Acesse aqui a edição 2 do jornal "Neurologia em pauta" - APM · xísticos não epilépticos,...

4
“É preciso tratar o paciente, não somente o exame” A manhã de palestras do dia 25 teve iní- cio com a conferência internacional “Aciden- te Vascular Cerebral na Gravidez: Isquêmico e Hemorrágico”, ministrada por José Biller. O estadunidense, uma das maiores autoridades mundiais no campo das doenças cerebrovas- culares, é professor de Neurologia e Cirurgia Neurológica, além de presidente do Departa- mento de Neurologia da Universidade Loyola de Chicago, Stritch School of Medicine. “É sempre um prazer estar com meus colegas no Brasil. A minha apresentação hoje falará dos problemas que podemos encontrar cuidando de pacientes que estão grávidas e apresentam aci- dentes vasculares cerebrais (AVCs)”, iniciou. Para ele, há várias perguntas que são frequentemen- te feitas pelos médicos, colegas e pacientes. O intuito da explanação foi ilustrar algumas des- sas questões, passando exemplos da prática de Biller, visando gerar um entendimento melhor deste complexo problema. “Precisamos investigar os sintomas de pa- cientes grávidas e a administração dos me- dicamentos. Sabemos que os riscos de AVCs isquêmicos e hemorrágicos aumentam par- ticularmente no período pós-parto, não exa- tamente durante a gravidez. As seis semanas depois do nascimento da criança formam o Edição 2 | 25 de maio de 2017 Neurologia em pauta período crítico, de máximo risco para a pa- ciente. Mas também sabemos que o AVC is- quêmico não é contraindicação para gravidez subsequente”, afirmou. Falando sobre as mudanças fisiológicas que ocorrem na gravidez, Biller apresentou alguns dados como a pressão sanguínea cain- do entre 10% e 20%; a queda de 10% da pres- são diastólica; e a aceleração do ritmo cardí- aco em até 20%; além do aumento do volume de plasma. “Isso explica por que algumas des- sas pacientes podem ter uma complicação. É um fenômeno fisiológico, não patológico. Algumas mulheres, por exemplo, podem ter edema de extremidade. Isso reflete em hipe- ratividade, mas não em clônus.” O especialista – que também é editor do Jour- nal of Stroke and Cerebrovascular Diseases e che- fe-editor da Frontiers in Neurology – perguntou aos presentes: “O que nós sabemos sobre a ques- tão dos AVCs com gravidez?” Levando em conta, explicou, que muitas mulheres estão ficando grá- vidas em idades mais avançadas que no passado, há causas principais relacionadas ao problema. “Como a pré-eclâmpsia, o embolismo do fluído amniótico, a cardiomiopatia periparto e a angio- patia pós-parto”, exemplificou. Biller falou sobre a doença cardiovascular reumática, comum entre mulheres jovens de países em desenvolvimento, com estimativas de mais de 15 milhões de pessoas atingidas no mun- do. “Não é incomum que essas pacientes sintam os sintomas durante a gravidez. Mais comumen- te no 3º trimestre. É importante saber que a mu- lher deve ser tratada profilaticamente contra a faringite estreptocócica”, disse. Como curiosidade, o especialista apresentou um dado curioso: a Nigéria mantém uma alta taxa de cardiomiopatia periparto. Ao conversar com locais, ele descobriu que, após o parto, as mulheres – por questões culturais – fazem dietas com muito sal, aumentando os riscos. “Precisamos prestar atenção em outras questões, por exemplo a embolia do fluido amniótico decorrente do colapso cardiovascu- lar e a embolia venosa relacionada ao sopro no coração. Já a trombofilia pode ser adquiri- da hereditariamente e sabemos que a gravi- dez é um estado trombofílico. Falo para meus pacientes que os registros médicos eletrôni- cos e os avanços da tecnologia, nos quais um aperto de botão envolve milhões de dólares, podem misturar tudo. Mas é preciso fazer os exames certos.” Biller considera essencial que o médico tra- te o paciente, não o heredograma, o exame, a ressonância. Ele disse isso ao apresentar um caso clínico em que não era capaz de entender as condições que levaram uma paciente a ter uma doença vascular que afetasse somente a parte extracraniana. Ao reconstituir o parto, ele descobriu que a hipertensão do pescoço – por conta da posição em que foi realizado o proce- dimento – influenciou na doença. José Biller, conferencista internacional dos EUA, abriu o segundo dia do Congresso falando da relação entre gravidez e AVCs

Transcript of Acesse aqui a edição 2 do jornal "Neurologia em pauta" - APM · xísticos não epilépticos,...

