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1 ACOMODAÇÃO DA PRODUÇÃO OLERÍCOLA NO BRASIL E EM SÃO PAULO, 1990- 2010 – Análise Prospectiva e Tendências 2015 Waldemar Pires de Camargo Filho 1 Felipe Pires de Camargo 2 1 – CENÁRIO E OBJETIVO A década de 1990 foi período de mudanças no setor produtivo olerícola, com inovações tecnológicas no cultivo, a formação do MERCOSUL e também nas necessidades e costumes dos consumidores brasileiros. Além disso, no Brasil ocorria expansão da fronteira de produção com mercado reorganizado. Esses acontecimentos impuseram necessidade de conversão nas diversas regiões para que o setor produtivo brasileiro pudesse competir no mercado. O objetivo do estudo é analisar a evolução do setor produtivo olerícola no Brasil e em São Paulo para os principais grupos de produtos no período 1990-2009, obtido por meio de revisão de literatura, e as razões para que as mudanças ocorressem. Serão apresentadas a área cultivada e a produção de hortaliças no estado de São Paulo no biênio 2008-2009. Serão analisadas as áreas cultivadas publicadas pelos projetos LUPAs, 1996 e 2008.Também serão apresentadas as ações de política agrícola discutidas nos fóruns competentes da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA) e no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) visando a organização das cadeias produtivas da olericultura. Baseado nessas informações será realizado prospecção para 2015 nos setores produtivos e de distribuição de hortaliças. 2 – METODOLOGIA O material consiste nas informações estatísticas de produção do IBGE (2009), da EMBRAPA Hortaliças (2009), do BANCO IEA (2009) e de informações obtidas por meio de revisão de literatura. Os dados do IEA foram provenientes de dois Levantamentos das Unidades de Produção Agropecuária (LUPAs), realizados pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) e pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), ambos pertencentes à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA). Os levantamentos consistiram no preenchimento de um questionário (ou ficha cadastral) mediante entrevista com o responsável pela unidade a ser levantada, realizada por técnicos e auxiliares técnicos da SAA. O primeiro LUPA 1 - Engenheiro Agrônomo, MS, Pesquisador Científico do Instituto de Economia Agrícola da Agência APTA, 2 - Engenheiro Agrônomo, Pesquisador Científico do Instituto de Economia Agrícola da Agência APTA,

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ACOMODAÇÃO DA PRODUÇÃO OLERÍCOLA NO BRASIL E EM SÃO PAULO, 1990-2010 – Análise Prospectiva e Tendências 2015

Waldemar Pires de Camargo Filho 1

Felipe Pires de Camargo 2 1 – CENÁRIO E OBJETIVO A década de 1990 foi período de mudanças no setor produtivo olerícola, com

inovações tecnológicas no cultivo, a formação do MERCOSUL e também nas necessidades e costumes dos consumidores brasileiros. Além disso, no Brasil ocorria expansão da fronteira de produção com mercado reorganizado. Esses acontecimentos impuseram necessidade de conversão nas diversas regiões para que o setor produtivo brasileiro pudesse competir no mercado.

O objetivo do estudo é analisar a evolução do setor produtivo olerícola no Brasil e em São Paulo para os principais grupos de produtos no período 1990-2009, obtido por meio de revisão de literatura, e as razões para que as mudanças ocorressem. Serão apresentadas a área cultivada e a produção de hortaliças no estado de São Paulo no biênio 2008-2009. Serão analisadas as áreas cultivadas publicadas pelos projetos LUPAs, 1996 e 2008.Também serão apresentadas as ações de política agrícola discutidas nos fóruns competentes da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA) e no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) visando a organização das cadeias produtivas da olericultura. Baseado nessas informações será realizado prospecção para 2015 nos setores produtivos e de distribuição de hortaliças.

2 – METODOLOGIA

O material consiste nas informações estatísticas de produção do IBGE (2009), da EMBRAPA Hortaliças (2009), do BANCO IEA (2009) e de informações obtidas por meio de revisão de literatura.

Os dados do IEA foram provenientes de dois Levantamentos das Unidades de Produção Agropecuária (LUPAs), realizados pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) e pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), ambos pertencentes à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA). Os levantamentos consistiram no preenchimento de um questionário (ou ficha cadastral) mediante entrevista com o responsável pela unidade a ser levantada, realizada por técnicos e auxiliares técnicos da SAA. O primeiro LUPA

1 - Engenheiro Agrônomo, MS, Pesquisador Científico do Instituto de Economia Agrícola da

Agência APTA, 2 - Engenheiro Agrônomo, Pesquisador Científico do Instituto de Economia Agrícola da Agência

APTA,

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teve como período de referência o ano agrícola de 1995/96 e o segundo foi realizado em 2007/2008. Os levantamentos cobriram todas as unidades de produção agropecuária de todos os 645 municípios paulistas, abrangendo todas as explorações vegetais e animais, exceto as atividades de extrativismo.

O controle da qualidade dos dados, bem como toda a análise estatística, foram realizados por pesquisadores científicos e auxiliares de pesquisa do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Informações Estatísticas do Agronegócio, do IEA/SAA. Os cálculos foram feitos utilizando o Statistical Analysis Software (SAS) (Torres et al., 2009).

Para o presente estudo, depois da coleta e organização das informações selecionadas, foram construídas tabelas comparativas entre os dois censos agrícolas, para a análise das culturas, com vistas à elaboração do perfil da produção olericola na agricultura paulista.

No projeto LUPA 1995/96 foram levantadas as áreas cultivadas por espécie, totalizando 195 culturas. Em 2007/08, o levantamento foi realizado por espécie e atividade, agregando pequenas áreas em grupos de culturas similares, perfazendo um total de 173 culturas e 18 atividades.

Para analisar a evolução da produção de alho o método foi conforme o procedimento descrito em Vera Filho & Tollini (1979), esta metodologia é a mesma adotada por Camargo et al. (2010). Considerando o período estudado para aplicação desse método, inicialmente são calculadas as taxas geométricas médias anuais de crescimento da área e da produção, obtidos por equação de regressão e pelo método dos mínimos quadrados ordinários de forma:

lny = a+bt sendo: lny = logaritmo natural da área ou da produção; t = variável tempo a e b = parâmetros da regressão. A vantagem deste método é que as taxas de crescimento das variáveis em

estudo mostram o comportamento do perfil produtivo no período. Em razão da produção ser resultado da área cultivada multiplicada pela produtividade é possível calcular a contribuição das variáveis para expansão. As estimativas das contribuições do aumento da área e do aumento da produtividade para o acréscimo da produção, que são dadas pelas fórmulas:

CA = (Ta/Tp) x 100 CP= (( Tp - Ta) / Tp) ) x 100 onde: CA = contribuição da área, CP = contribuição da produtividade. Ta = taxa geométrica média anual de crescimento da área. Tp = taxa geométrica média anual de crescimento da produção.

3 – CONTEXTOS OLERÍCOLAS NO BRASIL E EM SÃO PAULO

No ano de 2006 foram cultivados no Brasil cerca de 779 mil hectares com hortaliças e o volume total produzido foi de 17,2 milhões de toneladas. A produção de tomate para consumo in natura e uso industrial contribuiu com 20,5%, a batata com 18,0%, a cebola com 7,0%, a melancia com 10,0% e a cenoura com 4,4%. A quantidade total dessas olerícolas corresponde a mais de 60,0% do total nacional (Embrapa Hortaliças 2009).

No período 1996-2006, a área cultivada com hortaliças no Brasil aumentou 5,1%, e a produtividade 54,4% assim, a produção teve acréscimo de 62,7%. Dessa maneira, a área contribuiu em 8,2% para expansão da produção e a produtividade

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com 91,8%. A elaboração dos contextos brasileiro e paulista apresentado nas partes 3 e 4 foi baseado em (CAMARGO et al, 2010).

A população brasileira entre os anos de 1990 e 2006 aumentou em 25% e a produção de hortaliças em 110%, além do que houveram importações de cebola, batata, alho e de hortaliças processadas que foram intensificadas. Isto mostra o aumento de consumo dessas hortaliças com ênfase à diversificação e para os processados. O Plano Real para estabilização econômica, com inicio em 1994, foi fundamental para o aumento de consumo de alimentos no Brasil e este contribuiu para o aumento do consumo dos temperos (alho, cebola e tomate processado).

