ABEn promove qualificação nas ações de controle da Hanseníase · Foto publicada no site do...

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Ano 54 - N o 01 - Jan./Fev./Mar. 2012 Brasília - DF - Brasil ISSN 1984-9761 s TV ABEN: 24 horas de programação televisiva para os profissionais de Enfermagem ABEn promove qualificação nas ações de controle da Hanseníase Convênio com o Ministério da Saúde - Programa Nacional de Controle da Hanseníase (PNHC) realizará oficinas e eventos técnico-científicos, ao longo do ano de 2012, para promover a qualificação dos profissionais de Enfermagem no cuidado à pessoa que vive com hanseníase. Veja mais nas páginas 6 e 7. s Revista Brasileira de Enfermagem completa 80 anos de criação s Fórum intensifica mobilização pela votação do PL que regulamenta a Jornada de Trabalho em 30 horas

Transcript of ABEn promove qualificação nas ações de controle da Hanseníase · Foto publicada no site do...

Ano 54 - No 01 - Jan./Fev./Mar. 2012 Brasília - DF - Brasil ISSN 1984-9761

s TV ABEN:24 horas de programação televisiva para os profissionais de Enfermagem

ABEn promove qualificação nas ações de controle da Hanseníase Convênio com o Ministério da Saúde

- Programa Nacional de Controle da Hanseníase (PNHC) realizará oficinas e eventos técnico-científicos, ao longo do ano de 2012, para promover a qualificação dos profissionais de Enfermagem no cuidado à pessoa que vive com hanseníase. Veja mais nas páginas 6 e 7.

s Revista Brasileirade Enfermagemcompleta 80 anos de criação

s Fórum intensifica mobilização pela votação do PL que regulamenta a Jornada de Trabalho em 30 horas

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Diretoria ABEn 2010-2013

PRESIDENTE: Ivone Evangelista CabralVICE-PRESIDENTE: Helga Regina BrescianiSECRETÁRIA GERAL: Simone Aparecida PeruzzoPRIMEIRA SECRETÁRIA: Sheila Coelho RamalhoPRIMEIRA TESOUREIRA: Iraci do Carmo de França SEGUNDA TESOUREIRA: Fátima Maria da Silva AbrãoDIRETORA DE EDUCAÇÃO: Elizabeth Teixeira

DIRETORA DE ASSUNTOS PROFISSIONAIS: Jacqueline Rodrigues de LimaDIRETORA CIENTÍFICO-CULTURAL: Margarita Ana Rubin UnicovskyDIRETORA DE PUBLICAÇÕES E COMUNICAÇÃO SOCIAL: Telma Ribeiro GarciaDIRETORA DO CEPEn: Emiko Yoshikawa Egry

CONSELHO FISCALSheila Saint Clair da S. TeodósioJuliana Vieira de Araújo SandriEliete Maria Silva

SUGESTÕES DE PAUTA E OBSERVAÇÕES:

[email protected]

Tiragem: 4 mil exemplares

Jornalista Responsável: Sara Caprario (MTE0625/SC) Diagramação: Sandra Werle (MTE0515/SC)

LETRA EDITORIAL

Colaboração: Thácia Simone (MTE 1029/AL) - iapois Comunicação

Impressão: Gráfica EDULEO

Iniciamos 2012 empenhados em am-pliar a mobilização da categoria, pela re-gulamentação da jornada de trabalho de 30 horas semanais para todos os trabalha-dores de Enfermagem, numa aliança com as demais organizações de Enfermagem (FNE, sistema Cofen-Coren, centrais sindi-cais e ANATEn). Há um desejo coletivo de não deixar que passe mais um ano sem a aprovação do PL 2295/2000 na Câmara dos Deputados.

Paralelamente à luta, a ABEn intensificou a divulgação das suas atividades em várias frentes, tanto internamente na Rede Nacio-nal ABEn como para toda a sociedade em geral. Estamos trabalhando para cumprir o plano de metas da gestão 2010-2013, aprovado pela Assembleia Nacional de De-legados, dando visibilidade e transparência

aos nossos atos, promovendo, nos eventos da entidade, espaços de troca de saberes e práticas em prol do desenvolvimento da Enfermagem brasileira.

E como isso vem ocorrendo? Organiza-mos um trabalho mais intenso de comuni-cação dos nossos eventos, com sites atua-lizados, boletins virtuais semanais, inserção de conteúdo nas redes sociais (facebook ABEn, youtube ABEn) e mais interação en-tre todos os envolvidos. Além dos eventos, todas as representações da ABEn em con-selhos e órgãos deliberativos estão sendo difundidas para mostrar a importância da Enfermagem em várias instâncias de dis-cussões da educação e da saúde.

Estamos preparando a 73ª Semana Bra-sileira de Enfermagem, para celebrar os 85 anos da ABEn, em maio e o 3º SENABS, em

junho, na cidade de Manaus (AM). São os principais eventos do primeiro semestre e que certamente marcarão o sucesso dos demais, que ocorrerão durante o ano.

A REBEn completa 80 anos em 20 de maio de 2012, momento em que celebra-remos em grande estilo uma conquista importante – a classificação Qualis A2 pela CAPES – resultado do esfor-ço e do trabalho coletivo de todas as Diretorias Nacio-nais da ABEn que nos ante-cederam.

Tudo isso está sendo abordado nesta edição, boa leitura!

Ivone Evangelista Cabral, Presidente da ABEn

Novo ano, mais conquistas!

A vice-presidente da ABEn-Nacional, Helga Regina Bresciani, participou da mobilização pela aprovação das 30 horas em Florianópolis. Aproveitando a passagem do Ministro da Saú-de Alexandre Padilha por Florianópolis (SC) no dia 16 de fevereiro, as direções do Coren/SC, ABEn-SC, SindSaúde-SC e SindPrevs-SC entregaram uma Carta cobrando a imediata aprovação do PL 2295/2000, que regulamen-ta as 30 horas semanais para a Enfermagem.

