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Diretoria de Estudos Sociais - DISOC AÇÃO SOCIAL DAS EMPRESAS DO NORDESTE: QUEM SÃO E ONDE ESTÃO, EM 2003? Brasília, janeiro de 2005

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Diretoria de Estudos Sociais - DISOC

AÇÃO SOCIAL DAS EMPRESAS DO NORDESTE: QUEM SÃO E ONDE ESTÃO, EM 2003?

Brasília, janeiro de 2005

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Presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada Glauco Arbix Diretora da Diretoria de Estudos Sociais Anna Maria Tiburcio Medeiros Peliano Coordenadora-geral da Pesquisa Ação Social das Empresas Anna Maria Tiburcio Medeiros Peliano Elaboração do documento Luana Simões Pinheiro Nathalie Beghin Equipe da Pesquisa Ação Social das Empresas Alda Pimentel de Matos Guerreiro Chaves Luana Simões Pinheiro Marco Antonio de Sousa Nathalie Beghin Regina Célia Issi C. Martins Roberto Sant’Anna Matos Consultores Alfonso Rodriguez Arias Antonio Eduardo R. Ibarra Eliane Rocha Araújo Joel Osório Alves Liseane Morosini Colaboradores Nilton Freitas Barbosa – CGMGI-DIRAF Equipe da Pesquisa por Telefone Leonardo Neves Alves Ângela Alves de Matos Jacileide do Socorro Castro do Monte Katiane de Carvalho Lima Lidiane Silva Soares Agradecimentos Diretoria de Administração e Finanças do IPEA Apoio RedeIpea de Pesquisa Escritório da Cepal no Brasil

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Sumário

Apresentação I. O perfil das empresas pesquisadas

II. Os resultados para a Região Nordeste

• Quem são e onde estão III. Quem fez mais para a comunidade?

• A similaridade entre os estados • O destaque das grandes empresas • A idade tem pouco peso • A agricultura sai na frente • O combate à fome

IV. Quem nada fez para a comunidade e porquê? • A similaridade entre os estados • O porte diz pouco • A dificuldade das mais novas • O menor envolvimento do setor de serviços • Por que motivos as empresas não atendem comunidades?

V. Quem fez mais para seus empregados?

• O destaque é de Pernambuco • O porte das empresas não conta • As mais novas fazem mais • A liderança do setor de agricultura, silvicultura e pesca

VI. Quem nada fez?

• A concentração é maior nos estados menos desenvolvidos • As menores fazem diferença • Os hábitos da idade • O menor envolvimento da industria

Conclusões

Anexo: tabelas suplementares

4

Apresentação

Dando continuidade à série de estudos realizados sobre o ativismo social

empresarial, o IPEA atualiza agora a Pesquisa Ação Social das Empresas para a região

Nordeste. O ineditismo continua sendo a marca da Pesquisa, uma vez que é a primeira

investigação que produz dados comparativos no tempo para o universo das empresas dessa

região com um ou mais empregados localizadas nas capitais e no interior dos estados.

Inicialmente, é importante registrar que o conceito utilizado para definir a ação

social empresarial foi, deliberadamente, abrangente: para as comunidades, considerou-se

qualquer atividade que as empresas realizam, em caráter voluntário, nas áreas de assistência

social, alimentação, saúde e educação, entre outras. Essas atividades incluem desde

pequenas doações eventuais a pessoas ou instituições até grandes projetos mais

estruturados. Já para os empregados e seus familiares, incluíram-se ações não obrigatórias em

áreas tais como, saúde, educação, qualificação profissional, redistribuição de lucros e

previdência complementar. Ressalte-se que atividades sociais, como a alimentação ao

trabalhador, acordadas em convenções coletivas, foram contempladas pela Pesquisa como

ações sociais, uma vez que pressupõem a anuência do empregador independentemente de

legislação prévia.

Foram, portanto, excluídas do conceito de ação social as atividades executadas por

obrigação legal, como, por exemplo, o cumprimento de normas trabalhistas, o vale-

transporte, o salário-família e as contribuições compulsórias às entidades integrantes do

chamado Sistema “S”, quais sejam, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas (Sebrae), Serviço Social da Industria (Sesi), Serviço Social do Comércio (Sesc),

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço Nacional de Aprendizagem

Comercial (Sesc), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Serviço Nacional de

Aprendizagem do Transporte (Senat) e Serviço Nacional de Aprendizagem do

Cooperativismo (Sescoop).

A Pesquisa foi realizada a partir de uma amostra de 2.077 empresas privadas

lucrativas selecionadas no universo de empresas com um ou mais empregados para as quais

se dispunha de endereço e CEP no cadastro mantido pelo Ministério do Trabalho e

Emprego, referente ao ano de 2002, e composto pela Relação Anual de Informações

Sociais (RAIS) e pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Este é

5

o mais completo cadastro de âmbito nacional que identifica, localiza e fornece o número de

empregados e a atividade econômica das empresas.

Na região Nordeste, das 2.077 empresas inicialmente selecionadas para compor a

amostra, 1.846 (89%) foram contatadas pelo IPEA por intermédio de pesquisa telefônica.

As demais 231 não foram localizadas. Do conjunto de empresas para o qual foi possível

estabelecer contato telefônico, 140 corresponderam a unidades sem fins lucrativos, extintas

ou cuja matriz estava localizada fora da região. Em virtude destas características, tais

empresas foram eliminadas da amostra inicial da Pesquisa. Assim, a amostra final, de 1.706

empresas pesquisadas, representa um universo de cerca de 82 mil empresas formais no

Nordeste com um ou mais empregados.

As informações aqui apresentadas referem-se à apuração das respostas fornecidas

na primeira etapa da Pesquisa, realizada por telefone, entre os meses de julho e outubro de

2004. Embora para alguns dos grupamentos analisados os dados refiram-se a um número

pequeno de empresas (i.e., setor de agricultura, silvicultura e pesca), podendo

eventualmente reduzir sua validade estatística, acredita-se que eles retratem com fidelidade

o envolvimento do empresariado da região Nordeste na área social.

