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    17 Encontro Nacional da Associao Nacional de Pesquisadores em Artes PlsticasPanorama da Pesquisa em Artes Visuais 19 a 23 de agosto de 2008 Florianpolis

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    Arte e mdia nas aes de Siron Franco

    Lucia Bertazzomestranda / Cultura Visual / FAV / UFG

    Dra. Maria Elzia Borges (orientadora)

    ANPAP / FAV / UFGResumo: Nesse artigo, pretendo introduzir o conceito de ao, uma forma de artepblica que trabalha com os anseios da populao. O enfoque est no estudo daproduo do artista Siron Franco que consegue perpetuar mensagens de protestosnos meios de comunicao de massa atravs da realizao de obras, principalmenteinstalaes, em locais pblicos. Abre-se espao para a discusso de como a arte seinsere na mdia.Palavras Chave: Aes; Instalaes; Siron Franco; Mdia; Protesto.

    Abstract: In this article, I intend to present the concept of action, a kind of public artthat develops the claims from the people. I focus on the study of the production of the

    artist Siron Franco, who can perpetuate protest messages in mass media through hisworks, mainly installations, in public places. Some room is opened for the discussionon how art finds its way in mass media.Key words: Actions; Installations art; Siron Franco; Media; Protest.

    Ao estudar a obra de Siron Franco, passamos por um percurso intrincado. A

    pluralidade de linguagens marca registrada do artista. Sua atividade principal sempre foi a

    pintura mas, paralelamente, executou esculturas, monumentos e instalaes. Alm disso tudo,

    realizou vdeos, aceitou direo de arte e, geralmente sob encomenda, produziu projetos

    grficos, ilustraes, objetos de design e enfrentou vrias outras tcnicas artsticas. Justifica

    tanta atividade e a variedade de obras como inspiradas pelos artfices renascentistas que

    tinham de propor solues estticas para qualquer demanda. Marco de Arajo analisa essa

    produo plural como caracterstica de uma obra ps-moderna pela inesgotvel gama de

    estilos artsticos (2005: 276).

    A mensagem poltica nunca deixou de ser transmitida. Desde sua produo inicial,

    basicamente pintura repleta de seres grotescos, personagens de um pesadelo tanto individual

    quanto coletivo, os temas lhe so sugeridos pelos acontecimentos que, porm, so retratados

    como denncias. As obras foram relacionadas ao fantstico latino-americano evocado pelo

    Realismo Maravilhosoi. Sua produo posterior, apesar de adquirir um aspecto lrico e se

    distanciar do descritivo, manteve aquela densidade que sua caracterstica principal, tanto

    assim que ordinariamente em sua produo encontramos denncias, stiras, ironias da

    insensatez e do absurdo cotidiano.

    Duas so as principais caractersticas do artista: pluralidade de linguagens e

    preocupao em pensar politicamente as questes que atingem a nossa sociedade. Ao junt-

    las, Siron acabou criando eventos que ultrapassam o circuito artstico, o que reunimos aqui

    sobre a designao de aes. Trata-se de obras realizadas em locais pblicos em que o

    elemento esttico se manifesta juntamente ao protesto, tendo como objetivo ganhar espao

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    nos meios de comunicao e atrair a mdia para acontecimentos que merecem serem

    divulgados, discutidos e importunar a conscincia das pessoas.

    A pequena quantidade de referncias a obras de arte pblica ii com caractersticas

    prximas s aes que estamos apresentando, levou escolha dessa designao. As aes

    so primeiramente atos civis: protestos, manifestaes, passeatas e workshops. Dentro das

    categorias artsticas contemporneas, a maior parte das obras poderiam ser designadas como

    instalaes, mas encontramos tambm happeningse performances. O uso do termo aesse

    tornou necessrio para dar uma nica designao ao conjunto das obras.

    O termo ao foi usado anteriormente por Joseph Beuys (Aktionen, em alemo) que

    fazia questo de diferenciar suas obras das que se enquadravam dentro da categoria de

    performance (BORER, 2001: 7). A referncia que fao a Beuys se d porque ambos artistas

    estiveram preocupados com questes sociais e ambientais e produziram manifestaespblicas, mas a relao entre as obras de Siron e as de Beuys no direta. Algumas aesde

    Beuys, principalmente as produzidas dentro de museus, tm sentidos subjetivos que evocam

    rituais xamnicos.

