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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ ANATOMIA HUMANA II – PROF. CLÁUDIO COSTA CAPÍTULO I SISTEMA MUSCULAR 1. Conceito Nos seres multicelulares, as células diferenciam-se para realizar funções específicas. As chamadas células musculares especializam-se para a contração e o relaxamento. Estas células agrupam-se em feixes para formar massas macroscópicas denominadas músculos, os quais se acham fixados pelas suas extremidades pelos tendões nas estruturas ósseas. Assim, os músculos são estruturas que movem segmentos do corpo por encurtamento da distância que existe entre suas extremidades fixadas, ou seja, por contração. A Miologia é a ciência que estuda os músculos, este compõe o aparelho locomotor junto com os ossos e as juntas, sendo os músculos designados como elementos ativos do movimento e os ossos elementos passivos do movimento (alavanca biológica). Além da função de dinâmica do corpo, a musculatura é essencial para a estática humana (posição e postura do esqueleto). 2. Generalidades do Sistema Muscular Humano O Tecido muscular Humano é considerado o maior tecido do organismo (40 – 45% do peso corporal). Apenas 1% as fibras musculares têm mais de um axônio e não têm capacidade mitótica. O controle é feito, normalmente, pelo Sistema Nervoso. No geral, cada músculo possui seu nervo motor, que se divide em vários ramos para poder controlar todas as células musculares. Estes ramos terminam num mecanismo especializado denominado placa motora, no qual transmite os impulsos provenientes do nervo para as células musculares ocasionando contração. Se o impulso resulta de um ato de vontade diz-se que, o músculo é voluntário, já se o impulso provém de um ato sem controle consciente, diz-se que o músculo é involuntário. Histologicamente, os músculos voluntários apresentam estrias transversais, por esta razão são denominados de estriados. O músculo cardíaco assemelha-se histologicamente com o músculo estriado, entretanto, apresenta comportamento involuntário, além de outras características próprias do cardíaco. O tecido muscular tem origem embrionária mesodérmica e diferencia-se em três tipos: Tecido muscular estriado esquelético, tecido muscular cardíaco e tecido muscular liso. 1

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CAPÍTULO ISISTEMA MUSCULAR

1. Conceito

Nos seres multicelulares, as células diferenciam-se para realizar funções específicas. As chamadas células musculares especializam-se para a contração e o relaxamento. Estas células agrupam-se em feixes para formar massas macroscópicas denominadas músculos, os quais se acham fixados pelas suas extremidades pelos tendões nas estruturas ósseas.

Assim, os músculos são estruturas que movem segmentos do corpo por encurtamento da distância que existe entre suas extremidades fixadas, ou seja, por contração. A Miologia é a ciência que estuda os músculos, este compõe o aparelho locomotor junto com os ossos e as juntas, sendo os músculos designados como elementos ativos do movimento e os ossos elementos passivos do movimento (alavanca biológica). Além da função de dinâmica do corpo, a musculatura é essencial para a estática humana (posição e postura do esqueleto).

2. Generalidades do Sistema Muscular Humano

O Tecido muscular Humano é considerado o maior tecido do organismo (40 – 45% do peso corporal). Apenas 1% as fibras musculares têm mais de um axônio e não têm capacidade mitótica.O controle é feito, normalmente, pelo Sistema Nervoso. No geral, cada músculo possui seu nervo motor, que se divide em vários ramos para poder controlar todas as células musculares. Estes ramos terminam num mecanismo especializado denominado placa motora, no qual transmite os impulsos provenientes do nervo para as células musculares ocasionando contração. Se o impulso resulta de um ato de vontade diz-se que, o músculo é voluntário, já se o impulso provém de um ato sem controle consciente, diz-se que o músculo é involuntário.

Histologicamente, os músculos voluntários apresentam estrias transversais, por esta razão são denominados de estriados. O músculo cardíaco assemelha-se histologicamente com o músculo estriado, entretanto, apresenta comportamento involuntário, além de outras características próprias do cardíaco.

O tecido muscular tem origem embrionária mesodérmica e diferencia-se em três tipos: Tecido muscular estriado esquelético, tecido muscular cardíaco e tecido muscular liso.

Fig. 01. Esquema da citomorfologia dos tipos musculares

2.1. Tecido Muscular Liso

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São viscerais, isto é, são encontrados nas paredes das vísceras de diversos sistemas do organismo. São tidos como involuntários, apesar de alguns poderem estar submetidos ao controle da vontade. Têm suas ações estimuladas pelo Sistema Nervoso Autônomo e compõem pele, órgãos internos, etc. Podem sofrer contrações por longos períodos, e provocar ondas peristálticas ou contrações rítmicas nos tubos digestivos, tubas uterinas e ureteres, processo conhecido como peristalse.

2.2. Tecido Muscular Cardíaco

Formam o coração. Assim como o esquelético apresentam estrias, porém, tem seus estímulos provenientes do Sistema Nervoso Autônomo o Vegetativo. As fibras do músculo cardíaco se dispõem juntas formando uma rede contínua e ramificada. Portanto, o miocárdio pode contrair-se em massa.Possui células alongadas (1 a 2 núcleos centrais) dispostas em orientações variadas. Tamanho celular: <0,08 mm de comprimento. Contração involuntária, vigorosa e rítmica. Músculo com a menor capacidade de regeneração.

2.3. Tecido Muscular Estriado Esquelético

2.3.1. Componentes anatômicos

Um músculo é formado por uma porção média e as extremidades. A porção média é carnosa (vermelha) e recebe o nome de ventre muscular. Quando as extremidades são cilindróides ou forma de fita chamam-se tendões; quando são em lâminas denominamos aponeurose.

Tendões e aponeuroses servem para prender o músculo ao esqueleto, cápsulas articulares, cartilagens, septos intermusculares, derme e tendão de outro músculo. Os músculos são envolvidos por uma lâmina de tecido conjuntivo denominada de Fáscia, que serve como uma bainha elástica de contenção e permite o deslizamento muscular.

Os músculos estriados são compostos por fibras musculares, e cada fibra se comporta como uma unidade. Um músculo esquelético tem tantas fibras quanto unidades, por isso se define como multiunitário. O movimento é feito por contração de fibra muscular. Estas podem reduzir seu comprimento em relação ao estado de repouso de cerca de um terço ou metade. Membranas conjuntivas:

- Epimísio: tecido conjuntivo fibroso que envolve vários fascículos musculares;- Perimísio: tecido conjuntivo que envolve um fascículo muscular;- Endomísio: tecido conjuntivo frouxo (com fibras elásticas e reticulares) que envolve cada

fibra muscular.Junção miotendínea: região de membranas entre o músculo e o tendão que transmite a força para os tendões.Propriedades dos músculos: Elasticidade Distensão Contratilidade Contração (Isotônica, Isométrica e Isocinética) Tonicidade Tônus

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Fig. 02. Microestrutura do músculo esquelético

Fig. 03. Constituição histológica da fibra muscular esquelética

2.3.2. Características citmorfológicas dos músculos estriados esqueléticos: Célula muscular (fibra)

- Célula multinucleada com núcleos na periferia;- Tamanho celular: 1-40 mm de comprimento; - Sarcolema: membrana celular;- sarcoplasma: citoplasma;- organelas principais: muitas mitocôndrias e gotículas de glicogênio, REL desenvolvido, mioglobina e muitas miofibrilas- sarcômero (unidade Morfofuncional intracelular)

2.3.3. Funções dos músculos estriados esqueléticos:

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Movimento e manutenção da postura. Produção de calor. Proteção e alteração da pressão para auxiliar a circulação. Absorventes de choques para proteger o corpo.

2.3.4. Origem e inserção

Por razões didáticas, convencionou-se chamar de origem à extremidade do músculo presa à peça óssea que não se desloca (fixa) e inserção à extremidade que se desloca.