Os resultados obtidos fornecem um retrato do conjunto das empresas privadas do

Nordeste1 com um ou mais empregados que realizaram ações sociais em 2003, por ano de

criação, porte e setor de atividade econômica. Permitem, ainda, avaliar quem mais se

destaca em cada um dos grupamentos pesquisados, levando-se em conta, por exemplo,

quantas empresas da região realizaram ações sociais em 2003 como proporção do total de

empresas existentes. Tais relações denotam a intensidade do envolvimento das empresas –

conforme sua localização, porte, ano de criação e setor de atividade econômica. Este ano, a

Pesquisa explorou, em caráter inédito, as razões pelas quais as empresas não realizaram, em

caráter voluntário, qualquer atividade social em prol das comunidades mais pobres e o que

as levaria a atuar nesse campo. Indagou-se, ainda, se a empresa fez doações ou realizou

ações sociais especificamente voltadas para o combate à fome. Destaque-se que esse

conjunto de informações contribui para formar um referencial importante para se avaliar o

grau de envolvimento do setor empresarial com a questão social no país.

1 No que se refere à localização, os resultados estão desagregados para os estados da Bahia, Ceará e Pernambuco onde se concentram cerca de 70% das empresas da Região. As informações referentes aos outros estados – Alagoas, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe – foram agrupadas.

6

É importante ressaltar que o contato direto por telefone é um método que se

mostra de grande valia. Por desconhecer o significado da noção de ação social adotada

nesta Pesquisa, muitas vezes o empresário, principalmente o de pequeno porte, não

informa as atividades que realiza. A interatividade proporcionada pelo telefone permite

melhor esclarecimento sobre o conteúdo do que se busca pesquisar, o que ajuda as

empresas a responderem mais adequadamente às perguntas, e fornecer, inclusive,

informações complementares. Ademais, a pesquisa por telefone permite alcançar uma alta

representatividade, visto que obteve-se respostas para cerca de 90% das empresas da

amostra.

Por último, restam as indagações sobre o tipo de ações que as empresas do

Nordeste realizam, como operam, porque atuam e a quem beneficiam, dentre outras

questões. Estas respostas estarão disponíveis após a conclusão da segunda etapa da

Pesquisa referente à apuração dos questionários enviados às empresas que declararam, por

telefone, ter realizado algum tipo de ação social em benefício da comunidade em 2003. A

divulgação destes resultados está prevista para o primeiro semestre de 2005.

7

I. O perfil das empresas pesquisadas

O universo analisado pela Pesquisa é composto por 82.056 empresas privadas, com

um ou mais empregados, localizadas na região Nordeste.

Pouco menos de um terço das empresas (31%) está concentrado na Bahia, 20% em

Pernambuco e, 16%, no Ceará. Os demais seis estados – Alagoas, Maranhão, Paraíba, Piauí,

Rio Grande do Norte e Sergipe – abrigam, conjuntamente, 33% das empresas da região.

Predominam as empresas comerciais (55%) e aquelas com um a dez empregados (47%).

Os gráficos 1 a 3 apresentam a distribuição das empresas na região, por estado, por

setor de atividade econômica e pelo número de empregados.

Bahia31%

Ceará16%

Outros Estados*33%

Pernambuco20%

Total: 82.056

Total: 82.056 empresas

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004) Nota: * Refere-se aos estados de Alagoas, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Gráfico 1 Região Nordeste

Distribuição das Empresas em 2003, por Estado

8

Gráfico 2 Região Nordeste

Distribuição das Empresas em 2003, por Setor de Atividade

Comércio55%

Serviços23%

Indústria16%

Agricultura, Silvicultura e Pesca

2%

Construção Civil4%

Total: 82.056 empresas

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

1 a 10 empregados47%

11 a 100 empregados32%

Mais de 500 empregados6%

101 a 500 empregados5%

Não sabe/Não respondeu10%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nodeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Total: 82.056 empresas

Gráfico 3Região Nordeste

Distribuição das Empresas em 2003, por Número de Empregados

9

II. Os resultados para a Região Nordeste

Cerca de 74% das empresas privadas do Nordeste com um ou mais empregados,

declararam ter realizado, em caráter voluntário, ações sociais para a comunidade em 2003,

como pode ser observado no gráfico 4. São 61 mil empresas que incluem tanto as que

fizeram pequenas e eventuais doações até aquelas que executaram projetos mais

estruturados.

Não 26%

Sim 74%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Total: 82.056 empresas

Gráfico 4A Empresa Realizou Ações Sociais para a Comunidade, em 2003?

Dois resultados adicionais podem ser destacados:

• As empresas que realizaram atividades sociais não obrigatórias em benefício de seus

empregados - 56 mil - constituem um grupamento menor (69%) do que aquele que

apoiou ações sociais para a comunidade2 (74%); e

• As empresas que não executaram qualquer espécie de ação social representam um

número bastante reduzido – 12 mil ou 14% do total (ver gráficos 5 e 6).

2 Foram consideradas como “empresas que realizam atividades em benefício de seus empregados” tanto aquelas que atuam exclusivamente dentro de seus muros, quanto aquelas que atendem simultaneamente a empregados e comunidade. Da mesma forma, dentre as empresas que atuam para a comunidade foram contabilizadas tanto as que atendem somente à comunidade quanto as que realizam ações sociais simultaneamente para empregados e comunidades.

10

Não 31%

Sim 69%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Total: 82.056 empresas

Gráfico 5 A Empresa Realizou Ações Sociais para seus Empregados, em 2003?

Somente seus Empregados

12%

Comunidade e Empregados

57%

Não Realizou Ação Social 14%

Somente a Comunidade

17%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Total: 82.056 empresas

Gráfico 6Quem se Beneficiou da Ação Social da Empresa, em 2003?

