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Profª Mary Meürer - [email protected] | Universidade do Vale do Itajaí | Curso de Design Gráfico site da disciplina: www.aulad.com.br | Se o material for reproduzido a fonte deve ser citada. 15 A7 - Design nos EUA Aula 7 - Design nos EUA 1. O Designer e o diretor de arte Com o avanço do capitalismo, principalmente nos EUA a partir da década de 1930, o mercado editorial, principalmente o de revistas populares, teve grande crescimento. Essas revistas abriam espaço para novos recursos de layout, ilustrações e fotomontagens, tanto em suas matérias quanto em seus anúncios. À medida que o jornalismo e a publicidade passaram a depender cada vez mais de imagens - o elemento artístico -, sua reprodução e layout tornaram-se responsabilidade de um diretor de arte. (HOLLIS, 2000) Os americanos detacam-se cada vez mais na atividade comercial, mas é na Europa que eles buscam a cultura moderna e a sofisticação. Por isso torna-se freqüente a contratação de artistas, ilustradores e “designers” europeus por empresas americanas. 1.1 Mehemed Fehmy Agha (1896-1978) Entre os talentos descobertos na Europa está o russo Agha, contratado em 1929 para ser diretor de arte das revistas Vogue, House and Garden e Vanity Fair, do grupo Condé Nast. Agha inovou na diagramação das revistas usando recursos como: • Páginas duplas - extendendo elementos como fotos e textos de uma página a outra. • Fotos sangradas - que vão até a borda da página. • Fotos em duotone - tons duplos. • Em 1932 usou pela primeira vez uma foto totalmente colorida na Vogue. Página dupla da revista Vanity Fair, 1936 As capas da revista Vanity Fair eram produzidas por ilustradores e pintores, pois Agha acreditava que o trabalho do diretor de arte deveria restringir-se apenas a parte interna. O diretor de arte planeja, coordena e ensaia, mas não atua; pelo menos não em público. (AGHA) Capa de revista Vanity Fair 1.2 Norman Rockwell (1894-1978) O talento do ilustrador americano foi destaque em revistas como “The Saturday Evening Post”. Na época a fotografia ainda deixava muito a desejar no que diz respeito a cor e nitidez, abrindo espaço para as ilustrações “fotográficas” de artistas como Rockwell. Capa ilustrada por Rockwell - 1941

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1.2 Norman Rockwell (1894-1978) Com o avanço do capitalismo, principalmente nos EUA a partir da década de 1930, o mercado editorial, principalmente o de revistas populares, teve grande crescimento. • Páginas duplas - extendendo elementos como fotos e textos de uma página a outra. Entre os talentos descobertos na Europa está o russo Agha, contratado em 1929 para ser diretor de arte das revistas Vogue, House and Garden e Vanity Fair, do grupo Condé Nast. Capa de revista Vanity Fair

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site da disciplina: www.aulad.com.br | Se o material for reproduzido a fonte deve ser citada.15A7 - Design nos EUA

Aula 7 - Design nos EUA

1. O Designer e o diretor de arte

Com o avanço do capitalismo, principalmente nos EUA a partir da década de 1930, o mercado editorial, principalmente o de revistas populares, teve grande crescimento.

Essas revistas abriam espaço para novos recursos de layout, ilustrações e fotomontagens, tanto em suas matérias quanto em seus anúncios.

À medida que o jornalismo e a publicidade passaram a depender cada vez mais de imagens - o elemento artístico -, sua reprodução e layout tornaram-se responsabilidade de um diretor de arte. (HOLLIS, 2000)

Os americanos detacam-se cada vez mais na atividade comercial, mas é na Europa que eles buscam a cultura moderna e a sofisticação. Por isso torna-se freqüente a contratação de artistas, ilustradores e “designers” europeus por empresas americanas.

1.1 Mehemed Fehmy Agha (1896-1978) Entre os talentos descobertos na Europa está o russo Agha, contratado em 1929 para ser diretor de arte das revistas Vogue, House and Garden e Vanity Fair, do grupo Condé Nast.