A cadeia produtiva de olerícolas, conforme sua similaridade na produção e comercialização pode ser dividida em quatro grupos. O primeiro grupo, formado por raízes, bulbos e tubérculos (com 11 produtos), é o de maior expressão no estado de São Paulo participou com 39,9% do total produzido. O segundo grupo, composto por legumes – frutos, também com 11 produtos, contribuiu com 36,9%, o terceiro grupo, com 7 hortaliças folhosas, teve participação de 15,7%, e o quarto grupo, formado por melancia, melão e morango representou 7,5%.

Analisando-se as taxas médias anuais de crescimento, entre os triênios inicial e final do período em análise, para cada cultura. Observa-se que apenas dez produtos: batata, mandioca, beterraba, inhame, cará, pimentão, berinjela, couve, escarola e acelga tiveram expansão de área cultivada, enquanto outras 13 culturas tiveram redução de produção, e apenas batata doce e morango tiveram decréscimo de produtividade, Tabela 1.

3.1 – Cenário da Produção Paulista de Hortaliças

Em razão das vantagens comparativas na produção regional de hortaliças no Brasil cada estado produtor teve acomodação diferenciada. O Estado de São Paulo por ser o principal mercado consumidor com olericultura diversificada, teve reorganização na produção e na comercialização.

No triênio 2005-2007, a área cultivada com 32 hortaliças de maior importância foi de 125 mil hectares, com produção de 3,48 milhões de toneladas. Essa quantidade representa 20,3% do total produzido no Brasil, sendo que os outros 22 cultivos participaram com 3,2% Comparando-se os anos de 1990 e 2006 a participação da produção paulista no total brasileiro diminuiu de 26,2% para 20,2%.

A tabela 2 apresenta a área e produção de hortaliças no Estado de São Paulo no biênio 2008-09.

No período compreendido entre 1996 e 2008 a retração da área com hortaliças foi de 48,0% considerando os 3 grupos. A área média cultivada por propriedade diminuiu 37,0% (Tabela 3). Análise da evolução da produção de hortaliças nesse período foi feita por Camargo et al (2010), que constataram o aumento médio de 26,5% na produtividade de 29 espécies olerícolas (somente 2 culturas tiveram diminuição de produtividade). Esses autores mostraram que esse setor de produção agrícola sofreu a concorrência dos produtos da Argentina e de outras regiões brasileiras, que aumentaram sua participação no mercado nacional. Assim, houve retração da área cultivada em São Paulo e, apesar disso, o Estado continua sendo o maior e mais diversificado produtor de hortaliças no Brasil. Os produtores investiram em aplicação de tecnologia nos tratos culturais e sementes para melhoria da produção.

A produção olerícola paulista concentra-se nos EDRs próximos à capital, que fazem parte do cinturão verde, e se estende pelas encostas das Serras do Mar e da Mantiqueira. A produção de hortaliças folhosas concentra-se nos Escritórios de Desenvolvimento Regional (EDR) de Mogi da Cruzes, Sorocaba, Campinas e

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Pindamonhangaba. A batata com três cultivos é importante na renda agrícola em cinco EDR’s: São João da Boa Vista, Itapetininga, Avaré, Itapeva e Sorocaba. A cebola com três cultivos é predominante nos EDR’s de São João da Boa Vista, Jaboticabal, Franca e Sorocaba. O cultivo de legumes-frutos está disperso nos EDR’s de Campinas, Itapeva, Bragança Paulista, São João da Boa Vista, Araçatuba, Marília e Mogi-Mirim. O tomate de mesa tem concentração de produção nos EDR’s de Itapeva, Campinas, Mogi-Mirim, São João da Boa Vista e Sorocaba. O tomate industrial é cultivado nos EDR’s de Araçatuba, Catanduva, Jaboticabal, Dracena e Barretos. (CAMARGO et al 2008a) Figura 1.

Figura 13 – Distribuição percentual da área cultivada de tomates de mesa e para indústria, por EDR no Estado de São

Paulo. No biênio 2009-10 a área média anual com tomate envarado foi de 8.000 ha e produção de 522.300 t e o tomate industrial com 3.940 ha e produção de 270.160 t

Fonte: Instituto de Economia Agrícola (IEA) e Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI).

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TABELA 1 - Acréscimos percentuais na área, produção e produtividade das principais hortaliças, Estado de São Paulo, entre as médias dos triênios inicial e final

Grupo de produtos Área Produção Produtividade

Raizes, bulbos e tubérculosBatata (3 safras) 10,0 22,6 11,5Cebola (mudas) 42,8 -23,2 34,3Cebola (bulbinhos) -52,0 36,3 37,3Mandioca de mesa 24,6 32,1 6,5Beterraba 38,8 62,5 17,1Cenoura -56,5 -55,3 2,7Batata doce -19,0 -26,1 -8,7Inhame 59,1 120,5 53,5Cará 33,2 51,2 13,5Mandioquinha -21,4 -11,4 60,8Alho -46,6 -56,7 31,8Legumes - frutosTomate (mesa) -21,9 -11,4 12,8Tomate (indústria) -8,7 21,2 31,7Abóbora -9,4 30,1 43,7Abobrinha -24,0 -4,0 26,3Milho verde -20,0 -5,0 18,7Pimentão 27,0 13,4 18,7Quiabo -22,0 -9,6 15,8Chuchu -20,0 20,7 20,2Berinjela -30,2 20,7 3,9Pepino -7,0 2,6 10,3Vagem -20,8 -4,7 20,2Frutas olerícolasMelancia -11,1 -6,8 17,5Morango -34,2 -44,6 -25,8Hortaliças folhosasRepolho 12,3 29,7 15,6Alfaces -13,4 35,9 56,2Acelga (couve chinesa) 28,4 164,4 28,1Brócolis 204,1 143,6 13,0Couve-flor -12,0 -18,7 55,2Couve-flor 41,6 99,3 40,8Escarola 17,0 77,3 51,4

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do período 1995-2007 Fonte: CAMARGO et al (2010)

TABELA 2 - Área, Produção e Produtividade Médias das Principais Hortaliças

no Estado de São Paulo em 2008-09 continua

Grupo de Produtos Área (ha) Produção (t) Produtividade

(kg/ha)

Raizes, Bulbos e Tubérculos

Batata das águas 10.640 229.835 21.601

Batata da seca 6.925 158.482 22.885

Batata de inverno 11.610 285.425 24.584

Batata (3 safras) 29.175 704.475 24.147

Batata doce 3.565 55.316 15.516

Cebola (mudas) 4.440 138.420 31.176

Cebola (bulbinhos) 1.100 25.450 23.136

Cebola (plantio direto) 1.234 55.139 44.683

Cebola (3 safras) 6.726 218.809 32.532

Mandioca de mesa 12.580 147.890 11.756

Beterraba 4.070 119.181 29.283

Cenoura 2.571 43.440 16.896

Inhame 614 11.907 19.393

Mandioquinha 463 8.159 17.622

Alho 58 359 6.190

Subtotal (13) 59.870 1.279.003

Legumes – Frutos

Tomate (mesa) 8.230 535.000 65.006

Tomate (indústria) 3.370 231.120 68.582

Aboboras 4.323 102.571 23.727

Abobrinhas 2.554 37.335 14.618

Moranga 203 3.926 19.340

Milho Verde 6.695 69.422 10.369

Pimentão 2.893 2.508 867

Quiabo 1.709 24.021 14.056

Chuchu 1.463 67.801 46.344

Berinjela 1.832 52.950 28.903

Pepino 1.235 56.248 45.545

Vagem 1.477 25.564 17.308

Jiló 1.064 252.885 237.674

Subtotal (13) 37.048 1.461.351 Fonte: IEA/CATI ANUÁRIOS, BANCO DE DADOS - www.iea.sp.gov.br

