Abril 2009 Sociedade da Mesa · 08 09 espanhola, é muito bom, e espero conseguir que gostem. SM....

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Sociedade da Mesa 73 Abril 2009 Condado de Almara Reserva 2003 Alberto Navarro Bretanomyces spp Quiche de aspargos e queijo de cabra

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Sociedadeda Mesa

73Abril 2009

Condado de AlmaraReserva 2003

Alberto Navarro

Bretanomyces spp

Quiche de aspargos e queijo de cabra

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Direção Dario Taibo

Direção da revista Dario [email protected]

Desenho e direção de arte

[email protected]

Atendimento ao cliente Karla [email protected]

Contato de Publicidade [email protected] (55-11) 5084-8091

Impressão 5.500 exemplares

Sociedade da MesaRua Branco de Moraes, 248/11Chácara Santo AntônioSão Paulo - SP - BrasilCEP 04718-010(55-11) 5181-4140www.sociedadedamesa.com.br0800-7740303

Este informativo é uma edição exclusiva para os associados da Sociedade da Mesa. Pertencente a um grupo internacional, a Sociedade da Mesa é um clube de vinhos, seleciona vinhos para seus associados, publica um informativo mensal além de organizar cursos e eventos.

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ITO

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sócio-diretorDario Taibo

02 03

comunicação e designOOC

Numa recente ocasião entrei num boteco e vendo ali a maquina de café expresso, pedi um café.

O atendente logo me responde que não tem café! Eu digo: mas olha a máquina ali! E ele então explica: a desligamos para economizar energia!

Mais além do curioso método de cortar gastos adotado por tal boteco, a sorte de quem vende café é que uma vez desligada a máquina ela deixa de produzi-lo, deixa até de gastar energia.

Uma produção de vinho não é desligável. É possível que por esta ou aquela razão as vendas caiam, mas a produção continua a mesma.

Consequência disso? Baixam-se os preços, e correndo é preciso fazer lugar para a próxima colheita, que não tem botão de desliga.

Os problemas dos produtores não me causam nenhum prazer, ao contrário, uma longa crise não faria muito bem à qualidade do vinho como um todo, e portanto não seria positiva para nós, os consumidores. Mas se neste meio tempo tal crise nos permite comprar melhor, bobagem seria não aproveitá-lo.

Então, lá vai o Almara reserva.

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Você indica.A gente explica.Ele se associa.Você ganha.

Simples assim!

Amigo é pra essas coisas!

Os dados de seu amigo podem ser enviados ao mail [email protected], site ou podem ser fornecidos pelo telefone 0800-7740303. Nos envie seu nome completo com telefone particular e comercial. Promoção válida apenas em caso da associação de seu amigo.

Traga um novo associado para a Sociedade da Mesa e receba duas taças Borgonha com a próxima entrega.

São taças de cristal perfeitas para os melhores momentos com os grandes amigos.

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Sociedadeda Mesa

cartasViagem `a Argentina

Dario, pretendemos planejar uma viagem à Argentina para conhecer Mendoza e região. Quais as vinícolas imperdíveis? De preferência aquelas fora do “circuito turístico”... Wagner Beig

Olá Wagner, pergunta difícil, cada bodega em Mendoza é uma surpresa, eu diria que são todas imperdíveis, as bodegas mendozinas estão entre as mais bonitas e espetaculares que já vi. Em minha última visita a Mendoza estive nestas bodegas: Clos de los Siete, Carlos Pulenta, Bodegas Foster, Finca Alissia, Bodegas Fournier, Proyecto Mas, Susana Balbo. Não esqueça de ligar antes para conhecer o horário de atendimento a visitantes e boa viagem.

Vinhos californianos

Prezado Dario, faço parte dessa confraria em conjunto com meu irmão. Acho muito interessante a proposta e muitas vezes me surpreendo com a qualidade das seleções. Ainda mais quando levamos em conta o custo. Gostaria de deixar uma sugestão para uma seleção próxima. Estive há seis meses na Califórnia e me impressionaram muito os pinot noirs da região de Santa Barbara. Há alguns espetaculares e com preço bem razoável. Sendo o pinot noir uma uva pouco presente nas seleções, assim como os vinhos californianos, deixo aí minha sugestão para uma próxima seleção. Abraços, Leonardo

Dúvidas, sugestões ou elogios ? Escreva para [email protected]

Olá Leonardo, também é minha vontade colocar um californiano entre as seleções, mas tal como os sulafricanos ou australianos, são vinhos mais difíceis de comprar por aqui. Em maio estarei na London Wine Fair e o objetivo dessa viagem é justamente encontrar esses vinhos mais difíceis, californianos inclusive. Vamos ver se temos sorte.