Agha inovou na diagramação das revistas usando recursos como:

• Páginas duplas - extendendo elementos como fotos e textos de uma página a outra.

• Fotos sangradas - que vão até a borda da página.

• Fotos em duotone - tons duplos.

• Em 1932 usou pela primeira vez uma foto totalmente colorida na Vogue.

Página dupla da revista Vanity Fair, 1936

As capas da revista Vanity Fair eram produzidas por ilustradores e pintores, pois Agha acreditava que o trabalho do diretor de arte deveria restringir-se apenas a parte interna.

O diretor de arte planeja, coordena e ensaia, mas não atua; pelo menos não em público. (AGHA)

Capa de revista Vanity Fair

1.2 Norman Rockwell (1894-1978)

O talento do ilustrador americano foi destaque em revistas como “The Saturday Evening Post”.

Na época a fotografia ainda deixava muito a desejar no que diz respeito a cor e nitidez, abrindo espaço para as ilustrações “fotográficas” de artistas como Rockwell.

Capa ilustrada por Rockwell - 1941

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1.3 Alexey Brodovitch (1898-1971)

Designer russo que migrou para os Estados Unidos em 1930, assumindo a direção de arte da Harper´s Bazaar.

Assim como Agha, também inovou na diagramação da revista e privilegiou artistas renomados, como Cassandre, em suas capas.

Harper´s Bazaar - 1938

A direção de arte foi uma contribuição espeficamente americana ao design gráfico. (HOLLIS, 2000)

1.4 Lester Beall (1903-1969)

Designer americano autodidata que destacou-se na criação de anúncios. Por volta de 1927 já trabalhava em Chicago como designer de anúncios autônomo, mas a consagração de seu trabalho veio em 1937, em Nova York.

Foi um dos primeiros americanos a ter seu trabalho publicado na revista alemã Gebraunchsgraphik. Também em 1937 os posters criados para Companhia Rural Elétrica foram expostos no Museu de Arte Moderna.

1.5 Paul Rand (1914-1996)

Designer americano diretor das revistas Esquire e Apparel Arts. Fez também diversas capas para a Direc-tion.

Em suas capas, e na capa da revista bimensal Direction, Rand afirmava estar - tentando fazer o trabalho que faziam Van Doesburg, Léger e Picasso - trabalhar com o espírito deles. (HOLLIS, 2000)

Seu trabalho é conhecido mundialmente até hoje, principalmente pela criação de marcas para grandes empresas, como a IBM.

Rand criou a marca da IBM e toda a sua identidade corporativa, baseado nas diretrizes do Estilo Interna-cional, em 1956.

A idéia é se comunicar com culturas e línguas diferentes através de um design de proposta universalizante, onde o Estilo Internacional promete ser essa solução.(MEGGS, 1997 apud KOPP, 2004)

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1.6 Raymond Loewy (1893-1986)

Designer francês que construiu grande parte de sua carreira nos Estados Unidos, para ele “a América parecia ser um lugar incrivelmente maravilhoso, viril e moderno”.

Um de seus trabalhos mais conhecidos é a marca da empresa Shell, criada em 1967.

Mas a atuação de Loewy não foi apenas como designer gráfico, ele desenvolveu também projetos de design de produto e automobilístico.

1.6.1 O caso Lucky Strike

O redesenho da embalagem de cigarros, feito em 1940, é um ótimo exemplo da visão ampla do designer.

Loewy observou fatores importantes como o odor da tinta usada na impressão da embalagem, custos de produção e exposição da marca e apresentou soluções simples e eficientes, que vão muito além da questão estética.

Essas observações simples e prosaicas refletem uma preocupação com o processo de impressão, com a imagem do produto (ao colocá-la de ambos os lados do maço, ele duplicou sua exposição) e com a resposta do consumidor (o maço branco, segundo o artista, sugere frescor e pureza na fabricação.(HOLLIS, 2000)

2. Referências Bibliográficas

HOLLIS, Richard. Design gráfico: uma história concisa. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

KOPP, Rudnei. Design Gráfico Cambiante. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2004.