* Leia mais sobre a mobilização das 30 Horas na página 9 e confira a íntegra da carta no site da ABEn (www.abennacional.org.br)

Entrega de Carta ao Ministro da SaúdeCarta ao Ministro*:

Florianópolis, 16 de fevereiro de 2012.

Ao Exmo Sr. Ministro de Estado da Saúde Sr. Alexandre Padilha

Senhor Ministro,

A Enfermagem catarinense aproveita sua presença em nosso Estado para, mais uma vez, ressaltar a importância e a urgência da aprovação da JORNADA DE 30 HORAS SEMA-NAIS para a Enfermagem brasileira. Somos uma categoria que soma mais de 1 milhão e 500 mil trabalhadores da saúde no país, mais de 45 mil em Santa Catarina. Estamos nas 24 horas do dia, 365 dias por ano, inclusive em momentos como este, de Carnaval, na as-sistência à população, na execução das campanhas de saúde como esta que V. Exa. vem lançar aqui, em relação à prevenção à AIDS, no atendimento nas emergências e no coti-diano da assistência nas instituições e serviços de saúde, públicos e privados. A Enferma-gem merece, Sr. Ministro, que sua jornada seja regulamentada. Há mais de uma década lutamos pela aprovação do PL 2295/2000, que está pronto para ser votado no plenário da Câmara dos Deputados. No final de 2011, em Brasília, na 14ª Conferência Nacional de Saúde, a Enfermagem mostrou a importância desta luta em uma mobilização que reuniu milhares de profissionais de Enfermagem (Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares).

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Enfermagem contará com canal de TV dedicado à profissão

A Associação Nacional de Enferma-gem apresentará em 2012 uma inovação para os profissionais da Enfermagem brasileira - a TV ABEn -, um importante veículo de integração profissional, um canal fechado, informativo e de educa-ção permanente.

Previsto para ser transmitido naque-les hospitais que fizerem assinaturas, bem como nos demais ambientes da prática profissional de Enfermagem, por meio de uma moderna plataforma de transmissão com abrangência nacional. Contará com o que há de mais moderno em termos de tecnologia de produção de vídeo e de transmissão.

A programação será disponibilizada via satélite e por tecnologias inovadoras de distribuição de vídeo, 24 horas, com intuito de alcançar todos os turnos de trabalho, além do uso de uma platafor-ma virtual para complementação e fixa-ção dos conteúdos.

A TV ABEn estará presente em milha-

res de pontos, levando conteúdo educa-tivo baseado em evidências científicas, nas melhores práticas clínicas e de acor-do com o padrão de qualidade da Asso-ciação, facilitando a vida de muita gente.

De acordo com a presidente da ABEn, Ivone Evangelista Cabral, a TV ABEn terá como objetivos principais atualizar e re-vitalizar conceitos e práticas de cuidados de Enfermagem aos pacientes hospitali-zados e seus familiares; desenvolver pro-postas de resolução de casos centrando--se no paradigma étnico-humanístico da atenção à saúde e das melhores práticas clínicas cientificamente fundadas; aten-der a forte demanda por capacitação permanente em todo o Brasil. “Outro fator interessante na programação é que o enfermeiro, o técnico e o auxiliar de Enfermagem realizará sua educação permanente no próprio ambiente de trabalho. As vídeo-aulas incluirão temas atuais, a cada 20 minutos de transmis-são, monitoradas por um tutor da pró-

pria instituição de saúde. Desse modo, o processo ensino-aprendizagem será dinâmico e promoverá aprofundamento e aper-feiçoamento dos saberes e práticas dos profissionais de Enferma-gem”, considerou Ivone Cabral.

O alcanceA TV ABEn é um canal informativo

exclusivo para a educação permanente dos profissionais de Enfermagem e, por isso, alguns temas foram escolhidos para atender os avanços mais atuais das prá-ticas de cuidado de Enfermagem. Com a ferramenta da TV ABEn será mais fácil al-cançar os profissionais em todos os luga-res onde estejam atuando, possibilitan-do ainda um dinamismo em relação aos assuntos a serem difundidos, de acordo com as demandas de saúde pública que surgirem.

A Direto-ria Nacional da ABEn e da ABEn-RS es-tão honradas em acolher

os participantes do 64o Congresso Brasi-leiro de Enfermagem (64o CBEn) e do 3o Colóquio Latino-americano de História da Enfermagem (3o CLAHEn), no período de 29 de outubro a 1o de novembro de 2012, na cidade de Porto Alegre (RS).

A expectativa é que, ao longo de quatro dias, a reflexão sobre o “Empoderamento

da Enfermagem na aliança com o usuário”, nos conduza ao estabelecimento de con-sensos de práticas clínicas, socialização de experiências do fazer da Enfermagem nos diferentes cenários de prática profissional e a proposição de abordagens cientifica-mente produzidas para benefício das pes-soas, grupos e coletividades humanas.

Venha participar conosco e trazer sua contribuição. Contaremos com a partici-pação de autoridades do conhecimento da Enfermagem nacional e internacional, representantes do governo, dos movimen-tos sociais e entidades representativas da

enfermagem do Brasil e do exterior.

Para participar: Os interessados em inscrever-se no evento deverão fazê-lo exclusivamente via internet. Após o pre-enchimento do formulário de inscrição, o sistema gerará um boleto bancário, o qual deverá ser impresso pelo inscrito para pa-gamento na rede bancária. O pagamento servirá como comprovante de quitação da inscrição, portanto, guarde uma cópia legível em segurança e leve-o ao local do evento. Informe-se pelo site oficial: www.abeneventos.com.br/64cben.

