aber mais | Cuidar melhor REVISÃO DE PSORÍASE · Os resumos e comentários foram escritos pelos...

24
REVISÃO DE PSORÍASE JANEIRO 2018 VOL 14 NÚMERO 1 Saber mais | Cuidar melhor EDIÇÃO EM PORTUGUÊS International Psoriasis Council 1034 S. Brentwood Blvd., Suite 600 St. Louis, MO 63117 Tel 972.861.0503 Fax 214.242.3391 www.psoriasiscouncil.org Neste número 1 Cinco principais artigos de pesquisa básica e clínica • Estudo randomizado e controlado com placebo do efeito de antagonistas de TNF-alfa sobre a inflamação vascular em pacientes com psoríase vulgar • Comparação de risanquizumabe com ustequinumabe na psoríase em placas moderada a grave • Meta-análise caracteriza arquitetura genética de variantes comuns associadas à psoríase • Associação entre inflamação da pele e da aorta em pacientes com psoríase: estudo de coorte de casos usando tomografia por emissão de pósitrons e tomografia computadorizada. • Caracterização de placas na psoríase revela características de alto risco que melhoraram com o tratamento em um estudo prospectivo de observação 2 Carta da Presidente 10 Foco na psoríase: Matéria sobre o evento Psoríase do Gene à Clínica 15 Notícias do IPC • Pesquisa • Educação e divulgação • Na mídia • Novos conselheiros do IPC A cada seis meses, os diretores e conselheiros do IPC sugerem e escolhem pelo voto os artigos que mais influenciaram as pesquisas em psoríase. Nesta edição, apresentamos um resumo dos cinco artigos mais votados publicados entre janeiro e junho de 2017. Os resumos e comentários foram escritos pelos coeditores desta edição: Profª Anne M. Bowcock (Mount Sinai Health System, Nova York, Estados Unidos) e Dr. Nawaf Al-Mutairi (Universidade do Kuwait, Farwaniya, Kuwait). 1. Adalimumabe não reduziu inflamação vascular em estudo multicêntrico TNF-alpha antagonist and vascular inflammation in patients with psoriasis vulgaris: a randomized placebo-controlled study. Bissonnette R, Harel F, Krueger JG, et al. J Invest Dermatol. 2017 Aug;137(8):1638-1645. doi: 10.1016/j.jid.2017.02.977. Epub 2017 Mar 9. Resumo Nesse estudo randomizado, duplo- cego e multicêntrico, os autores avaliaram os efeitos do adalimumabe sobre a inflamação vascular em pacientes com psoríase moderada a grave. A gravidade da psoríase foi medida usando a escala PASI (Psoriasis Area Severity Index), a escala de avaliação global por médico (6 pontos) e a área de superfície corporal acometida. Um total de 107 pacientes foi randomizado em proporção 1:1 para tratamento com adalimumabe 80 mg seguido de 40 mg em semanas alternadas por 52 semanas ou placebo por 16 semanas seguido de adalimumabe 80 mg na semana 16, 40 mg na semana 17 e depois 40 mg em semanas alternadas, totalizando 52 semanas. A inflamação vascular foi avaliada por tomografia por emissão de pósitrons (PET) e tomografia computadorizada (TC) após injeção de fluoro-2-deoxi-D-glicose (FDG) radiomarcada no início, na semana 16 e nas semanas 52 e 68. O principal endpoint do estudo foi a variação em relação ao início da relação alvo/fundo na aorta ascendente na semana 16. Os endpoints secundários foram variações semelhantes da média das artérias carótidas na semana 16, variação do TBR na aorta ascendente e da média das artérias carótidas 52 semanas depois da primeira dose de adalimumabe. O estudo não mostrou nenhuma diferença entre adalimumabe e placebo em relação à variação da inflamação vascular da aorta e das carótidas nas primeiras 16 semanas. Também não foi encontrada nenhuma mudança em relação ao início do tratamento na aorta ascendente, mas houve um REVISÃO SEMESTRAL DOS CINCO PRINCIPAIS ARTIGOS (JANEIRO A JUNHO DE 2017) Cont. na página 3

Transcript of aber mais | Cuidar melhor REVISÃO DE PSORÍASE · Os resumos e comentários foram escritos pelos...

REVISÃO DE PSORÍASE

J A N E I R O 2 0 1 8 V O L 1 4 N Ú M E R O 1

Saber mais | Cuidar melhor

E D I Ç Ã O E M P O R T U G U Ê S

International Psoriasis Council1034 S. Brentwood Blvd., Suite 600St. Louis, MO 63117

Tel 972.861.0503 Fax 214.242.3391

www.psoriasiscouncil.org

Neste número1 Cinco principais artigos de pesquisa

básica e clínica • Estudo randomizado e controlado

com placebo do efeito de antagonistas de TNF-alfa sobre a inflamação vascular em pacientes com psoríase vulgar

• Comparação de risanquizumabe com ustequinumabe na psoríase em placas moderada a grave

• Meta-análise caracteriza arquitetura genética de variantes comuns associadas à psoríase

• Associação entre inflamação da pele e da aorta em pacientes com psoríase: estudo de coorte de casos usando tomografia por emissão de pósitrons e tomografia computadorizada.

• Caracterização de placas na psoríase revela características de alto risco que melhoraram com o tratamento em um estudo prospectivo de observação

2 Carta da Presidente10 Foco na psoríase: Matéria sobre o

evento Psoríase do Gene à Clínica 15 Notícias do IPC • Pesquisa • Educação e divulgação • Na mídia • Novos conselheiros do IPC

A cada seis meses, os diretores e conselheiros do IPC sugerem e escolhem pelo voto os artigos que mais influenciaram as pesquisas em psoríase. Nesta edição, apresentamos um resumo dos cinco artigos mais votados publicados entre janeiro e junho de 2017. Os resumos e comentários foram escritos pelos coeditores desta edição: Profª Anne M. Bowcock (Mount Sinai Health System, Nova York, Estados Unidos) e Dr. Nawaf Al-Mutairi (Universidade do Kuwait, Farwaniya, Kuwait).

1. Adalimumabe não reduziu inflamação vascular em estudo multicêntricoTNF-alpha antagonist and vascular inflammation in patients with psoriasis vulgaris: a randomized placebo-controlled study. Bissonnette R, Harel F, Krueger JG, et al. J Invest Dermatol. 2017 Aug;137(8):1638-1645. doi: 10.1016/j.jid.2017.02.977. Epub 2017 Mar 9.

Resumo Nesse estudo randomizado, duplo- cego e multicêntrico, os autores avaliaram os efeitos do adalimumabe sobre a inflamação vascular em pacientes com psoríase moderada a grave. A gravidade da psoríase foi medida usando a escala PASI (Psoriasis Area Severity Index), a escala de avaliação global por médico (6 pontos) e a área de superfície corporal acometida. Um total de 107 pacientes foi randomizado em proporção 1:1 para tratamento com adalimumabe 80 mg seguido de 40 mg em semanas alternadas por 52 semanas ou placebo por 16 semanas seguido de adalimumabe 80 mg na semana 16, 40 mg na semana 17 e depois 40 mg em semanas alternadas, totalizando 52 semanas. A inflamação vascular foi avaliada por tomografia por emissão

de pósitrons (PET) e tomografia computadorizada (TC) após injeção de fluoro-2-deoxi-D-glicose (FDG) radiomarcada no início, na semana 16 e nas semanas 52 e 68. O principal endpoint do estudo foi a variação em relação ao início da relação alvo/fundo na aorta ascendente na semana 16. Os endpoints secundários foram variações semelhantes da média das artérias carótidas na semana 16, variação do TBR na aorta ascendente e da média das artérias carótidas 52 semanas depois da primeira dose de adalimumabe. O estudo não mostrou nenhuma diferença entre adalimumabe e placebo em relação à variação da inflamação vascular da aorta e das carótidas nas primeiras 16 semanas. Também não foi encontrada nenhuma mudança em relação ao início do tratamento na aorta ascendente, mas houve um

REVISÃO SEMESTRAL DOS CINCO PRINCIPAIS ARTIGOS (JANEIRO A JUNHO DE 2017)

Cont. na página 3

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J A N E I R O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 1

2 Saber mais | Cuidar melhor

Prezados colegas,

Em nome da diretoria e de todos os membros do Conselho Internacional de Psoríase (IPC), quero desejar a todos um ano novo feliz e produtivo. Apresento a edição de janeiro de 2018 da newsletter Revisão de Psoríase do IPC.

Neste ano, continuaremos implementando o plano estratégico quinquenal do IPC, que inclui diversas prioridades em pesquisa, atendimento de pacientes e programas educativos identificadas pela nossa Diretoria. Em 2018, nossa maior prioridade será a psoríase moderada: continuaremos um projeto de grande porte para desenvolver uma nova definição clínica.

Atualmente, não existe consenso sobre como definir a psoríase moderada. Existem diversas definições que são usadas de maneiras diferentes. Isso frequentemente prejudica o acesso ao tratamento para psoríase de uma população que, segundo vários estudos, é muitíssimo subtratada.

Uma definição clínica mais específica ajudaria os clínicos a receitar tratamentos mais apropriados para a gravidade da doença, melhoraria as diretrizes de tratamento da psoríase e ajudaria a orientar estudos clínicos futuros de drogas que atuam contra a psoríase moderada.

O IPC já começou a trabalhar nesse projeto. Inicialmente, realizamos uma pesquisa entre conselheiros do IPC, na qual destacamos os desafios de definir a psoríase moderada e as variações nos tratamentos adotados pelos clínicos. O Grupo de Trabalho em tratamentos sistêmicos do IPC, que é liderado pelo Prof. Peter van de Kerkhof (Países Baixos) e por Caitríona Ryan (Irlanda), reuniu-se com outros diretores e representantes da indústria. O grupo recomendou que a definição de psoríase moderada deve incluir áreas do corpo como face, mãos, pés, genitália e outros locais difíceis de tratar. Todos os participantes concordam que uma abordagem sistemática poderia criar uma definição baseada em critérios objetivos e subjetivos que serviria de referência para a definição da doença.

Os membros desse grupo de trabalho vêm se reunindo e analisando dados de estudos clínicos e registros para elaborar declarações de definição da doença. O consenso final será determinado por um painel de especialistas usando a técnica de Delphi. Com uma nova definição de psoríase moderada que satisfaça a todos os interessados, poderemos melhorar o tratamento dos pacientes com psoríase.

O Comitê de Atendimento a Pacientes do IPC continuará trabalhando no projeto este ano sob a liderança do Dr. Bruce Strober (Estados Unidos).

Além da psoríase moderada, o Comitê de Atendimento de Pacientes também iniciará projetos sobre psoríase palmoplantar, uma forma da doença que produz diversas manifestações clínicas que prejudicam a qualidade de vida. O Grupo de Trabalho de Biossimilares também continuará com suas atividades.

