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28/05/14 1 Letramento e Alfabetização Tema 6: O Construtivismo na Alfabetização: Aquisição da Leitura e Escrita Prof.ª Kate Oliveira Kumada Introdução Uma das grandes contribuições do construtivismo foi descentralizar o enfoque do processo de aprendizagem da leitura e da escrita dos métodos e situá-lo no sujeito que aprende. Fonte: http://www.freeimages.com/photo/ 826952 Nesta aula você aprenderá: Sobre o Construtivismo: As contribuições de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky nos estudos sobre a aquisição da língua escrita. Os níveis de aprendizagem da escrita (pré-silábico; silábico; alfabético; ortográfico).

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Letramento e Alfabetização Tema 6: O Construtivismo na Alfabetização: Aquisição da Leitura e Escrita

Prof.ª Kate Oliveira Kumada

Introdução

•  Uma das grandes contr ibuições do construtivismo foi descentralizar o enfoque do processo de aprendizagem da leitura e da escrita dos métodos e situá-lo no sujeito que aprende.

Fonte: http://www.freeimages.com/photo/826952

Nesta aula você aprenderá:

•  Sobre o Construtivismo: •  As contribuições de Emilia Ferreiro e

Ana Teberosky nos estudos sobre a aquisição da língua escrita.

•  Os níveis de aprendizagem da escrita (pré-silábico; silábico; alfabético; ortográfico).

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Emília Ferreiro e o Construtivismo

Ferreiro utilizou seus conhecimentos sobre a teoria piagetiana para investigar o campo da aquisição da escrita pela criança.

Alfabetização era o tema mais polêmico na época.

Após o doutorado em Genebra, na área da psicogenética, Ferreiro retornou à Argentina.

Psicogênese da língua escrita (Ferreiro e Teberosky, 1986)

•  Diferença entre a escrita e o desenho: •  A criança ainda não associa a escrita à

linguagem. •  Considera que a escrita é semelhante ao

desenho (representa um objeto).

Fonte: http://www.freeimages.com/photo/323146

Psicogênese da Língua Escrita

•  Hipótese do nome •  A escrita representa o nome do objeto

desenhado. •  Interpretação da escrita ainda guarda relação

com a representação icônica (algumas crianças começam a aceitar que o escrito não depende de um desenho, mas da significação de um adulto. Resistência em aceitar a representação dos verbos na escrita).

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Psicogênese da Língua Escrita

•  Conceituação

•  Criança começa a atribuir propriedade gráfica ao texto.

•  Letras ainda sem valor sonoro.

Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:A-kid-drawing-or-writing.jpg?uselang=pt-br

Psicogênese da Língua Escrita

•  Conceituação •  Elabora hipóteses sobre a escrita (o que serve

para ler): •  Quantidade mínima de letras. •  Variedade de caracteres. •  Relação entre números e letras. •  Letra cursiva e letra imprensa. •  Sinais de pontuação e letras. •  Orientação espacial da leitura.

Psicogênese da Língua Escrita

•  Valor Sonoro •  Início das hipóteses da criança sobre a relação

oralidade – escrita. •  Primeira hipótese da criança é a sílabica:

•  Uma sílaba equivale a uma letra grafada.

Fonte: http://www.freeimages.com/photo/931545

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Psicogênese da Língua Escrita

•  Hipótese Alfabética •  Compreensão de que os caracteres da escrita

equivalem a valores sonoros menores que a sílaba.

•  Iniciam-se os problemas de caráter ortográfico.

Fonte: http://www.freeimages.com/photo/549446

Tema 6: O Construtivismo na Alfabetização: Aquisição da Leitura e Escrita

Continuando

Psicogênese da Língua Escrita

•  Entre os n íve is de aprendizagem observados experimentalmente, Moreira (2009) afirma que, mesmo sem que Ferreiro e Teberosky tenham atribuído tais nomes, convencionou-se chamá-los de níveis:

Pré silábico Silábico Alfabético Ortográfico

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Nível Pré-Silábico

•  A criança já entende a diferença entre texto e imagem (icônico e não icônico), mas ainda não sabe qual símbolo (letra) representa o que deseja escrever. Assim, muitas vezes tende a utilizar letras do seu nome (ou de seu universo já conhecido).

FONTE: KUMADA, et. al. (2012)

Nível Silábico

•  A criança é estimulada pela escola e passa a ter contato com o material escrito, quando consegue identificar a relação entre o som e a grafia.

CAMELO CML

GATO AO

BINGO BO

Nível Alfabético e Nível Ortográfico

•  Alfabético: fase em que a criança compreende que cada letra corresponde a um fonema.

•  Ortográfico: distinção da grafia de fonemas semelhantes como, por exemplo, "ch" e "x“.

FONTE: KUMADA, et. al. (2012)

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A Língua Escrita para Ferreiro (2003)

•  Escrita não é um código de transcrição da oralidade. •  Não há correspondência unívoca entre

letras e fonemas. •  Há poligrafia para um mesmo fonema. •  Há polifonia para um mesmo grafema.

•  Há dificuldades que persistem mesmo após a escrita alfabética.