Destaque-se, ainda, que as empresas que atuaram exclusivamente em benefício da

comunidade – 14 mil ou 17% do universo – são mais numerosas do que as que

desenvolveram ações exclusivamente para seus empregados - 10 mil ou 12% do total. A

maior parte, no entanto, combinou as duas formas de atuação: 57%, que equivalem a quase

47 mil empresas.

11

• Quem são e onde estão

O comércio (56%) e as empresas que empregam de 1 a 10 empregados (45%)

formam a maioria entre as quase 61 mil empresas do Nordeste que fizeram ação social para

a comunidade em 2003. A Bahia, isoladamente, abriga 32% dessas empresas, o que

corresponde a um universo de aproximadamente 19 mil empresas (ver gráfico 7).

Essa predominância se reproduz nos outros três conjuntos analisados: o das

empresas que realizam ação social para seus empregados, o das que não realizam qualquer

ação para a comunidade e o das que não realizam ações sociais nem para comunidade nem

para empregados (ver gráficos 8 a 10). Tal resultado era de se esperar na medida em que ele

simplesmente reflete o perfil das empresas localizadas no Nordeste, conforme

anteriormente apresentado nos gráficos 1 a 3.

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Nota: * Refere-se aos estados de Alagoas, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Gráfico 7Distribuição das Empresas que Realizaram Ações Sociais para a Comunidade, em 2003

Por Estado

Outros Estados*

32%

Ceará16%

Bahia32%

Pernambuco20%

Por Setor de Atividade Econômica

Serviços21%

Comércio56%

Construção Civil5%

Indústria16%

Agricultura, Silvicultura e

Pesca2%

Por Número de Empregados

101 a 500 empregados

5%

1 a 10 empregados45%

11 a 100 empregados34%

Mais de 500 empregados

7%

Não sabe /Não respondeu

9%

Total: 60.672 empresas

12

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Nota: * Refere-se aos estados de Alagoas, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Gráfico 8Distribuição das Empresas que Realizaram Ações Sociais

para seus Empregados, em 2003

Por Número de Empregados

1 a 10 empregados40%

11 a 100 empregados39%

Mais de 500 empregados

7%101 a 500 empregados

6%

Não sabe /Não respondeu

8%

Por Estado

Bahia31%

Ceará15%

Pernambuco23%

Outros Estados*31%

Por Setor de Atividade Econômica

Serviços26%

Indústria14%

Agricultura, Silvicultura e

Pesca2%

Construção Civil5%

Comércio53%

Total: 56.074 empresas

13

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Segunda Etapa IPEA/DISOC (2004)

Nota: * Refere-se aos estados de Alagoas, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Gráfico 9 Distribuição das Empresas que Não Realizaram Qualquer

Ação Social para a Comunicade, em 2003

Total: 21.384 empresas

Por Setor de Atividade Econômica

Serviços27%

Agricultura, Silvicultura e

Pesca1%

Comércio53%

Indústria15%

Construção Civil4%

Por Estado

Bahia28%

Ceará17%

Outros Estados*

34%

Pernambuco21%

Por Número de Empregados

Mais de 500 empregados

1%

Não sabe /Não respondeu

14%

1 a 10 empregados53%

11 a 100 empregados

27%

101 a 500 empregados

5%

14

Para identificar aquelas empresas que se envolveram mais com os problemas sociais

é necessário efetuar uma análise que leve em conta o número total de empresas para cada

uma das seguintes variáveis: a localização, o porte, a idade e o setor de atividade econômica.

Este é o objeto da próxima seção.

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Nota: * Refere-se aos estados de Alagoas, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Gráfico 10Distribuição das Empresas que Não Realizaram Qualquer

Ação Social nem para a Comunidade, nem para seus Empregados, em 2003.

Por Setor de Atividade Econômica

Agricultura, Silvicultura e

Pesca1%

Construção Civil4%

Indústria 20%

Serviços22%

Comércio53%

Por Estado

Bahia27%

Ceará16%

Pernambuco16%

Outros estados*41%

Por Número de Empregados

1 a 10 empregados63% 11 a 100 empregados

16%

Não sabe /Não respondeu

16%

101 a 500 empregados

3%

Mais de 500 empregados

2%

Total: 11.937 empresas

15

III. Quem fez mais para a comunidade?

• A similaridade entre os estados

No atendimento às comunidades não existem diferenças relevantes de

comportamento entre os estados região Nordeste, pois a proporção de empresas que

declararam ter realizado algum tipo de investimento social para fora de seus muros em

2003 variou de 76% na Bahia para 73% na média dos estados de Alagoas, Maranhão,

Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe (ver gráfico 11).

73% 73% 74% 76%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Pernambuco Outros estados* Ceará Bahia

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)Nota: * Refere-se aos estados de Alagoas, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Média da Região 74%

Gráfico 11Por Estado: Qual o Grau de Participação das Empresas em Ações Sociais para a

Comunidade, em 2003?

16

• O destaque das grandes empresas

A absoluta maioria das grandes empresas (mais de 500 empregados) realizou algum

tipo de ação social para a comunidade: 94% (ver gráfico 12). Faz-se mister destacar, contudo,

a expressiva participação das microempresas (de 1 a 10 empregados) onde verifica-se que

71% delas deram sua contribuição. Como elas representam cerca da metade das empresas

da região, são elas que influenciam, de maneira mais forte, o percentual médio de atuação

das empresas do Nordeste (74%).

71%78% 75%

94%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

1 a 10 11 a 100 101 a 500 Mais de 500

Número de Empregados

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Média da Região 74%

Gráfico 12Por Número de Empregados: Qual foi a Participação das Empresas

em Ações Sociais para a Comunidade, em 2003?

