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Paróquia do Senhor da Vera Cruz do Candal Abril de 2010 N.º 225 PARA QUE SERVE UMA VISITA DO PAPA? - 3 VERA CRUZ A Vida Renovada e Celebrada - 5 Ainda é Páscoa!- 4 Condomínio - Faltar a uma reunião - 6 Tal Mãe... Tal Pai!- 12 Bullying: Verdade ou Consequencia? - 11 Mostra o Cartão Vermelho à Violência - 10 Entre a fábula e a realidade - 14 A inveja... - 7 Promessas - 7 Missão 2010 - 8/9 O Menino de Cabul - 2 Nós somos Vida! - 6 Aconteceu no nosso colégio - 13 Torneio de Atletismo de Pavilhão da Zona Norte - 12 Mãe... - 15

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Paróquia do Senhor da Vera Cruz do Candal

Abril de 2010 N.º 225

PARA QUE SERVE UMA VISITA DO PAPA? - 3

VERA CRUZ

A Vida Renovada e Celebrada - 5

Ainda é Páscoa!- 4

Condomínio - Faltar a uma reunião - 6

Tal Mãe... Tal Pai!- 12

Bullying: Verdade ou Consequencia? - 11

Mostra o Cartão Vermelho à Violência - 10

Entre a fábula e a realidade - 14

A inveja... - 7

Promessas - 7

Missão 2010 - 8/9

O Menino de Cabul - 2

Nós somos Vida! - 6

Aconteceu no nosso colégio - 13

Torneio de Atletismo de Pavilhão da Zona Norte - 12

Mãe... - 15

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Vale a pena ver

A necessidade de pertença está profunda-mente enraizada na espécie humana. Somos, por natureza, indivíduos sociais. Como espé-cie abominamos a solidão e tudo o que ela representa. Causa desconforto e apreensão. É difícil estar só. É particularmente complica-do viver só porque, na essência, isso significa que não fazemos parte de coisa nenhuma, nem temos, virtualmente, qualquer utilidade para os outros.

O MeninO de Cabul por Tiago Carvalho

FICHA TÉCNICA

TÍTULO ORIGINALThe Kite Runner

REALIZAÇÃOMike Forster

ARGUMENTO ADAPTADODavid Benioff

BASEADO NO ROMANCE DEKhaled Hosseini

INTERPRETAÇÃOKhalid Abdalla

Homayoun ErshadiShaun ToubAtossa Leoni

Saïd Taghmaoui

BANDA SONORA ORIGINALAlberto Iglesias

ANO: 2008DURAÇÃO: 128 min

PAÍS: EUA

Também em http://filmedomes.blogspot.com

Este filme/livro respira Afeganistão. É um pedido de ajuda para uma nação que sentiu directamente e de forma pesada as consequências dos aconte-cimentos de 11 de Setembro de 2001. É também um hino à amizade. Um poema à gratidão. Este conto é para todos, mas em especial para os que lançam papagaios de papel. Aqueles que olham para o alto e descobrem sonhos sem nunca perder o fio que os liga ao solo. Que, em vez de lutar contra o vento, utilizam-no para construir um rumo. É sobretudo para os que to-dos os dias constroem um mundo queacolhe e faz com que nos sintamos parte dele. Estar só é bom, mas não dá para lançar papagaios.

O Menino de Cabul é sobre amizade. Uma amizade pintada de cores de papagaio de papel. Uma amizade que, de uma forma hábil, metaforiza historicamente os acon-tecimentos no Afeganistão antes e após a invasão soviética.

Baseado no romance de Khaled Hosseini e com o título original de “The Kite Runner” (O Lançador de Papagaios), este filme relata a história de dois amigos de classes sociais muito diferentes, Amir e Hassan, unidos pela paixão dos papagaios de papel e separados por um acontecimento fatídico.

Quando, anos mais tarde, Amir, agora residente nos Estados Unidos da América, recebe um telefonema que o faz voltar à sua pátria, inicia uma aventura que o irá fazer recordar-se do amigo e equilibrar toda a devoção que este havia tido para com

ele.

Numa pátria que não reconhece, no seio de uma guerra civil patenteada por um regime opressor, Amir sente profundamente que também não é reconhecido. Está num país que não o acolhe como um dos seus e sim como um estrangeiro invasor e ocidentalizado. Compreende que o cantinho do mundo ao qual pertencia já não existe. Pela primeira vez tem que lidar com o facto de estar sozinho com uma missão.

Por outro lado, é importante estar só. É fundamental saber convi-ver bem com a solidão. Se fazer parte de um grupo nos permite sentir que fazemos parte de uma espécie de rede de suporte mútuo da qual podemos depender e para a qual podemos contribuir, estar à vontade com a solidão impede-nos de ter pensamentos e estilos de vida particu-larmente destrutivos.

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No caso de uma visita pastoral o que mais se sublinha é a missão de Pastor da Igreja universal.

Para que serve uma visita do Papa?

por D. Carlos Azevedo, Bispo Auxiliar de Lisboa, Coordenador Geral da Visita do Papa a PortugalO que é que ele teM para nOs dizer?Desde que Jesus Cristo confiou a Pedro a missão de animar e confirmar os irmãos, manter a comunhão, garantir a autenticidade e unidade da fé, o bispo de Roma, como sucessor do apóstolo, prossegue esta tarefa de ser o princípio durável da unidade da Igreja e dos bispos. Cada bispo é responsável pela sua Igreja local e com os outros bispos, colegialmente é também responsável pela Igreja universal, unido ao Papa. Cada bispo em comunhão de fé com ele, exerce a sua plena responsabilidade local ou universal.

Como sabem, o papa assume uma tripla função: Bispo de Roma, Pastor da Igreja Universal e Chefe de Estado da Cidade do Vaticano. Como bispo de Roma exerce plena responsabilidade pela sua diocese. Tem um cardeal vigário e bispos auxiliares para colaborar neste serviço pastoral.

Como Chefe de Estado da Cidade do Vaticano, minúsculo estado autóno-mo (o mais pequeno do mundo, 44 hectares) destinado a assegurar a inde-pendência de qualquer força temporal, o Papa exerce a totalidade dos po-deres legislativo, executivo e judiciário, com a ajuda de uma administração diversa da do governo da Igreja. As visitas ao estrangeiro respeitam e aten-dem também esta perspectiva de Chefe de Estado.

No caso de uma visita pastoral o que mais se sublinha é a missão de Pas-tor da Igreja universal. Chefe do Colégio episcopal, exerce com os bispos a condução do povo cristão. A ordem dos bispos dispõe de autoridade su-prema e plena sobre toda a Igreja, enquanto unida ao Bispo de Roma; este, enquanto sucessor de Pedro e depositário do Primado no seio do colégio episcopal, dispõe ele mesmo da autoridade suprema e plenária sobre toda a Igreja. Para exercer esta responsabilidade é assistido pela Cúria Romana.

Como para cada bispo, também para o Sumo Pontífice a missão de ensinar é a primeira. Uma das muitas formas de exercício deste magistério ordinário é constituída pelas visitas a diversas partes do mundo. Os discursos e ho-milias e as menos frequentes cartas encíclicas, dirigidas à Igreja universal ou a uma parte determinada do mundo, ou as exortações apostólicas, dedi-cadas a orientar por caminhos pastorais, formam os meios de transmissão do ensinamento.

Dentro de dias será lido o texto da paixão, que este ano adquire especial sentido, no qual Cristo, após a Ceia, diz a Pedro de modo solene, perante todos: “Simão, Simão, olha que Satanás pediu para vos joeirar como trigo. Mas Eu roguei por ti, para que a tua fé não desapa-reça. E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos” ( Lc 22, 31).

Jesus manifesta confiança singular em Pedro sabendo que ele vai fraquejar, convencido da sua própria superiori-dade e vigor, ao declarara a Jesus: “Mesmo que todos fiquem perturbados por tua causa, eu nunca me perturbarei!” (Mt 26,33). Jesus promete rezar e espe-cialmente por Pedro. Na hora dramática é Pedro que deve ser a rocha da Igreja. Ele tem uma prioridade incontestável no grupo dos Doze. Conside-ravam-no porta-voz e guardião da unidade. A autoridade de Pedro consiste neste serviço, não em qualquer dominação. Pedro não é a única pedra da fundação que tem Cristo como pedra angular. Os apóstolos e os profetas fazem parte da fundação, porque a Igreja de Cristo não é monárquica, mas colegial. Não é uma qualquer organização internacional.