A Língua Escrita para Ferreiro

“A escrita nunca se limitou a transcrever os textos orais. A escrita criou uma nova retórica, um modo de ser da língua que não substitui, não ocupa o lugar do oral […] A aquisição da escrita não é a aquisição de uma técnica para transcrever a oralidade. É comprometer-se com outra retórica. É criar um novo objeto: a língua escrita”. (Ferreiro, 2001, p. 53 apud Anacleto, 2013, p. 20)

A Língua Escrita para Ferreiro

•  A escrita deve ser apresentada para a criança como objeto linguístico.

•  O sujeito é visto como ativo, define seus problemas, constrói hipóteses e estratégias para resolvê-los (Anacleto, 2013).

•  Mas a criança não aprende sozinha e sim através de práticas sociais de leitura e escrita, independentemente de seu grau de compreensão ou maturidade.

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A leitura em voz alta como prática social da escrita

•  A leitura em voz alta feita pelo adulto é uma iniciação da criança na compreensão da relação entre a escrita e a fala. Mostra ainda a diferença da fala sem o texto e de uma leitura em voz alta (Anacleto, 2013).

Fonte: http://www.freeimages.com/photo/495427

A Língua Escrita para Ferreiro

•  Segundo Soares (2013), a concepção psicogenética nega pré-requisitos para aprendizagem da escrita que caracterizam a criança pronta ou madura (remete a métodos tradicionais). A psicogenética rejeita ordem hierárquica de habilidades, defendendo que a aprendizagem ocorre por uma progressiva construção de estruturas cognitivas na relação da criança com o objeto da língua escrita.

Tema 6: O Construtivismo na Alfabetização: Aquisição da Leitura e Escrita

Agora é sua vez

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1) Analise o texto abaixo e indique em qual nível de escrita a criança autora desse texto seria classificada:

Fonte: KUMADA et. al., 2012

1) a) Nível pré-silábico. b) Nível silábico. c) Nível alfabético. d) Nível ortográfico. e) Nível silábico alfabético.

Fonte: KUMADA et. al., 2012

2) Considerando os estudos de Ferreiro, reflita sobre três hipóteses da criança sobre o que serve para ler, indicando a relevância dessa informação para o professor. Resposta: Quantidade mínima de letras; variedade de caracteres; relação entre números e letras; letra cursiva e letra imprensa; sinais de pontuação e letras; orientação espacial de leitura. As hipóteses levantadas pelas crianças demonstram que muito antes de habillidades mecânicas ou domínio do código, as crianças já são capazes de refletir sobre a função do texto (o que serve para ler) e sobre seu funcionamento (como se escreve/lê).

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3) Considerando a obra Psicogênese da Língua Escrita (Ferreiro e Teberosky, 1986), assinale V ou F: a) A hipótese do nome é a fase em que a criança entende que a escrita se refere ao nome do objeto desenhado. ( ) b) Na fase da conceituação, a escrita ainda não tem valor sonoro, mas já usa letras. ( ) c) A fase do valor sonoro marca o início das hipóteses entre a oralidade e a escrita. ( ) d) A fase da hipótese alfabética é silábica, ou seja, uma letra representa uma sílaba. ( )

4) Sobre o Construtivismo, assinale a alternativa correta: a) A leitura em voz alta confunde a criança na compreensão da relação entre fala e escrita. b) A escrita deve ser apresentada para a criança como transcrição da língua oral. c) O método é essencial no Construtivismo, pois ele é o responsável pelo sucesso da alfabetização. d) O Construtivismo nega pré-requisitos e nível de maturação para o aprendizado da escrita.

Tema 6: O Construtivismo na Alfabetização: Aquisição da Leitura e Escrita

Finalizando

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Nesta aula você aprendeu sobre:

•  O Construtivismo:

•  As influências de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky.

•  As características da aquisição e desenvolvimento da língua escrita.

•  Os níveis pré-silábico, silábico, alfabético e ortográfico (batizado através de releituras do Construtivismo).

Além disso

•  Você aprendeu que o Construtivismo considera o aluno enquanto sujeito ativo no seu processo de aprendizagem, deslocando a ênfase até então atribuída ao método.

•  Conforme Soares (2013, p. 90), o Construtivismo demonstra que “a criança é que aprende a ler e a escrever, não é o método que ensina a ler e escrever”.

Concluindo, é importante desmitificar

•  O Construtivismo não é um método de ensino. •  Métodos de ensino e processo de aprendizagem

são conceitos distintos. •  Não é necessário esperar o “amadurecimento” da

criança para a escrita.

Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Az-Writing_boy_e-citizen.jpg

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Concluindo

•  A escrita é vista como objeto linguístico e não como trascrição da oralidade.

•  A leitura e a escrita são entendidas como prática social.

Fonte: http://commons.wikimedia.org/w/index.php?title=Special%3ASearch&profile=default&search=children+writing+&fulltext=Search&uselang=pt-br

Reflexões finais

•  Para Soares (2013), as contribuições do Construtivismo já vêm exercendo nítida influência na alfabetização, no que tange ao aspecto simbólico da notação gráfica. É necessário, agora, dedicar-se à prática pedagógica do uso da língua escrita como discurso, ou seja, como atividade real de enunciação e interação (seguindo regras discursivas próprias, tais como coesão, coerência, informatividade etc).