2.3.5. Classificação dos músculos estriados esqueléticos

2.3.5.1. Quanto à forma do músculo e arranjo de suas fibras

De um modo geral e amplo, os músculos têm as fibras dispostas em paralelo ou oblíquas à direção exercida na tração.a. Disposição paralela das fibras – é encontrada nos músculos longos e músculos largos (fusiforme e em leque, respectivamente).b. Disposição oblíqua das fibras – é encontrada nos músculos peniformes (unipenados e bipenados).Exemplos:FUSIFORME= bíceps, reto abdominal, sartório.UNIPENADOS = semimembranoso BIPENADOS = reto femoralMULTIPENADOS = deltóide

Fig. 04. Arranjo das fibras nos músculos estriados esqueléticos.

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2.3.5.2. Quanto à origem e inserção

Quando a origem muscular se dá por mais de um tendão, dizemos que este apresenta mais de uma cabeça de origem, sendo classificados em músculos bíceps, tríceps e quadríceps.Do mesmo modo, os músculos podem se inserir por mais de um tendão, sendo estes classificados em bicaudados e policaudados.

2.3.5.3. Quanto ao número de ventres

Músculos que apresentam ventres separados por tendões intermediários são designados de digástricos (dois ventres) e poligástricos (vários ventres).

2.3.6. Classificação funcional dos músculos esqueléticos

a. Agonista – quando o músculo é o agente principal na execução de um movimento. Ex. Flexão do cotovelo = bíceps braquial, braquial e braquiorradial.

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b. Antagonista – é o músculo que tem ação oposta ao trabalho do agonista. Ex: Flexão do tronco: Agonista = mm do abdômem Antagonista = mm eretores da espinha.c. Sinergista – quando um músculo atua no sentido de eliminar algum movimento indesejado que poderia ser produzido pelo agonista ou realizar ações em conjunto com outros músculos para viabilizar o movimento desejado.d. Estabilizador, fixador ou sustentador - Estabiliza uma articulação para outro músculo (agonista) realizar o movimento. Referem-se a músculos isometricamente ativos para manter o membro movendo-se, quando o músculo de referência se contrai.e. Neutralizador - Cria um torque para opor uma ação indesejada de outro músculo; Impedem que outros músculos, senão os desejados executem a ação.

CAPÍTULO II

MÚSCULOS DO MEMBRO SUPERIOR

MÚSCULOS DA ESCÁPULA Deltóide

É o mais característico, de forma triangular, que comunica à escápula, no começo do braço, a sua forma arredondada. Insere-se, de um lado, na clavícula, e, no outro, no colo cirúrgico do úmero.

Afasta o braço do tronco lateralmente, sua ação se estende além de 90º.A escápula dá origem ainda a outros cinco músculos que vão, todos ao úmero (músculo

supraespinhal, infraespinhal, redondo maior e redondo menor), são músculos intrínsecos do ombro e agem na abdução (supraespinhal), rotação lateral (infraespinhal e redondo menor) e rotação medial (redondo maior), e também levantam a escápula.MÚSCULOS DO BRAÇO

Distinguem-se em músculos de ações contrárias: Anteriores Posteriores

Anteriores: Bíceps – é o mais superficial dos músculos anteriores, tem duas cabeças que se inserem na articulação do ombro (tubérculo supraglenóide e ápice do processo coracóide). As duas cabeças se reúnem em um grande ventre que termina por um forte tendão na extremidade proximal do rádio. A sua função é dobrar o antebraço. Sua contração provoca uma proeminência característica e seu tendão provoca uma saliência da prega do cotovelo. Músculo Córacobraquial – vai do processo coracóide ao úmero e realiza rotação medial, adução e anteversão do ombro. Músculo Braquial – vai do úmero à ulna, e dobra, também, o antebraço.

Posteriores Tríceps – O maior posterior, que nasce por três cabeças: no Tubérculo infraglenóidal, na metade superior do úmero e na metade inferior do úmero. As três se reúnem em grande ventre que constitui, praticamente, toda a porção posterior do braço, e vai inserir-se, por um tendão, no olecrano da ulna. Sua ação é oposta à do Bíceps: isto é, estende o antebraço.Obs. Movimentos do Braço

O movimento controlado dos membros depende da contração e relaxamento coordenados de músculos antagônicos. Para flexionar o braço, o Bíceps braquial (um músculo com dois fascículos) se contrai, encurtando-se, enquanto o Tríceps (um músculo com três fascículos) relaxa, o oposto ocorre quando o braço é esticado.

FIGURAS:

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Músculos do Braço - Vista Anterior - Dissecação Superficial

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Dissecação Profunda Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

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Músculos do Braço - Vista Posterior Dissecação Superficial

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Dissecação Profunda

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000

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ANTEBRAÇO

O antebraço é formado por 20 músculos, que podem ser organizados em 3 grupos principais, consoante a sua localização:

Grupo anterior - Na face ventral/anterior do antebraço estão os músculos flexores do punho e dos dedos e pronadores do antebraço. Inclui 8 músculos, agrupados em:

o Camada superficial - Pronador redondo, Flexor ulnar do carpo, Palmar longo, Flexor radial do carpo e Flexor superficial dos dedos.

o Camada profunda - Flexor profundo dos dedos, Flexor longo do polegar e Pronador quadrado.

Grupo lateral - Inclui 4 músculos: Braquiorradial, Longo extensor radial do carpo, Curto extensor radial do carpo e Supinador.

Grupo posterior - Na face dorsal/posterior do antebraço estão os músculos extensores do punho e dos dedos e supinadores do antebraço. Inclui 8 músculos, agrupados em:

o Camada superficial - Extensor dos dedos, Extensor do dedo mínimo, Extensor ulnar do carpo e Ancôneo.

o Camada profunda - Abdutor longo do polegar, Extensor curto do polegar, Extensor longo do polegar e Extensor do indicador.

Obs1.: A maioria dos músculos flexores se originam no epicôndilo medial do úmero.Obs2.: A maioria dos músculos extensores se originam no epicôndilo lateral do úmero.

FIGURAS Músculos do Antebraço

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

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Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Músculos do Antebraço - Rotadores

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

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Músculos do Antebraço - Flexores

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

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Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Músculos do Antebraço - Extensores

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

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Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

CAPÍTULO III

MÚSCULOS DO TÓRAX

Classificam-se em duas categorias:Músculos Tóraco apendiculares

Ligam o tórax ao membro superiorMúsculos Intrínsecos do tórax

Vão da coluna vertebral as costelas.Obs.: O Diafragma é um músculo a parte. Estudaremos em separado.

Músculos Tóraco – Apendiculares: são os músculos do peito.Grande peitoral – recobre todos os outros. Estende-se do esterno e da clavícula ao úmero.

Tem a função de levar o braço para dentro.Pequeno peitoral – eleva as costelas. É um músculo inspirador, como o denteado anterior

que se insere, também, nas costelas. Músculos Intrínsecos do Tórax:

São músculos Intercostais que ligam uma costela a outra. Vão da margem inferior de uma costela as margens superiores da outra.

Possuem ação discutível, contribuem também para fechar a caixa torácica e protegê-la, não é claro a participação nos músculos respiratórios.

SubcostaisElevadores das costelasTransverso do tórax

Obs. Todos agem na respiração Diafragma

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Músculo ímpar. Separa as cavidades torácicas e cavidade abdominal. É sobre as costelas, as vértebras lombares e o esterno que ele é inserido.

Apresenta um centro tendinoso, é inervado pelo nervo frênico.Sua contração provoca o achatamento, aumentando a cavidade torácica, os pulmões se

enchem de ar passivamente. Ao mesmo tempo comprime a cavidade abdominal, útil para esvaziar o intestino, na micção, vômito, e na mulher, no parto.

