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RESUMOEste artigo trata do desenvolvimento de páginas da Internet acessíveis.Conceitua a usabilidade e a acessibilidade no âmbito da Internet,apresentando as instituições responsáveis por criar e manter os padrões paraesse ambiente. Detalha as recomendações produzidas pelo World Wide WebConsortium (W3C), que devem ser utilizadas pelos desenvolvedores web, paraa implementação de sítios e sistemas totalmente acessíveis, beneficiando tantoas pessoas portadoras de necessidades especiais como também todas as outraspessoas. Lista também algumas vantagens e as desvantagens na utilizaçãodestas recomendações.Palavras-Chave: Usabilidade; Acessibilidade; Recomendações W3C/WAI.ABSTRACTThis article deals with the development of accessible web pages.Conceptualizes the usability and accessibility within the Internet, with theresponsible institutions for creating and maintaining the standards for thisenvironment. Details the recommendations produced by the World WideWeb Consortium (W3C), which should be used by Web developers for theimplementation of systems and sites fully accessible, benefiting both peoplewith disabilities as well as all other people. It also lists some advantages anddisadvantages in using these recommendations.Keywords: Accessibility; Usability; W3C/WAI Recommendations.

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Nome da Revista

Vol. V, Nº. N, Ano 2012

Alysson Alves dos Santos

Autor

Anhanguera Educacional

[email protected]

Rodrigo Amorim Porto

Orientador

Anhanguera Educacional

[email protected]

Lívia Carolina de Medeiros

Coordenadora de Pós Graduação e

Extensão

Anhanguera Educacional

[email protected]

ACESSIBILIDADE NA INTERNET

Desenvolvimento de ambientes virtuais acessíveis baseados nas recomendações do W3C

RESUMO

Este artigo trata do desenvolvimento de páginas da Internet acessíveis. Conceitua a usabilidade e a acessibilidade no âmbito da Internet, apresentando as instituições responsáveis por criar e manter os padrões para esse ambiente. Detalha as recomendações produzidas pelo World Wide Web Consortium (W3C), que devem ser utilizadas pelos desenvolvedores web, para a implementação de sítios e sistemas totalmente acessíveis, beneficiando tanto as pessoas portadoras de necessidades especiais como também todas as outras pessoas. Lista também algumas vantagens e as desvantagens na utilização destas recomendações. Palavras-Chave: Usabilidade; Acessibilidade; Recomendações W3C/WAI.

ABSTRACT

This article deals with the development of accessible web pages. Conceptualizes the usability and accessibility within the Internet, with the responsible institutions for creating and maintaining the standards for this environment. Details the recommendations produced by the World Wide Web Consortium (W3C), which should be used by Web developers for the implementation of systems and sites fully accessible, benefiting both people with disabilities as well as all other people. It also lists some advantages and disadvantages in using these recommendations. Keywords: Accessibility; Usability; W3C/WAI Recommendations.

Anhanguera Educacional Ltda.

Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, São Paulo CEP 13.278-181 [email protected]

Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE

<tipo manuscrito> Recebido em: 30/12/1899 Avaliado em: 30/12/1899

Publicação: 22 de setembro de 2011

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1. INTRODUÇÃO

Atualmente, o número de sítios existentes na Internet é de cerca de 255 milhões, sendo que

21,4 milhões foram criados somente em 2010 (PINGDOM, 2011).

Segundo Zeldman, 99,9% dos websites são obsoletos, pois, como foram

construídos sem padronização e apresentam diversos erros de apresentação e

comportamento (ZELDMAN, 2003).

Um dos principais motivos da existência de tantos sites não acessíveis é o uso de

softwares geradores de conteúdo sem programação para suporte aos critérios de

acessibilidade (HENRY, 2005).

E também, nota-se que muitos dos desenvolvedores web constroem páginas sem

separar o conteúdo do design, o que dificulta a manutenção das mesmas (NIELSEN, 2002).

Por desconhecer ou mesmo por ignorar a importância da acessibilidade, muitos

profissionais desenvolvem sites e aplicações web de maneira errônea, ou seja, sem utilizar

uma recomendação padrão. (HENRY, 2005).

Os desenvolvedores geralmente utilizam editores visuais WYSIWYG, que é o

acrônimo de “What You See Is What You Get” (“O que você vê é o que você tem”). Com a

utilização destes editores para desenvolvimento conteúdos web, o utilizador não necessita

ter conhecimento da linguagem, basta arrastar de forma intuitiva para tela os itens

desejados, e assim criar a página com a mesma aparência que ele terá no navegador

depois de pronto.

