

dos Estabelecimentos Escolares, a Direção-Geral, depois é enviada para… fazemos uma

proposta para quem decide… a… vai para quem decide” ; “Este é basicamente o trabalho

que eu faço individualizado…além das questões burocráticas, como é o caso das férias dos

inspetores, autorizar as férias, verificar as férias… os inspetores deslocam-se todos os dias

do seu domicílio profissional que é a sua residência para as escolas onde mando e portanto

quando a… se deslocam mais de 20km têm direito a ajudas de custo… todos esses

procedimentos burocráticos, mas as ajudas de custo tem que passar por mim a… pedidos

de férias, faltas, portanto toda essa parte burocrática essa sim é individual…” ; “De resto

as tarefas em equipa é só de… basicamente eu e a minha colega em termos de reflexão do

trabalho feito…a … reunimos habitualmente para pensarmos, refletirmos sobre o que está

feito, como é que vamos fazer…(…) fazemos o trabalho de reflexão as duas… de verificar

sempre como é que podemos melhorar aqui o trabalho, como é que podemos agilizar os

procedimentos a… como é que a... estão a desenvolver o trabalho todos os colegas porque

temos a outra vertente que é avaliar todos os inspetores… e embora a avaliação a…

pressuponha um único avaliador, ou seja, a chefe de equipa é que avalia todos e… é o

caso mas estamos duas a trabalhar, portanto… a… interação que temos… somos as duas

chefes de equipa… temos que partilhar o trabalho de todos os inspetores, portanto o que

fazemos é muito a… refletir sobre o trabalho dos colegas, o que é que podemos fazer,

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como é que podemos agir em determinadas situações, se alguns inspetores não estão a

fazer um trabalho com a qualidade que nós queremos… pensamos o que é que devemos

fazer, muitas vezes chamamos o inspetor para falarmos com ele, verificar o que é que se

está a passar, como é que… o que é que o inspetor pode fazer… para melhorar aquele tipo

de trabalho… mas basicamente é só isso…”

Delegação de

competências

“… o nosso modo… como estamos, como está estruturado esta Área Territorial tem uma

chefe de equipa multidisciplinar que sou eu, mas tenho uma chefe de equipa de

acompanhamento, controlo e avaliação que é a minha colega.”; “Não é muito claro a…

não é muito claro nas nossas competências se às vezes o que é que faz uma e o que é que

faz outra, porque eu tenho as competências todas e ela tem outras que também são minhas.

Porque são doze atividades e doze atividades é completamente impossível serem

geridas… portanto digamos que são 300 e… 300 e tal atividades do plano anual… ações,

intervenções no meu terreno que têm que ser todas analisadas e só para uma pessoa é

impensável, portanto nunca se conseguiria fazer. O que nós…eu habitualmente faço é a…

dividimos em termos de atividades a… embora a minha colega tenha intervenção em

todas há algumas que ela supervisiona completamente… a leitura de relatórios é da sua

responsabilidade é ela quem os assina. Portanto algumas atividades é a minha colega

quem tem e eu tenho outras. Eu dedico-me em exclusivo à avaliação externa das escolas, à

organização do ano letivo, aos exames nacionais, aos cursos profissionais e agora à

avaliação aos contratos de autonomia. Portanto, estas são aquelas que eu sou a última

pessoa a mexer nelas, leio o relatório final e assino o relatório e dou como pronto. A

minha colega e portanto… a… o… a questão da provedoria e ação disciplinar que também

me pertence… a minha colega tem jardins-de-infância da rede privada, ensino particular e

cooperativo, tem educação especial, tem o… a… organização e funcionamento dos

estabelecimentos particulares e cooperativos e essa parte ela dá a última palavra em

termos de relatório final é ela quem analisa o relatório final antes de ir para a escola e

portanto assina… é a ultima pessoa a assinar, portanto é a pessoa responsável pelos

relatórios. E portanto dividimos um pouco as coisas porque uma pessoa é impossível

conseguir gerir todas essas tarefas, aliás por isso é que somos duas.”

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Afetação de Recursos

“Eu não tenho qualquer, portanto, nessa parte não… sou apenas chefe de equipa e isso

compete à direção da casa e portanto à direção de… da casa que eu digo quanto muito

manifesto ao senhor Inspetor-Geral… a… algumas dificuldades em termos de recursos

humanos porque aliás as coisas também” ; “Eu vou alocando inspetores às atividades de

acordo com o perfil. Portanto, há inspetores… tenho sempre em conta a formação

académica, científica de cada inspetor e depois também tenho em conta toda a outra

formação que os inspetores foram fazendo ao longo do tempo aqui nesta casa por monte

próprio ou por que a casa lhes proporcionou e portanto para determinadas atividades afeto

determinados inspetores que têm mais perfil pra…pra… pra aquele tipo de atividades (…)

Mas em geral como lhe disse os inspetores são um bocadinho generalistas porque têm

informação, qualquer inspetor tem formação para qualquer das atividades porque a faz.

Portanto há um momento em que faz formação geral sobre aquela atividade depois como

não pode fazer todas, porque é impossível, dedica-se mais a umas do que a outras.”

Cultura

Organizacional

Valores

“(…) há uma coisa que temos sempre que ter em mente é a… fazer o nosso trabalho a…

da melhor forma. Portanto, todo o trabalho que é desenvolvido nas escolas por nós… a…

vão ao encontro daquilo que daquilo que se espera, não é?... quer pelos nossos utentes,

quer pela tutela a… daí que a… valores éticos estão sempre presentes a… por que quando

há qualquer formação, quando nomeio qualquer pessoa para fazer um trabalho a… na

escola o que se pretende é que a…o trabalho seja feito com a maior honestidade, com

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eficiência, com eficácia e sem esquecer os valores éticos que presidem o nosso trabalho. O

nosso trabalho é de imensa responsabilidade a… e a ética é… é… fundamental ter em

conta… basicamente é isso.”

Interiorização do quadro

de valores pelos

inspetores

“(…) eu faço com todos os inspetores a… reuniões… muitas reuniões… muitas reuniões,

mas basicamente eu faço anualmente duas com todos e o que é que eu transmito, é que…

digamos que eu… eu… eu estou aqui como chefe de equipa mas para transmitir tenho

uma missão que me é transmitida pelo senhor Inspetor-Geral e portanto o senhor Inspetor-

Geral que transmite a… a intenção a missão desta casa (…) passa sempre em todas as

reuniões, mas nessas duas em que refletimos nessas duas conjuntas anuais refletimos

sobre o nosso trabalho: o que é que fazemos, como fazemos e como é que… o que é que

podemos fazer a… para sermos mais eficazes e para melhorar basicamente a prestação,

como é que nós podemos trabalhar, motivar as escolas com vista ao sucesso educativo

(…) todos nós no Ministério da Educação e nesta Inspeção trabalhamos em prol dos

alunos, isto é o que move sempre nesta casa… é fazer tudo em prol dos alunos… a… a

maneira como a…os inspetores a… se devem apresentar nas escolas a… como devem a…

abordar os senhores diretores… todos os senhores… os… os… as pessoas que estão à

frente das estruturas de coordenação educativa, de todos os órgãos de administração e a…

órgãos de gestão e administração e as estruturas de coordenação educativa, tudo isso

inclusive a maneira de abordar os encarregados de educação, a maneira de ouvir os alunos,

tudo isso é preparado e a todos é exigido a… um desempenho exemplar”

Proximidade dos

inspetores com os valores

“(…)sempre essencialmente através das reuniões. Portanto, há um contacto a… apesar de

não estarmos… não partilharmos o espaço físico, o contacto com os inspetores, tendo os

inspetores connosco é… é… muito próximo porque hoje há meios e quando eu vou abrir o

meu email durante o dia tenho os inspetores sempre a perguntar coisas, além do telefone

não é? E portanto há sempre um contacto muito próximo para qualquer dificuldade

(…)estando mesmo na escola, acontece qualquer coisa e imediatamente telefonam e

portanto nós sabemos sempre o que é que está a acontecer em qualquer escola. Sabemos

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sempre onde é que estão os inspetores diariamente, não é?... porque eles estão lá porque o

trabalho está distribuído. Sempre que acontece alguma coisa que a…não estava prevista

a… o que há alguma dificuldade acrescida, imediatamente telefonam e imediatamente

solucionamos a situação.”

Cultura Organizacional “ (…) é muita proximidade, portanto os inspetores neste momento e portanto só posso

falar neste momento em que estou aqui, desde 2013, há muita proximidade… a…

inclusive com a direção desta casa com o senhor Inspetor-Geral com os inspetores… a…

os senhores inspetores… é uma cultura de proximidade, de… somos poucos o que

também faz com que toda a gente se conheça e partilhe as suas coisas e basicamente a…

basicamente… partilhamos posso dizer que não seja na totalidade, quer dizer somos todos

pessoas diferentes, mas partilhamos todos a… partilhamos todos a… vestimos todos a

camisola desta casa desta inspeção e o que tentamos fazer é que o nosso trabalho seja feito

o melhor possível, com rigor… com rigor… a… e…que as pessoas nas escolas e a sua

comunidade ache que a inspeção é uma mais-valia (…) Porque a… os inspetores estão nas

escolas e a… através das atividades ou através da provedoria, interagimos com alunos,

como pais, com docentes, com direção, com autarquia a… e o que nos… o que passa

sempre é que a… é que… a… o nosso trabalho é feito com rigor e que aceitam e dão

sempre como muito válido aquilo que lá vamos fazer e muitas vezes casos de provedoria a

razão pela qual recorrem a nós é por que acham que somos um organismo, uma instituição

independente, a… e que acreditam que o trabalho que fazemos é um trabalho rigoroso… é

um trabalho rigoroso e que a… dá frutos, ou seja, por que razão é que as queixas que vêm

para aqui muitas vezes em relação às direções das escolas, por exemplo, se é questão de

pais, já falaram com a direção a… não conseguiram o que queriam a… ou a… muitas

vezes as pessoas não têm a confiança que deviam ter… quem está na direção das escolas a

(…)… há um diretor na escola que deve ser o responsável por aquela escola ou

agrupamento e muitas vezes os pais não confiam inteiramente e portanto por que é que se

nos dirigem e muitas vezes nós perguntamos por que é se nos dirigem… não… porque nós

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achamos que a inspeção é isenta e consegue verificar melhor as coisas… por que razão é

que… há pouco eu disse-lhe que os processos disciplinares das escolas são feitos, os

processos instaurados pelos diretores são instruídos por um professor da escola… muitas

vezes temos aí queixas a… dos docentes que são alvo dos processos que não querem que

seja a escola a fazer porque acham que quem deve fazer os processos é… são os

inspetores pois dá garantia de isenção e rigor e portanto melhor que isso para aferir… não

há.”

Papel do Gestor Dia típico de trabalho “São sempre diferentes… a… e eu desde que entro até que saio eu não chego aqui

demasiado cedo porque saio sempre muito tarde, saio sempre às 20:00 isto porquê…

porque não somos muitos a… e… o que eu pretendo é assegurar que a… os inspetores

desde as 08:30 da manhã às 08:00 da noite tenham sempre a… alguém disponível a… e o

nosso secretariado a… está a partir das 08:30 às 08:00 da noite há sempre alguém. Eu

desde que chego entre as 09:30 e as 10:30 até às 08:00 não lhe posso dizer o número de

chamadas mas já tem acontecido que durante a manhã tenha atendido 50 chamadas, ou

seja, ou é de inspetores que estão no terreno e têm problemas ou é das escolas, porque as

escolas também nos contactam imenso (…) no sentido de às vezes nós não temos essa

competência de acompanhar as escolas, mas muitas vezes eles tentam perguntar-nos

coisas que nós não respondemos é claro, porque isso pertence à Direção-Geral dos

Estabelecimentos Escolares essa competência. Mas por exemplo quando querem apoio

jurídico, dirigem-se a nós e muitas vezes aqui passam as chamadas… chegam aqui porque

às vezes o nosso jurista está ocupado e portanto a escola diz que precisa muito de falar

com alguém porque a… na sequência de um envio, de um relatório ou dos procedimentos

a… dos procedimentos que são necessários para a avaliação externa das escolas… a…

precisam de nos colocar algumas questões… as escolas têm dúvidas e portanto tudo isto

faz com que a… diariamente eu aqui a… a tenha mais da parte da manhã é sempre muito

complicada… esta parte de atendimento telefónico, fora o número de emails diários que

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são a… a média… são de 30 por dia… portanto a média é 30 por dia… há dias que serão

menos outros que são muito mais (…) questões colocadas não só pelos inspetores…

também pelas escolas… a… é claro que aqui para mim não veem porque é logo… é feita

uma triagem quando ligam para aqui e é um assunto ou uma queixa… é ali a… a inspetora

que nos dá aqui o apoio que filtra a chamada verifica o que é que se passa, o que é que a

pessoa pretende… a… se … nomeadamente é para pedir alguma informação ou como é

que pode fazer uma queixa…” ; “De resto o meu trabalho durante a manhã é muito a… à

base destes telefonemas e emails, além das solicitações diárias do senhor Inspetor-Geral

como vê enquanto aqui esteve e depois todos os dias o despacho que tenho, ou seja, todos

os dias chegam coisas… todos os dias… todos os dias… e portanto é preciso todos os dias

apreciar relatórios, processos disciplinares, enviar planeamentos… muitas vezes a… as

escolas principalmente a… particular e cooperativo… as escolas particulares onde vamos

ou temos planeado e mandamos habitualmente com alguma antecedência que pode ser

entre uma a duas semanas a avisar que vamos fazer uma intervenção lá e que nos ligam a

dizer que não pode… não… não seria o dia ideal porque naquela semana o diretor está…

o diretor está fora, numa visita de estudo… com os alunos ou porque naquele dia há uma

atividade qualquer que envolve a câmara municipal ou outras entidades e a nossa presença

naquele dia iria impedir a… o normal funcionamento a… da escola. Isso nós não

queremos e tentamos resolver, mas todos os dias temos este tipo de trabalho… todos os

dias eu tenho para despachar, para enviar relatórios… todos os dias enviamos relatórios,

todos os dias tenho que ler relatórios, todos os dias tenho de ler processos… tenho que

nomear pessoas para intervenções e neste momento até lhe digo… até lhe dizer quantas

duas… quatro… cinco… seis… sete… oito… neste momento tenho a… hoje que a…

nomear oito inspetores para irem ao terreno verem o que é que se passa em oito

estabelecimentos particulares e privados.” ; “Além disto que é o normal temos sempre os

casos de assuntos que venham do senhor Ministro da Educação ou do senhor secretário de

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estado porque muitas vezes acontece incidentes a… que são comunicados ao senhor

Ministro da Educação ou ao senhor secretário, imediatamente telefonam para o senhor

Inspetor-Geral no sentido de querer saber o que é que se está a passar e que a inspeção

verifique o que está a acontecer aqui e ali… e aí temos de estar sempre aqui para

podermos a… ir logo ao terreno ver o que é que se passa para podermos avisar a… e dar

conhecimento o que se está a passar ao senhor Ministro.”

Atividades realizadas

com maior frequência

“(…)o que é que eu faço com mais frequências das atividades… com mais frequência é a

leitura de relatórios diários, não é… diariamente eu tenho sempre relatórios para ler, ou

seja, a… todos os dias… todos os dias porque são 12 atividades há relatórios

terminados… ou seja já passaram pelo interlocutor e é preciso enviar para a escola e antes

de enviar para a escola… a última leitura é feita por mim e portanto eu todos os dias tenho

um relatório… dois, três, quatro, cinco para ler para enviar para a escola.”; “… em termos

daquilo que mais tempo nos consome é de facto a apreciação das coisas e os relatórios e

vou-lhe dizer que eu… a… deixo para fim do dia, a partir das cinco e meia, seis horas… é

quando eu me dedico à leitura de relatórios é quando os telefones deixam de tocar a…

quando há menos pessoas e portanto digamos cinco e meia… seis horas às oito é a hora

que eu dedico sempre à leitura de relatórios e relatórios das atividades e informações no

âmbito da provedoria a… relatórios de ação disciplinar e digamos que cinco e meia… seis

e meia… sete e meia a… oito e meia … digamos que duas horas e meio por dia, às vezes

mais porque se tiver tempo a… eu ainda faço… ainda leio quando há dias mais calmos

ainda leio”

Rotinas “Sim, isso sempre. A… o despacho diário… despacho a… de todos os documentos, o

atendimento e os emails são rotinas diárias”

Imprevistos “(…) estas questões da tutela… do Senhor Ministro ter de repente pedido que fossemos a

algum lado, que apreciássemos uma determinada situação, a… por questões … todas as

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questões mediáticas”; “Como é que lido… olhe temos que resolver a situação… temos

que muitas vezes retirar um inspetor que está a fazer outra coisa, que foi o caso da

inspetora que há pouco telefonou… estava a fazer outro trabalho… é claro que temos aqui

uma coisa sempre em mente é o trabalho que está a ser realizado nas escolas a… é feito

sempre e não há nunca nada que o impeça. Ou seja, se o inspetor está na escola não chamo

o inspetor porque está a fazer aquela tarefa, agora depois quando o inspetor está a fazer o

relatório aí já não… portanto era o caso desta inspetora que estava a fazer o relatório a…

veio a situação urgente e isto depois também tem a ver com as localidades é por que a

situação urgente era no distrito de Portalegre e portanto esta inspetora que era aquela que

estava mais e que podia ir lá com mais rapidez, estava a fazer o relatório e deixou de o

fazer o trabalho que tinha de fazer hoje para se deslocar à escola e resolver a situação e

pronto isto aí é a… temos que agilizar as coisas rapidamente, ver quem é o inspetor que

pode lá ir, que depois também vamos ter que ver às vezes o perfil, que depois depende do

assunto, qual é a pessoa que pode ir ou onde é que está… se pode ir logo, ligamos e a…

agora há uma coisa que tentamos sempre é que não criar obstáculos ao trabalho da escola,

não é.”

Rituais “(…) não posso dizer que são rituais algumas coisas que eu faço mas não é como ritual…

ritual, ritual não, não.”

Inovação

“(…) a inovação é importantíssimo. A… nós trabalhamos com a educação e portanto é na

educação que se nota mais tudo aquilo que é inovador porque há uma panóplia de grandes

escolas do nosso país, não é? E portanto é… são… mais onde embora não tanto como se

esperaria, locais onde há práticas inovadoras e onde há uma série de ações que

implementam de acordo com as… com aquilo que é mais moderno, não quer dizer que

seja todos os… todas as escolas mas uma grande parte… e um inspetor está a ir à escola

a… a toda a hora e seja sei lá agora nas tecnologias de comunicação e informação, por

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exemplo, vamos a uma escola e não todas mas uma grande parte já tem todos os últimos

programas, as últimas tecnologias e portanto o inspetor não pode chegar lá e não ter

conhecimento e não pode… ignorar as coisas… e por outro lado tem que estar atualizado

porque se pode deparar com coisas que ainda não conheça, de maneira que… embora…

embora… em termos das práticas a… do nosso trabalho por vezes isso…a… não seja tão

notório… a… como deveria porque nós temos o nosso plano anual de atividades e temos

aquele plano a… e muitas vezes poderíamos a… fazer de um moldo diferente, mais

inovadoras e às vezes não é tão possível e arrastamos um bocadinhos as coisas e

demoramos algum tempo a reagir a… porque também é uma máquina muito pesada… a

educação é uma máquina muito pesada e demoramos algum tempo e reagir e portanto não

vamos tão à frente quanto gostaríamos.”

Constrangimentos “Falta de recursos humanos e materiais.” ; “(…)o corpo inspetivo a… está a… o nível

etário dos inspetores está muito elevado e isto nota-se porque as pessoas passam a ter mais

problemas de saúde, não quer dizer que os novos não tenham, mas passam a ter mais

problemas de saúde , passam a… passamos aqui algumas... a… situações de alguns

inspetores que estão doentes de baixa médica por um período muito prolongado, isso é

mau porque não só se afastam do serviço, não é… mas como depois quando regressam

têm alguma dificuldade a… adaptar-se (…)não tem havido desde 2009 nenhum

recrutamento e o último que houve recrutou muito poucas pessoas e portanto isso é um

dos grandes constrangimentos a… que faz com que a nossa atividade às vezes não seja tão

célere quanto queremos a… (…) ”; “ (…) depois recursos materiais, nomeadamente

computadores a… os nossos computadores não são… a… substituídos quando deviam ser

e muitas vezes a… temos aí alguns problemas derivados disso… queremos fazer o melhor

trabalho a… os computadores não conseguem às vezes ter acesso à internet por exemplo

nas escolas, quando os docentes… quando os inspetores estão no trabalho precisam de

comunicar e mandar coisas… a… avariam-se com muita regularidade… aqui nem sempre

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as coisas são o mais célere possível a… basicamente recursos materiais e humanos são

aquilo que mais… mais perturbam o nosso funcionamento normal.”

Representação da

Organização

“(…) Às vezes… a… já tem acontecido (…) O Senhor Inspetor-Geral designa alguém

habitualmente para isso a… já fui designada por exemplo para a conferência das inspeções

a SICI em Amesterdão, no Porto a… mas muito pontualmente, porque também há uma

série de gente que o Senhor Inspetor-Geral não gosta que seja sempre a mesma pessoa a

fazer as representações… e depende daquilo a… depende dos convites que nos são

endereçados e da… do que está em causa… o tema dos seminários, dos congressos, das

conferências, assim é designada uma pessoa para representação.” ; “A… docentes do

ensino superior e não superior e inspetores a… e inspetores de outros… de outros países.”

Normas e regulamentos

na sua atividade

“Bom, as normas são importantíssimas. Nós temos que cumprir regras e uma série de

parâmetros e… e… portanto não podemos fazer aquilo que queremos e que… achamos

que às vezes seria o mais… seria o ideal, mas há uma série de coisas que temos de

obedecer e portanto e isso de alguma maneira baliza o nosso trabalho e encaminha o nosso

trabalho.”

Determinação de

objetivos de trabalho e

planeamento ATI Sul

“(…) a inspeção funciona a… tem um modo de funcionamento específico, portanto o

Senhor Inspetor-Geral a… o Senhor Inspetor-Geral e os Senhores Subinspetores, portanto

determinam os objetivos anuais a… para toda a inspeção… a… que nos são comunicados

a…. depois de já nos ter auscultado, portanto a… elaboram o plano anual de atividades e a

partir daí são os nossos documentos orientadores: objetivos da casa, plano anual de

atividades e a partir dessa… dessa determinação superior é que passamos aqui a agir e a

fazer os… o, portanto o nosso trabalho em determinar e planear todo o nosso trabalho” ;

“(…) os meus objetivos já são determinados pela direção desta casa, não é? Portanto

anualmente temos objetivos a cumprir… eles são-nos dados e partir daí a… é que nós

elaboramos as nossas tarefas para ir ao encontro daquilo que nos é solicitado.”

Procura de informações “(…) eu propriamente, propriamente para fazer melhor o meu trabalho socorro-me de a…

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de… literatura por exemplo, depende daquilo que estamos a falar. Mas se às é

necessário… o conhecimento é sempre essencial… estar atualizada em tudo o que diz

respeito à educação, que é uma coisa que nós fazemos aqui habitualmente… portanto

temos que estar sempre a… cientes do que é que está a acontecer… portanto seja em

termos de leitura, jornais, revistas com artigos da educação a… seja em termos de

leitura… de educação em termos daquilo que sai em Portugal mas também aquilo que sai

noutros países, nomeadamente aquilo que nos é transmito a partir via SICI porque pronto

temos de ter alguma ideia daquilo que os outros fazem e como é que o fazem a… de modo

a poder tirar algumas ideias, a poder verificar aquilo que se adapta aqui e… pode ser uma

boa prática para nós.” ; “(…) possivelmente às vezes reuniões com a Direção-Geral de

Educação e eu aqui só mesmo com a Direção-Geral de Educação. Os outros contactos

quer com… com… as outras instituições que fazem parte do Ministério da Educação, não

em termos de chefe de equipa, não me compete, portanto é sempre via Senhor Inspetor-

Geral, nunca eu.”

Disseminação de

informação

“Todas as informações… a… habitualmente todas… por exemplo quer haja artigos

importantes para o trabalho, quer a… haja a… ações, conferências, seminários com

problemáticas da educação que são relevantes e que nós achamos relevantes, o que

fazemos sempre é a… dar conhecimento a todos os inspetores para que eles possam

escolher de acordo com o tempo que têm disponível e… de acordo também com as suas

referências e com a temática da… do… trabalho que estão mais desenvolvem a… que

possam se assim o entenderem participar em coisas… basicamente e isto. É-lhes

transmitido tudo, todas… aquilo que nós achamos relevante transmitimos aos inspetores.”

Comunicação com

inspetores

“É sempre via email. Todos os inspetores e os outros colaboradores têm o seu computador

e portanto aqui… o telefone também é muito utilizado, mas basicamente o email é a

ferramenta essencial de trabalho de todos.” ; “Não foi [sempre] assim e ainda eu estou a

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falar e refiro-me muito particularmente à área territorial sul em que todos os inspetores

têm o seu computador pessoal da casa, portanto pertence à Inspeção embora a internet seja

pessoal… não é paga a internet a… a internet é pessoal, cada um tem a sua na sua casa,

paga a sua a… aqui disponibilizam é do computador. Mas basicamente que é aqui assim

nos últimos anos e não lhe sei dizer nos últimos anos, mas para aí nos últimos 10, embora

haja a… ainda alguns inspetores noutras áreas territoriais a… em que a comunicação é

feita via correio. Ou seja, não disponibilizam a… sua internet pessoal para o serviço,

porque não lhes é paga. Aqui toda a informação de facto é via email.” ; “(…) acho que a

comunicação informal também é muito necessária e e…se eu já tinha conhecimento com

as pessoas e criado alguns laços continuo a mantê-los da mesma maneira, embora haja

coisas que têm de ser formais, é evidente, mas a formalidade ainda permanece.”

Relação com

colaboradores

“Uma boa relação de trabalho. A… eu era inspetora de terreno antes de ser chefe de

equipa a… e… a continuo a ser colega… quando me dirijo aos colegas, aliás é sempre por

colega a... e portanto a relação que estabeleci antes continua a ser a mesma que… que…

era antigamente.”

Concretização do

processo de tomada de

decisão

Olhe não há aqui nenhuma tomada de decisão e estou a falar tomada de decisão de a…

assuntos de… assuntos de… importantes… muito importantes… a tomada de decisão é

sempre depois de ser auscultada a minha colega chefe de equipa. Portanto todas as

decisões aqui importantes nunca são tomadas só por mim. Portanto mesmo que… esteja

nas mesmas competências, eu como trabalho em equipa com a minha colega, portanto a

decisão é sempre a… ponderada e antes de ser feita é…é… sempre muito verificada…

analisada em conjunto com a outra colega chefe de equipa.” ; “(…) duas cabeças pensam

sempre melhor que uma e… é preciso a… naquilo que diz respeito a coisas realmente

importantes que a decisão seja a tomada seja aquela que é mais pertinente e mais

adequada. E portanto é preciso ter algum cuidado e isso passa muito por ouvir outros e no

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caso é sempre tomada em conjunto quer… seja em todas as decisões mesmo no que se

refere às… à questão de… de… à questão da avaliação dos inspetores. Embora a maior

parte dos inspetores esteja a ser avaliada por mim, eu sou eu a avaliadora, como eu e a

minha colega verificamos o trabalho e apreciamos o trabalho de todos… a… esta tomada

de decisão é sempre em conjunto.” ; “(…) todas as tomadas de decisão da casa passam por

obedecer a objetivos que nos são dados anteriormente e portanto é sempre tendo em conta

a… o objetivo do nosso trabalho.”

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Anexo 11 – Quadro dos modelos de gestão e de liderança de Tony Bush

Quadro retirado de Costa, Figueiredo e Castanheira, 2013, p. 4

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Anexo 12 – Guião de Entrevista E6

Entrevistada: Coordenadora da Atividade de Acompanhamento dos Jardins de Infância da Rede Privada (JIRP) - IPSS.

Objetivos Gerais:

Conhecer os intervenientes que integram a atividade de Acompanhamento dos JI;

Conhecer o processo de planeamento e concretização da atividade de Acompanhamento dos JI

Blocos temáticos Objetivos específicos Formulário de perguntas/tópicos Notas

A

Legitimação da

entrevista

Legitimar a entrevista

Motivar o entrevistado

Informar o entrevistado sobre a temática e a

finalidade da entrevista.

Sublinhar a importância da participação do

entrevistado para o sucesso do trabalho.

Salientar o carácter restrito do uso das informações

concedidas.

Referir a disponibilidade para fornecer os resultados

do trabalho.

Pedir autorização para gravar a entrevista.

Proporcionar ao entrevistado um

ambiente que lhe permita estar à

vontade e falar livremente sobre os

seus pontos de vista.

Conhecer a função da

entrevistada no âmbito da

atividade de

Acompanhamento dos JI

Para começar, pedia-lhe que me dissesse quais são as

principais funções que desempenha no âmbito da

atividade de Acompanhamento dos JI

Funções desempenhadas enquanto

coordenadora; perceber o papel da

entrevistada na atividade

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B

Intervenientes na

Atividade de

Acompanhamento

dos Jardins de

Infância

Identificar os restantes

elementos da equipa e

respetivas funções na

atividade de

Acompanhamento

Conhecer a constituição

da equipa de

Acompanhamento dos JI

a nível central

Conhecer os principais

interlocutores nos JI

Conhecer as

competências necessárias

para desempenhar as suas

funções

Conhecer a opinião da

entrevistada em relação

Existem outros membros na equipa da ATI Sul que

participem nesta atividade? Que funções têm no

decorrer da atividade?

Como é constituída a equipa a nível central?

Quem são os vossos principais interlocutores nos JI?

Que competências considera indispensáveis para

desempenhar as suas funções?

Em que medida essas competências são distintas das

que necessita noutras atividades da IGEC?

Outros coordenadores; inspetores e

interlocutores da atividade.

Membros e funções desempenhadas

Saber as competências-chave e

entender a importância dos

conhecimentos e da experiência na

área da EPE para o

desenvolvimento da atividade

Perceber se com a formação na

EPE o olhar é diferente no decurso

da atividade; Por exemplo, mais

próximo da avaliação ou do

acompanhamento da ação

educativa?

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às expectativas colocadas

pela IGEC na atividade

Na sua opinião, quais as expectativas colocadas pela

IGEC na atividade de Acompanhamento dos JI?

C

Narrativa sobre o

planeamento e a

Conhecer o modo de

planeamento e

concretização da

atividade de

acompanhamento dos

JIRP - IPSS

Podemos começar pelo modo como ocorre a

montagem do dispositivo da atividade:

Como são constituídas as equipas de

acompanhamento? A que critérios obedece o

processo de formação das equipas?

Existe uma formação específica para estes

inspetores? De que teor?

Qual o procedimento adotado para a seleção dos JI a

intervencionar? Quem toma essa decisão?

Podia descrever o que sucede desde que são

designadas as equipas até ao momento em que vão

para o terreno?

Nomeação das equipas; Critérios de

seleção dos inspetores

Exemplos de formações específicas

que sejam fundamentais para a

realização da atividade de

acompanhamento dos JI

Fases e momentos de planeamento

até à ida ao terreno

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concretização da

Atividade

Que reuniões são efetuadas? Com quem?

Determinada a equipa e o JI a intervencionar, como é

que é feita a preparação da atividade em específico?

Pode dar-me exemplos?

Qual a principal preocupação na análise dos

documentos dos JI?

Existe a preocupação em acautelar uniformidade de

procedimentos ao nível do país? Como o fazem?

De que modo conseguem apreender o grau de

concretização do currículo nos JI?

Podia falar-me um pouco de como se desenrola a

observação das práticas letivas?

A atuação no terreno é diferente da que têm noutro

Por exemplo na análise do PEI e

das ATAS – perceber se a equipa

consegue encontrar nestes

documentos as dinâmicas dos JI

Articulação e desenvolvimento da

atividade a nível nacional

Saber o número de observações

efetuadas; entender que aspetos

específicos são focados: a relação,

o movimento em sala, etc.

Entender as diferenças que

caracterizem a atuação dos

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tipo de intervenção? Porquê?

Como é que asseguram que os JI assimilam o

essencial da intervenção e procuram melhorar?

Qual o modo de tratamento das informações

recolhidas antes e durante a visita aos JI?

Como é que é feita a divulgação dos resultados aos JI

e respetiva comunidade educativa?

inspetores no terreno dos JI;

confronto com outras atividades da

IGEC

Perceber o funcionamento da 2.ª

intervenção – de continuidade – e o

que acontece se se verificarem os

mesmos aspetos após essa

intervenção

D

Finalização da

Entrevista

Entender se pretende

acrescentar algum aspeto

que não tenha sido

abordado durante a

entrevista

Agradecer a sua

colaboração.

Deseja acrescentar algum aspeto que não tenha sido

contemplado nesta entrevista?

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Anexo 13 – Protocolo de Entrevista E6

Entrevistada: Coordenadora da atividade de Acompanhamento dos JIRP – IPSS (E6)

Entrevistadora: Soraia (S)

S: Então primeiramente queria realçar que esta entrevista é realizada no âmbito do

relatório de estágio do mestrado em educação e formação com especialização em

Organização e Gestão da Educação e da Formação. O principal objetivo desta entrevista

é conhecer os intervenientes que interagem na atividade de Acompanhamento dos

Jardins de Infância, bem como o processo de planeamento e concretização desta mesma

atividade. Nesse sentido, reforço a importância da sua participação para o

desenvolvimento do meu projeto de investigação e também sublinho que asseguro a

confidencialidade e o anonimato desta entrevista. Posso gravar a entrevista?

E6: Claro que sim!

S: Então, para começar pedia-lhe que dissesse quais são as principais funções que

desempenha no âmbito da atividade de acompanhamento dos jardins de infância.

E6: Portanto, eu digamos tenho a coordenação a nível nacional… nacional não podemos

dizer que não abrange as ilhas, mas é do país todo, Portugal Continental com outra

colega, portanto sou co-coordenadora e… portanto a pergunta era qual?

S: Quais são as suas funções…

E6: As funções…

S: Sim as suas principais funções.

E6: Pronto depois de realmente os chefes determinarem a realização desta atividade,

que aliás antes foi-me pedido de conselho da sua realização que eu anui e portanto

juntamente com a minha colega, aliás tudo o que disser em princípio tudo o que eu faço

é juntamente com outra colega, portanto vou passar a não ter que dizer, está bem?

S: Está bem…

E6: Construímos os documentos todos, portanto fomos nós que construímos os

documentos, depois pedimos a contribuição de outras pessoas das representantes das

áreas territoriais da inspeção que são três que entretanto foram designadas de

interlocutoras desta atividade… nós enquanto coordenadoras e elas enquanto

interlocutoras e portanto o grosso foi construído por nós, mas teve intervenções de

várias pessoas, portanto um roteiro que é um guião, chamemos-lhe um roteiro que é um

guião e depois no fundo as matrizes dos relatórios.

S: Tudo isso faz parte das suas funções…

E6: Sim… sim, fizemos isso em 2013. Esse trabalho foi em 2013.

S: E diariamente quais são assim as suas funções em específico?

E6: Específico da coordenação?

S: Sim

E6: Para além de anualmente vermos os instrumentos e em função… isto também é

uma aprendizagem para nós… portanto em função do que for encontrado no terreno

porque nós também vamos ao terreno já depois passo a dizer depois lembre-me…

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S: Sim…

E6: Mas estou a dizer só estritamente as funções de coordenadora… portanto… estava a

dizer o quê? (risos)

S: as suas funções enquanto coordenadora…

E6: Ah, como nós também estamos numa aprendizagem, aliás desde o princípio de

2013 estamos nesse processo, todos os anos vamos aferindo aspetos que precisamos de

manter, que temos de reformular, aperfeiçoamento e esse processo digamos é contínuo

ou vamos tirando apontamentos, fazendo pontos de situação, tirando apontamentos para

quando chegarmos no fim do ano, em geral, os documentos nunca saem todos iguais,

atendendo aos ajustamentos que encontramos no terreno e que nós próprios temos

considerado como necessitando de… aperfeiçoamento…

S: reformulações…

E6: ou informações complementares… de reformulações, mais de reformulações,

vamos repensando as coisas. Depois as nossas funções é também ler os relatórios que

nos chegam das atividades que resultam das atividades do terreno… portanto das

pessoas que desenvolvem a atividade que são duas, uma das quais têm que ser… ter

formação inicial digamos em educadora de infância, independentemente depois de

outras formações que tenha realizado… na equipa é assim, aliás está isso escrito no

roteiro e portanto lemos e depois de já terem sido lidos, no fundo, fazemos a revisão

final desses relatórios, enviamos a interlocutora e portanto acompanhamos todo, todo

esse processo. Para além disso, ai não como coordenadoras mas porque pusemos essa

questão logo à partida também vamos ao terreno fazer várias intervenções tanto as

intervenções iniciais e as de continuidade… essa de continuidade também está prevista

no roteiro e portanto também sentimos digamos na pele as dificuldades, como é está a

realidade dos jardins de infância, os seus principais problemas, como é que podemos

atuar, dando sempre as duas perspetivas, que digamos acho que nos completa… se só

estivéssemos só digamos em gabinete a coordenar a atividade e ficarmos desfasadas da

realidade…

S: portanto tem sempre essa articulação…

E6: sim temos sempre essa articulação.

S: Então existem outros membros da equipa na ATI Sul que participem nesta atividade?

Que funções é que têm no decorrer da mesma?

E6: A interlocutora da atividade na ATI Sul e nos outros… Norte

S: Há só uma interlocutora na ATI Sul?

E6: Sim, outra na ATI Norte e outra na ATI Centro.

S: E que funções é que têm no decorrer desta mesma atividade? Neste caso só da equipa

da ATI Sul…

E6: Ah só da ATI Sul… Colabora na distribuição de serviço com a chefe… com uma

das chefes, depois também faz… não sei se em conjunto se não, isso não tenho

conhecimento, chamemos-lhe a amostra… não é uma amostra representativa, que

seleciona um conjunto de jardins de infância a intervencionar na área territorial do sul e

pronto. E depois também faz a primeira leitura dos relatórios… dos produtos… dos

relatórios que são realizados… para além de gerir algumas questões ou dúvidas dos

colegas, mas também nós fazemos às vezes até vemos que nem recorrem tanto aos

interlocutores recorrem mais diretamente a nós perante dúvidas… é verdade é outras das

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funções da coordenação que eu não disse. Por exemplo no terreno levantam-se algumas

dúvidas ou situações novas e recorrem a algumas de nós por email ou por telefone para

pensarmos em conjunto situações que tenham surgido de novo.

S: Então digamos que os interlocutores fazem também um bocadinho a ponte entre os

inspetores e as coordenadoras…

E6: Umas vezes mais outras vezes menos, mas sim é suposto sim…

S: Quantos inspetores é que estão envolvidos nesta atividade? Que fazem parte da ATI

Sul?

E6: Por ATI’S eu não sei porque eu tenho a dimensão mais global…

S: Ah… está bem…

E6: Eu já fui interlocutora também do Sul por acaso… fui interlocutora e coordenadora

desde a génese porque a minha formação inicial é mesmo a educadora de infância ao

passo que a Dr.ª MP não é… é do 1.º ciclo de formação inicial… pronto. E… portanto

os números… isso compete a cada área territorial… nós temos sempre os números

globais… trinta e poucos inspetores a nível global.

S: Como é que constituída a equipa a nível central? Já não falamos só na ATI Sul…

E6: São três interlocutoras… por acaso são todas mulheres… temos reuniões

periódicas… também para fazer pontos de situação e depois temos reunião de final do

ano com alguns já dos dados porque uma das funções que nós temos enquanto

coordenadoras que eu não disse é também a elaboração do relatório global…

exatamente que sai todos os anos e portanto… por acaso só no último ano é que elas

colaboraram porque também estão com muitas atividades no terreno e nós por vezes

poupamo-las portanto às vezes já nem se sabe bem onde é que acaba o papel do

interlocutor… onde é que acaba… onde começa nós sabemos… agora onde é que acaba

é nós às vezes assumimos essas funções… pronto… porque elas também poderia dar

dados por área territorial mas muitas vezes… por acaso a última vez conseguimos pedir-

lhes mas das outras vezes fomos nós que mexemos neles todos e que trabalhámos,

fizemos o tratamento dos dados todos… sim o relatório global…

S: Então e a equipa, só para tentarmos perceber… então a equipa a nível global, sendo

assim, são as coordenadoras, não é?

E6: Exatamente!

S: Os interlocutores, neste caso são três e depois os inspetores… há assim mais…

E6: Não há mais ninguém… há ainda as chefes de equipa de cada Área Territorial que

no caso da pessoa que é do Sul intervém mais diretamente com a interlocutora… as

outras… portanto depende das características de cada área territorial. As outras duas não

intervêm tanto.

S: Quem são os vossos principais interlocutores nos jardins de infância?

E6: Eu percebi… a pessoa a quem nos dirigimos mesmo é ao diretor pedagógico ou à

diretora pedagógica porque é a figura que perante o Ministério de Educação… no fundo

é a responsável pedagógica… não quer dizer que nós vamos à casa das pessoas e não

apresentemos, até por uma questão de deferência… e é bom também envolver toda a

gente… alguém da direção técnica… por exemplo se são instituições com… instituições

particulares de solidariedade social costuma haver o presidente da associação ou alguém

da direção da associação e aí temos muito gosto que estejam presentes… mas o nosso

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principal interlocutor como há de ver quando for connosco fazer a intervenção… é o

diretor pedagógico… sim.

S: hum, pronto…

E6: …que às vezes nem existe…

S: E quando não existe quem é que…

E6: Não existe mas há sempre uma pessoa que assume essas funções só que às vezes

desconhece-se que tem de ser diretor pedagógico porque nem pediram o

reconhecimento perante o Ministério de Educação, como há de ter oportunidade de ver.

S: Então e que competências considera indispensáveis para desempenhar as suas

funções?

E6: As minhas?

Eu: Sim… portanto que competências-chave que são importantes para si para

desempenhar essas funções que me disse…

E6: Olhe ter um grande conhecimento de… passo em modéstia mas tem que ser ter…

sobre a realidade em educação pré-escolar em Portugal… acho que têm de se ter esse

conhecimento… porque senão não se conseguiria construir digamos… sem ser assente

esse conhecimento não conseguiríamos construir esses documentos, gizar a atividade,

estabelecer os objetivos…não se conseguia fazer nada que tenha sentido para as pessoas

que estão no terreno porque isto tem que ter sentido para todos… envolver todos.

Portanto acho que à partida sim… depois também ter competências relacionais no

aspeto de quando nós vamos aos jardins de infância, nós não vamos, ainda que sejamos

inspetores, não vamos numa atitude de digamos controlar…

S: Pois, sim…

E6: Vamos numa atitude de acompanhar e fomentar a melhoria… a portanto temos de

ter relações muito de parceiros por datas ainda que é inevitável… muitas vezes nos

veem como… pronto… um bocadinho mais inspetores… não deixamos de ser

inspetores mas é com um cariz… não é por acaso que a atividade não é de controlo é de

acompanhamento que há à partida uma grande diferença na filosofia. Não sei se tem a

noção das diferentes atividades cá na casa…

S: Sim, sim… entretanto também tenho uma pergunta sobre isso, mas nós já lá vamos…

Entretanto queria perceber a importância dos conhecimentos e da experiência também

na área do pré-escolar…

E6: Ah sim… sim… também é essencial termos estado a trabalhar com crianças…

S: Antes de assumir esta função?

E6: Sim… em jardins de infância a trabalhar com crianças… só passei um ano pela

direção regional, mas foi um ano, uma passagem fugaz e depois é que concorri para a

Inspeção… portanto e isso tudo também é muito importante porque se estivesse só em

gabinetes… imagine tirava o curso e estivesse em gabinetes acho que não poderia ter

esse tal conhecimento que falei à bocado sobre a realidade dos jardins de infância, das

suas dificuldades… tenho… esse… tenho quando digo tenho… é sempre temos… na

primeira pessoa do plural… temos.

S: Em que medida essas competências são distintas das que necessita noutras atividades

da IGEC? Por exemplo, percebe-se que com a formação no pré-escolar tem um olhar

diferente… e eu queria perceber aqui se essas competências são mais próximas da

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avaliação ou do acompanhamento da ação educativa por exemplo… não sei se me fiz

entender…

E6: (demonstra uma expressão confusa à pergunta colocada, acenando com a cabeça

que não entendeu)

S: Então eu vou reformular… basicamente o que estou a tentar perceber é que estas

competências têm que ser distintas de outras competências que é necessário noutras

atividades… por exemplo na avaliação… é nesse sentido…

E6: Ah…. Pronto há aquelas três atividades que nós já falámos… e por isso é que é

bom… avaliação… controlo e acompanhamento… esta está enquadrada no

acompanhamento

S: exatamente… sim…

E6: A perspetiva no acompanhamento é mais próxima de todas as outras atividades…

essa do acompanhamento da ação educativa de todas as atividades de acompanhamento.

É sempre mais enquadrada neste aspeto e aqui ainda tem uma característica especial

porquê? Porque o Ministério da Educação durante muito tempo foi omisso em relação

ao acompanhamento às IPSS’S e portanto agora ainda há de ter uma sensibilidade

especial ao fazer esse acompanhamento porquanto as pessoas não estão habituadas

como por exemplo na ação educativa que os inspetores intervenham… deem sugestões,

façam propostas de melhoria ou aspetos… também por outro lado temos de dizer

aspetos que não estão de acordo com a legislação vigente… imagine o número de

crianças por sala, agora um exemplo, ainda que seja funções de acompanhamento não

podemos fechar os olhos se não cumprirem a lei… é um aspeto a corrigir… na

avaliação não vamos tanto quanto inspetores vamos mais enquanto avaliadores…

também faço avaliação externa, de vez em quando, muito menos, mas não vestimos a

camisola de inspetores tanto mais de avaliadores para haver distanciamento, também

não é por acaso as equipas de avaliação têm sempre um elemento externo para também

tornar mais distante…

S: Portanto é uma das competências…

E6: De controlo essa é muito diferente realmente do acompanhamento… a mais

diferente é o controlo porquê?! Porque o controlo é a verificação… a simples

verificação da conformidade legal, ou seja, imagine que íamos no âmbito do controlo a

um jardim-de-infância nós só íamos ver o que não estava de acordo com a legislação e

só portanto, o objetivo é a correção desses aspetos e não é a nossa postura nem a nossa

atitude ainda que tenhamos de…

S: Abram exceções nesse sentido…

E6: Sim… e foram exceções porque nós quando concebemos a atividade, não tínhamos

incluído os aspetos a corrigir… foi sempre tudo a melhorar no acompanhamento… só

que começámos a ver que não poderíamos ignorar esses aspetos até para a qualidade do

serviço educativo prestado. Pronto… não sei se respondi à pergunta…

S: Sim eu penso sim… pronto sendo assim está-me a tentar dizer que a atividade de

acompanhamento na área dos jardins de infância está muito mais próxima da área de

acompanhamento da ação educativa, portanto do programa inteiro… é isso que me esta

a tentar…

E6: Todas mais próximas, as de acompanhamento que é das ciências experimentais

estão todas mais próximas. Tudo o que é acompanhamento estão mais próximas…

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S: Também depois a atuação do inspetor no terreno é diferente… em…

E6: É diferente… com especial equidade nos jardins de infância por causa disso do

Ministério de Educação ter… digamos não ter feito acompanhamento que supostamente

deveria ter feito.

S: Na sua opinião, quais são as expectativas colocadas pela IGEC na atividade de

acompanhamento dos JI?

E6: As expectativas é contribuir, e isso é a maior expectativa, contribuir mesmo para a

melhoria e… para a melhoria tanto a nível das crianças… das aprendizagens das

crianças, como do bem-estar das crianças, como da prestação do serviço que o jardim-

de-infância presta… ai isso é a maior expectativa de todas… sim…

S: É apenas isso dentro do âmbito…

E6: Sim esta é a maior expectativa…

S: Agora podemos falar um pouco de como ocorre a montagem do dispositivo da

atividade de acompanhamento dos jardins de infância… Como é que são constituídas as

equipas de acompanhamento? A que critérios obedece o processo de formação das

equipas? Como são formadas?

E6: As equipas que vão para os jardins de infância?

S: Sim…

E6: Acompanhamento é o programa… depois entre várias há as atividades… uma delas

é… isso nós já… ou seja, estabelecemos como orientação uma pessoa, como já fomos

referindo, tinha de ser a formação básica… tinha de ser… habilitação em formação pré-

escolar, independentemente de ter outras e já podia ir com outras que não fosse só que a

observação da prática letiva é sempre acompanhada por uma pessoa tenha… ou seja,

imagine dois elementos numa equipa que tenham tido a formação em educadora de

infância, dois elementos… podemos ir cada um para o seu grupo de crianças para fazer

a observação da prática letiva…

S: em separado…

E6: Sim… se for um educador e outra pessoa que não tenha sido educador de infância aí

têm de ir juntos. A única exceção que existe é com as coordenadoras porque como a

Dr.ª MP já está muito… tem um olhar muito treinado e digamos tem muita experiência,

nós separamo-nos não vamos juntas… no princípio começámos a ir juntas.

S: essa então é a única exceção… e o critério, digamos quando fazem nomeação das

equipas esse é que é o critério essencial… têm outros?

E6: Temos esse critério. Depois os outros critérios que haja… são das áreas territoriais.

Nós enquanto coordenadoras não temos nada com isso, com o perfil… esses aspetos…

o perfil que eventualmente sim sei que o têm… já nós… não é controlado por nós…

porque o único pressuposto que pusemos… o único critério que estabelecemos à partida

foi precisamente esse da formação.

S: Portanto não é a coordenação que faz a nomeação das equipas?

E6: Não, a constituição das equipas não… é em cada área territorial.

S: Existe alguma formação específica para estes inspetores? De que teor é que são essas

formações?

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E6: Tem… esta atividade… tem originado algumas formações, já houve várias sobre a

avaliação da educação pré-escolar, já houve formação com a responsável pelas

orientações curriculares para a educação pré-escolar, ainda vem cá na próxima sexta.

Nós interagimos diretamente com ela e constitui-se como perita… nós temos uma perita

uma pessoa cientificamente reconhecida…

S: Acaba por fazer também da equipa como perita externa?

E6: Sim, sim… recorremos a ela assiduamente em qualquer situação e ela é uma pessoa

muito disponível.

S: Pode-me dar outros exemplos de formações mais específicas…

E6: Portanto avaliação da educação pré-escolar, depois o carácter holístico para a

educação pré-escolar, isso é mais específico mesmo… e foi frequentado pelas pessoas

que fizeram esta atividade, independentemente de ser educadores ou não e houve outra

com a Dr.ª GP e a Dr.ª ILS… Ah observação da prática letiva, também, Dr.ª HP…

S: Isso é anual? Vai acontecendo…

E6: Vai acontecendo, sim vai (anualmente). Ah, para além da formação entre pares, ou

seja, os interlocutores organizam reuniões de formação periodicamente para as pessoas

que realizam a atividade em cada Área Territorial… do Sul. Nós próprios enquanto

coordenação também iremos anualmente, agora ainda nem está agendado por que temos

imenso que fazer e às vezes não dá para tudo, uma ida ao Norte, ao Centro e ao Sul.

S: Qual é que o procedimento adotado para a seleção dos jardins de infância a

intervencionar?

E6: É a interlocutora

S: Portanto é um decisão que passa pela interlocutora…

E6: É uma decisão entre a interlocutora juntamente com a chefe de equipa.

S: E não me sabe dizer como é que é feita essa seleção?

E6: Eu já fiz… é um bocado aleatório, exceto nalguns casos que nós abrimos digamos

umas vagas para introduzir jardins de infância… mas isso é exceção não é regra… que

tenham sido objeto de queixa… aproveitamos a atividade para ver se a queixa pode ter

tido algum fundamento ou não, independentemente do tratamento que é dado à queixa

na provedoria.

S: Então introduzem esses jardins de infância para serem intervencionados…

E6: Sim, mas raramente… estamos a excecionar o máximo possível porque como é uma

atividade de acompanhamento e depois perde a lógica.

S: Podia descrever o que sucede desde que são designadas as equipas até ao momento

em que vão para o terreno?

E6: Eu já fui interlocutora e nesse sentido é bom (risos).

S: Pois (risos)…

E6: Portanto é enviado um ofício ao jardim-de-infância a avisar que nos dias tais e tais

vai ser intervencionado e a avisar alguma documentação a disponibilizar no primeiro dia

em que vão os inspetores. Isto é mais ou menos uma semana antes e pede-se aí nesse

ofício que preencham a ficha de caracterização. Essa ficha de caracterização é reenviada

à respetiva ATI e depois é enviada à equipa de inspetores que vai fazer a atividade para

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ter conhecimento do que ai encontrar: número de grupos, número de atividades que se

desenrolem, para terem conhecimento mais ou menos da primeira realidade, quem é o

diretor pedagógico, se há e se tem autorização de funcionamento, isso tudo. Depois

independentemente desse ofício, um dos elementos da equipa telefona na véspera ou

antevéspera, mas se calhar na véspera, à instituição ou jardim-de-infância a dizer olhe

eu sou “flana tal”, portanto venho confirmar a minha ida, tem alguma dúvida, portanto

dá espaço para tirar dúvidas e portanto depois desenvolve-se a atividade durante quatro

dias… incluído a elaboração do relatório.

S: Que reuniões são efetuadas? Com quem?

E6: Já no jardins-de-infância?

S: Sim no jardim-de-infância e para concretizar esta atividade até mesmo na altura da

atividade…

E6: Na atividade, nós quando chegamos ao jardim-de-infância há uma apresentação da

atividade feita a quem? Sempre ao diretor pedagógico, como eu já tive oportunidade de

dizer e também dizemos que temos muito gosto se quiser estar alguém da direção.

Portanto apresentamos os objetivos da atividade, como é que se vai desenrolar, questões

práticas porque às vezes as instituições também se precisam de organizar em função…

impomos um bocadinho a nossa presença durante quatro dias, às vezes não sejam

integrais, no fundo têm que estar organizados durante quatro dias para receber a equipa.

No fundo fazemos a planificação com eles e damos parte aliás da planificação em que o

primeiro dia é análise documental e analisamos os documentos, no segundo dia vamos

observar a prática educativa/letiva, no terceiro dia ouvimos as pessoas… várias pessoas

em entrevista em painel e no quarto dia elaboramos o relatório e damos as conclusões às

mesmas pessoas que estiveram no início da atividade. Às vezes se puderem estar mais,

se nos perguntarem se os educadores podem estar presentes, há toda a pertinência mas

muitas vezes não os dispensam porque é dentro da componente educativa/letiva. Não sei

se respondi a tudo…

S: Sim, era mais ou menos para saber quais as reuniões que são efetuadas na atividade e

durante o planeamento.

S: Quando é determinada a equipa e o jardim-de-infância a intervencionar, como é que é

feita a preparação da atividade em específico? Pode dar-me exemplos? No caso dos

jardins de infância de pequena e grande dimensão, como fazem em relação a estas

particularidades que são diferentes?

E6: Nós não temos propriamente um dia de planeamento. O que fazemos no

planeamento é ver a ficha de caracterização.

S: Fazem juntos, os inspetores?

E6: Os inspetores que vão ao terreno… juntos quando é possível, por exemplo eu faço

aqui porque estou aqui, mas que às vezes está [noutros locais]… pode não fazer. No dia

da análise documental dá para as pessoas organizaram-se: quem é que vai ver a sala A,

quem vai ver a sala B, quais os pais, aliás isso até é feito em colaboração com o diretor

pedagógico porque como é só análise documental, o primeiro dia também serve,

digamos, para gizar para planear a atividade.

S: Isso é feito lá? Em conjunto e com os outros…

E6: Sim é feita lá e em conjunto só pela equipa.

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S: E quando o jardim-de-infância é de grande dimensão, entende-se que a metodologia é

diferente…

E6: Não é tão diferente assim, mas quer dizer há sempre diferenças. Imagine que há um

jardim-de-infância de duas salas, de manhã fica logo visto se separarem, lá está depende

da composição da equipa…

S: Também depender da equipa e não só da dimensão…

E6: E da composição da equipa se for uma pessoa que tem habilitações em educação

pré-escolar e outra que não, aí é um dia inteiro porque vão as duas de manhã e depois

vão no período da tarde, está a ver? Se por acaso, imagine, vamos inventar, umas dez

salas de educação pré-escolar, que é raro, mesmo em instituições muito grandes é raro,

aí não queremos abarcar a realidade toda… como somos duas inspetoras o que está

determinado, no roteiro, está tudo gizado e pensado no roteiro e a equipa já vai com o

conhecimento do que está roteiro e portanto aí imagine, conforme a composição da

equipa, mais uma vez, em que condiciona vermos duas ou quatro períodos da

componente letiva, mas integralmente… nós não vamos fracionadamente, não fazemos

observação da prática letiva por período curto. É um período inteiro da manhã e um

período inteiro da tarde, para quê? Para conseguirmos ir ver se há planeamento com as

crianças do que se vai realizar e depois a avaliação, se não houvesse um período inteiro

da manhã ou da tarde nunca conseguiríamos… se andássemos a entrar e sair da sala essa

dimensão que para nós é muito importante nunca seria observada.

S: Então sendo assim digamos que o planeamento é feito muito lá no jardim-de-

infância…

E6: Sim, ajustando ao que está pensado…

S: …e feito à priori…

E6: Sim.

S: Qual é que é a principal preocupação na análise dos documentos dos jardins de

infância?

E6: Primeira, primeira… agora estou a falar por mim… é se fazem sentido, porque às

vezes há documentos muito bonitos, mas depois uns não têm nada a ver com os outros,

uns contradizem os outros… se há coerência entre eles, se o que preconizam… imagine

que segue um determinado modelo e depois todos os documentos não têm a ver com

esse modelo pedagógico, estou a dar um exemplo só para ilustrar, portanto é a principal

preocupação. E se realmente têm… porque às vezes estas áreas são frágeis em termos

de planeamento e avaliação, o planeamento tem a ver com a avaliação. Portanto é muita

coerência, articulação…

S: Entre o planeamento e avaliação das aprendizagens?

E6: Sim, exatamente.

S: Por exemplo, na análise dos programas educativos individuais, o que é que procuram

quando analisam esses documentos, os PEI?

E6: Exatamente os PEI. Não há muitos PEI porque as crianças ainda estão no jardim-

de-infância e só quando já estão identificados com necessidades educativas especiais

permanentes. Quando não há necessidades educativas especiais permanentes têm apoio

da intervenção precoce da infância e têm planos também individuais, chamados os

PIIP’S.

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S: E quando fazem a análise desses documentos, o que é que têm em conta?

E6: Temos em conta se a liderança foi da educadora na sala, se foi feito em equipa, com

eventualmente com a educadora de educação especial ou da educadora da intervenção

precoce, lá está… com a colaboração dos pais, se os pais também tiveram ou foram

corresponsabilizados, se as medidas podem enquadrar no projeto curricular, vemos esse

aspetos sobretudo.

S: E nas atas das reuniões pedagógicas, por exemplo, o que é que também procuram e

conseguem perceber daí?

E6: Às vezes muito pouco (risos). Também isso é o menos, porque se houver uma boas

dinâmicas e houver umas atas que quase só tenham uma sequência de pontos de ordem

de trabalhos e pouco desenvolvimento, se as práticas forem ótimas podemos dizer que

realmente os registos não dão visibilidade ao trabalho que é realizado, não faz jus ao

trabalho realizado. Não é muito a nossa preocupação as atas, ainda que as vejamos…

atas ou quaisquer outros registos do trabalho efetuado.

S: Sim, estes são só exemplos também para perceber… sendo assim as atas têm que

ganhar também uma dinâmica que tem que ser vista no jardim-de-infância…

E6: Exatamente.

S: Existe a em acautelar uniformidade de procedimentos ao nível do país? Como o

fazem?

E6: O que dá alguma equidade e nós fizemo-lo nesse sentido é o roteiro. O roteiro,

criando aqueles procedimentos, das grandes questões não é… porque há questões que só

se levantam em termos de equipa e havendo a leitura dos relatórios pela coordenação

que é a nível do país, acho que nós conseguimos garantir alguma equidade a nível de

norte a sul.

S: Então é muito através do roteiro que fazem essa articulação…

E6: E não só do roteiro… através da leitura dos relatórios que nós fazemos enquanto

coordenadoras da atividade global de todos os relatórios. Por exemplo imagine que

encontramos só uma especificidade que há a aferir e que são aspetos que não

acrescentam nada ou características que não estão previstas na atividade, só numa

determinada área territorial, nós interpolamos a interlocutora junto dos colegas,

também, tenta que haja alguma equidade.

S: Têm esse cuidado através dos relatórios…

E6: Temos e é um dos grandes cuidados.

S: De que modo é que conseguem apreender o grau de concretização do currículo nos

jardins deinfância?

E6: Observando a prática educativa/letiva, realmente se fossemos só ver os documentos

ou mesmo ouvir pessoas não conseguíamos ter essa dimensão, mas ao observarmos o

período da manhã e um período da tarde de prática letiva, temos essa dimensão, além de

cruzarmos os dados com a análise documental e com a entrevista aos próprios

educadores.

S: O que é que procuram como evidências para sustentar e dizerem realmente que há

concretização das áreas de conteúdo? Como exemplo, para fundamentar melhor esta

questão…

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E6: Olhe é o que também já falei… se planeia com as crianças… nós não é bem as áreas

de conteúdo não é o nosso principal enfoque. O principal enfoque é o currículo como

um todo. As áreas de conteúdo não são disciplinas, são transversais e têm um caráter

holístico, digamos. Uma pessoa pode estar no fundo a desenvolver uma atividade de

matemática, digamos, o domínio da matemática mas despois abordar N áreas de

conteúdo… quando se trabalha bem na educação pré-escolar é assim… não é agora

vamos trabalhar esta área de conteúdo e depois vamos trabalhar aquela… Portanto uma

das coisas que vemos é a articulação e esse poder de tornar as áreas de conteúdo como

integradas, com este caráter holístico. Depois o planear com as crianças, portanto dar à

criança um protagonismo bastante grande na sua aprendizagem, também é outra

maneira de como se vê, não deixando de… [descurar] os objetivos que o educador tem,

respeitando as suas propostas, no fundo puxar “a brasa à sua sardinha” porque não pode

esquecer-se dos princípios que tem e do que quer desenvolver nas crianças e portanto é

esse saber, digamos que não é para toda a gente, muitos não conseguem, é que nos

vemos como uma é prática educativa. Também como está a sala organizada, também é

um bom educador, a organização da sala… se dá para trabalhar os diferentes domínios

das orientações curriculares, aí pode vir a propósito das áreas de conteúdo, como se

organiza o tempo… se estão muito tempo em grande grupo naquelas conversas

intermináveis que não levam a lado nenhum, a organização dos materiais… [temos] um

olhar mais fino, entrasse numa sala de educação pré-escolar quase que dá para perceber

como é que essas pessoas trabalham.

S: E quem tem essa experiência sabe muito melhor o que procura…

E6: Exatamente. É mais fácil…

S: Podia falar-me um pouco de como se desenrola a observação das práticas letivas?

E6: É uma observação, digamos, naturalista, no sentido de vamos só tirando uns

apontamentos, se precisarmos, ou então tiramos no fim. Nós interagimos muitas vezes

para as pessoas não se sentirem muito observadas. Eu pelo menos tento, muitas vezes,

interagir com as crianças e até apoiar, levar algum material é assim. Portanto não temos

nenhuma grelha de observação propriamente porque aí condicionava a nossa observação

e nós queremos estar abertas ao que vamos encontrar…

S: Qual o número de observações efetuadas quando vão ao terreno?

E6: Aqui têm a ver com o número de salas e aquilo que já fui dizendo, no fundo estas

coisas têm ligação com o que se vai dizendo. Portanto se for uma equipa com duas

pessoas que tiverem formação em educação de infância conseguimos ver quatro

períodos, dois da manhã e dois da tarde, portanto se tiver quatro salas conseguimos. Se,

imagine, a equipa for constituída por um educador e por uma pessoa de outra formação,

ainda que seja docente, porque os inspetores vieram da carreira docente, aí só se vêm

duas, mas depois falamos com todos os educadores porque o que está em causa não

vamos dizer o que vimos na educadora A ou educadora B, mas no fundo o que

concluímos sobre as práticas pedagógicas.

S: Queria também entender que aspetos é que focam, portanto aspetos específicos na

altura da observação…

E6: Organização do espaço, organização do tempo, organização do grupo, se é das

mesmas idades ou não é, depois na construção e desenvolvimento do currículo é como é

que fazem a gestão do currículo, lá está já falámos das áreas de conteúdo que não é cada

área de conteúdo per si, se estão todas integradas se, lá vamos ter à organização do

espaço, se a maneira como está organizado o espaço se tem atenção à gestão do

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currículo e dos interesses do grupo. Imagine, vamos a um jardim-de-infância, vemos as

salas todas iguais, ou seja, com casinhas, com garagem e isso tudo vemos que o grupo

não teve nenhuma intervenção na sua organização, logo é tudo tão estereotipado e

também não teve em conta o desenvolvimento do currículo, das áreas de conteúdo.

S: E aspetos mais específicos? Isso são mais aspetos gerais de observação… por

exemplo a interação…

E6: Ah, a interação do educador com as crianças, das crianças entre si… se têm

possibilidade de se organizarem entre pares, em pequenos grupos, se não estão só em

grande grupo, se é essencialmente a educadora que dirige, se a criança recorre ao

educador, portanto se têm um boa relação, isso é muito importante a relação pedagógica

que estabelece… sim.

S: A atuação no terreno é diferente da que têm noutro tipo de intervenção? Porquê? Por

exemplo eu queria entender a diferença da intervenção dos inspetores que vão para o

terreno no jardim-de-infância e se é diferente de outras atividades…

E6: São todas diferentes… No fundo são todas diferentes porque se nós atendermos à

especificidade da nossa atuação… e tem de ser diferente para já porque vamos estar

imenso tempo na sala de atividades e portanto temos de ser colaborativas… não

impormos a nossa presença… pronto e depois é a atividade dentro do que as a inspeção

faz que estamos mais tempo dentro de uma sala de atividades, portanto só isso… e

depois é a especificidade da educação pré-escolar e o público-alvo.

S: daí as diferenças…

E6: sim daí as diferenças.

S: Como é que asseguram que os jardins de infância assimilam o essencial da

intervenção e procuram melhorar?

E6: Não foi por acaso que fizemos a intervenção de continuidade. Portanto a

intervenção de continuidade, para além de pormo-nos muito disponíveis para as pessoas

nos fazerem todas as perguntas e mais alguma que queiram fazer… há pessoas que são

mais de colocar questões, outras que não ouvem um bocadinho mais e são mais reativas

não são tão proativas. Mas na continuidade nós vemos realmente o progresso e em geral

ficamos muito satisfeitas e mesmo os dados que temos são ótimos porque houve um

grande progresso. Às vezes mesmo de sítios que nós não tínhamos a mesma…

julgávamos que a mensagem pudesse não ter passado… nós às vezes as nossas

expectativas também diferem quando acabamos uma instituição pensamos ‘ai estes vão

melhorar imenso’ e outros não temos assim [tanta certeza] e às vezes somos

surpreendidos e as nossas expectativas caem à partida e ficamos muito satisfeitas.

Pronto e portanto aí a continuidade e se for preciso ainda lá vamos outra vez, portanto

temos essa garantia que os aspetos a melhorar identificados se vão sempre

concretizando.

S: Então, digamos que, se os jardins de infância continuarem a insistir nos mesmos

aspetos ou erros vocês fazem novamente uma intervenção…

E6: Fazemos… mas depende dos erros. Os erros que se enquadram naqueles aspetos a

corrigir que não estão conforme a legislação depois participamos deles, porque não se

compreende como é que, por exemplo, uma criança no jardim-de-infância não tem

direito a cinco horas, que é um direito das crianças, educativas letivas se o Ministério da

Educação paga integralmente essa componente. Também não percebemos como é que

um grupo pode ter 30 crianças, estou a dar exemplos para se ver, se há uma legislação

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bastante clara que diz que um grupo de educação pré-escolar não pode ter mais de 25 e

aí participamos porque há um acordo celebrado entre a instituição e o ministério da

educação e da segurança social que terá de ser equacionado porque quando se

estabelece um acordo tem que haver cumprimento das partes. Mas isto é só em

situações já…

S: Mas acontece?

E6: Acontece poucas vezes… mas já aconteceu. Muito poucas, muito poucas.

S: Então participam essa situação a outras entidades competentes…

E6: Sim, exatamente, para equacionarem a continuação ou não a celebração do acordo.

Já houve um caso excecional nestes anos todos porque estamos a intervir nos jardins de

infância, no Norte, em que teve de se encerrar, não tinha as condições mínimas para

receber crianças e portanto aí estavam em causa a segurança e a garantia da segurança

das crianças.

S: Qual o modo de tratamento das informações recolhidas antes e durante a visita aos

jardins de infância? Como é que disseminam a informação recolhida?

E6: Portanto nós cruzamos a informação da análise documental, da observação da

prática letiva e das entrevistas que fizermos, não é? Pronto, depois temos no relatório,

como já deve saber, sete campos de análise, sete áreas chave digamos. E aí cruzando os

dados obtidos na análise documental, na observação da prática letiva e nas entrevistas,

chegamos a determinadas conclusões, conforme a área-chave. E também partilhamo-las

muitas vezes, há de ter oportunidade de ver, se forem pessoas abertas vamos também

durante a nossa estadia vamos deixando transparecer… não aparecem assim de surpresa

as conclusões no final.

S: Então digamos que…

E6: É um bocadinho partilhado e as pessoas também vão concordando…

S: E reúnem entre vocês?

E6: Sim, entre nós e vamos partilhando também e aferindo com a diretora pedagógica.

S: Há então uma partilha colaborativa…

E6: Sim, mas depende caso a caso, mas no geral sim.

S: Como é que é feita a divulgação dos resultados aos jardins de infância e respetiva

comunidade educativa?

E6: Nós enviamos o nosso relatório para o jardim-de-infância e depois tem um

momento para o contraditório, portanto que eles se podem pronunciar em 10 dias úteis

para se pronunciarem. É raro, é raro isso acontecer… como isto foi construído em geral

nunca acontece um caso ou outro, outras vezes respondem-nos a dizer ‘já estamos a

implementar as medidas’ também não são no fundo respostas, nem contraditórios.

S: É também para dar conhecimento da situação…

E6: Sim exatamente, e depois umas das indicações que nós damos no relatório é que

quando recebam o relatório esse relatório seja um elemento no fundo para discussão

pela equipa pedagógica e também divulgação aos pais. Há uns que afixam nos placares,

dão conhecimento, conforme eles se organizam, nas reuniões de pais, portanto é assim

que garantimos a sua divulgação.

S: Mas fica a cargo, então neste caso, do jardim-de-infância a divulgação?

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E6: É… é… é… exatamente, é.

S: Deseja acrescentar algum aspeto que não tenha sido contemplado nesta entrevista?

(risos)

E6: (risos) se calhar lembramo-nos amanhã ou depois mas pronto… há todo o tempo

para acrescentar… eu também estava condicionada com as perguntas que me ia fazendo

e o que eu queria era responder às perguntas, não sei se consegui responder a tudo o que

queria, mas se tiver mais alguma questão…

S: Nós também vamos articulando…

E6: Se for preciso acrescentar mais alguma coisa estou disponível…

S: Eu agradeço muito o seu contributo. Obrigada!

E6: De nada.

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Anexo 14 – Grelha de Análise de Conteúdo E6

Categoria Subcategoria Unidades de Registo

Intervenientes na

Atividade de

Acompanhamento

dos Jardins de

Infância

Funções da coordenação “(…) tenho a coordenação a nível nacional… nacional não podemos dizer que não abrange as

ilhas, mas é do país todo, Portugal Continental com outra colega, portanto sou co-

coordenadora” ; “(…) depois de realmente os chefes determinarem a realização desta

atividade (…) foi-me pedido de conselho da sua realização que eu anui (…)” ; “Construímos

os documentos todos (…) depois pedimos a contribuição de outras pessoas das representantes

das áreas territoriais da inspeção que são três que entretanto foram designadas de

interlocutoras desta atividade… nós enquanto coordenadoras e elas enquanto interlocutoras e

portanto o grosso foi construído por nós, mas teve intervenções de várias pessoas, portanto

um roteiro que é um guião, chamemos-lhe um roteiro que é um guião e depois no fundo as

matrizes dos relatórios”; “Esse trabalho foi em 2013.” ; “(…) também estamos numa

aprendizagem, aliás desde o princípio de 2013 estamos nesse processo, todos os anos vamos

aferindo aspetos que precisamos de manter, que temos de reformular, aperfeiçoamento e esse

processo digamos é contínuo ou vamos tirando apontamentos, fazendo pontos de situação,

tirando apontamentos para quando chegarmos no fim do ano, em geral, os documentos nunca

saem todos iguais, atendendo aos ajustamentos que encontramos no terreno e que nós

próprios temos considerado como necessitando de… aperfeiçoamento…”; “Depois as nossas

funções é também ler os relatórios que nos chegam das atividades que resultam das

atividades do terreno… portanto das pessoas que desenvolvem a atividade (…) portanto

lemos e depois de já terem sido lidos, no fundo, fazemos a revisão final desses relatórios,

enviamos a interlocutora e portanto acompanhamos todo, todo esse processo (…)”; “(…)

outras das funções da coordenação (…) por exemplo no terreno levantam-se algumas dúvidas

ou situações novas e recorrem a algumas de nós por email ou por telefone para pensarmos em

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conjunto situações que tenham surgido de novo (…)”; “(…) uma das funções que nós temos

enquanto coordenadoras (…) é também a elaboração do relatório global… exatamente que

sai todos os anos e portanto… por acaso só no último ano é que elas [interlocutoras]

colaboraram porque também estão com muitas atividades no terreno e nós por vezes

poupamo-las portanto às vezes já nem se sabe bem onde é que acaba o papel do

interlocutor… onde é que acaba… onde começa nós sabemos… agora onde é que acaba e

nós às vezes assumimos essas funções… pronto… porque elas também poderia dar dados por

área territorial mas muitas vezes… por acaso a última vez conseguimos pedir-lhes mas das

outras vezes fomos nós que mexemos neles todos e que trabalhámos, fizemos o tratamento

dos dados todos… sim o relatório global… (…)”.

Funções enquanto

inspetora

“(…) ai não como coordenadoras mas porque pusemos essa questão logo à partida também

vamos ao terreno fazer várias intervenções tanto as intervenções iniciais e as de

continuidade… essa de continuidade também está prevista no roteiro e portanto também

sentimos digamos na pele as dificuldades, como é está a realidade dos jardins de infância, os

seus principais problemas, como é que podemos atuar, dando sempre as duas perspetivas, que

digamos acho que nos completa… se só estivéssemos só digamos em gabinete a coordenar a

atividade e ficarmos desfasadas da realidade… (…)”

Constituição da equipa

local e central

“Por ATI’S eu não sei porque eu tenho a dimensão mais global…”; “E… portanto os

números… isso compete a cada área territorial… nós temos sempre os números globais…

trinta e poucos inspetores a nível global”; “São três interlocutoras… temos reuniões

periódicas… também para fazer pontos de situação e depois temos reunião de final do ano

com alguns já dos dados (…)” ; “(…) há ainda as chefes de equipa de cada Área Territorial

que no caso da pessoa que é do Sul intervém mais diretamente com a interlocutora… as

outras… portanto depende das características de cada área territorial”; “(…) nós temos uma

perita uma pessoa cientificamente reconhecida…[responsável pelas OCEPE] (…) [acaba por

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fazer parte da equipa] (…) recorremos a ela assiduamente em qualquer situação e ela é uma

pessoa muito disponível.”; “Nós interagimos diretamente com ela e constitui-se como

perita”.