CAPÍTULO IV

MÚSCULOS DO ABDOME

Classificação:Músculos VentraisMúsculos Dorsais

Músculos Ventrais: Músculo Reto do AbdomeEm fita, desce do esterno ao púbis. Tem a função de dobrar o tórax para frente. E tomando como ponto fixo o abdome, levanta o quadril. Músculos Oblíquo Externo e InternoSão largas lâminas musculares que se inserem nas costelas e no osso ilíaco, baixam as costelas (comprimem o tórax – músculos expiratórios), ou levantam o quadril. Músculo Transverso

Comprimem a cavidade abdominal (defecação, micção, vômito e no parto). São músculos expiratórios.Obs. Os Músculos Ventrais no seu conjunto formam a parede abdominal.Músculos Dorsais: Quadrado dos LombosTem forma quadrilátera, que fecha o abdome posteriormente e tem função inclinar a coluna vertebral lateralmente. Músculos Caudais

Estes estão situados sobre o osso sacro e o cóccix e que têm uma função protetora

FIGURAS

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Músculos do Abdômen - Vista Anterior (Dissecação Superficial)

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

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Músculos do Abdômen - Vista Anterior (Dissecação Intermédia)

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

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Músculos do Abdômen - Vista Anterior (Dissecação Profunda)

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

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Músculos do Abdômen - Iliopsoas

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

AÇÃO - Iliopsoas

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

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Músculos do Abdômen - Vista Interna da Parede Posterior

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

CAPÍTULO V

MÚSCULOS DO DORSO

Os músculos do dorso estão dispostos em grupos anterior e posterior. Os músculos do grupo anterior, pré-vertebrais, incluem músculos do pescoço e da parede posterior do abdome.

a) Grupo posterior ou pós vertebraisOs músculos do grupo posterior, pós-vertebrais, compreendem vários músculos dispostos da

seguinte maneira: Mais superficialmente estão o trapézio e o grande dorsal Em posição média estão o levantador da escápula, os rombóides e os serráteis posteriores. Os dois primeiros foram descritos com o membro superior e os últimos serão referidos logo abaixo. Mais profundamente situam-se os músculos do dorso propriamente dito ou pós vertebrais profundos, inervados pelos ramos dorsais dos n.n. espinhais. Eles atuam, sobretudo na coluna vertebral e serão objeto de descrição nos itens seguintes.

Os músculos serráteis posteriores são dois músculos delgados, parcialmente membranosos e de pouca significação. O serrátil pósterosuperior, coberto pelo m. rombóide, estende-se do ligamento da nuca e dos processos espinhosos da 7ª vértebra cervical e de várias vértebras torácicas superiores até as costelas (2ª a 5ª). O músculo serrátil pósteroinferior, coberto pelo grande dorsal, estende-se dos processos espinhosos das vértebras torácicas inferiores para as quatro costelas inferiores.

a.1) Músculos pós-vertebrais profundosOs músculos pós-vertebrais situados mais profundamente constituem duas grandes massas em

relevo nos lados da coluna vertebral, facilmente palpáveis, e são conhecidos também com o nome de

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músculos da goteira ventral. A massa muscular longitudinal, de cada lado, compõe-se de três camadas de músculos pós-vertebrais.

a.1.1) Camada profunda A camada profunda é constituída por:

Músculos interespinhais, que são pobremente desenvolvidos na região torácica ou mesmo inexistentes esta região. Unem os processos espinhosos das regiões cervical e lombar. Músculos intertransversais, os quais também só existem nas regiões cervical e lombar. Unem os processos transversos adjacentes. Os músculos que se originam nos processos transversos e se dirigem medial e superiormente para se fixarem na lâmina da vértebra suprajacente são rotadores curtos; os músculos que, tendo a mesma origem e trajeto, passam pela vértebra suprajacente e se inserem na lâmina da segunda vértebra acima, são rotadores longos. Existem nas regiões cervical, torácica e lombar da coluna Os músculos levantadores das costelas só existem na região torácica. Têm origem nos processos transversos e prendem-se nas costelas subjacentes.

Estes músculos são pouco conhecidos e mal estudados. Isto, aliás, é verdade para a maioria dos músculos pós-vertebrais, principalmente os profundos, e particularmente quanto à coordenação de suas ações. Assim, presume-se que os rotadores sejam capazes de rotação e que os levantadores elevem as costelas. De qualquer modo os movimentos realizados por estes músculos são de pequena amplitude e talvez eles estejam mais envolvidos com a manutenção do alinhamento de vértebras adjacentes. Deve-se acrescentar que os músculos suboccipitais, que movem a cabeça, pertencem também ao grupo de músculos pós-vertebrais profundos.

a.1.2) Camada média Os músculos da camada média cobrem os profundos e têm disposição bastante complicada,

com maior grau de fusão e alguns feixes saltando vários segmentos, o que lhes valeu o nome de complexo transverso-espinhal. Seus componentes são: O músculo multífido, que é mais espesso na região lombar e termina na região cervical. Na verdade, está constituído de muitos feixes musculares, sem divisão clara e, por esta razão, tem sido descrito como um músculo único. Os feixes se originam do sacro e de todos os processos transversos, dirigindo-se cranial e medialmente para se inserirem nos lados dos processos espinhosos de todas as vértebras, de L5 até o axis. O músculo semi-espinhal do tórax situa-se nos dois terços craniais do segmento torácico, estendendo-se dos processos transversos das seis vértebras torácicas inferiores aos processos espinhosos das vértebras torácicas superiores e cervicais inferiores. O músculo semi-espinhal do pescoço tem a mesma disposição do semi-espinhal do tórax, originando-se nos processos transversos das seis vértebras torácicas superiores e se insere nos processos espinhosos da 3ª até a 5ª vértebra cervical. O músculo semi-espinhal da cabeça é a parte mais alta do complexo transverso-espinhal, estendendo-se de processos transversos cervicais à parte medial da linha nucal superior do occipital.

As ações destes músculos são bastante discutíveis. Sugere-se que tenham ação extensora da coluna e da cabeça.

a.1.3) Camada superficial Os músculos da camada superficial são, denominados, em conjunto, eretor da espinha ou

complexo sacro-espinhal. A porção mais inferior origina-se no ílio, em vértebras lombares e em espessa aponeurose estendida neste intervalo, de onde ascende lateralmente até a última costela. Neste ponto a massa muscular alonga-se em três colunas que sobem na parte posterior do tórax, onde se inserem nas costelas e vértebras: A coluna mais lateral, denominada m. iliocostal, é formada pelos músculos iliocostal lombar, iliocostal torácico e iliocostal cervical A coluna intermédia, denominada m. dorsal longo é subdividida nos músculos longuíssimo do tórax, longuíssimo do pescoço e longuíssimo da cabeça

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As divisões da coluna medial, dita m. espinhal são os músculos espinhal do tórax, espinhal do pescoço e espinhal da cabeça

Entre os músculos da camada superficial deve ser incluído o m. esplênio que cobre os outros músculos pós-vertebrais nas regiões torácicas alta e cervical. Suas duas partes são o m. esplênio do pescoço, que ascende lateralmente dos processos espinhosos torácicos superiores aos processos transversos cervicais inferiores e o m. esplênio da cabeça, que se estende dos processos espinhosos cervicais inferiores e ligamento nucal ao processo mastóide do temporal.

Ações dos músculos do dorso: Pouquíssimos músculos do dorso têm sido estudados diretamente. Isto é verdadeiro,

particularmente para aqueles situados mais profundamente. Algumas ações são evidentes por si mesmas, outras foram estudadas em pacientes com paralisia, e outras, ainda, foram determinadas pela eletromiografia. Mas isto não resolveu, até o presente momento, todos os problemas e questões que se levantam em relação à função dos músculos do dorso e sua coordenação. A coordenação é, aqui, de fundamental importância, pois os músculos apresentam numerosas fusões e continuidades. Se o movimento se limita a uma região, cabeça ou pescoço, por exemplo, os músculos envolvidos serão apenas aqueles que agem naqueles segmentos, embora façam parte de um complexo muscular.

De qualquer forma pode-se dizer que quanto mais longitudinal o trajeto de um músculo tanto mais estará relacionado com a extensão ou flexão da coluna vertebral (ou cabeça) e com a flexão lateral. O eretor da espinha é o principal extensor; é auxiliado pelos suboccipitais, esplênios e semi-espinhais da cabeça. Quanto mais oblíquo o decurso de um feixe muscular tanto mais relacionado ele estará com a rotação. O m. multífido é rotador do tronco, função na qual é auxiliado pelos músculos oblíquos externo e interno do abdome.

