Ações Integradas em Microbacias Hidrográficas · 6º Medição de vazão da microbacia na Cuesta...

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Ações Integradas em Microbacias Hidrográficas Valdemir Antonio Rodrigues Luiza Zulian Pinheiro Guilherme Toledo Bacchim 4º Simpósio Internacional de Microbacias - FCA-UNESP - FEPAF- 2013. 11p. 1º Paisagem da Cuesta A paisagem da microbacia da fazenda Nova América na Custa de Botucatu São Paulo Brasil. A mi9crobacia situada à Montante: no reverso da Cuesta a 940 m, na frente da Cuesta entre 880 à 660 m e, na depressão periférica da Cuesta a 440 m de atitude acima do nível do mar. A Cuesta é uma forma de relevo dessimétrico constituída de sucessão alternada de camadas, com diferentes resistência ao desgaste e que se inclinam numa direção, formando um declive suave no REVERSO (Planalto), e um corte abrupto ou íngreme na FRENTE da CUESTA, seguida pela DEPRESSÃO PERIFÉRICA, posição altimétrica mais baixa que as porções contíguas (Guerra, 1966) Figura 1 Paisagem da Microbacia da Fazenda Nova América na Cuesta de Botucatu. A produção e disponibilidade adequada de água na microbacia hidrográfica dependem do seu estado de conservação do solo, do manejo das culturas e da preservação das áreas de preservação permanente (APP).

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Ações Integradas em Microbacias Hidrográficas

Valdemir Antonio Rodrigues

Luiza Zulian Pinheiro

Guilherme Toledo Bacchim

4º Simpósio Internacional de Microbacias - FCA-UNESP - FEPAF- 2013. 11p.

1º Paisagem da Cuesta

A paisagem da microbacia da fazenda Nova América na Custa de Botucatu –

São Paulo – Brasil. A mi9crobacia situada à Montante: no reverso da Cuesta a 940

m, na frente da Cuesta entre 880 à 660 m e, na depressão periférica da Cuesta a 440

m de atitude acima do nível do mar.

A Cuesta é uma forma de relevo dessimétrico constituída de sucessão alternada

de camadas, com diferentes resistência ao desgaste e que se inclinam numa direção,

formando um declive suave no REVERSO (Planalto), e um corte abrupto ou

íngreme na FRENTE da CUESTA, seguida pela DEPRESSÃO PERIFÉRICA,

posição altimétrica mais baixa que as porções contíguas (Guerra, 1966)

Figura 1 Paisagem da Microbacia da Fazenda Nova América na Cuesta de Botucatu.

A produção e disponibilidade adequada de água na microbacia hidrográfica

dependem do seu estado de conservação do solo, do manejo das culturas e da

preservação das áreas de preservação permanente (APP).

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A degradação de ecossistemas contraria o desenvolvimento sustentável. Os

efeitos da deterioração estão associados a diversas combinações de fatores e

processos degradativos, maioria dos quais são do tipo antrópico, que varia em

intensidade, efeitos e grau de complexidade, o que tem motivado o desenvolvimento

de estratégias de uso, manejo de microbacias, pagamento por serviços ambientais

(PSA), valoração integral dos recursos naturais, baseados nos princípios da

sustentabilidade ambiental (JAIMES et al 2007).

2º Processos Hidrológicos na Microbacia

3º Recarga do Aqüífero Guarani

Zona de recarga

do aqüífero

confinado Zona de

recarga do

aqüífero livre

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4º Microbacia Hidrográfica na Cuesta

A microbacia hidrográfica é uma célula viva da natureza, fonte de produção de

água, com funções ecológicas e hidrológicas importantes no desenvolvimento

sustentável. A floresta proporciona diversos serviços ambientais, como: produção e

regularização do fluxo de água, manutenção da biodiversidade e fluxo gênico, seqüestro

e estoque de carbono, equilíbrio climático e belezas cênicas da paisagem.

A alta declividade de 39,10% da frente da Cuesta, fisiograficamente apresenta uma

relação direta com os processos erosivos devido à maior velocidade da água do

escoamento superficial, erosão e menor infiltração da água das chuvas, resultando em

alterações do sistema hidrológico e irregularidade na produção de água da microbacia.

Portanto, a floresta é a única forma de amenizar estes impactos erosivos, altamente

relacionados aos processos hidrológicos e, aos ecossistemas terrestres e aquáticos.

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5º Avaliação das medições de vazão da nascente na Cuesta

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5º Avaliação do Lençol freático Piezômetro

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6º Medição de vazão da microbacia na Cuesta

A vazão é o resultado de um processo de interação entre as precipitações e as

condições fisiográficas da microbacia hidrográfica. As diferenças que ocorrem entre a

vazão dos rios nos períodos: seco e chuvoso são resultados do deflúvio. As diferenças

na amplitude da vazão entre os dois períodos dependem da cobertura florestal e do

manejo de conservação do solo adotato pelos agricultores. Estes tem influência direta

na infiltração da água das precipitações, recarga do aquífero e fluxo de base,

proporcionando, incremento de água no aqüífero e maior regularização da vazão dos

rios na época secas e chuvosa.

