abril 2013 - Clube Galp Energia · Uma das mães de um dos nossos alunos ficou muito sensibilizada...
Transcript of abril 2013 - Clube Galp Energia · Uma das mães de um dos nossos alunos ficou muito sensibilizada...
abril 2013 Flas
h 191
Solidariedade
Filhos do Coração
Capa
Próximas Realizações Capa
Um Dia … 2
Bairro do Panda 14
Viagem ao
Arquipélago dos Açores
15
Vamos aos Museus 25
Workshop de Decoração
de Bolos - Nível I
29
Relatório e Contas 2012 30
Sorteados 8
Destaques
Próximas Realizações
04 maio - Campeonato Interno
de Karting Masculino em Palmela
04 maio - Workshop Ikebana
11 maio - Futebol de 11:
Veteranos
11 maio - Final do Campeonato
Interno de Karting Masculino
18 maio - Karting
para crianças e jovens em
Palmela
19 maio - Pesca de Mar: Peniche
21 maio - Passeio de Twizy’s em
Óbidos
25 maio - Bowling Feminino em
Sesimbra
25 e 26 maio - Campeonato
Nacional da 2ª Divisão em Pesca
Desportiva
28 maio - Rihanna
08 junho - ZOO de Lisboa
O espetáculo Filhos do Coração, no Teatro Tivoli, foi um sucesso entre
as famílias que aceitaram o convite para estarem presentes.
Ninguém ficou indiferente às diferenças sentidas entre a comodidade
das nossas vidas, em paralelo com as necessidades das vidas de muitos
outros.
Uma das mães de um dos nossos alunos ficou muito sensibilizada com a
história e com o espetáculo. De tal forma que até comprou o livro, para
dar seguimento ao conhecimento da causa.
Educadora do Centro de Ocupação e Tempos Livres da Estímulo
Solidariedade - Teatro Infantil
Filhos do Coração - O Espetáculo
abril 2013 Page 2
Um dia … no Museu do Oriente e no Pavilhão Tailandês
2 de março de 2013
Nunca tinha visitado o Museu do Oriente… Já tinha pensado fazê-lo por diversas vezes, mas surgia
sempre qualquer impedimento que não me deixava ir.
Até que desta vez foi mesmo: às 9:15 horas daquele sábado lá estava junto da entrada do Jardim
Zoológico, no local habitual, à espera do autocarro que nos levaria ao Museu. Desta vez, foi o Daniel
Bertelo que acompanhou o grupo de 20 pessoas.
Iniciámos a visita ao Museu um pouco depois das 10 horas. O guia Alexandre Correia mostrou ser uma
pessoa de discurso fácil e fluente, conhecedor e bem-disposto, intercalando as explicações com
relatos de situações por que passou ao longo dos seus já 7 anos naquelas funções, o que contribuiu
para que as quase 3 horas de visita passassem sem se dar por elas. O Museu do Oriente está instalado
no edifício Pedro Álvares Cabral, antigo armazém da Comissão Reguladora do Comércio do Bacalhau,
em Alcântara, em Lisboa. O edifício foi construído em 1939 / 40 e destinava-se a armazenar bacalhau.
Mais tarde, foi também armazém de laranjas, mas verificou-se que, ao fim de 8 dias, as laranjas
sabiam a bacalhau e tiveram de ser armazenadas noutro local. O Museu do Oriente foi inaugurado a 8
de maio de 2008 e em junho de 2010 foi classificado como Monumento de Interesse Público. Este
Museu foi muito criticado quando abriu as suas portas, porque se dizia que era muito escuro. Mas essa
ausência de luz foi aproveitada da melhor maneira, dando assim um maior realce às peças expostas e a
verdade é que já ganhou alguns prémios internacionais. O teto é lindíssimo, da autoria de Carrilho da
Graça, e é feito de quadrados enormes de um material metálico refletor, que dá a sensação de que o
teto é muito alto, quando na realidade não o é! Foram aproveitadas as câmaras frigoríficas, que
estavam cheias de bacalhau até ao teto e os pilares que as sustentavam. Estes pilares estão
disfarçados nas vitrinas onde estão expostos os objetos.
Neste Museu temos duas grandes exposições permanentes: uma delas é acerca da presença
portuguesa na Ásia, com destaque para os vários biombos chineses e japoneses dos séculos XVII e
XVIII, várias peças de arte japonesa e uma coleção de peças de porcelana brasonada da Companhia
das Índias, bem como numerosas peças relacionadas com as culturas dos povos de Timor.
abril 2013 Page 3
Um dia … no Museu do Oriente e no Pavilhão Tailandês
2 de março de 2013 A outra exposição é acerca dos deuses da Ásia, constituída por cerca de 13 mil peças das artes de
toda a Ásia e das grandes mitologias e religiões populares que são expressão das mesmas.
Pudemos observar as peças mais significativas da coleção, começando pelos móveis indo-portugueses.
O design dos móveis não é oriental, é ocidental. Aquando da nossa colonização, influenciávamos os
povos, mas também fomos influenciados por eles. Quando um nobre ia passar um dia fora de casa,
levava consigo a cama, as cadeiras, as mesas, as roupas, as louças, enfim, tudo aquilo de que
necessitava para o seu dia-a-dia. Nessa altura os móveis eram completamente lisos. Vemos uma
cadeira com um espaldar alto, pois quanto mais alto era, mais o seu dono subia na hierarquia social.
Quando chegámos à Ásia, levávamos os móveis connosco. Mas a mesa asiática é circular e
extremamente baixa. Os asiáticos sentam-se no chão em almofadas luxuosas, de seda e brocado. Mas
um nobre português não abdica das suas cadeiras e das suas mesas. Começamos a pôr nos nossos
móveis muito simples o luxo do mobiliário asiático com embutidos de marfim e madre-pérola. As
nossas cadeiras que eram pesadas e compactas transformam-se em cadeiras leves, com o fundo e as
costas de palhinha para permitir a circulação de ar, pois os nossos nobres com as suas roupas pesadas
e submetidos a temperaturas elevadas, transpiravam muito nas cadeiras compactas e isso era
extremamente incómodo.
abril 2013 Page 4
Um dia … no Museu do Oriente e no Pavilhão Tailandês
2 de março de 2013
Assim, nascem as cadeiras com buracos, que funcionavam como ar condicionado. A altura do espaldar
desce drasticamente e surgem os móveis decorados, pois a decoração dos mesmos mostra a riqueza
da pessoa: quanto mais luxuosa é a peça, mais importante é a família que a possui.
Vemos agora a peça mais importante deste museu, que atraiu a atenção da Comissão Internacional de
Arte: é um chapéu que, provavelmente, foi usado numa batalha. Nós fomos o primeiro povo a chegar ao
Japão em 1543 e os japoneses acharam-nos muito feios, com grandes narizes e grandes olhos –
éramos considerados um erro genético. Ficaram espantados com as nossas roupas – rendas, brocados,
adamascados e também com os nossos acessórios, sobretudo com os chapéus. Um nobre japonês
chegou a mandar fazer para si um chapéu igual aos nossos. Este chapéu exposto que é tão valioso, é
feito na técnica da lacagem das armaduras japonesas e, em vez de chapéu, chegou a ser um capacete
de guerra, em lugar dos capacetes tradicionais. É de cerca de 1600. Mas tinha o inconveniente de
deixar o pescoço a descoberto, o que nas batalhas era bastante perigoso.