“É preciso tratar o paciente, não somente o exame”

A manhã de palestras do dia 25 teve iní-cio com a conferência internacional “Aciden-te Vascular Cerebral na Gravidez: Isquêmico e Hemorrágico”, ministrada por José Biller. O estadunidense, uma das maiores autoridades mundiais no campo das doenças cerebrovas-culares, é professor de Neurologia e Cirurgia Neurológica, além de presidente do Departa-mento de Neurologia da Universidade Loyola de Chicago, Stritch School of Medicine.

“É sempre um prazer estar com meus colegas no Brasil. A minha apresentação hoje falará dos problemas que podemos encontrar cuidando de pacientes que estão grávidas e apresentam aci-dentes vasculares cerebrais (AVCs)”, iniciou. Para ele, há várias perguntas que são frequentemen-te feitas pelos médicos, colegas e pacientes. O intuito da explanação foi ilustrar algumas des-sas questões, passando exemplos da prática de Biller, visando gerar um entendimento melhor deste complexo problema.

“Precisamos investigar os sintomas de pa-cientes grávidas e a administração dos me-dicamentos. Sabemos que os riscos de AVCs isquêmicos e hemorrágicos aumentam par-ticularmente no período pós-parto, não exa-tamente durante a gravidez. As seis semanas depois do nascimento da criança formam o

Edição 2 |

25 de maio de 2017

Neurologiaem pauta

período crítico, de máximo risco para a pa-ciente. Mas também sabemos que o AVC is-quêmico não é contraindicação para gravidez subsequente”, afirmou.

Falando sobre as mudanças fisiológicas que ocorrem na gravidez, Biller apresentou alguns dados como a pressão sanguínea cain-do entre 10% e 20%; a queda de 10% da pres-são diastólica; e a aceleração do ritmo cardí-aco em até 20%; além do aumento do volume de plasma. “Isso explica por que algumas des-sas pacientes podem ter uma complicação. É um fenômeno fisiológico, não patológico. Algumas mulheres, por exemplo, podem ter edema de extremidade. Isso reflete em hipe-ratividade, mas não em clônus.”

O especialista – que também é editor do Jour-nal of Stroke and Cerebrovascular Diseases e che-fe-editor da Frontiers in Neurology – perguntou aos presentes: “O que nós sabemos sobre a ques-tão dos AVCs com gravidez?” Levando em conta, explicou, que muitas mulheres estão ficando grá-vidas em idades mais avançadas que no passado, há causas principais relacionadas ao problema. “Como a pré-eclâmpsia, o embolismo do fluído amniótico, a cardiomiopatia periparto e a angio-patia pós-parto”, exemplificou.

Biller falou sobre a doença cardiovascular reumática, comum entre mulheres jovens de países em desenvolvimento, com estimativas de mais de 15 milhões de pessoas atingidas no mun-do. “Não é incomum que essas pacientes sintam

os sintomas durante a gravidez. Mais comumen-te no 3º trimestre. É importante saber que a mu-lher deve ser tratada profilaticamente contra a faringite estreptocócica”, disse.

Como curiosidade, o especialista apresentou um dado curioso: a Nigéria mantém uma alta taxa de cardiomiopatia periparto. Ao conversar com locais, ele descobriu que, após o parto, as mulheres – por questões culturais – fazem dietas com muito sal, aumentando os riscos.

“Precisamos prestar atenção em outras questões, por exemplo a embolia do fluido amniótico decorrente do colapso cardiovascu-lar e a embolia venosa relacionada ao sopro no coração. Já a trombofilia pode ser adquiri-da hereditariamente e sabemos que a gravi-dez é um estado trombofílico. Falo para meus pacientes que os registros médicos eletrôni-cos e os avanços da tecnologia, nos quais um aperto de botão envolve milhões de dólares, podem misturar tudo. Mas é preciso fazer os exames certos.”

