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Curso Técnico em Agente Comunitário de Saúde Ministério da Educação Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis Juliane Costa Nere Joice Fernanda Costa Quadros

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Curso Técnico em Agente Comunitário de Saúde

Ministério da Educação

Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis

Juliane Costa NereJoice Fernanda Costa Quadros

Juliane Costa nereJoiCe Fernanda Costa Quadros

Ação EducAtivA nA PrEvEnção E controlE dAs doEnçAs E AgrAvos – EnfoquE nAs doEnçAs trAnsmissívEis

1ª edição

Montes Clarosinstituto Federal do norte de Minas Gerais

2015

Ação EducAtivA nA PrEvEnção E controlE dAs doEnçAs E AgrAvos – EnfoquE nAs doEnçAs trAnsmissívEis

Juliane Costa nereJoice Fernanda Costa Quadros

Montes Claros-MG2015

Presidência da República Federativa do BrasilMinistério da EducaçãoSecretaria de Educação Profissional e Tecnológica

Instituto Federal do Norte de Minas Gerais

reitorProf. José Ricardo Martins da Silva

Pró-reitora de EnsinoAna Alves Neta

Pró-reitor de AdministraçãoEdmilson Tadeu Cassani

Pró-reitor de ExtensãoPaulo César Pinheiro de Azevedo

Pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e inovaçãoRogério Mendes Murta

Pró-reitor de desenvolvimento institucionalAlisson Magalhães Castro

diretor de Educação a distânciaAntônio Carlos Soares Martins

coordenadora de EnsinoRamony Maria da Silva Reis Oliveira

coordenador de Administração e PlanejamentoAlessandro Fonseca Câmara

revisão EditorialAntônio Carlos Soares MartinsRamony Maria Silva Reis OliveiraRogeane Patrícia Camelo GonzagaAmanda Seixas MurtaAlessandro Fonseca CâmaraKátia Vanelli L. Guedes OliveiraMaircon Rasley Gonçalves AraújoMaykon Thiago Ramos Silva

coordenação PedagógicaRamony Maria Silva Reis Oliveira

coordenação Adjunta - cursos sAtMaircon Rasley Gonçalves Araújo

coordenação de cursoMaria Orminda Santos Oliveira

coordenação de tutoria do curso técnico em Agente comunitário de saúdeCarlos Eduardo Oliveira

revisão linguísticaLiliane Pereira BarbosaAna Márcia Ruas de AquinoMarli Silva Fróes

Equipe técnicaAlexandre Henrique Alves SilvaCássia Adriana Matos SantosDilson Mesquita MaiaEduardo Alves AraújoSilma da Conceição NevesSolange Martins BritoSônia Maria Gonçalves

coordenação de Produção de material Karina Carvalho de Almeida

coordenação gráfica e visualLeonardo Paiva de Almeida Pacheco

Projeto gráfico, capa e iconografiaLeonardo Paiva de Almeida Pacheco

Editoração EletrônicaAntonio Cristian Pereira BarbosaKarina Carvalho de AlmeidaTatiane Fernandes Pinheiro

íconEs intErAtivos

Utilizado para sugerir leituras, bibliografias, sites e textos para aprofundar os temas discuti-dos; explicar conceitos e informações.

Utilizado para auxiliar nos estudos; voltar em unidades ou cadernos já estudados; indicar si-tes interessantes para pesquisa; realizar expe-riências.

Utilizado para indicar atividades que auxiliam a compreensão e a avaliação da aprendizagem dos conteúdos discutidos na unidade ou seções do caderno; informar o que deve ser feito com o resultado da atividade, como: enviar ao tutor, postar no fórum de discussão, etc..

Utilizado para defininir uma palavra ou expres-são do texto.

sumário

Palavra do professor-autor 9

Aula 1 - Educação e saúde 111.1 Introdução 111.2 Conceituando educação e saúde 11

Aula 2 - Prevenção e controle de agravos não transmissíveis 182.1 Introdução 182.2 Agravos não transmissíveis 182.3 Descontrole hormonal 402.4 Hipertensão 412.5 Hipotensão 432.6 Diabetes 46

Aula 3 – transmissibilidade das doenças 523.1 Introdução 523.2 Conceito de transmissibilidade das doenças 52

Aula 4 – transmissão, prevenção e controle das doenças transmissíveis 554.1 Introdução 554.2 Doença transmissível 55

Aula 5 – relação Entre Educação e saúde 745.1 Introdução 745.2 Educação e saúde 745.3 Funções da educação na preservação da saúde segundo diferentes paradigmas 75

Aula 6 - contribuição do educador na formação de recursos humanos para a saúde 776.1 Introdução 776.2 Contribuição do agente comunitário como educador de saúde 776.3 Metodologias Educacionais Aplicáveis a Programas de Saúde 78

Aula 7 - dinâmicas de Ensino 817.1 Introdução 817.2 Utilização de dinâmicas de ensino em saúde 81

referências Bibliográficas 84

currículo do Professor-autor 90

PAlAvrA do ProfEssor-Autor

Prezado(a) cursista,

Apresentamos a vocês este caderno com muita satisfação, acreditamos que as informações contidas no mesmo, serão de extrema utilidade para a vida profissional de vocês. Neste caderno, trabalharemos temas como a educação e saúde, que tem vocês agente comunitários de saúde os maiores semeadores desse tema, entre outros temas de relevância ímpar para o desenvolvimento de um trabalho de qualidade.

O caderno está dividido em nove unidades, nelas falaremos sobre os seguin-tes temas:

Educação e Saúde. Prevenção e controle de agravos não transmissíveis dentro deles (descontroles hormonais, hiper e hipotensão arterial e diabetes). Trans-missibilidade das doenças. Transmissão, prevenção e controle das doenças transmissíveis. Relação entre educação e saúde. Função da educação na pre-servação da saúde segundo diferentes paradigmas. Contribuição do educador na formação de recursos humanos para a saúde.

Por fim, não há dúvidas de que os conhecimentos que serão partilhados nesta disciplina servirão substancialmente para a consolidação de um perfil profis-sional cada vez mais completo.

“Atividades educativas são momentos de encontro e nesses encontros não há ignorantes absolutos, nem sábios absolutos: há

homens que, em comunhão, buscam saber mais.”

Paulo Freire

Ótimos estudos e muito sucesso!

As autoras

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Aula 1 - Educação e saúde

1.1 introdução

Seja bem-vindo à nossa primeira aula, em que falaremos sobre a importância da relação que se faz entre educação e saúde e a importância de se trabalhar as mesmas sempre juntas. Falaremos ainda dos passos para realização de even-tos educacionais para comunidade e dos resultados esperados.

1.2 conceituando educação e saúde

Ao dar início a esta abordagem sobre educação e saúde é importante ressaltar a significativa relevância para a qualidade de vida humana e social. Refletir sobre esse campo, em suas importâncias e relações, é uma necessidade e uma chamada para produzir conhecimento, reconhecendo que a raiz e o propósito de todo saber se localiza na sociedade, na existência, na vida, que se deseja e se necessita melhorar (RANGEL, 2009).

Ainda, de acordo com Rangel (2009) pode-se destacar o princípio de que a educação é comprometida com a saúde e que esse compromisso é humano, pois trata de condições de qualidade de vida. É político, porque trata da cons-cientização sobre a saúde quanto direito verdadeiro e necessário a essa qua-lidade. E é didático, pois trata do ato educativo de ensinar e aprender, que se constitui na relação entre professores e alunos dos cursos de formação e entre profissionais da saúde e usuários, privilegiando-se, também, nessa relação, o sentido humano e político do conhecimento sobre condições e fatores de vida saudável, vida com qualidade.

Diariamente utilizamos como ação na área da saúde as atividades direciona-das a educar a população com desígnio de contribuir para melhoria na quali-dade de vida dos mesmos. O andamento de ações educativas em saúde pode envolver muitos temas referentes a atividades extensas e complexas, o que

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não quer dizer que serão ações difíceis de serem desenvolvidas. Acontece com a prática do diálogo e da escuta qualificada (BRASIL, 2009).

Figura 1: Reuniões diversas. Fonte: http://www.uneal.edu.br/sala-de-imprensa/noticias/reitoria-divulga-calendario-de-reuniao-com-todos-os-se-tores-da-universidade. Acesso em 01/10/2014.

De acordo com o educador Paulo Freire (1996), ensinar não é somente permi-tir um conhecimento, é qualificado por criar possibilidades para produção ou construção. É essencial o enfoque educativo na qualidade da atenção voltada para a saúde. É um processo de construção permanente a educação. Visitas domiciliares são as primeiras ações educativas, podendo ocorrer em grupo e sendo desenvolvidas nos serviços de saúde e nos demais espaços que existem nas comunidades.

Figura 2: Construção. Fonte: http://www.engenhariacivil.com/imagens/economia-construcao-2013. Acesso em 08/10/2010.

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Brasil (2006) destaca que o trabalho em grupo é mais eficaz para as ações educativas aos indivíduos. É responsabilidade da equipe, criar ações educa-tivas, e muitas são as formas que as equipes podem trabalhar com os grupos. Precisamos sempre procurar qual metodologia será mais apropriada para a realidade dos recursos que vamos ter e sobretudo a metodologia que trará me-lhores resultados para aquela região que trabalhamos. A forma como a equipe deve trabalhar essas metodologias tem sempre que ser acessível, simples e precisa para atingir todos da comunidade.

Essas ações para originar a melhor educação da comunidade deve sempre estimu-lar o cuidado de si mesmo, fortalecendo a autoestima, a autonomia e ao mesmo tempo os vínculos de solidariedade com a comunidade, colaborando para o pleno exercício de poder decidir o melhor para a sua saúde (BRASIL, 2006).

Segundo o mesmo autor não há fórmula, mas passos que podem facilitar o seu trabalho com grupos. Iniciando com o planejamento das reuniões, definindo objetivos, local, dia e horário que facilitem a acomodação e a presença de toda comunidade. É de extrema importância garantir acessibilidade no caso de existir pessoas com deficiência física e pensar formas que facilitem a comunica-ção no caso de deficientes visuais e auditivos. Não deixando de providenciar o material que será utilizado durante as atividades e, também é muito interessante ter convidados que saibam de assuntos que são de interesse da comunidade.

Brasil (2009) ressalta que desenvolver atividades educativas, é um processo de trabalho de todos os membros da equipe, recomenda-se para esse desen-volvimento:

Figura 3: Sucesso da atividade.Fonte: Acervo pessoal.

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• Divulgar – é a uma etapa importante e não pode ser esquecida. Espalhar para o maior número de pessoas, fazer cartazes com letras grandes, colo-ridas e de forma criativa, e divulgar a reunião nos lugares de maior frequ-ência da comunidade fazem parte desse processo;

• Realizar dinâmicas para a apresentação dos participantes e relação do gru-po, quebrando assim a formalidade;

• A apresentação do tema que será discutido, permitindo sempre a exposi-ção das necessidades e expectativas de todos. A pauta da discussão deve sempre ser flexível, podendo se adaptar às necessidades do momento;

• Estimular a participação de todo o grupo.

Pauta: Lista de assuntos de uma reunião (AURELETE, 2009 p.601).

• Identificar os conhecimentos, crenças e valores da comunidade, bem como mitos, tabus e preconceitos, incitando a reflexão sobre os mesmos. A discussão não deve ser influenciada pelas convicções culturais, religio-sas ou pessoais;

• Discutir a importância das pessoas se conhecerem e se cuidarem, mos-trando como irá melhorar a qualidade de vida;

• Abordar sempre os temas de interesse que serão manifestados pelo grupo;

• Facilitar a expressão de sentimentos e dúvidas sempre com naturalidade durante os questionamentos, o que faz melhorar o vínculo, a confiança e a satisfação do grupo;

• Neutralizar delicada e firmemente as pessoas que, queiram monopolizar a reunião, pedindo a palavra o tempo todo;

• Aproveitar recursos didáticos disponíveis como, cartazes, bonecos, ba-lões etc.;

• Ao final da reunião, apresentar uma síntese dos assuntos discutidos, ofer-tando a possibilidade de esclarecimento de dúvidas. Entre as habilidades que todo trabalhador de saúde deve buscar desenvolver, estão:

• Apresentar boa capacidade de comunicação;

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• Se comunicar sempre de forma compreensível, simples e precisa;

• Se mostrar sempre gentil, o que aumenta o vínculo e a relação de con-fiança;

• Acolher o saber e o sentir de todos;

• Procurar sempre ter tolerância aos princípios e às diferentes crenças e valores que não sejam os seus próprios;

• As atividades educativas podem e devem ser realizada por qualquer mem-bro da equipe de saúde. É necessário, além de conhecimentos técnicos, habilidade para se comunicar e conhecimento da população;

• Buscar sempre estar confortável para falar sobre os assuntos que serão debatidos;

• Sempre ter conhecimento técnico sobre o assunto trabalhado;

• Procurar apoio junto a diferentes profissionais quando não souber respon-der a alguma pergunta. Durante o acontecimento da atividade, devem ser oferecidos, se possível, materiais impressos e mostrar a importância do acompanhamento contínuo na unidade de saúde, assim como o funciona-mento dos serviços oferecidos na mesma. Sempre que possível envolver os participantes do grupo no planejamento, execução e avaliação dessa atividade educativa. Estimular a participação e o interesse das pessoas na medida em que se sentem capazes, envolvidos e responsáveis pelo suces-so do trabalho.

Figura 4: Resultado esperado.Fonte: Acervo pessoal.

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De acordo com Brasil (2009) nas atividades em grupo, o resultado esperado é que:

• As pessoas que do grupo se conheçam, troquem as experiências e infor-mações;

• Que as pessoas sejam estimuladas ativamente a participar mais, expondo experiências e proporcionando a discussão a respeito de temas que geral-mente são comuns a todos;

• O coordenador do grupo trabalhe as informações, auxiliando cada um dos participantes a apresentar suas ideias, estimulando o respeito entre o grupo;

• As pessoas pensem e tomem consciência de sua importância na resolução dos problemas comuns e da necessidade de buscar sempre apoio.

resumo

Nesta aula aprendemos sobre:

- O que é educação e saúde;

- A importância de trabalhar junto à educação e saúde;

- Passos para desenvolver atividades educativas;

- Resultados esperados das atividades educativas realizadas.

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1. Descreva com suas palavras a importância da educação para a saúde.

2. Com as instruções da aula “Educação e Saúde” monte com seus colegas um evento para falar sobre saúde do idoso. Elenque todos os passos para que esse evento ajude sua comunidade, contemple os possíveis resultados.

3. Assinale V para as alternativas verdadeiras e F para as afirmativas incor-retas. Nas atividades realizadas pelos gentes de saúde os resultados espe-rados são.

( ) Que as pessoas que do grupo não se conheçam, troquem as experiências e informações;

( ) Que as pessoas, que participantes do encontro pensem e tomem consciên-cia de sua importância na resolução dos problemas comuns e da necessidade de buscar sempre apoio.

( ) Que as pessoas do grupo se conheçam, e troquem as experiências e in-formações.

( ) O coordenador do grupo trabalhe as informações, auxiliando cada um dos participantes a apresentar suas ideias, estimulando o respeito entre o grupo.

a. V; V; V; V.

b. V; F; F; V.

c. F; V; V; V.

d. F; F; V; V.

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Aula 2 - Prevenção e controle de agravos não transmissíveis

2.1 introdução

Caros cursistas sejam bem-vindos a nossa segunda aula, onde falaremos sobre as doenças crônicas não transmissíveis, que hoje são consideradas as principais causas de óbitos no mundo. Descrevendo as de maior relevância e ocorrência.

2.2 Agravos não transmissíveis

As doenças crônicas não transmissíveis são consideradas hoje as principais causas de mortes no mundo e têm gerado elevado número de mortes prematu-ras, privação da qualidade de vida com alto grau de limitação nas atividades de trabalho e de lazer, além de impactos financeiros para as famílias acometi-das, comunidades e a sociedade em geral, potencializando as desigualdades e aumentando a pobreza. Mesmo com o acelerado crescimento dessas doenças de agravos não transmissíveis, seu impacto pode ser revertido por meio de intervenções amplas e custo efetivo de promoção de saúde, para redução de seus fatores de risco, e pela melhoria da atenção à saúde, detecção precoce e tratamento oportuno (MALTA et al., 2011).

Figura 5: Alimentação saudável. Fonte: http://www.oncologica.com.br/mobile/noticias/item.php?id=201. Acesso 18/10/2014.

No Brasil essas doenças foram responsáveis por 72% dos óbitos em 2007. 80% das mortes por doenças crônicas incidem em países de renda baixa e mé-dia. Não adotando políticas públicas para enfrentar esses desafios, os custos estarão na faixa de trilhões de dólares (BRASIL, 2011).