O objetivo final de todos esses projetos, assim como de outros projetos liderados pelo Comitê de Pesquisa de 2018, é melhorar o tratamento e o bem-estar dos pacientes. Para atingir esse objetivo, usaremos a medicina P4 (predição, prevenção, personalização, participação), uma abordagem que poderá transformar a conduta médica em pacientes com psoríase enfatizando a prevenção e o bem-estar sobre a doença.

Já percebemos que 2018 será um ano dinâmico e promissor para o IPC. Espero trabalhar junto a colegas dedicados nesses e em outros projetos. Assim, continuaremos expandindo o momento do IPC e conquistando novas realizações com nossa atuação em pesquisa, educação e atendimento aos pacientes.

Atenciosamente,

Alexa Boer Kimball, MD, MPH Presidente do Conselho Internacional de Psoríase

CARTA DA PRESIDENTE

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J A N E I R O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 1

3Saber mais | Cuidar melhor

ligeiro aumento da inflamação vascular carotídea depois de 52 semanas de tratamento com adalimumabe. Portanto, os autores concluíram que esses resultados sugerem que o adalimumabe não piora a inflamação vascular em pacientes com psoríase. O aumento da inflamação vascular carotídea observado depois de 52 semanas de tratamento sugere que o adalimumabe não consegue interromper totalmente a progressão natural da aterosclerose da parede carotídea em pacientes com psoríase.

COMENTÁRIO Como os autores assinalaram, os estudos futuros sobre os efeitos do bloqueio de TNF-a sobre a inflamação vascular deverão incluir pacientes com psoríase cutânea mais extensa ou com artrite psoriásica. Também será preciso realizar comparações randomizadas e duplo-cegas para determinar os efeitos do tratamento prolongado com antagonistas de TNF-α ou com outras drogas sobre a inflamação vascular. Estudos com biomarcadores séricos (e talvez com outros exames de imagem) podem ser indicados para tentar caracterizar melhor a inflamação vascular em pacientes com psoríase. – Dr. Nawaf Al-Mutairi

REVISÃO SEMESTRAL DOS CINCO PRINCIPAIS ARTIGOS:JANEIRO A JUNHO DE 2017

Para obter mais cópias da Revisão de Psoríase do IPC ou saber mais sobre o CIP, acesse www.psoriasiscouncil.org.

CONSELHO DIRETOR DO IPCDiretoresAlexa B. Kimball, Presidente,

Estados Unidos Jonathan Barker, Vice-

Presidente e Presidente-Eleito, Reino Unido

Bruce Strober, Secretário, Estados Unidos

Craig L. Leonardi, Tesoureiro, Estados Unidos

Christy Langan, Diretora, Estados Unidos

ConselhoHervé Bachelez, França Claudia de la Cruz, Chile Christopher E.M. Griffiths,

Presidente Anterior, Reino Unido

Robert Holland III, Estados Unidos

Lars Iversen, Dinamarca Alan Menter, Presidente

Fundador, Estados Unidos Ricardo Romiti, Brasil Lluís Puig Sanz, EspanhaPeter van de Kerkhof,

Países Baixos

CONSELHEIROS DO IPCÁfricaÁfrica do SulGail ToddOriente MédioEgitoMahira Hamdy El SayedIrãOmid ZargariIsrael Arnon D. CohenKuwaitNawaf Al-MutairiÁsiaChinaXuejun ZhangMin ZhengÍndia Murlidhar RajagopalanJapãoAkimichi MoritaHidemi NakagawaYukari OkuboMalásiaSiew Eng ChoonFilipinas Vermén Verallo-RowellCingapura Wei-Sheng ChongColin ThengEuropaÁustria Georg Stingl Robert Strohal

Dinamarca Lone SkovClaus ZachariaeFrançaCarle PaulAlemanha Matthias AugustinUlrich MrowietzAlexander NastJörg PrinzKristian ReichRobert SabatDiamant ThaçiIrlanda Brian KirbyCaitríona RyanItália Giampiero GirolomoniPaolo GisondiLuigi NaldiCarlo PincelliPaíses Baixos Menno Alexander de Rie Elke MGJ de JongErrol PrensMarieke B. SeygerEspanhaCarlos FerrándizSuíça Wolf-Henning BoehnckeCurdin ConradMichel GillietReino Unido Darren AshcroftAnne BowcockIan BruceChristine BundyArthur David Burden

Robert ChalmersAndrew FinlayElise KleynRuth MurphyNick ReynoldsCatherine SmithRichard WarrenHelen YoungAmérica LatinaArgentina Edgardo ChouelaCristina EcheverríaMatías MaskinBrasilGladys Aires-MartinsAndré Vicente Esteves de

CarvalhoChile Fernando ValenzuelaColômbiaCésar GonzalezAngela LondoñoMéxicoNancy PodoswaAmérica do NorteCanadá Robert BissonnetteMarc BourcierWayne GulliverCharles W. LyndeRichard LangleyYves PoulinRonald VenderEstados UnidosApril ArmstrongAndrew BlauveltKristina Callis DuffinClay Cockerell

Kevin CooperKelly M. CordoroJT ElderCharles EllisColby EvansJoel GelfandKenneth GordonAlice GottliebJohann GudjonssonAndrew JohnstonRobert E. KalbFrancisco KerdelGerald KruegerJames KruegerMark LebwohlNehal MehtaAmy PallerDavid PariserMark PittelkowLinda Stein GoldNicole L. WardJashin WuOceaniaAustráliaPeter Foley

Cont., página 1

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J A N E I R O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 1

4 Saber mais | Cuidar melhor

2. Risanquizumabe produz resposta clínica superior ao ustequinumabe em ensaio clínico de fase 2Risankizumab versus ustekinumab for moderate-to-severe plaque psoriasis. Papp KA, Blauvelt A, Bukhalo M, et al. N Engl J Med. 2017 Apr 20;376(16):1551-1560. doi: 10.1056/NEJMoa1607017.

ResumoNos últimos dez anos , várias drogas biológicas altamente eficazes foram desenvolvidas e revolucionaram o tratamento da psoríase em placas moderada a grave. À medida que a imunopatogênese da psoríase é mais bem compreendida, vem-se procurando alvos mais específicos para drogas antipsoriásicas. Embora a psoríase apresente vias imunológicas complexas e nem sempre bem compreendidas, sabe-se que a doença envolve produção de moléculas como a IL-17 e a IL-23, que são produzidas pela pele ou por células imunes e secretadas para atuar em outras células imunes. Essa atividade induz diferenciação ou ativação, ativando a inflamação. Acredita-se que a IL-23 induz e mantém as células T helper 17, as células Th 22, as células linfoides inatas e as citoquinas efetoras IL-17, IL-22 e fator de necrose tumoral (TNF)-a. Alguns agentes biológicos que agem sobre IL-23 são o BI-655066 (risanquizumabe), briaquinumabe, guselcumabe, tildraquizumabe e ustequinumabe. Algumas drogas que agem sobre IL-17 são o brodalumabe, ixequizumabe e secuquinumabe. Muitas dessas drogas se mostraram seguras e eficazes em ensaios clínicos de psoríase em placas moderada a grave, mas sua segurança de longo prazo ainda não foi estabelecida. A IL-23 possui duas subunidades proteicas: a p19, que é exclusiva da IL-23; e a p40, que é encontrada tanto na IL-12 como na IL-23. Mais recentemente, foi desenvolvido o risanquizumabe (BI 655066), uma droga que atua na subunidade p19 da IL-23. Em um estudo de fase 1 em pacientes com psoríase moderada a grave, o risanquizumabe proporcionou eliminação rápida e duradoura das lesões de pele. O artigo de Papp et al (citado acima) descreveu os resultados de um estudo de fase 2 de comparação direta com 48 semanas de duração e realizado em 32 centros na América do Norte e na Europa. O estudo comparou os efeitos do tratamento da psoríase em pacientes tratados com uma dentre três doses de risanquizumabe (18 mg na semana 0 ou 90 mg ou 180 mg nas semanas 0, 4 e 16) ou ustequinumabe (45 mg em pacientes com peso corporal abaixo de 100 kg ou 90 mg em pacientes com peso corporal acima de 100 kg) nas semanas 0, 4 e 16). Um total de 166 pacientes receberam

risanquizumabe subcutâneo (126 pacientes receberam uma única dose de 18-mg na semana 0 ou 90 mg ou 180 mg nas semanas 0, 4 e 16) ou ustequinumabe (40 pacientes tratados com 45 mg ou 90 mg nas semanas 0, 4 e 16). Depois de 12 semanas, o porcentual de pacientes com redução de 90% ou mais do Psoriasis Area Severity Index (PASI) foi medido. Na semana 12, o risanquizumabe (resultados agregados para 90 e 180 mg) foi melhor que o ustequinumabe quanto ao endpoint primário definido por PASI 90 (77% e 40%, P<0,001). Os perfis de eventos adversos foram semelhantes nos grupos tratados com risanquizumabe ou ustequinumabe após 48 semanas. São precisos estudos maiores e mais prolongados para caracterizar melhor o perfil de segurança do risanquizumabe. Os autores também avaliaram o Dermatology Life Quality Index (DLQI) dos dois grupos e constataram que, na semana 12, 72% dos pacientes tratados com risanquizumabe obtiveram escore DLQI e 0 ou 1, contra apenas 53% do grupo tratado com ustequinumabe. O risanquizumabe também proporcionou maior redução média de acometimento do escalpo, unhas e região palmoplantar. A análise de amostras de pele mostrou, apenas nas amostras de pacientes tratados com risanquizumabe, diminuição da expressão de genes envolvidos na via da IL-23 e dos genes associados com a patogênese da psoríase. Em resumo, o bloqueio de IL-23 pelo risanquizumabe foi associado com resposta clínica melhor que a obtida com ustequinumabe.

COMENTÁRIO Esse estudo é importantíssimo, pois indica que o bloqueio de p19 pode ser superior ao de p40 no tratamento da psoríase. Como tanto o ustequinumabe como o risanquizumabe atuam sobre IL-23, as diferenças podem ser devidas às doses; afinal, o p19 é específico para IL-23, enquanto p40 é encontrado tanto em IL-12 como em IL-23. Ou seja, talvez a ação sobre IL-12 contrabalance os efeitos do ustequinumabe. Por outro lado, os resultados talvez signifiquem que a IL-12 pode ser essencial para a manutenção do equilíbrio das vias celulares. – Anne M. Bowcock, PhD

REVISÃO SEMESTRAL DOS CINCO PRINCIPAIS ARTIGOS:JANEIRO A JUNHO DE 2017

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J A N E I R O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 1

5Saber mais | Cuidar melhor

3. Grande estudo eleva número de genes com variantes comuns que aumentam o risco de psoríase de 47 para 63Large scale meta-analysis characterizes genetic architecture for common psoriasis associated variants. Tsoi LC, Stuart PE, Tian C, et al. Nat Commun. 2017 May 24;8:15382. doi: 10.1038/ncomms15382.

