Abaourre (Ed. Moderna) Questões Enem e Vestibular

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PREPARE-SE: VESTIBULAR E ENEM 106 UNIDADE 2 1 (Enem) O termo (ou expressão) destacado que está em- pregado em seu sentido próprio, denotativo, ocorre em a) [....] É de laço e de nó De gibeira o jiló Dessa vida, cumprida a sol [....] TEIXEIRA, Renato. Romaria. Kuarup Discos, set. 1992. b) Protegendo os inocentes é que Deus, sábio demais, põe cenários diferentes nas impressões digitais. N. S. CARVALHO, Maria. Evangelho da trova. s. n. b. c) O dicionário-padrão da língua e os dicionários unilíngues são os tipos mais comuns de dicionários. Em nossos dias, eles se tornaram um objeto de consumo obrigatório para as nações civilizadas e desenvolvidas. CAMARGO BIDERMAN, Maria T. O dicionário-padrão da língua. Alfa (28), 2743, 1974 Supl. d) Das frases abaixo, indique a opção em que a palavra “sentido” tem o mesmo significado que tem na fala do soldado. a) Sentido com o que lhe fizeram, não os procurou mais. b) Sua decisão apressada não revela muito sentido. c) Ninguém compreendeu o sentido de sua atitude. d) O caminho bifurca-se em dois sentidos. e) Muitos escritores buscam o sentido das coisas. 4 (Ufscar-SP) A Unidade Ortográfica Velhíssima questão a da unidade ortográfica do portu- guês usado no Brasil e em Portugal. Que a prosódia seja diferente, é natural. Num país imenso como o nosso, há diversas formas de pronunciar as palavras, e o próprio vocabulário admite expressões regionais — o mesmo acontecendo com todas as línguas do mundo. O diabo é a grafia, sobre a qual os portugueses não abrem mão de escrever “director”, por exemplo. Não é o mesmo caso de “facto” e “fato”, que têm significações diferentes e, com boa vontade, podemos compreender a insistência dos portugueses em se referir à roupa e ao acontecimento. Arnaldo Niskier, quando presidente da Academia Brasileira de Letras, conseguiu acordo com a Academia de Ciências de Lisboa, assinaram-se tratados com a aprovação dos governos do Brasil e de Portugal. O acordo previa o consenso de todos os países lusófonos. Na época, somen- te os dois principais interessados estavam em condições de obter um projeto comum — mais tarde, Cabo Verde também toparia. Numa das últimas sessões da ABL, Sérgio Paulo Roua- net, Alberto da Costa e Silva e Evanildo Bechara trouxeram o problema ao plenário — um dos temas recorrentes da instituição é a feitura definitiva do vocabulário a ser ado- tado por todos os países de expressão portuguesa. [...] Cristão-novo nesta questão, acredito que não será para os meus dias a solução para a nossa unidade ortográfica. CONY, Carlos Heitor. Folha de S.Paulo, São Paulo, 10 ago. 2004. Assinale a alternativa que, no texto, apresenta a palavra ou expressão em destaque em uso figurado: a) Não é o mesmo caso de “facto” e “fato”, que têm significações diferentes […] b) […] com boa vontade, podemos compreender a insis- tência dos portugueses […] c) […] um dos temas recorrentes da instituição é a feitura definitiva do vocabulário […] d) Cristão-novo nesta questão […] e) Num país imenso como o nosso […] ZIRALDO. O menino maluquinho. O Globo, Rio de Janeiro, ago. 2002. e) Humorismo é a arte de fazer cócegas no raciocínio dos outros. Há duas espécies de humorismo: o trágico e o cômico. O trágico é o que não consegue fazer rir; o cô- mico é o que é verdadeiramente trágico para se fazer. ELIACHAR, Leon. Disponível em: <www.mercadolivre.com.br> Acesso em: jul. 2005. 2 (Fuvest-SP) A palavra assinalada no trecho que devia ser sua colaboradora na vida de Dona Plácida mantém uma relação sinonímica com a palavra dia(s) em: a) “um dia, (...) viu entrar a dama”. b) “Viu-a outros dias”. c) “ao acender os altares, nos dias de festa”. d) “podia dizer aos autores de seus dias”. e) “até acabar um dia na lama”. 3 (ITA-SP) Na tirinha de Caco Galhardo, a palavra “sen- tido” assume duas acepções. GALHARDO, Caco. Os pescoçudos. Folha de S.Paulo, São Paulo, 2 jun. 2004. ZIRALDO ALVES PINTO CACO GALHARDO Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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PREPARE-SE: VESTIBULAR E ENEM

106 unidade 2

1 (Enem) O termo (ou expressão) destacado que está em-pregado em seu sentido próprio, denotativo, ocorre em

a) [....] É de laço e de nó De gibeira o jiló Dessa vida, cumprida a sol [....]