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Segundo Brasil, (2011) idêntico aos outros países, no Brasil, as doenças crô-nicas não transmissíveis, além disso, são considerados como o problema de saúde de maior intensidade. São responsáveis por 72% das causas de mortes, com destaque para doenças do aparelho circulatório (31,3%), câncer (16,3%), diabetes (5,2%) e doença respiratória crônica (5,8%), e acometendo pessoas de todas as camadas socioeconômicas e, de forma mais intensa, as pertencen-tes a denominados grupos vulneráveis, como os idosos e os de baixa escola-ridade e renda.

O Brasil lançou o plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doen-ças crônicas não transmissíveis. Tendo como meta a redução de 2% ao ano à taxa de mortalidade prematura por essas enfermidades (BRASIL, 2011).

Segundo o Ministério da Saúde (2014), objetivo da rede é provocar a mu-dança do modelo de atenção à saúde, fortalecendo o cuidado às pessoas com doenças crônicas; garantir o cuidado absoluto às pessoas com doenças crô-nicas; impactar de forma positiva nos indicadores conexos a essas doenças; contribuir para promoção da saúde da população e prevenir o desenvolvi-mento desses agravos e suas complicações. Dessa forma, a implantação dessa rede almeja provocar mudanças na atenção à saúde das pessoas com doenças crônicas, dentre elas, o câncer.

Ainda de acordo com o mesmo autor, o foco da rede está em quatro temas, por serem epidemiologicamente mais relevantes, são eles:

- as doenças renocardiovasculares (hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e insuficiência renal crônica),

- a obesidade,

- o câncer,

- as doenças respiratórias.

Sabendo da necessidade de reestruturação da atenção às pessoas com as doen-ças crônicas, estabeleceu a rede de atenção à saúde das pessoas com doenças crônicas no domínio do sistema único de saúde, a partir da publicação da Por-taria MS/GM Nº 483, de 1º de abril de 2014 (MINISTERIO DA SAÚDE, 2014).

O componente essencial para garantir a qualidade da atenção a essa popula-ção é a transformação no processo de trabalho das equipes em todos os pontos de atenção, desde a atenção básica passando pela especializada, pela urgência e pelo cuidado hospitalar e domiciliar. Esse método provoca o agrupamento de tecnologias e de gestão do cuidado para atenção integral e longitudinal e também a articulação de ações e serviços para a constituição de linhas de cuidado em toda a rede (Ministério da Saúde, 2014).

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As principais doenças crônicas não transmissíveis de acordo com Brasil (2011):

• Doenças cardiovasculares, principalmente doenças cardíacas e acidente vascular cerebral (AVC);

No Brasil as doenças cardiovasculares exibem altas taxas de portadores e uma alta mortalidade. Esta situação tem tendência a se agravar não só pelo processo de envelhecimento da população, como também pela manutenção de hábitos impróprios de nutrição, sedentarismo e tabagismo, aumentados a outros fatores de risco. A presença de nove dos fatores de risco abaixo descri-tos explica quase 90% do risco atribuível de doença na população ao redor do mundo (BRASIL, 2006):

• História familiar de doença arterial coronariana prematura, sexo masculi-no < 55 anos e sexo feminino < 65 anos;

• Homem > 45 anos / Mulher > 55 anos;

• Tabagismo;

• Hipercolesterolêmicas, níveis aumentados de colesterol na corrente san-guínea;

• Hipertensão arterial sistêmica;

• Diabetes mellitus;

• Obesidade;

• Gordura abdominal;

• Sedentarismo;

• Dieta pobre em frutas e vegetais;

• Estresse psicossocial.

Figura 6: Cigarro.Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File%3ACigarro.JPG. Acesso 20/10/2014.

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Figura 7: Obesidade grave. Fonte: http://www.brasil.gov.br/saude/2014/07/obesidadegrave.jpg/view. Acesso em 20/10/2014.

Nessa lógica foram criados, além dos cadernos saúde públicos, os planos de enfrentamento que priorizam ações de rastreamento dessa população.

Segundo Brasil (2006) a sociedade deve ser esclarecida sobre os fatores de risco para as doenças cardiovasculares, orientando-a sobre as medidas de pre-venção. É importante identificar, na população em geral, pessoas com fato-res de risco para doença cardiovascular, ou seja: idade igual ou superior a 40 anos, sedentarismo, obesidade, hipertensão, colesterol elevado, mulheres que tiveram filhos com mais de 4 quilos ao nascer e pessoas que têm ou ti-veram pais, irmãos e/ou outros parentes diretos com doença cardiovascular, doença renal ou diabetes. E em seguida conduzir essas pessoas a consulta de enfermagem os indivíduos rastreados como suspeitos de serem de risco para doença cardiovascular.

Câncer

Câncer é nomeado como um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento descontrolado de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar para várias partes do corpo humano (Instituto Na-cional do Câncer, 2014).

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Figura 8: Câncer. Fonte: http://www.sobreavida.com.br/wp-content/uploads/2011/11/crianca-cancer.jpg. Acesso 25/10/2014.

Estas células se dividem muito rápido tendendo a ser muito agressivas e in-controláveis, determinando a formação de tumores que são acúmulo de célu-las cancerosas ou neoplasias malignas. O tumor benigno é simplesmente uma massa localizada de células que se multiplicam lentamente e são semelhantes ao tecido original, que raramente configura um risco de vida (Instituto Nacio-nal do Câncer, 2014).

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (2014), são diversas as causas de câncer, podendo ser externas ou internas ao organismo, estando elas relacio-nadas. O meio ambiente e os hábitos ou costumes próprios de um ambiente social e cultural, são denominadas causas externas. Internas são, na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas, estão ligadas à capacidade do or-ganismo de se defender das agressões externas. Os fatores causais interagem de várias formas, potencializando a probabilidade de transformações malig-nas nas células normais.

Tão importante quanto o diagnóstico adequado da doença e de outros sinto-mas presentes é a adesão do paciente para com o tratamento medicamentoso, que pode ser menor nos pacientes oncológicos, principalmente deprimidos, já que normalmente tal condição resulta em comprometimento físico e emocio-nal, com diminuição dos comportamentos de autocuidado, piorando o prog-nóstico (SOUZA et al., 2011).

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Dos casos de 80% a 90% dos cânceres são associados a fatores ambientais. Com alguns bem conhecidos: o cigarro pode causar câncer de pulmão, a ex-posição excessiva ao sol pode causar câncer de pele, e alguns vírus podem causar leucemia. Outros estão em estudo, como alguns componentes dos ali-mentos que ingerimos, e muitos são ainda desconhecidos por completo.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, com o envelhecimento ocor-rem mudanças nas células, e com isso aumenta a sua suscetibilidade à trans-formação e proliferação maligna. Incluído o fato de as células das pessoas idosas serem expostas por mais tempo aos diversos fatores considerados de risco, o que pode em parte justificar o porquê de o câncer ser mais frequente. Os fatores de risco ambientais de câncer são classificados cancerígenos ou carcinógenos. Esses fatores atuam transformando a estrutura genética tam-bém chamada de DNA das células.

O aparecimento do câncer está ligado com a intensidade e duração da exposi-ção das células com os agentes causadores do mesmo. Como exemplo, o risco de uma pessoa desenvolver câncer de pulmão é proporcional ao número de cigarros fumados durante o dia e aos anos em que ela vem fumando.

Os fatores de risco relacionados à natureza ambiental podem ser encontrados no meio ambiente ou serem herdados. Dentre a maioria desses casos de cân-cer, (80%) está relacionada ao meio ambiente, onde se encontra um grande número de fatores de risco. É caracterizado por ambiente o meio em geral, água, terra e ar. Como ambiente ocupacional temos as indústrias químicas e afins. Ambiente de consumo refere-se aos alimentos e medicamentos. E o ambiente social e cultural diz respeito ao estilo e hábitos de vida.

Ainda nessa classificação temos as modificações provocadas no meio am-biente pelo próprio homem, os hábitos e o estilo de vida adotados pelas pessoas, que determinam diferentes tipos de câncer: tabagismo, hábitos alimentares, alcoolismo, hábitos sexuais, medicamentos, fatores ocupa-cionais, radiação solar.

São infrequentes episódios de cânceres que se devem apenas a fatores hereditários, familiares e étnicos, apesar de o fator genético desempenhar um importante papel na oncogênese. Temos como exemplo indivíduos por-tadores de retinoblastoma que, em 10% dos casos, expõem história familiar deste tumor.

Alguns grupos étnicos parecem estar protegidos de certos tipos de câncer: a leucemia linfocítica é rara em orientais, e o sarcoma de Ewing é muito raro em negros.

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Retinoblastoma: é o tumor intraocular mais comum da infância. As células tumorais têm origem em células primitivas da retina. Em 40% dos casos a doença é dita hereditária, com possível histórico familiar e acometem os dois olhos. Nos demais casos os tumores são considerados esporádicos e afetam apenas um único olho. O tumor acomete principalmente crianças menores de três anos de idade.

Leucemia Linfocítica: afeta células linfoides e se desenvolve lentamente. A maior parte das pessoas diagnosticadas com esse tipo da doença tem mais de 55 anos. Raramente afeta crianças.

Sarcoma de Ewing: são células embrionárias que migram da crista neural. Esses tumores acometem primariamente osso e tecido mole. A causa é des-conhecida. Não parece ser hereditária. São tumores extremamente raros em negros e asiáticos.

É importante enfatizar dois pontos em relação aos fatores de risco: primeiro, que um fator pode ser de risco para várias doenças como, o tabagismo, que é fator de risco para diversos cânceres e doenças cardiovasculares e respirató-rias; segundo, vários destes fatores podem estar envolvidos na origem de uma mesma doença. O estudo destes, isolados ou combinados, tem permitido es-tabelecer relações de causa e efeito entre eles e determinados tipos de câncer.

A relação com a exposição a um ou mais fatores de risco e o desenvolvimen-to de uma doença não é com facilidade reconhecida, principalmente quando se presume que a relação se dê com comportamentos sociais comuns, como exemplo a alimentação. Nas doenças crônicas, as primeiras manifestações estão sujeitas a se desenvolver com muitos anos de exposição única ou contí-nua aos fatores que expõe ao risco, um exemplo de exposição única pode ser as radiações ionizantes, já as contínuas a radiação solar ou tabagismo. Diante disso, considerar o conceito de período de latência é muito importante, esse período e o tempo decorrido entre a exposição ao fator de risco e o apareci-mento da doença.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer -INCA- estes fatores de risco podem ser encontrados em distintas formas, como no ambiente físico, ser herdados ou representar hábitos ou costumes de um determinado ambiente social e cultural.

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Tratamento do câncer segundo o INCA:

O tratamento do câncer é feito através de cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou transplante de medula óssea. Na grande maioria dos casos, tem a necessi-dade de combinar mais de uma modalidade.

Radioterapia

Tratamento feito com radiações que visam destruir o tumor ou evitar que suas células aumentem. Estas radiações não são visíveis, e o paciente não sente nada, durante o procedimento. A radioterapia pode ser usada em combinação com a quimioterapia ou outros recursos durante tratamento.

Quimioterapia

Para combater o câncer com a quimioterapia, o tratamento é com medica-mentos. Que são aplicados, na maioria das vezes na veia, podendo também ser dados por via oral, intramuscular, subcutânea, tópica e intratecal. Essa medicação se mistura com o sangue e são levados a todas as partes do corpo, devastando as células doentes que formam o tumor e evitando, também, que elas se multipliquem pelo corpo.

Transplante de medula óssea

O transplante é o tratamento utilizado para algumas doenças malignas que comprometem as células do sangue. Ele se dá pela substituição de uma me-dula óssea doente, ou deficitária, por células normais de medula óssea, obje-tivando a reconstituição de uma nova medula.

No site http://www.fundacaosara.org.br/. Você encontra mais informações sobre o câncer e também conhece a fundação que atua na cidade de Montes claros e Belo Horizonte com apoio a pacientes e suas famílias acometidas pelo câncer.

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Doenças respiratórias crônicas

Doenças respiratórias crônicas são crônicas tanto das vias aéreas superiores como das inferiores. A asma, a rinite alérgica e a doença pulmonar obstrutiva crônica são as doenças crônicas que aparecem com maior frequência. São caracterizados como os maiores problemas de saúde mundialmente. Em todos os países do mundo centenas de milhões de pessoas de todas as idades sofrem dessas doenças e de alergias respiratórias e mais de 500 milhões delas vivem em países denominados em desenvolvimento (BRASIL, 2010).

Segundo o Ministério da Saúde (2010) as doenças respiratórias crônicas es-tão acrescendo em prevalência particularmente entre as crianças e os idosos. Além de afetar a qualidade de vida das pessoas pode provocar incapacidade nos indivíduos, originando grande impacto econômico e social. As barreiras físicas, emocionais e intelectuais que surgem com a doença, com impactos na vida do paciente e de seus familiares, geram sofrimento humano.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Banco Mundial julgam que quatro milhões de pessoas com doenças respiratórias crônicas podem ter mor-rido prematuramente em 2005 e as projeções são de aumento considerável do número de mortes no futuro (BRASIL, 2010).

O tratamento de doenças respiratórias conforme Brasil 2011 depende do seu tipo, severidade e estado geral do paciente. Vacinação pode prevenir deter-minadas doenças respiratórias. Alguns dos tratamentos mais frequentemente usados para doenças respiratórias são:

• Medicamentos como antibióticos, corticosteróides e broncodilatadores;

• Fisioterapia;

• Oxigênio;

• Ventilação mecânica;

• Ventilação líquida;

• Radioterapia;

• Cirurgia;

• Não fumar;

• Evitar contato com poeira;

• Umidificar o ar ambiente;

• Dentre outras.

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Diabetes

Figura 9: Cirurgia bariátrica controla o diabetes tipo 2 a longo prazo.Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/cirurgia-bariatrica-controla-o-diabetes-tipo-2-a-longo-prazo. Acesso 25/10/2014.

Segundo o Ministério da Saúde (2009), a diabetes é uma doença que ocorre quando o organismo produz pouca ou nenhuma insulina que é o hormônio responsável pela diminuição da taxa de glicose no sangue, e com isso o corpo inteiro adoece. Temos como fatores de risco para a doença:

• Obesidade;

• História familiar;

• Sedentarismo;

• Hipertensão arterial;

• Colesterol e triglicerídeos elevados.

Sendo classificado em dois tipos mais frequentes:

Tipo I – pode ocorrer de forma rapidamente progressiva, principalmente, em crianças e adolescentes, ou de forma lentamente progressiva, geralmente em adultos.

Tipo II – normalmente ocorrem após os 40 anos e, usualmente, se controla .apenas com dieta, atividade física e ou medicamento oral

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Os sinais e sintomas da doença, tanto do tipo I como do tipo II:

• Aumento do volume de urina;

• Sede intensa;

• Emagrecimento e fraqueza;

• Fome excessiva.

Outras queixas, como dores nas pernas, piora da visão, coceira e corrimento vaginal. O cuidado integral às pessoas com diabetes e sua família é um desa-fio para a equipe de saúde, especialmente para poder ajudá-las a mudar seu modo de viver, o que estará diretamente ligado à vida de seus familiares e amigos. Aos poucos, elas deverão aprender a gerenciar sua rotina com diabe-tes em um processo que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL, 2009).

• Distúrbios mentais

Psicopatia

Uma das perturbações da personalidade mais observada é a psicopatia, aten-dendo ao impacto negativo que os comportamentos conexos a esta pertur-bação possuem na sociedade onde vive o psicopata, nomeadamente a forte relação com o cometimento de comportamentos criminais. Nos estudos cri-minológicos aparecem citados, desde sempre, determinados indivíduos que dispõem, de forma ininterrupta, de uma grande capacidade de agressão, no sentido físico e no psicológico, e que englobam comportamentos de hostili-dade e manipulação (SOEIRO e GONÇALVES, 2010).

Na realidade, a identidade de pessoas que são responsáveis por agressões sis-temáticas, em muitos momentos com grave dano para as suas vítimas, e que se individualizam por serem cruéis, irresponsáveis e por não terem vida emo-cional real, nem sintomas característicos de enfermidade mental, possuem todos os indicadores para se inserirem num diagnóstico de psicopatia. De uma maneira geral, os estudos indicam que a psicopatia se manifesta numa série de condutas que são resultado de fatores biológicos e da personalidade, conexos com uma série de antecedentes familiares e outros fatores ambientais (SOEIRO e GONÇALVES, 2010).