Nos biombos pintavam coisas vulgares que davam nas vistas. Quando os nossos comerciantes chegaram
ao Japão já lá viviam e estavam instalados os jesuítas. O biombo exposto é muito importante para
fornecer dados sobre a história. O templo que vemos e que parece uma casa ou uma escola, é uma
igreja. Os jesuítas têm criados e escravos. Há uma escola com crianças. Há um jesuíta de braço
estendido, a apontar. Quando éramos pequenos ensinaram-nos que não se estende o dedo para apontar
– nós estendemos as mãos. Os jesuítas falam japonês e servem de intérpretes. Os escravos não usam
nada daquilo que dá estatuto social aos europeus. Nós tínhamos uma pele muito branca. Os pobres têm
a pele curtida pelo sol. Quanto mais branca é a pele mais elevado é o estatuto social da pessoa. Todos
os portugueses usam chapéu. Os japoneses não. Os japoneses usam na sua vida diária mais de 150
expressões portuguesas. Nós usamos biombo, que é uma palavra japonesa. Por exemplo, no Japão a
palavra chunga não é calão – é banda desenhada japonesa pornográfica. Isto foi muito chocante para
os portugueses: verem sexo explícito. Daí a expressão chunga ter uma conotação de coisa ordinária.
Sácáná é um peixe pequeno, vermelho e preto, com olhos grandes.
abril 2013 Page 5
Um dia … no Museu do Oriente e no Pavilhão Tailandês
2 de março de 2013 Assim, os japoneses olharam para nós e chamaram-nos sácánás. Introduzimos no Japão uma série
de animais, como o coelho e a galinha, que assustou extremamente os japoneses. Isto tem um
grande significado na gastronomia do Japão. Os japoneses comiam tudo cozido ou grelhado e nós
introduzimos o frito (o tempura).
Temos uma grande capacidade de adaptação a outras civilizações. Esquecemos os nossos hábitos,
esquecemos tudo o que é nosso. Os outros povos europeus não fazem isso. Isto acontece em todas
as classes, inclusive na Igreja, que se ambientou muito bem, com os jesuítas e franciscanos. Os
franceses chegaram pela primeira vez à Tailândia 160 anos depois dos portugueses lá estarem. No
fim, acabámos por ser expulsos do Japão e da China. Tudo foi completamente arrasado. Temos aqui
dois mártires asiáticos, crucificados. Vemos que um está vestido a rigor, com a cabeça rapada e
uma trança e vestes chinesas. Está descalço – o que significa humildade. Têm flores nas vestes – ou
flores de lis ou flores de lótus. Os presos eram decapitados ou esventrados, mas nós fazíamos o
mesmo com a Inquisição.
Chegamos agora à parte que trata de Macau – em 1513 chegámos à China e quisemos fundar um
entreposto comercial com a China. Chegámos ao Japão no mesmo ano. No Japão fundámos Nagasaki,
que foi destruída juntamente com Hiroshima, quando foi largada a bomba atómica. Entre o Japão e
a China circulam juncos japoneses recheados de riquezas. O imperador do Japão ficava furioso
sempre que os piratas atacavam os juncos e pediu-nos ajuda. Os piratas começaram a fugir dos
nossos navios, altos e cheios de canhões. Daí a expressão: varreram tudo a tiro de canhão. Espalha-
se a notícia que Portugal tem armas indestrutíveis. Portugal é a super-potência mundial com um
potencial de fogo de canhão de 600 metros. O imperador chama-nos lá e Portugal dizima a pirataria
que atuava entre o Japão e a China. Mas os chineses não nos querem a viver no seu território e dão-
nos Macau, onde já vivem algumas pessoas. A deusa venerada em Macau era Amá. Porco em
mandarim diz-se Kao. Então a junção das duas palavras deu Amacau e Amacau evoluiu para Macau.
Macau era chamada a árvore das patacas – entra tanto dinheiro em Macau com os negócios, que
parece que o dinheiro nasce nas árvores. Tudo o que vinha da China era bom e barato.
abril 2013 Page 6
Um dia … no Museu do Oriente e no Pavilhão Tailandês
2 de março de 2013 Comercializámos três produtos com o Oriente: porcelana, seda e chá (até 1580). A corte
portuguesa era a corte que na altura ditava as modas para as outras cortes europeias – mas na
Europa consideravam que em primeiro lugar estava a corte francesa, depois estavam divididos
entre Inglaterra e França e depois vinha a Áustria e a Itália e a seguir vinha a nossa, considerada
como feia, porca e má.
Por exemplo, no que diz respeito aos leques, vemos que há duas senhoras muito importantes na
divulgação do leque: D. Catarina mulher de D. João III e D. Catarina de Bragança. Antes disso, as
senhoras usavam uma ventana, semelhante aos abanos dos fogareiros a carvão, que cansava o pulso
ao fim de 30 minutos. D. Catarina, mulher de D. João III, encomendou 200 leques, que ofereceu às
damas da corte e às suas parentes na Europa. Numa altura em que as pessoas não se podiam tocar
em público, as senhoras utilizam um código secreto com os leques para com os seus amados.
O chá mostra como uma simples planta e a infusão que daí resulta tem um papel preponderante no
desenvolvimento de uma determinada civilização e nas trocas culturais entre as diferentes
civilizações. Esta exposição mostra o papel de Portugal como intermediário no conhecimento do chá
entre o Oriente e a Europa. Os serviços de porcelana para chá têm entre 500 e 900 peças – esta
porcelana é feita na China ao gosto ocidental, para ser vendida a nós. Compramos serviços com
motivos chineses, mas isso cansa depressa. Depois aparece um serviço com as armas de uma
determinada família, em seguida aparece esse mesmo serviço, mas com borboletas, a seguir vem um
outro que tem florezinhas. E as famílias abastadas compravam todos. No fim das refeições partiam
a louça toda: se o Rei jantasse em casa de um nobre, era uma honra tão grande para esse nobre,
que a louça era toda partida, a fim de que mais ninguém a usasse. Era uma forma discreta de
bajular o Rei, de dizer que eram importantes, ricos, que o seu estatuto social era elevado. Se os
jantares eram em barcos, a louça era lançada para fora dos mesmos, mas atrás dos bergantins dos
nobres vinham barcos com escravos a apanhar a louça com redes.
abril 2013 Page 7
Um dia … no Museu do Oriente e no Pavilhão Tailandês
2 de março de 2013 Culturas dos Povos de Timor: Quando o cristianismo chegou aos povos de Timor verificou-se que
eles matavam milhares de animais que colocavam nos túmulos para servirem o morto na outra vida.
Mas assim ficavam sem os animais, ficavam pobres, e então arranjaram figuras de substituição,
levadas pelos portugueses. Um cortejo fúnebre podia ter de 13 a 130.000 peças. Ao longo da nossa
história temos poucos escultores. Vemos um cavalo, onde há a junção de duas civilizações: restos
de um período helenista e dois círculos que estão no flanco do animal – é o sol, símbolo da energia.
Usava-se a meia-lua na fronte para as senhoras. Se uma pessoa usasse os dois símbolos (sol e meia-
lua), isso significava que era um chefe, uma pessoa de poder.
A bola na pata direita de um dragão é sinónimo de prosperidade e na esquerda é sinónimo de
felicidade.
Vemos agora a segunda maior coleção do mundo de frascos de rapé. É de Machado de Castro.
O rapé é tabaco moído em pó. De início tem propriedades terapêuticas – é usado para as dores de
cabeça e enxaquecas.
Depois, os ingleses introduziram o ópio na China. Foi nesta altura que foi fundada a cidade de Hong-
Kong. O ópio fez concorrência aos frasquinhos de “chelique”, com sais. As senhoras usavam roupas
muito espartilhadas e pesadas e, com o calor, verificavam-se quebras da tensão arterial e as
senhoras desmaiavam. Eram então usados os frasquinhos de “chelique” – se uma pessoa cheirasse
este fraquinho umas 40 vezes ficava completamente “pedrada”.
Chegamos agora à coleção de peças de porcelana brasonada: No gosto oriental a porcelana é
monocromática, em tons de azul.
Finalmente vimos três armaduras japonesas de períodos diferentes – o “design” das armaduras é
feito em sentido descendente e o capacete é construído em cascata, que cai para baixo e protege o
pescoço.
abril 2013 Page 8
Um dia … no Museu do Oriente e no Pavilhão Tailandês
2 de março de 2013 Para se reconhecerem na batalha
com as armaduras vestidas, os
guerreiros usavam uma bandeirola
no alto do capacete que indicava a
que lado da batalha pertenciam.