Interlocutores nos JI “(…) a pessoa a quem nos dirigimos mesmo é ao diretor pedagógico ou à diretora

pedagógica porque é a figura que perante o Ministério de Educação… no fundo é a

responsável pedagógica… não quer dizer que nós vamos à casa das pessoas e não

apresentemos, até por uma questão de deferência… e é bom também envolver toda a gente…

alguém da direção técnica… por exemplo se são instituições com… instituições particulares

de solidariedade social costuma haver o presidente da associação ou alguém da direção da

associação e aí temos muito gosto que estejam presentes… mas o nosso principal interlocutor

como há de ver quando for connosco fazer a intervenção… é o diretor pedagógico… sim.”;

“(…) que às vezes nem existe (…) há sempre uma pessoa que assume essas funções só que

às vezes desconhece-se que tem de ser diretor pedagógico porque nem pediram o

reconhecimento perante o Ministério de Educação, como há de ter oportunidade de ver.”

Competências

indispensáveis à função da

entrevistada

“(…) ter um grande conhecimento de… passo em modéstia mas tem que ser ter… sobre a

realidade em educação pré-escolar em Portugal… acho que têm de se ter esse

conhecimento… porque senão não se conseguiria construir digamos… sem ser assente esse

conhecimento não conseguiríamos construir esses documentos, gizar a atividade, estabelecer

os objetivos…não se conseguia fazer nada que tenha sentido para as pessoas que estão no

terreno porque isto tem que ter sentido para todos… envolver todos. Portanto acho que à

partida sim… depois também ter competências relacionais no aspeto de quando nós vamos

aos jardins de infância, nós não vamos, ainda que sejamos inspetores, não vamos numa

atitude de digamos controlar…(…) vamos numa atitude de acompanhar e fomentar a

melhoria… a portanto temos de ter relações muito de parceiros por datas ainda que é

inevitável… muitas vezes nos veem como… pronto… um bocadinho mais inspetores… não

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deixamos de ser inspetores mas é com um cariz… não é por acaso que a atividade não é de

controlo é de acompanhamento que há à partida uma grande diferença na filosofia”; “(…)

também é essencial termos estado a trabalhar com crianças (…) em jardins de infância (…)

só passei um ano pela direção regional, mas foi um ano, uma passagem fugaz e depois é que

concorri para a Inspeção… portanto e isso tudo também é muito importante porque se

estivesse só em gabinetes… imagine tirava o curso e estivesse em gabinetes acho que não

poderia ter esse tal conhecimento que falei à bocado sobre a realidade dos jardins de infância,

das suas dificuldades… tenho… esse… tenho quando digo tenho… é sempre temos… na

primeira pessoa do plural… temos (…)”

Competências distintas nas

atividades da IGEC

A perspetiva no acompanhamento é mais próxima de todas as outras atividades… essa do

acompanhamento da ação educativa de todas as atividades de acompanhamento. É sempre

mais enquadrada neste aspeto e aqui ainda tem uma característica especial porquê? Porque o

Ministério da Educação durante muito tempo foi omisso em relação ao acompanhamento às

IPSS’S e portanto agora ainda há de ter uma sensibilidade especial ao fazer esse

acompanhamento porquanto as pessoas não estão habituadas como por exemplo na ação

educativa que os inspetores intervenham… deem sugestões, façam propostas de melhoria ou

aspetos… também por outro lado temos de dizer aspetos que não estão de acordo com a

legislação vigente… imagine o número de crianças por sala, agora um exemplo, ainda que

seja funções de acompanhamento não podemos fechar os olhos se não cumprirem a lei… é

um aspeto a corrigir… na avaliação não vamos tanto quanto inspetores vamos mais enquanto

avaliadores… também faço avaliação externa, de vez em quando, muito menos, mas não

vestimos a camisola de inspetores tanto, mais de avaliadores para haver distanciamento,

também não é por acaso as equipas de avaliação têm sempre um elemento externo para

também tornar mais distante…”; De controlo essa é muito diferente realmente do

acompanhamento… a mais diferente é o controlo porquê?! Porque o controlo é a

verificação… a simples verificação da conformidade legal, ou seja, imagine que íamos no

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âmbito do controlo a um jardim-de-infância nós só íamos ver o que não estava de acordo com

a legislação e só portanto, o objetivo é a correção desses aspetos e não é a nossa postura nem

a nossa atitude ainda que tenhamos de… [abrir] (…) exceções porque nós quando

concebemos a atividade, não tínhamos incluído os aspetos a corrigir… foi sempre tudo a

melhorar no acompanhamento… só que começámos a ver que não poderíamos ignorar esses

aspetos até para a qualidade do serviço educativo prestado.”; [Depois a atuação do inspetor

no terreno] (…) é diferente… com especial equidade nos jardins de infância por causa disso

do Ministério de Educação ter… digamos não ter feito acompanhamento que supostamente

deveria ter feito.”

Expectativas colocadas

pela IGEC na atividade

“As expectativas é contribuir, e isso é a maior expectativa, contribuir mesmo para a melhoria

e… para a melhoria tanto a nível das crianças… das aprendizagens das crianças, como do

bem-estar das crianças, como da prestação do serviço que o jardim-de-infância presta… ai

isso é a maior expectativa de todas… sim…”

Narrativa sobre o

planeamento e a

concretização da

Atividade

Processo de formação das

equipas

“(…) estabelecemos como orientação uma pessoa, como já fomos referindo, tinha de ser a

formação básica… tinha de ser… habilitação em formação pré-escolar, independentemente de

ter outras e já podia ir com outras que não fosse só que a observação da prática letiva é

sempre acompanhada por uma pessoa tenha… ou seja, imagine dois elementos numa equipa

que tenham tido a formação em educadora de infância, dois elementos… podemos ir cada um

para o seu grupo de crianças para fazer a observação da prática letiva…(…)”; “(...) se for um

educador e outra pessoa que não tenha sido educador de infância aí têm de ir juntos. A única

exceção que existe é com as coordenadoras porque como a Dr.ª MP já está muito… tem um

olhar muito treinado e digamos tem muita experiência, nós separamo-nos não vamos juntas…

no princípio começámos a ir juntas”; “(…)Depois os outros critérios que haja… são das áreas

territoriais. Nós enquanto coordenadoras não temos nada com isso, com o perfil… esses

aspetos… o perfil que eventualmente sim sei que o têm… já nós… não é controlado por

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nós… porque o único pressuposto que pusemos… o único critério que estabelecemos à

partida foi precisamente esse da formação” ; “(…) a constituição das equipas (…) [é feita] em

cada área territorial.”

Formações específicas “(…) atividade… tem originado algumas formações, já houve várias sobre a avaliação da

educação pré-escolar, já houve formação com a responsável pelas orientações curriculares

para a educação pré-escolar, ainda vem cá na próxima sexta”; “Portanto avaliação da

educação pré-escolar, depois o caráter holístico para a educação pré-escolar, isso é mais

específico mesmo… e foi frequentado pelas pessoas que fizeram esta atividade,

independentemente de ser educadores ou não e houve outra com a Dr.ª GP e a Dr.ª ILS… Ah

observação da prática letiva, também, Dr.ª HP…”; “Ah, para além da formação entre pares,

ou seja, os interlocutores organizam reuniões de formação periodicamente para as pessoas que

realizam a atividade em cada Área Territorial… do Sul. Nós próprios enquanto coordenação

também iremos anualmente, agora ainda nem está agendado por que temos imenso que fazer e

às vezes não dá para tudo, uma ida ao Norte, ao Centro e ao Sul.”

Procedimento de seleção

dos JI

“É uma decisão entre a interlocutora juntamente com a chefe de equipa”; “(…) é um bocado

aleatório, exceto nalguns casos que nós abrimos digamos umas vagas para introduzir jardins

de infância… mas isso é exceção não é regra… que tenham sido objeto de queixa

aproveitamos a atividade para ver se a queixa pode ter tido algum fundamento ou não,

independentemente do tratamento que é dado à queixa na provedoria.”; “(…) estamos a

excecionar o máximo possível porque como é uma atividade de acompanhamento e depois

perde a lógica.”

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Preparação da atividade Portanto é enviado um oficio ao jardim-de-infância a avisar que nos dias tais e tais vai ser

intervencionado e a avisar alguma documentação a disponibilizar no primeiro dia em que vão

os inspetores. Isto é mais ou menos uma semana antes e pede-se aí nesse ofício que

preencham a ficha de caracterização. Essa ficha de caracterização é reenviada à respetiva ATI

e depois é enviada à equipa de inspetores que vai fazer a atividade para ter conhecimento do

que ai encontrar: número de grupos, número de atividades que se desenrolem, para terem

conhecimento mais ou menos da primeira realidade, quem é o diretor pedagógico, se há e se

tem autorização de funcionamento, isso tudo. Depois independentemente desse ofício, um dos

elementos da equipa telefona na véspera ou antevéspera, mas se calhar na véspera, à

instituição ou jardim-de-infância a dizer olhe eu sou “flana tal”, portanto venho confirmar a

minha ida, tem alguma dúvida, portanto dá espaço para tirar dúvidas e portanto depois

desenvolve-se a atividade durante quatro dias… incluído a elaboração do relatório.”; “Nós

não temos propriamente um dia de planeamento. O que fazemos no planeamento é ver a ficha

de caracterização.”; “Os inspetores que vão ao terreno… juntos quando é possível, por

exemplo eu faço aqui porque estou aqui, mas que às vezes está [noutros locais]… pode não

fazer. No dia da análise documental dá para as pessoas organizaram-se: quem é que vai ver a

sala A, quem vai ver a sala B, quais os pais, aliás isso até é feito em colaboração com o diretor

pedagógico porque como é só análise documental, o primeiro dia também serve, digamos,

para gizar para planear a atividade.”

Concretização da atividade “Na atividade, nós quando chegamos ao jardim-de-infância há uma apresentação da atividade

feita a quem? Sempre ao diretor pedagógico, como eu já tive oportunidade de dizer e também

dizemos que temos muito gosto se quiser estar alguém da direção. Portanto apresentamos os

objetivos da atividade, como é que se vai desenrolar, questões práticas porque às vezes as

instituições também se precisam de organizar em função… impomos um bocadinho a nossa

presença durante quatro dias, às vezes não sejam integrais, no fundo têm que estar

organizados durante quatro dias para receber a equipa. No fundo fazemos a planificação com

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eles e damos parte aliás da planificação em que o primeiro dia é análise documental e

analisamos os documentos, no segundo dia vamos observar a prática educativa/letiva, no

terceiro dia ouvimos as pessoas… várias pessoas em entrevista em painel e no quarto dia

elaboramos o relatório e damos as conclusões às mesmas pessoas que estiveram no início da

atividade. Às vezes se puderem estar mais, se nos perguntarem se os educadores podem estar

presentes, há toda a pertinência mas muitas vezes não os dispensam porque é dentro da

componente educativa/letiva.”; “Imagine que há um jardim-de-infância de duas salas, de

manhã fica logo visto se separarem, lá está depende da composição da equipa… (…) se for

uma pessoa que tem habilitações em educação pré-escolar e outra que não, aí é um dia inteiro

porque vão as duas de manhã e depois vão no período da tarde, está a ver? Se por acaso,

imagine, vamos inventar, umas dez salas de educação pré-escolar, que é raro, mesmo em

instituições muito grandes é raro, aí não queremos abarcar a realidade toda… como somos

duas inspetoras o que está determinado, no roteiro, está tudo gizado e pensado no roteiro e a

equipa já vai com o conhecimento do que está roteiro e portanto aí imagine, conforme a

composição da equipa, mais uma vez, em que condiciona vermos duas ou quatro períodos da

componente letiva, mas integralmente… nós não vamos fracionadamente, não fazemos

observação da prática letiva por período curto. É um período inteiro da manhã e um período

inteiro da tarde, para quê? Para conseguirmos ir ver se há planeamento com as crianças do que

se vai realizar e depois a avaliação, se não houvesse um período inteiro da manhã ou da tarde

nunca conseguiríamos… se andássemos a entrar e sair da sala essa dimensão que para nós é

muito importante nunca seria observada.”

Preocupação na análise dos

documentos do JI “ Primeira, primeira… agora estou a falar por mim… é se fazem sentido, porque às vezes há

documentos muito bonitos, mas depois uns não têm nada a ver com os outros, uns

contradizem os outros… se há coerência entre eles, se o que preconizam… imagine que segue

um determinado modelo e depois todos os documentos não têm a ver com esse modelo

pedagógico, estou a dar um exemplo só para ilustrar, portanto é a principal preocupação. E se

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realmente têm… porque às vezes estas áreas são frágeis em termos de planeamento e

avaliação, o planeamento tem a ver com a avaliação. Portanto é muita coerência,

articulação…”; “[Na análise dos PEI] (…) Temos em conta se a liderança foi da educadora na

sala, se foi feito em equipa, com eventualmente com a educadora de educação especial ou da

educadora da intervenção precoce, lá está… com a colaboração dos pais, se os pais também

tiveram ou foram corresponsabilizados, se as medidas podem enquadrar no projeto curricular,

vemos esse aspetos sobretudo”; “Não há muitos PEI porque as crianças ainda estão no jardim-

de-infância e só quando já estão identificados com necessidades educativas especiais

permanentes. Quando não há necessidades educativas especiais permanentes têm apoio da

intervenção precoce da infância e têm planos também individuais, chamados os PIIP.”; “[Nas

atas das reuniões pedagógicas] (…) não é muito a nossa preocupação as atas, ainda que as

vejamos… atas ou quaisquer outros registos do trabalho efetuado”; “Também isso é o menos,

por que se houver uma boas dinâmicas e houver umas atas que quase só tenham uma

sequência de pontos de ordem de trabalhos e pouco desenvolvimento, se as práticas forem

ótimas podemos dizer que realmente os registos não dão visibilidade ao trabalho que é

realizado, não faz jus ao trabalho realizado.”

Uniformidade de

procedimentos ao nível do

país

“O que dá alguma equidade e nós fizemo-lo nesse sentido é o roteiro. O roteiro, criando

aqueles procedimentos, das grandes questões não é… porque há questões que só se levantam

em termos de equipa e havendo a leitura dos relatórios pela coordenação que é a nível do país,

acho que nós conseguimos garantir alguma equidade a nível de norte a sul”; “E não só do

roteiro… através da leitura dos relatórios que nós fazemos enquanto coordenadoras da

atividade global de todos os relatórios. Por exemplo imagine que encontramos só uma

especificidade que há a aferir e que são aspetos que não acrescentam nada ou características

que não estão previstas na atividade, só numa determinada área territorial, nós interpolamos a

interlocutora junto dos colegas, também, tenta que haja alguma equidade.”

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Apreensão do grau de

concretização do currículo

“Observando a prática educativa/letiva, realmente se fôssemos só ver os documentos ou

mesmo ouvir pessoas não conseguíamos ter essa dimensão, mas ao observarmos o período da

manhã e um período da tarde de prática letiva, temos essa dimensão, além de cruzarmos os

dados com a análise documental e com a entrevista aos próprios educadores.”; “(…) se

planeia com as crianças… nós não é bem as áreas de conteúdo não é o nosso principal

enfoque. O principal enfoque é o currículo como um todo. As áreas de conteúdo não são

disciplinas, são transversais e têm um caráter holístico, digamos. Uma pessoa pode estar no

fundo a desenvolver uma atividade de matemática, digamos, o domínio da matemática mas

despois abordar N áreas de conteúdo… quando se trabalha bem na educação pré-escolar é

assim… não é agora vamos trabalhar esta área de conteúdo e depois vamos trabalhar aquela…

Portanto uma das coisas que vemos é a articulação e esse poder de tornar as áreas de conteúdo

como integradas, com este caráter holístico. Depois o planear com as crianças, portanto dar à

criança um protagonismo bastante grande na sua aprendizagem, também é outra maneira de

como se vê, não deixando de… [descurar] os objetivos que o educador tem, respeitando as

suas propostas, no fundo puxar “a brasa à sua sardinha” porque não pode esquecer-se dos

princípios que tem e do que quer desenvolver nas crianças e portanto é esse saber, digamos

que não é para toda a gente, muitos não conseguem, é que nos vemos como uma é prática

educativa. Também como está a sala organizada, também é um bom educador, a organização

da sala… se dá para trabalhar os diferentes domínios das orientações curriculares, aí pode vir

a propósito das áreas de conteúdo, como se organiza o tempo… se estão muito tempo em

grande grupo naquelas conversas intermináveis que não levam a lado nenhum, a organização

dos materiais… [temos] um olhar mais fino, entrasse numa sala de educação pré-escolar

quase que dá para perceber como é que essas pessoas trabalham.”

Observação da Prática

Letiva “É uma observação, digamos, naturalista, no sentido de vamos só tirando uns apontamentos,

se precisarmos, ou então tiramos no fim. Nós interagimos muitas vezes para as pessoas não se

sentirem muito observadas. Eu pelo menos tento, muitas vezes, interagir com as crianças e até

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apoiar, levar algum material é assim. Portanto não temos nenhuma grelha de observação

propriamente porque aí condicionava a nossa observação e nós queremos estar abertas ao que

vamos encontrar…”; “Aqui têm a ver com o número de salas (…) Portanto se for uma equipa

com duas pessoas que tiverem formação em educação de infância conseguimos ver quatro

períodos, dois da manhã e dois da tarde, portanto se tiver quatro salas conseguimos. Se,

imagine, a equipa for constituída por um educador e por uma pessoa de outra formação, ainda

que seja docente, porque os inspetores vieram da carreira docente, aí só se vêm duas, mas

depois falamos com todos os educadores porque o que está em causa não vamos dizer o que

vimos na educadora A ou educadora B, mas no fundo o que concluímos sobre as práticas

pedagógicas”; “[Observamos] (…) Organização do espaço, organização do tempo,

organização do grupo, se é das mesmas idades ou não é, depois na construção e

desenvolvimento do currículo é como é que fazem a gestão do currículo, lá está já falámos das

áreas de conteúdo que não é cada área de conteúdo per si, se estão todas integradas se, lá

vamos ter à organização do espaço, se a maneira como está organizado o espaço se tem

atenção à gestão do currículo e dos interesses do grupo. Imagine, vamos a um jardim de

infância, vemos as salas todas iguais, ou seja, com casinhas, com garagem e isso tudo vemos

que o grupo não teve nenhuma intervenção na sua organização, logo é tudo tão estereotipado

e também não teve em conta o desenvolvimento do currículo, das áreas de conteúdo”; “(…) a

interação do educador com as crianças, das crianças entre si… se têm possibilidade de se

organizarem entre pares, em pequenos grupos, se não estão só em grande grupo, se é

essencialmente a educadora que dirige, se a criança recorre ao educador, portanto se têm um

boa relação, isso é muito importante a relação pedagógica que estabelece… sim.”

Intervenção no terreno “São todas diferentes… No fundo são todas diferentes porque se nós atendermos à

especificidade da nossa atuação… e tem de ser diferente para já porque vamos estar imenso

tempo na sala de atividades e portanto temos de ser colaborativas… não impormos a nossa

presença… pronto e depois é a atividade dentro do que as a inspeção faz que estamos mais

tempo dentro de uma sala de atividades, portanto só isso… e depois é a especificidade da

educação pré-escolar e o público-alvo.”

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Garantia dos resultados da

intervenção “Portanto a intervenção de continuidade, para além de pormo-nos muito disponíveis para as

pessoas nos fazerem todas as perguntas e mais alguma que queiram fazer… há pessoas que

são mais de colocar questões, outras que não ouvem um bocadinho mais e são mais reativas

não são tão proativas. Mas na continuidade nós vemos realmente o progresso e em geral

ficamos muito satisfeitas e mesmo os dados que temos são ótimos porque houve um grande

progresso. Às vezes mesmo de sítios que nós não tínhamos a mesma… julgávamos que a

mensagem pudesse não ter passado… nós às vezes as nossas expectativas também diferem

quando acabamos uma instituição pensamos ‘ai estes vão melhorar imenso’ e outros não

temos assim [tanta certeza] e às vezes somos surpreendidos e as nossas expectativas caem à

partida e ficamos muito satisfeitas. Pronto e portanto aí a continuidade e se for preciso ainda

lá vamos outra vez, portanto temos essa garantia que os aspetos a melhorar identificados se

vão sempre concretizando.”; “Fazemos… [uma nova intervenção] mas depende dos erros. Os

erros que se enquadram naqueles aspetos a corrigir que não estão conforme a legislação

depois participamos deles, porque não se compreende como é que, por exemplo, uma criança

no jardim-de-infância não tem direito a cinco horas, que é um direito das crianças, educativas

letivas se o Ministério da Educação paga integralmente essa componente. Também não

percebemos como é que um grupo pode ter 30 crianças, estou a dar exemplos para se ver, se

há uma legislação bastante clara que diz que um grupo de educação pré-escolar não pode ter

mais de 25 e aí participamos porque há um acordo celebrado entre a instituição e o ministério

da educação e da segurança social que terá de ser equacionado porque quando se estabelece

um acordo tem que haver cumprimento das partes”; “[participam essa situação a outras

entidades competentes] (…) para equacionarem a continuação ou não a celebração do acordo.

Já houve um caso excecional nestes anos todos porque estamos a intervir nos jardins de

infância, no norte, em que teve de se encerrar, não tinha as condições mínimas para receber

crianças e portanto aí estavam em causa a segurança e a garantia da segurança das crianças”.

Tratamento das

informações recolhidas

“(…) cruzamos a informação da análise documental, da observação da prática letiva e das

entrevistas que fizermos (…) depois temos no relatório, como já deve saber, sete campos de

análise, sete áreas chave digamos. E aí cruzando os dados obtidos na análise documental, na

observação da prática letiva e nas entrevistas, chegamos a determinadas conclusões, conforme

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a área-chave. E também partilhamo-las muitas vezes, há de ter oportunidade de ver, se forem

pessoas abertas vamos também durante a nossa estadia vamos deixando transparecer… não

aparecem assim de surpresa as conclusões no final”; “entre nós e vamos partilhando também e

aferindo com a diretora pedagógica”.

Divulgação dos resultados “Nós enviamos o nosso relatório para o jardim-de-infância e depois tem um momento para o

contraditório, portanto que eles se podem pronunciar em 10 dias úteis para se pronunciarem.

É raro, é raro isso acontecer… como isto foi construído em geral nunca acontece um caso ou

outro, outras vezes respondem-nos a dizer ‘já estamos a implementar as medidas’ também não

são no fundo respostas, nem contraditórios (…)”; “(…) umas das indicações que nós damos

no relatório é que quando recebam o relatório esse relatório seja um elemento no fundo para

discussão pela equipa pedagógica e também divulgação aos pais. Há uns que afixam nos

placares, dão conhecimento, conforme eles se organizam, nas reuniões de pais, portanto é

assim que garantimos a sua divulgação”.

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Anexo 15 – Lista de normativos, orientações de referência e documentação de

apoio da atividade dos Jardins de Infância da Rede Privada1

Estatuto da Carreira dos Educadores de Infância e dos Professores dos Ensinos

Básico e Secundário, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 139-A/90, de 28 de abril,

republicado pelo Decreto-Lei n.º 41/2012, de 21 de fevereiro e alterado pelo

Decreto-Lei n.º 146/2013, de 22 de outubro.

Lei n.º 5/97, de 10 de fevereiro

Lei-quadro da Educação Pré-Escolar - consagra o ordenamento jurídico da educação

pré-escolar, na sequência da Lei de Bases do Sistema Educativo.

Decreto-Lei n.º 147/97, de 11 de junho

Estabelece o ordenamento jurídico do desenvolvimento e expansão da rede nacional de

educação pré-escolar e define o respetivo sistema de organização e financiamento.

Despacho n.º 5220/97, de 4 de agosto

Aprova as orientações curriculares que se constituem como uma referência comum para

todos os educadores da Rede Nacional da Educação Pré-escolar e destinam-se à

organização da componente educativa.

Despacho Conjunto n.º 258/97, de 21 de agosto

Define os tipos de equipamento. Define normas de qualidade e segurança do material.

Listagem de material mínimo por sala.

Despacho Conjunto n.º 268/97, de 25 de agosto

Define os requisitos pedagógicos e técnicos para a instalação e funcionamento de

jardins de infância da rede nacional.

Anexo 1 – refere as normas para instalações adaptadas.

Anexo 2 – refere as normas para construções de raiz.

Decreto-Lei n.º 240/2001 de 30 de agosto

Aprova o perfil geral de desempenho profissional do educador de infância e dos

professores dos ensinos básico e secundário.

Lei n.º 31/2002 de 20 de dezembro

Sistema de avaliação da educação e do ensino não superior.

Lei n.º 46/2006 de 28 de agosto

Proíbe e pune a discriminação em razão da deficiência e da existência de risco agravado

de saúde.

1 Retirado de IGEC, 2016b.

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Decreto-Lei n.º 34/2007 de 15 de fevereiro

Regulamenta a Lei n.º 46/2006, de 28 de agosto, estabelecendo as entidades

administrativas competentes para procederem à instrução dos processos de

contraordenação, bem como a autoridade administrativa que aplicará as coimas e as

sanções acessórias correspondentes pela prática de atos discriminatórios.

Decreto-Lei nº 3/2008, de 7 de janeiro (retificado pela Declaração de Retificação n.º

10/2008, de 7 de março), alterado pela Lei n.º 21/2008, de 12 de maio

Define os apoios especializados a prestar na educação pré-escolar e nos ensinos básico e

secundário dos sectores público, particular e cooperativo.

Decreto-Lei n.º 281/2009 de 6 de outubro

Cria o Sistema Nacional de Intervenção Precoce.

Portaria n.º 293/2013 de 26 de setembro

Alarga o Programa de Apoio e Qualificação do Sistema Nacional de Intervenção

Precoce na Infância.

Despacho n.º 2296/2015, de 5 de março

Delegação de competências no âmbito do ensino particular cooperativo e solidário

(alínea a) do n.º 2).

Circular n.º17/DSDC/DEPEB/2007 - Gestão do currículo na educação pré-escolar.

Circular n.º 4 DGIDC/DSDC/2011 - Avaliação na educação pré-escolar.

Circular n.º5-DGE/2015/2555/DSEEAS, de 2015-07-20, clarifica a articulação entre o

PEI e o PIIP.

Documentação de apoio

Bertram, Tony e Pascal, Christine. (2009). Manual DQP - Desenvolvendo a Qualidade

em Parcerias, adaptação sob coordenação de Júlia Oliveira-Formosinho. Lisboa:

Ministério da Educação, Direção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular.

Cardona, Maria João (2007). "A avaliação na educação de infância: as paredes das salas

também falam! Exemplo de alguns instrumentos de apoio", Cadernos da Educação de

Infância – APEI, n.º 81: 10-16.

Cardona, Maria João (coord.); Tavares, Teresa; Uva, Marta e Vieira, Conceição (2010).

Guião de Educação Género e Cidadania. Educação Pré-Escolar. Lisboa: Presidência

do Conselho de Ministros, Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género.

Cardona, Maria João e Guimarães, Célia Maria (coord.) (2013). Avaliação na Educação

de Infância. Viseu: PsicoSoma.

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Castro, Joana Pacheco de e Rodrigues, Marina (2008). Sentido de Número e

Organização e Tratamento de Dados: Textos de apoio para educadores de infância,

coordenação de Lurdes Serrazina. Lisboa: Ministério da Educação, Direção-Geral de

Inovação e Desenvolvimento Curricular.

Departamento da Educação Básica (1997). Educação Pré-Escolar: Legislação. Lisboa:

Ministério da Educação, Departamento da Educação Básica.

Departamento da Educação Básica (1997). Orientações Curriculares para a Educação

Pré-Escolar. Lisboa: Ministério da Educação, Departamento da Educação Básica.

Departamento da Educação Básica (1997). Qualidade e Projeto na Educação Pré-

Escolar. Lisboa: Ministério da Educação, Departamento da Educação Básica.

Departamento da Educação Básica (2002). Organização da Componente de Apoio à

Família. Lisboa: Ministério da Educação, Departamento da Educação Básica.

Direção-Geral da Inovação e de Desenvolvimento Curricular (2010) Metas de

aprendizagem para a educação pré-escolar, documento consultado em:

http://metasdeaprendizagem.dge.mec.pt/educacao-pre-escolar/metas-de-aprendizagem/

Godinho, José Carlos e Brito, Maria José (2010). As Artes no Jardim de Infância:

Textos de apoio para educadores de infância, organização de Helena Gil e Isabel

Carvalho. Lisboa: Ministério da Educação, Direção-Geral de Inovação e

Desenvolvimento Curricular.

Martins, Isabel et al (2009). Despertar para a Ciência – Atividades dos 3 aos 6: Textos

de apoio para educadores de infância, coordenação de Isabel Martins. Lisboa:

Ministério da Educação, Direção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular.

Mata, Lourdes (2008). A Descoberta da Escrita: Textos de apoio para educadores de

infância, coordenação de Inês Sim-Sim. Lisboa: Ministério da Educação, Direção-Geral

de Inovação e Desenvolvimento Curricular.

Mendes, Maria de Fátima e Delgado, Catarina Coutinho (2008). Geometria: Textos de

apoio para educadores de infância, coordenação de Lurdes Serrazina. Lisboa:

Ministério da Educação, Direção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular.

Sim-Sim, Inês, Silva, Ana Cristina e Nunes, Clarisse (2008). Linguagem e comunicação

no jardim de infância: Textos de apoio para educadores de infância, coordenação de

Inês Sim-Sim. Lisboa: Ministério da Educação, Direção-Geral de Inovação e

Desenvolvimento Curricular.

Vasconcelos, Teresa (coord.) (2011). Trabalho por projetos na Educação de Infância:

mapear aprendizagens, integrar metodologias. Lisboa: Ministério da Educação,

Direção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular.

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Anexo 16 – Cronograma das atividades desenvolvidas na IGEC

Meses de concretização

Atividades desenvolvidas no âmbito da EMEE S O N D J F M A M

(I) Leitura e mobilização de documentos relacionados com a IGEC e o processo

de AEE

(II) Participação nas reuniões da Equipa de Reflexão da AEE da IGEC

(III) Seleção das amostras dos agrupamentos de escolas e elaboração dos

documentos referentes aos respondentes dos questionários de satisfação da AEE

(IV) Preparação e tratamento dos questionários de satisfação a aplicar aos

agrupamentos de escolas no âmbito da AEE

(V) Participação na formação dos inspetores: Avaliação Institucional – Processos

Integrados de (Auto) Avaliação – Parte I e II

(VI) Formação sobre a Gestão do Currículo: Ensino Experimental das Ciências

(VII) Participação na sessão de formação sobre a AEE 2015-2016

(VIII) Participação na avaliação externa do AE O

(IX) Oficina de formação sobre a Supervisão e Acompanhamento do Trabalho

dos Docentes e a sua Relação com a OPL

(X) Análise dos contraditórios da AEE 2013/2014

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(XI) Reunião de situação do trabalho efetuado nas escolas no âmbito da

Avaliação Externa

(XII) Participação na atividade de Acompanhamento do Jardim de Infância SCJ

(XIII) Formação sobre Avaliação de Escolas com Contratos de Autonomia

(XIV) Elaboração do capítulo “Avaliação do Processo pelas escolas e pelos

avaliadores” do Relatório Global da atividade de AEE do ano letivo 2014/2015

Meses de concretização

Atividades desenvolvidas no âmbito da EMS S O N D J F M A M

(I) Formação acerca do funcionamento do sistema GestIGEC

(II) Atualização da lista de dados dos peritos externos

(III) Construção da calendarização da AEE de 2016

(IV) Organização do dossier das sínteses curriculares dos peritos externos

(V) Elaboração de um relatório de análise estatística dos questionários aplicados

aos inspetores da ATI Sul

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Meses de concretização

Atividades desenvolvidas no âmbito da Atividade Internacional S O N D J F M A M

(I) Leitura e mobilização de informações relacionadas com a SICI e as EE

(II) Planificação das inspeções à secção linguística das EE de Bruxelas II e

Luxemburgo I

(III) Observação de entrevistas para a escolha de docentes para as EE

Meses de concretização

Outras atividades S O N D J F M A M

(I) Reuniões periódicas com os coordenadores de estágio

(II) Trabalho académico

(III) Presença nas provas de mestrado de colegas da Faculdade

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Anexo 17 – Diários de Campo

Dia 1 - Quinta-feira, 17 de setembro de 2015

No primeiro dia de estágio, chegámos ao edifício da Inspeção-Geral da Educação e

Ciência (IGEC) pelas 10:00 e fomos recebidas pelo Dr. H que nos esperava junto ao

elevador para nos encaminhar até à sala de trabalho que ocuparemos durante este ano de

estágio.

Na sala de trabalho já se encontrava a Dr.ª L que também nos esperava para

conversarmos um pouco sobre a Equipa Multidisciplinar da Educação Pré-Escolar e

Ensinos Básico e Secundário (EMEE) e a nossa integração na IGEC. Cumprimentámo-

la e dirigimo-nos todos para a mesa de reuniões. A Dr.ª L começou por fazer um

enquadramento da EMEE, abordando sucintamente as atividades que desenvolvem no

âmbito da equipa. Descreveu-nos em breves linhas a atividade de acompanhamento,

controlo e avaliação externa das escolas (AEE), referindo a importância das mesmas

para o trabalho desenvolvido na IGEC.

Na presente reunião, foi recordada a nossa presença na IGEC, em meados de maio,

que teve como objetivo encontrarmos um foco de estudo que animasse o nosso projeto

de investigação para ser abordado no anteprojeto. A Dr.ª L, que não esteve presente na

dita reunião, perguntou-nos os temas que pretendemos abordar este ano de estágio.

Entre os planos de melhoria que a minha colega Margarida pretende abordar e a

atividade internacional que será explorada pela Patrícia, eu mencionei que tenciono

abordar a atividade dos Jardins de Infância da Rede Privada (JIRP) - IPSS, integrada no

programa de Acompanhamento, atividade desenvolvida no âmbito da EMEE.

A dada altura, a Dr.ª L falou-nos da atividade de Ensino Experimental das Ciências,

proferindo que a equipa está a organizar 15 ações que se realizarão de Norte a Sul do

país: seis na Área Territorial de Inspeção do Norte (ATI Norte), três na Área

Territorial de Inspeção do Centro (ATI Centro) e seis na Área Territorial de Inspeção

do Sul (ATI Sul). Esta é uma atividade que será desenvolvida no âmbito da educação

pré-escolar (EPE) e no 1.º e 2.º ciclos do ensino básico, sendo da competência da IGEC

acompanhar o ensino experimental das ciências, procurando 1) conhecer e analisar as

práticas educativas laboratoriais e experimentais; 2) implementar metodologias

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experimentais e de investigação e 3) contribuir para uma melhor gestão do currículo,

visando resultados positivos dos alunos.

A Dr.ª L prosseguiu a reunião com a proposta de participação em algumas

atividades que vão ocorrer no mês de outubro e novembro na organização. Primeiro, a

possibilidade de participarmos na formação dos inspetores, assistindo à comunicação de

investigadores e docentes, que acontecerá em dois dias: 1) um primeiro para

consolidação de conhecimentos e abordagem teórica em torno da avaliação externa de

escolas e 2) um segundo dia onde serão desenvolvidas atividades práticas, visando a

construção do roteiro e metodologia de trabalho a transpor para a avaliação das escolas.

Segundo, a formação para a AEE com docentes e outros intervenientes convidados que

estão envolvidos no processo de Avaliação.

Adicionalmente a Dr.ª L referiu que as estagiárias, nos anos anteriores, foram

bastante eficientes e úteis numa das tarefas mais trabalhosas e demoradas, reportando-se

aos questionários de satisfação das escolas, no âmbito da AEE. Em continuação ao

exposto, a Dr.ª L fez-nos um enquadramento da importância desta tarefa, proferindo que

esta será uma atividade que vamos realizar continuamente durante o nosso estágio.

Decidiu-se o horário de trabalho a implementar na IGEC e abordou-se a

organização do nosso trabalho. A este propósito, os coordenadores realçaram que não

estaríamos em permanência no 5.º andar, EMEE, mas sim em rotatividade, passando

também pelo 2.º andar, pela ATI Sul. Ainda em relação ao horário de estágio, o Dr. H e

a Dr.ª L reforçaram que estaríamos à vontade para decidir os nossos horários e também

disseram que se algum dia, eventualmente, necessitarmos de sair mais cedo ou tivermos

que faltar um dia, mais tarde compensaríamos e tudo ficaria resolvido.

A Dr.ª L, em relação à AEE, referiu que em 2012/2013 as escolas assinaram

contratos de autonomia que lhes concederam maior autonomia e responsabilidade na

sua autoavaliação. Em virtude disso, mencionou que estão a pensar fazer a avaliação

dessas mesmas escolas, em 2016, e terminar o 2.º ciclo de AEE, para dar início ao 3.º

ciclo de avaliação.

A propósito do uso de informação e da confidencialidade, a Dr.ª L destacou que

todo o material publicado no site da IGEC é de conhecimento geral e que pode ser

utilizado sem restrições, mas com as devidas referências. Contudo, no caso de

consultarmos documentos oficiais que não podem ser divulgados, devemos cumprir os

deveres de confidencialidade: não divulgar a terceiros informações que são propriedade

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da IGEC. Teremos acesso a eles para benefício do nosso estágio, no entanto não podem

constar de anexos dos nossos trabalhos.

Também nos chamaram à atenção para a importância de realizarmos diários de

campo (DC) semanais, dizendo que são uma ótima ferramenta de trabalho e que nos vão

ajudar imenso a realizar o relatório de estágio. Destacaram, ainda, que deveríamos

acrescentar um espaço aos nossos diários com dúvidas e questões a esclarecer, para que

mais tarde pudéssemos elucidá-las com a sua ajuda. Na sequência desta conversa, o Dr.

H referiu que por vezes temos tendência para confundir conceitos e designar “serviços”

de “divisões”, “organização” de “instituição” entre outras, disponibilizando-se para nos

apoiar, no caso de surgirem dúvidas deste género.

Voltando uma vez mais ao tema das atividades em que vamos participar, a Dr.ª L

mencionou que iremos também realizar um acompanhamento à atividade de AEE. Não

saberiam se íamos todas em separado mas o que estava assente é que as três estagiárias

não podiam ir juntas. Falou-se também na possibilidade de, no meu caso, acompanhar

uma a atividade de acompanhamento dos JIRP - IPSS para que efetivamente fosse

possível concretizar o meu trabalho de investigação.

Em termos de outras atividades, a Dr.ª L destacou que no dia 28 de setembro

(durante a tarde) haveria uma apresentação de um trabalho estatístico e que no dia 29 de

setembro poderíamos assistir a outra apresentação sobre a avaliação externa das Escolas

Europeias (EE) com apresentação da Dr.ª HC. Adicionalmente mencionou que dois

inspetores (incluindo-se a si) tiveram uma formação sobre a liderança escolar e que

haverá uma apresentação sobre os temas debatidos, ideias defendidas, autores que se

debruçaram sobre o tema, ou seja, uma partilha de conhecimento acerca do tema

liderança escolar.

Já no remate final da reunião, a Dr.ª L reportou que, além das escolas definidas que

serão avaliadas pela equipa de inspetores da IGEC, também as escolas integradas no

programa Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP) vão ser alvo de um

acompanhamento e intervenção da Inspeção-Geral em relação ao trabalho que têm

vindo a desenvolver. A Dr.ª L sublinhou a importância de, não só cumprir as

responsabilidades imputadas à IGEC, mas também superar estas responsabilidades e dar

resposta a outras entidades, o Ministério da Educação e Ciência (MEC), no sentido de

promover um trabalho contínuo, sistemático e conjunto com outras instâncias.

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Terminada a reunião, iniciámos a visita às instalações e espaços da IGEC.

Começámos por ser apresentadas à EMEE, no piso em nos encontrávamos. Algumas

pessoas não eram totalmente desconhecidas, uma vez que esta não era a primeira visita

à IGEC da minha parte. Já conhecia a Dr.ª MA – uma das coordenadoras da atividade

dos JIRO – da última reunião na IGEC – ocorrida a 28 de maio – aquando da escolha do

tema de investigação para o anteprojeto.

Continuámos a visita pelo 4.º andar, a área da Auditoria e Controlo Financeiro que

procede ao controlo financeiro e das contas das escolas face aos seus gastos e receitas.

Também estivemos na área da Informática, no mesmo piso, onde conhecemos o Dr. CA

que sublinhou a sua disponibilidade para qualquer questão que necessitássemos da sua

parte.

No 3.º piso conhecemos a área do Ensino Superior e no 2.º piso, a ATI Sul, também

designada de EMS (Equipa Multidisciplinar da Área Territorial de Inspeção do Sul),

chefiada pela Dr.ª FA, que nos explicou que a área do Sul, no campo de atuação da

IGEC, abrange desde a cidade da Nazaré até ao Algarve. Existem duas sedes, uma em

Évora e outra situada no Algarve, que dão apoio à Inspeção em Lisboa. A visita

conduzida pela Dr.ª FA continuou pelos restantes gabinetes: enquanto explicava o

funcionamento da ATI Sul mostrou-nos a composição do 2.º piso. Conhecemos,

também, uma das áreas bastante relevantes pelo volume de trabalho recebido

diariamente, a área da Provedoria. A Provedoria corresponde ao serviço de resposta a

queixas chegadas do e-atendimento e que atua no sentido de prevenir e erradicar

questões problemáticas surgidas do sistema educativo e dos serviços do MEC. A dada

altura surgiu a questão da atribuição de inspetores à AEE que decorre em novembro e a

possibilidade do Dr. H intervir na avaliação externa de um estabelecimento educativo

do Algarve, possibilitando à Margarida a participação numa avaliação no local onde

reside.

Por último, fomos conhecer um dos Subinspetores-Gerais da IGEC, o Dr. JR, que

nos recebeu muito afavelmente e nos colocou à vontade para eventuais dúvidas e

questões que precisássemos de ver esclarecidas.

No final da visita, perto das 13:00, a Dr.ª L frisou que poderíamos também fazer

uma base de dados das escolas que foram avaliadas, percecionando quais é que

possuíam o plano de melhoria na página da escola, para mais tarde serem contactadas,

uma vez que essa é uma das obrigações que a escola assume no âmbito da AEE

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Saí pelas 13:05.

Reflexão Pessoal

O primeiro dia de estágio permitiu-me obter uma impressão geral do

funcionamento da IGEC, em termos da organização dos departamentos e dos recursos

humanos que o constituem. Achei bastante importante a realização desta visita por dois

motivos: 1) para conhecer sucintamente a organização física e estrutural da IGEC e 2)

para conhecer os membros que a constituem, entendendo na prática o funcionamento e

funções desta organização.

Dia 2 - Sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Cheguei à IGEC pelas 10:00. Continuámos a visita ao edifício, pelo expediente,

conhecendo duas colaboradoras com quem também nos vamos relacionar quando

estivermos a trabalhar os questionários de satisfação, como referiu o Dr. H. Neste 3.º

piso possuímos também a oportunidade de conhecer os membros pertencentes aos

Recursos Humanos.

De seguida fomos ter com a Dr.ª AG – Chefe de Divisão de Comunicação e

Sistemas de Informação (DCSI) – para visitarmos o 1.º piso. Percecionei um local

amplo com mesas e cadeiras de estar logo à entrada e com uma varanda relativamente

grande. Ai também situa-se o local de refeição que em tempos foi um bar onde serviam

refeições para todos os membros da organização, tal como proferiu o Dr. H.

Prosseguimos a visita até à biblioteca da organização. Constatei que era um espaço

acolhedor, bastante semelhante às bibliotecas escolares. A sala era constituída por

inúmeras estantes compostas por livros (todos identificados por área/autoria e com a

referência associada), por cadeiras e mesas de trabalho e por um espaço devidamente

identificado para efeitos de leitura com sofás individuais. A Dr.ª AG confessou-nos que

este espaço tem estado fechado desde a altura em que a funcionária da biblioteca se

reformou, passando a ser um espaço que só é frequentado ocasionalmente, quando é

solicitado por algum membro da IGEC. Neste caso, a Dr.ª AG justificou que se

precisássemos de algum livro bastaria solicitar-lhe que facilmente faria chegá-lo até nós.

Continuámos no mesmo corredor e entrámos numa sala de arquivo e catalogação de

documentos. Na porta em frente, outra sala de arquivos, encontrava-se repleta de

prateleiras e caixas arquivadas com documentação/processos antigos.

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Visitámos a última sala deste corredor. Nesta sala encontrámos inúmeros

documentos, brochuras e livros relacionados com a IGEC e inferiores ao ano 2013.

Como o Dr. H e a Dr.ª AG deram-nos aval positivo para consultar e trazer alguns livros,

decidi assim levar comigo o relatório da AEE de 2011/2012, o plano de atividades de

2004, uma brochura sobre a educação e formação em Portugal do ano 2007 e o roteiro

da EPE, tema este que me interessa, uma vez que é a área que vou abordar no meu

relatório de estágio.

Terminada a visita, subimos até ao 7º andar. A Dr.ª AG ficou pelo 3.º andar.

Chegados ao 7.º piso, fomos conhecer os colaboradores do departamento jurídico que

tratam da ação disciplinar na IGEC. Todos os membros desejaram-nos um bom estágio

e disponibilizaram-se para nos ajudar no que for necessário.

Voltámos para o 5.º piso para tratarmos de questões relacionadas com as contas do

email e de criação da sessão de trabalho nos computadores da IGEC. Procedemos à

configuração dos computadores, com o auxílio do Dr. CA, criando a sessão primeiro e

fazendo a configuração do email.

Realizadas as configurações, ficámos a aguardar indicações do Dr. H para irmos

conhecer o Inspetor-Geral da IGEC, no entanto não foi possível reunirmos hoje com o

Dr. LC, pelo que o Dr. H disse-nos que ficaria para terça-feira.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Gostei imenso de conhecer a biblioteca da IGEC. Considero que é um sítio bastante

agradável de trabalho, mas que se perde por permanecer continuamente fechado e não

ser aproveitado pelos membros da organização. A partir da visita e apresentação dos

diversos colaboradores da IGEC, compreendi que há bastante confiança e abertura entre

profissionais e até mesmo no trabalho que desenvolvem, sendo que a disponibilidade

entre colegas e para com as estagiárias também foi evidente no decorrer da visita aos

departamentos da IGEC.

Dia 3 - Terça-feira, 22 de setembro de 2015

Como houve greve parcial da Soflusa, só cheguei às 11:00 à IGEC. Deparei-me,

logo de manhã, com um problema na password,, solicitando ajuda ao Dr. CA que me

repôs a password e solucionou facilmente o problema.

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Posto isto, comecei por consultar o meu email para saber se tinha indicações do Dr.

H para iniciar a leitura de documentação. Reparei que nos tinha enviado um email com

a anotação de alguns sites e documentos para consultarmos.

Entretanto, o Dr. H pediu-nos que o acompanhássemos até ao 6.º andar para

conhecermos o Senhor Inspetor Geral da IGEC. Entrámos na sala e cumprimentámos o

Dr. LC que nos falou como funcionava a organização, em breves palavras. Perguntou-

nos as nossas motivações de trabalho na IGEC: enquanto as minhas colegas estavam

mais direcionadas para a avaliação, eu mencionei que desde o início estive divida entre

duas áreas a formação e a avaliação, sendo que me decidi pela avaliação com o apoio da

Professora Doutora Estela Costa que me aconselhou a IGEC. Posteriormente

referenciou a importância de mantermos confidencialidade sobre os processos de

trabalho da organização. Desejou-nos um bom estágio e mostrou-se disponível para nos

ajudar no que precisássemos.

Voltámos para o nosso gabinete e aproveitei o restante tempo para consultar o

Plano de Atividades (PA) da IGEC de 2015, de forma mais aprofundada, e também

pude consultar a Lei n.º 31/2002 que aprova o sistema de avaliação da educação e do

ensino não superior, para contextualizar a atividade da AEE levada a cabo pela IGEC.

Saí pelas13:00.

Reflexão Pessoal

Já comecei a tomar contacto com alguma documentação pertencente à IGEC que

considero fundamental para o início do estágio. O PA é um documento que já tinha

consultado, no entanto esta abordagem mais aprofundada tem permitido conhecer

melhor os programas e atividades que a organização desenvolve.

Dia 4 - Quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Cheguei à IGEC, uma vez mais, às 11:00 devido à greve parcial da Soflusa. Hoje

estive a analisar o relatório de atividades e autoavaliação de 2014, leitura proposta pelo

Dr. H no email enviado ontem. Estive a focar-me, essencialmente, nas atividades

realizadas e no balanço das mesmas, ficando com uma perspetiva geral das atividades

levadas a cabo pela IGEC.

Saí pelas 14:00.

Reflexão Pessoal

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Estou a achar bastante interessente o relatório de atividades e autoavaliação da

IGEC (2014) pois é um documento bastante extenso e completo de informações que

está a permitir reter uma ideia geral das atividades desenvolvidas, no ano precedente, as

planeadas e as realizadas, e o balanço positivo e de melhoria da realização das mesmas

atividades.

Dia 5 - Quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Cheguei à IGEC às 09:50. Para hoje estava previsto a continuação da tarefa de

mobilização de documentos ligados ao trabalho desenvolvido pela IGEC. Estive até às

11:00 a consultar documentos relacionados com a Atividade Internacional, uma vez que

o Dr. H tinha sugerido que mobilizássemos informação acerca desta temática. Consultei

o site da SICI – Standing International Conference of national and regional

Inspectorates of education – e das EE, tendo também feito uma consulta às informações

que constam no site da IGEC, nomeadamente a história, os objetivos, a gestão e as

secções portuguesas nas EE.

Pelas 11:00, o Dr. H reuniu-se connosco, adotando a seguinte ordem de trabalhos:

Balanço do trabalho realizado;

Proposta de leitura de documentos;

Relevância da AEE: abordagem aos instrumentos;

Plano de trabalho para os próximos meses.

Iniciámos a presente reunião com um balanço do trabalho realizado até hoje. Foi

feito um mapeamento dos documentos que já tínhamos lido: 1) PA; 2) documentos da

AEE; 3) relatório de atividades e autoavaliação de 2014 e 4) documentos referentes à

atividade internacional e à SICI.

O Dr. H deixou-nos algumas sugestões de leitura: além do plano de atividades de

2015 e o relatório de atividades e autoavaliação de 2014 (que já nos tinha proposto),

sugeriu-nos a análise do balanço social para conhecermos os recursos humanos da IGEC

e a leitura dos instrumentos de AEE 2015/2016.

A propósito da avaliação externa, o Dr. H reforçou a importância de analisarmos os

documentos disponibilizados pelo site da IGEC, como forma de nos inteirarmos sobre o

processo de AEE, permitindo obter um conhecimento generalizado do modo como são

avaliadas as escolas. A mobilização destes documentos será importante, porque está já

acordado com o Dr. H que vamos participar como observadoras numa AEE, no caso da

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minha colega Margarida provavelmente em novembro, no meu caso e da minha colega

Patrícia, ainda não está estipulado a escola e o dia da avaliação.

Passámos para o ponto quatro desta reunião, com o Dr. H a reportar que em

novembro haverá um dia de formação sobre a AEE e que a nossa participação será

bastante útil para aprofundamento de conhecimentos dentro desta área. Prosseguindo, o

Dr. H relatou ainda o plano de trabalho das formações da Equipa de Trabalho de

Reflexão da AEE em que vamos participar, nos dias 28 e 29 de setembro de 2015. Esta

Equipa de Trabalho/Reflexão abarca um conjunto de inspetores da IGEC de Norte a Sul

do país e que vão debater os seguintes temas/situações: 1) o atual modelo de AEE,

desmistificado em pontos fortes e propostas de melhorias e 2) a preparação do 3.º ciclo

de AEE. Da parte da tarde, iremos assistir a uma formação com a Doutora LL e o

Doutor JB que vêm falar sobre um estudo dos indicadores estatísticos utilizados na

AEE. No dia 29 de setembro de 2015, teremos a oportunidade de assistir, segundo o Dr.

H, à apresentação sobre a avaliação externa das EE, uma atividade de acompanhamento

destas escolas que será conduzida pela Dr.ª HC, com início às 10 horas. O Dr. H referiu

também que no mesmo dia teríamos a possibilidade de assistir à apresentação sobre o

tema da liderança escolar, de dois colegas da IGEC, o Dr. JG e a Dr.ª L, que tiveram a

oportunidade de estar em conferências internacionais e vêm, de algum modo, partilhar

parte do conhecimento adquirido através das mesmas. Avançando um pouco no

calendário, o Dr. H propôs que participássemos na conferência da Avaliação das

Lideranças de Escolas, a realizar-se entre 9 e 11 de novembro de 2015, mas sem

adiantar mais informações acerca da mesma.

Prosseguimos com a tomada de decisão acerca de quem será a primeira estagiária a

ocupar o lugar na ATI do Sul. Nenhuma de nós estava com receio de ocupar o lugar

pela primeira vez, pelo que o método escolhido para tomar essa decisão recaiu em tirar à

sorte a posição de cada uma. A sorte ditou que eu seria a primeira, permanecendo com o

lugar durante o mês de outubro, a Patrícia a segunda, ficando o mês de novembro e a

Margarida ocuparia o mês de dezembro. Em rotatividade permaneceremos assim na

IGEC até ao mês de maio de 2016.

Já no final da reunião, o Dr. H mencionou que nos iria enviar para o email da IGEC

um documento importante que servirá de mote à formação de 28 de setembro.

Terminada a reunião, já perto das 12:00, prossegui com a tarefa da leitura do

relatório de atividades e autoavaliação referente ao ano 2014.

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Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

A mobilização de informação relativa à organização e funcionamento da IGEC está

a ser uma tarefa muito interessante e motivadora pelo facto de, por um lado, permitir

obter um conhecimento aprofundando das áreas de intervenção da Inspeção-Geral e por

outro, possibilitar a utilização desse mesmo conhecimento para intervir enquanto

Técnica Superior de Educação e Formação, nas várias tarefas que me serão propostas.

Adicionalmente considero que esta pesquisa documental é uma tarefa bastante

árdua, mas também compensadora por possibilitar priorizar e aproximar-me de áreas de

interesse de estudo, com utilidade para o meu relatório de estágio, e quiçá, no futuro,

para o âmbito profissional.

Em relação às formações em que irei estar presente nos próximos dois dias, creio

que serão uma mais-valia em termos de aprendizagem de novos conceitos, dentro da

área da educação, e uma oportunidade de conviver com profissionais competentes e

detentores de conhecimentos teórico-práticos fundamentais para compreender o

processo de AEE.

Quanto à reunião com o Dr. H, considero que foi uma mais-valia, pelo

acompanhamento do trabalho realizado e pela possibilidade de colocar dúvidas e

receber feedback das leituras mobilizadas. Considero que me orientou, no que concerne

aos conhecimentos que ainda necessito de adquirir para melhor intervir na IGEC.

Dia 6 - Segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Cheguei à IGEC às 10:00. O plano de trabalho para hoje revelou-se bastante longo.

Como sabia que durante a tarde iria estar na formação sobre o indicador do valor

esperado voltei, uma vez mais, a analisar o documento que o Dr. H nos enviou por

email: Modelos para comparação estatística dos resultados académicos em escolas de

contexto análogo - Painel de dados para apoio à avaliação externa das escolas.

Conforme o documento citado, pude efetivamente assimilar que o modelo do valor

esperado constitui um modelo de comparação de resultados escolares que aprecia um

conjunto de dados contextualizados como a idade, a dimensão das turmas, a

percentagem de alunos que beneficiam de Ação Social Escolar (ASE), os resultados nas

provas de aferição e exames nacionais, a habilitação dos pais e das mães e a

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percentagem de professores do quadro dos 1.º, 2.º e 3.º ciclos e ensino secundário. Este

modelo está contemplado na AEE desde o segundo ciclo de avaliação externa.

Pelas 10:30, o Dr. H veio chamar-nos para assistirmos à formação da reunião de

trabalho que iria decorrer no 2.º andar, numa sala preparada para o efeito. Descemos e

deparei-me com uma sala relativamente ampla, onde já estavam todos os intervenientes

desta sessão, exatamente 11 pessoas.

O Dr. H iniciou a sessão aludindo à nossa presença nestes dois dias de trabalho.

Fizemos uma breve apresentação, tal como os intervenientes que procederam à sua

identificação pessoal e profissional. Observei que a maioria dos intervenientes presentes

eram inspetores (de Norte a Sul) e todos estavam intimamente ligados à área da AEE. O

ambiente que se vivia era de grande harmonia e percebeu-se que os participantes tinham

uma relação profissional muito estável e consonante.

O âmbito da primeira parte da sessão incidiu na apresentação dos resultados de um

questionário de satisfação aplicado aos peritos externos que participaram na AEE. De

um modo geral, esta apresentação demonstrou resultados positivos: 1) satisfação dos

peritos com o questionário colocado; 2) concordância com os níveis de avaliação; 3)

concordância [total] com a equipa inspetiva (2 inspetores e 1 perito externo); 4)

concordância e alguma discordância com os dias de intervenção inspetiva; 5)

concordância na apresentação das avaliações às escolas avaliadas; 6) concordância de

apresentação de consequências da avaliação externa e 7) concordância, na sua maioria,

com a metodologia utilizada para o relatório de avaliação.

Nesta reunião também foram discutidas algumas recomendações e apreciações dos

peritos externos em relação à dimensão envolvente da AEE, numa perspetiva de

melhoria contínua desta atividade desenvolvida pela IGEC, salientando:

o A importância da AEE no reforço do papel dinâmico da escola;

o A clarificação dos critérios a avaliar;

o A melhoria da gestão do tempo em cada painel;

o O processo de AEE como prática consistente para a melhoria das escolas;

o A consolidação das práticas deste ciclo;

o A mudança de perceção deste tipo de avaliação junto das escolas.

A segunda parte, ainda no decorrer da manhã, presenteou os intervenientes com

uma apresentação de dados estatísticos caracterizadores das escolas nacionais, com

recurso ao site Infoescolas – Estatísticas do Ensino Básico e Secundário. Desta

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apresentação, foi possível construir uma visão geral de como as escolas se caracterizam

em termos de número de alunos;, distribuição de alunos por curso, por idade, por sexo;

a taxa de retenção; o indicador de progressão, dos resultados em contexto e da

comparação de notas internas das escolas com a média dos exames nacionais.

No decorrer da apresentação, o Dr. H mostrou exemplos de algumas escolas (de

Norte a Sul do país e públicas/privadas) e, em grupo, foram discutidas questões

relacionadas com os indicadores de progressão, de resultados em contexto e o

(des)alinhamento das notas internas de uma escola com as notas internas das outras

escolas do país aos alunos com resultados análogos nos exames.

A participação aberta e interessada de todos os intervenientes foi evidente durante

toda a sessão. A dada altura discutiu-se o conceito “referente” aplicado à AEE que

considero que foi o ponto alto desta formação por se tratar de uma proposta de

melhoria: propôs-se que deveriam ter referentes dos campos de análise mais explícitos e

direcionados para o que se pretende avaliar, proporcionando um melhor conhecimento

do que é pretendido na AEE.

Outra questão também mencionada e muito pertinente para o processo de AEE diz

respeito à utilização do valor esperado na avaliação externa, mais um instrumento

contemplado no processo da AEE. A questão debatida hoje prendeu-se com a

preocupação dos inspetores utilizarem dados do valor esperado na avaliação de

2015/2016 com um desfasamento de 2 anos, ou seja, dados relativos ao ano 2013/2014.

Esta questão foi o foco central da sessão da parte da tarde. Terminámos às 12:30.

A segunda parte da sessão teve início às 14:30. Quando entrei já estavam todos os

intervenientes presentes, incluindo a Doutora LL e o Doutor JB2 que começaram por

apresentar algumas conclusões acerca do indicador do valor esperado. Pude reparar

também que nesta sessão estava, além dos presentes da parte da manhã, o Sr. Inspetor-

Geral da IGEC, o Dr. LC.

Nesta sessão foi explanado o funcionamento dos indicadores do valor esperado, da

progressão, o indicador do sucesso e também abordado, embora com menos

pormenores, os rankings. Em abordagem ao valor esperado foi explicado que o mesmo

calcula-se com base num conjunto de variáveis (idade, contexto socioeconómico,

retenções, escolaridade dos pais, entre outros) e na média dos exames nacionais. Quanto

2 Diretora-Geral e Subdiretor-Geral da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC).

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ao indicador da progressão, o Doutor JB teve oportunidade de explicar que é um

indicador que acompanha o desempenho escolar, comparando a média dos exames do

9.º ano com os exames do 12.º ano, face à média nacional e a um número total de três

anos escolares. Pelo que entendi, há progressão se os alunos do 12.º ano de uma

determinada escola compararem-se mais positivamente com a média nacional dos seus

colegas de ano, do que se comparavam quando frequentavam 9.º ano, há três anos atrás.

Face a este indicador, o Doutor JB destacou como desvantagem o facto de os

estabelecimentos de ensino selecionarem, à priori, os alunos que vão a exame, através

da retenção dos alunos que ficam condicionados à realização dos exames. Falou-se,

também, do indicador do sucesso aplicado ao 3.º ciclo do ensino básico que aborda a

avaliação interna da escola – taxa de retenção nos 7.º e 8.º anos – e a avaliação externa –

os exames nacionais. A este nível, são casos de insucesso: 1) quem reprova nos dois

primeiros anos do 3.º ciclo ou 2) quem obtém resultados negativos nos dois exames

nacionais.

A Dr.ª TJ3, face à questão da retenção de alunos, mencionou que cabe entender as

razões de tais reprovações, como forma de intervir com conhecimento e de forma

prática no plano educativo, prevenindo o aumento do número de reprovações e,

consequentemente, o abandono precoce dos alunos.

A dada altura, falou-se também dos cursos profissionais (CP) e da importância de

calcular indicadores de empregabilidade, fazendo um retrato geral por cursos. O Dr. LC

chamou a atenção para os fatores externos (localização geográfica, lacunas do mercado,

etc.) que podem influenciar mais ou menos os indicadores de empregabilidade de cada

CP.

Já no final, o indicador do valor esperado mereceu, uma vez mais, um destaque

interessante na presente reunião, constituindo uma questão preocupante por parte dos

inspetores da IGEC, pela situação do desfasamento dos dados a utilizar (do ano

2013/2014) na AEE do presente ano: 2015/2016. Tentou-se encontrar uma solução e

chegar a um consenso em relação à possibilidade de utilização de dados mais recentes

na AEE deste ano letivo.

A discussão perdurou. Saí às 17:00.

Reflexão Pessoal

3 Chefe de Equipa Multidisciplinar de Acompanhamento, Controlo e Avaliação - Sul

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Desta reunião pude efetivamente adquirir novos conhecimentos, em relação às

diferentes abordagens da AEE, como o processo de avaliação externa, na conceção dos

peritos externos e a metodologia de trabalho deste processo levado a cabo nas escolas.

Além disso, creio também que a minha participação na reunião de

trabalho/formação foi uma experiência enriquecedora pelo facto de permitir tomar

contacto com a metodologia de trabalho dos inspetores na definição de propostas de

melhoria/recomendações, no (re)conhecimento de opiniões dos inspetores face ao

processo AEE (uma vez que lidam diariamente com o processo de avaliação externa na

prática) e também para estudar a cultura organizacional, entrando pelo funcionamento

da Equipa de Reflexão.

Dia 7 – Terça-feira, 29 de setembro de 2015

Cheguei à IGEC pelas 09:50, um pouco antes do início da sessão que estava

marcada para as 10:00. Esta teve lugar na mesma sala onde decorreu a formação de

ontem. A equipa de trabalho começou a ficar composto a partir das 10:00 e pelas 10.10

deu-se início à formação sobre as EE, apresentada pela Dr.ª HC que iniciou o seu

discurso, identificando-se como a coordenadora das EE.

Seguiu-se uma breve introdução sobre a criação das EE: o desenvolvimento destas

escolas iniciou-se em 1953 para resolver a questão da educação dos filhos dos

funcionários da Comunidade do Carvão e do Aço. A primeira escola foi criada em

Luxemburgo, com o apoio do Governo deste país. Pretendeu-se que todos os alunos –

de várias nacionalidades – tivessem acesso a uma educação multicultural, a um

património de várias línguas, assente no princípio de uma cidadania europeia e também

nacional. Atualmente existem 14 EE e que são controladas pelo governo dos 28 estados

membros da União Europeia.

Prosseguindo, a Dr.ª HC falou-nos acerca da atividade Whole School Inspection

(WSI) proferindo que são objetivos da mesma: “1) Garantir a qualidade do Sistema

Educativo das EE; 2) Promover boas práticas; 3) Estimular processos de autoavaliação

da escola; 4) Proporcionar melhorias dos resultados”. Salientou, vincadamente, a

importância de desenvolver nas escolas o processo de autoavaliação e que este deve ser

um dos resultados obtidos com a Avaliação Externa: comparação de dados apresentados

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às escolas para levá-las a refletir o seu processo de atuação e melhoria contínua, ou seja,

conduzir à adoção de práticas de autoavaliação.

Também apresentou os campos de análise que são contemplados na avaliação das

EE, o equivalente aos domínios avaliados a nível nacional: 1) Management and

Organisation; 2) School Ethos and Climate; 3) Curriculum and Planning; 4)

Resources; 5) Teaching and Learning; 6) Assessment and Achievements; 7)

Educational Support; 8) Quality and Assurance Development4.

Da atividade WSI resultam a produção de relatórios com informação dos pontos

fortes, áreas de melhoria e recomendações que são enviados às escolas com a solicitação

do preenchimento de um formulário seis semanas após a avaliação das EE. Face às

recomendações expostas, as escolas devem proceder à enumeração dos passos que vão

seguir para melhorar a prática educativa. Dois anos após a avaliação, é enviado o

mesmo questionário à escola para demonstrem as suas melhorias, através das ações

levadas a cabo e do processo de autoavaliação.

De entre o que tem vindo a ser referenciado, a Dr.ª HC reforçou que a avaliação das

EE é realizada para fortalecer a autonomia das mesmas, no que respeita aos princípios

educativos que (pros)seguem, às ações de melhoria que devem implementar face às

áreas prioritárias que identificam como deficitárias, ou seja, à sua atuação diária.

Tive, também, a oportunidade de observar um documento que apresentava os

campos de análise e os critérios/indicadores que cumprem esses campos de avaliação

das EE. Os comentários dos inspetores face ao documento e, mais concretamente, aos

indicadores, foram bastante positivos, ressalvando que ao nível da AEE em Portugal,

ainda há muito a desenvolver.

Esta apresentação contemplou um espaço para dúvidas e questões acerca das EE

que os inspetores presentes não quiseram desperdiçar, questionando várias fases do

processo da avaliação das EE, como a metodologia do relatório, a duração das

entrevistas, a metodologia da observação de aulas, entre outras, penso que também para

confrontar o processo AEE em Portugal com o processo da avaliação das EE.

Pelas 12:00, seguiu-se o Dr. JP, inspetor da IGEC, que fez uma apresentação em

torno da conferência/workshop que participou em Belgrado, em meados de setembro,

4 1) Gestão e Organização; 2) Ethos e Clima da Escola; 3) Currículo e Planeamento; 4) Recursos; 5)

Ensino e Aprendizagem; 6) Avaliação e Realizações; 7) Apoio Educativo (Geral, Moderado e Intensivo);

8) Garantia de Qualidade e Desenvolvimento.

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acerca da temática “Evaluating School Leadership”. Esta apresentação refletiu a sua

experiência num trabalho de grupo que contou com os seguintes pontos: a) visita a uma

Escola; b) observação de aulas e c) entrevistas (público educativo diverso) sobre o tema

da liderança.

Tal apresentação permitiu reter as seguintes conclusões:

A questão da avaliação da liderança nas escolas emergir da avaliação da

dimensão organizacional;

A prestação de contas entendida como “a pré-condição para o

desenvolvimento da eficiência” (Dr. JP);

A consideração de que todos os atores educativos são agentes de mudança;

O diretor deve atuar como um facilitador de práticas de liderança na escola.

Terminámos perto das 13:00.

Reflexão Pessoal

Achei esta sessão bastante interessante pela oportunidade de conhecer a realidade

europeia ao nível da avaliação externa. Pude compreender um pouco da história da

criação das EE, relatada pela Dr.ª HC, que durante toda a formação apresentou com

grande entusiamo o trabalho que realiza neste âmbito.

Além disso, a formação proporcionou-me um contacto muito enriquecedor com o

tema da liderança das escolas, alargando a minha perspetiva em torno deste tema, no

sentido de conhecer informação privilegiada que advém da experiência profissional de

um inspetor da IGEC e que de outra forma não teria acesso. É ainda de salientar que a

IGEC é uma organização que aposta na valorização profissional dos inspetores,

proporcionando a partilha de experiências e de conhecimentos entre os intervenientes,

para uma melhor atuação de todos os profissionais no terreno das escolas.

Dia 8 – Quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Cheguei às 10:00 à IGEC e o plano de afazeres para hoje não carecia de um

trabalho inexorável, como os dois dias anteriores, que foram muito produtivos, mas

trabalhosos a nível de DC. Assim, para hoje, o plano estabelecia-se mais calmo, mas

igualmente importante: a continuação da leitura de documentos centrais da IGEC.

Comecei por entrar na dimensão da AEE e nos instrumentos subjacentes a este

processo. Nenhum destes instrumentos era completamente desconhecido, no entanto

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achei por bem (re)ler esses documentos, para enquadrar e conhecer melhor o processo

da AEE referente a 2015/2016.

Em primeiro lugar consultei o Quadro de Referência para a Avaliação Externa das

Escolas, que apresenta as dimensões e campos de análise contemplados no processo de

avaliação.

Seguidamente consultei o Documento de Apresentação da Escola que se estabelece,

na minha opinião, como um documento fulcral, tanto para a escola como para os

inspetores, por se revelar um instrumento caracterizador do contexto e áreas

desenvolvidas pela escola.

Posteriormente também observei a Escala de Avaliação utilizada para AEE, um

documento com o qual já tinha tomado contacto antes e a Metodologia que assenta na

análise documental de vários documentos pedagógicos/educativos e legais, relatórios de

atividades, entre outros; na análise de informação estatística; na análise dos

questionários de satisfação aplicados à comunidade educativa; através da observação

direta do contexto e ambiente escolar e pelas entrevistas de painel à comunidade escolar

designada para o efeito.

Por curiosidade, consultei as Agendas de Trabalho da AEE para ter uma noção de

como se processa o trabalho dos inspetores nos dias de intervenção em que se

encontram nas escolas. Afinal, também irei estar presente numa avaliação externa, ainda

a combinar pelo Dr. H, muito provavelmente para janeiro de 2016.

Tinha intenções de consultar igualmente o Plano de Melhoria da Escola, no entanto

o Dr. H pediu-nos para reunirmos, a fim de sintetizarmos algumas questões relacionadas

com as formações em que a participámos nos dois dias anteriores. Acabei por consultá-

lo, mais tarde, fora do local de estágio.

Às 12:00 iniciámos a reunião com o Dr. H que nos começou por esclarecer o que é

o indicador do valor esperado, exemplificando-nos da seguinte forma: para a escola A o

valor esperado é de 16,5 valores e para a escola B é 12 valores. A média dos exames

nacionais para a escola A foi de 16 valores, enquanto a média da escola B foi de 14

valores. Tais cálculos significam que a escola (que tinha como valor esperado 16,5) está

abaixo da média esperada, por obter de 16 valores (menos cinco décimas). No caso da

escola B (que tinha como valor esperado 12 valores e obteve 14 valores de média nos

exames nacionais) significa que está acima da média esperada, com mais dois valores.

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Também nos explicou a seguinte situação: a escola A obteve 18 valores nos exames

finais levando 30 alunos a exame. A escola B obteve 12 valores mas em contrapartida

levou a exame 100 alunos. À partida dir-se-ia que a escola A, face aos resultados, é uma

escola melhor do que a B. No entanto, há que verificar que, no caso da escola A, no 10.º

frequentavam 100 alunos, o 11.º ano abrangeu 80 e no 12.º ano foram 30 alunos a

exame, o que significa que a taxa de desperdício é maior, mesmo com a média elevada.

Na escola B verificou-se que no 10.º estavam 150 alunos, no 11.º frequentavam 120 e

no 12º foram a exame 100 alunos, significando que um maior número de alunos foi a

exame, mesmo que a média tenha sido mais baixa que a escola A.

O Dr. H indicou que já aconteceu a várias escolas obterem resultados negativos nos

exames e, inversamente ao exposto, obterem bons resultados na avaliação externa,

evidenciando que a ação da escola “tem produzido um impacto em linha com os valores

esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos

percursos escolares”5. Esta ideia parece contraditória, tal como o Dr. H referenciou, mas

por vezes há fatores que influenciam tais resultados escolares que não são passíveis de

serem controlados.

Nesta reunião, foi ainda abordada a preocupação com a taxa de abandono nas

escolas, entre 0,5 a 1%. Em circunstâncias que o(s) aluno(s) abandona(m) a

escolaridade obrigatória, o caso é reportado a Comissão de Proteção de Crianças e

Jovens (CPCJ) para que esta entidade resolva o assunto e nesses casos a taxa de

abandono é diminuta. No entanto, outros casos ocorrem: nas palavras do Dr. H, há

alunos que desaparecem do sistema educativo, optando por continuar noutras escolas ou

emigrando para outros locais, não se detetando o trajeto que percorrem. Atualmente,

existe um número (do género mecanográfico) que acompanha o aluno desde o início do

seu percurso escolar e mais facilmente se percebe o trajeto que faz no sistema

educativo.

Passámos para o tema das EE, abordado na formação de 29 de setembro de 2015,

apresentado pela Dr.ª HC. O Dr. H fez uma pequena abordagem ao surgimento e à

população heterogénea das EE. Em termos de resultados, o Dr. H frisou que os alunos

saem com três línguas e com uma cultura completa do país residente. A conversa sobre

as EE foi muito curta, visto que o Dr. H teve que se ausentar para resolver problemas do

foro profissional. No entanto, antes de se ausentar referiu que iria tentar dar-nos a

5 Documento Escala de Avaliação, IGEC 2015

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possibilidade de participarmos no destacamento de docentes para as EE para o ano 2016

com a Dr.ª HC.

Saí pelas 13:05

Reflexão Pessoal

Ter contacto com a dimensão e com os instrumentos subjacentes ao processo da

AEE fez-me consolidar alguns conhecimentos que já tinha adquirido anteriormente.

Desde logo, o âmbito da avaliação externa que se fundamenta num apoio e

acompanhamento externo das práticas educativas implementadas pelas escolas, do qual

resultam, entre outros aspetos, a identificação de pontos fortes e áreas de melhoria. O

quadro de referência que me fez compreender os campos de análise e referentes nos

quais toda a avaliação recai, constituindo-se a base de trabalho dos inspetores. A

metodologia de trabalho também foi um documento elucidador do desenvolvimento da

avaliação. Compreendi as várias estratégias metodológicas assentes no processo de

avaliação, bem como a importância que cada uma delas assume no decorrer deste

processo. Depois, assimilei que o plano de melhoria da escola evidencia-se como um

documento orientador para a ação educativa de cada agrupamento de escolas (AE) que

deve ser desenvolvido atendendo aos resultados da avaliação, no que concerne às áreas

de melhoria.

Sublinho, também, que amanhã iniciarei funções na ATI Sul com o

acompanhamento da Dr.ª FA6. Estou com muitas expectativas positivas e muito

motivada para ocupar este lugar, que é uma novidade na IGEC. Confesso também que

sinto uma certa curiosidade em relação às tarefas que irei desempenhar, no entanto,

acredito que será um desafio enorme desenvolver atividades distintas da EMEE.

Tentarei, ao longo deste mês, recolher informações acerca do modo de funcionamento

da ATI Sul, como forma de obter conhecimento da organização desta equipa.

Dia 9 – Quinta-feira, 01 de outubro de 2015

Cheguei à IGEC pelas 09:50. Fui recebida pela Assistente Técnica da ATI Sul, a PT

e pela Dr.ª FA que me deram indicações iniciais sobre o local onde vou permanecer e o

que iria fazer durante a manhã. Como a Dr.ª FA estava em formação que se prolongaria

6 Chefe da Área Territorial de Inspeção do Sul.

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pela manhã inteira, fiquei a trabalhar com a PT que estava incumbida de me transmitir o

funcionamento do sistema GestIGEC7.