Entretanto, o significado do conceito de psicopatia, e o impacto que esta per-turbação exibe nos contextos forense e clínico, atentam o desenvolvimento de mais investigações. Busca-se portanto, colaborar para uma sistematização deste conceito tão importante para a compreensão do fenômeno da criminalidade, e para a prevenção e intervenção nos contextos da criminalidade com contornos de maiores índices de reincidência e violência (SOEIRO e GONÇALVES, 2010).

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Filme: ENTRE ELAS (Sister my sister). Direção: Nancy Meckler. Produ-ção: Norma Heyman. Manaus: Top Tape, 1994.

Esquizofrenia

O início da doença é mais precoce no homem do que na mulher. Entretanto, na presença de história familiar positiva a distúrbios psicóticos, a idade de início é mais precoce para homens e para mulheres. Surgimentos de novos casos são raros antes da puberdade e após os 50 anos. As mulheres exibem um curso mais brando da esquizofrenia e, assim, um melhor prognóstico e uma melhor possibilidade de adaptação com a sociedade. Informações de estudos multicêntricos sugerem que os pacientes de países menos desenvolvidos apresentam um prognóstico melhor na esquizofrenia (MARI e LEITAO, 2000).

De acordo com Brasil (2013), a atenção básica realiza importante papel no diagnóstico precoce, no início imediato do tratamento, na manutenção do tra-tamento farmacológico dos quadros estáveis e na reabilitação psicossocial para os quadros de psicose. Além disso, é importante afirmar que, mesmo os pacientes acompanhados por serviços especializados da rede de atenção psicossocial, como os centros de Atenção Psicossocial, precisam seguir sendo acompanhados pela rede básica de Saúde, já que, além de demandas psiqui-átricas e psíquicas, esse usuário precisa permanecer sendo assistido em suas necessidades clínicas (BRASIL, 2013).

Filme: UMA MENTE BRILHANTE é um filme estadunidense de 2001, dirigido por Ron Howard, sobre a vida do matemático John Forbes Nash.

Transtornos depressivos

A idade de começo dos transtornos depressivos situa-se entre 20 e 40 anos, conquanto a depressão também possa ocorrer na infância. De forma igual ao sexo, também não há porque pensar que a idade seja um fator de risco isoladamente. Os acontecimentos sociais tendem a colocar as pessoas mais jovens em maior risco, da mesma forma que a predisposição biológica para

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depressão maior pode somar com a idade. Estudos brasileiros conduzidos em sociedade sugerem que transtornos mentais comuns, assim como ansieda-de, depressão e transtornos somatoformes, somam com a idade. Diferentes estudos populacionais sugerem que pessoas com escolaridade e renda baixa apresentam maiores prevalência desses transtornos mentais. (LIMA, 1999).

Transtornos somatoformes: se caracterizam pela manifestação repetida de sintomas físicos, cuja avaliação clínica não revela doença física. O paciente se mostra preocupado, requisita a avaliação médica e fica reticente quando lhe reasseguram que não sofre de doença física. Ainda que seja detectado algum problema clínico, este não explica a extensão da inquietação do pa-ciente, o qual resiste em estabelecer uma relação causal com dificuldades ou conflitos emocionais ou eventos desagradáveis, mesmo quando há uma clara relação temporal entre eles (PAULIM E Oliveira, 2013).

Mídias integradas

Filme: GAROTA INTERROMPIDA é um filme teuto-estadunidense de 1999, dirigido por James Mangold. Winona Ryder interpreta Susanna Kaysen, uma garota que vai para um hospital psiquiátrico durante os anos 60.

delírio e delirium

Delírio

Principal causa de internação, de doentes em fase avançada, em unidades hospitalares de agudos e de cuidados paliativos. O delírio é caracterizado como uma síndrome que tem como particularidade uma perturbação da consciência. Acompanhado a um quadro de doença avançada, é um con-dição confusional agudo que deriva de uma disfunção orgânica cerebral difusa, provocada por múltiplos fatores, nomeadamente: químicos, eletro-líticos, psicológicos, físicos, idade, etc., e que condicionam alterações cere-brais (BERNARDO, 2006).

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O delírio procede, normalmente, de um conjunto de fatores, e por isso a sua abordagem completa quase nunca corresponde a uma medida, mas a um con-junto delas. A relação terapêutica que se constitui com o doente, a preocupa-ção com o seu comportamento e o ambiente envolvente, o tratamento dos sin-tomas e o apoio à família constituem orientações que devem ser conduzidas numa atuação em grupo (BERNARDO, 2006).

Segundo Bernardo (2006) os objetivos do tratamento são, necessariamente, acalmar o doente e recuperar, sempre que possível, a sua capacidade de se comunicar, prevenir alterações do comportamento que possam afetar a pes-soa e os outros, reduzir a desorientação, diminuindo tanto quanto possível a estimulação sensorial. Os delírios com características de reversibilidade, cujo controle não seja possível em ambulatório, demandam internamento, sempre que seja esse o desejo do doente, o seu estado geral e os recursos na comu-nidade o permitam. É importante ressaltar que este grupo que necessita de internamento corresponde a uma minoria das situações.

Delirium

É uma alteração cognitiva caracterizada por início agudo, curso flutuante, dis-túrbios da consciência, atenção, orientação, memória, pensamento, percepção e comportamento. Podendo ocorrer na forma hiperativa, hipoativa ou mista acometendo mais de 50% de idosos hospitalizados. É considerada emergên-cia geriátrica e se relaciona com períodos mais extensos de hospitalização, com maiores taxas de mortalidade e com maior taxa de institucionaliza-ção. Acomete, normalmente, paciente com grau maior de fragilidade e maior número de comorbidades. Contudo, apesar de comum é uma condição subdiagnosticada, apesar de apresentar prevalência de 10 a 16% já na admis-são (LOBÔ et al 2010).

Delirium é, usualmente, condição multifatorial, assim como outras síndromes geriátricas. Em isolados casos pode ser desencadeado por fator isolado, sendo mais comum a interrelação entre fatores predisponentes e fatores precipitan-tes. Além disso, os efeitos dos diversos fatores de risco parecem ser cumulati-vos. A intervenção em um ou mais desses fatores é comumente suficiente para a resolução do quadro (LOBÔ et al 2010).

O passo mais importante para o tratamento da doença é o reconhecimento precoce. A partir do momento em que o delirium é diagnosticado os esforços devem se concentrar na etiologia, com o objetivo de minimizar ou até eli-minar os fatores predisponentes e desencadeantes. A correção de distúrbios metabólicos, da desidratação, o tratamento da dor e de infecções, são medidas que podem reverter os sintomas e melhorar o funcionamento do cérebro. Os objetivos do tratamento se dão no sentido de melhorar o estado cognitivo do paciente e reduzir o risco de efeitos secundários, tais como a aspiração,

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imobilidade prolongada, aumento do tempo de tratamento e por conseguinte a hospitalização.

Depressão pós-parto

É um importante problema de saúde pública, que afeta tanto a saúde da mãe quanto o desenvolvimento de seu filho. O aparecimento desse quadro ocor-re, na maioria dos casos, a partir das primeiras quatro semanas após o parto, alcançando habitualmente sua maior intensidade nos seis primeiros meses. Essa depressão tem como sintomas mais comuns o desânimo persistente, sen-timento de culpa, alterações do sono, ideias suicidas, temor de machucar o fi-lho, diminuição do apetite e da libido, diminuição do nível de funcionamento mental e presença de ideias obsessivas ou supervalorizadas (COSTA, 2013).

Segundo Costa (2013), menor escolaridade e baixo nível socioeconômico são os fatores mais comumente associados com essa depressão. Entre esses fato-res psicossociais que mais apresentam associação aparecem o baixo suporte social, história de doença psiquiátrica, tristeza pós- parto, depressão pré-na-tal, baixa autoestima, ansiedade pré-natal, stress na vida, gravidez não plane-jada, tentativa de interromper a gravidez, transtorno disfórico pré-menstrual e sentimentos negativos em relação à criança.

É de extrema importância à investigação a respeito das vivências da mulher durante a gravidez e, especialmente, como está se sentindo no pós-parto, bem como se ela conta com uma rede de apoio social que dê sustentação as mu-danças psíquicas vividas com o nascimento de um bebê. Reconhecer o estado depressivo da mãe é essencial e, às vezes, difícil em razão das queixas psi-cossomáticas que podem sugerir somente problemas orgânicos (SCHIMIDT, et al., 2005).

Imprescindível que esta experiência vivida subjetivamente pela mãe, possa ser detectada para o auxílio no processo de reconstrução. Pode-se pensar que a detecção precoce dos fatores de risco envolvidos nessa depressão, realizada mediante o acompanhamento das gestantes, seja um fator importante para a prevenção da própria depressão e das repercussões na interação mãe e filho. Sendo assim abre a possibilidade de auxílio mulher, e a sua família, princi-palmente durante a gestação e o puerpério. Na perspectiva da psicologia da saúde, considera-se que os profissionais de saúde e educação que estão envol-vidos em trabalhos com gestantes desenvolvam um papel importante neste re-conhecimento, diagnosticando e encaminhando as famílias para acolhimento psicológico, podendo com este trabalho auxiliar o desenvolvimento infantil saudável (SCHIMIDT, et al., 2005).

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Transtorno obsessivo compulsivo

A definição do transtorno baseia-se na ocorrência primária de obsessões e/ou compulsões. Obsessões são pensamentos, impulsos ou imagens mentais recorrentes, intrusivos e desagradáveis, reconhecidos como próprios e que causam ansiedade e mal estar proeminentes ao indivíduo, tomam tempo e in-terferem negativamente em suas atividades e seus relacionamentos (TORRES e SUMAIA, 2001).

Segundo Torres e Sumaia (2001), as compulsões são comportamentos ou atos mentais repetitivos em que o indivíduo é levado a executar voluntariamente em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras rígidas, para reduzir a ansiedade/mal-estar ou prevenir algum evento temido.

De tal modo, enquanto as obsessões causam desconforto emocional, os ritu-ais compulsivos sempre exagerados, irracionais ou mágicos, tendem a trazer alívio, mas não são prazerosos. Na grande maioria dos casos, há diversas obsessões e compulsões simultâneas e não sintomas únicos ou pares, e os pa-cientes mudam de tema ou tipo de sintoma com o passar do tempo (TORRES e SUMAIA, 2001).

Trata-se em regra de um quadro crônico e repetidas vezes de início precoce, com flutuação na intensidade dos sintomas ao longo do tempo. Enquanto na maior parte dos casos há piora em fases de vida difíceis, alguns relatam ate-nuação dos sintomas na ocorrência de algum problema sério que determine enfrentamento. Não há fundamentalmente piora progressiva, mas os rituais tendem a ficar mais sedimentados com o tempo. Ressalte-se que a gravida-de é bastante variável, havendo desde casos leves até aqueles extremamente graves e incapacitantes, mesmo para atividades do cotidiano (TORRES e SU-MAIA, 2001).

Trata-se, por conseguinte, de uma doença em geral secreta, que pode levar anos até ser diagnosticada e tratada. Por isso, a importância de investigar in-teiramente na anamnese a ocorrência de obsessões e compulsões que, mesmo assim, podem só ser admitidas pelo paciente quando o vínculo terapêutico estiver fortalecido. Muitos só procuram ajuda em fases de piora ou por com-plicações, como depressão secundária (TORRES e SUMAIA, 2001).

Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade

A tríade sintomatológica clássica da síndrome é caracterizada por desatenção, hiperatividade e impulsividade. Independentemente do sistema descritivo uti-lizado, as crianças com TDAH são facilmente reconhecidas em clínicas, em escolas e em casa. Essa distração pode ser identificada pelos seguintes sinto-

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mas: dificuldade de prestar atenção a pequenos detalhes ou errar por descuido em atividades escolares e de trabalho; dificuldade para conservar a atenção em tarefas ou atividades lúdicas; parecer não escutar quando lhe dirigem a palavra; não adotar instruções e não concluir tarefas escolares, domésticas ou obrigações profissionais; dificuldade em organizar tarefas e atividades; evi-tar, ou relutar, em envolver-se em tarefas que demandem esforço mental cons-tante; perder coisas necessárias para tarefas ou atividades; e ser facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa e exibir esquecimentos em atividades diárias (ROHDE et al., 2000).

Esse transtorno é uma síndrome psiquiátrica de alta prevalência em crianças e adolescentes, exibindo critérios clínicos operacionais bem estabelecidos para o seu diagnóstico. Modernamente, a síndrome é subdividida em três tipos principais e apresenta uma alta taxa de comorbidades, em particular com ou-tros transtornos destrutivos do comportamento. O procedimento de avaliação diagnóstica é abrangente, envolvendo fundamentalmente a coleta de dados com os pais, com a criança e com a escola. O tratamento do TDAH envolve uma abordagem múltipla, englobando intervenções psicossociais e psicofar-macológicas, sendo o metilfenidato a medicação com maior comprovação de eficácia neste transtorno (ROHDE et al., 2000).

distúrbios ósseos e articulares

Artrite

A artrite reumatoide é uma doença crônica, inflamatória, que tem como prin-cipal característica a inflamação das articulações conhecidas também como juntas, ainda que outros órgãos também possam estar comprometidos. A ar-trite é uma doença autoimune, ou seja, é uma condição em que o sistema imunológico, que normalmente defende o nosso corpo de infecções vírus e bactérias, passa a atacar o próprio organismo no caso, o tecido que envolve as articulações, também conhecido como sinovial. A inflamação durável das articulações, se não tratada de forma apropriada, pode levar à destruição das juntas, o que ocasiona deformidades e limitações para o trabalho e para as ati-vidades da vida cotidiana. O tratamento apropriado e precoce pode prevenir o acontecimento de deformidades e melhorar a qualidade de vida de quem tem a doença. (Comissão de Artrite Reumatoide, 2011).

Qualquer idade pode desenvolver a doença, de crianças a idosos. Ocorrendo com mais frequência em mulheres por volta dos 50 anos de idade. Pessoas com história de artrite reumatoide na família têm mais risco de desenvolver a doença (Comissão de Artrite Reumatoide, 2011).

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A doença pode iniciar com apenas uma ou poucas articulações inchadas, quentes e dolorosas, geralmente acompanhada de rigidez para realizar os movimentos principalmente pela manhã podendo durar horas até melhorar. Artrite corresponde à inflamação de algum dos componentes da estrutura arti-cular, cartilagem articular, osso subcondral ou membrana sinovial. Sinovite é a inflamação da membrana sinovial que cobre a cápsula articular responsável por envolver a articulação, e, geralmente, manifesta-se por vermelhidão, in-chaço, calor, dificuldade de movimento e dor. O cansaço conhecido também como fadiga é uma manifestação freq uente. O quadro clínico mais visto é caracterizado por artrite nos dois lados do corpo, especialmente nas mãos, nos punhos e pés, que evolui para articulações maiores e mais centrais como cotovelos, ombros, tornozelos, joelhos e quadris. As mãos são acometidas em praticamente todos os pacientes (Comissão de Artrite Reumatoide, 2011).

A evolução é crescente sem o tratamento adequado, e determinando desvios e deformidades decorrentes do afrouxamento ou da quebradura dos tendões e das erosões articulares. Essa doença pode levar a alterações em todas as es-truturas das articulações, como ossos, cartilagens, cápsula articular, tendões, ligamentos e músculos que são os responsáveis pelo movimento articular (Comissão de Artrite Reumatoide, 2011).

O acometimento da coluna cervical pode ocasionar quadros mais graves. Ge-ralmente, manifesta-se por dor que “caminha” para a região atrás da cabeça e dificuldade para mexer o pescoço. É uma doença que não atinge só as arti-culações, mas também pode inflamar os vasos, olhos, pulmões, o coração e sistema nervoso chamadas de manifestações extra-articulares. Essas manifes-tações correlacionam-se ao pior prognóstico (Comissão de Artrite Reumatoi-de, 2011).

Assim, uma vez diagnosticada a doença, deve-se fazer o acompanhamento continuado com o reumatologista. Os medicamentos que controlam a doença são os que regulam essa autoimunidade exagerada, diminuindo a inflamação e suas consequências para as juntas e outros órgãos. Sabe-se que, quanto antes iniciado o uso desses medicamentos específicos, maior e melhor é a resposta. Ainda o tratamento precoce seja, logicamente, mais eficaz em controlar e prevenir as sequelas da doença, tratando em qualquer momento consegue-se aliviar significativamente a inflamação e, assim, a qualidade de vida dos pa-cientes (Comissão de Artrite Reumatoide, 2011).