Apesar de alguns destes editores visuais terem evoluído nestes últimos anos e

oferecerem um desenvolvimento mais próximo aos padrões, muitos destes programas

ainda ignoram as normas de acessibilidades e usabilidade. Contudo, estes editores geram

comodidade para os desenvolvedores que criam o hábito de confiar apenas na

ferramenta, contribuindo com um desenvolvimento fora do padrão, acarretando um alto

nível de páginas inacessíveis, com o código inválido e semanticamente inadequado em

diversas páginas da internet.

Sendo que, desenvolver conteúdo web com acessibilidade é um dever de todos

os desenvolvedores e um direito de todo cidadão portador ou não de necessidades

especiais (CUSIN, 2009).

Desta forma, mais de 96% dos websites não fornecem padrões mínimos de

acessibilidade (BBC NEWS, 2006). Ambientes virtuais mal estruturados apresentam

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inúmeros problemas sendo o principal deles, a restrição no acesso à informação para

pessoas portadoras de necessidades especiais.

Assim, o presente artigo conceitua a usabilidade e a acessibilidade no âmbito da

Internet, com o emprego de técnicas baseadas em regras e padrões que devem ser

utilizadas pelos desenvolvedores, para a implementação de sítios acessíveis. Permitindo

assim, que os usuários com ou sem necessidades especiais tenham acesso à informação.

Por isso, identifica-se como problema de pesquisa a dificuldade que os

portadores de necessidades especiais encontram ao utilizar a internet.

Desta forma, o objetivo geral deste é identificar e definir diretrizes baseadas na

acessibilidade e na usabilidade. Também serão avaliados os seguintes tópicos:

• Proporcionar aos desenvolvedores uma base concreta sobre a acessibilidade e

usabilidade;

• Mostrar vantagens e desvantagens na utilização dos padrões web;

• Apresentar tecnologias para a avaliação e validação da acessibilidade.

Atualmente existe uma grande quantidade de sítios, todavia estes não estão

adaptados a receber os portadores de necessidades especiais. Esses são impedidos de

progredir, pois não conseguem obter páginas com conteúdo compreensível e de

navegação adequada.

Ao desenvolver um sitio acessível, além de possibilitar a inclusão de novos

usuários na internet, pois estes não podiam acessar devido às barreiras encontradas,

também possibilita que novas pessoas se animem a utilizá-la com mais facilidade.

(SPELTA, 2008).

O presente trabalho evidencia a necessidade de criar uma internet acessível que

beneficie tanto pessoas com deficiências como também todas as outras pessoas.

Com isso, o desenvolvimento deste justifica-se como uma solução para o

desenvolvimento de ambientes virtuais acessíveis, promovendo desta forma, a inclusão

digital de todas as pessoas.

Sendo indicado para analistas de sistemas, projetistas, webdesigners e alunos que

cursam a graduação e/ou pós-graduação nas áreas de Tecnologia da Informação e que

desejam aprofundar o seu conhecimento em acessibilidade e usabilidade.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Pessoas com Necessidades Especiais (PNE)

São Pessoas com Necessidades Especiais (PNE), todas as pessoas que em maior ou menor

medida precisam de algum apoio ou suporte externo para se desenvolver e serem

autônomas. Considera-se que necessidades especiais engloba um conjunto de aspectos

que ultrapassam em muito, o antigo conceito de “deficiente”. Por esse motivo, pode-se

considerar dentro do espectro de necessidades especiais grupos sociais como terceira

idade, desempregados, pessoas carentes, além das pessoas com deficiências motoras,

cognitivas e/ou sociais. Essa mudança de enfoque da “deficiência” para a necessidade

especial, leva consigo a concepção da variabilidade do caráter permanente da deficiência

para o transitório, isto é, da visão de "adaptar a pessoa deficiente" para viver na sociedade

à da “inclusão” pela “adaptação da sociedade” e pela superação das necessidades.

(PASSERINO, 2003).

Em relação a usuários com necessidades especiais especificamente, Nielsen

defende que o conceito de deficiência precisa ser abordado de forma relativamente ampla

quando se fala da web, pois o público da Internet é formado por diferentes grupos de

usuários. As deficiências mais comuns, que interferem na navegação na web, são:

cegueira, daltonismo, baixa visão, deficiência mental, deficiência física e desordem por

déficit de atenção (NIELSEN, 2000).

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem aproximadamente 750 milhões de

indivíduos com necessidades especiais em todo o mundo, sendo que somente no Brasil

encontram-se quase 25 milhões destes. (ANAMATRA, 2010) (LAVORINI, 2007).

