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Anais do XX Encontro de Iniciação Científica ISSN 1982-0178 Anais do V Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação ISSN 2237-0420 22 e 23 de setembro de 2015 AÇÃO DO LICOPENO EM RATOS PARCIALMENTE HEPATECTOMIZADOS ANÁLISE HISTOLÓGICA HEPÁTICA Maria Clara V. D. Bastos Prof. Dr. Pedro Paulo Barros Faculdade de Ciências Farmacêuticas Faculdade de Ciências Biológicas Centro de Ciências da Vida Centro de Ciências da Vida Resumo: Este trabalho teve como objetivo avaliar in vivo a atividade hiperplásica hepática, abordando aspectos relacionados com a morfologia hepática após realização de hepatectomia parcial frente ao tratamento prévio com Licopeno. Foram utilizados 30 ratos albinos da linhagem Wistar divididos em 2 grupos. Os 15 animais do Grupo Tratado receberam por via oral doses diárias padronizadas de soluções oleosas de Licopeno e outros 15 animais que constituíram o Grupo Controle receberam por via oral doses diárias padronizadas de óleo de oliva. Ao final de cada período de tratamento, e após a hepatectomia parcial, os animais foram eutanasiados e imediatamente após, foi retirado fragmento de tecido hepático. Lâminas histológicas dos espécimes do tecido hepático foram tratadas com Hematoxilina-Eosina e Feulgen, as imagens foram capturadas digitalmente e analisadas quantitativamente para a determinação da proliferação celular. Palavras - chave: Hepatectomia parcial, Licopeno, ratos. 1. INTRODUÇÃO O licopeno atualmente é tido como um dos mais potentes antioxidantes, sendo sua utilização sugerida na prevenção do câncer e da aterogênese. É um dos 600 pigmentos carotenoides encontrados na natureza e um dos 25 encontrados no plasma e tecidos humanos. O licopeno é considerado um potente protetor da camada celular devido à reação com os radicais peróxidos e com o oxigênio molecular (Rao e Shen, 2002; Shami e Moreira, 2004). Testes in vitro e in vivo sugerem que os carotenoides são excelentes antioxidantes, sequestrando e inativando os radicais livres (Erdman Jr, 1999). É tido como o carotenoide que possui a maior capacidade sequestrante de radicais livres de oxigênio possivelmente devido à presença das duas ligações duplas não conjugadas, o que lhe oferece maior reatividade (Di Mascio et al, 1989; Krinsky, 2001). O estudo da hiperplasia hepática utilizando o método da hepatectomia parcial constituiu-se num vasto campo para a investigação laboratorial. Diversos são os fatores que influenciam a hiperplasia hepática como a espécie animal e linhagem utilizada e a idade dos animais. A retirada de mais de 2/3 do fígado acarreta uma tendência de aumento compensatório do órgão, verificado pelo acumulo de diversas substâncias. A lesão do parênquima hepático induzida por estímulos desencadeia o processo de reparação, que começou ser elucidado com o advento da Biologia Molecular, cujas técnicas permitem maiores esclarecimentos dos eventos que promovem e controlam a divisão celular. Desta forma, podem ser utilizados nos tecidos em proliferação os marcadores que se incorporam ao DNA, anticorpos como o PC-10 que marca o antígeno nuclear de proliferação celular (PCNA), o índice mitótico que quantifica as figuras de mitose entre outros. As células de Kupffer e as células endoteliais são importantes na proliferação do parênquima hepático por liberarem substancias como fatores de crescimento (HGF, TGF-a, TGF-b, VEGF, TNF-a, INF-g) e citocinas (IL-2, IL-4, IL-6 e IL-10) com efeitos endócrinos, paracrinos e autocrinos que induzem os hepatócitos à proliferação celular. As primeiras horas após hepatectomia parcial são importantes na recuperação do tecido hepático, pois o órgão é vulnerável a substâncias químicas que podem alterar a resposta proliferativa. No entanto, diferentes métodos têm sido usados para detectar proliferação celular em vários tecidos, fornecendo informações importantes a respeito do crescimento, transformação e reparação teciduais. (MACHADO; ROCHA, 2002)