Conservação do vinho

Estou querendo criar o hábito de tomar uma taça de vinho quase todos os dias na hora do almoço, sendo assim uma garrafa deve durar aproximadamente sete dias. Como faço para conservar este vinho? O mesmo perde no gosto ficando aberto sete dias? E na qualidade para a saúde? Um Abraço, Beto.

Olá Beto, tomar uma taça de vinho no almoço todos os dias é um dos hábitos mais saudáveis e prazerosos que conheço. Te parabenizo pela decisão. Para que uma garrafa dure sete dias você terá que tomar diariamente somente 100 ml, me parece pouco, mas enfim é possível. Use o vacuvim, aparelho que serve para tirar parcialmente o ar da garrafa (o oxigênio é o que altera o vinho). O vinho em presença do oxigênio oxida e tem seu gosto alterado. Não, um vinho oxidado não faz mal à saúde, só faz mal para o paladar. Leia mais sobre isso nos textos de informativos anteriores a disposição no nosso site.

índice

06 Seleção do Mês

08 EntrevistaAlberto Navarro

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Quiche de aspargos e queijo de cabra

Artigo técnico

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19 Próximas Seleções

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Situada à leste de Rioja e à noroeste de Aragão, a região com Denominação de Origem de Navarra é marcada hoje por sua vasta gama de vinhos, que inclui Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Grenache Branca, Malvasía, Moscatel e Merlot, além das uvas de sua vizinha Rioja, como a Tempranillo, por exemplo.

Navarra é dividida em 5 sub-regiões, Valdizarbe, Tierra Estella, Ribera Alta, Baja Montana e Ribera Baja. Destas, a maior zona é a Ribera Alta, que goza de altitude e de temperaturas intermediárias, e é justamente de onde vem o nosso vinho do mês, o Condado de Almara Reserva 2003, produto da Bodega Macaya.

TEXTO CATA

Seleção Grandes Vinhos

JOÃO CALDERÓN DARIO TAIBO

Condado de AlmaraCondado de AlmaraReserva 2003

Safra: 2003

DO: Ribeira Alta de Navarra, Navarra

Uvas: Tempranillo 70% e Cabernet Sauvignon 30%

Álcool por vol.: 13,5%

Envelhecimento: 14 meses em barril de carvalho americano e 12 meses em garrafa.

Rubi escuro. Nariz: Elegante, bem acabado, compota, madeira e frutos secostudo muito bem encaixado.Boca: Equilibrado, seu tempo em madeiraencaixou seus sabores com precisão.Corte clássico, masculino,notas de alcaçuz e final longo.

Harmonização: Pratos finos, carnes ou massas elaboradas com molhos delicados.

Temperatura de serviço: de 19 a 24º

Guarda: Está num bom momento de consumoe eu não esperaria muito mais para bebê-lo,mas poderá melhorar nos próximos

A Ribera Alta de Navarra é uma área que possui condições climáticas muito satisfatórias, com verões secos e invernos longos e frios, e altas diferenças térmicas no período de maturação dos frutos.

Os melhores vinhos da região, além dos rosados que estão entre os melhores do mundo, são os Tempranillos amadeirados, característica do Condado de Almara Reserva 2003, que possui 70% de Tempranillo, e que passa 14 meses em barril de carvalho.

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espanhola, é muito bom, e espero conseguir que gostem.

SM. Durante o tempo que você já passou por aqui, o que tem achado da cozinha brasileira?

AN. Em geral tenho gostado bastante, mas acho que alguns ingredientes como a carne e os pescados, os brasileiros gostam muito “feitos”, muito cozidos. Mas eu acho que é uma cozinha muito rica e diferente, com muitos produtos e muitas possibilidades.

SM. E o que você achou da experiência de trabalhar com Paco Roncero?

AN. Ele é uma ótima pessoa, alguém que quer sempre ensinar a todos que trabalham com ele. Seu trabalho é muito original e muito

ENTREVISTA

Alberto Navarro

Cozinheiro

A l b e r t oSM. Desde que idade você cozinha?

