Abr Protesto na Candelária contra tarifa do ônibus · de gastar R$ 5,90 com quem usa um ônibus...

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Rio de Janeiro, de 13 a 19 de junho de 2013 | ano 11 | edição 07 | distribuição gratuita | www.brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefato Flu perde para a Lusa em SP Festival difunde cinema latino O Fluminense foi derrotado por 2 a 1 pela Portuguesa, na noite de quarta-feira (12), no Canindé, em São Paulo (SP) e perdeu a chance de liderar o Brasileirão. O Festival de Brasília, um dos maiores do país, tem início hoje (13) na capital federal com grande presença de filmes latino-americanos, como Tese Sobre Um Homicídio, com Ricardo Darín. esporte | pág. 16 cidades | pág. 5 cultura | pág. 11 Uma visão popular do Brasil e do mundo Edição Edição Divulgação Nelson Perez/Fluminense F.C. Pablo Vergara Abr Protesto na Candelária contra tarifa do ônibus Violência contra os indígenas Relatório recém-descoberto no an- tigo Museu do Índio, no Rio, revela uma série de violações aos direitos humanos de indígenas no período da ditadura militar (1964-85). brasil | pág. 8 Obama vigia a internet Documento revelado pelo jornal britânico The Guardian revelou que o governo dos EUA acessou o banco de dados de servidores de empre- sas como o Google, Facebook e Mi- crosoft para vigiar usuários. mundo | pág. 10 Assim como na última segunda-feira (10), a cidade do Rio de Janeiro terá hoje (13) protesto contra o aumento da pas- sagem de ônibus, que vigora desde o dia 1º de junho. A manifestação terá concentração na Candelária, a partir das 17h. Os protestos contra o aumento das tarifas de trans- porte já obtiveram êxito em Porto Alegre e Goiânia. Em São Paulo, jovens também devem realizar um ato contra o pre- ço da tarifa hoje, pela quarta vez em duas semanas.

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Rio de Janeiro, de 13 a 19 de junho de 2013 | ano 11 | edição 07 | distribuição gratuita | www.brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefato

Flu perde para a Lusa em SP

Festival difundecinema latino

O Fluminense foi derrotado por 2 a 1 pela Portuguesa, na noite de quarta-feira (12), no Canindé, em São Paulo (SP) e perdeu a chance de liderar o Brasileirão.

O Festival de Brasília, um dos maiores do país, tem início hoje (13) na capital federal com grande presença de fi lmes latino-americanos, como Tese Sobre Um Homicídio, com Ricardo Darín.

esporte | pág. 16

cidades | pág. 5

cultura | pág. 11

Uma visão popular do Brasil e do mundo Edição

Edição

DivulgaçãoNelson Perez/Fluminense F.C.

Pablo Vergara

Abr

Protesto na Candelária contra tarifa do ônibus

Violência contra os indígenasRelatório recém-descoberto no an-tigo Museu do Índio, no Rio, revela uma série de violações aos direitos humanos de indígenas no período da ditadura militar (1964-85).

brasil | pág. 8

Obama vigia a internetDocumento revelado pelo jornal britânico The Guardian revelou que o governo dos EUA acessou o banco de dados de servidores de empre-sas como o Google, Facebook e Mi-crosoft para vigiar usuários.

mundo | pág. 10

Assim como na última segunda-feira (10), a cidade do Rio de Janeiro terá hoje (13) protesto contra o aumento da pas-sagem de ônibus, que vigora desde o dia 1º de junho. A manifestação terá concentração na Candelária, a partir das

17h. Os protestos contra o aumento das tarifas de trans-porte já obtiveram êxito em Porto Alegre e Goiânia. Em São Paulo, jovens também devem realizar um ato contra o pre-ço da tarifa hoje, pela quarta vez em duas semanas.

Rio de Janeiro, de 13 a 19 de junho de 2013 | opinião

bus foi para R$ 2,95. Como não tem mais vans, a pessoa é obri-gada a tomar o ônibus, naque-le preço.

O preço das passagens nas alturas prejudica muito quem mora longe do Centro da cida-de. Na hora de contratar, os pa-trões querem saber quanto vão gastar de transportes com o empregado.

É lógico que ele vai escolher o que mora mais perto do empre-go para gastar menos. Quem vai querer contratar alguém de São Gonçalo e gastar R$ 10,40 por dia, já com bilhete único, se po-de gastar R$ 5,90 com quem usa um ônibus só?

É por isso que as pessoas pro-testam. É por isso que em várias cidades do Brasil muitos jovens estão indo às ruas fazer mani-festações contra o aumento das tarifas e a qualidade ruim dos serviços de transporte.

seus povos. A Carta Magna, no artigo 231, incorporou essa rei-vindicação histórica das lutas indígenas e se mostrou sensível à necessidade de assegurar um modo de vida social aos herdei-ros dessas terras.

Hoje, 13% do território na-cional está demarcado e ho-mologado como reserva indí-gena. Cerca de 98% dessas ter-ras estão localizadas na chama-da Amazônia Legal. Os que es-bravejam contra a quantidade

de terras, constitucionalmente assegurada aos índios, esque-cem, ou propositalmente igno-ram, que 46% das terras agríco-las estão nas mãos de 1% dos proprietários rurais, cerca de 50 mil latifundiários. Ninguém diz, nesse caso, que “há muita terra para pouco índio”.

Há, no Congresso Nacio-nal, uma série de propostas de emendas constitucionais que visam, se aprovadas, difi cultar o processo de demarcação das

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Editor-chefe: Nilton Viana • Editores: Aldo Gama, Marcelo Netto Rodrigues, Renato Godoy de Toledo • Subeditor: Eduardo Sales de Lima • Repórteres: Marcio Zonta,Michelle Amaral, Patricia Benvenuti • Correspondentes nacionais: Daniel Israel (Rio de Janeiro –RJ), Maíra Gomes (Belo Horizonte – MG), Pedro Carrano (Curitiba – PR),Pedro Rafael Ferreira (Brasília – DF), Vivian Virissimo (Rio de Janeiro –RJ) • Correspondentes internacionais: Achille Lollo (Roma – Itália), Baby Siqueira Abrão (OrienteMédio), Claudia Jardim (Caracas – Venezuela) • Fotógrafos: Carlos Ruggi (Curitiba – PR), Douglas Mansur (São Paulo – SP), Flávio Cannalonga (in memoriam), João R. Ripper(Rio de Janeiro – RJ), João Zinclar (in memoriam), Joka Madruga (Curitiba – PR), Leonardo Melgarejo (Porto Alegre – RS), Maurício Scerni (Rio de Janeiro – RJ) • Ilustrador:Latuff • Editor de Arte: Marcelo Araujo • Revisão: Marina Tavares Ferreira • Jornalista responsável: Nilton Viana – Mtb 28.466 • Administração: Valdinei Arthur Siqueira •Endereço: Al. Eduardo Prado, 676 – Campos Elíseos – CEP 01218-010 – Tel. (11) 2131-0800/ Fax: (11) 3666-0753 – São Paulo/SP – [email protected] • Gráfi ca:Info Globo • Conselho Editorial: Alipio Freire, Altamiro Borges, Aurelio Fernandes, Bernadete Monteiro, Beto Almeida, Dora Martins, Frederico Santana Rick, Igor Fuser, JoséAntônio Moroni, Luiz Dallacosta, Marcelo Goulart, Maria Luísa Mendonça, Mario Augusto Jakobskind, Milton Pinheiro, Neuri Rosseto, Paulo Roberto Fier, René Vicente dosSantos, Ricardo Gebrim, Rosane Bertotti, Sergio Luiz Monteiro, Ulisses Kaniak, Vito Giannotti • Assinaturas: (11) 2131– 0800 ou [email protected]

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A luta dos povos indígenasO CONFRONTO ENTRE os ín-dios terenas, os latifundiários que ocupam suas terras e as forças policiais, no Mato Gros-so do Sul, era previsto e foi aler-tado ao governo estadual e fe-deral. Mesmo assim, nada foi feito para impedir esse confl i-to e a perda de vidas humanas. Morto por forças policiais, o ín-dio Oziel Gabriel foi vítima do descaso e da inefi ciência das autoridades.

Os povos indígenas estão lu-tando por um direito conquis-tado na Constituição Federal de 1988: o reconhecimento e a demarcação das terras tradi-cionalmente ocupadas pelos

editorial | Brasil

Transportes no Rio, uma vergonha

terras e, inclusive, rever as áre-as já homologadas.

O governo que poderia asse-gurar que os interesses das mi-norias não fossem massacra-dos por aquele rolo compres-sor, mostra-se frágil e, não raras vezes, conivente e impulsiona-dor dos interesses do agrone-gócio.

Por esse caminho passa, além da criação de leis, o en-fraquecimento da Funai, o compromisso, junto aos rura-listas, de suspender as demar-cações, de mudar o procedi-mento de reconhecimento e demarcação das terras, e a mi-litarização da questão.

A demarcação das terras in-dígenas é uma questão históri-ca e ainda mal resolvida. Con-trário a ela, há os interesses, po-líticos e econômicos das elites.Há etnias, no MS, com altíssi-mas taxas de suicídios.

É inadmissível que o paísolhe para essa questão apenascomo um confl ito entre os ín-dios e os proprietários rurais. Oque está em disputa é um pro-jeto de sociedade, no qual este-ja assegurado o direito de exis-tência social e cultural dos po-vos indígenas e das comunida-des quilombolas, camponesase de pescadores. Essa conquis-ta exigirá ainda muitas lutas.

É inadmissível que o país olhe para essa questão apenas como um confl ito

EM MAIO, a Prefeitura da ca-pital tirou de circulação as vans da Zona Sul da cidade. Agora quer tirar as do Centro. As vans servem exatamente à popula-ção mais pobre.

A pergunta que precisa ser feita é: o que foi colocado no lu-gar das vans? Nada. E quem pa-ga o pato é quem precisa delas para chegar mais rápido em ca-sa ou ao trabalho.

Ao mesmo tempo em que as vans estão sendo retiradas, as tarifas de ônibus estão subindo. Por isso é que estamos vendo na televisão a revolta das pes-soas em várias cidades do país.

Uma pessoa, para vir de São Gonçalo ao Rio, gasta ho-je R$ 8,00. São R$ 16,00 ida e volta. E quem vem de Du-que de Caxias? Os mesmos R$ 16,00. É um preço que impede qualquer trabalhador de fazer um passeio com sua família

ao Rio de Janeiro em um fi nal de semana.

Nós últimos 15 dias, as ta-rifas dos ônibus e das barcas subiram. As tarifas dos trens e das barcas sempre foram mais baratas que as dos ônibus. Hoje, trens e barcas são mais caros que ônibus. Isso aconte-ceu depois que esses serviços foram privatizados.

A diferença é essa. Se é um serviço público, para servir à população, não tem que dar lucro. Quando privatiza, o do-no não está preocupado com o bem-estar dos passageiros, ele quer saber quantas moedinhas vão bater no seu cofrinho.