Biller considera essencial que o médico tra-te o paciente, não o heredograma, o exame, a ressonância. Ele disse isso ao apresentar um caso clínico em que não era capaz de entender as condições que levaram uma paciente a ter uma doença vascular que afetasse somente a parte extracraniana. Ao reconstituir o parto, ele descobriu que a hipertensão do pescoço – por conta da posição em que foi realizado o proce-dimento – influenciou na doença.

José Biller, conferencista internacional dos EUA, abriu o segundo dia do Congresso falando da relação entre gravidez e AVCs

Logo após ministrar a conferência interna-cional de abertura, José Biller apresentou ca-sos clínicos de AVC. A parte da manhã também contou com intervenção de Rubens Gagliar-

di – presidente da mesa no primeiro horário – falando sobre estatinas no AVC, Jefferson Gomes Fernandes, versando sobre inovações digitais, Ayrton Rocha Massaro tratando de insufici-ência cardíaca e cérebro, e Rodrigo Bazan abordando o ataque isquêmico transitório.

Paulo Lotufo, por sua vez, entrou no tema da mortalidade e comorbidades no AVC. “Em 2005, já dizia que o AVC era uma doença negligenciada. Dez anos depois, repeti um editorial que publiquei falando a mesma coisa. O Brasil está muito acima da média de ocorrências de mortalidade na América Latina. No mundo, só estamos atrás de Indonésia, Rússia, China, Índia e África do Sul. Mostra que é uma doença que merece muito do nosso investimento em termos de sociedade”, afirmou.

Na parte da tarde falaram, ainda, Maramélia Miranda Alves (sobre paciente instável no AVC agudo), Octávio Pontes Neto (trombectomia mecânica), Leonardo de Deus Silva (tratamento endovascular dos aneurismas e MAvs), Paulo Púglia (hemorra-gia cerebral), Soraia Ramos Cabette Fábio (novos anticoagulan-tes versus varfarina), Francisco Antunes Dias (AVC da artéria ba-silar), Eli Faria Evaristo (aspectos práticos na organização de um protocolo de AVC) e Leandro Cerqueira Gama (uso do doppler transcraniano no AVC criptogênico).

Marcia Morita deu início ao tema, abordan-do a atualização da classificação das epilepsias. “Por que classificar? O objetivo é criar uma estrutura para facilitar o diagnóstico, o trata-mento e a definição de prognósticos. Juntar os semelhantes para entender melhor a patologia”, avaliou. Mais tarde, ela também falou sobre o trata-mento das epilepsias focais.

A sala contou, durante a manhã, com a participação de Luiz Henrique Castro (vídeo-EEG no diagnóstico), Fernando Cendes (neuroimagem no diag-nóstico das epilepsias), Iscia Lopes-Cendes (o papel da genética no diagnósti-co das epilepsias mioclônicas progressivas), Luiz Eduardo Betting (tratamento da epilepsia generalizada genética), André Palmini (tratamento das epilep-sias generalizadas sintomáticas e progressivas) e Lécio Figueira (tratamento de emergências em epilepsia).

“Primeiro, temos que aprender a distinguir o que é um sintoma ansioso de um transtorno ansioso. O sintoma é necessário, todos temos, é um fe-nômeno adaptativo. Quanto torna-se desaptativo é que vira um transtorno – condição crônica com períodos de remissão durante seu curso”, seguiu Kette Valente, falando sobre transtorno de ansiedade.

Também ministraram palestras Fulvio Scorza (sobre atualização em morte súbita em epilepsia), Luis Otávio Caboclo (definições de farmacorre-sistência), Américo Sakamoto (indicações e evidências do tratamento cirúr-gico das epilepsias), Renato Luiz Marchetti (abordagem prática da depres-são e crises psicogênicas), João Pereira Leite (auxílio da neuropatologia na compreensão das epilepsias focais) e Clarissa Yasuda (análise comparativa das complicações dos tratamentos).