17

• A idade tem pouco peso

A data de instalação da empresa parece ter pouca influência na sua atuação para a

comunidade. Note-se, contudo, que dentre as mais velhas, isto é, com mais de 20 anos,

84% informaram ter realizado algum tipo de ação social para fora de seus muros em 2003.

Entre as mais novas, com até cinco anos de idade, esse percentual é menor: 71%, sendo o

único grupamento a encontrar-se abaixo da média regional, que foi de 74% Nas idades

intermediárias, a proporção das empresas que declara atender comunidades mais pobres

oscila entre 77% e 81% (ver gráfico 13).

71% 78% 81% 77% 84%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Até 5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 Mais de 20

Anos

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Média da Região 74%

Gráfico 13Por Idade: Qual foi a Participação das Empresas em Ações Sociais

para a Comunidade, em 2003?

18

• A agricultura sai na frente

No atendimento às comunidades destaque-se o setor de agricultura, silvicultura e

pesca: 86% das empresas declararam realizar algum tipo de ação social para a comunidade

em 2003 As empresas da industria, do comércio e da construção civil apresentaram

percentuais bastante próximos à média da região (74%). Apenas o setor de serviços não

alcançou a média regional, tendo apresentado uma performance mais modesta; nele, 69% das

empresas realizaram atividades sociais voltadas para as comunidades (ver gráfico 14).

69% 75% 75% 76% 86%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Serviços Construção Civil Comércio Indústria Agricultura,Silvicultura e

Pesca

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Média da Região 74%

Gráfico 14Por Setor de Atividade Econômica: Qual foi a Participação das Empresas

em Ações Sociais para a Comunidade, em 2003?

19

• O combate à fome

Para aquelas empresas que declararam ter realizado algum tipo de ação social para a

comunidade, em 2003, indagou-se a respeito da atuação específica no combate à fome.

Importante destacar que a percepção das empresas é de que, no geral, as atividades sociais

que realizam contribuem, de uma forma ou de outra, para o combate à insuficiência

alimentar e à miséria. No entanto, perguntou-se na Pesquisa se foram feitas ações

direcionadas especialmente para a questão da fome (i.e., participação em mutirões,

campanhas ou programas governamentais). Observou-se que foi expressivo o número de

empresas que respondeu positivamente: 19 mil, o que corresponde a 31% daquelas

empresas do Nordeste que declararam atuar para a comunidade (ver gráfico 15).

Sim31%

Não54%

Não sabe /Não respondeu

15%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Total: 60.672 empresas

Gráfico 15 A Empresa Realizou Ações Sociais Especificamente Direcionadas para o

Combate à Fome, em 2003?

Ressalte-se que o comportamento das empresas na realização de atividades de

combate à fome variou conforme sua localização, porte, setor de atividade econômica e

idade. Destacaram-se as empresas que foram fundadas entre 1993 e 1997 (44%), as da

Bahia (36%), as de menor porte (35%) e as comerciais (34%) (ver gráficos 16 a 19).

20

29% 29%

30%

36%

0%

10%

20%

30%

40%

Outros estados* Pernambuco Ceará Bahia

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Regão Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)Nota: * Refere-se aos estados de Alagoas, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Média da Região 31%

Gráfico 16Por Estado: Qual o Percentual de Empresas que Realizou Ações Sociais

Especificamente Direcionadas para o Combate à Fome, em 2003?

35% 30% 33% 32%

0%

10%

20%

30%

40%

1 a 10 11 a 100 101 a 500 Mais de 500

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Regão Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Média da Região 31%

Gráfico 17Por Número de Empregados: Qual o Percentual de Empresas que Realizou Ações

Sociais Especificamente Direcionadas para o Combate à Fome, em 2003?

Número de Empregados

21

22%27% 29%

31% 34%

0%

10%

20%

30%

40%

Construção Civil Indústria Agricultura,Silvicultura e

Pesca

Serviços Comércio

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Regão Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Média da Região 31%

Gráfico 18Por Setor de Atividade Econômica: Qual o Percentual de Empresas que Realizou Ações Sociais Especificamente Direcionadas para o Combate à Fome, em 2003?

31% 44%31% 38%

25%

0%

20%

40%

60%

Até 5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 Mais de 20

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Regão Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Média da Região 31%

Gráfico 19Por Idade: Qual o Percentual de Empresas que Realizou Ações Sociais

Especificamente Direcionadas para o Combate à Fome, em 2003?

Anos

22

No conjunto, a maior parte das doações realizadas pelas empresas foi de alimentos:

87% (ver gráfico 20).

1%

5%

9%

6%

12%

87%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Não sabe/Não respondeu

Outros

Doação de material e/ouequipamento

Doação de recursos financeiros

Doação de roupas/agasalhos

Doação de alimentos

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Gráfico 20Qual a Principal Forma de Atuação das Empresas que Relizaram Ações Sociais

Especificamente Direcionadas para o Combate à Fome, em 2003?

23

IV. Quem nada fez para a comunidade e porquê?

Pouco mais de um quarto das empresas do Nordeste (26%) não realizou qualquer

atividade social para comunidades em 2003, o que corresponde a cerca de 21 mil empresas

(ver gráfico 4). Cabe ressaltar que isso não significa que não tenham atuado de forma alguma.

Nesse conjunto de empresas estão incluídas aquelas que atuaram exclusivamente em

benefício de seus empregados. O perfil dos estabelecimentos que nada fazem nem para

comunidade nem para funcionários será analisado mais adiante, na seção VI.

• A similaridade entre os estados Como pode ser percebido pelo gráfico 21, é muito pequena a diferença entre os

estados. Apenas na Bahia essa diferença é perceptível: 24% das empresas ali localizadas não

realizaram qualquer atividade social em prol de comunidades. Nos demais estados da região

esse percentual é ligeiramente superior, alcançando 27%, valor praticamente igual à média

regional (26%).