Vejamos o exemplo da in-tegração do metrô do Largo do Machado com os ônibus que seguem para as redonde-zas. Até maio, a passagem do ônibus custava R$ 2,00. Tira-ram as vans e a tarifa dos ôni-

editorial | Rio de Janeiro

Rio de Janeiro, de 13 a 19 de junho de 2013 opinião | 03

corrupção.As condições básicas da vi-

da não são mais riquezas. Mas, é exatamente essa dimensão da existência humana e da vida que os indígenas nos oferecem com seus territórios.

Suas riquezas são democra-ticamente partilhadas com to-dos os seres vivos do país e da Terra.

Precisamos de suas águas, de sua biodiversidade, das chu-vas que evaporam da fl oresta para cair no sul do país até Bue-nos Aires.

Roberto Malvezzi (Gogó) é músico e escritor de Juazeiro (BA) e coordenador nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT)

Frei Betto Latuff

Drogas, equívocos e soluções

O FENÔMENO DAS DROGAS atinge todos nós. Nãohá exceção. Não é apenas nas ruas que a existênciade grande número de viciados preocupa. Em todas asclasses sociais há quem seja dependente de drogas.

Famílias de classes média e alta conhecem a torturado que signifi ca ter um parente dependente químico.

Por sua vez, o poder público, incomodado com apaisagem urbana das cracolândias, advoga a interna-ção compulsória. Medida, aliás, adotada por certas fa-mílias com recursos para pagar internação em clínicasde (suposta) recuperação.

O que induz uma pessoa a consumir drogas? Qual asolução para o problema?

O que leva uma pessoa a consumir drogas é a carên-cia de autoestima.

Sentindo-se inferior, desamada, pressionada pe-lo estresse competitivo, ela encontra nas drogas o re-curso para alterar seu estado de consciência. Assim, sesente bem melhor do que ao enfrentar, de cuca limpa,a realidade. Sobretudo com certas drogas, como a co-caína, que imprimem sensação de onipotência.

Todo drogado é um místico em potencial. Sabe quea felicidade é uma experiência da subjetividade. Nadafora do ser humano é capaz de trazer felicidade.

A droga decorre de nossa escala de valores. Há nis-so forte componente educativo. Se um jovem é educa-do priorizando como valores riqueza, sucesso, poder ebeleza, tende a se tornar vulnerável às drogas.

Elas funcionarão, periódica e provisoriamente, co-mo cobertor ao frio de suas ambições frustradas.

Alerto meus amigos que têm fi lhos pequenos: dê-em a eles muita atenção e carinho, especialmente atéque completem 12 anos. Internações podem ser úteisem situações de crise ou surto. Nunca como solução.

Todo drogado grita em outra linguagem: “eu queroser amado!”

E o poder público, o que fazer diante desta epide-mia química? Internação compulsória? Funciona pro-visoriamente como limpeza da paisagem urbana.

Em um país como o nosso, em que o sistema de saú-de é tão precário, difícil acreditar que existam clínicasde internação em número sufi ciente para atender to-dos os dependentes e que tenham sufi ciente pedago-gia de recuperação.

Contudo, há, sim, solução preventiva se o poder pú-blico cumprir seu dever de assegurar a todas as crian-ças e jovens educação de qualidade.

Morei cinco anos em favela. Aprendi que nenhumtrafi cante deseja que seu fi lho siga os seus passos. Osonho é que o fi lho seja doutor.

Portanto, no dia em que o poder público levar aosninhos do tráfi co mais escolas, música, teatro, acade-mias de ginástica, bibliotecas, e menos batidas poli-ciais e balas “perdidas”, teremos menos viciados e tra-fi cantes.

Frei Bettoé escritor, autor do romance sobre drogas

O Vencedor (Ática), entre outros livros

E viva Pyongyang

“Passado é tudo que não passa”

Morei cinco anos em favela. Aprendi que nenhum trafi cante deseja que seu fi lho siga os seus passos. O sonho é que o fi lho seja doutor

OUVI ESSA FRASE numa rádio de Petrolina e ela não me saiu mais da memória. Foi atribuída pelo locutor a um poeta da ci-dade, que não sei o nome. Mas, ela me pareceu genial.

Os indígenas brasileiros são o passado que não passa.

Embora sejam elementos de entrave desde a chegada dos colonizadores, embora não de-vessem mais existir, não deves-sem mais ocupar territórios que guardam riquezas, eles es-tão presentes. São exatamente o passado que não passa, o pre-sente e elemento defi nidor do-futuro.

Água, biodiversidade, povos indígenas, clima, nenhum des-

ser feita adequadamente se le-vamos em conta a correlação de forças (econômicas, polí-ticas e militares). No entanto, e por isto mesmo, as possíveis pressões de Washington deve-riam nos haver sido comunica-das.

Temos agora a possibilidade de nos inteirarmos melhor so-bre o que se passou com Pyon-gyang. Nos dias 12 e 19, respec-tivamente, os embaixadores do Irã e da Coreia do Norte fazem palestras em Brasília sobre o te-ma “Política Nuclear, Seguran-ça Internacional e Paz Mun-dial”, dando início a um ciclo sobre Geopolítica Mundial e Diplomacia Internacional.

Alipio Freire é jornalista e escritor

HÁ UNS DOIS MESES que não temos notícias sobre Pyon-gyang – o novo “perigo amare-lo” propalado pela Casa Branca.

É como se uma amnésia houvesse tomado conta da grande mídia comercial bra-sileira, e todos houvessem es-quecido as ameaças insistentes e aterrorizantes que o gover-no dos EUA proclamou mundo afora, a respeito do teste nucle-ar que o governo norte-corea-no programara.

Cremos que esse silêncio pode ser interpretado como mais uma derrota dos EUA, ne-cessária de ser escondida, pa-ra que a imagem de super-he-rói do império do terror não se-ja afetada em sua pretensa in-vencibilidade.

Ou seja, a hipótese mais viá-vel é que Pyongyang tenha feito seu teste, e tenha sido bem-su-cedida em seus objetivos, em-bora devamos também ponde-rar que – ocupados com o afã de demitir seus trabalhadores, os patrões da nossa mídia co-mercial não tenham tido muito tempo para se dedicar a “prin-cipados tão distantes”.

Durante o segundo governo de Lula, seu ministro Roberto Átila do Amaral Vieira (PSB) foi defenestrado após haver anun-ciado um programa de desen-volvimento de pesquisas nu-cleares.

Enfi m, qualquer desseme-lhança é mera coincidência, embora não devamos jamais esquecer que política só pode

ses elementos signifi ca riqueza para essa mentalidade, a não ser que seja transformado em mercadoria.

Essas pessoas não precisam de água para beber, de comida saudável para comer, da bio-diversidade para fármacos, do clima agradável para viver.

Portanto, outro passado que não passa é linhagem de Borba Gato a Domingos Jorge Velho. Representa essa linhagem gen-te da extrema direita, de centro e até de partido comunista. Ri-queza é o que pode ser explo-rado e contabilizado no PIB, mesmo que seja veneno, la-vagem de dinheiro do tráfi co, venda de armas, dinheiro de

Alipio Freire

Roberto Malvezzi (Gogó)

Rio de Janeiro, de 13 a 19 de junho de 2013 | cidades04

ALESC

Maria Emília Pacheco, presidenta do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea)

Gilka Resendedo Rio de Janeiro (RJ)

Maria Emília Pache-co é formada em antro-pologia e, atualmente, exerce o cargo de presi-denta do Conselho Na-cional de Segurança Ali-mentar e Nutricional (Consea). O órgão é uma forma de aproximar so-ciedade civil e governos nas questões de alimen-tação e nutrição.

Com uma trajetória de luta pelos direitos hu-manos, ela colaborou na formulação do conceito de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) no Brasil, sempre atrelado aos princípios da sobe-rania e do direito huma-no à alimentação.

Nesta entrevista ao Brasil de Fato – após re-tornar de Porto Alegre, onde participou do 7º Encontro Nacional do Fórum Brasileiro de So-berania e Segurança Ali-mentar e Nutricional (FBSSAN) – Maria Emí-lia relaciona a comida, dentre outras coisas, a temas como saúde, cul-tura e meio ambiente.

Brasil de Fato – Quais são os principais pro-blemas do sistema ali-mentar dominante?

Maria Emília – Ele está cada vez mais con-centrado. Cerca de dez grandes transnacionais controlam os agrotóxi-cos, as sementes e os transgênicos. Isso tam-bém acontece no con-sumo, quando são os su-permercados os que do-minam o varejo de ali-mentos. Ao mesmo tem-po em que permanece a fome no mundo, existe um aumento do sobre-peso. A alimentação es-tá dominada pela lógi-ca privada e o alimen-to virou mercadoria, en-quanto deveria ser vis-to, acima de tudo, como um direito humano. Te-mos um sistema alimen-tar em crise.

E a situação do Brasil neste contexto?

Melhoramos os índi-ces gerais de desnutri-ção e subnutrição, em-bora eles permaneçam muito ruins entre as po-pulações indígena e ne-gra. Ao mesmo tem-

po, temos visto o cres-cimento da obesidade. Essa chega junto com a pressão alta, diabe-tes e problemas cardía-cos. Por isso, esse acesso deve ser a alimentos de qualidade. A alimenta-ção precisa ser vista co-mo um ato político.

A insegurança alimen-tar também está em me-trópoles como o Rio. Pa-ra que isso mude, o que pode ser feito?

Defendemos uma po-lítica nacional de abaste-cimento alimentar. Para tal, é preciso ter um sis-tema mais descentrali-zado que valorize equi-pamentos de alimenta-ção públicos como mer-

ABr

ENTREVISTA Para Maria Emília Pacheco, presidenta do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, a alimentação está dominada pela lógica privada e o alimento virou mercadoria

Comida é patrimônio, Comida é patrimônio, e não mercadoriae não mercadoria

cados populares, cozi-nhas comunitárias, ban-cos de alimentos e feiras. Ficamos tristes e protes-tamos quando prefeitu-ras não aceitam que es-paços públicos tenham uma utilização realmen-te pública. Isso é atentar contra o direito de viver em cidades de múltiplas funções, e não só de espa-ços industriais e de servi-ços. Defendemos, ainda, a agricultura urbana e pe-riurbana (em áreas rurais próximas a centros urba-nos). Pensar em um cul-tivo para autoconsumo permite aumentar o grau de sociabilidade nos bair-ros, o que ajuda a carac-terizar uma cidade mais democrática. Ainda mais

nas metrópoles, que têm sido objeto de muita es-peculação imobiliária. Esses espaços criativos de produção já são construí-dos por centenas de gru-pos no Brasil, mas preci-sam virar política pública.

Existe uma cobrança in-dividual em se ter uma alimentação saudável. O Estado também deve ser responsabilizado?