Os medicamentos, apesar de serem extremamente eficazes, têm um início de ação mais lenta, podendo demorar algumas semanas a meses para ter sua melhor atuação na atividade da doença. O objetivo ideal e possível do trata-mento é o de controlar completamente a doença e suas consequências como as deformidades articulares. O reumatologista, durante as consultas regula-res, irá controlar a atividade da artrite reumatoide e, ainda, precaver ou tratar o acometimento de outros órgãos, caso venha acontecer. Os medicamentos

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específicos são seguros para uso em longo prazo e os possíveis efeitos colate-rais devem ser prevenidos ou controlados durante as consultas (Comissão de Artrite Reumatoide, 2011).

Em seguida o controle da doença, é imprescindível manter o tratamento espe-cífico por um tempo prolongado. Em diversos casos, é possível diminuir ou até suspender a medicação. Essa decisão será avaliada cautelosamente pelo médico reumatologista, mesmo no caso de suspensão das medicações, deverá permanecer o acompanhamento, fazendo reavaliações clínicas e com exames complementares com frequência para detectar possíveis recaídas da doença (Comissão de Artrite Reumatoide, 2011).

Artrose

A artrose ou osteoartrite, doença articular degenerativa, é a doença reumática mais prevalente entre indivíduos com mais de 65 anos de idade. Os conheci-mentos alcançados atualmente no conhecimento da fisiopatogênia levaram a uma alteração no conceito desta doença. Acreditava-se tratar de uma doença progres-siva, de evolução arrastada, sem expectativas de tratamento, encarada por muitos como natural do processo de envelhecimento (COIMBRA, et al., 2004).

No entanto hoje, é vista como uma enfermidade em que é possível modificar o seu curso evolutivo, tanto em relação ao tratamento dos sintomas imedia-tos, quanto ao seu prognóstico. É uma das causas mais frequentes de dor do sistema músculo esquelético e de inabilidade para o trabalho no Brasil e no mundo. É uma afecção dolorosa das articulações que acontece por insuficiên-cia da cartilagem, sendo ocasionada por um desequilíbrio entre a formação e a destruição dos seus principais elementos, associada a uma multiplicidade de condições como: excesso de carga mecânica, alterações bioquímicas da car-tilagem e membrana sinovial e fatores genéticos (COIMBRA, et al., 2004).

A designação mais aceita internacionalmente da doença é osteoartrite. O termo artrose ainda é muito utilizado, conhecido e associado aos aspectos mecânicos. É uma doença crônica, multifatorial, que leva a uma inabilidade funcional progressiva. O tratamento deve ser também com múltiplos profis-sionais, e buscar a melhora funcional, mecânica e clínica e, por esta razão a realização deste consenso tornou-se indispensável. (COIMBRA, et al., 2004).

Esclarecimentos sobre a doença segundo Coimbra et al (2004):

• Salientar que a doença não é sinônimo de envelhecimento e está relacio-nada com a capacidade funcional, sendo que a intervenção terapêutica trará considerável melhoria de qualidade de vida.

• Motivar e envolver o paciente no seu tratamento, pois o paciente é um agente ativo no seu programa de reabilitação.

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• Estimular as práticas esportivas, porém, sob orientação de um profissio-nal habilitado.

• Orientar para cuidados com relação ao uso de rampas e escadas.

• Orientar com relação à ergonomia dos trabalhos domésticos e profissionais.

Artrite reumatoide

A artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica, de origem autoimu-ne, que tem como particularidade o acometimento poliarticular periférico, simétrico e progressivo que, em casos isolados, pode ocasionar comprome-timento além da articulação. O envolvimento da membrana sinovial, com posterior erosão óssea e destruição articular, repetidas vezes leva a um qua-dro grave, que determina deformidades e incapacidade ativa do indivíduo (BUENDGENS, et al., 2013).

O tratamento farmacológico é considerado o ponto mais importante na tera-pêutica da artrite reumatoide e sua implantação precoce e correta têm como objetivo alcançar a remissão da doença e evitar danos irreversíveis e per-da da funcionalidade. No Brasil, o Sistema Único de Saúde, por meio dos Componentes Básico e Especializado da Assistência Farmacêutica, deixa a disponibilidade para pacientes com artrite reumatoide medicamentos tanto para as fases iniciais de tratamento quanto para as intermediárias e avançadas (BUENDGENS, et al., 2013).

Ainda que a terapêutica da artrite reumatoide esteja principalmente apoiada no tratamento farmacológico, intervenções não farmacológicas, acompanha-mento multiprofissional e outros procedimentos, como consultas e exames, são essenciais para o alcance do controle da doença e melhoria da qualidade de vida do paciente. Nos últimos anos, apesar das estratégias adotadas para aumentar o acesso a serviços de saúde e medicamentos, ainda permanecem gargalos importantes de acesso aos procedimentos necessários para o geren-ciamento clínico da doença (BUENDGENS, et al., 2013).

De acordo com a Portaria SAS/MS nº 865 (2002), diagnóstico depende da as-sociação de uma série de sintomas e sinais característicos, dados laboratoriais e achados radiológicos.

O manejo do paciente modifica de acordo com o estágio da doença, sua ativi-dade e severidade, devendo-se ser mais agressivo no tratamento quanto mais agressiva for a doença. Medidas não farmacológicas são de extrema impor-tância, principalmente a educação do paciente em relação a sua doença (Por-taria SAS/MS nº 865, 2002).

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Fibromialgia

A fibromialgia é uma síndrome clínica que se manifesta, principalmente, com dor em todo corpo. Na maioria das vezes fica difícil definir se a dor é nos músculos ou nas articulações. Os pacientes costumam dizer que não há ne-nhum lugar do corpo que não tenha dor. Junto com a dor, descrevem sintomas como cansaço, sono não reparador (a pessoa acorda cansada, com a impres-são de que não dormiu) e outras alterações como dificuldades de memória e concentração, ansiedade, formigamentos e dormências, depressão, dores de cabeça, tontura e alterações intestinais. Uma característica da pessoa com fi-bromialgia é a grande sensibilidade ao toque e à compressão de pontos nos corpos (Fibromialgia Cartilha para Pacientes, 2011).

Não tem ainda uma origem definida, mas há algumas pistas de porque as pes-soas têm fibromialgia. Os estudos mostram que os pacientes apresentam uma sensibilidade maior à dor do que pessoas sem a doença. Na verdade, é como se o cérebro das pessoas com fibromialgia interpretasse de forma excessiva os estímulos, ativando todo o sistema nervoso para fazer a pessoa sentir mais dor. A fibromialgia além disso pode aparecer depois de eventos graves na vida de uma pessoa, como um trauma físico, psicológico ou mesmo infecções graves (Fibromialgia Cartilha para pacientes, 2011).

O mais comum é que o quadro inicie com uma dor localizada crônica, que prossegue para envolver todo o corpo. A causa pela qual algumas pessoas desenvolvem fibromialgia e outras não ainda é desconhecida. O que não se discute é se a dor do paciente é mesmo real. Como técnicas de pesquisa que permitem ver o cérebro em funcionamento em tempo real, descobriu-se que pacientes com fibromialgia verdadeiramente estão sentindo a dor que dizem sentir. É uma dor diferente, em que não há lesão pelo corpo, e, mesmo assim, a pessoa sente essa dor. Ainda não sabendo a causa exata, sabemos que al-gumas situações geram piora das dores em quem tem fibromialgia, são elas: excesso de esforço físico, estresse emocional, alguma infecção, exposição ao frio, sono ruim ou trauma.

O principal sintoma da fibromialgia é a dor no corpo todo, percebida nota-damente nos músculos. É muito comum que o paciente sinta dificuldade de definir onde está à dor, e muitos a referem como se a dor estivesse nos ossos, nas juntas ou nas carnes. Como os músculos estão presentes por todo o corpo, este é o motivo da confusão. Importante notar que não só o paciente se refere dor espontânea, mas também bastante dor ao ser tocado. Habitualmente o paciente com fibromialgia menciona que não pode ser abraçado ou mesmo acariciado (Fibromialgia Cartilha para pacientes, 2011).

O diagnóstico da fibromialgia é fundamentalmente clínico. O médico duran-te a consulta obtém algumas informações que são essenciais. Os sintomas

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mais importantes são dor generalizada, dificuldades para dormir ou acordar cansado e sensação de cansaço ou fadiga durante todo o dia. Alguns outros problemas podem acompanhar a fibromialgia como depressão, ansiedade, al-terações intestinais ou urinárias, dor de cabeça frequente, entre outros.

A fibromialgia é uma condição médica crônica, sendo que dura por muito tempo, provavelmente por toda a vida. Porém, pode ser confortador saber que, ainda que não exista cura, a fibromialgia não é uma doença progressiva. Nunca é fatal e não causa danos às articulações, músculos, ou órgãos internos. Embora ainda não tenha sido encontrada a cura para, em muitas pessoas ela melhora com o tempo, e há casos nos quais os sintomas regressam quase inte-gralmente. A doença não deve ser enfrentada como uma doença que necessita de tratamento, mas sim como uma condição clínica que demanda controle (Fibromialgia Cartilha para Pacientes, 2011).

Uma questão fundamental para os fibromiálgicos é a dificuldade para a de-sempenho de tarefas, profissionais ou do cotidiano. Os pacientes se mostram muito inseguros quanto ao desempenho pessoal, gerando um estado crônico de revolta em relação a sua saúde. Repetidas vezes os pacientes reclamam da redução da qualidade do seu trabalho, com consequente influência em sua vida profissional afetando a renda familiar. Corriqueiros também são relatos de indiferença por parte de amigos e familiares, problemas conjugais e dimi-nuição da frequência de atividades de lazer e mesmo religiosas (Fibromialgia Cartilha para Pacientes, 2011).

É importante evidenciar, que a gravidade da fibromialgia pode estar também relacionada com as outras doenças crônicas como a artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, artrose, tendinites, entre outras que afetam o aparelho osteoarticular. Da mesma forma, se torna mais grave quando associada aos distúrbios psiquiátricos como a depressão e ansiedade (Fibromialgia Cartilha para Pacientes, 2011).

De acordo com a Portaria GM 399 – 2006 as doenças crônicas não transmis-síveis resultam de fatores de risco como o tabagismo, sedentarismo, alimenta-ção inadequada, sobrepeso/obesidade e alcoolismo. Medidas de prevenção e controle destes fatores de risco podem reduzir significativamente a incidência destas doenças e de seus impactos na saúde, essa necessidade foi efetivada na implantação da legislação vigente no Pacto Pela Saúde (portaria GM 399 – 2006).

Prevenção e controle de agravos não transmissíveisAs Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) são um problema de saúde global e uma ameaça à saúde e ao desenvolvimento da humanidade. No ano de 2007, cerca de 72% das mortes no Brasil foram atribuídas às DCNT (doenças cardiovasculares, doenças respiratórias crônicas, diabetes, câncer e outras, inclusive renais) (SCHMIDT et al., 2011).

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O consumo elevado de gorduras saturadas e colesterol dietético, sal, açúcar, tabagismo, ingestão excessiva de álcool, obesidade e sedentarismo aumentam o risco de doença coronariana, isquemia e outras doenças cardiovasculares. Também estão associados ao aumento no risco de alguns tipos de câncer, como os de intestino, reto, mama, endométrio e próstata (BRASIL, 2007).

O Brasil passou a focalizar mais as DCNT. Em 2006, após discussões e acor-dos realizados por representantes dos níveis federal, estadual e municipal, uma ampla política de promoção à saúde foi aprovada. A política incluiu uma série de ações em articulação intersetorial e desenvolvimento de políticas, educação em saúde, monitoramento de doenças e de fatores de risco e for-necimento de atenção à saúde centrada em dietas saudáveis, atividade física, redução do tabagismo e do uso prejudicial do álcool (SCHMIDT et al., 2011).

2.3 descontrole hormonal

O descontrole hormonal é um problema de saúde que acomete algumas mu-lheres, está ligada à menstruação e que pode produzir sintomas como aumen-to do peso, acne e excesso de pelos no corpo (SILVA, 2006).

A disfunção hormonal mais comum nas mulheres é a Síndrome dos Ovários Policísticos, uma doença genética e hereditária que leva à produção de cistos nos ovários. Estes cistos são os responsáveis pelos sintomas citados acima, além de aumentar o estresse na mulher e os níveis de infertilidade. Diabetes, trombose, hipertensão e doenças cardíacas são também algumas das doenças que atingem mais facilmente estas mulheres (SILVA, 2006).

A Síndrome dos ovários policísticos é como foi dito acima uma das desordens endocrinológicas que mais acomete as mulheres em idade de reprodução com ocorrência de 6 a 10%. Acredita-se que em todo mundo, mais de 100 milhões de mulheres entre 15 e 49 anos de idade (SILVA, 2006).

Silva (2006), descreve que a síndrome dos ovários policísticos pode ser com-pletamente neutralizada com o uso de anticoncepcionais, mas não basta a mulher escolher uma pílula. É preciso tomar medicamentos específicos e ser acompa-nhada com regularidade por um médico, que a esteja sempre reavaliando.

Nos homens, a disfunção hormonal pode levar a problemas como a andropau-sa e a infertilidade devido à secreção inadequada de testosterona, uma alte-ração que pode ocorrer em qualquer idade, mas que é mais frequente após os 40 anos de idade. Muitas vezes não é necessário realizar nenhum tratamento, pois os sintomas são sutis (MELO, 2013).

A andropausa não é considerada uma doença, mas sim uma fase onde apare-cem alterações na vida do homem, na faixa etária dos 50 aos 70 anos de idade.

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Se deve ao fato de uma diminuição na produção dos hormônios masculinos, gerandoalteraçõessexuaisefísicas,comodiminuiçãododesejosexualefla-cidez muscular. Para passar melhor por esta fase, o homem deve ter uma ali-mentação adequada, praticar esportes, ter um repouso adequado e, em alguns casos, um apoio psicoterápico (MELO, 2013).

Para diminuir as alterações hormonais na andropausa e menopausa sugere-se dar preferência a alimentos orgânicos e aos ricos em fitohormônios como o Inhame e a Soja.

2.4 Hipertensão

Quando se afirmar que uma pessoa tem hipertensão crônica ou pressão alta, significa que sua pressão arterial média é maior que o limite superior da medi-da que é aceita como normal. A pressão arterial média acima de 110 mmHg (o valor normal é de cerca de 90 mmHg) é considerado hipertensiva. Na hiper-tensão grave, a pressão arterial média pode se elevar para 150 a 170 mmHg, com pressão diastólica de até 130 mmHg e pressão sistólica atingindo ocasio-nalmente até 250 mmHg (GUYTON, 2006).

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é quando a pressão que o sangue exerce na parede das artérias para se movimentar é muito forte, ficando aci-ma dos valores considerados normais, um problema grave de saúde pública no Brasil e no mundo. É dos mais importantes fatores de risco para o desen-volvimento de doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais, sendo responsável por pelo menos 40% das mortes por acidente vascular cerebral, por 25% das mortes por doença arterial coronariana e, em combinação com o diabete, 50% dos casos de insuficiência renal terminal (BRASIL, 2006)

Segundo Brasil (2006), geralmente a hipertensão não tem causa conhecida ou definida, no entanto, existem fatores considerados de risco que podem favo-recer o seu aparecimento, é uma doença crônica que, se não controlada, pode ser causa de várias doenças. A principal relevância da identificação e controle da hipertensão arterial sistêmica reside na redução das suas complicações, tais como:

• Doença cérebro vascular;

• Doença arterial coronariana;

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Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis

• Insuficiência cardíaca;

• Doença renal crônica;

• Doença arterial periférica.

Ainda de acordo com o mesmo autor os profissionais de saúde da rede básica têm uma importância extrema nas estratégias de controle da hipertensão ar-terial, quer na definição do diagnóstico clínico e da conduta terapêutica, quer nos esforços requeridos para informar e educar o paciente hipertenso quanto de fazê-lo seguir corretamente o tratamento (BRASIL, 2006).

É preciso ter em mente que a sustentação da motivação do paciente em não abandonar o tratamento é talvez uma das batalhas mais árduas que profis-sionais de saúde enfrentam em relação ao hipertenso. Junto a esse fato res-salta-se que uma grande parte de pacientes hipertensos apresenta outras co-morbidades, como diabetes, dislipidemia e obesidade, o que traz implicações importantes no que diz respeito ao gerenciamento das ações terapêuticas ne-cessárias para o controle de uma gama de condições crônicas, cujo tratamento exige perseverança, motivação e educação permanente (BRASIL, 2006).

Ações para melhorar a qualidade da assistência podem ser por exemplo:

• Identificação das áreas e situações de risco individual e coletivo;

• Encaminhamento das pessoas aos serviços de saúde sempre que necessário;

• Orientações ao usuário, condizentes com as informações a serem repassa-das pela equipe de saúde;

• Acompanhamento da situação de saúde dos usuários (monitoramento do peso, aferição de pressão arterial, rastreamento de glicemia) ajudá-las a efetivar resultados positivos;

• Reavaliação da situação de saúde.