A crescente necessidade de acesso à informação disponibilizada na internet

tornou a Web uma ferramenta de extrema importância na nossa sociedade, pois é uma

forma destas pessoas com deficiência poderem aceder e usufruir de recursos, que de outra

forma lhes estariam inacessíveis (W3C, 2005).

Segundo Warschauer, a internet pode ajudar portadores de deficiência física a

superar problemas de mobilidade, limitações físicas ou discriminação social

(WARSCHAUER, 2006).

Frente a isso, Passerino afirma que a utilização da internet pode promover o

desenvolvimento social, afetivo e cognitivo de todos os sujeitos, particularmente dos PNE

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que se beneficiam do uso, pois estas propiciam “espaços alternativos” de comunicação e

construção, não somente individual, mas também colaborativo (PASSERINO, 2005).

De maneira mais específica, para Henry, A web é um recurso cada vez mais

importante em muitos aspectos da vida: educação, emprego, governo, comércio, cuidado

com a saúde, recreação, e mais. É essencial que a web seja acessível e forneça acesso e

oportunidade igual a usuários com necessidades especiais ajudando-os a participar mais

ativamente na sociedade. Com isso, as barreiras podem ser mais facilmente superadas

(HENRY, 2005).

2.2 CONCEITO DE INTERFACE

O expressivo aumento no uso de computadores por pessoas cada vez menos capacitadas

para tal exige um desenvolvimento de interfaces cada vez mais fáceis de serem

compreendidas.

Para Norman, Interface é aquilo que serve de conexão entre dois modelos, entre

duas visões: o modelo mental do usuário em relação ao sistema e o modelo de programa,

construído pelos desenvolvedores de software (NORMAN, 2002).

Já Pressman conceitua interface como a parte de um sistema de informação

através da qual os usuários interagem com o sistema para realizarem suas tarefas;

portanto deve ser projetada com o objetivo de atender as necessidades e expectativas de

seus usuários, permitindo que eles direcionem sua atenção para os objetos com os quais

trabalham que por sua vez, devem refletir o mundo real (PRESSMAN, 2004).

Desta forma, a interface deve permitir uma interação amigável, através da

usabilidade, característica que determina se o manuseio de um produto é fácil e

rapidamente aprendido, dificilmente esquecido, não provoca erros operacionais, oferece

um alto grau de satisfação para as necessidades do usuário de forma simples e eficiente,

resolvendo as tarefas para as quais foi projetado (FERREIRA, 2003), e (NIELSEN, 2002).

2.3 CONCEITO DE USABILIDADE

Segundo a Organização Internacional de Normalização (International Organization for

Standardization - ISO) 9241-11 e (ISO) 9.999 (apud TORRES; MAZZONI, 2004), define

usabilidade como a “medida na qual um produto pode ser usado por usuários específicos

para alcançar objetivos específicos com eficácia, eficiência e satisfação em um contexto

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específico, quando utilizam determinado produto ou serviço, relacionando-se a qualidade

de uso do ambiente digital”.

Já para Nielsen e Loranger, definem a usabilidade da seguinte maneira:

A usabilidade é um atributo de qualidade relacionado à facilidade do uso de

algo. Mais especificamente, refere-se à rapidez com que os usuários podem

aprender a usar alguma coisa, a eficiência deles ao usá-la, o quanto lembram

daquilo, seu grau de propensão a erros e o quanto gostam de utilizá-la. Se as

pessoas não puderem ou não utilizarem um recurso, ele pode muito bem não

existir. (NIELSEN e LORANGER 2007, p. 16).

Assim, a usabilidade realiza a interação entre usuários e sistemas, visando

garantir que este último funcione de forma adequada, provendo os meios e as

funcionalidades necessárias para garantir seu bom uso por parte do usuário, através de

interfaces bem desenvolvidas, garantindo assim uma melhor qualidade de um site

(TRAVIS, 2004).

Para se construir sistemas com boa usabilidade, é importante que estes sejam

centrados no usuário, para isso, o projetista deve conhecer bem os usuários finais de

modo a compreender como eles interagem com o sistema (NORMAN, 1999). Assim,

quando se trata de usuários portadores de necessidades especiais, torna-se fundamental

também identificar as imposições e os limites submetidos, para se compreender melhor

suas necessidades e habilidades especiais (TAKAGI, 2004). Com a identificação de todas

as barreiras que esses usuários precisam superar para acessar a informação, torna-se

possível desenvolver interfaces fáceis de usar também por pessoas com necessidades

especiais (HARRISON, 2005).