Isso. É um equívoco pensar que a alimenta-ção é exclusivamente uma escolha pessoal. Há ambientes sociais e eco-nômicos que infl uen-ciam. Por exemplo, nós somos bombardeados com as publicidades de alimentos, que precisam de regulação, e isso é pa-pel dos governos.

Você participou do en-contro do último Fó-rum Brasileiro para o tema, em Porto Alegre. Que desafi os e ações o tema “Que alimentos (não) estamos comen-do” trouxe?

Muitos. Quando va-mos ao supermercado, encontramos produtos

“É urgente valorizar as diferentes tradições culinárias e ter em conta o valor cultural da comida”

com uma grande quan-tidade de químicos, co-rantes e acidulantes. En-quanto isso, os alimen-tos artesanais são preju-dicados por legislaçõessanitárias que usam pa-râmetros para uma pro-dução industrial. Preci-samos rever essas nor-mas, que são verdadei-ros instrumentos autori-tários. Também é impor-tante falar da agricultu-ra familiar agroecológi-ca, que é de resistência.Ele traz o princípio dadiversifi cação alimentarpara romper com a mo-notonia das dietas. Pre-cisamos apoiar essasexperiências que nãousam agrotóxicos, reali-zam o manejo sustentá-vel dos bens da naturezae resgatam as sementescrioulas (ou nativas). Éurgente valorizar as di-ferentes tradições culi-nárias e ter em conta ovalor cultural da comi-da, pois corremos o ris-co de perder a memóriaalimentar do país. Asse-gurar o direito humanoà alimentação tambémimplica nisso, em garan-tir o direito ao gosto.

Rio de Janeiro, de 13 a 19 de junho de 2013 cidades |

Daniel Israeldo Rio de Janeiro (RJ)

Nova manifestação contra o aumento das passagens está marcada para hoje às 17h. A ati-vidade está programa-da para sair da Igreja da Candelária.

Os protestos contra o aumento das passagens revelam a indignação de grande parte da popula-ção carioca.

O valor da passagem aumentou de R$ 2,75 para R$ 2,95, desde o dia 1º de junho.

Nesse período, o Pro-con-RJ constatou a pre-cariedade nos serviços oferecidos por diver-sas empresas, através da operação “Roleta Russa”. Foram interditados di-versos veículos na cida-de, que revelaram a gra-vidade da situação, pio-rada pelas empresas e a Prefeitura, que autori-zou aumento sem que o serviço atendesse à ne-cessidade.

Na segunda-feira (10), manifestantes se reuniram em frente à Câmara dos Vereado-res, na Cinelândia, para o terceiro protesto con-tra o último aumento da tarifa de ônibus. Dessa vez, cerca de 1.500 pes-soas caminharam pe-la Avenida Rio Branco, Rua Araújo Porto Alegre, Avenida Presidente An-tônio Carlos e Avenida Presidente Vargas.

gre e protestaram con-tra o aumento das pas-sagens e barraram o au-mento. Em São Paulo,manifestantes fi zeramtrês grandes atos con-tra o aumento da tarifa,sob forte repressão poli-cial. (DI)

Nesse último pon-to, houve truculência na ação da Polícia Militar, que utilizou bomba de gás lacrimogênio, spray de pimenta e balas de borracha. Assim, a ma-nifestação, legítima, foi transformada num ce-nário de guerra. No fi -nal da noite, 31 pesso-as tinham sido detidas e encaminhadas à 5ª DP (Carioca).

Indagada sobre o au-mento no valor da passa-gem, a assessoria de im-prensa da Secretaria Mu-nicipal de Transportes (SMTR) informou que o reajuste da tarifa foi cal-culado com base em índi-ces da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e do Insti-tuto Brasileiro de Geogra-fi a e Estatística (IBGE).

A fórmula para o au-mento está prevista no contrato de concessão, feito a partir da variação de preço em itens como insumos (pneus, com-bustível) e mão de obra.

A assessoria também alega que foi levada em consideração a unifi ca-ção da tarifa nos ônibus urbanos com e sem ar-condicionado, além de zerados impostos como PIS e Cofi ns para empre-sas do setor, como anun-ciou o governo federal. No entanto, para a popu-lação carioca o aumen-to foi abusivo, pois pre-sencia uma distribuição desigual dos transportes pela cidade, em termos de quantidade de frota e qualidade dos veículos oferecida para cada lo-calidade, sendo os bair-ros da zona oeste os mais afetados.

Para quem se incomo-dou com o protesto, devi-do à lentidão causada no trânsito, os manifestan-tes estenderam faixas on-de se lia: “Desculpem o trânsito, estamos lutando pelos seus direitos”.

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do Rio de Janeiro (RJ)

O aumento das pas-sagens é um problema enfrentado pelas popu-lações de várias cida-des brasileiras. Em mui-tas delas, há mobiliza-ção pela redução do va-lor e pela criação de me-canismos que contribu-am para a melhora da mobilidade urbana e se tornem, de fato, acessí-veis à população.

Em Teresina, o pro-fessor Daniel Solon, da Universidade Estadu-al do Piauí (Uespi), rela-ta algumas das reivindi-cações feitas na cidade, no fi nal de 2011. “A gen-te levantou a bola para o passe-livre a estudan-tes, a criação de empre-sa pública para adminis-trar toda a frota do se-tor e integração com o

Protesto no Rio exige redução na passagem de ônibus TRANSPORTE Hoje, a partir das 17h, na Candelária, nova manifestação exigirá tarifa mais barata

O aumento das passagens é um problema enfrentado pelas populações de várias cidades brasileiras

Manifestações pelo BrasilEm Goiânia e Porto Alegre, manifestações conseguiram barrar o aumento

trem (que atende pou-cos bairros, tem escas-sez de vagões e sem qua-lidade)”.

O nível de mobiliza-ção na capital piauien-se foi tão grande que no horário de maior mo-vimento do trânsito a principal via da cidade foi fechada pelos ma-nifestantes. Foi o bas-tante para que, nos dez dias em que milhares de pessoas se mobiliza-ram contra o aumento da passagem, a Aveni-da Frei Serafi m passas-se a ser conhecida como Avenida dos Indignados.

Em Goiânia, manifes-tantes e diversas organi-zações acionaram o Mi-nistério Público Estadu-al (MPE-GO). Foi solici-tado que o mesmo atu-asse pela redução no va-lor da tarifa local, apro-

vada na segunda-feira (10). Por decisão da Jus-tiça Estadual, a passa-gem, que custava R$ 3, voltou aos R$ 2,70 exigi-dos pela população.

No início do ano, dez mil pessoas tomaram as ruas de Porto Ale-

Cerca de 1.500 manifestantes se reuniram na Cinelândia contra o aumento da tarifa do ônibus

Protestos acontecem em todo o país

Pablo Vergara

Pablo Vergara

Rio de Janeiro, de 13 a 19 de junho de 2013 | cidades06

SINDICAL

As centrais sindicais vão negociar com o governo federal uma série de questões mui-to importantes: em-prego doméstico, ter-ceirização, aposenta-doria, redução da jor-nada e salário mínimo. Procure se informar no seu sindicato.

Os profi ssionais das 1.064 escolas muni-cipais do Rio fi zeram greve de 24 h nessa quarta-feira (12) por-que a Prefeitura ainda não apresentou pro-posta de reajuste sa-larial. Os profi ssionais de educação reivindi-cam reajuste de 19% e a implantação da data-base no mês de maio.

Os sindicatos dos tra-balhadores da educa-ção de todo o país pro-movem de 25 a 27 de julho, em Maceió, o En-contro Nacional dos Funcionários da Edu-cação. O tema central é o respeito à legislação federal sobre os fun-cionários da educação. Mais informações, no Sepe: (21) 2195 -0450.

O Sindpd-RJ está abrindo novas turmas do curso de informá-tica, com vagas para sindicalizados e seus dependentes. O traba-lhador pode se sindi-calizar no momento da inscrição. Fale com [email protected] ou (21) 2516-2620.

Direitos do trabalhador

Funcionários da educação em Maceió

Professores do município ainda sem reajuste

Informáticano Sindpd-RJ

EPSJV/Fiocruz

Plenária fi nal do IV Seminário Nacional da Frente Contra a Privatização da Saúde na UFSC

Viviane Tavares de Florianópolis (SC)

Entre os dias 7 e 9 de junho, foi realizado, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis (SC) o IV Seminário da Frente Nacional Contra a Priva-tização da Saúde.

O seminário, com aproximadamente 600 pessoas, 14 fóruns esta-duais contra a privatiza-ção da saúde, diversos movimentos e entidades, debateu inúmeras pau-tas que tinham um mes-mo objetivo: um SUS pú-blico, integral, universal e de qualidade.

O do Rio de Janeiro foi um dos maiores desta-ques no processo de ace-leração da privatização da saúde, por conta da criação da empresa Rio-Saúde. Soma-se a isso, a Saúde Brasil – uma subsi-diária da Empresa Brasi-leira de Serviços Hospita-lares, que gerará os hos-pitais federais e institutos federais do estado do Rio de Janeiro.

A avaliação é dos tra-balhadores da saúde, frente aos inúmeros ca-sos de privatização em diferentes estados.

“A transformação das instituições públicas em empresa é uma questão que está se colocando em hospitais universitá-rios, mas, lá, temos ain-da o argumento da auto-nomia universitária pa-ra barrar essa atrocida-de, avalia a professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) Maria Inês Bravo.

Enfrentamento maiorSegundo Maria Inês,

que também é militante da Frente Nacional Con-tra a Privatização da Saú-de, nos hospitais federais esse argumento não pode ser usado, ele não existe, então, o enfrentamento passa a ser ainda maior.

SOS saúde cariocaPRIVATIZAÇÃO Saúde do Rio de Janeiro foi exemplo de piores modelos de privatização em evento que reuniu mais de 14 estados

O Rio de Janeiro ho-je conta com seis hospi-tais federais: Bonsuces-so, Ipanema, Lagoa, Ser-vidores, Andaraí e Car-doso Fontes.

De acordo com o Mi-nistério da Saúde, es-ta medida é para evitar as irregularidades e uso indevido de verba pelas unidades.

Mas, para a professo-ra Maria Inês, já foi com-provado que esses mo-delos são mais caros, têm mais desvio de ver-bas e acabam com a saú-de pública. Segundo ela, o que o Ministério da Saúde deveria fazer é dar mais recursos para os hospitais e realizar mais contratação por meio de concurso público.

Além da saúdePara o professor-pes-

quisador da Escola Po-litécnica de Saúde Joa-quim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) Geandro Pi-nheiro, o seminário mostrou o caminho para uma discussão mais am-pla que vai além da pau-ta da saúde.

“A privatização da ges-tão é só a ponta da dis-cussão. Estamos sempre reagindo, mas o que te-mos que pensar é a deter-minação social, os mo-dos de produção que es-tão gerando estes mode-los apresentados”, avalia Geandro Pinheiro.