CAPÍTULO VI

Músculos Respiratórios

Os músculos respiratórios são constituídos por fibras estriadas e apresentam as seguintes características:- Apresentam 55% de fibras estriadas do tipo I vermelhas (resistentes a fadiga) e 45% de fibras estriadas tipo II brancas (fatigáveis). Os músculos respiratórios trabalham vencendo cargas elásticas, que são as forças de retração dos pulmões e caixa torácica e cargas resistivas das vias aéreas. Os músculos respiratórios contraem-se de maneira rítmica, intermitente e durante toda a vida 1. Músculos Inspiratórios A. Diafragma - principal músculo inspiratório, com forma de cúpula voltada cranialmente, e separa a cavidade abdominal da cavidade torácica.

É constituído de uma camada muscular que se origina nas costelas inferiores e coluna lombar que se inserem no tendão central. É inervado pelo nervo frênico, que sai das raízes de C3 a C5.

Na inspiração de repouso o diafragma é responsável por 70% do volume inspirado.Quando o diafragma se contraí o conteúdo abdominal é deslocado para baixo e para frente,

aumentando o diâmetro céfalo caudal do tórax, a parte distal das costelas são levantadas e giram para fora.

Em repouso o deslocamento do diafragma é aproximadamente de 1 cm, e nas inspirações forçada, pode chegar até a 10 cm.

As fibras musculares do diafragma são divididas em porção costal e porção vertebral, as fibras posteriores, vertebrais, originam-se nas 3 primeiras vértebras lombares e nos ligamentos arqueados medial e lateral. As fibras costais originam-se anteriormente no processo xifóide do esterno e nas margens superiores das seis últimas costelas.

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Em estudos isolados dessas porções observou-se que as fibras costais ao se contraírem fazem a cúpula diafragmática descer, aumentando a pressão abdominal e a caixa torácica move-se através do movimento de alça de balde. Quando a porção vertebral se contraí, a cúpula diafragmática desce e aumenta a pressão abdominal, porém não age sobre o gradil costal.

As fibras costais do diafragma justapõem-se ao gradil costal, a essa área dá-se o nome de área de aposição.

A configuração geométrica do diafragma é a convexidade voltada para cima, à forma de cúpula do diafragma produz um raio de curvatura na convexidade, que obedece a lei de Laplace (P=Tensão/raio de curvatura) , quando o diafragma esta alongado , o raio de curvatura esta menor, portanto desenvolve mais tensão do que se estivesse aplainado, e com o raio de curvatura aumentado. B. Músculos Intercostais - localizam-se entre as costelas, o músculo intercostal interno vai desde o esterno até o ângulo da costela e subdivide-se em porção intercondral (paraesternal) e interóssea. O músculo intercostal externo vai desde a articulação costovertebral até a origem da cartilagem costal. São inervados pelos nervos intercostais que são derivados do 1o ao 12o segmento torácico.

Há muitas controvérsias sobre as ações da musculatura intercostal, na respiração, mas basicamente o músculo intercostal externo e a porção intercondral do intercostal interno são inspiratórios e a porção interóssea do intercostal interno é expiratória.  C. Escalenos - os músculos escalenos se originam das 5 últimas vértebras cervicais e inserem na borda superior da primeira costela, porção medial e anterior. Quando se contraem elevam as costelas e o esterno, no movimento denominado braço de bomba.

Em estudos feitos por De Troyer, observou-se que em pessoas normais, na posição sentada, sempre há contração dos paraesternais e dos escalenos durante a inspiração de repouso, não havendo, portanto razão para classificar os escalenos como músculos acessórios, mas sim como músculo principal da inspiração.

Os escalenos atuam para expandir a caixa torácica superior, e os paraesternais agem no esterno e diafragma, atuando no tórax inferior e abdômen. D. Músculos acessórios da inspiração - peitoral maior, peitoral menor, trapézio, serrátil anterior e o esternocleidomastoídeo. 2) Músculos expiratórios A. Músculos abdominais - são compostos pelo reto abdominal, oblíquo interno, oblíquo externo e transverso.

O reto abdominal origina-se na quinta, sexta e sétima cartilagens costais e esterno e se insere no púbis.

O oblíquo externo origina-se nas últimas costelas e insere-se na crista ilíaca, tubérculo púbico e linha Alba.

O oblíquo interno origina-se na parte lateral do ligamento inguinal e fáscia tóracolombar e se insere no púbis, linha alba e cartilagem das três últimas costelas.

O transverso abdominal origina-se na face interna das seis últimas costelas, onde se interdigitaliza com as fibras costais do diafragma, fáscia lombar, crista ilíaca e ligamento inguinal, inserindo-se na aponeurose ventral.

A função desses 4 músculos são:- Quando se contraem, empurram a parede abdominal para dentro, aumentando a pressão abdominal, o diafragma se desloca para cima, aumentando a pressão pleural e a saída de ar, sendo importantes músculos para a tosse e expiração forçada. Suas inserções no gradeado costal sugerem que ao contraírem tracionam as costelas para baixo.  A função da musculatura abdominal é expiratória, porém apresentam papel importante na ação do diafragma na inspiração.

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Os abdominais facilitam a ação do diafragma, através da contração abdominal persistente, que faz com que o diafragma se encontre mais alongado no início da inspiração, além de manter fixada as vísceras abdominais para que o diafragma possa apoiar seu centro tendíneo nas vísceras e atuar na elevação das costelas.3) Força muscular respiratória

A medição da força muscular respiratória é feita através das medições das pressões máximas inspiratórias e expiratórias, com um manômetro. Se aceita como pressão inspiratória máxima normal, para um jovem adulto masculino por volta de -125 cmH2O e de pressão expiratória máxima de +230 cmH2O, e em mulheres esse valor diminui em 30%%, após os 20 anos de idade há uma queda de 0,5 cmH2O por ano.

As pressões musculares também podem ser obtidas por um sistema de cateteres colocados dentro das cavidades pleural e abdominal, denominada pressão transdiafragmática, um cateter é colocado na região medial do esôfago e outro no estômago, a pressão do cateter no esôfago reflete a pressão pleural, e a pressão do cateter no estômago reflete a pressão abdominal, portanto a pressão transdiafragmática é a tensão desenvolvida diretamente pelo diafragma, e é calculada pela equação:

Pdi = Pga - Pes, onde Pdi é a pressão transdiafragmática, Pga é a pressão do cateter no estômago, e Pes é a pressão do cateter no esôfago. 4) Endurance muscular

É a capacidade do músculo em oferecer resistência à fadiga, em um determinado tempo de trabalho.

A capacidade de endurance muscular depende do tipo de fibras, do suprimento sanguíneo e da integridade dos elementos contráteis.

Os testes de endurance muscular são: Método de hiperpnéia - manter por um período de tempo, um elevado volume pulmonar em um minuto. Ventilação voluntária máxima (VMM) - é a ventilação máxima que uma pessoa pode fazer em 12 a 15 segundos. Capacidade ventilatória máxima (CVSM) - é a ventilação que o indivíduo pode sustentar por 15 minutos. Índice tensão-tempo - Pdi/Pdimax.  Bibliografia - Auler, José Costa. Assistência Ventilatória Mecânica. São Paulo, Editora Atheneu, 1995.  

CAPÍTULO VII

MÚSCULOS MEMBRO INFERIOR

Músculos da Coxa

Dividem-se em: Músculos Anteriores Músculos Mediais Músculos Posteriores1. Músculos Anteriores da CoxaSartório – ponta da espinha ilíaca anterior superior percorre toda a coxa obliquamente e tem

grande importância na marcha. Realiza flexão, rotação lateral e abdução.

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M. Quadríceps da Coxa: Músculo amplo constituído de 4 ventres, que, embaixo, confluem para um tendão único, o qual se insere na tíbia. Na espessura do tendão, antes de inserir na tíbia há um osso a PATELA. Têm como função extensão, na articulação do quadril o reto femoral realiza flexão. É formado pelos músculos:– M. reto femoral– M. intermédio– M. vasto medial– M. vasto lateral

M. Tensor da Fáscia lata - localizado mais lateralmente.Na articulação do quadril realiza flexão, abdução e rotação medial. Na articulação do joelho

estabiliza a posição estendida.2. Mediais da CoxaEstão situados na parte interna da coxa, têm a finalidade de reconduzir a coxa para a linha

mediana, depois que a própria coxa foi levada para fora: isto é são adutores.Estão dispostos, em quatro planos, são eles:

M. Grácil – na articulação do quadril realiza adução, flexão e rotação lateral. Na articulação do joelho: flexão e rotação medial.