Em outubro e novembro, Porto Alegre nos espera para o 64º CBEn

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A Profa. Dra. Telma Ribeiro Garcia, Diretora de Publicações e Comunicação Social da ABEn e Editora Científica da REBEN® falou para o Jornal da ABEn sobre a evolução da Revista de Enfermagem, que foi recentemente classificada no Extrato 6-A2 do QUALIS de Periódicos da CAPES.

8 O que podemos destacar da REBEN® como uma revista sempre em evolução?

A REBEN® é o veículo mais antigo de divulgação da pro-dução científica da Enfermagem brasileira. Desde a publica-ção de seu primeiro número, em maio de 1932, inicialmen-te com o nome de Annaes de Enfermagem, cada gestão da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) tem buscado o aprimoramento contínuo da Revista, esforçando-se para que, não somente acompanhe, mas atenda as demandas próprias de cada tempo.

Como resultado do esforço voluntário, dedicado e per-sistente das pessoas que nos antecederam, e daquelas que estão participando atualmente dos processos necessários à sua divulgação e editoração (avaliação, seleção e prepara-ção de originais; diagramação e elaboração da arte-final; e acompanhamento da produção gráfica), a REBEN® é, hoje, sem sombra de dúvidas, uma referência para pesquisadores e para enfermeiros docentes e assistenciais, canalizando a divulgação das discussões técnico-científicas e das deman-das políticas da categoria.

8 Qual sua avaliação da evolução da REBEN® nesta última década?

No final do século XX e na última década, tem-se obser-vado um crescimento significativo da produção científica, como resultado da expansão e interiorização dos cursos de Pós-Graduação de Enfermagem, lato e stricto sensu. Esse fato gerou a necessidade de que mais espaços de difusão dos re-sultados de pesquisa dos centros produtores de conhecimen-to. A ABEn, comprometida com o desenvolvimento científico, tecnológico e a inovação, respondeu à comunidade científica alterando a periodicidade da REBEN® de quadrimensal para bimensal, ou seja, passando a editar seis números por ano.

Principal publicação para pesquisadores e enfermeiros

docentes e assistenciais

A Revista Brasileira de Enfermagem (REBEn) é o veículo mais antigo de divulgação da produção científica

da Enfermagem brasileira. Criada em 1932, a REBEn completa, em 2012, 80 anos de

existência.

Para manter o registro histórico desta importante data, a ABEn lançou um cartão postal comemorativo que foi enviado junto

com a Revista e também está à disposição para ser usado em eventos da Associação e de todas

as seções regionais.

A REBEn tem sido referência no país para pesquisadores e para enfermeiros docentes e assistenciais. É o canal para a divulgação das

discussões técnico-científicas e das demandas políticas da categoria.

Em cada momento, a cada ano ou a cada década vivida da Enfermagem brasileira

temos a REBEn como parâmetro dos avanços e conquistas. Nesta data tão significativa,

o cartão postal fica como uma lembrança e mais um instrumento de divulgação desta

importante publicação.

80 anos da Revista Brasileira de Enfermagem:

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A REBEN® foi, progressivamente, sendo inserida em diferentes bases de dados e/ou repositórios institu-cionais, nacionais e internacionais: Base de Dados em Enfermagem(BDENF); Cumulative Index to Nursing & Allied Health Literature(CINAHL); Base de dados da Fundacíon In-dex – España (CUIDEN); Sistema Regional de Informação em Linha para Revistas Científicas da América Latina, Caribe, Es-panha e Portugal(LATINDEX); Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde(LILACS); MEDLINE / Inter-national Nursing Index; Índice de Revistas Latino-america-nas em Ciências(PERIÓDICA); Scientific Electronic Library Online(SciELO); SCOPUS; e Ulrich’s International Periodicals Directory.

Em 2011, inseriu-se em duas novas bases de dados inter-nacionais relevantes, propiciando assim maior visibilidade à produção científica veiculada pelo periódico: a Sociedad Iberoamericana de Información Cientifica (SIIC Data Bases) com sede na Argentina; e a Red de Revistas Científicas de América Latina y El Caribe, España y Portugal(Redalyc), com sede no México.

A inclusão da REBEN®, em setembro de 2007, na coleção SciELO, aumentou a visibilidade interna e assegurou-lhe a visibilidade em outros países. Como resultado desse movi-mento de internacionalização, ampliou-se o corpo de pare-ceristas internacionais, bem como a submissão e publicação de pesquisas de autores de outros países, principalmente latino-americanos, que ainda carecem de revistas científicas de impacto. O uso do sistema de submissão on-line incre-mentou a quantidade de artigos submetidos à REBEN®, com uma média de cinco artigos/dia.

Estamos, pouco a pouco, alcançando a meta de profis-sionalização dos procedimentos editoriais e administrati-vos da REBEN®. Para tanto, foram contratados os serviços gráficos de empresa especializada em diagramação e arte--final (sem vínculo empregatício); e os serviços de profissio-nais das áreas de Comunicação e de Biblioteconomia para

revisão da normalização dos manuscritos submetidos à REBEN® e aceitos para publi-cação.

Destaque-se, por fim, a atuação dos Editores Asso-ciados, Conselheiros Edito-riais e Consultores ad hoc que, sem reservas, e com toda competência, têm apoiado as ações da Revista, compartilhando seu conhe-cimento em áreas específi-cas. No 80º aniversário de sua publicação, gostaríamos de agradecer a cada uma dessas pessoas que, tão ge-nerosamente, têm dedica-do parte de seu tempo e expertise para tornar a REBEN® um periódico reconhecido, nacional e internacionalmente, pela comunidade científica de Enfermagem e de outras áreas do conhecimento.