    Nas obras de Siron, desde a pintura inicial at as aes, vemos a necessidade de

    registrar os acontecimentos histricos enquanto ocorrem. O artista assumiu a postura de quem

    engaja a prpria vida e, consequentemente, a obra nos acontecimentos sociais. "A ligao com

    a vida um trao da prpria personalidade de Siron, sempre presente, sempre atuante,

    buscando interferir no processo social e poltico. Esse trao 'participante' do cidado - do pintor- se expressa em manifestaes que s vezes extrapolam a linguagem da pintura para se

    valerem de formas heterodoxas de expresso" (GULLAR, 1999: 16). Expressando-se atravs

    da obra, encontramos em Siron uma pessoa idealista e que toma partido. No deixa de se

    manifestar em fatos polmicos que cercam a poltica e a respeito de acontecimentos srdidos

    no campo social que presenciamos no Brasil e no mundo.

    Vrios jornalistas e crticos j ressaltaram essa preocupao com o cotidiano. Siron

    recebeu a qualificao de artista engajado, cronista visual. Artigos de jornais e revistas

    ressaltam essa faceta. Ttulos como A Arte de romper cercas (AMARO, O POPULAR, 14

    set 1989), Filho do absurdo (DOCTORS, 1989), Os smbolos brbaros de uma

    poca cnica (JORDO, O POPULAR, 1980), O franco atirador

    (LOGULLO, 1988) e outros parecidos do destaque a essa

    caracterstica do artista. Tudo isso porque a arte de Siron enfoca e levanta problemas

    da sociedade, no se preocupando em veicular mensagens somente para a classe artstica.

    As aesesto muitas vezes mais ligadas cultura popular do que arte institucional.H

    uma cumplicidade com a populao ao se manifestar sobre seus problemas. "Para o

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    intelectual integrado no trabalho de cultura popular, a cultura se coloca em termos de

    problema social." (GULLAR, 2006: 25).

    Fugindo das discusses exclusivas das artes plsticas, a funo dessas obras ser

    um agente na tentativa de ajudar na resoluo dos problemas relatados. Distancia-se das

    discusses exclusivas do mbito da esttica e entra em problemas que afligem a sociedade.

    " natural que a cultura popular lide to intimamente com problemas objetivos, uma vez que

    isso determinado por seu propsito de atuar na realidade concreta" (GULLAR, 2006: 24).

    A estratgia de Siron para que suas obras ganhem visibilidade e provoquem de alguma

    forma a reflexo atrair para elas a fora do chamado quarto poder: a imprensa iii.

    Simples passeatas no conseguem um bom grau de comunicao. Se no forem

    veiculadas pela mdia, podem passar despercebidas, fato j constatado por John Downing em

    seu estudo sobre a Mdia Radical. A manifestao de rua geralmente invalidada como uma

    forma ultrapassada de comunicao radical que s eficaz quando recebe a ateno da mdia

    convencional na verdade, quando se trata de um evento de mdia artificial. (2002: 159).

    Mesmo assim, protestos sem elementos diferenciais podem ser ignorados pela mdia ou no

    atrair a ateno dos destinatrios desejados.

    Siron, ao criar suas aes, tem conscincia da necessidade de repercusso. Ele

    mesmo afirma que uma denncia artstica continua ressoando, difcil de ser esquecida e

    portanto tem mais efeito que uma passeata, reunies ou manifestaes do gnero. (Entrevista,O POPULAR, 12 out 1990). Vincular arte s questes sociais foi a estratgia empregada para

    aumentar as possibilidades de veiculao de seus protestos nos meios de comunicao.

    Imagens se transformam em instrumentos que facilitam a divulgao, compreenso e

    memorizao. As bandeiras brasileiras formadas por sessenta esculturas de antas, numa

    instalao de 1986 ou a formada por 1020 caixes, em 1990, ilustram bem esse fato: as duas

    tiveram grande repercusso veiculada pelos meios de comunicao. As Antas formaram uma

    instalao efmera, exposta uma s vez, mas se tornaram uma das obras mais lembradas em

    matrias sucessivas sobre o artista. J a bandeira formada pelos caixes conseguiu mostrar

    didaticamente o tamanho da tragdia brasileira: mil era o nmero de crianas mortasdiariamente apresentado pelas estatsticas.