M. pectíneo – articulação do quadril: adução, flexão e rotação lateral.M. Obturador externo – Na articulação do quadril realiza rotação lateral, adução e flexão.

3. Músculos Posteriores da CoxaTêm a função de dobrar a perna sobre a coxa e de estender a coxa sobre o quadril, em outros

termos, fazem dobrar o joelho e levam a perna para trás da coxa.M. Bíceps femoral – Articulação do quadril realiza extensão, adução e rotação lateral. Na

articulação do joelho fazem flexão e rotação lateral.M. Semitendíneo – Articulação do quadril: extensão, adução e rotação medial. Na articulação

do joelho: flexão e rotação medial.M. Semimembranáceo – Articulação do quadril realiza extensão, adução e rotação medial. Na

articulação do joelho fazem flexão e rotação medial.

Músculos da Perna

Dividem-se em:AnterioresLaterias PosterioresOs movimentos permitidos pela articulação do joelho são essencialmente a flexão e extensão

da perna. São, portanto, movimentos angulares. Contudo existem outros movimentos de menor amplitude.

O osso da patela aumenta consideravelmente a alavanca na extensão da perna a partir de uma flexão completa.

Músculos da região Anterior da PernaAgem sobre a articulação do tornozelo e intertásicas, são eles:M. Tibial anterior – posição lateral paralelo a tíbia realiza dorsiflexão e inversão do pé.M. extensor longo do hálux – entre o músculo tibial anterior e extensor longo dos dedos.

Dorsiflexão M. extensor longo dos dedosM. Fibular anterior (pode estar ausente ou ser rudimentar)Ações conjuntas realizam a extensão dos dedos e eversão.Músculos da Região Lateral da PernaM. fibular curto

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M. fibular longoSão eversores do pé, flexão plantarMúsculos Posteriores da PernaEstão dispostos em duas camadas:Superficial:Tríceps Sural – poderoso flexor plantarGastrocnêmios Sóleo M. plantarProfunda:M. poplíteoM. flexor longo dos dedosM. flexor longo do hálux M. tibial posterior – flexor plantar, inversão do pé.

CAPÍTULO VIII

SISTEMA NERVOSO

 O sistema nervoso,  juntamente com o sistema endócrino, capacitam o organismo a perceber as variações do meio (interno e externo), a difundir as modificações que essas variações produzem e a executar as respostas adequadas para que seja mantido o equilíbrio interno do corpo (homeostase). São os sistemas envolvidos na coordenação e regulação das funções corporais.

No sistema nervoso diferenciam-se duas linhagens celulares: os neurônios e as células da glia (ou da neuróglia ) . Os neurônios são as células responsáveis pela recepção e transmissão dos estímulos do meio (interno e externo), possibilitando ao organismo a execução de respostas adequadas para a manutenção da homeostase. Para exercerem tais funções, contam com duas propriedades fundamentais:  a irritabilidade (também denominada excitabilidade ou responsividade) e a condutibilidade. Irritabilidade é a capacidade que permite a uma célula responder a estímulos, sejam eles internos ou externos. Portanto, irritabilidade não é uma resposta, mas a propriedade que torna a célula apta a responder. Essa propriedade é inerente aos vários tipos celulares do organismo. No entanto, as respostas emitidas pelos tipos celulares distintos também diferem umas das outras. A resposta emitida pelos neurônios assemelha-se a uma corrente elétrica transmitida ao longo de um fio condutor: uma vez excitados pelos estímulos, os neurônios transmitem essa onda de excitação - chamada de impulso nervoso - por toda a sua extensão em grande velocidade e em um curto espaço de tempo. Esse fenômeno deve-se à propriedade de condutibilidade. Um neurônio é uma célula composta de um corpo celular (onde está o núcleo, o citoplasma e o citoesqueleto), e de finos prolongamentos celulares denominados neuritos, que podem ser subdivididos em dendritos e axônios.  

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Os corpos celulares dos neurônios são geralmente encontrados em áreas restritas do sistema nervoso, que formam o Sistema Nervoso Central (SNC), ou nos gânglios nervosos, localizados próximo da coluna vertebral.

Do sistema nervoso central partem os prolongamentos dos neurônios, formando feixes chamados nervos, que constituem o Sistema Nervoso Periférico (SNP).

O Sistema Nervoso

O SNC recebe, analisa e integra informações. É o local onde ocorre a tomada de decisões e o envio de ordens. O SNP carrega informações dos órgãos sensoriais para o sistema nervoso central e do sistema nervoso central para os órgãos efetores (músculos e glândulas).  

A Medula Espinhal

Nossa medula espinhal tem a forma de um cordão com aproximadamente 40 cm de comprimento. Ocupa o canal vertebral, desde a região do atlas - primeira vértebra - até o nível da segunda vértebra lombar. A medula funciona como centro nervoso de atos involuntários e, também, como veículo condutor de impulsos nervosos.

Da medula partem 31 pares de nervos raquidianos que se ramificam. Por meio dessa rede de nervos, a medula se conecta com as várias partes do corpo, recebendo mensagens e vários pontos e enviando-as para o cérebro e recebendo mensagens do cérebro e transmitindo-as para as várias partes do corpo. A medula possui dois sistemas de neurônios: o sistema descendente controla funções motoras dos músculos, regula funções como pressão e temperatura e transporta sinais originados no cérebro até seu destino; o sistema ascendente transporta sinais sensoriais das extremidades do corpo até a medula e de lá para o cérebro.  

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O Sistema Nervoso Periférico

O sistema nervoso periférico é formado por nervos encarregados de fazer as ligações entre o sistema nervoso central e o corpo. NERVO é a reunião de várias fibras nervosas, que podem ser formadas de axônios ou de dendritos.

As fibras nervosas,  formadas pelos prolongamentos dos neurônios (dendritos ou axônios) e seus envoltórios, organizam-se em feixes. Cada feixe forma um nervo. Cada fibra nervosa é envolvida por uma camada conjuntiva denominada endoneuro. Cada feixe é envolvido por uma bainha conjuntiva denominada perineuro. Vários feixes agrupados paralelamente formam um nervo. O nervo também é envolvido por uma bainha de tecido conjuntivo chamada epineuro.  Em nosso corpo existe um número muito grande de nervos. Seu conjunto forma a rede nervosa.

  

Os nervos que levam informações da periferia do corpo para o SNC são os nervos sensoriais (nervos aferentes ou nervos sensitivos), que são formados por prolongamentos de neurônios sensoriais (centrípetos). Aqueles que transmitem impulsos do SNC para os músculos ou glândulas são nervos motores ou eferentes, feixe de axônios de neurônios motores (centrífugos).

Existem ainda os nervos mistos, formados por axônios de neurônios sensoriais e por neurônios motores.

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 Quando partem do encéfalo, os nervos são chamados de cranianos; quando partem da

medula espinhal denominam-se raquidianos.Do encéfalo partem doze pares de nervos cranianos. Três deles são exclusivamente

sensoriais, cinco são motores e os quatro restantes são mistos. 

Nervo craniano   Função

I-OLFATÓRIO sensitiva Percepção do olfato.

II-ÓPTICO sensitiva Percepção visual.

III-OCULOMOTOR motora Controle da movimentação do globo ocular, da pupila e do cristalino.

IV-TROCLEAR motora Controle da movimentação do globo ocular.

V-TRIGÊMEO mistaControle dos movimentos da mastigação (ramo motor);Percepções sensoriais da face, seios da face e dentes (ramo sensorial).

VI-ABDUCENTE motora Controle da movimentação do globo ocular.

VII-FACIAL mistaControle dos músculos faciais – mímica facial (ramo motor);Percepção gustativa no terço anterior da língua (ramo sensorial).