Segundo ele, outro ponto que está avançan-do é o entendimento de que o SUS que temos ho-je também precisa mu-dar, não vale a pena lutar pelo que temos hoje. “Te-mos que lutar por aquele modelo que defendemos lá atrás”, afi rma.

da Redação

Apesar de ser a maior iniciativa de interioriza-ção de médicos já exe-cutada no Brasil, o Pro-grama de Valorização da Atenção Básica (Provab) não conseguiu atrair ne-nhum médico para 41% dos municípios do Nor-deste que solicitaram profi ssionais este ano.

Das 1.091 cidades nor-destinas que solicitaram médicos pelo progra-ma, 457 não receberam sequer um profi ssional. Com isso, apenas 36% da demanda por médicos na região foi atendida. Dos 6.129 médicos solicita-dos, 2.184 foram para 634 cidades.

Eles estão alocados em Unidades Básicas de Saú-de (UBS) das periferias, do interior e de áreas re-

Nenhum médico para 41% do NordesteSAÚDE Dos 1.091 municípios nordestinos que solicitarammédicos, 457 não receberam nenhum profi ssional

motas. O balanço com-pleto do programa foi apresentado pelo diretor de programas da Secreta-ria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Felipe Proenço, no dia 3, em Salvador (BA).

O Nordeste foi a úni-ca região do país onde a maioria dos municípios que solicitaram médicos recebeu pelo menos um profi ssional. Nas demais regiões, a maior parte dos municípios não con-seguiu atrair sequer um profi ssional.

No Norte, 66% dos municípios que pediram médicos pelo Provab não atraíram sequer um. Dos 245 municípios que soli-citaram médicos, 168 não conseguiram nenhum.

No Centro-Oeste, 64% dos municípios não atra-íram sequer um médico

pelo Provab. Dos 256 que pediram, 163 não recebe-ram nenhum.

No Sudeste, 54% dos municípios não conse-guiram atrair sequer um médico: dos 747 muni-cípios que pediram, 399 não recebeu nenhum. No Sul, 74% dos municípios não conseguiram atrair sequer um médico. Dos 567 que pediram, 418 não receberam nenhum.

Em todo o Brasil, 55% dos municípios que so-licitaram médicos não conseguiram sequer um. Dos 2.867 municípios que pediram profi ssio-nais pelo Provab, 1.581 municípios não atraíram nenhum. Com isso, ape-nas 29% da demanda na-cional por 13 mil médicos foi atendida: 3.800 parti-cipantes foram para 1.307 municípios brasileiros.

“A privatização da gestão é só a ponta da discussão”

Rio de Janeiro, de 13 a 19 de junho de 2013 brasil | 07

ABr

Criança trabalha em forno de produção de carvão vegetal

Stefano Wrobleski de São Paulo (SP)

No Dia Mundial de Combate ao Trabalho In-fantil, celebrado nesta quarta-feira (12), organi-zações da sociedade civil e autoridades se mobili-zam para chamar a aten-ção para o trabalho infan-til doméstico.

Segundo a Organiza-ção Internacional do Tra-balho (OIT), que publi-cou relatório destacan-do a gravidade da explo-ração de crianças e ado-lescentes em residências, o problema afeta aproxi-madamente 15,5 milhões em todo o mundo.

São meninos e meni-nas sujeitos à violência, abusos sexuais e doenças físicas e mentais, e que têm difi culdades e/ou não conseguem acompa-nhar a escola.

O trabalho infantil doméstico também foi tema de relatório publi-cado pelo Fórum Nacio-nal de Prevenção e Erra-dicação do Trabalho In-fantil (FNPETI), e de um dos capítulos do relató-rio “Brasil livre de traba-lho infantil”, lançado re-centemente pela Repór-ter Brasil.

Das 15,5 milhões de ví-

FATOS EM FOCO

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) confi rmou a decisão de que ha-via negado recurso da Monsanto para esten-der a vigência da pa-tente da soja transgê-nica no Brasil. Segun-do o STJ, a vigência de 20 anos começou a contar na data do pri-meiro depósito da pa-tente no exterior, em 31 de agostode 1990. O ministro Ricardo Villas Bôas Cueva já tinha se posicionado contra o pedido e manteve de-cisão do TRF-2 (Tribu-nal Regional Federal da 2ª Região), que en-tendeu que a patente vigorou até 31 de agos-to de 2010.

O Ministério Público Federal (MPF) no Pa-rá solicitou que a Justi-ça mantenha a decisão que obriga a Fundação Nacional do Índio (Fu-nai) a dar continuação ao processo de demar-cação da Terra Indíge-na Maró, em Santarém, oeste do Pará. Foi soli-citada multa diária no valor de R$ 5 mil pa-ra o caso de descum-primento e prazo de 30 dias para o cumpri-mento da decisão. Os estudos de demarcação da área foram iniciados em 2008. Na época, a Funai so-licitou 50 dias para a conclusão do Relatório de Identifi cação e De-limitação da Terra que, no entanto, só foi en-tregue em 2010. Depois que o relatório foi en-tregue, o procedimento para demarcaçãofoi paralisado e até ho-je o resumo do estu-do não foi publicado no Diário Ofi cial da União e no Diário Ofi cial do Estado do Pará, impe-dindo a continuidade do processo.

STJ nega pedido da Monsanto

TerrasIndígenas

Mobilização global sobre o Mobilização global sobre o trabalho infantil domésticotrabalho infantil doméstico

COMBATE Segundo a OIT, exploração atinge 15,5 milhões de crianças e adolescentes no mundo

timas de trabalho infantil no planeta, 5 milhões de crianças e adolescentes são exploradas em países que não proíbem a prá-tica e que, portanto, não ratifi caram a Convenção 182 da OIT, que a proí-be de ser desempenhada por menores de 18 anos.

Piores formas de trabalho

Conforme a conven-ção, a atividade é consi-derada uma das piores formas de trabalho infan-til. O relatório também lembra a Convenção 138, que defi ne a idade míni-ma para admissão em 15 anos, independentemen-te da profi ssão.

Apesar de ter sido rati-fi cada por 161 países, qua-

se metade (7,4 milhões) dos 15,5 milhões de traba-lhadores domésticos com menos de 18 anos têm en-tre 5 e 14 anos.

A questão não po-de ser entendida “pura-mente em termos de di-reitos da criança ou co-mo um problema traba-lhista”, lembra o relatório, citando que, de todos os 776 milhões de analfabe-tos no mundo, dois terços são mulheres.

O dado reforça o argu-mento de que existe uma grande diferença entre as oportunidades de traba-lho para mulheres e ho-mens jovens.

“A posição de subordi-nação e marginalização das garotas em muitas so-ciedades compõe os pro-blemas que elas enfren-tam no mercado de tra-balho”, diz o estudo. En-tre os que têm menos de 18 anos ocupados no tra-balho doméstico, 73% são mulheres.

No Brasil

Apesar de ter ratifi -cado as convenções 182 e 138 da OIT em 2000 e 2001, respectivamente, o país ainda tem 258 mil crianças e adolescentes ocupados em trabalho doméstico.

Os dados são do IBGE e foram organizados no relatório do Fórum Na-cional de Prevenção e Er-radicação do Trabalho Infantil (FNPETI).

De acordo com Rafa-el Dias Marques, coorde-nador nacional do pro-grama de combate ao tra-balho infantil do Ministé-rio Público do Trabalho (MPT), a pobreza já não é mais a causa essencial no Brasil para a existência de trabalho infantil.

Segundo ele, aproxi-madamente 40% das fa-mílias que exploram es-se tipo de mão de obra não está na faixa de ex-trema pobreza atual-mente. “A pobreza es-tá hoje aliada ao desejo de acesso das crianças e adolescentes ao bens de consumo, o que conduz também a uma entrada precoce ao mercado de trabalho”, diz.

Ele também defende que o país faça fortes in-vestimentos para aten-der às crianças e às famí-lias em situação de po-breza ou extrema pobre-za. O coordenador ainda ressalta a importância de campanhas de conscien-tização como forma de romper com a aceitação social existente em rela-

ção ao trabalho infantil.Os dados do relatório

produzido pelo FNPE-TI mostram que a regiãoque concentra o maiornúmero de crianças eadolescentes em traba-lhos domésticos é o Nor-deste, com 39,8% do to-tal. Quase todos os jovenssão mulheres (93,7%), agrande maioria é de ne-gros (67%) e está em meiourbano (79,3%).

Trabalho perigoso

Quase metade dascrianças vítimas de traba-lho doméstico estão sub-metidas a condições quepodem afetar sua saúde,segurança ou integridademoral, além de jornadasde trabalho de mais de 43horas por semana.

A OIT conclui que “apobreza está invariavel-mente por trás da vulne-rabilidade de uma crian-ça ao trabalho domésti-co” e o “trabalho infan-til doméstico não é sim-plesmente uma preocu-pação das crianças, suasfamílias e comunidades”.

Por isso, deve sercombatido com políti-cas amplas de desenvol-vimento e decisões so-bre a alocação de recur-sos orçamentários.

(Repórter Brasil)

A região que concentra o maior número de crianças e adolescentes em trabalhos domésticos é o Nordeste, com 39,8% do total

Rio de Janeiro, de 13 a 19 de junho de 2013 | brasil08

Investigação descobriu que agentes do SPI cometiam crimes hediondos contra os indígenas

30 anos depois, indígenas ainda são vítimas de violência

Reprodução

Antônio Cruz/Abr

Patrícia Benvenuti da Redação

Um cenário de tortu-ras, humilhações, priva-ções e as mais variadas violências. Esse é o re-sultado da ditadura civil-militar brasileira para os povos indígenas, como mostra o “Relatório Fi-gueiredo”, um dos docu-mentos mais reveladores das atrocidades cometi-das por agentes públicos contra os populações tra-dicionais.

Resultado de uma in-vestigação realizada em 1967, em plena ditadura civil- militar (1964-1984), o relatório teria sido des-truído durante um incên-dio no Ministério da Agri-cultura. Recentemen-te, porém, foi encontra-do no antigo Museu do Índio, no Rio de Janeiro. Cinquenta caixas guarda-vam sete mil páginas pre-servadas do documento, que poderão auxiliar na luta por justiça e repara-ção às vítimas.

MEMÓRIA Relatório revela violações cometidas por agentes do Estado contra indígenas durante a ditadura

Investigação Produzido pelo procu-

rador Jader de Figueiredo Correia, o relatório nas-ceu a partir de uma in-vestigação feita a pedido do então ministro do In-terior, Albuquerque Li-ma, com base em denún-cias de violações feitas em comissões parlamen-tares de inquérito em 1962 e 1963. Para apurar os fatos, Figueiredo e sua equipe percorreram 1,6 mil quilômetros, entre-vistaram agentes do Ser-viço de Proteção aos Ín-dios (SPI, antigo órgão in-digenista) e visitaram 130 postos indígenas.