Mas isto era complicado, porque
durante as batalhas era natural que
as bandeirolas desaparecessem e os
guerreiros matassem os seus
próprios companheiros, em lugar
dos inimigos.
Chá: O mito diz que um dia o imperador do Japão obrigou toda a gente a beber água fervida, por
causa de uma epidemia. A certa altura, o imperador estava sentado debaixo de uma árvore e na
taça com água quente caíram duas folhinhas dessa árvore. O imperador achou que as folhinhas
tinham dado um paladar muito agradável à água e foi assim que surgiu o chá. Os holandeses
divulgaram o chá. Para nós o chá é lúdico: proporciona momentos de convívio. Para se beber o chá,
no Oriente usam-se taças. No Ocidente põem pegas e um serviço ocidental de chá tem de ter
colheres, leiteira, açucareiro, bomboneiras, compoteiras – tudo isto foi inventado por nós.
Quando compramos um bule compramos um bule simples. Mas depois verificamos que não temos um
bule com flores de lótus, nem com galos, nem com flores em relevo, e compramos todos os serviços
de chá. Uma das peças mais raras do Museu é o serviço de chá preto, o que é muito pouco visto,
porque o preto está associado ao luto. Em 1788, com a Revolução Francesa, a sociedade muda
radicalmente e as pessoas que não tinham dinheiro para comprar serviços de porcelana, agora
compram tudo, e no início do século XIX qualquer rapariga que se casa adquiria um serviço de chá.
abril 2013 Page 9
Um dia … no Museu do Oriente e no Pavilhão Tailandês
2 de março de 2013 Depois surgem os serviços de chá em prata. Somos nós que inventamos estes serviços de chá.
Vemos um serviço muito simples usado por D. Maria para todos os dias, mas quando recebia alguém
importante, usava um serviço de chá em prata com um desenho mais rebuscado.
Surgem as mesas de pé de galo, depois as mesas de andares, com tudo o que é necessário para
servir com o chá. Surgem também os serviços “tête-à-tête”. Deste modo, os criados eram
dispensados para não ouvirem o que se dizia. Começam-se também a usar os samovares.
As crianças brincavam com os serviços de chá pequenos e, quando cresciam já conheciam toda a
etiqueta ligada ao chá.
Foi graças a D. Catarina de Bragança que surgiu a marmelada. Esta rainha também adorava
tangerinas, que comia depois das refeições. Foi ela que ensinou os ingleses a comer de faca e garfo.
O Cardeal Richelieu inventou a faca de ponta redonda, que é agora usada nos queijos. D. Catarina
de Bragança introduziu também o “tea garden party” para o qual eram convidadas todas as damas
da corte. Quem não aparecia, era porque estava a ter um “affair” com o rei. Diz-se que quem
introduziu o chá em Inglaterra foi a Duquesa de Bedford, que viveu no século XIX, mas o que ela
introduziu foi o chá das 5 horas.
Estávamos prestes a chegar ao fim da visita. Numa vitrine vimos uma espécie de grande trono em
prata com alguns dos mais importantes deuses indianos. O Hinduísmo é a principal religião da Índia
e tem mais de 10 mil anos de existência; é a 3ª religião do mundo. A sua ideologia baseia-se numa
trindade principal formada pelos deuses Brahma, Vishnu e Shiva.
Vishnu é a manifestação direta do supremo, encarregada da criação cósmica, o que preserva a vida
no planeta. É o deus principal da trindade hindu, é a fonte original de todos os avatares e deuses
(avatar é uma manifestação corporal de um ser imortal, segundo a religião hindu, por vezes até do
ser supremo. Significa descida, denotando normalmente encarnações de Vishnu, tais como Krishna).
abril 2013 Page 10
Um dia … no Museu do Oriente e no Pavilhão Tailandês
2 de março de 2013 Saraswathi é a esposa de Brahma, a deusa da criação. Por vezes pode ser vista montada num cisne,
tocando um instrumento de cordas. Está sempre sobre uma flor de lótus, o que indica a sua
transcendência.
Shiva é o supremo dos deuses, é o deus da renovação. É transcendental a qualquer desejo ou ilusão
material e põe equilíbrio no planeta. É o pai de Ganesha, o deus elefante, o deus da boa sorte e
prosperidade.
Ganesha é também o deus dos comerciantes, da prosperidade, da prudência, da política e da
sagacidade. Renova a vida e destrói as dificuldades. Carrega nos seus diversos braços um machado,
que corta todo o mal. Dizem que uma pessoa que reze a Ganesha, nunca encontra obstáculos na vida,
que não possa superar.
Uma coisa que é muito importante para compreendermos a cultura indiana é a crença na
reencarnação, que, para os hinduístas, tal como para muitas outras religiões, é um preceito básico e
que não se pode contestar.
abril 2013 Page 11
Um dia … no Museu do Oriente e no Pavilhão Tailandês
2 de março de 2013 Na filosofia indiana a vida é um eterno retorno, que gravita em círculos concêntricos. Os percalços
do caminho não são motivo de ira e os erros não são uma questão de pecado, mas de imaturidade da
alma. O ciclo completo da vida deve ser percorrido e a posição da pessoa em cada vida é
transitória.
A visita a este belíssimo Museu tinha chegado ao fim. Seguimos então para a zona das Docas, onde
um agradável almoço nos esperava no Restaurante “Las Brasitas”.
Depois do almoço dirigimo-nos para os jardins de Belém, para visitar o Pavilhão Tailandês, que foi
oferecido a Portugal pelo Governo da Tailândia, para comemorar os 500 anos de relações
diplomáticas entre os dois países, que se completaram em 2011.
Esperavam-nos o Primeiro Secretário da Embaixada da Tailândia – Sr. Kasemsan Thongsiri e uma
intérprete. Durante as celebrações dos 500 anos tiveram lugar várias atividades desportivas e
culturais e o Governo Tailandês quis oferecer-nos uma coisa que perdurasse. Daí a oferta do
pavilhão! Além de ser o marco dos 500 anos, o Pavilhão serve para pequenas reuniões, abrigos, … .
Quando o Rei da Tailândia veio numa viagem à Europa, decidiu oferecer pavilhões apenas a países
que tivessem relações de longa data com a Tailândia. Este é o mais recente. As autoridades
portuguesas deram autorização por meio de conversações tidas com o Presidente da Câmara
Municipal de Lisboa. Na Tailândia foram escolhidos 12 arquitetos para fazerem a construção.
Nestes casos, tem de haver uma identificação com o país, o arquiteto identifica-se com alguma
coisa do país em si e depois constrói. Há uma razão para as cores principais do Pavilhão serem o
vermelho e o verde: são as cores da nossa bandeira. O Pavilhão foi inaugurado em 21 de fevereiro
de 2012.
Por essa altura, veio cá a princesa real da Tailândia e esteve presente a Dra. Maria Cavaco Silva e o
Dr. António Costa. Mas o Pavilhão não é apenas um pavilhão: mostra as boas relações entre os dois
países e também é um reflexo de toda a história entre os dois países e as suas gentes.
abril 2013 Page 12
Um dia … no Museu do Oriente e no Pavilhão Tailandês
2 de março de 2013 Relativamente à história, falou em Português uma senhora tailandesa que trabalhou na Embaixada
da Tailândia durante 15 anos e que é especialista nas relações entre os dois países. Também deu a
sua colaboração para a construção do Pavilhão (que significa sala). Pavilhão é uma palavra de origem
Portuguesa, tal como pão, missão, sabonete, ... Esta senhora contou-nos que na Tailândia associam
sempre Portugal a fios de ovos e a todos os tailandeses que estiveram em Portugal perguntam se
comeram fios de ovos. Os tailandeses são bastante gulosos e as relações entre os dois países são
doces. Os fios de ovos foram introduzidos na Tailândia por uma senhora que tinha sido cozinheira
da família real.