Na ATI Sul, durante o mês de outubro, vou permanecer no gabinete da PT,

ocupando o lugar da D. FM, Assistente Técnica, que se mudou recentemente para outro

departamento da IGEC. A minha secretária fica precisamente em frente à da PT, num

gabinete relativamente espaçoso e com bastante luminosidade e espaço de trabalho.

A PT, antes de me começar a explicar o funcionamento do GestIGEC, procedeu a

um pequeno enquadramento do seu trabalho e, também, da ATI Sul. Disse-me que a sua

função estava intimamente ligada ao programa de Controlo, à atividade Organização do

Ano Letivo (OAL), estando a seu cargo a receção e envio de ofícios às escolas, um

exemplo dado por si, das tarefas que desenvolve. Pronunciou também que a ATI Sul

funciona em concordância com ATI do Alentejo e Algarve e que são os seus colegas

que tratam da atividade de Acompanhamento da Ação Educativa, da AEE e da

Educação Especial – Respostas Educativas.

O GestIGEC, conforme o que a PT me explicou, constitui um Sistema de

Informação para a Gestão Operacional da IGEC com funcionalidades variadas: registo

de processos; entradas, saídas e registos internos; entre outras. Todas as atividades

desenvolvidas no âmbito da Inspeção-Geral têm que ser registadas no GestIGEC. A

título de exemplo, a PT referenciou que à atividade de OAL está associada a uma escola

e a uma equipa de inspetores e que esta atividade tem uma identificação designada de

NUP que é registada do GestIGEC.

Abordámos também a importância do trabalho ser efetuado em rede, onde todos os

colaboradores (de Lisboa, de Évora ou de Faro) têm acesso aos documentos, garantindo,

em caso de férias ou ausência dos colegas, o desenvolvimento do trabalho estipulado.

Pode não haver um entendimento técnico do trabalho que se desenvolve, mas facilmente

se realizam as tarefas dos colegas que estão planeadas.

Questionei-a acerca da redação dos ofícios na atividade que desenvolve. A PT

disse-me que são redigidos pelos interlocutores8 que tratam desses documentos e que

chegam numa fase posterior à PT, que tem como função inserir o NUP, a data do ofício

e fazê-los chegar à Dr.ª FA que assina e devolve à PT para seguirem via eletrónica para

a escola.

7 O sistema de informação responsável pela gestão operacional da IGEC.

8 Inspetores com atividades acrescidas.

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A PT teve também a oportunidade de me mostrar uma das funcionalidades do

GestIGEC relativa aos documentos padrão para preenchimento que se encontram neste

sistema, como por exemplo, justificação de faltas, licenças, documentos de despesas,

informação eletrónica, termo de responsabilidade, entre outros. Estivemos a analisar um

boletim itinerário de despesas de deslocação e também uma justificação de saída mais

cedo, apelidado de relógio de ponto.

Todos os documentos que entram são registados no Sistema GestIGEC pelo

Expediente. Por uma questão de facilidade, a PT regista os que lhe chegam ao email.

Por vezes, recebe também assuntos relacionados com a Provedoria que encaminha para

as pessoas que tratam essas questões.

Entre as 11:30/12:00, a afluência de trabalho era enorme, pelo que a PT deixou-me a

pesquisar no Sistema GestIGEC na sua secretária, enquanto respondia a solicitações do

momento (tratamento de documentos). Tive a oportunidade de verificar algumas

funcionalidades do sistema, mas muito por alto, uma vez que só procedendo à

simulação e à experiência é que se assimila conhecimentos. Desta pesquisa, resultaram

as seguintes questões:

Que tipo de processos se regista?

Na atividade inspetiva, onde é que se regista a atividade?

Também se enviam ofícios a partir do sistema?

Enquanto explorava o GestIGEC, impôs-se a questão de o meu computador não ter

o sistema e do meu utilizador da IGEC não permitir o acesso à ferramenta, pelo que a

PT achou por bem chamar o Dr. CA, da área da informática, para resolver esta situação.

O Dr. CA frisou-nos que era natural não ter acesso ao sistema, porque no momento que

criou as nossas sessões9 não lhe foi dito que iriamos trabalhar com o GestIGEC, pelo

que estas sessões não têm permissão para o manuseamento do sistema.

Pude ainda verificar que a Dr.ª FA tinha regressado da formação e que já se

encontrava no seu gabinete a atender telefonemas e a dar continuidade ao seu trabalho.

Pouco antes de me ausentar da IGEC, Dr.ª FA veio saber como tinha corrido o primeiro

dia de trabalho na ATI Sul e também conhecer o modo como será feita a distribuição

das três estagiárias durante o tempo que vamos estagiar. Expliquei que, pelo raciocínio

do Dr. H, o mês de outubro pertencia a mim, o mês de novembro à Patrícia e o mês de

dezembro à Margarida, voltando eu no mês de janeiro e assim sucessivamente até maio.

9 As sessões das estagiárias que dão acesso ao ambiente de trabalho do computador da IGEC.

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Face à minha explicação, a Dr.ª FA disse que seria uma situação complicada se

efetivamente fosse um mês a cada uma pela questão de não termos continuidade nas

tarefas que iremos desenvolver e sugeriu que ficássemos três meses, alternadamente.

Não comentei por saber que a decisão não passa por mim, mas sim pelo Dr. H e pela

Dr.ª L que são os meus orientadores de estágio na organização.

Por último, ficou acordado que eu e as minhas colegas participaremos, na próxima

segunda-feira, dia 5 de outubro, na formação aos inspetores sobre os processos de

autoavaliação.

Saí da IGEC pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Senti que o dia hoje foi muito educativo e produtivo e bastante interessante por

tomar contacto com as funções da PT relativas à OAL do 1.º ciclo. Apesar de ser o

primeiro dia na ATI Sul, acredito que irei aprender imenso, uma vez que é nesta área

que se operacionaliza muitas atividades relacionadas com a AEE.

A abordagem ao Sistema GestIGEC também se traduziu numa consolidação de

novos conhecimentos, por me permitir focar todas as funcionalidades desta ferramenta.

Contudo, espero poder trabalhar com este sistema para confirmar a sistematização de

conhecimentos, mas a nível mais prático. Acresce destacar ainda a preciosa ajuda que a

PT me deu durante toda a manhã, disponibilizando todo o seu tempo para as minhas

dúvidas e inquietações.

Em relação à formação que irei assistir sobre os processos de autoavaliação, creio

que será outro momento de consolidação de conhecimentos a acrescentar aos anteriores:

por um lado, por permitir relembrar conceitos abordados durante a licenciatura e, por

outro lado, entender a autoavaliação na conceção e opinião dos inspetores.

Dia 10 – Segunda-feira, 05 de outubro de 2015

Cheguei à IGEC pelas 10:30. A formação iniciou um pouco antes, pelo que quando

cheguei, a sala já estava repleta de inspetores da IGEC, contando também com a

presença das Professoras Doutoras Estela Costa e Marta Almeida do Instituto de

Educação da Universidade de Lisboa (IEUL), oradoras nesta formação.

O tema da formação incidiu na Avaliação Institucional – Processos Integrados de

(Auto)Avaliação e na discussão da importância do processo de autoavaliação das

escolas para os inspetores presentes.

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Para dar início à formação, as professores abordaram a avaliação como resposta a

novos desafios, assumindo um papel nuclear nos processos políticos e educativos de

hoje em dia. Foi evidenciado que o seu objetivo principal centra-se na preocupação em

tornar a escola mais eficiente, havendo atualmente uma preocupação crescente com a

responsabilização e prestação de contas das escolas sobre os resultados escolares dos

alunos.

Tal como referiram as professoras, o processo de autoavaliação das escolas,

evidenciada como uma medida transnacional, é um instrumento central de política

educativa que prossegue sistematicamente o objetivo de promover a melhoria da

qualidade do sistema educativo.

Nesse sentido, os objetivos desta sessão incidiram em: 1) “promover

comportamentos para direcionar as escolas para os processos de avaliação e

autoavaliação; 2) explicitar as funções e papéis a desenvolver para a escola orientar o

desenvolvimento organizacional e 3) desenvolver comportamentos indutores de

processos de reflexão e problematização das práticas letivas nas escolas”.

Pelas 11:00, prosseguiu-se uma atividade de discussão do know how dos inspetores,

das dificuldades no terreno, das inquietações suscitadas com seu trabalho, envolvendo a

reflexão em torno das seguintes questões:

a) Como inspetor, o que valoriza no relatório de autoavaliação?

b) O que procura perceber quando reúne com o painel de autoavaliação?

c) O que podemos fazer para apoiar o desenvolvimento dos processos de

autoavaliação (com vista a melhorar as aprendizagens dos alunos e a sua

experiência na escola?)

O trabalho de reflexão foi realizado em grupos, ou seja, cinco grupos de cinco

inspetores cada, que trabalharam essencialmente meia hora em torno do tema e das

questões lançadas.

Passando à fase do debate, várias ideias foram expostas, gerando-se uma conversa

cruzada, resultando na valorização da estrutura e organização do relatório, nas ações

desenvolvidas, na ideia que a escola reflete da sua imagem, no plano de melhoria, no

modelo de autoavaliação (realizado interna ou externamente à escola), entre outros (1.ª

questão).

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O modelo de autoavaliação utilizado pelas escolas foi alvo de uma interessante

discussão da qual resultou a questão da “compra” dos relatórios de autoavaliação das

escolas. A este nível surgiram vários comentários:

A escola detém instrumentos da parte da IGEC que pode utilizar na construção

do relatório da autoavaliação, evitando gastos monetários indispensáveis;

Quando o relatório é construído por equipas externas corre-se o risco de não

explorar os aspetos mais frágeis das escolas;

As equipas externas apenas apresentam o produto final, não decifrando o

conteúdo do relatório.

As equipas externas podem constituir um apoio à escola na construção do

relatório de autoavaliação, mas cabe à escola interpretar e desconstruir o seu

conteúdo.

Algumas conclusões que resultaram desta discussão prendem-se com o facto de as

escolas não estarem preparadas para lidar com tanta informação e de estas não saberem

conduzir uma avaliação organizacional do trabalho que desenvolvem, recorrendo, por

isso, a empresas externas que produzem relatórios de autoavaliação não interpretados

pelas escolas. A questão que também se impôs refere-se às escolas percecionarem o

processo de autoavaliação como uma obrigação e não como uma necessidade.

Claramente, a autoavaliação constitui um instrumento de autonomia que atenta à

importância de as escolas partirem de um processo de exploração dos pontos fortes e de

melhoria relativos ao trabalho que desenvolvem, uma vez que “ninguém pode evoluir se

não se conhecer a si próprio” (frase referida por um inspetor presente na formação). A

este propósito, foi também salientado que a escola deve, assim, cimentar uma cultura de

avaliação para espelhar um melhor conhecimento do trabalho que desenvolve no

relatório de autoavaliação.

A segunda parte desta formação contemplou um caso real de um relatório de

autoavaliação de um estabelecimento educativo, que foi abertamente explorado pelos

participantes da formação.

As dimensões consideradas foram: 1) Cultura e clima de escola – amplamente

apoiados pela importância de promover uma cultura de qualidade e de melhoria

continuada; 2) Participação e envolvimento – relacionadas com a promoção de boas

relações entre os atores educativos; 3) Imagem Externa – preocupada com a garantia da

credibilidade do desempenho da escola e com a melhoria da sua imagem; 4) Relação

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Escola – Família – Comunidade – que estabelece a participação dos encarregados de

educação na vida escolar, bem como a medição do grau de satisfação da comunidade

escolar em relação à escola; 5) Gestão / Projeto Educativo – relacionado com o

estabelecimento/monitorização do plano de melhoria, a definição do perfil da escola, a

articulação do plano de formação, entre outros; 6) Sucesso Educativo – atinente à

análise e melhoria dos resultados escolares (internos e externos), à garantia do sucesso

escolar, à identificação dos problemas pedagógicos, entre outros; e 7) (In)disciplina.

Destas dimensões consideradas no processo de autoavaliação foram discutidas as

fragilidades que incidiram essencialmente na confusão entre os objetivos do processo de

autoavaliação e os processos de tomada de decisão, devendo ser encontradas evidências

que sustentem a tomada de decisão da escola. Outras fragilidades encontradas no

processo de autoavaliação das escolas referem-se aos problemas da equipa de

autoavaliação; à fraca responsabilização e comprometimento dos outros; à maior

preocupação na recolha de dados em detrimento da sua análise; às fragilidades na

construção de instrumentos de recolha de dados, aos problemas de comunicação, ao

nível da divulgação e linguagem utilizada; entre outros.

A formação terminou às 13:00. Saí pelas 13:10.

Reflexão Pessoal

A participação nesta formação foi muito interessante pela abordagem prática feita

ao processo de autoavaliação das escolas. Considerei muito relevante auscultar a

apreciação dos inspetores em relação à autoavaliação que se realiza nos

estabelecimentos escolares e à importância dos relatórios de autoavaliação para o

processo de melhoria do sistema educativo.

Das aprendizagens realizadas pude relembrar conceitos, já abordados na

licenciatura, e assimilar as fragilidades que as escolas têm na construção do processo de

autoavaliação, muitas vezes encarado como um instrumento de caráter obrigatório, na

sua conceção, para (cor)responder a solicitações de instâncias externas.

Dia 11 – Terça-feira, 06 de outubro de 2015

Cheguei à IGEC pelas 10:00 e passei toda a manhã, junto da PT, a verificar o

funcionamento do sistema GestIGEC. Continuámos o plano de trabalho de quinta-feira

(01/10): verificação de registo de entrada e saída de processos do sistema.

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Pude, efetivamente, esclarecer as dúvidas que tinha em relação ao sistema,

nomeadamente no que diz respeito aos processos que são registados. Foi-me dito que os

processos referem-se, por exemplo, às atividades desenvolvidas no âmbito dos

programas da IGEC que devem ficar todas registadas no sistema. Esta situação

possibilita que todos os colaboradores, independentemente do departamento onde

trabalhem, tenham acesso aos processos criados por outros membros.

A minha segunda questão prendia-se com a atividade inspetiva10

, querendo

entender o seu modo de funcionamento. Rapidamente percebi que a atividade inspetiva

reporta-se ao trabalho do inspetor e não à atividade na escola que o inspetor desenvolve.

Ou seja, este campo trata do mapa de trabalho dos inspetores, sendo que estes têm

acesso ao sistema para procederam ao registo do trabalho desenvolvido. Noutras

situações, acontece que existem inspetores que enviam o seu mapa de trabalho do mês e

o colega da PT, que se encontra em Évora, regista os tempos de trabalho no sistema.

Mas, regra geral, todos fazem-no autonomamente. Ainda relativamente ao trabalho do

inspetor, pude assimilar que procurando pelo nome é possível encontrar detalhadamente

uma espécie de histórico que revela as intervenções realizadas e os

processos/documentos associados aos mesmos.

Relativamente à minha terceira dúvida, não precisei de questionar a PT acerca do

envio dos ofícios pelo sistema, uma vez que em conversa, compreendi que os mesmos

não são enviados a partir do sistema mas sim do email da Equipa Multidisciplinar do

Sul (EMS) que tem acesso aberto aos quatro assistentes técnicos desta Área Territorial

de Inspeção (ATI).

Falámos também acerca do serviço de provedoria e ação disciplinar e da

importância desta área na ATI Sul. A provedoria constitui um serviço de resposta a

queixas que são expostas por atores da comunidade educativa e podem dar lugar a

averiguações da parte da IGEC. Para que isto aconteça, na ATI Sul é nomeado um ou

dois inspetores que se deslocam à escola para se apurarem factos e testemunhas da

ocorrência, desencadeando-se assim uma intervenção inspetiva que pode resultar na

instauração de processo de inquérito ou disciplinar.

Pelas 12:00, a PT esteve a mostrar-me outra funcionalidade do sistema, relacionada

com o envio de documentos em que: 1) quando se regista algum processo e se anexa

documentos ao mesmo que sejam para ser entregues a outros departamentos, o que

10

Um dos campos do sistema do GestIGEC.

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acontece é que esse departamento só acusa a receção no sistema quando recebe,

fisicamente, tais documentos; 2) existem documentos que são enviados por circuito

interno que por vezes não são recebidos e permanecem nessa mesma categoria.

Para consolidar melhor o procedimento de registo do GestIGEC, solicitei à PT que

registasse um documento de raiz, entendendo de que forma é que são preenchidos todos

os passos. À medida que a PT ia registando, iam-me sendo explicados todos os passos,

para quando tiver essa tarefa em mãos não ser um processo de trabalho desconhecido.

Explicou-me, também, as fases que o processo assume desde o momento é que é criado

pelo utilizador: quando está em aberto e porquê e quando é que passa para análise.

Já no final da manhã, a PT mostrou-me uma atividade registada da AEE de uma

escola em Sintra para me exemplificar qual o procedimento a adotar quando se trata da

AEE. Pesquisando pelo estabelecimento educativo que se pretende, aparecem todos os

processos associados ao AE, desde os inspetores designados para a atividade da

avaliação externa, as fases da avaliação (planeamento, relatório, contraditório, etc.) e

todos os restantes processos que a escola tem associados.

Tive, minutos antes de sair, a oportunidade de conversar com a Dr.ª FA sobre as

tarefas que vou realizar no decorrer do tempo que permanecerei na ATI Sul. Foi

mencionado que amanhã estarei a tratar da avaliação dos inspetores e que na quinta-

feira, à semelhança das minhas colegas, colaborarei numa tarefa relacionada com o

envio de questionários para as escolas na EMEE.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Hoje foi um dia de maior aproximação ao sistema GestIGEC. Contudo, continuo a

acreditar que apenas a observação do procedimento do sistema e a abordagem ao seu

funcionamento perde-se pela ausência de prática/experiência de trabalho com o mesmo.

Espero, o mais breve possível, poder manusear esta ferramenta de trabalho que constitui

uma peça essencial de todo o trabalho desenvolvido pela IGEC.

Do ponto de vista do conhecimento adquirido em relação à estrutura da IGEC,

assimilei que a estrutura da organização obedece a um modelo hierarquizado, no que

respeita a serviços de apoio jurídico e administração geral, percecionando-se também

um modelo matricial, na partilha de funções, visto nas equipas multidisciplinares onde

intervenho frequentemente, a EMEE e a EMS, esta última também designada de ATI

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Sul. Acrescento ainda que, de entre uma panóplia de áreas de intervenção, a IGEC

promove um serviço de provedoria, que compreendi que analisa as queixas que chegam,

sobretudo, via eletrónica de vários intervenientes da comunidade educativa e que prevê

um trabalho célere na análise das queixas da comunidade, para que possam ser

averiguados os factos e as testemunhas do sucedido, a fim de se dar o tratamento certo

ao acontecimento. Assimilei, assim, que tudo isto implica uma ótima gestão de tempo e

de recursos que viabilizem respostas céleres e eficazes aos vários processos que chegam

à IGEC.

Dia 12 – Quarta-feira, 07 de dezembro de 2015

Cheguei à IGEC pelas 09:50. Perguntei à PT se sabia se a Dr.ª FA me tinha deixado

algum trabalho para realizar hoje, conforme tínhamos falado ontem. A PT disse-me que

não tinha recebido instruções nenhumas, pelo que me juntei à assistente técnica para

continuarmos a abordagem ao funcionamento do sistema GestIGEC.

Como a PT tinha que dar entrada de um documento interno, no âmbito de uma ação

disciplinar, deixou-me observar todo o procedimento, desde o seu registo até ao envio

do mesmo, por circuito interno, rumo ao departamento jurídico. A PT explicou-me que

por vezes um só documento relacionado, por exemplo, como um inquérito, pode ter

associado vários processos que devem ser registados, mostrando-me como se procedia à

associação de vários documentos.

Como ainda não tenho acesso ao utilizador11

com permissão para aceder ao sistema,

a PT deixou-me experienciar o registo de documentos para verificar se, efetivamente,

teria aprendido os procedimentos. Pude assim registar quatro boletins de itinerários três

declarações de despesas e um processo disciplinar que se encontravam pendentes para

serem registados no GestIGEC. Quanto ao processo disciplinar registado, procedi ao

encaminhamento por circuito interno e posteriormente acompanhei a PT no

encaminhamento do documento ao departamento responsável que só acusa a receção no

sistema quando o documento está fisicamente com o outro colaborador.

Pelas 12:00, a Dr.ª L veio chamar-me para participar numa reunião de explicitação

de tarefas a realizar na próxima semana. O foco desta reunião recaiu na explicitação da

metodologia que vamos utilizar para definir as amostras de aplicação dos questionários

de satisfação. Foi-nos explicado, em primeiro lugar, que este instrumento de trabalho

11

Em princípio será criado um utilizador para as três estagiárias.

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está em vigor desde o 2.º ciclo de AEE e que uma das recomendações do Conselho de

Escolas (CE) é precisamente abranger um maior leque de atores educativos no

preenchimento de questionários de satisfação.

A Dr.ª L disse-nos também que, ainda durante esta semana, haverá uma reunião de

apresentação da AEE com as responsáveis pela ATI Sul, onde será tratada a questão da

entrega dos questionários e apuradas as condições em que serão aplicados os

questionários de satisfação, se via online ou em formato papel (no caso dos pais muito

provavelmente será neste último formato).

Teve, também, já quase no final da reunião, a explicar a metodologia de

apuramento da amostra para alcançarmos o número de questionários a aplicar a cada

escola, proferindo que, no caso da EPE, face ao total de crianças, retira-se uma amostra

de 20%; no 4.º ano será aplicado a 40% dos alunos e entre o 5.º e o 12.º ano (incluindo

vocacionais e profissionais) será aplicado a 20% (em cada ano). À medida que a Dr.ª L

nos ia explicando o modo de aplicarmos esta metodologia, também nos mostrou como é

que deveríamos fazê-lo, exemplificando com uma escola da região do Alentejo.

Perto das 13:00, a Dr.ª L disse-nos que deixaria, a partir de amanhã, um dossier

pronto com todos os documentos que iremos necessitar para realizar esta tarefa.

Perguntei se permaneceria no 5.º piso, junto às minhas colegas, enquanto estaria a

desenvolver esta tarefa, ao qual a Dr.ª L me respondeu que sim e que as chefes da ATI

Sul já estavam a par da situação. Fui ainda informada que amanhã estaria presente numa

formação sobre a Gestão do Currículo: Ensino Experimental das Ciências.

Saí pelas 13:05.

Reflexão Pessoal

Hoje já experienciei funcionalidades do sistema GestIGEC o que me permitiu

tomar algum contacto com funções mais próximas da minha área profissional. Penso

que é importante proporcionarem-me mais tarefas com o sistema, pela relevância que o

mesmo assume no seio da Inspeção-Geral. A este nível, importa realçar algumas

competências adquiridas, como a gestão e a disseminação de informação, a capacidade

de concetualizar, no sentido de combinar informação e conhecimento de diversas fontes,

a capacidade e iniciativa e autonomia no trabalho pelo interesse mostrado na utilização

deste instrumento e, sobretudo, a capacidade de adaptação a uma ferramenta de trabalho

que opera a nível da gestão operacional das atividades da IGEC.

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Em relação às tarefas relacionadas com os questionários de satisfação a aplicar às

escolas, creio que será uma tarefa muito trabalhosa, mas em simultâneo bastante

interessante de realizar, pela natureza do trabalho estatístico e responsabilidade que

acarreta a seleção dos respondentes aos questionários de satisfação.

Dia 13 – Quinta-feira, 08 de outubro de 2015

Cheguei às 10:00 à IGEC. A formação acerca da Gestão do Currículo: Ensino

Experimental das Ciências estava prevista para iniciar às 10:30, mas começou um pouco

antes com o moderador, membro da IGEC, a abrir a sessão, proferindo que esta

formação abrange um leque variado de profissionais ligados ao ensino das ciências.

Salientou, também, que esta formação realiza-se no âmbito da introdução de uma nova

atividade inspetiva, a gestão do currículo – o ensino experimental das ciências –

integrada no programa de Acompanhamento da IGEC.

O primeiro orador – professor universitário de Biologia – realizou uma pequena

apresentação inicial, afirmando que as pessoas que estariam presentes hoje, além de

estarem ligadas à área da didática das ciências, têm também experiência na área do

ensino, conhecendo a realidade das ciências nos estabelecimentos educativos. Iniciando

o tema em questão, a primeira questão lançada aos inspetores centrou-se na

diferenciação de trabalho prático e trabalho experimental. De acordo com este orador, o

trabalho prático não envolve necessariamente experienciar em específico num

laboratório. No caso do trabalho experimental, este envolve mexer com materiais e

variáveis, num contexto laboratorial. Na sua opinião, é importante desenvolver

experiências meramente de aprendizagem técnica (e.g. exercício escrito) ou de um

equipamento (e.g. microscópio) em consonância com atividades experimentais de

âmbito laboratorial.

Outra das questões debatidas pelo orador centrou-se no problema existente da

definição das atividades para o ensino das ciências, evidenciando a importância de

questionar: 1) que atividades devem ser selecionadas?; 2) como devem ser

desenvolvidas?; 3) qual a exigência intelectual das práticas experimentais? e 4) de que

forma é que as atividades definidas promovem a discussão, a interação grupal e o

debate?. No seguimento do discurso, o orador denotou a importância de se saberem à

priori os objetivos com que se pretende trabalhar, para que as atividades sejam

delineadas em função dos objetivos visados. Na tentativa de envolver os participantes

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da formação, o orador realçou a importância dos inspetores questionarem os professores

em relação às atividades que incrementam no âmbito das ciências experimentais, uma

vez que é também uma forma de desenvolver reflexivamente o professor.

A importância de desenvolver o ensino das ciências, conforme o mesmo orador,

radica também na implicação das crianças ao contínuo contacto com experiências de

fenómenos e exploração de variáveis (em perceção ao seu funcionamento), que lhes

permita explorar as diferenças e as semelhanças, desenvolvendo competências

investigativas. Ao professor cabe preparar, guiar, orientar os alunos, solicitar ideias e

opiniões, ajudar a procurar os erros e falhas, pedir argumentos, colocar problemas aos

alunos por etapas, suscitando a sua capacidade de reflexão crítica em torno dos temas

abordados.

O segundo orador – professor do IEUL - cuja apresentação incidiu na temática

“atividades práticas e a construção de conceções acerca da ciência, tecnologia e

sociedade”, iniciou o seu discurso, destacando a importância de as pessoas estarem

familiarizadas com as ciências, à semelhança da matemática e do português. Referiu-se,

igualmente, à relevância de estarmos familiarizados com as ciências tecnológicas para

podermos participar em processos decisórios e porque a tecnologia está presente

diariamente nas nossas vidas.

Para o orador, educar em ciência significa adquirir conhecimento sobre ciência e de

ciência e aprimorar capacidades práticas. Na sua opinião, a escola acaba por transmitir

ideias de ciência: conjunto de factos, verdades absolutas e definitivas que são passadas

através de filmes, bandas desenhadas, desenhos animados, entre outros. Para

exemplificar, o orador mostrou alguns desenhos de crianças que transmitiram as suas

ideias sobre ciência para o papel.

O desafio que se coloca aos educadores, segundo o orador, é facilitar a construção

de ideias sobre o que é a ciência às crianças: 1) a ciência como processo e explicação de

fenómenos naturais; 2) conhecimento durável mas provisório; 3) baseado na observação

de evidências e 4) diversas metodologias associadas. Como atividades, o orador

destacou a importância de discutir histórias dos alunos, contactar com cientistas, visitar

centros de investigação, apresentar contraexemplos, discutir ideias dos desenhos

animados e filmes, desmontar estereótipos, realizar experiências que comprovem algo e

realizar observações simples. A título de exemplo, o orador mostrou uma atividade

realizada com caracóis, em que as crianças observaram o rasto, como se moviam, para

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onde iam, o que eles comiam, entre outras ações, registando todas as descobertas, por

exemplo, mediante desenhos acerca do que sabiam antes e o que descobriram após a

atividade. Esta atividade permitiu desenvolver uma discussão em torno da experiência

dos caracóis.

Em jeito de discussão, o orador questionou a importância de melhorar as

capacidades de questionamento dos docentes aos inspetores para obter feedback do

outro lado do público. No seguimento desta questão, referiu que os professores devem

procurar receber respostas produtivas dos alunos, na medida em devem apresentar

problemas com soluções, promover a ciência como forma de trabalhar (sendo que o

aluno deve mostrar o que sabe) e impulsionar a ciência como um processo e não como

um produto. Para um trabalho eficaz da parte do professor há que avaliar, em atividades

desenvolvidas, a discussão, a colaboração, a capacidade de comunicação e observação

do aluno recorrendo, se for necessário, à utilização de grelhas de registo.

Seguiu-se o terceiro orador, neste caso, uma professora de Ciências, que trouxe

uma apresentação sobre o trabalho prático em ciências e que começou por falar dos

desafios que se colocam aos professor em relação a esta área disciplinar. Referiu que,

primeiramente, o professor deve promover uma imagem de ciência próxima do real e

que deve valorizar a aprendizagem dos alunos por processos de autodescoberta e de

trabalho independente e autónomo, colocando de lado a figura do professor como o

transmissor de conteúdos e valorizando o papel do mesmo como o gestor de conflitos e

o mediador da aprendizagem. Na sua conceção, a mera transmissão de factos e

conteúdos apela fundamentalmente à memória, o que pode traduzir desinteresse,

desistência e desmotivação aos alunos. Para explicar a aprendizagem das ciências dos

alunos a oradora recorreu ao pensamento de Vygotsky e ao contributo da psicologia da

aprendizagem, tentando descrever de que forma podemos situar o ensino das ciências na

Zona de Desenvolvimento Proximal12

. Essencialmente numa primeira fase deve-se

entender o que sabem os alunos, como pensam (sobre isso) e como chegaram a estas

conclusões. Numa segunda fase, assimilam-se as dificuldades e proporciona-se

feedback.

12

Conceito utilizado por Vygotsky que define a “distância que medeia entre o nível actual de

desenvolvimento da criança, determinado pela sua capacidade actual de resolver problemas

individualmente e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de problemas

sob a orientação de adultos ou em colaboração com os pares mais capazes” (Vygotsky, 1978, p. 86 citado

por Fino, 2003, p. 277).

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Outra questão debatida diz respeito à importância da avaliação na promoção de

aprendizagem: 1) avaliação formativa – recolha de evidências, dados e factos,

observação das aprendizagens mediante grelhas de registo, verificação da interação

entre membros; 2) avaliação sumativa – testes e inquéritos (avaliação do desempenho e

prestação de contas); 3) autoavaliação – como guia do processo de ensino e

aprendizagem.

A parte da manhã de formação durou até às 13:30. Voltei para assistir à segunda

parte que teve início às 14:30.

A primeira oradora da tarde é professora catedrática no IEUL, abordando o seguinte

tema “atividades práticas no panorama europeu: a aposta em atividades inquiry”. Estas

atividades surgiram nos anos 60, sendo retomadas numa perspetiva complexa. São

experiências (vivências) que permitem aos alunos o desenvolvimento da perceção

acerca dos aspetos científicos relacionados com o mundo que nos rodeia. Acrescenta

que constitui um processo internacional de diagnóstico de problemas, crítica de

experiências, distinção de alternativas, planificação de investigações, verificação de

hipóteses, procura de informações, construção de modelos e debate com os outros. A

tipologia das atividades inquiry obedece a uma investigação que responda a questões

“qual”, o “quê” e “como”?. Estas são atividades que possibilitam aos alunos: a)

desenvolver competências de raciocínio rápido, de organização e interpretação de

dados; b) propor explicações e que retirem conclusões com base nas observações; c)

trabalhar em colaboração estreita com os colegas e respeitar a diversidade de ideias e

argumentos; d) a utilizar uma linguagem adequada aos moldes científicos; e) aplicar as

aprendizagens em locais reais e f) refletir criticamente sobre as estratégias usadas e os

resultados obtidos nas suas investigações.

Apresentou-nos de seguida o modelo dos 5’E que se desenvolve em cinco etapas:

1) Engage (motivar) – os alunos são motivados para suscitar a sua curiosidade e

interesse relativamente a uma situação problemática; 2) Explore (explorar) – os alunos

colocam questões, fazem previsões e formulam hipóteses, realizando experiências para,

posteriormente, discutirem resultados; 3) Explain (explicar) – apresentam as suas

conclusões procurando argumentar com base nos resultados obtidos; 4) Extend

(ampliar) – são apresentados problemas adicionais (estender a situações novas, procurar

novos caminhos, partir daqui para uma nova investigação); 5) Evaluation (avaliar) –

corresponde à avaliação do processo de trabalho de todas as etapas antecedentes.

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Como forma de terminar a sua apresentação, a oradora apontou quatro

características subjacentes à atividade de IBSE13

, a saber:

Parte de um problema num determinado cenário;

Os alunos têm de construir um caminho utilizando várias informações;

Implica uma investigação orientada pelo professor;

Dependendo da atividade pode ser utilizado o trabalho experimental.

Por fim estiveram presentes as últimas duas oradoras – a primeira professora da

Escola Superior de Educação do Politécnico de Castelo Branco e a segunda professora

do IEUL – que nos abordaram a complexidade do trabalho prático em currículos e

manuais escolares do Ensino Básico.

Começaram por abordar o conceito de trabalho prático, mencionando que há um

papel ativo do aluno que se envolve nos domínios psicomotor, cognitivo e afetivo,

existe experiência de aprendizagens e constitui uma atividade de ensino e

aprendizagem. Aplicado ao ensino das ciências, o trabalho prático estabelece-se como a

atividade de ensino/aprendizagem em que o aluno está ativamente envolvido e que

permite mobilizar capacidades e conhecimentos teórico-práticos. Conforme as

professoras, tais atividades envolvem colocar questões, planificar investigações, analisar

dados, usar o pensamento matemático, construir explicações e argumentar a partir de

evidências.

Colocaram uma questão: de que forma podemos ensinar as ciências a partir da

Taxonomia de Bloom?. Partindo do primeiro nível - o conhecimento - atende-se à

evocação da memória para identificar conceitos, conhecimentos e ideias, dentro do tema

em questão. Do segundo nível – compreensão – pretende-se que o aluno demonstre

algum entendimento pelos conteúdos, sendo capaz de reproduzi-los por palavras

próprias. O terceiro nível – aplicação – refere-se a situações em que o aluno aplica o

conhecimento em problemas que surjam. O quarto nível – análise – espelha a

capacidade do aluno estruturar as informações, compará-las, distingui-las e criar

relações entre as mesmas. O quinto nível – avaliar – estabelece a capacidade do aluno

fazer julgamentos, criticar e posicionar-se face aos conteúdos. O sexto nível – criar –

expressa a capacidade do aluno criar novos modelos, estruturas e visões, utilizando

conhecimentos já adquiridos (em fases anteriores).

13

Inquiry Based Science Education.

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Ao nível de quem decide o trabalho prático, as oradoras questionaram se devem ser

os professores a decidir, os alunos a propor ou proposto, em discussão, pelos dois

intervenientes. Abordou-se a tipologia das atividades de caráter prático, bastante

discutida pelas oradoras e público presente, tendo chegado às seguintes conclusões:

deve abranger o conhecimento concreto/abstrato, envolver um processo aberto/fechado

e atividades simples/complexas.

Como primeira atividade desta apresentação, foi sugerido aos inspetores que

analisassem as metas curriculares de Ciências da Natureza do 6.º ano: 1) identificando

os descritores que evidenciam claramente atividades de trabalho prático e 2)

classificando as capacidades dos processos científicos com base num instrumento de

análise distribuído aos inspetores.

A segunda atividade desta apresentação teve que ver com os manuais escolares,

nomeadamente a análise das atividades práticas nos manuais do 6.º ano: 1) identificando

as capacidades de processos científicos e possíveis fragilidades das atividades

distribuídas pelos inspetores.

Durante a resolução destas atividades, foi possível verificar a existência de trabalho

colaborativo entre pares, que se envolveram ativamente na discussão da tarefa durante, a

resolução do trabalho e no momento da apresentação que se observou que a grande

maioria do público quis participar e contribuir, não só com a conclusão a que chegaram

em grupo, mas com a sua opinião pessoal, apelando à experiência profissional enquanto

inspetores da IGEC.

A formação terminou às 17:45. Saí pelas 17:50.

Reflexão Pessoal

A participação nesta formação foi uma mais-valia pela abordagem aprofundada ao

ensino das ciências, priorizando a importância desta área no ensino básico e as

diferentes conceções de ensino teórico-práticas para envolver as crianças nas

aprendizagens na área das ciências. Além dos diferentes métodos de ensino-

aprendizagem abordados pelos oradores, também assimilei os diversos instrumentos de

avaliação no ensino das ciências, com enfoque na promoção e valorização das

aprendizagens dos alunos e no processo de trabalho dos mesmos. Realço, também, a

importância evidenciada pela IGEC ao constante aprofundamento das suas áreas de

trabalho, percecionado pelo investimento na formação dos recursos humanos, quer em

conferências internacionais, quer em palestras e formações com professores do ensino

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superior, na procura de atualizar e adquirir (novos) conhecimentos sobre os diferentes

contextos da escola, para melhor responder aos objetivos a que se propõem.

Dia 14 – Segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Cheguei à IGEC pelas 10:00. Antes de iniciarmos a tarefa proposta para hoje – a

preparação da amostra dos respondentes aos questionários de satisfação - a Dr.ª L quis

falar connosco para clarificar alguns pontos referentes à atividade, aludindo aos

instrumentos que teremos de utilizar na fase em que a seleção da amostra já se encontrar

concluída. A Dr.ª L enviou-nos também um email com estes instrumentos em anexo

para fazermos uso deles a partir do momento em que proceder à explicação da sua

utilização.

Ficou assim acordado que eu e a minha colega Patrícia faríamos durante a manhã a

seleção da amostra da população das escolas escolhidas aleatoriamente para aplicação

dos questionários. Através do levantamento dos dados das escolas referente ao número

de alunos por turma e ano, ao pessoal docente e não docente, solicitados às escolas

numa fase prévia, calculámos o seguinte, para cada estabelecimento/agrupamento de

escola:

o Para a EPE os questionários serão aplicados aos encarregados de educação de

25% do total das crianças deste nível;

o Para o 1.º ciclo do ensino básico os questionários são apenas aplicados a 40% do

total dos alunos que frequentam o 4.º ano;

o Para os níveis subsequentes – 2.º e 3º ciclos e ensino secundário, incluindo turmas

de CEF (cursos de educação e formação), PIEF (programa integrado de educação e

formação) e CP – calcula-se 20% do total de alunos e turmas.

o O restante universo escolar está definido à priori pela escola, totalizando-se os

docentes de cada escola e o pessoal não docente.

Durante a manhã conseguimos recolher a amostra de todos os AE pedidos pela Dr.ª

L, deixando o trabalho deste dia efetuado.

Saímos pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

A preparação da amostra está a revelar-se uma tarefa bastante interessante, mas

também um pouco confusa, nesta primeira fase. Em primeiro lugar devo dizer que está a

ser interessante pela metodologia que estamos a utilizar e pela recorrência frequente aos

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cálculos estatísticos, para obtenção da amostra. Em segundo lugar, considerei, também,

a tarefa um pouco confusa, visto que à medida que ia desenvolvendo com a minha

colega Patrícia foram surgindo dúvidas relacionadas à aplicação dos 20% nos ensinos

básico e secundário (incluindo CP, CEF e PIEF). De qualquer forma, deixámos todo o

trabalho desenvolvido e amanhã trataremos de confirmar se o mesmo está em

conformidade com o solicitado.

No âmbito do trabalho desenvolvido, acresce ainda referenciar positivamente o

trabalho em equipa que se estabeleceu, permitindo partilhar conhecimentos, dúvidas e

métodos de trabalho. Foi uma manhã muito positiva.

Dia 15 – Terça-feira, 13 de outubro de 2015

Cheguei à IGEC às 10:00 e voltei a tratar da amostra dos questionários de

satisfação, juntamente com as minhas colegas. Estivemos, assim, até às 10:30 a (re)ver a

preparação das amostras, de aproximadamente 23 escolas, antes de reunirmos com a

Dr.ª L que nos iria proporcionar feedback deste trabalho.

Pouco antes das 11:00 reunimos com a Dr.ª L e começámos por expor o trabalho

realizado ontem. Primeiramente mencionei que para extrair estas amostras, eu e a

Patrícia, seguimos a metodologia recomendada – 25% dos alunos da EPE; 40% dos

alunos do 4.º ano do 1.º ciclo e 20% dos alunos do ensino básico, secundários e cursos

vocacionais e profissionais – surgindo-nos dúvidas nestes últimos níveis de ensino, ao

nível da amostra que era pretendida. Ou seja, a nossa questão passava por entender se

calculava-se os 20% dos alunos por ano (considerando num agrupamento todos os 5.º

anos) ou por ciclo (apreciando os 5.º e 6.º anos juntamente). Em resposta à nossa

questão, a Dr.ª L pegou numa das escolas e, em conjunto connosco, começou a analisar

para nos elucidar se tínhamos seguido a metodologia certa. Verificou que o nosso

raciocínio estava correto, mesmo na recolha da amostra dos ensinos básico, secundário e

profissionais, onde tivemos esta dúvida inicial. Entendemos, assim, que procedemos de

modo certo, calculando os 20% dos alunos por ano e não por ciclo, como pensámos

inicialmente.

A fase subsequente à seleção das amostras das escolas foi-nos também explicada

pela Dr.ª L que me incumbiu de preencher um documento que oficializa a amostra da

população respondente aos questionários, como forma de tomar contacto com esta

metodologia de trabalho. Enquanto a minha colega Patrícia me ditava os dados centrais

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de suporte ao documento (e.g. código do agrupamento, nome do agrupamento, nome

das escolas, turmas, número de alunos, etc.) eu preenchia-o, guardando, posteriormente,

numa pasta que criei para o efeito. Continuei o preenchimento destes documentos,

acordando com as minhas colegas que todas preencheríamos três documentos cada uma,

inicialmente, para tomarmos contacto com esta tarefa.

Entretanto, a Dr.ª L entregou-nos mais escolas do Centro para prepararmos as

amostras, tarefa que ficou adiada para amanhã. Combinámos entre as três e

posteriormente com a Dr.ª L que amanhã ficaremos durante a tarde na IGEC, a fim de

tratar dos documentos destas escolas.

Saí pelas 13:20.

Reflexão Pessoal

Hoje foi um dia muito atarefado em torno destes procedimentos da preparação das

amostras da população respondente aos questionários de satisfação. Comummente,

também está a ser uma tarefa gratificante e se ontem senti muitas dúvidas e inquietações

em relação a este trabalho, hoje sinto que as mesmas já se dissiparam, uma vez que

recebemos feedback positivo do trabalho que realizámos, estabelecendo para o

desenvolvimento desta tarefa, organização e métodos de trabalho.

Dia 16 – Quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Cheguei à IGEC pelas 10:00 e continuei a desenvolver o trabalho da preparação das

amostras com as minhas colegas, uma vez que a Dr.ª L nos tinha dado mais escolas para

procedermos à seleção das amostras, desta vez, escolas do Centro. Durante toda a

manhã, calculei aproximadamente seis escolas e, sempre que necessário, dei apoio às

minhas colegas, tal como elas que se disponibilizaram para me apoiar na realização

desta tarefa.

Pelas 13:30 saí, tendo regressado às 16:00 com a Patrícia para terminarmos o

presente trabalho. Apenas tinha deixado uma escola para terminar, pelo que fiz esse

trabalho em menos de meia hora. Fizemos, também, a revisão dos ficheiros que

oficializam as amostras das escolas, para garantir que o trabalho estava pronto para ser

entregue à Dr.ª L.

Às 18:20 enviámos o trabalho à Dr.ª L que nos tinha solicitado assim que

terminássemos e saímos pelas 18:30.

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Reflexão Pessoal

Dado o caráter urgente da tarefa, terminámos hoje o trabalho do cálculo das

amostras das escolas. Considero que fiz um bom trabalho, colaborando em tarefas de

um Técnico Superior de Educação e Formação que exigiram capacidade de trabalho

autónomo, momentos de trabalho em equipa, mobilização de conhecimentos estatísticos

e orientação para resultados. O balanço que faço desta atividade é muito positivo.

Dia 17 – Quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Hoje cheguei à IGEC pelas 10:05 e estive a manhã inteira a preparar os

questionários para posterior envio às escolas. A Dr.ª L esteve a acompanhar-nos uma

parte da manhã para nos explicar qual o procedimento que deveríamos adotar para

preparar os questionários para as escolas.

Esta tarefa aplica-se apenas aos pais dos alunos da EPE e, também, aos pais dos

alunos do 1.º, 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e ensino secundário, que ainda respondem

aos questionários de satisfação em formato papel. Em cada embalagem de questionários

dedicados aos pais dos alunos do 1.º, 2.º e 3.º ciclos e ensino secundário encontram-se

200 questionários e dos pais dos alunos da EPE contabilizam-se 40 questionários. O

trabalho realizado foi o seguinte: através das amostras feitas anteriormente por nós,

procedeu-se à contabilização do número de questionários a aplicar aos pais dos alunos

da EPE, tal como aos pais dos restantes alunos. Posteriormente, aos questionários

juntou-se também, em igual número, os envelopes com o logótipo da Inspeção-Geral

para na fase subsequente ao preenchimento dos mesmos, estes serem devolvidos em

envelopes selados às escolas, e depois à IGEC.

Saí pelas 12:50.

Reflexão Pessoal

Esta constitui a segunda fase da tarefa dos questionários. É uma tarefa bastante

trabalhosa que exige elevada concentração e responsabilidade. Todos os questionários

contabilizados devem coincidir com o número das amostras recolhidas, assim como os

envelopes que devem ser preparados em igual número. É de salientar que colaborei

numa tarefa que apelou a competências de responsabilidade e de trabalho na preparação

de materiais, no âmbito da AEE, tarefas coincidentes com as funções de um Técnico

Superior de Educação e Formação.

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Dia 18 – Segunda-feira, 19 de outubro de 2015

A manhã de hoje foi, uma vez mais, dedicada inteiramente à preparação dos

questionários para enviar às escolas. Quando cheguei à IGEC, pelas 10:00, a Dr.ª L já

estava à nossa espera para nos dar indicações do trabalho efetuado na quinta-feira

passada. Essencialmente deu-nos recomendações de logística, em relação à colocação

dos envelopes nos sacos dos questionários, se houver espaço para isso e também à

colocação dos questionários e respetivos envelopes em caixas de cartão, também se

estiverem disponíveis para serem usadas.

Depois de ouvir as recomendações, voltei à preparação dos questionários,

terminando as escolas da região do Sul, com as minhas colegas. Uma vez conferidas,

com a ajuda da Dr.ª L, passei para a preparação dos questionários, desta vez da zona

Norte. Estes teriam que estar prontos ainda hoje, já que saem com urgência da IGEC,

amanhã, para as escolas. Então, dado o volume de trabalho, a Dr.ª L juntou-se a nós

neste processo, preparando connosco os questionários dos pais da zona do Norte do

país. Como já tinha terminado a minha parte, ainda pude preparar os questionários de

uma escola do Centro. Terminámos as seis escolas previstas da região Norte.

Saí pelas 13:30.

Reflexão Pessoal

Esta tarefa já está na fase final, pelo menos, no que diz respeito às primeiras

avaliações. Amanhã iremos retificar uma amostra de uma escola do Centro e proceder à

preparação dos questionários e penso que daremos esta tarefa por terminada. O Dr. H

também nos disse que assim que terminássemos esta tarefa nos atribuiria outra

atividade, em princípio amanhã.

Dia 19 – Terça-feira, 20 de outubro de 2015

Hoje cheguei às 10:20 e estivemos a finalizar a tarefa de preparação dos

questionários para envio às escolas. Faltavam duas escolas da zona Centro, pelo que me

juntei às minhas colegas para terminarmos esta tarefa com maior rapidez.

Quando estávamos a levar as últimas caixas dos questionários para a sala de

reuniões, a Dr.ª L referenciou que esta tarefa vai repetir-se todos os meses, visto que no

total serão inquiridas 100 escolas. Neste momento apenas estivemos a tratar de 23

escolas, pelo que as restantes distribuir-se-ão pelos restantes meses até abril

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Terminámo-la pelas 11:45 e decidi ocupar o restante tempo com a atualização dos

DC e com a redação do relatório de estágio.

Entretanto, com a finalização desta tarefa, a Dr.ª L informou-me que amanhã

voltarei para o 2.º andar, para a ATI Sul, uma vez que só iremos desenvolver a tarefa

que o Dr. H tem para nós na próxima segunda-feira (porque o coordenador não está cá e

não deixou nenhuma recomendação).

Saí perto das 13:00.

Reflexão Pessoal

Finalizámos a tarefa dos questionários de satisfação. Considero que foi uma

experiência bastante gratificante e com repercussões positivas do ponto de vista

profissional pela possibilidade de colaborar numa tarefa inerente ao processo de AEE,

no âmbito da minha especialidade académica e pelas competências de trabalho

(autónomo e em grupo) que desenvolvi para efetuar este trabalho. Em termos de

aprendizagens, pude também assimilar a importância dos questionários de satisfação,

uma vez que permitem abranger a comunidade educativa (pais, alunos, professores e

pessoal não docente) na participação do processo de AEE a fim de ser auscultados e, de

alguma forma, envolvidos neste processo. Também compreendi que a partir dos

resultados dos questionários de satisfação, é possível à equipa inspetiva assinalar áreas

para apreciação mais intensa no decorrer da visita às escolas.

Dia 20 – Quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Quando cheguei à IGEC, pelas 10:00, dei-me conta que o Dr. H tinha enviado um

email com todas as indicações para darmos início à próxima tarefa. Como não tinha a

certeza se deveria permanecer na EMEE com as minhas colegas, desloquei-me à ATI

Sul piso para falar com a Dr.ª FA, a fim de entender onde é que deveria ficar a trabalhar

hoje. A Dr.ª respondeu-me que como tinha de tratar da tarefa que o Dr. H nos deixou no

email, deveria continuar no EMEE e só na segunda-feira, 26 de outubro, é que deveria

assim regressar ao 2.º andar.

Nesse sentido, voltei para o 5.º andar para dar início à tarefa no âmbito das EE. A

tarefa incidiu no planeamento de uma deslocação a Bruxelas e Luxemburgo, com o

roteiro de trabalho inerente à mesma que incluiu a delineação de viagens, a observação

de aulas e marcação de reuniões. Todas as indicações que necessitava saber estavam

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definidas no email enviado pelo Dr. H pelo que estive, com as minhas colegas, a definir

o primeiro dia de visita à escola de Bruxelas II.

Este primeiro dia envolveu a seleção do voo de Lisboa para Bruxelas e o

agendamento de algumas reuniões com representantes da escola e outros atores do meio

envolvente. Seguidamente, para agendarmos a observação de aulas para este dia,

tivemos de recorrer aos horários dos professores que nos tinham sido enviados pelo Dr.

H logo no início do estágio. Ao consultarmos percebemos que as aulas na escola de

Bruxelas II terminavam às 15h30 e como nesse dia o Dr. H já teria a manhã e a parte de

tarde preenchidas com a viagem e reuniões na escola, seria impossível assistir às aulas

dos professores.

Face a esta situação, decidimos enviar um email ao Dr. H expondo a questão e

propondo que a observação de aulas ficasse mesmo para o segundo dia de visita.

Ficámos a aguardar resposta, visto que todo o planeamento da agenda de trabalho estava

condicionado pela questão da observação de aulas.

Sai pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Esta é uma tarefa que carece de uma grande responsabilidade por mexer com

organização da vida profissional do Dr. H e dos restantes profissionais das EE de

Bruxelas II e Luxemburgo I, daí ficarmos a aguardar o contacto do Dr. H com a resposta

à dúvida colocada.

Dia 21 – Quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Cheguei à IGEC pelas 10:00 e voltei a debruçar-me no planeamento das

deslocações do Dr. H às EE de Bruxelas II e Luxemburgo, com as minhas colegas. O

Dr. H já nos tinha respondido ao email de dúvidas, aceitando a nossa sugestão em

relação à atividade de observação de aulas efetuar-se apenas segundo dia de visita, dada

a ocupação parcial do primeiro dia com a viagem e reuniões na escola.

O primeiro dia de visita estava assim planeado. Passámos para o segundo dia e,

entre mais reuniões e observações de aulas, estivemos de encaixar cada compromisso,

de acordo com a duração dos mesmos (definidos no email do Dr. H) e atendendo aos

horários dos professores, quando se tratasse de aulas a observar. Neste dia estivemos,

também, a planear a viagem do Dr. H de Bruxelas para Luxemburgo. Passámos para o

terceiro e quarto dias de visita, em Luxemburgo, sendo que o processo de planeamento

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utilizado foi o mesmo: atentas aos compromissos (reuniões, observação de aulas,

almoços, encontros), às durações e aos horários dos professores delineámos o programa

para ambos os dias. No fundo, o nosso raciocínio neste trabalho incidiu na seguinte

frase sublinhada pelo Dr. H no email: “este planeamento funciona quase como uma

equação matemática e como um puzzle, onde há peças que só encaixam num sítio.” Foi

o que efetuámos.

Saí pelas 13:10.

Reflexão Pessoal

Terminada a tarefa da organização da agenda de trabalho do Dr. H, devo salientar

que foi bastante enriquecedora por permitir colocar em evidência competências de

organização e planeamento, muito valorizadas num Técnico Superior de Educação e

Formação. Permitiu também experienciar o planeamento e organização de uma

deslocação de trabalho, programando diversas atividades a serem cumpridas, tendo em

conta os objetivos da atividade, horários definidos e disponibilidades dos intervenientes.

Dia 22 – Segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Assim que cheguei à IGEC, pelas 10:05, eu e as minhas colegas começámos por

fazer a revisão do planeamento da deslocação do Dr. H às EE de Bruxelas II e

Luxemburgo I, a fim de entregarmos, por email, o referido documento. Demorámos

cerca de 20 minutos a tratar deste trabalho e como estava determinado que hoje voltaria

para a ATI Sul, perguntei à Dr.ª L se deveria ir para o 2.º piso ou permanecer neste

andar, esperando assim pelo Dr. H, que nos ficou de proporcionar feedback do trabalho

realizado. A Dr.ª L informou-nos que provavelmente o Dr. H só estaria na IGEC à tarde,

pelo que a nossa reunião teria que ficar adiada para amanhã.

Já na ATI Sul, estive durante algum tempo a aguardar instruções para a tarefa que

iria desenvolver, uma vez que a Dr.ª FA se encontrava bastante ocupada com afazeres

profissionais: reuniões informais e telefonemas prolongados. Durante esse tempo

aproveitei para fazer alguma pesquisa bibliográfica e adiantar o meu relatório de

estágio.

Quando comecei a receber indicações para realizar a tarefa relacionada com os

avaliadores externos da AEE e após algumas dificuldades em receber o email da Dr.ª

FA com o documento que irei trabalhar, o Dr. H pediu-me que fosse ao 5.º andar para

nos reunirmos, a fim de obtermos feedback da tarefa das EE. Afinal, o Dr. H tinha

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conseguido vir à IGEC mais cedo, e dada toda a situação, combinei com a Dr.ª FA que

amanhã começaria a tarefa dos avaliadores externos, logo a partir das 10:00.

Na reunião com o Dr. H, estivemos a conversar sobre todo o planeamento das

deslocações e a assimilar de que forma é que o que planeámos era exequível ou não, em

função do conhecimento que o Dr. H detém sobre os atores das escolas (professores,

diretores, pais, contabilistas e alunos) e dos seus hábitos de trabalho. Apesar de algumas

mudanças feitas pelo Dr. H (em termos de horários e de uma observação de aula que

passou do 2.º dia para o 1.º dia), todo o trabalho estava exequível e bem delineado,

recebendo, deste modo, um feedback bastante positivo. Também teve oportunidade de

explicar que esta tarefa vai repetir-se durante estágio, mas de forma mais complexa,

pedindo que guardássemos os horários dos professores disponibilizados para a

realização da mesma.

Terminada a reunião, ficou definitivamente acordado com o Dr. H que estaria

durante três meses na ATI Sul, estando portanto a cumprir funções de outubro a

dezembro de 2015.

Saí pelas 13:05.

Reflexão Pessoal

Considero que hoje poderia ter aproveitado melhor a manhã, dando início ao

trabalho dos avaliadores externos, tarefa que ficou adiada uma vez mais.

Devo também salientar que, na minha opinião, é bastante importante receber

feedback das tarefas que realizo, dado que permite-me entender o que desenvolvo

corretamente, mas essencialmente, conhecer as minhas limitações e os aspetos que devo

melhorar, para melhor responder a todas as atividades que me vão sendo propostas no

decorrer do estágio.

Dia 23 – Terça-feira, 27 de outubro de 2015

Quando cheguei à IGEC, pelas 09:50, estive a consultar alguns documentos de

trabalho que a Dr.ª FA me tinha enviado no dia anterior para o meu email. Constatei que

se tratavam de materiais relacionados com a tarefa que seria pedida, cujo foco

direciona-se para os peritos externos da AEE.

Pouco tempo depois, a Dr.ª FA chegou e esteve a explicar-me a tarefa que ia

desenvolver da parte da manhã: competia-me atualizar a base de dados dos docentes

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(peritos externos) em função da sua disponibilidade para participarem na AEE

2015/2016. Disponibilizou-me, também, um dossier onde constam os mapas da

disponibilidade dos docentes (nem todos tinham feito chegar ainda este documento à

Dr.ª FA) e uma cópia dos emails (também não constavam todos os emails, sendo que

em alguns casos apenas existiam o mapa de disponibilidade). A partir desta

documentação, estive a fazer um levantamento dos docentes disponíveis e

indisponíveis, cerca de 55 docentes, fazendo esse registo na base de dados do Excel e

também a acrescentar docentes que não estavam contemplados na listagem.

Adicionalmente, a pedido da Dr.ª FA, estive também a anotar numa folha à parte, as

disponibilidades dos docentes, por mês, para ficarmos com um panorama geral do

número de docentes que podem realizar as avaliações externas, por mês de intervenção.

Ainda durante a manhã, estive a imprimir as sínteses curriculares atualizadas de

dois docentes que vão participar no processo de AEE, para atualizar o dossier onde

constam as informações dos peritos externos.

Durante o tempo em que estive a trabalhar, percecionei que a Dr.ª FA e a Dr.ª TJ14

trabalham em cooperação, discutindo muitos assuntos relacionados com a avaliação das

escolas. Percebi, também, que há muita abertura na partilha de informações e no

processo de decisão quando se tratam de assuntos profissionais de interesse comum.

Pelas 12:30 enviei o trabalho da atualização da base de dados à Dr.ª FA e durante a

restante meia hora pude começar a atualizar o diário de campo referente ao dia de hoje.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

A tomada de contacto e análise das disponibilidades de cada docente para as

avaliações externas a decorrer entre novembro 2015 e maio 2016 faz-me crer que estou

mais próxima do processo da AEE e que estou a contribuir para o desenvolvimento

desta atividade da IGEC.

Dia 24 – Quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Cheguei à IGEC às 09:55 e como não possuía nenhum email da Dr.ª FA, nem

qualquer indicação de trabalho a desenvolver, estive durante a primeira meia hora a

fazer pesquisa bibliográfica para o meu relatório de estágio.

14

Chefe da Equipa Multidisciplinar de Acompanhamento, Controlo e Avaliação – Sul (EMACA-S)

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Entretanto, a Dr.ª FA chegou com um dossier, pedindo-me que tratasse de

reestruturar o documento das avaliações externas de 2015/2016 (de janeiro a maio),

colocando as escolas que serão intervencionadas no referido período e ajustando, assim,

as escolas ao mês de intervenção. Inicialmente a tarefa parecia-me bastante acessível: a

partir dos documentos do dossier, comecei por colocar o nome das escolas que serão

alvo de AE em janeiro, deparando-me logo de seguida com uma contrariedade. No caso

do mês de janeiro, as intervenções de avaliação incidem no final do mês, apanhando

também o mês de fevereiro (acontecendo o mesmo com os restantes meses) e nesse

sentido, em vez de proceder à estruturação por mês tive que calendarizar as intervenções

por datas de intervenção, ficando com uma perceção clara dos dias de AEE.

Enquanto estava a desenvolver a tarefa da calendarização da AEE, observei que a

Dr.ª FA estava constantemente a interromper o seu trabalho mais individualizado com a

presença de vários inspetores que, à vez, vinham expor os mais variados assuntos

relacionados com atuais processos instaurados às escolas. Notei também que quando os

assuntos careciam de uma resolução mais célere, a Dr.ª FA reunia com os inspetores

para discutir procedimentos inerentes a estes processos.

Mais tarde, a Dr.ª FA pediu-me também para atualizar, uma vez mais, a base de

dados dos peritos externos, já que tinha recebido, entre ontem e hoje, novas respostas à

proposta de participação dos docentes na AEE. Como não tinha urgência, decidi deixar

esta tarefa para terminar amanhã e dedicar-me aprofundadamente ao trabalho da

calendarização da AEE, deixando por terminar o mês de maio.

Perto das 12:30 fui ao 5.º andar falar com o Dr. H e a Dr.ª L que me puseram ao

ocorrente da chegada de algumas caixas de questionários já respondidos (preparados

precedentemente por mim e pelas minhas colegas), alertando-me também que

participaria neste processo de tratamento dos questionários. Advertiram-me logo que

amanhã viria para o 5.º andar tomar contacto com a metodologia do tratamento dos

mesmos. Assenti e pedi apenas que me deixassem terminar o trabalho da calendarização

porque não queria deixar “a meio” uma tarefa que já tinha iniciado antes na ATI Sul. Já

no final da conversa a Dr.ª L informou-me que no dia 10 de novembro participarei, com

as minhas colegas, numa formação sobre a AEE que terá lugar na Faculdade de

Farmácia.

Saí pelas 13:00.

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Reflexão Pessoal

Este corrupio do 5.º para o 2.º piso (e vice-versa) tem-se constituído uma mais-

valia, pelo contacto que tenho tido com as diversas vertentes do trabalho da IGEC:

trabalho muito diversificado onde, por vezes, impera a ação imprevista em situações de

caráter urgente. Realizam-se com muita frequência reuniões de caráter informal e

formal, telefonemas, envio e receção de emails, análise de documentos, entre outras

tarefas. Fico com a perceção do trabalho da Dr.ª L e do Dr. H, mas também adquiro

informações sobre o funcionamento da ATI Sul, tal como inteiro-me das funções da Dr.ª

FA e da PT. Em relação à tarefa da calendarização das AEE, devo sublinhar que me está

permitir aperfeiçoar a competência de trabalho com ferramentas do Office,

nomeadamente o Excel, entendendo a importância e utilidade desta ferramenta em

qualquer organização educativa/formativa. Apesar de algumas dificuldades surgidas no

trabalho com o mesmo (formatações das colunas e linhas da calendarização), considero

que superei-as, tentando sempre procurar soluções para ultrapassá-las.

Dia 25 – Quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Quando cheguei à IGEC, pelas 09:50, fui diretamente falar com o Dr. H para saber

se deveria ir para o 2.º piso terminar o trabalho da calendarização das AEE no ano letivo

2015-2016 ou permanecer aqui, no 5.º piso, a tratar da abertura e separação dos

questionários de satisfação. Como hoje tínhamos marcada uma formação de trabalho

com programa que trata dos questionários, o Dr. H pediu-me que ficasse no 5.º andar

que ele próprio falaria com a Dr.ª FA para informá-la que hoje estaria em permanência

neste andar. Entretanto, o Dr. H informou-me que a Dr.ª FA ainda não estava na IGEC

pelo que, mais tarde, trataria de comunicar-lhe a minha presença no 5.º andar.

Durante cerca de duas horas estive dedicada à tarefa de abertura das caixas com os

envelopes dos questionários dos pais de cada estabelecimento escolar, dedicando-me

essencialmente à abertura dos envelopes e à colocação separada dos questionários dos

pais da EPE (Q3) e dos pais do ensino básico e secundário (Q4), separando também os

questionários que apresentavam comentários e os que não possuíam comentários. A par

desta tarefa, estive também a assinalar nos questionários dos pais, os que acrescentaram

e os que não acrescentaram comentários aos questionários, por uma questão de

facilidade no tratamento das respostas.

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Já perto das 11:45, a meio da manhã, o Dr. CA convidou-nos para nos juntarmos

aos trabalhadores da EMEE, a fim de tomarmos chá e provarmos as broas que tinha

trazido da sua terra, vivendo-se ali um momento de confraternização e de agradável

convívio. Neste momento, além da cumplicidade denotada, percecionei também uma

enorme abertura e proximidade relacional entre os membros, não se denotando as

posições hierárquicas demarcadas na organização.

Entretanto a Dr.ª AG chegou para nos dar formação acerca do funcionamento do

programa de tratamento dos questionários. Pouco antes de darmos início à formação, a

Dr.ª L tentou perceber, com a Dr.ª AG, de que forma é que os inspetores da AEE podem

ter acesso aos comentários dos pais da EPE e ensino básico e secundário, considerando

a importância de se fazer chegar essa informação à escola em causa. Dada a afluência de

respostas dos pais, chegou-se à conclusão que se devem tratar as respostas e que de

alguma forma, eu e as minhas colegas, poderíamos ser útil nessa tarefa. Em todo o caso,

não valia a pena estarmos a dividir os questionários por resposta dada e não resposta,

uma vez que o próprio sistema (desde que assinalada a cruz no campo de resposta) cria

uma hiperligação para a digitalização da resposta. O que ficou por solucionar foi a

questão de os inspetores terem acesso a tais informações.

Dos questionários retirados e separados, observei que os pais apontam muitas

críticas relacionadas com as poucas condições da infraestrutura das escolas (quer do

edifício, das casas de banho e até dos balneários), ao mau funcionamento do refeitório

escolar (referindo-se às ementas, às poucas condições do refeitório, à quantidade de

comida que cada aluno come), à atuação (ou falta de formação) dos funcionários

docentes e não docente, às direções de escola e à indisciplina e falta de segurança nas

escolas. Em contrapartida, houve quem utilizasse este espaço para opinar positivamente

sobre o funcionamento das escolas, dando como exemplo a importância dos professores

motivarem e envolverem os alunos para a aprendizagem e prática educativa.

Passámos para a formação de trabalho com o programa de tratamento dos

questionários de satisfação em que nos foi proferido (e demonstrado) que:

1) A primeira parte do processo diz respeito à digitalização dos questionários.

Deve-se ter em atenção o modo como são inseridos os questionários na máquina

de digitalização, tendo em conta que só podem ser colocadas no máximo 50

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folhas. Por cada tipo de questionários15

(Q3 e Q4) deve ser criado um novo lote

e assim que terminemos a digitalização o mesmo deve ser fechado. Em cada

lote devemos pôr sempre o documento da amostra que contabiliza os

questionários de cada AE para que o programa identifique o código da unidade

escolar.

2) A segunda etapa deste processo refere-se à classificação. Nesta fase temos que

identificar/classificar as digitalizações que nos aparecem, visto que o sistema

não as reconhece. Devem ser classificadas conforme os questionários (Q3 e Q4)

e os respetivos números de página.

3) A terceira etapa reporta-se à validação dos questionários. Devo salientar que a

passagem da segunda para esta terceira etapa, por norma, demora sempre algum

tempo, dado o tamanho do lote enviado. Nesta fase procede-se à verificação do

que o sistema não detetou (n.º de filhos, respostas múltiplas ou rasuradas, etc.)

sendo da nossa responsabilidade inserir as respostas corretas, consoante os

questionários apresentados.

Durante toda a explicação, foi possível trabalhar com o sistema, sob a orientação e

supervisão da Dr.ª AG que nos elucidou, sempre que necessário, o modo de

funcionamento deste programa.

Perto das 13:00, hora em que terminou a formação, continuei a abrir envelopes e a

proceder à separação de questionários Q3 e Q4.

Sai pelas 13:30.

Reflexão Pessoal

Hoje a manhã foi bastante produtiva, no que respeita à aprendizagem da utilização

do programa de tratamento de questionários de satisfação. Em relação à tarefa da

abertura dos envelopes para extração dos questionários, não sendo a mais motivadora,

devo dizer que faz parte de todo o processo e que constitui uma etapa de trabalho, tal

como as seguintes (de tratamento dos questionários). Sublinho, também, que à medida

que ia recolhendo os questionários preenchidos pude observar com alguma atenção

parte dos comentários dos pais da EPE, do ensino básico e do ensino secundário. Tomar

contacto com esta realidade colocou-me a pensar que alguns pais utilizam tais

15

Os questionários organizam-se por Q1 – Docentes; Q2 – Trabalhadores não-docentes; Q3 – Pais e

Encarregados de Educação da EPE; Q4 - Pais e Encarregados de Educação; Q5 – Alunos do 4.º ano (1.º

ciclo) e Q6 – Alunos do 2.º e 3.º ciclos e do Ensino Secundário.

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questionários para reportar preocupações que possuem e, por vezes, salientar problemas

existentes nas escolas, depositando de alguma forma, esperança que tais respostas sejam

reconhecidas e que possam, eventualmente, atenuar alguns problemas que reportam e

que sucedem nas escolas.

Dia 26 – Segunda-feira, 02 de novembro de 2015

Assim que cheguei à IGEC, às 09:55, comecei logo a abrir os envelopes e a retirar

os questionários das escolas cuja avaliação externa está mais próxima de ocorrer. O Dr.

H e a Dr.ª L juntaram-se a nós, nesta árdua tarefa, para conseguirmos o mais cedo

possível passar ao tratamento dos questionários. Foi também pedida a ajuda da PT neste

processo que se disponibilizou desde logo para nos apoiar na abertura.

Pelas 11:00 começámos a tratar os questionários no sistema, no entanto um dos

computadores trouxe algumas complicações quanto ao tratamento dos questionários: 1)

a primeira tarefa consistiu em digitalizar os questionários de uma escola do Norte, no

entanto o código da escola não foi assumido pelo sistema, logo estes questionários não

puderam ser tratados. A Dr.ª AG detetou de imediato que o erro do sistema, salientando

que este lote teria que ser tratado manualmente. Apesar desta contrariedade,

conseguimos realizar as três fases do tratamento dos questionários (digitalizar –

classificar – validar) referente a duas escolas do Centro e duas do Norte.

Um pouco antes de sair estive também a ajudar a Patrícia e o Dr. H a retirar os

questionários dos envelopes de uma escola da zona Centro.

Saí pelas 14:00.

Reflexão Pessoal

As complicações surgidas com o sistema de tratamentos dos questionários

atrasaram o trabalho delineado para hoje, uma vez que há escolas que necessitam de ser

analisadas com a maior brevidade possível devido ao início da avaliação, a 12 de

novembro. Amanhã teremos que pegar nestas mesmas escolas e tratar de analisá-las no

sistema dos questionários. Acresce ainda salientar a disponibilidade da PT para apoio da

abertura dos questionários, mesmo sabendo que não é da sua competência a realização

desta tarefa. Aqui percebe-se a importância do trabalho de equipa para cumprir as

competências legais da IGEC.

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Dia 27 – Terça-feira, 03 de novembro de 2015

Hoje quando cheguei à IGEC, perto das 10:00, encontrei a Dr.ª L a abrir os

envelopes de uma escola do Centro. Antes de continuar o trabalho de ontem, a Dr.ª L

esteve a dar-nos algumas recomendações em relação ao tratamento dos questionários,

mais especificamente sobre a importância de informarmos a Dra. AG, o Dr. H e o Dr.

CA acerca do trabalho que é realizado diariamente, no final de cada manhã. Esta é

assim uma forma de existir um controlo sobre o que foi realizado e o que ainda está por

tratar em relação aos questionários. Nesse sentido, eu e a minha colega Patrícia

enviámos um email com todas as indicações: 1) escolas tratadas e 2) problemas

encontrados com os lotes digitalizados.

Entretanto detetámos um problema com o lote digitalizado ontem, pelas 13:00 uma

vez que não tinha passado para a fase da classificação nem para a validação. Também

fizemos a digitalização de três escolas e o mesmo estava a suceder. Entendemos, mais

tarde, que tal situação estava a acontecer devido ao sistema que e encontrava cheio e a

Dr.ª AG ficou de tratar a situação e reportar a entidade responsável, a Direção-Geral de

Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC). Também foi solicitada a intervenção do

Dr. CA para se tentar solucionar este problema. A este nível, saliento, ainda, que na

tentativa de solucionar este inesperado problema, o envolvimento e entreajuda dos

membros da organização revelaram-se bastante importantes para delinear estratégias e

encontrar soluções que vislumbrassem o pleno funcionamento do sistema dos

questionários.

Durante o resto da manhã, estive a tratar de abrir os envelopes e retirar os

questionários das caixas enviadas pelas escolas à IGEC.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Já começo a ganhar algum ritmo de trabalho na abertura dos envelopes, o que faz

com que consiga despachar mais trabalho em menos tempo. O importante nesta tarefa é

separar os questionários por tipos de questionário (Q3 e Q4) para serem tratados e

analisados no lote correto e que exista alguma rapidez para despachar os questionários

das escolas que vão chegando.

Devo também salientar que o facto de o sistema estar com algumas falhas embaraça

o nosso trabalho, porque todo o tratamento dos questionários depende do

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funcionamento do sistema. Espero que amanhã todas estas questões se encontrem

resolvidas.

Dia 28 – Quarta-feira, 04 de novembro de 2015

Cheguei à IGEC às 10:00 e fui informada que o sistema de tratamento dos

questionários ainda não estava em funcionamento, pelo que teríamos que aguardar até à

DGEEC resolver esta questão. Enquanto isso, como tínhamos deixado uma escola por

fazer (a última deste conjunto), peguei nos envelopes e, com as minhas colegas, retirei

os questionários dos pais deste AE.

Quando terminámos esta tarefa, procedemos à preparação da mesa de trabalho que

se encontra no centro da sala para colocarmos todos os lotes de questionários

organizados, a fim de, mais tarde, quando o sistema estiver em funcionamento fazermos

o devido tratamento dos mesmos.

Como não havia mais tarefas a desenvolver neste andar, segui para a ATI Sul, com

indicação do Dr. H e da Dr.ª L para continuar o trabalho que deixei pendente em relação

à calendarização das AEE referente a 2016. Pedi à Dr.ª FA que me disponibilizasse o

material de apoio à realização deste ficheiro e pelas 12:30 terminei-o e enviei-o à chefe

de equipa por email. No tempo que me restou, pude adiantar uma parte do meu relatório

de estágio.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

O problema do sistema de tratamento dos questionários está a fazer com que

atrasemos todo trabalho o que, por sua vez, repercute no trabalho da equipa da avaliação

das escolas que necessita desta informação tratada no momento da preparação da AEE.

Dada esta situação, aproveitei para voltar à ATI Sul para terminar a tarefa da

calendarização das avaliações externas para 2016, dando este trabalho por concluído.

Dia 29 – Quinta-feira, 05 de novembro de 2015

Quando cheguei à IGEC, pelas 10:00, fui diretamente ter com o Dr. H para saber

informações acerca do sistema de tratamento de questionários, e do local onde devo

permanecer hoje a trabalhar, se na EMEE ou na ATI Sul.

O Dr. H elucidou-me que o sistema ainda não estava em funcionamento e que faria

mais sentido seguir para a ATI Sul. Durante a primeira hora da manhã estive a atualizar

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os DC e a trabalhar na primeira parte do relatório de estágio, uma vez que a Dr.ª FA se

encontrava bastante ocupada com telefonemas profissionais. Mais tarde, por indicação

da Dr.ª FA, estive a atualizar, novamente, a base de dados dos peritos externos da AEE

2016, pois durante estas semanas, a Dr.ª recebeu mais respostas por parte dos mesmos.

Estive até ao 12:00 a tratar desta tarefa e, algum tempo depois, fui chamada pelo

Dr. H que quis reunir connosco para nos elucidar de todo o envolvimento da formação

sobre a AEE, inclusive as tarefas que vamos desempenhar durante o dia 10 de

novembro. Em primeiro lugar, mencionou que devemos estar às 09:30 na Faculdade de

Farmácia da Universidade de Lisboa para conhecermos o espaço onde decorrerá a

formação (como os W.C. e os bares da faculdade). Adicionalmente será nossa função,

também, preparar o espaço da formação que terá início às 10:30. Outras tarefas que

serão da nossa competência dizem respeito: 1) à substituição de águas na mudança de

oradores; 2) ao apoio nos debates com os microfones aquando da intervenção do

público; 3) à assistência aos participantes na localização da faculdade. Também foi

pedido que tirássemos fotografias ao painel e à audiência. O Dr. H proferiu que iriamos

ter a ajuda da nossa colega da Universidade de Coimbra, a CE, que vem de Coimbra no

próprio dia para assistir à formação.