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7 TABELA 2 - Área, Produção e Produtividade Médias das Principais Hortaliças

no Estado de São Paulo em 2008-09

conclusão

Frutas Olerícolas e Outros

Melancia 7.609 239.326 31.453

Morango 487 16.859 34.618

Melão 218 5.065 23.234

Alcachofra 186 1.342 7.215

Gengibre 310 8.120 26.194

Cogumelo 117 34.830 29.769

Subtotal (6) 8.927 305.542

Folhosas, Flores e Condimentares

Repolho 8.650 33.025 3.818

Alfaces 7.349 138.723 18.876

Acelga (couve chinesa) 706 12.588 17.830

Brocolis 1.942 32.982 16.984

Couve-flor 1.962 33.810 17.232

Couve 1.929 55941 29.000

Escarola 1.048 11.804 11.263

Salsa 1.206 12.281 10.183

Cebolinha 1.575 6.164 3.914

Coentro 816 4.251 5.210

Agrião 704 7.817 11.104

Almeirão 1.082 18.960 17.523

Catalonha 551 10.265 18.630

Chicória 925 10.665 11.530

Espinafre 652 10.160 15.583

Subtotal (15) 31.097 399.436

Total Geral (47) 136.942 3.445.332 Fonte: IEA/CATI ANUÁRIOS, BANCO DE DADOS – www.iea.sp.gov.br

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8 Tabela 3 - Áreas Cultivadas e Áreas Médias(1) de Hortaliças no Estado de São Paulo, 1996 e 2008

(em hectare)

(continua)

Grupo Olerícola Áreas Cultivadas Áreas Medias

1996 2008 1996 2008

Raízes, Tubérculos e Bulbos

Batata- 3 cultivos 25.042 15.263

14,8 18,7

Cebola - 3 cultivos 12.460 5.894

5,9 5,4

Cenoura 11.250 2.766

5,4 2,6

Batata-Doce 9.581 4.188

7,2 6,0

Beterraba 6.547 2.784

3,9 2,3

Mandioquinha 1.208 547

2,8 2,5

Inhame 1.131 1.019

2,6 2,4

Cará 576 148

5,9 3,3

Alho 402 105

2,3 1,7

Sub Total 68.197 32.714

5,4 5,0

Legumes Frutos

Tomate (2) 15.599 6.130

4,7 2,85

Tomate Rasteiro - 1967

- 10,5

Abóbora (3) 12.082 5.228

4,0 2,0

Melancia 11.032 5.905

12,9 13,9

Pimentão 6.537 2.786

2,6 19,5

Quiabo 3.911 2.447

3,1 2,3

Feijão Vagem - 1.766

- 1,7

Milho Doce - 1.086 - 5,9

Berinjela 3.839 1.325

4,0 1,3

Jiló 2.599 1.047

3,5 1,4

Chuchu 1.955 1.627

3,3 2,5

Pepino 3.846 863

2,4 0,7

Morango 1.545 814

2,3 2,0

Ervilha 803 212

2,2 1,0

Bucha 2.202 309 43,2 4,2

Melão 367 53

4,5 2,4

Sub Total 66.317 33.565

7,2 4,6

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(1) Refere-se a área total dividido pelo número de unidade de produção agrícola (UPA)

(2) Em 1996 inclui tomate rasteiro, com área de 4.500 há, o restante é tomate envarado.

(3) Inclui abóboras, moranga e abrobrinha

Fonte: Coordenadoria de Asssistência Técnica Integral (CATI) e Instituto de Economia Agrícola (IEA). Projeto LUIPA 1995/96 e Projeto LUPA 2007/08. Ocupação do Solo na Agropecuária Paulista e a Composição da Produção Vegetal, 1996-2008

Tabela 3 - Áreas Cultivadas e Áreas Médias(1) de Hortaliças no Estado de São Paulo, 1996 e 2008

(em hectare)

(conclusão)

Grupo Olerícola Áreas Cultivadas Áreas Médias

1996 2008 1996 2008

Verduras

Repolho 11.539 5.908

4,2 2,8

Alface 11.145 9.934

3,0 2,7

Couve-Flor 7.219 2.512

5,0 2,3

Brócolis 5.609 3.159

3,8 1,8

Almeirão 3.253

3,2

Escarola 2.370

5,2

Acelga 2.175 841

4,8 2,0

Chicória 1.857 477

3,3 1,1

Espinafre 1.466 369

8,0 2,0

Rúcula 1.465

2,5

Catalonha 1.046

4,0

Sub Total 49.144 23.200

4,3 2,1

Condimentares e Outros

Salsa 3.361 4,5

Cebolinha 2.950 1.128 3,5 1,5

Coentro 2.511 5,5

Pimenta 991

2,6

Gengibre 323

310

3,0

2,0

Alcachofra 253

2,5

Cogumelo 232

2,0

Outros Olericolas

9.846 2,6

Sub Total 10.621 11284 3,4 2,0

Total Olerícolas 194.279 100.763 5,4 3,4

(1) Refere-se a área total dividido pelo número de unidade de produção agrícola (UPA)

Fonte: Coordenadoria de Asssistência Técnica Integral (CATI) e Instituto de Economia Agrícola (IEA).

Projeto LUPA 1995/96 e Projeto LUPA 2007/08. Ocupação do Solo na Agropecuária Paulista e a Composição

da Produção Vegetal, 1996-2008

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3.2 – Evolução da Produção e do Abastecimento de Alho no Brasil A evolução da produção da importação e a disponibilidade para consumo no

Brasil no período 1991-2009, apresentado a seguir foi baseado em (Camargo Filho & Alves, 2005) e atualizado com informações do (IBGE 2010) e do (MDIC-SECEX 2008) foi elaborada a Tabela 4. No primeiro quadriênio o consumo per capita era de 700 g / habitante, no quadriênio 1995-1998 subiu para 890 g / habitante, depois 1999-2002 passou a ser 950 g. e no quadriênio final, 1120 g.

Esses autores afirmam que o mercado de alho no Brasil evoluiu na década 1990, a quantidade consumida aumentou devido ao acréscimo de consumo de alimento com o Plano Real, após 1994 e também pela evolução da industrialização. Nesse estudo mostram que a disponibilidade de alho antes de 1990 era menor que 600 g/ hab / ano. Citando outros autores, mostram que para o abastecimento brasileiro antes de 1990 eram consumidas 130 mil toneladas de alho por ano e em meados da década de 1990 necessitava de 160 a 170 mil toneladas anualmente, sendo que 15,0% da produção deveriam ser reservadas para semente.

No período 1995-2009, considerando os sestênios inicial e final, percebe-se que a importação cresceu 38,2% e a participação da produção brasileira no abastecimento foi estável. No período 2004-2009 a quantidade média anual importada foi de 130.900 toneladas. O alho argentino participou com 46,4% do total, o alho chinês com 51,306% e de outras procedências foram: Chile, México, (MDIC/SECEX apud AGRIANUAL 2011). A China no período 2000-2008, considerando como base a média dos dois primeiros anos, esse País aumentou em 80,0% suas exportações anuais e o Brasil foi um dos principais compradores de alho chinês, CAMARGO FILHO et al. (2011).

TABELA 4 - Abastecimento Brasileiro de Alho, Produção¹, Importação, 1991-2009

Produção Importação Total Participação(t) (A) (t) (B) (t) (C) (%) (A/C) Período

1991-94 71.139 37.478 108.617 65,5 1995 50.164 85.100 135.264 36,7 1996 44.204 101.035 145.239 30,4 1997 51.637 99.427 151.064 34,2 1998 56.934 103.960 150.894 30,6 1999 59.319 93.378 152.697 38,7 2000 71.520 88.897 160.207 49,2 2001 86.129 77.827 163.956 52,5 2002 97.271 79.334 176.605 54,9 2003 104.635 91.565 196.199 53,3 2004 72.760 101.189 173.949 45,8 2005 73.270 132.581 205.851 35,6 2006 74.588 121.059 195.647 38,2 2007 84.856 133.095 217.951 38,7 2008 77.903 144.811 223.714 35,1 2009 72.528 151.720 224.245 31,9

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11 ¹ Para o calculo de consumo considerou-se 85% da produção total brasileira

(15% como reserva de semente). Fonte: CAMARGO FILHO et al. 2011, MDIC-SECEX 2009 e IBGE 2009

3.2.1 - Cenário da Produção de Alho no Brasil

A produção de alho no Brasil no período 1990-2010 teve taxa de crescimento de 1,6% ao ano. No sestênio 1995-2000, primeira fase do plano econômico, quando o Real era fortalecido, houve diminuição da produção em 24,2%, no entanto no sub-período 2000-2004 houve recuperação na produção e a partir de 2005 a produção nacional teve maior concorrência dos bulbos importados (China e Argentina), assim participação da produção nacional sobre o consumo ficou menor que 40,0%.