Teixeira, renato. romaria. Kuarup Discos, set. 1992.

b) Protegendo os inocentes é que Deus, sábio demais, põe cenários diferentes nas impressões digitais.

N. S. Carvalho, Maria. evangelho da trova. s. n. b.

c) o dicionário-padrão da língua e os dicionários unilíngues são os tipos mais comuns de dicionários. em nossos dias, eles se tornaram um objeto de consumo obrigatório para as nações civilizadas e desenvolvidas.

CaMargo BiDerMaN, Maria T. o dicionário-padrão da língua. alfa (28), 2743, 1974 Supl.

d)

Das frases abaixo, indique a opção em que a palavra “sentido” tem o mesmo significado que tem na fala do soldado.

a) Sentido com o que lhe fizeram, não os procurou mais.b) Sua decisão apressada não revela muito sentido.c) Ninguém compreendeu o sentido de sua atitude.d) O caminho bifurca-se em dois sentidos.e) Muitos escritores buscam o sentido das coisas.

4 (Ufscar-SP)

a Unidade ortográfica

velhíssima questão a da unidade ortográfica do portu-guês usado no Brasil e em Portugal. Que a prosódia seja diferente, é natural. Num país imenso como o nosso, há diversas formas de pronunciar as palavras, e o próprio vocabulário admite expressões regionais — o mesmo acontecendo com todas as línguas do mundo.

o diabo é a grafia, sobre a qual os portugueses não abrem mão de escrever “director”, por exemplo. Não é o mesmo caso de “facto” e “fato”, que têm significações diferentes e, com boa vontade, podemos compreender a insistência dos portugueses em se referir à roupa e ao acontecimento.

arnaldo Niskier, quando presidente da academia Brasileira de letras, conseguiu acordo com a academia de Ciências de lisboa, assinaram-se tratados com a aprovação dos governos do Brasil e de Portugal. o acordo previa o consenso de todos os países lusófonos. Na época, somen-te os dois principais interessados estavam em condições de obter um projeto comum — mais tarde, Cabo verde também toparia.

Numa das últimas sessões da aBl, Sérgio Paulo roua-net, alberto da Costa e Silva e evanildo Bechara trouxeram o problema ao plenário — um dos temas recorrentes da instituição é a feitura definitiva do vocabulário a ser ado-tado por todos os países de expressão portuguesa. [...]

Cristão-novo nesta questão, acredito que não será para os meus dias a solução para a nossa unidade ortográfica.

CoNy, Carlos heitor. Folha de S.Paulo, São Paulo, 10 ago. 2004.

Assinale a alternativa que, no texto, apresenta a palavra ou expressão em destaque em uso figurado:

a) Não é o mesmo caso de “facto” e “fato”, que têm significações diferentes […]

b) […] com boa vontade, podemos compreender a insis-tência dos portugueses […]

c) […] um dos temas recorrentes da instituição é a feitura definitiva do vocabulário […]

d) Cristão-novo nesta questão […]e) Num país imenso como o nosso […]

ZiralDo. o menino maluquinho. o globo, rio de Janeiro, ago. 2002.

e) humorismo é a arte de fazer cócegas no raciocínio dos outros. há duas espécies de humorismo: o trágico e o cômico. o trágico é o que não consegue fazer rir; o cô-mico é o que é verdadeiramente trágico para se fazer.

eliaChar, leon. Disponível em: <www.mercadolivre.com.br> acesso em: jul. 2005.

2 (Fuvest-SP) A palavra assinalada no trecho que devia ser sua colaboradora na vida de Dona Plácida mantém uma relação sinonímica com a palavra dia(s) em:

a) “um dia, (...) viu entrar a dama”.b) “Viu-a outros dias”.c) “ao acender os altares, nos dias de festa”.d) “podia dizer aos autores de seus dias”.e) “até acabar um dia na lama”.