Martin Brodie, especialista escocês, encerrou a discussão da mesa falando sobre a politerapia racional. “Precisamos combinar drogas antiepiléticas de uma maneira mais eficiente, tentando entender como usar as que temos à disposição. As escolhas potenciais destas drogas, como monoterapias ou em combinação, são tão numerosas que é impossível testar todas elas.”

As discussões nessa sala começaram com a Sín-drome de West, ministrada por Letícia Pereira Sam-paio – que também falou sobre dieta cetogênica. Maria Augusta Montenegro tratou dos eventos paro-

xísticos não epilépticos, enquanto Umbertina Conti Reed abordou o diagnóstico e a conduta em encefalites autoimunes.

Marco Antônio Arruda versou sobre atualização de enxaqueca. “Para tratar: vamos atrás de guidelines? De evidências científicas? E em relação ao efeito placebo, o estudo na literatura tem au-mentado muito. Esperamos das crianças aprendizado associativo, condicionamento pavloviano e aprendizado instrumental. Mas podemos observar que há interferência da expectativa dos pais em relação à criança que está em estudo clínico, recebendo remé-dios que eles não sabem o que é.”

Durante a tarde, participaram Laura Silveira Moriyama (falan-do sobre distúrbios do movimento), Simone Consuelo Amorim (uso de toxina botulínica em neurologia infantil), Lécio Figueira Pinto (diagnóstico e conduta das encefalites autoimunes), Erasmo Bar-bante Casella (transtornos do espectro autista) e Fernando Kok (in-dicação e interpretação dos testes genéticos em neurologia infantil) – presidente do último horário.

Já a primeira presidente da sala, Maria Luiz Manreza – que também falou sobre os novos e velhos fármacos antiepilépticos na prática diária

– abordou a nova classificação das síndromes epilépticas. “A proposta de classificação de 2010, por exemplo, definiu como uma crise focal limitada a uma rede neuronal do hemisfério cerebral, que pode co-meçar não somente em áreas corticais, mas também nas subcorticais, mudando o conceito que tínhamos antes. Para cada tipo de crise, o início crítico é consistente de uma para a outra”, explicou.

CEREBROVASCULAR

NEUROLOGIA INFANTIL

EPILEPSIA

Presidida por José Antônio Livramento, a primeira mesa começou com discussões sobre o diagnóstico diferencial das meningoencefali-tes pelos vírus do grupo herpes, conduzida por Sandro Matas. Lécio Figueira Pinto seguiu tratando das meningites e das meningoencefalites neurofílicas não bacterianas, enquanto Au-gusto Penalva de Oliveira tratou das complicações neurológicas da infecção pelo zika vírus. Hélio Gomes, que secretariou a discussão, abordou a LCR nas arboviroses.

A programação seguiu com Wellington Flores, que versou sobre as emergências em neuroinfecção e os aspectos clínicos das menin-goencefalites. “O paciente ter crises convulsivas ajuda o médico a pensar em encefalite, por exemplo, mas nem sempre necessaria-mente é isso.” Antes do almoço, Carlos Senne e Claudia Leite conti-nuaram com aspectos das emergências em neuroinfecção.

Na parte da tarde, a programação foi presidida por Luís Ramos Ma-chado. José Vidal falou sobre neurotoxoplasmose e meningite criptocóci-ca na AIDS. Augusto Penalva de Oliveira ministrou palestra sobre leuco-encefalopatia multifocal progressiva e Fernando Freua sobre neurossífilis.

No último ciclo, o destaque foi para a neurocisticercose. Oswaldo Takayanagui apresentou exemplos das condições brasileiras de sane-amento, que ajudam a explicar a incidência da doença: “Lamenta-velmente ainda não está extinta”. Ronaldo Abraham falou sobre os critérios diagnósticos da doença. Em seguida, Fernando Gomes Pinto abordou hidrocefalia a pressão normal e tap-test e Alberto Alain Ga-bbai, as manifestações neurológicas nas endocardites bacterianas.

Márcio Balthazar (falando sobre manejo da depressão), Francisco Assis Ciciarelli (manejo da agressividade), Vitor Tumas (manejo do comporta-mento motor aberrante), Gustavo Bruniera (biomarcadores liquóricos), Gustavo Sampaio (avanços tecnológicos em cognição), Antônio José da Ro-cha (neuroimagem estrutural e funcional), e o presidente da mesa, Paulo Bertolucci (manejo dos distúrbios do sono), falaram pela manhã.