As inspeções não só confi rmaram o que ha-via sido alertado por de-putados nas CPIs como surpreenderam o pró-prio procurador. Em um dos trechos do relatório, Figueiredo aponta que “parece inverossímil ha-ver homens, ditos civi-lizados, que friamen-te possam agir de modo tão bárbaro”.

Dentre as violações cometidas por agentes do SPI estavam estupros, es-cravização de indígenas,

venda de crianças para “servir aos instintos de in-divíduos desumanos”, ca-çadas humanas com me-tralhadoras e dinamites atiradas de aviões, inocu-lações propositais de va-ríola em povoados isola-dos e doações de açúcar misturado a estricnina.

Marcas da ditadura, as torturas também fo-ram largamente aplica-das contra os indígenas. O documento descreve a utilização do chamado “tronco”, uma das formas

mais comuns de casti-go. “Consistia na tritura-ção dos tornozelos das vítimas, colocadas en-tre duas estacas enterra-das juntas em um ângu-lo agudo. As extremida-des, ligadas por rolda-nas, eram aproximadas lenta e continuamente”. As punições, no entanto, podiam ir além. “Havia alguns que requintavam a perversidade, obri-gando pessoas a castigar seus entes queridos. Via-se, então, fi lho espancar

Documento revela Documento revela violências contra indígenasviolências contra indígenas

mãe, irmão bater em ir-mã, e assim por diante”.

Pior do que o nazismo Para o senador Ran-

dolfe Rodrigues (Psol-AP), a realidade retra-tada no relatório é maisuma prova da dívida doEstado com os povos tra-dicionais. “As práticasde tortura e os detalhesde crueldade praticadoscontra os povos indíge-nas durante a ditadura fa-zem a gente ter a percep-ção de que tivemos noBrasil uma prática pior doque o nazismo”, afi rma.

“É um relatório quefi cou escondido da so-ciedade durante muitosanos e isso deve ter umarazão. E a própria razãoé o que foi apurado peloprocurador Jader de Fi-gueiredo Correia”, explicao vice-presidente do gru-po Tortura Nunca Maisde São Paulo e coordena-dor do projeto ArmazémMemória, Marcelo Ze-lic, que localizou o docu-mento no Rio de Janeiro.

“Dentre as violações cometidas por agentes do SPI estavam estupros, escravização de indígenas, venda de crianças”

“Havia alguns que requintavam a perversidade, obrigando pessoas a castigar seus entes queridos”

Rio de Janeiro, de 13 a 19 de junho de 2013 brasil |

são dos valores de con-sumo que estão ligadosao consumo em quanti-dade e de maneira queo consumidor não exigequalidade dos serviçosou produtos. Ainda nãonos importamos com aforma pela qual algo nosé ofertado. É importan-te que compreendamosas condições de produ-ção para que possamos,como sociedade, enten-der se queremos ou não,ainda, um mundo emque pessoas explorampessoas”, defi ne.

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Segundo relatório, aconteceram mais de três mil resgates de trabalhadores submetidos à escravidão na pecuária e na produção de carvão vegetal

João Zinclar

Márcio Zontada Redação

O trabalho escravo não é apenas consequência do subdesenvolvimento de algumas zonas do Bra-sil, como prefere argu-mentar parte dos gover-nantes do país.

A pesquisa da Divi-são de Fiscalização pa-ra Erradicação do Traba-lho Escravo (Detrae), re-ferente aos casos de 2012, constatou a prática escra-vagista nas duas regiões mais desenvolvidas eco-nomicamente do Brasil.

Sudeste e Sul, respec-tivamente, são a segun-da e terceira regiões do país em fl agrantes de tra-balhadores submetidos a condições análogas à es-cravidão.

O estado do Paraná li-dera entre os sulistas, com a libertação de 217 trabalhadores do setor sucroalcooleiro. Soman-do as ações do Detrae no Rio Grande do Sul e San-ta Catarina, sobretudo na pecuária, chega-se ao nú-mero de 367 pessoas li-bertadas no ano passado.

O mais rico do BrasilO Estado considera-

do como mais desenvol-

Trabalho escravo Trabalho escravo aumenta no Sudesteaumenta no Sudeste

Sudeste e Sul, respectivamente, são a segunda e terceira regiões do país em fl agrantes de trabalhadores submetidos a condições análogas à escravidão

VIOLAÇÕES Pecuária, setor sucroalcooleiro e construção civil são os maiores focos de trabalho escravo nas regiões mais desenvolvidas economicamente

vido do Brasil, São Pau-lo, é responsável por levar o Sudeste ao posto de se-gunda região do país com maior incidência de tra-balho escravo.

As ocorrências são em maior número na área têxtil, construção civil e meio rural, com 213 tra-balhadores resgatados na região.

O boom imobiliário alimentado pela especu-lação e valorização de ter-renos e empreendimen-tos imobiliários no esta-do foi a terceira atividade econômica do país com mais libertação de traba-lho escravo pelo Ministé-rio do Trabalho e Empre-go (MTE), em 2012.

Os casos envolvem empresas como MRV

Engenharia, responsá-vel pela empreitada do programa “Minha Casa, Minha Vida”, do governo federal.

A situação mais em-blemática aconteceu num dos maiores cen-tros empresariais da ci-dade de São Paulo, on-de a fi scalização do De-trae constatou práticas escravagistas nas obras de ampliação do Hos-pital Alemão Oswaldo Cruz, nas proximidades da Avenida Paulista.

Considerado atual-mente como a princi-pal forma de trabalho es-cravo no meio urbano, a construção civil levou no ano de 2012 aproximada-mente 95 trabalhadores, em São Paulo, a essa for-ma de exploração ilegal.

O setor têxtil, até en-tão o mais visado das fi s-calizações do MTE, teve um número de 32 pesso-as envolvidas no estado no mesmo período.

Por quê? O trabalho escravo

contemporâneo no Bra-sil, justamente em seto-res que se encontram em franco crescimento eco-nômico no momento ou em grandes centros urba-

nos, não abisma especia-listas que acompanham de perto o assunto.

Para Juliana Armede, coordenadora do Pro-grama de Enfrentamen-to ao Tráfi co de Pessoas e Erradicação do Traba-lho Escravo da Secreta-ria da Justiça e da Defe-sa da Cidadania do Esta-do de São Paulo, as for-mas de trabalho escra-vagistas foram tomadas pelo sistema econômi-co de hoje. “É um fenô-meno atual, apenas mo-difi cado e adaptado co-

Corte da cana no Paraná

João Zinclar

mo forma de exploração do ser humano confor-me as modernas formas de lucro”, explica.

O juiz da Vara Fede-ral de Trabalho da cida-de de Marabá, Jonatas Andrade tem uma expli-cação simples: “a lógi-ca econômica capitalis-ta permite isso”.

Juliana afi rma que as formas de consumo de-senfreado da população dos grandes centros ur-banos contribuem, de certa forma, para acen-tuar os casos. “Revi-

217 trabalhadores

do setor sucroalcooleiro

foram libertados no Paraná em 2012

Rio de Janeiro, de 13 a 19 de junho de 2013 | mundo

sua equipe de assessores, pelo Congresso e pelo Po-der Judiciário.

Segundo ele, “não se pode ter 100% de priva-cidade e 100% de segu-rança”. Em sua opinião, o governo conseguiu man-ter “o equilíbrio adequa-do” no acesso à vida dos cidadãos.

Enquanto isso, o go-verno dos EUA está a procura de Edward , ex-funcionário da CIA que vazou as informações relacionadas à espiona-gem do governo estadu-nidense.

governo, de acordo com a lei, mas desejamos a re-visão de todos esses pedi-dos com cuidado.”

O acesso, por parte de Washington, às bases de dados dessas importan-tes companhias aumen-ta o escândalo da espio-nagem do governo dos EUA a milhões de seus cidadãos. A Casa Bran-ca confi rmou o grampo aos registros telefônicos de clientes da operadora Verizon.

Privacidade? O presidente estaduni-

dense Barack Obama as-segurou, em 7 de junho, que os programas de es-pionagem de telefone-mas e de dados dos usuá-rios de grandes empresas da internet faz parte de estratégias que “ajudam a prevenir ataques terroris-tas” e foram revisadas por

Segundo informações da Agência Brasil, um membro do Partido Re-publicano do Povo, da oposição, afi rmou que

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FATOS EM FOCO

O ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, apoiou, na noi-te de terça-feira (11), a participação do Bra-sil em uma futura con-ferência internacio-nal para resolver o con-fl ito na Síria, mas ad-mitiu que sua realiza-ção é complicada devi-do à falta de acordo so-bre quem se sentará à mesa. No Rio de Janei-ro, Lavrov considerou a posição brasileira sobre o tema “positiva e equi-librada”.

O ex-presidente sul-a-fricano Nelson Man-dela, de 94 anos, inter-nado em um hospital de Pretória por cau-sa de uma grave infec-ção pulmonar “está um pouco melhor”, in-formou nesta quarta-feira (12) o presidente Jacob Zuma. Mande-la tem problemas pul-monares recorrentes desde que teve uma tuberculose diagnosti-cada em 1988. Esta é a quarta hospitalização desde dezembro.

O Ministério do Interior da França notifi cou na quarta-feira (12) líde-res de dois grupos neo-nazistas para que extin-guam as associações, com base no risco de ameaça à paz e à segu-rança pública do país. Os grupos são a Juven-tude Nacionalista Re-volucionária (JNR) e a associação Terceira Via. Decisão veio após o as-sassinato, na semana passada, do jovem ati-vista de esquerda Clé-ment Méric.

Rússia quer Brasil em conferência

Mandela “responde melhor”

França quer fi m de neonazistas

occupygezipics.tumblr.com

Reprodução

Policiais turcos reprimem com violência as manifestações

Opera Mundi

De acordo com do-cumento divulgado pelo Th e Guardian, os gram-pos eram realizados “di-retamente dos servido-res” das maiores empre-sas dos EUA e incluíam correios eletrônicos, ar-quivos anexados, vídeos e conversas on line.

A obtenção compulsó-ria dos dados foi inicia-da na Microsoft, em 2007, ainda sob o governo de George W. Bush. Sob a gestão de Barack Obama, no entanto, a prática foi intensifi cada e passou a atingir um número maior de companhias.

Segundo o arquivo ob-tido pelo jornal britânico, o Google se disse “preo-cupado com a segurança das informações” de seus usuários. “Divulgamos os dados do usuário para o

”não se pode ter 100% de privacidade e 100% de segurança”

Obama apoia espionagem EUA Google, Facebook e Microsoft estão entre as empresas que tiveram seus sistemas acessados

Com 12 dias de protestos, a associação turca de direitos humanos calcula em mais de 2800 o número de manifestante feridos

Turquia prende 25 pessoas por comentários no TwitterPremiê disse que rede social é “ameaça”

do Opera Mundi

O governo turco con-siderou os posts “difa-matórios” e de “natureza violenta”. Erdogan disse que considera o twitter uma “ameaça” que ser-ve para “espalhar men-tiras”.