3 (ITA-SP) Na tirinha de Caco Galhardo, a palavra “sen-tido” assume duas acepções.

galharDo, Caco. os pescoçudos. Folha de S.Paulo, São Paulo, 2 jun. 2004.

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8 (Ufal-AL) Explique o significado da palavra ferro nas seguintes frases:

a) As grades da varanda são de ferro.b) O homem demonstrou uma vontade de ferro.c) Tirou-lhe a vida o ferro assassino.

Com base na verificação do significado, identifique o sentido em que a palavra ferro está empregada em cada uma das frases.

9 (ITA-SP) Considere as frases abaixo.

I. De um político a outro: “Com o meu passado, aceito qualquer presente.” (Millôr Fernandes)

II. Ferroviário morto saca dinheiro da conta […]. o quê? Morto saca dinheiro vivo? (José Simão)

III. Navegar é preciso, viver é impreciso. (Millôr Fernandes)

IV. Uma voz quente deixava Maria gelada.

No contexto de qual(is) frase(s), os termos destacados funcionam como antônimos?

a) apenas em I.b) apenas em II.c) apenas em III.d) apenas em II, III e IV.e) em todas.

10 (Unicamp-SP) Na primeira página da Folha de S.Paulo de 22 de outubro de 2004, encontramos uma sequên-cia de fotos acompanhada de uma legenda cujo título é: “A queda de Fidel”. No texto da legenda, o jornal explica:

o ditador cubano, Fidel Castro, 78, se desequilibra e cai após discursar em praça de Santa Clara (Cuba), em evento transmitido ao vivo pela Tv; logo depois, ele disse achar que havia quebrado o joelho e talvez um braço, mas que estava “inteiro”; mais tarde, o governo divulgou que Fidel fraturou o joelho esquerdo e teve fissura do braço direito.

a) O que a leitura desse título provoca? Por quê?b) Proponha um outro título para a legenda. Justifique.

(UFMS-MS adaptada) Cinquenta anos após a morte de Getúlio Vargas, a revista Istoé (25/08/04) publicou o que seria a “verdadeira” carta-testamento do ex-presidente, que, até então, permanecera em poder de sua família. Reproduzimos, a seguir, esse documento. Leia-o, com atenção, para responder à questão 11.

Carta de despedida

Deixo à sanha dos meus inimigos o legado da minha morte.

levo o pesar de não haver podido fazer, por este bom e generoso povo brasileiro e principalmente pelos mais necessitados, todo o bem que pretendia.

a mentira, a calúnia, as mais torpes invencionices foram geradas pela malignidade de rancorosos e gratui-tos inimigos numa publicidade dirigida, sistemática e escandalosa.

(Uerj-RJ) Com base na propaganda abaixo, responda às questões de números 5 e 6.

22 o anuário. São Paulo: Clube de Criação de São Paulo, 1997. p. 203.

5 O anúncio, concebido para uma campanha contra drogas, utiliza pouco a linguagem verbal. Entretanto, o elemento verbal utilizado nesse anúncio ganha força pela seguinte razão:

a) explora o campo sonoro da língua, desvinculando a imagem do som

b) é ambivalente, evocando a designação de uma droga e as consequências de seu uso

c) constitui um neologismo, levando ao estranhamento do receptor e à aversão às drogas

d) apresenta clareza, evidenciando as marcas do desola-mento e da solidão no rosto da pessoa retratada

6 O emprego de ponto ao final da palavra crack, no anúncio, é um recurso utilizado para mostrar que:

a) a legenda constitui enunciado completo, expressando ideia de princípio, meio e fim.

b) a mensagem tem caráter moralizante, ressaltando o potencial destrutivo das drogas.

c) a construção fere a norma padrão da língua, enfatizando o impacto da mensagem.

d) a palavra adquire valor onomatopeico, reproduzindo o som da fratura presente na imagem.

7 (Unicamp-SP) Por ocasião da comemoração do dia dos professores, no mês de outubro de 2003, foi veiculada a seguinte propaganda, assinada por uma grande corporação de ensino:

Parabéns [Pl. de parabém] S. m. pl. 1. Felicitações, congratulações. 2. oxítona terminada em ens, sempre acentuada. acentuam-se também as terminadas em a, as, e, es, o, os, e em.

