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Como ganhar dinheiro com os torcedores Passo a Passo Interior O mercado nas capitais é grande para o segmento. Mas especialistas apontam que há oportunidades no interior, onde o torcedor tem poucas opções. Procura O tíquete médio dentro de uma loja é de R$ 70 no verão e R$ 90 no inverno, de acordo com um levantamento realizado pela SPR Franquias. Emoção Há quem invista em franquias de clubes diferentes. Os consultores, porém, indicam: na hora de escolher a bandeira da loja, melhor optar pelo clube do coração. Variações O resultado do time impacta a loja, que vende 20% a mais ou a menos, conforme o desempenho durante as competições. O consultor Amir Somoggi, es- pecializado em analisar o mer- cado do futebol, acredita que as franquias oferecidas por clu- bes de futebol devem ganhar espaço nos próximos anos até porque os times do País ainda não exploram todo o potencial de receita proveniente do licen- ciamento de produtos. Você aplicaria o seu dinheiro nessas franquias? Acho um bom negócio. Claro, o empresário tem que olhar o contrato e ver se ele garante a continuidade do negócio por- que o ambiente do futebol não é estável como ambientes cor- porativos tradicionais. Mas o negócio parece promissor. Por que você acredita nele? A carência do torcedor por pro- dutos é grande. Eu sei que me- nos de 30% dos torcedores se dizem consumidores de produ- tos oficiais dos clubes. O mer- cado de camisas piratas domi- na 50% das vendas de camisas de futebol. Então, há muito o que crescer nesse segmento. Pesquise Antes de optar pela franquia de um clube, saiba sobre o tamanho e os hábitos da torcida. Alguns clubes já fazem esse tipo de mapeamento. Apostar no futebol é boa alternativa é o espaço mínimo necessário para abrir uma unidade. Esse tamanho, porém, não ultrapassa 100 metros quadrados. 1 Renato Jakitas Ganhar dinheiro com o futebol, mas sem entrar em campo, cui- dar da forma física ou apurar fundamentos técnicos e táticos. Já tem empresário no Brasil que vive essa realidade. Eles são, em geral, comerciantes que apostaram em um novo filão de mercado que consolida-se nos últimos anos: as franquias de lo- jas oficiais de clubes de futebol. O movimento é encampado por clubes de ponta como Co- rinthians, São Paulo, Vasco e Grêmio, mas até o final do ano entram em campo Botafogo, In- ternacional e Cruzeiro – o trio já anunciou seus projetos. San- tos e Palmeiras ainda negociam o melhor formato para seus em- preendimentos. As lojas que já funcionam têm entre 70 e 100 metros qua- drados, apostam na variedade de produtos e apresentam novi- dades para o consumidor a ca- da trimestre. Ficou interessa- do? Para abrir uma franquia se- rá preciso investir aproximada- mente R$ 200 mil e o fatura- mento é de R$ 80 mil. Início O Corinthians protagonizou os primeiros lances no setor. Em junho de 2008, o clube fechou contrato com uma franqueado- ra para o início da rede Podero- so Timão. Por quase dois anos a equipe reinou sozinha, até o anúncio das operações do rival São Paulo, com a São Paulo Ma- nia. Em seguida vieram as lojas do Vasco e Grêmio. “Se você me perguntar se es- perávamos esse sucesso todo a resposta é não”, analisa Pedro Grzywacz, presidente da SPR Franquias. A empresa recebeu do Corinthians a incumbência de administrar a empreitada. Mas para viabilizar o projeto, o clube precisou antes negociar concessões com a Nike, que for- nece o material esportivo da equipe. A multinacional norte- americana teve de permitir que a SPR fabricasse itens de vestuá- rio que seriam vendidos exclusi- vamente nas lojas da rede. A Nike topou e o Corinthians turbinou sua receita com licen- ciamento – saltou de R$ 300 mil em 2007 para R$ 14 milhões no ano passado. Metade desse dinheiro vem dos royalties co- brados pela licença da rede Po- deroso Timão. “Pagamos R$ 3 milhões em adiantamento de ro- yalties e podemos administrar cada franquia aberta por dez anos”, explica Pedro. A SPR funciona como a fran- queadora master, o elo entre os clubes e os empreendedores. Um deles é Luciano Vasconce- los Guimarães. Ele poupou di- nheiro durante nove anos, tem- po em que atuou como advoga- do, até abrir sua primeira fran- quia Poderoso Timão na Rua Augusta, em São Paulo. Ele gostou e, no final de 2011, abriu outra loja, desta vez na Avenida Faria Lima. Nos próxi- mos meses, pretende investir em outras duas. “Quando come- çou aquele ‘boom’ da classe C pensei em entrar nesse nicho. Comecei a frequentar shop- pings e avaliei abrir uma fran- quia de alimentação, uma loja das Havaianas. Mas quando vi a loja do Corinthians, analisei o mercado e optei por esse negó- cio”, afirma o empreendedor. A Meltex é outra empresa que atua no segmento e admi- nistra a rede do Grêmio, que se chama Grêmio Mania. O contra- to vale por seis anos. Segundo Paulo Cesar Verardi, executivo de marketing do clube gaúcho, o plano é inaugurar aproximada- mente 100 lojas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso e em outras re- giões onde exista grande con- centração de torcedores gremis- tas, inclusive no Mercosul. 4 é a quantia média necessária para adquirir uma das lojas que já funcionam no País. 3 2 Embora desponte promissor, vender para o fã de futebol é, na verdade, um negócio repleto de particularidades. Leia dicas colhidas com especialistas para não errar na escolha. ENTREVISTA 70 m² 123 ‘A carência por produtos é grande’ 5 Amir Somoggi, consultor esportivo da BDO Brazil R$ 200 mil Referência. Munhoz (dir.) ao lado de um dos seus funcionários mais antigos, Everaldo Martins PATRÍCIA CRUZ/AE IVAN SEKRETAREV/AP Pequena e média empresa, a Localiza vai com vocês. Seja qual for o tamanho da sua empresa, ela pode contar com a maior rede de aluguel de carros da América Latina para crescer com economia e exibilidade. A Localiza tem a solução de que sua empresa precisa. Ligue e comprove: 0800 707 1250 www.localiza.com/empresa LocalizaEmpresa solution Grandes clubes como São Paulo, Corinthians, Grêmio e Vasco já têm opções de franquias para empreendedores O que fazer para faturar no segmento NÚMEROS Opção. Mercado que lida com a paixão dos torcedores atraiu o empreendedor Luciano Guimarães (direita), que precisou economizar durante nove anos para tornar-se dono do próprio negócio A utilização deste artigo é exclusiva para fins educacionais.