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Figura 10: Prevenção contra hipertensão arterial. Fonte: http://www.lbv.org/lbv-e-prevencao-contra-hipertensao-arterial. Acesso em 19/10/2014.

2.5 Hipotensão

Hipotensão ou baixa pressão sanguínea acontece quando a pressão do san-gue durante e depois de cada batimento cardíaco é muito mais baixa do que o normal. Isso significa que o coração, cérebro e outras partes do corpo não recebem sangue suficiente.

A pressão sanguínea que está no limite mais baixo para uma pessoa pode ser normal à outra pessoa. As pressões sanguíneas mais habituais variam de 90/60 milímetros de mercúrio (mm Hg) a 130/80 mm Hg. Entretanto uma queda significativa, mesmo de até 20 mm Hg, pode causar problemas em algumas pessoas.

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Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis

A hipotensão, de maneira especial quando ocorre após o indivíduo se levan-tar, é uma condição na maioria das vezes reversível em pessoas idosas. Ela pode causar tonteira e síncope, que são dificuldades comuns em pacientes idosos e que podem ser provenientes de outras causas que não a hipotensão.

São três os principais tipos de hipotensão:

• Hipotensão ortostática, incluindo hipotensão ortostática pós prandial;

• Hipotensão neuralmente mediada;

• Hipotensão severa causada por perda súbita de sangue (choque), infecção ou reação alérgica grave.

A hipotensão ortostática é causada por uma mudança súbita na posição do corpo, frequentemente ao se levantar. Esse tipo de hipotensão na maioria das vezes dura apenas alguns segundos ou minutos. Se esse tipo de hipotensão ocorrer após alguma refeição, é chamada hipotensão ortostática pós-prandial. Essa forma acomete mais frequentemente adultos mais velhos, aqueles com alta pressão sanguínea e pessoas com doença de Parkinson.

A hipotensão neural mediada acomete com maior frequência adultos jovens e crianças. Acontece quando uma pessoa esteve em pé por muito tempo. Crian-ças na maioria das vezes superam esse tipo de hipotensão quando crescem.

A pressão sanguínea baixa é frequentemente causada por drogas, como:

• Álcool;

• Medicamentos antiansiolíticos;

• Alguns antidepressivos;

• Diuréticos;

• Medicamentos para o coração, incluindo aqueles usados para tratar pres-são sanguínea alta e doença cardíaca coronariana;

• Medicamentos usados para cirurgia;

• Analgésicos.

Outras causas de pressão baixa incluem:

• Diabetes em estágio avançado;

• Anafilaxia (uma resposta alérgica potencialmente fatal);

• Alterações no ritmo cardíaco (arritmias);

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• Desidratação;

• Desmaio;

• Ataque cardíaco;Insuficiência cardíaca;

• Choque (a partir de infecção grave, derrame, anafilaxia, perda de sangue ou ataque cardíaco).

Sintomas de Hipotensão

Os sintomas podem incluir:

• Visão borrada;

• Confusão;

• Tontura;

• Desmaio;

• Sonolência;

• Fraqueza;

Papel do Agente Comunitário de Saúde:

• Escutar e acolher o usuário;

• Realizar ações de educação em saúde;

• Auxiliar na identificação de áreas e situações de risco individual e coletivo;

• Encaminhar as pessoas aos serviços de saúde sempre que necessário;

• Orientar o usuário, de acordo com as instruções da equipe de saúde;

• Acompanhar a situação de saúde dos usuários, orientando sobre os sinais de alerta.

Síncope: é definida como uma perda transitória e autolimitada da consciên-cia, seguida de recuperação espontânea sem intervenção terapêutica, e habi-tualmente acompanhada de perda do tônus postural.

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2.6 diabetes

Ao findar a década de 1980, a prevalência de diabetes em indivíduos entre 30 e 69 anos que residiam em grandes áreas metropolitanas era de 7,6%; a prevalência de diabetes relatada era de 4,1%. Segundo os dados mais recentes e nacionalmente representativos referentes a brasileiros de 20 anos de idade ou mais mostram um aumento do diabetes relatado, de 3,3% em 1998 para 5,3% em 2008. A atual epidemia de obesidade e o acesso mais fácil a testes diagnósticos explicam grande parte desse aumento (SCHIMID, et al., 2011).

Tem como caraterísticas a diabetes por ser um grupo de doen-ças metabólicas com hiperglicemia e associadas a complicações, disfunções e carência de múltiplos órgãos, principalmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sanguíneos. Podendo ter como resultado defeitos de secreção e/ou ação da insulina en-volvendo processos patogênicos específicos, como exemplo, a destruição das células beta do pâncreas que são as produtoras de insulina, resistência à ação da insulina, distúrbios da secreção da insulina, entre outros (BRASIL, 2006).

Segundo Schimid (2011), o pareamento de dados com o Sistema de Informa-ções de Mortalidade mostra a carga de mortalidade atribuível ao diabetes: a mortalidade padronizada por idade e gênero em indivíduos com diabetes foi 57% mais alta que na população em geral. Do total de mortes, 38% foram causadas por doença cardiovascular, 6% por doença renal e 17% foram co-dificadas como complicações múltiplas ou outras complicações crônicas de-correntes do diabetes. Somente 2% foram causadas por complicações agudas do diabetes.

O diabetes junto com a hipertensão arterial, no Brasil, é respon-sável pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizações, de amputações de membros inferiores e representa ainda 62,1% dos diagnósticos primários em pacientes com insuficiência re-nal crônica submetidos à diálise. É importante ressaltar que já existem informações e evidências científicas suficientes para prevenir e/ou retardar o aparecimento do diabetes e de suas com-plicações e que as pessoas e as comunidades têm acesso a esses cuidados (BRASIL, 2006).

Os mais frequentes tipos de diabetes são: o diabetes tipo 1, an-tes conhecido como diabetes juvenil, que abrange cerca de 10% do total de casos; e o diabetes tipo 2, anteriormente conhecido como diabetes do adulto, que compreende cerca de 90% de to-dos os casos. Outro tipo de diabetes encontrado com grande fre-quência e cuja etiologia ainda não está esclarecida é o diabetes gestacional, que maioria das vezes é um estágio pré-clínico de diabetes, detectado no rastreamento pré-natal (BRASIL, 2006).

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Diabetes tipo 1

Segundo Ministério da Saúde (2006), a classificação tipo 1 indica destruição da célula beta que eventualmente leva ao estágio de deficiência integral de insulina, quando a administração de insulina é necessária para prevenir ceto-acidose, coma e morte.

De acordo com Guyton (2006), determinadas circunstâncias, pode haver uma tendência hereditária para a degeneração das células beta, até mesmo na falta de infecções virais e distúrbios auto imunes. O início frequente do diabetes tipo I ocorre por volta dos 14 anos de idade nos Estados Unidos, e por este motivo é frequentemente conhecido de diabetes melito juvenil. O diabetes tipo I pode se desenvolver de modo muito abrupto, num período de poucos dias ou semanas com três principais sequelas:

• Glicose sanguínea aumentada;

• Aumento da utilização dos lipídios como fonte de energia e para forma-ção do colesterol para o fígado;

• Depleção das proteínas do organismo.

Células beta: Pode ocorrer devido a defeitos na secreção ou na ação do hor-mônio insulina, que é produzido no pâncreas, pelas chamadas células beta. A função principal da insulina é promover a entrada de glicose para as células do organismo de forma que ela possa ser aproveitada para as diversas ativi-dades celulares.

Depleção: é a diminuição de um líquido num órgão.

O desenvolvimento do diabetes tipo 1 pode ocorrer de forma rapidamente progressiva, principalmente em crianças e adolescentes, ou de forma lenta-mente progressiva, geralmente em adultos, conhecida como LADA, que é uma doença auto imune latente em adultos. Esse tipo de diabetes, mesmo que se assemelhando clinicamente ao diabetes tipo 1 auto imune, muitas vezes é erroneamente classificado como tipo 2 pelo seu aparecimento tardio. Esti-ma-se que entre 5/10% dos pacientes inicialmente considerados como tendo diabetes tipo 2 podem, de fato, ter LADA (BRASIL, 2006).

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O tratamento de Diabetes tipo I é administrar insulina suficiente, de modo que o paciente venha exibir um metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas tão normal quanto for possível. A insulina é disponível em diversas formula-ções (GUYTON, 2006).

Diabetes tipo 2

Segundo Guyton (2006), o diabetes tipo II é mais comum que o tipo I, corres-pondendo a cerca de 90% da totalidade dos casos de diabetes. Na maior parte dos casos, o início do diabetes tipo II acontece depois dos 30 anos de idade, e a evolução da doença é gradativa. Portanto, a síndrome é frequentemente denominada como diabetes do adulto. Nos últimos anos, contudo ouve um aumento sistemático no número de indivíduos mais jovens, alguns com idade inferior a 20 anos, com diabetes tipo II. Essa tendência tem relação principal ao aumento da prevalência da obesidade, que é o fator de risco mais impor-tante para o diabetes tipo II em crianças assim como adultos.

Segundo o mesmo autor, em muitas circunstâncias o diabetes tipo II pode ser tratado com grande eficácia, pelo menos nos estágios iniciais, com exercícios, restrições calóricas e redução de peso, não tendo necessidade da administra-ção exógena de insulina. No entanto, nos estágios mais avançados do diabe-tes tipo II, a administração de insulina é geralmente necessária para controle da glicemia.

Características dos pacientes com diabetes tipo I e diabetes tipo II de acordo com Guyton (2006):

Tabela: de características dos pacientes com diabetes

Características Diabetes tipo I Diabetes tipo II

Idade na apresentação Geralmente < 20 anos Geralmente > 30 anos

Massa Corporal Pequena (consumida) ou normal Obeso

Insulina Plasmática Baixa ou ausente Inicialmente de normal a elevada

Glucagon plasmático Elevado pode ser suprimido Elevado resistente a supressão

Glicose plasmática Aumentada Aumentada

Sensibilidade à Insulina Normal Reduzida

Terapia Insulina Perder peso, tiazolinedionas, me-tformina, sulfoniluréias, insulina

Fonte: Brasil (2006).

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Diabetes gestacional

É a hiperglicemia diagnosticada na gravidez, de variada intensidade, geral-mente se resolvendo no período após o parto, podendo retornar anos depois em grande parte dos casos. Seu diagnóstico é controverso. É recomendado pela organização mundial da saúde detectá-lo com os mesmos procedimentos diagnósticos empregados fora da gravidez, considerando como diabetes ges-tacional valores referidos fora da gravidez como referentes de diabetes ou de tolerância à glicose diminuída (BRASIL, 2006).

De acordo com Ministério da Saúde (2006) cerca de 80% dos casos de diabe-tes tipo II podem ser atendidos na grande maioria na atenção básica, enquanto que os casos de diabetes tipo I demandam maior colaboração com especialis-tas em função da complexidade de seu acompanhamento. Em todos os casos, a coordenação do cuidado dentro e fora do sistema de saúde é responsabilida-de da equipe de atenção básica.

Está bem demonstrado hoje, que a prevenção de indivíduos em alto risco ou com tolerância à glicose diminuída pode prevenir ou ao menos retardar o apa-recimento do diabetes tipo II. Mudanças de estilo de vida, por exemplo, redu-ziram em 58% a incidência de diabetes em 3 anos. Essas mudanças visavam discreta redução de peso, manutenção do peso perdido, aumento da ingestão de fibras, restrição energética moderada, restrição de gorduras, especialmente as saturadas, e aumento de atividade física regular (BRASIL, 2006).

As pessoas com alto risco de desenvolver diabetes, incluindo as mulheres que tiveram diabetes gestacional, devem fazer investigação laboratorial re-corrente para avaliar sua regulação glicêmica. A caracterização do risco é feita de modo semelhante àquela feita para suspeita de diabetes assintomático (BRASIL, 2006).

Abaixo, são descritas atribuições para os agentes comunitários de saúde su-geridas pelo Ministério da Saúde (2006), nos cuidados aos pacientes com diabetes:

a. Esclarecer a comunidade, através, de ações individuais e ou coletivas, sobre fatores de risco para diabetes e as doenças cardiovasculares, orien-tando sempre sobre as medidas de prevenção.

b. Orientar a comunidade a respeito da importância das mudanças no estilo de vida, ligadas à alimentação e à prática de atividade física diariamente.

c. Identificar, na população, a partir dos fatores de risco, membros da co-munidade com maior risco para diabetes tipo 2, orientando-os a procurar a unidade de saúde para definição do risco pelo enfermeiro e ou médico.

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d. Historiar em sua ficha de acompanhamento o diagnóstico de diabetes de todos os membros da família.

e. Encorajar uma relação entre paciente e equipe colaborativa com partici-pação ativa dos pacientes e, dentro desse assunto, ajudar o paciente seguir as orientações alimentares de atividade física e de não fumar, bem como de tomar os medicamentos de maneira correta.

f. Estimular que a comunidade se organizem em grupos de ajuda recíproca, como por exemplo, grupos para atividades físicas, trocas de receitas, téc-nicas de autocuidado, entre outros.

g. Interrogar a presença de sintomas de elevação e queda do açúcar no san-gue aos pacientes acometidos com a diabetes identificado e encaminhar para consulta extra.

h. Conferir o comparecimento dos pacientes com diabetes às consultas agen-dadas na unidade de saúde e procurar os pacientes faltosos.

Papel do agente comunitário de saúde:

• Identificar áreas e situações de risco individual e coletivo;

• Encaminhar as pessoas aos serviços de saúde sempre que necessário;

• Orientar as pessoas de acordo com as instruções da equipe de saúde;

• Acompanhar a situação de saúde das pessoas, para ajudá-las a conseguir bons resultados;

• Identificar pessoas que estão com peso acima da média e vida sedentária com ou sem uso do tabaco ou do álcool;

• Verificar se o paciente tem algum “machucado” nos membros.

resumo

Nesta aula conceituamos os seguintes temas:

• O que são os agravos não transmissíveis;

• Quais são as principais doenças crônicas não transmissíveis;

• Câncer;

• Doenças respiratórias crônicas;

• Diabetes;

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• Distúrbios hormonais;

• Distúrbios ósseos e articulares;

• Prevenção e controle dos agravos não transmissíveis;

• Descontrole hormonal;

• Hipertensão;

• Hipotensão;

• Diabetes.

1. Falando sobre agravos não transmissíveis, conceitue e descreva quais são as principais doenças.

2. Pesquise qual os câncer é de maior ocorrência nos homens e qual é o da mulher e como você no trabalho de agente de saúde pode informar e aju-dar a sua comunidade.

3. Das doenças estudadas na aula, escolha duas que você mais conhece e com suas palavras conceitue e descreva como é feita a prevenção das mesmas.

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Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis

Aula 3 – transmissibilidade das doenças

3.1 introdução

A partir de agora, vamos falar sobre as diversas formas de transmissão das doenças, dos vetores que transmitem as doenças e as vias de penetração das mesmas.

3.2 conceito de transmissibilidade das doenças

O Ministério da Saúde (2012) entende transmissão como a transferência de um agente etiológico animado de um reservatório ou fonte de infecção para um novo hospedeiro suscetível. A transmissão pode acontecer de duas formas direta ou indireta:

Transmissão direta é a transferência rápida do agente etiológico, sem a inter-ferência de veículos. Ela pode ocorrer de duas formas distintas:

• Transmissão direta imediata: transmissão direta em que possui um con-tato físico entre o reservatório ou fonte de infecção e o novo hospedeiro suscetível.

• Transmissão direta mediata: transmissão direta em que não há contato físico dentre o reservatório ou fonte de infecção e o novo hospedeiro.

Transmissão indireta consiste na transferência do agente etiológico por meio de veículos animados ou inanimados. A fim de que a transmissão indireta possa acontecer, se torna essencial que:

• Os agentes estejam capazes de sobreviver fora do organismo durante cer-to tempo;

• Existam veículos que transportem os microrganismos ou parasitas de um lugar a outro.

É caracterizado por veículo o ser animado ou inanimado que transporta um agente etiológico. Não são consideradas como veículos as secreções e excre-ções da fonte de infecção, que são, na realidade, uma substância no qual os microrganismos são eliminados.

A transmissão indireta por veículo animado ou vetor é aquela que se dá por meio de um artrópode que transfere um agente infeccioso do reservatório ou fonte de infecção para um hospedeiro suscetível. Este artrópode pode com-portar-se como:

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• Vetor biológico: vetor no qual se passa, obrigatoriamente, uma fase do de-senvolvimento de determinado agente etiológico; erradicando-se o vetor biológico, desaparece a doença que ele iria transmitir. Os anofelíneos que transmitem a malária são exemplos desse tipo de vetor;

• Vetor mecânico: vetor acidental que constitui exclusivamente uma das modalidades da transmissão de algum agente etiológico. Para sua erradi-cação retira apenas um dos componentes da transmissão da doença. Te-mos como exemplos às moscas, que podem transmitir agentes eliminados pelas fezes, à medida que os transportam em suas patas ou asas depois de pousarem em matéria fecal.