Para a homenagem ao Dia do Professor ser completa, a gente precisava ensinar alguma coisa.

a) Observe os itens 1 e 2 do verbete Parabéns no interior do quadro. Há diferenças entre eles. Aponte-as.

b) Levando em conta o enunciado que está abaixo do quadro, a quem se dirige essa propaganda?

c) Diferentes imagens da educação escolar sustentam essa propaganda. Indique pelo menos duas dessas imagens.

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108 unidade 2

prepare-se: vestibular e enem

acrescente-se a fraqueza de amigos que não me defen-deram nas posições que ocupavam, a felonia de hipócritas e traidores a quem beneficiei com honras e mercês e a insensibilidade moral de sicários que entreguei à Justiça, contribuindo todos para criar um falso ambiente na opi-nião pública do país, contra a minha pessoa.

Se a simples renúncia ao posto a que fui elevado pelo sufrágio do povo me permitisse viver esquecido e tran-quilo no chão da Pátria, de bom grado renunciaria. Mas tal renúncia daria apenas ensejo para com mais fúria, perseguirem-me e humilharem. Querem destruir-me a qualquer preço. Tornei-me perigoso aos poderosos do dia e às castas privilegiadas. velho e cansado, preferi ir prestar contas ao Senhor, não de crimes que não co-meti, mas de poderosos interesses que contrariei, ora porque se opunham aos próprios interesses nacionais, ora porque exploravam, impiedosamente, aos pobres e aos humildes.

Só Deus sabe das minhas amarguras e sofrimentos. Que o sangue de um inocente sirva para aplacar a ira dos fariseus.

agradeço aos que de perto ou de longe trouxeram-me o conforto de sua amizade.

a resposta do povo virá mais tarde...geTúlio vargaS

11 Levando em conta o contexto em que aparecem os termos em destaque das frases abaixo, assinale a(s) alternativa(s) em que o sinônimo apresentado mostra- -se adequado.

a) Deixo à sanha dos meus inimigos, o legado da minha morte. = culpa.

b) A mentira, a calúnia, as mais torpes invencionices foram geradas... = infames.

c) ... ao posto em que fui elevado pelo sufrágio do povo... = gratidão.

d) ... hipócritas e traidores a quem beneficiei com honras e mercês... = afagos.

e) Tornei-me perigoso aos poderosos do dia e às castas privilegiadas. = classes.

12 (Unifenas-MG adaptada) Observe: Os alunos disseram aos professores que estavam com a razão.

Explicite as interpretações possíveis provocadas pela ambi-guidade do período acima.

13 (Unicamp-SP)

Na tira de Garfield, a comicidade se dá por uma dupla possibilidade de leitura.

a) Explicite as duas leituras possíveis e explique como se constrói cada uma delas.

b) Use vírgula(s) para discernir uma leitura da outra.

14 (ITA-SP) Assinale a opção em que a ambiguidade ou o efeito cômico não decorre da ordem dos termos.

a) O estudo analisou, por 16 anos, hábitos como caminhar e subir escadas de homens com idade média de 58 anos. (Folha de S.Paulo, 19 out. 2000. Equilíbrio.)

b) Andando pela zona rural do litoral norte, facilmente se encontram casas de veraneio e moradores de alto padrão. (Folha de S.Paulo, 26 jan. 2003.)

c) Atendimento preferencial para: idosos, gestantes, defi-cientes, crianças de colo. (Placa sobre um dos caixas de um banco.)

d) Temos vaga para rapaz com refeição. (Placa em frente a uma casa em Campinas, SP.)

e) Detido acusado de furtos de processos. (Folha de S. Paulo, 8 jul. 2000.)

15 (Enem)

Cidade grande

Que beleza, Montes Claros.Como cresceu Montes Claros.Quanta indústria em Montes Claros.Montes Claros cresceu tanto,ficou urbe tão notória,prima-rica do rio de Janeiro,que já tem cinco favelaspor enquanto, e mais promete.

CarloS DrUMMoND De aNDraDe

Entre os recursos expressivos empregados no texto, des-taca-se a

a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria linguagem.

b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos.

c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica.

d) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo.

e) prosopopeia, que consiste em personificar coisas inani-madas, atribuindo-lhes vida.

DaviS, Jim. garfield. Folha de S.Paulo, São Paulo, 11 out. 2004.

Garfield Jim Davis

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HaGar Dik Browne

BrowNe, Dik. hagar. Folha de S.Paulo, São Paulo, 26 fev. 2003.