VIII-VESTÍBULO-COCLEAR sensitiva

Percepção postural originária do labirinto (ramo vestibular);Percepção auditiva (ramo coclear).

IX-GLOSSOFARÍNGEO mista Percepção gustativa no terço posterior da língua, percepções sensoriais da

faringe, laringe e palato.

X-VAGO mista Percepções sensoriais da orelha, faringe, laringe, tórax e vísceras. Inervação das vísceras torácicas e abdominais.

XI-ACESSÓRIO motora Controle motor da faringe, laringe, palato, dos músculos esternocleidomastóideo e trapézio.

XII-HIPOGLOSSO motora Controle dos músculos da faringe, da laringe e da língua.

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Imagem: AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues. Conceitos de Biologia. São Paulo, Ed. Moderna, 2001. vol. 2.

 Os 31 pares de nervos raquidianos que saem da medula relacionam-se com os músculos

esqueléticos. Eles se formam a partir de duas raízes que saem lateralmente da medula: a raiz posterior ou dorsal, que é sensitiva, e a raiz anterior ou ventral, que é motora. Essas raízes se unem logo após saírem da medula. Desse modo, os nervos raquidianos são todos mistos. Os corpos dos neurônios que formam as fibras sensitivas dos nervos sensitivos situam-se próximo à medula, porém fora dela, reunindo-se em estruturas especiais chamadas gânglios espinhais. Os corpos celulares dos neurônios que formam as fibras motoras localizam-se na medula. De acordo com as regiões da coluna vertebral, os 31 pares de nervos raquidianos distribuem-se da seguinte forma:

Oito pares de nervos cervicais; Doze pares de nervos dorsais; Cinco pares de nervos lombares;

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Seis pares de nervos sagrados ou sacrais.

O conjunto de nervos cranianos e raquidianos forma o sistema nervoso periférico.Com base na sua estrutura e função, o sistema nervoso periférico pode ainda subdividir-se

em duas partes: o sistema nervoso somático e o sistema nervoso autônomo ou de vida vegetativa.

As ações voluntárias resultam da contração de músculos estriados esqueléticos, que estão sob o controle do sistema nervoso periférico voluntário ou somático. Já as ações involuntárias resultam da contração das musculaturas lisa e cardíaca, controladas pelo sistema nervoso periférico autônomo, também chamado involuntário ou visceral.

O SNP Voluntário ou Somático tem por função reagir a estímulos provenientes do ambiente externo. Ele é constituído por fibras motoras que conduzem impulsos do sistema nervoso central aos músculos esqueléticos. O corpo celular de uma fibra motora do SNP voluntário fica localizado dentro do SNC e o axônio vai diretamente do encéfalo ou da medula até o órgão que inerva.

O SNP Autônomo ou Visceral, como o próprio nome diz, funciona independentemente de nossa vontade e tem por função regular o ambiente interno do corpo, controlando a atividade dos sistemas digestório, cardiovascular, excretor e endócrino. Ele contém fibras nervosas que conduzem impulsos do sistema nervoso central aos músculos lisos das vísceras e à musculatura do coração. Um nervo motor do SNP autônomo difere de um nervo motor do SNP voluntário pelo fato de conter dois tipos de neurônios, um neurônio pré-ganglionar e outro pós-ganglionar. O corpo celular do neurônio pré-ganglionar fica localizado dentro do SNC e seu axônio vai até um gânglio, onde o impulso nervoso é transmitido sinapticamente ao neurônio pós-ganglionar. O corpo celular do neurônio pós-ganglionar fica no interior do gânglio nervoso e seu axônio conduz o estímulo nervoso até o órgão efetuador, que pode ser um músculo liso ou cardíaco.

O sistema nervoso autônomo compõe-se de três partes:

Dois ramos nervosos situados ao lado da coluna vertebral. Esses ramos são formados por pequenas dilatações denominadas gânglios, num total de 23 pares.

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Um conjunto de nervos que liga os gânglios nervosos aos diversos órgãos de nutrição, como o estômago, o coração e os pulmões.

Um conjunto de nervos comunicantes que ligam os gânglios aos nervos raquidianos, fazendo com que o sistema autônomo não seja totalmente independente do sistema nervoso cefalorraquidiano.  

Imagem: LOPES, SÔNIA. Bio 2. São Paulo, Ed. Saraiva, 2002.

CAPÍTULO IX

SISTEMA ENDÓCRINO

As atividades das diferentes partes do corpo estão integradas pelo sistema nervoso e os hormônios do sistema endócrino. As glândulas do sistema endócrino secretam hormônios que difundem ou são  transportados pela corrente circulatória a outras células do organismo, regulando suas necessidades.

Dá-se o nome de sistema endócrino ao conjunto de órgãos que apresentam como atividade característica a produção de secreções denominadas hormônios, que são lançados na corrente sangüínea e irão atuar em outra parte do organismo, controlando ou auxiliando o controle de sua função. Os órgãos que têm sua função controlada e/ou regulada pelos hormônios são denominados órgãos-alvo. 

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A secreção se verifica mediante glândulas diferenciadas, as quais podem ser exócrinas (de secreção externa) ou endócrinas (de secreção interna). Chamamos glândulas exócrinas as que são providas de um conduto pelo  qual vertem ao exterior o produto de sua atividade secretora, tais como o fígado, as glândulas salivares e as sudoríparas. E as glândulas endócrinas são aquelas que carecem de um conduto excretor e, portanto vertem diretamente no sangue seu conteúdo, como por exemplo, a tiróide, o timo, etc. Existem, além disso, as mistas que produzem secreções internas e externas, como ocorre com o pâncreas (que produz suco pancreático e insulina) e o fígado.

As glândulas endócrinas são capazes de elaborar complexas substâncias com os ingredientes que extraem do sangue e da linfa. Estes compostos, os hormônios, possuem qualidades altamente específicas. Cada glândula endócrina fabrica seu produto ou produtos característicos dotados de propriedades físicas, fisiológicas ou farmacológicas especiais. Hormônio: é uma substância secretada por células de uma parte do corpo que passa a outra parte, onde atua pouca concentração regulando o crescimento ou a atividade das células. No sistema endócrino distinguimos 3 partes: célula secretora, mecanismo de transporte e célula branca, cada uma caracterizada  por sua maior ou menor especificação. Geralmente cada hormônio é sintetizado por um tipo específico de células.

Principais órgãos que compõem o Sistema Endócrino:

Imagem: AVANCINI & FAVARETTO. Biologia – Uma abordagem evolutiva e ecológica. Vol. 2. São Paulo, Ed. Moderna, 1997.

Hipófise ou pituitária

Situa-se na base do encéfalo, em uma cavidade do osso esfenóide chamada tela túrcica. Nos seres humanos tem o tamanho aproximado de um grão de ervilha e possui duas partes: o lobo anterior (ou adenohipófise) e o lobo posterior (ou neurohipófise).

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Porção anterior: Na adenohipófise se separam os hormônios: a) somatrotofina ou hormônio do crescimento: estimulação corporal, ao exercer sua ação sobre as cartilagens de crescimento dos ossos; modifica o metabolismo de gorduras, proteínas e hidratos de carbono. b) adrenocorticotrófico (ACTH) estimula a secreção dos hormônios córtico suprarenais. c) hormônio folículo estimulante (FSH): estimula a formação do folículo de Graaf do ovário e dos túbulos seminíferos do testículo. d) hormônio luteinizante: regula a produção e liberação de estrogênios e progesterona pelo ovário e de testosterona pelo testículo. e) prolactina: mantém a secreção de estrogênios e progesterona, estimula a secreção do leite através das mamas. f) Tirotrofina: estimula a tiróides e a formação de tiroxina. Porção intermédia: a) intermedina ou estimuladora de melanócitos (MSH): regula a distribuição dos pigmentos. Lóbulo posterior: a) occitocina: atua a nível do útero favorecendo as contrações no momento do parto e a nível mamário facilitando a secreção do leite. b) vasopresina: estimula a contração dos músculos lisos; ação antidiurética sobre os túbulos dos rins.