Em Bangkok há 4 bairros portugueses: o maior é o da Imaculada Conceição e encontramos aqui
muitos nomes portugueses, como Rodrigues, Fonseca, avô, avó, pai, pastel de nata (patel), batata-
doce, alcatra (é uma carne de vaca preparada com muitas especiarias, que parece a alcatra dos
Açores). No bairro de Santa Cruz, também em Bangkok, existe a palavra pão-de-ló. Os bairros
portugueses estão situados na margem do rio e têm características específicas. Há também alguns
elementos ilustres da sociedade tailandesa descendentes de portugueses e que têm nomes
portugueses, como Siqueira e Horta. O Bairro de Santa Cruz é muito conhecido, é um bairro
aberto, com atividades católicas e sociais e está associado ao pão-de-ló. Colabora muito com a
Embaixada de Portugal na Tailândia. Através da conversa com pessoas idosas, adquire-se cultura e
tradições gastronómicas portuguesas que mantêm viva a tradição portuguesa. A história tailandesa
tem sempre sido marcada e mantém-se muito viva pela gastronomia e doçaria conventual
portuguesa. Os fios de ovos são oferecidos de presente aos monges que o merecem, que se
distinguiram de alguma forma nas suas atividades.
Na verdade, aos olhos dos Tailandeses nós somos um povo especial. Os traços que influem no
símbolo das relações entre os dois países são as bandeiras, o pagode tailandês, as flores verdes,
vermelhas e amarelas, a caravela e os claustros do Mosteiro dos Jerónimos em verde. O Pavilhão é
todo coberto de folha de ouro. Foi montado na Tailândia, desmontado, enviado por barco e montado
em Portugal. Na montagem, não foram utilizados quaisquer pregos.
abril 2013 Page 13
Um dia … no Museu do Oriente e no Pavilhão Tailandês
2 de março de 2013 A viagem demorou 3 meses e a montagem 6 meses. Foi trabalhado em colaboração com a Câmara
Municipal de Lisboa.
Chegou a altura do Sr. Thongsiri dar a visita por terminada e finaliza com esta frase: “Oxalá que
todos vós, que assistiram à razão de ser deste Pavilhão, se lembrem sempre das razões que levaram
à sua construção.”
E assim terminou um dia bem passado, em que adquirimos muitos conhecimentos, graças a mais esta
magnífica iniciativa do Clube Galp Energia – Núcleo Centro.
Maria Isabel Soares da Costa
Atletismo: Travessia da Ponte 25 de Abril
23ª Meia e Mini – Maratona de Lisboa
Foi a 1ª vez que participamos na mini-maratona de Lisboa e foi com grande entusiasmo que
atravessamos a Ponte 25 de Abril.
A nossa chegada ao ponto de partida foi em cima da hora e, por isso, ficámos posicionados mais
atrás e com muitos participantes à nossa frente.
Foi a desculpa perfeita para fazermos a prova a andar e desfrutar a paisagem!
Embora tenha sido a andar, com um passo rápido, foi agradável participar e fiquei com vontade de
participar noutras corridas, mas para efetivamente correr!
Como diz o spot publicitário: quem corre 2 um dia vai correr 42!
Parabéns a todos os participantes.
Nicole Ribeiro
abril 2013 Page 14
Bairro do Panda “Entrar no Bairro do Panda foi viver a magia que os mais pequenos vêm na televisão. Tivemos a
possibilidade de encontrar, abraçar e partilhar algumas atividades com o Panda e seus amigos que nos
receberam com muito carinho.
Uma manhã repleta de surpresas em que todos nos divertimos muito.”
Natacha Antero
“No passado dia 23 de março, levei a minha filha, Marina, ao Bairro do Panda no Pavilhão de Portugal.
A diversão começava logo na primeira sala com uma piscina de bolas para os mais pequenos. Nas
restantes salas também não faltava animação com teatros, contos infantis e pinturas faciais, mas a
sala mais repleta era, sem dúvida, a dos insufláveis.
As crianças corriam por todo o Bairro, sempre muito alegres e quando se cruzavam com os diferentes
personagens que nos receberam - o Panda, o Riscas, o Juba, … - aproveitavam para tirar uma
fotografia.
No final da manhã, o Panda e os seus amigos deram um concerto e todos os meninos e meninas
dançaram e cantaram as músicas que tão bem conhecem.”
Foi uma manhã muito bem passada não só para os mais novos mas também para nós, pais, que
estivemos presentes em mais um momento de alegria dos nossos filhos.”
Vera Bernardo
abril 2013 Page 15
Viagem ao Arquipélago dos Açores
dia 23 – 1º dia:
Tudo começou numa manhã de chuva em Lisboa. A cidade estava molhada, mas, no horizonte,
espreitava o sol. O grupo de 30 pessoas reuniu-se no aeroporto para atravessar o Atlântico rumo aos
Açores, mais exatamente à Ilha de São Miguel.
O voo efetuou-se sem atribulações e, para quem voou pela primeira vez, o baptismo foi tão natural
como caminhar em terra firme. A chegada ao aeroporto de Ponta Delgada mostrou-nos que o sol
morava onde não é habitual (óptica continental), criando a expectativa de um dia soalheiro.
Uma vez instalados no autocarro conhecemos o nosso guia e iniciámos a nossa visita a São Miguel - a
maior ilha açoriana.
O almoço decorreu no Restaurante “Cavalo Branco“, com a típica gastronomia micaelense.
Durante a refeição renovaram-se antigos conhecimentos e a conversa fluiu, entre as memórias do
passado e o presente, como sempre acontece quando nos encontramos em boa companhia e perante
uma boa mesa.
O maior impacto deste primeiro dia da nossa visita foi o verde da paisagem, policromático e a perder
de vista, de tal forma que quase nos fazia esquecer que nos encontrávamos numa ilha.
De qualquer maneira, o azul do mar, no nosso périplo, raras vezes esteve ausente.
A paragem na Lagoa de S. Tiago abriu caminho para o avistamento da Lagoa das 7 Cidades, paisagem
milenar e, esperemos, eterna, que o homem não vandalizou e que é objecto de várias lendas. Digna de
um rei, sem nevoeiro, é algo para recordar.
A Ilha possui relevo acentuado e o seu verde cruza-se com o preto e branco omnipresente das
vaquinhas, que se encontram por todo o lado.
O regresso a Ponta Delgada implicou a visita ao Convento da Esperança, onde se encontrava a imagem
do Senhor Santo Cristo dos Milagres (culto iniciado em 1541) e recordou a presença do sagrado
nestas ilhas, tão presente no quotidiano das suas gentes. O encontro com os romeiros, nesta época
pascal, lembrou-nos disso mesmo, tal como as igrejas e capelas, espalhadas pela ilha. Ponta Delgada
revelou-se cidade moderna, intimamente relacionada com o mar envolvente.
Dirigimo-nos então à estufa de ananases onde nos foi mostrado o modo peculiar como esta fruta
tropical é cultivada. Introduzido no final do século XIX, é um dos ex-libris da ilha. Após prova de
licor, foi tempo de chegar ao hotel, onde nos esperava um merecido descanso e jantar.
abril 2013 Page 16
Viagem ao Arquipélago dos Açores
dia 24 – 2º dia:
Ainda em São Miguel, a alvorada foi às 6 horas. O dia, ao contrário do anterior, apresentou-se
chuvoso e com nevoeiro.
Começámos por nos dirigir à Ponta do Sossego, miradouro do qual se vê o mar bater contra as rochas
e ouve-se ao longe o seu fragor.
Neste local isolado descobriu-se vida…um gato micaelense que nos olhou com indiferença, no seu
jardim privado.
Jardim este bem tratado e que encantou todos os que enfrentaram a chuva. Depois, nova paragem na
Ribeira dos Caldeirões para admirar uma cascata impressionante, cuja água, ao cair, formava nuvens
de “fumo“ e enriquecia o caudal da ribeira, que corria sob a estrada, onde um dia existiu um moinho.