Após isso, em fração de segundos – quase em tempo real –, os jo-vens turcos utilizam as mídias sociais para or-ganizarem os protestos, orientar os amigos para fugir do gás lacrimogê-neo e, também, difundir mensagens contra o pre-miê Erdogan.

os suspeitos estavam detidos por “apelarem às pessoas para se mani-festarem”.

Com 12 dias de pro-

testos, a associação tur-ca de direitos huma-nos calcula em mais de 2800 o número de mani-festante feridos, muitos

com gravidade e 791 de-tenções. “Cerca de 500” detidos foram posterior-mente libertados. Fon-tes ofi ciais quantifi cam em 300 o número de fe-ridos que dizem serem maioritariamente ele-mentos das forças de se-gurança.

Rio de Janeiro, de 13 a 19 de junho de 2013 cultura |

de melhor fi lme (troféu e R$100 mil): Il Futuro, da chilena Alicia Scher-son; Trabajadores, do mexicano José Luis Val-le; Watchtowers, do tur-co Pelin Esmer; Fly Wi-th the Crane, do chinês Rui Jun Li; Touch of the Light, do taiwanês Rong Ji Chang; Eat Sleep Die, da sueca Gabriela Pi-chler; Th e Red House, do neozelandês Alyx Dun-can; e Don Jon, do esta-dunidense Joseph Gor-don-Levit. Vale lembrar que Gordon-Levit, ago-ra diretor estreante, tem uma longa carreira como ator (em fi lmes como 500 Dias Com Ela, A Origem, e no recente Lincoln, de Spielberg).

A América Latina te-rá forte presença ao lon-go dos 11 dias de festi-val brasiliense. Além dos quatro longas da mostra competitiva que repre-sentam Argentina, Chi-le, México e Paraguai (o Brasil está ausente da disputa), serão exibidos fi lmes como Paisajes De-voradoras, do argenti-no Eliseo Subiela, ten-do o octogenário mes-

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Divulgação

Divulgação

Ricardo Darín,em cena do fi lme argentino “Tese Sobre Um Homicídio”

Joseph Gordon-Levitt e Scarlett Johansson no estadunidense “Don Jon”

Maria do Rosário Caetanode São Paulo (SP)

Brasília sedia, a par-

tir de hoje até o dia 23 de junho, a segunda edi-ção do BIFF – Festival In-ternacional de Cinema, evento criado para di-fundir o que de melhor se faz no campo do au-diovisual independente, nos cinco continentes.

A abertura se dará com um fi lme francês –Uma Primavera com Mi-nha Mãe – que será exi-bido na presença da ve-terana atriz Hélène Vin-cent, premiada com um Cesar, o Oscar parisien-se, por sua atuação num grande sucesso de pú-blico, A Vida É Um Lon-go Rio Tranquilo. A atriz, que fará 70 anos nes-te 2013, trabalhou com grandes diretores como Bertrand Tavernier (Que a Festa Comece), René Alio (Les Camisards) e Kieslowski (A Liberdade É Azul), e em dezenas de montagens teatrais (tem um Moliére na estante).

Outros convidados in-ternacionais já confi r-

maram presença: o ar-gentino Hermán Gold-frid, diretor de Tese So-bre Um Homicídio, es-trelado pelo astro por-tenho Ricardo Darín; o espanhol Pablo Berger, grande vencedor do Prê-mio Goya, com Blanca-nieves, os paraguaios Juan Maneglia e Tana

Schembori, diretores de Siete Cajas, e o estaduni-dense Jeremy Teicher, di-retor de Tall as Th e Bao-bad Tree, fi lme realizado na África, numa parceria EUA-Senegal.

Tese Sobre Um Homi-cídio, Blancanieves, Sie-te Cajas e Baobad Tree somam-se a mais oi-to longas internacionais na disputa pelo prêmio

tre Fernando Birri co-mo ator; Tanta Água, dos uruguaios Joaquim Cas-tiglioni, Malu Chouza e Nestor Guazzini; O Mais Bonito dos Meus Melho-res Anos (Bolívia); Crô-nica do Fim do Mundo (Colômbia); e Reverón, do venezuelano Diego Rísquez.

Vale lembrar que Rís-quez, fi lho e neto de mé-dicos que presidiram a Academia de Medici-na da Venezuela, é artis-

ta plástico, fotógrafo e ci-neasta. No começo dos anos 1980, ele causou frisson em Cannes com o longa Bolivar, Uma Sinfonia Tropical. Em 1981, mostrou o fi lme na Quinzena dos Realiza-dores, no inusitado su-porte doméstico do Su-per-8. No ano seguinte, voltou – ousadia rara na época – com o fi lme am-pliado para o 35 mm. A mesma Quinzena o abri-gou para nova exibição.

Ao longo da década de1980, Rísquez faria maisdois fi lmes de sua Tri-logia Tropical: Orinoko,Nuevo Mundo (1984) eAmerika, Tierra Incogni-ta (1988).

O longa-metragem defi cção programado pe-lo BIFF marca a volta deRísquez a outra de suaspaixões: o pintor Arman-do Reverón, tema de seufi lme-ensaio A Propósi-to da Luz Tropical - Re-verón (1978).

Festival difunde Festival difunde produção independenteprodução independenteCINEMA Evento em Brasília espera mobilizar 20 mil espectadores

A América Latina terá forte presença ao longo dos 11 dias de festival brasiliense

Rio de Janeiro, de 13 a 19 de junho de 2013 | cultura

“Pai dos chorões”Em 1870, no Rio de Ja-

neiro, o compositor Jo-aquim Callado foi o res-ponsável pelo primeiro choro. Callado se tornou conhecido como “o pai dos chorões”. Na partitu-ra de Flor amorosa, en-tretanto, o autor a deno-minou como polca. Esse dança, de origem euro-peia, foi de grande infl u-ência para o nascimento do choro, assim como a valsa e a mazurca.

Carino, ao contrário do pensamento corren-te, defende que o cho-ro seja dançado. “Exis-tem algumas bobagens no choro, como as pes-soas não dançarem. Mas deveriam. É que os pu-ristas não admitem isso. Por exemplo, o tango tem

domingo, das 9h às 21h. Tel.: 3808.2020.

MÚSICA NO MUSEUEm junho, o “Música no Museu” realiza uma série de concertos no Rio de Janeiro. Serão apresentados de trechos de óperas, clássicos brasileiros e europeus, e coral. No total, 30 concertos, que vão até o domin-go (30). Em diversos es-paços da cidade, como Museu de Arte Moder-na, Museu da Repúbli-ca, Centro Cultural da Justiça Federal e outros. A programação pode ser conferida em www.mu-sicanomuseu.com.br.

“La chambre bleue”, de Suzanne Valadon, em exposição no CCBB

Reprodução

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AGENDA

TEATRO GRATUITOA peça “Aquilo que meu olhar guardou para você”, em cartaz no Espaço Furnas Cul-tural, propõe uma re-fl exão sobre o espaço da cidade. De 15 a 30 de junho, as apresen-tações ocorrem nos sábados, às 20 horas, e domingo às 19 horas. Direção de Luiz Fer-nando Marques e Gru-po Magiluth”. Ato-res: Erivaldo Oliveira, Giordano Castro, Lu-cas Torres, Pedro Wag-ner e Pedro Vilela. Classifi cação indica-

tiva é de 18 anos e ha-verá distribuição de in-gressos das 14h às 17h, nos dias dos espetácu-los, limitados à capaci-dade do auditório. O en-dereço do Espaço Cul-tural Furnas é Rua Real Grandeza, 219, Botafo-go. Tel.: 2528.3112.

QUADRILHA DO SAMPAIOPara aqueles que que-rem curtir o mês de ju-nho em grande esti-lo, vale a pena conferir a programação da Qua-drilha do Sampaio, que fará apresentações no sábado (15), no Mostei-ro de São Bento (Cen-tro) às 19h, e na Paró-

quia de Santa Terezinha (Santa Cruz) às 22h. No domingo (16), também haverá apresentações no West Shopping, no bairro de Campo Gran-de, às 17h, e na Igreja Nossa Senhora da Con-ceição, no bairro do En-genho Novo, às 20h30. Tel.: 2201.2404.

EXPOSIÇÃO NO CCBBFica em cartaz no Cen-tro Cultural Banco do Brasil, até 14 de julho, a exposição “ELLES”. Fa-zem parte da mostra obras de artistas mulhe-res da coleção do Cen-tro Georges Pompidou / Museu Nacional de Ar-te Moderna, a maior de

arte contemporânea da Europa. São desenhos, instalações, pinturas, esculturas, fotografi as e vídeos de mais de 60 ar-tistas que revoluciona-ram os conceitos artís-ticos de seu tempo. Bra-sileiras como Rosângela

Rennó, Anna Bella Gei-ger, Anna Maria Maio-lino marcam presen-ça ao lado de nomes co-mo Frida Kahlo, Loui-se Bourgeois e Valérie Belin. O CCBB fi ca na Rua Primeiro de Mar-ço, 66. Aberto de terça a

Reprodução

Daniel Israeldo Rio de Janeiro (RJ)

Brasileiro de berço e carioca da gema, o cho-rinho recebeu homena-gem no dia 17 de abril, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj). Quatro dias depois, foi a vez de Alfredo Rocha Vianna Filho, o Pixingui-nha, ser lembrado pe-la cidade. Foi inaugura-da, em frente à estação de trem de Olaria, uma pla-ca em lembrança ao au-tor de 1 a 0, Rosa e Cari-nhoso.

Também é tempo de celebrar os 150 anos do nascimento de Ernes-to Nazareth. Compositor de choros como Por que choras, cavaquinho? e Ja-nota, Nazareth é citado pelo radialista e produtor musical João Carlos Cari-no como um reinventor do chorinho.

“Junto com poucos artistas, Ernesto foi o primeiro grande divi-sor [de águas] do choro. Teve uma formação de música clássica, até que se tornou compositor de música popular”, analisa Carino.

Um ritmo bem brasileiroCHORINHO Tempo é de celebrar compositores e intérpretes que fi zeram com que o choro deixasse de ser estilo e passasse à condição de gênero musical

mais repercussão, por-que dá para dançar. Mas a dança do choro, que se aproxima do maxixe, é muito mais legal e sensu-al do que a do tango”, con-testa o apresentador do programa Roda de choro, na Rádio MEC FM.

Pioneiro do choro, Callado foi responsá-vel por fazer com que o choro deixasse de ser es-tilo e passasse à condi-ção de gênero musical.“-No ano em que foi lança-

da Flor amorosa, o choro surgiu como gênero mu-sical consolidado. É que, até então, havia uma en-xurrada de composições europeias, mas o Callado adaptou para a nossa rea-lidade. Chamo esse fenô-meno de ‘músicas abra-sileiradas’, porque a obra do Callado foi uma adap-tação dessas composi-ções à realidade do Bra-sil”, afi rma o pesquisa-dor Leonardo Santana da Silva, professor no Cen-

tro Universitário Augusto Motta (Unisuam).