Imagem: CÉSAR & CEZAR. Biologia 2. São Paulo, Ed Saraiva, 2002

A extirpação desta glândula e a diminuição da liberação destes hormônios produzem o nanismo, e sua hipertrofia, o gigantismo; de seu lóbulo posterior se extrai a pituitina, que exerce sua ação sobre a tensão sangüínea; e a glândula PINEAL OU EPÍFISE  (que não se extrai da hipófise por ser uma glândula independente) situada sobre o terceiro ventrículo e em frente os tubérculos quadrigêmeos, e que se extirpado numa criança, lhe provoca madureza corporal precoce, e um  desenvolvimento intelectual antecipado (crianças prodígio).

Hipotálamo

  Localizado no cérebro diretamente acima da hipófise, é conhecido por exercer controle sobre ela por meios de conexões neurais e substâncias semelhantes a hormônios chamados fatores desencadeadores (ou de liberação), o meio pelo qual o sistema nervoso controla o comportamento sexual via sistema endócrino.

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O hipotálamo estimula a glândula hipófise a liberar os hormônios gonadotróficos (FSH e LH),

Como a hipófise secreta hormônios que controlam outras glândulas e está subordinada, por sua vez, ao sistema nervoso, pode-se dizer que o sistema endócrino é subordinado ao nervoso e que o hipotálamo é o mediador entre esses dois sistemas.

Imagem: CÉSAR & CEZAR. Biologia 2. São Paulo, Ed Saraiva, 2002

O hipotálamo também produz outros fatores de liberação que atuam sobre a adenohipófise, estimulando ou inibindo suas secreções. Produz também os hormônios occitocina e ADH (antidiurético), armazenados e secretados pela neurohipófise.

As Paratireóides

As paratireóides: são quatro massas de tecidos do tamanho de uma ervilha pequena, espalhadas na parte anterior e posterior da tireóide. Hormônio paratireóide: intervêm na regulação do metabolismo do cálcio, controlando o equilíbrio cálcio-fósforo em nível dos ossos, sangue e rins. Sua extirpação ou lesão provoca a tetania, que pode asfixiar ao paciente.

Tireóide

A glândula tireóide: formada por 2 lóbulos e localizada no pescoço a cada lado da traquéia; tem  um risco sangüíneo extraordinariamente rico. Os hormônios que segrega são: a) toroxina: contém grande quantidade de iodo. Acelera os processos oxidativos liberadores de energia em todos os tecidos corporais, aumenta a atividade de diversas enzimas que intervêm no metabolismo dos carboidratos e na fosforização oxidativa. Por seus efeitos metabólicos, a tiroxina influi extraordinariamente no crescimento corporal, e no desenvolvimento do sistema nervoso de relação. Sua inflamação produz "Bócio"; se extirpado  num adulto, origina debilidade muscular, inchação da pele, etc., e  no caso de uma criança lhe sobrevêm, além do mais, deformação física e deficiência mental, degenerando o raquitismo, nanismo ou cretinismo. b) calcitonina: atua com o hormônio paratireóide para regular a concentração de cálcio no sangue. Seus efeitos se unem aos do hormônio paratireóide. Inibe a reabsorção óssea, e diminui  a concentração de cálcio no sangue e líquidos corporais.

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Timo

O timo:  encontra-se situado na frente do coração. O timo é relacionado fundamentalmente com a imunidade e aos poucos com o crescimento orgânico;  pensou-se que elabora um hormônio estimulante do desenvolvimento. Sua extirpação retarda o desenvolvimento do esqueleto da criança (raquitismo) que pode degenerar em imbecilidade. È um órgão que decresce com a idade.

Pâncreas

É uma glândula mista ou anfícrina – apresenta determinadas regiões endócrinas e determinadas regiões exócrinas (da porção secretora partem dutos que lançam as secreções para o interior da cavidade intestinal) ao mesmo tempo. As chamadas ilhotas de Langerhans são a porção endócrina, onde estão as células que secretam os dois hormônios: insulina e glucagon, que atuam no metabolismo da glicose.

O pâncreas encontra-se na parte superior da cavidade abdominal, estendido ao longo da borda inferior do estômago. Quando tem um funcionamento defeituoso, impede que seu hormônio, a insulina, possa chegar ao sangue; por isso não há combinação de oxigênio com a glucose, a qual permanece inalterada aumentando sua quantidade e provocando, como conseqüência, a diabetes.

Imagem traduzida: www.mds.qmw.ac.uk/.../ glands/Pancreas.htm

Adrenais e Suprarenais

As glândulas supra-renais estão situadas no extremo superior de cada rim. Diferenciamos nelas duas porções totalmente independentes: as medidas supra-renais que secretam adrenalina e noradrenalina e o Cortez adrenal que secreta os esteróides córtico suprarenais. Medula suprarenais: a) adrenalina: reforça a ação do sistema simpático já que promove várias respostas úteis para as urgências: se eleva a pressão arterial, a freqüência cardíaca aumenta, se eleva o conteúdo de glucose no sangue, se contrai o baço e libera uma reserva armazenada no sangue, se reduz o tempo de

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coagulação do sangue, se dilatam as pupilas e se contraem  os músculos que põem eretos os pêlos, proporcionando uma pele protetora mais espessa aos mamíferos providos de pele. b) noradrenalina: constringe os vasos arteriais. Córtex suprarenal: é composta por três capas de células, e secreta: a) glucocorticóides: como o cortisol que estimula a conversão de aminoácidos em glucose. b) mineralocorticóides: como aldosterona, que regulam o conteúdo de sódio e potássio nos líquidos extracelulares, favorecendo a reabsorção de sódio pelos os túbulos renais. c) andrógeno: como a delidroepiandrosterona, androsterona e androstendiona.

Testículos

Testículos: são as gônadas masculinas. Cada testículo é composto por um emaranhado de tubos, os ductos seminíferos Esses ductos são formados pelas células de Sértoli (ou de sustento) e pelo epitélio germinativo, onde ocorrerá a formação dos espermatozóides. Em meio aos ductos seminíferos, as células intersticiais ou de Leydig (nomenclatura antiga) produzem  os hormônios sexuais masculinos, sobretudo a testosterona, responsáveis pelo desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos e dos caracteres sexuais secundários:

Estimulam os folículos pilosos para que façam crescer a barba masculina e o pêlo pubiano. Estimulam o crescimento das glândulas sebáceas e a elaboração do sebo. Produzem o aumento de massa muscular nas crianças durante a puberdade, pelo aumento do

tamanho das fibras musculares. Ampliam a laringe e tornam mais grave a voz. Fazem com que o desenvolvimento da massa óssea seja maior, protegendo contra a

osteoporose. Epidídimos: são dois tubos enovelados que partem dos testículos, onde os espermatozóides são armazenados.

Canais deferentes: são dois tubos que partem dos testículos, circundam a bexiga urinária e unem-se ao ducto ejaculatório, onde desembocam as vesículas seminais. 

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Ovários

Ovários: são as gônadas femininas. Produzem estrógeno e progesterona, hormônios sexuais femininos que serão vistos mais adiante.

No final do desenvolvimento embrionário de uma menina, ela já tem todas as células que irão transformar-se em gametas nos seus dois ovários. Estas células - os  ovócitos primários -  encontram-se dentro de estruturas denominadas folículos de Graaf  ou folículos ovarianos. A partir da adolescência, sob ação hormonal, os folículos ovarianos começam a crescer e a desenvolver. Os folículos em desenvolvimento secretam o hormônio estrógeno.

O gameta feminino liberado na superfície de um dos ovários é recolhido por finas terminações das tubas uterinas - as fímbrias.   Na mulher, as fontes principais de hormônios sexuais femininos são as células que revestem o folículo ovário e as do corpo amarelo, formadas destas células depois da ovulação. Tanto umas como as outras ocasionam as diferenças morfológicas, fisiológicas e psíquicas chamadas "caracteres sexuais secundários". A extirpação destas glândulas foi comprovada que o transplante de hormônios inverte, temporariamente ou definitivamente, os caracteres de sexualidade, dando homens imberbes e com um ar afeminado, e mulheres com pilosidades no rosto, etc... Atuam com baixa concentração.