Na parte da tarde, o foco da discussão foi o tratamento além da medicação, com mesa presidida também por Bertolucci. A psicóloga Vera Duarte falou sobre indicação da reabilitação, o enfermeiro Ceres Ferretti falou sobre indica-ções para suporte familiar, e Cleo França tratou da indicação de musicoterapia.

França mostrou vídeos de pacientes reagindo à musicoterapia, por exemplo. “Ninguém precisa ter conhecimento musical para fazer. É só ver as pessoas reagin-do à música e suas expressões. Já atendi um cirurgião que achou estranho o trata-mento. Afirmou não gostar de música e ficou reticente. Após uma conversa com a família, descobri quais artistas ele gostava e o surpreendi com uma música que conhecia. Foi o que bastou para responder de maneira positiva à musicoterapia.”

Carla Cristina Guariglia iniciou os debates, ministrando a palestra “Concussão, Conceitos e Protocolo no Esporte”. Na sequência, falaram André Pedrinelli (sobre a experiência à beira do campo) e o presidente da mesa Renato Anghinah (encefalopa-tia traumática crônica e casos clíni-cos do tema, para desvendar os cé-rebros dos nossos atletas campeões).

Após o almoço, Edmar Zanoteli presidiu a sala e falou a respeito da biópsia muscular na prática clínica. Anamarli Nucci abordou as miopatias do adulto, Wladimir Bocca Vieira de Rezende Pinto palestrou sobre exa-mes de imagem no diagnóstico das miopatias, Alzira Alves de Siqueira Carvalho a respeito da miopatia ne-crotizante e, por fim, Cláudia Ferreira da Rosa Sobreira tratou da investiga-ção das miopatias metabólicas.

Neste espaço, Marcus Tulius Silva iniciou os debates, falando sobre a mielopatia pelo HTLV-1/2. Seguiu com a programação o pre-sidente da mesa, Sandro Matas, tratando das mielopatias infeccio-sas e parasitárias. Manoel Paiva encerrou, abordando a fisiopato-logia e a conduta na urgência da mielopatia traumática.

Os conceitos básicos para a atua-ção do neurologista na reabilitação pós AVC foram tratados por Milene Ferreira, cuja aula destacou a im-portância do dinamismo da reabi-litação e foi seguida pela de Marcio Pena (como incorporar as melhores evidências à prática clínica de uma unidade de AVC) e Cristiano Milani (toxina botulínica como instrumento de integração em uma equipe inter-disciplinar de neuro reabilitação).

Com sala lotada, a discussão de casos clínicos foi conduzida por Acary Oliveira, Orlando Bar-sottini e José Luiz Pedroso, que interagiram o tempo todo com a plateia. Em quase três horas de apresentações de histórias de pacientes, a ambiente da sala se assemelhou a um grande atendi-mento coletivo, com neurologis-tas e médicos de outras especia-lidades fazendo a anamnese dos casos e os diagnósticos juntos.

Como o tema central eram os desafios em Neurologia, todo tipo de conhecimento era solicitado dos participantes, seja em ima-gem, clínica, cirurgia etc.

CASOS CLÍNICOS

DEMÊNCIAS

NEUROLOGIA DO ESPORTE MIOPATIAS

DOENÇAS RAQUIMEDULARES

NEURO REABILITAÇÃO

NEUROINFECÇÃO

PATROCINADORES

MASTERPREMIUM

XI Congresso Paulista de Neurologia

Fernando Cendes - PresidenteEsper Abrão Cavalheiro – Presidente de Honra

Comissão Organizadora: Acary Souza Bulle de Oliveira, Marcel Simis, Ronaldo Abraham e Rubens José Gagliardi.Associação Paulista de Neurologia: Presidente: Rubens José Gagliardi. 1º Secretário: Acary Souza Bulle de Oliveira. 2º Secretário: Marcel Simis. Coordenador Científico: Luís dos Ramos MachadoAssociação Paulista de Medicina: Presidente: Florisval Meinão. Diretor Científico: Paulo Andrade Lotufo. Diretor de Comunicação: Ivan de Melo Araújo. Diretora de Eventos: Mara Rocha Gândara.