Devido à avaria do sistema de questionários, a Dr.ª L colocou-nos a hipótese de

virmos amanhã tratar dos questionários manualmente, uma vez que a avaliação externa

se está a aproximar e as equipas de avaliação necessitam do tratamento dos

questionários para análise das respostas o mais celeremente possível.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Hoje, a reunião com o Dr. H, permitiu sistematizar as tarefas que vamos

desenvolver no dia da formação interna, uma vez que não tinha ideia que estaríamos

presentes na organização desta sessão. Acresce salientar que considero muito

importante a realização destas reuniões prévias com o Dr. H e com a Dr.ª L que me

permitem expor dúvidas, relatar questões e fazer sistematização de tarefas. São reuniões

que se estabelecem com diferentes intencionalidades e que me possibilitam, assim,

desenvolver as atividades propostas com certeza que vou corresponder às expectativas

dos coordenadores.

Dia 30 – Sexta-feira, 06 de novembro de 2015

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A pedido da Dr.ª L e do Dr. H hoje vim à IGEC, juntamente com a minha colega

Patrícia, tratar da análise dos questionários de três escolas que iniciam a avaliação

externa a 12 de novembro.

Cheguei pelas 13:30 e a Dr.ª L colocou-nos a par do método de tratamento dos

questionários: o trabalho consistia em inserir as respostas dos mesmos numa base de

dados para cada tipo de questionário e identificar o nome da escola, o código e a região

a que pertence a mesma.

Inicialmente juntámo-nos no mesmo computador e enquanto eu ditava as respostas

dos questionários, a Patrícia digitava na base de dados. Terminámos o primeiro lote de

questionários dos pais da EPE (da primeira escola) e decidimos trabalhar

autonomamente, visto que a dimensão dos questionários a analisar, em termos globais,

chegava perto dos 1000. Então dividimos as escolas e também os questionários e

analisámos separadamente, tendo no final, agregado todo o trabalho e enviado à Dr.ª L.

Conseguimos terminar duas escolas por completo, ficando a faltar à volta de 200

questionários da terceira escola.

Saí pelas 18:30.

Reflexão Pessoal

Hoje foi um dia bastante cansativo mas também muito produtivo. A dimensão dos

questionários era enorme, pelo que o trabalho parecia não ter fim. Como não

terminámos de exportar os resultados dos questionários para o Excel e uma vez que a

AEE inicia dentro de uma semana, a Dr.ª L disponibilizou o seu tempo de fim-de-

semana para tratar dos restantes 200 questionários que faltavam colocar no ficheiro.

Dia 31 – Segunda-feira, 09 de novembro de 2015

Quando cheguei à IGEC, pelas 10:00, pensei que o sistema de tratamento dos

questionários já estivesse a funcionar, visto que a Margarida tinha conseguido validar

um lote referente a segunda-feira passada. Chamámos a Dr.ª L e a Dr.ª AG que

estiveram a perceber se o sistema estava pronto a funcionar. Verificou-se que o estado

das restantes digitalizações ainda não tinha alterado, o que indicava que o sistema

permanecia em baixo e como não há data prevista para a sua resolução, sugerimos que

fizéssemos, entre as três, a análise dos questionários manualmente, usando o Excel, tal

como fizemos com as escolas do Norte, na sexta-feira anterior. A Dr.ª L concordou com

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a nossa sugestão, visto termos de avançar com a análise dos questionários, porque a

avaliação (2.º fase) está prevista para a terceira semana de novembro.

Entretanto pediu-nos que digitalizássemos os questionários tratados na sexta-feira

passada com comentários, para fazermos chegar aos inspetores e peritos externos

alocados às escolas do Norte, via email. A Dr.ª AG esteve a explicar-nos como devemos

utilizar a impressora para digitalizar estes documentos. A partir da funcionalidade

«enviar para o email» digitalizámos os questionários e enviámos diretamente para os

emails da Dr.ª AG, Dr.ª L e Dr. H.

Em parceria com a Patrícia, estive a transpor os resultados dos questionários de

satisfação de uma escola do Sul que será avaliada a partir de 19 de novembro.

Procedemos à análise de 150 questionários. Pouco antes de sair, a Dr.ª L chamou à

atenção para o facto de duas escolas que supostamente iriam iniciar a avaliação a 19 de

dezembro terem que adiar a data de avaliação por falta de peritos externos (podendo ser

as que estávamos a analisar). Ficou de nos dar uma resposta na terça/quarta-feira.

Saí pelas 13:30.

Reflexão Pessoal

Como o problema do sistema persiste, achámos por bem sugerir que fossemos

analisando os questionários das escolas que serão alvo de avaliação externa muito

brevemente, evitando assim momentos de stress e trabalho exaustivo, como o que

ocorreu na sexta-feira passada. Como forma de adiantar trabalho, na quarta-feira trarei o

computador para apoiar as minhas colegas na análise dos questionários.

Dia 32 – Terça-feira, 10 de novembro de 2015

Cheguei à Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa pelas 09.30, conforme

o combinado com o Dr. H. Fui de imediato ter ao auditório, com as minhas colegas, e lá

encontrei a Dr.ª L e o Dr. LC. Cumprimentámos os presentes e, seguindo instruções da

Dr.ª L, começámos por distribuir as folhas do programa de hoje pelos assentos do

auditório, focalizando-nos mais na parte do meio da sala. Posteriormente veio ter

connosco uma técnica da organização deste evento que nos mostrou a localização do

edifício, apresentando os bares e as casas de banho existentes e mais próximas do

auditório. Também nos foi mostrado o local onde estão guardados os copos e as garrafas

de água para irmos colocando nas mudanças de painel.

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Entretanto, os inspetores e peritos convidados começaram a chegar, sendo possível

observar o ambiente cúmplice entre as pessoas presentes, que se pode justificar dada a

relação laboral que estabelecem diariamente.

A formação iniciou perto das 10:30 com o Dr. LC, na abertura dos trabalhos,

começando a agradecer a presença de todos, referindo-se ao público, ao painel de

oradores e em especial ao Dr. H e à Dr.ª L pelo esforço empreendido na organização

desta formação interna, desde todo o planeamento até à sua execução. O Dr. LC

prosseguiu com a abordagem à avaliação das lideranças pedagógicas, um dos domínios

da AEE, que se vislumbra difícil de avaliar, no contexto da IGEC. Adicionalmente, o

Dr. LC apontou a importância de se valorizarem as lideranças intermédias que se

revelam de extrema relevância para o bom funcionamento da escola, destacando, a título

de exemplo, os coordenadores de turma. Reforçou que a Inspeção tem tentado, junto do

Governo, proceder ao alargamento da AEE e incluir, no âmbito do programa de

Avaliação, a observação de aulas, sendo esta uma proposta levada a cabo pela Equipa de

Trabalho para implementar no 3.º ciclo da AEE. Além disso, o Dr. LC destacou também

que outra das propostas que esta equipa pretende desenvolver refere-se à melhoria da

estrutura dos relatórios, que surgem no seguimento da visita às escolas avaliadas.

Seguiu-se um ponto de situação da AEE com a Dr.ª L que nos começou por

elucidar que 2011/2012 marca o arranque do 2.º ciclo da AEE e que, para a sua

conclusão, prevê-se a avaliação de 100 escolas em 2015/2016 e 77 escolas em

2016/2017. Referiu-se, ainda, à atividade de Acompanhamento da Ação Educativa,

mencionando que as escolas com classificações mais baixas na AEE são acompanhadas

pela IGEC desde 2013. A metodologia de trabalho utilizada incide no acompanhamento

do trabalho dos atores da escola pela equipa inspetiva. Ainda dentro do âmbito do

programa de Avaliação, a Dr.ª L referiu que a IGEC tem mais uma atividade

suplementar, no que respeita à avaliação de escolas com contratos de autonomia,

pretendendo-se avaliar em 2015/2016, 44 estabelecimentos educativos.

Prosseguiu-se com a intervenção do Dr. H, apontando as principais referências

internas da avaliação do segundo ciclo de AEE:

o A avaliação externa como uma atividade consolidada que promove a

prestação de contas e a melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem;

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o Na avaliação externa produzem-se juízos de avaliativos que contribuem

para as escolas refletirem sobre o seu desempenho e sobre os caminhos para

a melhoria dos seus resultados;

o A avaliação externa como uma atividade com impacto: 1) antes – as escolas

organizam-se pensando na avaliação e estruturam toda a ação em função

desta visita; 2) durante – existência de interação e dialética entre a equipa e

direção de escola com impacto que gere melhoria e discussão de ideias; 3)

após – momento de tomada de decisão para melhorar as suas práticas,

apoiado no feedback da equipa inspetiva.

Para terminar a sua abordagem elucidativa da AEE o Dr. H proferiu que a Equipa

de Trabalho já começou a pensar como dar sequência à avaliação externa desenvolvida

no segundo ciclo, anotando pontos fortes e aspetos que devem ser alvo de melhoria para

se construir o modelo do terceiro ciclo de AEE.

O seguinte orador convidado, Dr. AG, inspetor do OFSTED16

entre 2002 e 2015,

moderado pelo Dr. H, trouxe-nos o seguinte tema: Avaliação das Lideranças de Escolas,

projetando em primeiro lugar, as razões que presidem a avaliação levada a cabo pelo

OFSTED. Estas incidem essencialmente: 1) na segurança, constituindo um dever do

governo proteger as crianças; 2) no cumprimento das leis; 3) na eficiência das escolas;

4) na prestação de contas; 5) no incentivo à melhoria; 6) para informar os pais e o

público sobre os resultados escolares; 7) na relação do governo com as escolas.

Em seguida, mostrou à plateia um esquema que apresenta a estrutura da inspeção

em Inglaterra, mencionando dois órgãos que a compõem: 1) as autoridades centrais que

controlam as estruturas e o financiamento das escolas e 2) as autoridades locais que se

responsabilizam pelo declínio do papel das escolas.

Dada a importância em relação à figura do Headteachers, o orador reforçou o seu

papel de facilitador de uma liderança eficaz, dinâmica e inspiradora, visando o

desenvolvimento do verdadeiro potencial de todas as crianças. Destacou quatro funções

que lhe estão associadas: a) lidar e gerir a escola; b) desenvolver e motivar os alunos

para alcançar os padrões educacionais mais elevados; c) promover e assegurar a

segurança das crianças e d) supervisionar o funcionamento das aulas e a atuação do

professor. Em continuação ao exposto, o Dr. AG mostrou-nos um estudo sobre o papel

16

Office for Standards in Education, Children's Services and Skills.

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dos HT em Inglaterra em comparação à média da OCDE17

, evidenciando a importância

da parte pedagógica do seu trabalho. Também proferiu, neste âmbito, que países

diferentes necessitam de dissemelhantes tipos de inspeção que se adaptem aos seus

sistemas de educação existentes.

Nas escolas em Inglaterra e para OFSTED é importante considerar a autonomia e a

responsabilidade das escolas perante a comunidade educativa. Em Inglaterra, as escolas

têm tido maior autonomia de gestão e tomada de decisão nos processos educativos. A

responsabilidade do diretor da escola deve ser assegurada pelos governadores da escola,

através da autoavaliação e da gestão do seu desempenho. No caso da Inspeção de

OFSTED, é assegurada às escolas uma avaliação externa que garante a

responsabilização, mediante julgamentos claros e avaliativos.

Em termos de campos a apreciar pelo OFSTED, o orador destacou, a título de

exemplo, a eficiência da escola, o planeamento financeiro, o ensino e o uso de recursos

de aprendizagem, a amplitude, o equilíbrio e relevância do currículo da escola, a

qualidade do acesso e oportunidade. Referente aos HT, o Dr. AG apresentou um gráfico

acerca da eficácia da liderança e gestão dos processos educacionais, com resultados

positivos no que respeita à liderança do HT e dos outros atores educacionais, eficácia na

gestão do ensino e na governança escolar. No caso do relatório de avaliação são

considerados os seguintes elementos: 1) Liderança e visão geral; 2) Gestão do currículo;

3) Gestão de ensino e aprendizagem, incluindo a monitorização do ensino,

desenvolvimento profissional e de gestão de desempenho; 4) Impacto de gerentes de

nível médio 5) O papel e o impacto dos governadores e 6) As influências externas,

incluindo consultores e ligações com outras escolas.

Passando para o momento do debate, muitos foram os comentários/perguntas à

exposição do Dr. AG, todos referentes ao relatório de avaliação produzido por

OFSTED. Em resposta às questões sobre o relatório, foi mencionado que o mesmo

incide na definição de prioridades que a escola deve adotar, mas não profere como

devem fazê-lo, sendo que o modo como põem em prática as suas ações fica à

responsabilidade da escola. Refere, também, que o foco de avaliação dos inspetores está

mais direcionado para gestão da escola. Ainda ao nível do relatório, interpelou-se a

existência de contraditório, ao que foi respondido que o feedback está normalmente em

concordância com a opinião dos atores das escolas e que a escola recebe o projeto

17

Organização para a Cooperação Desenvolvimento Económico (OCDE).

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relatório, não o final, para poder opinar acerca das evidências expostas pelos inspetores

resultantes das visitas. Quanto à equipa de inspetores, esta é constituída em função da

dimensão da escola, deixando-nos um exemplo: para uma escola com aproximadamente

1000 alunos realizam-se dias de visita para uma equipa de quatro inspetores. Na

formação da equipa, existe um elemento que chefia o grupo de inspetores, sendo que

existe outro elemento que é diretor de escola. Em relação aos instrumentos de trabalho,

a equipa de avaliação tem acesso às fontes nacionais de dados que dão conta do

progresso das escolas. Adicionalmente, as avaliações das aulas são feitas pelos HT que

posteriormente fornecem os relatórios conclusivos à equipa de inspetores e que, por sua

vez, analisa em função dos critérios que seguem na avaliação.

Durante a manhã, aquando do intervalo, acresce salientar que estivemos a indicar

aos participantes as respetivas localizações da faculdade, nomeadamente as casas de

banho e os bares, função que nos foi solicitada para realizar ao longo do dia da

formação. Em todos os painéis, estivemos, também, a preparar a sala com os copos e

águas em função do número de oradores. Ainda antes de sair estivemos a compor a sala,

pouco antes de sairmos para o almoço às 13:00.

Quando voltámos, perto das 14:30, continuámos a sessão com a Dr.ª TJ,

moderadora deste painel, que começou por agradecer aos oradores presentes, referindo

que este painel é dedicado ao relato de experiências profissionais, com enfoque

específico na liderança das escolas.

A Dr.ª HC, trouxe-nos uma apresentação sobre a atividade WSI, da qual é

coordenadora, mencionando que valorizam bastante a componente da autoavaliação das

escolas e que o domínio da liderança, nesta atividade, é um domínio que se dilui por

uma série de campos de avaliação que avalia a direção como equipa. Mais acrescenta

proferindo que não se destaca a figura do líder nas EE, surgindo apenas o conceito de

liderança implicitamente na avaliação das EE. Neste caso, em particular, a atividade

WSI está mais interessada em obter evidências resultantes da gestão da direção,

enquanto equipa de trabalho da escola. Contudo, cada elemento é avaliado

individualmente pelo Secretário-Geral das EE.

Na avaliação que realizam à direção da escola, destacando em breves linhas, os

domínios contemplados são: a) Administração e Organização – avaliação incidida na

gestão da escola e na consonância dos professores com o papel pedagógico e ensino da

escola; b) Desenvolvimento do Espírito Europeu – importância de garantir o

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desenvolvimento de um contexto europeu tendente a promover a compreensão e

respeito mútuo pela diversidade num ambiente marcado por diversas culturas e também

de garantir a identidade cultural do aluno; c) Recursos Humanos, Financeiros e

Materiais – enfoque na gestão eficiente dos recursos humanos, financeiros e materiais e

no ambiente físico que deve ser adequado ao ensino e aprendizagem dos alunos; d)

Implementação e desenvolvimento de um sistema de controlo da qualidade – garantia

do pleno funcionamento de processos de autoavaliação da escola e do desenvolvimento

de metas e planos de ação que permitam à escola progredirem.

O Dr. JP seguiu com a apresentação sobre a Avaliação da Liderança Escolar

resultante de um workshop em que esteve presente na Sérvia. Apresentou algumas notas

pessoais, salientando que: 1) a generalidade das inspeções dos países que estiveram

presentes na formação não tem implementado um sistema direto de avaliação das

lideranças; 2) a avaliação das lideranças advém de uma avaliação externa às escolas

com dimensões próprias para avaliar a liderança; 3) “Teacher’s Leadership” refere-se à

ideia que está no cerne do desenvolvimento da organização, tal como a liderança de

topo, neste caso o professor como líder na sala de aula e em grupos de professores; 4) a

liderança não está apenas presente nas estruturas e hierarquias da escola, também, se

encontra presente na ação diária dos professores, manifestada mediante a mobilização

de outros membros educativos e a participação em ações inovadoras; 5) o enfoque do

desenvolvimento da escola deve direcionar-se para a qualidade do trabalho dos

professores e na sua contribuição para a reforma do sistema escolar; 6) a capacidade de

liderança deve ser desenvolvida por todos os profissionais da educação para intervirem

como agentes de mudança na escola; 7) a qualidade dos docentes revela-se fulcral para

o ensino-aprendizagem mas também para a concretização da liderança na escola; 8) o

diretor deve apresentar-se como facilitador das práticas de liderança no contexto

escolar; 9) a qualidade das lideranças intermédias deve estar no seio da atividade

inspetiva, no âmbito da avaliação; 10) a prestação de contas é referenciada pelo orador

como “pré-condição para o desenvolvimento da eficiência/eficácia das organizações

escolares”.

Para o Dr. JP, uma escola de qualidade deve possuir: qualidade da liderança (não só

do diretor, mas também das estruturas intermédias), qualidade dos serviços de

psicologia e pedagogia, professores de elevada qualidade, envolvimento em diversos

projetos, cooperação com os encarregados de educação e restante comunidade, sentido

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de comunidade e liderança para o futuro. Para assegurar que uma escola tem qualidade,

o orador menciona que esta deve fazer ouvir a voz dos professores e alunos, aperfeiçoar

os programas de desenvolvimento de capacidades, fomentar a partilha de boas práticas

relacionadas com o trabalho em sala de aula e com as novas tecnologias, desenvolver

mecanismos de sustentabilidade da liderança na escola, incrementar estruturas de apoio

às áreas de trabalho escolar, aplicar o conceito de avaliação tanto na teoria como na

prática e “estandardizar os métodos, critérios e formação para avaliadores”. Já no

término da sua apresentação, aludiu que se espera nas escolas lideranças competentes

que respondam com qualidade, eficiente e democrática, às mutações dos diferentes

contextos da sociedade, garantindo um modelo de liderança que assegure o

desenvolvimento contínuo da escola e a qualidade do ensino-aprendizagem.

Seguiu-se a apresentação da Dr.ª L, resultado de um simpósio – Excellence,

Equality and Equity: Improving the Quality of Education for all – realizado na Suíça,

entre 2 a 4 de setembro. A sua apresentação recaiu na abordagem às perceções dos

docentes sobre as características dos diretores, das quais, se destacam: solidários,

organizados, acessíveis, conhecedores e respeitosos. Enquanto solidários, os diretores

apoiam imparcialmente a equipa de trabalho, os alunos e os encarregados de educação.

Como diretores organizados e acessíveis são líderes de várias equipas no contexto

escolar, priorizando as tarefas, conforme o trabalho a realizar, e demonstram

recetividade e abertura no acolhimento de novos membros na escola. Também devem

ser qualificados academicamente, conhecedores das atividades diárias das escolas e

possuir know-how para resolverem problemas que surjam no âmbito escolar. Por último,

têm de ser respeitadores e agir em conformidade e equidade com todos os agentes

educativos.

No que respeita às dinâmicas de liderança colaborativa – numa gestão em tempos

de mudança – a oradora referenciou a importância de existir um esforço da comunidade

educativa para alcançar uma liderança colaborativa, atendendo aos diversos atores,

atividades e contextos da escola. Segundo a Dr.ª L, a liderança colaborativa consiste

“num processo aberto, complexo e adaptável” contemplando “um sistema fluido sem

limites explícitos”. Num discurso ancorado à liderança pedagógica nas escolas,

apresentou dez elementos que designa de “chaves”, a saber: polifonia, interação,

experiência, flexibilidade, compromisso, responsabilidade, negociação, tomada de

decisão, controlo baseado na confiança e avaliação.

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Recorrendo às suas notas pessoais, provenientes do simpósio assistido, destacou

que a liderança constitui um trabalho intelectual complexo e difícil, onde a reflexão e a

diferenciação no modo de pensar são elementos-chave. Assume que a organização e a

priorização, num trabalho de liderança pedagógica, revelam-se fundamentais na ação

diária do líder, sublinhando, simultaneamente, a dificuldade demonstrada pelos

indivíduos no momento de avançar e pensar produtivamente. A inspetora prossegue

com alguns apontamentos sobre a aprendizagem da liderança em relação ao trabalho

complexo que se estabelece e na importância de existir processos de coordenação e

planeamento, articulados com flexibilidade, num cenário muito ambíguo. Considera,

nesse sentido, que a aprendizagem da liderança é dinâmica, evolutiva, pessoal e, ao

mesmo tempo, coletiva. Finalmente, alusivo aos temas que aparecem subjacentes à

aprendizagem da liderança, expõe a autoavaliação e o autoconhecimento como temas

centrais da liderança, a aprendizagem pessoal alicerçada ao desafio e apoio de outros

profissionais e, por último, o desenvolvimento dos líderes como agentes de mudança

que se coaduna com princípio moral, aptidão de resposta cultural, disponibilidade para

aprender, capacidade de construir e compreensão do papel do diretor.

Seguiu-se a mudança de painel, cujo tema central concentrou-se no impacto das

lideranças no quotidiano da escola. Para dar início à exploração deste tema, o diretor do

AE C procedeu a um breve enquadramento do estabelecimento escolar que representa,

expondo seguidamente o impacto que a liderança exerce sobre as práticas educativas,

incindido na gestão da atividade pedagógica do agrupamento. Nesse sentido, mostrou

quatro eixos de atuação prioritários na ação educativa da escola, a saber: 1) Melhoria

das Aprendizagens; 2) Prevenção do abandono, absentismo e indisciplina; 3) Gestão e

Organização e 4) Relação Escola/Famílias e Comunidade. Conforme o diretor, a linha

de atuação da escola, atendendo ao processo de liderança e monitorização da ação

educativa, consubstancia-se com a comunidade para alcançar a visão da escola e na

procura de respostas à questão: como devem ser vistos pelos agentes educativos?;

aprendizagem e crescimento no sentido de sustentar a intervenção escolar para

alcançarem os objetivos e a missão que prosseguem; processos internos alicerçados na

satisfação da comunidade, cuja questão essencial é compreenderem em que processos

devem sobressair; e resultados, vislumbrando o sucesso, tendem a explorar como devem

surgir diante da comunidade educativa. Seguindo esta linha condutora, que se coaduna

com os eixos supramencionados, o diretor alude à motivação dos alunos para o sucesso,

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à mobilização dos pais e encarregados de educação, à envolvência do pessoal não

docente e ao apoio e motivação dos professores, como estratégias de ação educativa.

Quanto ao impacto da avaliação externa no exercício da liderança de topo, o diretor

referenciou que o avalia, mediante uma análise SWOT18

, em consideração aos pontos

fortes, fracos, ameaças e constrangimentos e oportunidades. Na valorização das

lideranças na escola, o orador também revelou a importância do amigo crítico, um

perito externo, que apoia a atuação da escola; o observatório da escola, em relação à

constituição de equipas coesas e organizadas pela avaliação externa; a construção de

planos de melhoria que se traduz num processo de intencionalidade educativa para a

escola; o compromisso escolar gerido por metas; a discussão sistémica de partilha

intraescola e o trabalho em equipa, com a participação em microrredes escolares. No

seguimento da valorização da liderança na escola, a gestão pedagógica integrada deste

AE envolve, necessariamente e por um lado, a gestão do percurso escolar do aluno, em

relação ao currículo, ao enriquecimento curricular e extracurricular, numa vertente de

valorização da dimensão pedagógica e, por outro lado, a gestão de recursos e de tomada

de decisão que se circunscreve, a primeira, aos recursos humanos, financeiros, entre

outros e, a segunda, a uma gestão participada e fundamentada pelos princípios e missão

escolar. Finalmente, no acompanhamento das práticas pedagógicas, é realizada uma

monitorização alicerçada na regulação pelos resultados, na melhoria contínua e na

recolha de evidências que, simultaneamente, também surgem como mecanismos de

prestação de contas às entidades externas de avaliação do estabelecimento escolar. Por

último, esclareceu os presentes acerca de uma ferramenta de gestão pedagógica utilizada

pelo agrupamento, que dá acesso a uma série de ações, por exemplo, à gestão da

turma/do aluno (individualmente) e dos conteúdos, ao planeamento das disciplinas, à

estruturação e acesso aos planos de turma, entre outras.

Ainda dentro deste tema, seguiu-se a coordenadora de diretores de turma do AE

AB que, à semelhança do orador anterior, fez uma sumária contextualização do AE que

representa, em relação à sua organização pedagógica. Sendo uma escola que encontra

uma linhagem muito (de)marcada pelos cursos profissionais, a coordenadora fez

questão de abordar algumas ações que conduzem as práticas pedagógicas da escola,

nomeadamente, a revisão do regulamento dos CP, a recuperação de módulos não

concluídos, a alternação dos instrumentos de avaliação, a valorização do saber estar nos

18

Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats.

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critérios de avaliação e a sinalização atempada, com recurso a serviços internos e

externos à escola, como o Serviço de Psicologia e Orientação (SPO), a Tutoria e a

Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ). Atinente à avaliação externa, a

coordenadora salientou que a ação levada a cabo pela IGEC tem conduzido à melhoria

da prestação do serviço educativo, mediante o plano de acompanhamento da ação

educativa e a identificação dos pontos fortes e áreas de melhoria da escola. Mais

concretamente, em relação ao plano de acompanhamento, foi essencialmente valorizado

este instrumento de trabalho para o contexto educativo desta escola, ressalvando

também o apoio dos inspetores no planeamento estratégico, na definição de metas, na

monitorização e na interligação entre as lideranças intermédias. Das metas estabelecidas

no plano de acompanhamento deste agrupamento, entre as quais, por exemplo, o

envolvimento dos diretores de turma, pais/encarregados de educação e docentes, a

execução do programa de tutorias, o envolvimento e implicação dos alunos e a

coadjuvação de aulas, a coordenadora referiu que a maioria das metas foram atingidas

ou superadas pelo AE. Daqui depreendeu-se, uma vez mais, a importância do plano de

acompanhamento e das ações realizadas pela IGEC, na monitorização e apoio ao

trabalho que se estabelece como fundamental nas escolas. Quanto à liderança nas

escolas, finalizando a sua apresentação, a coordenadora focou-se essencialmente nas

características inerentes aos profissionais da educação, como a autonomia, o

humanismo, a assertividade, a gestão de conflitos, a capacidade de adaptação à mudança

e a abertura a novas ideias.

O segundo painel, dedicado ao tema das lideranças na escola, recebeu três

representantes do AE AR – coordenadores de departamento do 1.º ciclo e de

Matemática e Ciências Experimentais e de Expressões. Numa abordagem sucinta,

explicaram os efeitos da avaliação externa na liderança do AE AR, relativamente ao

fortalecimento da ação da escola em paralelo com a mudança, à autoavaliação

desenvolvida pela escola, à priorização do que se identifica como ações primárias na

escola, à mudança nas dinâmicas pedagógicas, à adequação das metodologias de

trabalho e à monitorização constante e sistemática das ações educativas. Em

continuação ao exposto, os oradores expuseram algumas ações desenvolvidas no 1.º

ciclo, destacando: as permutas (realizado no 3.º e 4.º anos), a coadjuvação, os testes

intermédios (internos à escola) e a “ação ler num minuto”. Acrescentaram, também, que

no 2.º e 3.º ciclos e no ensino secundário, são desenvolvidas assessorias de Português e

Matemática (neste caso apenas no 2.º ciclo), turmas de perfil (apenas do 5.º ao 8.º ano),

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oficina consigo a Português e Matemática (especificamente para o 7.º e 8.º anos),

reforço curricular nas disciplinas de exame e coavisão/supervisão pedagógica. Outras

ações foram igualmente destacadas pelos coordenadores, como a consciência fonológica

para a EPE e 1.º ciclo, reuniões entre os 1.º e 2.º ciclos em cada período, workshops

pedagógicos, conselhos de turma por ano e reuniões de departamento disciplinar por

ano/ciclo. Para a concretização da missão da escola, mencionam a importância do

exercício das competências de liderança, de assumir o compromisso e as próprias

responsabilidades das lideranças intermédias, de obter um conhecimento da realidade e

do contexto educativo e de exercer um trabalho/projeto de escola partilhado e apoiado

por todos os profissionais educativos. Para tal, a emergência de lideranças eficientes são

essenciais para criar boas dinâmicas que conduzam à melhoria nas aprendizagens dos

alunos e, consequentemente, ao sucesso escolar, tal como aludem na apresentação.

Após um breve intervalo, o término da formação este a cargo da Dr.ª LL e do Dr.

JB – da DGEEC – que presentearam os intervenientes da IGEC com o seguinte tema:

“Modelos para comparação estatística dos resultados académicos em escolas de

contexto análogo” e “Modelos para análise da progressão académica dos alunos em

escolas básicas e secundárias”. O início deste painel foi apresentado pela Dr.ª LL que

salientou o desfasamento temporal de dois anos na comparação estatística dos alunos e

que afeta a AEE, tema debatido recorrente na IGEC. Recorreu ao documento dos

modelos para a comparação estatística, indicando que as variáveis se mantêm em

2015/2016, verificando o valor esperado através da regressão linear múltipla e

sublinhando algumas mudanças em relação à variabilidade da observação dos resultados

escolares das diversas unidades orgânicas.

O Dr. JB deu continuidade à sessão com a apresentação dos indicadores estatísticos

disponíveis no site InfoEscolas19

: 1) demográficos – número de alunos por ano

curricular e distribuição dos alunos por idade e sexo 2) acerca do desempenho da escola

– “indicador da progressão dos alunos entre o 6.º ano e o 9.º ano, a taxa de retenção ou a

desistência dos alunos, indicador dos resultados no 9.º ano em contexto e indicador da

promoção do sucesso escolar”. De seguida, procedeu a uma breve exibição dos gráficos

destes quatro indicadores supracitados, relacionados com os indicadores de desempenho

da escola. Incidindo um pouco mais no indicador da promoção do sucesso escolar,

referenciou que indica a percentagem de alunos que obtiveram positiva nos exames do

19

http://infoescolas.mec.pt/

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9.º ano, após um percurso sem retenções nos 7.º e 8.º anos. Prossegue dizendo que o

indicador mede a diferença entre os resultados dos alunos da escola e face à média

nacional para os alunos com nível anterior semelhante. É um indicador que por si só

tem, também, em conta o nível académico dos alunos e que compara com discentes que

possuam um desempenho escolar semelhante aos alunos que a escola recebeu

precedentemente. Em abordagem aos rankings, nesta perspetiva, apresentam estímulos

algo distorcidos: por um lado se as escolas e colégios evitarem a matrícula ou

permanência dos alunos com dificuldades; e por outro lado, se as escolas e colégios

evitarem que os alunos que possuem dificuldades realizem os exames nacionais. No

entanto, o Dr. JB inferiu que este indicador controla o nível escolar dos alunos, à

entrada do ciclo, sendo que um percurso que manifeste retenções se exclui de um

percurso que tenha sucesso.

No final da apresentação foram lançadas e discutidas com os presentes duas

questões: a) como podemos melhorar o futuro?; b) do ponto de vista da IGEC, que outra

informação seria interessante apresentar? e c) discutida a dificuldade da DGEEC em

obter informação do 1.º ciclo, no que respeita à comparação das escolas não ser possível

controlar o nível de alunos à entrada do ciclo em cada escola, uma vez que não existem

exames precedentes para estes alunos.

A formação terminou pelas 18:00 e saí depois da organização do espaço, pelas

18:30.

Reflexão Pessoal

A participação nesta ação de formação interna de AEE permitiu-me, primeiramente,

tomar contacto com os diversos temas explorados na sessão. Destaco, essencialmente, a

apresentação do inspetor de OFSTED que me possibilitou conhecer com maior

pormenor o sistema de inspeção de Inglaterra. Além disso, o tema dominante desta

formação foi, sem dúvida, a dimensão da liderança das escolas, o que me permitiu estar

a par das diversas perspetivas sobre a valorização desta dimensão no contexto

pedagógico e organizacional das escolas. A este nível, é de destacar a importância que a

IGEC tem vindo a atribuir à reflexão e à aquisição de conhecimento no âmbito das

lideranças intermédias escolares e do papel do professor como líder, muito também

porque a liderança se estabelece como um dos domínios em análise no quadro de

referência da AEE.

Dia 33 – Quarta-feira, 11 de novembro de 2015

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Hoje, quando cheguei à IGEC, por volta das 10:15, voltei a tratar dos questionários

de satisfação dos AE, com avaliação externa prevista para 19 de novembro. Dado o

caráter urgente desta tarefa, estive a manhã inteira a exportar os resultados dos

questionários para os ficheiros em Excel. Acabei uma escola, pelas 11:45 e de seguida

procedi à digitalização dos comentários com a opção de envio para o Dr. H, a Dr.ª. L e a

Dr.ª AG a fim de serem remetidas às equipas de avaliação. Também comecei o

tratamento de uma nova escola, mas não a terminei, pelo avançar das horas. Deixei

apenas por terminar os questionários aos pais do ensino básico e secundário desta escola

para quinta-feira.

A Dr.ª L informou-nos, também, a propósito das duas escolas que iniciariam a AE

mais tarde, que deveríamos realizar o tratamento de todas escolas, uma vez que a

situação já estava a ser resolvida.

Saí pelas 13:30.

Reflexão Pessoal

Hoje como trouxe o computador consegui adiantar mais trabalho, analisando por

completo os questionários de uma escola e dando início ao tratamento de outra unidade

escolar. Apesar do trabalho moroso e cansativo está a ser gratificante experienciar a

exportação dos resultados dos questionários enviados aos pais da EPE e ensino básico e

secundário, por constituir uma tarefa contemplada nas funções de um Técnico Superior

de Educação e Formação.

Dia 34 – Quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Hoje cheguei à IGEC pelas 10:10. Estive a manhã inteira a tratar dos questionários,

sendo que o procedimento se têm vindo a repetir ao longo desta semana: 1) exportação

dos dados dos Q3 e Q4 para o Excel e 2) digitalização dos comentários para posterior

envio às equipas de avaliação.

Hoje terminei os questionários Q4 da escola que iniciei ontem e tive oportunidade

de tratar os resultados do Q3 de uma nova escola, deixando por terminar os

questionários Q4 referentes à mesma.

Por forma a terminar o conjunto de questionários desta AEE, combinámos com a

Dr.ª L que na segunda-feira ficaríamos o dia todo, também porque a avaliação terá

início no dia 19 de novembro. Também se estabeleceu que quarta ou quinta-feira

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teríamos o dia de folga para compensar as horas extraordinárias feitas nas últimas duas

semanas.

É de salientar ainda que, durante toda a manhã, foi possível observar algum

alvoroço no piso da EMEE com a presença da Dr.ª FA e outros colaboradores da IGEC

em reuniões de trabalho.

Saí pelas 13:10.

Reflexão Pessoal

Apesar da quantidade de trabalho surgida nestes últimos dias, é de relevar que entre

as três tem sido muito mais fácil transpor os dados dos questionários das escolas que

iniciarão a avaliação externa em novembro. Na segunda-feira espero terminar as

restantes escolas que estão por tratar para dar por concluída esta tarefa.

Dia 35 – Segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Cheguei à IGEC pelas 10:10. Conforme o combinado com a Dr.ª L, hoje procedi à

finalização da exportação dos resultados dos questionários para os ficheiros Excel.

Terminei os questionários relativos aos pais do ensino básico e secundário de uma

escola do Centro, que tinha deixado por fazer na quinta-feira, e também dei início (pelas

13:00) aos questionários de uma escola da zona Sul, tendo terminado a sua análise às

16:00. Também fiz a digitalização dos comentários referentes aos questionários de

satisfação das escolas tratadas.

Neste dia fez-se notar a ausência do Dr. H que esteve presente numa reunião no

edifício da IGEC, tal como a Dr.ª L que a partir das 14:30 também se encontrava numa

reunião. Deixou-nos entregues à Dr.ª MP, para eventuais dúvidas ou questões emergidas

desta tarefa.

Saí pelas 16:20.

Reflexão Pessoal

Hoje terminámos o tratamento dos resultados dos questionários, deixando

terminada esta tarefa que se refere à AEE de novembro. O balanço que faço da sua

realização é bastante positivo, por permitir contribuir, ainda que minimamente, para a

realização da AEE. O tratamento dos questionários foi uma atividade que me permitiu

desenvolver competências ao nível da análise de informação, do planeamento e

organização, da orientação para resultados, da responsabilidade, da autonomia e

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capacidade de iniciativa, de adaptação e resolução de problemas, de coordenação e

priorização de tarefas e de trabalho em grupo.

Dia 36 – Quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Para compensar as horas extraordinárias que temos vindo a fazer nas últimas duas

semanas, pedimos por email ao Dr. H que nos dispensasse a passada terça-feira, também

para adiantarmos alguns pontos referentes ao relatório de estágio.

Hoje, quando cheguei à IGEC pelas 10:10, fui informada que deveria seguir para a

ATI Sul, para continuar o trabalho que tenho vindo a desenvolver nesta área. A Dr.ª FA

colocou-me a par da situação das respostas aos emails por parte dos peritos externos,

pelo que a minha tarefa, durante manhã, foi essencialmente (re)atulizar a base de dados

dos peritos, discriminando os que estão disponíveis para participar na AEE 2016 e

acrescentando os novos docentes que reiteraram o seu interesse em participar neste

processo.

Quando terminei esta tarefa, perto das 12:10, comecei a organizar, por pastas, as

sínteses curriculares dos peritos, por Universidade/Instituto Politécnico, que me tinham

sido enviadas durante a semana de 2/11 a 5/11 pela Dr.ª FA. Apesar de me ter sido

pedido apenas que imprimisse as fichas curriculares dos peritos, achei por bem

organizar primeiro os documentos e, posteriormente, verificar quais os docentes que já

tinham a síntese curricular impressa e guardada no dossier. Deixei para realizar amanhã

as impressões dos referidos documentos.

Já perto das 13:00, estivemos reunidas com o Dr. H que nos fez um ponto de

situação em relação à sua futura presença na IGEC. Começou por nos dizer que dia 30

de novembro irá tentar estar na organização para acompanhar o nosso trabalho e

voltarmos a reunir e que, depois desta data, só estará na organização no dia 15 de

dezembro. De qualquer modo, frisou que está disponível para ser contactado por email,

no caso de querermos entrar em contacto por qualquer questão. Também nos disse que

dia 14 de dezembro realizar-se-á a 2.ª parte da formação dos inspetores sobre as

questões da liderança, com as Professoras Doutoras Estela Costa e Marta Almeida e que

estamos convidadas a participar.

A Dr.ª L que, também esteve presente nesta reunião (durante 15 minutos), disse-nos

que na terça-feira irá reservar parte da manhã para reunirmos e fazermos um ponto de

situação em relação ao estágio e ao relatório. Antes de sair, a Dr.ª L proferiu que

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amanhã tínhamos o dia de folga para aproveitarmos para descansar ou trabalhar no

relatório de estágio.

Referindo-se a estas três/quatro semanas que passaram, o Dr. H interpelou-nos

acerca da tarefa dos questionários, solicitando a nossa opinião sincera. Apesar de ser

uma tarefa morosa, dissemos que tínhamos gostado de realizá-la e que, no fundo, faz

tudo parte do processo (desde preparar amostras, questionários até à abertura e posterior

tratamento dos mesmos). Adicionalmente perguntou se tínhamos sugestões de tarefas

que gostássemos de desenvolver na IGEC e questionou também o que é que eu tenho

vindo a fazer na ATI Sul. Além de explicar que estou a trabalhar os ficheiros dos peritos

externos e que também já tinha estado a trabalhar com o ficheiro da AEE 2016,

aproveitei para expor uma questão relacionada com o GestIGEC. Mencionei que

durante as primeiras semanas estive a aprender a manusear o sistema e que tinha tido

oportunidade de experimentar, no computador da PT, com a sua supervisão. No entanto,

desde essa altura que nunca mais pude estar em contacto com o sistema e senti que tinha

aprendido a utilizar um programa que não vou usar durante o meu estágio. O Dr. H

disse-me para não me preocupar que ele próprio irá certificar-se que todas nós vamos

utilizar o sistema.

Falou-nos ainda da possibilidade de participarmos numa avaliação externa, no meu

caso e no da Patrícia na margem sul, reforçando a questão de não podermos participar

em avaliações externa que se realizem em AE que já tivéssemos frequentado. Por fim

questionou-nos acerca dos nossos projetos, percebendo em que direções nos

encontramos a caminhar, para que mesmo à distância nos possa proporcionar algum

acompanhamento.

Saí pelas 13:40.

Reflexão Pessoal

Estas pequenas reuniões de ponto de situação são fulcrais, pois permitem evidenciar

dificuldades sentidas (a todos os níveis), expor opiniões em relação ao trabalho

realizado na IGEC e obter feedback das tarefas efetuadas. São reuniões que se revelam

muito importantes pelo acompanhamento que é proporcionado ao trabalho académico,

ao nível do relatório de estágio, e ao trabalho profissional que desenvolvo diariamente

na IGEC. Permite-me perspetivar as competências de trabalho que tenho vindo a

desenvolver com a participação nas atividades da Inspeção, quando nos fazem refletir

acerca das dificuldades sentidas e nos dão feedback do trabalho realizado. A nível

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profissional, sinto que é muito importante esta supervisão, uma vez que me estimula na

consolidação e desenvolvimento de competências de trabalho. Acresce (re)afirmar que

há bastante preocupação da parte do Dr. H e da Dr.ª L, não só com o nosso percurso do

estágio - em termos de tarefas a efetuar e em relação a formações a frequentar - mas

também ao nível do nosso relatório - mais concretamente quanto aos temas do projeto

de investigação.

Dia 37 – Segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Quando cheguei à IGEC, pelas 10:15, segui diretamente para o 5.º andar com o

intuito de falar com a Dr.ª L acerca do local onde iria permanecer hoje. Tive a indicação

que os dados das escolas que serão alvo de avaliação externa em janeiro ainda não

tinham chegado, pelo que a Dr.ª L pediu-me que continuasse o trabalho que estava a

desenvolver no âmbito da ATI Sul. Também me disse que estaria numa reunião da parte

da manhã e que só à tarde é que saberia novidades sobre os dados das escolas.

Em jeito de continuação do trabalho dos peritos externos, a Dr.ª FA encarregou-me

de organizar o dossier das sínteses curriculares, abrangendo: 1) a organização dos

separadores do dossier por faculdade/universidade/instituto e 2) a impressão das

sínteses que não constavam no dossier dos anos precedentes. Estive, também, a fazer a

verificação dos docentes que efetivamente reiteraram o seu interesse em participar na

AEE para que constem no dossier as suas informações curriculares. Para o efeito e

utilização própria, criei uma base de dados de controlo às sínteses curriculares já

impressas e arquivadas no dossier. Estive, assim, debruçada na organização de sínteses

de cinco universidades.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Não consegui terminar o trabalho hoje, dado o número elevado de peritos externos

que colaboram anualmente com a IGEC. Devo salientar, ainda, que estou a gostar

imenso de realizar esta tarefa por estar a desenvolver competências relacionadas com a

organização e gestão do trabalho, procedendo à criação de um instrumento de

organização que me permite verificar e controlar todo o trabalho realizado.

Dia 38 – Terça-feira, 24 de novembro de 2015

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Cheguei à IGEC às 10:00. Para hoje tínhamos marcada a reunião de

acompanhamento dos trabalhos de investigação referentes aos relatórios de estágio com

a Dr.ª L. Estivemos em reunião, cerca de 45 minutos, onde foram abordados os

seguintes pontos, de modo sucinto:

o Os prazos de entrega da primeira parte da caracterização da organização;

o A organização e a consulta de documentos para efetuarmos a caracterização da

IGEC;

o O ponto de situação em relação ao desenvolvimento dos trabalhos;

o Os temas dos projetos de investigação e o modo como podemos começar a

incidir na sua elaboração.

No caso do meu projeto, no âmbito da EPE, pedi que me disponibilizassem

documentos de caracterização da atividade de acompanhamento deste nível de ensino,

podendo assim enquadrar inicialmente a atividade. A Dr.ª L, a este respeito, disse-me

que a atividade de acompanhamento dos JI da rede privada é uma competência da IGEC

e explica-se pela crescente expansão da rede da educação pré-escolar, tanto a nível

público como privado, enquadrada na Lei-Quadro da Educação Pré-Escolar de 1997.

Também me referenciou que a rede nacional da EPE surge para garantir uma resposta

educativa congénere a todas as crianças do país. Quanto à atividade em si dos jardins-

de-infância, frisou que o programa foi construído com base na lei supracitada e

referenciou-me, ainda, que a ação da IGEC direciona-se para as Instituições Particulares

de Solidariedade Social (IPSS) por existir financiamento do Estado, com incumbência

da IGEC para um trabalho de acompanhamento/regulação da educação. Por último,

mencionou que a Dr.ª IS, autora das orientações curriculares, deu o seu contributo para

o desenvolvimento desta atividade.

Terminada a reunião, a Dr.ª L e a Dr.ª MP disponibilizaram-me livros referentes à

EPE para um contacto mais aprofundado ao tema. Os livros disponibilizados, editados

pelo Ministério da Educação (ME), foram: 1) Legislação da Educação Pré-Escolar; 2)

Orientações Curriculares; 3) Organização da Componente de Apoio à Família e 4) A

Educação Pré-Escolar e os Cuidados para a Infância em Portugal.

Pelas 11:00 demos início à segunda fase da elaboração das amostras referentes à

avaliação das escolas do Norte, para posteriormente prepararmos os questionários dos

pais da EPE, ensino básico e secundário. Neste dia, selecionei amostras de três escolas.

Saí pelas 13:10.

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Reflexão Pessoal

A conversa com a Dr.ª L sobre o meu projeto de investigação permitiu-me,

novamente, explanar o tema de estudo e objetivos que pretendo seguir no decurso da

minha investigação. A este nível, senti-me bastante apoiada pela Dr.ª L que demonstrou,

num primeiro momento, interesse e preocupação com o nosso projeto e, num segundo

momento, disponibilização na entrega de materiais de estudo e de apoio ao relatório.

Dia 39 – Quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Hoje cheguei às 10:15 à IGEC e estive toda a manhã a selecionar as amostras de

cinco escolas do Norte e uma da ATI Sul, a partir dos dados que vão chegando das

escolas que serão intervencionadas em 2016. O processo de preparação da amostra é

realizado do mesmo modo que se procedeu para a avaliação das escolas precedentes.

Quando procedi à elaboração da amostra de uma escola do Sul, verifiquei que os

dados não estavam percetíveis, apresentando a totalidade dos alunos por ano e não

discriminando os mesmos por turma, pelo que fui expor esta questão à Dr.ª FA que

ficou de resolver a identificação destes dados com a escola.

Saí pelas 13:05.

Reflexão Pessoal

Considero que o dia foi bastante proveitoso com a preparação das amostras da AEE

que terão início em janeiro 2016. Estamos já a trabalhar, também, em amostras de

escolas que só serão avaliadas em fevereiro e março 2016 para adiantar o trabalho e

deixarmos o dossier todo preparado e devidamente organizado.

Dia 40 – Quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Hoje, quando cheguei à IGEC, pelas 10:15, a Dr.ª L deu-nos algumas

recomendações e teceu comentários atinentes ao trabalho da recolha das amostras que

temos vindo a realizar. Começou por realçar que o trabalho realizado da preparação das

amostras anteriores (do mês de janeiro referente às escolas do Norte) estava elaborado

corretamente, em função da metodologia utilizada. No entanto, alertou-nos para o facto

de em agrupamentos de grandes dimensões devermos escolher mais escolas, para a

amostra abranger um maior número de estabelecimentos de ensino. A título de exemplo

e em meu entendimento, num AE com 10 JI não cingir-nos a uma amostra de dois

estabelecimentos, mas mediante o resultado dos 20% do total dos alunos, selecionar três

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ou quatro JI Proferiu-nos, também, para começarmos a dar mais importância à

preparação das amostras das escolas da ATI Sul do mês de janeiro.

Uma vez que nos deparámos com a ausência dos dados das restantes escolas da ATI

Sul, comecei por dividir as amostras do Norte (de março a maio), por mim e pela minha

colega Patrícia, e deixámos todas as escolas preparadas, com as amostras feitas. Desta

vez, tomei atenção às indicações da Dr.ª L e alarguei, no caso dos AE de maiores

dimensões, a amostra a mais estabelecimentos de ensino, atendendo à percentagem de

alunos que deveria selecionar, em cada caso. Os estabelecimentos de ensino da ATI

Norte estavam preparados, apenas nos faltou transpor as amostras de cada AE para os

documentos em Word que oficializam as escolas e as respetivas turmas do agrupamento

que deverão responder aos questionários de satisfação.

Já no final da manhã, tivemos a conversar com a Dr.ª L sobre as escolas da ATI

Sul, no que respeita à urgência em realizar as amostras de janeiro para fazer sair os

questionários, o mais tardar no dia 7 de dezembro, visto que a Dr.ª L não estará na

IGEC na próxima semana.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Do dia de trabalho de hoje, apenas deixámos por elaborar as amostras no

documento Word, preparado para o efeito. Creio que na segunda /terça-feira essa tarefa

ficará completa, bem como daremos continuidade (assim que nos disponibilizarem os

dados) à seleção das amostras das escolas de janeiro da ATI Sul. Sinto que já começo a

lidar muito melhor com os timings de trabalho, em função do caráter mais ou menos

urgente das tarefas que nos vão sendo solicitadas.

Dia 41 – Segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Quando cheguei à IGEC, pelas 10:30, já sabia o plano de trabalho a cumprir para o

dia de hoje. A Dr.ª L tinha falado comigo na quinta-feira à tarde acerca da AEE da ATI

Sul, referente a janeiro, proferindo que trataria de imprimir as amostras que já estavam

realizadas e tratar das que ainda estavam por elaborar, pois os dados até à parte da

manhã de quinta ainda não tinham chegado. A nossa tarefa seria, assim, tratarmos de

contabilizar os questionários para os pais da EPE e ensino básico e secundário, tendo

em conta as amostras de janeiro da ATI Sul (a maior parte elaboradas pela Dr.ª L) e da

ATI Norte (todas tratadas pelas estagiárias).

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Num total de 12 AE, cada uma de nós tratou, individualmente, da preparação dos

questionários de quatro escolas. Como terminei perto das 12:00, pude ainda realizar

uma amostra de um AE da zona Centro, a ser avaliado em janeiro 2016.

Saí pelas 13:15.

Reflexão Pessoal

Considero que a contagem dos questionários, além de ser uma tarefa demorada,

exige elevada concentração e método de trabalho pelo número elevado de questionários,

quase sempre acima dos 200, que devem ser contabilizados e enviados aos AE

selecionados. É, assim, uma atividade que envolve uma enorme responsabilidade e que

nos obriga a tomar muita atenção ao número de questionários que devem ser enviados,

definidos na amostra, e preparar impreterivelmente esse número de questionários e os

envelopes que serão enviados posteriormente às escolas.

Dia 42 – Terça-feira, 01 de dezembro de 2015

Hoje cheguei à IGEC às 09:50. A pedido da Dr.ª MP, estive a tratar do documento

da amostra de uma escola do Centro, que tinha chegado ontem, documento este que

oficializa a amostra elaborada à priori.

A Dr.ª MP pediu-nos, também, para prepararmos os questionários (Q5), ou seja,

para os alunos do 1.º ciclo de três escolas que pertencem à ATI do Sul. Como já

tínhamos preparado estas escolas – do mês de janeiro – recorremos às folhas das

amostras para preparar o número exato de alunos do 1.º ciclo que serão inquiridos e

juntar estes questionários Q5 aos Q3 e Q4 já preparados.

Saí às 12:40.

Reflexão Pessoal

Com a tarefa dos questionários de satisfação ainda em mãos, estes últimos dias têm

servido para selecionar amostras, elaborar os documentos das amostras e contabilizar

questionários a enviar às escolas, respondendo assim às solicitações do momento, a

pedido de vários colaboradores da IGEC.

Dia 43 – Quarta-feira, 02 de dezembro de 2015

Quando cheguei à IGEC, pelas 09:50, liguei o meu computador pessoal, e como

não tinha os documentos base para tratar das amostras, estive durante quinze/vinte

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minutos a passar esses documentos do computador da IGEC para o meu computador.

Posteriormente, comecei a tratar do documento das amostras das escolas que serão alvo

de avaliação externa em fevereiro, da ATI Norte, tendo feito três escolas referente a este

mês. Também iniciei hoje a realização das amostras do mês de março da mesma área de

inspeção.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Foi um dia bastante produtivo, na medida em que temos adiantado todo o trabalho

(amostras de fevereiro e março) que nos tem vindo a ser solicitado, mas que não tem

carácter urgente de realização. Reforço, por isso, o trabalho em equipa que se estabelece

diariamente, na divisão de tarefas e apoio na consecução das mesmas, que nos permite

mais eficiência e eficácia na realização das atividades. Para amanhã prevejo a

continuação do trabalho que não foi possível terminar até à hora de saída.

Dia 44 – Quinta-feira, 03 de dezembro de 2015

Hoje cheguei à IGEC às 10:00. Estive a manhã inteira a tratar dos documentos das

amostras das escolas da zona Norte, do mês de março e abril, que serão alvo de

avaliação externa. No total procedemos à realização de sete amostras de escolas.

Saí pelas 13:30.

Reflexão Pessoal

Hoje consegui terminar as escolas do mês de março e deixar concluídas as escolas

que serão avaliadas em abril. Para segunda-feira, apenas deixei para fazer as escolas de

maio, concluindo a elaboração dos documentos das amostras da ATI Norte.

Dia 45 – Segunda-feira, 07 de dezembro de 2015

Neste dia, cheguei à IGEC às 10:15 e estive a organizar os documentos referentes

às amostras selecionadas precedentemente da ATI Norte, escolas que serão

intervencionadas em fevereiro, março e abril, ou seja, as que estavam já passadas a

computador. Fiz um registo das mesmas, com as minhas colegas, e posteriormente

enviámos à Dr.ª L.

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Mais tarde, a Dr.ª L trouxe mais documentos com os dados das escolas da AE de

2016, desta vez referentes a fevereiro I20

e fevereiro II21

, da ATI Sul e também dos

meses de fevereiro e março da ATI Centro. Nesse sentido, estive a selecionar as

amostras de três escolas de fevereiro I.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Estamos numa fase de adiantamento de trabalho dado o volume de escolas que

serão alvo de avaliação externa neste ciclo. É também uma forma de darmos

continuidade à tarefa dos questionários de satisfação, deixando todo o trabalho

preparado para sair da IGEC quando for o momento exato para isso. Adicionalmente,

creio que permite antever eventuais problemas que possam surgir, como o caso do

documento dos dados de uma escola do Sul que não estava discriminado por turma-

alunos, como foi pedido pela IGEC, o que motivou, necessariamente, a alteração da

parte da escola, demorando algum tempo na sua retificação.

Dia 46 – Quarta-feira, 09 de dezembro de 2015

Cheguei à IGEC às 10:10 e procedi à continuação do trabalho da seleção das turmas

a que serão aplicados os questionários de satisfação. Pude extrair as amostras de quatro

escolas da ATI Sul, referente ao mês de fevereiro I. Terminei assim a seleção das

amostras da avaliação que decorre no supracitado mês.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Uma vez terminada a seleção das amostras das escolas que serão avaliadas em

fevereiro (ATI Sul), passarei amanhã para a seleção das amostras das escolas da região

Centro. Esta organização é feita segundo a proximidade das datas de avaliação, dando

prioridade às avaliações que se desenrolem primeiro. Devo ainda sublinhar a autonomia

de trabalho que temos tido no decorrer da realização destas tarefas, denotando-se

confiança no trabalho que efetuamos diariamente, por parte do nossos coordenadores de

estágio. Além disso, reforço novamente, a importância da divisão de trabalho entre

todas que também tem sido um método eficaz na organização da nossa atividade diária.

20

Primeira avaliação do mês de fevereiro. 21

Segunda avaliação do mês de fevereiro.

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Dia 47 – Quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Hoje, quando cheguei à IGEC, pelas 10:10, voltei-me novamente para a tarefa da

seleção das amostras, desta vez da ATI Centro, referente às escolas que serão

intervencionadas em fevereiro e março. Deste conjunto, procedi ao apuramento das

turmas de três escolas (avaliadas em fevereiro) e duas escolas (avaliadas em março),

faltando-me a seleção da amostra de uma escola, cuja avaliação realizar-se-á em março.

A Dr.ª L pediu-nos também para procedermos à retificação da amostra de uma

escola do Norte que por lapso não enviou os dados corretos dos alunos que constituem o

universo da escola. Apesar de esta amostra estar concluída e arquivada, procedemos à

retificação dos dados que estavam incorretos, realizando a seleção das turmas, com base

nos novos dados enviados.

Pouco antes de sairmos, fizemos ainda uma reunião de balanço do trabalho

efetuado até hoje, com a Dr.ª L. As conclusões desta reunião são: 1) todas as escolas da

ATI Norte que serão avaliadas entre fevereiro e maio têm as amostras selecionadas e

estão também passadas para o documento que oficializa a amostras; 2) das escolas da

ATI Centro que serão avaliadas em fevereiro e março apenas temos a seleção das

turmas feitas (menos de uma escola de março), sendo que trataremos de passar para os

documentos na próxima semana; 3) as escolas da ATI Sul de fevereiro são, no total, oito

mas como temos só seis documentos dos dados das escolas, apenas essas é que estão

tratadas.

Saí pelas 13:15.

Reflexão Pessoal

A quantidade de escolas que trato diariamente com as minhas colegas faz com que

tenha uma maior responsabilidade na execução das tarefas, mas essencialmente na

organização dos documentos, tal como nos foram entregues inicialmente. É por isso que

no meu quotidiano profissional assumo essa preocupação com todas as tarefas,

controlando sempre o que está feito e o que está por fazer para ter sempre conhecimento

do meu universo de trabalho.

Dia 48 – Sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Acompanhada pelas minhas colegas e pela Dr.ª L, estive presente nas provas de

mestrado de uma colega, no IEUL, que no ano precedente esteve a estagiar na IGEC. O

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relatório de estágio apresentado intitula-se “Planos de Melhoria, Aprendizagem

Organizacional e Regulação da Educação – Uma análise dos planos de melhoria das

escolas da Área Territorial de Inspeção de Lisboa e Vale do Tejo (2012/2013)” e, à

semelhança do que o título indicia, debruça-se sobre a identificação e análise das ações

apreciadas nos planos de melhoria das escolas avaliadas no ano letivo de 2012/2013, da

Área Territorial de Inspeção de Lisboa e Vale do Tejo.

Reflexão Pessoal

Assistir à defesa do relatório de estágio da colega que estagiou na IGEC em

2014/2015, possibilitou-me conhecer com maior detalhe o seu percurso na organização,

compreendendo as aprendizagens e competências adquiridas no decorrer do mesmo.

Assimilei, ainda, a responsabilidade e a importância que um trabalho desta natureza

assume em diversos momentos (planeamento e concretização ao longo do tempo), mas

essencialmente, no momento das provas do mestrado.

Dia 49 – Segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

A formação dos inspetores teve início às 10:00 com a introdução da agenda

dedicada a esta sessão: 1) Chuva de ideias; 2) Avaliação das Escolas: entre o

daguerreótipo e a película; 3) Dispositivo de regulação como instrumento de autonomia

da escola e 4) Política de Avaliação de Escola. Esta sessão constitui a segunda parte da

formação, ocorrida a 5 de outubro na IGEC, com as Professoras Doutoras Estela Costa e

Marta Almeida.

As professoras iniciaram esta sessão com a abordagem ao conceito de regulação

expondo que o mesmo está presente em todo o contexto da IGEC e das escolas,

nomeadamente no processo de autoavaliação, que resulta da gestão estratégica dos

estabelecimentos de ensino. Definiram regulação como a coordenação da ação dos

atores, através de regras que são adotadas no terreno, vindas de leis, referenciais e

matrizes, neste caso em particular, relacionadas com a AEE. Fizeram referência a dois

tipos de regulação: 1) normativa, burocrática e institucional intensamente marcadas

pelas normas e regras provindas do Estado e 2) autónoma que estabelece como os atores

se apropriam das tais regras emanadas do Estado e como adaptam-nas no terreno de

trabalho. No caso concreto da regulação autónoma, mencionaram que é bastante

encontrada no terreno devido às diferentes conceções dos atores que convergem no

contexto escolar.

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Em continuação ao exposto, afirmaram que na provisão coletiva e

institucionalizada da educação, a configuração da ação educativa resulta da interação

dos dois dispositivos de regulação, o que também podemos designar de multirregulação,

conceito proferido pelas professoras, citando o professor João Barroso. Defenderam a

existência de uma geometria variável na provisão da educação, apesar da lógica

homogeneizadora inerente à regulação burocrática. Um dos exemplos de regulação

normativa é assente pelo Decreto-Lei 75/2008, de 22 de abril, – regime de autonomia,

administração e gestão, que define o relatório de autoavaliação como um instrumento de

autonomia e como um dos requisitos introduzidos com a avaliação externa, que também

serve de instrumento de prestação de contas às autoridades escolares. Conforme as

professoras, a lógica do Estado de regulação normativa também se expressa no

preâmbulo do Decreto-Lei n.º 137/2012, de 2 de julho, na valorização de uma cultura de

autoavaliação, quando se lê que “(…) toda esta trajetória de aprofundamento da

autonomia das escolas é realizada em estreita conexão com processos de avaliação

orientados para a melhoria da qualidade do serviço público de educação, pelo que se

reforça a valorização de uma cultura de autoavaliação e de avaliação externa, com a

consequente introdução de mecanismos de autorregulação e melhoria dos desempenhos

pedagógicos e organizacionais”.

Segundo as professoras, temos vindo a assistir a uma regulação pelos resultados

com a substituição da gestão direta e centralizada para uma gestão mais descentralizada

com a crescente interposição de atores educativos onde, no caso concreto da avaliação,

esta permite o comprometimento da escola para com a comunidade educativa,

proporcionando informação que contribua para a qualidade do serviço público da

educação. Foi destacado, ainda, que a regulação local tem como polos de influência: a)

Serviços da administração central, desconcentrada ou descentralizada com intervenção

direta ao nível local; b) Grupos de interesse, como por exemplo, políticos, sociais,

económicos, entre outros organizados ou não em associações formais e c) Atores

individuais que interferem diretamente no funcionamento do sistema educativo (e.g. os

pais, alunos, professores, funcionários, gestores escolares, entre outros).

Abordando as escolas de qualidade, as professoras destacaram quatro fatores que as

distinguem22

: 1) Definição e execução dos planos de ação de melhoria com a sua

monitorização; 2) Percursos de aprendizagem flexíveis; 3) Autoavaliação cíclica e 4)

22

União Europeia (Euydice, 2008), OCDE e UNESCO (United Nations Educational, Scientific and

Cultural Organization – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura).

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Projeto de educação (PE) para todos. Numa outra abordagem, para a melhoria escolar é

importante entender a escola como centro de mudança que depende da alteração da

cultura escolar e da compreensão da escola como comunidade de aprendizagem23

. Uma

escola aprendente é aquela que reflete e trabalha em estrita colaboração para o seu

desenvolvimento profissional e organizacional. A autoavaliação, neste âmbito, funciona

como um instrumento de autonomia e gestão estratégia da escola. De acordo com as

professoras, estamos perante o cenário de long-life learning que também se transpõem

para o contexto educativo. A aprendizagem pressupõe uma construção social que leve

ao questionamento de práticas pedagógicas e à procura de soluções para o

desenvolvimento da escola. Cada escola tem a sua missão e deve procurar gerir as suas

práticas pedagógicas em função do cumprimento da mesma.

Foi, também, apresentada a questão da emergência de comunidades aprendentes

aludindo aos quatro estádios, defendidos por Wenger et al em 2002, e reportados à

importância da constituição de uma equipa de autoavaliação na escola: 1) Estádio

potencial – manifesta-se quando as equipas identificam as necessidades próximas e

determinam os papéis de atuação no seio do grupo; 2) Estádio de formação/união –

manifesta-se quando há tentativas de alargar o grupo e estabelecer tempos e espaços

comuns de trabalho; 3) Estádio de maturidade – capacidade de procura de novos

projetos promotores de aprendizagem e inovação em concordância com a missão do

grupo; 4) Estádio de renovação – é atingido pela equipa de autoavaliação quando

demonstram facilidade em transmitir conhecimento aos novos elementos e a

possibilidade de trocar os membros não afeta o funcionamento da equipa de trabalho.

Quanto aos níveis de aprendizagem organizacional, as professoras apresentaram as

teorias: declarada e em uso. Em relação à primeira, a teoria declarada, salientaram que

se expressa na estrutura, nas normas de funcionamento, nos comportamentos dos atores,

nos normativos e documentos oficiais e nos valores da organização. No que respeita à

segunda, a teoria em uso, esta expressa-se no decorrer das ações da organização. Ainda

neste âmbito, as professoras recorreram à abordagem dos ciclos de aprendizagem,

proferindo que no ciclo simples de aprendizagem, alusivo às equipas de autoavaliação,

estas são apenas capazes de recolher os dados e analisar pontos fortes e fracos, ficando

por este diagnóstico basilar não entendendo, na realidade, o que está por detrás destes

problemas. No ciclo duplo de aprendizagem, as equipas de autoavaliação são capazes de

23

Azevedo (2005).

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detetar os pontos fortes, fracos e os constrangimentos externos, fazendo um

entendimento profundo das causas e razões do bom e mau funcionamento da escola. É,

assim, capaz de a partir dos pontos fortes e fracos, retirar aprendizagens para refletir e

desenvolver-se com a sua autoaprendizagem. Na aprendizagem deutero, a escola deve

indagar o próprio processo de diagnóstico. Interroga-se sobre as suas práticas e reajusta

o próprio dispositivo de regulação da autoavaliação.

Posteriormente foi mostrado um quadro com exemplos de análise de respostas das

equipas de autoavaliação das escolas, ao que é solicitado pela IGEC, no contexto da

AEE:

1) Numa orientação imediata, uma das respostas que serviu como exemplo -

“Como vamos responder à IGEC?” – é analisada como uma resposta imediata a

situações inesperadas e mostrando um lado de sobrevivência por parte da

escola.

2) Numa orientação técnica - “Será que a informação recolhida é suficiente?” – a

equipa de autoavaliação tenta promover a eficiência e centra-se nas

metodologias que utiliza para responder às solicitações da IGEC.

3) Numa orientação deliberativa – “Evidenciaram-se preocupações em usar

metodologias que fossem ao encontro dos itens do quadro de referência da

IGEC” – existe uma aceitação dos fins e a seleção dos processos para chegar ao

pedido pela IGEC.

4) Numa orientação dialética – “A realização desta formação permitiu-nos

descobrir muitas das vantagens que a formulação dos nossos próprios

indicadores, documentos orientadores e instrumentos de medida nos pode

proporcionar (…)” – evidencia-se já indicadores da transformação da prática e o

questionamento dos processos utilizados. Aqui denota-se que a preocupação da

escola em responder objetivamente à IGEC já não está tanto implícita na ação

dos mesmos.

5) Numa orientação transpessoal – “Mudei as minhas crenças e atitudes face à

autoavaliação” – compreende-se que a equipa de avaliação autodesenvolve-se

sem que se prenda às solicitações da IGEC, preocupando-se realmente com o

desenvolvimento da escola.

Antes de terminarmos a sessão da parte da manhã lançou-se uma questão de

reflexão a pares, durante 15 minutos. A questão incidiu no seguinte: “Como induzir um

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questionamento que inspire a consolidação da institucionalização da autoavaliação ao

nível da escola? – Nos painéis; Com a direção; No relatório”.

As principais conclusões dos inspetores evidenciaram os seguintes pontos:

o Envolver a comunidade e perceber se os atores estão conscientes do

processo de avaliação da escola;

o Criar uma cultura de avaliação, envolvendo todos no processo;

o Adotar um modelo que foque as questões de aprendizagem, valorizando o

serviço educativo;

o Importância de existir um processo de autoavaliação transversal e a

preocupação de nos painéis se entender o significado e a relevância que o

processo de autoavaliação tem para a equipa;

o Perceber a estratégia que promove a autoavaliação;

o Importância de o relatório de avaliação conter pistas do caminho a seguir

(para a melhoria das escolas);

o Compreender a visão da direção em relação à liderança;

o Perceber o tipo de formação que a equipa de autoavaliação possui e se

procura para enriquecer profissionalmente;

o Dificuldade na desconstrução do discurso por parte da equipa de

autoavaliação;

o Importância de questionar o ‘porque não’ em relação às ideias surgidas da

equipa de autoavaliação;

o Conhecer a regulação autónoma em relação à escola, ou seja, entender como

conduzem a sua autoavaliação;

o Perceber se existem circuitos de informação interna e como são utilizados a

favor da autoavaliação;

o Sensibilizar a direção para proporcionar condições de trabalho às equipas de

autoavaliação;

o Relevância de compreender que a avaliação externa não pode recair

totalmente nos processos de autoavaliação das escolas avaliadas e

responsabilizar-se apenas os atores que intervém no âmbito deste processo;

o No momento da avaliação externa é importante questionar-se o ‘para quê’

(conhecendo a intencionalidade e justificar as opções tomadas);

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o Considerar o efeito indutor e validador na importância de compreender e

validar práticas de autoavaliação;

o Apreciar os recursos que existem ao dispor da equipa de autoavaliação.

Terminámos para cumprir o horário do almoço às 13:00.

A segunda parte da sessão iniciou pelas 14:15, com a abordagem à temática da

Política de Avaliação de Escola. As professoras começaram por fazer referência à

avaliação enquanto prática social, que acarreta uma dimensão ética (com valores

associados), dimensão política e pedagógica, assente em processos que exigem rigor e

objetividade, no âmbito da avaliação. Segundo as professoras, também temos de aceitar

a coexistência de uma pluralidade de critérios, a multirreferencialização, um referencial

comum na avaliação externa e um referencial singular no que toca à autoavaliação, que

fica a cargo da escola encontrar as suas próprias práticas e entender o que faz mais

sentido no seu contexto educativo.

Conforme as professoras, a escola deve seguir uma política de avaliação baseada

em sete elementos-chave considerados, em simultâneo, pontos organizadores da lógica

de pensar de cada a escola, mostrando capacidade de se autorregular, a saber:

1. Missão e

finalidades Composição da equipa de autoavaliação que conduza o processo de

monitorização;

Comprometimento e (cor)responsabilização dos atores na procura de

uma cultura de escola coesa e una.

2. Princípios

orientadores

3. Dimensões

A avaliação tem por base múltiplos referentes, constituindo-se um

processo de definição e construção conjunta que se ajusta ao contexto e

aos seus atores. Neste caso, a avaliação pode variar em função da

avaliação normativa (resultados mensuráveis) e avaliação criterial

(critérios de qualidade). A escola precisa de informação que deve obter

mediante sistemas de comparação. 4. Referencialização

5. Definição de

ciclos

A equipa deve estabelecer áreas prioritárias e acompanhar os diversos

documentos da escola, como o projeto educativo. Definem-se ciclos

espaçados no tempo que conduzam a diversas fases de avaliação.

Distribuem-se e partilham-se responsabilidades, bem como se

selecionam métodos, fontes e instrumentos que apoiem a avaliação da

escola.

6. Operacionalização

7. Divulgação A divulgação do processo de autoavaliação ancorado à necessidade de

prestar contas dos resultados à comunidade.

Quase no final da sessão, discutiu-se a política da (auto)avaliação da escola que

deve ser definida de acordo com a organização escolar em causa, sendo da competência

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da própria escola (re)orientar o seu processo de avaliação, tendo em conta o seu

contexto educativo. Deve atender, assim, à utilização de metodologias quantitativas e

qualitativas (instrumentos de recolha e análise), aos diversos atores e fontes de

informação, à definição de planos de ação, à priorizando ciclos de avaliação e

posteriormente ao fornecimento de informação resultante dos documentos produzidos

pela equipa. Como ideias finais, as professoras acrescentaram a importância do trabalho

entre pares, de existir dispositivos de observação das práticas letivas (OPL), do

mecanismo de observação, essencial para o diagnóstico de necessidades e da integração

de outros processos avaliativos (e.g. TEIP).

Saí pelas 16:10.

Reflexão Pessoal

A presença nesta formação constituiu mais um momento de consolidação de

conhecimentos pela abordagem a muitos conceitos relacionados com a área da política

educativa, aprofundados na licenciatura em Ciências da Educação, como os tipos de

regulação da educação e o dispositivo de regulação como instrumento de autonomia da

escola. Além disso, a minha participação constituiu uma oportunidade de compreender

algumas ideias exploradas pelos inspetores para a consolidação da autoavaliação como

uma prática efetiva das escolas.

Dia 50 – Terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Hoje cheguei à IGEC pelas 10:00 e estive a terminar a seleção da amostra de uma

escola do Centro (que será avaliada em março 2016) que me tinha faltado terminar na

semana passada.

Posteriormente, tivemos uma conversa informal com o Dr. H e com a Dr.ª L acerca

dos nossos trabalhos de caracterização da organização, neste caso, em relação ao que já

tínhamos realizado. Falámos, também, sobre os nossos projetos de investigação, mais

concretamente, sobre os temas que estarão no cerne deste capítulo. Em relação ao meu

tema, a atividade dos Jardins de Infância - IPSS, a Dr.ª L proferiu que amanhã teríamos

oportunidade de agendar uma reunião com a Dr.ª MA para o início de janeiro, a fim de

começar a esclarecer alguns pormenores face ao primeiro momento que defini como

eixo de análise do projeto.

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No restante tempo de estágio, pude adiantar ainda mais a seleção das amostras de

uma escola do Sul – que será avaliada em janeiro e que tinha sido enviada para escola

para ser retificada – e três de fevereiro II, tendo deixado uma escola para terminar

amanhã.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Amanhã terminarei a escola de fevereiro II, da ATI Sul, juntando-me às minhas

colegas na elaboração dos documentos das amostras em ficheiro Word.

Dia 51 – Quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Cheguei à IGEC às 10:10 e logo pela manhã estive a concluir a seleção das

amostras de turmas de uma escola da ATI Sul, referente à avaliação de fevereiro II,.

Também estive a preparar as amostras das turmas de duas escolas: 1) uma escola onde

os dados tinham acabado de chegar à organização, referente a fevereiro e 2) outra escola

que apenas tinha dados corretos referentes à EPE e ao 1.º ciclo.

Seguidamente, como forma de registar todo o trabalho já efetuado por nós,

estivemos a organizar por ATI e por datas de avaliação todas as escolas que constam no

dossier alusivo à atividade dos questionários de satisfação. Este mapeamento permitiu

passar em revista as escolas que ainda não tinham enviado os dados para a seleção das

amostras e relembrar a Dr.ª L da presente situação, ou seja, dos dados que ainda

permanecem em falta.

Adicionalmente também registámos as escolas, cujo trabalho está orientado:

o As escolas do Norte estão efetuadas (tanto seleção das amostras como

elaboração dos referidos documentos);

o As escolas do Centro estão também tratadas, no que respeita às avaliações

referentes aos meses de fevereiro e março;

o As escolas do Sul, dos dados que nos chegaram até hoje, as escolas de

fevereiro estão todas tratadas (à exceção de duas cujos dados de uma delas

ainda está por chegar à organização) e as de fevereiro II têm apenas a

seleção das amostras feita.