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22 e 23 de setembro de 2015

AÇÃO DO LICOPENO EM RATOS PARCIALMENTE

HEPATECTOMIZADOS ANÁLISE HISTOLÓGICA HEPÁTICA

Maria Clara V. D. Bastos Prof. Dr. Pedro Paulo Barros Faculdade de Ciências Farmacêuticas Faculdade de Ciências Biológicas

Centro de Ciências da Vida Centro de Ciências da Vida

Resumo: Este trabalho teve como objetivo avaliar

in vivo a atividade hiperplásica hepática,

abordando aspectos relacionados com a

morfologia hepática após realização de

hepatectomia parcial frente ao tratamento prévio

com Licopeno. Foram utilizados 30 ratos albinos

da linhagem Wistar divididos em 2 grupos. Os 15

animais do Grupo Tratado receberam por via oral

doses diárias padronizadas de soluções oleosas

de Licopeno e outros 15 animais que constituíram

o Grupo Controle receberam por via oral doses

diárias padronizadas de óleo de oliva. Ao final de

cada período de tratamento, e após a

hepatectomia parcial, os animais foram

eutanasiados e imediatamente após, foi retirado

fragmento de tecido hepático. Lâminas

histológicas dos espécimes do tecido hepático

foram tratadas com Hematoxilina-Eosina e

Feulgen, as imagens foram capturadas

digitalmente e analisadas quantitativamente para

a determinação da proliferação celular.

Palavras - chave: Hepatectomia parcial,

Licopeno, ratos.

1. INTRODUÇÃO

O licopeno atualmente é tido como um dos

mais potentes antioxidantes, sendo sua utilização

sugerida na prevenção do câncer e da

aterogênese. É um dos 600 pigmentos

carotenoides encontrados na natureza e um dos

25 encontrados no plasma e tecidos humanos.

O licopeno é considerado um potente protetor da camada celular devido à reação com os radicais peróxidos e com o oxigênio molecular (Rao e Shen, 2002; Shami e Moreira, 2004). Testes in vitro e in vivo sugerem que os carotenoides são excelentes antioxidantes, sequestrando e inativando os radicais livres (Erdman Jr, 1999). É tido como o carotenoide que possui a maior capacidade sequestrante de radicais livres de oxigênio possivelmente devido à presença das

duas ligações duplas não conjugadas, o que lhe oferece maior reatividade (Di Mascio et al, 1989; Krinsky, 2001). O estudo da hiperplasia hepática utilizando

o método da hepatectomia parcial constituiu-se

num vasto campo para a investigação

laboratorial. Diversos são os fatores que

influenciam a hiperplasia hepática como a

espécie animal e linhagem utilizada e a idade dos

animais. A retirada de mais de 2/3 do fígado

acarreta uma tendência de aumento

compensatório do órgão, verificado pelo acumulo

de diversas substâncias.

A lesão do parênquima hepático induzida por

estímulos desencadeia o processo de reparação,

que começou ser elucidado com o advento da

Biologia Molecular, cujas técnicas permitem

maiores esclarecimentos dos eventos que

promovem e controlam a divisão celular.

Desta forma, podem ser utilizados nos

tecidos em proliferação os marcadores que se

incorporam ao DNA, anticorpos como o PC-10

que marca o antígeno nuclear de proliferação

celular (PCNA), o índice mitótico que quantifica as

figuras de mitose entre outros. As células de

Kupffer e as células endoteliais são importantes

na proliferação do parênquima hepático por

liberarem substancias como fatores de

crescimento (HGF, TGF-a, TGF-b, VEGF, TNF-a,

INF-g) e citocinas (IL-2, IL-4, IL-6 e IL-10) com

efeitos endócrinos, paracrinos e autocrinos que

induzem os hepatócitos à proliferação celular.

As primeiras horas após hepatectomia

parcial são importantes na recuperação do tecido

hepático, pois o órgão é vulnerável a substâncias

químicas que podem alterar a resposta

proliferativa. No entanto, diferentes métodos têm

sido usados para detectar proliferação celular em

vários tecidos, fornecendo informações

importantes a respeito do crescimento,

transformação e reparação teciduais.