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7º Cachoeira “Demétria” no Reverso da Cuesta de Botucatu

Colocar alguma referencia sobre a importância das cachoeira.

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8º Realização do 4º Simpósio Internacional de Manejo de Microbacias

Figura 10. Cerimonial de abertura do do 4º Simpósio de Microbacias na UNESP

Os objetivos do 4º Simpósio Internacional de Manejo de Microbacias foram:

reunir pesquisadores com experiências nacionais e internacionais sobre as formas

adequadas de produção e sustentabilidade da água nas microbacias hidrográficas, com

ênfase nos serviços ambientais. Proporcionar aos participantes, estudantes e

profissionais da área um intercâmbio técnico-científico com abrangência nacional e

internacional com a participação de trabalhos realizados em manejo de microbacias

hidrográficas nestes países.

Foto da plenária do 4º Simpósio de Manejo de Microbacias

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9º Realização do 20º Workshop de Manejo de Microbacias - Cunha

9º Placa do 20º Workshop de Manejo de Microbacias - Cunha

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AÇÕES PROATIVAS DE CONSERVAÇÃO DA ÁGUA NA

MICROBACIA ARTICULA O ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

UNIVERSITÁRIA

A vivência dos estudantes de graduação e pós-graduação em ciência florestal da

Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP de Botucatu – SP, durante a disciplina

de manejo de bacias hidrográficas, contribuiu de forma proativa para articular o ensino,

pesquisa e extensão universitária. Na primeira semana “ENSINO” foi ministrado às

aulas teóricas de hidrologia florestal e planejamento de pesquisas em 40 horas.

Na segunda semana em 40 horas articulação da “PESQUISA” com a

participação em workshop sobre a sustentabilidade da água em microbacias, em meio à

floresta de mata atlântica, coletando dados de campo no laboratório de hidrologia

florestal Walter Emmerich, localizado no parque estadual da Serra do Mar - Núcleo

Cunha Indaiá do instituto florestal em Cunha - SP.

Na terceira semana em 40 horas incentivo a “EXTENSÃO” os estudantes em

grupos de três a quatro pessoas tabularam os dados e apresentaram os seminários. Os

resultados deste processo ensino aprendizagem foram fantásticos e com este

entusiasmo, o professor solicitou a redação de resumos e artigos científicos para ser

submetido e apresentados no 5º simpósio internacional Brasil Alemanha de

desenvolvimento Sustentável em Stuttigat – Alemanha, a ser realizado no período de 18

a 22 de julho de 2011.

A vivência e a motivação dos estudantes realizando pesquisas com a água e a

floresta entre as montanhas, nevoeiros, nascentes, rios e cachoeiras do Núcleo Cunha,

contribuiu de forma proativa para articular o ensino e a pesquisa científica sobre

sustentabilidade da água nas microbacias. As cartas de aceites dos trabalhos no 5º

simpósio em Stuttigart Alemanha gerou perspectivas de realização de novos trabalhos e

projetos ambientais sobre as zonas ripárias de proteção da produção de água nas

microbacias.

Hoje dois artigos científicos completos e dois resumos aprovados e serão

apresentados no 6º simpósio internacional Brasil Alemanha de desenvolvimento

Sustentável em Santarém – Pará – Brasil, a ser realizado no período de 29/09 a 05 de

outubro de 2013.

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Os estudantes participaram de mini-cursos e pesquisa sobre: processos

hidrológicos, simulação de chuva, em diferentes tempos e intensidades de precipitação;

análise da capacidade de infiltração em lisímetros; avaliação da resistência do solo com

utilização de penetrógrafo; quantificação e analise da vazão e deflúvio na microbacia

“d” e no rio Paraíbuna e qualidade da água do rio paraibuna, ministrados pelos

pesquisadores do instituto florestal de São Paulo e professores da Faculdade de Ciências

Agronômicas - UNESP de Botucatu – São Paulo.

Conclusão Final

Os dois problemas da humanidade estão diretamente relacionados com a água. No

período chuvoso o escoamento superficial decorrente da impermeabilização das ruas

altera da qualidade da água, causa enchentes, destruição ambiental e mortes. No período

da seca a falta de água com qualidade para o abastecimento urbano com escassez,

devido à seca de nascentes, o baixo nível dos reservatórios de abastecimento urbano.

Ações proativas de ensino aprendizagem vivenciadas em vinte workshops desde

1994 a 2013 no Núcleo Cunha do Instituto Florestal e, quatro simpósios internacionais

resultaram em livros, artigos científicos e redação resumos apresentados no 5º e 6º

Simpósio Internacional Brasil Alemanha em Stuttigart, 2011 e, outubro de 2013 na

UFOPA, em Santarém, Pará, Brasil.