AN. Desde os 18 anos, mas só em casa, profissionalmente desde os 24 anos. Larguei a faculdade de história para ser cozinheiro.

SM. Você trabalhou em muitos restaurantes?

AN. Alguns. Eu estive trabalhando na cozinha de hotéis, na cadeia de hotéis NH Meliá em Londres, no White House Meliá, e em alguns Paradores. Estive em La Terraza Del Casino, que tem Paco Roncero¹ como chefe de cozinha e é assessorada por Ferrán Adriá². Trabalhei também em alguns pequenos restaurantes, mas que não por serem pequenos aprendi menos.

SM. E agora você está no Brasil?

AN. Vim por acaso, e um amigo me indicou para Dario, que me contou que possuía um pequeno restaurante em São Paulo, e ao qual queria dar um caráter inteiramente espanhol, sem adaptações ao gosto brasileiro. Para que desta maneira, conhecessem a autêntica cozinha espanhola; e aqui estou.

SM. E o que você acha desta experiência? O paladar brasileiro difere muito do espanhol?

AN. Acho que o paladar brasileiro não é muito diferente do espanhol. O que é difícil em todos os países é que as pessoas se aventurem a provar coisas novas, algo diferente do que estão acostumadas. E é por isso que enfrentar isso, tendo a oportunidade de mostrar a cozinha

34 anos, Cozinheiro profissional, Formado na Escola Superior de Hostelería e Turismo de Madrid em Cozinha, Restauración na Escola de Hostelería de Aranjuez

N a v a r r obom, eu fico muito contente de ter trabalhado com ele.

SM. E a chamada “cozinha molecular”, hoje muito presente na Espanha e encabeçada por Ferrán Adriá?

AN. Eu acho que todos os caminhos são positivos para a gastronomia. Gosto muito deste caminho, mas agora voltei para a cozinha tradicional, valorizando os produtos saudáveis e de qualidade.

SM. Você acha mais importante para a gastronomia essas novas tendências e técnicas ou a valorização da cozinha tradicional?

AN. Eu acho que as novas tendências são positivas porque testam novos produtos alcançando resultados muito interessantes e

novas técnicas de cocção. Mas agora acho que, pessoalmente, prefiro comer e fazer a cozinha tradicional, com algumas inovações. Mas sempre que posso experimento as novas tendências; não acho que um seja melhor que o outro, gosto das duas, é uma questão de paladar. Além disso, não são todos que podem utilizar as novas tendências, pois são equipamentos e produtos muito caros, que tornam muito difíceis a rentabilidade de seu negócio.

SM. Já que se interessou pela cozinha brasileira, você gostaria de aprendê-la e quem sabe elaborar uma cozinha de fusão hispano-brasileira?

AN. Eu gostaria muito de aprender a cozinha brasileira e utilizar alguns

dos ingredientes com a gastronomia que conheço; não exatamente misturar as duas cozinhas, mas utilizar algumas coisas para fazer algo diferente, um prato brasileiro com características espanholas ou vice-versa.

SM. E por fim, onde podemos experimentar sua cozinha?

AN. Onde estou trabalhando, no Maripili, um restaurante de boas sugestões espanholas.

¹Paco Roncero é um cozinheiro muito bem conceituado no mundo gastronômico, é conhecido como o principal discípulo de Ferrán Adriá em Madrid.

²Ferrán Adriá é considerado pela imprensa especializada como o cozinheiro mais criativo do mundo.

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Antes dos trabalhos de Louis Pasteur pouco se sabia a respeito de como, por quê e o que fazia o vinho. Este grande cientista demonstrou que o vinho era produto do metabolismo de microrganismos.

Alguns micróbios fazem o vinho, outros tentam destruí-lo. A fermentação alcoólica é responsabilidade das leveduras, especialmente das do gênero Saccharomyces, sendo várias envolvidas no processo, mas predominando a S.cerevisiae. A fermentação malolática é feita por bactérias Leuconostoc oenos. Estes são os microrganismos “bons”, sem os quais não se teria o vinho.

Do outro lado há uma série de seres vivos que atuam de modo a destruir o vinho. As bactérias do gênero Acetobacter tentam transformá-lo em vinagre e há uma gama de outros seres microscópicos que alteram as características do produto.