8 O que muda depois que a REBEN® foi indicada pela Comu-nidade Científica de Enfermagem para o Qualis A2 da CAPES?

Como principais resultados das ações empreendidas, a REBEN® migrou, recentemente, do Extrato 5-B1 para o Extra-to 6-A2 do QUALIS de Periódicos da CAPES. Também como resultado dessas ações, em reunião dos coordenadores de Programas de Pós-Graduação em Enfermagem, ocorrida em novembro de 2011, deliberou-se pela indicação da REBEN® como um dos dois periódicos da área de Enfermagem que deverão receber auxílio financeiro da CAPES/CNPq, de modo a alavancar seu desenvolvimento rumo à melhoria contínua de qualidade e sua internacionalização. Esse é o nosso maior desafio, dentre os demais, que permanecem.

uma referência para a profissão

Profa. Dra. Telma Ribeiro Garcia

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“Em 2011, foram registrados 30.298 ca-sos da doença, ou 15,88 casos por 100 mil habitantes. Em 2010, a proporção era de 18,22 por 100 mil. O estado com maior nú-mero de casos é o Mato Grosso, com 77,89 por cada 100 mil habitantes. Em segundo lugar, vem Tocantins, com 72,14 por 100 mil. O estado também registrou o maior coeficiente de detecção em menores de 15 anos: 20,86 casos por 100 mil. Rio Gran-de do Sul, com menor coeficiente do país, apresentou 0,09.” A informação foi publica-da pela revista Radis Comunicação e Saú-de, da Fiocruz, em artigo sobre Hansenía-se, apresentando dados divulgados pelo Ministério da Saúde que mostram que o cenário da doença ainda é preocupante no

Brasil – principalmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é líder mundial em prevalência da Hanseníase. Em 1991, foi assinado pelo governo brasileiro um ter-mo de compromisso mundial, compro-metendo-se a eliminar esta doença até 2010. Entretanto, a cada ano há mais de quarenta mil novos casos acometendo 8% de menores de 15 anos. O país concentra aproximadamente 15% dos casos conheci-dos da doença no mundo – é o segundo maior número, atrás da Índia, com cerca de 50% dos registros – e apresenta a maior in-cidência mundial de novos casos.

Atualmente, a Política Nacional de Eli-

minação da Hanseníase prevê extinguir a doença, como problema de saúde pública no país, ou seja, ter apenas um caso a cada 10 mil habitantes. De acordo com o Minis-tro da Saúde, Alexandre Padilha, a meta agora estabelece prazo até 2015 para a eliminação da doença. O Brasil comemora alguns avanços. Em 2011, o país registrou queda de 15% no registro da doença em relação ao ano anterior.

Por ser considerada uma doença perpe-tuadora da pobreza, a eliminação da Han-seníase como problema de saúde pública é um dos componentes estratégicos do Plano Brasil sem Miséria.

Diagnóstico precoceO tratamento, feito nas unidades do

Sistema Único de Saúde (SUS), é gratuito e, com o diagnóstico precoce, a cura é mais fácil e rápida. O tratamento específico da pessoa com Hanseníase, indicado pelo Mi-nistério da Saúde, é a poliquimioterapia padronizada pela OMS, conhecida como PQT, devendo ser realizada nas unidades de saúde.

A doençaMais conhecida como lepra, a Hanseníase teve esse nome oficializa-

do em 1976. Causada pelo bacilo de Hansen, o Mycobacterium leprae - um parasita que ataca a pele e nervos periféricos, pode afetar outros órgãos como o fígado, os testículos e os olhos – a Hanseníase é uma das doenças mais antigas da história da medicina. Durante muito tempo a moléstia foi estigmatizada e os portadores discriminados eram man-tidos afastados da sociedade. Referências acerca da Hanseníase datam de 600 a.C.

Chamada também de morfeia, mal de Hansen ou mal de Lázaro, a doença é crônica, mas não hereditária. Com o avanço do conhecimen-to científico e as atualizações da medicina houve mudanças significa-tivas no quadro da doença que atualmente tem tratamento e cura. De acordo com o médico Vitor Manoel Silva dos Reis, a Hanseníase não é uma doença muito contagiosa. Sua instalação e desenvolvimento de-pendem da resposta do organismo invadido pela bactéria.

Fontes: http://www.ensp.fiocruz.br/radis/conteudo/hanseniase-cenario-preocupa; http://portal.saude.gov.br e Fabiane Schmidt, da Agência Saúde.

Cenário do registro de casos de Hanseníase no Brasil preocupa

Ilustração da Cartilha Hanseníase e Direitos Humanos - Direitos e Deveres dos Usuários do SUS, desenvolvida pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. A coleção institucional do Ministério da Saúde, que conta com várias publicações educativas sobre Hanseníase, pode ser acessada na íntegra na Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde: http://www.saude.gov.br/bvs

O Portal da Saúde (portal.saude.gov.br) disponibiliza diversos documentos com dados sobre indicadores epidemiológicos, coeficien-tes de prevalência, coeficientes de detecção e outros dados que podem auxiliar em pesqui-sas sobre a Hanseníase no Brasil. São gráficos, tabelas e mapas ricos em dados que estão dis-poníveis para download.

O mapa ao lado, ilustrando as prioridades da Vigilância em Hanseníase, está entre os do-cumentos do acervo, e foi elaborado pelo Siste-ma de Informações de Agravos de Notificação da Secretaria de Vigilância em saúde do Minis-tério da Saúde (Sinan/SVS-MS).

