ABORDAGEM GESTÁLTICA E PSICOPEDAGOGIA: UM · PDF fileTeoria Organísmica de Kurt...

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  • Marcus Deminco 1

    www.psicologia.pt

    Documento produzido em 07-04-2012

    Resenha crtica do artigo

    ABORDAGEM GESTLTICA E PSICOPEDAGOGIA: UM OLHAR COMPREENSIVO PARA A

    TOTALIDADE CRIANA-ESCOLA

    2011

    Marcus Deminco Escritor. Tutor de PNL, D.H.C. em Transtorno do Dficit de Ateno com Hiperatividade

    (ABMP/DF). Prof. de Ed. Fsica e Graduando em Psicologia (Brasil)

    E-mail: [email protected]

    CREDENCIAIS DOS AUTORES DO ARTIGO:

    Miriam Lcia Herrera Masotti Dusi Psicloga da Secretaria de Educao do Distrito Federal e Mestranda em Psicologia pela

    Universidade de Braslia.

    Marisa Maria Brito Da Justa Neves Doutora em Psicologia e professora da Secretaria de Educao do Distrito Federal e da Universidade

    de Braslia.

    Sheila Antony Psicloga da Secretaria de Estado de Sade (SES/DF) lotada no Centro de Orientao Mdico-

    Psicopedaggica (COMPP). Membro diretor e didata do Instituto de Gestalt-Terapia de Braslia (IGTB) e Mestre em Psicologia Clnica pela UNB.

    DUSI, Miriam Lcia Herrera Masotti; NEVES, Marisa Maria Brito da Justa; ANTONY, Sheila. (2006). Abordagem Gestltica e Psicopedagogia: um olhar compreensivo para a totalidade criana-escola. Paidia (Ribeiro Preto) [online]. 2006, vol.16, n.34, pp. 149-159. ISSN 0103-863X. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-863X2006000200003.

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    RESUMO DO ARTIGO

    O texto visa estabelecer ligao entre abordagem gestltica e a psicopedagogia. Abordam-se as teorias de base, concepo de campo holstico-relacional a teoria do ciclo de contato bem como as contribuies da gestaltpedagogia para compreenso no processo de aprendizagem e prtica escolar. Dentro da psicopedagogia descrito a abrangncia, a conceituao, processo de avaliao e interveno junto criana e instituio educativa; dentro de suas bases tericas e praticas. So citados fenmenos de aprendizagem, avaliao e interveno na viso gestaltica.

    Essa interao busca uma compreenso e ao interventiva do processo de aprendizagem, conseqentemente demonstrando o desenvolvimento da criana. A abordagem gestaltica totalidade, onde envolve a relao entre o todo e suas partes, formando uma unidade significativa. A psicopedagogia rea interdisciplinar baseada em contedos psicolgicos e pedaggicos e com contribuies de outros campos especficos do conhecimento.

    A gestalt-terapia busca examinar atentamente o comportamento humano e sua relao com o meio, trazendo aliana com aos filsofos do humanismo, Existencialismo e Fenomenologia, tornando possvel uma observao com mincia do processo de grandeza e de sua relao com o indivduo, mundo para sua prpria construo. Observa-se que no contato que os bloqueios so mecanismos psicolgicos que exercem funes defensivas e constituem padres de comportamento e percepo pelos qual o indivduo mantm, no presente, situaes mal resolvidas do passado, impedindo-se de realizar um contato saudvel.

    A gestaltpedagogia uma associao de idias que provm da gestat-terapia e gestaltpsicologia, que tem em foco o desenvolvimento completo de suas capacidades e potencialidades tendo como essencial busca um processo de crescimento que desencadeia a modificao do meio. A atuao psicopedaggica faz-se essencial para que se possa compreender a aquisio da aprendizagem e como possibilitar a construo de novos saberes. Na relao pela qual o principal objetivo resgatar o prazer, no somente de aprender, mas tambm de ensinar.

    Portanto, reflete sobre as relaes estabelecidas com o conhecimento e as diferentes formas de se adquirir este conhecimento. A abordagem gestltica e psicopedagogica tem um papel importante na contribuio dos fenmenos aprendizagem e desenvolvimento como tambm para a re-estruturao de campos perceptuais.

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    CONCLUSO CRTICA

    A fim de apresentar as contribuies sob uma interface entre a perspectiva gestltica e as prticas psicopedaggicas nas demandas que emergem no universo escolar as autoras, primeiramente, conceituam a psicologia da Gestalt, descrevem seus precursores, suas principais influncias e suas fundamentaes tericas, mas ainda no correlacionam nada sobre as conseqncias da restaurao do equilbrio parte-todo nas implicaes pedaggicas:

    Nenhuma pessoa dotada de um sistema nervoso normal apreende a forma alinhavando os retalhos da cpia de suas partes [...] o sentido normal da viso apreende sempre um padro global [...] Se os elementos percebidos no apresentam equilbrio, simetria, estabilidade, simplicidade e regularidade, no ser possvel alcanar a boa-forma. O elemento que objetivamos compreender deve ser apresentado em seus aspectos bsicos, de tal maneira que a tendncia boa-forma conduza ao entendimento. Essa formulao representa uma das conseqncias pedaggicas da psicologia da Gestalt. (ARNHEIM, 1980 apud BOCK, 2004).