(MACHADO; ROCHA, 2002)

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O modelo mais empregado até hoje no estudo

da regeneração hepática baseia-se em Higgins e

Anderson (1931), que após removerem 70% do

fígado de ratos Wistar, observaram que o órgão

voltava ao seu tamanho original no período de 14

a 21 dias. Após a hepatectomia parcial, os lobos

residuais cresciam rapidamente até que o volume

equivalesse ao de antes e, então, abruptamente,

o crescimento cessava.

Lima et al. (1993) fizeram uso de ratos que

foram submetidos a hepatectomia parcial

associada e não associada a vagotomia parcial.

Os níveis glicêmicos sistêmicos foram medidos

após 4, 24, 44 e 72 dias após cirurgia. Os autores

concluíram que a hepatectomia parcial, por si só,

reduz precocemente os níveis glicêmicos, a qual

permanece constante durante o jejum, não

dependendo, portanto da integridade do sistema

nervoso parassimpático [13].

Aznar e colaboradores (1991) estudaram a

influência do diabetes sobre a hiperplasia

hepática em ratos. Os autores observaram que

houve uma redução na população de hepatócitos

nos animais diabéticos quando comparados com

animais controle não diabéticos dezoito dias pós-

hepatectomia parcial. Os autores concluíram que

a diminuição da população de hepatócitos em

animais diabéticos se deve a redução de insulina

e glucagon, sugerindo que estes dois hormônios

estimulam a hepatogênese [14].

Silva, RL e colaboradores (2006) estudaram o

efeito do extrato aquoso da Sida cordifolia,

popularmente conhecida no Brasil como “malva-

branca” administrada oralmente nas doses diárias

de 0 (controle), 100, 200 e 400mg/kg de Sida em

animais parcialmente hepatectomizados. Vinte e

quatro horas após cirurgia os fígados foram

removidos e avaliados por imunohistoquimica

(PCNA) utilizando o anticorpo monoclonal PC-10.

Os autores concluíram que os animais tratados

com SIDA 100 e Sida 200 mostraram índices de

hiperplasia hepática superior ao grupo controle e

SIDA 400.

Oliveira, F. M. e colaboradores (2003)

propuseram um modelo de hepatectomia parcial

laparoscópica em ratos. Fazendo uso de material

cirúrgico semelhante ao usado em humanos, os

autores concluíram que o modelo é factível para o

treinamento e aprimoramento de novos

cirurgiões.

2. OBJETIVO

Analisar histológica e comparativamente as

amostras de tecidos hepáticos remanescentes

dos animais tratados com Licopeno e animais

controle, submetidos à hepatectomia parcial.

3. MÉTODO

3.1 Organização dos animais

Neste trabalho foram utilizados 30 ratos

albinos machos, da linhagem Wistar, não

isogênicos, fornecidos pós-desmame com 40 dias

de idade pelo Biotério do Campus II da PUC

Campinas.

Os animais foram alojados no Biotério

Experimental do Laboratório de Fisiologia e

Biofísica do Centro de Ciências da Vida, PUC-

Campinas, com capacidade máxima de

alojamento de 60 animais, com luz e ventilações

controladas, os quais receberam o fornecimento

de ração sólida Nuvilab e água sem restrição até

atingirem a idade de 50 dias.

Um grupo experimental denominado Grupo

Tratado (15 animais), foi dividido em 3 subgrupos

com 5 animais cada, e outro grupo experimental

denominado Grupo Controle (15 animais) foi

dividido em 3 subgrupos com 5 animais, assim

organizados em função do tempo de tratamento

pós-cirúrgico.

3.2 Tratamento pré – cirúrgico

Os animais dos grupos Controle e Tratado

foram alojados em gaiolas autoclaváveis com

forração de maravalha autoclavada e

fornecimento de ração sólida Nuvilab e água sem

restrição e permaneceram no Biotério

Experimental do Laboratório de Fisiologia e

Biofísica do Centro de Ciências da Vida, PUC-

Campinas, com luz e ventilações controladas.