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    ANTAS, 1986. Fonte: arquivo pessoal do artista

    CAIXES, 1990. Fonte: arquivo pessoal do artista

    Criar acontecimentos para veicular mensagens reflexivas por meio dos meios de

    comunicao a chamada mdia artificial. Faz parte de uma estratgia pensada e usada pela

    contracultura. Abbie Hoffman, lder estudantil dos anos 60 e 70 nos Estados Unidos, pregava a

    utilizao da mdia para atingir as massas com mensagens subversivas. Para ele no

    importava como isso ocorresse; o importante era que a sociedade tomasse conscincia da

    revoluo pela qual estava passando.

    Hoffman acreditava na revoluo da mdia. Se ativistas criassem

    acontecimentos que parecessem selvagens, sensuais e engraados, os

    meios de comunicao de massa no poderiam deixar de dar ateno a

    eles. A mdia de graa, escreveu ele. No pague anncios. Crie

    notcias. No tinha importncia se as brincadeiras yippies eram relegadas

    parte final dos noticirios, que as emissoras de TV nacionais reservavam

    para temas bizarros ou engraados que deixassem os telespectadores, nas

    palavras de Hoffman, felizes como vacas. Na verdade, isso era perfeito.

    (GOFFMAN; JOY, 2007: 316)

    Para os movimentos sociais, importante veicular mensagens que provoquem a

    reflexo da populao que l jornais e assiste aos noticirios televisivos. Mas a criao pelos

    manifestantes de notcias que possam ser interessantes para os jornalistas no uma tarefa

    muito simples. Isso exige coragem e, s vezes, um toque de subverso. Quando os ativistas

    dos direitos dos animais invadem a passarela nos desfiles em que as modelos vestem peles,por exemplo, eles j prevem o problema que tero com os seguranas.

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    No s nos protestos que arte e a mdia tm relaes bastante prximas. A arte

    desde sempre se apropria dos meios de comunicao existentes e cria os seus prprios meios.

    Basta pensar nas gravuras, nos cartazes, nas caricaturas e no cinema. No incio do sculo

    passado, os manifestos modernos, como os do futurismo e do dadasmo, foram publicados

    primeiramente em jornais, pregando uma nova forma de entender a arte. Atualmente temosuma nova denominao artemdia - para a arte que se apropria dos veculos de comunicao

    e das chamadas novas mdias como forma de expresso:

    "O vocbulo "artemdia", forma aportuguesada do ingls "media arts", tem

    se generalizado nos ltimos anos para designar formas de expresso

    artstica que se apropriam de recursos tecnolgicos das mdias e da

    indstria do entretenimento em geral, ou intervm em seus canais de

    difuso, para propor alternativas qualitativas. Stricto sensu, o termo

    compreende, portanto, as experincias de dilogo, colaborao e

    interveno crtica nos meios de comunicao de massa." (MACHADO,

    2007: 7)

    A referncia ocupao de todos os canais possveis com a divulgao da mensagem

    artstica uma das caractersticas da arte contempornea, conforme a afirmao de Anne

    Cauquelin, que constata: Ns passamos do consumo comunicao (2005: 56). Quando a

    autora analisa Warhol, admite que preciso saturar as redes e fazer uso de todos os suportes

    possveis (2005: 114). Arlindo Machado conclui: "A arte, ao ser excluda dos seus guetostradicionais, que a legitimavam e a instituam como tal, passa a enfrentar agora o desafio da

    sua dissoluo e da sua reinveno como evento de massa." (2007: 30)

    No Brasil, tivemos o movimento tropicalista que desenvolveu as relaes entre arte,

    mdia e protesto. Influenciados pelo perodo inicial da ditadura militar, artistas de vrios

    segmentos se uniram na tarefa de reinventar o Brasil sem os falsos esteretipos sobre os quais

    se edificavam as bases ideolgicas dos militares. A vontade de mostrar a no-passividade

    influenciou o teatro, a msica, as artes plsticas, a literatura e o cinema. A grande mdia foi

    ocupada e transmitiu uma mensagem subversiva que dava uma nova cara ao Brasil e

    oferecia uma alternativa crtica para a formao da conscincia do telespectador brasileiro.