Artrópodes: São chamados de artrópodes todos os animais invertebrados que têm o corpo com partes articuladas, como as patas ou pernas. Esse filo de animais é o mais diversificado do planeta, com mais de um milhão de espé-cies conhecidas.

A transmissão indireta por veículo inanimado é aquela que se dá por meio de um ser inanimado que transporta um agente etiológico. Esses veículos inani-mados são:

• Água;

• Ar;

• Alimentos;

• Solo.

Entende-se por vias de penetração o movimento pelo qual o agente se intro-duz no novo hospedeiro. A via de penetração oferece acesso a tecidos nos quais o agente pode multiplicar-se ou local onde a toxina, por ele produzida, vai agir. Repetidas vezes, as vias de eliminação e de penetração não mudam. As vias mais importantes são:

• Trato respiratório;

• Trato digestivo;

• Trato urinário;

• Pele, mucosas e secreções.

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resumo

Estudamos nessa aula:

• Conceito de transmissibilidade das doenças;

• O que é transmissão direta mediata e imediata;

• Transmissão indireta;

• Vetor biológico;

• Vetor mecânico;

• Formas de transmissibilidade.

1. Diferencie as 2 formas de transmissão das doenças estudadas nesta aula.

2. Conceitue vetor biológico e vetor mecânico.

3. Quais são as formas de transmissibilidade das doenças.

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Aula 4 – transmissão, prevenção e controle das doenças transmissíveis

4.1 introdução

Nesta aula, veremos sobre as doenças transmissíveis, suas formas, como são transmitidas, como é feito o controle das doenças e sobre a prevenção das mesmas.

4.2 doença transmissível

É uma doença causada por um agente infeccioso específico, ou seus produtos tóxicos, que se manifesta pela transmissão deste agente ou de seus produtos, de uma pessoa ou animal infectado ou de um reservatório a um hospedeiro suscetível, direta ou indiretamente mediante um hospedeiro intermediário, de natureza vegetal ou animal, de um vetor ou do meio ambiente inanimado.

A expressão doença transmissível pode ser resumida como doença cujo agen-te etiológico é vivo e é transmissível. São doenças transmissíveis aquelas em que o organismo parasitante pode migrar do parasitado para o sadio, havendo ou não uma fase intermediária de desenvolvimento no ambiente.

Hepatite A

É um dos tipos de hepatite cuja incidência vem crescendo progressivamente, em virtude das precárias condições de higiene e saneamento básico existentes em muitas cidades brasileiras. A ocorrência da doença é também observada em instituições fechadas, como quartéis, creches e escolas cuja fonte de água é comum, como por exemplo na preparação dos alimentos. A transmissão ocorre pelo contágio fecal oral, ou seja, pelo consumo de água e alimentos contaminados pelas fezes de doentes. Após a entrada do vírus causador da hepatite A, no organismo, a doença pode tornar-se visível entre 15 e 45 dias, em média, 30 dias (BRASIL, 2002).

O diagnóstico da hepatite é feito tendo como base o exame clínico, que per-mite identificar o tipo e estágio da hepatite apresentada pelo indivíduo. Seu tratamento é sintomático, prescrevendo-se repouso relativo e dieta pobre em gorduras até a melhora do quadro e a reversão das alterações nas provas de função hepática (BRASIL, 2002).

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Hepatite B

No Brasil, são consideradas áreas endêmicas para a hepatite B o estado do Espírito Santo, a região oeste do estado de Santa Catarina e os estados inte-grantes da Amazônia Legal. O agente infeccioso da doença é o vírus HBV, que infecta o homem, seu reserva- tório natural. A transmissão acontece por meio de solução de continuidade da pele ou mucosas, em contato com o san-gue e diversos fluidos corpóreos como sêmen, secreção vaginal e saliva dos doentes ou portadores (BRASIL, 2002).

São muitas as situações que possibilitam a transmissão do vírus, tais como relação sexual, uso de seringas e agulhas compartilhadas que costuma ocorrer no caso de usuários de drogas, transfusão de sangue e seus derivados quando fora da indicação técnica, métodos odontológicos, cirúrgicos e de hemodiá-lise, quando não são respeitadas as normas de biossegurança. Já a transmis-são vertical se verifica, especialmente, no período perinatal, durante o parto. (BRASIL, 2002).

Os sinais e sintomas característicos são: mal estar, dor de cabeça, febre, náu-seas e vômitos, sucedendo também dor abdominal, icterícia, fezes esbranqui-çadas, aumento do fígado, urina escurecida e aumento do baço. A confirma-ção diagnóstica é realizada laboratorialmente, através de exame de sangue com a identificação dos marcadores sorológicos virais para a hepatite (BRA-SIL, 2002).

Segundo Ministério da Saúde (2002), após notificado um caso suspeito ou confirmado, prontamente devem ser tomadas providências de acordo com o sistema de vigilância epidemiológica.

Pelo risco do contágio da hepatite B por exposição ocupacional a sangue e materiais potencialmente infectantes, se faz necessário que os profissionais de saúde sejam vacinados, além de orientados para que utilizem as precau-ções padrão quando da execução dos procedimentos (BRASIL, 2002).

Poliomielite

Também conhecida como paralisia infantil, pode ser ocasionada por três tipos de poliovírus: I, II e III. A transmissão ocorre, principalmente, por contato direto de pessoa a pessoa. A principal porta de entrada dos vírus é a boca. A transmissão oral acontece através das gotículas de muco da orofaringe que são expulsas pela tosse, fala ou espirro. Porém, a água e os alimentos conta-minados com fezes de doentes ou portadores também são considerados for-mas de transmissão do polivírus (BRASIL, 2002).

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O tempo de incubação é de 2 a 30 dias, mas em geral varia de 7 a 12 dias. O doente apresenta, inesperadamente, deficiência motora, além de febre e flaci-dez muscular assimétrica, sendo afetados, principalmente, os membros infe-riores. Contudo, a doença pode apresentar assintomática ou não aparente em cerca de 90% a 95% dos casos, podendo ser confundida com outros distúrbios que comprometem o sistema nervoso (BRASIL, 2002).

Não há tratamento específico após a instalação do quadro de poliomielite. Nestes casos, é de extrema importância detectar a doença precocemente, pois além da prática de medidas de vigilância epidemiológica se torna indispensá-vel uma rápida intervenção para que o doente tenha o suporte indispensável para evitar danos maiores. De uma forma geral, os acometidos pela paralisia infantil e seus familiares precisam de acompanhamento rotineiro da equipe de saúde, com atuação de profissionais de múltiplas áreas, possibilitando um atendimento integral e de acordo com as reais necessidades dos acometidos com a doença e seus familiares (BRASIL, 2002).

Tétano

O tétano é uma doença infecciosa aguda, não contagiosa, relativamente co-mum nos países denominados subdesenvolvidos, que normalmente possuem cobertura vacinal baixa. Tem como agente etiológico o Clostridium tetani, um bacilo anaeróbio cujo reservatório é o trato intestinal do homem e de animais, o solo ou algum objeto perfuro cortante contendo os esporos (BRASIL, 2002).

O tempo de incubação modifica de acordo com a extensão, natureza e locali-zação da ferida, levando em média de 2 a 21 dias. A transmissão acontece pela introdução dos esporos do agente patogênico no ferimento, especialmente do tipo perfurante, contaminado com terra, poeira e fezes de animais, podendo também ser causado por queimaduras e ferimentos necrosados (BRASIL, 2002).

Tétano neonatal

É conhecido também como “mal de sete dias”. Seu registro é maior em paí-ses subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, especialmente pela precarie-dade ou ausência de acompanhamento pré-natal, impossibilitando o controle vacinal da gestante, incluindo a vacina contra o tétano. Uma gestante não vacinada não tem anticorpos maternos para transferir ao filho, tornando as-sim susceptível à doença depois do nascimento. Para o adequado controle da doença é de extrema importância que as mulheres em idade fértil fiquem com a imunização contra o tétano sempre atualizada e que o atendimento pré-natal seja garantido a todas as gestantes.

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Coqueluche

Causa da doença se dá pela bactéria Bordetella pertussis, cujo exclusivo re-servatório é o homem, não havendo portadores crônicos assintomáticos. A Sua transmissão acontece pelo contato direto pessoa a pessoa, por meio de secreções da nasofaringe, eliminadas pela tosse, espirro ou fala. Em seguida a entrada da B. pertussis que acontece pelas vias aéreas superiores, a bactéria se adere à mucosa do trato respiratório (BRASIL, 2002).

Segundo Ministério da Saúde (2002), visando o controle da doença, a vacina-ção deve ser realizada em todos os indivíduos susceptíveis, idêntica à rotina da rede básica de saúde. Crianças expostas ao risco de adoecimento, especial-mente as que estão com o esquema vacinal incompleto, precisam ser obser-vadas durante 14 dias, na busca de sintomas respiratórios (BRASIL, 2002).

Difteria

Também conhecida como crupe, tem como agente causador a bactéria Corynebacterium diphteriae. A manifestação clínica mais descrita é a presen-ça da pseudomembrana branco acinzentada que tende surgir nas amígdalas e invadir as estruturas vizinhas. Pode também se estender às fossas nasais, traquéia, brônquios e em limitadas vezes na pele, conjuntiva ocular e mucosa vaginal. Nos casos de maior gravidade, há intenso edema no pescoço, com o crescimento dos gânglios linfáticos presentes nessa região (BRASIL, 2002).

As complicações mais aparentes após o acometimento por coqueluche são pneumonia por B. pertussis, ativação de tuberculose latente, ruptura de dia-fragma, otite média e apneia. As neurológicas que aparecem com mais fre-quência são encefalopatia aguda, convulsões, coma, hemorragias cranianas, estrabismo e surdez (BRASIL, 2002).

Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão se dá por contato direto com doentes ou portadores da bactéria, através das secreções da nasofaringe, que penetram no organismo pelas vias aéreas superiores. Para controle da trans-missão, é imprescindível administrar o toxóide diftérico em toda a população exposta ao risco, nas pessoas não vacinadas e nas inadequadamente vacinadas ou com estado vacinal não conhecido. Precisam ser adotadas medidas de pre-caução respiratória para os doentes e seus comunicantes, até que duas cultu-ras de secreção de nasofaringe e orofaringe não acuse a presença da bactéria diftérica.

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Meningite

Tem característica de ser causada por diversos microrganismos como vírus, fungos e bactérias, mas para a saúde coletiva as de maior evidência são as meningites bacterianas por Haemophilus influenzae do tipo B, tuberculosa e a meningocócica (BRASIL, 2005).

A transmissão acontece de pessoa a pessoa, por meio de gotículas e secreções da nasofaringe. Os sintomas, inesperadamente iniciados, são: febre, dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, rigidez de nuca e, algumas vezes, petéquias (BRASIL, 2005).

O diagnóstico é realizado através de exames laboratoriais e clínicos. Seu tra-tamento consiste na administração de antibióticos e exige hospitalização do doente e precaução respiratória. Como forma de prevenção, se recomenda toda a rotina do calendário de vacinação:

– vacina BCG, que previne a acontecimento da tuberculose e de sua forma mais grave, a meningite tuberculosa;

– vacina anti-Hib, previne a infecção pelo Haemophilus influenzae do tipo b;

– vacina antimeningocócica, utilizada exclusivamente em situações de surto, previne a infecção por alguns tipos de meningococos, em especial os tipos A, B e C (BRASIL, 2005).

Febre amarela

Caracterizada como uma doença infecciosa aguda, causada pelo vírus ama-rílico, encontrado especialmente em regiões de mata. Pode ocorrer sob duas formas:

– febre amarela silvestre, cujos vetores são os mosquitos do gênero Haema-gogus e Sabethes;

– febre amarela urbana, que tem como vetor o mosquito Aedes aegypti e o como hospedeiro principal o homem (BRASIL, 2002).

A febre amarela urbana foi extirpada no Brasil em 1942, quando foi notificada pela última vez no município de Serra Madureira, no Acre. Em 2000 e 2001, registraram-se surtos de febre amarela silvestre em áreas onde a doença não tinha registo há praticamente 50 anos. O fato levou as autoridades sanitárias a redefinir os limites das áreas de risco para sua transmissão (BRASIL, 2002).

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Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis

A transmissão acontece pela picada do mosquito infectado pelo vírus da febre amarela e após três ou seis dias a pessoa pode começar a apresentar sinais da doença. O sangue do doente é descrito como infectante para o mosquito cerca de 24 a 48 horas antes do aparecimento dos sintomas e de três a cinco dias após o início da doença (BRASIL, 2002).

A prevenção se dá pela vacina contra a febre amarela que deve ser aplicada em toda a população residente na área endêmica e na área de transição, além de ser também aconselhada para os viajantes que se deslocam para essas áreas de risco (BRASIL,2002).

Rubéola

A Rubéola foi durante anos considerada como doença de criança, de pouca importância. Esse conceito vem mudando em vista da frequência de compli-cações por ela causadas, principalmente a síndrome da rubéola congênita, que afeta recém-nascidos e cujo risco é associado ao acometimento da gestante durante a gestação. A transmissão acontece de pessoa a pessoa, pelo contato direto com as secreções nasofaríngeas de indivíduos infectados. O período de incubação muda de 14 a 21 dias ou de 12 a 23 dias (BRASIL, 2002).

A rubéola manifesta-se pelo aparecimento de manchas avermelhadas na pele, com elevação eruptiva que termina em descamação. Primeiramente, essas manchas surgem na face, pescoço e couro cabeludo, espelhando em seguida para o restante do corpo (BRASIL, 2002).

Figura 11: Paciente com sintomas de Rubéola. Fonte: http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/spanish/rubella.html. Acesso em 21/10/2014.

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Não há tratamento específico para a rubéola, uma vez que na maior parte dos casos regride espontaneamente. O tratamento prescrito é sintomático, ou significado, que as medicações, quando necessárias, visam aliviar os sintomas. Quanto as medidas preventivas existem a vacina específica antirubéola monova-lente e a vacina tríplice viral, também conhecida como MMR (BRASIL,2002).

Sarampo

Sua causa é um vírus, cuja transmissão acontece de pessoa a pessoa através de secreções nasofaríngeas expelidas pela tosse, fala, respiração e espirro. É no seu período de incubação, que varia de 7 a 18 dias, sendo em média de 10 dias, que o sarampo é contagioso e transmissível (BRASIL, 2002).

Em decorrência do período de incubação, o sarampo caracteriza-se por febre, tosse seca, coriza, lacrimejamento e fotofobia. Observa-se também o apareci-mento de hiperemia da mucosa oral e manchas de Koplik. Por volta do quarto dia da doença, surge o exantema e a tosse passa a ser recorrente. A principal forma do diagnóstico é através de exame clínico. O tratamento é para os sin-tomas, não havendo nada específico a ser prescrito.

Após a notificação de um caso suspeito, devem-se tomar medidas de acordo as orientações do sistema de vigilância (BRASIL, 2002).

Caxumba

Ainda de acordo com Ministério da Saúde (2002), é uma doença viral aguda, caracterizada pela inflamação das glândulas salivares e sua transmissão ocor-re através do contato direto com secreções nasofaríngeas das pessoas infec-tadas. O período de incubação dura 12 a 25 dias, sendo em média de 18 dias. A vacina é também conhecida como MMR, sua sigla inglesa, que significa Measles, Mumps e Rubella (sarampo, caxumba e rubéola). A caxumba não é doença de notificação compulsória, mas, ao ser diagnosticada, é de extrema importância manter vigilância sobre o caso.

Varicela

Também conhecida como catapora, é uma doença infectocontagiosa causada por vírus. É altamente contagiosa, com incidência maior em crianças de 2 a 10 anos. O vírus varicela zoster é transmitido por contato direto, por inalação de gotículas de secreção respiratória ou de aerossóis nos quais se encontram os vírus liberados das lesões cutâneas dos acometidos pela mesma (BRASIL, 2002).

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O período de incubação tem variação de 10 a 21 dias após o contágio. A trans-missão da doença para outros indivíduos susceptíveis ocorre de 1 a 2 dias an-tes do aparecimento das vesículas e até 6 dias depois, enquanto tiver sinais de lesões úmidas. Como sintomas da varicela estão: febre e erupções de pele que iniciam como máculas, evoluindo para vesículas e, posteriormente, crostas. As lesões prevalecem na cabeça, face e tronco e são seguidas de mal-estar, inapetência e prurido (BRASIL, 2002).