ResumoA suscetibilidade à psoríase se deve tanto a fatores genéticos como ambientais. Há mais de 20 anos, cientistas vêm tentando identificar fatores de risco genéticos que levam à psoríase. Os primeiros estudos foram realizados em famílias nas quais muitos membros sofriam de psoríase. Contudo, esse abordagem explicou a origem da psoríase apenas em alguns poucos indivíduos, e os únicos achados relevantes foram encontrados em algumas famílias grandes. Por mais de uma década, uma técnica denominada estudo de associação no genoma inteiro (GWAS, genome-wide association study) vem sendo aplicada. Essa abordagem emprega diversas variantes genéticas naturais conhecidas como polimorfismos de um único nucleotídeo, que são encontradas em todas as pessoas. Uma investigação da frequência de variantes naturais em pacientes com psoríase em comparação com indivíduos sem psoríase revelou que existem mais de 40 variantes comuns que predispõem à doença. Essas variantes se encontram em genes que podem proporcionar importantes insights sobre as anomalias de vias celulares na psoríase, que podem envolver a sinalização por IL-23 e a ativação de genes envolvidos na inflamação por uma via conhecida como NF-kB (fator nuclear de kappa B). Contudo, alguns desses ensaios de GWAS foram realizados em um subconjunto de variantes associadas com ativação imune por meio de um imunochipe. Esse método limitou os resultados. Neste estudo, foram usados GWAS antigos e novos (total de sete estudos) e um conjunto de dados de imunochip. Todos consistiam em casos de psoríase e controles de origem europeia. Ao todo, mais de 30.000 foram estudados — uma amostra cerca de três vezes maior que em qualquer análise anterior. A meta-análise revelou 16 regiões de associação além das 47 que já haviam

sido descritas. Acredita-se que muitas das variantes causais que induziram os sinais de GWAS se encontram em regiões do genoma que regulam os genes em vez de nos genes propriamente ditos. Os autores demonstraram que alguns sinais podem refletir mudanças em regiões genômicas que operam em células CD4+ T helper e CD8+ T citotóxicas. Também foram encontrados 7 genes em 6 regiões da nova região do GWAS, que são alvos de 18 drogas diferentes, algumas das quais são usadas para tratar psoríase na prática clínica. Cabe notar que muitos dos participantes desse estudo vieram da empresa de testes genéticos 23andMe e que os diagnósticos de psoríase foram autorreportados. Por isso, o estudo precisou empregar técnicas estatísticas sofisticadas para garantir que apenas indivíduos que provavelmente tinham psoríase fossem incluídos na análise final. Os resultados mostraram que alguns dos indivíduos que acreditavam ter psoríase na verdade tinham outras doenças, tais como dermatite atópica e dermatite seborreica. As 63 regiões de associação identificadas nesse GWAS e em GWAS anteriores respondem por mais de 28% da herdabilidade estimada da psoríase.

COMENTÁRIO Esse estudo é importante porque aumenta o número de genes que apresentam variantes capazes de elevar o risco de psoríase. é o maior estudo realizado até hoje, incluiu estudos presentes e novos, e mostrou que é possível usar dados de indivíduo que autorreportaram seus diagnósticos se um algoritmo apropriado for usado para ajustar os diagnósticos incorretos O estudo também deu novos insights sobre quais variante são encontradas nessas regiões e mostra que o GWAS tem potencial para identificar novos alvos farmacológicos para psoríase. – AMB

REVISÃO SEMESTRAL DOS CINCO PRINCIPAIS ARTIGOS:JANEIRO A JUNHO DE 2017

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J A N E I R O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 1

6 Saber mais | Cuidar melhor

4. Estudo de observação mostra que tratar a psoríase pode combater inflamação da aorta; são precisos estudos maiores e mais longosAssociation between skin and aortic vascular inflammation in patients with psoriasis: a case-cohort study using positron mission tomography/computed tomography. Dey AK, Joshi AA, Chaturvedi A, et al. JAMA Cardiol. 2017 May 31. doi: 10.1001/jamacardio.2017.1213. [Epub antes da edição impressa]

ResumoEsse artigo apresenta um estudo de observação de uma coorte longitudinal que procurou avaliar a associação entre psoríase e doenças cardiometabólicas. O principal endpoint foi a inflamação vascular medida por exames de PET/CT com FDG. Dos 220 pacientes com psoríase recrutados inicialmente, os pesquisadores conseguiram acompanhar 115 pacientes consecutivos por um ano. O tratamento com bloqueadores de fator de necrose tumoral (TNF) foi iniciado em 17 pacientes com psoríase grave considerados bons candidatos ao tratamento com agentes biológicos. Foram excluídos pacientes com comorbidades que sabidamente promovem doença cardiovascular ou inflamação sistêmica. Todos os pacientes tiveram seus escores PASI (Psoriasis Area and Severity Index) medidos e realizaram exames de TC e PET com FDG no início do estudo e depois de um ano. Inicialmente, a coorte apresentava baixo risco cardiovascular medido pelo escore de Framingham e psoríase leve a moderada com escore PASI mediano de 5,2. Depois de um ano de acompanhamento, a coorte total apresentou melhora da mediana do escore PASI em 33% com tratamentos tópicos (60%), agentes biológicos (66%, sendo a maioria anti-TNF) e fototerapia (15%). O estudo constatou que a melhora da gravidade da psoríase cutânea foi associada com melhora da inflamação vascular aórtica,

que foi mais acentuada em pacientes com redução de mais de 75% da gravidade da doença cutânea. Essa associação persistiu além dos fatores de risco tradicionais e foi mais intensa em pacientes que iniciaram tratamento anti-TNF.

COMENTÁRIO Como os próprios autores assinalaram na seção de discussão do artigo, o estudo possui uma importante limitação: o tratamento adaptado não foi consistente em toda a coorte. Os agentes anti-TNF também foram usados de forma aberta e não randomizada, e a amostra de pacientes foi pequena. O estudo também não examinou eventos cardiovasculares e, em vez disso, usou a inflamação vascular como endpoint primário para avaliar os efeitos sobre o risco de doença cardiovascular. Embora os dados do estudo corroborem a hipótese de que a diminuição da inflamação reduz o risco de doença cardiovascular, eles são insuficientes para demonstrar causalidade. Para estabelecer uma relação causal direta, é preciso acompanhar uma coorte maior por um período mais prolongado — talvez de 5 a 15 anos — para observar uma redução efetiva dos eventos cardiovasculares. Ao se avaliar uma intervenção, ela deve ser empregada de forma randomizada e mascarada para que se obtenham evidências mais fortes de sua eficácia. – NAM

REVISÃO SEMESTRAL DOS CINCO PRINCIPAIS ARTIGOS:JANEIRO A JUNHO DE 2017

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J A N E I R O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 1

7Saber mais | Cuidar melhor

5. Controle da inflamação cutânea por tratamentos antipsoriásicos pode reduzir risco coronárioCoronary plaque characterization in psoriasis reveals high-risk features that improve after treatment in a prospective observational study. Lerman JB, Joshi AA, Chaturvedi A, et al. Circulation. 2017 Jul 18;136(3):263-276. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.116.026859. Epub 2017 May 8

ResumoSabe-se que pacientes com psoríase sofrem infarto do miocárdio mais precocemente que pacientes sem psoríase, mas o processo patológico é pouco conhecido. Essa risco cardiovascular precoce é mais evidente em adultos com psoríase e menos de 50 anos de idade, mas não é bem capturado pelas avaliações tradicionais de risco. Foi proposto que isso se deve a um aumento da carga de doença coronária (DC) subclínica em pacientes com psoríase. Apesar dessa vulnerabilidade, o impacto da DC nunca foi medido nessa população. Devido à idade avançada, os pacientes com psoríase cujos riscos de doença cardiovascular são mais elevados não atendem aos critérios para receber tratamentos como estatinas. Muitos pacientes com doença coronária apresentam calcificação coronária (CAC), que se correlaciona com a frequência futura de eventos cardiovasculares. A angiotomografia coronária (angio-TC) é o principal método não invasivo para detectar CAC. A angio-TC quantifica os volumes de placas (calcificadas ou não), sendo portanto um exame confiável para identificar placas ateroscleróticas com alto risco de ruptura na circulação coronária. Nesse estudo, os autores investigaram o aumento do risco cardiovascular observado na psoríase avaliando as placas coronárias por meio de angio-TC e postularam que parte desse aumento se deve a placas não calcificadas com características de alto risco. O estudo acompanhou três coortes e participantes, todos recrutados no Clinical Center do National Institutes of Health nos EUA. Foram acompanhados 105 pacientes com psoríase moderada a grave, e os resultados foram comparados com 100 pacientes com hiperlipidemia e mais de 55 anos de idade e 10 anos mais velhos que os pacientes com psoríase. Todos os pacientes com hiperlipidemia eram candidatos a tratamento hipolipemiante (estatinas) de acordo com as diretrizes do National Cholesterol Education Program-Adult Treatment Panel III. Também foram acompanhados 25 voluntários saudáveis sem psoríase. Os investigadores constataram que pacientes com psoríase apresentavam mais placas de alto risco que voluntários saudáveis e tinham um padrão e placas coronárias semelhante ao observado em pacientes mais idosos com hiperlipidemia. A prevalência de placas de alto risco foi semelhante em pacientes com psoríase

ou com hiperlipidemia. Ambos apresentaram seis vezes mais placas que o observado em voluntários saudáveis. Os autores também observaram uma associação significativa entre a gravidade da psoríase (escore PASI) e placas não calcificadas. Os pacientes com psoríase cujas placas responderam o tratamento também obtiveram melhora das placas não calcificadas depois de um ano. Outras melhorias importantes ocorreram nos níveis plasmáticos de mediadores inflamatórios como o fator de necrose tumoral (TNF)-alfa, IL-1b e proteína quimiotática de monócitos 1. Mesmo ajustando para esses biomarcadores, a associação entre a redução do escore PASI e a melhora da quantidade de placas coronárias não mudou. Esses biomarcadores não diminuíram em pacientes cuja doença de pele não melhorou. Os pacientes em risco com psoríase eram mais comumente homens, mais propensos a serem diagnosticados com hipertensão, tinham IMC (índice de massa corporal) elevado e mais risco de sofrer doença cardiovascular aterosclerótica. Os pacientes que usaram agentes biológicos sistêmicos tiveram menos placas não calcificadas.

COMENTÁRIO Esses estudos indicam que pacientes com psoríase apresentam o mesmo risco de doença coronária que pacientes com hiperlipidemia que são dez anos mais velhos. Os resultados também mostraram que o controle da inflamação da pele pelo tratamento da psoríase pode reduzir o risco de doença coronária. Entretanto, os pacientes geralmente receberam tratamentos sistêmicos que podem influenciar a inflamação em geral e, eventualmente, reduzir o risco cardiovascular. Os autores recomendam que a doença cardiovascular seja rastreada com mais frequência em pacientes com psoríase que na população geral e que pacientes com psoríase devem ser informados de que seu risco é maior. Os autores também recomendam que se devem realizar novas pesquisas para avaliar o impacto longitudinal do tratamento da psoríase sobre a evolução da doença cardiovascular (p.ex. morfologia de placas de alto risco) e que os pacientes devem participar de estudos randomizados para avaliar os efeitos de drogas que reduzem o risco cardiovascular. ■ – AMB

REVISÃO SEMESTRAL DOS CINCO PRINCIPAIS ARTIGOS:JANEIRO A JUNHO DE 2017

8 Saber mais | Cuidar melhor

Feel the Science. almirall.com

We are scientists at heart, we work hard to fight skin diseases and conditions, providing medical solutions to healthcare professionals and their patients.