    Seria, pois, numa dupla direo que encaminharia o exerccio (no interior do

    mercado, dos meios de comunicao) de uma conscincia crtica de consumo

    e do espetculo. De um lado, h, de fato, uma ocupao ttica intencional de

    todos os canais possveis de difuso de massa; acompanhada,

    simultaneamente, por outro lado, de um continuado tensionamento interno

    desses meios, e de formas diversas de exposio consciente, de dramatizaomesma dessa ocupao. (SSSEKIND, 2007: 43).

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    O movimento provocou tanta visibilidade que teve todos seus lideres exilados nos

    anos de endurecimento do regime. Em 1979, com a liberdade de expresso devolvida aos

    brasileiros, o Grupo 3ns3v utilizou novamente a mdia para veicular eventos artsticos, tendo a

    cidade como palco. Os integrantes do grupo saram noite cobrindo com sacos de lixo as

    esttuas de So Paulo. No dia seguinte, ligaram para todos os jornais. A obra s estariacompleta com a veiculao nos meios de comunicao (ARANTES, 2007: 164). Outra ao foi

    vedar as portas das galerias com fita crepe e marcar com um X. Deixavam um bilhete em cada

    porta: O que est dentro fica o que est fora se expande. Essa necessidade de

    comunicao foi assim analisada:

    Para Ramiro, a manipulao da mdia, em paralelo utilizao da cidade

    como palco das intervenes, um dos diferenciadores essenciais das

    prticas do grupo em relao a outros trabalhos desenvolvidos no ambiente

    urbano. Para eles a interveno no espao urbano s tinha sentido se ela

    pudesse, de alguma forma, reverberar no espao dos meios de

    comunicao, construindo uma espcie de rede entre os espaos urbanos

    e o da mdia, e ampliando em escala a experimentao desenvolvida no

    espao fsico. (ARANTES, 2007: 164)

    As obras que foram citadas contm elementos que encontramos tambm nas aes de

    Siron: arte, mdia, protesto e a cidade como palco. Lembramos as aes diante do Congresso

    que atraem a ateno dos meios de comunicao. As aes de Siron conseguem sair dos

    programas e cadernos destinados aos debates culturais e aparecem nos jornais televisivos,

    nos cadernos de poltica, cadernos das cidades e, constantemente, na primeira pgina dos

    jornais. raro encontrarmos exposies que tenham alcanado tamanha divulgao.

    Analisando toda a produo das aes do artista Siron podemos afirmar que foi

    alcanado o objetivo principal que as obras se propunham: apresentar sociedade, pelos

    meios de comunicao, aes e assuntos que mereciam visibilidade, debate e at intervenes

    dos poderes pblicos.

    Para essa massiva divulgao, Siron sacrifica a linguagem da chamada arte elitista

    utilizando uma linguagem mais imediata e compreensvel a um pblico maior. E se justifica. Ao

    explicar a obra dos Caixes, declara: Caixo e bandeira so duas coisas que todo mundo

    conhece, no h ningum que no entenda (Entrevista, O POPULAR, 12 out 1990).

    Notas:

    i Corrente artstica caracterstica da Amrica Latina. Para mais informaes da filiao das obras do

    artista com o movimento do Realismo Maravilhoso pesquisar na tese de mestrado: PEREIRA, Eliane M.C. Manso. O Realismo Maravilhoso de Siron Franco: Uma arte crtica mentalidade dominadora na

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    Amrica Latina. Goinia, 1990. Dissertao (Mestrado em Histria) Programa de Ps-Graduao emHistria das Sociedades Agrrias da Universidade Federal de Gois.

    ii Uso aqui o termo Arte Pblica em sua perspectiva atual, que amplia sua abrangncia. Trata-se no sde monumentos, como era o entendimento em perodos anteriores. Essa noo foi discutida nosSeminrios do Sesc de 17 a 19 de outubro de 1995 e 21 de novembro de 1996, publicados em livro

    intitulado Arte Pblica de 1998.

    iii O quarto poder uma expresso criada para qualificar, de modo livre, o poder da mdia ou do jornalismoem aluso aos outros trs poderes tpicos do Estado democrtico (Legislativo, Executivo e Judicirio).Essa expresso refere-se ao poder da mdia quanto a sua capacidade de manipular a opinio pblica, aponto de ditar regras de comportamento e influir nas escolhas dos indivduos e por fim da prpriasociedade. Origem: Wikipdia, a enciclopdia livre.

    iv Um dado interessante que a ditadura brasileira parece no ter se importado com o teor crtico dasobras nas artes plsticas. .Na realidade, grande foi a quantidade de obras produzidas no perodo quecriticavam liricamente o regime. Provavelmente os censores no estavam preparados para ler imagensquando compareciam em exposies. Como exemplo, temos as cenas brasileiras de Joo Cmara, queretratavam o pas de outra poca, mas que, efetivamente, eram retratos da realidade polticacontempornea.v Formado por Hudinilson Junior, Rafael Frana e Mario Ramiro.