As leveduras do gênero Bretanomyces são algumas das responsáveis pela formação do “véu” em vinhos armazenados em recipientes de madeira onde o contato com o oxigênio seja excessivo. Este “véu” se deve à transformação do álcool etílico (o álcool potável) em acetaldeído. O acetaldeído pode apresentar ao degustador a sensação olfativa de vinagre, de acetona (removedor de esmalte de unhas) ou do próprio esmalte para unhas. É bem interessante notar que estas leveduras resistem às doses usuais de dióxido de enxofre que se usa nos vinhos.

Em alguns vinhos da Europa, ainda hoje, os aromas citados são tidos como típicos do vinho de determinada região. Isto se explica pela falta de higiene (pela falta de conhecimento em microbiologia) que reinava até o século XIX.

Atualmente, os aromas devidos à Bretanomyces são considerados graves defeitos nos vinhos da maior parte do mundo. Além destes aromas mais comuns há uma gama de cheiros extremamente desagradáveis de se encontrar em um cálice de vinho: fezes de animais, humanas, suor humano e mais facilmente encontrável e detectável, o cheiro de cavalo suado. Parece um pouco absurdo se referir a estes aromas nos vinhos, mas ainda há vinhos que apresentam estes defeitos.

Este microrganismo sobrevive em adegas mal higienizadas, vivendo na madeira das barricas e quaisquer outros recipientes sujos. Barricas de carvalho não higienizadas são um dos grandes depósitos de Bretanomyces. Esta levedura vive também na própria uva e entra nas cantinas de vinificação com a mesma. Algumas variedades de uva são mais suscetíveis como, por exemplo, a ‘Touriga Nacional’ e a ‘Cabernet Sauvignon’. Deste modo, às vezes mesmo que o setor de vinificação e de amadurecimento do vinho esteja limpo, o produto poderá apresentar os referidos aromas.

Evita-se tal problema com as seguintes práticas: produção de uva com sanidade (isenta de microrganismos); estabelecimento vinícola totalmente higienizado; barricas e outros recipientes de madeira novos e/ou mantidos limpos; e atestos (completar o nível evitando a presença de ar) frequentes nos recipientes vinários.

Vinhos que apresentem os referidos aromas são, certamente, vinhos com problemas não apenas no que diz respeito à qualidade organoléptica, mas também no que se refere à higiene da empresa produtora e não devem ser consumidos. A desculpa de que tais aromas são característicos da região, não pode mais ser aceita, pois é um problema que pode e deve ser controlado.

ARTIGO T´ECNICO

Eduardo Giovannini

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Bretanomyces spp.

Artigo de Eduardo Giovannini, professor de viticultura no Curso Superior de Tecnologia em Viticultura e Enologia do Centro Federal de Educação Tecnológica de Bento Gonçalves, RS

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TEXTOmesa

RONALDO CARRILHO

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“Aujourd’hui l’espace est splendide!Sans mors, sans éperons, sans bride,Partons à che v a l sur le vinPour um ciel féerique et divin!...”

Quiche de aspargos e

queijo de cabra

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“Aujourd’hui l’espace est splendide!Sans mors, sans éperons, sans bride,Partons à che v a l sur le vinPour um ciel féerique et divin!

“Aujourd’hui l’espace est splendide!Sans mors, sans éperons, sans bride,Partons à che v a l sur le vinPour um ciel féerique et divin!

“Aujourd’hui l’espace est splendide!Sans mors, sans éperons, sans bride,Partons à che v a l sur le vinPour um ciel féerique et divin!

“Aujourd’hui l’espace est splendide!Sans mors, sans éperons, sans bride,Partons à che v a l sur le vinPour um ciel féerique et divin!

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O espaço hoje esplende de vida!Livre de esporas, freio ou brida,Cavalguemos no vinho: adianteAbre-se um céu puro e fulgurante!...”O vinho dos amantesCharles Baudelaire(Tradução de Ivan Junqueira) Ronaldo Carrilho é sócio-chef do restaurante LeBOU.

[email protected]

Dias atrás fui a um encontro de professores junto com um companheiro de tablado, cujas mãos, assim como as minhas, mostram em suas ranhuras o acúmulo de anos e anos de pó de giz. Grande talento na profissão, Salvador é um vegetariano (ou, mais precisamente, ovolactovegetariano) desde juventude. Em alguma conversa, ele me avisou que está pensando em elaborar um blog com o título “não-há-nada-nesse-mundo-que-me-faça-gostar-de-coentro”. Só para me irritar...