Because your challenge is our commitment.Together, building a better future.

9Saber mais | Cuidar melhor

Para saber mais, acesse www.psoriasiscouncil.org/cmeonline

Esses programas foram desenvolvidos pelo A. Webb Roberts Center for Continuing Medical Education da Baylor Scott & White Health em parceria com o Conselho Internacional de Psoríase. As atividades foram apoiadas por verbas educativas da Janssen Scientific Affairs, LLC, Lilly e Sun Pharma.

O Conselho Internacional de Psoríase (IPC) tem o prazer de anunciar uma nova série de programas de educação continuada aprovados para clínicos que cuidam de pacientes com psoríase. Os novos programas são apresentados por alguns dos maiores especialistas de psoríase do mundo e oferecem uma experiência informativa e interessante de aprendizado online.

TEMAS: Fatores comportamentais Comorbidades e complicações Abordagens de tratamento baseadas nas necessidades individuais do paciente Novos tratamentos para psoríase

Iniciativa de educação médica continuada

Individualização do tratamento da psoríase: Empoderando você e seus pacientes para tomarem boas decisões em equipeWebseminário on-demand filmado na Reunião Anual da American Academy of Dermatology em 2017Diretor do programa: Alan Menter, MD; Apresentadoras: April Armstrong, MD, MPH e Christine Bundy, PhD, C Psychol AFBPS2,0 créditos AMA PRA Categoria 1.™ Validade do programa Ago/2018

Desafios clínicos na psoríase: Melhorando o padrão de tratamentoWebseminário on-demand gravado Diretor do programa: Peter van de Kerkhof, MD, PhD. Apresentadores: Caitríona Ryan, MD e Jashin J. Wu, MD1,0 crédito AMA PRA Categoria 1.™ Validade do programa Nov/2018

Avanços em psoríase: Foco em novos tratamentos e abordagens terapêuticasWebseminário on-demand filmado na Reunião Anual da European Academy of Dermatology and Venereology em 2017Diretor do programa: Peter van de Kerkhof, MD, PhD. Apresentadores: Claudia de la Cruz, MD e Mark Lebwohl, MD1,5 crédito AMA PRA Categoria 1.™ Validade do programa Out/2018

Casos interativos de psoríaseAtividade interativa baseada em casos para melhorar a tomada de decisões em casos complexos: psoríase, síndrome metabólica e gravidez; tratamento da psoríase e manejo do risco de linfomaDiretor do programa: Alan Menter, MD. Apresentadora: Elise Kleyn, MD, PhD1,0 crédito AMA PRA Categoria 1.™ Validade do programa Jan/2019

PROG

RAM

AS O

N-L

INE

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J A N E I R O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 1

10 Saber mais | Cuidar melhor

Congresso em Londres atrai grande público; participantes discutem microbioma, genoma, IL-17 e outros temas relacionados à psoríasePor Teresa Tsakok

Teresa Tsakok se formou em medicina pela Universidade de Oxford e depois concluiu treinamento acadêmico integrado no Hospital Guy’s & St Thomas e no King’s College de Londres. Atualmente, é dermatologista do St John’s Institute of Dermatology e recebeu a Medical Research Council

Clinical Research Training Fellowship, uma bolsa de três anos para investigar os preditores de imunogenicidade de drogas antipsoriásicas na School of Basic & Medical Biosciences do King’s College de Londres.

Em novembro de 2017, Westminster, em Londres, recebeu representantes da comunidade de psoríase do mundo inteiro para o 8º Congresso Internacional de Psoríase: do gene à clínica. Com 800 participantes, o evento marcou o aniversário de 21 anos de um fórum colaborativo e dinâmico, que destacou as pesquisas mais avançadas da atualidade sobre psoríase. O programa foi cuidadosamente elaborado e cobriu todas as áreas técnicas, incluindo temas como microbioma, genoma, o eixo da interleucina 17 (IL-17) e tratamento estratificado. Na sala de pôsteres, houve intenso networking e discussão, e os palestrantes convidados estenderam a discussão muito além da dermatologia. O maior diferencial do evento foi sua organização em forma de plenário, onde todos tinham acesso a todo o conteúdo. Os organizadores do congresso foram o Presidente Anterior do IPC Chris Griffiths (Universidade de Manchester) e o Vice-Presidente do IPC Jonathan Barker (St John’s Institute of Dermatology, Londres), que criou o Congresso Psoríase: Do Gene à Clínica em 1996.

MicrobiomaO Prof. Bjorn Andersson, do Instituto Karolinska (Estocolmo, Suécia), apresentou uma perspectiva de bioinformática sobre o microbioma da pele humana, incluindo uma atualização sobre o estudo MAARS (Microbes in Allergy and Autoimmunity Related to the Skin), que está analisando a relação entre microbiomas e

autoimunidade e vem sendo conduzido por um consórcio europeu. Ele descreveu a colonização microbiana da pele em 129 pacientes com psoríase e 88 pacientes com eczema. Os genomas bacterianos foram sequenciados pelas técnicas 16S e “shotgun”, que encontraram claras diferenças entre as assinaturas microbiológicas em pacientes com psoríase ou eczema em relação a controles normais. Conjuntamente com a biópsia de pele, os dados do transcriptoma permitiram que os pesquisadores associassem o microbioma com mudanças na expressão gênica de modo a identificar vias inflamatórias que pudessem ser analisadas pela técnica.

Ao mesmo tempo, o Prof. Andre Franke (Universidade de Kiel, Alemanha) destacou a necessidade de se compreender melhor o microbioma para entender melhor por que as pessoas adoecem. Ele também lamentou o grande volume de “fake news” sobre o número de bactérias no ou sobre o corpo humano. Na verdade, as bactérias são aproximadamente tão numerosas quanto as células do corpo — cerca de 30 trilhões. Mas como o genoma influencia nossa microbiota? Aparentemente, cerca de 10% da variabilidade do microbioma intestinal sofre influência genética. O Prof. Andre Franke também explicou as vantagens de trabalhar com metagenômica sem banco de dados é que os dados podem ser reconstituídos novamente. Isso permite, em princípio, identificar novos táxons.

GenômicaA Drª. Tuuli Lappalainen, da Columbia University de Nova York, discutiu uma importante questão: como podemos obter insights funcionais a partir de associações genéticas? Buscando compreender a influência genética sobre o sistema imune humano, a equipe mapeou centenas de lócus de traços de expressão quantitativa (eQTL) associados a respostas imunes dinâmicas. Cada resultado foi analisado em diversos pontos de tempo e os resultados foram integrados a resultados de GWAS por meio de colocalização. Embora seja evidente que os eQTL da resposta imune e da resposta de citoquinas ambos contribuem para os sinais pangenômicos em doenças

FOCO NA PSORÍASE: RESUMO DO 8º CONGRESSO INTERNACIONAL DE PSORÍASE DO GENE À CLÍNICA

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J A N E I R O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 1

11Saber mais | Cuidar melhor

autoimunes, ainda falta caracterizar as funções das várias camadas de fenótipos moleculares da doença.

Em sua apresentação oral, que foi eleita a melhor do congresso, Y. Arakawa (Universidade Ludwig-Maximilian, Munique, Alemanha) descreveu trabalhos de genômica funcional, e sugeriu que a causa da autoimunidade na psoríase é a reatividade cruzada de células T. Como os TCR são poliespecíficos, as células T que expressam TCRs autorreativos podem ser ativadas por antígenos ambientais. Isso sugere que é possível encontrar fatores desencadeantes ambientais na psoríase identificando-se TCRs psoriásicos patogênicos associados a autoantígenos psoriásicos comprovados. O rastreamento de bibliotecas de peptídeos foi usado pela primeira vez para definir o padrão de aminoácidos reconhecido pelo receptor de células T Va3S1/Vß3S1 a presença de HLA-C*06:02. Em seguida, proteomas ambientais foram pesquisados para identificar peptídeos com esse mesmo padrão. Alguns epítopos candidatos foram testados para determinar sua capacidade de ligação ao antígeno ADAMTSL5 derivado de Va3S1/Vß3S1 TCR apresentado pelo HLA-C*06:02. Essa técnica identificou vários peptídeos relacionados com a pele humana e o microbioma intestinal, patógenos infecciosos e alimentos. Isso implica que a exposição a antígenos ambientais pode desencadear uma doença autoimune ao promover a ativação e expansão de células T autorreativas.

Eixos de citoquinasXiaofei Xu (Erasmus Medical Center, Roterdã, Países Baixos), que recebeu o prêmio de melhor pôster do congresso, descreveu trabalhos em artrite psoriásica que mostraram que, além de células linfoides, alguns tipos específicos de células mieloides também podem produzir IL-17A. A IL-17A também pode atuar sobre células mieloides positivas para IL-17RA/IL-17RC-IL-17A, que incluem monócitos e neutrófilos. Esses achados preliminares indicam que existe uma rede de sinalização mais ampla e específica, com vários tipos celulares que participam da patogênese da artrite psoriásica.

O Professor de Neurologia Vijay Kuchroo do Brigham Research Institute (Boston, Estados Unidos) explicou que existem células Th17 patogênicas e não patogênicas e que elas definem estados funcionais diferentes. Sua

equipe analisou a expressão em nível unicelular para identificar novos reguladores desses estados de Th17 usando camundongos com knockout para classificar e selecionar genes cuja função será validada. Dois exemplos relevantes são a perda de função semelhante a CD5 e a perda do receptor de proteína C. Esses dois fatores tornam as células Th17 mais patogênicas e sobrerregulam a doença inflamatória. Por sua vez, as células Th17 não patogênicas expressam outro conjunto de genes, conjunto que também é sobrexpresso em outros tipos celulares (p.ex. microambientes tumorais) e confere às células função regulatória.

O Conselheiro do IPC James Krueger (Universidade Rockefeller, Nova York) também reiterou o conceito de que existem células Th17 intestinais “boas” e “más”, e argumentou que o estudo das células regulatórias (que pode incluir células Th17 “boas”) deve ser um dos principais focos de investigações futuras. Em uma segunda palestra, ele apresentou uma avaliação comparativa das mudanças celulares moleculares associadas com a resposta ao bloqueio seletivo de IL-23 (guselcumabe) e ao bloqueio duplo de IL-12 e IL-23 (ustequinumabe) em biópsias de pele de pacientes com psoríase. O guselcumabe foi mais eficaz que o ustequinumabe em neutralizar o perfil gênico associado à psoríase. Outro conceito destacado pelo Prof. James Krueger foi o de cicatriz molecular da doença, que pode favorecer a reativação da psoríase quando o tratamento é interrompido. Um achado interessante é que o bloqueio isolado de IL-23 pode deixar um conjunto residual de genes menor que o bloqueio simultâneo de IL-12 e IL-23. Esse trabalho indica que pode haver diferenças fundamentais na capacidade de vários inibidores de modular a doença.