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O Pro-grama Na-cional de Controle da Han-s e n í a s e (PNCH) es-tabeleceu diretrizes operacio-

nais para a execução de diferentes ações, articuladas e integradas, que pudessem em todas as frentes de trabalho propiciar às pessoas que adoecem que sejam aten-didas nas suas necessidades e direitos. As ações do PNCH foram organizadas a partir de cinco componentes/áreas: vigilância epidemiológica; gestão; atenção integral; comunicação e educação e pesquisa. Des-de o ano de 2004, o Programa Nacional de Controle da Hanseníase foi reestruturado e alçado à condição de prioridade de ges-

tão do Ministério da Saúde. O Programa de Hanseníase vinha mostrando resultados in-satisfatórios nos últimos anos. Reportando--se ao compromisso anteriormente assu-mido pelo Governo do Brasil de eliminação da Hanseníase como problema de saúde pública, a Secretaria de Vigilância em Saúde vem trabalhando para fortalecimento do plano definido para o alcance da meta de eliminação e adotou novas estratégias de aceleração desse processo baseando-se em três pontos fundamentais:

1. Que a atualização dos dados é essen-cial para a interpretação válida e confiável da magnitude e dos níveis endêmicos da Hanseníase nas diferentes regiões do Brasil e da distribuição racional de medicamen-tos;

2. Que a redução da taxa de prevalên-cia até a eliminação, através da cura dos pacientes, e da interrupção da cadeia de transmissão, depende da capacidade do

SUS de diagnosticar os casos na fase inicial da doença e tratá-los com poliquimiotera-pia padrão OMS (PQT/ OMS);

3. Que a redução da carga social da do-ença depende da detecção precoce para redução de casos detectados com incapaci-dades físicas, além do tratamento adequa-do de incapacidades já instaladas.

Outros Temas...A capacitação dos profissionais de Enfer-

magem na atenção à pessoa com Tubercu-lose, também numa parceria com o Minis-tério da Saúde, será abordado, em virtude de ser uma problemática reemergente no contexto social brasileiro. Seus agravos quando associados a outros diagnósticos e o impacto sobre a vida das pessoas, suas famílias e a comunidade exigem um olhar atento dos profissionais de Enfermagem, bem como suas demandas de cuidados . Nas próximas edições, mais notícias...

O convênio da ABEn Nacional com o Ministério da Saúde - Programa Na-cional de Controle da Hanseníase permitirá a atualização e maior engaja-mento dos profissionais da saúde, especialmente os da Enfermagem, para melhorar o conhecimento nas ações de controle de Hanseníase no país. A presidente da ABEn Ivone Evangelista Cabral afirmou que esse foi um passo fundamental para que a Associação desenvolva um trabalho efetivo na for-mação e qualificação profissional, voltado para um problema de saúde pú-blica que o Brasil enfrenta. “Os profissionais de Enfermagem estão à frente no enfrentamento destas questões, por isso, prepará-los é o caminho para resultados no combate a Hanseníase”, assinalou Ivone.

A partir deste convênio, serão realizadas oficinas pedagógicas e eventos técnico científicos com o objetivo de qualificar ações e assistência com vis-tas à integralidade, a promoção do auto-cuidado e da cidadania. Outra im-portante iniciativa é a edição de um manual de protocolos da Enfermagem voltado ao tratamento da Hanseníase. As ações resultante do convênio es-tão enumeradas nas metas definidas pela ABEn:

s Meta 1Realizar quatro oficinas pedagógicas sobre Cuidados de Enfermagem

em Hanseníase em estados endêmicos (Piauí, Maranhão, Pará e Mato Gros-so).

s Meta 2Um evento técnico científico para profissionais e estudantes de Enfer-

magem e duas oficinas sobe ações de controle de Hanseníase.

s Meta 3Edição e impressão de manual de protocolos e sistematização da as-

sistência de Enfermagem para atendimento ao portador de Hanseníase, incluindo prevenção, controle de agravos, busca ativa de contatos, trata-mento e reabilitação para portadores de Hanseníase, direcionado para Pro-fissionais de Enfermagem.

s Meta 4Criar um protocolo de Sistematização da assistência de Enfermagem e

Hanseníase.

O que é o Programa Nacional de Controle

ABEn promove

qualificação nas ações de

controle da Hanseníase

Entre os temas da capacitação que a ABEn promo-verá ao longo do ano está o “Cuidado a Pessoa que vive com Hanseníase”, uma parceria com o Movimen-to de Reinserção Social da Pessoa com Hanseníase (MORHAN) e o Ministério da Saúde para qualificar técnicos, auxiliares e enfermeiros(as) para atuar na prevenção, diagnóstico e tratamento desta doença que ainda persiste no país, em pleno século XXI. As oficinas e cursos englobarão o diagnóstico precoce, a busca ativa de casos e os cuidados de prevenção de incapacidades, em especial nas redes de atenção bá-sica, como o programa Saúde da Família.

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Encontros regionaisFicou definido para ocorrer nos dias 25 e 26 de setembro de 2012 na cidade

de Belo Horizonte, o 9ª Encontro da Região Sudeste - ENFSUDESTE e 1° Fórum de Escolas de Enfermagem de Minas Gerais. Os eventos serão organizados e sediados pela ABEn-MG. Sob o tema “O Sentido do Empoderamento da Enfer-magem e suas relações sociais no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS)”, o referido encontro visa refletir, debater e produzir ideias sobre a organização profissional, condições de trabalho e compromisso social da Enfermagem, bem como a relação com o usuário, equipe de saúde e a categoria profissional.

O ENFSUL em Curitiba (PR) está previsto para acontecer em 2013, bem como o ENFCENTRO-OESTE em Brasília (DF). O ENFNORTE no Pará e o ENFNORDESTE em Pernambuco já ocorreram em 2011.

Aprovação dos parceiros na implantação da TV ABEn

No CONABEn foi apresentado o projeto idealizado pela ABEn Nacional, sob a coordenação pedagógica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e ABEn- RJ. A TV ABEn é uma produção da Vértice Tecnologia Educacional que tem como objetivo oferecer aos profissionais da Enfermagem um canal de te-levisão fechado, 24 horas via satélite voltado a capacitação permanente e aos objetivos institucionais da ABEn. Saiba mais visitando o site da ABEn Nacional – www.abennacional.org.br.