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    Referncias:

    AMARO, Aurzia. A arte para romper cercas. O Popular. Goinia, 14 set 1989.

    ARANTES, Priscila. Espao urbano, investigao artstica e a construo de novas

    territorialidades; inMEDEIROS, Maria Beatriz de; MONTEIRO, Marianna F. M. (org).

    Espao e Performance. Braslia: Editora da Ps-graduao em Arte da Universidade

    de Braslia, 2007. P. 153-170

    ARAJO, Marco de; Reflexes sobre a prtica artstica ps-moderna brasileira; in

    GUINSBURG, J.; BARBOSA, Ana Me. (org.). O Ps-modernismo. So Paulo:Perspectiva, 2005. P.261-278.

    BORER, Alain. Joseph Beuys. So Paulo: Cosac & Naify, 2001.

    CAUQUELIN, Anne. Arte Contempornea: Uma Introduo. trad. Rejane

    Janowitzer. So Paulo: Martins Fontes, 2005.

    DOCTORS, Mrcio. Siron Franco. Filho do Absurdo. Catlogo Galeria Montesanti. SoPaulo, 1987, Revista Galeria, n 14, So Paulo, 1989.

    DOWNING, John D. H. Mdia Radical: rebeldia nas comunicaes e movimentos

    sociais. trad. Silvana Vieira. So Paulo: Editora SENAC So Paulo, 2002.

    GOFFMAN, Ken; JOY, Dan. trad. Alexandre Martins. Contracultura Atravs dos

    Tempos: Do mito de prometeu Cultura Digital. Rio de Janeiro: Ediouro, 2007.

    GULLAR, Ferreira. A Pintura vida de Siron Franco; in ADES, Dawn. Siron Franco:

    Figuras e Semelhanas, Pinturas-1968-1995. Rio de Janeiro: Editora Index, 1995.

    _____. Cultura posta em questo, Vanguarda e subdesenvolvimento: ensaios

    sobre arte. Rio de Janeiro: Jos Olympio, 2006.

    JORDO, Eduardo. Os smbolos brbaros de uma poca cnica. O Popular. Goinia,

    13 abr 1980.

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    LOGULLO, Eduardo. Siron, o franco atirador.Revista Interview AD. So Paulo, 1988.

    n.107.

    MACHADO, Arlindo. Arte e mdia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2007.

    MIRANDA, Danilo Santos de(coord.). Arte Pblica: Trabalhos apresentados nos

    Seminrios de Arte Pblica realizados pelo SESC e pelo USIS, de 17 a 19 de outubro

    de 1995 e 21 de novembro de 1996, este ltimo com a participao da Unio Cultural

    Brasil Estados Unidos. So Paulo: SESC, 1998.

    MORAIS, Karla Jaime. Um smbolo nada augusto. O Popular. Goinia, 12 out 1990. O

    Popular 2, p.1.

    SSSEKIND, Flora; Coro, Contrrios, Massa: A Experincia Tropicalista e o Brasil de

    Fins dos Anos 60. in BASUALDO, Carlos (org.). Tropiclia: Uma revoluo na

    cultura brasileira [1967-1972]. So Paulo: Cosac Naify, 2007.

    Sites:

    www.winkipdia.com acesso em 12 abr 2008

    www.riopelapaz.org.br acesso em 12 abr 2008

    Currculo

    Lucia Bertazzo formou-se em Design de Comunicao pela Universidade Catlica de Gois

    editando publicao 1 a 0, com o objetivo de que catalogar a produo artstica do estado, teve

    164 artistas participantes nas 10 edies. Assessora Siron Franco desde 2004. Cursa o

    Mestrado em Cultura Visual da UFG.