O cultivo de alho no Brasil se acomodou nas regiões com possibilidade de maior uso tecnológico para o aumento da produtividade. A área cultivada sempre diminuiu no período considerado e a taxa foi 2,85% negativa ao ano (redução de 35,3% entre quinquênios inicial e final) enquanto que a produtividade sempre se expandiu com taxa de 4,57% ano (78,% maior entre quinquênios do inicio e do final do período analisado). Dessa maneira, a contribuição da área para expansão da produção foi negativa (-178,12%) enquanto a produtividade contribuiu positivamente (278,12%) compensando a redução de área. Observar que a soma das duas contribuições é 100.

O Censo Agropecuário do Brasil 1995-1996 realizado pelo IBGE (1998)

mostra a participação dos estados na produção nacional: Santa Catarina foi o Estado maior produtor com 28,0% de participação, seguido de Rio Grande do Sul, Goiás, Minas Gerais e Bahia (Figura 2).

Goiás14%

Minas Gerais13%

Outros15%

Bahia6%

Santa Catarina28%

Rio Grande do Sul24%

Figura 2 - Distribuição Geográfica da Produção de Alho por Estado no Brasil,

1995-96 Fonte: Censo Agropecuário do Brasil, 1995-96. Elaborado pelos autores

Devido a evolução tecnológica no setor produtivo e as influências do mercado de alho globalizado, a produção de alho no Brasil sofreu alterações, considerando o período 1995-2007. A distribuição geográfica do cultivo no biênio 2006-2007 teve como principal Estado produtor Minas Gerais com 29,0% de participação, seguido de Rio Grande do Sul, Goiás, Santa Catarina e Bahia. (Figura 3).

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12

Outros7%

Bahia9%

Goiás16%

Minas Gerais29%

Rio Grande do Sul25%

Santa Catarina14%

Figura 3 - Distribuição Estadual da Produção de Alho no Brasil, 2006-2007 Fonte: IBGE-Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, jan 2007.

A região Sul, produziu mais de 50,0% da produção na década de 1990 e em 2006-2007 teve a concorrência dos Estados do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. No Estado de São Paulo a área cultivada de alho tem pouca expressão econômica.

3.3 - Evolução da Produção e Regionalização de Batata no Brasil

De acordo com o Censo Agropecuário do Brasil (1998), o cultivo de batata em 1995-96 ocorria em três épocas distintas: a primeira safra do ano agrícola (agosto a julho) denominada “das águas”, com o plantio realizado no trimestre agosto-outubro e a colheita em novembro-janeiro, foi a maior e produziu 58,0% do total anual. A Região Sul foi responsável por 53,0% da quantidade de batata nesta safra e a região Sudeste contribuiu com 43,0%. A segunda safra (“da seca”) tem o plantio realizado no trimestre novembro-janeiro e participou com 27,0 % do total nacional. Nessa safra, os maiores percentuais foram da região Sul com 51,0% e da Sudeste com 45,6%. A terceira safra (“de inverno”), que contribuiu com 15,0% do total, tem o plantio realizado no trimestre abril-maio e colheita em setembro-outubro, e foi produzida apenas em São Paulo e Minas Gerais.

No período 1996-2007, a cultura de batata teve avanços significativos e as taxas de crescimento anuais foram negativas para a área (-2,04%) e positiva para a produtividade (4,4%), resultando em acréscimo anual médio de 2,27%. Assim, a produção apenas aumentou em razão da produtividade, que contribuiu com 189,87%, compensando o recuo da área plantada (CAMARGO FILHO et al, 2008a).

Com esse aumento, a produção média da primeira safra no biênio 2006-07 foi de 1.368 milhões de toneladas, participando com 43,7% do total. As regiões Sudeste e Sul contribuíram com metade cada uma. Observa-se, assim, que houve retração na produção dessa safra (era 58,0%). O segundo plantio, da seca, contribuiu com 31,0% da produção média do biênio citado, com 962 mil t/ano. As regiões Sul e Sudeste participaram com 81,0% da safra da seca. Nesse período desenvolveu-se a produção nordestina, que contribuiu com o restante (19,0%) devido à expansão da produção da Bahia (171.400 toneladas e produtividade de 32.500 kg/ha). A produção da safra de inverno (terceira safra) foi de 796,9 mil toneladas de tubérculos e correspondeu a 25,5% do volume total de batata. Neste tipo de cultivo, São Paulo contribuiu com 43,0%, Minas Gerais com 34,0% e Goiás com 23,0%, conforme informações do (IBGE (2007).

Nos Estados de São Paulo e de Minas Gerais são cultivadas três safras de batata: das águas, da seca e de inverno. O Estado de Minas Gerais é o maior produtor nacional, com 33,4% do total produzido no País; São Paulo participou com

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21,7%. A produção paulista em 2007 foi de 739.270 toneladas, colhidas em área de 28.190 hectares. O cultivo de inverno representou 50,0% da produção e seu cultivo concentrou-se na região (Escritório de Desenvolvimento Rural - EDR) de São João da Boa Vista e os outros dois cultivos (das águas e da seca) predominaram nos EDRs de Itapetininga, Itapeva e Avaré.

No período em análise (1995-2007), a área total dos três cultivos aumentou 10,0% e a produtividade 11,5%, o que permitiu o aumento de 22,6% da produção. A contribuição da área para expansão da produção foi de 49,25% e da produtividade de 50,75%.

No biênio 2008-09 a produção total de batata foi de 3,55 milhões de toneladas por ano, com produtividade de 25 toneladas por hectare. A região Sudeste participou com 53,4% do total, a Sul 32,3%, a Nordeste 8,3% e a Centro-Oeste 6,3%

A alteração de participação no abastecimento brasileiro ocorreu devido à melhoria da tecnologia de produção e também pela presença de áreas novas em Goiás (na segunda safra) e na Bahia (na terceira safra), que apresentam menores custos de produção, clima mais estável e uso da irrigação.

Em razão da batata semente ser um clone sofre contaminação por vírus degenerando o produto, a resistência a pragas e doenças e variável. Está característica exigiu que o Brasil desenvolvesse atividade integrada no setor produtivo com a pesquisa e o governo para multiplicação dos tubérculos sementes que abastecem a produção da batata comercial utilizando técnicas de multiplicação e controle em laboratórios para que depois o produto limpo chegue ao campo para multiplicação.

As batatas sementes são importadas regularmente e anualmente para teste de cultivares e multiplicação de tubérculos. Os principais abastecedores são: Holanda, Alemanha e após a década de 1990 apareceram Chile, Canadá, Argentina e outros países contém menor expressão (França, Reino Unido e outros). A Holanda tornou-se especialista na produção de batata semente e as variedades nobres, aptas para fritura, que tem maior valor, são na maioria oriundas daquele País. Essas cultivares possuem o “olho” raso (gema de onde sai o broto), por isso são chamadas de lisas. As variedades alemãs são mais rústicas, com olho profundo e são chamadas comuns e possui pouca aptidão para fritura.

Diante desse contexto existe uma cesta de variedade à disposição no mercado que varia durante as décadas. A variedade mais longeva e famosa foi a Bintje (holandesa) lisa e apta a fritura e com bom rendimento para fritas. Nas décadas de 1970 e 1980 além da Bintje haviam as cultivares: Patrones Radosa, Delta e Áquila. Na década de 1990 predominaram no mercado além da Bintje a Achat, Baraka e Monalisa. Em 2010 foram Ágata, Cupido, Asterix, Atlantic, Mondial, Markies, BATATA SHOW (2010).