Na tira acima, há quatro personagens: (da esquerda para a direita) Ed Sortudo, Hagar, o velhi-nho Verg e (no 2o quadro) um garçom.

Assinale a afirmação incorreta:

a) Devido a uma elipse (pelo fato de ele não ter concluído a frase), há uma ambiguidade na fala de Hagar;

b) Hagar teve a intenção de perguntar: “Como ele consegue (beber dois martínis por dia com essa idade)?”;

c) Ed Sortudo deve ter completado a pergunta da seguinte forma: “Como ele consegue (beber)?”;d) A graça da tira baseia-se no fato de Ed Sortudo responder a Hagar com um pleonasmo;e) O vocábulo pra, no último quadrinho, é um exemplo de linguagem coloquial.

18 (Unicamp-SP) Na sua coluna diária do jornal Folha de S.Paulo de 17 de agosto de 2005, José Simão escreve: “No Brasil nem a esquerda é direita!”.

a) Nessa afirmação, a polissemia da língua produz ironia. Em que palavras está ancorada essa ironia?

b) Quais os sentidos de cada uma das palavras envolvidas na polissemia acima referida?c) Comparando a afirmação “No Brasil nem a esquerda é direita” com “No Brasil a esquerda não

é direita”, qual a diferença de sentido estabelecida pela substituição de nem por não?

19 (ITA-SP)

BrowNe, Dik. hagar. Folha de S.Paulo, São Paulo, 1o out. 2001.

HaGar Dik Browne

16 (ITA-SP) A manchete abaixo apresenta ambiguidade sintática, que é desfeita pelo conteúdo do texto que lhe segue.

reino Unido pode taxar fast food contra obesidade

o reino Unido estuda cobrar taxa de empresas de fast food para financiar instalações esportivas e o combate à obesidade. Segundo um relatório, a obesidade no país cresceu quase 400% em 25 anos, e, se continuar aumentando, pode superar o cigarro como maior causa de mortes prematuras. governo e empresas locais têm sido criticados por não combaterem o problema.

Folha de S.Paulo, São Paulo, 7 jun. 2004.

a) Quais as interpretacões sugeridas pela manchete?b) Qual dessas interpretações prevalece na notícia?

17 (ESPM-SP)

a) O que há de engraçado nesse diálogo?b) Qual a marca linguística que permite o efeito cômico?

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110 unidade 2

prepare-se: vestibular e enem

20 (Enem) Nesta tirinha, a personagem faz referência a uma das mais conhecidas figuras de linguagem para

ThaveS, Bob. Frank & ernest.

BoB THaves Frank & Ernest

a) condenar a prática de exercícios físicos.b) valorizar aspectos da vida moderna.c) desestimular o uso das bicicletas.d) caracterizar o diálogo entre gerações.e) criticar a falta de perspectiva do pai.

21 (Ufal-AL)

a onda andaaonde andaa onda?a onda aindaainda andaaonde?aonde?a onda anda.

BaNDeira, Manuel. Poesia completa e prosa. rio de Janeiro: Nova aguilar, 1977.

a) Identifique a figura de linguagem empregada nos versos de Manuel Bandeira.

b) Justifique sua resposta.

22 (Enem) Ferreira Gullar, um dos grandes poetas bra-sileiros da atualidade, é autor de “Bicho urbano”, poema sobre a sua relação com as pequenas e grandes cidades.

Bicho urbano

Se disser que prefiro morar em Pirapemasou em outra qualquer pequena cidade do paísestou mentindoainda que lá se possa de manhãlavar o rosto no orvalhoe o pão preserve aquele brancosabor de alvorada.[...]a natureza me assusta.Com seus matos sombrios suas águassuas aves que são como apariçõesme assusta quase tanto quantoesse abismode gases e de estrelasaberto sob minha cabeça.

gUllar, Ferreira. Toda poesia. rio de Janeiro: José olympio, 1991.