A Presidente do Conselho do IPC Alexa Boer Kimball (Harvard Medical School, Boston) apresentou uma elegante revisão da cronologia da descoberta da biologia da IL-17 e da IL-23, recapitulando a evolução desde as primeiras hipóteses baseadas em observação clínica. A discussão também destacou comorbidades como a “tripla alternância autoimune” formada pela obesidade, diabetes tipo 1 e psoríase. Embora a epidemiologia genética tenha confirmado que algumas dessas associações têm base biológica, outras parecem ser apenas associações de riscos. Ainda existem enormes necessidades de estudo da

FOCO NA PSORÍASE: RESUMO DO 8º CONGRESSO INTERNACIONAL DE PSORÍASE DO GENE À CLÍNICA

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J A N E I R O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 1

12 Saber mais | Cuidar melhor

inter-relação entre psoríase e outras doenças, incluindo esclerose múltipla e depressão.

A Drª. Jennifer Towne (Janssen Research & Development, San Diego) apresentou sua perspectiva pessoal de seu trabalho na Immunex/Amgen com IL-36. A história dessa citoquina exemplifica o conceito de trajetória do gene à clínica, o que também foi assinalado em uma palestra subsequente pelo Vice-Presidente do IPC Jonathan Barker do St John’s Institute of Dermatology do King’s College de Londres. O Prof. Jonathan Barker discutiu a mudança de paradigma da psoríase, que era considerada uma doença de pele e passou a ser vista como uma doença mediada por células T entre meados e o final da década de 80. Desde então, as vias adaptativas vêm sendo pesquisadas para identificar alvos terapêuticos. Contudo, o Prof. Jonathan Barker salientou que é preciso pesquisar as possibilidades da via inata e que ainda há muito a fazer quanto a intervenções ambientais e do microbioma.

TratamentoO Consórcio PSORT (Psoriasis Stratification to Optimise Relevant Therapy) foi representado no congresso por três apresentações do King’s College London/St John’s Institute of Dermatology. Sou muito grata pela oportunidade de apresentar novos dados sobre o intervalo terapêutico do adalimumabe e mostrando que os níveis precoces de adalimumabe preveem a resposta após seis meses. Nick Dand apresentou uma visão geral de uma análise genética preliminar, que sugere que os portadores de HLA-C*06:02 apresentam resposta precoce melhor ao ustequinumabe, mas têm menos chances de obter altos níveis de resposta a inibidores de TNF. Rosa Ejarque apresentou seu trabalho, em que empregou imunofenotipagem para mostrar que a inibição de TNF pelo adalimumabe afeta células de linhagem linfoide na psoríase.

A Profª. Ann Gils (Universidade Católica de Leuven, Bélgica) apresentou uma abordagem para responder à pergunta “Por que os agentes biológicos nem sempre funcionam?” As quatro principais causas foram não adesão, falta de inibição do alvo causador da inflamação, exposição insuficiente à droga e sobrerregulação de vias inflamatórias alternativas. Quanto à imunogenicidade das drogas, o principal aspecto pode ser a identificação de pacientes que desenvolveram baixos níveis de anticorpos antidroga.

Nesse ponto, ainda deve ser possível intervir antes de se atingir um determinado nível de anticorpos antidroga, mas isso se torna mais difícil quando os anticorpos superam um determinado patamar.

Hervé Bachelez (Universidade de Paris Diderot, França) apresentou interessantes dados-piloto de um estudo de acompanhamento longitudinal sobre rigidez arterial em 13 pacientes com psoríase que vinham recebendo inibidores de TNF e 18 pacientes que vinham recebendo ustequinumabe. As velocidades das ondas de pulso das artérias carótida e femoral aumentaram independentemente da pressão arterial com ustequinumabe e diminuíram com inibidores de TNF, enquanto a espessura entre a íntima e a média em geral aumentou mais com ustequinumabe que no grupo que recebeu inibidores de TNF. Esse efeito diferencial do ustequinumabe em comparação com inibidores de TNF sobre a remodelagem arterial pode ser devido ao efeito protetor dos inibidores de TNF e/ou um efeito oposto de agentes anti-IL-12 ou anti-IL-23. De ambas as maneiras, esses trabalhos podem reiniciar uma importante discussão sobre os efeitos cardiovasculares de agentes biológicos.

Novas perspectivasA primeira palestra de destaque foi a do Prof. Sir John Savill, Executivo-Chefe do Medical Research Council (MRC), cujo tema foi a importância da colaboração entre universidade e indústria no Reino Unido. O Reino Unido continua sendo um dos líderes mundiais em pesquisa, embora invista relativamente pouco (0,7% a 1% do PIB) em pesquisa em desenvolvimento. A apresentação foi uma excelente oportunidade de conhecer as inciativas do MRC, algumas das quais procuram reduzir o risco da transição para investimento do setor privado em novas intervenções. O MRC vem investindo £60 milhões par organizar grupos de pesquisa dedicados a doenças específicas, um dos quais é o PSORT. Com 80 parcerias entre universidade e indústria, esses grupos já obtiveram a aprovação da primeira droga para cirrose biliar primária pelo Food and Drug Administration dos EUA e são uma iniciativa promissora para promover o progresso em medicina estratificada.

Em uma palestra interessante e informativa, o Dr. Jack Scannell (UBS Investment Research, Edimburgo) se queixou que a pesquisa e desenvolvimento segue um modelo de

FOCO NA PSORÍASE: RESUMO DO 8º CONGRESSO INTERNACIONAL DE PSORÍASE DO GENE À CLÍNICA

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J A N E I R O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 1

13Saber mais | Cuidar melhor

“loteria” e que existe muita reticência em se falar sobre aspectos econômicos de medicamentos. Ele acrescentou que os mecanismos de escolha dos preços das drogas podem ser categorizados por custo, valor, poder e prêmios. Embora o preço baseado em valor (a noção de que o preço de um bem deve refletir seu valor para o comprador) tenha forte apelo para a indústria farmacêutica, ele acredita que essa pode não ser uma boa política.

O Dr. Leroy Hood (Institute for Systems Biology, Seattle, Estados Unidos) deu uma palestra onde apresentou sua visão sobre medicina P4 (predição, prevenção, personalização e participação). Esse paradigma envolve um foco nas transições entre higidez e doença, pois a modulação desses fatores é essencial para enfrentar a doença. Como atualmente mais da metade das crianças que nascem em países em desenvolvimento devem chegar aos 100 anos de idade, a sociedade precisará ajustar a alocação de recursos da doença para o bem-estar. O Dr. Leroy Hood apresentou um fascinante insight sobre sua iniciativa de “higidez científica”. No Estudo dos 108 Pioneiros, os participantes recebem Fitbits e “coaches de higidez”;

também são colhidas amostras de sangue, genoma e microbioma intestinal. A equipe do estudo obteve melhoras significativas na saúde medida pelo sangue com o coaching comportamental, Isso indica que os participantes subiram um degrau na “escada da higidez”.

Finalmente, O Conselheiro do IPC Ulrich Mrowietz (University Medical Center de Schleswig-Holstein, Kiel, Alemanha) fez uma eloquente proposta de modernização taxonomia da psoríase. Ele explicou que a classificação atual é inadequada porque não considera que a evolução da doença é imprevisível, que o fenótipo é heterogêneo (especialmente em locais específicos do corpo), que a etiologia é multigênica e multifatorial e que a doença pode ser acompanhada de diversas comorbidades. Felizmente, uma colaboração em grande escala vem sendo conduzida para criar o Atlas Global de Psoríase, incluindo uma proposta para reconhecimento da microbiota e de outros desencadeadores da psoríase. Com efeito, foi um bom lembrete de que, apesar de todos os avanços apresentados durante o congresso, ainda falta muito a fazer até a próxima edição do evento em 2020. ■

FOCO NA PSORÍASE: RESUMO DO 8º CONGRESSO INTERNACIONAL DE PSORÍASE DO GENE À CLÍNICA

Resumo online: Destaques do Congresso de 2017 da Academia Europeia de dermatologia e Venereologia | Genebra, SuíçaSe você não foi ao congresso da EADV em setembro em Genebra, o IPC preparou um resumo do evento com as principais apresentações de renomados especialistas sobre psoríase. Todo esse conteúdo está disponível online. Um importante tema do congresso foi a atualização sobre a patogênese, comorbidades e as mais novas opções de tratamento para psoríase. Foram discutidos vários temas, incluindo a melhor maneira de usar a patogênese genética e imunológica da psoríase para orientar o tratamento, a especialização do uso de novos agentes biológicos em vários tipos de tratamento e recomendações sobre como tratar subtipos de psoríase como a palmoplantar e a ungueal. O resumo, elaborado por Nicole Golbari, está disponível em bit.ly/EADVhighlights.

14 Saber mais | Cuidar melhor

ADDRESSING THE TOUGHEST DERMATOLOGY CHALLENGES TAKES ALL OF US.

That’s why we collaborate each day with physicians, academics, clinical experts, peers, and others. Together, we can truly make a difference for patients. As a global biopharmaceutical company, we use our expertise, knowledge, resources, and passion to impact millions around the world. At AbbVie, our solutions start with science but end with a new way forward. For all of us.

AbbVie focuses on many therapeutic areas, including our commitment to lead the way in dermatology.

abbvie.com

®

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J A N E I R O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 1

15Saber mais | Cuidar melhor

Lluís Puig entra para a diretoria do IPCDurante a reunião Think Tank de 2017, o Conselho Diretor do recebeu seu mais novo membro: o Conselheiro Lluís Puig, da Espanha. O Prof. Lluís Puig, que é conselheiro do IPC desde 2012, é diretor do departamento de dermatologia do Hospital de la Santa Creu i Sant

Pau e professor de dermatologia da Escola de Medicina da Universitat Autònoma de Barcelona, ambos em Barcelona. Suas pesquisas têm como foco o tratamento da psoríase com agentes biológicos. Ele é considerado um dos principais líderes de opinião no mundo inteiro e faz apresentações frequentes em conferências e workshops. Os resultados de suas pesquisas foram publicados em numerosos artigos, 121 capítulos de livro e 11 capítulos de livros em edições internacionais.

O Prof. Lluís Puig também é membro da Academia Espanhola de Dermatologia e Venereologia, membro fundador de vários grupos de trabalho da instituição e ex-coordenador do Grupo Espanhol de Psoríase. Ele também é membro adjunto da Sociedade Espanhola de Reumatologia e do GEAPSO (Grupo de Pesquisa em Psoríase e Artrite Psoriásica), assim como de várias sociedades internacionais como a Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia (EADV), Academia Americana de Dermatologia (AAD), Colégio Ibero Latinoamericano de Dermatologia (CILAD), Sociedade Europeia de Pesquisa em Dermatologia (ESDR), Sociedade Americana de Dermatopatologia (ASDP), Sociedade Internacional de Dermatopatologia (ISDP) e Grupo de Pesquisa e Avaliação de Psoríase e Artrite Psoriásica (GRAPPA). Ele também é codiretor da Força Tarefa de Psoríase da EADV, coordenador do comitê científico da Skin Inflammation and Psoriasis International Network, presidente do Comitê Executivo do Conselho Diretor da Fundação René Touraine e membro do quadro de diretores da EADV e dos respectivos comitês de nomeações e eleições.

