Acolher

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Acolher?! Estamos recomeçando um ano e, com ele, todas as expectativas e receios de receber os nossos pequenos e os seus responsáveis, que vêm cheios de dúvidas e incertezas. Neste momento, o mais importante é acolher, abraçar e aconchegar... Assim como as crianças e suas famílias, nós que estamos trabalhando com Educação Infantil há tanto tempo ou até os nossos pares que chegaram agora, precisamos nos sentir acolhidos para começar ou recomeçar. Nestes dias em que chorar será um movimento comum, quanto mais estivermos fisicamente próximos e oferecermos a todos nosso colo, atenção, abraço, disponibilidade, afago... mais suave tornaremos esse período. Então esse é o momento de voltarmos a ter nossas crianças em nossos braços, literalmente. Agentes, PEIs, mas também os PAs, os diretores e os adjuntos, todos estão convidados a entrar nesta ciranda colo, sorrisos, canções, olho no olho acolhimento. Olhar com afeto todo esse processo de inserção, fortalecendo vínculos com as crianças e suas famílias, e ainda, com cada membro da equipe, é, sem dúvida, um grande facilitador do trabalho de um ano inteiro. No momento em que as emoções estão afloradas, ouvir o outro em suas necessidades, inseguranças e oferecer a mão na hora certa são movimentos que abrem portas, constroem pontes para um diálogo permanente, estabelecendo uma relação próxima de conforto e confiança. Desejamos que este período de acolhimento seja o momento de abraçarmos também as famílias de nossas crianças e mostrarmos que a educação infantil se faz com conhecimento e muito AMOR. A seguir, pesquisamos algumas propostas de encaminhamento que poderão facilitar esse processo de acolhida: Em relação às crianças: a) Na reunião com os responsáveis, solicitar que tragam no primeiro dia de acolhida fotos das crianças com seus familiares, amigos, animais de estimação e/ou seus brinquedos preferidos; bichinho, travesseiro, fronha, paninho, mantinha, chupeta ou qualquer outro objeto de apego da criança, que possa deixá-la mais segura emocionalmente, neste novo espaço, e um brinquedo que goste muito.

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Acolher?!

Estamos recomeçando um ano e, com ele, todas as expectativas e

receios de receber os nossos pequenos e os seus responsáveis, que vêm

cheios de dúvidas e incertezas.

Neste momento, o mais importante é acolher, abraçar e aconchegar...

Assim como as crianças e suas famílias, nós que estamos trabalhando com

Educação Infantil há tanto tempo ou até os nossos pares que chegaram agora,

precisamos nos sentir acolhidos para começar ou recomeçar.

Nestes dias em que chorar será um movimento comum, quanto mais

estivermos fisicamente próximos e oferecermos a todos nosso colo, atenção,

abraço, disponibilidade, afago... mais suave tornaremos esse período. Então

esse é o momento de voltarmos a ter nossas crianças em nossos braços,

literalmente. Agentes, PEIs, mas também os PAs, os diretores e os adjuntos,

todos estão convidados a entrar nesta ciranda – colo, sorrisos, canções, olho

no olho – acolhimento.

Olhar com afeto todo esse processo de inserção, fortalecendo vínculos

com as crianças e suas famílias, e ainda, com cada membro da equipe, é, sem

dúvida, um grande facilitador do trabalho de um ano inteiro.

No momento em que as emoções estão afloradas, ouvir o outro em suas

necessidades, inseguranças e oferecer a mão na hora certa são movimentos

que abrem portas, constroem pontes para um diálogo permanente,

estabelecendo uma relação próxima de conforto e confiança.

Desejamos que este período de acolhimento seja o momento de

abraçarmos também as famílias de nossas crianças e mostrarmos que a

educação infantil se faz com conhecimento e muito AMOR.

A seguir, pesquisamos algumas propostas de encaminhamento que

poderão facilitar esse processo de acolhida:

Em relação às crianças:

a) Na reunião com os responsáveis, solicitar que tragam no

primeiro dia de acolhida fotos das crianças com seus familiares,

amigos, animais de estimação e/ou seus brinquedos preferidos;

bichinho, travesseiro, fronha, paninho, mantinha, chupeta ou

qualquer outro objeto de apego da criança, que possa deixá-la

mais segura emocionalmente, neste novo espaço, e um

brinquedo que goste muito.