    Em seguida, com brevidade, discorrem superficialmente sobre o princpio figura-fundo, sobre a noo do aqui e agora, e valendo-se de Ribeiro (1994) definem o campo perceptivo-existencial. Permitindo-nos, todavia, uma maior compreenso e complementaridade atravs de trechos do artigo, A concepo de homem em gestalt-terapia e suas implicaes no processo psicoterpico:

    Tambm como conceitos bsicos destacam-se: o todo e a parte (onde se ressalta a concepo estruturalista desta escola o problema para o gestaltista no como o dado solucionado, mas como estruturado), figura e fundo (do todo uma parte emerge e vira figura, ficando o restante indiferenciado ou num fundo) e aqui e agora (a experincia passada da percepo de um objeto ou forma tem menor influncia na viso de um objeto que se est vendo aqui e agora do que a experincia da percepo aqui e agora). A aplicao destes princpios e conceitos em psicoterapia bastante vasta e fecunda. Mostra-nos claramente a diferena entre realidade psquica (o que eu percebo) e realidade objetiva (o mundo das coisas) e assegura-nos a adequao da proposio fenomenolgica de que no existem sujeito e objeto puros e independentes um do outro: a conscincia sempre conscincia de alguma coisa e o objeto objeto para a conscincia. (GINGER, 1987 apud CAMACHO, 2008)

    Ainda conceituando a abordagem gestltica, as autoras passam a pontuar os princpios centrais de suas teorias de base. Corroborando com a sua definio resumida concernente a

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    Teoria Organsmica de Kurt Goldstein constituda sobre a premissa de que a busca da auto-realizao a lei que governa o funcionamento humano encontramos em Capra (1986 apud GUIMARES, 1996):

    O organismo uma s unidade e o que ocorre em uma parte afeta o todo [...] As leis do organismo so as leis de uma totalidade dinmica, que harmoniza as "diferentes" partes que constituem esta totalidade. Portanto, necessrio descobrir as leis pelas quais o organismo inteiro funciona, para que se possa compreender a funo de qualquer de seus componentes, e no o inverso, como se tem feito at hoje.

    No pargrafo subseqente, ao tentarem sintetizar os principais conjuntos de conceitos inseridos na Teoria do Campo desenvolvida pelo psiclogo alemo, Kurt Lewin, as autoras no descreveram as trs etapas criadas por ele que revolucionou a ideia de mudana em organizaes (descongelamento, movimento e recongelamento), nem a sua famosa equao como proposta para explicar o comportamento humano: C = f (P,M). Onde o comportamento (C) funo (f) ou resultado da interao entre a pessoa (P) e o meio ambiente (M) que a rodeia.

    O ambiente psicolgico (ou ambiente comportamental) o ambiente tal como percebido e interpretado pela pessoa. Mais do que isso, o ambiente relacionado com as atuais necessidades do indivduo. Alguns objetos, pessoas ou situaes podem adquirir valncia no ambiente psicolgico, determinado um campo dinmico de foras psicolgicas;

    Os objetos, pessoas ou situaes adquirem para o indivduo uma valncia positiva (quando podem ou prometem satisfazer necessidades presentes do individuo) ou valncia negativa (quando podem ou prometem ocasionar algum prejuzo);

    Os objetos, pessoas ou situaes de valncia positiva atraem o indivduo e os de valncia negativa o repelem. A atrao a fora ou vetor dirigido para o objeto, pessoa ou situao; a repulsa a fora ou vetor que o leva a se afastar do objeto, pessoa ou situao, tentando escapar;

    Um vetor tende sempre a produzir locomoo em certa direo. Quando dois ou mais vetores atuam sobre uma pessoa ao mesmo tempo, a locomoo uma espcie de resultante de foras. (GOLEMAN, 1995).

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    Figura1: Representao da dinmica envolvida num processo de mudana: qualquer comportamento

    resultante de um equilbrio de foras de impulso e restrio. Lewin (apud COVEY, 1987).

    A posteriori, as autoras abreviam a concepo de Campo Holstico Relacional proposto por Ribeiro e sustentado na Teoria do Campo e na Teoria Organsmica. No entanto, mediante a nossa anlise correlacional encontramos esta definio de forma mais ilustrativa, atravs de sua explicao detalhada disponvel em outro artigo com o enfoque gestltico mais direcionado prtica psicopedaggica:

    Esse modelo possibilita uma viso macro e microsistmica dos diversos campos que compem a realidade existencial do indivduo (campo geo-biolgico, campo scio-ambiental, campo psico-emocional e campo sacro-transcendental) e concebe a inter e intra-relao entre os campos, no qual nada que ocorra em um campo neutro para outro e para o todo holstico relacional. (RIBEIRO, 1997 apud ANTONY, 2004).

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    Figura1: A linha inferior representa o nvel atual de atividade ou desempenho. A linha tracejada acima representa o nvel