Com isso, a compreensão do grau de usabilidade de uma interface para usuários

é uma medida crucial para o sucesso de aplicações de software, incluindo sítios e

aplicações web. (PREECE, 1994)

Por fim, Se a usabilidade orientar o desenvolvimento de um sistema, seus

usuários se sentirão confortáveis e encorajados em usá-lo (SHNEIDERMAN, 2004).

2.4 CONCEITO DE ACESSIBILIDADE

Apesar da aplicação das práticas de usabilidade no desenvolvimento de páginas

para internet, poucas foram os sítios que se preocuparam em garantir a todos o acesso às

informações.

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Diante disso, verifica-se a importância da acessibilidade como facilitador para

que portadores de necessidades especiais possam utilizar a Internet (NUNES, 2002).

O conceito de acessibilidade surge como a possibilidade de qualquer pessoa,

independentemente de suas capacidades físico-motoras e perceptivas, culturais e sociais,

usufruir os benefícios de uma vida em sociedade. É o direito de usar os meios de

transporte e serviços, de frequentar locais públicos, e, também, de conseguir acessar

qualquer meio de comunicação, desde a televisão até sistemas de informação

computadorizados, como a Internet (NICHOLL, 2001) e (NBR 9050, 1994).

A acessibilidade representa não só o direito de acessar a rede de informações,

mas também o direito de eliminação de barreiras arquitetônicas, de disponibilidade de

comunicação, de acesso físico, de equipamentos e programas adequados, de conteúdo e

também da apresentação da informação em formatos alternativos. (ACESSIBILIDADE

BRASIL, 2006).

O processo de inclusão social só é possível através de uma web bem projetada e

estruturada, de modo que pessoas portadoras de necessidades especiais (visual, auditiva,

física, fala, cognitiva e neurológica) possam perceber, entender, navegar e interagir de

uma maneira efetiva, bem como criar e contribuir com conteúdos para a rede mundial de

computadores (SHAWN, 2005).

Desta forma, acessibilidade passa a ser entendida como sinônimo de

aproximação, um meio de disponibilizar a cada usuário interfaces que respeitem suas

necessidades especiais e preferências (CONFORTO e SANTAROSA, 2002). A

acessibilidade também torna os produtos mais acessíveis a pessoas que não possuem

qualquer tipo de deficiência (HENRY 2007).

O governo brasileiro também se preocupa com a acessibilidade dos portadores

de necessidades especiais. Sendo que no dia 2 de dezembro 2004, foi assinado o Decreto-

lei 5296 regulamentando as Leis n° 10.048, de 08 de novembro de 2000 (prioriza o

atendimento a pessoas com necessidades especiais) e 10.098, de 19 de dezembro de 2000

(estabelece normas e critérios para garantir a acessibilidade). No artigo 8.º, inciso I define

a acessibilidade como condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou

assistida dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa

portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida. E estabelece no Art. 47º, um prazo

de doze meses para que todos os portais e sites eletrônicos da administração pública

passem por um processo de acessibilização de modo a viabilizar o acesso das pessoas

portadoras de deficiência, garantindo-lhes o pleno acesso às informações. Os portais e

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sites eletrônicos de interesse público que recebem algum financiamento do governo

também terão que assegurar a acessibilidade (BRASIL, 2004).

2.5 LEIS E NORMAS SOBRE ACESSIBILIDADE

O World Wide Web Consortium (W3C) é um consórcio de empresas de tecnologia

responsável por desenvolver recomendações a serem adotados na web, promovendo sua

evolução e assegurando a sua interoperabilidade. (SHAWN, 2005).

Essas recomendações para o desenvolvimento de websites foram denominadas de

padrões web (web standards). Os Padrões Web são um conjunto de normas, diretrizes,

recomendações, notas, artigos, tutoriais, produzidos por esse consórcio e destinados a

orientar fabricantes, desenvolvedores e projetistas para o uso de práticas que possibilitem

a criação de websites de modo que seu conteúdo seja acessível por diferentes dispositivos e

por diferentes usuários, independente de suas necessidades especiais (ZELDMAN, 2003)

(MACEDO, 2004) (RUSE, 2005).

Com o intuito de possibilitar a igualdade ao acesso à Internet e melhores

oportunidades, esse consórcio criou uma iniciativa que aborda o assunto da

acessibilidade chamado Iniciativa de Acessibilidade na web ou Web Accessibility Initiative -

WAI (SHAWN, 2005).