Em média a importação anual de batata semente feita pelo Brasil no período 2005-09 foi 3.116t e as principais procedências foram 52% da Holanda e 24% do Chile e Argentina. Quanto a importação de batata para consumo os principais produtos são as batatas congeladas pré-fritas e pouco frescas ou refrigeradas. No período 2005-09 a quantidade média importada foi 6.345t/ano, o principal país fornecedor foi à Argentina. No entanto a quantidade importada é variável, porque o Brasil tem expandido o processamento de batata (AGRIANUAL, 2011)

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14 3.4 - Evolução da Produção e do Abastecimento de Cebola no Brasil

O abastecimento do mercado brasileiro com cebola, no período 1990-2008, foi realizado com produção das regiões Sul, Sudeste e Nordeste, tendo participação da Argentina (MERCOSUL) A análise da produção de cebola no período 1990-2007, foi feita por Camargo et al (2008c), subdividindo o período em dois subperíodos: 1990-99 e 2000-07. No primeiro, havia equiparação do real com o dólar. A importação teve crescimento anual de 33,6% e a produção brasileira aumentou 0,30% ao ano, enquanto a área cultivada teve retração de 1,64% e a produtividade aumentou em 1,27%. No segundo período, a importação cresceu 12,37% ao ano, a produtividade 3,10% e a área diminuiu 2,44%. Com a desvalorização do Real, houve retração da quantidade importada, para em seguida, entrar em ascensão. A tabela 5 mostra a produção e a quantidade importada pelo Brasil (CAMARGO et al, 2006b).

Na década 1990-99 a participação da produção brasileira no abastecimento foi de 71,0% do mercado nacional e o restante foi suprido com importação de bulbos da Argentina. Na década 2000-09 a participação da importação diminuiu para 27,0% e a produção nacional teve crescimento de 31,6%.

Diante desse contexto, o setor produtivo de cebola no Brasil teve avanços para melhorar a produção e competir com os bulbos importados. Em todo o país os cultivos foram melhorados com utilização de novas variedades e híbridos, houve intensificação dos tratos culturais com insumos modernos e difusão da irrigação. Nos casos de São Paulo e Goiás, além dessa incorporação tecnológica, também teve ampliado o plantio direto ou na palha. No período 1990-05, a área cultivada no Brasil reduziu-se em 0,85% ao ano, a produtividade foi acrescida em 66,5%, resultando em aumento médio anual de produção de 0,76%. Assim, a produtividade contribuiu com 211,7%, compensando a diminuição da área (CAMARGO FILHO et al, 2008b).

Em 2008-09 a produção brasileira cebola foi de 1,33 milhão de toneladas por ano. A região Sul contribuiu com 52,0% no abastecimento, (Santa Catarina 20,0%, Rio Grande do Sul 12,0% e Paraná 8,8%), a região Nordeste participou com 26,0% (Bahia 17,6% e Pernambuco 8,7%) e a Sudeste com 22,0% (São Paulo 14,0% e Minas Gerais 7,0%). A importação média anual foi de 189,4 mil toneladas por ano, correspondendo a cerca de 14,0% do total consumido, tendo em vista que o Brasil consumiu cerca de 110 mil toneladas por mês (em nível de mercado atacadista).

A produção de cebola no Estado de São Paulo localiza-se nos EDRs de São João da Boa Vista, Jaboticabal e Sorocaba. A cultura da cebola cedeu espaço para outras atividades, com diminuição do cultivo de bulbinhos em 52,2%, no período 1995-2007. A cebola de muda também teve diminuição da área plantada, enquanto a cebola em plantio direto teve aumento. Todos os três cultivos apresentaram aumentos de produtividade, contribuindo para o crescimento da produção do cultivo: bulbinhos (52,0%) e a cebola de muda (84,5%).

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15 Tabela 5 - Evolução da área cultivada, produção e quantidade importada de

cebola pelo Brasil, 1990-2009 Ano Área Produtividade Produção Importação (ha) (kg / ha) (t) (t) 1990 74.646 11.643 869.067 9143 1991 76.666 11.579 887.728 58.831 1992 76.289 11.744 895.951 96.060 1993 71.910 12.915 928.704 87.791 1994 81.638 12.495 1.020.035 137.576 1995 74.676 12.595 940.537 392.384 1996 69.838 12.853 897.643 239.697 1997 67.763 13.003 881.134 221.717 1998 67.745 12.373 838.232 254.587 1999 66.169 14.941 988.658 220.000 Média 69.238 13.153 909.140 265.677 2000 66.505 17.387 1.156.332 75.000 2001 63.929 16.430 1.050.348 105.239 2002 68.869 17.746 1.222.124 111.523 2003 68.790 17.878 1.229.848 172.675 2004 58.361 19.835 1.157.562 182.336 2005 58.388 19.485 1.137.684 169.518 2006 57.209 20.530 1.174.746 198.783 2007 62.885 21.000 1.312.020 157.153 2008 63.639 20.425 1.299.815 200.658 2009 63.964 22.110 1.412.938 178.176 Média 62.784 19.060 1.196.630 151.857 Fonte: CAMARGO FILHO et al 2008b, MDIC-SECEX 2009 e IBGE 2009 3.5 - Evolução da Produção de Cenoura no Brasil

No Brasil, em 1990, foram cultivados 13.549 hectares com cenoura, com produção de 290,91 mil toneladas. A produção de cenoura paulista teve área de 4,98 mil hectares e quantidade de 135,48 mil toneladas, representando 47,0% do total brasileiro, (EMBRAPA, 2009). Segundo o Censo Agropecuário do Brasil, 1995-96 (1998), havia 409.436 produtores de cenoura, que comercializaram 432.964 toneladas, tendo cada horticultor comercializado em média 1.058 kg. A região Sudeste foi a maior produtora com 49,5% (Minas Gerais, 27,9% e São Paulo 15,9%). A região Nordeste contribuiu com 23,5% (Bahia, 13,6%). A região Sul produziu 21,2% e o Centro-Oeste, 5,8%.

No período 1990-2006 a produção brasileira de cenoura evoluiu de 290,9 mil em 1990 toneladas para 750,0 mil em 2006, crescendo 6,95% ao ano. A taxa de crescimento da produtividade foi 1,64% e a da área 5,23%. A contribuição da área para o crescimento da produção foi de 75,19% e da produtividade 24,81%. A participação de São Paulo na produção nacional no triênio 2004-2006 foi de 13,3% e de Minas Gerais foi de 34,0% (CAMARGO FILHO et al, 2008c).

Os principais EDRs produtores de cenoura são Sorocaba e São João da Boa Vista. No período em análise, a contribuição da área foi negativa (102,1%) e da produtividade foi positiva (2,1%).

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16 3.6 - Batata Doce

No Brasil, no período 1995-96 a 2005-06, houve diminuição de área de batata doce de 39,0% e de produção de 21,2%, enquanto a produtividade aumentou 47,6%. Em São Paulo ocorreu diminuição nas três variáveis analisadas, mas a maior queda foi a da área plantada. Em 2006, a produção do Estado de São Paulo correspondeu cerca de 10,6% do Brasil e a área, 8,1%. O principal pólo produtor é o EDR de Presidente Prudente (seis municípios), com 33,3% da área estadual.

3.7 - Contexto Produtivo de Tomate no Brasil

O tomate é um dos produtos olerícolas mais consumidos no mundo, tanto fresco ou como processado, juntamente com a batata, a cebola e o alho. Para o tomate industrial e a produção é realizada com preços previamente acordados em contratos entre produtores e industriais, enquanto que para o tomate para mesa o mercado é livre, com forte estacionalidade de preços e quantidades. Os canais principais de distribuição no Brasil são os entrepostos normatizados e as redes varejistas (CAMARGO et al, 2006b).

No biênio 2008-09 a produção brasileira de tomate foi de 4,07 milhões de toneladas por ano, quando o tomate industrial participou com 37,4% da produção.