Por este episódio narrado no evangelho se vê que sem a conversão de Pe-dro a missão falhará infalivelmente. Pedro deve transformar o seu carácter. Menos presunção e mais confiança nos irmãos, menos orgulho e mais es-cuta. Converter-se não é coisa rápida.

Os outros apóstolos ajudarão Pedro a evoluir. Paulo será o mais contesta-tário. E conta a Carta aos Gálatas: “Quando Cefas veio para Antioquia, opus--me frontalmente a ele, porque estava a comportar-se de modo condenável. Com efeito, antes de terem chegado umas pessoas da parte de Tiago, ele comia juntamente com os gentios. Mas quando elas chegaram, Pedro retirava-se e separava-se, com medo dos partidários da circuncisão. E com ele também os outros judeus agiram hipocritamente … Mas quando vi que não procediam correctamente, de acordo com a verdade do evangelho, disse a Cefas diante de todos: “Se tu sendo judeu, vives segundo os costumes gentios e não judaicos, como te atreves a forçar os gentios a viver como judeus?”.

O afastamento do espírito de Cristo e do Evangelho é contra-testemunho e escândalo. O novo milénio impulsiona a uma grande purificação das in-coerências, infidelidades e lentidões. Requer-se uma conversão de cada cristão e das comunidades cristãs, na fidelidade ao único Senhor.

Alguns podem perguntar, como um jornalista outro dia, se, nas suas viagens, o Papa se mostra mais como sucessor de Pe-dro ou como sucessor de Paulo!

Uma visita pastoral é um sinal sensível da comunhão. O Papa cumpre o mandato de ensinar todas as nações. Não se espera de uma visita nem ensinamentos novos, nem resolução dos nossos problemas pastorais.

As visitas são ocasião para juntar grandes multidões que reforçam a confi-ança e o fervor e convidam à alegria de partilhar e celebrar publicamente a fé. As três eucaristias presididas pelo vigário de Cristo geram uma união espantosa e mexem por dentro no caminho do bem, da verdade e da bele-za. Constituem uma experiência espiritual única, uma vibração interior que aproxima do essencial que é a comunhão.

O papa não quer exercer a sua missão do alto do Vaticano, mas encontrar--se com as igrejas concretas e com o episcopado real. A comunhão efectiva com as igrejas locais, na sua diversidade, encontra uma forma de exercício para o seu ministério de serviço, livre de pressões e de interesses, mais iti-nerante e menos sedentário. A hora é de profecia e de invenção, de fidelidade e de esperança. Os vários encontros com Bento XVI semearão no mundo da cultura, das organizações sociais e nos agentes pastorais mais empenhados no povo

sacerdotal um dinamismo de conversão capaz de suscitar espírito missionário. A proposta de sabedoria evangélica será para todos desafio a pensar Portugal, 100 anos após a República a repensar a acção da Igreja, quase a 50 anos do início do II Concílio do Vaticano, já em 2012.

Estou certo de que a vinda do Santo Padre a Portugal será uma lufada de ar renovador que implique a todos e suscite maior responsabilidade e coesão. A vossa presença aqui, de modo tão significativo, revela a vontade de entender, narrar e comentar com competência, verdade, sentido crítico e hones-tidade o que estes quatro dias de visita papal nos oferecerão de experiência única. Muito obrigado.

Fátima, 26 de Março de 2010

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Ainda é Páscoa!

por Elisa Rodrigues

Na majestosa escadaria da nos-sa igreja, ladeada pelos nossos adolescentes e jovens com folhas de palmeira, teve início a Eucaristia com a bênção dos ramos. Entrámos, depois, por um “corredor verde” lembran-do a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém.

Toda a celebração teve a participação activa dos adolescentes e jovens, inclusive na narração dialogada do Evangelho da Paixão do Senhor. O ofertório aliou a era da multimédia aos senti-dos, levando como símbolos: a internet (visão), um mp3 (audição), um telemóvel (tacto), um perfume (olfacto) e uma caixa de Happy Meal (paladar). Um ofertório dife-rente mas bem ao jeito da “malta nova”!

O tema do Dia Mundial da Juventude foi: «Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?» Foi mediante esta questão que os cate-quistas prepararam um momento de acção de graças de meditação e reflexão para os adolescentes e jovens, tendo-lhes entregue, como recordação, um cd com esta apresentação e outras surpresas. No final da Eucaristia, e em clima de festa, adolescentes, jo-vens, catequistas e pároco conviveram num jantar repartido. A par-tilha em redor da mesa é momento de crescimento e comunhão. Dando continuidade e sentido a toda a Quaresma, vivemos em pleno a Semana Santa. Na quinta-feira Santa, na celebração da Ceia do Senhor, os candidatos ao Diaconado Permanente, os homens da catequese de adultos, e alguns pais “vestiram a pele” dos apóstolos tornando a celebração mais significativa. Na Vigília Pascal, a maior das celebrações para nós, pude-mos assistir ao baptizado do André, do 3º ano de catequese, que irá fazer este ano a Primeira Comunhão. Foi com muita alegria que, em comunidade, o recebemos na nossa família que é a Igreja.

Como vos falei no último Vera Cruz, este ano vivemos uma Quaresma muito rica e repleta de sentimento e significado. Para terminar o tempo da Quaresma e iniciar a Semana Maior dos cristãos, a Semana Santa, tivemos a Festa da Adolescência e Pas-toral Juvenil. Em pleno Domingo de Ramos e também Dia Mundial da Juventude, os nossos adolescentes e jovens do 7º ao 10º ano de catequese deram outra cor e mais vida à nossa celebração das 19h.

No domingo de Páscoa fomos chamados a anunciar pelas ruas da nossa paróquia que Cristo Ressuscitou! Este ano fo-mos muitos mais! Na paróquia do Candal foram 166 aqueles que, sem medo das dores nas pernas nem das portas que se poderiam fechar, acederam e disseram sim a esta missão.

É agora importante que toda esta alegria de Cristo Ressuscitado não fique por aqui. Devemos viver sempre a Páscoa, mas de um modo es-pecial durante 50 dias. Sim, é Páscoa até ao Pentecostes, este ano a 23 de Maio! Por isso, continuemos a anunciar que Jesus está vivo.

Para ajudar no próximo mês de Maio temos já “trabalho”! No Mês de Maria, e como já vem sendo hábito, a catequese terá uma participação muito activa na recitação do terço, prin-cipalmente entre os dias 17 e 28 de Maio.

Contamos com a vossa participação e oração durante todo o mês, até porque… ainda é Páscoa!

Entre os quais 70 crianças, adolescentes, jovens e pais da nossa catequese que, pela primeira vez, participaram no Compasso e que foram muito bem recebidos nas ca-sas que visitamos. “Que bom, tenho a casa cheia!”; “Que lindo ver tantas crianças!” Foi, sem dúvida, uma fantásti-ca equipa que anunciou aRessurreição!

No domingo seguinte à Páscoa, os catequistas fizeram o seu jan-tar pascal. Momento de partilha, convívio e alegria que ajuda a es-treitar relações. Foi também ocasião para oferecer ao nosso pároco uma “Cruz florida”, ou seja, a Cruz da Ressurreição, da Vida, feita pelos catequistas, em sinal de gratidão e carinho pelo apoio e incentivo do nosso pastor.

Dom Armindo, Bispo Emérito do Porto

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A nossa Comunidade “cresceu”; teve a felicidade de acolher no seu seio um novo filho que recebeu o Baptismo e de partilhar com outro nosso irmão um momento muito especial pois recebeu Jesus pela primeira vez.

A Vida Renovada e Celebrada

por Ilda Correia

Neste ano de Missão, o tema do mês de Abril é “Com Vida”.Quando olhamos a Natureza que nos cerca, vemos e sentimos a vida a pulsar em cada canto; as folhas das árvores desabrocham e cobrem com um manto verde os ramos das árvores; por toda a parte despertam as flores, desde as mais singelas às mais delicadas; as aves, num imenso corrupio, procuram as árvores mais frondosas e os locais mais protegidos para fazerem os seus ninhos nos quais irá nascer vida nova.