Hoje também pudemos assinalar a chegada de aproximadamente seis caixas de

questionários respondidos de escolas do Sul e Centro e que têm prioridade de

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tratamento, visto a avaliação iniciar-se já em janeiro. O controlo da chegada dos

questionários foi realizado por nós.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Diariamente procedo ao controlo dos ficheiros das escolas com os quais trabalho

com frequência, o que me permite ter conhecimento da localização dos mesmos, mas

essencialmente saber o que está concluído e o que está por terminar, como já tinha

sublinhado. Considero importante fazê-lo, pois é também um meio de me organizar

diariamente e de preparar antecipadamente o trabalho a realizar no dia seguinte.

Dia 52 – Quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Hoje cheguei à IGEC pelas 10:00. Terminada, por agora, a seleção das amostras das

escolas que nos tinham chegado, estive a elaborar os documentos das amostras a

computador, das avaliações que decorrem em fevereiro II. No total procedi à elaboração

dos documentos de cinco amostras da ATI Sul de fevereiro II. Mais tarde, enviei os

documentos à Dr.ª L, fazendo um ponto de situação das amostras de fevereiro II (ATI

Sul): oito escolas (cinco amostras elaboradas, duas amostra por elaborar por ausência de

dados e uma feita mas na posse da minha colega Margarida). Verifiquei também que

hoje chegaram mais cinco caixas de questionários respondidos para a avaliação externa.

Por volta das 13:15, a Dr.ª L veio chamar-nos para nos juntarmos ao almoço de

Natal da IGEC, a fim de confraternizarmos com os membros da organização, fazendo

também parte da festa natalícia. Eu e a minha colega Patrícia juntamo-nos, assim, à

festa que decorreu no 1.º piso da organização, na sala de reuniões, almoçando e

confraternizando com os presentes na sala. Durante este evento, viveu-se um ambiente

de festa, bastante agradável, observando-se um momento de partilha e convivência entre

todos os membros da IGEC e em que só alturas destas permitem juntar a maior parte

dos trabalhadores desta organização.

Desejámos boas festas à Dr.ª L e aos membros conhecidos na IGEC. Saímos pelas

14:45.

Reflexão Pessoal

O almoço de Natal da IGEC constituiu um momento verdadeiramente agradável

para os presentes. Observei uma pura confraternização entre os membros, denotando a

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importância da junção de todos na organização para uma convivência que assinala a

época natalícia.

Inicialmente devo confessar que eu e a minha colega Patrícia sentimos alguma

vergonha inicial, mas depois com o passar do tempo, começámo-nos a sentir mais à

vontade com a presença de alguns membros que conhecemos na IGEC. A hospitalidade

e o contentamento com a nossa presença fez-nos sentir que também fazemos parte da

organização e isso é bastante importante.

Dia 53 – Segunda-feira, 04 de janeiro de 2016

Cheguei à IGEC pelas 10:10 e recebi, desde logo, indicações da Dr.ª L acerca do

processo de AEE. Devido ao funcionamento do sistema de tratamento dos questionários

por tempo determinado, a Dr.ª L e a Dr.ª AG conseguiram tratar dos questionários das

escolas, cujas avaliações iniciam em janeiro24

. No entanto, como duas escolas não

passaram para a fase de validação, a Dr.ª L pediu-nos para tratarmos de exportar os

dados dos questionários Q3 e Q4 de uma escola e apenas o Q4 de outra, as duas

pertencentes à ATI do Centro.

Todavia, precedentemente à análise destes questionários, a Dr.ª L e a Dr.ª AG

estiveram a analisar o sistema, tentando compreender se estaria a funcionar para darmos

continuidade ao trabalho pela análise no sistema. Verificou-se que o mesmo estava em

baixo e, nesse sentido, estive parte da amanhã a tratar da exportar os dados dos

questionários dos pais da EPE.

Entretanto, a Dr.ª AG deu-nos indicação que o sistema já estava a funcionar e

aproveitámos para digitalizar, a classificar e validar os questionários em falta: o lote Q3

e Q4 da mesma escola e o lote Q4 de outra escola.

Durante a manhã, consegui também a selecionar a amostra das turmas de uma

escola do Sul, cujos dados tinham ficado de ser retificados pelo AE.

Já perto das 13:00, estivemos reunidas com o Dr. H que fez um ponto de situação

da sua agenda de trabalho, proferindo que durante o mês de janeiro estaria pela IGEC no

dia 14 e também entre dia 25 e 28 do mesmo mês. Alertou-nos, a mim e à Patrícia, que

a avaliação externa a que iremos assistir está a aproximar-se, no entanto não nos

confirmou o estabelecimento escolar que será intervencionado. Apontou, como dias de

referência do início da avaliação externa, 28 e 29 de janeiro, para assistirmos, num

24

Escolas do Norte, Sul e Centro.

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destes dias à preparação da avaliação. Pediu-nos, ainda, que fizéssemos um

levantamento das atividades/tarefas que realizámos e nas quais participámos para ter

conhecimento do que temos desenvolvido no decorrer do estágio. Convidou-nos,

também, a participar numa formação a realizar-se em março sem adiantar o tema da

mesma. Estivemos, por último, a planificar os próximos acontecimentos: a nossa

participação numa intervenção da AEE, a atividade de acompanhamento dos Jardins de

Infância da Rede Privada e a avaliação de escolas com contratos de autonomia (ACA),

esta ultima atividade, se for possível, para a altura final do estágio.

Antes de sair, pedimos também à Dr.ª L para quinta-feira nos dispensar do estágio

para assistirmos à defesa da tese de uma colega que estagiou na Direção-Geral da

Educação (DGE).

Saí pelas 13:25.

Reflexão Pessoal

Finalmente o sistema de tratamento dos questionários está a funcionar plenamente,

o que significa que será uma ótima ajuda na validação dos questionários de AEE e

possibilitará uma análise mais fácil dos mesmos que devem sempre chegar com alguma

antecedência à equipa de avaliação.

Devo também acrescentar que hoje solicitei à Dr.ª L e ao Dr. H para terminar a

tarefa da organização do dossier das sínteses dos peritos externos (tarefa realizada no

âmbito da ATI Sul) antes da minha colega Patrícia ocupar o seu lugar nesta área da

Inspeção, por apreciar bastante o sentido de responsabilidade e de compromisso com os

diversos profissionais da IGEC.

Dia 54 – Terça-feira, 05 de janeiro de 2016

Assim que cheguei à IGEC, pelas 10:10, recebi um recado da Dr.ª AG, transmitido

pela Dr.ª MA, para ligarmos quando chegássemos ao gabinete. O nosso telefone não

estava a funcionar e decidimos ir diretamente ao encontro da Dr.ª AG que nos explicou

que o sistema se encontrava a duplicar lotes de questionários e, nesse sentido, pediu-nos

que digitalizássemos uma escola de pequena dimensão (escolhida pela Dr.ª AG) só para

se certificar se o sistema continuava a fazer a duplicação de lotes.

Procedemos, então, à digitalização de dois lotes com a Dr.ª AG, passando para as

fases seguintes, a classificação e a validação, mais tarde, pelas 12:00. Entretanto, como

eu e a Patrícia tínhamos de ir falar com a Dr.ª FA acerca da nossa situação de estágio,

fomos ao seu encontro no 2.º piso. Comecei por falar acerca da tarefa que tinha deixado

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por finalizar, em novembro, e solicitei à chefe de equipa que me deixasse terminá-la

antes de a minha colega ocupar o lugar na ATI Sul. A Dr.ª FA combinou connosco que

esta semana estaríamos as duas na EMEE a tratar da tarefa dos questionários, mais

importante neste momento, e que na segunda voltaríamos a reunir para assim concluir a

tarefa dos peritos a partir dessa semana.

Voltámos para a EMEE e estive a tratar da seleção das amostras que a Dr.ª L nos

deixou na mesa: uma amostra da zona Centro e outra do Sul. Posteriormente procedi à

elaboração do documento da amostra de um AE do Centro. Enviamos estas duas

amostras elaboradas no Word e também o documento da amostra de um AE do Sul que

a Dr.ª L nos tinha solicitado à priori.

Saí pelas 13:05.

Reflexão Pessoal

Na sequência da minha ida à ATI Sul, reparei que o computador onde eu trabalhava

não estava na secretária. A PT disse-me que o tinham levado para outro departamento

por estar a fazer falta a um funcionário da IGEC. Apercebi-me que, quando voltar para

o 2.º andar, tenho de levar o meu computador pessoal para terminar a tarefa solicitada.

Dia 55 – Quarta-feira, 06 de janeiro de 2016

Cheguei à IGEC às 10:20 e comecei a preparar os questionários para enviar aos AE

que serão alvo de avaliação em fevereiro. Em conjunto com as minhas colegas, procedi

então à contagem dos questionários Q3 e Q4 e também dos respetivos envelopes, em

função das turmas indicadas nas amostras das escolas. Estive, assim, a preparar os

questionários e envelopes de três AE: um do Centro e dois do Sul.

Posteriormente, como o trabalho da preparação dos questionários já estava

realizado (pelo menos o que nos tinham deixado para fazer), estive a selecionar

amostras de dois AE, cuja avaliação se realiza em abril.

Saí pelas 13:10.

Reflexão Pessoal

Hoje foi mais um dia rotineiro com tarefas muito específicas: 1) contagem e

preparação de questionários de satisfação para expedição para os AE e 2) seleção de

amostras de AE que serão avaliados em abril. Todavia, é de salientar que compreendo

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que esta rotina é bastante necessária para cimentar procedimentos e meios de trabalho

muito precisos para o eficaz desenvolvimento do processo de AEE.

Dia 56 – Quinta-feira, 07 de janeiro de 2016

Hoje, eu e as minhas colegas, fomos dispensadas do estágio para assistirmos às

provas de mestrado de uma discente do IEUL que estagiou no ano 2014/2015 na DGE.

O tema do relatório de estágio direcionou-se para “A Ação da Direção-Geral da

Educação na Revisão e Conceção das Orientações Curriculares para a Educação Pré-

Escolar”.

Reflexão Pessoal

Assistir às provas de mestrado desta colega fez-me entender os aspetos

relacionados com o seu projeto de investigação, concentrando-me, em particular, no

estudo das Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar (OCEPE e, de um

modo geral, na abordagem à EPE, cujo tema também me interessou por se relacionar

com o meu projeto de investigação.

Dia 57 – Segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Cheguei à IGEC às 10:10 e dirigi-me de imediato à EMEE para informar a Dr.ª L

que durante estes dias estaria na ATI Sul a terminar a tarefa iniciada em novembro de

2015: a organização do dossier das sínteses curriculares dos peritos externos. Como

sabia que não tinha computador no gabinete onde permaneço sempre que vou para o 2.º

andar, decidi primeiro retirar todos os materiais que necessitava do email institucional

no computador da IGEC .

Já na ATI Sul, e em conversa com a Dr.ª FA, combinámos que seria melhor

trabalhar no espaço da EMEE, no gabinete das estagiárias, visto que a tarefa que me

encontrava a desenvolver implicaria fazer impressões e recorrer diversas vezes ao email,

onde estão as sínteses curriculares. Trouxe os dossiers que necessitava e que foram

disponibilizados pela Dr.ª FA, e estive primeiro a criar, novamente, o ficheiro Excel

com o registo de todos os peritos externos envolvidos na AEE 2015/2016 e a respetiva

universidade a que estão vinculados, com base na atualização que tenho vindo a fazer

do Excel que contém as informações profissionais dos peritos.

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Além de ter terminado de desenvolver a base de dados, ainda pude imprimir as

sínteses dos docentes da Universidade do Algarve.

Saí pelas 13:20.

Reflexão Pessoal

Dada a situação da ausência do computador que pertencia à ATI Sul e que continha

os meus materiais de trabalho, tive que voltar a construir o ficheiro Excel de controlo

da impressão das sínteses e aceder aos currículos pelo email. Estive, assim, a trabalhar

no meu computador pessoal, recorrendo sempre que necessário ao computador da IGEC

(do 5.º andar) para imprimir as sínteses, a fim de terminar o mais rapidamente possível

o trabalho solicitado.

Dia 58 – Terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Hoje cheguei à IGEC pelas 10:15. Estive a dar continuidade à tarefa da organização

do dossier das sínteses dos peritos que participam no processo de AEE, referente ao ano

letivo 2015/2016. Recorrendo à base de dados que criei para controlar a organização do

dossier, fui imprimindo as sínteses que possuía no meu email e arquivando-as

respetivamente por faculdade/instituto superior a que os peritos pertencem.

A estrutura do dossier foi definida em função da organização dos docentes, por

universidade/instituto superior, sendo que também imprimi os documentos que

apresentam o interlocutor da atividade e os peritos que manifestaram o seu interesse na

intervenção neste processo, com breve referência aos dados profissionais.

Também tive oportunidade de atualizar novamente a lista dos peritos externos que

aceitaram o convite para participar na AEE de 2015/2016.

Completei o dossier pelas 12:45 e enviei os materiais (lista dos peritos externos e

ficheiro de controlo das sínteses) à Dr.ª FA pelas 13:00.

Saí pelas 13:10.

Reflexão Pessoal

Hoje finalizei a organização do dossier das sínteses curriculares dos peritos

externos. Foi uma tarefa solicitada em novembro que só tive oportunidade de terminá-la

esta semana, pela urgência em resolver outras questões relacionadas com os

questionários de satisfação, durantes estes meses que passaram. Em relação à tarefa

concluída, evidencio algumas aprendizagens realizadas, como o desenvolvimento de

mecanismos de gestão do trabalho realizado, como o ficheiro Excel criado e as

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capacidades aprimoradas ao nível de planeamento do trabalho, gestão de informação e

organização de documentos.

Dia 59 – Quarta-feira, 13 de janeiro de 2015

Cheguei à IGEC às 10:10 e estive a fazer as alterações solicitadas pela Dr.ª L em

relação ao número de questionários e envelopes que serão enviados para os AE do Norte

e do Centro, ainda esta sexta-feira.

Seguidamente dei apoio a minha colega Patrícia na realização das moradas para a

identificação das caixas de questionários.

O restante tempo foi utilizado na redação do relatório de estágio.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Como o dia na IGEC foi mais calmo, aproveitei para dar continuidade ao meu

relatório de estágio. São momentos que aproveito para incidir com maior profundidade

em pesquisas bibliográficas e na análise documental para o trabalho académico.

Dia 60 – Quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Hoje cheguei à IGEC às 10:10 e estive, simultaneamente com as minhas colegas, a

listar as tarefas desenvolvidas até ao presente dia, a pedido do Dr. H, para mais tarde

abordarmos na reunião de balanço. Também em conjunto, estivemos a inventariar

atividades que ainda gostaríamos de desenvolver no âmbito do estágio, atendendo ao

PA e às tarefas desenvolvidas pelas nossas colegas dos estágios anteriores.

Desta listagem foram apontadas as seguintes atividades desenvolvidas:

o Leitura de documentos;

o Reuniões da Equipa de Reflexão sobre o processo de AEE (abordagem ao

valor esperado e às EE);

o Formação sobre a Avaliação Institucional (Parte I e II);

o Formação sobre a Gestão do Currículo: Ensino Experimental das Ciências;

o Seleção de amostras e elaboração dos respetivos documentos;

o Preparação e tratamento dos questionários de satisfação;

o Planificação da agenda de trabalho do Dr. H para visita às EE de Bruxelas II

e Luxemburgo;

o Formação sobre a AEE de 2015-2016;

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Individualmente anotei as tarefas desenvolvidas enquanto estagiei na ATI Sul para

posteriormente informar o Dr. H:

o Formação e intervenções práticas no GestIGEC;

o Realização do cronograma de AEE da ATI Sul;

o Atualização da lista de peritos externos que participam na AEE em 2015-

2016;

o Organização do dossier das sínteses dos peritos externos.

Como sugestões de novas atividades apontámos 1) a participação na seleção de um

docente para as EE (atividade abordada pelo Dr. H há algum tempo); 2) a construção de

uma base de dados das escolas que contêm os planos de melhoria nas suas páginas

oficiais (desde março de 2015); 3) a participação numa reunião com diretores de escolas

acerca da aplicação dos questionários de satisfação; 4) a participação na elaboração de

um capítulo referente a um relatório no âmbito da AEE.

Seguidamente, estivemos a apoiar a Dr.ª L no processo de empacotamento dos

questionários de satisfação para posterior expedição aos AE, neste referido caso, de

todos os agrupamentos do Centro e do Norte.

Perto das 12:00, eu e a minha colega Patrícia, acompanhadas pelo Dr. H, fomos ter

com a Dr.ª FA para conversarmos sobre o estágio na ATI Sul. Foi abordada a questão da

ausência do computador na ATI Sul, ficando esclarecido que tanto o Dr. H como a Dr.ª

FA iriam tratar de encontrar uma solução para a minha colega iniciar funções na ATI

Sul, já na segunda-feira. Aproveitei para solicitar a colaboração da Dr.ª FA no meu

relatório de estágio, concedendo-me uma entrevista para estudar o seu trabalho

enquanto gestora. Recebi uma resposta positiva da sua parte, faltando apenas combinar

a data da mesma. Pediu-me, ainda, que lhe enviasse um email, sem urgência, com os

dias em que estive efetivamente na ATI Sul. Entretanto, na sequência de um telefonema

recebido pela Dr.ª FA, estivemos a falar sobre alguns processos no âmbito do Ensino

Especial e da importância de garantir um ensino individualizado, com respostas

educativas necessárias e um acompanhamento efetivo às crianças que apresentam

necessidades educativas especiais (NEE). Aludiu-se ainda ao Ensino Especial como

uma questão bastante complexa, em termos de processos que chegam à IGEC

diariamente.

A reunião terminou às 13:10. Saí pelas 13:20.

Reflexão Pessoal

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Considerei muito importante realizar esta listagem de tarefas desenvolvidas e que

pretendemos desenvolver, por permitir fazer um balanço do estágio desenvolvido até

aqui e sugerir novas tarefas (podendo aprofundar áreas de interesse) que me

proporcionem competências de trabalho no âmbito de um Técnico Superior de

Educação e Formação.

Dia 61 – Segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Hoje cheguei à IGEC pelas 10:10 e encontrei a Dr.ª L a tratar do empacotamento

dos questionários de satisfação que eram para ter saído da Inspeção na sexta-feira

passada. Juntas terminarmos o processo, expedindo os questionários que deveriam sair

ainda hoje para os AE. Entretanto a Dr.ª L deu-me indicação de que tinham chegado

hoje à IGEC os questionários de satisfação de dois AE da ATI Sul. Pediu-nos para

procedermos à abertura dos mesmos, apenas de um agrupamento, estando a D. F a tratar

da outra escola. Além da abertura dos questionários, estivemos ainda tratá-los no

sistema de informático.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Já começaram a chegar à IGEC os questionários enviados, referentes à avaliação

que decorrerá em fevereiro, para serem tratados no sistema proporcionado pelo

Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação. As grelhas de informação das datas

em que decorrem a avaliação dão para nos orientarmos e responsabilizar pelos

questionários que temos de tratar no sistema, priorizando-os sempre por data de

avaliação.

Dia 62 - Terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Cheguei à IGEC às 10:00 e verifiquei que o Dr. H já nos tinha enviado um email

com a indicação do AE e das datas de realização da avaliação externa em que eu e a

minha colega Patrícia vamos participar. Adicionalmente, recebi alguns materiais de

apoio para a referida avaliação, com o intuito de me começar a inteirar do processo da

avaliação e do contexto do agrupamento. Imprimi três cópias (para mim, para a Patrícia

e para o Dr. H) e estive a ler e a analisar esses mesmos documentos.

Saí pelas 13:05.

Reflexão Pessoal

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Hoje já comecei a preparar a minha participação, com estatuto de observadora,

numa avaliação externa de um AE pertencente à ATI Sul. A análise dos documentos

enviados pelo Dr. H, em relação ao modelo do valor esperado, está a possibilitar

familiarizar-me com um dos instrumentos mais relevantes na AEE e que permite ter

uma noção dos resultados escolares dos alunos.

Dia 63 – Quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Quando cheguei à IGEC, pelas 10:10, constatei que já possuímos mais

questionários para tratar no sistema informático. Durante toda a manhã, estivemos a

digitalizar, classificar e validar os questionários de satisfação que chegaram entre ontem

e hoje à IGEC, de quatro AE, pertencentes à ATI Sul e que iniciarão as avaliações

externas no próximo dia 29 de janeiro.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Com o funcionamento do sistema informático, está a ser possível tratar os

questionários de todos os AE, facilitando assim o nosso trabalho diariamente, nos

prazos estabelecidos.

Dia 64 – Quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Cheguei à IGEC às 10:10 e iniciei a manhã com o envio de um email à Dr.ª FA,

listando as tarefas realizadas e os dias de intervenção na ATI Sul, documento que tinha

sido solicitado pela mesma. Seguidamente, eu e a minha colega Margarida, estivemos a

digitalizar e validar os questionários dos pais da EPE e dos ensinos básico e secundário

de um AE da ATI Sul. Posteriormente abrimos os questionários Q3, Q4 e Q5 (1.º ciclo)

de um AE, também pertencente à ATI Sul e digitalizámos todos os questionários

abertos hoje. Conseguimos deixar os questionários Q5 completamente tratados, no

entanto os questionários Q3 e Q4, no momento da validação, surgiu um erro que

impediu o tratamento destes lotes no sistema. A situação foi reportada à Dr.ª AG que

ficou de proceder à validação dos dois lotes manualmente. No final da manhã, enviámos

um email à Dr.ª AG e à Dr.ª L com a informação do trabalho desenvolvido hoje.

Saí pelas 12:55.

Reflexão Pessoal

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Dos oito AE que serão avaliados a 29 de janeiro, ainda estão por digitalizar e

validar os questionários de um agrupamento que deverá chegar amanhã. Na segunda-

feira trataremos de inseri-los no sistema informático para fazermos chegar os resultados

à equipa de avaliação o mais celeremente possível. Com a realização da lista de tarefas,

constatei que tive uma participação na ATI Sul bastante reduzida, dada a urgência de

intervir muitas vezes na EMEE, no sentido de apoiar as minhas colegas no trabalho que

ia surgindo no âmbito da AEE.

Dia 65 – Segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Hoje cheguei à IGEC pelas 10:15. Estivemos a digitalizar e a validar o último AE

da ATI Sul com avaliação marcada para 28 de janeiro.

O Dr. H disponibilizou-nos mais materiais de apoio da AEE a que vamos assistir,

entre dia 29 de janeiro e 4 de fevereiro, pedindo também que efetuássemos a impressão

de dois documentos: a 1) Agenda de Trabalho e a 2) Apresentação do Agrupamento de

Escolas. Dos restantes documentos, foram disponibilizados ainda o Plano Anual de

Atividades, o Plano de Estudo, o Plano Plurianual de Melhoria, o PE e o Relatório

Anual de Atividades.

Para me inteirar da organização e estrutura do Agrupamento de Escolas O (AE O),

estive o resto da manhã a ler o documento de apresentação do AE e o PE do

agrupamento. Consegui, ainda, realizar alguns apontamentos de sistematização de

informação a saber no decorrer da avaliação externa do AE O.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

A leitura dos materiais de apoio à AEE, neste caso, os documentos que elucidam

todo o panorama e funcionamento do AE O, está a ser uma tarefa bastante interessante

por possibilitar-me conhecer e caracterizar este agrupamento, em função dos

instrumentos de trabalho, como por exemplo o PE e o documento de apresentação do

AE.

Dia 66 – Terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Quando cheguei à IGEC, pelas 10:10, verifiquei o email para saber se possuía mais

materiais da avaliação externa do AE O. Como não me tinham sido enviados mais

documentos, dei continuidade à leitura do PE, incindindo particularmente no

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diagnóstico organizacional do AE, nas metas e nas estratégias a adotar para

(cor)responder às necessidades/problemas detetados.

Seguidamente tivemos indicação que tinham chegado à IGEC questionários de três

escolas, cujas avaliações pertencem à ATI do Norte e do Centro e iniciam em meados

de fevereiro. A Dr.ª L solicitou que tratássemos dos questionários, atendendo às

avaliações que estão mais próximas e estivemos, assim, a abrir os envelopes dos AE do

Centro e do Norte do país. Foi possível, ainda, digitalizar e validar as duas escolas,

deixando-as tratadas no sistema.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Com a chegada diária de caixas de questionários provenientes dos AE, há que

organizar o trabalho em função da prioridade de tratamento dos questionários,

atendendo à data de avaliação externa, como tenho vindo a sublinhar. Esta é uma das

estratégias que temos vindo a adotar para que todo o trabalho se desenvolva

eficazmente. Em relação à análise dos documentos, é de salientar que está a ser bastante

interessante traçar o plano de trabalho e linha condutora da ação do AE, pelos diversos

documentos apresentados, entendendo, ainda, as estratégias inerentes à ação educativa e

os problemas identificados pelo diagnóstico do AE.

Dia 67 – Quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Como cheguei à IGEC às 09:55, estive a digitalizar e a validar os questionários Q3

e Q4 de um AE da zona Sul, antecipando algum trabalho no âmbito da AEE.

Pelas 10:20, o Dr. H veio avisar-nos que a reunião da equipa de reflexão da IGEC

iniciava às 10:30 e que estaríamos à vontade para assistirmos a partir da altura que

quiséssemos descer. Pelas 10:35, começámos a assistir à reunião, cujo enfoque se

direcionou para a reflexão da atual situação da AEE e das novas propostas para o

terceiro ciclo de avaliação externa, procedendo ao confronto do que atualmente se

realiza e do que se pretende modificar neste processo. Durante a sessão, os presentes

apresentaram um memorando da equipa de reflexão, resultado do trabalho das reuniões

da equipa da AEE e que será aprovado pelo Senhor Inspetor-Geral da IGEC, o Dr. LC,

que posteriormente apresentará ao Secretário-Geral do MEC, daí que possam surgir

alterações aos aspetos apresentados, tal como sublinhou o Dr. H.

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Uma das primeiras questões propostas e debatidas aludiu, de um modo geral, à

equipa de avaliação. Começou-se por referir a importância de reforçar a formação anual

para inspetores e peritos externos, considerando os domínios de análise da AEE. A este

nível, pretende-se que haja formação no âmbito da OPL para os peritos externos,

contemplando a possibilidade de também se realizarem observações de aulas nas

escolas. Na situação atual, em relação aos peritos externos, realçou-se que existe um

protocolo que demarca as responsabilidades que lhe estão imputadas no âmbito da AEE,

no entanto, verificam-se, tal como foi referido, situações muito díspares no que diz

respeito à participação destes na formação e na redação do relatório da AEE. Referente

à composição da equipa da avaliação, abordou-se que, atualmente, o grupo é composto

por dois inspetores e um perito externo (docentes e investigadores), propostos pelos

institutos superiores, ligados ou não à área da educação. Propõe-se, em relação à equipa

de avaliação, a sua manutenção com a particularidade de estarem familiarizados com a

área da educação. Falaram sobre a possibilidade de se considerar a participação, na

qualidade de peritos externos, de diretores, docentes do ensino não superior e outros

especialistas e equacionar, ainda, a participação de professores aposentados que

reiterem o interesse em participar na AEE. A ideia de desenvolver uma bolsa de peritos

externos, heterogénea, em correspondência ao perfil requerido, também foi discutida na

sessão, neste caso, em referência a avaliadores com conhecimento de escolas e do

sistema educativo, e tendo em conta as especificidades das escolas (cf. as escolas

profissionais e artísticas, por exemplo). Também mostraram a importância de atenuar os

constrangimentos acarretados da indisponibilidade dos peritos externos que, em

determinados momentos, afetam o processo de AEE.

Em relação aos coordenadores, clarificando o seu papel, referiu-se que são

inspetores e relatores com responsabilidades acrescidas na elaboração do relatório. A

este propósito, mencionaram que todos os elementos da equipa de avaliação devem

participar no relatório com juízos avaliativos e asserções e que se devem reforçar as

competências do coordenador na distribuição de tarefas da AEE. Em relação à redação

do relatório, será atribuído um tempo adicional ao coordenador para a sua finalização e

também deve ser revisto o tempo disponibilizado ao outro elemento da Inspeção. Face à

apresentação das conclusões provisórias do relatório, concluiu-se que a definição de

estratégias de apresentação deverá estar a cargo do coordenador e dos outros elementos.

Ainda neste âmbito, realçaram a importância de uniformizar a metodologia de

elaboração dos relatórios, com a participação de todos os elementos na sua redação em

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diferentes níveis de colaboração, considerando, ainda, que o relatório deve ser assinado

por todos os membros da equipa de avaliação. No que concerne à OPL, incumbe ao

coordenador da avaliação atribuir os níveis de ensino a observar em conformidade com

o perfil profissional da equipa que o acompanha.

Passámos para a análise dos procedimentos prévios à intervenção da AEE,

chegando-se à conclusão que se deveriam designar “seleção de escolas e ciclos de

avaliação”. Abordaram, neste sentido, que atualmente a lista de escolas avaliadas é

organizada por ano letivo, avaliando-se o agrupamento como um todo e não fazendo

uma análise em função do ciclo de cada escola. Como propostas de melhoria,

explicaram a importância de definir a lista das escolas a avaliar por ano civil e a partir

da análise de risco (diferenciando os ciclos de avaliação de cada escola), tendo em conta

os resultados das avaliações precedentes e outros dados de avaliação (e.g. a informação

fornecida pelo site Infoescolas).

Ainda da parte da manhã, explicitaram o quadro de referência da AEE, incindindo

apenas no domínio Resultados. Pouco antes de entrarmos nos campos de análise,

voltou-se a discutir a aplicação do conceito “referentes” no quadro de referência da

AEE25

que são considerados “(…) elementos de harmonização das matérias a analisar

pelas equipas de avaliação”26

. O grupo de trabalho apontou que existe um desacordo de

conceitos e que será mais correto designar objeto de avaliação aos referentes (conceito

que ainda vigora nos documentos oficiais da IGEC). Neste âmbito e, na abordagem ao

campo de análise Resultados Académicos, explanou-se que é necessário construir uma

matriz concetual, analisando os seguintes conceitos: 1) Domínios; 2) Campos de

Análise; 3) Objeto de Avaliação; 4) Referentes e 5) Indicadores. Ou seja, propôs-se que

se estruturasse o quadro concetual, usando a terminologia expressa no documento do

quadro de referência da AEE, mas clarificando o seu significando, com recorrência à

literatura científica. Em relação aos objetos de avaliação (os atuais referentes), dentro do

domínio Resultados, o grupo concluiu que deveriam abranger os seguintes: a)

Resultados Internos; b) Resultados Externos; c) Qualidade do Sucesso; d) Abandono e

Desistência. Na opinião do grupo, devem ser considerados outros aspetos na construção

dos indicadores, como:

25

Esta questão já tinha sido discutida na reunião do grupo de trabalho da IGEC da AEE e está presente no

DC6 - 28/09/2015. 26

Quadro de Referência para a Avaliação Externa de Escolas.

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o O cálculo da taxa de conclusão do ensino secundário geral, considerando o

número de alunos inscritos no 10.º ano e o número de alunos que completou o

12.º ano, de modo a apreciar a eficácia das medidas de promoção do sucesso

escolar;

o A taxa de não conclusão do ciclo de formação por abandono escolar e módulos

em atraso dos CP;

o As taxas de conclusão, as provas finais/exames nacionais e o abandono precoce.

Além disso, no contexto deste domínio, considerou-se relevante determinar

tendências, nos casos em que existem pelo menos três ciclos de formação. As escolas

devem, também, apresentar tratamento estatístico, desassociado do agrupamento, para

que tomem consciência das suas fragilidades e construam planos de melhoria.

Seguiu-se o campo de análise Resultados Sociais com alusão aos ainda referentes

da AEE: 1) Participação na vida da escola e assunção de responsabilidades; 2)

Cumprimento das regras e disciplina; 3) Formas de solidariedade e 4) Impacto da

escolaridade no percurso dos alunos. A proposta da Equipa de Reflexão debatida

determinou a alteração das formas de solidariedade para promoção/desenvolvimento da

cidadania e a introdução da prevenção de bullying e outros comportamentos de risco,

bem como a possibilidade de se valorizar o cargo de delegado de turma.

Por último, abordou-se o campo de análise Reconhecimento da Comunidade e os

respetivos objetos de avaliação: 1) Grau de satisfação da comunidade educativa; 2)

Formas de valorização dos sucessos dos alunos e 3) Contributo da escola para o

desenvolvimento da comunidade envolvente. Na generalidade, o Dr. H salientou que

estes objetos permanecem no quadro de referência da AEE, com maior impacto do

estudo da comunidade educativa.

Saí pelas 13:20.

Reflexão Pessoal

Foi fundamental assistir a esta reunião de trabalho, não só para conhecer os

pareceres dos inspetores presentes em relação ao processo de AEE atual, mas também

pela oportunidade de assimilar as propostas debatidas para o terceiro ciclo de AEE, em

função da análise do modelo que atualmente vigora.

Dia 68 – Quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

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Hoje cheguei à IGEC pelas 10:05 e como tinham vindo mais caixas de

questionários da avaliação que inicia a 8 e 11 de fevereiro, estivemos a dar prioridade à

abertura das mesmas, tendo aberto quatro caixas de AE do Centro. Em seguida,

procedemos ao tratamento dos questionários dos quatro AE abertos precedentemente.

Antes de sair, verifiquei que tinha um email do Dr. H com mais materiais de apoio à

avaliação externa do AE O, desta vez documentos relacionados com os questionários de

satisfação da comunidade educativa deste agrupamento.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Hoje senti que a manhã foi bastante produtiva pela abertura de quatro caixas de

questionários e respetivos tratamentos no sistema informático. Reforço, uma vez mais, a

importância do trabalho em equipa no contexto profissional em que nos encontramos

inseridas, por possibilitar desenvolver celeremente o trabalho solicitado no âmbito da

AEE.

Dia 69 – Sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Quando cheguei à IGEC, pelas 10:10, fui diretamente ter à sala de reuniões, sita no

segundo andar, acompanhada pela minha colega Patrícia. Encontrámos o Dr. H que

esperava pela restante equipa, a Dr.ª RM – coordenadora da atividade – e o Dr. PR –

perito externo. Pouco antes de chegarem, o Dr. H esteve a solicitar-nos que durante as

visitas ao AE O tirássemos notas para depois também contribuirmos com as nossas

asserções e conclusões do que observámos no decorrer da avaliação. Referiu, ainda, que

não poderíamos intervir nos painéis, contudo se quisermos, informalmente, questionar

alguns atores da comunidade educativa, poderíamos fazê-lo sem qualquer

constrangimento.

A reunião iniciou-se às 10:20, já com a presença da Dr.ª RM e do Dr. PR,

começando por nos esclarecerem o âmbito da realização da mesma. A Dr.ª RM

explanou-nos que esta reunião tem como propósito preparar a estratégia de abordagem

aos atores educativos e aclarar algumas questões que foquem o objetivo da avaliação,

visto que uma das finalidades da equipa de avaliação incide essencialmente na recolha

do maior número de informações para fundamentar, posteriormente, o relatório de

avaliação. Além disso, esta reunião tornou-se essencial para elucidar as áreas que serão

prioritárias para serem salientadas durante a avaliação.

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A primeira questão que debateram recaiu na abordagem à agenda de trabalho,

devido à repetição de alguns nomes presentes nas várias entrevistas a concretizar. Em

esclarecimento ao exposto, foi referido que algumas pessoas repetem-se durante as

entrevistas, dado que assumem mais do que um cargo no AE, salientando, a título de

exemplo, alguns elementos da equipa de autoavaliação. No entanto, deixou-se em aberto

esta questão para ser esclarecida, logo de início com o diretor do AE. Ainda neste

âmbito, a equipa referenciou que ambiciona inquirir também o mediador de conflitos e a

equipa de acompanhamento das famílias, que não constam no programa definido à

priori.

Centrando-se no foco da reunião, a Dr.ª RM abordou alguns aspetos relacionados

com os documentos solicitados ao AE, nomeadamente: 1) a AE; 2) o plano anual de

atividades; 3) o plano de estudo; 4) o plano de melhoria plurianual – TEIP; 5) o PE e 6)

o relatório anual de atividades. Adicionalmente, a equipa também se referiu à receção

de outros documentos provenientes da IGEC e da DGEEC, como os resultados dos

questionários e respetivos comentários e os dados do valor esperado calculados. A este

nível, refletiu-se a relevância de solicitar alguns dados que devem ser monitorizados

pela escola, a saber: a) as taxas de abandono; b) as taxas de sucesso dos alunos com

NEE, que permitem entender se existem problemas de aprendizagem deste grupo; c) as

medidas de sucesso, operacionalizadas nos projetos desenvolvidos pelo agrupamento

AE em confrontação com as que são eficazes à aprendizagem dos alunos; d) as taxas de

sucesso referentes à oferta de CP; e) a participação dos pais em reuniões e horas de

atendimento; f) os dados da EPE, em relação ao sucesso deste nível educativo e g)

medidas disciplinares sancionatórias de forma a monitorizar a indisciplina escolar.

Seguidamente, estabeleceram-se as estratégias de intervenção no terreno, em

referência à atuação da equipa no decorrer da visita, mencionando que devem ser

anotados todos os aspetos considerados relevantes (sistematização de pontos fortes e

fracos), atendendo aos Domínios e Campos de Análise que são contemplados no quadro

de referência da AEE. Também vão ter em consideração o relatório de avaliação

externa, realizado na avaliação precedente, refletindo às ações de melhoria executadas e

a eficácia da realização das mesmas, em comparação com os pontos fracos detetados.

Passando para a abordagem aos resultados dos valores esperados, os membros da

equipa estiveram, em conjunto, a analisar os valores do agrupamento, desde o ano letivo

de 2011-2012 até 2013-2014, face aos seguintes indicadores: 1) percentagem de alunos

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que concluíram o ensino; 2) percentagem de positivas a Português (Prova Final e Exame

Nacional27

) e 3) percentagem de positivas a Matemática (Prova Final e Exame

Nacional28

) e para o 4.º, 6.º e 9.º anos escolares. A Dr.ª RM, para facilitar a

interpretação dos mesmos, disponibilizou a toda a equipa dois documentos com a

representação dos valores esperados, em quadro e sinalizados com as respetivas subidas,

descidas e valores que se encontram em linha. Após a interpretação e sinalização de

aspetos a aclarar no momento das entrevistas, que resultam da análise aos valores

esperados, apontaram-se as oscilações entre a conclusão do 3.º ciclo e a percentagem de

positivas a Matemática e Português no Exame Nacional, decorrendo daqui, também, a

questão de compreender que medidas é que estão a ser implementadas29

, se, de facto,

serão as mais eficazes e, em última instância, interpolar se o AE não transita os alunos.

Referenciaram, ainda, a importância das variáveis de contexto para compreender os

resultados dos valores esperados e a comparação com as escolas que têm contextos

semelhantes.

Seguiu-se a apresentação, muito sumária, do AE, primeiro, em relação às

características culturais, onde aproximadamente 25% dos alunos são estrangeiros, o que

se traduz na dificuldade de compreensão/aprendizagem da língua e de integração social.

A sensibilidade do tema foi por inúmeras vezes abordada pelos membros da equipa que

relataram algumas experiências de alunos estrangeiros na integração e aprendizagem

nas escolas portuguesas, analisando de que forma é que estes alunos podem ser

apoiados para um melhor acesso e inclusão social nas escolas. Outras conclusões se

seguiram, como o número expressivo de alunos que possuem ASE, indiciando um

contexto socioeconómico desfavorável. Foram ainda abrangidos e analisados outros

aspetos, em relação às habilitações literárias dos encarregados de educação, ao número

de professores do quadro e às condições físicas das escolas que compõem o

agrupamento.

Apontaram-se mais aspetos e questões que surgiram da análise e reflexão da equipa

face aos documentos de escola, aludindo 1) ao funcionamento da EPE e à importância

de ser prestada uma maior atenção a este nível educativo no momento da visita; 2) à

fragilidade no planeamento das atividades, verificando o seu aproveitamento, contudo

referenciando positivamente o desporto escolar para desenvolver as competências

27

Apenas no caso do 9.º ano. 28

Apenas no caso do 9.º ano. 29

Não só no 3.º ciclo mas considerar também o 1.º e 2.º ciclos.

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sociais; 3) à necessidade de aclarar as estratégias que suportam as atividades; 4) ao

desenvolvimento do diagnóstico organizacional, assente no PE, com ideias bastante

interessantes e 5) à questão da indisciplina como um problema de maior relevância do

AE, para compreender o modo como funciona o gabinete de disciplina: como

remediação ou prevenção?.

Numa análise ao relatório de autoavaliação e, em comparação com o documento de

apresentação do agrupamento, foram enumeradas algumas discordâncias, onde o grupo

tentou compreender e analisar as ideias que a escola reflete continuamente nestes

documentos. Além disso, o grupo intentou, ainda, assimilar de que forma é que o

relatório de autoavaliação – um documento regulador do funcionamento interno da

escola –, articula-se com o funcionamento do AE.

A propósito da pertença deste AE a um TEIP, a equipa de avaliação referenciou que

um dos aspetos mais positivos é a constituição da equipa de recursos humanos que

compõem a escola. Em apreciações pessoais, mencionou-se que estas equipas devem

atuar em articulação com os professores para a prestação de um melhor serviço

educativo. Deve-se começar por atuar dentro da sala de aula, proporcionando formação

aos docentes no que respeita às estratégias de ensino/aprendizagem dos alunos.

Abordando os resultados dos questionários de satisfação aplicados à comunidade

educativa do AE O, para compreender outros elementos a ter em consideração na visita

às escolas, foram essencialmente destacados aspetos mais focalizados na estrutura física

e funcionamento do AE, como a falta de assistentes operacionais, a (in)segurança no

exterior das escolas, a indisciplina e a multiculturalidade. Perante a questão da

multiculturalidade, os elementos da equipa deduziram que a escola deve tentar tirar

partido das diversidades culturais, assumindo esta situação não como um obstáculo nem

como um problema, mas sim como algo inerente ao ambiente interno do AE que deve

ser trabalhado a partir da multiculturalidade existente.

A reunião terminou pelas 13:25. Saí pelas 13:30.

Reflexão Pessoal

Participar na reunião de preparação da avaliação externa do AE O constituiu uma

mais-valia, pela possibilidade de nos familiarizarmos com as metodologias de trabalho e

estratégias definidas, em função das características das escolas avaliadas. No decorrer

desta reunião, pude consolidar a minha capacidade de interpretação e análise dos

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valores esperados, retirando as minhas próprias conclusões da análise dos dados do AE

O, sustentando-me, também, nas interpretações dos valores esperados.

Dia 70 – Segunda-feira, 01 de fevereiro de 2016

Hoje realizou-se o primeiro dia de avaliação externa do AE O. Cheguei à escola-

sede às 08:40, acompanhada pela Dr.ª RM, coordenadora da atividade, pelo Dr. H e pelo

Dr. PR, perito externo. Fomos recebidos pela equipa da Direção, nomeadamente o Dr. F

e a Dr.ª A, respetivamente diretor e subdiretora do AE O.

Para a sessão de abertura, foram convidados a estarem presentes diversos atores da

comunidade educativa, como os representantes das parcerias estabelecidas com o AE

(cerca de 20 pessoas), docentes do agrupamento, representantes das instâncias centrais –

membros da DGE de acompanhamento ao programa TEIP – e locais – elementos em

representação à Câmara Municipal e juntas de freguesia que abrangem o AE e membros

da associação de pais e encarregados de educação do agrupamento.

De modo a enquadrar a atividade de avaliação externa, a Dr.ª RM deu início a uma

breve apresentação em termos de objetivos da avaliação, do quadro de referência

utilizado, da metodologia da equipa – abrangendo a análise de documentos, a

apresentação dos questionários de satisfação, a observação direta dos espaços e

equipamentos e as entrevistas de painel –, dos níveis de classificação usados e da

divulgação do relatório.

Seguiu-se a apresentação do diretor do AE, que procedeu à caracterização do

agrupamento sobre a composição das escolas, referenciando que o AE é composto pela

escola-sede que leciona o 2.º e 3.º ciclos e por três escolas básicas que lecionam o 1.º

ciclo e integram respetivamente três JI. A escola sede é apontada como escola de

referência para alunos invisuais e com baixa visão. Quanto aos alunos, o diretor Dr. F

fez um balanço em termos de números, apontando o modo como estão distribuídos por

JI e ciclos de ensino. Pôde assinalar, também, algumas mudanças que se fizeram notar

após a redação do documento de apresentação do agrupamento, em referência ao

número de docentes do quadro e ao número de alunos efetivos no agrupamento.

Continuando a sua apresentação, expôs o contexto socioeconómico que caracteriza o

AE O e abordou os apoios que os alunos auferem, como a ASE e o reforço alimentar,

proferindo como se caracterizam as famílias do AE. Dentro deste ponto, foi abordado,

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em último, a caracterização do pessoal docente e não docente em números de efetivos e

contratados das escolas.

A segunda parte da apresentação do diretor Dr. F aludiu ao PE de Escola e ao

Projeto TEIP do AE. Abordaram-se os objetivos, com destaque para o trabalho

transversal do português e as áreas prioritárias, incididas no apoio à melhoria das

aprendizagens, à prevenção do abandono, do absentismo e da indisciplina, à gestão e

organização e à melhoria da relação escola-família-comunidade-parcerias.

Posteriormente, o Dr. F abordou os problemas diagnosticados, entre todos os

destacados, incidiu com maior pormenor na intervenção do Gabinete de Apoio ao Aluno

e à Família (GAAF) que vão ao terreno para conseguir combater o absentismo escolar e

abranger os pais no processo de educação; as situações de indisciplina contínuas no

interior da escola; os resultados escolares e o apoio ao elevado número de alunos, cuja

língua do contexto social não é português. Também abordou os constrangimentos que

atualmente enfrentam, essencialmente, a colocação morosa do corpo docente

contratado, a mudança de docentes que dificulta o trabalho contínuo com os alunos, o

contexto socioeconómico desfavorecido das famílias e a imagem externa da escola que

não se harmoniza com o trabalho desenvolvido pela equipa do AE. Em termos de

operacionalização, a estratégia da escola passa por atuar no sucesso escolar na avaliação

interna dos alunos, na interrupção precoce do percurso escolar e na erradicação da

indisciplina. Para a concretização de tais estratégias, o AE tem definido uma panóplia

de ações que operacionaliza diariamente, também medidas advertidas do programa

TEIP, como o apoio ao estudo, a Turma Mais às disciplinas de Português e Matemática

no 1.º, 2.º e 3.º ciclos, o acompanhamento a alunos e famílias através da intervenção do

GAAF e mediação de conflitos, o gabinete da disciplina, o tutor de turma

(disponibilização de uma hora semanal do diretor de turma para tratar de assuntos de

vários âmbitos com os alunos) entre outras medidas. Complementando, fez referência

ao trabalho do GAAF (dois a três anos de existência) e a um dos objetivos, neste caso,

de atenuar atitudes comportamentais de indisciplina no interior da escola/sala de aula e

também à ação de coadjuvação comportamental que é levada a cabo entre os

professores, utilizada como último recurso, em que um professor dá a aula e outro

controla o comportamento dos alunos, colmatando várias situações ao nível da

indisciplina.

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Seguidamente foram apresentadas as taxas de conclusão/transição dos alunos, em

gráfico, denotando-se um problema no 2.º ano (1.º ciclo) pelas inúmeras retenções, que

também afeta o 2.º ciclo. Abordaram-se as taxas de sucesso, apresentadas em quadro,

que foram exploradas em função dos alunos que iniciaram o seu percurso na escola-sede

e terminaram o seu percurso nesta escola, excluindo os restantes que entraram a meio do

percurso escolar. Mostraram a distribuição da classificação das disciplinas Português e

Matemática e também a evolução do sucesso dos alunos na avaliação externa.

A terceira parte da apresentação do agrupamento incidiu na Liderança e Gestão do

AE. A este nível, o diretor proferiu que foram definidas metas com visão estratégica

global, no sentido de colmatar os aspetos referenciados como a melhorar no relatório de

AEE antecedente. Deu-se mais ênfase às seguintes mudanças: 1) promoção da

articulação curricular entre as escolas do agrupamento e entre os ciclos de ensino; 2)

introdução das novas tecnologias em sala de aula (1.º ciclo das três escolas do

agrupamento) e trabalho em parceria com uma editora, permitindo aos alunos o acesso a

outros recursos; 3) introdução da linguagem de programação a partir do 1.º ciclo; 4)

investimento em tecnologias de apoio aos alunos com baixa visão e invisuais; 5) apoio

das parcerias para a concretização de algumas ações da escola (e.g. Orquestra Geração –

projeto de música em que os instrumentos são disponibilizados pela Câmara

Municipal); 6) tentativa de envolver a comunidade educativa através, por exemplo, da

aplicação de questionários aos atores da comunidade; 7) aumento do número de

reuniões da direção com o pessoal não docente; 8) aquisição do programa Inovar Mais

de apoio à gestão pedagógica e administrativa do agrupamento e 9) elaboração do plano

de formação dos docentes e não docentes.

Terminada a apresentação, por parte do diretor, a Dr.ª RM referenciou que foi

realizada uma apresentação muito abrangente que fornece uma primeira visão do

funcionamento do AE O, solicitando, em seguida, aos presentes que participassem com

a sua opinião acerca do AE. Foram vários os parceiros que quiseram deixar a sua

opinião em relação ao trabalho de parceria que o AE tem desenvolvido, mencionando,

em primeiro lugar que a escola procura constantemente o apoio para as crianças com

NEE e que, no caso particular deste parceiro, esse apoio é concedido com a

disponibilização de recursos humanos formados em diversas especialidades (e.g.

terapeutas da fala e ocupacionais). As escolas, na opinião deste parceiro, procuram ser

inclusivas com os alunos com NEE, chegando mesmo a procederem à reestruturação do

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espaço escolar com a colocação de guias para dar resposta às necessidades

manifestadas.

Outro parceiro, ligado à direção de uma escola, também quis deixar o seu

testemunho, realçando que vem de uma realidade incomparável à do contexto destas

escolas e que o trabalho que o AE realiza diariamente não é percecionado da mesma

forma pela comunidade educativa (e.g. imagem externa). Reforça ainda o trabalho que a

escola faz em relação à aproximação dos pais ao contexto educativo, motivando à

consolidação de uma ligação mais forte entre escola-pais-alunos.

Uma representante da CPCJ realçou que a escola é bastante transparente com as

respostas educativas às necessidades que apresenta. Também, um dos parceiros que

representa o projeto Escolhas referenciou que a escola trabalha ativamente com este

parceiro, havendo bastante recetividade, acessibilidade e trabalho com os técnicos deste

projeto. No entendimento deste parceiro, é ainda realizado um acompanhamento aos

pais dos alunos que participam neste projeto de desenvolvimento de competências

sociais, assegurando uma relação mais estreita entre estes dois intervenientes: os

parceiros e os pais.

Em concordância com o que foi dito nesta sessão, outro dos parceiros que atua no

âmbito do Desenvolvimento Comunitário Urbano, evidenciou a preocupação da escola

com o futuro dos alunos e que ultrapassa a competência da direção. Afirmou que o AE

tem realizado um grande esforço na aproximação dos encarregados de educação à

escola, mediante o desenvolvimento de reuniões mais periódicas e outras atividades.

A contribuição seguinte esteve a cargo de uma docente universitária, como “amiga

crítica” que afirmou fazer parte do acompanhamento e monitorização dos planos de

melhoria da escola TEIP. Face ao contexto desfavorecido em que a escola se insere,

referenciou que esta não se lamenta, muito pelo contrário, procura combater esta

situação diariamente com a implementação de ações, como a Turma Mais e a

coadjuvação comportamental. Sublinhou o trabalho em parceria na constituição da

microrrede com escolas parceiras, visando rentabilizar os recursos e instituir a partilha

de boas práticas e experiências TEIP.

Os dois últimos discursos pertenceram aos seguintes parceiros: 1) um membro da

coletividade desportiva local – que apresentou sucintamente o funcionamento da

coletividade e reforçou a importância do desporto escolar no quotidiano dos alunos do

agrupamento e 2) o diretor de um centro de acolhimento – que salientou a necessidade

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de despoletar experiências positivas nos alunos, sendo que atualmente frequentam o

agrupamento nove alunos do centro que são acompanhados pelos técnicos

disponibilizados pelo TEIP.

Seguimos para a entrevista em painel com o Conselho Geral do Agrupamento,

constituído por 15 membros e com a presença efetiva de 13 pessoas. Iniciou-se esta

entrevista com uma breve apresentação dos membros do Conselho, estando presentes

diversos atores, como representantes de todos os ciclos de educação e ensino (incluindo

a EPE e Ensino Especial), das parcerias (membros dos centros de acolhimento, dos

projetos e da coletividade local), das instâncias locais, particularmente da câmara

municipal e da junta de freguesia e dos trabalhadores da escola, neste caso assistentes

técnicos e operacionais.

Seguidamente foi realizado um enquadramento sumário da atividade da AEE, com

a apresentação da equipa de avaliação, para quem não tinha estado presente na sessão de

abertura. Dada a palavra aos presentes, começaram por fazer um ponto de situação em

relação a este órgão de gestão. Foram destacados os momentos mais importantes,

referentes às parcerias que este órgão tenta estabelecer com instâncias da comunidade

local e que intervêm na escola e à reeleição do diretor do agrupamento, com

unanimidade, em reconhecimento ao trabalho desenvolvido na implementação de ações

de redução de taxas de sucesso e de abandono, no cumprimento do PE e nas reuniões de

balanço geral que se realizam anualmente (de abordagem às ações realizadas e aos

resultados das mesmas).

Face ao PE, perguntou-se ao grupo se o documento reflete a especificidade de cada

escola ou a escola como um todo, pelo que um dos membros do Conselho Geral

referenciou que o documento reflete o agrupamento como um todo, atendendo às

especificidades de cada escola e ao contexto inserido. Exemplificando, explicaram-nos

que a indisciplina é um problema que radica com maior incidência no 1.º ciclo, havendo

por isso uma maior necessidade de se pensar e trabalhar desde logo na EPE para

minimizar os problemas do 1.º ciclo.

A equipa interpelou o grupo acerca da avaliação do plano de atividades do

agrupamento que replicou a existência do ciclo de observação das reuniões trimestrais,

chegando ao conselho as informações de como estão a funcionar as atividades previstas.

Quanto às não previstas, em relação por exemplo às visitas de estudo, sublinharam que

existe sempre a possibilidade de realizar visitas não previstas e que os professores ficam

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sempre com feedback e conhecimento dos resultados das mesmas, transmitindo também

essas informações ao Conselho Geral.

Em relação ao relatório de Balanço das Atividades, abordaram os benefícios do

programa TEIP e os recursos disponibilizados para o agrupamento, referenciando

também a Turma Mais como uma ação bastante enriquecedora no agrupamento. A

equipa questionou a este propósito se o Conselho Geral aprecia o sucesso das medidas e

faz recomendações ao Conselho Pedagógico, respondendo que, na generalidade sim, e

que têm vindo a preocupar-se com o reforço dos pais na escola, criando um clima de

confiança, com destaque para o desempenho do diretor tem feito um ótimo trabalho

nesse sentido. Em relação à comunicação, referenciaram que flui com bastante

facilidade entre os vários órgãos da escola.

Questionados acerca do tratamento da informação/dados que recebem do

agrupamento, referenciaram que fazem recomendações em Conselho Geral destacando,

a título de exemplo, que para aumentar o número de pais em reuniões recomendam que

se altere o horário para o final da tarde para que, efetivamente, se possa reforçar o elo

entre as famílias e a escola. Na EPE também procedem a recomendações, como por

exemplo em relação à entrada dos pais nos JI durante os primeiros quinze minutos antes

da entrada para deixar os seus filhos e no reforço da ligação com a educadora. Neste

âmbito, foi salientado que o regulamento interno impede a entrada dos pais nos JI

durante o período de decorrência das atividades, evitando perturbações nas práticas

educativas. No entanto, este impedimento não interfere com a participação dos pais na

organização de atividades e visitas pedagógicas relacionadas com as crianças e sempre

que a entrada é solicitada pelos pais também se dá abertura aos mesmos. Uma das ideias

explanadas nesta sessão incidiu na necessidade de alterarem os motivos das reuniões de

pais, ou seja, convocá-los para dar conhecimento dos progressos dos educandos e não só

por motivos de indisciplina e insucesso escolar. Em relação a estes dois problemas, a

equipa questionou se já teria sido encontrada alguma estratégia de resolução. O

Conselho Geral afirmou que as escolas do agrupamento não restringem a entrada dos

alunos, em todos os ciclos, e que há uma preocupação evidente com todos os discentes

que frequentam o agrupamento. Falou-se do abandono escolar e da exclusão de alunos

que são retirados de outros estabelecimentos para as escolas do agrupamento. Este

problema acarreta outro dilema que se refere à resistência dos pais em colocarem os

seus filhos a estudar neste agrupamento, recorrendo a outras escolas do concelho. A este

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propósito, a equipa inferiu que a função do agrupamento é adaptar-se ao contexto

exigente, perguntando como fazem essas adaptações. Mencionaram que os parceiros são

essenciais nesta adaptação, tanto dentro como fora da escola. Existem várias estratégias

para trazer os alunos à escola, referenciadas com sucesso, como por exemplo 1) o

desenvolvimento de ações interculturais (e.g. jantares) em consonância com o apelo à

participação dos pais; 2) a implementação do quadro de honra e 3) o desenvolvimento

de atividades na biblioteca escolar (e.g. envolvendo os pais e avós para a leitura de

poemas). Por outro lado, tentam-se combater situações de violência, com apoio da

escola segura e com o trabalho diário dos técnicos do GAAF.

Em relação à promoção do sucesso educativo, demarcado como um

problema/dificuldade do agrupamento, fez-se uma pequena abordagem à EPE e ao seu

funcionamento. Na EPE, a educadora assegura a transmissão de conhecimentos em

relação a cada criança. No fundo, entende-se que é realizado um acompanhamento às

necessidades de cada criança em função do que são as suas dificuldades e gostos, por

exemplo.

Já no final da entrevista, o Conselho Geral informou que trabalha para o

envolvimento dos docentes com os alunos em interação, por exemplo, no recreio da

escola. A escola tenta ser sempre inclusiva, porque acolhe alunos institucionalizados

que deveriam ter um acompanhamento mais personalizado num lugar diferente da

escola. Em todos os casos de alunos que possuem, denotam a importância de transmitir

o percurso dos mesmos aos pais para um acompanhamento efetivo.

Terminámos às 13:00.

Quando voltámos do almoço, pelas 14:30, iniciámos a visita à escola-sede. Tivemos

oportunidade de visitar: a sala de professores - ampla e apetrechada com diversos

computadores para o apoio do trabalho docente; a biblioteca – com um espaço

acolhedor relativamente amplo, dividido por áreas de trabalho e que exibe os resultados

de diversos concursos escolares; o espaço de trabalho dos diretores de turma do 3.º

ciclo; a secretaria e serviços administrativos – composta por oito membros e organizada

por áreas de trabalho; o espaço de convívio dos alunos – observámos o espaço interior

que possui o bar, a papelaria, um espaço de alimentação saudável e o refeitório; o

pavilhão desportivo – bastante mais recente que todo o edifício escolar.

Quanto às salas de aula, foram apresentadas a sala de música, onde os avaliadores

conversaram com os alunos acerca dos projetos desenvolvidos na escola, em referência

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ao desporto escolar e à frequência da biblioteca; a sala das ciências com exposições de

trabalhos; o laboratório de físico-química; duas salas de trabalho informático; uma sala

de aula onde decorria uma aula de Inglês de uma turma estrangeira, cujas questões

foram semelhantes à abordagem anterior. Falaram dos projetos da escola e do PE, em

relação ao tema, percebendo-se aqui que os alunos reconhecem a importância de educar

na multiculturalidade; a sala de aula de uma turma de 6.º ano vocacional, incidindo

igualmente nos projetos que participam (e.g. desporto escolar e arte); uma sala de aula

de 9.º ano onde decorria uma aula de geografia, questionou-se o que gostavam mais e

menos na escola: positivamente destacaram o bar, a biblioteca e os professores;

negativamente salientaram a falta de aquecimento e a requalificação da escola.

Já no final da visita, a equipa de avaliadores encontrou o mediador de conflitos do

AE e, numa breve conversa informal, tentaram aferir o seu papel interventivo na escola.

O mediador referiu que a sua função incide na intervenção e mediação do

comportamento dos alunos, no sentido de os fazer (re)pensar as suas atitudes e ações na

escola. Faz a ponte entre a escola e os encarregados de educação, no que respeita à

comunicação dos processos indisciplinares e às convocações quando há necessidade de

existir uma conversa mais personalizada com a família. Assegura, também, o trabalho

articulado com os diretores de turma e com os técnicos que atuam na diminuição do

absentismo escolar e comportamentos disruptivos. Na sua conceção, verifica-se que os

alunos possuem um desrespeito acentuado pela escola, demonstrado bastante

desinteresse e desvalorização pelo meio escolar, havendo, por isso, necessidade de

trabalhar incisivamente na apropriação das regras escolares e no desinteresse e

desvalorização que apresentam pela escola.

O primeiro dia de intervenção prosseguiu com a entrevista em painel da equipa de

autoavaliação. Iniciou-se a entrevista com o relato sucinto da história da equipa de

autoavaliação que remonta a 2009. Posto isto, avançaram mencionando que nesse ano

utilizaram a metodologia Common Assessment Framework (CAF)30

de uma empresa

externa, todavia a comunicação e exploração dos dados não tiveram o resultado mais

favorável nem o reflexo pretendido na comunidade escolar. Acontece que o relatório de

autoavaliação não produziu efeito no AE, porque também não teve grande recetividade

da comunidade, muito em parte por ter sido desenvolvido por uma equipa externa ao

30 Estrutura Comum de Avaliação

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agrupamento. Indicaram que os processos de autoavaliação constituía uma área de

melhoria da avaliação externa realizada nesse ano letivo. Em 2013/2014 formaram uma

equipa de autoavaliação (docentes e técnicos) e lançaram inquéritos de satisfação à

comunidade, seguindo o relatório do CAF. Começaram por entender o trabalho do TEIP

e a satisfação da comunidade com o trabalho realizado pelos técnicos e docentes do

agrupamento. No que respeita ao ensino-aprendizagem, a equipa salientou que

incidiram mais na relação professor/aluno e no modelo de aulas implementado. Em

junho de 2015 procederam à aplicação de questionários aos docentes acerca do

funcionamento da escola, justificando que uma das prioridades TEIP refere-se à

divulgação da informação em que as pessoas têm que conhecer o que funciona nos

órgãos. Salientaram que, com base nos questionários, no plano plurianual e PE foi

lançado o relatório de autoavaliação.

A equipa de avaliação tentou perceber porque não convocaram um membro do

pessoal não docente para a equipa de autoavaliação. Evidenciaram que na fase de

constituição foi um apalpar de terreno e que mais tarde até contaram com a presença de

uma auxiliar, no entanto por questões de conciliação de horários, tiveram que reduzir a

equipa. Em relação à divulgação do relatório de autoavaliação, a difusão é feita na

reunião geral do início do ano aos professores. A equipa de autoavaliação crê que os

elementos do AE têm vindo a aceitar bem esta equipa por serem um grupo interno e

contínuo à estrutura da escola com algum trabalho já reconhecido pela comunidade. A

equipa de avaliação fala na ligação existente entre o Conselho Pedagógico e Geral, na

medida em que há membros transversais às equipas. As reuniões são pós-laborais e, na

altura da realização dos questionários, as reuniões eram periódicas. Percebeu-se, a este

nível, que a equipa carece de formação no âmbito dos processos de autoavaliação.

Equacionou-se com os avaliadores que necessitam de alguém externo ao agrupamento,

i.e. uma visão externa do trabalho desenvolvido nas estruturas do AE. No relatório de

autoavaliação, os avaliadores fizeram referência a uma passagem que pretendem ver

esclarecida: “o refeitório é limpo e o bar é um local agradável”. Prosseguem dizendo

que face aos questionários de satisfação havia alguma contradição, mas rapidamente

esclareceu-se que esta conclusão diz respeito a todas as escolas do agrupamento.

A propósito do TEIP, os avaliadores tentaram perceber o porquê de a equipa de

autoavaliação não ter utilizado o relatório do TEIP no contexto da autoavaliação. Sobre

este assunto, fizeram menção às ações que desenvolvem para monitorizar as práticas

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educativas, como por exemplo as que se desenvolvem no âmbito das NEE. Refletiu-se,

conjuntamente, que a equipa de autoavaliação tem material de trabalho suficiente para

regular o trabalho do agrupamento (e.g. visitas de estudo e sucesso das práticas de

NEE), no entanto a informação que possuem encontra-se muito dispersa e o que

necessitam é de agregar dados e analisar as conclusões. Ainda neste contexto, os

avaliadores discutiram a necessidade de o processo de autoavaliação não se limitar à

apresentação de dados, mas ir mais além, abrangendo a interpretação desses mesmos

dados e que induza à reflexão de todos os profissionais acerca das práticas do AE.

Revelam também a importância da autoavaliação incidir na monitorização dos

problemas, i.e. ir ao foco da questão, elencar estratégias de resolução e avaliação.

Os avaliadores questionaram como é que os membros da equipa garantiam a

sustentabilidade do trabalho da equipa de autoavaliação. Os presentes aludiram à

aplicação dos questionários e ao trabalho do TEIP, salientando que a pessoa que está à

frente deste programa na escola garante que a sua equipa está informada do trabalho que

é realizado. Os avaliadores, a propósito da importância da autoavaliação e da utilidade

do mesmo para o AE, referem a relevância de rentabilizar e divulgar os resultados à

comunidade e incidir no que é prioritário: sucesso, famílias e indisciplina. Percebeu-se

também que ainda não há uma grande apropriação dos processos de autoavaliação por

parte da equipa. Patentearam que sentem necessidade de serem acompanhados por parte

dos representantes do TEIP. Posteriormente deram conta de uma medida TEIP e do seu

sucesso: a Turma Mais que no contexto deste AE está a surtir o efeito desejado.

Também abordam o trabalho do grupo de disciplina e os avaliadores questionaram

que dados é que monitorizam em relação a esse serviço. A equipa de autoavaliação

replicou que fazem a análise do registo de entradas e do número de ocorrências.

Continuaram a falar do grupo de disciplina, mencionando que funciona como um

serviço de remediação, mas que não descura a prevenção de comportamentos

disruptivos. Este ano reestruturaram o serviço devido ao aumento de casos de

indisciplina, funcionando com dois grupos, um em cada bloco da escola-sede. Para o

seu pleno funcionamento, também foram disponibilizados dois telemóveis para contacto

imediato com os encarregados de educação.

Têm dado atenção à coadjuvação comportamental como uma das medidas de apoio

ao controlo e erradicação da indisciplina. Quando desenvolvem esta medida, afirmam

que há uma articulação prévia entre coadjuvado e coadjuvador, no sentido de abordarem

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os problemas que cada turma específica manifesta para posteriormente refletirem sobre

o trabalho observado. Falou-se na equipa do gabinete de apoio ao aluno e à família

(GAAF), com a intervenção da psicóloga presente na reunião, informando que já

começaram a ir ao terreno no 1.º ciclo trabalhar as questões da indisciplina, visto que

alguns dos problemas que o agrupamento sente começam neste nível de ensino.

A reunião termina às 18:00. Saímos pelas 18:30.

Reflexão Pessoal

O primeiro dia da avaliação do AE O permitiu-me reter a perspetiva de como se

processa o início de uma avaliação externa, ou seja, todos os procedimentos formais de

apresentação da atividade à comunidade educativa e a importância de uma breve

abordagem à caracterização do agrupamento por parte do diretor, que possibilitou desde

logo a consolidação e esclarecimento de aspetos atinentes ao funcionamento do AE.

Também todas as reuniões assistidas neste dia se revelaram fulcrais do ponto de vista

dos assuntos abordados: 1) o conselho geral – compreendi a dinâmica de funcionamento

deste órgão escolar numa abordagem aos documentos estruturantes do AE e a relação

com outros órgãos como o conselho pedagógico e diretivo e 2) a equipa de

autoavaliação – o processo de autoavaliação permitiu-me entender na prática como deve

funcionar uma equipa que coordene este processo e assimilar a importância da

monitorização das ações e projetos que as escolas desenvolvam. No caso específico da

equipa de autoavaliação deste AE, entendi que a equipa deve focar-se mais no

acompanhamento das ações, no combate aos problemas da escola e na monitorização de

medidas do programa TEIP.

Dia 71 – Terça-feira, 02 de fevereiro de 2016

Chegámos ao AE pelas 09:00 e às 09:15 demos início à visita das AE,

acompanhados pelo diretor do agrupamento. Iniciámos a visita à escola JI/EB1 BA,

uma escola recente e com boas condições ao nível de infraestruturas. Entrámos no

edifício e foram-nos apresentados diversos espaços: a sala de gestão, as várias casas de

banho, o refeitório (com um espaço amplo e um projeto associado à comida saudável), o

átrio com aquecimento, a sala de professores, o centro de recursos/biblioteca (com

espaço dedicado aos computadores Magalhães), a sala de auxiliares, as diversas salas do

1.º ao 4.º ano, a sala de atividades I (percecionando no momento uma educadora a

trabalhar com uma menina com NEE), a sala de atividades II (observando também outro

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educador a intervir com outras crianças com NEE), a sala de educação especial (cujo

tema se enquadra “todos juntos por uma educação inclusiva”), a sala de música (onde

desenvolvem um projeto em que participam: orquestra geração com 26 alunos), o

ginásio e o espaço exterior.

Passámos para o JI que funciona no mesmo local, mas no edifício ao lado. À

entrada do estabelecimento encontramos logo a sala de apoio às crianças.

Interrompemos uma sessão com as crianças de uma sala de EPE: decorria uma atividade

em que as crianças se encontravam numa rodinha e à vez, seguindo a sequência dos

legos, tinham que montar as peças e referir alto as cores (também em sequência):

“verde, amarelo, azul”. Passámos para outra sala de EPE em que os avaliadores, em

conversa informal, perguntaram às crianças o que estavam a fazer, pronunciando bem

alto “ler histórias”. Permanecemos algum tempo aqui a assistir à prática educativa desta

sala. Enquanto isso cantaram a canção do “bom dia” e a canção do “carnaval”. Em

conversa com os avaliadores, as crianças identificaram os seus desenhos expostos na

parede e também os quadros que tinham realizado. Entretanto, a educadora mostrou à

equipa o programa que desenvolve em sala de atividades (e.g. temas tratados), bem

como os instrumentos de avaliação das crianças. Em relação a esta sala, observei que

tem um espaço muito amplo e que tem diversos materiais didáticos, possuindo, também,

alguns trabalhos expostos das crianças e quadros que incidem na identificação das

presenças e dos aniversários. Continuando a visita, vimos o refeitório e o gabinete

médico. Também observámos o jardim no exterior e respetivos baloiços.

Já na escola JI/EB1 DP, pelas 10.40, iniciámos a visita: vimos as casas de banho

(da EPE e do 1.º ciclo), as salas de atividades, a biblioteca, a sala da EPE (visivelmente

mais composta pelos trabalhos das crianças com áreas muito bem circunscritas: a casa

das bonecas, os jogos, a leitura e as atividades) e uma sala do 1.º ciclo onde se observou

um quadro exposto na parede que incide nas questões comportamentais. Explicaram-nos

que uma vez por semana fazem um balanço do comportamento e discutem as regras da

escola. Continuámos a visita ao refeitório, ao recreio e ao campo de futebol com acesso

direto à escola (uma das parcerias da escola) onde são desenvolvidas diversas atividades

desportivas. Durante a visita, encontrámos uma vez mais o mediador de conflitos que

nos disse que nesta escola está essencialmente a trabalhar as questões da indisciplina e

das regras com as crianças do 1.º ciclo. Mostrou-nos uma campanha para a Assembleia

da Escola que está exposta logo à entrada da escola. Existem cartazes com as listas a

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apelar ao voto de cada lista candidata. Os avaliadores mostraram satisfação com o

incitamento da escola à prática do associativismo e da formação para a cidadania.

Fizemos o percurso até a última escola o JI/EB1 AV, chegando pelas 11.50. As

entrevistas com alunos do 4.º ano desta escola estavam previstas para a tarde, no entanto

e uma vez que já nos encontrávamos no espaço e por uma questão de agilizar

procedimentos, os avaliadores decidiram adiantar a realização das entrevistas para o

preciso momento. A visita à escola ficou adiada para depois da concretização destas

entrevistas.

Assim, numa das salas de apoio e já com a presença dos cinco alunos do 4.º ano, os

avaliadores tentaram primeiramente aferir se sabiam o motivo pelo qual estavam

naquela sala. Proferiram que a presença dos avaliadores tinha que ver com a observação

do funcionamento da escola. Os avaliadores explicaram, assim, o âmbito da atividade,

procedendo também a uma breve apresentação de todos os intervenientes. Inicialmente

abordaram as eleições que presidiram a seleção dos alunos para este painel e também

falaram acerca dos delegados de turma e assembleia de escola, que percebeu-se, de

imediato, não possuírem nesta escola.

Passaram para o funcionamento das aulas, aferindo rotinas de trabalho. Os alunos

referenciaram que inicialmente a professora escolhe uma pessoa para escrever o

sumário e cumpre-se sempre o que é pressuposto concretizar nesse dia. Utilizam os

manuais escolares e os computadores Magalhães, neste último caso, quando o professor

de informática se desloca às salas dos alunos. Trabalham no Word e executam as fichas

de matemática com apoio do computador, onde as respostas são apontadas no mesmo.

Utilizam também o Google para fazer pesquisas e usufruem muito do computador em

casa. Em aula utilizam fichas de trabalho que são disponibilizadas pelo professor.

Referem que raramente utilizam o quadro interativo e que realizam poucos trabalhos em

grupo. Quando à disposição da sala, informaram que se encontram individualmente

distribuídos por mesas. Em relação às tarefas desenvolvidas em aula, os alunos

respondem que inicialmente as atividades são iguais para todos, no entanto existem

alunos que não acompanham o ritmo de aprendizagem da turma, pelo que são

distribuídas tarefas diferentes, consoante o ritmo de individuas de cada aluno. No que

concerne à leitura de livros, dizem que, numa das turmas, trazem livros de casa e leem

nas aulas quando o trabalho solicitado pela professora está terminado. Na outra turma,

não se evidencia o apelo à leitura de livros, pelo que os avaliadores sugerem que é

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bastante importante fomentar essa prática. Sublinharam que as sugestões dos alunos são

muito importantes no contexto educativo para o seu desenvolvimento escolar e pessoal.

Os presentes que disseram que leem nas aulas afirmam, também, que quando procedem

à leitura dos livros fazem fichas decorrentes dessas leituras. Entendeu-se, pelo contexto

da entrevista, que não fazem muitas atividades de demonstração aos pais. Uma vez

mais, os avaliadores sugeriram a importância de desenvolver atividades no âmbito

escolar, deixando um exemplo: dramatização tendo como mote a história de Portugal. A

este propósito referenciaram que se encontram integrados num projeto escolar

designado “transições”, permitindo envolver a turma em sessões de convívio. Há um

grupo formado que conta com a presença de uma técnica da junta de freguesia, onde há

bastante comunicação e confiança no grupo. Estão, também, neste momento, envolvidos

num projeto que consiste em construir uma história coletiva para posterior apresentação

a outra turma da escola.

Incidindo nas expressões, os avaliadores evidenciaram querer saber acerca das

atividades que realizam neste âmbito. Verbalizaram que usam diversos materiais de

trabalho (e.g. lápis, canetas, cadernos de desenho) e que têm atividades de

enriquecimento curricular de educação física, de música, de inglês e de expressão

dramática. Também são proporcionadas aulas de natação logo no início do ano letivo.