24%

27% 27% 27%

0%

10%

20%

30%

40%

Bahia Ceará Pernambuco Outros estados*

Média da Região 26%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)Nota: * Refere-se aos estados de Alagoas, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Gráfico 21 Por Estado: Qual o Percentual de Empresas que Não Realizou Qualquer Ação

Social para a Comunidade, em 2003?

24

• O porte diz pouco

A participação das empresas em ações sociais para a comunidade guarda pouca

relação com o seu porte. No geral, qualquer que seja o tamanho, entre 1 e 500 empregados,

a proporção de empresas que não realiza qualquer ação social para fora de seus muros

oscila em torno da média regional, que é de 26%.

Já para as grandes empresas observa-se um comportamento bastante diferente:

somente 6% delas declararam nada fazer para as comunidades mais pobres (ver gráfico 22).

Embora as empresas menores, de 1 a 10 empregados, tenham sido as que

proporcionalmente menos atuaram para a comunidade, não se pode ignorar o fato de que

aproximadamente 28 mil empresas deste porte deram sua contribuição em 2003.

29%22% 26%

6%

0%

10%

20%

30%

40%

1 a 10 11 a 100 101 a 500 Mais de 500

Média da Região 26%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Gráfico 22 Por Número de Empregados: Qual o Percentual de Empresas que Não Realizou

Qualquer Ação Social para a Comunidade, em 2003?

Número de Empregados

25

• A dificuldade das mais novas Cerca de um terço das empresas recém criadas (até cinco anos de idade) nada fazem

para as comunidades. Entre as mais velhas, com mais de 20 anos, esse percentual cai pela

metade (16%) (ver gráfico 23). O que se depreende da análise dos dados é que a idade parece

influenciar no comportamento empresarial, na medida em que as empresas tendem a ser

mais atuantes conforme seu envelhecimento .

30%

22%

19%

23% 16%

0%

10%

20%

30%

40%

Até 5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 Mais de 20

Média da Região 26%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Gráfico 23 Por Idade: Qual o Percentual de Empresas que Não Realizou Qualquer Ação

Social para a Comunidade, em 2003?

Anos

26

• O menor envolvimento do setor de serviços A análise por setor de atividade econômica revela que são as empresas do setor de

serviços as que menos participaram na área social: 31% dessas empresas declararam nada

fazer para as comunidades em 2003, constituindo-se no único grupamento que ultrapassou

a média regional de 26%. No outro extremo encontram-se as empresas do setor de

agricultura, silvicultura e pesca, no qual apenas 14% do universo declarou não ter atuado

em prol das comunidades (ver gráfico 24).

14%

25% 25% 25%

31%

0%

10%

20%

30%

40%

Agricultura,

Silvicultura e

Pesca

Comércio Indústria Construção

Civil

Serviços

Média da Região 26%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Gráfico 24 Por Setor de Atividade Econômica: Qual o Percentual de Empresas que Não

Realizou Qualquer Ação Social para a Comunidade, em 2003?

27

• Por que motivos as empresas não atendem comunidades? A Pesquisa buscou explorar, em caráter inédito, porque razões os empresários nada

fizeram no atendimento às comunidades. Assim, das 21 mil empresas nessa situação, 62%

alegaram a falta de dinheiro como principal motivo para tal comportamento. Uma

proporção bem menor, 10%, reclamou da ausência de incentivos governamentais,

enquanto outros 7% afirmaram não ter atuado porque não houve demanda para tal (ver

gráfico 25).

10%

3%

1%

7%

2%

6%

10%

62%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

Falta dinheiro

Falta de incentivo governamental

Não é papel da iniciativa privada

Nunca pensou na possibilidade

Ninguém pediu

Não sabe como fazer

Outros

Não sabe/Não respondeu

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Gráfico 25 Qual o Principal Motivo de a Empresa Não Ter Realizado Qualquer Ação Social

para a Comunidade, em 2003?

É interessante notar que é muito pequeno o percentual de empresários que

informou não ter realizado qualquer atividade social para comunidades porque nunca

pensou nessa possibilidade (2%), porque avalia que este não seja seu papel (6%) ou, ainda,

porque não sabe como fazê-lo (1%). Considera-se, pois, que mesmo entre as empresas que

nada fizeram para fora de seus muros há um conhecimento generalizado sobre a

possibilidade de atuação no campo social.

28

Quando indagadas sobre o que as levaria a participar de atividades sociais, 41%

referiram-se à já apontada limitação de recursos: mais dinheiro nas empresas seria o

principal motor para dar início à realização de ações sociais na comunidade. Outras

empresas, 33%, disseram que atuariam se recebessem incentivos governamentais para tal.

Note-se que somente 8% das empresas que nada fizeram para a comunidade em 2003 (o

que corresponde a menos de 2 mil empresas) foram categóricas ao afirmar que nada as

levaria a fazer alguma atividade social para fora de seus muros (ver gráfico 26).

41%

33%

8%4% 2%

12%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

Mais dinheiro paraas empresas

Incentivosgovernamentais

Nada faria realizar Maior confiança nasentidadesexecutoras

Outros Não sabe/Nãorespondeu

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Gráfico 26Qual a Principal Razão que Levaria a Empresa a Realizar, em Caráter

Voluntário, Ações Sociais para a Comunidade?

Em resumo, pode-se afirmar que ainda há espaço para crescimento da atuação das

empresas na área social.

29

V. Quem fez mais para seus empregados?

Conforme apresentado anteriormente, 56 mil empresas da região Nordeste, o

equivalente a 69% do universo, realizaram, em 2003, atividades sociais voltadas para seus

empregados e familiares (ver gráfico 5). Destaque-se que 83% dessas empresas atenderam,

também, à comunidade. Desse modo, os dados revelam que, para os empresários, o

atendimento de cunho social à comunidade passa pela concessão de benefícios não

obrigatórios aos seus próprios trabalhadores. Vale lembrar que os resultados dessa primeira

etapa não possibilitam auferir as especificidades desse atendimento, tampouco as razões

que levaram os empresários a realizar tais ações. Acredita-se, por exemplo, que grande

parte dos benefícios não obrigatórios concedidos pelas empresas aos seus empregados e

familiares é conquista de negociações entre os trabalhadores e seus empregadores.