O Grupo Tratado Licopeno (15 animais),

assim denominado, recebeu diariamente, durante

30 dias, antecedendo a realização da

hepatectomia parcial, uma dose diária de 40

mg/kg peso, contida em volume de 1ml para um

animal de 250 (±) 10 gramas de peso da

suspensão de fitoterápico Licopeno na

concentração de 0,5g/100ml por via oral

administrada com auxílio de tubo de polietileno

introduzido até o estomago (gavagem). O Grupo Controle (15 animais) recebeu

diariamente, durante 30 dias antecedendo a

realização da hepatectomia parcial, uma dose

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diária de 1 ml de óleo de oliva, por via oral

administrada pelo método de gavagem.

3.3 Cirurgias: Hepatectomia Parcial

Os animais foram submetidos à anestesia

geral com solução de Cloridrato de Xylasina

(Virbaxyl 2%®) + Ketamina (Francotar ®),

administrado por via intraperitoneal na dose de

1,5 ml/kg de peso corporal e posteriormente

foram colocados em placa de contenção. Ambos

os grupos, Controle e Tratado, foram submetidos

à hepatectomia parcial, conforme procedimentos

descritos por Higgins e Anderson (1931) [15].

Inicialmente, procedeu-se a depilação da

região abdominal ao longo da linha mediana e a

assepsia da região. Em seguida, procedeu-se

uma incisão ventral mediana de 3 a 4 cm, a partir

do apêndice xifoide do osso externo.

Por compressão da região abdominal

efetuou-se a extrusão dos lóbulos hepático

mediano e lateral esquerdo, permanecendo na

cavidade abdominal o lóbulo lateral direito e

pequeno caudado, lobos remanescentes.

Imediatamente após, procedeu-se o

ligamento dos lóbulos mediano e lateral

esquerdo, com fios de algodão. Em seguida,

procedeu-se a secção dos ligamentos

suspensores e extirpação dos lobos. Finalizado

estes procedimentos, realizou-se a sutura com

fios de algodão, da musculatura abdominal com

pontos contínuos e a da pele com pontos

separados.

3.4 Obtenção do Tecido Hepático

Apos 24, 36, e 48 horas dos procedimentos

cirúrgicos, duas horas antes da remoção dos

lóbulos remanescentes e eutanásia, foi aplicado

uma injeção intraperitoneal de Tecnocris®

(Sulfato de Vincristina) na dose de 1mg/Kg de

peso animais, uma vez que a cinética da

hiperplasia hepática é caracterizada com a

síntese de DNA e tem seu início cerca de 12 a 16

horas após a hepatectomia, sendo que seus

valores máximos obtidos em 24 a 36 horas após

a cirurgia. É seguida por uma onda de mitoses

que se inicia 22 a 24 horas após a cirurgia, sendo

que seus valores máximos obtidos em 33 a 34

horas após cirurgia. Ciclos adicionais de síntese

de DNA acontecem aos 5 a 10 dias

subsequentes. O processo hiperplásico se

completa em 7 a 14 dias.

Em seguida os animais foram submetidos à

anestesia geral por solução de Cloridrato de

Xylasina (Virbaxyl 2%®) + Ketamina (Francotar

®), administrado por via intraperitoneal na dose

de 1,5 ml/kg de peso corporal.

Confirmada a anestesia, os animais foram

colocados em placa de contenção na posição

decúbito dorsal e a região do abdômen próxima

ao tórax foi tricotomizada.

Em seguida, com o animal ainda sob efeito

anestésico, procedeu-se a abertura do tórax com

exposição ao tecido hepático remanescente, ao

ser removido foi realizada a coleta do material,

em seguida foi feita a fixação do material com

formol para que os tecidos não sofressem efeitos

de deterioração [21].

Após esse processo os animais foram

eutanasiados por aprofundamento de anestesia

com solução de Cloridrato de Xylasina (Virbaxyl

2%®) + Ketamina (Francotar ®).