A Natureza em toda a sua pujança renova-se dia a dia. Nós, seres humanos, também sentimos “uma vida nova” na contemplação da natureza que nos envolve, na predominância do azul do céu que encanta os nossos olhos, na maior intensidade e durabilidade da luz solar que nos aquece, anima e predispõe para a Alegria. Nós, cristãos, não poderíamos ter iniciado o mês de Abril «Com Vida» de forma mais perfeita. Fomos con-vidados a reunirmo-nos em Comunidade para viver e celebrar a “Semana Maior” de todo o ano litúrgico.Logo no primeiro dia do mês celebramos a Ceia do Senhor. Antes de partir para o Pai, Jesus reuniu-se com os seus apóstolos, numa última refeição; este encontro constituiu um mo-mento de especial intimidade e cumplicidade para os seus amigos

Na sexta-feira Santa celebramos a Adoração da Cruz. Na Cruz, Deus proclama a salvação; aparentemente a vida esgota-se e esvai-se naquela dor imensa e insuportável. Porém, é a entrega incondicional à vontade do Pai, o Amor levado até ao Infinito, ao extremo da entrega pela salvação do mundo.Todos nós já sentimos a experiência da dor e do sofrimento, do aban-dono, da desilusão, da inquietude, da tristeza, pois eles estão intima-mente associados à vida, tal como a alegria, a felicidade, o bem-estar. Contemplar a Cruz é entregar-se confiadamente nas mãos do Pai e sentir que, por mais fortes que sejam as cadeias, a verdadeira liberdade triunfará e a vida renascerá em toda a plenitude. Em ambiente de recolhimento e veneração escutamos a Pala-vra de Deus, Adoramos a Sua Cruz que é Vida para o mundo e comun-gamos o Seu Corpo.

É um dia de profundo silêncio e interioridade para meditarmos os mistérios inefáveis de Deus e aceitarmos generosamente a nossa própria cruz. O silêncio e o recolhimento que vivemos vão transformar-se numa “explosão de alegria e de festa”.Iniciamos a celebração da Vigília Pas-cal; é uma celebração “rica” de con-

e companheiros de caminhada, pois que Jesus Cristo mostra aos seus discípulos, o valor do “servir”, quando numa atitude de sim-plicidade lhes lava os pés mas, fundamentalmente, na partilha do pão e do vinho «Tomai e comei, isto é o meu corpo. Tomai e bebei, isto é o meu sangue.» e no mandato que lhes conferiu «Fazei isto em memória de mim».Naquele momento Cristo instituiu a Eucaristia, que celebra-mos em cada domingo, e que é a memória viva da última Ceia. Como nos diz a oração colecta deste dia «Senhor Deus, que nos reunistes para celebrar a Ceia Santíssima em que o Vosso Fi-lho Unigénito, antes de se entregar à morte, confiou à Igreja o sacrifício da nova e eterna aliança, fazei que recebamos, neste sagrado banquete, a plenitude da caridade e da vida.», recebemos a vida em toda a plenitude. A nossa comunidade viveu esta celebração de uma forma profunda-mente “rica”, partilhada de modo espe-cial com os nossos irmãos que frequen-tam a catequese de adultos e alguns pais que nos confidenciaram ter sido uma experiência única, emocionante e muito marcante, na medida em que, nos seus corações, despertou um sentido mais profundo de intimidade e proximidade com Cristo vivo e presente na Eucaristia. Terminada a celebração e, após algum tempo de adoração ao Santíssimo Sacramento, partimos para casa em cli-ma de recolhimento e oração.

teúdo e variedade.A escuridão da morte e do sepulcro dissipa-se; o fogo que crepita é benzido e o lume novo acende o Círio Pascal; a luz transmite-se a toda a Assembleia que sente uma nova e verdadeira “Luz” a nascer. A Palavra faz-nos reviver os momentos-chave da História do Povo de Deus; louvamos, glorificamos, bendizemos a Deus, em grande festa e alegria. A Luz ilumina a Assembleia e os nossos corações. Cristo está vivo e a morte não tem mais poder sobre Ele. A água, a fonte de Vida, é benzida; os baptizados recebem

esta água e nascem para a Vida Nova dos Filhos de Deus; a Assembleia é aspergida; somos todos convidados a fazer uma pública e solene profissão de Fé. De seguida celebramos a Eucaristia, o memorial da Morte e Ressurreição de Jesus e recebemos Jesus no nosso coração, como alimento para a vida e damos graças a Deus pelas Suas maravilhas. Nessa noite nasce o Homem Novo. A nossa Comunidade “cresceu”; teve a felicidade de acolher no seu seio um novo filho que recebeu o Baptismo e de partilhar com outro nosso irmão um momento muito especial pois recebeu Jesus pela primeira vez. Regozijamo--nos e damos graças ao Pai com estes momen-tos de grande Alegria que Ele nos faz viver. Encerramos a nossa Celebração em festa e alegre convívio. No domingo de Páscoa, bem cedinho, reunimo-nos para pedir a bênção de Deus e partir, cheios de energia e alegria, a anunciar que «Cristo Ressuscitou.» Está Vivo, vive e reina nos nossos corações.

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Condomínio

por Sandra Miranda

Se souber que não pode assistir à reunião de condomínio e estiverem em causa decisões importantes, nomeie um pro-curador que o represente.Todos os anos, logo na primeira quinzena de Janeiro, o administra-dor deve convocar a reunião de condomínio. Em causa está a aprova-ção das contas do ano anterior e do orçamento para o seguinte. Mas outros assuntos e questões de condomínio são também possíveis. Depois destas reuniões de condomínio, por vezes, há condóminos que não estiveram presentes e que pretendem alterar as decisões.

Reagir após a reunião de condomínio Mesmo que as decisões exijam unanimidade, como alterar o título constitutivo, destino a dar a bens ou partes comuns e obras de reconstrução, em caso de destruição do edifício superior a três quartos do seu valor, o condomínio pode aprová-las. Basta que com-pareçam à reunião, pelo menos, os representantes de dois terços do prédio. Ou seja, oito condóminos, se o prédio tiver 12 fracções. Mas quem faltou ainda vai a tempo de agir. As decisões do condomínio têm de ser comunicadas a todos os condóminos no prazo de 30 dias a contar da sua aprovação e registo no livro de actas. Os que não estiveram presentes têm 90 dias para comunicar por escrito (de preferência através de carta registada com aviso de recepção) ao condomínio se as aceitam ou não. Rejeitando-as ficam

faltar a uMa reuniãO

Como anular decisões Se forem tomadas decisões con-trárias ao regulamento ou à lei, tanto os au-sentes, como os condóminos presentes que votaram contra, podem alterá-la. No prazo de 10 dias devem pedir ao administrador de condomínio que convoque uma reunião ex-traordinária. Os presentes contam o prazo a partir da decisão e os ausentes da data em que a deliberação lhes é comunicada. Na nova reunião é possível anular decisões. Os condóminos que aprovem decisões do condomínio po-dem ainda propor uma acção em tribunal ou num julgado de paz, nos 20 dias posteriores à assembleia extraordinária. Caso esta não tenha ocorrido, o prazo passa a ser de 60 dias a contar da decisão.

Procuração para faltar à reunião de condomínio Quando sabe que não pode assistir a uma assembleia de condomínio, e sobretudo se estiverem em causa decisões impor-tantes, o ideal é nomear um procurador que o represente. Deve redigir uma procuração e especificar o sentido do voto p a r a cada assunto da reunião de condomínio.

Uma procuração é a forma legalmente re-conhecida de o condómino se representar nas assembleias de condomínio em que não possa estar presente. É muito útil, tanto para o inte-ressado, como para os outros condóminos, pois permite viabilizar decisões que, de outra forma, se poderiam arrastar.

Nós somos vida!

por Liliana Martins

“Nós somos quem somos, mas um pouco dos outros também”, diz a sabedoria popular.

Somos Vida.