Três novos comitês buscam metas estratégicasNa edição de 2017 do Think Tank do IPC, que foi realizada em novembro, membros de três comitês recém-organizados do IPC (Educação e Divulgação, Pesquisa e Atendimento Clínico) discutiram os objetivos de cada

comitê para 2018 e 2019. Esses comitês supervisionarão e apoiarão as metas estratégicas do IPC.

Educação e divulgaçãoEsse comitê pretende adotar uma abordagem abrangente em educação focando suas atividades em um conjunto comum de objetivos didáticos. Para atingir esse objetivo, o comitê trabalhará com uma empresa externa para desenvolver um método de mensuração dos resultados dos programas do IPC.

Outros objetivos do comitê são atualizar o site do IPC e criar um centro de recursos educativos, incluindo webseminários sob demanda e programas difundidos pela internet, e também os programas de Encontro com Especialistas no México, Suécia, Brasil e Cingapura. O comitê também supervisionará o novo Programa de Fellowship Internacional do IPC e o programa piloto de Master Class.

O comitê é presidido pelo Membro da Diretoria do IPC Peter van de Kerkhof (Países Baixos). Os outros membros são Claudia de la Cruz (Chile); Edgardo Chouela (Argentina); Mahira El Sayed (Egito); Paolo Gisondi (Itália); Elise Kleyn (Reino Unido); Mark Lebwohl, Mark Pittelkow e Jashin Wu (Estados Unidos); Murlidhar Rajagopalan (Índia); e Colin Theng (Cingapura).

Atendimento ClínicoO simpósio Think Tank procurará criar uma nova definição de psoríase moderada, como mencionado na carta da Presidente Alexa Kimball na página 2. Foram apresentados dados preliminares de uma revisão de literatura e de um registro. Esse projeto continuará sendo conduzido pelo Comitê de Atendimento a Pacientes em 2018.

NOTÍCIAS DO IPC

Conselheira do IPC Elke de Jong (Países Baixos) faz pergunta durante o movimentado Think Tank 2017 em Londres, Inglaterra.

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J A N E I R O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 1

16 Saber mais | Cuidar melhor

No ano que vem, o comitê também abordará problemas relativos à psoríase palmoplantar, medicina P4, medicina personalizada e biossimilares.

O Secretário da Diretoria do IPC Bruce Strober (Estados Unidos) é o diretor atual desse comitê, que também conta com a participação de Andrew Blauvelt e Alice Gottlieb (Estados Unidos); Wolf-Henning Boehncke (Suíça); Arnon Cohen (Israel); Chris Griffiths (Reino Unido); Lars Iversen e Lone Skov (Dinamarca); Caitríona Ryan (Irlanda); Fernando Valenzuela (Chile); e Matias Maskin (Argentina).

PesquisaAlém das atividades de supervisão, o comitê supervisionará a participação do IPC em reuniões da Sociedade Internacional de Dermatologia Investigativa (IID), Sociedade de Dermatologia Investigativa (SID) e Sociedade Europeia de Pesquisa Dermatológica (ESDR).

O comitê também desenvolverá os trabalhos do Atlas Global de Psoríase, um projeto de pesquisa que busca criar um banco de dados global de psoríase para ajudar os pesquisadores a compreenderem melhor a psoríase, facilitar o controle da doença e contribuir para o planejamento da assistência à saúde.

O líder do comitê é o Membro da Diretoria do IPC Hervé Bachelez (França), e seus membros serão April Armstrong, Johann Gudjonsson e Nehal Mehta (Estados Unidos); André Carvalho e Ricardo Romiti (Brasil); Michel Gilliet (Suíça); Jörg Prinz (Alemanha); e Lars Iversen (Dinamarca).

IPC lança fellowships de incentivo a futuros líderes em psoríaseVisando a aumentar o número de cientistas e clínicos que se dedicam à pesquisa e ao tratamento da psoríase, o IPC lançou o International Fellowship Program para levar treinamento e experiência prática a dermatologistas em início de carreira ou jovens profissionais que tenham concluído seu treinamento nos últimos cinco anos. Em 2018, o programa concederá três bolsas de fellowship. Os contemplados receberão tutoria de conselheiros e diretores do IPC em seus laboratórios e clínicas para observar e participar de pesquisas e do tratamento de pacientes com psoríase. Os objetivos do programa são:

• Incentivar e orientar dermatologistas em início de carreira a tratarem da psoríase como doença sistêmica com comorbidades significativas.

• Proporcionar contato com líderes de opinião a dermatologistas em início de carreira e incentivar sua participação em projetos e diálogos que promovem o avanço da pesquisa e tratamento da psoríase pelo mundo.

• Conectar e fortalecer o compromisso com a pesquisa e tratamento da psoríase de profissionais em início de carreira.

Os fellows do IPC comparecerão a um grande congresso científico durante o ano, tais como as reuniões anuais da American Academy of Dermatology ou da European Academy of Dermatology e Venereology, onde participarão de grupos de trabalho, simpósios e outras atividade do IPC. Para saber mais sobre o programa, acesse bit.ly/IPCfellowships.

PESQUISAAtlas Global de Psoríase seleciona coordenadores regionaisQuando a Organização Mundial de Saúde emitiu um chamado urgente para que fossem preenchidas lacunas no conhecimento sobre a incidência global e prevalência da psoríase o IPC foi uma das três organizações internacionais que atenderam a essa demanda. O IPC criou o Atlas Global de Psoríase (GPA), um projeto para criar o primeiro banco de dados epidemiológico global da sobre essa grave doença não contagiosa.

O IPC, a Federação Internacional de Associações de Psoríase (IFPA) e a Liga Internacional de Sociedades de Dermatologia (ILDS) lançaram o GPA em setembro de 2016. O projeto deu mais um passo adiante com a nomeação de 15 coordenadores, que serão responsáveis por supervisionar as atividades do GPA em todo o mundo.

Todos os novos coordenadores são especialistas de renome em pesquisa, educação e tratamento da psoríase e serão responsáveis por recrutar, organizar e supervisionar as atividades do GPA em seus respectivos países, desenvolvendo atividades como enviar e traduzir questionários e enviar relatórios sobre o progresso

NOTÍCIAS DO IPC

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J A N E I R O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 1

17Saber mais | Cuidar melhor

das atividades. Os coordenadores regionais deverão comparecer a 1 ou 2 reuniões por ano de um novo comitê diretor formado por representantes das sociedades IFPA, ILDS e IPC.

Os coordenadores regionais e as respectivas regiões são:

África: Ncoza Dlova (África do Sul) e Moussa Diallo (Senegal)

América do Norte: Yves Poulin (Canadá) e Jashin Wu (Estados Unidos)

América do Sul: Claudia de la Cruz (Chile) e Ricardo Romiti (Brasil)

Europa Ocidental: Peter van de Kerkhof(Países Baixos) e Arnon Cohen (Israel)

Europa Oriental: Jacek Cezary Szepietowski (Polônia)

Mediterrâneo Oriental: Mahira El Sayed, Egito

Ásia Pacífico: Jianzhong Zhang e Xuejun Zhang (China), Colin Theng(Cingapura) e Vermén Verallo-Rowell (Filipinas)

Oceania: Chris Baker, Austrália

Para saber mais sobre o GPA, acesse www.globalpsoriasisatlas.com.

IPC financia estudo da segurança de agentes sistêmicos na psoríase pediátricaSeis conselheiros do IPC publicaram um estudo na edição de 13 de setembro de 2017 da JAMA Dermatology que analisou a segurança dos medicamentos sistêmicos no

tratamento de psoríase moderada a grave em crianças.

O estudo foi financiado pelo IPC e é intitulado “Safety of Systemic Agents for the Treatment of Pediatric Psoriasis”. Os autores realizaram uma revisão retrospectiva de prontuários em 20 centros na América do Norte e na Europa. Foram analisadas 390 crianças tratadas com drogas ou fototerapia por pelo menos três meses entre 1º de dezembro de 1999 a 16 de setembro de 2014. Nos dois continentes, o medicamento mais usado foi o metotrexato (quase 70%), seguido dos inibidores do fator de necrose tumoral (TNF).

Os principais achados do estudo foram os seguintes:

• Os eventos adversos (EAs) relacionados a medicamentos são menos frequentes com inibidores de TNF que com metotrexato.

• Das 270 crianças que tomaram metotrexato, 130 tiveram um ou mais EAs, sendo mais prevalentes os gastrointestinais.

• Os efeitos gastrointestinais do metotrexato foram muito mais frequentes na Europa, onde o ácido fólico era administrado semanalmente para proteger contra EAs gastrointestinais, contra 6 ou 7 vezes por semana em doses menores na América do Norte. Essa descoberta mudou o modo como o ácido fólico é usado na Europa, disse a conselheira do IPC Amy Paller, que foi a investigadora principal do estudo nos Estados Unidos.

NOTÍCIAS DO IPC

Destaques do IPC em 2017• Seis artigos foram publicados, e outros nove estão sendo preparados para publicação

em 2018

• Os programas educativos do IPC atingiram um número recorde de médicos – A newsletter Revisão de Psoríase do IPC foi distribuída a 34.000 profissionais de saúde – 1.250 médicos participaram de simpósios patrocinados pelo IPC

• Seis novos conselheiros se juntaram a nós em 2017, levando o total a mais de 100. Mais de 90% dos conselheiros participam de nossos projetos e programas

• Promovemos duas importantes iniciativas – Nomeamos 15 coordenadores regionais para desenvolver o Atlas Global de Psoríase – Lançamos o programa internacional de fellowship do IPC

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J A N E I R O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 1

18 Saber mais | Cuidar melhor

• É preciso colher dados prospectivos sobre psoríase pediátrica para criar um banco de dados unificado que registre os riscos de longo prazo de tratamentos sistêmicos para psoríase pediátrica. “Enquanto isso”, disse Amy Paller, “outros estudos de dermatologia pediátrica estão sendo realizados para compreender melhor a psoríase gutata, a genética da psoríase em crianças e as melhores práticas de tratamento.”

O estudo foi realizado conjuntamente pelo Grupo de Pesquisa em Psoríase da Aliança de Pesquisa em Dermatologia Pediátrica, do qual a Dr. Amy Paller é codiretora, e pelo Grupo de Trabalho Europeu em Psoríase Pediátrica. A Conselheira do IPC Marieke Seyger, MD, PhD (Departamento de Dermatologia da Universidade Radboud, Nijmegen, Países Baixos) foi a investigadora principal do estudo na Europa.