• O destaque é de Pernambuco

Diferentemente do que se observa na atuação das empresas junto às comunidades,

quando se trata dos empregados o comportamento nos estados varia. Com efeito, as

empresas de Pernambuco apresentam uma performance acima da média da região: 77% delas

declararam realizar atividades sociais não obrigatórias para seus funcionários e familiares

em 2003. Nos demais estados da região esse percentual oscila em torno da média regional

que é de 69% (ver gráfico 27).

64% 65%69%

77%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Outros estados* Ceará Bahia Pernambuco

Média da Região 69%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)Nota: * Refere-se aos estados de Alagoas, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Gráfico 27Por Estado: Qual o Grau de Participação das Empresas em Ações Sociais para seus

Empregados, em 2003?

30

• O porte das empresas não conta

Com exceção das microempresas (1 a 10 empregados), para as quais observa-se que

57% realizam algum tipo de ação social para seus empregados, no geral, qualquer que seja o

porte, o percentual de empresas que declararam atender seus funcionários com atividades

sociais não obrigatórias foi maior do que a média regional (69%), oscilando entre 82% e

86% de atuação para dentro de seus muros (ver gráfico 28).

57%

82% 86% 86%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

1 a 10 11 a 100 101 a 500 Mais de 500

Média da Região 69%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Gráfico 28Por Número de Empregados: Qual o Grau de Participação das Empresas em Ações

Sociais para seus Empregados, em 2003?

Número de Empregados

• As mais novas fazem mais

De maneira distinta do que ocorre para as empresas que atendem às comunidades,

os dados apontam que, quando se trata daquelas que beneficiam seus funcionários e

familiares, as mais novas são, proporcionalmente, mais atuantes. Pode-se observar que 84%

das empresas com até cinco anos de idade concedem benefícios não obrigatórios para seus

empregados, enquanto nas com mais de 20 anos, este percentual é de 65% (ver gráfico 29).

31

84% 78% 66% 75% 65%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Até 5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 Mais de 20

Média da Região 69%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Gráfico 29Por Idade: Qual o Grau de Participação das Empresas em Ações Sociais para seus

Empregados, em 2003?

Anos

• A liderança do setor de agricultura, silvicultura e pesca O setor de agricultura, silvicultura e pesca é aquele que, proporcionalmente, mais

privilegia o atendimento de seus funcionários: 88% das empresas desse setor informaram

ter realizado alguma ação social não obrigatória para esse grupo, em 2003 (ver gráfico 30).

As empresas da construção civil e do setor serviços também apresentaram

percentuais elevados no que diz respeito ao atendimento aos empregados (78%),

superando, inclusive, a média regional (69%).

59% 65% 78% 78% 88%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Indústria Comércio Construção Civil Serviços Agricultura,Silvicultura e

Pesca

Média da Região 69%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Gráfico 30Por Setor de Atividade Econômica: Qual o Grau de Participação das Empresas em

Ações Sociais para seus Empregados, em 2003?

32

VI. Quem nada fez?

Apenas 14% das empresas da região Nordeste não realizaram qualquer tipo de ação

social em 2003, seja para a comunidade, seja para seus empregados e familiares (ver gráfico

31). Isso significa que a grande maioria do empresariado brasileiro (86%) tem a percepção

de que é necessário ir além das contribuições que faz para seus empregados e comunidade

por exigência legal e atua beneficiando exclusivamente comunidades, empregados ou os

dois grupos simultaneamente.

Sim85%

Não 14%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Total: 82.056 empresas

Gráfico 31 A Empresa Realizou Ações Sociais para a Comunidade ou para seus

Empregados, em 2003?

• A concentração é maior nos estados menos desenvolvidos

Excluídas as ações de caráter obrigatório, 18% das empresas localizadas nos estados

de Alagoas, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe abstiveram-se de

qualquer contribuição de cunho social. Dos empresários do Ceará, 15% declararam não ter

realizado qualquer atividade social em 2003, enquanto na Bahia este percentual foi de 13%

e de 12%, em Pernambuco (ver gráfico 32).

33

18% 15%13% 12%

0%

10%

20%

30%

Outros estados* Ceará Bahia Pernambuco

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)Nota: * Refere-se aos estados de Alagoas, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Média da Região14%

Gráfico 32 Por Estado: Qual o Percentual de Empresas que Não Realizou Qualquer Ação

Social, em 2003?

• As menores fazem diferença

Embora as empresas menores sejam as que, proporcionalmente, contribuíram

menos para o social em 2003, como mostra o gráfico 33, esses dados não podem obscurecer

o número expressivo de mais de 31 mil microempresas (1 a 10 empregados) que, de alguma

forma, deram sua colaboração. Os 20% de microempresas que nada fizeram para

comunidades ou empregados totalizaram cerca de 7 mil estabelecimentos. São exatamente

essas empresas, pelo seu peso no universo, que elevam a média da região para 14%.

20%

7% 8%4%

0%

10%

20%

30%

1 a 10 11 a 100 101 a 500 Mais de 500

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Média da Região14%

Gráfico 33 Por Número de Empregados: Qual o Percentual de Empresas que Não Realizou

Qualquer Ação Social, em 2003?

Número de Empregados

34

Dentre as empresas de maior porte (mais de 500 empregados), 4% não realizaram

ação social alguma em 2003, enquanto aquelas de portes pequeno e médio (entre 11 e 500

empregados) apresentaram percentuais próximos a 7%, bem inferiores, portanto, à média

regional que é de 14%

• Os hábitos da idade

São as empresas mais velhas as que fazem mais: apenas 7% daquelas com 20 anos

ou mais de idade declararam não ter realizado qualquer atividade de cunho social em 2003,

valor que representa exatamente metade da média de não atuação da região (ver gráfico 34).