Não celebramos a Vida de quem nos é querido?Não partilhamos a Vida com quem todos os dias vivemos? Não abraçamos a Vida de quem amamos?Não procuramos a Vida de quem admiramos?Não cuidamos da Vida que nos rodeia?Não embelezamos a Vida do Outro?Não rezamos pela Vida do Outro?Não nos alegramos com a Vida do Outro?Não lutamos pela Vida que acreditamos?Não damos graças todos os dias pela nossa Vida?Nós somos Vida, a Vida é um Dom!

A propósito da Vida, Madre Teresa de Calcutá escreveu:

sem efeito, dado que exigiam unanimidade. Quem não responder no prazo presume-se que concorda.Mesmo que faltem condóminos, as decisões que não exigem unanimidade podem ser aprovadas. Basta que seja respeitado o quórum. Sem este, em segunda con-vocatória, a assembleia de condomínio poderá deliberar por maioria dos votos presentes, desde que represen-tem, pelo menos, um quarto do valor do imóvel.

De uma forma ou de outra, nunca deixe de estar presente nasreuniões e lute sempre pelos seus direitos.

“A vida é uma oportunidade, aproveite-a...A vida é beleza, admire-a... A vida é felicidade, deguste-a... A vida é um sonho, torne-o realidade... A vida é um desafio, enfrente-o... A vida é um dever, cumpra-o... A vida é um jogo, jogue-o... A vida é preciosa, cuide dela... A vida é uma riqueza, conserve-a... A vida é amor, goze-o... A vida é um mistério, descubra-o... A vida é promessa, cumpra-a... A vida é tristeza, supere-a... A vida é um hino, cante-o... A vida é uma luta, aceite-a... A vida é aventura, arrisque-a... A vida é alegria, mereça-a... A vida é vida, defenda-a.”

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O legado de Baden-Powell

por Emanuel Silva

Mais um fim-de-semana de festa para os escuteiros de Santa Marinha No passado fim-de-semana, de 17 e 18 de Abril, tivemos o ponto alto do nosso ano escutista em Santa Marinha: as promessas dos nossos aspirantes e noviços.

Mas antes de vos falar das nossas Promessas vou falar-vos um pouco do nosso agrupamento.

Se existe um grupo onde a comunidade de Santa Marinha e do Candal se unem numa só, esse grupo é de certeza os escuteiros. O nosso/vosso agrupamento desde sem-pre foi constituído por elementos de outras comu-nidades e paroquias, contudo, hoje a percentagem de jovens paroquianos do Candal é cerca de 35% do nosso efectivo.

O agrupamento é constituído por 6 grupos di-vididos de forma etária e de acordo com o seu desenvolvimento psico-cognitivo, sendo que, temos :

Lobitos com jovens dos 6 aos 10 anos – efectivo 20 elementos

Exploradores com jovens dos 10 aos 14 anos – efectivo 18 elementos

Pioneiros com jovens dos 14 aos 18 anos – efectivo 19 elementos

Caminheiros com jovens dos 18 aos 22 anos – efectivo 4 elementos

Dirigentes – efectivo 8 elementos CPP (Comissão Permanente de Pais) – 6 casais

Com o agrupamento dividido desta forma, as actividades para as secções são preconizadas de acordo com os objectivos pedagógicos do CNE (corpo nacional de Escutas – Escutismo Católico Português) para cada uma das secções.

Tesouros em vasos de barro

por Pe. António Manuel Barbosa Ferreira

Infelizmente continuamos a viver numa sociedade onde muitos vivem em permanente estado de aflição. Não por questões de saúde ou até financeiras. Mas de falta de amor pelos outros. Todos sabemos que “ninguém dá o que não tem”! E quem não tem amor por si, nunca o terá pelos outros. Então sofre e faz sofrer. Um dos sentimentos que vivem é o da inveja, ou seja, “o senti-mento de desgosto e ódio simultâneos provocados pelo bem ou pela felicidade de alguém”.

A este respeito escreveu Cura d’Ars:

a inveja...

«Nunca devíamos esquecer que o primeiro mandamento da Lei de Deus é amar o próximo como a si mesmo. Disso mesmo nos lembrou Jesus, ao dizer: “Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei.”»

SOMOS INVEJOSOS

«Irrita-nos a felicidade dos outros. Há quem se vingue de tudo, quem esfarrape o bom nome do próximo, quem sinta pena da boa estima de que ele goza. Se louvam um amigo vosso, sem nada dizerem a vosso respeito, ficais aborrecidos; chegais até a ficar irritados ao ver os outros mais virtuosos, por pensardes que eles serão mais respeitados e amados... Se os louvam, sentis pesar... e dizeis: “Fulano não foi sempre assim; dantes era como os outros, fez tal ou tal coisa...”» «Os que se vangloriam de ser alguém por praticarem alguns actos de piedade, mas permanecem sempre domina¬dos pela raiva e pela inveja, encontrar-se-ão de mãos vazias no último dia...»

prOMessas

Mas por agora já chega de conversa em relação à organização do agrupamento e é chegada a altura de falarmos das nossas promessas que vi-vemos sobre o tema anual -“Unidos em Missão Construímos Futuro”. No sábado à noite tivemos a nossa Vigília de Oração que foi presidida peloChefe Filipe do agrupamento de Avintes, amigo de longa data do agrupamento e referência para alguns dos dirigentes do agrupamento em relação à Ani-mação da Fé. Como não podia deixar de ser, a beleza das suas intervenções vieram enrique-cer uma noite onde o grande objectivo é: preparamo-nos para o dia seguinte, onde va-mos assumir um compromisso que é para toda a vida… Quem nunca ouviu a expressão “escu-teiro uma vez, escuteiro para sempre”? Nesta noite, os jo-vens e pais foram convidados a reflectir sobre a sua missão enquanto escuteiros nesta sociedade onde o con-sumismo, o egocentrismo e a falta de valores são a regra e não a excepção. Já no Domingo a cerimónia foi brindada com umas bodas de prata de onde saiu reforçado

o valor família. A cerimónia, sempre animada pelo coro dos escuteiros, com músicas tipicamente escutistas, foi carregada de simbologia e de

sentimento… foi lindo… Todos aqueles jovens (em alguns o lenço desce abaixo da cin-tura por serem tão pequenos) senti-ram pela primeira vez o assumir de um compromisso perante Deus, a Igreja e a Comunidade. No caso dos mais velhos, a sua promessa é sinal de amadurecimento e respeito mas, principalmente, transmite a alegria que é renovarem o seu compromis-so… só mesmo estando presente se sentem estas coisas e é difícil transpô-las para o papel. Mas não terminou aqui. O CPP tinha organizado um convívio fantástico onde escuteiros e fami-liares partilharam o al-moço, divertiram-se e de certeza que saíram deste fim-de-semana com o espírito renova-do para o mundo, di-

zendo que “Unidos em Missão Construímos Futuro”.

Mais noticias nossas em breve…

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Nós por cá

Parece incrível a rapidez com que o tempo vai pas-sando. Já estamos a ter-minar Abril, um mês que para todos nós foi o mês (com)Vida.

A Missão 2010 reservou para este mês o “Compasso como anúncio e celebração festiva da Ressurreição”.

Na nossa paróquia, e como é habitual, na manhã do dia 4 de Abril reuni-mo-nos na igreja pelas 08h30 para celebrarmos a Ressurreição de Jesus. Isto depois de três dias repletos de celebração que nos lembraram os pas-sos de Jesus antes da Sua Ressurreição.Mas voltando ao Domingo de Páscoa... Este era um dia de grande festa pois celebrávamos a Ressurreição. Assim, todos os que iam participar no Compasso começaram bem cedo a preparar-se: vestir opas, pegar na cal-deirinha, na campainha, nas pagelas e seguir para o local da celebração.

ActividAdes dA PAróquiA

Partilho convosco o final da homilia proferida pelo nosso Bispo, Dom Manuel Clemente, no Domingo de Páscoa.

«(...)Se o próprio Cristo, coerência absoluta que era, se viu acusado e condenado injustamente por quem não recebia a luz que irradiava, quanto mais não seremos rejeitados hoje, se, mesmo falando d’Ele, O encobrirmos com as nossas sombras?!

Daqui irmãos a urgência de nos abrirmos inteiramente à luz do Ressuscitado, para que nos ressuscite também. Cinquenta dias pascais, para que a alegria que celebramos hoje permaneça e irradie em muita acção de graças a Deus e em muita presença pascal na sociedade, alargando as fronteiras da justiça, da solidariedade e da paz.