3.5 Análise das Laminas Histológicas

Tendo em vista as atividades realizadas,

descritas anteriormente, pode-se verificar que

estas resultaram na obtenção de lâminas

histológicas, que foram confeccionada e coradas

de duas maneiras: Hematoxilina-Eosina e

Feulgen, o que nos possibilitou avaliar a atividade

hiperplásica do fígado após hepatectomia parcial.

Tal avaliação ocorreu através da contagem das

figuras de mitose e apoptose através de

microscopia com o aumento de 400x em que

foram contados 20 campos de cada lâmina e

esses resultados foram posteriormente

comparados entre o grupo Tratado e o Controle.

4. RESULTADOS E DISCUSSAO

Com a finalidade de obtermos uma avaliação

da regeneração hepática dos animais, utilizamos

como parâmetro de analise para o estudo dois

enfoques, o numero de mitoses e número de

apoptoses.

Para análise desses parâmetros foram

confeccionadas e coradas laminas histológicas

com fragmentos remanescentes do fígado dos

animais. A partir das laminas foram analisados

através de microscopia de luz 20 campos,

buscando a quantificação dos parâmetros

utilizados no estudo.

Ao termino da leitura dos grupos de animais

envolvidos, foi realizado uma comparação entre

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os parâmetros observados através do software

ANOVA, que cruzou os dados obtidos de todos os

grupos tratados e controle com o tempo de

tratamento (24, 36 e 48 horas), Com a análise

dos resultados obtidos, pode-se observar que

ocorreu um aumento do índice mitótico no grupo

tratado de 24 para 36 horas, e uma redução

significante deste índice de 36 para 48 horas.

Além disso, observa-se que o grupo tratado de 24

e 48 horas foram significantemente diferentes

entre si. No grupo controle, pode-se observar que

o índice mitótico não foi significantemente

diferentes entre os grupos de 24, 36 e 48 horas.

Comparando-se o grupo controle com o grupo

tratado observou-se que houve diferença

significante entre os animais do grupo controle 48

horas e os animais do grupo tratado 48 horas.

Com a análise dos resultados obtidos pode-se

observar o aumento significante de apoptoses

entre controle e tratado de 24 para 48 horas,

porem, não há significância estatística entre

grupos controle e tratados no mesmo período de

hepatectomia, ou seja, o grupo controle 24 não

tem diferença significativa quando comparado ao

tratado 24, o controle 36 não tem diferença com o

tratado 36 e o controle 48 não apresenta

diferenças significativas quando comparado ao

tratado 48 horas.

A pesquisa de Wardi e colaboradores (2001),

utilizando modelo de cirrose hepática em ratos

induzida por tiocetamida, verificaram resultados

compatíveis com o encontrado neste estudo, o

betacaroteno apresentou ação hepatoproterora,

porém o licopeno e o retinol palmitato não

apresentaram eficiência significativa. Bahcecioglu

e colaboradores (2010) verificaram que o licopeno

apresentou efeito preventivo no desenvolvimento

de esteatohepatite não alcoólica induzida por

dieta altamente lipídica, sendo que este efeito

pode ser explicado primariamente por suas

características antioxidantes. Bestas e

colaboradores (2008), avaliando a atividade

preventiva do licopeno e da vitamina E na

hepatotoxicidade induzida pelo halotano,

verificaram que somente o licopeno apresentou

significativa atividade hepatoprotetora. Porém,

nenhuma atividade na regeneracao hepática.

5. CONCLUSÃO

Com os resultados obtidos, concluiu-se que, o

tratamento realizado com Licopeno nos ratos

numa dose diária de 40mg/Kg, durante o período

de 30 dias, apesar de apresentar dados

significativos, não se pode afirmar que o licopeno

interferiu na evolução dos índices de mitoses e

apoptoses no período da pesquisa.

Acredita-se que com a utilização de doses

maiores, por outra via de administração ou até

mesmo por um período maior de tratamento,

haveria uma possível evolução destes

parâmetros.

6. AGRADECIMENTOS

Ao Fundo de Apoio à Iniciação Científica – FAPIC/ Reitoria, PUC Campinas e ao Prof. Dr. Pedro Paulo Barros.

7. REFERENCIAS

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