A WAI aborda dois eixos: assegurar uma transformação harmoniosa e tornar o

conteúdo compreensível e navegável, além de oferecer três níveis de prioridade com base

no respectivo impacto em termos de acessibilidade, sendo eles (W3C, 1999):

• Prioridade 1: Abrange os pontos que os criadores de conteúdo Web devem

satisfazer inteiramente; do contrário, um ou mais grupos de usuários ficarão

impossibilitados de acessar as informações contidas no documento - a satisfação

desta prioridade é um requisito básico para que determinados grupos possam

acessar documentos disponíveis na web.

• Prioridade 2: trata dos pontos que os criadores de conteúdo para a web deveriam

satisfazer para evitar que os usuários tenham dificuldade de acessar as

informações contidas no documento, evitando barreiras significativas a

documentos publicados na web.

• Prioridade 3: refere-se aos pontos que os criadores de conteúdo web podem

satisfazer; senão, um ou mais grupos poderão se deparar com algumas

dificuldades em acessar informações contidas nos documentos.

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Na verificação da acessibilidade de um documento são estabelecidos os níveis de

conformidade para as páginas web:

• Nível de conformidade “A”: quando satisfeitos todos os pontos de verificação de

prioridade 1;

• Nível de conformidade “Duplo A”: quando satisfeitos todos os pontos de

verificação de prioridade 1 e 2;

• Nível de conformidade “Triplo A”: quando satisfeitos todos os pontos de

verificação de prioridade 1, 2 e 3.

A WAI estabelece um conjunto de guias de acessibilidade que devem ser

utilizadas pelos desenvolvedores web como padrão para a implementação de conteúdos

acessíveis.

Para tanto, o W3C-WAI desenvolve guias e diretrizes essenciais para a

composição da acessibilidade web:

• Guia de Acessibilidade para Ferramentas de Autoria (Authoring Tool

Accessibility Guidelines - ATAG); possui como foco principal definir como as

ferramentas ajudarão os programadores a produzirem suas aplicações web

contendo as diretrizes de acessibilidade;

• Guia de Acessibilidade para Agentes do Usuário (User Agent Accessibility

Guidelines - UAAG). Explicam como produzir agentes de usuário acessíveis para

pessoas portadoras de necessidades especiais e aumentar a acessibilidade no

conteúdo web;

• Guia de Acessibilidade para Conteúdo web (Web Content Accessibility Guidelines -

WCAG); explicam como produzir conteúdos para a web que sejam acessíveis às

pessoas portadoras de necessidades especiais.

Em maio de 1999, o WAI criou uma norma internacional denominada “Guia de

Acessibilidade para Conteúdo Web”, que constitui orientações para que um website

apresente acessibilidade voltada a pessoas com deficiência. Tais recomendações

destinam-se aos desenvolvedores web, projetistas de sites e aos programadores de

ferramentas para criação de conteúdo. (W3C, 1999b) (WCAG, 1999).

O Guia de Acessibilidade para Conteúdos Web (WCAG) se destaca por constituir

o conjunto oficial de regras para a acessibilidade web (CHISHOLM, VANDERHEIDEN e

JACOBS,1999).

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Com o desenvolvimento de novas tecnologias, verificou-se a necessidade de

atualização da norma de modo a acompanhar estes avanços. A primeira versão da norma

vigorou durante nove anos, até dezembro de 2008, quando foi lançada a segunda versão

da norma chamada de WCAG 2.0. Esta foi desenvolvida com o objetivo de ser utilizada

em páginas web independentemente da tecnologia utilizada. Após o lançamento da nova

versão, novos conteúdos e atualizações devem utilizar a WCAG 2.0 a fim de

disponibilizar informações acessíveis a todas as pessoas, deficientes ou não (WCAG_2.0,

2010), (WAI, 2010).

O WCAG 2.0 é edificado sobre quatro princípios, doze recomendações e sessenta

e um critérios de sucesso que visam orientar o desenvolvimento web dentro de um padrão

universal de acessibilidade. Esses princípios guiam o desenvolvimento de interfaces web

acessíveis, possuindo cada um deles uma lista de determinações, que apresentam os

objetivos básicos necessários para satisfazer o referido princípio (WCAG_2.0, 2010).

O WCAG na versão 2.0, esta distribuído da seguinte forma:

Princípio 1: Perceptível - A informação e os componentes da interface do usuário têm de

ser apresentados aos usuários em formas que eles possam perceber.