O grupo dos legumes-frutos teve decréscimo de área no período em análise, à exceção de pimentão e berinjela que expandiram a área cultivada (Tabela 3). A produtividade aumentou em diferentes níveis para todos os produtos, com destaque para as abóboras, que cresceram 43,7%. Dessa maneira, a contribuição da área para expansão da produção foi sempre negativa e da produtividade foi positiva, compensando o recuo da área.

3.8-Tomate de Mesa

A produção média anual de tomate para mesa, no biênio 2005-2006, foi de 2,14 milhões de toneladas. A Região Sudeste contribuiu com 57,0%, produzidas em São Paulo (24,0%), Minas Gerais (13,0%) e Rio de Janeiro (10,0%). A Região Sul (que não produz tomate destinado à indústria) participou com 18,0% (Paraná, 9,0%; Santa Catarina, 5,0% e Rio Grande do Sul, 4,0%). A Região Nordeste foi responsável por 23,0% e o restante da produção brasileira (12,0%) distribuiu-se em outros estados (Figura 4).

Figura 4- Participação Percentual dos Estados na Produção de Tomate para Mesa no Brasil, 2006 Fonte: IBGE (2007); EMBRAPA (2009). Elaborada pelos autores.

No Estado de São Paulo, a produção de tomate para mesa é cultivada com

tutoramento (envarado ou estaqueado) e ocorrem nas regiões das Serras do Mar e da Mantiqueira e no planalto, próximos à região metropolitana. As plantações de tomate cultivado para uso industrial (sem estaqueamento, com crescimento rasteiro da planta), são desenvolvidas ao norte e noroeste do estado, regiões livres de

São Paulo 24%

Rio Grande do Sul4%

Santa Catarina5%

Paraná9% Rio de Janeiro

10%

Minas Gerais13%

Nordeste23%

Outros12%

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geadas e próximas aos pólos industriais de Araçatuba, Jaboticabal e Presidente Prudente. A produção de tomate para mesa no Brasil, no período 1996-2006, aumentou em 2,54% ao ano, a área anual em 0,92% e a produtividade em 1,6%. Com isso, a contribuição da produtividade foi 63,78% e da área 36,22% para expansão da produção. Nesse período a produtividade aumentou cerca de 31,0%, mostrando o efeito da adoção tecnológica na produção (CAMARGO et al, 2008b).

A evolução do cultivo de tomate para mesa no Brasil, no período 1990-2006, respondeu positivamente aos investimentos em pesquisa. Assim, essa hortaliça continuou tendo a maior participação estadual no cenário nacional, apesar do aumento significativo da produção de tomate industrial no Brasil. Os Estados de São Paulo e de Minas Gerais continuaram líderes na produção desse legume para consumo in natura.

No Estado de São Paulo, no período 1995-2007, o cultivo de tomate para mesa teve redução da área plantada, de 21,4%, e da produção (11,4%). Dessa forma, a contribuição da área foi negativa e a produtividade contribuiu positivamente com 88,0%.

3.9 - Tomate Industrial

A área cultivada com tomate industrial foi de 18.921 hectares, produção de 1,52 milhão de toneladas (produtividade 81 toneladas por hectare), produzido em Goiás, 80,0%, São Paulo contribuiu com 16,0% e Minas Gerais 4,0% (Figura 5).

A contribuição da área e da produtividade para expansão da produção do tomate industrial no Brasil foi estudada por Camargo et al, 2010). No período 1990-2009, na região do cerrado (Goiás e Minas Gerais) teve desenvolvimento significativo da produção, com aumento da produtividade e da área cultivada de

Minas Gerais 4%

São Paulo 16%

Goiás 80%

Figura 5 - Distribuição Geográfica da Produção de Tomate Industrial no Brasil, 2008

Fonte: Indústrias Processadoras, EMBRAPA, EMATER-MG, IEA-CATI,

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5,6% cada uma. As contribuições para a expansão da produção foram de 52,05% para a produtividade e 47,95% para a área (CAMARGO et al, 2010).

Esse crescimento do cultivo na região deveu-se ao melhor uso de técnicas agronômicas no cerrado, como irrigação e sementes híbridas. Com produção terceirizada de mudas, entre outras técnicas. Simultaneamente houve o deslocamento do pólo industrial do Nordeste e de parte do Sudeste para Goiás.

O tomate industrial também teve redução na área cultivada, mas aumentou a produção, resultado do aumento da produtividade, que contribuiu com 141,3%.

3.10 - Produção de Melancia, Morango e Melão

Em 2007 a produção brasileira de melancia foi de 2,09 milhões de toneladas cultivadas em 96,5 mil hectares, sendo que a região Sul participou com 35,0%, a Nordeste com 26,7%, a Sudeste com 11,8%, a Centro-Oeste com 13,7% e a Norte com 12,8%. No período 1995-2006, a produção aumentou em 130,0%, resultado do acréscimo da área cultivada, que contribuiu com 44,3% e da produtividade, com 55,7%.

O cultivo de melancia no Estado de São Paulo ocorre nos EDRs de Presidente Prudente, Marília, Itapetininga, Tupã e Itapeva, que detêm 60,0% da área total. A produção, no período analisado, diminuiu em 11,1%, a área cultivada em 6,8% a produtividade aumentou 17,5%, contribuindo com 102,5% para a expansão da produção.

Em 2007, os principais municípios produtores de morango, por ordem de importância, foram: Atibaia, Jarinú, Jundiaí, Piedade e Itupeva, os quais fazem parte do cinturão verde da Capital paulista. No período estudado, a contribuição da área cultivada com este olerícola foi negativa (76,7%) para expansão da produção e a produtividade contribuiu positivamente, compensando em parte a redução de área.

A cultura de melão teve desempenho semelhante aos seus congêneres e têm pouca importância econômica em São Paulo.

Na análise das contribuições de área e de produtividade para expansão da produção no período estudado, verificou-se que a produtividade sempre contribuiu positivamente nos dois primeiros grupos, compensando a redução de área, que foi sempre negativa. As folhosas tiveram contribuições positivas da área e da produtividade para expansão da produção. Esse grupo de hortaliças não sofre concorrência com outros Estados. No caso da alface e do repolho, parte da produção, especialmente a de Moji das Cruzes, é enviada ao Rio de Janeiro. As alfaces e a escarola tiveram redução de área e apenas a couve-flor teve redução de produção. A expansão da produção nesse grupo teve contribuições da área e a produtividade em diferentes níveis para cada produto, (CAMARGO et al, 2010).

A Tabela 2 mostra a média de área e produção de 47 espécies olerícolas em 2007-08 no Estado de São Paulo.

Confrontando-se as informações de área cultivada de hortaliças (Tabela 3) apuradas pelos Censos (Lupas) 1996 e 2008 observa-se que a área total diminui 51,9%. O grupo de raízes, bulbos e tubérculos teve redução de 52,0%, para legumes-frutos a área diminuiu 50,2%, as verduras tiveram seu cultivo reduzido em 53,0% da área, enquanto as hortaliças condimentares e outras tiveram expansão de 6,2% na área cultivada.

4- Considerações sobre a acomodação de cultivos

A evolução da produção no Brasil dos principais olerícolas estudados (alho, batata, cebola, cenoura, melancia e tomate) envolveu a acomodação e melhoria dos cultivos em algumas regiões e estados, em detrimento de São Paulo. Essa alteração

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proporcionou à produção nacional expansão da área e melhoria da produtividade, com épocas de cultivo mais bem distribuídas durante o ano. Na maioria dos cultivos houve expansão de produção no País.

Houve diminuição de 0,5% na área total das 32 hortaliças analisadas no Estado de São Paulo, no período 1995-2007, sendo que a produtividade média aumentou 21,4% e apenas 13 olerícolas tiveram redução de produção. As alterações nas quantidades produzidas foram diferenciadas por grupo. Analisando-se os principais produtos do grupo de raízes, bulbos e tubérculos (batata, cebola e cenoura), observou-se que cebola e cenoura tiveram retração de área e aumento de produtividade e somente a batata teve acréscimo de produção. Outro grupo, de legumes – frutos, que tem o tomate de mesa e para indústria como principais produtos mantiveram sua importância devido ao aumento da produtividade que compensou a redução de área. O grupo das frutas olerícolas (melão, melancia e morango) teve contribuição negativa da produtividade. No grupo de hortaliças folhosas as alfaces e a escarola tiveram redução de área e apenas a couve-flor apresentou redução na produção. Esse grupo sofre pouca concorrência com outros estados e o entrave maior, além dos preços, é o cenário produtivo que se localiza no cinturão verde da capital paulista e exige o aumento da área cultivada por olericultor, para conseguir aumento de escala e diminuição de custo de produção para continuar no mercado. Dessa maneira, houve exclusão dos menores horticultores que não conseguiram escalas, tampouco se associaram para melhorarem sua condição de barganha nas negociações com os agentes de supermercados e do mercado atacadista.