O Inverno longo e rigoroso que passámos dará lugar agora à Primavera mais luminosa. - Com a condição imprescindível e constante de nos convertermos de vez ao “Sol de Justiça que rebrilha nos céus”!»

D. Manuel Clemente, Sé do Porto, 4 de Abril de 2010”

por Alberto Fernandes

Quando eram 8h30 demos, então, início à celebra-ção de envio do Compasso. Durante a celebração ouvimos o Evangelho que nos contava que Jesus tinha ressuscitado e lançámos também preces pelas várias zonas da nossa paróquia. Quase no final,elementos das várias cruzes foram até aos “calvá-rios” espalhados pelo jardim da nossa igreja e, dando seguimento à campanha quaresmal, substi-tuíram as faixas roxas por faixas brancas (sinal de vida). Por fim, partimos a anunciar a ressurreição de Jesus. Pelas ruas da paróquia, cerca de 160 crianças, jo-vens e adultos anunciaram e celebraram o regresso à vida de Jesus. Sim, este ano contamos com mui-tas crianças que, respondendo ao convite dos cate-quistas, quiseram também participar nesta festa.Tudo correu bastante bem e as várias cruzes, depois de visitarem todas as casas do seu percurso, foram regressando à igreja. A tarde foi para descanso das “tropas” e por volta das 18h voltámos a reunir-nos

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No próximo mês

ActividAdes dA diocese

No resto da Diocese

O mês de Maio é dedicado a valorizar, renovar e purificar a devoção Mariana.

Para a Diocese do Porto, este que foi o mês (com)vida, ficou marcado por várias actividades relacionadas com os jovens.

A de maior destaque foi o Dia Diocesano da Juventude.

Este dia foi festejado a 11 de Abril, um Domingo, em que os vá-rios jovens das diversas zonas pastorais da diocese se juntaram em diferentes pontos. Os jovens da nossa zona pastoral junta-ram-se no Mosteiro de Leça do Balio.

na igreja para a visita pascal ao Lar Pe. Alves Correia. Depois de feita esta última visita pascal viemos para a igreja onde, num grande ambiente de festa, fizemos o encerramento deste dia marcante.Para terminar resta agradecer a todos os que partici-param no compasso e dizer que para o ano cá espe-ramos por vocês novamente...

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Mostra o Cartão Vermelho à Violência

por Tânia Teixeira

A prática da violência doméstica não é um problema social novo. Atravessa diferentes períodos históricos, desde os homens das cavernas que puxavam à força as mulheres pelos cabelos, passando pelos tempos medievais e inícios da industrialização, onde era comum o marido maltratar a esposa, e, infelizmente, ainda é um problema dos nossos dias.

A violência doméstica pode ser defi-nida como agressão/abuso físico ou psicológico de um membro da família em relação a outro(s) membro(s), ou mesmo entre pessoas que partilham a mesma habitação. Os principais alvos

são as crianças (com menos de 6 anos), as mulheres, os idosos e as pessoas mais vulneráveis como os deficientes. Este tipo de vio-lência passa por maus-tratos/espancamento, ameaças, intimidação, prisão domiciliária/privação de liberdade, incesto, abuso sexual, ex-ploração sexual e económica e mutilação sexual. Em 1998, a APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Víti-ma) divulgou que o fenómeno de violência contra as mulheres, “que durante muito tempo permaneceu silenciado no interior das famí-lias, está a ser cada vez mais denunciado e a ganhar visibilidade, começando a quebrar-se a cumplicidade pública e privada com que temos olhado para este problema”.

No presente mês, a secretária de Estado da Igualdade, Elza Pais, apresenta as portarias que regulamentam o regime de protecção às vítimas de violência doméstica, cujas queixas aumentaram10,1 por cento no ano passado. Foi definido um modelo de estatuto de vítima que prevê que o agressor pague uma indemnização à vítima e que todos os custos inerentes ao processo lhe sejam reembolsados. Vão ser estabelecidas novas medidas

Testemunho

“O meu marido sempre me bateu, desde o namoro. Há um dia em que a gente não aguenta mais e de-cide mudar de vida, sair, ter liberdade para ser feliz. Não foi fácil, tive de sair para uma cidade que não co-nhecia, ter um emprego que não era o meu (trabalho numa pastelaria); e agora já tenho uma casinha que é arrendada. É muito pequenina, mas tenho comigo a minha filha, que está na escola. A única coisa que eu lamento é não ter as coisas todas resolvidas no tribunal. Assim uma pessoa fica sempre presa a um passado que quer esquecer. Não me arrependo de ter deixado tudo para trás. Quando temos um problema destes, acho que temos de aceitar a ideia de perder algumas coisas para podermos ser livres. Eu perdi o meu emprego, algumas amizades, o convívio com os familiares, a minha casa e até algumas coisas sem valor, mas que eram recordações da minha mãe e que muito estimava. Tenho ainda muita amargura no coração, mas até a amargura eu hei-de vencer. É preciso dar tempo ao tempo e não esperar milagres. O que eu quero dizer é que é preciso ter esperança, mas não ficar quieta à espera que ele mude ou que venha alguém resolver um problema que nunca mu-dou, desde novos.

Hoje a minha filha é muito mais feliz, temos ami-gos, vizinhos, as minhas colegas são espectaculares. Tive apoio de várias instituições, fui ao Apoio à Víti-ma, bati às portas e fui corajosa. A minha filha e eu merecíamos uma vida melhor. Ainda nos falta muito para termos aquilo que sonhamos, e talvez a gente nunca chegue a ter tudo, mas isto já temos e foi re-sultado do nosso esforço. Somos guerreiras e a vitória faz-se por batalhas.”

Gertrudes Maria, 45 anos - Fonte: APAV

de apoio à vítima de agressão, como o uso da tele-assistência, que consiste na atribuição de um pager à vítima e da colocação de uma pulseira electrónica no agressor. Esta medida pode funcionar de forma autónoma ou em complementaridade com um sistema de vigilância electrónica. A reincidência neste tipo de crime é algo que está muito presente sendo, por isso, importante a sua prevenção. Contudo, é essencial construir uma consciência crítica como forma de com-bater este fenómeno da violência doméstica a vários níveis, quer seja na sociedade, como no Estado e nos privados.

A campanha “Mostra o Cartão Vermelho à Violência Doméstica” é uma iniciativa promovida pela União Europeia e que conta com a adesão de Portugal. Pretende-se que a sociedade reprove o maltrato e que denuncie as situações de violência doméstica. Cada gesto que mostre o Cartão Vermelho traduzirá a re-provação que todos e todas fazemos do maltrato: “a sociedade está alerta e defenderá de forma veemente a vítima.”

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Todos os dias ouvimos falar sobre este tema tão dramático, nomeadamente quando ocorre em contexto escolar e envolve crianças. Isto porque o bullying também pode ocorrer noutros cenários sociais, bastando para tal haver um agressor, uma vítima e um acto repetido de agressão. Aliás, o bullying sempre existiu, mas de uma forma menos descarada e grave!

Perante as imagens apresentadas na televisão, na internet, nos jornais e os factos narrados que passam de boca em boca, relativamente ao que se passa nas nossas escolas, sentimo--nos horrorizados, receosos pelos “nossos” mas, principalmente, impotentes. E o sentimento de impotência é um dos mais negativos que o ser humano pode experienciar, pois, geralmente, encontra-se preenchido pela ausência de espe-rança.

O que questiono relativamente a este assunto é o seguinte:

Bullying: É uma verdade ou uma consequência?Verdade:

Aceitamos (e “Pronto!”) que alguém agrida e que alguém seja agredido como algo que faz parte desta sociedade?

Consequência: Analisamos, explicamos e discutimos (e “Pronto”!) o porquê destas ocor-rências serem cada vez mais frequentes e pre-coces considerando a idade dos envolvidos?

E depois? O que fazemos? Olhamos para o lado?! Atiramos responsabilidades?