Quanto às visitas de estudo, questionados pelos avaliadores, os alunos revelaram que

têm realizado algumas, nomeadamente às bibliotecas escolares, visitas no âmbito do dia

da criança e ao projeto de ciência viva. Em relação aos projetos que desenvolvem no

âmbito da educação para a cidadania, participam em campanhas solidárias, por

exemplo, na recolha de roupas para doar a pessoas carenciadas e na sensibilização de

todos para apanhar os dejetos dos cães.

Questionou-se o comportamento dos alunos e de que forma é que lidam com isso

em sala de aula. Os presentes referem que às vezes há colegas que se comportam de

maneira imprópria e que são convidados a sair da aula. São naturalmente barulhentos e

na sua maioria são rapazes.

Perguntou-se também como é que é realizada a avaliação dos alunos. Sobre este

assunto, responderam que realizam testes, aferem-se os níveis de comportamento e

procede-se à autoavaliação com uma checklist do comportamento, da assiduidade, das

matérias, das dificuldades, entre outros. Afirmaram, ainda, que não debatem a avaliação

com a professora.

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Quanto à equipa educativa, expuseram que gostam dos professores e auxiliares (que

são poucos) e salientaram que os professores clarificam todos os conteúdos de

aprendizagem em sala de aulas. Afirmaram que se sentem em segurança no interior da

escola. Tentou-se aferir o que fazem numa situação de bullying na escola, replicando

que defendem os alunos atacados e reportam as situações à professora e aos pais. Os

pais podem ser chamados à escola e os intervenientes podem ser suspensos. Todavia,

garantem que há muito poucos casos de bullying na escola.

Como questões finais, aferiu-se o que mais gostam na escola, como os amigos e as

atividades de enriquecimento curricular, o que gostam menos, sublinhando a

insegurança que o chão do recreio transmite a todos os alunos e o que gostavam de

melhorar, averiguando-se que gostariam de ter mais visitas de estudo, permanecer com

os mesmos professores das atividades de enriquecimento curricular e que as suas

opiniões valessem mais para os intervenientes educativos.

A entrevista terminou às 13:00 e logo de seguida começámos a visita a esta escola.

Observámos as condições do interior da escola, as casas de banho, o refeitório e os

corredores que dão acesso às salas. Verificámos as duas salas de EPE (uma com 20

crianças e outra com 23 crianças), compreendendo que a disposição das salas era

bastante semelhante. Ambas possuem estruturas para guardar os trabalhos e várias zonas

de brincadeira. Visitámos a sala do 1.º ciclo (4.º ano) que integra dois alunos com baixa

visão, possuindo equipamentos adaptados aos meninos para que possam acompanhar a

turma no processo de ensino-aprendizagem. Vimos a biblioteca que se localiza no

espaço do recreio e que ainda se encontra em remodelação.

Terminámos a visita no recinto exterior, saindo às 13:20.

Regressámos às 15:00 à escola-sede e dirigimo-nos à sala do GAAF, aguardando

pelo próximo painel com os coordenadores de departamento e responsáveis de outras

estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica. Entretanto começaram as

entrevistas, pelas 15:30, com a presença de 10 pessoas com funções diretamente

relacionadas com o departamento curricular de matemática e ciências experimentais, o

departamento curricular de línguas, o departamento de ciências sociais e humanas, o

departamento curricular de expressões, o departamento curricular do 1.º ciclo do ensino

básico, o departamento curricular da EPE, a coordenação pedagógica do 2.º ciclo do

ensino básico, a coordenação pedagógica do 3.º ciclo do ensino básico, a coordenação

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pedagógica da EPE, a coordenação da biblioteca e a coordenação pedagógica do 1.º

ciclo.

Começou-se pela área do planeamento dos departamentos curriculares, com a

intervenção da coordenadora do departamento de ciências sociais e humanas a realçar

que há sempre reuniões de trabalho e uma clara orientação pedagógica por disciplinas e

ciclos de ensino. Trabalham em pequenos grupos e fazem o planeamento a curto prazo,

afirmando que a planificação das atividades é ajustada de acordo com as sugestões e

recomendações que vão aferindo entre eles e com os alunos. Definem um tronco comum

para os testes diagnósticos – um teste por período (realizado pelo grupo de trabalho) – e

fazem o balanço através de grelhas de avaliação.

Por sua vez, a coordenadora do departamento de línguas explanou que planificam

as disciplinas, tendo em conta o programa curricular e as metas de aprendizagem. A este

nível, procedem à seleção das obras que são oficializadas pelo MEC, atendendo também

às que possuem na biblioteca da escola para ser de fácil acesso aos alunos. Procuram

desenvolver atividades transversais a outras áreas disciplinares. No âmbito da avaliação,

referiu que elaboram testes diagnósticos em conjunto e que a grelha de avaliação

utilizada é organizada em função dos domínios do programa, sendo que o balanço que

fazem é por turma. Face aos testes diagnósticos faz-se o planeamento da disciplina e

ajusta-se conforme as dificuldades que vão sendo manifestadas ao longo do tempo. Há

atividades comuns que desenvolvem em todas as turmas (e.g. campeonato da gramática

e atividade ler à lupa). A elaboração do teste comum com matriz de correção e critérios

de classificação é realizada em conformidade com os critérios do exame nacional.

A coordenadora do departamento curricular do 1.º ciclo do ensino básico promove

reuniões do departamento da disciplina. Mencionou que há uma clara tentativa de

criação de instrumentos comuns do 4.º e 5.º anos nas reuniões para que não haja rutura

na aprendizagem. Pretendem promover a continuidade dos 4,º e 5.º anos e fomentar

conteúdos transversais a todas as disciplinas, destacando um exemplo: em ciências fala-

se de moléculas e tenta-se expandir esta matéria noutras disciplinas, através de

exemplos. Neste momento, estão a ensaiar um modelo de supervisão pedagógica

(observação em sala de aula) que vem na sequência de uma ação de acompanhamento

pedagógico. As planificações estão mais direcionadas para o 5.º ano da matemática

devido aos baixos resultados, afirmando, também, que estão a tentar incidir no trabalho

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colaborativo para despoletar o contacto mais aberto entre professores, visando a

resolução deste problema.

Quanto ao coordenador do departamento curricular de matemática e ciências

experimentais, em relação às disciplinas que abarcam este departamento, referiu que a

meio de cada capítulo é realizado um teste de verificação de conhecimentos, no sentido

de acompanhar as aprendizagens dos alunos, ou seja, monitorizar e coordenar esta área

pedagógica.

Perguntou-se como fazem a gestão dos documentos estruturantes do agrupamento,

como o PE, o projeto TEIP e o relatório de autoavaliação, e ainda, como são construídas

as atividades do departamento. Responderam que contemplam o desenvolvimento dos

domínios/competências e que são transportados para as matérias a ministrar. Surgem

atividades que são articuladas com a biblioteca, por exemplo a português em relação às

obras de leitura obrigatória.

No 1.º ciclo asseguraram que trabalham a planificação de atividades por ano letivo.

No caso da EPE (departamento constituído por 8 pessoas) são realizadas reuniões

mensais onde é efetuada a avaliação do plano anual de atividades. Trabalham atividades

que têm que ver com o tema do agrupamento e as visitas também são feitas muito em

função do tema explorado no PE.

No caso das visitas realizadas, na escola-sede existe uma ficha com a avaliação dos

objetivos que chega aos coordenadores. Pela entrevista, compreendeu-se que cada

atividade pensada está em concordância com as metas e objetivos do PE do AE.

Os avaliadores aferiram que se deve pensar no que é que cada departamento pode

fazer para cumprir as metas. Chegaram à questão dos resultados que se evidenciam

como um fator desmotivante para os professores que de tudo tentam fazer para subir as

notas dos alunos. Falou-se do valor esperado do agrupamento e tentou-se compreender

as oscilações que não consolidam o caminho do sucesso de aprendizagens.

Abordou-se, também, uma questão muito particular que se sucede em alguns casos:

a relutância dos pais dos alunos do 2.º e 3.º ciclo em participar na vida escolar dos

alunos – é uma questão que está a ser trabalhada com a equipa do GAAF. Por vezes a

falta de interesse dos alunos é um dos fatores que desmotiva os professores, deixando-

os desgastados psicologicamente. Revelaram que o ponto fulcral reside na participação

dos pais desde muito cedo na vida escolar dos filhos e que se reflete no interesse e

motivação dos alunos (no caso do 1.ºciclo). Percebeu-se ainda que o processo de

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ensino/aprendizagem tem de ser calculosamente pensado em função dos alunos que

constituem as escolas do AE. O GAAF é um serviço que faz a ponte entre a família e os

professores e estes reconhecem que os técnicos desenvolvem um trabalho muito

importante nas escolas do agrupamento.

Conferiu-se que na EPE está a ser discutido e delineado o perfil do aluno (ao fim

dos 3 anos – ida para o 1.º ciclo). Esta iniciativa nasce da necessidade de contextualizar

as aprendizagens das crianças, a título de exemplo, a aprendizagem específica da soma e

da subtração. Os avaliadores chamaram a atenção para não se fragmentar as

aprendizagens e conteúdos, devendo ter relação com as áreas de conteúdo (AC).

Revelaram também que a passagem do 1.º ciclo para o 2.º ciclo é um processo que

implica acompanhamento pela diferenciação de práticas educativas e da organização

escolar nos diferentes ciclos (e.g. muitos professores, várias disciplinas, autonomia mais

consolidada, estrutura da escola diferente). Posto isto, os profissionais veem-se

confrontados com a necessidade de implementar estratégias que facilitem esta

integração. Na tentativa de exemplificarem as estratégias usadas, indicaram que os

professores chamam os alunos do 5.º ano para as aulas até estarem plenamente

integrados na organização e nos moldes de funcionamento da escola . Também têm

especial atenção com os alunos que são recém-chegados à escola e provenientes de

outros países para que haja uma integração completa e participação consolidada nos

projetos escolares.

Voltou-se a proferir os documentos estruturantes, em relação ao diagnóstico de

problemas – os fundamentos -, em que os presentes demonstraram possuir esse

documento presente. Evidenciou-se que os documentos são um instrumento que

fundamenta todo o trabalho escolar. Por esse motivo, os avaliadores disseram que não

encontram referências à EPE, no que concerne aos critérios de avaliação. A equipa de

avaliadores continuou mostrando a importância da informação estar bem documentada e

trabalhada para que tenha utilidade para as pessoas que vão ler, visto que se constitui

um documento de trabalho. Os presentes denotaram alguma dificuldade na construção

desses documentos e queixaram-se do tempo e da inflexibilidade de horários para

conseguir trabalhar tudo.

Os avaliadores incidiram no ensino das outras escolas do agrupamento, procurando

aferir se estão a par do funcionamento das mesmas. Na generalidade conhecem, mas

não têm por hábito frequentar essas escolas. Os avaliadores revelaram, neste sentido, a

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importância da escola conhecer-se a si própria e estar a par do trabalho que é realizado

em todas as escolas do agrupamento Os intervenientes mencionaram um projeto que

desenvolvem entre escolas: a leitura de livros por parte dos alunos do 3.º ciclo que vão

às salas do 1.º ciclo (4.º ano). Os avaliadores referiram que também seria uma prática

exemplar visitar a EPE e o 1.º ciclo (vice-versa) para tomarem contacto com as práticas

realizadas.

Procurou-se entender o modo de articulação entre os professores do 1.º ciclo e das

atividades de enriquecimento curricular. Os coordenadores afirmaram que há

comunicação com regularidade entre todos os docentes e particularizam informações do

desenvolvimento e das dificuldades manifestadas pelas crianças nos vários espaços

educativos. Nesse sentido, compreendeu-se ainda que fazem um acompanhamento do

trabalho realizado nas atividades de enriquecimento curricular.

Os avaliadores questionaram, posteriormente, como valorizam o trabalho das

crianças na EPE, replicando que expõem os trabalhos das crianças, enaltecem o trabalho

do dia a dia que cada criança realiza e envolvem os pais, no sentido de proporcionar

feedback do desenvolvimento gradual das crianças. Os avaliadores relataram também a

importância das crianças se sentirem ouvidas e de se considerar as suas propostas nas

atividades que realizam. Falou-se nos projetos inerentes a cada escola e numa situação

muito peculiar: a assembleia de escola que foi incrementada apenas num

estabelecimento escolar, não encontrando nas outras escolas quaisquer práticas

semelhantes de apelo ao associativismo e à prática de cidadania.

A formação foi o último tema abordado entendendo-se que há prioridade em formar

para o trabalho com a indisciplina, supervisão pedagógica e informática.

Terminámos às 18:05.

Reflexão Pessoal

O presente dia permitiu-me adquirir alguns conhecimentos e aprendizagens que

passo a citar: 1) a oportunidade de visitar as infraestruturas de três escolas JI/EB1

possibilitou-me assimilar o funcionamento destes estabelecimentos educativos e as

práticas educativas que se implementam de escola para escola. Neste contexto, entendi

que, para escolas do mesmo agrupamento, é necessário existir alguma articulação

curricular e existência de práticas comuns que permitam apreciar o agrupamento como

um todo; 2) as entrevistas com os alunos do 4.º ano da escola AV fizeram-me assimilar

a importância de se considerar as iniciativas educativas dos alunos que proporciona, não

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só motivação e interesse escolar, mas também se revelam importantes para o seu

desenvolvimento pessoal; 3) quanto às entrevistas com os coordenadores de

departamento, assimilei a importância de um sustentável planeamento das atividades

curriculares de suporte ao desenvolvimento e consolidação de aprendizagens dos

alunos. Compreendi, ainda, que é trabalho que implica a articulação com os vários

docentes das disciplinas, no sentido de assegurar boas práticas educativas, desde a EPE

até ao 3.º ciclo, no caso deste AE.

Dia 72 – Quarta-feira, 03 de fevereiro de 2016

Chegámos à escola-sede do agrupamento pelas 09:15 e as entrevistas com as

assistentes técnicas e operacionais iniciaram às 09:30. Estiveram presentes 8 pessoas.

Deu-se início com uma breve apresentação da atividade da avaliação externa e

intervenientes, partindo-se de imediato para a primeira questão a aferir que teve que ver

com o conhecimento do serviço destas colaboradoras, tentando compreender as várias

dinâmicas de trabalho destes membros. Começaram por referir que, apesar de terem

autonomia no trabalho que desenvolvem, a direção tem sempre uma palavra a dizer. A

coordenadora dos assistentes operacionais mencionou que faz a gestão do pessoal em

função das áreas de competência de cada pessoa. Se há necessidade de enviar alguém

para outra escola do agrupamento é com a subdiretora que é tratado o assunto. A

coordenadora dos assistentes operacionais afirmou que são feitas reuniões com

frequência com a subdiretora para dar conhecimento das situações que vão ocorrendo

com a gestão do pessoal.

No que concerne aos serviços administrativos (secretária), a responsável referiu que

em setembro faz sempre uma reunião com os funcionários para aferir as áreas de

trabalho de cada pessoa: organizam-se assim por áreas e dão resposta aos diversos

pedidos da comunidade. Todas as funcionárias têm um conhecimento satisfatório do

trabalho que é realizado neste serviço, podendo serem assumidas as várias funções

existentes por qualquer pessoa do serviço.

Questionou-se as formações que têm realizado para se adaptarem às áreas de

trabalho que desenvolvem. No caso do bar, a funcionária realçou primeiro que tem uma

boa relação com os alunos, estabelecendo uma interação regular com eles nos

intervalos. Também mete ordem nos conflitos que possam surgir neste espaço de

convívio. Referiu a necessidade de estarem sempre atentas em qualquer área de trabalho

para que se possa intervir imediatamente. Teve formação sobre como lidar com os

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alunos em problemas indisciplinares, na gestão de conflitos e também frequentou

formações externas em escolas TEIP. Neste caso, é a direção que dá conhecimento

destas formações e palestras para que os membros do AE possam participar.

No caso da assistente que trabalha na biblioteca, referiu que teve formação para ir

trabalhar para este serviço e que neste espaço não há conflitos entre alunos. Dá bastante

apoio na procura de livros e aos trabalhos dos alunos. Referiu estar disponível para

todas as solicitações que venham dos discentes.

Uma das funcionárias proferiu que no 1.º ciclo a aprendizagem que tem vindo a

realizar é mais com as colegas, mas também evidencia a importância da formação que

frequentou (e.g. apoio a crianças com baixa visão; higiene e segurança no trabalho e

primeiros socorros). Mencionou que, por vezes, o que se torna mais complicado na

gestão dos intervalos é a aceitação das normas escolares por parte dos alunos que ainda

insistem em quebrá-las.

Nos serviços da secretaria, indicaram que o contacto com os pais é bastante

razoável. Disseram que lidam bem tanto com alunos como com os pais. Por vezes têm

que se adaptar à língua que os vários intervenientes falam e que quando há problemas

leva-se a situação numa forma de negociação e explica-se na prática o que se passa.

Quanto ao serviço da ASE, a funcionária relatou-nos que só na escola-sede os

beneficiários deste serviço ultrapassam os 200 alunos. Informou algumas dificuldades

que sente em fazer os alunos cumprir os prazos para entrega de documentos e

regularização da situação. Afirmou ainda que existem alturas que têm de andar atrás dos

alunos para que resolvam a questão do ASE. As auxiliares expuseram também que faz

parte da sua competência sinalizar as crianças que não se alimentam convenientemente

e que passam por dificuldades em casa para que possam reportar esta situação à direção.

Em relação ao ambiente, os avaliadores solicitaram às entrevistadas que o

caracterizassem. Uma das assistentes referiu que, apesar da indisciplina manifestada, o

ambiente escolar é seguro. Os comportamentos disruptivos, em certas alturas, iniciam

no recreio mas também se manifestam com alguma frequência em sala de aula.

Afirmaram que são mais situações passageiras que se criam constituindo-se conflitos

entre eles e que por vezes até surgem das atividades desportivas. A imagem da escola

para a comunidade escolar é sempre negativa, mas as funcionárias garantem que é

segura e que pode ter a ver com o contexto demográfico (os bairros e as zonas que a

envolvem) e por isso a escola vai atuando para erradicar os problemas que, muitas

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vezes, são trazidos dos bairros para dentro da escola. Também salientaram o trabalho da

escola segura na obstrução destes conflitos que vêm do bairro.

Em relação às lideranças, questão colocada pelos avaliadores, as entrevistadas

afirmaram que têm contacto com as coordenadoras das escolas do agrupamento e que há

sempre disponibilidade para resolver as questões. Denota-se, de um modo geral, que

têm um elo bastante consolidado. Falam entre si e até mesmo com o diretor que se

mostra sempre acessível. De acordo com as assistentes operacionais, há abertura para

reportar situações à coordenação ou até mesmo à direção e reúnem-se com frequência –

há comunicação aberta e relação consensual. Quanto à EPE, reportaram alguns

constrangimentos na comunicação, porque a informação chega, mas com atraso, tal

como disseram.

Quanto ao clima e motivação no trabalho, asseguraram que, em relação às

condições de trabalho, são satisfatórias, mas mostraram algum descontentamento com a

estagnação da carreira. Apesar de não progredirem profissionalmente, não se sentem

desmotivadas, porque afirmam diversas vezes que apreciam o trabalho que realizam.

A entrevista terminou às 10:40.

Logo de seguida, iniciou-se a entrevista com alunos delegados de turma e

representantes de projetos escolares, contando com a presença de oito discentes. À parte

da introdução inicial, os avaliadores começaram por questionar os alunos acerca do que

mais gostam na escola que frequentam. As respostas direcionaram-se para as atividades

da escola (o dia da alimentação, as visitas de estudo), a biblioteca, o bar da escola, o

espaço de convívio, o espaço exterior e as auxiliares pela disponibilidade demonstrada

diariamente.

Procurou-se aferir, de seguida, como é que os adultos abordam e falam com os

alunos. A este nível, evidenciaram que a auxiliar da entrada cumprimenta todos os dias

os alunos, tanto à entrada, como à saída da escola. Contaram que há auxiliares que sem

domínio da língua inglesa se esforçam para ajudar os alunos estrangeiros a

movimentarem-se melhor na escola. Em relação aos professores, confessaram que são

simpáticos, na sua generalidade, e que são muito comunicativos.

Na sequência da conversa, perguntaram o que sabem sobre a indisciplina no AE.

Na perceção destes alunos, é um problema que tem vindo a diminuir. Abordaram que as

funcionárias estão sempre atentas a situações de comportamentos perturbantes e que

normalmente ocorrem fora do recinto escolar e só depois é que arrastam os problemas

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para o interior da escola. Quando ocorre na sala de aula, o professor chama a auxiliar

que encaminha os alunos para o GAAF para serem acompanhados. Questionaram,

também, como são resolvidos os problemas no recreio. Neste espaço, proferiram que os

alunos são separados pelas auxiliares e encaminhados para os serviços que tratam destas

questões. Frisaram que na sala de aula acontece, porque os alunos se sentem à vontade e

têm confiança com os professores. Para colmatar estes problemas, os professores

separam os alunos que tendem a conversar nas aulas e falam no recreio com os mesmos.

Os avaliadores, explorando um pouco mais este problema, interpelaram os alunos se em

formação cívica falam nestas questões e na relação professor/aluno. Os alunos

confirmaram que discutem situações que acontecem na escola e que são bastante

sensibilizados para respeitar os outros. Abordam também temas dentro da solidariedade

e gestão de conflitos e realçam também que já ouviram falar do trabalho dos técnicos de

intervenção TEIP que estão no AE.

Falou-se na situação dos alunos estrangeiros e de que forma é que os discentes

apoiam a sua integração. Um dos alunos presentes, de nacionalidade chinesa, frisou que

tem muito apoio em casa, principalmente do irmão que o ensinou a falar português, e

que na escola, também é acompanhado pelos professores e técnicos, frequentando ainda

a disciplina de português língua não materna. Afirmaram que é uma escola bem

preparada para receber alunos estrangeiros e que acima de tudo é uma escola inclusiva.

A este propósito, falou-se na importância dos encontros gastronómicos, musicais e de

conhecimento das culturas representativas do AE que ocorrem na escola.

Interrogou-se o trabalho dos delegados de turma, que foi referido pelos alunos,

funções como tomar nota de assuntos para transmitir ao diretor de turma, ser uma

espécie de braço direito do diretor de turma e apoiar os professores, na limpeza da sala e

na representação da turma. Também falaram em projetos da escola e na importância da

criação de um clube de rádio, uma assembleia de turma ou uma associação de

estudantes. Proferiram que já tiveram um jornal “contra a parede” para divulgar

assuntos inerentes ao AE. Os avaliadores realçaram a importância de se realizarem

assembleias de turma, na discussão e aferição de ideias que sejam viáveis para levar a

cabo no AE. Ainda no âmbito desta entrevista, apontaram-se assuntos, como o bullying

e trabalhos realizados na escola relacionados com o site seguranet, apresentações na

biblioteca, exposições de trabalhos pela escola e o incentivo às artes. A respeito desta

última, referiram que há um projeto de dança em educação física que é de caráter

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facultativo; realizam exposições de trabalhos; fazem visitas de estudo e que

participaram num concurso de olimpíadas da criatividade e de disciplinas como a

matemática e o português. Também se referiram ao projeto que têm em relação aos

refugiados (free to choose). Quanto às atividades práticas, foi mencionado que já

fizeram atividades relacionadas com vulcões, com tremores de terra, eclipses e de

análise a vários tipos de rochas. No âmbito da educação para cidadania e para a saúde,

falaram da alimentação saudável que é estimulada em várias campanhas do AE. Tratam

ainda de assuntos relacionados com estupefacientes e substâncias ilícitas, no sentido de

alertar e sensibilizar para o perigo do seu consumo. Falam da igualdade de género e

questões incididas na violência no namoro. Costumam desenvolver projetos de

solidariedade, incidentes em cabazes de natal e recolha de bens para distribuir nas

instituições de solidariedade social.

Solicitaram, de seguida, que descrevessem um dia típico de aulas. Descreveram que

usam o manual, fazem fichas de leitura, apresentam os livros, fazem exercícios de

gramática, utilizam o quadro para explicação de matéria e para a resolução de exercícios

e utilizam muito o PowerPoint em História. Cada sala tem um projetor, mas no geral

não tem quadros interativos. Também fazem pesquisas na internet que resultam dos

trabalhos de casa e fazem ainda trabalhos de grupo. Referiram-se à importância da

escola ser inclusiva e de fomentarem a constituição de turmas mistas, porque também

aprendem com os alunos com NEE. Os discentes também foram sensibilizados para

receber alunos com NEE, através de uma atividade: taparam os olhos e foram dar uma

volta à escola para compreender o que sentem os colegas invisuais.

No que respeita à avaliação dos alunos, os avaliadores procuraram saber que

instrumentos utilizam os professores e se os alunos conhecem os critérios de avaliação.

Entendeu-se que há mais conhecimentos de critérios de avaliação numas disciplinas do

que noutras. Os elementos contabilizados na avaliação incidem nos trabalhos, nos testes

e muito no comportamento. A autoavaliação que fazem provém da conversa em aula

sobre os comportamentos dos alunos, da realização da média com o apoio do professor

e, em alguns casos, das fichas de autoavaliação. Também têm apoios quando

manifestam notas baixas. Os professores detetam as dificuldades antes e alteram os

instrumentos de avaliação para se adaptarem às dificuldades, por exemplo, em vez de

um teste aplica uma ficha pequena de avaliação. A última questão incidiu em

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compreender que mudanças implementariam na escola. Os alunos referiram-se,

sobretudo, às mudanças estruturais da escola.

Terminámos às 11:55.

Seguidamente realizou-se a entrevista com os docentes e técnicos de serviços

técnico-pedagógicos, pelas 12:00, com a presença de nove intervenientes. Feito o

discurso de enquadramento das entrevistas, os avaliadores reforçaram a importância da

participação de todos pelo contributo e dinâmica de cada um dos atores: uns mais

ligados aos pais e outros mais ligados aos alunos, tendo em conta o contexto inserido.

A técnica da CPCJ começou por intervir, relatando que têm uma área de atuação

bem delineada e que estão organizados pelas moradas dos jovens sinalizados por

diversos motivos: absentismo escolar, indisciplina, violência, entre outros elementos. As

reuniões com a direção da escola são realizadas no sentido de discutir estes problemas

evidenciados no AE. Referiu que existe articulação entre os diversos técnicos que

intervêm nestas problemáticas escolares e que quando os casos chegam à CPCJ são já

casos de segunda linha, considerados muito graves. Confidenciou que há uma triagem

onde são selecionados os casos mais graves e que internamente já não se resolvem. Os

outros que se resolvem internamente não implicam o envolvimento da CPCJ.

Os avaliadores procuram conhecer o trabalho desenvolvido pelo GAAF. Segundo

os presentes, é um trabalho que envolve diversos intervenientes, como a técnica de

serviço social, o mediador de conflitos e a intervenção da psicóloga. Fazem o

acompanhamento das famílias e alunos na escola-sede e no 1.º ciclo, atendimento aos

alunos/famílias e visitas aos pais, articulam o trabalho com os professores, trabalham

em parceria com outras instâncias, como a escola segura, dinamizam atividades no

recreio para combater situações de conflito e gestão de conflitos em sala de aula,

desenvolvem workshops para professores e dão apoio ao estudo e trabalhos de casa dos

alunos.

Os avaliadores relataram a importância de rentabilizar os esforços e os recursos

humanos que intervêm no contexto escolar, ou seja, articular bastante o trabalho entre

os vários intervenientes para criar melhores condições que facilitem a aprendizagem dos

alunos. Interrogaram os presentes acerca do conhecimento do trabalho dos professores.

Na sequência desta interpelação, afirmaram que há muita comunicação entre técnicos e

docentes, não se descurando o ponto de situação que os técnicos fazem com o diretor de

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turma em reuniões informais. É um trabalho de parceira em que a comunicação flui e a

informação chega aos professores pelo diretor de turma.

Abordou-se dois serviços desenvolvidos pela escola: o GAAF (novamente) e o

gabinete de indisciplina. Proferiram que o mediador de conflitos está entre estes dois

gabinetes e articula o trabalho desenvolvido em ambos os serviços com os restantes

técnicos. Fazem o balanço por período do trabalho, vendo o número de referenciação e

as problemáticas, em confronto com o objetivo de prevenir o absentismo, o abandono

escolar e a indisciplina. Possuem um tutor de Turma Mais direcionados para turmas que

evidenciem maiores problemas. Têm horas para estar com eles, ou seja, cada elemento

do GAAF responsabiliza-se por uma turma.

Quanto ao trabalho mais individualizado da Psicóloga, são campos de atuação: o

despiste de NEE e de outros problemas relacionados com a aprendizagem; o apoio

psicopedagógico; a orientação vocacional dos alunos, o desenvolvimento da vertente

profissional (mundo do trabalho) com os alunos; a realização dos testes psicológicos; a

orientação para o preenchimento de boletins de matrícula; o desenvolvimento do

autoconhecimento e o atendimento de pais. Em relação à informação dos alunos quando

saem da escola, formalmente, mencionou ter o registo das opções e, informalmente,

recebe o feedback da família. Também declarou realizar reuniões com os pais no 1.º

ciclo e JI com a presença da direção sobre as práticas educativas – desenvolvimento da

aprendizagem. Proporcionam diferentes tipos de formação: 1) aos pais direcionam a

diferenciação nas práticas parentais, sistema de correção dos alunos, sistema de

valorização da escola. Convidam os pais a participar nestas formações em que cada

convite é personalizado pelos alunos do AE e pensado individualmente em cada família,

sendo que este ano tinham intenções de enviar ilustrações dos alunos dos vocacionais;

2) aos alunos possibilitam a participação em métodos de estudo, autoestima, conflitos,

assertividade e educação sexual. Neste contexto, exploraram as dificuldades de

comparecimento dos pais nestas formações, listando alguns motivos, como o trabalho e

equacionam a ausência por falta de motivação.

Seguiu-se a coordenadora do departamento de expressões que referiu que há oito

professores de NEE para 14 alunos. Começaram com condições muito precárias e hoje

quase todos têm acesso aos materiais para o ensino-aprendizagem dos alunos. Têm

parcerias com áreas do desporto e também articulação com hospitais. Uma das formas

de inclusão dos alunos invisuais foi através de uma atividade, já salientada pelos alunos:

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taparam-se os olhos aos alunos para sensibilizá-los em relação às necessidades dos

colegas. As NEE vão desde a visão, a instabilidade emocional, a comunicação e

linguagem e dificuldades motoras. Sublinharam a parceria entre os pais e articulação

com os professores tutores. Têm sete alunos com currículo específico e diferenciado que

responde às necessidades de cada um. A ficha de referenciação dos alunos é feita e

passada em reunião de ano para ano aos professores que vão acompanhando os

processos. Em relação aos apoios de educação especial para o problema visual, são

disponibilizados apoios com utilidade dentro e fora da sala de aula. As atividades são

listadas em reunião com o professor regular e com o professor da educação especial.

Nestas reuniões, há transmissão de estratégias de atuação para o professor titular ter as

competências necessárias que o permitam acompanhar o processo de

ensino/aprendizagem dos alunos. As atividades são assim planeadas quase caso a caso

em função das necessidades que as crianças apresentam, no sentido de estimular a sua

aprendizagem.

Posteriormente, a docente de apoio educativo falou do funcionamento da Turma

Mias que presta acompanhamento aos alunos com dificuldades de aprendizagem. São

assim turmas mais reduzidas para trabalhar individualmente (possuem alunos com

dificuldades mas têm também alguns alunos com bons resultados). Inferiu que os maus

resultados advém também dos comportamentos disruptivos. Neste caso, os alunos que

precisavam de apoio e acompanhamento individualizado subiram os resultados, mas

mantêm-se na Turma Mais para terem um efetivo acompanhamento. Só regressam à

turma-mãe quando estabilizarem os resultados. Revela-se que a português há melhorias

bastante evidentes, no entanto a área disciplinar de matemática ainda permanece aquém

do esperado. Inventariam algumas questões a resolver: a desmotivação, a falta de

empenho e os comportamentos disruptivos. Há articulação entre professores da turma-

mãe e Turma Mais onde é feito um balanço quase diário para que quando alguém

regresse à turma mãe, saiba qual o ponto de situação em relação aos conhecimentos dos

alunos.

O professor de apoio educativo em inglês (40 alunos do 2.º ciclo) referiu, já quase

no final da entrevista, que o apoio ao estudo em inglês tem a duração de 45 minutos,

onde explora um clima lúdico através da linguagem. Referenciou que poderia haver

mais tempo semanal para se trabalhar com maior enfoque o Inglês. Os casos de sucesso

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são reportados pelo professor titular ao professor do apoio educativo que mostra algum

sucesso da adoção desta medida.

Terminámos às 13:40.

Voltámos pelas 14:40 para a realização da entrevista com os diretores de turma e

respetivos coordenadores. Após as apresentações iniciais, os avaliadores abordaram a

figura central do diretor de turma e os questionários, em relação à satisfação dos alunos,

no que respeita ao trabalho que desenvolvem. Começaram, assim, por interpelar o que

está na base desta satisfação. Um dos diretores referenciou que é bastante comum

acompanharem as turmas desde o 5.º até ao 9.º ano ou do 7.º até ao 9.ºano. Entendeu-se

que se criam ligações afetivas com a turma, daí a satisfação dos alunos com os diretores

de turma. Também afirmaram que são ouvidos pela direção e que têm um contacto

quase diário. Desenvolvem tutoria (1h presença facultativa) e ministram formação

cívica. Têm apoio da parte da direção e dos coordenadores das disciplinas, crendo que

possuem boas relações com os pais. Os alunos valorizam a hora da tutoria para resolver

questões de âmbito pessoal, constituindo-se uma maneira de se aproximarem mais da

família e do aluno. Gere-se este tempo livremente e se for necessário pede-se para

atender os pais e alunos neste horário. Referiram que numa escola TEIP é fundamental

terem sessões de tutoria, apesar de sublinharem que esta iniciativa não derivou do TEIP.

Tem vindo a ser uma prática ajustada ao longo dos anos. Também serve para

acompanhar individualmente os alunos ou debater assuntos em grupo que podem advir

dos discentes ou serem propostos pelos professores. Apesar de não estar direcionada

para dar apoio ao estudo, esta hora é bastante utilizada, quando necessário, para

acompanhar os alunos e apoiá-los em trabalhos e métodos de estudo. A tutoria também

serve para acompanhar casos de indisciplina. Referiram que é difícil monitorizar as

tutorias, porque lidam com atitudes, comportamentos e nem sempre vêm os mesmos

alunos. Chegam mesmo a afirmar que, neste caso, o que mais interessa à escola é o

acompanhamento eficaz que é prestado aos alunos e não avaliar o tempo e monitorizar o

desenvolvimento das tutorias. Os diretores são os primeiros interlocutores entre a

família e a escola. Uma das professoras presentes referiu mesmo que faculta o número

de telemóvel para um contacto mais rápido e personalizado, demonstrando grande

disponibilidade para os receber até fora do horário de trabalho.

Os avaliadores incidiram na questão da integração dos alunos do 4.º no 5.º ano,

procurando entender que estratégias utilizam neste âmbito. Conforme um dos presentes,

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estão pensadas estratégias para a transição e adaptação ao 2.º ciclo e existem alunos do

1.º ciclo que vêm referenciados como indisciplinados para que possam, desde logo, ser

acompanhados pelo GAAF e também pelas sessões de tutoria. Os processos individuais

são fundamentais para dar conhecimento aos diretores de turma dos alunos que vão para

o 2.º ciclo, uma vez que sinaliza e antevê problemas, para que os professores possam

estar mais alerta e despertos no que toca a estas situações. Os avaliadores mencionaram

que devem ser pensadas medidas que facilitem a transição dos alunos do 4.º ano. A este

nível, vislumbraram uma possível medida atenuante: a importância de existir regras

comuns nos dois ciclos. Os alunos conhecem as regras, mas é necessário fazer com se

apropriem e usem-nas no contexto escolar. Deve ser um trabalho conjunto com os pais e

todos os intervenientes da escola. Falaram da importância de tratar as regras dos alunos

em conselho e ajustar medidas que imponham aos alunos o seu devido uso. Também

tem de haver uma análise do problema de forma transversal deste a EPE. Os avaliadores

reforçaram que há que vivenciar o AE como um todo e não fragmentado (em partes por

escolas). Nota-se que agrupamento está desarticulado em termos de trabalho conjunto,

sendo esta situação reconhecida pelos presentes que valorizaram a importância de se

criar regras uniformizadoras, mas com respetivas adaptações em função do nível

educativo (EPE) e dos ciclos de ensino (1.º, 2.º e 3.º ciclos).

Em seguida, os avaliadores partiram para a questão da articulação curricular. De

acordo com os presentes, a articulação curricular processa-se no conselho de turma e

tenta-se que haja transversalidade em visitas e na formação para a cidadania, por

exemplo. Os temas mais interessantes decorrem das reuniões do conselho de turma,

tendo também em conta o nível de ensino e o diagnóstico da turma. Também

aproveitam os projetos que têm a decorrer, por exemplo, na área da educação para a

saúde para fazerem visitas de estudo. Falaram dos parceiros que apoiam os docentes a

desenvolver as atividades curriculares. Em relação à situação do vocacional, salientaram

como são organizadas as turmas e desenvolvido o planeamento curricular. Apostam

muito no trabalho prático, existe um bom intercâmbio de interação entre parcerias para

o vocacional e até mesmo os pais envolvem-se nas reuniões. A biblioteca escolar é um

bom exemplo de realização de atividades em articulação com outras disciplinas (e.g.

concurso de leitura em articulação com o português e história). Existem atividades que

se desenvolvem fora do PE e do plano anual de atividades e que ficam apenas registadas

em ata. Os avaliadores sugerem, a esse nível, que se monitorize e impliquem essas

atividades no plano anual de atividades. A equipa de avaliadores percebeu ainda que a

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articulação curricular não está muito bem consolidada no AE e que devem trabalhar

mais esta vertente.

Quanto à avaliação, mencionaram que é realizada em conselho de turma, fazendo a

análise dos resultados (e.g. comportamentos, testes e participação), o acompanhamento

de caso a caso no primeiro período e a realização de balanço dos apoios frequentados

(avaliação quantitativa e qualitativa). A partir deste acompanhamento, fazem-se novas

propostas de atuação, para os apoios de tutoria e ao estudo, encaminhando-os para o

GAAF, para o serviço de NEE e para a psicóloga. A equipa de avaliadores referiu que

se deve apostar em estratégias pedagógicas diversificadas, começando por atuar em sala

de aula e com os professores. Segundo os professores, há alunos que reconhecem o

trabalho feito diariamente, referindo também que são um modelo que se preocupa com

eles.

A entrevista terminou às 16:25.

Às 16:30 iniciou-se a entrevista com quatro representantes da autarquia (juntas e

câmara municipal). Após apresentações, os avaliadores solicitaram que apontassem os

aspetos mais relevantes da participação de cada representante no AE. Começaram por

referenciar, num dos JI, a importância das atividades de enriquecimento curricular e da

componente de apoio à família – para as 22 crianças que acompanham. Tem um anexo

na escola onde funcionam as atividades de enriquecimento curricular e asseguram o

transporte escolar das crianças. Noutro JI (pertencente à mesma junta), afirmaram que

há 41 crianças com duas auxiliares que são da sua responsabilidade. Oferecem inglês,

expressão dramática, dança, entre outras áreas. Existe uma coordenadora local e um

coordenador geral que recebe as planificações e as candidaturas em agosto dos técnicos

e monitores. A junta desenvolve um programa – intervir - que visa prevenir

comportamentos de risco e indisciplinados, um projeto apresentado aos professores de

turma e que é uma oferta complementar ao 1.º ciclo. Têm também um programa de

transição e de apoio à mudança do 1.º para o 2.º ciclo. Apresentam ainda um projeto de

apoio ao desenvolvimento psicossocial – acompanhamento das crianças e

aconselhamento parental – onde o professor inscreve a criança e depois envolvem

também os pais neste acompanhamento. Apoiam os pedidos de transporte para visitas

de estudos e tem um espaço cedido à junta que apoia o desenvolvimento social das

crianças.

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Outra técnica de educação referenciou que trabalham com o JI DP para apoio à

componente de apoio à família. Têm um plano mensal com as atividades que realizam e

também desenvolvem o projeto intervir com o 1.º ciclo (trabalham com uma turma do

1.º ano). Procedem a arranjos, facultam o transporte escolar, apoiam as atividades

curriculares (e.g. festas de natal) e estão presentes em todas as reuniões

interdisciplinares na escola. Assegurou que têm uma proximidade muito consolidada ao

ponto de estarem a par dos problemas de indisciplina que ocorrem em sala de aula,

dentro do âmbito que lhes compete.

A técnica da câmara municipal referiu que disponibiliza apoios educativos de

verbas, fornecem refeições às escolas, apoiam os reforços alimentares (lanches) e

comparticipam os almoços da ASE. Frisou ainda que têm ligação com uma das escolas

JI/EB1 - BA – um projeto piloto – de iniciação à programação. Fornecem apoio ao

projeto orquestra geração, proporcionam um programa de natação e dão apoio à

realização das visitas de estudo.

Tentou-se ainda encontrar explicações para a diminuição do número de crianças a

frequentar a EPE. Algumas das pistas incidiram na legislação, demografia, aumento do

número de crianças por turma (inviabiliza a criação de mais turmas), condições da

escola, entre outras.

Os avaliadores questionam por último como é que é feita a articulação destes

serviços com a direção. A técnica da camara municipal visitas às escolas do

agrupamento para prestar o devido acompanhamento ao desenvolvimento dos projetos.

Quanto às juntas, referiram que trabalham no contexto das escolas (fazem parte da

equipa apesar de não estarem sempre presentes) mas acompanham de perto o trabalho

desenvolvido.

Terminámos às 17:20.

Às 17:30 iniciou-se o último painel de entrevistas com os representantes da

associação de pais, encarregados de educação e representantes dos pais de grupo e

turma. Estiveram presentes cerca de 10 encarregados de educação e começou-se por

solicitar aos pais que apontassem aspetos positivos do trabalho que o AE desenvolve.

Sublinharam: a visita à escola dos alunos de EPE, ao 1.º ciclo e ao 2.º ciclo, onde os

pais tiveram a possibilidade de conhecer a escola previamente ao começo das aulas; o

excelente acompanhamento dos técnicos (docentes e não docentes) aos alunos,

manifestando melhorias na parte cognitiva e social; a experiência positiva na junção de

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meninos com e sem NEE por estimular a inclusão social e o apoio mútuo, onde as

crianças começaram a encarar estas situações com bastante normalidade; a visita a um

centro de refugiados que fez com que os alunos interagissem e aceitassem os colegas de

todos os meios sociais; o trabalho das questões culturais; a articulação entre professores

e pais; a facilidade de comunicação entre os pais e os professores, verificando-se aqui a

abertura e disponibilidade dos professores na resolução de conflitos; a dedicação e

empenho de auxiliares com os alunos; o esforço na colocação de docentes logo no início

do ano letivo para que os alunos possam estar desde logo ocupados; a articulação da

escola com a junta de freguesia no desenvolvimento da compoenente de apoio à família,

porque há pais que trabalham até tarde; o projeto orquestra geração; a articulação do AE

com o projeto Ciência Viva – visita de estudo; o cuidado em manter os alunos do 4.º

ano juntos na transição para o 5.º ano; a facilidade de comunicação com o diretor de

turma; as atividades da biblioteca que incitam a sua frequência e estimulam a leitura; a

acessibilidade da direção do AE; as reuniões sobre os estágios de desenvolvimento das

crianças promovidas por entidades parceiras para os pais; a tentativa da direção

encontrar horários flexíveis para a participação dos pais nas atividades da escola; a

disponibilidade dos diretores de turma na integração dos alunos estrangeiros; a

promoção e cultivo da participação dos pais na vida escolar dos alunos; as atividades

extracurriculares; as aulas de tutoria; o quadro de honra e a reunião para funcionamento

da escola para os pais no início do ano.

Questionaram, posteriormente, os aspetos negativos na consideração dos pais,

destacando: a complicação frequente em fazer substituições; a falta de produtos na casa

de banho, o encerramento da biblioteca (numa das escolas JI/EB1); a comunicação que

deve ser melhorada na divulgação de reuniões; a indisponibilidade da página oficial do

AE; a divulgação de documentos deve ser feita na escola e no site oficial e a falta de

auxiliares.

Quanto à avaliação dos alunos, os pais referiram que têm acesso aos testes e que

são informados dos critérios de avaliação. Há uma reunião no final de cada período e

existe também uma avaliação intercalar em novembro para o 2.º ciclo.

No que concerne à associação de pais, salientaram que não têm muita adesão, visto

que também sentem dificuldades em trazer os pais à escola. Pode estar relacionado com

a falta de comunicação ou com o contexto desfavorecido que pode também dar aso à

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rutura com a escola. Entendeu-se, assim, que a dinâmica de funcionamento e de

organização da associação de pais deve ser melhorada.

Solicitou-se por último a perceção dos pais em relação à indisciplina que ocorre na

escola. No que toca a este assunto, referem que é a envolvência do meio que causa a

perturbação aos alunos e que as crianças tendem a copiar modelos de comportamento

dos outros. Sentem, por isso que os filhos estão seguros nestas escolas e percebe-se que

internamente os problemas resolvem-se bem.

Terminámos às 19:10. Saímos às 19:20.

Reflexão Pessoal

O terceiro dia de avaliação externa possibilitou-me reter um leque de

conhecimentos, em relação: 1) à importância da capacidade de coordenação dos

diversos serviços operacionais que se estabelecem como fundamentais para o pleno

funcionamento do AE; 2) à relevância dos projetos escolares e trabalho prático que

possibilita aos alunos uma oferta diversificada de experiências, no sentido de se

fomentar uma educação para a cidadania, associativismo e para a saúde; 3) ao trabalho

desenvolvido por cada serviço técnico-pedagógico que prioriza acima de tudo o bem-

estar pessoal e escolar dos discentes; 4) ao trabalho que os docentes desenvolvem com

os alunos com NEE, muito enaltecido pelos intervenientes escolares e avaliadores; 5)

aos diferentes apoios educativos e estruturas de atuação nos comportamentos

indisciplinados que se evidenciam como uma estratégia de desenvolvimento da ação

educativa da escola e 6) às lideranças intermédias que articulam o trabalho educativo

com diversos intervenientes: as famílias, os alunos, os professores e os profissionais

técnico-pedagógicos.

Dia 73 – Quinta-feira, 04 de fevereiro de 2016

Chegámos ao AE pelas 09:00, começando a entrevista com os docentes dez

minutos depois. Na sala estavam presentes sete pessoas. Depois de uma breve

apresentação e dado o número de docentes que estão no primeiro ano de trabalho neste

agrupamento, os avaliadores questionaram como foram integrados no AE. Referiram

logo que não sentiram dificuldades de integração. A comunicação flui muito bem e não

houve pressão para saber tudo de imediato. Os outros professores também receberam

bem os docentes e passaram a informação necessária sobre a escola, possibilitando

compreender de, um modo geral, a dinâmica de funcionamento do AE. Também houve

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partilha de materiais para facilitar o trabalho: entrega atempada do programa da

disciplina e orientação ao nível das características das turmas a lecionar. Conheceram

desde logo os coordenadores de departamento que enviaram os documentos

estruturantes do AE. Neste momento, afirmaram que estabelecem comunicação direta

com os diretores de turma e sempre que têm alguma dúvida são esclarecidos e apoiados

pelos colegas de trabalho. Expuseram que é essencial o trabalho da coordenação que

transmitiu o funcionamento do TEIP na escola. Para estes docentes, questionaram o que

conhecem do trabalho das outras escolas. Sobre este assunto, mencionaram que no 1.º

ciclo há um coordenador com o qual reúnem frequentemente, daí que possuam algumas

informações das outras escolas. No conselho de docentes, quando há estas reuniões que

abranjam todas as escolas, uniformizam as estratégias de ensino e materiais de trabalho.

Há uma planificação anual conjunta, decidindo-se os conteúdos a lecionar nestas

reuniões de grupo, adaptando-se de acordo com o contexto socioeconómico e aos ritmos

de aprendizagem.

A colocação dos professores atempadamente permite a apropriação de informação e

uma melhor planificação do trabalho. A informação passa muito de modo horizontal

(comunicação aberta) nas reuniões e no conselho de docentes e departamentos

curriculares (reuniões de discussão de professores). Reconheceram que no final devia

haver uma passagem de informação através de uma apresentação formal e final de cada

ciclo de ensino (aprendizagem dos projetos e sucessos escolar), para que se pudessem

dar a conhecer o trabalho do agrupamento, mediante também os documentos

estruturantes do funcionamento das escolas.

Na EPE referiram que é importante a concretização de reuniões de professores para

conseguirem trocar ideias e saberem que estratégias usar nas práticas educativas.

Pensando na questão dos resultados e do sucesso escolar, quando são convidados a

refletir estes resultados, os avaliadores perguntaram como é que fazem esta reflexão.

Proferiram que, depois de encontradas as dificuldades, a base do trabalho passa por

reunir, para debater possíveis soluções conjuntas que são registadas em reuniões de

departamento. Falaram das retenções do 2.º ano (crianças que passam do 1.º ano com

dificuldades, visto que no 1.º só podem reprovar por faltas). Sobre este caso dizem que

tentam colmatar estas dificuldades com o projeto Turma Mais, disponibilizam um apoio

educativo semanal e recorrem às parcerias externas que apoiam as crianças nos

trabalhos de casa (trabalham também a vertente social). Falou-se na importância da

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organização da sala de aula e no trabalho incisivo das atitudes e valores. Muitos dos

problemas também são combatidos com as atividades extracurriculares. Abordou-se a

importância de na Turma Mais serem os professores titulares a darem estas aulas,

porque já conhecem bem os alunos, sabem lidar com eles e conhecem os seus estilos de

aprendizagem. Ou seja, permitir, no fundo, um acompanhamento contínuo à

aprendizagem dos alunos, fora da turma-mãe. Aqui, os avaliadores destacaram que é

importante na Turma Mais existir uma diferenciação pedagógica, aproveitando esse

espaço para adotar novas estratégias de ensino/aprendizagem para chegar aos alunos

individualmente.

Em educação física adota-se uma estratégia diferente: o docente divide-os por três

níveis (básico, intermédio e avançado) e trabalha cada grupo individualmente. Depois,

no final do ano letivo, junta-os pela proximidade dos níveis. Referiu que fomenta

bastante a participação e respeita o ritmo de aprendizagem de cada aluno. Explicou,

também, que é fundamental explanar aos alunos o porquê de estarem nestes grupos de

trabalho. Os avaliadores mostraram a importância de explorarem novas práticas de

ensino, tendo em conta as vantagens do trabalho colaborativo e a procura do melhor

estímulo para a aprendizagem.

Outra prática abordada pelos docentes diz respeito à apresentação de trabalhos entre

turmas, por exemplo, cada turma preparar uma apresentação sobre uma disciplina das

ciências sociais e humanas e ir às escolas do agrupamento fazer apresentações (vice-

versa). Referiram que é uma ótima forma de motivar os alunos e envolvê-los em mais

projetos desta índole.

Falou-se na entrevista da integração de alunos estrangeiros e na dificuldade de

acompanhar o processo de aprendizagem, visto que por vezes toma-se atenção à turma

como um todo e acaba-se por não proporcionar a devida atenção, mais individualizada,

aos alunos estrangeiros. Pronunciaram que há alunos que não dizem nem uma palavra

em português, revelando-se uma barreira à comunicação.

Quanto ao PIEF, os professores disseram que chegam até eles partindo do seu

conhecimento e têm vindo a tentar alargar os conhecimentos para explorar novas

experiências educativas. Chega-se também a partir das experiências que vivem, do que

gostam e do que os motiva. É um ponto de partida para os envolver e motivar no

trabalho escolar.

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Interpelou-se sobre o comportamento dos alunos, em relação ao conhecimento que

têm sobre isso. Na EPE disseram que é notória a falta de regras e normas de conduta

com as famílias, refletindo que o melhor é trabalhar esta vertente com os pais. Uma

educadora refere mesmo que seria importante, um dia, os pais participarem numa

atividade em sala com as crianças para que se pudessem inteirar do trabalho que a

educadora desenvolve com as mesmas. Seria um acompanhamento mais direto e que

permitiria perceber a dinâmica do funcionamento das atividades em EPE. No entanto,

evidenciaram que as diretrizes da EPE não permitem a presença dos mesmos nas salas e

que ainda se batalha contra estas medidas.

No 1.º ciclo afirmaram que existem sessões de apoio para os pais, no sentido de

saberem como trabalhar com os filhos as questões do comportamento. O mediador

também trabalha com as famílias e alunos que têm problemas a esse respeito. Referiram

que se nota um trabalho que tende a evoluir. Trabalham no sentido de prevenir

comportamentos desviantes do 4.º para o 5.º ano. Têm trabalhado o perfil do aluno para

também tentar atuar na prevenção de comportamentos e adaptação ao 5.º ano.

Comunicaram que devem incidir em formas de acolhimento em sala de aula.

Constatou-se que no 2.º ciclo se verifica mais comportamentos indisciplinados com

manobras para perturbar as aulas. No 3.º ciclo evidenciou-se que a indisciplina começa

mais no recreio ou fora da escola (e.g. diferenciação de gangues e rivalidades de

pertenças).

Os avaliadores falaram na questão das lideranças deste AE. Os presentes disseram

que há exigência, orientação, colaboração, disponibilidade, assertividade na resposta às

solicitações, eficiência no trabalho que desenvolvem, abertura nas relações e na

comunicação, ambiente escolar mais aberto com esta direção e facilidade no acesso à

informação. Pronunciaram, por último, que a escola TEIP fá-los estar mais unidos e ter

maiores responsabilidades com os alunos.

A entrevista terminou às 11:15.

No intervalo das entrevistas, estivemos a assistir a uma aula de um PIEF na

biblioteca com alunos de diversas nacionalidades. Observámos que estavam a fazer

tutoria de pares, a aprender a língua portuguesa e que ainda estão na fase de

alfabetização. Notou-se constantemente a presença da professora que se encontrava a

dar apoio a um grupo de alunos que falam o dialeto do francês. Pouco depois dirigimo-

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nos para uma sala de NEE e estivemos a assistir ao desenvolvimento de várias

atividades com três alunos.

Pelas 11:50 iniciámos a última reunião marcada – a entrevista com a direção do

AE – estando presente quatro pessoas. Em primeiro lugar, os avaliadores solicitaram à

direção que apontasse os aspetos mais positivos do AE. Referiram, a este propósito, o

ambiente entre os profissionais, o lado profissional do diretor, o conhecimento da

comunidade que faz com que consigam intervir em situações problemáticas, a entrada

no TEIP (trabalham para a comunidade e têm acesso a outros recursos que de outra

forma não teriam), o valor acrescentado aos alunos (contam os resultados, mas no caso

do alunos do PIEF contam os pequenos desenvolvimentos a nível pessoal), os técnicos

do GAAF (que intervêm no combate à indisciplina e noutras dimensões), a satisfação do

pessoal não docente, a integração de alunos provenientes de outras escolas que são

incluídos no AE (o trabalho diário realizado com eles), a ligação afetiva dos alunos à

escola e à direção, o clima de confiança com a direção que se estabelece há muitos anos,

a priorização do bem-estar pessoal em detrimento do desempenho profissional, a

adaptação dos professores em função dos alunos, a utilização das TIC e as formações

dos professores.

Falaram nos processos de avaliação para a melhoria do currículo (repensar novas

estratégias do currículo) – contribuir para o desenvolvimento e melhoria das

aprendizagens. Explorou-se a questão das retenções na perspetiva de melhoria das

aprendizagens e denotou-se a importância de existirem mecanismos de supervisão de

aulas. Os avaliadores chamaram a atenção para a necessidade de se encontrarem

estratégias de implementação, ou seja, encontrar um foco de observação e não colocar

professores da mesma área disciplinar a observar. Os presentes informaram que a ação

de melhoria de equidade na avaliação já está referenciada e explicaram a importância de

uniformizar critérios de avaliação no mesmo ano de ensino, para que a partir da

supervisão se possa comparar o mesmo ano (partindo assim da mesma linguagem).

Os avaliadores a partir da observação encontraram: salas de EPE muito

dissemelhantes (no sentido de umas terem imensos trabalhos expostos e outras nem

tantos) e a situação do projeto de assembleia de escola (escola DP) proferindo que a

cidadania começa aí. Devem incutir desde muito cedo hábitos enraizados no

desenvolvimento de projetos de cidadania na escola. Falaram da relação das escolas e

do contexto social, do qual devem tirar partindo: partir da multiculturalidade e da

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promoção e partilha de diversas culturas. A importância de comunicar oralmente e

discutir assuntos que são enviados por email (agiliza a comunicação e o trabalho mas

não substitui a comunicação oral).

A equipa falou na articulação curricular e na importância de assegurar que deve ser

o coordenador pedagógico a articular o currículo com os professores, ou seja, a

sequencializar as aprendizagens entre ciclos. Abordou-se a importância da formalização

da autoavaliação dos resultados que são documentados, mas não fazem parte da

avaliação, inferindo assim que é preciso consolidar esta prática. Falaram da formação e

colocação de professores. Os avaliadores referenciaram o trabalho consolidado que têm

com os alunos com NEE, sublinhado o bom trabalho desenvolvido.

Os avaliadores também aludiram aos trabalhos práticos, solicitando um balanço à

direção. Em relação a este assunto, a direção referiu que os trabalhos práticos são

avaliados em dois momentos: 1) realização e 2) relatório da parte experimental. Com a

redução do horário letivo, afirmaram que só podem trabalhar 45 minutos e que não

conseguem realizar este tipo de trabalhos com grande frequência. Equacionaram

selecionar atividades mais pequenas que deem para trabalhar com os alunos.

Mencionaram ainda que já possuiram um clube das ciências que mobilizava-se pelas

três escolas e apelava à realização de experiências práticas. Terminou há dois anos.

Os avaliadores falaram das medidas de sucesso e da eficácia da Turma Mais. A

direção discursou que podem ter repercussões positivas, mas que devem ter atenção

para não excluir alunos que saem da turma-mãe para a Turma Mais por terem

dificuldades. A direção denotou a importância deste trabalho, no sentido de intervir nas

dificuldades e não excluir os alunos com as piores notas. Sublinhou que no 1.º ciclo

também saem os alunos com boas notas para não se fazer essa diferença. Os avaliadores

inferem que é bastante positivo os parceiros do AE procurarem apoiá-los nas

dificuldades manifestadas.

Em relação às lideranças intermédias, a direção referiu que são avaliadas com

frequência, foram aceites por todos e que partilham as mesmas ideias da direção. No

entanto afirmaram que há um ponto ou outro em que não estão a acompanhar o que é

solicitado, mas que vão reformular essa situação. A equipa de avaliação referiu a

importância de garantir o funcionamento do circuito de comunicação e informação, por

exemplo, em relação à divulgação do dia da entrega dos diplomas do quadro de honra

do AE. Percebeu-se que a informação não chega a todos os pais do 1.º ciclo. Devem

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também e, por isso, garantir o funcionamento da página do AE. A este respeito,

disseram que já se encontravam a tratar de colocar o site em funcionamento para que a

informação chegasse mais facilmente aos alunos e aos pais e encarregados de educação.

Os avaliadores falaram também sobre o documento de autoavaliação que espelha muito

mais o universo da sede do AE, devendo incidir em todas as escolas do agrupamento.

Além disso, duplica-se a autoavaliação do TEIP e do agrupamento. Afirmaram que é

necessário canalizar as energias para um documento único – autoavaliação TEIP.

Concluiu-se que faltam documentos que estão elaborados como a avaliação do trabalho

no âmbito das NEE, dos projetos desenvolvidos e da Turma Mais. No que concerne à

autoavaliação, estão a incidir mais na avaliação do TEIP sem descurar o trabalho

individual do agrupamento. Como sugestão, a equipa de avaliadores salientou que para

avaliar o efeito de uma parceria podem aplicar uma entrevista/questionário para saber o

impacto dos projetos. Fez-se, já no final, um inventário do que está a ser realizado, do

que está bem encaminhado e do que é necessário melhorar.

Terminámos às 14:20 e saímos do AE às 14:30.

Reflexão Pessoal

O quarto dia de avaliação externa proporcionou-me refletir em torno de diversas

dimensões, como: 1) a facilidade de integração de novos docentes no agrupamento que

se adaptam da melhor forma possível para dar resposta ao contexto que lhes é

apresentado: multicultural e manifestando diversas problemáticas ao nível da

indisciplina; 2) a apropriação do contexto pelos docentes que se reúnem com outros

intervenientes, no sentido uniformizar as estratégias de ensino e materiais de trabalho,

com as devidas adaptações aos ciclos e características das turmas; 3) o desenvolvimento

de práticas educativas que também possibilitem explorar novos procedimentos de

ensino-aprendizagem, atendendo às dificuldades dos alunos, como os apoios educativos

(Turma Mais); 4) a abertura e a disponibilização da direção na entrevista às ilações dos

avaliadores, evidenciando a importância de (re)pensar certas práticas educativas e

mecanismos de apoio ao desenvolvimento do AE; 5) a condução do processo de AEE

que me demonstrou que, mais do que uma prática de prestação de contas, a avaliação

externa pretende levar à reflexão e ao questionamento dos intervenientes acerca do

trabalho educativo que desenvolvem no AE.

Como balanço final dos quatro dias de avaliação externa, não posso deixar de

sublinhar algumas das competências adquiridas, como a capacidade de observação

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permanente dos contextos educativos; a capacidade de concetualizar e agregar

informação de diversas fontes; a capacidade de interpretação e gestão da informação

recolhida durante as entrevistas e que foram sustentadas pelas competências técnicas e

conhecimentos adquiridos anteriormente da área da AEE.

Dia 74 – Sexta-feira, 05 de fevereiro de 2016

Cheguei à Escola Superior de Educação de Lisboa pelas 09:30, acompanhada pela

Dr.ª RM e pela minha colega Patrícia. A oficina de formação – Supervisão e

Acompanhamento do Trabalho dos Docentes e a sua Relação com a Observação da

Prática Letiva – teve início pelas 10:30, no anfiteatro desta escola superior, contando

com a presença de inspetores da ATI Norte, Centro e Sul da IGEC.

O orador Dr. PR começou por fazer uma breve apresentação da sua experiência

profissional, referindo que atualmente é docente e investigador no IEUL, na Área de

Currículo, Didática e Formação de Professores.

Incidindo no âmbito da oficina de formação, o Dr. PR destacou os pressupostos

subjacentes à sessão, mencionando que, de facto, 1) a qualidade da ação educativa

traduz-se num impacto positivo no que respeita à aprendizagem dos alunos; 2) a

observação e discussão de aulas englobam um dos elementos fundamentais no reforço à

reflexão dos professores acerca da sua prática letiva e 3) é um processo que acarreta

melhorias tanto para o observador, como para o observado. Refere, a este propósito, que

para elaborar o livro intitulado “ Observação de Aulas e Avaliação do Desempenho

Docente” redigido para o ME, se baseou na sua experiência profissional, mas também o

fundamentou com base em alguma investigação, na área da avaliação de professores.

Passando a palavra ao público presente, o Dr. PR solicitou aos inspetores que

enunciassem as suas expectativas em relação à sua participação nesta oficina e

explanassem os seus interesses e/ou questões que quisessem ver esclarecidas e que

tenham que ver com a ação educativa. Algumas das respostas incidiram na problemática

das aulas serem muito idênticas e os professores utilizarem sempre as mesmas

estratégias de ensino, demonstrando continuamente resistência à mudança da dinâmica

de sala de aula. Neste contexto, os inspetores referiram que a direção das escolas, por

vezes, não tem conhecimento suficiente acerca do modo como são ministradas as aulas,

constituindo outro entrave à mudança da dinâmica das aulas. Outras ideias foram

mencionadas pelos inspetores, como 1) a dificuldade, por parte da comunidade

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educativa, em compreender como, o quê e o porquê de observar as aulas; 2) a

dificuldade em aceitar a relação observador-observado; 3) a reflexão das escolas, nesta

matéria, também se manifestar muito incipiente, bem como o uso de instrumentos de

apoio à observação, o que não possibilita chegar à indução acerca das práticas que

podem ser alvo de melhoria; 4) a importância de despoletar o desejo de mudança que

pode resultar da constatação de que os alunos não estão aprender, do contacto com

outros professores e, consequentemente, com as suas práticas. Neste caso, em particular,

trata-se da relevância de constatar na prática que os alunos têm melhores resultados,

muito ao nível das suas aprendizagens.

Incorrendo à OPL, o público presente abordou, uma vez mais, a relevância de

compreender o processo da observação de aulas, mais concretamente, conhecer como

este é realizado. A este nível, discutiu-se a possibilidade de existir alguém que possa

agir como um “amigo crítico” e, deste modo, acompanhar o trabalho do observador-

observado. Afirmaram que todos beneficiam deste processo, no entanto tem que existir

abertura e aceitação ao acompanhamento dos docentes. Para dar início ao processo de

OPL, tem que haver um diagnóstico que resulte na criação de focos de observação e que

devem ser apoiados pela literatura científica. É importante discutir os tipos de

observação e formas de definir os focos a observar, tal como os planos de ação/melhoria

que sucedem em subsequência do processo de observação.

A atividade seguinte, desenvolvida em 10/15 minutos, versou nas seguintes

questões: Que focos devem ser foco de observação na escola? e Como podem ser

conduzidos na ação dos inspetores no âmbito da atividade de AEE?. Participámos num

dos grupos de reflexão, contribuindo para responder à primeira questão, no que respeita

à definição de focos de observação. Recorrendo à nossa incipiente experiência no

âmbito escolar, referimos que um dos focos poderia ser os métodos de

ensino/aprendizagem utilizados pelos professores. Discutimos a relevância de

diversificação dos métodos em função das atividades a desenvolver e a importância de

apelar a métodos ativos e demonstrativos, em detrimento do método expositivo bastante

tradicional.

Todas as respostas enunciadas expuserem diversos focos de observação, em relação

à gestão de aula: 1) a clareza da explicitação dos conteúdos lecionados; 2) os materiais

usados no momento da exposição dos conteúdos; 3) a gestão do comportamento em

relação às medidas de resolução de conflitos adotadas pelo professor; 4) a gestão das

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interações professor-aluno; 5) o empenho e participação dos alunos; 6) a avaliação

formativa; 7) a diferenciação pedagógica em contexto sala de aula (tendo em conta os

diversos estilos de aprendizagem) e 8) os aspetos do modelo de aula, como os métodos

de ensino.

No que se refere aos métodos de ensino, foi discutido pelos inspetores a

importância de perceber o modelo utilizado e de ter em conta a colocação do aluno em

situação de aprendizagem. Referenciou-se que há muitos professores que ainda adotam

o modelo da sua formação base no processo de ensino dos alunos e que se deve alterar

esta situação.

Em relação às ações de melhoria, os inspetores aludiram à relevância das reuniões

de ano, referente às disciplinas, serem de planeamento e organização da disciplina e não

só de divulgação de informação sobre os alunos. Nestas reuniões, devem ser pensadas

conjuntamente as estratégias, os métodos, os recursos, as atividades a desenvolver, os

instrumentos de avaliação para depois, em momentos de reunião final, ser possível

realizar um balanço do que correu melhor e o que se deve melhorar. O Dr. PR apelou à

reflexão dos inspetores de todos os documentos referenciais (orientações curriculares),

mencionando que se pode aprender muito pela literatura e adotar nas práticas letivas.

O processo de observação, conforme foi abordado na oficina de formação,

desempenha um papel indispensável na melhoria da qualidade das aprendizagens e de

ensino nas escolas. Em alusão aos tipos de observação de aulas, o Dr. PR destacou três,

a saber:

o A observação determinada para avaliar o desempenho do docente – a OPL

constitui um processo eficaz para recolha de evidências dos observados,

possibilitando alistar conclusões de todo o processo e, posteriormente, transmiti-

las ao professor, onde em reunião conjunta será possível traçar metas de

desenvolvimento.

o A observação de práticas de ensino de outros colegas (e.g. metodologias,

atividades, estratégias, etc.) – a observação aqui referenciada permite recolher

informações que facilitarão ampliar os conhecimentos e as capacidades

profissionais do professor observado e do observador, num processo de dupla

aprendizagem.

o A observação em que o foco pode ser definido pelo professor tal como a pessoa

que terá a função de observar o seu desempenho profissional – neste caso

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particular, o foco de observação é definido pelo professor num determinado

aspeto sobre o qual almeje obter feedback e sugestões de melhoria. Também

pode suceder a alternância de papéis de observador-observado nas aulas para o

feedback do trabalho realizado. Reforça-se a importância de existir uma

comunidade de aprendizagem que envolva um conjunto de docentes na procura

de processos de reflexão e análise de incidentes nas práticas de ensino, como por

exemplo o trabalho entre pares na planificação e implementação de aulas e na

utilização de novas metodologias num processo de trabalho que é desenvolvido

por dois professores.

Podendo ocorrer em diversos contextos escolares, o Dr. PR destacou que a

observação é utilizada em períodos e com objetivos divergentes, nomeadamente:

1. Em tempos probatórios, como explica, ou num processo de inferência

profissional, visando fomentar a inclusão do docente na comunidade escolar e

nas funções profissionais imputadas;

2. Em estágios de inserção ao contexto profissional, cujos objetivos incidem

particularmente em facilitar o contacto com as práticas de ensino dos colegas

que possuem mais experiência ou possibilitar, recorrendo ao apoio de um

mentor, o desenvolvimento dos conhecimentos e competências dos estagiários,

no âmbito profissional;

3. Em processos informais que sustentam o desenvolvimento profissional das

unidades escolares, abrangendo grupos de docentes em processos de observação,

análise e discussão das suas práticas letivas;

4. Em processos formais, subjacentes à avaliação do desempenho dos professores,

“(…) que reconheçam o mérito, constituam um desafio para o desenvolvimento

dos professores e apoiem a identificação e superação de fragilidades individuais

e colectivas” (Reis, 2011, p. 8)31

.

Mais adiante, o Dr. PR fez referência ao método clínico como o principal método

utilizado na supervisão das práticas letivas dos professores. Como referiu é um modelo

que tem sofrido várias alterações, sendo considerado um processo burocrático muito

conotado pela avaliação do desempenho profissional.

31

Reis, P. (2011). Observação de Aulas e Avaliação do Desempenho Docente. Lisboa: Ministério da

Educação – Conselho Científico para a Avaliação de Professores.

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Seguiu-se mais um momento de trabalho em grupo com o Dr. PR a distribuir

materiais sobre o método clínico (a sua explicação) e sobre a observação formal e

informal de aulas. Esta atividade consistiu em discutir as potencialidades e

constrangimentos, refletir em torno das suas expectativas e das realidades dos AE que já

inspecionaram. Em relação às potencialidades da OPL aludiu-se, mais uma vez, à

importância de a escola querer estar envolvida e motivada para desenvolver este

processo nas suas práticas educativas. Face à figura relevante do professor, disseram

que este influencia a qualidade das aprendizagens e que é a finalidade que determina a

escolha do modelo (formal ou informal). Neste caso, cabe primeiramente definir a

finalidade da observação e posteriormente utilizar este processo para reforçar a coesão e

o funcionamento da organização. A título de exemplo, se usarmos a observação

informal em sala de aula, este modelo vai permitir adotar formas de observação que não

se limitem a um só foco, caso que não se afere com a utilização da observação de

natureza formal. No âmbito deste exercício também se falou do caso da indisciplina em

sala de aula e da importância de intervir neste problema para erradicá-lo e não como

forma de atenuá-lo, dado que a indisciplina pode despoletar a usabilidade de práticas

letivas mais expositivas que se expressa como uma reação de controlo da parte do

professor. A este nível, um dos inspetores esclareceu que muitos casos de indisciplina

advêm desta questão de não se fazer diferenciação pedagógica.

Em continuação à discussão gerada entre o público e o orador, voltou-se a reforçar

que a escola deve percecionar a observação como parte integrante da sua cultura, por

um lado, para melhorar a prática profissional dos professores e, por outro lado, para

melhorar as respostas educativas da escola aos alunos. Há escolas que sabem que têm

necessidade de implementar processos de observação entre pares, no entanto, na

conceção dos inspetores, cabe-lhes (aos inspetores) refletir como é podem apoiar as

escolas no reforço de uma cultura de comunidade de aprendizagem e no

desenvolvimento de processos de OPL. Há também uma grande resistência à

coadjuvação de aulas por parte das escolas. A este nível, falou-se da possibilidade das

escolas aderirem a uma fase de experimentação, aplicando a coadjuvação a um pequeno

grupo de professores, para assimilar não só a adesão a este processo mas também

compreender os resultados positivos e negativos da experimentação. É preciso que as

observações, nesta fase de experimentação, sejam de curta duração, todavia devem ser

contínuas para que a escola comece a encarar esta prática como algo natural e incutido

na escola.

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Terminámos para almoço às 13:00.

A segunda parte da formação iniciou às 14:30, com a abordagem aos benefícios da

definição de metas de aprendizagem e de desenvolvimento profissional docente,

expressas num quadro apresentado pelo Dr. PR, onde foram anotadas:

o A possibilidade de discussão e envolvimento entre o professor e o supervisor;

o A definição de um foco objetivo para o trabalho do professor e para o apoio do

trabalho do supervisor no momento de observação;

o A possibilidade de se aclararem as prioridades face às tarefas e aos recursos

utilizados;

o A oportunidade de reconhecer a operacionalização dos objetivos sugeridos.

Posteriormente, o Dr. PR apresentou outro quadro, este referente à reflexão dos estádios

de desenvolvimento de uma prática reflexiva, evidenciando a importância de: 1)

“Identificar um aspeto da prática profissional que suscite particular interesse ou

preocupação; 2) Focar a ação e a reflexão num aspeto que suscite particular interesse ou

preocupação; 3) Conceber uma estratégia de acção/melhoramento; 4)Implementar essa

estratégia de acção/melhoramento e recolher evidências do seu impacto nos alunos, na

escola, etc.; 5) Avaliar a estratégia com base nas evidências recolhidas e 6)

Fundamentar uma proposta de mudança da prática com base nos resultados obtidos.”

(Reis, 2011, p. 55).

Quanto às finalidades do processo supervisivo, o Dr. PR mencionou que é um

processo que procura fortalecer a capacidade das escolas contribuírem eficazmente para

o contexto educativo e para o sucesso académico de todos os alunos, mediante o reforço

da interação, da capacidade de resolução de problemas e do desenvolvimento

profissional dos professores.

Em abordagem às estratégias de supervisão destacaram-se três:

o Tutoria e Mentorado – é um processo de co-ensino na procura de respostas a

determinados problemas, planeando, avaliando e refletindo num processo

conjunto. São exercidas funções de apoio a um colega numa determinada área.

o Desenvolvimento Profissional Auto Dirigido – é um trabalho mais

individualizado em que é solicitado ao professor que aponte um aspeto que

gostasse de trabalhar e a partir daí são criadas metas de trabalho que apoiam o

desenvolvimento do professor.

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o Investigação-Ação – parte de um problema que implica a procura de soluções,

recorrendo a uma série de técnicas para proceder à sua resolução. Pode ser

resolvido em vários ciclos e centra-se no próprio processo.

o Grupos de Desenvolvimento Colegial – consiste na criação de um grupo que

decide que caminhos seguir para resolver um determinado problema. Podem

desenvolver áreas específicas de trabalho coletivamente.

Seguiu-se outra atividade que consistiu em pensar no último contexto de trabalho

dos inspetores, refletindo acerca das problemáticas que detetaram e de que forma é que

estas estratégias de supervisão podem contribuir para a resolução dessas problemáticas.

Todas as estratégias foram utilizadas como exemplo por parte dos inspetores, todavia

houve especial incidência na estratégia dos Grupos de Desenvolvimento Colegial – por

permitir abarcar um maior número de grupos disciplinares e essencialmente construir

metas e avaliar o desempenho dos professores, definir a ação estratégica pedagógica e

refletir as suas práticas de ensino, partilhando-as com todos os docentes – e na Tutoria e

Mentorado – numa situação em particular de um AE que mostrou necessidade de existir

um acompanhamento a um docente com dificuldades no processo de ensino. Neste caso

pretende-se um acompanhamento individualizado para colmatar uma dificuldade

definida e específica.