Estudo para propor revisão e atualização do Estatuto

Foi aprovada a criação de um grupo de trabalho com o propósito de revisar e atualizar o Estatuto da entidade à luz das mudanças legais que aconteceram nos últimos 12 anos, desde sua última atualização. Os integrantes deste grupo se reunirão em Brasília (DF) antes do próximo CONABEn, na sede da ABEn Na-cional.

Comissão Especial Nacional de Revisão do EstatutoIvone Evangelista Cabral (RJ) - ABEn Nacional; Telma Ribeiro Garcia (PB) -

ABEn Nacional; Eucléa Gomes Vale (CE) - Região Nordeste; Carmen Kalinoski (PR) - Região Sul; Sônia Maria Alves (RJ) - Região Sudeste; Juliana Garcez (PA) - Região Norte; Fidélia Vasconcelos de Lima (DF) - Região Centro-Oeste; Karolyne Marotto Vila (RJ) - Representante discente; Carlos Vaugrand (DF) - Representan-te do nível médio.

CONABEn define diretrizes até 2013Nos dias 3, 4 e 5 de fevereiro, as

presidentes das seções regionais da ABEn estiveram reunidas com a Diretoria da

ABEn Nacional, em Brasília, para discutir vários temas relacionados às atividades

da Associação. Trata-se do CONABEn, Conselho Nacional da ABEn.

Foram apresentados relatórios administrativos e financeiros de 2011,

discutidos convênios e orçamentos para 2012 e 2013. Os encontros regionais foram

definidos e iniciou-se o estudo para revisão do Estatuto da entidade. A organização dos eventos também esteve em pauta,

com apresentação das empresas parceiras, com as quais a ABEn desenvolve projetos

de educação permanente, produção de obras bibliográficas, entre outras para atender as demandas regionais

e nacionais. Uma das novidades foi a apresentação com mais detalhes

sobre o funcionamento da TV ABEn e o lançamento da ideia de consolidar a

produção de um vídeo sobre os 85 anos da ABEn, com

um resgate histórico e

depoimentos das

presidentes.Confira alguns resultados do

CONABEn:

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No mês de fevereiro o Fórum 30 horas já: Enfermagem unida por um único obje-tivo iniciou com força as atividades para conseguir que o PL 2295/2000 entre na pauta da Câmara dos Deputados.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB/RJ) recebeu no dia 14, em seu gabinete em Brasília, a presidente da Federação Na-cional dos Enfermeiros, Solange Caetano, Eliane Santos, diretora, e Danielle Besser, assessora, da entidade. As representantes da categoria pediram à deputada sua in-termediação junto à presidência da Câma-ra para votação imediata do PL que fixa a jornada dos profissionais de Enfermagem em 30 horas semanais.

Jandira Feghali, na reunião de líderes realizada na mesma tarde com o presiden-te da Câmara, defendeu a inclusão do pro-jeto para votação da Ordem do Dia, mas lembrou que a pauta de votações da Casa está trancada até que sejam votadas as medidas provisórias enviadas pelo Execu-tivo ao Congresso.

Outro problema levantado por Solange Caetano durante o encontro foi a questão do duplo vínculo. Jandira, que foi autora da emenda constitucional que garantiu este direito aos profissionais da saúde, la-mentou as demissões em vários hospitais, onde as diretorias impõem aos enfermei-ros a opção por um dos vínculos. Segundo ela, já ocorreram mais de 560 demissões, somente no Rio. Jandira destacou que “ha-vendo compatibilidade na carga horária, o segundo vínculo é absolutamente legal, ou seja, as demissões são injustificadas”. A parlamentar lembrou ainda o encontro que promoveu entre os profissionais e o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, no ano passado para tratar do assunto e se comprometeu a promover uma discussão ampla do tema na Câmara dos Deputados.

No dia seguinte, as entidades repre-sentativas da Enfermagem participaram

de uma audiência, em Brasília (DF), com o Assessor Especial da Secretaria Geral da Presidência da República, José Lopes Feijó, que voltou a dizer que marcará um encon-tro com o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a fim de tratar novamente sobre as reivindicações dos profissionais de En-fermagem.

Entre os principais pontos debatidos na reunião, estão a colocação na Ordem do Dia da Câmara dos Deputados do Pro-jeto de Lei 2295/00, a questão do direito ao duplo vínculo; e os pontos polêmicos contidos no Ato Médico, já aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

Estiveram presentes no encontro a Pre-sidente da Associação Brasileira de Enfer-magem (ABEn), Ivone Cabral, a represen-tante do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Denise Elvira Pires de Pires e a Diretora da Federação Nacional dos Enfer-meiros (FNE), Eliane Cristina da Cruz San-tos.

Para a representante do Cofen e inte-grante do Fórum Nacional pelas 30 horas, Denise Pires, “a aprovação desse PL é de suma importância para a saúde do país, já que com isso, melhoramos a qualidade dos atendimentos nas redes de saúde pú-blica e privada”, ressalta. Pires ainda coloca que com as “30 horas” muitos problemas decorrentes de uma carga horária de tra-balho excessiva serão evitados. “A própria Organização Internacional do Trabalho (OIT) tem como prioridade esse assunto para o indicativo dos padrões de qualida-de”, finaliza.

Sobre o duplo vínculo, Ivone Cabral, lembrou que o direito ao duplo vínculo é garantido pela Constituição e, portanto, as pressões contra os servidores, além de arbitrárias, são inconstitucionais. A pre-sidente da ABEn solicitou que o governo possa tomar alguma atitude e impedir no-

vas medidas arbitrárias contra os profissio-nais, que muitas vezes são obrigados a se demitirem de seus empregos com mais de 20 anos de serviços, perdendo todas as ga-rantias trabalhistas, inclusive prejudicando a concessão da aposentadoria. Ivone ainda falou sobre as diversas ações de mobiliza-ção e a realização de um ato público no Rio de Janeiro, ocorrido no dia 9 de fevereiro, para denunciar à sociedade as pressões ilegais.