Pensando no Salvador e na proposta de simplificar nossa vida dentro da cozinha, para esse mês, proponho um prato bem saboroso, fácil de preparar e ovolactovegetariano: quiche de queijo de cabra, aspargos e tomates cerejas.

Quiche nada mais é do que uma torta sem tampa com recheio cremoso. A origem do termo vem do alemão küchen, que significa bolo. Trata-se de um ícone da culinária francesa com uma infinidade de receitas. Dá para comer no piquenique, no café da manhã, no lanchinho da tarde ou em qualquer refeição ligeira. Um coringa! Talvez, a quiche Lorraine, feita com queijo e pedaços de bacon, seja a mais famosa.

Para qualquer quiche, pense em três componentes:

1) A massa, feita com farinha, manteiga e ovos. Não é desejável agregar muitos sabores à massa. Ela deve ser simples e honesta. Macia e arenosa. A manteiga é quem manda. Por isso, use uma de boa qualidade.

2) A liga do recheio, elaborada a partir de creme de leite fresco, farinha de trigo, ovos, podendo ou não ser enriquecido com queijo, normalmente emmental ou gruyère.

3) Por fim, o sabor do recheio que, nesse caso, serão aspargos, queijo de cabra e tomates cerejas.

Claro, há detalhes que ao longo do texto eu te explico.

Vamos às compras? O que estou ouvindo? No exato instante que teclo, ouço um CD intitulado “Concierto”, de Jim Hall, um guitarrista do jazz. Nele, há uma interpretação do Concierto de Aranjuez que é de chorar de tão lindo.

Para simplificar, eis uma lista do que você deve ter para fazer tua quiche.

_ 300 g de farinha de trigo, 125 g de manteiga gelada e cortada em cubinhos, 5 ovos, 300 ml de creme de leite fresco, 200 g de queijo gruyère ralado na parte grossa do ralador, 1 maço de aspargos graúdos, 1 pacote pequeno de queijo de cabra em bolinhas, cortadas ao meio, 1 pacote pequeno de tomates cerejas, cortados ao meio, manjericão e tomilho frescos, sal, pimenta do reino, azeite e alho.

Tudo será feito no dia de serviço. Entre começar a fazer e retirar a quiche do forno, não leva mais que uma hora e meia.

Partamos para massa.

Para simplificar teu trabalho, em um processador, despeje 250 g de farinha de trigo, 125 g de manteiga bem gelada e cortada em cubinhos, uma pitada de sal. Processe até que tudo tenha se transformado em uma farofa. Transfira para uma vasinha e acres-cente um ovo. Trabalhe bem pouco essa massa. Se ainda não estiver com umidade suficiente para que os elementos se agreguem, coloque uma ou duas colheres de sopa de água gelada. Não mais que isso. A massa deve ficar úmida, mas não em excesso. Quanto menos água mais crocante a macia ela será. Embrulhe em filme plástico e leve à geladeira.

Ferva rapidamente os aspargos e jogue-os em uma travessa com água e gelo. Para que você não seja chamado de ignorante, esse procedimento se chama branquear. Corte a parte superior dos aspargos no comprimento de um dedinho. Pense que a quiche será dividida em oito porções, em que, cada uma delas deve haver, pelo menos, uma ponta de aspargo. O restante dos talos, pique em finas rodelas. Em uma frigideira, doure uns dois dentes grandes de alho em azeite. Não use extra-virgem. Estou com preguiça de explicar o porquê. Mas, você confia em mim. Ou não?! Acrescente as rodelas de aspargos e tempere com sal e pimenta do reino. Retire do fogo e polvilhe, com muita parcimônia, umas folhinhas de tomilho fresco picadas na ponta da faca. Essas ervas (tomilho e manjericão) conferem um aroma e um paladar meio provençal. Reserve esse aspargo.

Ligue e forno e deixe-o aquecer até 180ºC. Isso é, aproximadamente, três quartos do botão de gás aberto, durante meia hora.