Já no final, realizou-se a última atividade desta oficina de formação, focada para os

instrumentos de observação apresentados pelo Dr. PR. Foram entregues vários

instrumentos e à medida que iam sendo projetados, os inspetores iam comentando

conforme a finalidade e estruturação de cada um.

Terminámos pelas 16:15. Saí pelas 16:30.

Reflexão Pessoal

Hoje tive o privilégio de participar na oficina de formação destinada aos inspetores

da IGEC que me proporcionou adquirir saberes consolidados acerca dos processos de

OPL, particularmente, no que respeita ao conhecimento da importância da observação

de aulas no desenvolvimento profissional docente, às potencialidades desta prática no

âmbito do contexto escolar, bem como as estratégias de supervisão e os instrumentos de

operacionalização da observação de aulas.

Dia 75 – Quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Hoje cheguei à IGEC às 10:10. Como o trabalho da expedição dos questionários

estava controlado e até bastante encaminhado, eu e a minha colega Patrícia decidimos

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tratar do documento síntese que temos de construir acerca da avaliação externa e que

nos foi solicitado pelo Dr. H. Primeiramente, estivemos a trocar algumas opiniões com

que ficámos dos painéis das entrevistas com os atores do AE O. Sustentando-nos nos

domínios da avaliação externa, nos nossos apontamentos e no documento precedente da

avaliação externa ao mesmo agrupamento, estivemos a analisar os resultados da

avaliação antecedente em concordância com os aspetos observados nesta avaliação.

Posteriormente começámos a redigir o documento com a clarificação de pontos fortes e

áreas de melhoria, no entanto não conseguimos terminá-lo.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Hoje aproveitámos a manhã para fazermos um balanço da avaliação externa ao AE

O, discutindo o que observámos em função do que são os pontos fortes do agrupamento

e as áreas de melhoria. O confronto que fizemos do relatório da AEE precedente com os

aspetos observados desta avaliação permitiu, também, compreender o funcionamento do

agrupamento à data da avaliação e refletir acerca do trabalho da escola para melhorar os

pontos identificados como áreas a melhorar.

Dia 76 - Quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Cheguei à IGEC às 10:10 e estive, em conjunto com a minha colega Patrícia, a

terminar o documento das conclusões da avaliação externa do AE O.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Terminámos o trabalho, faltando apenas organizar melhor o documento. Algumas

das asserções, em termos de pontos fortes, que mencionámos incidiram no

desenvolvimento de medidas de promoção do sucesso (apoios educativos); no trabalho

articulado entre os técnicos do GAAF e as escolas do agrupamento; no trabalho sólido

desenvolvido ao nível das necessidades educativas especiais com o apoio dos vários

parceiros e da escola, nas lideranças intermédias, docentes e não docentes que, em

concordância com a Direção, procuram implementar respostas pedagógicas e

funcionais, procurando ir ao encontro das necessidades do AE, entre outras. Acresce

salientar que, para o desenvolvimento deste trabalho, utilizei competências de gestão da

informação, capacidade de sistematização e de cooperação e trabalho de equipa.

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Dia 77 – Segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Cheguei à IGEC às 10:15 e estive a dar continuidade ao trabalho que tem sido

assumido pela minha colega Margarida em relação à seleção das amostras dos

questionários de satisfação a aplicar às escolas que serão avaliadas. Estivemos, assim, a

selecionar os dados da zona Sul, no meu caso, de três AE.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Hoje assinalou-se o regresso ao trabalho da seleção das amostras, preparando assim

este fundamental instrumento da AEE face às avaliações de abril da ATI Sul.

Dia 78 – Terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Cheguei à IGEC às 10:15 e estive a terminar a seleção de uma amostra pertencente

a um AE da ATI Sul. Seguidamente procedi à elaboração do documento da mesma

amostra. No tempo restante, aproveitei para trabalhar no meu relatório de estágio.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Com o trabalho da seleção das amostras e respetivos documentos controlados, hoje

consegui aproveitar parte da manhã para trabalhar no capítulo do projeto de

investigação. É fundamental ter este tempo para avançar o meu trabalho académico.

Dia 79 – Quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Hoje cheguei à IGEC pelas 10:10 e como não recebemos indicações de novas

propostas de trabalho, estive a incidir na elaboração do meu relatório de estágio.

Saí pelas 13:10.

Reflexão Pessoal

Hoje consegui adiantar um pouco mais o meu relatório, incindindo mais no projeto

de investigação.

Dia 80 – Quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Cheguei à IGEC às 10:10 e estive, novamente, a trabalhar no relatório de estágio,

aproveitando para colocar em dia os DC e desenvolver o projeto de investigação.

Saí pelas 13:05.

Reflexão Pessoal

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Hoje tivemos indicação que na segunda-feira teremos na Inspeção os questionários

das escolas que serão avaliadas no próximo mês e que devemos proceder ao tratamento

dos mesmos durante a semana que vem.

Dia 81 – Segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Cheguei à IGEC às 10:05 e deparei-me com os questionários de três AE para serem

tratados no sistema informático. Nesse sentido, em colaboração com a minha colega

Margarida, estivemos a fazer o tratamento dos questionários destes agrupamentos do

Centro, cuja avaliação arranca a 3 de março.

Posteriormente, tive ainda oportunidade de conferenciar com a Dr.ª L acerca do

início do meu projeto. Foi abordado que na quarta-feira poderei falar com a Dr.ª MA e a

Dr.ª MP, coordenadoras da atividade dos Jardins de Infância da Rede Privada (JIRP –

Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), para agendar um

acompanhamento a um JI o mais brevemente possível.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

O dia hoje foi bastante calmo e tive oportunidade de esclarecer alguns pormenores

do meu projeto de investigação com a Dr.ª L. É importante o permanente

acompanhamento que os coordenadores de estágio nos fazem, no sentido de nos

proporcionar as melhores experiências profissionais no âmbito das ações da IGEC.

Dia 82 – Terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Quando cheguei à IGEC, pelas 10:15, estive, acompanhada pelas minhas colegas,

com a Dr.ª AG a resolver um problema com um dos lotes Q3 digitalizados ontem. Nesse

sentido, entendeu-se que deveríamos digitalizá-lo e validá-lo outra vez, para que

aparecesse no sistema como tratado. Estivemos, assim, a tratar destes questionários,

enquanto esperávamos pela nossa colega Patrícia que tinha ido ao correio com o Sr. L32

buscar quatro caixas de questionários.

Pelas 11:00 começámos a abertura dos questionários, tendo conseguido abrir três

das quatro caixas. A outra caixa ficou à responsabilidade da D. F que nos deu uma

grande ajuda na abertura da mesma. Ainda tivemos tempo para proceder à digitalização,

classificação e validação dos questionários de um AE.

32

Colaborador da IGEC.

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Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Apesar das inúmeras vantagens do sistema de tratamento dos questionários de

satisfação, tenho evidenciado que por vezes o sistema falha no momento da

digitalização (por erro da impressora ou por encravar as folhas), o que nos obriga a

proceder à repetição das digitalizações para posterior tratamento. Apesar de o trabalho

ficar condicionado por estes (e outros) obstáculos, demonstramos sempre uma atitude

persistente e proactiva, no sentido de contornar as dificuldades, adotando outros

métodos de trabalho.

Dia 83 – Quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Hoje cheguei à IGEC pelas 10:10 e estivemos a tratar da análise dos questionários

que deixámos ontem por digitalizar e validar.

Entretanto, acompanhei a minha colega Patrícia, com o conhecimento da Dr.ª L, à

ATI Sul para conversar com a Dr.ª FA acerca da minha intervenção no âmbito desta

área. Fiz referência às poucas participações em tarefas da ATI Sul, muito pelas

situações urgentes (tarefa dos questionários de satisfação) que se colocaram na EMEE e

para as quais fui chamada para colaborar com as minhas colegas. Nesse sentido, foi-me

atribuída uma tarefa, a desenvolver com a Patrícia, em relação ao tratamento estatístico

dos questionários dos inspetores realizados a 17 de dezembro de 2015.

Pelas 11:30, estivemos a tomar contacto com os questionários da ATI Sul,

começando por proceder ao tratamento da primeira questão, atinente às áreas de

trabalho dos inspetores.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

O início desta nova tarefa está a possibilitar-me colocar em evidência

competências estatísticas e de tratamento de dados bastante valorizadas e importantes

no quotidiano profissional de um Técnico Superior de Educação e Formação.

Dia 84 – Quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Cheguei à IGEC às 10:15 e estive a dar continuidade à tarefa do tratamento

estatístico dos questionários dos inspetores da ATI Sul, em colaboração com a Patrícia.

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Pelas 11:30, reunimos com a Dr.ª L para fazermos um ponto de situação acerca do

relatório de estágio, em concreto, no que concerne à caracterização da organização e ao

projeto de investigação. Primeiramente falou-se dos prazos de entrega da caracterização

da organização e dos feedbacks que já tínhamos recebido por parte das orientadoras

desse capítulo. Apelou à capacidade de síntese e, entre todas, concordámos que cada

trabalho, apesar de estar a referenciar os mesmos elementos é marcado pelo cunho

pessoal de cada estagiária. Neste âmbito, falou-se ainda dos elementos de análise

organizacional patentes nos nossos relatórios, nomeadamente da cultura e do papel do

gestor.

Seguidamente, abordámos a questão do tema de projeto de investigação,

começando por alistar materiais de trabalho que necessitamos para o desenvolvimento

do mesmo e a vislumbrar a possibilidade de participarmos numa das equipas de

intervenção, no meu caso numa ação de acompanhamento (AA) a um jardim de infância

(JI). A Dr.ª L disse-me que em termos de datas de intervenções só me poderia dizer na

segunda-feira, dado que ainda se encontrava a aguardar essa informação. Posteriormente

colocou-me à vontade para na próxima semana reunir com as inspetoras Dr.ª MP e Dr.ª

MA e começar a inteirar-me do trabalho que desenvolvem no âmbito desta atividade.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Considero que a reunião com a Dr.ª L foi bastante importante para aclarar alguns

pormenores do meu projeto de investigação. Adicionalmente, esta reunião permitiu-me

solicitar um dos documentos fulcrais da atividade de acompanhamento dos JIRP - IPSS,

o roteiro da atividade, que será um importante material de trabalho a utilizar no âmbito

do meu projeto.

Dia 85 – Segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Cheguei à IGEC às 10:05 e procedi, juntamente com a colega Patrícia, à

continuação do tratamento estatístico dos questionários aplicados aos inspetores da ATI

Sul. Em concreto, estivemos a transcrever as respostas dadas pelos inspetores aos itens

avaliados pelas inspetores chefes da ATI Sul.

Hoje também tivemos uma conversa informal acerca das intervenções que vamos

realizar na sequência do projeto de investigação, recebendo a informação do JI que irei

acompanhar com as inspetoras Dr.ª MA e MP.

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Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Hoje informaram-me o local onde será desenvolvida atividade de acompanhamento

de um JIRP que irei acompanhar. Para a semana vou começar a planear o trabalho no JI

com as inspetoras.

Dia 86 – Terça-feira, 01 de março de 2016

Hoje cheguei à IGEC às 10:15 e verifiquei que tínhamos uma nova tarefa para

desenvolver relacionada com a análise dos contraditórios da AEE do ano 2013/2014,

cerca de 21 contraditórios, de todas as ATI. O Dr. H solicitou-nos, em concreto, que

analisássemos esses contraditórios, fazendo menção aos AE e escolas não agrupadas

que manifestam a sua discordância face ao modelo de AEE e à sua operacionalização,

particularmente em relação ao 1) desfasamento temporal entre o momento de avaliação

(2013-2014) e os anos letivos considerados para a análise dos resultados académicos

dos alunos (2010-2011 e 2011-2012); ao 2) desequilíbrio na ponderação dos três

campos de análise para a atribuição da classificação no domínio Resultados, com uma

clara sobrevalorização dos Resultados Académicos; à 3) subordinação da classificação

dos domínios Prestação do Serviço Educativo e Liderança e Gestão ao domínio

Resultados; à 4) análise dos resultados académicos tendo por base apenas os

desempenhos dos alunos nas disciplinas de Português e de Matemática; à 5)

disponibilização tardia a algumas escolas da informação estatística sobre os resultados

académicos (valores esperados) e à 6) insuficiente ponderação dos resultados

académicos, no que respeita à superação das metas contratualizadas, nos Agrupamentos

que integram o Programa TEIP.

Para tal, dividimos o trabalho por áreas territoriais, sendo que eu estive a analisar os

contraditórios dos AE do Norte. Procedemos à criação de um quadro no Word para

assinalar as escolas e as unidades de registo (evidências que provam as afirmações no

contraditório). Pese embora o trabalho tenha sido dividido pelas três, atendendo às áreas

territoriais, houve muitos momentos de trabalho em equipa e de reflexão conjunta

aquando do surgimento de dúvidas e na troca de impressões e opiniões, visando apoiar o

trabalho umas das outras.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

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Hoje não conseguimos terminar o trabalho que nos foi solicitado com alguma

urgência, no entanto também foi informado pelo Dr. H que teríamos até amanhã para

concluí-lo. Com a divisão de tarefas, estou confiante que vamos conseguir terminar

dentro do prazo estabelecido.

Dia 87 – Quarta-feira, 02 de março de 2016

Cheguei à IGEC às 10:10 e estive a concluir o trabalho pedido pela Dr.ª L e pelo

Dr. H em relação à análise dos contraditórios da AEE de 2013-2014, durante toda a

manhã. Para me orientar face à analise dos contraditórios dos AE do Norte criei um

documento Word para registar, sucintamente, o conteúdo dos mesmos.

Foi-nos proferido pelo Dr. H que a classificação atribuída à avaliação externa no

AE onde eu e a Patrícia participámos já estava decidida, apesar da dificuldade de

tomada de decisão em relação à atribuição da mesma.

Informaram-nos ainda que amanhã realizar-se-á uma reunião de trabalho entre os

representantes das ATI para procederem à execução de um balanço do trabalho efetuado

até aqui, no âmbito da AEE.

Pelas 13:55, imprimimos o quadro e enviámos à Dr.ª L.

Saí às 14:00.

Reflexão Pessoal

Hoje revelou-se um dia intenso com a conclusão da análise dos contraditórios,

terminando a tarefa no prazo previsto. Com o desenvolvimento deste trabalho, foram

surgindo algumas dúvidas, nomeadamente no que respeita à interpretação das

discordâncias assinaladas pela IGEC que teríamos de encontrar nos contraditórios. A

este propósito, destaco a permanente ajuda disponibilizada pela Dr.ª L que nos apoiou

sempre que a solicitámos durante a execução deste trabalho.

Dia 88 – Quinta-feira, 03 de março de 2016

Cheguei à IGEC às 10:20 e fui diretamente ter ao quarto piso, a pedido da Dr.ª L. A

reunião realizou-se numa sala de reuniões relativamente espaçosa e iluminada,

começando perto das 10:35 e contando com a presença de coordenadores e chefes de

equipas da IGEC, vinculados à área da AEE.

Deu-se início à reunião com a alusão ao propósito da mesma: a realização de um

ponto de situação do trabalho efetuado nas escolas, no âmbito da AEE. Referenciou-se

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também que no presente momento faltam avaliar nove escolas no Norte, oito no Centro

e 16 no Sul.

Passando a palavra à Dr.ª CL33

, esta fez uma breve apresentação acerca da AEE na

área do Sul: no total de 52 agrupamentos de escolas, permanecem por avaliar 16 escolas

este ano. Encontram-se 26 relatórios produzidos, sendo que 13 já seguiram para as

escolas e até ao momento não acusaram a receção de contraditórios. Estão, também, a

aguardar a elaboração dos relatórios da avaliação ocorrida em fevereiro.

Especificamente direcionada para o relatório, a Dr.ª CL referenciou que as equipas

estão mais sensibilizadas para a excecionalidade e, em alguns casos, para as

recomendações que são emanadas nos relatórios de avaliação para as escolas. Quer isto

dizer que as equipas da área do Sul, aquando da redação dos relatórios de avaliação,

incorporam algumas recomendações direcionadas às escolas, no sentido de contribuir

para a melhoria da ação educativa. Pela mesma razão, abordou-se a questão da

uniformização dos relatórios, no caso do Centro e do Norte, onde a recomendação nos

relatórios não se expressa de modo tão evidente. Uma das formas realçadas pela equipa

como uma pista para a recomendação refere-se à citação “a escola deverá…” que

indicia o caminho a seguir pela escola.

Seguidamente foi abordada a seguinte questão: “será que as áreas de melhoria

indicadas no relatório são claras?”. A este propósito, a Dr.ª CL entendeu que é

importante clarificar as áreas de melhoria para que a escola não se sinta perdida na

implementação de ações de melhoria. Pretende-se que a escola entenda o que é

identificado na avaliação externa, no sentido da reflexão e melhoria da ação e caminho

educativos.

A Dr.ª L, expressando a sua opinião, mencionou que a escola, numa trajetória de

autonomia, deve decidir quais as recomendações a seguir, traçando o seu caminho,

mediante as áreas de melhoria apontadas pelas equipas de avaliação. Neste âmbito,

referiram que as equipas direcionam as escolas para a identificação de áreas de

melhoria, entendidas como recomendações, mas que não indiciam como as escolas

devem traçar a sua ação. Na sequência desta discussão, foram lidas algumas passagens

de relatórios para se entender o propósito destas recomendações. Neste caso concreto,

entendeu-se que estas induzem a uma situação de reflexão às escolas, no entanto

algumas têm um juízo avaliativo diferente e dissemelhante em relação às outras ATI. O

33

Interlocutora da atividade de AEE no Sul.

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Dr. PV34

considerou, neste âmbito, que se deve evitar algum tipo de vocabulário que

indicie a recomendação, uniformizando-o ao nível das ATI.

Seguiu-se a importância de se abordar o (des)equilíbrio dos pontos fortes e áreas de

melhoria no relatório de avaliação. Neste caso, concretamente, é salientado que o

equilíbrio deve existir se assim se justificar, dadas as evidências encontradas nas

escolas. No entanto, por vezes é pensado, em escolas com classificações mais baixas, na

relevância de se destacar pontos fortes (mínimos que sejam) para motivar a escola a

trabalhar mais, não centrando-se exclusivamente apenas nas áreas de melhoria. A Dr.ª

MA35

ressalvou que é importante, neste sentido, procurar evidências que sustentem e

consolidem as asserções da AEE. Porém, a Dr.ª L assegura que as equipas têm atuado

para articularem o trabalho da AEE, no sentido de uniformizar os relatórios, que são

peças fundamentais para o desenvolvimento da escola, apesar destas questões que foram

apontadas pelos membros da reunião.

Voltando à questão das recomendações, falou-se que começa a ser uma

metodologia ou rotina de procedimento do relatório-tipo, daí a importância da reflexão

da equipa em torno desta questão. Falou-se também de esta metodologia decorrer do

estilo de escrita dos inspetores, tendo a equipa que ter em consideração na abordagem a

esta questão a salvaguarda da marca pessoal de cada inspetor. No que toca às

recomendações, por vezes depende do que é referido nos relatórios, já que a Dr.ª

MP36

considera que pode ser importante facultar “luzes” a escola sobre a sua ação, sem

que seja traçado o caminho a percorrer.

Seguiu-se um intervalo de 15 minutos e, consecutivamente, a apresentação por

parte do Dr. P, inspetor da zona Centro, em relação à AEE. Este ano letivo estão

propostas 19 escolas para avaliação, sendo duas destas escolas com contratos de

autonomia (em abril). Das 19 escolas, cinco já têm o seu relatório e uma está no período

de contraditório (fase de apreciação da escola). As restantes ainda estão por avaliar,

cumprindo-se até maio.

Em termos de obstáculos, o Dr. P realçou que as equipas encontram a dificuldade

de apreciar a evolução das escolas, uma vez que os agrupamentos são bastante recentes.

Dentro deste panorama, reportou que as escolas ainda enviam excessiva informação dos

seus estabelecimentos, não respeitando as solicitações da IGEC. No que respeita às

34

Inspetor ligado ao Ensino Especial. 35

Inspetora ligada à Educação Pré-Escolar. 36

Inspetora ligada à Educação Pré-Escolar e Acompanhamento da Ação Educativa.

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dificuldades, no quadro de atuação das escolas, sublinhou-se a manifesta falta de

consolidação na autoavaliação das escolas, não se registando grande evolução neste

parâmetro e também a dificuldade dos estabelecimentos educativos em operacionalizar

as ações de melhoria, identificadas pela avaliação externa, decorrendo daqui,

inequivocamente, a importância da clarificação das áreas de melhoria (serem mais

diretivas) nos relatórios de avaliação.

No que respeita à metodologia de trabalho, afirmou que habitualmente realizam

reuniões de balanço da atividade da AEE. Especificamente, em referência ao

planeamento da atividade, também indicou que utilizam os dois dias (destacados na

metodologia de trabalho da AEE) para falarem em equipa sobre os resultados

académicos dos alunos. Ou seja, da parte da manhã discutem e analisam os valores

esperados da escola e da parte da tarde elaboram um texto síntese das conclusões

obtidas de manhã.

Passando para o Norte, o inspetor representante desta área informou que estão, no

total, previstas 14 avaliações externas, sendo que no presente momento encontram-se na

fase de análise dos relatórios. Numa intervenção mais sucinta, o inspetor evidenciou

algumas preocupações detetadas nos contraditórios, como: 1) incidir no equilíbrio de

classificações das avaliações externas; 2) evidenciar as designações das escolas básicas

aquando da referência aos JI, uma vez que na legislação não existem escolas básicas

com jardins de infância e 3) incidir nos resultados dos CP, informando as taxas de

empregabilidade. A última consideração da equipa do Norte direcionou-se para a

manutenção da equipa de avaliação, priorizando inspetores que possuam formação e

experiência na AEE. A este nível, refuta-se a admissão de inspetores na AEE que

advenham de outras atividades da IGEC, dada as diferenças que se encontram no

decorrer da avaliação externa e na redação do relatório que sustenta a atividade.

A reunião terminou pelas 12:40, no entanto sai às 13:00, uma vez que estive com as

inspetoras Dr.ª MA, Dr.ª MP e Dr.ª L para agendar a intervenção no acompanhamento

dos JI que acontecerá no dia 14 de março.

Reflexão Pessoal

Participar nesta reunião fez-me entender o modo de funcionamento das ATI da

IGEC e, simultaneamente, o modo de articulação entre áreas e respetivos profissionais,

no âmbito da AEE. Compreendi, também, a importância e o peso do relatório da AEE

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para a equipa, na procura de uniformizar procedimentos face à estrutura do relatório,

mas sem o tornar uma referência idêntica a nível nacional.

Dia 89 – Segunda-feira, 07 de março de 2016

Hoje cheguei à IGEC às 10:10 e estive, juntamente com as minhas colegas, a

preparar os questionários, mediante as amostras elaboradas previamente, para posterior

expedição para as escolas. No total, preparámos 16 escolas, deixando o trabalho desta

semana bastante adiantado.

Tive, ainda, oportunidade de conversar com a Dr.ª MA e Dr.ª MP sobre o início da

intervenção do acompanhamento do JI, designado adiante de SCJ, nomeadamente sobre

o ajuste dos dias de intervenção, que inicialmente seriam de 14 a 17, passando agora

para dia 15 até 18 de março. Acordámos, também, o dia da entrevista, bem como a

inspetora que me concederá a mesma. Foi-me disponibilizado mais materiais,

designadamente o exemplo de uma ficha de caracterização dos JI e também o modelo de

relatório final da atividade.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Com a necessidade de expedição de questionários, deixámos o trabalho que

estamos a desenvolver para a ATI Sul – tratamento estatístico de questionários de

avaliação dos inspetores – para uma altura mais propícia, ou seja, quando o trabalho na

EMEE estagnar.

Dia 90 – Terça-feira, 08 de março de 2016

Hoje cheguei às 10:15 à IGEC e estive, a pedido da Dr.ª L e com as minhas colegas,

a retificar as amostras e os números de questionários das 16 escolas preparadas ontem

durante a manhã.

Ainda durante a manhã, dei continuidade ao trabalho que estou a desenvolver para a

ATI Sul, com a Patrícia, em relação ao tratamento estatístico dos questionários

aplicados aos inspetores em dezembro de 2015.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Como forma de dar resposta a todas as solicitações, vindas da Dr.ª L e da Dr.ª FA,

tenho vindo a fazer um planeamento do dia do estágio, incidindo nas prioridades – a

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expedição de questionários – em articulação com outras tarefas como a que me encontro

a desenvolver neste momento – o tratamento estatístico de questionários dos inspetores

da ATI Sul.

Dia 91 – Quarta-feira, 09 de março de 2016

Hoje cheguei à IGEC às 10:15 e estivemos a desenvolver o mesmo trabalho de

ontem: o tratamento estatístico dos questionários da ATI Sul. Em conjunto com a minha

colega Patrícia, procedemos à reflexão das estratégias para desenvolvermos o relatório e

à criação da grelha de análise, objetivando iniciar a análise de conteúdo das respostas

dos inspetores às seis questões respondidas pelos inspetores.

Adicionalmente, em articulação com este trabalho, estive também a analisar as

OCEPE aprovadas pelo Despacho n.º 5220/97 (2.ª série), de 10 de julho, incidindo nas

áreas de conteúdo (AC), como forma de me preparar para a intervenção de

acompanhamento do JI SCJ.

Saí pelas 13:05.

Reflexão Pessoal

Analisar as AC está a ser uma tarefa bastante interessante, do ponto de vista da

abordagem das diferentes áreas de trabalho pedagógico e da delimitação da componente

educativa e de apoio à família, com orientações e intencionalidades educativas bastante

dissemelhantes.

Dia 92 – Quinta-feira, 10 de março de 2016

Hoje, quando cheguei à IGEC, pelas 10:15, estive a concluir a leitura das OCEPE e

analisar, também, a ficha de caracterização do JI SCJ, incidindo essencialmente nas

questões que são pedidas ao JI e também na organização dos grupos do JI.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

A análise da ficha de caracterização do JI SCJ permitiu-me conhecer de antemão

algumas das especificidades do JI, como o número de grupos, as atividades da

componente de apoio social, a caracterização dos profissionais educativos, entre outros

aspetos. Revela-se importante conhecer o contexto do JI, ainda que minimamente, para

ter noção do seu funcionamento e, no momento da atividade, ser possível incidir em

informações mais qualitativas, em referência, por exemplo às práticas educativas do JI.

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Dia 93 – Segunda-feira, 14 de março de 2016

Hoje cheguei à IGEC pelas 10:05 e estive a dar continuidade ao trabalho da ATI

Sul, relacionado com o tratamento dos questionários dos inspetores. Estive, em conjunto

com a Patrícia, a distribuir tarefas em relação a este trabalho, acordando que das seis

questões existentes, analisarei três e a minha colega as restantes três questões.

Estivemos, ainda, a criar a grelha de análise de conteúdo e consegui dar início à análise

da questão seis do questionário dos inspetores que se debruça sobre as áreas de

formação requeridas pelos inspetores.

Mais tarde, estive com a Dr.ª MP a acordar alguns aspetos da intervenção no JI que

iniciará amanhã, nomeadamente em relação ao local de intervenção e à agenda de

trabalho, com especial enfoque nos horários. Já no final desta reunião, a Dr.ª MP

entregou-me impressa a ficha de caracterização do JI para me acompanhar no momento

da intervenção.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Como iniciarei a intervenção nos JI amanhã tive de deixar acertados alguns pontos

do trabalho que me encontro a desenvolver com a Patrícia. São bastante importantes

estes ajustes no trabalho para que mesmo fora da IGEC se possa dar continuidade às

atividades propostas.

Dia 94 – Terça-feira, 15 de março de 2016

Hoje deu-se o primeiro dia de intervenção do acompanhamento do JI SCJ.

Combinei com a Dr.ª MP nos encontrarmos à porta do JI pouco antes das 10:00. No

entanto, com o intuito de fazer o reconhecimento do local do JI, cheguei às 09:40 e

encontrei-me com a Dr.ª MP e a Dr.ª MA um pouco depois dessa hora. Deparámo-nos,

inicialmente, que o JI tem duas valências (em ruas diferentes mas muito perto uma da

outra): um edifício que funciona com a EPE crianças com 4 e 5 anos e outro edifício na

rua acima e que funciona com o serviço de creche e EPE com salas dos 3 anos. Fomos

ter à morada indicada na ficha de caracterização, percebendo mais tarde que a diretora

pedagógica assinalou o JI sito na rua em baixo (o que possui EPE com crianças com 4 e

5 anos), mas que se encontrava no centro social situado na rua de cima.

Chegámos ao edifício, perto das 10:20, sendo recebidas pela diretora pedagógica e

dois pais pertencentes à direção da associação, grupo que é constituído por cinco

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intervenientes. A equipa de acompanhamento apresentou-se formalmente, bem como os

restantes presentes. Estes dois pais presentes estão ligados à área jurídica, sendo que

numa breve apresentação, destacaram que tratam da parte não pedagógica do centro

social, concretamente da área jurídica, da manutenção dos edifícios e da área financeira

em apelo a um trabalho construtivo por todos os intervenientes. Ainda na presença dos

representantes da direção, a Dr.ª MP contextualizou a realização desta atividade de

acompanhamento, concebida em 2013, cujo âmbito da ação se fundamenta na tutela

pedagógica incumbida ao ME. Nesse sentido, mencionou que os objetivos da

intervenção incidem em acompanhar a ação educativa nas vertentes do planeamento, do

currículo e da avaliação dos processos e das aprendizagens das crianças; analisar o grau

de participação dos pais no processo educativo; apreciar o planeamento da componente

de apoio à família; analisar a qualidade das interações entre o JI, as famílias e a

comunidade e assegurar as condições que garantam a qualidade do funcionamento dos

JI. No âmbito deste último objetivo da atividade, a equipa de acompanhamento solicitou

à diretora pedagógica a autorização do funcionamento do ME, uma vez que este

reconhecimento constitui “o garante de que as condições físicas e os equipamentos têm

a qualidade e a segurança desejáveis, de acordo com os normativos vigentes” (IGEC,

2016a, p. 8), tal como também foi sublinhado aos presentes. A diretora do

estabelecimento afirmou que não possui oficialmente o reconhecimento do

funcionamento do JI, no entanto tem em sua posse um documento que acredita o

funcionamento do mesmo. Combinou-se tratar desta situação mais tarde.

A reunião prosseguiu com a equipa inspetiva e com a diretora pedagógica e, em

continuação ao exposto, as inspetoras apresentaram a metodologia da atividade,

informando que:

1) No primeiro dia é feita apresentação da atividade ao responsável do centro social

e ao diretor pedagógico do JI. Seguidamente é realizada a visita ao espaço

educativo, como forma de conhecer as suas instalações. Posteriormente é feita a

análise documental dos registos e documentos oficiais do JI e procede-se ainda à

seleção dos grupos a observar na prática letiva e dos encarregados de educação a

entrevistar no terceiro dia;

2) No segundo dia realiza-se a OPL das crianças, em contexto de sala de

atividades;

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3) No terceiro dia procede-se à realização das entrevistas à diretora pedagógica, aos

encarregados de educação e às educadoras de infância (entre outros

intervenientes se necessário);

4) No quarto dia acontece a elaboração do relatório e a reunião final para a

apresentação das conclusões com a eventual possibilidade de marcação de uma

intervenção de continuidade.

Debruçando-se no relatório desta intervenção, as inspetoras referiram que o relatório

está dividido por áreas-chave: 1) planeamento da ação educativa; 2) organização do

ambiente educativo; 3) construção e desenvolvimento do currículo; 4) apoio integrado e

especializado; 5) avaliação dos processos e das aprendizagens; 6) intervenção do

educador e 7) dinâmica do estabelecimento educativo. Destacou-se, ainda, que no

relatório são destacadas práticas exemplares (aspetos positivos), aspetos a melhorar e,

caso se verifique, aspetos a corrigir. Após a exposição do relatório ao JI, este é

aprimorado na IGEC e enviado ao JI que tem um prazo de dez dias úteis de pronúncio.

Após esse tempo passa então à sua versão final.

As inspetoras referiram ainda que há possibilidade de ser marcada uma intervenção

de continuidade, acordada com o diretor pedagógico, se necessário, garantindo a

continuidade e o acompanhamento efetivo do trabalho desenvolvido pelo JI, em função

das asserções da equipa de acompanhamento. Para manter a diretora pedagógica

ocorrente do trabalho que se desenvolve no âmbito desta atividade, as inspetoras

indicaram que estão disponíveis para consulta pública os últimos relatórios globais da

atividade de acompanhamento dos JI, verificando-se nesses documentos as fragilidades

que são mais encontradas nos estabelecimentos educativos. Reforçou-se, por último, a

base de trabalho dos inspetores nesta atividade, os documentos e normativos assentes no

roteiro da atividade e que também são disponibilizados no site da IGEC.

As inspetoras passaram para a fase de seleção das crianças, cujos pais serão

entrevistados no 3.º dia desta intervenção. Solicitaram à diretora pedagógica, a listagem

das crianças organizada por grupo/sala e com referência à educadora. A partir desta lista

escolheram nove/dez crianças, na sua maioria de modo aleatório. Apenas três destas

crianças foram escolhidas propositadamente pelas inspetoras por serem crianças com

NEE. No momento da seleção, puderam contaram com o apoio da diretora pedagógica,

que no ato da escolha ia informando se os pais das crianças escolhidas tinham maior ou

menor disponibilidade para estarem presentes na reunião. Escolheu-se duas/três crianças

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suplentes para substituir os pais (escolhidos inicialmente) que não possam estar

presentes.

Combinou-se que o contacto com os encarregados de educação será efetuado pela

diretora pedagógica, ainda neste dia, para informar atempadamente os pais acerca da

reunião. Perguntou-se qual a melhor hora para a reunião com os encarregados de

educação à diretora pedagógica. Lançaram duas possibilidades: logo de manhã (a partir

das 09:30) ou ao final da tarde. A equipa reforçou a sua disponibilidade para reunir com

os pais a qualquer hora, adaptando-se ao horário preferencial dos mesmos..Para preparar

também a reunião com as educadoras, as inspetoras perguntaram a disponibilidade das

educadoras titulares para o dia da entrevista. A diretora pedagógica ficou de tratar de

saber a disponibilidade, bem como informá-las da intervenção.

No decorrer desta reunião, com a diretora pedagógica, foi proferido pela mesma que

a coordenação pedagógica deste estabelecimento é feita pela diretora, pela coordenadora

da EPE e pela Psicóloga, obedecendo assim a modelo de gestão colegial. Entendeu-se

que tal situação também não está reconhecida pelo ME, devendo proceder-se à sua

correção.

Passámos para a visita das instalações: vimos a sala da coordenadora pedagógica e

de reuniões, as casas de banho (tanto de funcionários como das crianças), a secretaria,

três salas de EPE de crianças com três anos, os refeitórios e o recreio. Enquanto

visitávamos as instalações, as inspetoras questionaram o horário da componente letiva,

percebendo-se que, na conceção do JI, funciona das 9:30h às 13:30h e das 14h às 16h.

Nas três salas das crianças (dos três anos), observou-se informalmente que atividades

estavam a ser desenvolvidas: atividades relacionadas com o dia do pai (trabalhos

manuais), com canções e com legos e puzzles. As inspetoras falaram na possibilidade de

observar o centro social situado na rua abaixo hoje ou amanhã, conforme as horas de

término do trabalho. Foi ainda possível verificar, durante a visita a estas instalações, que

o JI tinha exposto diversas fotografias a apelar a diferentes ações das crianças, como por

exemplo, pular, explorar, brincar, correr, aprender, entre outras. Também foi solicitado

à coordenadora pedagógica, durante a visita, os últimos relatórios da Segurança Social,

para que pudessem ser analisados pela equipa. Quando observámos o refeitório, as

inspetoras interagiram com as crianças, colocando questões informais acerca das

refeições.

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Depois do almoço, voltámos para a sala de reuniões, objetivando dar início à

análise documental. A metodologia de trabalho da equipa inspetiva incidiu na leitura

dos documentos, registo de inconformidades e, essencialmente, registo de dúvidas e

eventuais anotações, em relação a determinados aspetos para proceder a um melhor

entendimento do trabalho desenvolvido no JI. Foram analisados o PA, o RI, os projetos

curriculares de grupo, o caderno do aluno (documento de avaliação que vai desde o

primeiro dia de permanência no JI até ao último dia) e as atas das reuniões pedagógicas.

Na análise ao RI compreendi que a leitura é realizada atendendo à legislação

aplicável na EPE. Analisou-se cada alínea no regulamento interno, detetando-se

algumas incorreções por parte do JI, no que respeita ao âmbito de aplicação do mesmo.

Especificamente percebi a importância da distinção entre a componente educativa e a

componente social, assimilando também que o JI se traduz numa resposta educativa

com componente de apoio à família. É de salientar que, pese embora seja uma atividade

de acompanhamento, as inspetoras sublinham que têm que aferir todos os aspetos legais

para que os estabelecimentos educativos possam funcionar dentro da conformidade

legal e prestar um serviço de qualidade à comunidade.

Em continuação ao trabalho de análise documental, observei que à medida que as

inspetoras iam analisando os documentos do JI, também iam interagindo no sentido de

trocarem impressões e opiniões acerca do que estava explicitado nos documentos

analisados. Entendi, pelo diálogo das inspetoras, a importância dos documentos

analisados estarem todos em concordância e em plena articulação, tanto teoricamente

como na prática letiva. No PE, as inspetoras comentaram que os elementos teóricos

(pressupostos da EPE) que constam no documento estão bem explicitados,

referenciando que o projeto se encontra muito bem direcionado para as OCEPE e para

os objetivos da EPE. Além disso, destacaram positivamente a construção e organização

do documento, subdividido em finalidades educativas, história e características da

instituição, opções pedagógicas e avaliação do projeto educativo.

Algumas das inconformidades encontradas pelas inspetoras, em documentos

formais do centro, dizem respeito à ausência: 1) da exposição das competências da

diretora pedagógica; 2) da especificação que o Estado assegura a componente letiva e 3)

do procedimento utilizado para a avaliação das crianças.

Procedeu-se, também, à leitura dos projetos curriculares de grupo, no sentido de

entender os PA do ponto de vista pedagógico, os instrumentos de avaliação (grelhas de

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observação, caderno do aluno, avaliação do desenvolvimento da criança) e as rotinas

diárias. Pela leitura do PA, as inspetoras depreenderam que alguns horários não estavam

em concordância com o proferido pela diretora pedagógica precedentemente. Prestaram,

por último, atenção às AC e linhas orientadoras de trabalho expressas no projeto

curricular que consideram estar bem definidas teoricamente. No entanto, num dos

projetos curriculares de grupo (sala de três anos), as inspetores detetaram que a

educadora foca os objetivos de aprendizagem, mas não evidencia o modo de alcançar

estes objetivos. Além disso, como também encontraram fichas de avaliação de

competências das crianças com cinco anos, realizadas pela Psicóloga, equacionaram

perguntar o motivo de realização destas fichas de avaliação.

Das atas das reuniões pedagógicas, concluíram que não se discutiam questões

pedagógicas do conselho de educadores, encontrando-se apenas evidências da questão

dos instrumentos de avaliação das crianças e a intencionalidade de aumentar a carga

horária letiva. Também constataram evidências de formação das educadoras, como por

exemplo, em metodologias de projeto, formação em contexto, desenvolvimento do

projeto curricular de grupo, entre outras.

Outra situação também detetada pelas inspetoras, mediante observação, diz respeito

ao serviço de terapia que é prestado a algumas crianças. Foi observada uma situação em

concreto de uma criança a sair de um serviço de apoio nos tempos letivos. Reflete-se

acerca deste apoio disponibilizado no horário da componente letiva.

Durante a reunião solicitou-se à coordenadora pedagógica que procedesse à

retificação de alguns dados que não estavam de acordo com as solicitações das

inspetoras, para que fosse possível arquivar a ficha de caracterização do estabelecimento

JI SCJ. Discutiu-se a melhor data da reunião de pais para convocação prévia e

atempada. Devido a uma atividade da quaresma, equacionou-se adiar a ação de

acompanhamento por um dia para que, a atividade que o JI organizou com as crianças,

se realize sem qualquer interrupção na quarta-feira. Neste sentido, as inspetoras

sublinharam que a AA não tem por objetivo perturbar o normal funcionamento dos

estabelecimentos de educação, pelo que o adiamento da observação para depois de

amanhã não teria qualquer problema, desde que não se alterasse a metodologia de

trabalho. Na sequência desta conversa, a equipa voltou a solicitar o relatório da

Segurança Social para se proceder a uma análise mais detalhada deste documento.

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Já da parte da tarde, a equipa prosseguiu a análise documental ao dossier de uma

educadora (sala de três anos), verificando a caracterização dos alunos, a planificação das

atividades, a avaliação por período, a informação sobre a formação em contexto com

outras escolas, as reuniões das educadoras do conselho, as grelhas de presenças e as

notícias da sala/grupo de EPE. Incidiu com mais enfoque nos seguintes aspetos: 1)

calendarização das atividades em relação à demarcação das atividades da componente

letiva e de apoio à família; 2) planificações e a grelha de observação em função das AC

e 3) atividades já desenvolvidas, verificando a existência de fichas das atividades

pedagógicas (descrição e objetivos a atingir com a atividade). Neste dossier procuraram

também a informação que é transmitida aos pais e encarregados de educação que,

conforme as inspetores, deve ser descritiva e com base nas AC. Sobre esta questão,

verificaram que são entregues umas fichas de avaliação e que incluem a avaliação dos

cadernos dos alunos. Veem todos os trabalhos realizados e debatem que este

instrumento (o caderno do aluno) não pode ser um documento de avaliação, mas um

registo em que os pais podem acompanhar o trabalho desenvolvido pelas crianças ao

longo do tempo. Procedem a uma análise detalhada aos processos individuais das

crianças e entendem que não se pode fazer a evolução das crianças por faixa etária.

Seguiram com a análise dos registos das fichas de trabalhos das crianças, apreciando

negativamente a realização de “testes” realizados na EPE e que não se coadunam com

as OCEPE. Nestas análises detalhadas, encontraram um registo de um PEI, verificando

o acompanhamento que é dado à criança, mediante o plano de trabalho estabelecido. A

partir destas análises, as inspetoras decidem que uma das salas a observar será esta, a da

educadora M, visto que no entendimento da equipa é importante perceber como se faz a

diferenciação pedagógica e o acompanhamento de crianças com NEE.

Perspetivando outro dossier – o da sala da educadora G (crianças com quatro/cinco)

– as inspetoras procederam à análise da caracterização do grupo, da identificação dos

interesses, necessidades e prioridades das crianças e da caracterização das

aprendizagens e dificuldades apresentadas individualmente em sala. Pela dinâmica e

organização do dossier, aferiu-se a priori o trabalho que é realizado com as crianças.

Analisaram, ainda, a organização do ambiente educativo, em relação à metodologia que

utiliza em sala de atividades na implementação das AC (objetivos globais e específicos

de cada área).

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A equipa inspetiva referencia que é importante compreender o papel do educador

na aprendizagem da criança e na concretização do currículo, percebendo pelo dossier da

educadora G, que a educadora tenta minimizar a sua intervenção na resolução de

conflitos. Incidiram, posteriormente, na análise dos documentos de intervenção precoce

(e.g. terapia da fala), nos processos de informação individual das crianças sinalizadas,

como o caso de uma criança que manifesta perturbações do desenvolvimento intelectual

e dificuldades na linguagem. Tentaram perceber que programas de intervenção são

desenvolvidos neste âmbito e atentaram ao relatório técnico-pedagógico em relação a

esta criança. Decifram-se duas questões a interpelar com a diretora pedagógica a este

nível: quem intervém no PEI e quem são os técnicos responsáveis por este programa.

Neste grupo, como também existe uma criança com NEE, as inspetoras definiram esta

sala para observarem as práticas letivas. Compreende-se assim que à medida que vão

analisando os documentos do planeamento da ação educativa, vão também gizando e

distribuindo o serviço para os restantes dias da AA. A configuração da ação organiza-se

em função dos contextos dos JI, tendo em conta a metodologia de trabalho.

Interrompem o trabalho para solicitar mais um documento, o acordo de cooperação,

com o ME. Em seguida, começam já a procurar responder a algumas questões do roteiro

incididas na área-chave do Planeamento da ação educativa. Recorrem, por isso, ao

roteiro assinalando o que sabem e mais questões em que devem incidir. Procedem à

análise do último relatório da Segurança Social e entendem quais os aspetos que foram

destacados por esta entidade no que se referem à EPE. Uma das inconformidades refere-

se à identificação (neste relatório) do incumprimento do número de crianças por sala em

comparação com a ficha de caracterização dos grupos (numa das valências). Apontam,

ainda, outra questão a interpelar às educadoras: perceber se mantêm as áreas da sala ou

mudam de ano para ano. Também referem que têm de aferir: 1) se pedem materiais aos

pais (visto num registo de reunião de pais) e 2) se realizam fichas de pré-escolarização

que não são significativas do ponto de vista da aprendizagem das crianças.

Já perto do final da reunião, procedeu-se a um ponto de situação, em relação ao que

necessitavam de questionar mais pormenorizadamente. Terminámos às 16h40

Reflexão Pessoal

O primeiro dia de acompanhamento permitiu-me assimilar e refletir sobre alguns

conhecimentos: 1) a importância do planeamento na ação educativa, visto que é o

suporte das práticas educativas de um JI; 2) a relevância de construir documentos

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articulados e coerentes que espelhem a ação pedagógica e condutora do JI e 3) a

articulação do trabalho planeado com a implementação das práticas pedagógicas,

assente na valorização das AC e no seu caráter transversal. Incidindo, ainda, nas

competências consolidadas é de referir que aprimorei a capacidade de observação, de

sintetização e interpretação da informação que sustenta a atividade do JI.

Dia 95 – Quarta-feira, 16 de março de 2016

Cheguei à IGEC às 10:10 e estive a atualizar os meus DC, incidindo no primeiro

dia de intervenção no JI. Pude também registar aspetos a ter conta no segundo dia de

intervenção, ou seja, na OPL.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Hoje aproveitei a manhã para redigir os acontecimentos do primeiro dia de

intervenção, inventariando ainda aspetos a observar na OPL, a partir do roteiro da

atividade, para amanhã saber o que necessito analisar.

Dia 96 – Quinta-feira, 17 de março de 2016

Acompanhada pelas inspetoras, cheguei ao JI pelas 9:30, hora de início das

atividades letivas. Da parte da manhã acompanhei a inspetora Dr.ª MA, inserindo-nos

na sala da educadora G, enquanto a Dr.ª MP foi observar a sala da educadora M. Sem

perturbar o trabalho que já estava a ser desenvolvido, instalamo-nos vagarosamente

numa mesa por trás das crianças. No preciso momento decorria uma atividade,

desenvolvida pela psicóloga (com supervisão da educadora), designada “o jogo da

almofada” que consistia em atirar a almofada para uma das crianças que teria que

pronunciar uma palavra começada pela letra A. Posteriormente, a pedido das crianças,

desenvolveram outro jogo: a roda das frutas que consistia em dizer, à vez, o nome de

uma fruta. Percecionei que todos tiveram oportunidade de mencionar uma fruta e que

mesmo quando uma criança não sabia o que referir, intervinham outras crianças que

ajudavam o colega.

Após o desenvolvimento destes jogos, a educadora atribuiu o título de responsável

da sala à L que registou no quadro a sua eleição e posteriormente afixou na parede o dia

e mês do ano. Seguidamente, a educadora começou a organizar o espaço de trabalho e a

distribuir atividades: quatro crianças foram selecionadas para brincarem no espaço

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exterior na “casa de bonecas”, acompanhadas por uma auxiliar, outras foram

direcionadas para realizar a atividade do dia do pai e as restantes foram-se distribuindo

de acordo com as atividades que queriam realizar. No interior da sala, a atividade do dia

do pai, consistiu em descobrir a palavra pai numa ficha trazida pela educadora,

misturada entre várias palavras e desenhar o pai numa folha colorida. Além disso, como

havia uma atividade a decorrer no corredor das salas (para todos os meninos do JI)

também sobre o dia do pai, a educadora foi distribuindo mais tarde para o corredor as

crianças que ainda não tinham contribuído para a pintura da cartolina.

Enquanto as atividades letivas decorriam, a Dr.ª MA juntou-se a duas crianças que

se encontravam entretidas com o jogo do galo. Interpelou-as para saber o que estavam a

jogar e compreender, na conceção das crianças, como se processa o referido jogo.

Seguidamente, interagiu com um dos meninos que tem perturbações do

desenvolvimento intelectual, no sentido de compreender o que estava a fazer e que

atividades mais gosta de realizar no JI. Este menino encontrava-se a brincar com legos

juntamente com outra criança. Um pouco mais tarde, a educadora foi buscá-lo para

desenvolver a atividade do dia do pai em conjunto. Enquanto isso, a Dr.ª MA esteve a

observar a relação pedagógica que se estabeleceu no momento de apoio e trabalho com

este menino. Percecionou-se, neste sentido, que a atenção disponibilizada ao menino era

constante por parte da educadora. Também se verificou que, enquanto uns

desenvolviam a atividade do dia do pai na sala, outros iam desenvolvendo outras

tarefas, de modo autónomo e circulando à medida quando terminavam a tarefa do dia do

pai. O apoio da educadora no momento das atividades era bastante notório, sendo

também possível observar que a relação que se estabelece entre as crianças e a

educadora é de muita proximidade e bastante afetuosa.

Enquanto se desenvolvia as práticas educativas das crianças, pude verificar que a

sala estava bastante preenchida com trabalhos manuais das crianças, enfeitada com

trabalhos do dia do pai (duas paredes), desenhos e frases descritivas sobre os pais (ditas

pelas crianças e identificadas com o nome delas). A sala continha também uma cartolina

afixada na parede que enumerava as 10 regras da sala de atividades. Era composta por

uma área com um computador, estantes de jogos e por cima os dossiers dos trabalhos

das crianças e outro tipo de material didático, duas mesas para trabalho em grande

grupo e uma mesa para trabalho em pequeno grupo. As áreas de trabalho pareciam

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bastante acessíveis às crianças, sendo que nesta sala se destacaram três áreas: a área da

leitura, dos jogos (legos e outros brinquedos) e a área dos materiais de trabalho.

Posteriormente, a Dr.ª MA questionou a educadora acerca do horário de entrada das

crianças e seguidamente solicitou os dossiers das crianças para acompanhar os seus

trabalhos. Conversaram, também, acerca das dificuldades que alguns meninos

demonstram em certas atividades. Falaram sobre o menino que está abrangido pelo PEI

e de que forma é que se desenvolve em sala o trabalho de acompanhamento da criança.

De seguida, a educadora atribuiu uma nova atividade a duas crianças que solicitaram

outras tarefas: um tabuleiro com formas que devem seguir uma sequência.

Entretiveram-se com este jogo durante algum tempo e solicitaram posteriormente jogos

mais difíceis, à medida que iam terminando os anteriores. Uma das meninas mostrou

algumas dificuldades na resolução do jogo e a educadora colocou uma colega a ajudá-la,

estimulando assim o trabalho entre pares.

Algum tempo depois, observou-se que as crianças trabalhavam com muita

autonomia, mas apoiadas pela educadora de infância. Estavam a trabalhar em pequenos

grupos: sete crianças nos desenhos (atividade do dia do pai), três nos legos, quatro na

casinha do recreio e outras na atividade do corredor.

Numa zona de trabalho no interior da sala existem algumas caixas de materiais que

contêm o nome das crianças. A este propósito, a Dr.ª MA questionou a educadora se os

meninos trazem o material de casa. A educadora refere que sim e que cada um é

responsável pela sua caixa de material na sala.

À medida que vão terminando o trabalho do dia do pai, vão passando para outras

tarefas: desenhar, brincar com jogos de tabuleiro, brincar no recreio e acabar a tarefa do

dia do pai no corredor. A Dr.ª MA passa de grupo em grupo para ver o que as crianças

estão a fazer e questionar como fazem, pedindo essencialmente para explicar o tipo de

jogos que estão a realizar. Os meninos interagem muito entre si, percebendo-se que

atuam de acordo com os jogos que desenvolvem e muito em função das afinidades que

já estabeleceram. Na sala existe uma estante bastante familiar às crianças que se servem

autonomamente quando têm vontade de realizar outros jogos. Nota-se que nenhuma

criança fica sempre na mesma atividade, visto que, por autonomia própria, vão fazendo

outras tarefas.

Entretanto, a Dr.ª MA tentou perceber o papel da psicóloga na intervenção do

desenvolvimento das crianças. A educadora explica que a psicóloga costuma abrir as

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sessões de 3.ª e 5.ª feira com atividades pensadas para as crianças. A Dr.ª MA procura

perceber ainda que informação que é transmitida aos pais acerca das aprendizagens e

desenvolvimento das crianças. Volta-se uma vez mais para as atividades que as crianças

estão a desenvolver, principalmente para as que se encontravam sozinhas ou em

pequenos grupos.

Continuou-se a verificar uma grande rotatividade ao longo da manhã: as crianças

vão-se mobilizando no interior da sala, juntando-se a outras crianças e desenvolvendo

outras atividades. A educadora também se junta a algumas crianças para realizarem

jogos, estimulando a participação de outras crianças. A certa altura dois meninos

criaram alguma algazarra (brincadeira de luta) e a educadora coloca-os a brincar em

conjunto com os legos.

Pelas 11:45, a educadora profere que são horas de arrumar e juntam-se todos numa

roda ao canto da sala. A menina responsável pela sala desloca-se ao refeitório para saber

se há lugares suficientes para a sala da educadora G. Entretanto combinou-se o dia de

amanhã com as crianças. É um dia especial, uma vez que se comemora o dia do pai no

JI. De manhã, os pais estarão presentes com eles para tomarem o pequeno-almoço

juntos na escola. Fala-se na possível ementa e as crianças dão sugestões de pequeno-

almoço, bem como de atividades para a tarde do dia do pai. Entende-se que não há

grande planeamento de atividades com as crianças. Como ainda não há lugares

disponíveis para a sala toda, a menina responsável volta e vai chamando, à vez, os seus

colegas para irem ao recreio antes do almoço. Ao 12:00 fizemos a visita às instalações

do estabelecimento localizado na rua a baixo: as quatro salas de EPE (duas delas

bastante pequenas), as casas de banho, o refeitório e o recreio.

Durante o almoço, a equipa de AA teve oportunidade de registar alguns aspetos a

melhorar, como a distinção no regulamento interno da componente letiva e a sua

gratuitidade, a continuação do aperfeiçoamento dos documentos de planeamento, a

avaliação dos processos e das aprendizagens em concordância com as AC, a abordagem

desnecessária às fichas pré-escolarizadas e a exiguidade do espaço. Até ao momento

destacaram como prática exemplar a formação ministrada às educadoras de infância.

Às 14:15 voltámos e fui assistir à prática letiva da educadora T, acompanhando a

Dr.ª MP. Durante a tarde, a atividade mais incidente com as crianças teve que ver com a

temática do dia do pai. Inicialmente a educadora reuniu, sensivelmente vinte crianças,

numa roda e para falarem da atividade de amanhã. Começam por declamar a poesia

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dedicada aos pais e seguidamente abordam alguns aspetos de preparação à atividade da

Páscoa. A educadora questionou os meninos sobre o que se celebra na Páscoa, ao que

respondem que simboliza a alegria, a festa, o amor e a paz. Relembraramm que no dia

anterior foram à igreja para evocar que devem ser sempre bons seres humanos.

Seguidamente, a educadora solicitou aos meninos que dissessem como é que podem ser

bons para os outros e pediu à auxiliar que apontasse as ideias que foram sendo

proferidas. Posteriormente falou-se nas prendas dos pais que ainda não estão terminadas

e a educadora solicitou aos meninos para concluírem os seus presentes.. Nesta sala

existe um menino com NEE que é permanentemente acompanhado pela auxiliar e

educadora que o apoiam nos trabalhos manuais das comemorações do dia do pai. Nota-

se que a educadora é muito ativa e incidente nas ações das crianças.

A sala de trabalho da educadora T possui a área da garagem, da leitura e dos jogos,

não tendo acesso à casinha situada no exterior. Têm uma grande diversidade de

trabalhos expostos e verifica-se que possuem uma árvore exposta na parede que contém

o nome e a data do aniversário de cada criança. Alguns dos trabalhos expostos têm que

ver com a atividade do dia do pai e com a história de Portugal.

No momento em que decorriam as práticas eduativas, foi possível observar que as

crianças encontravam-se espalhadas pela sala: uns estavam na zona dos jogos, outros a

desenvolver a atividade do pai e outros na área da garagem. A Dr.ª MP analisou os

dossiers individuais dos trabalhos conjuntamente com as crianças que foram explicando

o que é eu fizeram, atribuindo significado aos trabalhos que desenvolveram em sala de

atividades. Quando pode, a Dr.ª MP vai tomando notas de aspetos que vai observando.

Também vai perguntando o que mais gostam os meninos de fazer no JI. Mesmo

distribuídos em cada área de trabalho, a educadora por vezes dá início à canção da

Páscoa e todos acompanham alegremente. Mais tarde, verifica-se que a educadora

disponibiliza o apoio aos trabalhos dos meninos: chama uns quando outros terminam. O

menino com NEE termina a sua atividade e começa a fazer um puzzle com uma colega

que o apoia no desenvolvimento desta tarefa. Continua a verificar-se o permanente

apoio da auxiliar ao menino. Os meninos continuam a brincar em pequenos grupos:

demonstram ser muito sociáveis e com bastante curiosidade pela nossa presença em

sala. A educadora conversa com a Dr.ª MP sobre os problemas com que lida

diariamente: uma sala multicultural com diversas dificuldades na fala (devido à

proveniência de algumas crianças de diversos países).

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Na parte final do dia, a educadora juntou todos os meninos numa rodinha e de mãos

dadas, solicitando às crianças que pensassem no que é que mais gostaram de fazer na

escola. A maior parte das crianças referiu que gostou de brincar no recreio, na casinha

com os jogos, de desenvolver a atividade do dia do pai e do almoço. Terminam com a

canção do dia do pai e cantando também “indo eu, indo eu a caminho de Viseu” com

uma coreografia.

Terminam às 15:45. Saímos às 16:00.

Reflexão Pessoal

A OPL do JI constituiu um momento enriquecedor que me permitiu refletir em

torno de várias dimensões: 1) sobre o desenvolvimento das práticas educativas neste JI,

no que concerne ao trabalho das AC, onde foi possível verificar atividades de

matemática e de expressão motora numa só sala, por exemplo; 2) sobre a relação das

inspetoras com as crianças, no sentido acompanhar os trabalhos desenvolvidos pelas

mesmas e de compreender os seus gostos no contexto do JI; 3) sobre a dinâmica de

funcionamento de uma sala de JI e a relação estabelecida entre a educadora de infância

e as crianças, de grande afeto e cumplicidade.

Dia 97 – Sexta-feira, 18 de março de 2016

Cheguei ao Centro Social pelas 09:45, acompanhando as inspetoras Dr.ª MA e Dr.ª

MP. Para este terceiro dia estavam previstas as entrevistas aos pais, às educadoras e à

diretora pedagógica, juntamente com a coordenadora da EPE.

As inspetoras começaram a reunião pelas 10:00, contando com a presença de oito

pais e encarregados de educação. Fizeram o enquadramento da atividade, evidenciando

que são inspetoras da IGEC e estão presentes neste JI para realizarem o

acompanhamento das escolas, na perspetiva de alcançar a melhoria, sem nunca descurar

da verificação da conformidade legal do JI. Realçaram que este é o terceiro dia de

intervenção, sendo que no primeiro procederam à análise dos documentos pertencentes

ao JI e no segundo dia estiveram em permanência nas salas das educadoras com as

crianças. Salientaram que no último dia serão apresentados os resultados deste

acompanhamento, perspetivado em aspetos a destacar e aspetos a melhorar e

eventualmente, aspetos a corrigir, tendo em conta sete áreas-chave que sustentam a

atividade dos JI. Posteriormente estes resultados também serão entregues aos pais que

terão acesso ao mesmo através da direção.

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A pedido das inspetoras, os pais começaram por se apresentar, proferindo o seu

nome, o nome do seu educando e a educadora de infância do mesmo. No total estavam

presentes oito pais e a pergunta inicial lançada pelas inspetoras incidiu em perceber por

que escolheram este JI. As respostas, maioritariamente, recaíram nas boas referências

que tinham em relação às práticas educativas do JI. Adicionalmente, também

referenciaram outros motivos como: 1) a proximidade geográfica; 2) o conhecimento

que têm da direção da escola; 3) a frequência de outros membros da família; 4) a

tradição familiar e 5) a importância deste JI fazer a inclusão de meninos com NEE.

Em seguida, as inspetoras tentaram perceber o que os convence a manter os filhos

neste JI. Os pais destacaram que os valores humanos transmitidos, o interesse das

crianças em frequentar este JI e o índice de felicidade demonstrada por cada criança são

os motivos que os convencem a manter os filhos neste JI. Neste contexto, os pais

referenciaram que as crianças são estimuladas para pensar e autonomizarem-se em

ações do dia-a-dia. Adicionalmente, as relações afetuosas que se estabelecem entre as

educadoras e as crianças e também entre as próprias crianças foram bastante

sublinhadas pelos pais, como uma marca de gerações, visto que um dos pais já conhece

uma das educadoras desde a sua infância. Confidenciam mesmo que é quase como “uma

extensão de casa” e que sabem que os filhos estão bem entregues.

No decorrer desta conversa, as inspetoras questionaram se os meninos com NEE

também são bem acompanhados e se possuem acesso aos recursos a que têm direito.

Notou-se contentamento com a resposta educativa de todos os profissionais do JI.

Falou-se no caso de uma menina que possui um atraso no desenvolvimento da fala e

está a ser acompanhada por uma educadora das Equipas Locais de Intervenção

semanalmente que também se desloca mensalmente a casa dos pais para transmitir o

feedback dos progressos da menina.

Perguntou-se se os pais têm conhecimento das componentes letiva e de apoio à

família e igualmente se sabem quanto tempo os filhos devem usufruir de tempo letivo.

Como demonstraram pouco conhecimento no âmbito desta componente, as inspetoras

explanaram que o ME custeia cinco horas letivas diárias, ressalvando a gratuitidade

desta componente para as crianças. As inspetoras intentaram compreender que gastos é

que os pais têm no âmbito destas componentes. Os pais referenciaram que pagam as

visitas de estudo, mas não possuem gastos com a ginástica, com o inglês e a música,

pagando a mensalidade definida para cada criança (componente de apoio à família).

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Ainda no contexto desta conversa, as inspetoras questionaram se o JI pede material

escolar aos pais. Percebe-se que o JI de baixo pede material aos pais (e.g. marcadores e

lápis de cor), mas que o estabelecimento em que nos encontramos não solicita material.

Explanam, ainda, que o fazem para responsabilizar cada criança pela sua caixa de

materiais.

De seguida, as inspetoras questionaram os pais acerca da existência de ações de

preparação das crianças para a transição da EPE para o 1.º ciclo. Pronunciando-se

acerca deste assunto, os pais afirmaram que o JI prepara as crianças para esta transição,

não sabendo ao certo o que é realizado nesse sentido. Disseram que há uma grande

preocupação do JI em saber para onde vão as crianças e que uma das ações que

realizam, de modo a assinalar o fim deste percurso é a festa dos finalistas, destacando

que marca a transição da EPE para o 1.º ciclo. Já a mudança da creche para a EPE é

realizada de forma adaptar as crianças ao estabelecimento educativo e aos profissionais

que lá trabalham.

Interrogaram também como decorrem as reuniões com as educadoras, ao que os

pais disseram que são realizadas duas por ano (individuais). Existe grande flexibilidade

para falarem com a educadora da parte da manhã, sendo que parte do trabalho realizado

pelas crianças, é acompanhado pelos pais, mediante o caderno do aluno, construído

pelos mesmos no decorrer da sua frequência na EPE. Em que relação que lhes chega da

avaliação das crianças, afirmaram que recebem um relatório individual e detalhado e

que em conversas informais com as educadoras também vão obtendo feedback. No caso

das crianças com NEE, a avaliação facultada aos pais é mais do que uma mera checklist,

refletindo o trabalho, as aprendizagens realizadas e as dificuldades que persistem. Os

intervenientes ressalvam, nesse sentido, a importância de desfrutarem de livre acesso às

salas dos filhos, no momento da entrada e da saída, reforçando a ligação entre os pais e

o JI.

Passou-se para a questão do PE, onde as inspetoras pretenderam saber até que ponto

os pais têm conhecimento sobre este documento. Na sua maioria, todos anuíram que

conhecem o PE. Quando as inspetoras questionaram se participam na sua elaboração, as

respostas não foram tão positivas, realçando que colaboram para colocar o projeto em

prática aquando da participação nas atividades do JI, no entanto, no momento da sua

elaboração, não é considerada a participação dos pais. Mencionaram a existência de

uma reunião de apresentação do PE aos pais, como forma de dar conhecimento do

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trabalho que o JI desenvolve. A par disto, também reforçaram que apesar de não

participarem na construção deste documento estruturante do JI, a direção do

estabelecimento é constituída por pais o que facilita o contacto entre eles.

No âmbito das OCEPE, as inspetoras questionaram se os pais tinham conhecimento

do conteúdo das mesmas. A maioria salientou não estar a par do seu conteúdo, mas

afirmam que há um trabalho conjunto com a educadora e a família no cumprimento dos

objetivos estabelecidos. Também perguntaram aos pais se conhecem o referente e o

trabalho prático que a escola desenvolve com as crianças. As respostas agregaram-se em

torno da ausência de conhecimento sobre os referentes do JI, mas em relação ao

trabalho prático, referiram que o conhecem e que os objetivos e as práticas educativas

chegam mesmo a superar as expectativas dos pais.

Interrogados sobre o que mudavam no JI, destacaram aspetos muito específicos,

como a mudança de estabelecimento que interfere, por vezes, na alteração do grupo

constituído na EPE no JI de SD (3 anos) para o JI de SF, traduzindo-se concretamente

na dificuldade da criança aceitar a mudança de JI. Também pronunciaram-se em relação

ao trabalho de intervenção precoce que deve ser desenvolvido mais na escola,

constatando que é um problema externo ao JI. Sublinharam a importância da articulação

e união de esforços para o trabalho com as crianças, falando ainda que o próprio sistema

cria dificuldades aos profissionais na gestão de tempo para trabalhar com as crianças.

Ainda em referência às mudanças, frisaram que ampliavam o espaço para as crianças

brincarem e também o tamanho das salas, considerando que algumas estão mais

limitadas em termos de espaço para a existência de momentos de brincadeira.

Finalizando esta entrevista, as inspetoras falaram sobre a elaboração do relatório,

mencionando que de acordo com os instrumentos de referência e o que observaram e

ouviram durante estes dias, vão se centrar nas áreas-chave e na enumeração dos aspetos

a melhorar, relembrado que este é um relatório de acompanhamento da ação da EPE.

A reunião terminou pelas 11:10. Entretanto, como a próxima reunião estava

prevista para as 12:30, as inspetoras foram fazendo apontamentos sobre o que

necessitavam questionar às educadoras, detetando-se que não se perguntou aos pais o

papel da psicóloga na EPE. Nesse sentido, registou-se esta questão no quadro das

perguntas para as educadoras de infância. Posteriormente, as inspetoras procederam à

anotação sobre o que já tinha sido esclarecido (mediante entrevista ou observação) e as

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questões que ainda pretendiam saber por não terem sido tão aprofundadas no decorrer

desta atividade.

Enquanto aguardavam a chegada das educadoras de infância, as inspetoras

atentaram aos cartazes expostos na sala de reuniões que aludiam a formações dentro do

âmbito da EPE, questionando o ano de realização das mesmas que não estava

referenciado nestes cartazes. Mediante observação não-participante, entendi que no dia

anterior, a Dr.ª MA esteve em contacto com a diretora pedagógica e, em conversa

informal, foram abordando aspetos que estão contemplados no roteiro e que ainda não

estavam tão explícitos como a avaliação individual das crianças. Durante esta espera,

pude ainda observar que a Dr.ª MP esteve a analisar mais aprofundadamente os

documentos do planeamento da ação da EPE e verifiquei mais tarde (12:16) que as

inspetoras analisaram um quadro de informações exposto nesta sala com detalhes do

plano de formação dos profissionais e a calendarização da ação educativa.

Já perto das 12:30 equacionaram juntas qual a questão com que pretendem iniciar a

entrevista às educadoras. A reunião iniciou pelas 12:30 com a presença de sete

educadoras. Foi realizado o discurso de enquadramento à atividade e a pergunta inicial,

incidiu em compreender o modo de planeamento do PE. As educadoras referiram que

este ano não participaram na elaboração do PE, mas que em anos anteriores costumam

participar. As inspetoras questionaram as diferenças entre este e o último elaborado e

quiseram entender quem é que elaborou este último documento. Segundo as educadoras,

a elaboração deste documento ficou a cargo da diretora pedagógica e das coordenadoras

pedagógicas da creche e da EPE. Seguidamente, a equipa de AA incidiu na

diferenciação das funções da diretora pedagógica e da coordenadora pedagógica da

EPE. Como estão mais ligadas à coordenadora, referiram que esta orienta o trabalho na

EPE, apoia nas dificuldades das crianças, faz a supervisão das salas e está presente em

todas as reuniões das educadoras. As inspetoras pediram para exemplificar situações

que recorrem a estas profissionais. As educadoras afirmaram que têm por hábito

recorrer à coordenadora pedagógica em todas as situações que necessitem apoio, no

entanto, evidenciaram que apesar da disponibilidade que existe em falar com a diretora

pedagógica, a coordenadora encarrega-se de fazer a ponte entre os vários intervenientes.

Em seguida questionaram o planeamento do RI do centro social. Em relação ao

regulamento, as educadoras expressaram que existem alterações a fazer por se tratar de

um documento que não é reformulado há muito tempo.

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Seguiu-se a importância de questionar as educadoras em relação à participação em

formações externas e a existência de facilidade em participar por parte do JI. Sobre esta

questão, a satisfação com a direção foi bastante mencionada, pela abertura e

disponibilidade que proporciona às educadoras aquando da solicitação para participarem

em formações. Também acontece, por vezes, ser a própria direção a enviar informações

via email às educadoras sobre o desenvolvimento de determinadas formações.

Interrogaram, posteriormente, as educadoras acerca da elaboração do projeto

curricular de grupo que, por sua vez, clarificaram que tiveram formação para a sua

construção, desenvolvendo a matriz juntas e contando com o apoio da coordenadora

pedagógica da EPE e da diretora pedagógica. Todos os elementos do dossier são

construídos individualmente por cada educadora atendendo às especificidades do grupo

de crianças. Visando entender a importância desta formação no contexto profissional

das educadoras, as inspetoras perguntaram se houve um salto qualitativo com a

formação em projetos curriculares de grupo. Constatou-se que o conhecimento das

educadoras anteriormente à formação era bastante incipiente, pelo que os ganhos com a

formação foram bastante evidentes no momento da construção dos projetos de sala.

Como forma de melhorar as práticas educativas, as inspetoras referenciam que o

planeamento e a avaliação ainda estão incipientes do ponto de vista da articulação e

coerência entre documentos. Incidindo mais na avaliação mencionam que as educadoras

necessitam de se centrarem em profundidade na avaliação do que as crianças aprendem

em cada AC. A este nível, considerou-se relevante aludir à organização do grupo para a

reestruturação da avaliação das aprendizagens. Uma das educadoras mostrou às

inspetoras as folhas de avaliação (das crianças com cinco anos) que têm vindo a

reformuladas, de modo a obter feedback da equipa de AA. As educadoras perguntaram

como devem proceder à construção desses instrumentos de avaliação. Sem revelar

métodos e procedimentos a seguir as inspetoras referenciaram que devem estar mais

direcionadas para as AC das OCEPE, ressalvando a necessidade de as revisitarem para

envolvê-las nos processos de avaliação. Constata-se a posição das inspetoras de incutir a

reflexão e a melhoria das práticas educativas.

Posteriormente a equipa de AA questionou a opção de organização dos grupos

homogéneos no que respeita a idade. Sobre esta questão, as educadoras mostraram não

estar a par da organização dos grupos, uma vez a decisão não tem feito parte das suas

responsabilidades. Em relação às áreas de trabalho em sala, perguntou-se quem é que

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decide cada área e se as salas possuem todas a mesma configuração. Quanto a este

assunto, as educadoras salientaram que organizaram as áreas individualmente, visto que

cada educadora constrói as áreas da sua sala e neste processo também levam em

consideração a opinião das crianças, no caso de manifestarem interesse em colaborar na

organização da sala. Pergunta-se se existe suficiência e qualidade dos materiais de

desgaste e materiais pedagógico didáticos para trabalhar as diversas AC, por exemplo,

no domínio da música. No interior da sala referenciaram que não, mas fora têm alguns

materiais que são utilizados pelas crianças. Em relação aos materiais existentes no

âmbito da área de conhecimento do mundo, as educadoras responderam que existem

essencialmente livros para trabalhar esta área e que estão à disposição das crianças.

Interrogadas como trabalham a referida AC, as educadoras pronunciaram que fazem

experiências conjuntas com as várias salas, lançam temas e cada criança traz de casa as

suas pesquisas e materiais (documentos) para trabalharem em sala com o grupo, É

costume incidir em temas das várias épocas do ano para trabalhar o conhecimento do

mundo (o último trabalho centrou-se nas tradições de carnaval de vários pontos do

país). Salientaram também que trabalharam com as crianças o primeiro rei de Portugal,

aprofundando ainda as bandeiras dos países e as cidades de Portugal. Na sequência

desta resposta e uma vez que não foi evidente pelas inspetoras, perguntaram se as

atividades que as crianças desenvolvem são propostas pelas educadoras ou pelas

próprias crianças. As opiniões dividiram-se: por vezes são as próprias crianças que

solicitam desenvolver certas tarefas com sentido para elas, mas outras vezes são as

educadoras que delineiam as atividades.

Entendendo que as educadoras têm acesso aos documentos do foro pedagógico e

normativo da DGE, as inspetoras quiseram esclarecer se consultam com regularidade o

site oficial da DGE. Na generalidade, as educadoras respondem que sim e as inspetoras

sublinham a importância de o fazerem com bastante regularidade.

Em seguida, as inspetoras tentaram compreender o papel da psicóloga na dimensão

pedagógica com as educadoras, dada a situação verificada pela Dr.ª MA, numa das

OPL, em que a psicóloga se encontrava na sala com as crianças a desenvolver uma

atividade educativa. Foi referido que a função da psicóloga na intervenção com as

crianças é uma nova política adotada pelo centro este ano, pelo que às terças e quintas-

feiras, a psicóloga desloca-se à sala das educadoras e trabalha com as crianças durante

cerca de uma hora e meia. Comentou-se, ainda, que presta apoio aos meninos que

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revelam NEE, numa perspetiva de preocupação por cada criança que manifesta

dificuldades ao nível da aprendizagem. As inspetoras tentaram compreender também se

estas intervenções são planeadas entre a educadora e a psicóloga. Depreende-se a partir

das respostas dadas que as educadoras solicitam apoio à psicóloga num trabalho de

articulação entre estas profissionais para intervir no acompanhamento de crianças com

NEE e, consequentemente, na elaboração de planos educativos para as crianças.