Sobre o Ato Médico, aprovado pela CCJ e que ainda será analisada pelas comissões de Educação (CE) e de Assuntos Sociais (CAS), antes de seguir para Plenário, as re-presentantes enfatizaram os vários pontos obscuros que podem ser aprovados, levan-do a futuras interpretações que restrinjam funções dos enfermeiros estabelecidas na lei que regulamenta a profissão.

Ao final, José Feijó ressaltou a impor-tância que os Grupos de Trabalho e Comis-sões formadas possam ter estudos de via-bilidade de todas as propostas e prometeu tratar dos assuntos colocados em pauta juntamente com o Ministro da Saúde.

Caso as solicitações fiquem paradas, o Fórum definiu a data de 11 de abril como um dia de manifestações em Brasília.

Mobilização pelas 30 horas ganha força

Os trabalhadores na área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul promoveram a ma-nifestação “Marcha de Branco: Enfermagem Unida Por Um Objetivo”, no centro de Campo Grande no dia 31 de março. Conforme explica a presidente do SIEMS (Sindicato dos Tra-balhadores na Área de Enfermagem de MS) Helena Delgado, a manifestação quer cons-cientizar sobre a luta da categoria pela redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais.

“Atualmente a Enfermagem faz em média 44 horas semanais, mas com as escalas de revezamento pode chegar a 56 horas. Uma jornada extenuante que é prejudicial aos pro-fissionais e consequentemente ao atendimento em saúde”, ponderou a sindicalista.

“É uma forma de mostrarmos à sociedade nossa luta e angariarmos apoio. A Câmara Municipal já aderiu a causa através da Moção do Vereador Paulo Siufi. No dia 11 de abril participaremos de uma marcha branca nacional em Brasília”, concluiu Helena Delgado.

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Marcha de Branco: Enfermagem Unida Por Um Objetivo em Mato Grosso do Sul

Da esquerda para a direita: a Diretora da Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE), Eliane Cristina da

Cruz Santos, o Assessor Especial da Secretaria Geral da Presidência da República, José Lopez Feijó, a Presidente

da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), Ivone Cabral e a representante do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Denise Elvira Pires de Pires

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Nascida em São José do Rio Pardo (SP) em 1921, Clarice Ferrarini formou-se em 1943 na Escola de Enfermagem Anna Nery, no Rio de Janeiro, sendo conside-rada a pioneira da Enfermagem no Brasil. Dedicou a maior parte de sua vida ao setor de Enfermagem do Hospital das Clínicas de São Paulo, de onde só saiu ao se aposentar, nos anos 90.

Entre os anos de 1962 a 1964 presidiu a Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) ocupando, no biênio seguinte, o cargo de vice-presidenta. Nesse período ocorreram algumas mudanças significativas na área da Enfermagem como, por exemplo, a remodelação da Revista Brasileira de Enfermagem, a criação do curso de formação do técnico de Enfermagem e começaram a ser realizadas discus-sões sobre a conservação do status de profissional liberal para os enfermeiros. Já naquele tempo a Associação Brasileira de Enfermagem era o órgão que repre-sentava os interesses da Enfermagem brasileira e ser presidente da Associação era uma das posições de maior destaque que uma enfermeira poderia almejar.

Clarisse Ferrarini participou em 1968 da realização do primeiro transplan-te cardíaco do Brasil, cirurgia feita pelo médico Euryclides Zerbini, de quem era assistente. Em 1969 foi eleita enfermeira do ano pela empresa Johnson & Johnson’s, para quem desenvolveu trabalhos de assessoria ministrando cursos em várias cidades brasileiras. Em 1976, Clarice recebeu o prêmio de mulher do ano. De 1978 a 1980 foi diretora da Divisão Nacional de Organização de Serviços de Saúde no Ministério da Saúde, quando coordenou a elaboração dos Padrões Mínimos de Enfermagem e participou das primeiras definições das normas para a construção de estabelecimentos de saúde.

Clarice Della Torre Ferrarini representou a Enfermagem brasileira em organis-mos internacionais como a Associação Internacional Católica de Enfermeiras e Assistentes Médico-Sociais (Ciciams) e o International Council of Nursing (ICN). Entrevistada pela professora Maria Cristina Sanna entre os anos de 1996 e 1997, a enfermeira cita em um de seus depoimentos que “A Enfermagem foi a primeira a ter estrutura definida, hierarquizada, a estrutura de serviço com atribuições delimitadas; os outros serviços existiam - médico, nutrição e dietética, serviço social -, mas não tão estruturados, e, então, a Enfermagem tinha naturalmente uma posição de liderança. A enfermeira sempre se posicionou e, naquele tempo, já se pensava na estrutura do serviço, na atribuição da Enfermagem, da chefe, supervisora etc”. Clarice nunca constituiu família. Sua vida era dedicada à profis-são. Acometida pelo mal de Alzheimer, faleceu no dia 12 de Janeiro de 2012 aos 90 anos.