Retire a massa da geladeira. Com ajuda de um rolo e um saco plástico transparente, abra massa. Coloque a massa entre duas folhas de plástico. Ei, aprenda, o rolo deve ter contato com o plástico e não com a massa. Por sua vez, a massa deve ter contato com o plástico e não com a pedra da pia. Forre uma assadeira redonda de metal ou de louça. É preferível aquelas de fundo removível. Volte a assadeira, já forrada com a massa, para a geladeira.

Em um liquidificador, bata o suficiente para misturar, 300 ml de creme de leite fresco, 2 ovos inteiros e 2 gemas, 1 colher de sopa de manjericão fresco, 1 colher de sopa bem cheia de farinha de trigo, uma pitada de sal, pimenta do reino e, se quiser, um toque de noz moscada.

Vamos montar a quiche? Coloque Henri Salvador (Chambre avec vue) em seu toca CD. Você será mais feliz e calmo.

Retire a assadeira da geladeira e espalhe por sobre o fundo os aspargos que foram puxados na frigideira (assadeira, geladeira, frigideira...isso dá poesia de rima fácil, não é!!). Por sobre eles, espalhe o queijo gruyère já ralado. Despeje o creme batido no liquidificador. Mexa a assadeira para que tudo se misture e se encaixe um pouco. Sobre esse recheio, espalhe as pontas dos aspargos, as bolinhas de queijo de cabra e os tomates cerejas. Mas, por favor, faça um planejamento de como você quer que fique a aparência de tua quiche. Se quiser dar um toque ainda mais mediterrâneo, junte umas lascas de azeitonas pretas.

Coloque a forma da quiche dentro de uma assadeira maior e mande para dentro do forno por cerca de meia hora, ou até que fique dourada por cima. Não a desenforme enquanto estiver quente. Deixe amornar.

Sirva a quiche morna, com uma gostosa salada de folhas fresquíssimas e vinho branco geladinho.

Olhe a pessoa em sua frente, diga je t’aime e convide-a para seguir a vida a teu lado.

Leve um abraço meu.

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Sociedade da Mesa é muito bem-vinda e não paga rolhaAqui nesta coluna publicaremos bares e restaurantes onde você, associado da Sociedade da Mesa, poderá desfrutar de bons ambientes e boa gastronomia com a liberdade de levar seu próprio vinho sem pagar a rolha!

Rua Joinville, 561Vila Mariana - São Paulo(11) 5571-9839

Rua Mourato Coelho, 1267Vila Madalena - São Paulo(11) 3032-8605

Rua Joaquim Antunes, 224Jardim América - São Paulo(11) 3085-8485

Rua Jerônimo da Veiga, 461Itaim bibi - São Paulo(11) 3079-3344

Rua Orobó, 125Alto de Pinheiros - São Paulo(11) 3022-2424

Rua Bandeira Paulista, 387Itaim-bibi - São Paulo(11) 3078-6704

Rua Pedroso Alvarenga, 1170Itaim bibi - São Paulo(11) 3167-0977

Rua Girassol, 67Vila Madalena - São Paulo(11) 3031-6568

Rua Normandia, 12Moema - São Paulo(11) 5536-0490

Av. Brigadeiro Faria Lima, 2705Jardim Paulistano - São Paulo(11) 3031-0005

Rua Dr. Mario Ferraz, 213Itaim bibi - São Paulo(11) 3816-4333

Rua Dr. Sodré, 241AVila Olímpia - São Paulo(11) 3845-7743

Rua Bandeira Paulista, 520Itaim bibi - São Paulo(11) 3167-2147

Rua Conselheiro Brotero, 903Santa Cecília - São Paulo(11) 3664-8313

Rua Oriente, 609Serra - Belo Horizonte(31) 3227-6760

Rua Tabapuã, 838Itaim bibi - São Paulo(11) 3168-6467

PR

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CA

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A

Quem não tem familiaridade com a comida espanhola tradicional ou de boteco talvez se sinta um pouco perdido diante de sua carta onde encontrará nomes como: Piquillos rellenos, Pa amb Tumacat, Escalivada, Pisto, Favada ou Salmorejo. Por sorte tem explicações na carta onde também se encontra o vermut, clássico espanhol de aperitivo ou o Xerez fino e mesmo o Amontillado e até um anis de digestivo. Bem espanhol.A carta de vinhos é bem ampla como era de se esperar, em taça, em garrafa e também preços especiais para levar uma garrafa para casa.O chef Alberto Navarro, espanhol, é claro, é o entrevistado do mês e os associados da Sociedade da Mesa, é claro, não pagam rolha.El Maripili, de segunda à sexta das 11:00 às 23:00h, e sábados até às 16:00h.