Com a abolição da es-cravidão, os negros se tornaram trabalhado-res “livres”, inclusive pa-ra migrar para os cen-tros urbanos. No Rio de Janeiro, então capital fe-deral, esses trabalhado-res formaram novos gru-pos musicais.

O pesquisador Leonar-do Santana cita os “redu-tos de barbeiros”. “Eram locais onde se concen-travam músicos que se apresentavam em bailes e festas. Assim, eles con-tinuavam a trabalhar co-mo na época das orques-tras das fazendas”, ressal-ta ele, que também é au-tor de um livro sobre a in-serção do negro na socie-dade brasileira por meio do chorinho.

“A Chiquinha Gonza-ga, quando começou a tocar, dava aula para eles”,

lembra Carino, que tam-bém é presidente do Ins-tituto Memória Musi-cal Brasileira (IMMUB),o maior acervo da dis-cografi a brasileira, commais de 100 mil cópiascatalogadas.

Gravadora pioneiraFundadora da Acari

Records, primeira e úni-ca gravadora do ramo noBrasil, a compositora Lu-ciana Rabello relata quefoi “a falta de interesse domercado fonográfi co pe-lo choro e o samba ca-rioca” que a levou a criar,junto com um grupo deamigos, um selo com acara da música brasileira.Rabelo abriu a Acari emparceria com MaurícioCarrilho (músico instru-mental) e o próprio JoãoCarlos Carino.

Carrilho e Luciana sãofundadores e coordena-dores da Escola Portátilde Música, na Lapa, o ter-ceiro de quatro eixos quelevaram à ressurreição dochoro e do bairro. “Alémdo programa na RádioMEC, da Acari e da Esco-la Portátil, o público vol-tou a frequentar a Lapapara ouvir choro no BarSemente”, conclui Carino.

“A Chiquinha Gonzaga, quando começou a tocar, dava aula para eles”

“A dança do choro, que se aproxima do maxixe, é muito mais legal e sensual do que a do tango”

O compositor Joaquim Callado

Rio de Janeiro, de 13 a 19 de junho de 2013 variedades | 13

HORÓSCOPO

Momento bom para questões culturais. Procure evitar riscos fi nanceiros, foque em negócios mais seguros. No amor, procure ser mais tolerante principal-mente com a família.

Áries(21/3 a 20/4)

Cuidado com as questões familiares. Período bom para mudanças profi ssionais. A semana está propícia para refl exão sobre a existência, a vida. No amor, evite fi car remoendo questões do passado.

Câncer(21/6 a 22/7)

Período requer atenção com questões fi nanceiras. Evite gastos desnecessários e cuidado com os imprevistos. No amor, momento para superar antigas pendências e ressentimentos.

Libra(23/9 a 22/10)

A semana é propensa para refl etir sobre sua postura e reavaliar conceitos. Momento favorável para buscar novos objetivos. No amor, período de maior romantismo. Fique atento aos sentimentos com quem se relaciona.

Capricórnio(22/12 a 20/1)

A semana recomenda mais atenção com os negócios e as fi nanças. Avalie bem os planos de longo prazo. No amor, paciência. Dê mais atenção a pessoas com quem convive diariamente.

Touro(21/4 a 20/5)

Período bom para ampliar as relações, principalmente para novas amizades. Fique atento para mudanças nas questões profi ssionais. No amor, seja mais paciente e procure valorizar o convívio familiar.

Leão(23/7 a 22/8)

A semana está propícia para avaliações. Momento bom para projetos de longo prazo, inclusive profi ssionais. No amor, mo-mento para assumir sentimentos e defi nir responsabilidades.

Escorpião(23/10 a 21/11)

Período de buscar novos objetivos profi s-sionais. Momento bom para negócios e para transformações nas relações de trabalho. No amor, período para valorizar mais as situações simples.

Aquário(21/1 a 19/2)

Período para buscar novos projetos de longo prazo. Momento bom para lidar com sentimentos, principalmente aqueles ligados à família e pessoas queridas. Cuide para ter bons momentos na vida.

Gêmeos(21/5 a 20/6)

Período bom para refazer planos. O mo-mento requer atenção com as questões emocionais e nas amizades. No amor, reveja posturas com quem mantém sentimentos mais profundos.

Virgem(23/8 a 22/9)

A semana exige atenção nas questões fi nan-ceiras. Momento para avaliar as despesas e rever prioridades. Período bom para parcerias solidárias. Na vida amorosa, procure refl etir e conversar mais com quem se relaciona.

Sagitário (22/11 a 21/12)

A semana favorece para rever prioridades de sua vida. Período para mudanças repentinas na convivência com grupos e amizades. No amor, momento para defi nições, principalmente em questões antigas.

Peixes(20/2 a 20/3)

PALAVRAS CRUZADAS DIRETASwww.coquetel.com.br © Revistas COQUETEL 2013

BANCO 20

Diz-se dasituaçãodifícil eaflitiva

Unidadeda Federa-ção (sigla)

“Meio”, em “semi-

círculo”

Forma deconexão

hidráulica

A terceiramaior

cidade daColômbia

(?)-way: embala-gem des-cartável

Cirurgiaestética(pop.)

Diz-se daágua quepode serreciclada

Sigla desites departidospolíticos

OndasCurtas(abrev.)

Expressãousada pa-ra saudaralguém

(?) de Fran-ce, provaciclística

anualSeu “ven-to” causaa aurora

polarAlvo da

proteçãodo coletepolicial

Unidade demedida doadoçante líquido (pl.)

Práticaque

combate oestresse

Desinêncianominal dofeminino

(?)passant:

de passa-gem (fr.)

Tamanhototal doterreno

(pl.) Sepultura

Principalcausa daanemia

Fungo comum no pão estragado

Operava a guilhotina na Revolução Francesa

O Jesuíno de “Gabrie-la” (2012)Competidor

Prática es-portiva doalpinista

Joia comalfinete

Sinal gráfico de e-mailsA Pintura

de Mana-bu Mabe

Cursofluvial

O “P”, emPIB

Grade (?),lista de

matériasescolares

Memóriade microsDeus dos

xiitasUlysses Cruz, diretor

teatral paulistaA aparência das

figuras em charges

Estribilhode hinos

Reduto daboemia

Material usado nocabo de guerraDesejam que

seu time ganhe

Brado detouradasEntidadeestudantil

Martinhoda (?),

sambista

Garantia,em inglês

Nome da7ª letraÚltimo,

em inglês

Senhor(abrev.)Newton

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RELAXAMENTO

ASTROLOGIA - Semana de 13 a 19 de junho de 2013Período para esclarecimentos importantes nas relações de trabalho; infl uência importante para se dedicar em projetos a longo prazo.

Rio de Janeiro, de 13 a 19 de junho de 2013 | esporte

Freguês, Japão busca reverter histórico

14

FATOS EM FOCO

O Rei do Futebol vol-tou a pedir que a torci-da não abandone a Se-leção e declarou toda a admiração pelo italia-no Mario Balotelli. Pelé se mostrou preocupado com as vaias dos torce-dores brasileiros nas úl-timas partidas disputa-das no País. “Peço a to-dos os brasileiros que não vaiem a Seleção”, afi rmou Pelé, na inau-guração do relógio em contagem regressiva para a Copa de 2014.

Campeã do Troféu Bra-sil de atletismo no úl-timo fi m de semana, Fabiana Murer volta a competir já na quinta-feira (13), quando dis-puta a etapa de Oslo da Liga Diamante. A salta-dora com vara utiliza a competição como pre-paração para o Mun-dial de Moscou. Na ca-pital russa, Murer ten-tará defender a meda-lha de ouro conquista-da no Mundial de Dae-gu-2011. Na Coreia do Sul, a saltadora se tor-nou a primeira atleta do país a subir ao lugar mais alto do pódio na história da competição.

Pelé pede apoio

Fabiana Murer

Trabalho infantil

A Fundação Abrinq se reuniu para chamar a atenção sobre uma questão do trabalho infantil, que se acentuadurante a realização degrandes eventos, como o mundial e as Olimpí-adas, torneio que o pa-ís receberá em 2016, no Rio de Janeiro.A entidade lançou umacartilha, cujo objetivo é orientar os cidadãos sobre o problema, pa-ra que a população au-xilie no combate a esta prática ilícita.

da Redação

O Japão, primeiro ad-versário do Brasil na Co-pa das Confederações, apesar de ter melho-rado bastante nos últi-mos anos, continua sen-do nosso freguês de car-teirinha. Pelo menos até sábado, às 16h., quando os times se enfrentam na estreia no torneio, no Es-tádio Mané Garrincha, em Brasília.

Ainda sob o comando de Mano Menezes, a seleção goleou os japoneses por 4 a 0

COPA DAS CONFEDERAÇÕES Brasil nunca perdeu para o Japão; foram sete vitória e dois empates

Desde a primeira vez que Brasil e Japão se en-frentaram, em 1989, fo-ram disputadas nove par-tidas entre as seleções, com sete vitórias brasi-leiras e dois empates. Os únicos jogos contra os ja-poneses que o time bra-sileiro não venceu foram válidos pela Copa das Confederações, em 2001 e em 2005.

O último jogo ocorreu a menos de um ano, em

outubro do ano passado, num amistoso realizado na cidade de Wroclaw, na Polônia. Ainda sob o co-mando de Mano Mene-zes, a seleção goleou os japoneses por 4 a 0. Sete integrantes do time bra-sileiro que goleou o Ja-pão em outubro estarão na Copa das Confedera-ções: Th iago Silva, Da-vid Luiz, Paulinho, Oscar, Hulk, Neymar e Lucas.

A delegação japonesa

chegou a Brasília no fi nal da manhã de quarta-fei-ra (12) para a disputa da Copa das Confederações. Após o desembarque no aeroporto, os japoneses foram direto para o hotel onde fi carão hospedados.

Mesmo após a longa viagem (a seleção venceu o Iraque pelas Elimina-tórias Asiáticas), após o descanso do almoço, o Ja-pão fez um treino no Be-zerrão, no fi nal da tarde.