Raiva humana

A raiva humana é uma doença de extrema preocupação para os serviços de saúde, pois é 100% letal. É ocasionada por vírus e transmitida ao homem por intermédio da saliva, por ocasião de mordidas, arranhões ou lambeduras de ferimentos ou mucosas por animais infectados, doentes ou não, dentre os quais se incluem cães, gatos, macacos e outros primatas, morcegos e bovinos (BRASIL, 2002).

O período denominado de incubação é muito modificável e imprevisível, os sintomas podem aparecer em menos de uma semana até 1 ano ou mais no homem; e entre 10 dias a dois meses, no cão. O acometido pela doença relata diminuição da sensibilidade no local da lesão e queixa-se de mal estar geral, dor, cefaléia e febre. Com o agravamento do quadro, ocorrem crises convul-sivas, excitabilidade diante de estímulos luminosos ou sonoros, dilatação das pupilas e sudorese. A forma mais eficiente de prevenir a ocorrência de agravo tão sério é a imunoprofilaxia, realizada nos animais e nos humanos (BRASIL, 2002).

O controle da doença abrange ações para restringir o número de animais de rua, que devem ser recolhidos para abrigos apropriados. No meio rural, es-timula-se a identificação de criadouros de morcegos, para que os mesmos possam ser destruídos. Nos locais onde é comum as pessoas conviverem em grandes áreas verdes, as equipes de saúde precisam orientá-las quanto ao ris-co de serem agredidas por micos e macacos (BRASIL, 2002).

Doença de Chagas

É causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, transmitido por insetos do gênero dos triatomídeos, especificamente o Triatoma infestans ou Triatoma brasiliensis, também conhecido como barbeiros ou chupões, que instalam suas tocas nas paredes das casas feitas de pau-a-pique. Infectado, o barbeiro transmitirá o T. cruzi por toda a sua existência. No Brasil, há ampla área ter-ritorial com grande incidência de casos, envolvendo desde o Maranhão até o Rio Grande do Sul, com maior incidência e destaque nos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás, Sergipe e Bahia (BRASIL, 2002).

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A transmissão também pode acontecer pelo sangue de pessoas infectadas, por meio de injeção, transfusão de sangue ou uso compartilhado de materiais perfurocortante. Ainda é possível ocorrer transmissão pela placenta ou leite materno (BRASIL, 2002).

Esquistossomose mansônica

A esquistossomose mansônica é ocasionada pelo parasita Schistosoma man-soni, que tem como vetor o caramujo do gênero Biomphalaria, localizado em todo o Brasil e presente em águas de rios, lagos e diversas fontes de água doce. Em seguida à infecção, o indivíduo demora cerca de duas a seis sema-nas para manifestar os primeiros sintomas e prosseguirá a eliminar os ovos de esquistossoma pelas fezes desde a quinta semana até anos após ter sido infectado. O tratamento da esquistossomose é de extrema importância, pois diminui a carga de parasitas nos indivíduos infectados e previne as complica-ções da doença. Por isso, quanto mais cedo for começado, melhor. Para tanto, utiliza-se antiparasitários (BRASIL, 2002).

Os cuidados são voltados para o alívio dos sintomas, especialmente a febre e as manifestações digestivas, mediante repouso, hidratação, observação da aceitação da dieta e conservação de ambiente tranquilo. É importante o co-nhecimento e a participação da população no debate de modos de vida que di-minuam a possibilidade de transmissão do parasita, tais como a construção de fossas e sanitários longe de fontes de água doce consumível (BRASIL, 2002).

Malária

A malária humana é caracterizada doença parasitária que pode ter evolução rápida e ser grave. Ela pode ser provocada por quatro protozoários do gênero Plasmodium: Plasmodium vivax, P. falciparum, P. malariae e P. ovale. No Brasil, somente os três primeiros estão presentes, sendo o P. vivax e o P. fal-ciparum as espécies de maior predomínio (BRASIL, 2007).

A transmissão natural da doença acontece pela picada de mosquitos do gênero Anopheles infectados com o Plasmodium. Os mosquitos também são conhe-cidos por anofelinos, dentre diferentes nomes. Após a picada, os parasitos chegam ligeiramente ao fígado onde se dividem de forma intensa e veloz (BRASIL, 2007).

A partir desse período, aparecem os primeiros sintomas da doença. A doença ainda pode ser adquirida por meio do contato direto com o sangue de uma pessoa infectada, por exemplo, em transfusões de sangue ou transplante de órgãos ou ainda pelo compartilhamento de seringas entre usuários de drogas injetáveis (BRASIL, 2007).

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Segundo o Ministério da Saúde (2007), o estabelecimento critérios rigorosos na seleção de doadores de sangue e órgãos, para impedir que pessoas sejam infectadas, não só pela malária, mas também por outras doenças como a he-patite e a Aids.

A principal manifestação clínica da malária na fase inicial é a febre, acom-panhada ou não de calafrios, tremores, dor de cabeça e dores no corpo. Na malária a febre, corresponde ao momento em que as hemácias estão se rom-pendo. A pessoa que adquiriu a doença pode ter, ao mesmo tempo, dentre outros sintomas, vômitos, diarreia, dor abdominal, falta de apetite, tonteira e sensação de cansaço (BRASIL, 2007).

As medidas de proteção individual são as formas mais eficazes de prevenção, considerando-se que ainda não existe uma vacina disponível contra a malária. O objetivo principal dessas medidas é impedir ou reduzir a possibilidade do contato do homem com o mosquito transmissor. É importante, além disso, diminuir ao mínimo possível a extensão das áreas descobertas do corpo com o uso de calças e camisas de mangas longas. Além disso, as partes descobertas do corpo devem estar sempre protegidas por repelentes que ainda devem ser aplicados sobre as roupas (BRASIL, 2007).

Outra medida importante de proteção pessoal é o uso de: repelentes, corti-nados e mosquiteiros impregnados com inseticidas sobre a cama, telas em portas e janelas e inseticida no ambiente onde se dorme. Esses cuidados não só protegem contra a picada dos mosquitos transmissores da malária, mas, além disso, contra a picada de outros insetos transmissores de outras doenças (BRASIL, 2007).

O tratamento da malária nada mais é do que o uso de medicamentos antimalá-ricos para uma doença que ainda não se contraiu e que não sabemos se vamos contrair. Em situações específicas, médicos especializados no aconselhamen-to a viajantes podem prescrever o uso de quimioprofilaxia, que impede a mul-tiplicação do parasito no sangue (BRASIL, 2007).

HIV

É uma DST causada por um vírus denominado HIV. Ele atua extinguindo as células que fazem a defesa do corpo contra as doenças, os glóbulos brancos. Ao se contaminar, a pessoa pode não demonstrar, pelo menos por determinado tem-po, nenhum sinal ou sintoma. Sendo assim ela é chamada de portadora do HIV ou soropositiva para HIV. Quando o soropositivo para HIV começa a apresentar sintomas, se diz então que a pessoa tem Síndrome da Imuno Deficiência (Aids). Toda e qualquer pessoa pode pegar o HIV: homem ou mulher indiferente da opção sexual; gente casada ou solteira; criança, moço ou idoso; rico ou pobre. E independe se a pessoa mora na cidade ou no campo (BRASIL, 2009).

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Segundo o Ministério da Saúde (2009), a transmissão o HIV ocorre de uma pessoa infectada para outra por meio de quatro líquidos produzidos pelo nos-so corpo. Esses líquidos são:

• Sangue;

• Esperma;

• Líquido da vagina;

• Leite do peito da mãe infectada para o bebê.

Figura 12: Síndrome da Imuno Deficiência Adquirida. Fonte: http://www.ioc.fiocruz.br/aids20anos/linhadotempo.html. Acesso em 28/10/2014.

A principal, transmissão do vírus se dá por meio das relações sexuais, sem proteção, por camisinha, sendo assim a Aids também é uma doença sexual-mente transmissível.

A melhor forma de proteção é a prevenção, que é feita quando se evita as si-tuações ou comportamentos de risco. As orientações para a prevenção são: ter relações seguras, ou seja, usar sempre e corretamente a camisinha, em todo tipo de relação sexual, entre pessoas de sexo diferente ou do mesmo sexo; Não dividir agulhas e seringas; em caso de suspeita procurar um serviço de saúde, o mais rápido possível (BRASIL, 2009).

As orientações que deve ser dada para as pessoas portadoras de DST/Aids:

• Não se automedicar;

• Não interromper o tratamento prescrito pelo médico;

• Se não for possível evitar as relações sexuais, utilizar sempre camisinha;

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• Procurar conversar com o companheiro ou companheira sexual sobre a situação e levá-lo até uma unidade básica de saúde (BRASIL, 2009).

Os soropositivos podem e devem viver normalmente, conservando as mes-mas atividades físicas, profissionais e sociais de anteriores ao diagnóstico, contanto que sejam seguidas as recomendações da equipe de saúde:

• O preservativo precisa ser usado em todas as relações sexuais, mesmo nas relações onde ambos os parceiros estejam infectados, uma vez que existe mais de um tipo de vírus do HIV e durante a relação sem preservativo acontece a contaminação por outros vírus, atrapalhando o tratamento pela resistência que pode ser obtida aos medicamentos;

• Não é recomendado compartilhar agulhas e seringas nem mesmo com outras pessoas sabidamente infectadas pelos motivos já mencionados;

• Não doar sangue;

• Comparecer regularmente à unidade básica de saúde para avaliação;

• É importante orientar a família e a comunidade que o convívio com uma pessoa portadora do HIV deve ser tranquila. Beijos, abraços, manifesta-ções de amor e afeto e dividir o mesmo espaço físico são atitudes a serem incentivadas e que não oferecem nenhum risco;

• Quanto mais respeito e afeição receber o portador que vive com HIV, melhor será a resposta com o tratamento;

• O convívio social é de extrema importância para o aumento da autoesti-ma. Por conseguinte, faz com que essas pessoas cuidem melhor da saúde;

• Estimular para que tenha hábitos saudáveis. Tendo necessitar de orien-tações nutricionais, orientar para procurar a unidade básica de saúde (BRASIL, 2009).

Além das mesmas orientações dadas à pessoa portadora do vírus HIV, o por-tador da AIDS, segundo Ministério da Saúde (2009) deve:

• Estimular sempre o paciente a adesão ao tratamento e o uso correto dos medicamentos;

• Esclarecer que o tratamento é feito com uma combinação de remédios, denominados antirretrovirais. Esses remédios não curam, mas diminuem a quantidade de vírus HIV no corpo;

• Informar que o tratamento pode ser feito em casa. O hospital só é indica-do quando a pessoa precisa de tratamento especializado, por estar muito debilitado.

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Seu papel como agente comunitário de saúde, primeiramente e muito im-portante esclarecer suas dúvidas a respeito da doença para orientar melhor o portador de HIV ou um doente com Aids, sua família e as pessoas de sua comunidade sem medo e sem preconceito, prestar informações de forma cla-ra sobre como o serviço de saúde está organizado para o atendimento dos usuários, ser um educador em saúde, norteando como as pessoas devem se proteger e que, mesmo a Aids não tendo cura, é possível viver com qualidade; recomendar que a solidariedade com quem está doente é a melhor arma na luta contra a doença (BRASIL, 2009).

Figura 13: A vida é melhor sem Aids. Fonte: http://www.onacional.com.br/geral/cidade/5069/a+vida+e+melhor+sem+aids+proteja-se. Acesso em 28/10/2014.

Se informe mais sobre essa e outras doenças sexualmente transmissíveis no site www.aids.gov.br; cuja finalidade é conter todas as informações neces-sárias sobre tratamento, cuidados entre outras informações dessas doenças. Com as informações do site você como agente pode desenvolver trabalhos para desmitificar as crenças errôneas sobre todas as doenças sexualmente transmissíveis.

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Dengue

A dengue se tornou um problema de saúde pública, nos últimos anos. Isso se dá ao grande número de casos da doença, fazendo da mesma a mais fre-quente das arboviroses que acomete o ser humano. A morbidade causada, já que a intensa mialgia e prostração podem levar o doente ao afastamento das suas atividades produtivas por dias, associados a sua mortalidade podem ser elevados dependendo da forma da doença e da precocidade e eficácia do tra-tamento médico instituído (DIAS et al., 2010).

É transmitida especialmente por meio da picada do mosquito Aedes aegypti, apesar de haver outra espécie, o Aedes albopictus, que tem morfologia e ca-pacidade proliferativas semelhantes ao anterior e também é responsável por alguns surtos da doença em países do continente asiático (DIAS et al., 2010).

Figura 14: Dengue. Fonte: http://www.saude.mt.gov.br/noticia/3744. Acesso em 28/10/2014.

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Segundo Dias et al., (2010), no Brasil, o Aedes albopictus foi introduzido aproximadamente em 1980, mas até o momento não foi identificado qualquer exemplar infectado pelo vírus da dengue. Ainda é necessário, portanto, novos estudos sobre a repercussão maternal e fetal da infecção pela dengue durante a gestação. É uma doença sazonal, ocorrendo com maior frequência em perío-dos quentes e de alta umidade, já que tais condições beneficiam a proliferação do mosquito transmissor.

O Aedes aegypti é um mosquito de hábito diurno, especialmente no início da manhã e no final da tarde; tem preferência por ambientes urbanos e intrado-miciliares; e alimenta-se principalmente de sangue humano. A proliferação do mosquito acontece pela postura de ovos pela fêmea em coleções de água parada onde posteriormente eles eclodem dando origem as larvas. O tempo decorrido entre a eclosão do ovo e o mosquito adulto leva cerca de 10 dias, sendo influenciado por fatores como a temperatura, que antecipa esse pro-cesso. O ovo do mosquito sobrevive por até um ano fora da água, esperando condições ambientais favoráveis para se desenvolver (DIAS et al., 2010).

Uma vacina eficaz para a dengue precisaria prover imunidade simultânea e duradoura para os quatro sorotipos virais. Há múltiplas linhas em pesquisa, porém nenhuma delas em fase de uso da população. De tal modo, a melhor forma de prevenção da doença permanece sendo pelo controle do seu vetor. Para isso, é fundamental o esclarecimento da sociedade para que ela atue juntamente aos órgãos públicos, já que o principal local onde são achados os mosquitos da dengue são dentro dos domicílios. Não existe tratamento específico para dengue sendo indicados a princípio, apenas sintomáticos e hidratação. (DIAS et al., 2010).

Febre do Chikungunya

É uma doença infecciosa febril, causada pelo vírus Chikungunya, que pode ser transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Ades albopictus. Tem como principais sintomas a febre acima de 39 graus de início repentino, e dores intensas nas articulações de pés, mãos, dedos, tornozelos e pulsos. Pode ocor-rer, também, dor na cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele. Cerca de 30% dos casos não chegam a desenvolver sintomas (MINISTERIO DA SAUDE, 2014).

De acordo com o Ministério da saúde ficou definido que devem ser conside-radas como casos suspeitos todas as pessoas que apresentarem febre de início súbito maior de 38,5ºC e dor articular ou artrite intensa com início agudo e que tenha histórico recente de viagem às áreas nas quase o vírus circula de forma contínua. O período de incubação é de 2 a 10 dias, podendo chegar a 12 dias (MINISTERIO DA SAUDE, 2014).

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A transmissão do vírus se dá pela picada da fêmea de mosquitos infectados. São ele o Aedes aegypti, de presença fundamentalmente urbana, em áreas tro-picais e, no Brasil, associado à transmissão da dengue; e o Aedes albopictus, presente majoritariamente em áreas rurais, existente também no Brasil e que pode ser encontrado em áreas urbanas e periurbanas em mínima densidade (MINISTERIO DA SAUDE, 2014).

Até o presente momento não existe um tratamento específico para Chikun-gunya, assim como no caso da dengue. Os sintomas são tratados com medi-cação para a febre e as dores articulares. Não se recomenda usar o ácido acetil salicílico, devido ao risco de hemorragia. Aconselha‐se repouso absoluto ao paciente, que deve beber líquidos em abundância. (MINISTERIO DA SAU-DE, 2014).

Assim como a doença é transmitida por mosquitos, é fundamental que as pessoas reforcem as medidas de eliminação dos criadouros de mosquitos nas suas casas e na vizinhança. As medidas são exatamente as mesmas recomen-dadas para a prevenção da dengue (MINISTERIO DA SAUDE, 2014).

Informações mais detalhadas sobre a doença podem ser consultadas no do-cumento do Guía de Preparación y respuesta ante la eventual introduccion del vírus chikungunya em la Américas. Disponível em: http://www.paho.org.