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b) Você pode organizar um cantinho com as fotos coladas em

cartolina ou papel colorido e plastificadas com contact

transparente. As fotos deverão estar legendadas, de modo que

os bebês possam visualizá-las junto com os brinquedos trazidos

de casa e identificados. É importante que esse cantinho seja

um lugar agradável e confortável para as crianças (Romeu,

2007, apud Nova Escola, 2007)

c) Solicitar que os pais ou responsáveis participem das atividades

nos primeiros dias, trocando a fralda, dando comida, dando

banho, colocando para dormir, de modo que os educadores

observem e percebam a melhor forma de cuidar da criança. Em

uma segunda rodada dessas ações, o educador as pratica ao

lado dos pais, enquanto conversam. Os pais e responsáveis

vão gradativamente afastando-se, dando lugar à díade

educador-criança (Barbosa, 2007 apud Nova Escola 2007).

“Assim, os educadores podem observar as características de cada criança, como a temperatura que gostam que esteja a água do banho, o modo como tomam a mamadeira e como preferem ficar no berço. (Almeida, apud Nova Escola, 2011).”

d) Organizar a sala em cantos, como por exemplo, o de jogos de encaixe, o de livros, massinha, bacias com água, jogos, bonecas, faz-de-conta, desenho, fantoches. Enfim, apresente no máximo três cantos e vá variando, observando, repetindo e incrementando aqueles que chamem mais a atenção das crianças.

e) Para as crianças a partir dos três anos, pode-se solicitar que tragam um par de meias. Com a primeira meia será confeccionado um fantoche, com a ajuda do educador, de modo que as crianças contem histórias com esses personagens e possam expressar seus medos frente ao novo ambiente. Nesse sentido, contar histórias que falem sobre medos, de modo a facilitar que as crianças expressem os seus próprios. Com a segunda meia, podem confeccionar outro fantoche, para presentearem um amigo da turma (Nova Escola, 2007). Esta atividade também pode ser feita com saquinhos de papel, retalhos de tecido, etc.

f) Organizar atividades no espaço externo, como: banho de mangueira, pintura a dedo, pintura de um painel, brincadeiras como pega-pega, imitação de animais, cantigas de roda, coleta de materiais da natureza, andar de velocípede ou levar brinquedos da sala para o pátio, brincar de bolha de sabão, de circuito de obstáculos. (Nova Escola, 2009) Com certeza será um momento bastante divertido!

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g) Escolher um lugar agradável, como embaixo de uma árvore, por exemplo, para contar uma história, observar o jardim e descobrir pequenos animais, como: formigas, besouro, minhocas, lagartas, etc. Se há espaço para horta, preparar a terra e fazer o plantio de mudas ou sementes. Caso contrário, fazer o mesmo em vasos ou jardineiras feitas de garrafa pet.

h) Organizar um piquenique. Fazer uma salada de frutas, gelatina, biscoitos de queijo modelados pelas crianças, docinhos de leite em pó, ou vitamina, usando leite e fruta, etc. (Nova Escola, 2009)

i) Fazer uma visita pela Unidade Escolar conhecendo os novos espaços e as pessoas que trabalham ali.

j) Organizar e registrar o planejamento do dia com as crianças.

k) Contar às famílias, ao final do dia, o que a criança fez, quais foram as suas descobertas, contribuições, amizades, etc. Essa iniciativa ajuda a tranqüilizar os pais e permite melhor visualizar de que forma a criança está participando das atividades propostas pela instituição, se apropriando deste novo espaço e estabelecendo relações com as pessoas que ali trabalham.

Em relação aos pais:

l) Na primeira reunião com os pais ou responsáveis, passar o vídeo Abraço completo a infância ou o curta Adaptação e Acolhimento na Educação Infantil, da Creche Carochinha - USP Ribeirão Preto, no sentido de apresentar o trabalho da instituição a ser desenvolvido e discutirem o processo de acolhimento. Nesse sentido, abrir espaço para as dúvidas e angústias dos pais é fundamental, além de apresentar os educadores e fazer uma visita aos espaços da instituição. De preferência, oferecer um café da manhã ou um lanche da tarde.