Embora não opte por viver numa pequena cidade, o poeta reconhece elementos de valor no cotidiano das peque-

nas comunidades. Para expressar a relação do homem com alguns desses elementos, ele recorre à sinestesia, construção de linguagem em que se mesclam impressões sensoriais diversas. Assinale a opção em que se observa esse recurso.

a) “e o pão preserve aquele branco / sabor de alvorada.”b) “ainda que lá se possa de manhã / lavar o rosto no

orvalho”c) “A natureza me assusta. / Com seus matos sombrios

suas águas”d) “suas aves que são como aparições / me assusta quase

tanto quanto”e) “me assusta quase tanto quanto / esse abismo / de gases

e de estrelas”

23 (ESPM-SP) Leia o poema:

Poema dos olhos da amada

1 Ó minha amada 2 Que os olhos teus 3 São cais noturnos 4 Cheios de adeus 5 São docas mansas 6 Trilhando luzes 7 Que brilham longe 8 longe nos breus… 9 Ó minha amada 10 Que olhos os teus 11 Quanto mistério 12 Nos olhos teus 13 Quantos saveiros 14 Quantos navios 15 Quantos naufrágios 16 Nos olhos teus…

viNíCiUS De MoraiS

A invocação da amada (v.1), a associação dos olhos com o cais (v. 2 e 3), a qualidade atribuída às docas (v. 5) e a repetição do vocábulo quantos (v. 13, 14 e 15) compõem respectivamente as seguintes figuras de linguagem:

a) apóstrofe; metáfora; prosopopeia; anáfora.b) paradoxo; catacrese; metonímia; polissíndeto.c) eufemismo; metáfora, personificação; aliteração.d) apóstrofe; comparação; personificação; pleonasmo.e) aliteração; hipérbole; prosopopeia; anáfora.

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prepare-se: vestibular e enem

24 (Unifenas-MG)

Ninguém coça as costas da cadeira.Ninguém chupa a manga da camisa. [...]

JoSÉ PaUlo PaeS

Na composição do excerto, o poeta emprega termos figu-rados por falta de palavras mais apropriadas. A figura de linguagem em questão é a:

a) catacrese.b) sinestesia.c) metáfora.d) metonímia.e) perífrase.

25 (ESPM-SP) A redundância (ou o pleonasmo vicioso), que é a repetição desnecessária da ideia, só não está presente na opção:

a) Após marcarem a data do casamento, os noivos faziam planos para o futuro.

b) O novo governo prometeu criar 8 milhões de novos empregos.

c) No dia de seu aniversário, a esposa teve uma surpresa inesperada.

d) A apresentadora de TV vestia um vestido amarelo.e) Todos foram unânimes em condenar a filha que assas-

sinou os pais.

26 (FUVEST-SP) Leia o seguinte texto:

os irmãos villas Bôas não conseguiram criar, como que-riam, outros parques indígenas em outras áreas. Mas o que criaram dura até hoje, neste país juncado de ruínas novas.

a) Identifique o recurso expressivo de natureza semântica presente na expressão ruínas novas.

b) Que prática brasileira é criticada no trecho “país juncado (= coberto) de ruínas novas”?

(Uerj-RJ adaptada) Com base no texto a seguir, responda à questão 27.

olhos de ressaca

enfim, chegou a hora da encomendação e da partida. Sancha quis despedir-se do marido, e o desespero daquele lance consternou a todos. Muitos homens choravam tam-bém, as mulheres todas. Só Capitu, amparando a viúva, parecia vencer-se a si mesma. Consolava a outra, queria arrancá-la dali. a confusão era geral. No meio dela, Capitu olhou alguns instantes para o cadáver tão fixa, tão apai-xonadamente fixa, que não admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas.

as minhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela; Capitu enxugou-as depressa, olhando a furto para a gente que estava na sala. redobrou de carícias para a amiga, e quis levá-la; mas o cadáver parece que a retinha também. Mo-mento houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunto, quais os da viúva, sem o pranto nem palavras desta, mas grandes e abertos, como a vaga do mar lá fora, como se quisesse tragar também o nadador da manhã.

aSSiS, Machado de. Dom Casmurro. Capítulo 123. São Paulo: Martin Claret, 2004.

27 [...] não admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas.

As minhas cessaram logo.

Nessa passagem, encontra-se um recurso de coesão textual em que o termo destacado é retomado por meio de elipse.

Esse mesmo recurso é empregado em:

a) “...quis despedir-se do marido, e o desespero daquele lance consternou a todos.”

b) “Muitos homens choravam também, as mulheres todas.”c) “Redobrou de carícias para a amiga, e quis levá-la;...”d) “... quais os da viúva, sem o pranto nem palavras

desta,...”

