ABACAXI
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Embrapa Mandioca e Fruticultura
Sistema de Produção, 14
ISSN 1678-8796 Versão eletrônica
Dez/2003
Cultura do abacaxi na Região de Itaberaba, em Condições de
SequeiroGetulio Augusto Pinto da Cunha
Início
Importância econômicaClimaSolosAdubaçãoCultivaresMudas e sementesPlantioIrrigaçãoTratos culturaisPlantas daninhasDoençasPragasUso de agrotóxicos
Colheita e pós-colheita Exploração da socaProcessamentoMercado e comercializaçãoCoeficientes técnicosReferências bibliográficasGlossário
Expediente
Plantas Daninhas
Manter a lavoura livre de plantas daninhas, sobretudo durante os primeiros seismeses após o plantio. 0 controle do mato pode ser feito por meio de capinasmanuais (enxada), cultivos à tração animal (salvo em solos virgens, de primeiroplantio, para evitar prejudicar a sua estrutura), uso de cobertura morta ("mulch")e de herbicidas.
A depender da intensidade de infestação por plantas daninhas, são necessárias deoito a 12 capinas manuais durante o primeiro ciclo da cultura. Cultivos à traçãoanimal nas entrelinhas podem ser feitos durante os primeiros meses após o plantiodo abacaxi, sendo complementados por capinas manuais nas linhas de plantio.Durante as capinas manuais, e logo após as adubações, deve-se chegar terra àsplantas (amontoa) – prática indispensável para a região do semi-árido, evitando-se, porém, que caia terra no centro da roseta foliar.
Desde que esteja disponível na propriedade ou na região, a palha seca de diversosprodutos (milho, feijão etc.), ou os restos culturais (folhas) do próprio abacaxizeiropodem ser distribuídos de modo uniforme sobre a superfície do solo, sobretudo nasentrelinhas de plantio. Esta cobertura morta, além de reduzir o aparecimento deplantas daninhas, limita a erosão, diminui a perda de nutrientes por lixiviação,aumenta o teor de matéria orgânica e conserva a umidade do solo.
0 uso de herbicidas permite a redução das exigências em mão-de-obra e é ummétodo de controle do mato mais eficiente que a capina manual, principalmentedurante períodos chuvosos, quando o mato cresce muito rápido. Em geral, osherbicidas disponíveis para a cultura do abacaxi são do tipo pré-emergente (emrelação ao mato), devendo ser aplicados sobre o solo úmido, sendo, portanto, deuso restrito a períodos chuvosos. Nas áreas cobertas com estes herbicidas não sepode cultivar feijão e outras culturas sensíveis. Se o produtor optar pelo controlequímico do mato, ele deve procurar orientação técnica adequada, pois aplicaçõesinapropriadas podem resultar em danos às plantas cultivadas e ao solo.
Os herbicidas seletivos para a cultura do abacaxi e registrados junto ao Ministériode Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (MAPA) encontram-se naTabela 1.
Tabela 1. Herbicidas registrados para a cultura do abacaxizeiro no Sistema de Informaçõessobre Agrotóxicos (SIA), 2003.
Produto comercial (p. c.)
IngredienteAtivo
Grupoquímico
Formulaçãodo p. c.1
Doses (kgou L do p.
c./ha)
Ametrina Agripec, Herbipak 500BR, Metrimex 500 SC
Ametrina Triazina SC 500 4,0 – 8,0
Metrimex Ametrina Triazina WP 800 2,0 – 4,0
Atrazinax 500, Herbitrin 500 BR,Siptran 500
Atrazina Triazina SC 500 4,0 – 8,0
Siptran 800 PM Atrazina Triazina WP 800 4,0 – 8,0
Cention, Direx 500, Diurex Agricur500, Diuron 500, Diuron 500Milenia, Herburon 500 BR
Diuron Uréia SC 500 3,2 – 6,4
Diuromex, Diuron Nortox, Karmx,Karmex 800, Netun 800
Diuron Uréia WP 800 ouSC 800 ouWG 800
2,0 – 4,0
Herbazin 500 BR Simazina Triazina SC 500 3,0 – 6,5
Simetrex SC Ametrina +Simazina
Triazina SC 500 (250 +250)
4,0 – 8,0
Extrazin SC, Triamex 500 SC Atrazina +Simazina
Triazina +Triazina
SC 500 (250 +250)
3,6 – 7,2
Krovar Bromacil +Diuron
Uracila +Uréia
WG 800 (400+ 400)
2,0 – 4,0
Gramocil* Diuron +Paraquat
Uréia +Bipiridílio
SC 300 (100 +200)
2,0 – 3,0
1 SC = solução concentrada; WP = pó molhável; WG = granulado dispersível
Os herbicidas, na sua maioria, pertencem à classe toxicológica III.
*Aplicação em pós-emergência com jato dirigido ao mato.
Os demais herbicidas são aplicados em pré-emergência do mato, isso é, em sololimpo, ou, no mais tardar, em pós-emergência precoce (fase inicial decrescimento), sempre em pulverização uniforme sobre o solo úmido, utilizando-sede 300 a 600 litros de água por hectare. Usar bicos em leque (por exemplo, Teejet80.02 a 80.04), mantidos a 30-50 cm acima do solo. Recomenda-se adicionar um
espalhante adesivo (10 mL litro-1 de água) na pulverização em pós-emergência.
Usar as concentrações baixas em solos arenosos e as mais altas em solos argilososou com alto teor de matéria orgânica. Quando as aplicações se restringem àsentrelinhas, as doses têm que ser reduzidas proporcionalmente à diminuição daárea coberta pelo herbicida (em geral, cerca de 50% da área total).
Mesmo que se use o controle químico do mato, capinas manuais complementaresserão necessárias, visando limpar o solo para as aplicações de herbicida, acobertura de adubos e a amontoa.
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