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CAPÍTULO X

SISTEMA CIRCULATÓRIO/CARDIOVASCULAR

O sistema cardiovascular ou circulatório é uma vasta rede de tubos de vários tipos e calibres, que põe em comunicação todas as partes do corpo. Dentro desses tubos circula o sangue, impulsionado pelas contrações rítmicas do coração.

1. Funções do sistema cardiovascularO sistema circulatório permite que algumas atividades sejam executadas com grande

eficiência: Transporte de gases Transporte de nutrientes Transporte de resíduos metabólicos Transporte de hormônios Intercâmbio de materiais Transporte de calor Distribuição de mecanismos de defesa Coagulação sangüínea

2. Componentes do Sistema Cardiovascular

Os principais componentes do sistema circulatório são: coração, vasos sangüíneos e sangue.

2.1. CoraçãoO coração é um órgão muscular oco que se localiza no meio do peito, sob o osso esterno,

ligeiramente deslocado para a esquerda. Em uma pessoa adulta, tem o tamanho aproximado de um punho fechado e pesa cerca de 400 gramas.

O coração humano, como o dos demais mamíferos, apresenta quatro cavidades: duas superiores, denominadas átrios (ou aurículas) e duas inferiores, denominadas ventrículos. O átrio direito comunica-se com o ventrículo direito através da válvula tricúspide. O átrio esquerdo, por sua vez, comunica-se com o ventrículo esquerdo através da válvula bicúspide ou mitral. A função das válvulas cardíacas é garantir que o sangue siga uma única direção, sempre dos átrios para os ventrículos.

As câmaras cardíacas contraem-se e dilatam-se alternadamente 70 vezes por minuto, em média. O processo de contração de cada câmara do miocárdio (músculo cardíaco) denomina-se sístole. O relaxamento, que acontece entre uma sístole e a seguinte, é a diástole.

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2.1.1 Controle Nervoso do CoraçãoEmbora o coração possua seus próprios sistemas intrínsecos de controle e possa continuar a

operar, sem quaisquer influências nervosas, a eficácia da ação cardíaca pode ser muito modificada pelos impulsos reguladores do sistema nervoso central. O sistema nervoso é conectado com o coração através de dois grupos diferentes de nervos, os sistemas parassimpático e simpático.

A estimulação parassimpática diminui todas as atividades do coração. Usualmente, a função cardíaca é reduzida pelo parassimpático durante o período de repouso, juntamente com o restante do corpo. Isso talvez ajude a preservar os recursos do coração; pois, durante os períodos de repouso, indubitavelmente há um menor desgaste do órgão.

A estimulação simpática aumenta a atividade cardíaca como bomba, algumas vezes aumentando a capacidade de bombear sangue em até 100 por cento. Esse efeito é necessário quando um indivíduo é submetido a situações de estresse, tais como exercício, doença, calor excessivo, ou outras condições que exigem um rápido fluxo sangüíneo através do sistema circulatório.

3. Circulação Pulmonar e Circulação Sistêmica

A circulação sangüínea humana pode ser dividida em dois grandes circuitos: um leva sangue aos pulmões, para oxigená-lo, e outro leva sangue oxigenado a todas as células do corpo. Por isso se diz que nossa circulação é dupla. O trajeto “coração (ventrículo direito) → pulmões → coração (átrio esquerdo)” é denominado circulação pulmonar ou pequena circulação. O trajeto “coração (ventrículo esquerdo) → sistemas corporais → coração (átrio direito)” é denominado circulação sistêmica ou grande circulação. 3.1 Circulação pulmonar:

Ventrículo direito → artéria pulmonar → pulmões → veias pulmonares → átrio esquerdo.3.2 Circulação sistêmica:

Ventrículo esquerdo → artéria aorta → sistemas corporais → veias cavas → átrio direito.

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Imagem: CD O CORPO HUMANO 2.0. Globo Multimídia.

4. Morfologia dos Vasos Sanguíneos

Os vasos sangüíneos são de três tipos básicos: artérias, veias e capilares.a- Artérias: são vasos de parede espessa que saem do coração levando sangue para os órgãos e tecidos do corpo. Compõem-se de três camadas: a mais interna, chamada endotélio, formada por uma única camada de células achatadas; a mediana, constituída por tecido muscular liso; a mais externa, formada por tecido conjuntivo, rico em fibras elásticas.b- Capilares sangüíneos: são vasos de pequeno calibre que ligam as extremidades das arteríolas às extremidades das vênulas. A parede dos capilares possui uma única camada de células, correspondente ao endotélio das artérias e veias.c- Veias: são vasos que chegam ao coração, trazendo o sangue dos órgãos e tecidos. A parede das veias, como a das artérias, também é formada por três camadas. A diferença, porém, é que a camada muscular e a conjuntiva são menos espessas que suas correspondentes arteriais. Além disso, diferentemente das artérias, as veias de maior calibre apresentam válvulas em seu interior, que impedem o refluxo de sangue e garante sua circulação em um único sentido.

CAPÍTULO XI

SISTEMA RESPIRATÓRIO

O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões e por vários órgãos que conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares. Esses órgãos são as fossas nasais, a

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boca, a faringe, a laringe, a traquéia, os brônquios, os bronquíolos e os alvéolos, os três últimos localizados nos pulmões.

Fossas nasais: são duas cavidades paralelas que começam nas narinas e terminam na faringe. Elas são separadas uma da outra por uma parede cartilaginosa denominada septo nasal. Em seu interior há dobras chamadas cornetos nasais, que forçam o ar a turbilhonar. Possuem um revestimento dotado de células produtoras de muco e células ciliadas, também presentes nas porções inferiores das vias aéreas, como traquéia, brônquios e porção inicial dos bronquíolos. No teto das fossas nasais existem células sensoriais, responsáveis pelo sentido do olfato. Têm as funções de filtrar, umedecer e aquecer o ar.Faringe: é um canal comum aos sistemas digestório e respiratório e comunica-se com a boca e com as fossas nasais. O ar inspirado pelas narinas ou pela boca passa necessariamente pela faringe, antes de atingir a laringe.

Laringe: é um tubo sustentado por peças de cartilagem articuladas, situado na parte superior do pescoço, em continuação à faringe. O pomo-de-adão, saliência que aparece no pescoço, faz parte de uma das peças cartilaginosas da laringe.

A entrada da laringe chama-se glote. Acima dela existe uma espécie de “lingüeta” de cartilagem denominada epiglote, que funciona como válvula. Quando nos alimentamos, a laringe

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sobe e sua entrada é fechada pela epiglote. Isso impede que o alimento ingerido penetre nas vias respiratórias.

O epitélio que reveste a laringe apresenta pregas, as cordas vocais, capazes de produzir sons durante a passagem de ar.Traquéia: é um tubo de aproximadamente 1,5 cm de diâmetro por 10-12 centímetros de comprimento, cujas paredes são reforçadas por anéis cartilaginosos. Bifurca-se na sua região inferior, originando os brônquios, que penetram nos pulmões. Seu epitélio de revestimento muco-ciliar adere partículas de poeira e bactérias presentes em suspensão no ar inalado, que são posteriormente varridas para fora (graças ao movimento dos cílios) e engolidas ou expelidas. 

Pulmões: Os pulmões humanos são órgãos esponjosos, com aproximadamente 25 cm de comprimento, sendo envolvidos por uma membrana serosa denominada pleura. Nos pulmões os brônquios ramificam-se profusamente, dando origem a tubos cada vez mais finos, os bronquíolos. O conjunto altamente ramificado de bronquíolos é a árvore brônquica ou árvore respiratória.

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Cada bronquíolo termina em pequenas bolsas formadas por células epiteliais achatadas (tecido epitelial pavimentoso) recobertas por capilares sangüíneos, denominadas alvéolos pulmonares.

Diafragma: A base de cada pulmão apóia-se no diafragma, órgão músculo-membranoso que separa o tórax do abdômen, presente apenas em mamíferos, promovendo, juntamente com os músculos intercostais, os movimentos respiratórios.  Localizado logo acima do estômago, o nervo frênico controla os movimentos do diafragma.

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