O informativo Neurologia em Pauta é uma publicação interna do XI Congresso Paulista de Neurologia (1.000 exemplares), com periodicidade diária. Coordenadora: Giovanna Rodrigues (Mtb. 52.311/SP). Repórter: Guilherme Almeida (Mtb. 81.152/SP). Fotos: Marina Bustos e Osmar Bustos. Projeto Gráfico e Diagramação: Giselle de Aguiar Pires

GOLDPROGRAMA

VOCÊ É CURIOSO?PARCEIRO CLUB|APMPRAÇA

Cada sala do Congresso recebeu um simpósio sa-télite, oferecidos pelos patrocinadores do evento. Na mesa 1, moderada por Vitor Tumas e organizada pela Roche, Henrique Ballalai e Hélio Teive falaram sobre

“Casos clínicos na DP: atualização das diversas apresentações de prolo-pa no contexto atual”.

Já na sala 2, moderada por Fernando Cendes e oferecida pela UCB, o escocês Martin Brodie tratou dos “Outcomes in newly diagnosed epi-lepsy: insights across a generation in Scotland”. O especialista aprovei-tou o seu tempo para contar a história da epilepsia e do desenvolvi-mento da pesquisa na doença. Passou pela época dos formulários de coleta de dados do máximo de pacientes possíveis, para que os médi-cos pudessem ter análises profundas, publicadas em jornais influentes, até os anos mais recentes. Entre diversos temas, falou também sobre o tratamento de pacientes após o primeiro AVC e dos programas para aprender a fazer diagnósticos.

A mesa 3, da Alliar\CDB, contou Leandro Lucato, Fabio Eduardo Fernandes da Silva e Celi Santos de Andrade para debater “Além de T1, T2 e flair: quais outras sequências de RM podem (ou não) ajudar o neurologista no diagnóstico?”. Enquanto isso, na sala 4, Manoel Jacob-sen e o estadunidense Charles Argoff falaram sobre “New concepts in

Neste ano, o XI Congresso Paulista de Neurologia trouxe uma atração inovadora: a sessão “Survival”. Os congressistas inscre-veram casos clínicos – com imagens, vídeos, sinais semiológicos e notas históricas – para a apresentação oral e discussão com o público. A intenção foi fazer com que os participantes ficassem o máximo de tempo possível debatendo os cases.

A dinâmica de discussão reservou, em média, dois minutos para a apresentação dos inscritos – que foram dezenas –, mais dois minutos para debate de todos e um outro minuto para o encerramento. Em algumas oportunidades, foram solicitadas opiniões de especialistas para auxílio na solução do caso ou a apresentação de um desafio para o público.

A atividade, que começou após às 20 horas, contou com vi-nho e queijos para os participantes. Além disso, foram concedi-dos prêmios em três categorias diferentes: apresentação mais interessante/relevante da noite, debatedor mais participativo e para o médico que permaneceu até o final da sessão.

O “Survival” – que fez sucesso entre os congressistas – foi acompanhado pelos palestrantes e por integrantes das comis-sões do evento, como Acary Souza Bulle Oliveira, Marcondes França Júnior, Marcelo Calderaro e José Luiz Pedroso.

neurophatic pain mechanisms: implications for treatment”, discussão oferecida pela Grunenthal.

Por fim, a Biomarin coordenou o debate “Doenças neurodegenera-tivas de início tardio: atualização em doenças lisossomais”, conduzido por Marcondes França Jr.; já Francisco Cardoso e Egberto Reis Barbosa abordaram “Inovações terapêuticas no tratamento da doença de Parki-son, mecanismos terapêuticos inovadores e benefícios da Safinamida na doença de Parkinson”, em oferecimento da Zambon.

Novidade desafiou os médicos a debaterem enquanto pudessem

SIMPÓSIOS SATÉLITES

SESSÃO SURVIVAL

Ação apresentou casos clínicos durante a noite, premiando o último congressista presente