A vila de Povoação foi interessante, porque nos permitiu provar o doce característico da zona – as
Fofas, que tal como o nome indica, eram realmente “fofinhas“. Foi aqui que desembarcaram os
primeiros descobridores (primeira terra a ser ocupada) e, no seu sossego, observámos o mar a entrar
na baía e os imensos patos que por ali se recreavam.
A plantação de chá, cuja designação, tal como a origem, é chinesa, é outro ex-libris da ilha e chega a
ser cultivado nos socalcos (fajãs) dos montes. Visitámos a fábrica de chá Gorreana, onde todo o
processamento é praticamente artesanal, o que dá ao chá todo o sabor e aroma que apreciamos. Nas
provas, o chá verde demonstrou ser o mais apreciado e foi também o mais adquirido.
Ao seguirmos para as Furnas, na achada das furnas, avistámos as fumarolas (fenómeno geológico que
permite que a água quente saída do interior da terra, origine vapor de água intenso) – características
de zonas vulcânicas.
Preparámo-nos então para ver tirar o cozido do interior da terra – tradição centenária que implica 1 /
2 tachos numa cavidade, envoltos em pano. O processo utiliza o vapor e não a água para a cozedura,
sendo diferente do existente no continente, mas que foi bastante apreciado.
O almoço decorreu numa casa de chá, pertença do Parque
Terra Nostra, que foi visitado logo após. Criado por Thomas
Hickling, possui a maior piscina da Europa de água férrea
quente, utilizada todo o ano e também árvores centenárias
como Araucárias e outras, vindas de todas as partes do
mundo.
abril 2013 Page 17
Viagem ao Arquipélago dos Açores
Mais tarde, o nevoeiro impediu o avistamento da Lagoa do Fogo e em Vila Franca do Campo, a visita
rápida permitiu conhecer a Igreja de São Miguel, na qual, em 1624, uma bala de canhão deixou o seu
vestígio.
Na Ribeira Grande foi efectuada uma prova de licores e algumas compras. O jantar no “Cais 20“ foi de
vários tipos de marisco da região e fez as delícias dos comensais. Numa noite sem chuva regressámos
ao hotel.
dia 25 – 3º dia:
Saímos de São Miguel sob chuva, mas dirigimo-nos para outras paragens – a ilha Terceira (a 3ª maior
do arquipélago e também a terceira a ser descoberta). A chegada ocorre de manhã no Aeroporto das
Lajes (a sua existência data da segunda guerra mundial e de um acordo entre Salazar e Churchill,
sendo hoje um dos grandes empregadores das gentes da Terceira, utilizado pelos americanos).
O Miradouro do Pico do Facho (ou do sagrado), na Serra de Santiago, é a nossa primeira paragem e aí
obtemos o primeiro vislumbre da Cidade da Praia. Aqui se encontra uma estátua dedicada ao imaculado
coração de Maria, com uma cruz que possui mais de 70 metros de altura.
abril 2013 Page 18
Viagem ao Arquipélago dos Açores
A paisagem vigente são os cerrados, parcelas no terreno divididas por muros de pedra, para proteger
do vento. Povoada no início por pessoas de todo o continente, estas tiveram que utilizar a pedra
basáltica existente, para sobreviverem e assim construindo um hino à harmonia entre o Homem e a
terra.
Descendo até à Cidade da Praia, iniciamos um passeio pedestre com a nossa guia. Cidade berço de
Vitorino Nemésio, nome maior da nossa literatura e autor do famoso “Mau tempo no canal“, é uma
localidade antiga, povoada a partir de 1405.
Estivemos em frente à Casa das Tias, onde Vitorino Nemésio foi criado e que hoje é uma biblioteca.
Em frente, a Igreja da Santa Casa da Misericórdia, em tons de azul e branco.
Mais à frente, encontra-se a casa onde nasceu Vitorino Nemésio e seguidamente, na Praça central,
admiramos um edifício antigo, restaurado, onde habitou o capitão donatário e hoje funciona a Câmara
Municipal da Praia da Vitória. No centro desta, uma estátua representa a primeira vitória dos liberais
sobre os absolutistas de D. Miguel e daí o nome da cidade.
Na baía, a marina recolhe alguns iates e a areia aqui é negra.
Seguimos então ao longo da costa para a Vila de São Sebastião, um dos aglomerados mais antigos da
Terceira, onde visitamos a Igreja Matriz – altar de grande simplicidade e onde se descobriram
frescos de influência flamenga na década de 50.
Perto da igreja admiramos um Império dedicado ao Espírito Santo, um dos 72 existentes na ilha.
Estes são pertença da população, têm como símbolo a coroa e a pomba e são mais uma prova da
devoção das gentes destas ilhas.
O almoço decorre nesta vila, no Restaurante “Os Moínhos“, construído em basalto.
Após o almoço seguimos para a freguesia das 4 Ribeiras. Aqui produz-se milho para o gado, embora a
maior indústria seja a dos lacticínios, como na maior parte do arquipélago. A Igreja de Santa Beatriz
e mais um Império, dedicado ao Espírito Santo, concluem esta paragem.
Continuando a admirar a costa, escarpada e batida pela água, fazemos uma pausa numa praia sem
areia, mas de lava solidificada e de repente a recolha de amostras torna-se muito interessante. Mais
tarde chegamos aos Biscoitos – zona cujo microclima permite a plantação de vinha em curraletas
(pequenos terrenos murados pela rocha basáltica, cuja forma arredondada deu o nome à freguesia –
Biscoito). O Verdelho é a casta mais conhecida.
Esta ilha possui um clima ameno propício à produção de fruta como a banana, manga, papaia e araçá e
menos zona florestal que em São Miguel.
A subida implica menos habitações e maior quantidade de vegetação como a floresta Laurissilva (das
mais antigas do mundo) e outras espécies endémicas como a Criptoménia Japónica.
abril 2013 Page 19
Viagem ao Arquipélago dos Açores
Em seguida, o Algar do Carvão situado no Pico do Carvão e cuja existência é única no mundo e um local
onde parece que tocamos o fundo da Terra e entramos na sua pré-história – trata-se de um cone de
vulcão que ficou vazio e intacto após a erupção; tem 97 metros de altura, impressiona quem teve o
privilégio de admirar as suas estalactites de sílica.
No interior da ilha é feita criação de gado bravo, ou não fosse esta a terra da Tourada à corda.
No entanto, toiros… nem vê-los!
Em Angra do Heroísmo visitou-se a “parte“ velha da cidade. Cidade de muito movimento, que parece
“esconder“ algumas maravilhas como a igreja do Convento de S. Gonçalo – forrada a azulejo e a talha
dourada, com um Cristo crucificado numa cruz em prata, deixou sem dúvida uma marca indelével.
Seguimos pela muralha de onde se avista a baía de Angra e o Forte de São Sebastião, que defendeu a
cidade durante séculos.
O Teatro Angrense, a praça velha onde se situa, num antigo colégio jesuíta, a sede do governo
açoriano e a Sé de Angra, foram outros pontos de interesse no nosso périplo.
Dirigimo-nos ao hotel onde ficaremos nesta noite, com vista sobre a marina e vamos jantar à “Quinta
do Martelo“, onde tudo é tradicional, desde a recepção num balcão de taberna com entradas de
queijos vários, à comida e aos cantares terceirenses, com as suas modas e o cantar de improviso (as
velhas), que não poupou elementos do nosso grupo e que constituiu um momento de alegre
descontração, que todos apreciaram.
dia 26 – 4º dia:
Alvorada às 6.30 h para podermos despedir-nos da Terceira no Monte Brasil, no qual existe um forte
militar.