As demais empresas apresentaram comportamento bastante semelhante, com

percentuais oscilando entre 10% e 12% de abstenção. Destaque-se, aqui, que todas as

empresas, independentemente de sua idade, encontram-se em patamares inferiores à média

regional. Tal fato pode ser explicado pelo elevado número de empresas que não realizaram

qualquer ação social e não informaram a sua data de fundação. Assim, os 36% de empresas

para os quais não se sabe a idade foram determinantes para a conformação de uma média

de 14% de não atuação, superior aos valores de todas aquelas cuja idade é conhecida.

12% 10% 11% 12%

7%

0%

5%

10%

15%

20%

Até 5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 Mais de 20

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Média da Região14%

Gráfico 34 Por Idade: Qual o Percentual de Empresas que Não Realizou Qualquer Ação

Social, em 2003?

Anos

35

• O menor envolvimento da industria

A industria é o setor que, proporcionalmente, menos se envolve na área social

(gráfico 35): 18% dos empresários informam que não realizaram qualquer tipo de ação social,

quer seja para comunidades, quer seja para empregados em 2003. As empresas das demais

áreas de atividade econômica apresentam percentuais de abstenção próximos à média

regional que é de 14%.

18%15%

14%12% 11%

0%

5%

10%

15%

20%

Indústria Serviços Comércio ConstruçãoCivil

Agricultura,Silvicultura e

Pesca

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Média da Região14%

Gráfico 35 Por Setor de Atividade Econômica: Qual o Percentual de Empresas que Não

Realizou Qualquer Ação Social, em 2003?

36

Conclusões

Recapitulam-se aqui os principais resultados da Pesquisa.

• É elevada a participação de empresas do Nordeste em ações sociais voltadas para a

comunidade. Cerca de 61 mil empresas, o que corresponde a 74% do empresariado da

região, declaram realizar atividades sociais, voluntárias, em benefício das comunidades;

• No que se refere ao atendimento aos empregados, uma porcentagem um pouco

menor de empresas (69%) informa atuar para dentro de seus muros. Isso não significa,

porém, que atuem exclusivamente para seus empregados. Na realidade, a grande maioria

das empresas do Nordeste que atuam no social atendem, simultaneamente, a comunidades

e empregados; são 47 mil empresas, o que equivale a 57% do universo.

• No atendimento à comunidade, o comportamento social das empresas não difere

muito entre os estados da região. Destaque-se, contudo:

a) as grandes empresas, com mais de 500 empregados: 94% dos estabelecimentos

desse porte informam realizar ações sociais para comunidades;

b) as empresas do setor de agricultura, silvicultura e pesca: 86% delas declaram atuar

para fora de seus muros; e

c) as empresas mais velhas, com mais de 20 anos de idade: 84%, de alguma forma, dão

sua contribuição.

• Aproximadamente 19 mil empresas (31%) fazem doações especificamente

direcionadas ao combate à fome. A absoluta maioria destes empresários (87%) faz doações

de gêneros alimentícios.

• Apenas 26% dos empresários do Nordeste, o que corresponde a 21 mil empresas,

declaram nada fazer para o atendimento das comunidades. Note-se que cerca de dois terços

dessas empresas alegam que não atuam por falta de recursos. Os dados da Pesquisa revelam

mais uma informação interessante: o fenômeno do ativismo social empresarial vem se

generalizando na medida em que somente 8% das empresas que nada fazem para fora de

seus muros afirmam que nada as levaria a atuar no social, valor este que corresponde a

menos de 2 mil empresas em toda a região Nordeste.

37

• Por fim, é muito pequeno o número de empresas que declara nada fazer nem para

seus empregados, nem para as comunidades. São cerca de 12 mil empresas, ou 14% do

universo.

Os resultados até agora obtidos revelam que o envolvimento das empresas em ações de

cunho social estende-se muito além do reduzido círculo daquelas que, pelo seu porte,

dispõem de recursos e de capacidade administrativa para intervir de forma mais ampla. Das

micro às médias empresas, todas dão alguma contribuição. A Pesquisa confirma, pois, que

o setor privado lucrativo no Brasil é um ator importante na provisão de bens e serviços

sociais e seu envolvimento não pode ser desprezado.

Aprofundar o conhecimento sobre o que fazem, porque fazem e como atuam as

empresas do Nordeste na área social é o que se pretende atingir com a segunda etapa da

Pesquisa Ação Social das Empresas, que está em andamento e deve ser finalizada no

primeiro semestre de 2005. Espera-se, com isso, extrair conhecimentos úteis para o melhor

entendimento desta realidade, os quais vão possibilitar a formulação de medidas próprias

para estimular a realização de ações capazes de atenuar as carências sociais do país e

promover a cidadania.

38

Anexo: Tabelas suplementares

39

Não Realizou

Realizou Exclusivamente

para os Empregados

Realizou para Empregados e Comunidade

Realizou Exclusivamente

para a ComunidadeTotal

Bahia 3.150 2.873 14.405 4.672 25.100

Pernambuco 1.929 2.627 10.173 2.008 16.737

Ceará 1.948 1.604 7.119 2.750 13.421

Outros estados 4.910 2.343 14.930 4.615 26.798

Total 11.937 9.447 46.627 14.045 82.056Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Número de Empresas Privadas segundo Atividade Social Realizada em 2003, por Estado