Mas, afinal o que é bullying? O bullying é descrito como um com-portamento que se caracteriza pela ameaça psicológica ou verbal (humilhação/intimida-ção) ou agressão física, que ocorre de forma intencional, repetida e sem qualquer motivo evidente. Apenas porque alguém assim o de-cidiu fazer! Este comportamento é praticado por um indivíduo ou um grupo de indivíduos tendo como alvo um outro ser humano ou um outro grupo. Simplesmente porque decidiram que assim o podiam fazer! Pode ocorrer de uma forma directa (geralmente mais usado pelos agressores mas-culinos) ou indirecta (geralmente mais usado pelos agressores femininos). Obviamente porque constataram que as consequências resultavam nulas ou quase nulas!

Quanto à agressão directa esta pode passar por:• Insultar/ameaçar sistematicamente a

vítima; • Agredir repetidamente a vítima, seja con-

tra o seu corpo ou contra a sua propriedade pessoal (material escolar, roupas, entre outros).

Relativamente à agressão indirecta, também conhecida por agressão social, pode incluir:

• Espalhar comentários sobre a vítima; • Recusar a socialização com a vítima e in-

timidar outros que o pretendam fazer; • “Criticar” aspectos socialmente significa-

tivos relativamente à vítima (incluindo a forma de vestir, etnia, religião, incapacidades, família,

‘Bullying’: Verdade ou Consequência?

entre outros);• Praticar o cyberbullying (criar páginas falsas

sobre a vítima em variados sites).

O Bullying resume-se ao Agressor e à Vítima? Não! Consideram-se os seguintes intervenien-tes:

1. Agressor; 2. Vítima; 3. Defenders (alunos que defendem as vítimas

e são contra o bullying); 4. Bystanders (alunos que presenciam a situa-

ção e reforçam positivamente a acção do agressor); 5. Outsiders (alunos que não se manifestam

nem de forma positiva nem de forma negativa pe-rante o bullying).

Podemos falar de um Perfil de Vítima? A potencial vítima pode ser uma criança ou um jovem que apresente determinada caracte-rística que a torne um alvo fácil, como por exemplo, ser mais gorda ou mais magra, gaguejar, usar ócu-los, ser bom aluno... Basta ter alguma característica que desperte a atenção do agressor, não neces-sita ser algo específico ou diferente. Geralmente, é apenas porque sim! Porque estava ali naquele pre-ciso momento! E PORQUE TEM MEDO DE FALAR!

E o Perfil do Agressor? Os agressores são descritos como pes-soas autoritárias, com uma forte necessidade de controlar e dominar. Existem estudos que apon-tam não para uma baixa auto-estima, mas para dificuldades sérias em controlar a frustração, em dominar o sentimento de inveja e ressentimento, em se colocar na posição do outro. Também se referem à preocupação excessiva com a auto--imagem e, principalmente, ausência de controlo do comportamento agressivo no decorrer da in-fância por parte das figuras parentais. Resumindo, o agressor aprendeu que podia magoar o outro, pois nada acontecia! Muitas vezes, até “ganhava” com esta situação!

E Consequências para a Vítima? Sentimento de inferioridade e de triste-za, desespero, problemas de relacionamento, isolamento social, baixa auto-estima, medo expe-rienciado com intensidade intolerável, medo de expressar emoções, fobia escolar, depressão e, em último caso, abuso de drogas e álcool e suicídio (designado por bullycide). MEDO! MEDO! MEDO!

O Que Fazer? Quase que se torna demasiado fácil su-gerir a Escola como principal interveniente e olhar para o lado! Aliás, não é o que tem vindo a ser fei-to? E então? Voltamos a apontar a Escola como o prin-cipal remediador ou interpretamos esta situação como um crime resultante de algo bastante com-plexo?

Olhamos para a Escola não como um Tribunal, mas como um edifício que reúne um conjunto de pes-soas essencialmente preparadas para “Ensinar”? Gritamos bem alto que a Escola tem ca-pacidade para proteger as vítimas e lidar com os agressores? Ou olhamos de frente e percebemos que, actualmente, até os próprios adultos que in-tegram a Escola são vítimas? O ser humano pode ser multifacetado, mas não se pode exigir assim tanto… Mais uma vez, não me parece existir a procura de solução, mas o “jogo do empurrão”. Efectivamente, pela forma como se aborda a Escola actualmente, quase que se po-dia designar pela “Escola do Cidadão”! Local onde tudo se resolve, tudo se faz, tudo se cria e “nada se transforma”… No entanto, esta é apenas a minha opinião! A Escola pode colaborar efectivamente, mas não pode mais uma vez ser a base de tudo e do todo. E também (na minha opinião), esta situação resume-se a uma questão de EDUCAÇÃO/EMPATIA/VALORES: Família e a Responsabilidade da Família e de Ser Família!

Algumas dicas… É Importante Intervir des-de os “Primeiros Passos Sociais” Enquanto Família! Falar e explicar simplesmente: Não é normal. Não tem piada. Implica consequências graves. Alguém está a sofrer! Pode e deve agir--se!

Algumas questões que podem ser abordadas com as crianças desde que estas manifestam capaci-dade de escuta (compreensão):

As pessoas podem ser diferentes? Têm esse di-reito?

O que é a igualdade? E o respeito pelo outro?Alguma vez se sentiram excluídos e como se sen-

tiram?É correcto fazer algo que magoa alguém, só

porque diz ser um líder, que lidera através do medo?Acham que o bullying só magoa as pessoas

quando existe agressão física? O mesmo não se passa quando são usadas atitudes e palavras depre-ciativas?

Já viram alguém ser vítima de bullying?O que poderiam fazer para terminar com uma

situação de bullying?Como pedir ajuda a um adulto?

O essencial é falar, conversar, dia-logar, orientar a criança a colocar-se na perspectiva do outro, educar com valores e regras coesas. E, principal-mente, não “passar” todas estas fun-ções para a Escola! Espero por vocês na próxi-ma edição! Até lá, falem sem medo!

por Marina Caldeira

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Na nossa creche

por Susana Melo

Realizou-se no Pavilhão Municipal de Amarante, a 20 de Março, o torneio de atletismo de pavilhão da zona norte, onde o Clube Des-portivo do Marco se sagrou campeão. Mais uma vez os jovens atletas brilharam, sendo alguns deles campeões.

A vista cá de cima

por Eduardo Morais

Olá a todos! Este mês resolvi escrever-vos sobre algo cada vez mais comum nos nossos dias. Tal como o título sugere, vou falar-vos do Pai cada vez mais semelhante à Mãe…no que respeita à educação do filho.

Os campeões da zona norte nos Benjamins B são, o atleta Albino Pereira e Jessica Neto. Almerinda Pereira é a vice-campeã da zona norte em Benjamins A. Bruno Neto em infantis masculinos é vice-campeão da zona norte. Por último, na categoria Benjamins A, André Silva em 3º lugar.

tOrneiO de atletisMO de pavilhãO da zOna nOrte

Albino Pererira Jessica Neto Equipa dos campeões

tal Mãe…tal pai!

Desde que a Mulher começou a afirmar-se quer a nível social, quer a nível económico, o seu papel familiar enquanto educadora começou a ser repar-tido com o seu cônjuge. Isto deveu-se sobretudo à emancipação da mulher no mundo. Na minha opinião, a emancipação da Mulher tornou-se clara, desde que ganhou o di-reito ao voto nos EUA. A sua posição social deu uma volta de 180º. Ou seja, desde esse momento, que a Mulher cada vez mais tem vindo a impor-se socialmente. Resumidamente, faço apenas referência aos cargos de alto nível que tem vindo a ocupar, quer no seio empresarial, quer no seio político. É claro e evidente que a Mulher por mais “omnipotente” que seja, não consegue lidar so-zinha, por variadíssimas razões, com o stress que existe ao educar uma criança. Desta maneira, o meio familiar teve de se adaptar à nossa realidade. A grande mudança é, a olhos vistos, o pa-

pel cada vez mais activo que o pai tem na educação da criança. É “normal” hoje em dia o pai chegar a casa mais cedo do trabalho e fazer o que era habitual na mãe. Ou seja, desde ir buscar o filho à escola, acompanhá-lo nos trabalhos de casa, preparar-lhe as refeições, organizar o próximo dia, e claro está, ajudá--lo a ser cada vez mais um ser humano sen-sato, honesto, educado e preparado para intempéries da vida. Qualquer mudança geralmente traz malefícios e benefícios. No fundo disto tudo, é com certeza que afirmo que quem mais lucrou com esta mudança na socie-dade (e ainda bem que é assim), foi a cri-ança. A criança deixou de ter “pontas soltas”. Uma das mãos está agarrada à mãe e a ou-tra ao pai. Tal como o “velho” ditado diz,

duas cabeças pensam e agem melhor que uma. A cri-ança actualmente, não só tem a mãe, como também tem um pai que a acompanha. Para comemorar o Dia do Pai, convidamos os pais das nossas crianças a virem até à nossa instituição para a realização de um placard alusivo ao dia. Até para o mês que vem….