m) Neste momento, é importante fazer alguns combinados com os pais ou responsáveis tais como: se os pais não puderem estar presentes ao processo de acolhimento, poderão indicar avós, tios e irmãos mais velhos, de modo que a criança sinta-se segura na companhia de alguém que conhece e que costuma tomar conta dela. Oriente o responsável a não sair escondido da criança! Deve sempre avisá-la que irá sair, mas que voltará para buscá-la. Nesse sentido, não se atrase, o que provocará insegurança na criança, ao ver os amigos irem embora e ela ficar sozinha com o educador.

n) Solicitar que os pais ou responsáveis construam junto com seus filhos um brinquedo com sucata que ficará na creche, no cantinho do acolhimento.

o) Fotografar situações nas quais as crianças estão bem e envolvidas nas experiências, no sentido de organizar um mural

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na entrada, por agrupamento, de modo que os pais possam observar e tranqüilizarem-se com a percepção de que as crianças estão sendo bem acolhidas e respondendo ativamente a esse processo.

p) Convidar os pais e responsáveis que já têm seus filhos na Unidade Escolar (ou já tiveram), mas participam da creche/escola para recepcionarem e conversarem com os pais novos. Pode, também, propor uma oficina em que os pais confeccionem algo para enfeitar o espaço da creche, como por exemplo: móbiles, fuxicos, crochê, dobradura, lanternas, painéis com tinta de tecido, etc. Eles também podem fazer um desenho junto com a criança e organizar as produções no mural da sala.

q) Solicitar que os responsáveis façam oficinas com as crianças, como: salão de beleza, culinária, artesanato ou fotografia, por exemplo.

Sugestão:

Ler e discutir com as educadoras o texto: “Adaptação e acolhimento: Um cuidado inerente ao projeto educativo da Instituição e um indicador de qualidade do serviço prestado pela Instituição”. In: Revista Nova Escola, São Paulo, Abril, s/d. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/acolhida-cisele-ortiz.pdf

Bibliografia:

“Como fazer uma boa adaptação no berçário”. In Revista Nova Escola, São Paulo, Abril, 2011. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/0-a-3-anos/como-fazer-boa-adaptacao-bercario-bebes-creche-617844.shtml

“Processo de acolhimento de bebês”. In Revista Nova Escola, São Paulo, Abril, 2011. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/0-a-3-anos/processo-acolhimento-bebes-617879.shtml

“Adaptação bem feita”. In Revista Nova Escola, São Paulo, Abril, 2007. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/0-a-3-anos/adaptacao-bem-feita-449821.shtml

“É tempo de brincar lá fora... Aproveite!” In Revista Nova Escola, São Paulo, Abril, 2009. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/0-a-3-anos/tempo-brincar-la-fora-427161.shtml?comments=yes

“Processo de acolhimento das crianças e das famílias”. In Revista Nova Escola, São Paulo, Abril, 2011. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/0-a-3-anos/processo-acolhimento-criancas-familias-618383.shtml

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“Reunião com familiares na creche”. In Revista Nova Escola, São Paulo, Abril, Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/creche-pre-escola/reuniao-familiares-creche-636165.shtml

“Processo de acolhimento de bebês”. In Revista Nova Escola, São Paulo, Abril, 2011. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/0-a-3-anos/processo-acolhimento-bebes-617879.shtml

“Adaptação e acolhimento: Um cuidado inerente ao projeto educativo da Instituição e um indicador de qualidade do serviço prestado pela Instituição”. In Revista Nova Escola, São Paulo, Abril, s/d. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/acolhida-cisele-ortiz.pdf

“Tempo de chegada na creche: conhecendo-se e fazendo-se conhecer”. Disponível em: http://www.ced.ufsc.br/~zeroseis/tempo_creche.pdf

“Relato de prática: Adaptação e Acolhimento na creche”. Disponível em: http://paraalmdocuidar-educaoinfantil.blogspot.com/2010/02/acolhimento-2010-em-processo.html

E para finalizar, dedicamos a cada educador:

Saber Viver

Cora Coralina Não sei... Se a vida é curta Ou longa demais pra nós, Mas sei que nada do que vivemos Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser: Colo que acolhe, Braço que envolve, Palavra que conforta, Silêncio que respeita, Alegria que contagia, Lágrima que corre,

Olhar que acaricia, Desejo que sacia, Amor que promove. E isso não é coisa de outro mundo, É o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela Não seja nem curta,

Nem longa demais, Mas que seja intensa, Verdadeira, pura... Enquanto durar

Um grande abraço,

Gerência de Educação Infantil