28 (Unesp-SP)

Navio negreiro

[...]

vi

existe um povo que a bandeira emprestaP’ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...e deixa-a transformar-se nessa festaem manto impuro de bacante fria!...Meu Deus! Meu Deus! Mas que bandeira é estaQue impudente na gávea tripudia?!...Silêncio!... Musa! Chora, chora tanto,Que o pavilhão se lave no teu pranto...

auriverde pendão de minha terra,Que a brisa do Brasil beija e balança,estandarte que a luz do sol encerra,e as promessas divinas da esperança...Tu, que da liberdade após a guerra,Foste hasteado dos heróis na lança,antes te houvessem roto na batalha,Que servires a um povo de mortalha!...

Fatalidade atroz que a mente esmaga!...extingue nesta hora o brigue imundoo trilho que Colombo abriu na vagaComo um íris no pélago profundo!...... Mas é infâmia demais... Da etérea plagalevantai-vos, heróis do Novo Mundo...andrada! arranca este pendão dos ares!...Colombo! Fecha a porta de teus mares!...

CaSTro alveS

Na 2a estrofe, o enunciador do texto identifica o povo a quem pertence a bandeira que está hasteada na gávea (mastro real) do navio. Tomando por base essa 2a estrofe:

a) Identifique dois sinônimos empregados pelo enun-ciador em substituição ao vocábulo “bandeira”. Identifique ainda um terceiro termo, em sentido metafórico, empregado para designar e qualificar a mesma bandeira.

b) Que figura de linguagem é utilizada pelo poeta no 2o

verso dessa estrofe? Em que consiste essa figura?

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Page 7: Abaourre (Ed. Moderna) Questões Enem e Vestibular

112 unidade 2

prepare-se: vestibular e enem

29 (Mackenzie-SP)

Breve história do tique

a palavra parece nascida da linguagem dos desenhos animados. Segundo alguns, sua clara origem onomatopai-ca derivaria do alemão ticken, que significa “tocar ligeira-mente”, ou de um termo da medicina veterinária que, já no século xvii, associava ticq e ticquet a um fenômeno no qual os cavalos sofrem uma súbita suspensão da respiração, seguida por um ruído: uma espécie de soluço que produz no animal comportamentos estranhos e sofrimento. Daí a extensão a várias manifestações que têm em comum a rapidez, o caráter repetitivo e pouco controlável e a piora em situação de stress.

roSella CaSTelNUovo

Infere-se do texto que

a) palavras de origem onomatopaica costumam ser empre-gadas em desenhos animados.

b) as onomatopeias são criadas exclusivamente a partir do sentido do tato.

c) tique é hoje uma palavra de uso mais restrito do que o apresentado originalmente.

d) a palavra tique deixou de nomear as manifestações observadas no século XVII.

e) os tiques são manifestações de intensidade constante e independente de contexto.

30 (Enem) Oxímoro (ou paradoxo) é uma construção textual que agrupa significados que se excluem mutuamente. Para Garfield, a frase de saudação de Jon (tirinha abai-xo) expressa o maior de todos os oxímoros.

Nas alternativas abaixo, estão transcritos versos retirados do poema “O operário em construção”. Pode-se afirmar que ocorre um oxímoro em

a) era ele que erguia casas onde antes só havia chão.b) ... a casa que ele fazia Sendo a sua liberdade era a sua escravidão.c) Naquela casa vazia Que ele mesmo levantara Um mundo novo nascia De que sequer suspeitava.d) ... o operário faz a coisa e a coisa faz o operário.e) ele, um humilde operário Um operário que sabia exercer a profissão.

MoraiS, vinícius de. antologia poética. São Paulo: Companhia das letras, 1992.

31 (Fuvest-SP)Memorial do convento

Sentaram-se todos em redor da merenda, metendo a mão no cesto, à vez sem outro resguardar de conveniências que não atropelar os dedos dos outros, agora o cepo que é a mão de Baltazar, cascosa como um tronco de oliveira, depois a mão eclesiástica e macia do padre Bartolomeu lourenço, a mão exata de Scarlatti, enfim Blimunda, mão discreta e maltratada, com as unhas sujas de quem veio da horta e andou a sachar antes de apanhar as cerejas.

JoSÉ SaraMago

Qual é a figura de linguagem que o narrador utiliza para mar-car as diferenças de nível e grupo social das personagens?

DaviS, Jim. garfield. Folha de S.Paulo, 31 jul. 2000.

Garfield Jim Davis

2006

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