• Recomendação 1.1 Alternativas em Texto: Fornecer alternativas em texto para

qualquer conteúdo não textual permitindo, assim, que o mesmo possa ser alterado

para outras formas mais adequadas à necessidade do indivíduo, tais como

impressão em caracteres ampliados, braille, fala, símbolos ou linguagem mais

simples.

• Recomendação 1.2 Mídias com base no tempo: Fornecer alternativas para mídias

com base no tempo.

• Recomendação 1.3 Adaptável: Criar conteúdos que possam ser apresentados de

diferentes maneiras (por ex., um layout mais simples) sem perder informação ou

estrutura.

• Recomendação 1.4 Discernível: Facilitar a audição e a visualização de conteúdos

aos usuários, incluindo a separação do primeiro plano e do plano de fundo.

Princípio 2: Operável - Os componentes de interface de usuário e a navegação têm de ser

operáveis.

• Recomendação 2.1 Acessível por Teclado: Fazer com que toda a funcionalidade

fique disponível a partir do teclado.

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• Recomendação 2.2 Tempo Suficiente: Fornecer tempo suficiente aos usuários para

lerem e utilizarem o conteúdo.

• Recomendação 2.3 Ataques Epilépticos: Não criar conteúdo de uma forma

conhecida que possa causar ataques epilépticos

• Recomendação 2.4 Navegável: Fornecer formas de ajudar os usuários a navegar,

localizar conteúdos e determinar o local onde estão.

Princípio 3: Compreensível - A informação e a operação da interface de usuário têm de ser

compreensíveis.

• Recomendação 3.1 Legível: Tornar o conteúdo de texto legível e compreensível.

• Recomendação 3.2 Previsível: Fazer com que as páginas Web surjam e funcionem

de forma previsível.

• Recomendação 3.3 Assistência de Entrada: Ajudar os usuários a evitar e corrigir

erros.

Princípio 4: Robusto - O conteúdo tem de ser robusto o suficiente para poder ser interpretado

de forma concisa por diversos agentes do usuário, incluindo tecnologias assistidas.

• Recomendação 4.1 Compatível: Maximizar a compatibilidade com atuais e futuros

agentes de usuário, incluindo tecnologias assistidas.

As diretrizes WAI baseiam-se em especificações técnicas fundamentais para a

Web e são desenvolvidas em coordenação com as especificações técnicas do W3C (HTML,

XML, CSS, SVG, SMIL etc.).

Essas recomendações além de garantir a acessibilidade do site às pessoas

portadoras de necessidades especiais, também facilita o acesso de todos os usuários,

independentemente da ferramenta usada (computadores de mesa, laptops, telefones

celulares, ou navegador por voz) e das limitações associadas ao respectivo uso (ambientes

barulhentos, salas mal iluminadas ou com excesso de iluminação, utilização sem o uso

das mãos) (FERRAZ, 2009).

2.6 VANTAGENS E DESVANTAGENS NA UTILIZAÇÃO DOS PADRÕES WEB

Segundo Wyke, utilizar padrões para a web é extremamente vantajoso, pois proporciona

um maior controle sobre a página. Tornando o documento bem estruturado e

semanticamente correto (WYKE, 2005).

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Para Zeldman, sites construídos de acordo com estes padrões, custam menos,

funcionam melhor e são acessíveis a mais pessoas e dispositivos seja ele um leitor de tela,

celular, PDA, Tablet e SmartPhone (ZELDMAN, 2003).

Desenvolver nos padrões significa utilizar a web como uma ampla ferramenta

acessível por um grande número de usuários e uma variedade de dispositivos, além de

diversos outros benefícios, como:

• Apresentado de maneira eficiente e padronizada: Separação de conteúdo e da

apresentação para tornar o código limpo e correto;

• Manutenção e desenvolvimento simplificados: usar código semântico e bem

estruturado torna mais fácil a compreensão do código e reduz custos e trabalho

desnecessário;

• Compatibilidade com as leis e diretrizes de acessibilidade sem comprometer a

beleza, o desempenho ou a sofisticação;

• Adaptação simplificada: tornam-se funcionais em vários navegadores e

plataformas, sem a dificuldade e a despesa de criar versões separadas, suportando

dispositivos não tradicionais desde acessórios sem fio e telefones celulares, até

leitores de Braille e de tela usados por usuários com deficiências físicas - apenas

por vincular a um arquivo CSS diferente;

• Compatibilidade com versões futuras: sites projetados utilizando padrões

definidos e código válido, reduzem o risco de novos navegadores serem incapazes

de renderizar a codificação utilizada;

• Maior velocidade no carregamento da página: arquivos de tamanho menor e

download mais rápido, fazendo com que os navegadores (Microsoft Internet

Explorer, Mozilla FireFox, Opera, etc.) renderizem as páginas mais rapidamente,

possibilitando assim, uma melhoria do desempenho computacional;

• Melhor posicionamento em mecanismos de busca.