Tabela 1

Atividade Social

Estado

Não Realizou

Realizou Exclusivamente

para os Empregados

Realizou para Empregados e Comunidade

Realizou Exclusivamente

para a ComunidadeTotal

De 1 a 10 7.583 3.783 18.284 9.055 38.705

De 11 a 100 1.916 3.817 17.981 2.731 26.445

De 101 a 500 344 704 2.830 220 4.098

Mais de 500 193 67 3.926 474 4.660

Não sabe/Não respondeu 1.901 1.076 3.606 1.565 8.148

Total 11.937 9.447 46.627 14.045 82.056

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Número de Empresas Privadas segundo Atividade Social Realizada em 2003, por Número de Empregados

Tabela 2

Atividade Social

Número de Empregados

40

Não Realizou

Realizou Exclusivamente

para os Empregados

Realizou para Empregados e Comunidade

Realizou Exclusivamente

para a ComunidadeTotal

Agricultura, Silvicultura e Pesca172 44 1.297 20 1.533

Indústria 2.381 892 6.827 2.876 12.976

Construção Civil 437 462 2.325 350 3.574

Comércio 6.270 5.006 24.756 9.453 45.485

Serviços 2.677 3.043 11.422 1.346 18.488

Total 11.937 9.447 46.627 14.045 82.056

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Tabela 3

Atividade Social

Setor de Atividade Econômica

Número de Empresas Privadassegundo Atividade Social Realizada em 2003, por Setor de Atividade Econômica

Número de Empresas Privadas

Não Realizou

Realizou Exclusivamente

para os Empregados

Realizou para Empregados e Comunidade

Realizou Exclusivamente

para a ComunidadeTotal

Até 5 anos 851 1.174 4.618 232 6.875

De 6 a 10 anos 2.004 2.396 13.026 2.382 19.808

De 11 a 15 anos 1.408 1.136 7.671 3.183 13.398

De 16 a 20 anos 1.096 1.134 5.997 1.267 9.494

Mais de 20 anos 1.198 1.617 9.726 4.891 17.432

Não sabe/Não respondeu 5.380 1.990 5.589 2.090 15.049

Total 11.937 9.447 46.627 14.045 82.056Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Idade

Atividade Social

Tabela 4

segundo Atividade Social Realizada em 2003, por Idade.

41

Bahia Pernambuco CearáOutros estados

Total

Sim 6.904 3.505 2.913 5.707 19.029

Não 9.766 6.375 6.076 10.242 32.459

Não sabe/Não respondeu 2.407 2.301 880 3.596 9.184

Total 19.077 12.181 9.869 19.545 60.672Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Realizou Ações de Combate à Fome

Estados

Tabela 5

Número de Empresas Privadas que Fizeram

Por Estados. Ações Sociais Especificamente Voltadas ao Combate à Fome, em 2003,

1 a 10 11 a 100 101 a 500 Mais de 500Não sabe/

Não respondeuTotal

Sim 9.680 6.220 1.014 1.386 729 19.029

Não 15.566 11.147 1.536 1.604 2.606 32.459

Não sabe/Não respondeu 2.093 3.345 500 1.410 1.836 9.184

Total 27.339 20.712 3.050 4.400 5.171 60.672Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Realizou Ações de Combate à Fome

Número de Empregados

Tabela 6

Número de Empresas Privadasque Fizeram Ações Sociais Especificamente Voltadas ao Combate à Fome, em 2003,

Por Número de Empregados.

42

Agricultura, Silvicultura e

PescaIndústria Construção Civil Comércio Serviços Total

Sim 375 2.575 580 11.586 3.913 19.029

Não 709 5.106 1.957 17.441 7.246 32.459

Não sabe/Não respondeu 233 2.022 138 5.182 1.609 9.184

Total 1.317 9.703 2.675 34.209 12.768 60.672Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Realizou Ações de Combate à Fome

Setor de Atividade Econômica

Tabela 7

Número de Empresas Privadasque Fizeram Ações Sociais Especificamente Voltadas ao Combate à Fome, em 2003,

Por Setor de Atividade Econômica.

Até 5 anos 6 a 10 anos 11 a 15 anos 16 a 20 anosMais de 20

anosNão sabe/ Não

respondeuTotal

Sim 1.478 6.714 3.313 2.780 3.595 1.149 19.029

Não 1.961 7.595 7.093 3.758 8.335 3.717 32.459

Não sabe/Não respondeu 1.411 1.099 448 726 2.687 2.813 9.184

Total 4.850 15.408 10.854 7.264 14.617 7.679 60.672Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Realizou Ações de Combate à Fome

Idade da Empresa

Tabela 8

Número de Empresas Privadasque Fizeram Ações Sociais Especificamente Voltadas ao Combate à Fome,

Por Idade.

43

Tipo de Doação Total

Doação de roupas/agasalhos 2.330

Doação de alimentos 16.621

Doação de recursos financeiros 1.108

Doação de material e/ou equipamento 1.627

Outros 868

Não sabe/Não respondeu 136

Total de Empresas* 19.029Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)Nota: * As empresas tinham a opção de escolher mais de uma alternativa de resposta à essa pergunta.

Tabela 9Número de Empresas Privadas

que Fizeram Ações Sociais Especificamente Voltadas ao Combate à Fome Por Tipo de Doação, em 2003.

Motivo Total

Falta dinheiro 13.281

Falta de incentivo governamental 2.038

Não é papel da iniciativa privada 1.326

Nunca pensou na possibilidade 337

Ninguém pediu 1.448

Não sabe como fazer 187

Outros 664

Não sabe/Não respondeu 2.103

Total 21.384Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

Número de Empresas Privadasque Não Fizeram Ações Sociais para a Comunidade, segundo Motivos.

Tabela 10

44

Motivo

Incentivos governamentaisMaior confiança nas entidades executorasMais dinheiro para as empresasNada faria realizarOutrosNão sabe/Não respondeuTotalFonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Nordeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)

2.557

21.384

6.960

944

8.811

463

1.649

Total

Tabela 11Número de Empresas Privadas

Segundo Motivos que as Levariam a Fazer.que Não Fizeram Ações para a Comunidade em 2003,