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Figura 15: Febre Chikungunya.Fonte: http://www.itambeagora.com/2014/10/secretaria-municipal-de-saude-alerta.html. Acesso em 28/10/2014.

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resumo

Nessa aula estudamos os sobre doenças crônicas não transmissíveis e sobre as seguintes doenças:

• Hepatite A

• Hepatite B

• Poliomielite;

• Tétano;

• Coqueluche;

• Difteria;

• Meningite;

• Febre amarela;

• Rubéola;

• Sarampo;

• Caxumba;

• Varicela;

• Raiva humana;

• Doença de chagas;

• Esquistossomose mansonica;

• Malária;

• HIV;

• Dengue;

• Febre chikungunya.

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1. Conceitue doenças crônicas transmissíveis.

2. Das doenças descritas nesta aula quais as de maior ocorrência na sua co-munidade e qual a forma de prevenção da mesma?

3. Diferencie as doenças Dengue e Chikungunya.

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Aula 5 – relação Entre Educação e saúde

5.1 introdução

Sejam bem vindos a mais um encontro, hoje, falaremos sobre a importância de trabalhar educação e saúde sempre juntos, uma das maiores atribuições da atenção primária que é o nosso cenário de trabalho.

Nesta aula apresentaremos quais as funções à educação tem para preservar a saú-de, visto que ações de educação em saúde são rotina na Atenção Primária a Saúde.

5.2 Educação e saúde

Educação e saúde são áreas igualmente importantes, elas se complementam e trabalham com mecanismos interdependentes, já que mesmo com as rápi-das transformações que vieram dos progressos políticos, econômicos, sociais, ambientais e dos avanços científicos e tecnológicos, podem ser observadas, ainda, diferenças nas condições de saúde e de vida entre países, regiões e grupos sociais. Sem saúde não existe educação, e sem educação não há saú-de. Instala-se, assim um processo de vulnerabilidade social que acomete a população, impedindo-a de expressar suas potencialidades, comprometendo diretamente sua saúde, e, seguramente, as crianças são as mais atingidas, con-siderando suas fases de crescimento e desenvolvimento.

A educação para a saúde é vista como, qualquer combinação de experiências de aprendizagens planejadas, destinadas a facilitar as mudanças voluntárias de comportamentos saudáveis (MANDIM, 2007).

Educação e saúde são compreendidas como práticas sociais que fazem parte do modo de produção da existência humana, podendo ser abordados histori-camente como fatos constituintes: produtores; reprodutores ou transforma-dores das relações sociais. Nas sociedades ocidentais, tem predominado a compreensão da educação como um ato normativo, no qual a determinação e a instrumentalização são as práticas predominantes (Dicionário da Educação Profissional em Saúde, 2009).

Ato normativo: são aqueles que contêm um comando geral do executivo, visando à correta aplicação da lei. O objetivo imediato de tais atos é explicitar a norma legal e se observada pela administração e pelos administradores.

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A combinação de apoios educacionais e ambientais que visam atingir ações e condições de vida conducentes à saúde é chamado promoção em saúde. Combinação fazer referência à necessidade de combinar os diversos deter-minantes da saúde, fatores genéticos, ambiente, serviços de saúde e estilo de vida, com múltiplas influências ou fontes de apoio. Educacional refere-se à educação em saúde. Ambiental refere-se a situações sociais, políticas, econô-micas, organizacionais e reguladoras, conexas ao comportamento humano, assim como a todas as políticas de ação mais diretamente relacionadas à saú-de (CANDEIAS, 1996).

A concepção da metodologia aprendizagem e ensino são sinais da pedagogia como uma troca, um processo que pretende provocar discursão entre educador e educando, que acontece em uma realidade vivida. O conhecimento acontece da reflexão correta sobre essa realidade, acontecendo em paralelo ao tempo em que o homem vai se formando e se posicionando como um ser histórico. Nesse sentido, não cabem outras relações entre a pessoa que educa e educando, ou a passagem de conhecimentos e a normatização de hábitos, que marcaram o pensa-mento de superioridade da educação sanitária no século passado e que ainda hoje estão presentes nas práticas educativas sobre a saúde (FREIRE, 2000).

Naturalmente, a educação para a Saúde não cumpre o papel de suprir as mu-danças estruturais da sociedade, indispensáveis para a garantia da qualidade de vida e saúde, mas pode contribuir categoricamente para sua efetivação. Educação e saúde estão intimamente relacionadas e, em especial, a educação para a Saúde é resultado da confluência desses dois fenômenos. Muitas ações locais vêm sendo tomadas para implementar a educação para a Saúde, e o desafio, no momento, é construir referenciais que contemplem esse direito para todos.

Assista ao filme “Coach Carter – Treino para a Vida” é um filme estaduni-dense lançado em 2005. Direção de Thomas Carter. Esse filme ilustra bem o papel da educação e como a educação pode ser transformadora da vida de todos independente do local que é trabalhado.

5.3 funções da educação na preservação da saúde segundo diferentes paradigmas

Ao falar de educação, também se fala sobre articulação de conhecimentos, atitudes, aptidões, comportamentos e práticas pessoais que possam ser apli-cados e partilhados com a sociedade em geral. Nessa perspectiva, o processo educativo beneficia o desenvolvimento da autonomia, ao mesmo tempo em que atende a objetivos sociais.

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Importa lembrar que Freire (1970), demostrou o ponto de vista metodológi-co da educação libertadora e humanista, a qual deve partir de um processo educativo baseado no diálogo e na participação de todos. Para o autor, o im-portante nesse processo é que os homens se reconheçam como sujeitos de seu pensar, buscando dialogicamente seu pensar e sua visão do mundo.

Falando sobre diferentes paradigmas para a educação veja o filme “O Sorriso de Mona Lisa” é um filme americano de 2003 produzido pelo Revolution Stu-dios e Columbia Pictures, o filme mostra as diferentes formas que a educação pode ser trabalhada.

resumo

Neste capitulo conceituamos educação e saúde. E falamos ainda sobre o papel da educação e saúde e sua importância. Descrevemos também como ocorre o processo educativo e seus benefícios para a saúde.

1. Descreva com suas palavras o papel do agente comunitário de saúde, na importância do autocuidado e qual a relação tem com a educação e saúde.

2. Cite 5 situações em que você acredita que a educação e saúde podem fazer diferença no tratamento controle e prevenção das doenças.

3. Como é vista a educação e saúde segundo MANDIM, 2007.

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Aula 6 - contribuição do educador na formação de recursos humanos para a saúde

6.1 introdução

Vamos estudar nesse capitulo a contribuição do educador na formação de recursos humanos para a saúde sua importância e como trabalhar o mesmo.

Estudaremos ainda nesta aula as metodologias educacionais que podem ser aplicadas a programas de saúde e a forma de trabalhar as mesmas.

6.2 contribuição do agente comunitário como educador de saúde

A promoção da saúde acontece por meio da educação, da adoção de estilos de vida saudáveis, do desenvolvimento de aptidões e capacidades individuais, da produção de um ambiente saudável. Está completamente vinculada, por-tanto, à eficácia da sociedade em garantir a implantação de políticas públicas voltadas para a qualidade de vida e ao desenvolvimento da capacidade de considerar criticamente a realidade e promover a modificação positiva dos fatores determinantes da condição de saúde.

Em meio a as ações de natureza eminentemente protetoras da saúde, se en-contram as medidas de vigilância epidemiológica identificação, registro e controle da ocorrência de doenças, vacinações, saneamento básico, vigilância sanitária de alimentos, do meio ambiente e de medicamentos, adequação do ambiente de trabalho e aconselhamentos específicos como os de cunho gené-tico ou sexual.

Protege a saúde realizando exames médicos e odontológicos periódicos, co-nhecendo a todo momento o estado de saúde da comunidade e desencadean-do oportunamente medidas dirigidas à prevenção e ao controle de agravos à saúde mediante a identificação de riscos potenciais. As medidas curativas e assistenciais, voltadas para a recuperação da saúde individual, concluem a atenção integral à saúde.

Vigilância Epidemiológica: é um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a fina-lidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doen-ças ou agravos.

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6.3 metodologias Educacionais Aplicáveis a Programas de saúde

Nas últimas décadas, as novas descobertas e mudanças de diversas áreas do conhecimento humano abriram caminho para uma reflexão intensa sobre o processo da criação e de transmissão dos saberes e, também, das estratégias de ensino e aprendizagem. Aprendemos que os conhecimentos são melhores adquiridos, recordados e usados quando ensinados, praticados e avaliados no ambiente em que serão utilizados. Atravessamos um processo de acumulação exponencial e de constante renovação dos conhecimentos exigidos no am-biente profissional.

O acesso ao serviço de saúde foi incentivado e ampliado e, agora é conside-rado um direito social de todos. Isso combinado com outros mecanismos de propagação de conhecimentos gerou um maior acesso às informações sobre saúde. As pessoas estão mais conscientes sobre seus diretos e do autocui-dado. Dessa forma, a expectativa dos usuários desses serviços foi modi-ficada e, principalmente, as relações deles com os profissionais que prestam atendimentos.

Exponencial: Algo que tem queda ou ascensão rápida.

No campo da saúde coletiva, aconteceu uma mudança no perfil epidemio-lógico da população do nosso país, com dominação crescente das doenças crônicas degenerativas, que envolve transformações das estratégias e ações em saúde. As experiências têm nos mostrado que as necessidades de saúde são complexas e que o cuidar integralmente da saúde das pessoas demanda conhecimentos interdisciplinares e uma abordagem de vários profissionais.

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Agora você vai ira praticar ao que aprendeu. Leia os textos trabalhados nesta unidade e faça um resumo, para postar no fórum de discussão.

Saber ouvir e acolher o discurso do outro, interagindo sem colocar juízo de valor e reconhecer as características pessoais, emocionais e culturais das pes-soas ou grupo, é fundamental para o êxito do trabalho (Brasil, 2009).

resumo

Nesta aula vimos os seguintes conceitos:

• Como acontece a promoção da saúde para a comunidade;

• As ações para promoção da saúde;

• Medidas assistências para promover as saúde individual e coletiva.

• Mudanças de diversas áreas do conhecimento humano;

• O acesso ao serviço de saúde;

• Saúde coletiva.

1. Descreva em 10 linhas algumas das ações que o agente comunitário reali-za desenvolvendo o papel de educador de saúde, por exemplo, o acompa-nhamento do registro das famílias residentes na sua área de abrangência.

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2. Quais as mudanças você consegue identificar na sua comunidade no que diz respeito a saúde, nos últimos tempos, por exemplo a diminuição dos casos de dengue pelo conhecimento de como prevenir o mesmo.

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3. O acesso ao serviço de saúde foi incentivado e ampliado e, agora é con-siderado um direito social de todos. Isso combinado com outros mecanis-mos de propagação de conhecimentos gerou:

a. Um maior acesso às informações sobre saúde, as pessoas estão mais cons-cientes sobre seus direitos e de como se cuidar.

b. Um retrocesso nas informações sobre saúde, deixando as pessoas menos conscientes.

c. Um maior acesso às informações sobre saúde, deixando as pessoas menos conscientes sobre seus direitos e de como se cuidar.

d. Um avanço nas informações sobre saúde, deixando as pessoas mais de-pendentes dos serviços de saúde.

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Aula 7 - dinâmicas de Ensino

7.1 introdução

Sejam bem-vindos a nossa última unidade!

A utilização de dinâmicas de ensino funcionais são tão importantes quanto o planejamento das mesmas, nessa unidade você fará um planejamento de uma ação de educação em saúde.

7.2 utilização de dinâmicas de ensino em saúde

Uma longa tradição tem marcado a utilização de grupos na área da saúde. Na década de 1970, os grupos denominados operativos ganharam a atenção dos profissionais de saúde pelo seu grande potencial de aplicabilidade e pela sistematização que traziam para o processo grupal.

A organização de grupos como modalidade de atenção coletiva à população tem sido cada vez mais frequente nos serviços de saúde, o que se pode ve-rificar pela participação de muitos clientes em vários grupos nos centros de saúde. Em geral, esses grupos têm como critérios organizacionais o tipo de doença, a idade e outros. Vários privilégios existem nesse trabalho entre pa-res, primeiro diminui-se o número de consultas individuais com o mesmo objetivo, otimizando o tempo de trabalho da equipe como um todo.

Em relação aos grupos operativos, são definidos como um conjunto de pes-soas com um objetivo em comum. Os grupos operativos trabalham na lógica do ensinar e aprender. O trabalho em grupo proporciona uma interação entre as pessoas, onde elas tanto aprendem, como também são sujeitos do saber. Ainda que, seja apenas pelo fato da sua experiência de vida, ao mesmo tempo em que aprendem, ensinam também.

Os grupos operativos abrangem quatro campos:

• Ensino-aprendizagem: cujo trabalho essencial é o espaço para refletir so-bre temas e discutir questões;

• Institucionais: são grupos formados em escolas, igrejas, sindicatos, pro-movendo reuniões com vistas ao debate sobre questões de seus interesses;

• Comunitários: usados em programas voltados para a Promoção da Saúde, onde os profissionais não médicos são treinados para a tarefa de integra-ção e incentivo a capacidades positivas;

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Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis

• Terapêuticos: tem como objetivo a melhoria da situação patológica dos indivíduos, tanto a nível físico quanto psicológico, são os grupos de auto-ajuda, Alcoólicos Anônimos, entre outros.

Pode-se pensar os grupos voltados para a Promoção da Saúde, como es-tratégias ou espaços, onde possa se fazer uma escuta, para as necessidades das pessoas. Os grupos devem se configurar, como espaços onde as pessoas possam falar sobre seus problemas, e buscar soluções, conjuntamente com os profissionais, de forma que a informação circule, da experiência técnica à vivência prática das pessoas que adoecem.

Entretanto, percebe-se a falta de referências teóricas e metodológicas que orientem as ações dos profissionais na coordenação de grupos nos serviços de saúde. É indispensável aos profissionais de saúde a discussão e a apren-dizagem sobre os fenômenos grupais, com a finalidade de compreender os fundamentos teóricos da dinâmica grupal e ampliar o seu olhar sobre o grupo, otimizando e capacitando a equipe para a melhor utilização dessa ferramenta.

É nesse contexto que os serviços de saúde têm enfatizado a importância do atendimento a comunidade, seja no âmbito da atenção individual ou coletiva, como é o caso dos grupos operativos.

resumo

No nosso último capítulo estudamos sobre:

• Utilização de grupos na área da saúde;

• Definição dos grupos operativos;

• O que os grupos operativos abrangem;

• Ferramentas para trabalhar a saúde na comunidade.

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1. Faça um planejamento de um grupo de educação em saúde como se você fosse o Agente Comunitário da área de abrangência com o tema Nutrição Saudável, descreva todos os passos necessários para o sucesso dessa ação.

2. Qual papel dos grupos voltados para promoção da saúde.

3. Em relação aos grupos operativos, são definidos como:

a. Um grupo de pessoas com objetivo de ajudar os problemas pessoais da comunidade em um todo.

b. Um grupo de profissionais que se reúnem para discutir os problemas da comunidade que atuam.

c. Um grupo que visa somente o bem estar físico da população trabalhada.

d. Um conjunto de pessoas com um objetivo em comum. Os grupos operati-vos trabalham na lógica do ensinar e aprender.

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Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis

currículo do Professor-autor

Juliane costa nere

Bacharel em Ciências Biológicas – Faculdades de Saúde Ibituruna - FASI. Concluído em Julho 2011. Pós Graduada em Docência do Ensino Superior pelas faculdade Iseib. Em Montes Claros – MG. Trabalhou como Educadora Ambiental na OVIVE - Organização Vida Verde em Montes claros, e lecio-nou as matérias de Ciências e Biologia na Escola Estadual Mamede Pacifico de Almeida em Engenheiro Navarro-MG. Atualmente está trabalhando como professora/conteudista no IFNMG.

Joice fernanda costa quadros

Bacharela em Enfermagem – Faculdades de Saúde Ibituruna - FASI. Concluí-do em dezembro 2012. Discente da UNIMONTES no curso de especialização em Saúde da Família; na FIOCRUZ em Vigilância do Óbito Materno, Infantil e Fetal e Atuação em Comitês de Mortalidade; na FIOCRUZ em Vigilância do Óbito Materno, Infantil e Fetal e Atuação em Comitês de Mortalidade; na Faculdade Federal Fluminense no curso de Micropolítica da Gestão em Saúde; na Universidade Federal do Rio Grande do Sul no curso de Educa-ção Permanente em Saúde. Trabalha atualmente na Secretaria Municipal de Saúde Enfermeira Apoiadora/supervisora- Programa Saúde da Mulher- ESF- Lourdes I, II e III- ESF- Morrinhos I, II e III.

Ministério da Educação