Quando D. Sebastião faleceu em Alcácer-Quibir e os espanhóis assumiram a coroa, a Terceira foi a
última a cair, tendo ainda vencido a Batalha da Salga em 1581, com o auxílio das mulheres e do gado
bravo. Mas esse foi o canto do cisne da nossa independência e então o forte foi construído para que
os espanhóis se protegessem da população e deram-lhe o nome de S. João Baptista, sendo que até aos
dias de hoje cumpre essa função.
Efetuamos uma paragem no pelourinho de onde se avista toda a baía de Angra do Heroísmo, local onde
naufragaram mais de 50 embarcações.
Voltamos ao Aeroporto das Lajes e chegamos mais tarde à Ilha das Flores. Chove, mas as melhorias
instalam-se. Ficamos instalados numa unidade do INATEL em Sta. Cruz das Flores, cujos quartos têm
vista para o mar bravio e para a Ilha do Corvo, apenas apercebida no fio do horizonte.
abril 2013 Page 20
Viagem ao Arquipélago dos Açores
Após o almoço, a travessia programada para a mesma, mostra-se impraticável por causa da forte
ondulação provocada pelo vento. Em vistas disso o programa altera-se.
Dirigimo-nos para o cimo da ilha para se conhecer a Lagoa Negra e a Lagoa Comprida. Apenas esta se
mostra visível e dá para perceber o seu comprimento, a sua cor verde escura e uma cascata ao fundo.
Nesta ilha de muitos coelhos e muita água, as cascatas (primeiro apercebidas no Miradouro de
Craveiro Lopes e depois no Miradouro do Portal) só podem ser apreciadas devidamente na Fajãzinha,
onde o despenhar de tanta água, num Inverno tão húmido, transporta-nos para um silêncio invulgar de
admiração, no meio da violência da água que segue o seu caminho, sem querer saber de obstáculos ou
sequer da nossa presença.
A Fajã Grande, considerada o ponto mais ocidental da Europa, é a praia dos veraneantes. Mais uma vez
sem qualquer bago de areia, mas sim lava solidificada e de onde se continua a avistar cascatas na
encosta em frente – água a perder de vista.
No Miradouro da Rocha dos Bordões, avistamos esta rocha, ex-libris da ilha, a qual parece ter sido
penteada por um ancinho. Longe de intervenção humana é uma das maravilhas desta pequena ilha, tão
grandiosa nas belezas naturais manifestadas.
Paragem na Vila das Lajes, com o seu farol
solitário e regresso à Vila de Santa Cruz. Noite
estrelada, sem frio e sem chuva – o universo
parece ficar mais próximo.
abril 2013 Page 21
Viagem ao Arquipélago dos Açores
dia 27 – 5º dia:
Ainda nas Flores. Volta a chuva e o vento torna-se um parceiro constante.
Deslocamo-nos para o lado norte da ilha, passando pela Igreja Nossa Senhora de Lourdes e pelos
Miradouros do Pico da Casinha e dos Caimbros, onde a água bate incessantemente contra os rochedos.
Na plataforma norte visitamos Ponta Delgada das Flores e vamos então para o Farol de Albarnaz, no
qual é vivida uma experiência próxima do limite, no que diz respeito a aguentar rajadas fortíssimas
para poder vislumbrar o Ilhéu de Monchique, envolto na água levantada pelo vento, como se uma
cascata de origem invisível ali caísse.
A experiência foi assim algo que vai ficar na memória, até por causa de um certo carneiro, bastante
teimoso…
Na volta passamos pelo porto de abrigo e tomamos contacto com o musgão (planta endémica que
absorve água como uma esponja e pode atingir um metro de profundidade).
É durante o almoço, no Hotel Ocidental, que sabemos que não poderemos prosseguir viagem para o
Faial, devido ao mau tempo que se faz sentir. Como tal regressamos ao Inatel.
dia 28 – 6º dia:
De manhã poderíamos pensar que estamos “lost“ nas Flores, perdidos no fim do mundo. Passeia-se até
ao centro da vila e somos informados da possibilidade de um voo. Após o almoço, saímos em direção ao
aeroporto, com saudades do Corvo, que não conhecemos e pensando… Flores forever, mesmo sem ter
visto nenhuma.
Chegamos à Horta por volta das 15:30 h – também aqui chove e dirigimo-nos para o hotel para, em
seguida, acompanhados pela guia, percorrermos a Avenida Marginal, a principal da cidade da Horta,
também muito movimentada, embora o pouco comércio deixe adivinhar que a crise já chegou aqui.
Passamos pela Igreja de São Francisco, há muito fechada e visitamos a igreja matriz do Santíssimo
Salvador, antigo colégio de jesuítas. Ressalta, no seu interior, a simplicidade, o altar, a talha dourada
dos oratórios e a prata.
Continuamos o nosso caminho para conhecer o mercado local, o jardim na praça central com o seu
coreto, um império em pedra basáltica e paredes brancas. Depois, a marina e a calçada que a
acompanha e na qual já começaram a chegar veleiros/iates de todo o mundo, incluindo navios escola.
Paragem obrigatória no mural, onde os marinheiros das sete partidas do mundo deixam o seu
testemunho em forma de desenho.
abril 2013 Page 22
Viagem ao Arquipélago dos Açores
Aqui situa-se o Café Sport, o famoso Peter’s, com a sua música, a sua decoração náutica e o seu Gin
Tónico. Ao lado, a loja de recordações… uma tentação!
Regressamos ao hotel para jantar, descansar e prepararmo-nos para o próximo dia.
dia 29 – 7º dia:
De manhã, no Faial, mais exatamente na Horta, passeia-se pela zona do hotel, que se encontra bem
situado e rodeia uma igreja, antes de embarcarmos para a Ilha do Pico, local da serra mais alta de
Portugal, onde passaremos o dia.
A travessia, num barco de coberta aberta, decorre sem problemas. A proximidade da água e a parca
ondulação, tornam este trajeto de cerca de 25 minutos, muito agradável. Está sol e temperatura
muito amena e os rochedos próximos do Pico dão-nos as boas vindas. Aportamos na Madalena, com a
sua imponente igreja dedicada a Sta. Maria Madalena, onde nos espera a guia.
Do que se observa nesta ilha, ressalta o facto de esta ser mais agreste que as anteriormente
visitadas. Pratica-se a cultura da vinha, introduzida por Frei Pedro Gigante, mais uma vez dentro das
já conhecidas curraletas. É uma paisagem classificada como Património da Humanidade desde 2004.
As castas mais conhecidas são o verdelho (já nosso conhecido), o arinto e o terrantês.
Paramos numa pequena queijaria tradicional para provar e comprar. Estamos na vila da Candelária,
onde damos conta da Igreja da Nossa Senhora das Candeias e de mais um Império dedicado ao
Espírito Santo.
Nesta ilha as casas encontram-se dispersas e muita da vinha está destruída e abandonada, fenómeno
que deriva tanto da emigração como da invasão da filoxera.
Paragem numa pequena loja de artesanato tradicional e dirigimo-nos então à Vila das Lajes e passamos
pela zona dos Mistérios, designação proveniente do facto de a população não conseguir explicar tudo o
que se relacionava com as erupções vulcânicas.
O moinho, no qual se moía o trigo, é típico do Pico, onde alguns foram restaurados e salpicam com a
sua cor vermelha, a paisagem.
O almoço, na Vila das Lajes, decorreu no Restaurante “O Lavrador“ e após este começamos a
percorrer a rota baleeira. Não esquecer que o Pico é um testemunho vivo da extinta caça à baleia (em
1984), especificamente o Cachalote, da qual vivia a população.
abril 2013 Page 23
Viagem ao Arquipélago dos Açores
Na Fábrica da Baleia, hoje Centro de Documentação, tudo isto nos é explicado através de elementos
multimédia e de objetos recuperados da antiga fábrica SIBIL de óleos e farinhas. A captura e
extração do óleo do cachalote, do qual tudo era aproveitado, foi uma aventura sem paralelo para estas
gentes que enfrentavam um dos gigantes dos mares, que agora se deixa avistar e apreciar, tal como os
golfinhos.