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Aconteceu no nosso colégio

alunOs dO 4º anO visitaM O planetáriO dO pOrtO por Rui Sequeira e Sílvia Chantre

No dia 24 de Março, os alunos do 4º ano do Colégio realizaram uma visita de estudo ao Planetário do Porto. Nesta visita participaram numa das actividades propostas pelo Planetário: “Vítor à descoberta do Sistema Solar”. Os nossos alunos puderam assim aprender mais sobre o Sistema Solar. Foi uma tarde dife-rente e muito bem passada.

Peça de Teatro

PAPALAGUIPelo Grupo de teatro Pé de Vento

O Papalagui, ou seja, o Branco, o Senhor, é o nome dado aos discursos do Chefe de Tribo Tiavéa, ilha de Samoa. Tuiavii sentiu desejo de conhecer a longínqua Europa e, em 1910, juntou-se a um grupo de autóctones provenientes da Ásia que visitou todos os países europeus. Através dos seus olhos, descobrimos um outro lado da civili-zação europeia e como um indivíduo ainda intimamente ligado à Natureza nos vê, a nós e à nossa cultura. E isso com uma simplicidade que já perdemos. Ainda hoje, O Papalagui significa, para nós, a possibilidade de con-fronto e de diálogo entre várias culturas, como aventura espiritual que se mani-festa através do debate, da dúvida, do questionamento, da ruptura com a nossa solidão, abrindo as portas à comunicação intensa que o teatro torna possível.

TELEF: 226 108 924

QUANDO:De 27 Abr. a 21 MaioSáb.: 16h, 21.30h; Dom.: 16h

ONDE: Teatro da VilarinhaRua da Vilarinha 1386 – Porto

Este mês sugerimos-te …

visita de estudO à quinta pedagógiCa “O MOinhO”

Ler é o melhor remédio!

Leva os teus pais a passear

QUANDO A MÃE GRITAAUTORA: Jutta Bauer

Ao observarmos este pequeno álbum ilustra-do, percebemos que os pequenos pinguins sentemexactamente o que sentem as nossas crianças. Um diz, a mãe do nosso pinguim zangou-se: perdeu a paciência e deu um grito! O pequeno pin-guim ficou desfeito. A cabeça voou até ao espaço, o seu corpo foi pousar sobre as ondas do mar, as asas desaparecem no meio da selva, o bico anda perdido no meio dos montes e a cauda (imagine-se!) foi parar a uma grande cidade, no meio do trân-sito. Primeiro, as suas patas ficaram paralisadas, mas, depois, começaram a correr, até que chegaram ao deserto; aí, pararam para descansar. E porquê no deserto? Porque surgiu uma re-frescante sombra. Era a mãe do pequeno pinguim que, depois de ter gritado, fora ao encontro de cada pedaço do filho e com paciência, linha e agulha, já tinha unido quase todos, faltando só as patas. “Desculpa...”, disse ela, abraçando o filho e levando--o consigo. Através da sua magnífica ilustração (tão suave e ex-pressiva), Jutta Bauer não poderia ter encontrado melhor ma-neira de dizer esta palavra tão simples, “desculpa”, no momento certo. Com este livro, os filhos aprendem o quanto os pais os amam (mesmo quando perdem a paciência); e também os pais aprendem algo de importante: pedir desculpa e abraçar um filho não é um sinal de fraqueza, mas antes um sinal de amor.

saúde OralNas salas das turmas do 2º ano esteve um Encarregado de Educação de um dos alu-nos para dar uma palestra so-bre saúde oral. Nesta palestra, os alunos aprenderam todos os cuidados a ter para uma boa saúde oral. Em nome dos alunos e das professoras, o nosso Obrigado.

Os alunos do 3º realizaram uma visita de estudo à Quinta Pedagógica “O Moinho”. Fica situada em Guizande, a poucos quilómetros de Braga, inserida numa quinta rural. Oferece um espaço de campo, mata (com várias espécies arbóreas, vegetais e ani-mais) e água num total de 30 ha para que os seus visitantes possam apreciar a vida ao ar livre.

Os alunos participaram em várias actividades, tendo nelas um papel bastante activo. Neste dia passado no campo, os alunos estiveram em contacto com os animais, de forma a adquirirem um conhecimento mais profundo de cada um deles (o que comem, onde moram, a de-signação do macho, fêmea e cria, o período de gestação, a designa-ção do conjunto de animais e o que deles é usado pelos homens e de que forma: alimentação, vestuário, etc).

Andaram também de cavalo, tendo sido esta uma actividade muito apreciada.

Participaram no fabrico do pão, onde foram chamados à atenção para todas as etapas, des-de a sementeira do milho até à saída do forno. No final do dia, cada um dos alunos trouxe para casa o pão que fez. Foi um dia muito animado!

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“(...)é fundamental a vinculação de uma criança a um adulto seguro e disponível, não faz sentido aceitar que esse desígnio possa alguma vez ser bem substituído por uma instituição como a escola, por melhor que ela seja.”

Volto a ser repetente no assunto que vos trago este mês. Mas sendo este um assunto que interessa a todos os intervenientes do processo de educação (desde pais, educadores e professores, passando pelos próprios alunos), partilho convosco a opinião de outro grande “pensador” destas coisas: o Professor Daniel Sampaio. Neste texto volta-se, novamente, a questões tão básicas como a família, as responsabilidades de educar/ensinar e o tempo (dispendido com os empregos vs dispendido com os filhos). Certamente alguns pais irão concordar com o que aqui é escrito; outros rever-se-ão nos casos relatados… Seja qual for o lado em que estejam… Vale a pena pensar nisto!

Entre a fábula e a realidade

por Susana Ferreira

“COntra a esCOla-arMazéM

mental, são os promotores (tantas vezes únicos!) das regras de relacionamento interpessoal e dos valores éticos fundamentais para a sobrevivência dos mais novos. Perante o caos ou o vazio de muitas casas, os docentes, tantas vezes sem condições e sub-

mersos pela burocracia ministerial, acabam por conseguir guiar os estu-dantes na compreensão do mundo. A escola já não é, portanto, apenas um local onde se dá ins-trução, é um território crucial para a socializa-ção e educação (no sen-tido amplo) dos nossos

jovens. Daqui decorre que, como já se pediu muito à escola e aos professores, não se pode pedir mais: é tempo de reflectirmos so-bre o que de facto lá se passa, em vez de ampliarmos as funções dos estabelecimentos de ensino, numa direcção desconhecida. Por isso entendo que a proposta de alargar o tempo passado na escola não está no caminho certo, porque arriscamos transfor-má-la num armazém de crianças, com os pais a pensar cada vez mais na sua vida profissional.

A nível da família, constato muitas vezes uma diminuição do prazer dos adultos no convívio com as crianças: vejo pais exaus-tos, desejosos de que os filhos se deitem depressa, ou pelo menos com esperança de que as diversas amas electrónicas os mante-nham em sossego durante muito tempo. Também aqui se impõe uma reflexão sobre o significado actual da vida em família: para mim, ensinado pela Psicologia e Psiquiatria de que é fundamen-tal a vinculação de uma criança a um adulto seguro e disponível, não faz sentido aceitar que esse desígnio possa alguma vez ser bem substituído por uma instituição como a escola, por melhor que ela seja. Gostaria, pois, que os pais se unissem para reivindi-car mais tempo junto dos filhos depois do seu nascimento, que fizessem pressão nas autarquias para a organização de uma rede eficiente de transportes escolares, ou que sensibilizassem o mundo empresarial para horários com a necessária rentabili-dade, mas mais compatíveis com a educação dos filhos e com a vida em família.