Rua Lisboa, 191Pinheiros - São Paulo(11) 3082-7904

R. Salvador Cardoso, 131Itaim-bibi, São Paulo. Tel.: (11)3078-8686.

R. Melo Alves, 294Jardins, São Paulo. www.chakras.com.br

16 17

Rua Alexandre Dumas, 1152 - Chácara Santo Antônio.Tel.: 11 5181.4422

El Maripili, é uma “tasca”, um boteco espanhol com tudo o que isso implica.

Av. Pedro Paula de Morais, 749Saco da Capela - Ilhabela - SP(12) 3896-5241

Rua Manuel Guedes, 545Jardim Europawww.limonn.com.br(11) 2533-7710

Av Eng. Paulo Brandão Nogueira, 85Jatiuca - Maceió - Alagoas(82) 3235-1016

Rua Lisboa, 346 tel. (11) 3064-3438 São Paulo - SP

Genova

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Maio

Sele

ção

do M

ês

A “Seleção Especial do Mês”, ao contrário da “Seleção do Mês”, não é de envio automático, mas somente sob pedido. Peça antes do dia 10 para recebê-la juntamente com seu vinho.

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Faz tempo que venho prometendo um vinho sulafricano

para os associados. Após muita procura no mercado

nacional, entre as importadoras aqui estabelecidas,

desisti. Peguei um avião em novembro passado e fui para

a Cidade do Cabo encontrar um vinho para nós. Visitei

algumas bodegas, tomei vários vinhos espetaculares e

encontrei no meio do palheiro este Kanu. Já tivemos um

Pinotage entre as seleções, a uva clássica sulafricana,

então optei por este corte Shiraz - Cabernet.

Para associados: R$ 36,50

Preço estimado no mercado: R$ 50,00

Kanu Rockwood Red 2006

18 19

Acessórios

Vinho em consigna Informativos

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Faça suas compras por telefone (0800-7740303) ou site e receba juntamente com sua próxima caixa de vinhos.

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do:

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Lembrete: Recordamos aos associados que comuniquem quaisquer alterações no envio do mês, tais como de alteração de quantidades, pedidos de seleção especial, acréscimo de vinhos do estoque ou suspensão até o dia 10 de cada mês.

Se você vai fazer um evento, festa, jantar, e precisa de vinhos, consulte-nos. Consignamos o vinho para você e assim nem sobrará nem faltará, já sem contar que será um prazer ajudá-lo a escolher o vinho mais adequado para a ocasião.

Atendendo a vários pedidos, muito justos temos que dizer os informativos estão disponíveis para consulta, pesquisa e curiosidade. Acesse nosso site e faça download de nosso acervo. Boa leitura !

Neste mês não haverá “Seleção Especial do Mês”.

Page 11: Abril 2009 Sociedade da Mesa · 08 09 espanhola, é muito bom, e espero conseguir que gostem. SM. Durante o tempo que você já passou por aqui, o que tem achado da cozinha brasileira?

Sociedade da Mesa0800 774 0303www.sociedadedamesa.com.br

A Sociedade da Mesa é um clube de vinhos, pertencente a um dos maiores grupos de clubes de vinho do mundo, leva com exclusividade a seus associados as melhores seleções de vinhos, cursos, viagens, acessórios e mais do que isso, uma oportunidade única para desfrutar do mundo do vinho.

A Sociedade da Mesa simplifica um pouco mais sua vida:seleciona e entrega em sua casa o mundo do vinho.

Todos os meses, o sócio receberá uma caixa de vinho de 4 ou 6 garrafas, juntamente com o informativo.No informativo encontrará uma descrição do vinho que o acompanha com a indicação de qual será o vinho do mês seguinte e seu preço, além de informações interessantes sobre o mundo do vinho de uma forma ampla e simples.O preço da garrafa poucas vezes superará os R$ 35,00.Não há cota de associação.O sócio poderá suspender o recebimento quantas vezes preferir.

Como funciona a Sociedade da Mesa

Gosta de um belo suspense?Então nem leia porque aqui a gente sempre conta o que você vai receber.

Ligue para nós, inscreva-se já e receba o mundo do vinho em sua casa.

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