Os principais autores do artigo são Inge MGJ Bronckers, MD e a Drª. Marieke Seyger (ambas do Departamento de Radiologia da Universidade Radboud). Também participaram os conselheiros do IPC Claus Zachariae, MD (Gentofte Hospital, Hellerup, Dinamarca), Ruth Murphy, PhD (Queen’s Medical Centre, Nottingham, Reino Unido), Kelly M. Cordoro, MD (Universidade de Califórnia em São Francisco) e Ulrich Mrowietz, MD (German Psoriasis Association, Kiel, Alemanha). O artigo completo está disponível em bit.ly/PediatricPso

IPC participa em estudo que revelou novos lócus genéticos na psoríase.Um estudo genético abrangente, resultado da parceria entre o IPC e três institutos de pesquisa, foi publicado na edição de Nov. 1, 2017 da revista internacional Human Molecular Genetics. Intitulado “Exome-wide association study reveals novel psoriasis susceptibility locus at TNFSF15 and rare protective alleles in genes contributing to type I IFN signaling”, o novo estudo examinou associações gênicas associadas com a psoríase, tanto as raras como as comuns, em cerca de 40.000 indivíduos de ascendência europeia.

O estudo faz parte de um projeto de pesquisa do IPC iniciado em 2013, cujo objetivo é criar um mapa genético da psoríase. Esse mapa poderia ajudar a desenvolver novas estratégias de tratamento para pacientes específicos e a encontrar novos alvos terapêuticos úteis no tratamento da doença. Além do IPC, participaram do projeto o King’s

College (Londres), a Universidade de Michigan (EUA) e a Universidade de Kiel (Alemanha).

O estudo é a pesquisa mais abrangente realizada até hoje sobre o efeito de proteínas sobre o risco de psoríase em uma população europeia, disse Joelle van der Walt, a diretora científica do IPC. A análise foi realizada a partir de quatro estudos independentes de array de exoma realizados no Reino Unido, Estônia, Alemanha e Estados Unidos.

O estudo relacionou uma nova associação do lócus TNSF15 (encontrada em um estudo GWAS) com o risco de psoríase. O gene TNSF15 codifica um membro da superfamília de citoquinas do fator de necrose tumoral e é expresso em células epiteliais. O estudo também:

• estabeleceu a associação entre variantes comuns que modificam proteínas em 11 lócus que haviam sido implicados na suscetibilidade à psoríase;

• identificou variantes protetoras nos genes IFIH1 e TYK2, que desempenham importantes papel na produção e sinalização por interferon do tipo I;

• contribuiu para o entendimento de vários mecanismos da patogênese de psoríase, sugerindo que o TYK2 pode ser um alvo em potencial para o desenvolvimento de drogas antipsoríase.

“O estudo revelou importantes fatores sobre a base genética da psoríase”, disse o Prof. Jonathan Barker (Reino Unido), Vice-Presidente do IPC e líder do projeto de genética da instituição. “Primeiramente, obtivermos evidências de novas associações genéticas relacionadas com a via do TNF-a. Encontramos também evidências de envolvimento das vias de processamento de vírus na partogênese da doença. Finalmente, o estudo revelou que grande parte da estrutura genética da psoríase não envolve mudanças na codificação das proteínas e, portanto, provavelmente envolve outros mecanismos, tais como os elementos regulatórios.

“Trabalhos futuros, que contarão com a participação de toda a comunidade internacional, incluirão estudos para identificar com precisão quais são essas vias regulatórias. Esses estudos são imprescindíveis para o desenvolvimento de bioensaios, que serão usados para estratificar a doença, prever sua evolução clínica e, talvez, desenvolver abordagens preventivas.”

NOTÍCIAS DO IPC

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J A N E I R O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 1

19Saber mais | Cuidar melhor

Além do Prof. Jonathan Barker, seis outros conselheiros do IPC também participaram do estudo: Chris Griffiths (Presidente Anterior, Reino Unido), Kristina Callis Duffin, Gerald Krueger, James Elder e Johann Gudjonsson (todos dos EUA) e Ulrich Mrowietz (Alemanha). O artigo está disponível em bit.ly/ PsoGenetics.

EDUCAÇÃO E DIVULGAÇÃOTratamentos novos e emergentes discutidos no simpósio de educação médica continuada do IPC no congresso da EADV“Advances in Psoriasis: Foco em novos tratamentos e abordagens terapêuticas” foi o nome de um simpósio apresentado em setembro pelo IPC no 26º congresso anual da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia (EADV) em Genebra, na Suíça. O Membro da Diretoria do IPC Prof. Peter van de Kerkhof (Países Baixos) foi moderador do fórum e falou sobre o tema “Técnicas de tratamento da psoríase: abordagem voltada ao paciente.” O Conselheiro do IPC Dr. Mark Lebwohl (Nova York) falou sobre “Tratamentos biológicos disponíveis: São satisfatórios?” O terceiro palestrante foi a Drª. Claudia de la Cruz (Chile), que abordou o tema “Tratamentos antipsoriásicos em desenvolvimento: Atuando sobre a via da IL-23 e sobre outras vias.” O simpósio oferecia crédito para educação médica continuada (EMC) em parceria com o A. Webb Roberts Center for Continuing Medical Education do Baylor Health Care System (Dallas, Texas). O simpósio está disponível em um webseminário (válido para créditos de EMC) em www.psoriasiscouncil.org/eadvcme.

Encontro com Especialistas do IPCPretória, África do Sul No Encontro com Especialistas realizado na reunião anual da Sociedade Sul-Africana de Dermatologia em Pretória em Agosto, foram discutidos casos difíceis de psoríase e outros tópicos. O Presidente Fundador do IPC Dr. Alan Menter (Estados Unidos), que nasceu na África do Sul, foi moderador do programa e participou do painel de discussão. O painel também contou com o Prof. Chris Griffiths (Reino Unido) e com o Dr. Tshepo Mokwena (Pretória). Os participantes discutiam casos de suas clinicas e lideraram os debates após cada apresentação. Mais de 300 dermatologistas participaram do programa e da discussão que se seguiram.

Cairo, EgitoEm outubro, o IPC patrocinou um Encontro com Especialistas no Congresso Internacional Sharm Derma de Dermatologia Cosmetologia. A discussão destacou estudos de caso de psoríase da Universidade Ain Shams (Cairo) e de Manchester (Reino Unido). A Conselheira do IPC Mahira Hamdy El Sayed, MD liderou uma discussão sobre comorbidades associadas com a psoríase, e Mahmoud Abdallah, MD falou sobre psoríase pediátrica.

IPC apresenta sessão de pôsteres científicosO Membro da Diretoria e Diretor do Conselho de Pesquisa do IPC Hervé Bachelez (França) foi moderador da sessão de pôsteres da 47ª Reunião Anual da Sociedade Europeia de Dermatologia e Venereologia (ESDR) em setembro em Salzburgo, Áustria. Foram discutidos dez abstracts de

NOTÍCIAS DO IPC

O Encontro com Especialistas em Pretória contou com a participação de (da esquerda para a direita) Dr. Alan Menter (Presidente Fundador, Estados Unidos); Cordelia Mokganyetsi Kgokolo e Tshepo Mokwena (Ambos de Pretória); e Prof. Chris Griffiths (Presidente Anterior, Reino Unido).

Palestrantes no simpósio do IPC em Genebra sobre tratamentos novos e emergentes para psoríase (da esquerda para a direita): Mark Lebwohl (Estados Unidos), Claudia de la Cruz (Chile) e Peter van de Kerkhof (Países Baixos).

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J A N E I R O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 1

20 Saber mais | Cuidar melhor

NOTÍCIAS DO IPC

estudos sobre a evolução clínica da psoríase,elaborados por pesquisadores de instituições acadêmicas dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Áustria, Hungria, Romênia, Coreia, Suíça e Japão.

NA MÍDIASete conselheiros do IPC receberam o prêmio Outstanding Volunteer Award em 2017, que é dado aos conselheiros que mais contribuíram para os projetos do IPC durante o ano. Os conselheiros premiados contribuíram com seu tempo e conhecimentos para várias atividades do IPC, atuando como líderes de grupos de trabalho, fazendo apresentações em simpósios do IPC e escrevendo artigos que foram publicados em várias revistas científicas. Os contemplados foram Andrew Blauvelt, MD, MBA e Jashin Wu, MD (Estados Unidos), André Carvalho, MD, PhD (Brasil), Arnon Cohen, MD, MPH, PhD (Israel), Elise Kleyn, MRCP, MMedSci, PhD (Reino Unido), Murlidhar Rajagopalan, MD (Índia) e Lone Skov, MD, PhD (Dinamarca).

Parabéns a todos os membros e conselheiros do IPC por suas realizações

A Conselheira do IPC Mahira Hamdy El Sayed, MSc, MD, foi nomeada diretora do departamento de dermatologia da Universidade Ain Sharms (Cairo, Egito), onde era professora de dermatologia e venereologia e diretora do programa de treinamento em dermatologia da universidade. Ela já deu palestras em vários

eventos internacionais, pertence a várias sociedades de dermatologia no Egito e em outros países, organizou vários congressos e tem forte compromisso com o tratamento de pacientes com psoríase no Egito. Em várias ocasiões, ela fez lobby junto ao governo para melhorar o acesso a tratamentos e medicamentos. A Drª. Mahira El Sayed é membro do corpo editorial do Journal of Dermatology and Cosmetics, publicado pelo Centro de Pesquisa e Treinamento em Doenças de Pele e Lepra da Universidade de Ciências Médicas de Teerã.

O Conselheiro do IPC Johann Gudjonsson, MD, PhD apresentará a Rising Star Lecture da Sociedade de Dermatologia Investigativa (SID) na reunião da entidade nos dias 16 a 19 de maio em Orlando, Flórida. O Dr. Johann

Gudjonsson é professor assistente de dermatologia na Universidade de Michigan em Ann Arbor, diretor do serviço de atendimento a pacientes internados e foi nomeado Frances and Kenneth Eisenberg Emerging Scholar pelo Taubman Medical Research Institute. Seu principal foco é a imunologia básica e a pesquisa genética na

psoríase, incluindo projetos para melhorar o diagnóstico e o tratamento da psoríase. Ele já publicou mais de 100 artigos científicos, e seu trabalho recebeu vários prêmios. As palestras Rising Star da SID premiam talentos emergentes em dermatologia do mundo inteiro e são apresentadas por pesquisadores de destaque que desenvolvem pesquisas relevantes.

O Conselheiro do IPC Joel M. Gelfand, MD, MSCE, e sua equipe de pesquisa na Perelman School of Medicine da Universidade da Pensilvânia receberam US$8,6 milhões do Patient-Centered Outcomes Research Institute (PCORI) para estudar os efeitos da fototerapia da psoríase em domicílio em comparação com

tratamentos ambulatoriais que requerem idas ao médico três vezes por semana. “A fototerapia em domicílio é mais conveniente para o paciente, mas ainda faltam dados que comparem sua eficácia com a dos tratamentos administrados em ambulatório”, disse Gelfand. O instituto concedeu a verba porque o estudo “tem potencial para responder a uma pergunta importante sobre fototerapia e psoríase, preenchendo uma importante lacuna nas evidências”, disse Joe Selby, MD, diretor executivo do instituto. O projeto será liderado pelo Dr. Joel Gelfand, professor de dermatologia e epidemiologia.