Aos professores, depois de um ano de grande desgaste emocio-nal, conviria que não aceitassem mais esta “proletarização” do seu desempenho: é que passar filmes para os meninos depois de tantas aulas dadas - como foi sugerido pelos autores da pro-posta que agora comento - não parece muito gratificante e con-tribuirá, mais uma vez, para a sua sobrecarga e para a desres-ponsabilização dos pais.”

Daniel Sampaio

Merece toda a atenção a proposta de escola a tempo inteiro (das 7h30 às 19h30?), formulada pela Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap). Percebe-se o ponto de vista dos proponentes: como ambos os progenitores trabalham o dia inteiro, será melhor deixar as crianças na escola do que sozinhas em casa ou sem controlo na rua, porque a escola ainda é um território com relativa segurança. Compreende-se também a dificuldade de muitos pais em assegurarem um trans-porte dos filhos a horas convenientes, sobretudo nas zonas urbanas: com o trânsito caótico e o patrão a pressionar para que não saiam cedo, será melhor trabalhar um pouco mais e ir buscar os filhos mais tarde.

Ao contrário do que parecia em declarações minhas mal trans-critas no PÚBLICO de 7 de Fevereiro, eu não creio à partida que será muito mau para os alunos ficar tanto tempo na escola. Quando citei o filme Paranoid Park, de Gus von Sant, pretendia apenas chamar a atenção para tantas crianças que, na escola e em casa, não conseguem consolidar laços afectivos profundos com adultos, por falta de disponibilidade destes. É que não con-sigo conceber um desenvolvimento da personalidade sem um conjunto de identificações com figuras de referência, nos diver-sos territórios onde os mais novos se movem.

O meu argumento é outro: não estaremos a remediar à pressa um mal-estar civilizacional, pedindo aos professores (mais uma vez...) que substituam a família? Se os pais têm maus horários, não deveriam reivindicar melhores condições de trabalho, que passassem, por exemplo, pelo encurtamento da hora do almoço, de modo a poderem chegar mais cedo, a tempo de estar com os filhos? Não deveria ser esse um projecto de luta das associações de pais?

Importa também reflectir sobre as funções da escola. Temos na cabeça um modelo escolar mui-to virado para a transmissão concreta de conhecimentos, mas a escola actual é uma se-gunda casa e os professores, na sua grande maioria, não fa-zem só a instrução dos alunos, são agentes decisivos para o seu bem-estar: perante a in-disponibilidade de muitos pais e face a famílias sem coesão onde não é rara a doença

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2010

Mãe...

por Andreia Fão... aMuletO e prOteCçãO que aCOlhe COM COlO e COraçãO!Neste primeiro Domingo de Maio, queremos com estas breves palavras homenagear todas aquelas que «…pela imen-sidão de seu amor, têm um pouco de Deus, e muito de Anjo pela incansável solicitude dos cuidados seus…»

D. Ramóm Angel Jara (Bispo e Orador Chileno).

Às Mães que apesar das canseiras, dores e trabalhos, sorriem e riem, felizes, com os filhos amados ao peito, ao colo ou em seu redor; e às que choram, doridas e inconsoláveis, a sua perda física, ou os vêem “perder-se” nos perigos inúmeros da sociedade violenta e desumana em que vivemos;

Às Mães ainda meninas, e às menos jovens, que contra ventos e marés, ultrapassando dificuldades de toda a ordem, têm a valen-tia de assumir uma gravidez - talvez inoportuna e indesejada – por saberem que a Vida é sempre um Bem Maior e um Dom que não se discute e, muito menos, quando se trata de um filho seu, pequeno ser frágil e indefeso que lhe foi confiado;

Às Mães que souberam sacrificar uma talvez brilhante carreira profissional, para darem prioridade à maternidade e à educação dos seus filhos e às que, quantas vezes precisamente por amor aos filhos, souberam ser firmes e educadoras, dizendo um “não” oportuno e sal-vador a muitos dos caprichos dos seus filhos adolescentes;

E, quando cremos que já se disse quase tudo sobre estas maravilhosas colaboradoras de Deus, deixo-vos com algumas ternurentas frases dos nossos alunos do pré-escolar:

Às Mães precocemente envelhecidas, gastas e doentes, tantas vezes esquecidas de si mesmas e que hoje se sentem mais tristes e magoadas, talvez por não terem um filho que se lembre delas, de as abraçar e beijar...;

Às Mães solitárias, paradas no tempo, não visitadas, não dese-jadas, e hoje abandonadas num qualquer quarto, num qualquer lar, na cidade ou no campo, e que talvez não tenham hoje, nem uma pessoa amiga que lhes leia ao menos uma carta dum filho…;

Às Mães que não tendo dado à luz fisicamente, são Mães pelo coração e pelo espírito, pela generosidade e abnegação, para tantos que por mil razões não tiveram outra Mãe...

Às Mães queridíssimas que já partiram deste mundo e que por certo repousam já num céu merecido e conquistado a pulso e sa-crifício…

«A mãe é linda. Eu gosto muito de brincar com a mãe!»(Tiago, 4 anos)

«A mamã é uma queriducha, brinca comigo e às vezes vê televisão comigo. A mãe é a minha amiga de sempre!»

(Beatriz, 4 anos)

«Eu gosto de brincar com a mãe no jardim. A mãe faz comida para mim e eu gosto muito. Eu gosto muito da mãe»

(Francisco, 3 anos)

«Eu gosto de fazer bolos com a minha mãe e de passear com ela. A mãe gosta dos meus desenhos. Eu gosto de dar flores à mãe e gosto muito dela» (Inês, 3 anos)

«Gosto de ir com a mãe às compras porque uma vez comprou uma pizza que era só chegar a casa e aquecer»

(Maria, 6 anos)

«Eu gosto da minha mãe porque dá-me abraços, miminhos e beijinhos» (Afonso, 5 anos)

«Eu gosto da minha mamã porque ela brinca comigo às escondidas» (Beatriz, 6 anos)

«Eu gosto da mamã porque é minha amiga» (Carolina, 5 anos)

«Eu gosto da minha mamã porque me adormece» (Inês, 5 anos)

«A minha mãe tem óculos, chama-se Teresa e tem um 3 e um 5 (idade). Eu fiz (desenhei) um vestido e gosto muito de fazer um laço à minha mãe, para ela ficar bonita. É bonita e alegre. Ela faz carne às bolinhas, que é almôndegas e arroz e cogumelos. Adoro brincar com a minha mãe: pintar, cozinhar… Às vezes é gulosa… só no Verão ela come gelados» (Inês, 4 anos)

«Quando vou ao Parque da Pasteleira com a mãe, arranco uma folha para ver como cheira» (Ricardo, 6 anos)

A todas as Mães, a todas sem excepção, um Abraço e um Beijo cheios de simpatia e de ternura! E Parabéns, mesmo que ninguém mais vos felicite! E Obrigado, mesmo que ninguém mais vos agradeça!(Fonte: APFN – Associação Portuguesa de Famílias Numerosas)

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Maria, Mãe da Igreja e nossa Mãe, recolhemos nas nossas mãos tudo o que um povo é capaz de Vos oferecer: a inocência das crianças, a generosidade e o entusiasmo dos jovens, o sofrimento dos doentes, os afectos mais verdadeiros cultivados nas famílias, o cansaço dos trabalhadores, as preocupações dos desempregados, a solidão dos anciãos, a angústia de quem procura o verdadeiro sentido da existência, o arrependimento sincero dos que se perderam no pecado, as intenções e as esperanças dos que descobrem o amor do Pai, a fidelidade e a dedicação dos que gastam as suas energias no apostolado e nas obras de misericórdia. Ó Virgem Santa, faz de nós corajosas testemunhas de Cristo. Queremos que a nossa caridade seja tão autêntica, que conduza à fé os descrentes, conquiste os hesitantes e a todos atinja. Concede, ó Maria, que a comunidade civil progrida na solidariedade, decida com autêntico sentido de justiçacresça cada vez mais na fraternidade. Ajuda-nos a todos a elevar os horizontes da esperança até às realidades eternas do Céu. Virgem Santíssima, confiamo-nos a Ti e invocamos-Te, para que a Igreja testemunhe o Evangelhoem cada uma das suas opções, para que resplandeça diante do mundoo rosto do Teu Filho e nosso Senhor, Jesus Cristo.

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