Entre as principais desvantagens, vale-se destacar:

• Dificuldades de aprendizado: a adoção dos padrões não costuma ser algo simples

para desenvolvedores acostumados a leiautes em tabelas, pois envolve o domínio

de uma nova linguagem (CSS) e uma mudança de mentalidade na forma de

desenvolvimento que passa a ser baseado no conteúdo e não mais no visual.

• Diferenças na implementação dos padrões por parte dos navegadores: apesar das

recomendações do W3C terem sido criadas com o propósito de padronizar a

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codificação das páginas web, alguns navegadores atuais ainda não apresentam

completo suporte a estes padrões e não conseguem implementar corretamente

todas as recomendações do W3C.

• Requer mais tempo para desenvolvimento.

2.7 ACESSIBILIDADE: AVALIAÇÃO E VALIDAÇÃO

Um importante passo na implementação de uma página web é verificar se o site está

atendendo todas as exigências quanto aos padrões de acessibilidade. Os desenvolvedores

implementam, ou deveriam implementar, todas as orientações da W3C.

Porém, algumas orientações podem deixar de serem implementadas ou

realizadas equivocadamente.

Para corrigir eventuais erros de acessibilidade, existem ferramentas que analisam

o código fonte e apontam os erros e melhorias para que possam ser corrigidas e

implementadas.

Desta forma, com base nas recomendações do W3C/WAI, foram desenvolvidos

softwares que avaliam o nível de acessibilidade de sites, gerando relatórios contendo uma

lista dos problemas encontrados e que devem ser corrigidos para que o site possa, então,

exibir o seu selo de acessibilidade (SPELTA, 2003).

As Ferramentas de validação e simulação são um importante recurso na criação

de código acessível, seja pela facilidade em realizar uma varredura no código ou pela

dificuldade que pequenas equipes encontram em ter contato com toda a diversidade de

usuários existentes em cenários como o brasileiro. Algumas das ferramentas de validação

amplamente utilizadas destacam-se duas, Test Accesibilidad Web (TAW) e o DaSilva

(desenvolvido pela Acessibilidade Brasil).

O TAW é mantido pelo Centro Tecnológico de la Información y la Comunicación

(CTIC) e sua interface permite fazer avaliações por níveis de prioridade. (TAW, 2008)

O avaliador DaSilva é um avaliador brasileiro mantido pela Acessibilidade Brasil

e sua interface permite avaliar simultaneamente pelos três níveis de prioridade

(DASILVA, 2008).

Quando os sites passam pelos avaliadores de acessibilidade eles retornam uma

tela com o resultado da avaliação em cada nível de prioridade bem como as linhas nas

quais se encontram os possíveis erros de validação. Possibilitando desta forma, identificar

e corrigir o problema com mais rapidez.

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14 ACESSIBILIDADE NA INTERNET

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Contudo, os métodos automáticos não são capazes de identificar todas as

diversificações da acessibilidade. A avaliação humana pode ajudar a garantir a clareza da

linguagem e a facilidade da navegação.

A avaliação e validação da acessibilidade de uma página ou de um site devem

estar presentes desde as fases iniciais do desenvolvimento do documento.

A equipe de pesquisa da W3C-WAI (1999), aponta como método para validação

de uma página os seguintes pontos de verificação:

1. Utilização de uma ferramenta de acessibilidade automática e ferramentas de

validação de navegadores.

2. Validação da sintaxe (HTML, XML etc.).

3. Validação das folhas de estilo.

4. Utilização de um navegador somente texto ou emulador.

5. Utilização de vários navegadores gráficos com: som e gráficos ativos, sem

gráficos, sem mouse, sem carregar frames, programas interpretáveis, folhas de estilo ou

applets.

6. Utilização de vários navegadores, antigos e recentes.

7. Utilização de um navegador de emissão automática de fala, com leitores de

tela, com software de ampliação, monitores monocromáticos etc.

8. Utilização de corretores ortográficos e gramaticais, com o intuito de aumentar

o grau de compreensão.

9. Revisão do documento, verificando a clareza e a simplicidade.

10. Validação das páginas com usuários reais.

3. METODOLOGIA

A metodologia adotada no desenvolvimento do presente artigo consiste em uma ampla

pesquisa bibliográfica sobre usabilidade e acessibilidade na web.