Encontramo-nos no fim da ponta sul da ilha e apesar do calor que se faz sentir, o pico não se deixa
vislumbrar. Dirigimo-nos para o interior da ilha e atingimos os 500 metros de altitude, agora com a
presença de mais vegetação, que desaparece acima dos 1.500 metros. O topo do Pico pode ter neve em
pleno Inverno.
É uma ilha na qual podem ocorrer 4 estações no mesmo dia e do alto pode avistar-se São Jorge.
Atingimos a ponta norte da ilha, a Vila de São Roque, onde também existe uma fábrica da baleia,
fechada em dia santo.
Aqui sente-se muito a influência americana, fruto de uma longa relação baleeira e que se manifesta
inclusive no vocabulário utilizado.
Paragem na Vila do Cachorro, que deve o nome a uma rocha basáltica com forma de cão. As casas aqui
foram restauradas e o seu basalto centenário é uma mais valia que engrandece a paisagem. Prova de
licores numa casa cujo chão são restos de basalto – pequenos “biscoitos“ .
Regressamos à Madalena, para regressarmos ao Faial numa das melhores travessias marítimas, na qual
mar e vento se encontram, para nos deixar fascinados. Desculpem os que não concordarem… mas foi
um óptimo fim de dia.
abril 2013 Page 24
Viagem ao Arquipélago dos Açores
dia 30 – 8º dia:
Levantamo-nos às 9 horas para visitarmos o Museu do Peter’s – Sricmshaw (peças elaboradas com
osso de baleia) e partimos depois para Espalamaca, promontório de onde se avista a Praia do
Almoxarife.
Paramos no “Vitor dos Leitões“, na freguesia dos Flamengos e dirigimo-nos depois para a Caldeira do
Faial – a 900 metros de altitude. Devido ao nevoeiro, o seu avistamento é difícil, mas tudo melhora
quando nos deslocamos para o Centro de Interpretação dos Capelinhos – construído sob o farol
reconstruído após a intensa erupção que se prolongou entre 1958/59, a entrada é futurista e as suas
exposições interativas muito interessantes. No entanto, a visão da terra escura, agreste e sem vida
dos Capelinhos, com o mar ao fundo, é surrealista, como a caminhar na lua.
Conseguimos ainda passar pelo Parque Natural do Capelo e pelo Varadouro – zona de veraneio.
Deixamos a ilha azul, como o Faial é conhecido, rumo a Ponta Delgada, com escala na Terceira.
Só deixamos os Açores perto da meia-noite e com as mudanças de hora chega-se a casa por volta das
05 horas.
Em conclusão, podemos dizer que foi um grupo que interagiu da melhor maneira e daqui vão os
agradecimentos devidos aos nossos guias – António, Paula, Carlos, Maria e Sandra – que nos mostraram
o melhor da sua terra e ao incansável Gonçalo Barreiro da agência que nos acompanhou desde Lisboa,
sempre prestável e presente.
Também para o representante do Clube Galp Energia, José Bregante, os nossos agradecimentos.
Alexandra Maria Padinha Lopes
abril 2013 Page 25
Buddha Eden Garden, ou Jardim da Paz,
e Museu José Malhoa nas Caldas da Rainha
Ao termos oportunidade de visitar o Buddha Eden Garden tivemos a possibilidade de passear por um
espaço de cerca de 35 hectares, onde a estatuária de imensos Budas aparece em perfusão. O verde
também é ali muito presente. Apesar de tal não poder ter qualquer ligação com eventuais tendências
clubísticas. Onde é cada vez mais necessária, alguma paz para a concretização. Infelizmente.
O jardim foi pensado pelo mais famoso comendador de alguns anos a esta parte: o Comendador
Berardo. E a ideia surgiu-lhe como resposta à destruição dos Budas Gigantes de Bamyan. Ação pérfida
e absolutamente inconsequente protagonizada por um Governo Talibã. Com aquela ação nociva,
apagaram-se, para todo o sempre da memória mundial, verdadeiras obras-primas datadas do período
tardio da Arte de Gandhara.
Foi desta forma, e com esta muito boa intenção, que surgiu a construção daquele extenso jardim
oriental. O Comendador pretendeu assim homenagear os colossais Budas esculpidos na rocha do vale
de Bamyan, no centro do Afeganistão, que durante séculos serviram como referências culturais e
espirituais.
Aquele espaço, localizado junto às Caldas da Rainha é muito agradável de ser visitado. É efetivamente
um lugar de reconciliação com o mundo e com os factores que por vezes parecem ser passíveis de o
tornar bem mais desagradável. Aquele espaço contudo não tem qualquer tendência religiosa. É aberto
a todas as crenças, ideologias e dogmas. E é propício também àquele que não consegue reunir em si
qualquer fé em algo etéreo, que lhe seja superior e o transcenda. Tenho a desconfiança que naquele
jardim, qualquer pessoa se poderá sentir reconciliada com o mundo. Ao passear-se calmamente
naquele espaço tão verdejante. E é tão compensador aquele passeio, que sem termos tido
efetivamente essa intenção, alguns de nós e a dada altura, acabámos mesmo por… perder a guia.
E se a guia que nos coube em sorte tivesse
um pouco mais de auto estima, e não
estivesse sempre a dizer que percebia
muito pouco sobre o tema, a visita teria
conhecido o seu pleno em absoluto. Hellas!
Mas apesar de (e continuadamente) se
confessar pouco conhecedora do que ali
constava, a esforçada senhora ainda teve
oportunidade de informar que aquela
presença ali (a do Jardim da Paz) não é
pacífica. Já que existem pessoas que
consideram que a presença ali dos Budas é
uma grave intrusão às crenças e costumes
do povo lusitano. Que é tendencialmente
mais ligado à fé Católica Apostólica e
Romana.
abril 2013 Page 26
Buddha Eden Garden, ou Jardim da Paz,
e Museu José Malhoa nas Caldas da Rainha
Há quem afirme, designadamente quem peregrine por um espaço considerado sacro, localizado ali nas
imediações, que a presença dos Budas perturba um pouco as suas Caminhadas rumo ao Divino. Pessoas
a quem a palavra “ecumenismo” deve de ter que ser banida do dicionário. Ou que no máximo, possa ter
o seu uso (e somente), nos livros de ficção científica.
Quanto a mim tenho a dizer: não vi ali nenhum dos Budas a tratar mal ninguém. E digo mais: estão ali
todos muito quietinhos, roliços e muito pacificados com o meio que os envolve. Exibindo mesmo doces
e graciosos sorrisos. Não há pois motivos para se temer uma qualquer possível… concorrência.
À saída do jardim teve-se a oportunidade de se passar pela loja dos vinhos. Sim, porque isto do
espiritual, não dá de comer a ninguém. Nem de beber, claro está! E o tal do Comendador já anda nisto
há muito tempo!
Então quem quis teve oportunidade de levar para casa o bom do vinho da Bacalhoa. O belo do vinho
fino, generoso e moscatel. Ou então o mais comum J.P.. Contudo também (e se olhou um bocado lá mais
para cima) teve a oportunidade de observar algo no mínimo bastante intrigante. É que por cima das
prateleiras da inspiradora bebida de Baco, está colocada uma considerável coleção de penicos. Sim
leram bem: são penicos, senhores, são penicos! Todos eles muitíssimo bem decorados. E cada um com a
sua tampa. Mas qual é que é a ligação? Vinho e penicos? Se calhar têm serventia, para quando o vinho
estiver estragado? Só pode. Mas na minha simples e modesta opinião de leiga na matéria, não acho que
seja um slogan propagandístico lá muito eficiente, não concordam?