Questionaram a utilidade e o intuito dos testes de avaliação de competências para

crianças com cinco anos. Sobre este aspeto, as educadoras mostraram, primeiramente,

que é um trabalho desenvolvido conjuntamente com a psicóloga que trata os resultados,

transformando-os em gráficos. Argumentam, seguidamente, que utilizam estes testes

para sinalizar as crianças que necessitam de trabalhar mais certas competências e que,

essencialmente, o foco deste trabalho incide em definir áreas de maior dificuldade que

devem ser mais trabalhadas pelas educadoras nos seus grupos de crianças, funcionando

também como regulação do trabalho da educadora. As inspetoras, a propósito das fichas

de pré-escolarização, questionaram a sua utilização no âmbito da EPE. As educadoras

assinalam a utilização destas fichas, dizendo primeiro que têm plena consciência que

não é da competência da EPE a pré-escolarização das crianças, todavia explanam que

utilizam-nas, porque as crianças já sentem necessidade e curiosidade em aprender as

letras. As inspetoras tentam compreender o porquê de aplicarem-nas ao grupo inteiro,

uma vez que foram encontradas várias fichas de pré-escolarização no dossier das

educadoras. Explicaram que aplicam ao grupo pela necessidade e interesse que as

crianças manifestam em desenvolver as mesmas atividades e, além disso, referem que

os pais esperam que as educadoras introduzam a abordagem às letras desde a EPE. As

inspetoras mencionaram que podem optar por utilizar outras estratégias para alcançar

este objetivo, sem ser a utilização das fichas de pré-escolarização que não se coadunam

com as OCEPE. Deixam esta ideia para que as educadoras possam refletir no sentido da

melhoria das práticas educativas.

Quanto ao 1.º ciclo, as inspetoras questionaram se desenvolvem iniciativas de

transição para este ciclo. Compreendeu-se que realizam, mas transparece pelas respostas

que devem aperfeiçoar mais esta prática. Sublinhou-se a importância de desmistificar

representações negativas das crianças relativamente ao 1.º ciclo e as educadoras, em

conjunto com as inspetoras, tentaram encontrar iniciativas de facilitação da integração

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das crianças no 1.º ciclo. Fala-se, nesse sentido, na possibilidade de levarem as crianças

a duas escolas de 1.º ciclo, por exemplo, as mais requisitadas pelas crianças.

Pronunciaram-se, de seguida, em relação à distinção entre a componente letiva e a

componente de apoio à família. As inspetoras procuraram saber como planeiam esse

tempo e asseguram as partes da manhã e da tarde. Tanto da parte da manhã como da

parte da tarde, há sempre uma educadora e auxiliares que garantem o acolhimento das

crianças. Referiram que, da parte da tarde, há uma sala que acolhe as crianças e

desenvolvem-se jogos e brincadeiras durante os momentos mais livres.

Posteriormente, as inspetoras quiseram saber se fazem o planeamento desta

componente e como é que se processa. As educadoras responderam que não têm por

hábito proceder ao desenvolvimento desta componente, no entanto se houver

necessidade fazem esse planeamento e organização da componente social. Foi referido

também que o trabalho diário com as crianças é bastante exigente e que, por isso, retira

muito tempo ao horário de laboral das educadoras. A equipa de AA manifesta a sua

preocupação com as cinco horas diárias letivas, observando que estão sobrepostas às

atividades da componente de apoio à família. A equipa indicou, ainda, que é uma

questão a refletir e a (re)organizar com a diretora pedagógica para um melhor

funcionamento das práticas educativas do JI.

A reunião com as educadoras terminou às 14:00.

Pelas 15:00, as inspetoras deram início à reunião com a diretora e a coordenadora

pedagógica da EPE. Questionou-se, em primeiro lugar, as funções da diretora

pedagógica, ainda não reconhecidas pelo ME. A diretora começa por dizer que coordena

o centro das valências da creche e da EPE, procedendo à promoção dos projetos (e

outros trabalhos) e à ligação dos pais e encarregados de educação com as coordenadoras

das valências. Trabalha também com as coordenadoras na elaboração dos documentos

estruturantes do centro social e participa no conselho mensal, juntamente com as

coordenadoras e com as educadoras. Citando o Decreto-Lei n.º 147/97 que estabelece o

regime jurídico do desenvolvimento e expansão da EPE, as inspetoras referiram que

estão previstas uma série de competências do diretor pedagógico e perguntam se a

diretora está a par e cumpre-as, no âmbito do cargo desempenhado no centro social. A

diretora pedagógica explanou que as suas funções também passam por orientar todo o

trabalho das coordenadoras do centro e que faz a coordenação das reuniões pedagógicas

de planificação do trabalho com as educadoras, onde são organizadas atividades da ação

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educativa e esclarecidas algumas situações de crianças que manifestam NEE. Em

seguida, as inspetoras questionaram a diretora sobre quem elabora o PE. A diretora

mencionou que trabalha as diretrizes da escola com base nos projetos que existiam

anteriormente à sua direção e que o faz juntamente com a coordenadora pedagógica da

EPE. As inspetoras tentaram compreender o papel dos pais neste documento que

estrutura a ação educativa do estabelecimento, uma vez que não tinha ficado muito

esclarecido nas entrevistas precedentes. A diretora respondeu que o papel dos pais não

está consolidado diretamente, todavia estes apoiam na concretização das atividades

propostas e têm conhecimento do documento em reuniões e em sessões informais. No

que concerne a estas sessões, referiram que acontece pontualmente os pais solicitarem

pequenas mudanças, a título de exemplo, no RI para a alteração de horários de

funcionamento do centro, face às necessidades das famílias.

Falou-se uma vez mais na incoerência do planeamento e da avaliação. As

entrevistadas referenciaram que têm consciência disso e que neste momento encontram-

se em processo de mudança. É um trabalho que está no início, no sentido de cumprir a

reformulação dos documentos de planificação e avaliação dos processos e resultados da

aprendizagem das crianças. À questão dos tempos diários de trabalho das educadoras,

depreende-se que não está definido em coerência com o trabalho que devem

desenvolver com as crianças, compreendendo-se a necessidade de fazer a demarcação

de horários das educadoras em dois tempos: para as crianças e para as reuniões de

planificação e avaliação. Retornam à abordagem da relevância de se delimitar as

componentes letiva e de apoio à família. Devem assegurar as cinco horas letivas para

trabalhar o currículo com as crianças, sendo que estas horas são da responsabilidade das

educadoras. Das 35 horas de trabalho semanais de um educador, 25 horas têm

impreterivelmente de ser asseguradas pelas educadoras (horas letivas) e as restantes 10

horas devem ser aproveitadas para trabalhar fora do currículo. Aborda-se as horas em

que as educadoras estão com as crianças ao almoço e que não podem ser contabilizadas

no horário curricular. As inspetoras afirmam que é uma questão de organização e

compatibilização de horários, ressalvando a importância de refletirem e de se

(re)organizarem internamente. Aludiram ainda à omissão da demarcação da componente

letiva, da sua gratuitidade e da componente de apoio à família no RI do centro. Em

termos de horários, a diretora e a coordenadora pedagógicas tentaram reorganizar os

horários de abertura, de modo a garantirem as cinco horas letivas. Equacionam, assim,

adotar o horário das 09:00 às 11:30 e das 14:00 às 16:30. Fala-se também na

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reorganização dos horários do almoço que está incluído na componente social, sendo

proferido pela equipa inspetiva que é tudo uma questão de congregação de esforços, no

sentido de se organizarem para assegurar todos os serviços a que as crianças têm direito.

Além disso, para reavivar os presentes, também realçaram que o enquadramento lei da

EPE expõe os horários do trabalho do educador e que podem ter em conta isso para

organizar o tempo de trabalho. Ainda no âmbito deste tema de conversa, as inspetoras

(re)afirmaram que estão neste JI numa perspetiva de melhoria e de incutir a permanente

reflexão e não apenas para aferir os erros e comunicá-los. O pressuposto desta atividade

é assim fazer pensar nas questões que aqui são apontadas, para uma melhor prestação

dos serviço educativo.

Atendendo à organização dos grupos, as inspetoras quiseram aferir quais os

critérios que a direção estabeleceu para a sua constituição. A diretora pedagógica

mencionou que atendem ao perfil de cada criança e ao acompanhamento da educadora.

Referem, todavia, que o principal critério é a idade e assumem que concordam com a

organização de grupos heterogéneos. Nesse sentido, aferem que as salas do centro social

não têm espaço suficiente para abarcar grupos heterogéneos, daí que a organização das

crianças sigam critérios de homogéneos. Sobre este assunto, as inspetoras disseram que

as OCEPE apontam para a organização heterogénea dos grupos da EPE e que é um dos

pontos que devem refletir para alcançar a melhoria.

Seguidamente, as inspetoras questionaram as entrevistadas em relação à avaliação

do funcionamento do centro. Verbalizaram que procedem à autoavaliação, mediante a

reunião do conselho anual e que usualmente (entende-se que é um procedimento anual)

entregam questionários aos pais para aferir a sua opinião acerca do funcionamento do

centro. Também têm em conta a avaliação informal que é realizada pelos pais, em que a

direção e coordenadoras atendem aos seus pedidos e se mostram disponíveis para ouvir

as questões que os mesmos têm a salientar sobre o centro.

Apuraram, posteriormente, como fazem a transição da EPE para o 1.º ciclo. As

inspetoras insistiram na importância de as crianças conhecerem o funcionamento do 1.º

ciclo, visando facilitar a integração das mesmas no ano subsequente. Percebe-se que não

é uma prática enraizada do centro, no entanto a diretora fez questão de informar as

inspetoras que o centro promove a integração sólida das crianças que transitam da

creche para a EPE e que têm, também, o cuidado de incluir os pais que ficam a conhecer

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o estabelecimento situado em baixo, no caso das crianças que transitam para esse

espaço.

Em continuação, as inspetoras questionaram quem decide a aquisição de material

de desgaste e pedagógico-didático e se o consideram suficiente e em bom estado.

Responderam que o que possuem é suficiente para dar uma resposta educativa adequada

às crianças. As inspetoras tentaram, em seguida, compreender se solicitam materiais aos

pais. Entendendo-se que o fazem, justificam que é uma questão opcional do centro e que

o fazem para as crianças se responsabilizarem pelos seus materiais. Na sequência da

resposta, as inspetoras perguntaram quais são os ganhos de trazer esse material

individualizado e se não poderiam se responsabilizar pelo material comum que também

devem cuidar conjuntamente. Sem quererem adiantar mais discussão em volta deste

tema, as inspetoras afirmaram que pode ser mais questão a registar pelos profissionais

do centro para posterior reflexão conjunta.

Em relação às tecnologias, a equipa de AA explorou se utilizam o computador

dentro das salas de atividades com as crianças. Referiram que tinham refletido acerca da

importância e utilidade em sala, no entanto justificam que os apoios financeiros não

permitem comprar computadores para o Centro. Nesse sentido, dizem que estão à

procura de protocolos que os apoiem com os equipamentos informáticos. Além disso,

contam que o espaço das salas não permite a colocação de equipamentos informáticos.

Acontece, também, as educadoras em dias que necessitam de fazer pesquisas e outros

trabalhos com as crianças, trazerem os seus equipamentos informáticos para trabalhar

em sala. Em virtude disto, também confessaram que há educadoras que podem,

eventualmente, não estar confortáveis com as tecnologias e manifestar desinteresse em

desenvolver formações para apoiar o trabalho que desenvolvem, recorrendo às

tecnologias como um recurso educativo imprescindível para o desenvolvimento das

crianças.

Questionadas com a supervisão pedagógica do Centro, compreendeu-se logo que a

diretora e coordenadora pedagógicas procedem à supervisão pedagógica da valência da

EPE. Questionadas pela observação efetiva de resultados, as entrevistadas evidenciaram

que, em reuniões periódicas, têm em conta com as educadoras o desenvolvimento das

práticas educativas, fazendo ainda o acompanhamento letivo ao longo do ano.

Seguidamente as inspetoras procuraram compreender como se fazem a avaliação da

componente letiva e da componente de apoio à família. Perguntam ainda se fazem o

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planeamento desta última componente. Apurou-se que sim, quando procedem à

distribuição de auxiliares para garantir que as crianças são acolhidas nos períodos da

manhã e do final da tarde e também quando planeiam os almoços que são

permanentemente supervisionados e acompanhados pelas educadoras. Depois

perguntaram como asseguram a diferenciação da componente letiva e da componente de

apoio à família, dadas as especificidades que cada uma revela. Afirmaram, nesse

sentido, que o fazem mediante observação e demarcação dos tempos das componentes.

No entanto, a equipa de AA afirmou a importância de existirem registos dessas

observações para que esta limitação de componentes seja assegurada. Como percebe-se

que não existem registos, as inspetoras realçaram, novamente, a importância de

planearem e avaliarem o tempo da componente de apoio à família, exemplificando com

uma atividade de animação socioeducativa que encaixa dentro desta componente. Em

relação à questão colocada pelas inspetoras sobre a coordenação da componente de

apoio à família, compreendeu-se que são a coordenadora e diretora pedagógicas que

procedem a toda gestão e organização da componente.

Prosseguindo, colocaram-se as questões do reconhecimento da diretora pedagógica

e da autorização de funcionamento do centro social por parte do ME. Através dos

documentos (do ME e da Segurança Social) trazidos pela diretora, fez-se uma análise

conjunta para entender o ponto de situação da autorização de funcionamento do

estabelecimento educativo. Percebeu-se que houve já um contacto prévio com o ME

para regularizar a situação datado de 2009, cuja resposta não chegou ao Centro.

Também se percecionou que a Segurança Social já tinha solicitado a regularização do

processo e que têm licença de funcionamento da Câmara Municipal. A equipa de AA

ressalvou a necessária regularização deste processo, reforçando que é uma salvaguarda

para o JI e, naturalmente, para todas as crianças. Pelas 16:35, juntou-se uma

colaboradora (a mais antiga do estabelecimento) que explicou como decorreu todo o

processo em 2009.

Terminámos pelas 17:00.

Reflexão Pessoal

As entrevistas são sempre momentos de retenção de grande quantidade de

informação, neste caso em particular, também, pela diversidade de atores que foram

entrevistados pelas inspetoras: 1) quanto à entrevista dos pais compreendi, em relação

às crianças com NEE e na sua conceção, que é realizado um bom trabalho de

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acompanhamento e avaliação às crianças, por parte dos técnicos e educadoras de

infância; 2) quanto à entrevista das educadoras de infância assimilei a relevância das

formações que são apresentadas pela direção, no desenvolvimento profissional para

melhor responder aos contextos educativos e 3) quanto à entrevista da diretora e

coordenadora pedagógicas assimilei as práticas de autoavaliação desenvolvidas pelo JI,

fundamentadas pelo desenvolvimento de reuniões de conselho anual e pela avaliação

informal que é realizada pelos pais, no atendimento aos seus pedidos.

Dia 98 – Segunda-feira, 21 de março de 2016

Cheguei ao Centro Social às 12:50 acompanhada pelas inspetoras Dr.ª MA e Dr.ª

MP. Estava acordado com os intervenientes do JI que a reunião de apresentação das

conclusões se realizava às 15:30, pelo que as inspetoras estiveram até às 15:20 a acertar

os aspetos contemplados no relatório.

A reunião entre as inspetoras começou às 13:10 com a explicitação da metodologia

de trabalho utilizada. Constituem uma equipa de trabalho que recorre com bastante

frequência ao email para trocar impressões e aspetos que recolhem do JI. Como não

distribuem o trabalho por áreas-chave revelam que ambas contribuem igualmente para o

relatório das conclusões. De entre o que é observado pelas inspetoras, divulgam que

priorizam os aspetos mais importantes a melhorar e a reter no relatório. Verifiquei que

já traziam as bases do relatório que confessaram ser uma primeira versão passível de

sofrer alterações.

Começaram a revisão ao relatório com leitura em voz alta dos aspetos a melhorar

da área Planeamento da ação educativa. Nesta área contemplaram cinco aspetos alvos

de melhoria, todos relacionados direta ou indiretamente com documentos do

planeamento da ação educativa. Depreendeu-se que, à medida que vão lendo os pontos

já apontados, surgiu a necessidade de registar mais um aspeto que não estava indicado,

ficando esta área-chave com seis pontos a melhorar. Ressalvam, de todos os pontos

abordados, a relevância do RI incluir informações sobre a duração e gratuitidade da

componente educativa e sobre a componente de apoio à família. Detetam, também, que

devem incluir o cargo da diretora pedagógica, bem como as suas funções no RI.

Na Organização do ambiente educativo, leram os quatro aspetos a melhorar e à vez

iam comentando a sua substância e em que evidências é que se apoiaram para fazer tais

afirmações. No último aspeto desta área, revelou-se necessário pelas inspetoras proceder

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à alteração da frase, indicando que ao apontarem a criação de áreas nas salas de

atividades, pretendiam que existe uma alternância de áreas, visto já existirem espaços de

brincadeira. Apesar da exiguidade do espaço, que foi comentado pelas inspetoras,

revelam que tal questão não tem de constituir um entrave à alteração de áreas, pois

podem ter apenas duas áreas.

Na Construção e desenvolvimento do currículo – AC, as inspetoras tiveram o

cuidado de se debruçarem mais aprofundadamente nos quatro aspetos explicitados como

pontos de melhoria do JI. Aqui, refletindo cada um individualmente, as inspetoras

evidenciaram a importância de: 1) assegurar a abordagem de todas as AC nas atividades

desenvolvidas nos grupos de crianças (não é que não o façam mas não foi visível em

todas as salas observadas); 2) as propostas de atividades virem da parte das crianças,

assegurando a concretização do currículo mais centrado na criança; 3) introduzir o

método científico através da estimulação e a partir dos saberes da criança e da sua

curiosidade em atividades que impliquem observar, interpretar e registar (trabalhar mais

a área do Conhecimento do Mundo) e 4) evitar a concretização de instrumentos pré-

escolarizados, corrompendo os princípios das OCEPE.

No Apoio integrado/especializado, as inspetoras analisaram o único aspeto

salientado, desta vez como prática educativa relevante, no que respeita à atenção

individualizada e à inclusão de todas as crianças no grupo. Salientaram também que há

uma articulação bastante sólida entre os diferentes intervenientes educativos na

implementação de respostas educativas às crianças que manifestam NEE, daí que nesta

área-chave não tenham qualquer aspeto a melhorar.

No caso da Avaliação dos processos e dos resultados, as inspetoras analisaram os

dois aspetos que contemplaram para serem alvo de melhoria: 1) a avaliação do trabalho

realizado, nas vertentes de planeamento, concretização e avaliação do processo

educativo e das aprendizagens das crianças, em que não foi visível a prática consolidada

de avaliação pelas observações das inspetoras e 2) a avaliação das aprendizagens das

crianças, também muito debatida durante a intervenção, em que as inspetoras denotaram

a importância de relembrar e cimentar a utilização das OCEPE.

Na Intervenção do educador, foi discutido pelas inspetoras dois aspetos: 1) um a

destacar, referente à relação próxima entre as famílias e as educadoras e 2) outro a

melhorar, atinente ao reforço da expressão e escolha livre as crianças nas atividades

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desenvolvidas em sala, aspeto também muito próximo de outro enunciado na área-chave

de construção e desenvolvimento do currículo.

Na Dinâmica do estabelecimento educativo, as inspetoras destacaram como prática

exemplar a formação contínua disponibilizada às educadoras de infância e restantes

profissionais. Além disso, estiveram a analisar os quatro aspetos destacados a melhorar

pelo JI. Entendem que um dos aspetos destacados no planeamento deve ser transposto,

com uma construção frásica diferente, para a dinâmica do estabelecimento educativo.

Revisto e alterado o relatório de acompanhamento do JI, no que respeita às áreas-

chave, seguiram para a leitura e análise dos aspetos que o JI deve corrigir e que

resultam, como proferiram as inspetoras, de incumprimentos dos enquadramentos legais

que regulam a ação educativa da EPE. Evidenciaram no relatório o cumprimento das

cinco horas letivas, a importância de garantir a autorização de funcionamento pelo

MEC, o reconhecimento da diretora pedagógica do JI e respeitar o número de crianças

por sala conforme o anexo do acordo de cooperação. No que respeita a este último

aspeto a corrigir, as inspetoras evidenciaram que necessitam de rever o acordo de

cooperação para contemplar alguns elementos nos aspetos destacados a corrigir.

Procuraram nos documentos de sala das educadoras o número de meninos afeto a cada

grupo. Para confirmar os números que estavam no dossier, as inspetoras perguntaram

diretamente às educadoras que asseguraram o número correto. Posteriormente fizeram

algumas consultas aos documentos que estruturam a ação educativa do centro..

Asseguraram que não há qualquer aspeto a melhorar, para além dos que foram

registados. Também fizeram a verificação dos apontamentos destes três dias de

intervenção para perceber se necessitavam de acrescentar algum ponto ao relatório. Em

relação às práticas de autoavaliação, as inspetoras referiram que não falaram deste tema,

dado que até monitorizam o funcionamento do centro, mediante um inquérito que

distribuem aos pais e a realização de reuniões de conselho.

Consegui depreender, mediante troca de opiniões sobre a OPL, que as inspetoras

dão importância às interações, à natureza das atividades desenvolvidas (confrontação

com as OCEPE), à disposição e organização do ambiente educativo, à intervenção do

educador com as crianças e às tarefas preferidas das crianças em sala de atividades.

Adicionalmente, observei também que a à medida que vão trabalhando com o roteiro da

atividade, vão registando alterações que resultam da prática e dos contextos em que vão

atuando.

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Já perto da hora da reunião fizeram a distribuição de cada área-chave para serem

lidas ao público presente na reunião das conclusões.

Pelas 15:30 começaram a chegaram os profissionais do Centro Social para

assistirem à reunião de trabalho. Estavam presentes quinze pessoas (a psicóloga, as

educadoras de infância da creche e da EPE, as coordenadoras pedagógicas também da

creche e da EPE e a diretora pedagógica do JI). As inspetoras deram início à reunião

com uma pequena introdução à atividade, justificando esta introdução com a presença

das educadoras da creche com as quais a equipa de inspeção não privou durante a

intervenção. Feita a introdução aos objetivos da atividade e enquadramento legal do

desenvolvimento desta intervenção, as inspetores referiram que as conclusões que serão

apresentadas poderão receber contraditório da parte do Centro Social que tem dez dias

úteis para se pronunciar após receção do relatório.

Abordaram a organização do relatório de acompanhamento, incidindo em sete

áreas-chave, onde apresentaram os aspetos a destacar enunciados como práticas

excecionais e valorizadas pela equipa, os aspetos a melhorar que devem ser alvo de

reflexão e reformulação por parte do JI e os aspetos a corrigir que advém do

incumprimento do enquadramento legal.

Começaram pela primeira área-chave planeamento da ação educativa entendendo

os aspetos a melhorar que devem: 1) prever nos documentos de planeamento a

participação dos pais e encarregados de educação – sabem que há uma participação

indireta, no entanto não está suficientemente consolidada, por exemplo no que respeita

ao PE do Centro e que está mesmo regulamentada a sua participação; 2) considerar as

propostas das crianças no planeamento da ação educativa; 3) incluir no RI do JI as

informações da componente educativa (duração e gratuitidade) e da componente de

apoio à família – neste sentido deve ser claramente explicitado os horários de

funcionamento das componentes; 4) contemplar no RI o cargo da diretora pedagógica,

bem como as competências inerentes a esta função, visto que está previsto na legislação.

Proferiram também que devem explicitar outros cargos como da coordenação

pedagógica e as suas funções; 5) apreciar nos documentos de planeamento a

organização, coordenação e a avaliação das atividades de animação socioeducativa da

componente de apoio à família – salientaram que é importante estar assente toda a

componente de organização, funcionamento e avaliação destas atividades, sublinhando

ainda que podem constar no PE, no Programa Curricular de Grupo ou no RI; 6) verificar

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a coerência entre os projetos curriculares de grupo, as planificações e os instrumentos de

avaliação das aprendizagens das crianças, no sentido de assegurar a gestão equilibrada e

transversal das várias AC – as inspetoras referem que há um bom começo nos

documentos percecionados, todavia é necessário continuar esse trabalho.

Passando para a organização do ambiente educativo, aferiram os seguintes aspetos:

1) sobre o grupo – refletir sobre a organização dos grupos da EPE, no sentido de

privilegiar a interação entre crianças de diferentes idades e/ou diferentes estádios de

desenvolvimento; 2) sobre o tempo – organizar o tempo educativo de cinco horas

diárias letivas, de modo a que seja integralmente da responsabilidade e liderança das

educadoras de infância; 3) sobre o espaço – dotar as salas de equipamentos informáticos

para serem efetivamente utilizados enquanto recurso educativo e criar, áreas nas sala de

atividades, que decorram de iniciativas das crianças ou das atividades e ou projetos que

estejam a decorrer. Este último aspeto foi o mais desenvolvido pelas inspetoras,

proferindo que têm que ter em conta os interesses das crianças para o estabelecimento

das áreas na sala de atividades. Visando a reflexão por parte da equipa do Centro Social,

a equipa de AA comentou que se todas as salas têm as mesmas áreas (da casinha e dos

legos e brinquedos) como é que afirmam que o diagnóstico educativo está assente nas

características das crianças. Explicam que é mais uma ideia que deixam para refletirem

entre a equipa educativa do JI.

Seguidamente exploraram as conclusões atinentes à Construção e Desenvolvimento

do Currículo – AC, salientando quatro aspetos a melhorar: 1) garantir a abordagem

equilibrada de todas as AC previstas nas OCEPE, da responsabilidade das educadoras

de infância, de forma integrada e articulada, com o recurso a materiais e instrumentos

desafiadores, incluindo as tecnologias da informação – na apresentação desta conclusão

as inspetoras frisaram que efetivamente viram ser trabalhadas as AC, porém não

possuem nenhum instrumento que mostre que as áreas foram trabalhadas em sala.

Tentam encontrar um instrumento válido de monitorização e acompanhamento do

trabalho efetuado com as crianças, como por exemplo a recorrência a uma

calendarização semanal das atividades, até porque também facilita a avaliação do

processo e dos resultados das crianças; 2) conciliar, no desenvolvimento do currículo, a

iniciativa da educadora com as propostas das crianças e com os aspetos emergentes do

quotidiano – neste campo a equipa de AA referenciou que as educadoras devem ter em

consideração as propostas das crianças no momento do planeamento e implementação

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das atividades, explanando que nas salas observadas verificaram que as atividades são

bastante centradas na figura da educadora; 3) partir dos saberes das crianças e da sua

curiosidade natural, incentivando e reforçando situações que impliquem observar,

experienciar, interpretar, registar, concluir e comunicar, com o apoio de materiais

disponibilizados com essa intencionalidade – as inspetoras mencionaram que este ponto

remete mais para o desenvolvimento da AC sobre o Conhecimento do Mundo, cujo

trabalho não foi observado pelas inspetoras não decorrer da OPL, sublinhando ainda

que, o facto de não terem percecionado esta área, não significa que não a trabalhem em

sala de atividades; 4) continuar a estimular a criatividade das crianças e refletir sobre o

recurso a instrumentos estereotipados que visam a preparação direta para a entrada na

escolaridade obrigatória e que não se coadunam com os princípios das OCEPE –

referem que são as fichas de pré-escolarização e de grafismos que não estão em acordo

com as orientações curriculares, contudo podem fazer de outro modo desde que possua

significado para a criança.

Denotando existir algumas dúvidas, as inspetoras reforçaram que a intervenção da

inspeção não se prende apenas em proporcionar sugestões ao Centro, onde o maior

enfoque da atividade está em fazer a equipa refletir em torno das conclusões

apresentadas.

Relativamente ao Apoio Integrado/Especializado, as inspetoras expuseram o único

aspeto apontado, neste caso positivo: 1) a articulação entre os diferentes intervenientes

educativos, incluindo os pais e encarregados de educação, na definição, implementação

e avaliação das respostas educativas às crianças com NEE, manifestando resultados

positivos nas suas aprendizagens e inclusão no grupo e no JI.

Em referência à Avaliação dos Processos e Resultados, a equipa de AA apresentou

dois aspetos que consideram que podem ser melhorados como: 1) incrementar a

avaliação do trabalho realizado, de modo a que a mesma se traduza na regulação do

processo educativo nas suas vertentes planeamento, concretização e avaliação do

processo educativo e das aprendizagens das crianças – a equipa inspetiva realçou, aqui,

a importância de consolidar a avaliação do trabalho realizado, com vista à regulação do

processo educativo, não o trabalho das educadoras em si, mas o trabalho com as

crianças; 2) facultar aos pais e encarregados de educação informações descritivas e

periódicas do progresso das aprendizagens dos seus educandos, tendo como referência

as várias AC das OCEPE.

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Na análise da Intervenção do Educador, a equipa salientou positivamente a 1)

abertura e proximidade com as famílias e com as necessidades das crianças geradoras de

relações securizantes e de confiança com impacto no seu bem-estar e nas suas

aprendizagens; e como aspeto a melhorar sublinhou 2) a criação de mais situações de

escolha livre às crianças nas suas aprendizagens, em detrimento de uma organização

pedagógica essencialmente centrada no educador.

Incidindo na Dinâmica do Estabelecimento Educativo, as inspetoras entenderam

como prática exemplar 1) as oportunidades facultadas de formação contínua às

educadoras de infância e auxiliares de ação educativa, por parte dos responsáveis da

direção, tendo em vista o seu desenvolvimento profissional. Como aspetos que carecem

de melhoria foram listados os seguintes: 1) priorizar, nas reuniões pedagógicas das

educadoras, a reflexão e a interajuda sobre as OCEPE e documentos orientadores do

ME, nomeadamente ao nível do planeamento, da construção e desenvolvimento do

currículo e da avaliação dos processos e dos resultados – a este nível, as inspetoras

insistiram na importância de se centrarem em documentos do ME que tem vindo a

publicar muitos documentos de qualidade sobre o currículo e que estão assentes no

relatório da presente AA; 2) assegurar no horário das educadoras uma componente

educativa e outra não letiva, de modo a garantir nesta última, a preparação de materiais,

atendimento aos encarregados de educação, a realização de reuniões para planeamento,

avaliação da prática educativa e das aprendizagens das crianças e outras reuniões –

entendendo a relevância de assegurar o trabalho letivo e não letivo, garantindo estes

dois tempos; 3) implementar, institucionalmente, estratégias facilitadoras da integração

bem-sucedida das crianças da EPE na escolaridade básica; 4) planear, supervisionar e

avaliar a componente de apoio à família de modo a que nessa componente se

desenvolvam atividades de animação socioeducativa diversas das que se desenvolvem

na componente educativa – neste ponto, as inspetoras reforçaram a organização das

atividades de animação socioeducativa que se enquadram na componente de apoio à

família.

Por último, listaram os aspetos a corrigir centrados em: 1) garantir o cumprimento

de cinco horas educativas/letivas diárias, da responsabilidade da educadora de infância,

de modo a assegurar o disposto na Lei-Quadro da Educação Pré-Escolar, Lei n.º 5/97,

de 10 de fevereiro, nas Orientações Curriculares aprovadas pelo Despacho n.º 5220/97,

de 10 de julho, e na Circular n.º 17/DSDC/DEPEB/2007, de 10 de outubro; 2)

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diligenciar para que o JI obtenha Autorização de Funcionamento, de acordo com os

artigos n.ºs 1, 2 e 15 do Decreto-Lei n.º 147/97, de 11 de junho, conjugado com a alínea

a) do ponto 2 do Despacho n.º 522/2014, de 10de janeiro; 3) obter o reconhecimento da

Diretora Pedagógica do Jardim de Infância pelo ME, de acordo com o artigo 13.º do

Decreto-Lei 147/97, de 11 de junho e 4) respeitar o estabelecido, quanto ao número de

crianças por sala, no anexo ao acordo de cooperação.

Terminada a apresentação das conclusões, as inspetoras colocaram os

profissionais do Centro à vontade para as questões que quisessem ver esclarecidas.

Falou-se na importância de centrar o trabalho do educador no currículo e (re)pensar

todos os aspetos enumerados no contexto desta intervenção da inspeção. Na sequência

dos aspetos encontrados a corrigir, agendaram uma intervenção de continuidade com a

equipa para o 2.º período do ano letivo 2016/2017. Pouco antes de sair, a diretora

pedagógica questionou as inspetoras se durante esta ano letivo e o próximo, no

momento em que tiverem dúvidas ou simplesmente queiram entender se estão no

caminho certo, podem contactar as inspetoras. A equipa mostrou-se disponível para

qualquer contacto que venha do Centro Social.

Após os agradecimentos e respetivas despedidas, saímos pelas 17:00.

Reflexão Pessoal

O último dia de acompanhamento foi o culminar de uma atividade da inspeção que

me proporcionou, essencialmente, compreender a metodologia de trabalho das

inspetoras, na aferição das asserções da ação do JI, no sentido de responder às

dimensões do planeamento da ação educativa, da organização do ambiente educativo,

da construção e desenvolvimento do currículo, do apoio integrado e especializado, da

avaliação dos processos e das aprendizagens, da intervenção do educador e da dinâmica

do estabelecimento educativo.

Dia 99 – Terça-feira, 22 de março de 2016

Cheguei à IGEC às 09:50. A formação iniciou às 10:00 e incidiu no tema:

Avaliação dos Contratos de Autonomia (ACA). A abertura da formação ficou a cargo

do Subinspetor-Geral que realçou que esta atividade se enquadra na atividade da

avaliação de escolas e decorre da atribuição e competência da IGEC consagradas na Lei

Orgânica, na Lei de Bases do Sistema Educativo e na Portaria n.º 265/2012,

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fundamentada pela responsabilidade deste organismo na avaliação dos resultados dos

contratos de autonomia, no quadro das competências de AEE que lhes compete.

Continuando o discurso de abertura, o Dr. CM, inspetor da IGEC, explicitou que a

ACA é um vínculo jurídico que se estabelece para um fim comum e com figuras do

Estado, tratando-se no fundo de um acordo entre partes. Em contextualização à

atividade, refere que é uma política de educação centralizadora (modelo francófono),

sem tradição de uma escola dominada por uma comunidade local (anglo saxónica).

Menciona que temos vindo a assistir a um discurso a favor da descentralização e da

autonomia das escolas, e que na prática, o Estado não abdicou de uma parte da

regulação do sistema educativo. Em abordagem ao regime jurídico, Decreto-Lei n.º

43/89, de 3 de fevereiro, dá conta dos primeiros três artigos do diploma, informando que

este documento estabelece o regime da autonomia nas escolas dos 2.º e 3.º ciclos do

ensino básico e do ensino secundário. Dá continuidade, definindo que autonomia da

escola se refere à “capacidade de elaboração e realização de um projeto educativo em

benefício dos alunos e com a participação de todos os intervenientes no processo

educativo”. Para cimentar o conceito de autonomia definido nos vários regimes

jurídicos, apresenta o artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 115-A/98, de 4 de maio, em que a

autonomia se define como “o poder reconhecido à escola pela administração educativa

de tomar decisões nos domínios estratégico, pedagógico, administrativo, financeiro e

organizacional (…)” e o artigo 8.º do Decreto-Lei n.º 75/2008, de 22 de abril, onde se lê

a autonomia como “a faculdade reconhecida ao agrupamento de escolas ou à escola não

agrupada pela lei e pela administração educativa de tomar decisões nos domínios da

organização pedagógica, da organização curricular, da gestão dos recursos humanos, da

ação social escolar e da gestão estratégica, patrimonial, administrativa e financeira, no

quadro das funções, competências e recursos que lhe estão atribuídos”. Enquadra

também o conceito de descentralização, sustentando-se no Decreto-Lei n.º 144/2008, de

28 de julho, que é um processo de atribuição de competências a pessoas coletivas

territoriais para além do Estado. Explora, neste âmbito, as inúmeras competências que

são atribuídas aos municípios e entidades intermunicipais, recorrendo ao Decreto-Lei n.º

30/2015, de 12 de setembro.

Incidindo, então, nos contratos de autonomia, recorreu ao regime de autonomia,

administração e gestão dos estabelecimentos públicos da EPE e dos ensino básico e

secundário (RAAG) para falar sobre os instrumentos de autonomia (artigo 9, alínea 3)

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dizendo que o contrato de autonomia se estabelece como um instrumento de

desenvolvimento e aprofundamento dos níveis de autonomia atribuídos aos AE e às

escolas não agrupadas. Em relação ao desenvolvimento da autonomia, o inspetor citou o

artigo 56º, alínea 1, que refere que a “autonomia (…) desenvolve-se e aprofunda-se com

base na sua iniciativa e segundo um processo longo do qual lhe podem ser reconhecidos

diferentes níveis de competência e de responsabilidade, de acordo com a capacidade

demonstrada (…)”. Prossegue, na mesma linha de pensamento, verbalizando que o

contrato de autonomia é um acordo estabelecido entre a escola, o MEC e a câmara

municipal, sendo que pode abarcar outros intervenientes da comunidade, cujas

competências atribuídas ao estabelecimento educativo passam pela “gestão flexível do

currículo, oferta de cursos com planos curriculares próprios, gestão de um crédito global

de horas de serviço docente, adoção de normas próprias sobre horários, tempos letivos,

constituição de turmas ou grupos de alunos e ocupação de espaços e recrutamento e

seleção do pessoal docente e não docente, nos termos da legislação vigente, extensão

das áreas que integram os serviços técnicos e técnico-pedagógicos e as suas formas de

organização, gestão e execução do orçamento, através de uma afetação global de meios,

possibilidade de autofinanciamento e gestão de receitas que lhe são consignadas,

aquisição de bens e serviços e execução de obras, dentro de limites a definir e adoção de

uma cultura de avaliação nos da avaliação interna da escola, da avaliação dos

desempenhos docentes e da avaliação da aprendizagem dos alunos, orientada para a

melhoria da qualidade da prestação do serviço público de educação”. Menciona que é

um contrato que se aplica às escolas públicas de EPE e dos ensinos básico e secundário,

que expressem interesse em desenvolver uma maior autonomia a vários níveis.

Quanto aos requisitos, o inspetor refere que há quatro condições que as escolas

devem cumprir, como a aprovação pelo conselho geral de um plano de desenvolvimento

da autonomia, a exibição de um PE consolidado e coerente, a conclusão do

procedimento de avaliação externa e a utilização de mecanismos e práticas de

autoavaliação adequadas ao trabalho desenvolvido. A avaliação, incumbida à IGEC, é

fundamentada pelo progresso dos resultados escolares obtidos pelos alunos na avaliação

externa (e.g. provas e exames nacionais), pela eficácia na gestão dos recursos atribuídos

à escola, pelo conteúdo do relatório de evolução e pelo parecer da comissão de

acompanhamento do relatório. A este nível, a renovação dos contratos de autonomia,

pelo artigo 11º, alínea 1, e de acordo com o referido pelo inspetor, podem acontecer por

período semelhante ou desigual ao definido inicialmente, mas nunca inferior a um ano

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escolar. No entanto, como induz na apresentação, a renovação dos contratos têm relação

direta com a avaliação do trabalho desenvolvido precedentemente, dependendo assim

do cumprimento dos objetivos expressos no PE, do cumprimento dos objetivos e planos

de ação e de outras atividades que advenham do contrato e do progresso dos resultados

dos alunos e do abandono escolar.

Posto isto, o Dr. H mencionou que construíram um roteiro em que têm vindo a

utilizá-lo em duas escolas numa fase piloto. A atividade que a IGEC já desenvolveu nas

escolas com contratos de autonomia foi discutida nesta formação, bem como os

objetivos que a fundamentam. Assim sendo, relataram que equacionam apreciar o

conteúdo de relatórios de progresso, bem como o parecer da comissão de

acompanhamento, em relação à adequação das medidas e dos procedimentos adotados

pelos estabelecimentos de ensino, face aos contratos de autonomia; identificar pontos

fortes e áreas de melhoria a partir da avaliação do desenvolvimento dos contratos de

autonomia; estimular uma atitude crítica e de autoquestionamento que aprofunde a

autonomia, assegure a equidade e promova a cidadania; a inclusão e o desenvolvimento

social, mediante a melhoria dos resultados escolares e a diminuição do abandono

escolar e contribuir para a regulação da educação, munindo os responsáveis pelas

políticas educativas e pela administração das escolas de informação pertinente.

Seguidamente, salientaram os documentos essenciais de apoio à ACA, como o

contrato de autonomia da escola, os dados da DGEEC (e.g. taxas de abandono escolar;

evolução do valor observado na escola face ao valor esperado); dados do Instituto de

Avaliação Educativa sobre a avaliação externa dos alunos da escola referente ao período

do contrato para comparar com médias contratualizadas e nacionais, pareceres da

comissão de acompanhamento sobre os relatórios anuais de progresso, o PE, o RI e

outros a identificar durante a intervenção na escola.

Por último equacionaram a metodologia a seguir: análise de documentação interna

à escola e dados solicitados a outras instâncias (e.g. DGEEC) e entrevistas a

intervenientes, como diretores, representantes da direção responsáveis pela execução do

contrato de autonomia, representantes da estrutura de acompanhamento e monitorização

da escola, da associação de pais e encarregados de educação e interlocutores diversos

(e.g. autarquias, parceiros e representantes de alunos).

Terminámos às 12:30. Saí às 13:00.

Reflexão pessoal

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Foi uma formação muito útil do ponto de vista da da aquisição de conhecimentos

no âmbito da ACA. Constitui uma atividade piloto que está para ser consolidada no PA

da IGEC. Com uma configuração bastante diferente da AEE, assimilei os objetivos que

estão no cerne desta atividade e a importância dos intervenientes da IGEC nas escolas

para que possam analisar o cumprimento de um conjunto de formalidades inerentes à

elaboração do contrato e à sua monitorização.

Dia 100 – Terça-feira, 29 de março de 2016

Hoje cheguei às 10:10 à IGEC. Em cima da mesa de reuniões, encontrámos cerca

de nove lotes de questionários (Q3, Q4 e Q5) que estavam por tratar no sistema

informático. Estivemos, assim, durante a manhã a realizar a digitalização, classificação

e validação dos lotes dos AE que têm avaliação marcada para o mês de abril. Além

disso, estive a efetuar o ponto de situação com a Patrícia sobre o trabalho estatístico

solicitado pelas chefes de equipa da ATI Sul, no passado mês de fevereiro.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Com a chegada de questionários à IGEC, temos dado prioridade ao tratamento dos

lotes para que o tratamento estatísticos dos questionários chegue atempadamente às

equipas de avaliação. Como estive numa AEE, é de salientar que percebo melhor agora

a importância de tratar os questionários celeremente que constituem uma das bases da

interpelação dos inspetores no momento dos painéis.

Creio que amanhã poderei dar continuidade ao trabalho da ATI Sul, visando

terminá-lo em tempo mais útil para as chefes de equipa.

Dia 101 – Quarta-feira, 30 de março de 2016

Hoje cheguei à IGEC pelas 10:00. Contando que um dos objetivos de trabalho que

gizei para este dia de estágio seria dar continuidade ao trabalho estatístico, no que

concerne à análise de conteúdo dos questionários dos inspetores, estive durante parte da

manhã a desenvolver o documento da grelha de análise. Posteriormente, como deixámos

os questionários de cinco escolas por tratar estive, com as minhas colegas, a fazer a

digitalização e validação destes mesmos questionários. Devido a um erro do sistema de

tratamento, tivemos que digitalizar, uma vez mais, um lote Q4 para que o sistema

reconhecesse o lote digitalizado e fosse possível proceder à sua validação.

Saí pelas 13:00.

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Reflexão Pessoal

Hoje consegui aproveitar a manhã para avançar o trabalho estatístico no âmbito da

ATI Sul. Terminando a grelha de conteúdo, com a minha colega, procederei à redação

do relatório com a respetiva apresentação dos resultados estatísticos.

Dia 102 – Quinta-feira, 31 de março de 2016

Cheguei às 10:10 e dediquei toda a manhã à conclusão da grelha de análise de

conteúdo das últimas questões do questionário aplicado aos inspetores. Ainda consegui

adiantar parte da análise de conteúdo que espero terminar na segunda.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Terminar a grelha de análise de conteúdo ainda esta semana era um dos meus

objetivos de trabalho do estágio. Na segunda-feira pretendo terminar a descrição da

análise de conteúdo e dar início à redação do relatório conclusivo dos questionários.

Dia 103 – Segunda-feira,04 de abril de 2016

Quando cheguei à IGEC, pelas 10:10, fui informada de que amanhã teríamos que

chegar ao estágio às 09:30 para recebermos o Senhor Ministro da Educação que estará

presente no edifício da IGEC. Recebemos, posteriormente, indicações da Dr.ª L para

contabilizarmos os questionários de sete AE que serão enviados no decorrer desta

semana. Parte da manhã foi dedicada à contabilização de questionários e seguidamente

dei continuidade ao trabalho da ATI Sul com a elaboração da análise da grelha de

conteúdo, juntamente com a minha colega Patrícia.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Não consegui terminar a análise da grelha de conteúdo pela necessidade de dar

resposta à expedição dos questionários de satisfação, o que tem vindo a acontecer nas

últimas semanas. No entanto, almejo terminar o referido trabalho ainda esta semana,

facultando os resultados às inspetoras chefes de equipa da ATI Sul o mais celeremente

possível.

Dia 104 – Terça-feira, 05 de abril de 2016

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Hoje cheguei ao estágio às 09:15 e, enquanto aguardava a reunião com o Senhor

Ministro da Educação com os trabalhadores da EMEE e da Atividade Internacional, dei

continuidade à análise da grelha referente às respostas dos questionários dos inspetores.

Seguiu-se a reunião com o Senhor Ministro da Educação e com todos os

trabalhadores do quinto piso, incluindo o Sr. Inspetor-Geral da IGEC.. O Sr. Inspetor-

Geral iniciou a reunião apresentado o Sr. Ministro a todos os presentes e, passando a

palavra à Dr.ª L que, numa breve apresentação de contextualização do trabalho

desenvolvido, expôs primeiro os programas de Acompanhamento, Controlo e Avaliação

e, seguidamente, as atividades desenvolvidas em cada um dos programas. Também a

Dr.ª HC abordou, sucintamente, o funcionamento das EE e do trabalho efetuado no

âmbito internacional. O Sr. Ministro da Educação considerou importante esta

contextualização para consolidar, também, todo o trabalho que realiza diariamente no

âmbito da Educação.

Ainda consegui terminar a descrição da grelha de análise de conteúdo.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

A visita do Senhor Ministro da Educação constituiu-se um momento enriquecedor

pela abordagem realizada aos diversos programas da EMEE e ao trabalho da Atividade

Internacional. Além disso, o trabalho das estagiárias foi valorizado e enaltecido pela

Dr.ª L, e levado em conta pelo Sr. Ministro da Educação, o que nos deixou bastante

motivadas e empenhadas para continuar a desenvolver um bom trabalho que

(cor)responda às expectativas profissionais da IGEC.

Dia 105 – Quarta-feira, 06 de abril de 2016

Cheguei à IGEC às 10:10 e comecei a manhã com a revisão da descrição da grelha

de análise de conteúdo realizada durante o dia de ontem. Seguidamente, eu e a minha

colega Patrícia, começámos a elaborar o relatório de análise dos resultados dos

questionários dos inspetores da ATI Sul. Estivemos a exportar os gráficos, realizados

precedentemente e a fazer a descrição dos resultados apresentados face: 1) às atividades

desenvolvidas na IGEC em 2015; 2) à correspondência da distribuição do serviço às

expectativas dos inspetores e 3) à correspondência das atividades desenvolvidas com as

expectativas de cada inspetor (individualmente).

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Ainda estive a atualizar os diários de campo e a trabalhar no meu relatório de

estágio.

Saí pelas 17:00.

Reflexão Pessoal

A realização deste trabalho está a ser um desafio profissional muito satisfatório,

pois tem permitido colocar em prática competências na ordem da comunicação escrita,

da construção de instrumentos de análise de dados, da tomada de decisão em relação à

apresentação dos dados e à gestão do tempo.

Dia 106 – Quinta-feira, 07 de abril de 2016

Assim que cheguei à IGEC, às 10:30, estive, juntamente com as minhas colegas e a

pedido da Dr.ª L, a retificar o número de questionários dos AE que tinham sido

preparados esta semana, com expedição prevista para amanhã.

Seguidamente continuei a redação do relatório de análise dos questionários dos

inspetores, ainda referente aos gráficos, enquanto a Patrícia esteve a rever e a organizar

todo o texto de análise de conteúdo para juntarmos ao relatório. Pelas 13:30,

conseguimos terminar o relatório, faltando apenas organizar e rever o documento.

Durante a hora de almoço, a Dr.ª L reparou que estavam em falta os questionários

de oito escolas que deveriam sair com o lote de questionários das sete escolas que sairão

amanhã. Nesse sentido, estivemos a contabilizar os questionários e respetivos envelopes

das restantes oito escolas.

Foi, ainda, solicitado pelo Dr. H para realizarmos uma lista de tarefas

desenvolvidas que realizámos até ao dia de hoje .

Saímos pelas 15:00.

Reflexão Pessoal

Face à priorização de trabalho a desenvolver, atendendo primeiramente à

retificação e contabilização de questionários, a tarefa solicitada pelo Dr. H teve de ficar

adiada para a semana, bem como a entrega do relatório da ATI Sul.

Dia 107 – Terça-feira, 12 de abril de 2016

Hoje cheguei ao estágio às 10:10 e comecei pela verificação do meu email, visto

que a Dr.ª MP me tinha enviado, no dia precedente, o relatório da atividade do JI SCJ, a

IPSS que acompanhei no mês de março. Este relatório foi remetido à interlocutora da

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atividade na ATI Sul que, por sua vez, procedeu à sua revisão, devolvendo-o às

inspetoras que intervencionaram a atividade. Foi-me referido, ainda, que o passo

seguinte será a correção das asserções apontadas para ser, uma vez mais devolvido à

interlocutora que procede às diligências precisas para o documento ser expedido ao JI

para posterior pronúncia.

Nesse sentido, estive a fazer a leitura e análise das correções apontadas, entendendo

quais as reformulações que foram salientadas pela interlocutora da atividade. Dediquei a

restante manhã ao trabalho de investigação acerca da atividade de acompanhamento dos

JI.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

O relatório não revelou muitas alterações em relação ao conteúdo exposto na

reunião com os intervenientes educativos do JI, pelo que a sua análise foi relativamente

fácil de realizar.

Dia 108 – Quarta-feira, 13 de abril de 2016

Hoje cheguei à IGEC às 10:10 e estive, com a Patrícia, a rever todo o conteúdo do

relatório e a proceder à correção da grelha de análise de conteúdo, nalguns pontos de

análise, para entregar à Dr.ª FA amanhã.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Finalmente demos por concluído o relatório de análise dos questionários aplicados

aos inspetores em 2015 que incide, sobretudo, na avaliação qualitativa ao trabalho da

ATI Sul. Este trabalho resultou, assim, num documento extenso e bastante rico do ponto

de vista da informação que espelha o trabalho dos inspetores.

Dia 109 – Quinta-feira, 14 de abril de 2016

Quando cheguei à IGEC, às 10:15, fui diretamente imprimir o relatório de análise

dos questionários aplicados aos inspetores em 2015 e, acompanhada pela minha colega

Patrícia, fomos até ao 2.º andar ao encontro da Dr.ª FA para lhe entregar o documento,

informando também que os meses de abril e maio pertenciam à nossa colega Margarida

e que, sendo assim, este tinha sido o nosso último trabalho efetuado para a ATI Sul.

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Estivemos, entretanto, a conversar com a Dr.ª FA sobre o nosso trabalho académico e

perspetivas do futuro, aquando do término do nosso estágio.

Posteriormente, quando voltei para o gabinete, estive a trabalhar no meu projeto de

investigação, conseguindo avançar um pouco mais para a análise de dados.

Saí pelas 13:10.

Reflexão Pessoal

Apesar de não estarmos tão ligadas à ATI Sul como estamos à EMEE, foi

percetível a preocupação da Dr.ª FA em relação ao nosso percurso académico, em

termos do relatório de estágio, e também no que concerne às nossas opções futuras no

âmbito profissional.

Dia 110 – Segunda-feira, 18 de abril de 2016

Quando cheguei à IGEC, às 10:20, informaram-me que tinham chegado várias

caixas de questionários de AE que vão ser avaliados no mês de abril e maio.

Primeiramente, estivemos a elaborar o documento que listam as tarefas que

desenvolvemos, desde o mês de janeiro até abril para enviarmos ao Dr. H.

Posteriormente, dedicamo-nos à abertura das caixas dos questionários, abrindo

questionários de três AE.

Saí pelas 13:25.

Reflexão Pessoal

Tal como tem vindo a ser evidenciado até aqui, conforme as indicações da Dr.ª L,

estivemos atentas às datas de início das avaliações dos AE, priorizando as que têm

avaliação marcada para o final deste mês. A organização e o trabalho em equipa têm

vindo a revelar-se fulcrais na preparação e tratamento de questionários no âmbito da

AEE.

Dia 111 – Terça-feira, 19 de abril de 2016

Hoje cheguei à IGEC às 10:10. Estive, com as minhas colegas, a fazer o tratamento

dos questionários de satisfação de quatro AE. Conseguimos ainda, entre as três, abrir

duas caixas de questionários para tratarmos amanhã de manhã no sistema.

Saí pelas 13:15.

Reflexão Pessoal

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Com o volume de caixas de questionários a chegar à IGEC, torna-se necessário

(re)organizar o nosso trabalho, dividindo entre todas, as tarefas que nos são solicitadas:

a abertura de questionários e o seu tratamento no sistema.

Dia 112 – Quarta-feira, 20 de abril de 2016

Cheguei à IGEC às 10:10. Realizámos o tratamento no sistema de mais quatro AE,

desta vez não por prioridades de avaliação, visto já faltarem poucas. Também fizemos a

digitalização e validação de aproximadamente 30 questionários (que chegaram

separadamente) de um agrupamento que tinha sido tratado ontem para depois a Dr.ª AG

juntar aos questionários já tratados. Procedemos, também, à abertura de uma caixa de

questionários que ainda se encontrava por abrir.

Empreguei o restante tempo na redação do relatório de estágio.

Saí pelas 13:20.

Reflexão Pessoal

Hoje foi um dia muito produtivo, pelo volume de questionários tratados no sistema.

Estamos já quase na reta final das avaliações e o balanço que faço deste trabalho até

aqui é bastante positivo, pelas aprendizagens realizadas e competências consolidadas.

Dia 113 – Quinta-feira, 21 de abril de 2016

Quando cheguei à IGEC, aproximadamente às 10:10, informaram-me que três lotes,

supostamente validados ontem, não tinham dado entrada no sistema, ficando assim

pendentes na classificação. Ao fazermos a digitalização dos lotes, entendemos que o

sistema estava novamente a reter os lotes na fase da classificação, reportando o erro

informático à Dr.ª L que ficou de resolver o assunto. Entretanto, juntamente com a Dr.ª

L, fizemos um ponto de situação sobre os AE que estavam tratados e o que ainda estava

por tratar, em relação à avaliação que se inicia no final da próxima semana.

Com o sistema em baixo, estive a trabalhar no meu relatório de estágio.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Temos de saber lidar com eventuais problemas que surjam no quotidiano

profissional e esta é uma das competências que tenho vindo a cimentar durante a

presença no estágio com o trabalho contínuo do tratamento dos questionários de

satisfação.

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Dia 114 – Terça-feira, 26 de abril de 2016

Cheguei às 10:05 à IGEC e fui informada pelo Dr. H que deveríamos continuar o

trabalho da digitalização dos questionários. Fizemos, nesse sentido, a digitalização de

um AE que a avaliação está prevista iniciar esta semana e de outro agrupamento que

inicia na primeira semana de maio.

Utilizei o restante tempo para trabalhar no relatório de estágio.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Como estivemos ausentes da IGEC na sexta-feira passada, não tínhamos

informação se além dos questionários dos AE tratados, havia mais lotes digitalizados e

validados. Não quisemos incorrer ao tratamento de questionários de AE que já tivessem

passado pelo sistema para não duplicar os lotes e, por isso, mesmo digitalizámos apenas

dois AE.

Dia 115 – Quarta-feira, 27 de abril de 2016

Hoje cheguei à IGEC às 10:10 e estive a dar continuidade ao tratamento dos

questionários de quatro AE. Informaram-nos, também, que os lotes de um agrupamento

do Centro deveriam ser novamente tratados no sistema e, nesse sentido, concluímos a

digitalização e validação desses dois lotes de questionários – o Q3 e o Q4.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Estamos quase a concluir definitivamente a atividade de tratamento de

questionários, faltando apenas digitalizar e validar um AE que deixámos para tratar

amanhã.

Dia 116 – Quinta-feira, 28 de abril de 2016

Assim que cheguei à IGEC pelas 10:15 estive a digitalizar e validar o último AE da

avaliação externa, com as minhas colegas, concluindo definitivamente a atividade de

preparação e tratamento dos questionários de satisfação.

Às 11:00, reunimos com o Dr. H para fazer um ponto de situação acerca do

trabalho realizado do relatório de estágio e conversarmos um pouco sobre a próxima

tarefa que vamos concretizar. O Dr. H incumbiu-nos, assim, de realizar a planificação

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da sua agenda de trabalho referente à Inspeção da Secção Linguística das EE,

mencionando as diretrizes de organização que deveríamos seguir, em relação aos

intervenientes e à duração das reuniões de trabalho e, ainda, ao tempo de deslocação

para as escolas.

Como fomos convidadas a assistir a uma das entrevistas de seleção de um docente

de Matemática para a EE de Bruxelas, saímos pelas 12:30 para almoçar, retornando

pelas 14:00, hora marcada com a Dr.ª HC.

Já na sala de reuniões da EMEE, estavam presentes a Dr.ª CB, o Dr. LP e a Dr.ª

HC que iniciou o processo de escolha, enquadrando o âmbito da sua realização: a

seleção de um docente para ocupar um lugar na EE.

As questões colocadas à entrevistada pela Dr.ª HC direcionaram-se para: as razões

que motivaram a entrevistada a candidatar-se à vaga de docente da EE de Bruxelas; as

suas considerações acerca do que pode proporcionar às EE, do ponto de vista dos seus

conhecimentos e competências; o que espera receber em troca das EE e o que significa

para a entrevistada ensinar a área disciplinar de matemática e, mais concretamente,

como consegue fazer os seus alunos aprender matemática. Foram apresentadas, em

seguida, algumas situações hipotéticas para que entrevistada candidata desenvolvesse

um pouco mais o seu ponto de vista: a) acreditando que a entrevistada seria escolhida

para integrar o quadro de docentes e tendo em conta que a EE é uma escola onde se

encontram muitas culturas e tradições bastante diversificadas, questionaram como seria

a sua postura e modo de atuação perante este cenário diversificado de culturas, bem

como a sua atuação com os pais, direção e outros órgãos; b) se recebesse uma turma

para lecionar que tivesse problemas comportamentais com alunos lideres e com baixo

aproveitamento escolar, como atuaria face a esta turma.

A entrevista prossegue com o Dr. LP para aferir o domínio da matemática,

competindo-lhe verificar os conhecimentos científicos, com recorrência ao currículo da

entrevistada. Nesse sentido, começou por explorar o seu percurso profissional,

entendendo se no seu percurso como professora lecionou turmas de ensino regular, uma

vez que falou bastante da sua experiência com as turmas do ensino profissional.

Também falou sobre um programa de formação em que participa (projeto profissional) e

da sua carreira de docente do ensino superior.

Concretamente, em relação à docência no ensino secundário, procurou-se entender

se a entrevistada leva alunos aos exames nacionais com bons resultados, de que forma

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difunde aos alunos que a matemática está refletida no nosso quotidiano, se tem presente

os conteúdos de matemática lecionados nas EE e se conhece os programas da

matemática da EE. Decorrente da última questão, o entrevistador solicitou à professora

exemplos (diários que utilizaria para transmitir a matéria e cativar e captar a atenção do

alunos) de como introduziria duas matérias específicas, neste caso em particular, a

matéria da integração e da função exponencial.

Já quase no final da segunda parte da entrevista, o inspetor solicitou à professora

que, em breves palavras, convencesse os presentes de que é a pessoa indicada para se

integrar na EE e que domina os conteúdos da matemática lecionada na EE.

Por fim, a Dr.ª CB iniciou a conversação em Francês acerca do seu Projeto da

Música, pedindo-lhe também que se apresentasse em francês.

Saí pelas 15:00.

Reflexão Pessoal

Hoje assisti a uma entrevista de seleção que se revelou muito interessante pela

possibilidade de compreender o processo subjacente à condução da escolha de um

docente para uma EE. Além disso, assimilei as questões que os inspetores consideraram

mais relevantes, o que me permitiu também obter uma perspetiva dos requisitos fulcrais

para a ocupação deste lugar.

Dia 117 – Segunda-feira, 02 de maio de 2016

Hoje cheguei à IGEC às 10:10 e estive a atualizar os DC. Combinámos que amanhã

daríamos início à tarefa de apresentação de propostas de planeamento da agenda de

trabalho do Dr. H, para hoje adiantarmos mais o nosso relatório de estágio. Foi-nos

proposto, ainda, assistirmos à defesa do relatório de estágio de uma colega que estagiou

na IGEC no ano passado.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Com a conclusão da tarefa de preparação e tratamento de questionários de

satisfação, permite-nos, por um lado, dar continuidade ao relatório de estágio e, por

outro lado, iniciar novas tarefas para aprofundar conhecimentos e competências de

trabalho a vários níveis.

Dia 118 – Terça-feira, 03 de maio de 2016

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Hoje cheguei à IGEC às 10:10 e iniciei, juntamente com as minhas colegas, a tarefa

solicitada pelo Dr. H: planificação da inspeção à secção linguística das EE de Bruxelas

II e Luxemburgo I. Hoje planificámos apenas os dois primeiros dias de inspeção

conducente à EE de Bruxelas. Como tínhamos algumas dúvidas em relação ao tempo de

permanência em cada aula, enviámos um email ao Dr. H para nos ser esclarecida esta

dúvida. Deixámos, assim, em aberto toda a planificação para eventuais modificações.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Conjugar todos os horários dos professores com as indicações determinadas pelo

Dr. H revelou-se um ótimo exercício de organização e planeamento de ações de

trabalho.

Dia 119 – Quarta-feira, 04 de maio de 2016

Cheguei à IGEC às 10:05 e comecei por verificar o email para verificar a resposta

do Dr. H à dúvida anteriormente exposta. Entendemos pelo email que o tempo de

permanência em cada aula deveria ser de pelo menos meia hora, e por isso mesmo,

tivemos que retificar as horas de observação de aulas, reorganizando a agenda para que

fosse possível assistir a uma aula de cada professor dentro do tempo estabelecido.

Tivemos tempo para concluir o planeamento dos restantes dois dias de inspeção.

Saí pelas 13:10.

Reflexão Pessoal

Durante a organização destes dias de inspeção, defrontámo-nos com algumas

adversidades, nomeadamente em relação à difícil articulação dos horários das aulas com

os momentos de observação de 30 minutos solicitados pelo Dr. H. As adversidades

incidiram essencialmente na impossibilidade de observação de uma aula de todos os

professores em Bruxelas II durante os 30 minutos.

Dia 120 – Quinta-feira, 05 de maio de 2016

Cheguei à IGEC às 10:10 e, durante parte da manhã, estive dedicada à

reformulação do guião da entrevista que irei realizar na próxima semana.

Posteriormente, e em conjunto com as minhas colegas, estivemos a elaborar o plano de

trabalho das inspeções europeias no Word para enviar ao Dr. H, com o intuito de

recebermos feedback do planeamento realizado.

Saí pelas 13:10.

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Reflexão Pessoal

Concretizámos o trabalho da planificação das inspeções, muito antes do dia que nos

foi proposto entregar. É importante quando percebemos que o trabalho em equipa se

estabelece como uma condição fundamental para o desenvolvimento atempado e bem-

sucedido de atividades profissionais, como a planificação da inspeção à secção

linguística das EE de Bruxelas II e Luxemburgo I.

Dia 121 – Sexta-feira, 06 de maio de 2016

Cheguei à IGEC às 09:50 para assistir a duas entrevistas de seleção de um docente

de geografia para lecionar em Inglês na EE de Luxemburgo. A primeira entrevista tem

início às 10:00 e a segunda entrevista às 11:00 com a presença do Dr. H, da Dr.ª IB e da

Dr.ª HC, sendo que não faço distinção entre entrevistas visto o conteúdo das perguntas

ser praticamente o mesmo para as duas entrevistas.

As primeiras questões colocadas pela Dr.ª HC aos entrevistados incidiram, em

primeiro lugar, nos motivos das suas candidaturas à EE de Luxemburgo e, em segundo

lugar, no que significa para os entrevistados ensinar geografia e, mais concretamente,

como motivam os seus alunos para aprender a disciplina de geografia.

A Dr.ª HC continuou proferindo que, tal como o programa de história, a geografia

também tem um programa amplo, como é que se veicula a uma sala que tem várias

nacionalidades, com culturas muito distintas, e que se ensina em Inglês. Procurou saber

de que forma é que os professores vão encontro das várias nacionalidades e das questões

culturais de cada aluno individualmente. Incidindo na relação com os professores, a Dr.ª

HC questionou como seria a integração dos docentes num grupo de professores que

comunicam em inglês, mas que lecionam noutras línguas, para trabalharem métodos de

trabalho e questões pedagógicas, dando como exemplo os elementos de avaliação. Ao

terceiro entrevistado. Perguntaram, também, como seria a sua integração numa turma

heterogénea culturalmente, visando alcançar a homogeneidade no ensino da geografia.

Em relação à área disciplinar de geografia, procurou-se compreender diferentes

dimensões: 1) a sua análise crítica ao programa de geografia da EE; 2) as modificações

que se aplicariam ao programa (tendo em conta o programa português e o programa das

EE); 3) a sua opinião em relação aos princípios didáticos da EE; 4) as diferenças nos

princípios didáticos em comparação ao programa de geografia português e das EE; 5)

promoção das novas tecnologias em sala de aula; 6) as estratégias utilizadas no 9.º e 12.º

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anos; 6) o modo de desenvolvimento de um mapa topógrafo (dado que nos objetivos de

aprendizagem apela-se à utilização e criação de mapas); 7) a opinião sobre se as novas

tecnologias substituem a utilização de mapas em papel; 8) a opinião sobre como é que

promoveria a utilização e criação de instrumentos com as novas tecnologias; 9) a

explicitação, atendendo a um tema do programa da EE, de como construiria as sessões

de aula (estratégias de diferenciação pedagógicas utilizadas e formas de avaliação); 10)

a explanação da avaliação formativa no contexto de trabalho dos docentes; 11) o

comentário à prova final do programa da EE; 12) a enumeração de reformulações que

faria se estivesse no grupo de docentes, responsabilizado pela criação da prova e 13) as

dificuldades de inserção no grupo.

O momento que se seguiu foi totalmente dirigido em inglês para aferir o nível de

conhecimentos da língua exigida. Nesse sentido, ambos os entrevistados falaram do

nível de Inglês, da confortabilidade em falar com outras pessoas e do local onde

aprenderam a falar a língua. Num caso concreto, solicitou-se aos entrevistados que

imaginassem o seu primeiro dia em Luxemburgo na escola, apresentando aspetos

pessoais e profissionais aos presentes. Por fim, noutra situação concreta, pediu-se que

imaginassem palavras/conceitos-chave e materiais de trabalho que utilizariam na

exploração do primeiro tema – as energias renováveis.

Saímos pelas 12:00.

Reflexão Pessoal

Assistir às duas entrevistas, no âmbito do processo de seleção de um docente de

geografia para a EE, fez-me refletir que estas entrevistas tiveram contornos um pouco

diferentes da entrevista da semana passada. Na minha opinião, a exigência dos

inspetores nestas duas entrevistas revelou-se muito mais, pela importância de escolher

um docente que demonstrasse necessariamente fluência em Inglês, dado que esta vaga

refere-se à seleção de um docente que irá lecionar em Inglês.

Dia 122 – Terça-feira, 10 de maio de 2016

Hoje, a convite da Dr.ª L, pelas 10:00, fui assistir às provas de mestrado de uma

colega que esteve a estagiar na Inspeção no ano passado. O relatório de estágio intitula-

se “Inspeção-Geral da Educação e Ciência e a Avaliação de Escolas: o caso da

autoavaliação de um agrupamento de escolas – um olhar a partir de quem avalia e de

quem é avaliado” e incidiu, precisamente, num estudo sobre os processos de

autoavaliação de uma escola que foi alvo de avaliação externa em 2015.

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Reflexão Pessoal

Penso que é bastante importante assistir aos testemunhos das colegas dos estágios

anteriores, não só pela oportunidade de conhecer o seu percurso curricular, mas também

atentar ao conhecimento e experiências adquiridas que são sempre uma mais-valia para

nossa reflexão.

Dia 123 – Quarta-feira, 11 de maio de 2016

Hoje cheguei à IGEC às 10:00 e dediquei a manhã inteira ao meu trabalho do

relatório de estágio.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

Considero que o dia de hoje foi muito bem aproveitado, permitindo estar mais

direcionada para o relatório de estágio.

Dia 124 – Quinta-feira, 12 de maio de 2016

Hoje cheguei à Inspeção às 10:15 e verifiquei que tínhamos recebido um email do

Dr. H a informar-nos da forçada alteração das datas de inspeção às EE. Nesse sentido,

aproveitando o planeamento já realizado para as anteriores datas, procedemos apenas à

alteração de alguns pormenores que interferiam com os dias da inspeção. Enviámos ao

Dr. H a segunda versão do trabalho para recebermos, mais tarde, feedback da

planificação.

Também nos informaram que vamos participar na elaboração de um capítulo do

relatório global da AEE de 2014/2015, disponibilizando-nos desde já os documentos

necessários para segunda-feira darmos início a esta atividade.

Saí pelas 13:20.

Reflexão Pessoal

A elaboração do capítulo “Avaliação do Processo pelas escolas e pelos avaliadores”

do Relatório Global da atividade de AEE do ano letivo 2014/2015 será, muito

provavelmente a última atividade desenvolvida no estágio. Percebi que é uma atividade

morosa, pelo que segunda-feira começarei a ler os documentos necessários à sua

realização.

Dia 125 - Segunda-feira, 16 de maio de 2016

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Hoje cheguei à IGEC às 10:15 e, inicialmente, estive a analisar os documentos

disponibilizados pela Dr.ª L para começarmos a desenvolver o capítulo da AEE sobre a

opinião das escolas e dos avaliadores. Essencialmente, para me inteirar do conteúdo do

relatório, li o capítulo redigido pelas colegas anteriores e também os comentários

referentes à AEE de 2014-2015.

Sai pelas 14:20.

Reflexão Pessoal

Das leituras mobilizadas hoje, compreendi que o conteúdo do relatório se refere à

apreciação do processo de AEE pelas escolas e pelos inspetores, tendo por base dois

questionários que avaliam o decurso da avaliação externa (e.g. metodologia, duração da

visita, o quadro de referência, entre outros elementos).

Dia 126 – Terça-feira, 17 de maio de 2016

Quando cheguei à IGEC, pelas 10:00, comecei por fazer a organização dos

comentários das escolas e dos avaliadores, juntamente com as minhas colegas. Para esse

efeito, a Dr.ª L entregou-nos os questionários utilizados na recolha de dados para que a

organização das respostas fosse mais fácil de concretizar. Posteriormente, estivemos a

fazer a distribuição da análise dos gráficos, possibilitando, desta forma, a participação

de todas as estagiárias no processo de elaboração do capítulo.

Saí pelas 13:00.

Reflexão Pessoal

A concretização desta tarefa está a ser bastante desafiadora, pela possibilidade de

intervir no processo de elaboração de um relatório da IGEC. Dado o volume de trabalho

que nos foi atribuído, decidimos dividir o trabalho, procedendo à distribuição dos

gráficos de análise. Foi uma metodologia adotada também para que inicialmente nos

seja permitido desenvolver momentos de trabalho mais individualizados e,

posteriormente, quando estivermos na fase de conclusão, analisarmos em grupo.

Dia 127 – Quarta-feira, 18 de maio de 2016

Hoje cheguei às 10:30 à IGEC e dei início à elaboração do capítulo, no que respeita

à descrição dos gráficos que me foram atribuídos.

Saí pelas 13:30.

Reflexão Pessoal

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Considero que a redação deste capítulo está a ser uma grande responsabilidade e

uma ótima oportunidade para assimilar, à medida que vou redigindo, as várias opiniões

dos intervenientes em relação ao processo de AEE.

Dia 128 – Quinta-feira, 19 de maio de 2016

Cheguei à IGEC às 10:10. Dei continuidade ao trabalho da redação do capítulo,

procedendo já a análise das respostas dos avaliadores em relação aos novos

referentes/campos de análise que estes consideram importantes nos domínios da

avaliação externa.

Saí pelas 13:05.

Reflexão Pessoal

Hoje tive contacto com as respostas dos avaliadores em relação aos novos campos

de análise enumerados, o que requer bastante capacidade de síntese e de agregação de

informação, numa análise cuidada, para que o relatório reflita as ideias apontadas pelos

avaliadores.

Dia 129 – Segunda-feira, 23 de maio de 2016

Hoje cheguei à IGEC às 10:15 e estive dedicada à continuação da elaboração do

capítulo da AEE. Estive, também, reunida com a Dr.ª L e com o Dr. H para discutir

alguns pormenores do meu relatório de estágio.

Saí pelas 13:10.

Reflexão Pessoal

Este trabalho tem vindo a revelar-se muito moroso, pela quantidade de informação

qualitativa e quantitativa que é necessário mobilizar para cada item de análise.

Dia 130 – Terça-feira, 24 de maio de 2016

Hoje cheguei à IGEC às 10:05. Como ainda estou envolvida na elaboração do

capítulo, estive toda a manhã a fazer a descrição dos gráficos que ainda estão em falta.

Saí pelas 13:05.

Reflexão Pessoal

Faltam apenas três dias de estágio, pelo que prevejo acabar na segunda-feira ou

terça-feira a minha parte do trabalho com a conclusão dos aspetos a melhorar neste

modelo de AEE apresentados pelos avaliadores.

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Dia 131 – Quarta-feira, 25 de maio de 2016

Hoje cheguei à IGEC às 10:15 e estive a concluir a descrição dos últimos gráficos

do trabalho.

Falámos ainda com a Dr.ª L que nos disse que poderíamos entregar o capítulo do

relatório global depois da avaliação externa da Margarida que se realizará na primeira

semana de junho.

Saí pelas 13:10.

Reflexão Pessoal

Terminada a descrição dos gráficos, segunda-feira começo a análise dos vários

aspetos apontados pelos avaliadores, no que concerne aos aspetos a melhorar no modelo

de AEE.

Dia 132 – Segunda-feira, 30 de maio de 2016

Cheguei à IGEC pelas 10:10 e comecei logo a tratar de analisar as respostas dos

avaliadores em relação aos aspetos a melhorar no modelo de AEE. Para tal, procedi à

criação de uma grelha de análise de conteúdo, no sentido de categorizar as informações

contidas nas respostas destes intervenientes. Terminei a grelha, não conseguindo hoje

redigir o último ponto do capítulo.

Saí pelas 13:10.

Reflexão Pessoal

A grelha de análise de conteúdo foi uma estratégia que adotei para analisar a

quantidade de informação que possuía das respostas dos avaliadores. Considero que me

vai ajudar na elaboração da última parte do relatório global.

Dia 133 – Terça-feira, 31 de maio de 2016

Hoje cheguei à IGEC às 10:00. Tracei dois objetivos de trabalho para hoje: 1)

terminar a redação do capítulo da parte da manhã e 2) rever o capítulo e proceder aos

ajustes necessários da parte da tarde. Apesar da data de entrega não ser neste último dia

de estágio, quis deixar a minha parte do trabalho concluída. Por isso, durante a manhã,

estive concentrada a sintetizar a informação categorizada no documento criado

precedentemente e a redigir os pontos a melhorar no modelo de AEE, ao todo 11

aspetos. Da parte da tarde, estive a rever o documento elaborado e a retificar alguns

pontos do relatório.

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Saí pelas 16:30.

Reflexão Pessoal

Como último dia de estágio, cabe-me realizar um sucinto balanço do trabalho

desenvolvido na IGEC. Todas as tarefas desenvolvidas contribuíram, sem dúvida, para

o aprofundamento de conhecimentos e aquisição de competências que se revelarão, com

certeza, essenciais para o meu futuro profissional. Também a experiência de

acompanhar várias intervenções no terreno foi única e muito rica em contextos de

aprendizagem. Os coordenadores de estágio foram incansáveis durante o nosso percurso

na IGEC, num acompanhamento permanente e apoio notável em todas as atividades

realizadas na organização. Por último, destaco o todos os profissionais da IGEC com

quem tive o prazer de contactar e que contribuíram direta e/ou indiretamente para o meu

desenvolvimento pessoal e profissional.