Sobre pesquisa bibliográfica, Lakatos e Marconi (1999, p. 73) afirmam que:

A pesquisa bibliográfica abrange toda bibliografia já tornada pública em relação

ao tema em estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros,

pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc., até meios de

comunicação orais: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais: filmes e

televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo que

já foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferências

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seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma, quer

publicadas quer gravadas (LAKATOS E MARCONI, 1999).

Ainda sobre pesquisa bibliográfica, Gil (1991) afirma ser um tipo de pesquisa

desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e

artigos científicos. Embora, na maioria dos estudos, seja exigido algum tipo de trabalho

desta natureza, existem pesquisas desenvolvidas, exclusivamente, a partir de fontes

bibliográficas (GIL, 1991).

4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A acessibilidade surgiu ligada a questões físicas relativas à eliminação das barreiras

arquitetônicas possibilitando a facilidades de acesso e posteriormente, é transferida para a

informática na questão de acesso a rede mundial de computadores. Ganhando destaque

internacional e transforma-se em metas para todos os países.

Embora tenha havido algum esforço por parte do governo brasileiro em

ponderar esta questão, toda a legislação criada desde 2004, apenas contempla as

entidades públicas, ou seja, apenas os sítios web das entidades públicas é que estão

abrangidas por essa regulamentação.

Desta forma, cada empresa privada é que decide se o seu sítio web irá ou não

possuir características que o tornem acessível ao uso por pessoas com necessidades

especiais.

De acordo com Granollers (2004), embora todos concebam como necessário

atender aos critérios de acessibilidade definidos pela W3C, “ninguém coloca em prática”.

Apesar de todas as vantagens em desenvolver ambientes virtuais acessíveis

alguns desenvolvedores negligenciam essas as práticas e continuam criando sites na

forma obsoleta de desenvolvimento.

Finalmente, é necessário frisar que seguir os padrões web é colaborar com uma

internet mais interativa garantindo acesso universal e irrestrito ao seu conteúdo, e assim

contribuindo para a evolução desta.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A ideia de desenvolver ambientes virtuais totalmente acessíveis tem por fim a eliminação

das barreiras que dificultam e impossibilitam que os portadores de necessidades especiais

em acessar essas informações.

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Constata-se que muitos websites estão obsoletos e foram construídos sem

nenhuma padronização, apresentam diversos erros causados pela falta de acessibilidade e

de uma usabilidade bem definida.

O artigo demonstrou que além de se fazer necessário a utilização de um padrão

de desenvolvimento para criação de website acessível e fundamental também que os

desenvolvedores tenham mais sensibilidade à questão das pessoas portadoras de

necessidades especiais, e apliquem tais recomendações na construção destes.

Verifica-se que os objetivos almejados pelo artigo foram concluídos com sucesso

e, além de proporcionar aos desenvolvedores uma base concreta sobre a acessibilidade

foram demonstradas várias vantagens e algumas desvantagens na utilização dos padrões

web, bem como o processo para a avaliação e validação da acessibilidade.

Este artigo, mais do que um requisito de avaliação, possibilitou aplicar o

conhecimento adquirido ao longo do curso, além de assimilar os problemas e as angústias

sofridas pelas pessoas que possua alguma limitação, seja ela temporária ou definitiva.

A acessibilidade é um tema que está em evidência no mundo inteiro. Como

trabalho futuro poderia ser o desenvolvimento de uma ferramenta, que permita ao

profissional desenvolver websites baseados nos padrões de acessibilidade com mais

qualidade.

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Alysson Alves dos Santos

Graduado em Sistemas de Informação pela Faculdade Multieducativa – 2009; Analista de Sistemas na União Brasileira de Educação e Ensino - Marista.

Rodrigo Amorim Porto

Graduado em Sistemas de Informação pelo Instituto de Educação Superior da Paraíba (IESP) – 2006; Graduado em Administração pela Universidade de Brasília (UnB) – 2011; Pós-Graduado em Gestão de Tecnologia da Informação pela Faculdade de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasíla (UnB) – 2008; Professor de Graduação e Pós-Graduação da Anhanguera Facnet; Analista da Diretoria de Tecnologia do Banco do Brasil S.A.

Lívia Carolina de Medeiros Porto

Graduada em Direito pelo Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ) – 2007; Pós-Graduada em Direito e Processo do Trabalho pela Faculdade Processus – 2009; Pós-Graduada em Português Jurídico pela Faculdade Processus – 2010. Coordenadora de Pós-Graduação e Extensão das Faculdades Anhanguera Facnet.