5 – Ações do Poder Público de Apoio à Produção de Hortaliças

A legislação e ações dos governos: federal, estadual e municipal são diferenciadas. Cabe a federação aprovar as leis e os estados e municípios devem orientar e fiscalizar sua execução.

As instituições de ensino superior, pesquisa, extensão e as associações de classe têm procurado desenvolver atividades para estimular o cultivo e o consumo de hortaliças no Brasil, mas ainda é escassa se comparado as atividades da década de 1980.

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) do Estado com suas instituições de pesquisa, de extensão e da defesa agropecuária possui atividades para dar suporte técnico à atividade. A SAA também tem as Comissões Técnicas de: Batata e Olericultura, composta por pesquisadores e técnicos das instituições e as Câmaras Setoriais de: Batata, Hortaliças, Cebola e Alho.

Os assuntos debatidos nas Câmaras Setoriais visão a organização do setor produtivo em nível estadual e municipal, além de representação na federação. Foi discutida a lei da cobrança da água na agricultura e sua outorga pelo Estado, que exige diversos procedimentos e custos. Em virtude da exigência a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) existem ações no sentido de treinar operadores na aplicação de defensivos além de visar o uso racional e restrito. Em razão disso surgem ações recorrentes. Outros assunto já discutidos e implementados foram a classificação e a comercialização de hortaliças e a promoção do processamento e modernização da distribuição na cadeia produtiva.

O projeto Produção Integrada de Frutas - PIF é promovido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, com o apoio da EMBRAPA. Até 2009 foram abrangidas 19 culturas, no Vale do Rio São Francisco, região Nordeste do Brasil, 26% da área cultivada com videira e 35% de manga fazem parte do PIF. Em Santa Catarina 60% da produção de maçã é integrada ao programa, o que fez

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reduzir em 90% o uso de fungicida no período 1999-2002. Esta prevista a instalação da produção integrada para batata em 2010, (ABASTECER 2010). Em São Paulo foi instalada a produção integrada para o morango (PIMO) que é o maior produto brasileiro com cerca de 400 produtores. No entanto a produção integrada tem menos que uma dezena de adeptos.

O MAPA tem interesse em atuar no Estado de São Paulo com produção integrada de hortaliças folhosas. No entanto os recursos financeiros e humanos são escassos e as ações tímidas, resultado da forma de concepção do projeto que são pontuais, porque a adesão é voluntária. Dessa maneira a abrangência desse projeto no Estado de São Paulo diante da grandeza do setor produtivo e do mercado em que está inserido deixa a desejar, não resolve o gargalo de produção a que se propõe. Como resolver o impasse?

As Secretarias de Agricultura e Abastecimento (SAA) e do Meio Ambiente (SMA) poderiam cooperar via convênio nessa empreitada, para que a abordagem junto aos produtores e prefeituras fosse mais incisiva e assim conseguisse maior número de adeptos que representasse ações regionais. Nesse sentido é fundamental que a proposta de produção integrada de hortaliças folhosas seja apresentada aos gerenciadores do projeto microbacias hidrográficas II a ser implementada em 2011, como uma prática com assistência técnica integrada.

Justificativa: O Estado é o maior produtor de hortaliças no Brasil e abastece o mercado do Sudeste brasileiro. A produção de hortaliças é realizada em mais de 100 mil hectares/ano, sendo que as raízes, bulbos e tubérculos participam com 31% os legumes frutos (32%) e as hortaliças folhosas e condimentos 33% (34.500 há em 2008).

A produção de hortaliças predomina no cinturão verde da capital e se estende pelos Vales do Rio Paraíba do Sul e do Ribeira do Iguape, nas encostas das Serras do Mar e da Mantiqueira e no planalto num raio cerca de 250 km da capital. Nessa região reside a maioria da população paulista (41,25 milhões de habitantes em 2010), onde existem chácaras de lazer, ecoturismo, represas para o abastecimento de água à população e outras atividades. Assim a produção de hortaliças folhosas é a mais importante produção agrícola periurbana dessa região pelo número de famílias envolvidas, necessitando de organização de sua produção do ponto de vista ambiental, social, econômico envolvendo a saúde e segurança alimentar.

5.1- Análise Prospectiva 2015

A análise prospectiva para o setor de produção e da comercialização de hortaliças remete à continuidade do que já está ocorrendo porque o mercado é dinâmico. Os governos estaduais e municipais devem apoiar todas as medidas que visam a organização do setor regionalmente. Já existe crescimento dos cinturões verdes nas pequenas e médias cidades do interno do Estado. São produtores independentes e/ou em associações que devem ter o apoio público municipal para o correto uso do solo e a distribuição de água. Isto exige a reorganização das microbacias para coleta de água para uso industrial, doméstico e na agricultura. Os setores de hortaliças e de a aquicultura tem papel fundamental na organização da produção, distribuição e uso sustentável desse recurso natural.

5.2.- Organização do Território Rural no Estado e Boas Práticas Agrícolas “A sustentabilidade na agropecuária depende de quatro dimensões: Ambiental,

Social, Econômica e Tecnológica. As boas práticas agropecuárias são um conjunto de princípios, normas e técnicas que, aplicadas sistematicamente em uma propriedade agrícola, têm como resultado aumento da produção de alimentos e

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produtos agrícolas mais seguros e saudáveis (BOAS PRÁTICAS AGROPECUÁRIA, 2010) 3“ .

As atividades das cadeias produtivas de matérias primas e/ou alimentos no meio rural utilizam recursos naturais, são complexas e utilizam: fatores de produção (capital e máquinas); insumos (adubos, corretivos, fertilizantes e defensivos) mão de obra (gerenciamento e operações), tecnologia e informação do mercado e das leis que regulam a produção. No mercado atual (nacional e para exportação) exige certificação para mostrar a transparência das operações e respeito às normas ambientais, sociais e econômicas. Exemplo disso é a produção integrada de frutas e hortaliças promovida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA nos estados. É um projeto que exige dos produtores organização e planejamento da produção, respeitando os usos dos recursos naturais e dos insumos. Com isso conseguirão certificado de produção controlada que assegura a qualidade do produto e a colocação na rede varejista.

No entanto outras medidas de política agrícola devem ser elaboradas visando a sustentabilidade regional no País.

As atividades agropecuárias e florestais no Brasil evoluíram no setor produtivo, no processamento e na distribuição, ampliando o número de produtos agregando valor num mercado em expansão. No setor produtivo o País em suas 5 regiões geográficas possui as bases necessárias de suporte para o desenvolvimento da agricultura: condições climáticas, tecnologia adaptada regionalmente e disponibilidade de material genéticos para produção animal e vegetal.

Com isso é preciso que haja vontade política e organizacional dos governos estadual e municipal em transferir tecnologia ao setor produtivo para que a sociedade usufrua dos conhecimentos acumulados em 40 anos de pesquisa, extensão e em trabalhos direcionados ao produtor rural.