À tarde a arte a ser visualizada era
maioritariamente lusitana. Fomos ao Museu
José Malhoa, localizado na formosa, mui
erecta e varonil, cidade das Caldas da
Rainha. Nomes como Columbano e Rafael
Bordalo Pinheiro foram ali muito
eficientemente difundidos. Já para não
falar do patrono do Museu. Mas há ali
muito mais para ver. As formas de arte
são amplas e exemplificam bem dois ou
três séculos do que foi e é uma parte
muito considerável da arte lusitana. Com
referência a importações estéticas vindas
de outras paragens. E ao facto delas aqui
terem sido mais tardias, atendendo à
nossa própria localização geográfica.
E também não foi displicente a consequência de que as tais correntes artísticas terem permanecido
por cá, durante muito mais tempo.
abril 2013 Page 27
Buddha Eden Garden, ou Jardim da Paz,
e Museu José Malhoa nas Caldas da Rainha
É com algum assombro que visualizamos as projeções artísticas de factos ocorridos no passado. A
ideia de se retratarem ambientes diretamente correlacionados com o meio rural. Num regresso às
temáticas naturalistas do que é simples e não compromete. As cenas em que os velhos são
efetivamente velhos, cheios de mazelas e com muitas rugas. E que trabalharam no duro muitas vezes
até à altura da sua “partida definitiva”. E os mais jovens, ali retratados? Pois em muitas
circunstâncias eles também estão a executar as tarefas agrícolas. E desde a mais tenra idade. Num
mundo em que não lhes era possibilitada qualquer escolarização. Estão ali muito presentes, também as
naturezas mortas. E as cenas de animais domésticos e/ou de tração. Circunscritas em aspectos
diretamente ligados à ruralidade.
Não se pode deixar de referir o facto de que naqueles tempos, grande parte da população (uma
imensa maioria) viver ou sobreviver da agricultura. Que era por definição muito primitiva e pouco
evoluída. Houve naquela visita, oportunas referências a outros tempos de crise. Em que a dívida
externa também era gigante e crescente. Se calhar ainda é a mesma! Tempos em que também se
tiveram que procurar saídas, para as dificuldades. E ponto assente foi o arrepio sentido pela muito
eficiente guia, quando verificou e nos comunicou, das imensas similaridades dos tempos de outrora (ali
retratados), com os tempos da atualidade. Arrepio, que infelizmente eu também senti. E eu juro, que
não estava nenhuma porta ou janela aberta.
Foi com gosto que tornei a ver a pintura da D. Leonor. A que foi a banhos e recomendou a todos, os
benefícios daí decorrentes. Mas a D. Leonor foi também aquela que iniciou o processo da fundação das
Misericórdias. É que as necessidades e as carências de subsistência do imenso povaréu têm-se
sucedido ao longo do tempo.
abril 2013 Page 28
Buddha Eden Garden, ou Jardim da Paz,
e Museu José Malhoa nas Caldas da Rainha
E naturalmente que, a ação da rainha no que concerne à implementação da ajuda social a quem dela
mais necessitasse, não deve de ter tido como base, a verificação do facto de que as pessoas viviam
muito acima das suas possibilidades. À conta dos “facilitismos” promovidos pelos… cartões de
créditos. Ou à espera dos subsídios “oferecidos” pela CE. O problema da pelintrice deve de ter pois,
outras origens, infelizmente já seculares. E logo ela que vivenciou um dos momentos mais gloriosos da
História de Portugal. Que infelizmente se revelou ser: Sol de [muito] pouca dura.
E a D. Leonor como foi representada? Pois… ela aparece ali, com um ar muito confiante e quase
galanteador. Só que quase ainda menina. Enverga roupas coleantes e algo sexy’s. O que deve de
contrastar (e muito), com os usos e os costumes próprios do século XVI.
Mas não podemos esquecer que aquela é efetivamente uma interpretação feita por alguém que viveu
alguns séculos depois daquela tão bem intencionada monarca. É que tão prestimosa representação
surgiu pelas mãos e arte do consagrado pintor José Malhoa, já no ano da graça de 1926*. O que
atendendo às circunstâncias históricas, também não me parece ser, lá muito bom augúrio.
*Nota: O ano de 1926 foi justamente o ano, em que o Professor de Santa Comba, o tal que tinha uma
voz sibilante, ascendeu ao cargo de Ministro das Finanças. Só lá esteve treze dias, pois findo esse
tempo, ele foi amuado para Coimbra. É que não lhe haviam feito as vontades. Regressaria dois anos
depois. Para ficar. Tal qual os automóveis japoneses.
Mas deixo-vos um conselho, DIVIRTAMSEMAZÉ!
Celeste Silveira
Sorteados Songs de Rodrigo Leão
Os quatros Associados do Clube Galp Energia - Núcleo
Centro contemplados, cada qual, com um exemplar de
Songs (2004-2012), álbum de Rodrigo Leão, foram
Ana Afonso
Sónia Lucas
Marta Pereira
Manuel Jesus Silva
abril 2013 Page 29
Workshop de Decoração de Bolos - Nível I
Frequentei o Workshop de Decoração de Bolos - Nível I no passado dia 24 de março.
Já tinha feito algumas experiências em casa, já tinha trocado ideias com amigas que também já
tinham feito o mesmo workshop, pelo que ia em busca de respostas às minhas experiências mal
sucedidas.
O grupo estava todo muito interessado no que a formadora Alexandra tinha para explicar mas
também íamos trocando experiências e dúvidas.
Quando nos foi proposto que fizessemos um elefante em pasta de açúcar, a resposta foi igual para
todas: Não vamos ser capazes!
O workshop foi decorrendo com normalidade, todas ouvíamos com atenção o que nos era passado e,
sem que nos apercebessemos, o nosso elefante estava pronto! Lindo o nosso "trombinhas"!
As quatro horas de formação passaram a voar, mas adorei a experiência (e cá em casa toda a gente
adorou o bolinho)!
E agora que venha o Nível II!
Joana Soalhães
abril 2013 Page 30
Relatório e Contas 2012
A Direção
A Direção do Clube Galp Energia - Núcleo Centro vem informar os seus Associados que, na sequência
da sua aprovação no passado mês de março, já se encontra, no seu site www.clubegalpenergia.com, a
versão integral do relatório e contas 2012, que materializa a participação, trabalho e rigor
desenvolvido no ano em análise.
Sorteio Há Fado no Cais
Há Fado no Cais surge de um protocolo celebrado entre o Centro Cultural de Belém e o Museu do Fado
em que, ao longo do ano de 2013, vão realizar-se diversas iniciativas conjuntas duas instituições,
incluindo concertos em que são convidados jovens fadistas.
A Direcção do Clube Galp Energia - Núcleo Centro vai proceder ao sorteio, entre os seus Associados,
de quatro bilhetes duplos para o espetáculo do fadista Miguel Capucho, a realizar no próximo dia 12
de outubro, pelas 21 horas, no Pequeno Auditório do Centro Cultural de Belém.
Para concorrer e eventualmente ser um dos contemplados, deve,
caso seja Associado do Clube e até ao final do dia 27 de maio,
enviar um mail para Clube GalpEnergia – Secretaria ou contactar
telefonicamente a Secretaria do Clube Galp Energia - Núcleo
Centro através do número 21 724 05 32 (extensão interna 10
Férias de Páscoa My Factory
Nestas férias da Páscoa, pela primeira vez participei nos tempos livres promovidos pelo Clube Galp
Energia, numa das modalidades que mais gosto, a dança.
Os tempos livres decorreram nos estúdios My Factory. Gostei muito das instalações, desde a
recepção, os estúdios e os camarins.
A Anita e a sua equipa são pessoas super divertidas, amigas e muito profissionais, pois apenas em uma
semana fizeram com que um grupo de pequenos jovens conseguissem fazer uma coreografia de hip-
hop, MTV dance e domusical Fame.
Eu nunca tinha dançado nenhuma destas modalidades mas adorei, fiz novas amizades, foi uma semana
inesquecível, que vou repetir mais vezes.
Quero dar os parabéns a equipa do My Factory e ao Clube Galp Energia por esta grande iniciativa.
Inês Ruas