Rio de Janeiro, de 13 a 19 de junho de 2013 esporte |

17 5 5 1 2 2 4 9 -5Goiás

18 4 5 1 1 3 3 5 -2Atlético MG

19 4 5 1 1 3 3 8 -5Náutico

20 3 5 1 0 4 5 9 -4Ponte Preta

P J V E D GP GC SGClassifi cação /Time

1 11 5 3 2 0 6 3 3Coritiba

2 10 5 3 1 1 10 5 5Vitória

3 10 5 3 1 1 8 5 3Botafogo

4 9 5 3 0 2 9 6 3Fluminense

5 8 5 2 2 1 11 6 5Cruzeiro

6 8 5 2 2 1 8 3 5São Paulo

7 8 5 2 2 1 5 4 1Grêmio

8 8 5 2 2 1 6 6 0Bahia

P J V E D GP GC SGClassifi cação /Time

9 7 5 2 1 2 5 8 -3Vasco

10 6 5 2 0 3 6 10 -4Criciúma

11 6 5 1 3 1 8 7 1Internacional

12 6 5 1 3 1 5 5 0Portuguesa

13 6 5 1 3 1 3 3 0Corinthians

14 5 5 1 2 2 5 5 0Flamengo

15 5 5 1 2 2 11 12 -1Atlético PR

16 5 5 1 2 2 4 6 -2Santos

P J V E D GP GC SGClassifi cação /Time

15

be e estar há anos na Gá-vea, Jaime não teria difi -culdades para lidar como plantel e ainda por ci-ma não ganharia um sa-lário complicado. A esco-lha por Mano tem geradocríticas em relação à fal-ta de coerência da direto-ria, que em março demi-tiu Dorival Júnior porqueele não aceitou uma re-dução salarial. Especula-se que Mano chegaria ga-nhando, no mínimo, R$400 mil por mês.

Reforço Além de um treinador

a diretoria segue tentan-do se reforçar. Espera-seainda o reforço de Adri-án Martínez, de 21 anos,que já acertou as basessalariais com o clube ca-rioca. O jogador, que vi-nha defendendo o Olim-po na Argentina, temseus direitos federativosligados ao San Lorenzo.(Com agências)

tamente o inverso. Os meias são recuados para se tornarem volantes de qualidade, com boa saí-da de bola.

Nosso futebol está ca-da vez menos brasileiro, e isto não é culpa exclu-siva dos treinadores.

Se antes formávamos craques aos montes nos inúmeros campos de pelada, hoje construí-mos prédios e shoppin-gs centers em seu lugar.

Nas categorias de ba-se, costumávamos sele-cionar o talento. Hoje, escolhemos a força física.

Quando, por milagre, formamos jogadores ta-lentosos, rapidamente o colocamos em um avião para a Europa.

Com este material hu-mano, fi ca difícil apon-tar um único responsá-vel pelos fracassos dos nossos clubes.

Se nomeássemos ca-da burro no futebol bra-sileiro, Ricardo Teixeira teria muita companhia em Boca Ratón.

Bruno Porpetta é autor do blog

porpetta.blogspot.com

opinião | Bruno Porpetta

Não há, em lugar al-gum do mundo, um trei-nador que nunca foi burro. Nem que apenas uma vez na vida, mas foi.

Se é difícil agradar ao próprio elenco, imagine só uma torcida inteira.

Em cinco rodadas do Brasileiro, quatro já ca-íram. E não vai parar por aí.

O motivo é simples. Se nada dá certo, mais fácil que enxotar os 20 mil torcedores da arqui-bancada, ou demitir os 30 jogadores do elenco, é mandar o burro do trei-nador embora.

Autocrítica, para diri-gentes de futebol, é um exercício muito difícil. Não contemos com isso tão cedo.

Tudo bem que os treinadores brasilei-ros têm caprichado na burrice. Não podem ver um volante fazendo 15 embaixadinhas e acer-tando dois passes em sequência, já o escalam como meia.

Na Europa, onde muitas vezes adoramos nos espelhar, faz-se exa-

Quem é o burro?

brasileirão | classifi cação

CBF

da Redação

Apesar dos fortes ru-mores sobre a chegada de Mano Menezes na Gávea, a transação ainda não foi fechada e o fato preocupa com um possível “não” do treinador. Isso porque a ideia inicial é acertar até o fi m desta semana com o profi ssional e se preparar para a sequência da Copa do Brasil e do Campeona-to Brasileiro.

O ex-técnico do Corin-thians e da Seleção Brasi-leira concedeu entrevis-ta à ESPN Brasil no fi m da noite de terça-feira (11) e disse que não existe ne-nhum acerto.

“Não falo sobre indefi -nições. Algumas vezes as coisas estão bem enca-minhadas e acabam não acontecendo. Portanto, vamos esperar”, afi rmou Mano, deixando claro que não tem nenhum acerto com o clube carioca.

Possível recusa de Manopreocupa FlamengoFUTEBOL A canal de TV, técnico afi rma que não há acerto por enquanto

Caso Mano Menezes recuse o convite ou não acerte as bases salariais, o Flamengo terá que correr para encontrar uma outra opção. Muricy Ramalho, que recentemente deixou o Santos, é o nome pre-ferido de muitos dirigen-tes, porém nos corredores da Gávea existe o temor de procurar o ex-santis-ta e receber um “não” por conta da pouca estrutura

do clube para trabalhar. Quando deixou o Flumi-nense, o treinador recla-mou da qualidade do gra-mado das Laranjeiras e das condições para se tra-balhar no Tricolor.

Algumas correntes no clube defendem a efe-tivação do auxiliar Jai-me de Almeida, que diri-giu o time na vitória de 3 a 0 sobre o Criciúma. Por ser ex-zagueiro do clu-

O treinador Mano Menezes

zona de classifi cação para a Libertadores

zona de rebaixamento

P = pontosJ = jogosV = vitóriasE = empatesD = derrotasGP = gols próGC = gols contraSG = saldo de gols

Rio de Janeiro, de 13 a 19 de junho de 2013 | esporte

ENGENHÃO Prazo para reabertura é de 18 meses

12FluminensePortuguesa

X

Ricardo Berna, Bruno, Gum, Digão, Carlinhos, Edinho (Fábio),

Diguinho, Wágner (Denilson), Biro Biro (Eduardo),

Rafael Sobis e Samuel

Gledson, Luís Ricardo, Lima, Valdomiro e Rogério, Bruninho, Correa, Souza e Cañete (Michel), Matheus

e Diogo

Gols de Souza e Diogo (Portuguesa) e Rafael Sobis (Fluminense)Canindé | São Paulo (SP) | 12/06 | 22:00

FICHA TÉCNICA

BRASILEIRÃO Equipe paulista sai da zona de rebaixamento e impede liderança dos cariocas

16

Fluzão tentou, mas não conseguiu segurar o ataque da Portuguesa (SP)

Nelson Perez/Fluminense F.C.

Flu perde da Portuguesa

da Redação

O Fluminense foi der-rotado por 2 a 1 pela Portuguesa, na noite de quarta-feira (12), no es-tádio do Canindé, em São Paulo (SP). A equi-pe paulista sofreu muita pressão mas conseguiu sua primeira vitória no Brasileirão.

O Fluminense foi me-lhor durante boa par-te do jogo, mas não mar-cou. O time das Laranjei-ras tinha mais posse de bola, enquanto a equipe paulista aguardava pa-ra sair em velocidade no contra-ataque.

O domínio do Flumi-nense, porém, não foi transformado em gol. Ao invés disso, a Portuguesa foi para cima quando te-ve espaço e surpreendeu.

Souza, ex-jogador do Fluminense, abriu o pla-car para a Portuguesa no

da Redação

O ex-presidente do Bo-tafogo e integrante do conselho do clube acre-dita que seu time só po-derá utilizar o estádio da-qui a quatro anos. Carlos Augusto Montenegro co-menta que o Engenhão vai fechar até 2015 e “de-pois tem de deixar ele li-vre para usarem na Olim-píada e na Paralimpíada. Com isso, o Botafogo só vai ver o estádio em 2017,” afi rma. Ele não acredita

da Redação

O meia colombiano Santiago Montoya, de 21 anos, que estava no All Boys, da Argentina, de-sembarcou no Rio de Ja-neiro na terça-feira (11) e já sentiu a expectativa da imprensa e da torcida sobre ele. Na quarta-fei-ra (12), o colombiano fez exames médicos, e deve assinar com o time nos próximos dias.

O Vasco vai contratar o

Bota sem estádio até 2017?

Montoya e Rafael Vaz chegam a São Januário VASCO Reforços chegam motivados e querem agarrar oportunidade

primeiro tempo. Rafael Sobis, em cobrança de falta, deixou tudo igual ainda na primeira etapa.

Após o intervalo, o ti-me das Laranjeiras se-guia melhor, mas não marcou e acabou sofren-do o segundo gol. Rogé-rio cruzou da esquerda, e

que o estádio seja patri-mônio do Botafogo.

Enquanto isso, a pre-feitura do Rio divulgou na quarta-feira (12) o lau-do feito pela comissão es-pecial formada por três engenheiros, que deter-minou a solução para o problema da cobertu-ra do Engenhão e previu o prazo de 18 meses pa-ra a sua reabertura a par-tir do início da obra. En-tre as recomendações, to-dos afi rmam que “o refor-ço estrutural imediato é

Diogo se antecipou à za-ga para marcar de cabe-ça o gol da vitória.

Assim como na virada sobre o Goiás, no último domingo (9), o Flumi-nense foi a campo com 13 desfalques para en-frentar a Portuguesa no Canindé. A única mu-

dança em relação ao jo-go passado foi a entra-da de Samuel na vaga de Rhayner, suspenso.

Sem forças para rea-gir, o Flu amargou sua segunda derrota no tor-neio. Com a derrota, a equipe carioca perdeu a chance de liderar a

competição que faz uma pausa para a Copa das Confederações.

O triunfo tira a equi-pe paulista da zona de rebaixamento, agora na 12ª posição, com seis pontos. O Fluminense se mantém em 4º, com no-ve pontos.

Os times agora só vol-tam a jogar no início dejulho.

A Portuguesa enfren-ta o Cruzeiro, no Canin-dé, no dia 6 de julho.

O Fluminense faz oclássico com o Botafogo,no dia 7 de julho, em lo-cal a defi nir.

jogador com ajuda de in-vestidores (dois grupos estão envolvidos na ne-gociação), no valor de 1,5 milhão de dólares – cerca de R$ 3 milhões em duas parcelas.

Além do colombiano, o Gigante da Colina tam-bém terá como reforço o

zagueiro Rafael Vaz, apre-sentado de forma ofi cialnesta semana, em São Ja-nuário. O defensor, queassinou contrato por trêsanos, disse que jogar noVasco é uma grande res-ponsabilidade e mostrouque pretende ganhar seuespaço no clube.

Para Montenegro, estádio não é patrimônio

Botafogo Ofi cial

imprescindível para que o estádio possa ser utili-zado com os níveis míni-mos de segurança”.

Para os três engenhei-ros, ainda, “há necessi-dade colocação dos arcos numa posição estrutural-mente correta e qualquer que seja a metodologia de intervenção para a reabi-litação estrutural, deve-se sempre procurar uma so-lução que requeira o me-nor prazo de execução de modo a devolver o equi-pamento público”.

Rafael Vaz se apresenta em São Januário

Marcelo Sadio/vasco.com.br