O projeto Microbacias Hidrográfica II coordenado pela CATI, foi desenvolvido no Estado de São Paulo até 2010. A partir de 2011 será de responsabilidade da Secretaria do Meio Ambiente e tem suporte financeiro de 130 milhões de dólares, proveniente 60% do Banco Mundial e 40% do governo paulista. Existem algumas diretrizes prioritárias para o ano: 55% dos 645 municípios deverão intensificar as práticas conservacionistas de solo, principalmente aqueles do oeste do Estado. Está previsto o pagamento de serviços ambientais e outras obras do agronegócio coletivo para processamento de alimentos, galpões para limpeza, classificação e embalagem de produtos. Os produtores a serem beneficiados devem ser associados para assumirem o compromisso de compra de equipamento, serviços, construções etc. O Fundo avalia por meio da uma proposta elaborada por profissionais e com a coordenação de um técnico da Casa de Agricultura do município. Uma vez aprovado a associação arca com 30% dos custos e 70% é o fundo. Também está previsto despesas com manutenção e reparo de estradas municipais ou desvio às áreas pertinentes. As prefeituras podem usar esses recursos para o mapeamento das estradas. A meta de abrangência às todas microbacias que compõem as 22 macrobacias no Estado de São Paulo. Nos municípios, como é feito atualmente, sugere-se que seja priorizado a organização do espaço rural nas microbacias hidrográficas iniciando-se pelas nascentes e cabeceiras de cursos d’água que abastecem cidades e bairros. Uma vez definido as microbacias para o abastecimento de água à comunidade regional seriam organizadas as restantes. No programa de microbacias já é realizada a organização por bairro e na propriedade, assim poderia ser criado metas em cada microbacia conforme a avaliação dos

3 - WWW.boaspraticasnaagricultura.com.br

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técnicos e agricultores nos municípios.Outra medida importante em nível regional para evitar erosão e assoreamento dos mananciais é incorporar na reforma de estradas vicinais do município e naquelas de responsabilidade do Estado e o desvio correto de águas pluviais, com formação de bacias de contenção para aumento da infiltração, bem como, promover a coleta do lixo e sua reciclagem no setor rural.

A divisão da propriedade rural e a organização das glebas para uso agropecuário e florestal poderia ser sistematizada, por meio de medição utilizando georeferenciamento, determinando os locais de construções (inclusive caminhos, terraços, cordões em contorno), destinadas às culturas anuais, culturas permanentes, pastagens e reflorestamento, também as áreas de preservação permanente (APP) que são glebas impróprias para uso agrícola, porém importantes na produção e armazenamento d’água, além da proteção e preservação da fauna e flora silvestres. Geralmente são brejos, matas ciliares e ou naturais, grotas, terrenos com declive acentuado não mecanizável e maciços rochosos. Essa área pode ter averbação em cartório ou não, mas deve obter isenção do Imposto Territorial Rural (ITR). Esta prática facilitaria a outorga d’água e sua cobrança também poderá ser isenta. Além do que existe lei federal que exige a declaração das áreas de preservação permanente até 2012. Essas APP’s quando permitem a elaboração de açudes, controlam a evasão hídrica minimizando os efeitos de enchentes a jusante, além de permitir a exploração da produção aquícola, do lazer e do turismo.

O plantio de árvores para madeira, ou extração de resina ou látex, além de algumas frutíferas e / ou floríferas, poderia ser cultivado próximo aos mananciais e das matas nativas, em glebas de difícil mecanização. Também poderiam ser plantadas nas divisas e cercas da propriedade, bem como, nos cordões em contorno, que devem ser realizados nos pastos. Nesse caso devem-se determinar os espaçamentos entre plantas e entre cordões para que o sombreamento não prejudique as pastagens, mas contribui para o conforto dos animais.

O óxido nitroso se forma quando ocorre descarga elétrica por meio dos raios na atmosfera, que chega ao solo com as chuvas. Se o solo está coberto de matéria orgânica, palha e restos culturais ou forrageiras, com a infiltração o N20 é alterado pela ação de microorganismo do solo e transformado em compostos nitrogenados passível de se absorvido pelos vegetais. Se isso não ocorre o composto volatiliza e retorna à camada atmosférica e será pernicioso. Assim a cobertura do solo é fundamental para a vida do solo e auxiliar na fixação do nitrogênio. As leguminosas somente irão corroborar o processo. Em razão disso a técnica do cultivo na palha de grãos e cereais ou plantio direto, onde o solo é erodido ocorre vários benefícios: utiliza-se menos horas máquina e de mão de obra para semeadura. O solo não é resolvido, assim não há emissão de gás carbônico e metano. Com as chuvas o solo não é erodido, retêm umidade e incorpora o nitrogênio num processo microbiológico. Assim a adubação com nitrogênio química é bem menor. Por último a técnica permite maior número de colheita por ano na mesma área, com maior produtividade e sustentável, consumindo menos água de irrigação. Essa técnica quando utilizada para hortaliças pode ser feito em canteiros permanentes, onde a parte cultivada e os caminhos ou carreadores para as operações são fixos, com menos número de aração.

Quanto às praticas para diminuir a formação do óxido nitroso pouco se tem discutido e apresentado alternativas, como por exemplo: diminuição do uso de fertilizantes nitrogenados estimulando o uso de compostos orgânicos e/ ou adubação verde com leguminosas que são mais baratos e melhor para os microorganismos do solo.

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6. Considerações Finais A produção de hortaliças tem grande importância em cinturões verdes das

cidades. Assim a prática do cultivo ocorre em regiões urbanas e periurbanas onde os mananciais servem como fonte de água para uso doméstico, para animais e irrigação. Assim o manejo desse recurso e de extrema importância para o saneamento, bem como a coleta de esgoto e das águas pluviais para evitar erosão. Outro problema sério nessas áreas é a destinação do lixo. Aquele oriundo das lavouras deve ter destino especifico enquanto os de origem doméstica devem ter coleta seletiva para reciclagem. 7- LITERATURA CITADA

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ACOMODAÇÃO DA PRODUÇÃO OLERÍCOLA NO BRASI L E EM SÃO

PAULO, 1990-2010 – Análise Prospectiva e Tendências 2015 Resumo: O objetivo do estudo é analisar as mudanças no setor produtivo

olerícola no Brasil e em São Paulo nos cinco principais grupos de 31 produtos no período 1995-2007, como foi acomodada a produção paulista no período com base no cálculo da contribuição da área e da produtividade para expansão da produção. No Brasil em 2006 foram cultivados 779mil hectares de hortaliças, com produção de 17,2milhões de toneladas. As participações foram: tomate 19,0%; batata 18,0%; cebola 7,5%, melancia 8,5% e a cenoura 4,4%. No período 1996-2006, a área cultivada com olerícola contribuiu com 8,2% para acréscimo da produção e a produtividade com 91,8%.

No estado de São Paulo, no triênio 2005-2007, foram cultivados cerca de 54 produtos olerícolas, que participaram com 23,4% do total nacional. Esses produtos foram divididos em quatro grupos, conforme sua similaridade na produção e comercialização na cadeia produtiva: raízes, bulbos e tubérculos (onze espécies) que participaram com 32,9% do total estadual; legumes-frutos (tomate + 10 produtos) que contribuíram com 31,7%; c) hortaliças folhosas (17 produtos usados em saladas e/ou cozidas) que participaram com 13,4%; frutas olerícolas (melão, melancia e morango) com contribuição de 5,4%. Outras 22 espécies compostas por folhagens, raízes, cogumelos e hortaliças condimentares participaram com 15,6% do total produzido. A área média cultivada entre os triênios inicial e final do período analisado aumentou em 0,5%, visto que 19 produtos tiveram decréscimo de área. Por outro lado, todos os produtos tiveram aumento de produtividade, em média 21,4%, que foi a principal contribuição para expansão da produção. Grandes olerícolas como o tomate para mesa e indústria, a batata e a cebola tiveram alteração substancial na forma de produção com intenso uso tecnológico. No biênio 2008-09 a área cultivada com hortaliças em São Paulo foi de 136,9 mil hectares e a produção de 3,4 milhões de toneladas. Sendo que a participação dos grupos foi 42,4% para os legumes-frutos, 37,1% para raízes, bulbos e tubérculos, 11,6% para folhosas e condimentares e 8,9% para outras olerícolas. Diante das exigências do mercado atual é necessário que os governos estaduais e municipais promovam o treinamento dos olericultores para atingir a sustentabilidade: econômica, social e ambiental. Para isso é necessário a inclusão deles no projeto microbacias hidrográficas adotando boas práticas agrícolas e o planejamento das atividades agrosilvopastoris.

Palavras-chave: hortaliças, área, produção e produtividade.