Fontes: s Sanna, Maria Cristina. Histórias de Enfermeiras Gerentes: subsídios para a compreensão de um modelo-referência de organização de serviços de enfermagem no período de 1950 a 1980. Rio de Janeiro (RJ): Anna Nery/ UFRJ; 2002.s Folha de São Paulo Online - http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1035785-clarice-della-torre-ferrarini-1921-2012---pioneira-da--enfermagem-no-pais.shtmls Site Aben São Paulo - http://www.abensp.org.br/index.php?linkAtual=nota-falecimento-clarice-ferrarini

Clarice Della Torre Ferrarini Uma vida dedicada a Enfermagem

A ABEn presta mais que merecida homenagem à enfermeira Clarice Della Torre Ferrarini, mulher e profissional que entra para a história de nossa

profissão por sua vida voltada à arte do cuidar. Uma das pioneiras da Enfermagem no Brasil, Clarice nos deixou em 2012 mas seu viver como

enfermeira permanece como aprendizado a todas e todos profissionais.Imag

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JornalABEn 11

Balanço Patrimonial - 2011

Demonstração do Superavit ou Deficit - 2011

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12 a 20 de Maio de 2012 - Programação em todas Seções e Regionais - www.abeneventos.com.br/73sben

73ª SBEn - Semana Brasileira de Enfermagem

A 73ª Semana Brasileira de Enferma-gem, 12 a 20 de maio de 2012, cujo tema é 85 ANOS DE COMPROMISSO SOCIAL, PARTICIPAÇÃO E LUTA, resgatará as lu-tas e conquistas da ABEn, suas Seções e Regionais, reconstruindo, na linha do tempo, os momentos sociais e políticos decisivos da história da Enfermagem no contexto da saúde, da educação e da pro-dução do conhecimento. No decorrer da Semana, celebraremos os 80 anos de lan-çamento do primeiro periódico brasileiro

da profissão, a atual Revista Brasileira de Enfermagem.

O engajamento da ABEn nos movi-mentos da profissão, relativos à melhoria das condições de trabalho para todos os trabalhadores da Enfermagem, deverá constar na pauta da 73ª Semana Brasileira de Enfermagem e em todas as iniciativas das Seções e Regionais.

A necessidade de regulamentação da jornada de trabalho em 30 horas, de um piso salarial favorável à fixação do tra-

balhador de Enfermagem no serviço e a criação de vínculo com grupos alvo de seus cuidados, bem como ambiente de trabalho em condições dignas, humanas e respeitosas representa alguns dos inú-meros desafios pelos quais estaremos en-frentando em parceria com as demais or-ganizações profissionais de Enfermagem.

3 a 6 de Junho de 2012 - Manaus - AM - www.abeneventos.com.br/3senabs

3o SENABS - Seminário Nacional de Diretrizes de Enfermagem na Atenção Básica em Saúde

A Associação Brasileira de Enferma-gem - ABEn-Nacional, promove entre os dias 3 e 6 de junho o 3º Seminário Na-cional de Diretrizes de Enfermagem na Atenção Básica em Saúde - SENABS na cidade de Manaus, no Amazonas.

O tema central será: “(Re) significan-do os projetos cuidativos da Enferma-gem à luz das necessidades em saúde

da população”, orientado pelos seguintes eixos temáticos: (Re) Significando o cuidado na di-mensão sociocultural e étnica; Avaliação de impacto dos proje-tos cuidativos da Enfermagem; O trabalho da Enfermagem na Atenção Básica / Estratégia de Saúde da Família e os desafios da sistematização das prá-

ticas; A diversidade dos saberes e das práticas nos diferentes cenários; A poli-ticidade das práticas da Enfermagem e seu impacto na visibilidade social.

13o SENADEn - Seminário Nacional de Diretrizes para a Educação em Enfermagem

A Diretoria de Educação da Associação Brasileira de Enfermagem está preparan-do, em parceria com a ABEn-PA, o 13º SE-NADEn, no período de 30 de agosto a 1o de setembro de 2012, na cidade de Santa Maria de Belém do Grão Pará, na Universi-dade da Amazônia - UNAMA, Campus BR.

O evento é uma oportunidade de re-

flexão, análise, troca de experiência e avaliação da educação na área da En-fermagem, com vistas a pensar horizontes de possi-

bilidades e saídas coletivas para os impas-ses e desafios da qualidade da formação e crescente expansão de cursos em todas as regiões do país. No 13º SENADEn dare-mos continuidade ao debate, articulando a Agenda Propositiva com a Década das Diretrizes Curriculares Nacionais, tema

central do evento. Vale lembrar que uma das treze diretrizes desta Agenda ressalta a necessidade de “reivindicar ao MEC agi-lidade na alteração do Decreto nº 5.773 de 2006, para que os pedidos de criação de Cursos de Graduação em Enfermagem sejam encaminhados para apreciação do Conselho Nacional de Saúde-CNS”, confor-me já ocorre com os cursos de Medicina, Odontologia e Psicologia. A reivindicação permanece sem resposta conclusiva do governo.

30 de Agosto a 1o de Setembro de 2012 - Belém - PA - www.abeneventos.com.br/13senaden

19 a 21 de Setembro de 2012 - Fortaleza - CE - www.abeneventos.com.br/9jornada

9a Jornada Brasileira de Enfermagem Geriátrica e Gerontológica

A 9ª JBEGG, promovida pela Associa-ção Brasileira de Enfermagem e realizada pela ABEn Seção Ceará, acontecerá na ci-dade de Fortaleza, de 19 a 21 de setembro de 2012, no Ponta Mar Hotel.

Entre os objetivos da 9ª Jornada estão o congregamento dos profissionais para debater o processo de envelhecimento, velhice e o idoso no Brasil; a discussão so-

bre o cuidado de Enfermagem a pessoa idosa nos diferentes níveis de atenção; re-flexão sobre a Política de Formação Profis-sional na área; reflexão sobre a visibilidade social e política do enfermeiro gerontólo-go e sua responsabilidade na defesa das políticas de atenção ao idoso; e quais as prioridades de pesquisa no âmbito da Enfermagem geriátrica e gerontológica,

considerando a interface do cuidado com as políticas de atenção a pessoa idosa.

Participe e ajude a construir a Enferma-gem de excelência que queremos.