A Presidente da Diretoria do IPC Alexa Kimball, MD, MPH foi entrevistada pela estação WBUR FM (Boston, Massachusetts) da rede NPR para um artigo online sobre pesquisa e tratamento da psoríase. Ela discutiu os principais avanços

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J A N E I R O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 1

21Saber mais | Cuidar melhor

e o surgimento de agentes biológicos, que são altamente eficazes mas são caríssimos, com preços de até US$50.000 por ano. “Descobrir a melhor solução para esse problema, de garantir o acesso a esses medicamentos aos pacientes que precisam, isso me tira o sono à noite”, disse a Dr. Alexa Kimball na matéria. A Dr. Alexa Kimball é professora de dermatologia da Harvard Medical School e presidente do Harvard Medical Faculty Physicians no Beth Israel Deaconess Medical Center em Boston. A matéria está disponível em http://bit.ly/AKimball.

No 17º Congresso Anual da Sociedade Iraniana de Dermatologia em julho em Teerã, o Conselheiro do IPC Omid Zargari, MD, FAAD, moderou uma discussão sobre casos difíceis de psoríase, cujo principal foco foi o tratamento da psoríase pustulosa generalizada e a importância dos agentes biológicos no

tratamento da doença. O painel contou com professores de dermatologia da Universidade de Ciências Médicas de Teerã. O Dr. Omid Zargari é dermatologista da clínica DANA em Rasht, na província iraniana de Gilan, e desenvolve projetos de pesquisa e programas educativos relacionados à psoríase no Irã. Ele publicou vários artigos científicos em diversos campos da dermatologia e é membro de várias entidades profissionais, incluindo a Academia Americana de Dermatologia e atualmente é representante do PIN (Psoriasis International Network) em seu país.

A Conselheira do IPC Vermén M. Verallo-Rowell, MD, ex-presidente da Sociedade de Dermatologia das Filipinas, obteve autorização da sociedade para criar um Grupo de Estudo da Pele em Psoríase, que será formado por dermatologistas que cuidam de pacientes com psoríase de todo o país asiático. Segundo a Drª. Vermén Verallo-

Rowell, o novo grupo terá como missão desenvolver um protocolo de tratamento e trabalhar junto a membros da sociedade e profissionais do Departamento de Saúde e do Registro de Psoríase das Filipinas, além de elaboraras Diretrizes Filipinas de Tratamento. Atualmente, os clínicos filipinos seguem diretrizes europeias e americanas. A Drª.

Vermén Verallo-Rowell é dermatologista no Makati Medical Center (Makati, Filipinas).

NOVOS CONSELHEIROS DO IPCDarren Ashcroft, BPharm, MSc, PhD, MRPharmSManchester, Reino UnidoDarren Ashcroft é titular da cátedra de farmacoepidemiologia da Universidade de Manchester e diretor fundador do Centro de Farmacoepidemiologia e Segurança de Drogas. Ele se formou em farmácia pela Universidade de

Nottingham, concluiu mestrado em farmácia clínica com distinção pela Queen’s University de Belfast e doutorado pela Universidade de Aston. Seus principais interesses de pesquisa são a epidemiologia clínica e os resultados farmacêuticos, com foco na segurança e eficácia comparativas de fármacos e produtos de biotecnologia, política de medicamentos, avaliação de programas de gerenciamento de risco e métodos epidemiológicos com emprego de bancos de dados eletrônicos. Ele acumulou muitos anos de experiência com bancos de dados eletrônicos de saúde no Reino Unido, em especial o Clinical Practice Research Datalink (www.cprd.com), e atualmente é copesquisador do consórcio Psoriasis Stratification to Optimise Relevant Therapy (PSORT) do Medical Research Council.

Matías Maskin, MDBuenos Aires, ArgentinaO Dr. Matías Maskin é professor assistente da Seção de Dermatologia do Departamento de Medicina do Centro de Educación Médica e Investigaciones Clínicas (CEMIC) da Universidade de Buenos Aires. Ele é especialista em medicina interna e dermatologia

na Universidade de Buenos Aires, chefe da dermatologia e coordenador da seção de psoríase do Instituto Universitário CEMIC, membro fundador da Sociedade Latinoamericana de Psoríase (SOLAPSO), com a qual desenvolve programas de educação em psoríase na Argentina, e trabalha para o Consenso em Biosimilares da SOLAPSO no mesmo país. Além de pertencer ao grupo de trabalho para América

NOTÍCIAS DO IPC

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J A N E I R O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 1

22 Saber mais | Cuidar melhor

Venha assistirQuinta-feira, 15 de fevereiro

3:00 às 4:30 pmSan Diego Convention Center

Room 29AB, Upper LevelSan Diego, Califórnia

American Academy of Dermatology Reunião Anual de 2018 – Global Education Day

Tratamento orientado por metas: O caminho para um tratamento voltado para o paciente

www.psoriasiscouncil.org/aad2018

Painel: Chris Griffiths, MD, Reino Unido Paolo Gisondi, MD, Itália Peter van de Kerkhof, MD, PhD, Países Baixos

Latina do IPC, o Dr. Matías Maskin escreveu diversas publicações na Argentina e em outros países, atuou como pesquisador em vários ensaios clínicos de psoríase e participou de inúmeros congressos internacionais sobre psoríase.

Min Zheng, MDHangzhou, China O Dr. Min Zheng é professor e chefe de dermatologia do Segundo Hospital da Escola de Medicina da Universidade Zhejiang, em Hangzhou. Após se formar em medicina pela Universidade Zhejiang em Hangzhou, ele conclui seu treinamento em dermatologia

na Universidade Christian-Abrecht em Kiel, na Alemanha. Ao retornar à China em 1996, ele foi promovido a professor assistente da Universidade Médica Zhejiang. O Dr. Min Zheng é vice-presidente e membro do comitê executivo da Sociedade Chinesa de Dermatologia e membro do comitê científico e coordenador na China da Psoriasis International Network (PIN). Ele também foi diretor da Sociedade Chinesa de Pesquisa em Psoríase, vice-presidente do Comitê Chinês de Psoríase, membro do comitê editorial da revista Experimental Dermatology e de várias outras revistas de dermatologia na China, além de autor de mais de 320 publicações. Seus interesses científicos incluem mecanismos de inflamação, biologia de quimioquinas e angiogênese em doenças de pele inflamatórias. Ele tem especial interesse na patogênese e manejo da psoríase, assim como em estudos clínicos. ■

NOTÍCIAS DO IPC

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J A N E I R O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 1

23Saber mais | Cuidar melhor

AGRADECIMENTOS

O IPC gostaria de agradecer aos coeditores Dr. Nawaf Al-Mutairi (Universidade do Kuwait, Farwaniya, Kuwait) e à Profª Anne M. Bowcock (Mount Sinai Health System, Nova York, Estados Unidos) por redigir e editar as contribuições para a edição de janeiro de 2018 da Revisão de Psoríase

do IPC.

REVISÃO DE PSORÍASE DO IPCAutoresTeresa Tsakok MA BM BCh (Oxon) MRCPJoelle van der Walt, PhD

Equipe editorialMary Bellotti, editoraErika Fey, editoraRene Choy, designer gráficoPaulo Mendes, tradutor

OLHA SÓ QUEM ESTÁ LENDO A REVISÃO DE PSORÍASE

Os Conselheiros do IPC Xuejun Zhang (esquerda) e Min Zheng (ambos da China) compareceram ao oitavo Congresso Internacional Psoríase: Do Gene à Clínica e ao Think Tank do IPC. Em um intervalo, eles fizeram uma pausa para ler a Revisão de Psoríase do IPC.

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J A N E I R O 2 018 V O L 14 , N Ú M E R O 1

Saber mais | Cuidar melhor

RECURSOSO International Psoriasis Council tem o prazer de levar a você as seguintes oportunidades educativas para expandir seus conhecimentos sobre como tratar pacientes com psoríase.

Leia este código com seu smartphone para conectar-se à Revisão de Psoríase do IPC online.

Para acessar sem smartphone, o link www.psoriasiscouncil.org/resources/psoriasisreview

Desde 2004, o Conselho Internacional de Psoríase (IPC) é uma organização global, sem fins lucrativos e dirigida por dermatologistas. São mais de 100 diretores e conselheiros de 29 países.

O IPC reúne a qualificação global de líderes de opinião em psoríase oriundos de várias áreas, incluindo dermatologia, ciência básica, pequisa translacional, genética, epidemiologia, cardiologia, psicologia, ensaios clínicos internacionais e atendimento clínico.

A missão do IPC é melhorar o tratamento de pessoas que sofrem de psoríase no mundo inteiro por meio de iniciativas de educação, pesquisa e promoção.

PROXIMOS EVENTOS DO IPC

15 de fevereiro de 2018Simpósio do IPC: Question the Answer: A Review of the Decision Points in a Treat to Target Strategy for Psoriasis76ª Reunião Anual da American Academy of Dermatology San Diego, Califórnia EUA

28 de abril de 2018Simpósio do IPC: What’s new in Psoriasis: An update by the International Psoriasis Council 36ª Reunión Anual de Dermatólogos Latinoamericanos (RADLA) Cancún, México

16 de maio de 2018Simpósio do IPC: The Psoriatic Disease Mechanistic Scenarios 7ª Reunião da International Investigative Dermatology (IID) Orlando, Flórida EUA

RECURSOS ONLINE DO IPC

Webseminários on-demandIndividualização do tratamento na psoríase: Empoderando você e seus pacientes para tomar boas decisões em equipeEsse programa explora abordagens de casos complexos envolvendo comorbidades, manejo do estilo de vida e comunicação com os pacientes. www.psoriasiscouncil.org/aadcmewebcast

Avanços em psoríase: Foco em novos tratamentos e abordagens terapêuticasExplora os dados mais atualizados e interessantes sobre novos tratamentos e futuras oportunidades na terapêutica da psoríase. www.psoriasiscouncil.org/eadvcme

Desafios clínicos na psoríase: Melhorando o padrão de tratamentoUma discussão de novas opções de tratamento e da importância de envolver os pacientes na tomada de decisões para obter melhores resultados terapêuticos e mais qualidade de vida. www.bit.ly/LIVECME

Atividade interativa baseada em casos de EMCEsse programa online interativo foi projetado para desenvolver habilidades no manejo de casos complexos. Serão explorados temas como psoríase, síndrome metabólica e gravidez; tratamento da psoríase e manejo do risco de linfoma. www.psoriasiscouncil.org/interactivecases

PATROCINADORES CORPORATIVOS 2018DiamanteAbbVie

PlatinaSunPharma/Almirall

OuroEli Lilly and CompanyPfizer

PrataAmgenLeo PharmaJanssen Biotech Inc. NovartisSandoz Biopharmaceuticals

BronzeCelgeneSienna Biopharmaceuticals

Os membros corporativos oferecem verba sem impor condições para apoio à missão do IPC.