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X6 Pequenas e Médias Empresas QUARTA-FEIRA, 27 DE JUNHO DE 2012 O ESTADO DE S. PAULO

Como ganhardinheiro comos torcedores

Passo a Passo

● InteriorO mercado nascapitais é grandepara o segmento.Mas especialistasapontam que háoportunidadesno interior, ondeo torcedor tempoucas opções.

● ProcuraO tíquete médiodentro de umaloja é de R$ 70no verão e R$ 90no inverno, deacordo com umlevantamentorealizado pelaSPR Franquias.

● EmoçãoHá quem invistaem franquias declubes diferentes.Os consultores,porém, indicam: nahora de escolher abandeira da loja,melhor optar peloclube do coração.

● VariaçõesO resultado dotime impacta aloja, que vende20% a maisou a menos,conforme odesempenhodurante ascompetições.

O consultor Amir Somoggi, es-pecializado em analisar o mer-cado do futebol, acredita queas franquias oferecidas por clu-bes de futebol devem ganharespaço nos próximos anos atéporque os times do País aindanão exploram todo o potencialde receita proveniente do licen-ciamento de produtos.

● Você aplicaria o seu dinheironessas franquias?Acho um bom negócio. Claro,o empresário tem que olhar ocontrato e ver se ele garante acontinuidade do negócio por-que o ambiente do futebol nãoé estável como ambientes cor-porativos tradicionais. Mas onegócio parece promissor.

● Por que você acredita nele?A carência do torcedor por pro-dutos é grande. Eu sei que me-nos de 30% dos torcedores sedizem consumidores de produ-tos oficiais dos clubes. O mer-cado de camisas piratas domi-na 50% das vendas de camisasde futebol. Então, há muito oque crescer nesse segmento.

● PesquiseAntes de optarpela franquia deum clube, saibasobre o tamanhoe os hábitos datorcida. Algunsclubes já fazemesse tipo demapeamento.

PME

Apostarnofuteboléboa alternativa

é o espaço mínimo necessáriopara abrir uma unidade. Essetamanho, porém, não ultrapassa100 metros quadrados.

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Renato Jakitas

Ganhar dinheiro com o futebol,mas sem entrar em campo, cui-dar da forma física ou apurarfundamentos técnicos e táticos.Já tem empresário no Brasilque vive essa realidade. Elessão, em geral, comerciantes queapostaram em um novo filão de

mercado que consolida-se nosúltimos anos: as franquias de lo-jas oficiais de clubes de futebol.

O movimento é encampadopor clubes de ponta como Co-rinthians, São Paulo, Vasco eGrêmio, mas até o final do anoentram em campo Botafogo, In-ternacional e Cruzeiro – o triojá anunciou seus projetos. San-tos e Palmeiras ainda negociamo melhor formato para seus em-preendimentos.

As lojas que já funcionamtêm entre 70 e 100 metros qua-drados, apostam na variedadede produtos e apresentam novi-dades para o consumidor a ca-

da trimestre. Ficou interessa-do? Para abrir uma franquia se-rá preciso investir aproximada-mente R$ 200 mil e o fatura-mento é de R$ 80 mil.

InícioO Corinthians protagonizou osprimeiros lances no setor. Emjunho de 2008, o clube fechoucontrato com uma franqueado-ra para o início da rede Podero-so Timão. Por quase dois anos aequipe reinou sozinha, até oanúncio das operações do rivalSão Paulo, com a São Paulo Ma-nia. Em seguida vieram as lojasdo Vasco e Grêmio.

“Se você me perguntar se es-perávamos esse sucesso todo aresposta é não”, analisa PedroGrzywacz, presidente da SPRFranquias. A empresa recebeudo Corinthians a incumbênciade administrar a empreitada.Mas para viabilizar o projeto, oclube precisou antes negociarconcessões com a Nike, que for-nece o material esportivo daequipe. A multinacional norte-americana teve de permitir quea SPR fabricasse itens de vestuá-rio que seriam vendidos exclusi-vamente nas lojas da rede.

A Nike topou e o Corinthiansturbinou sua receita com licen-ciamento – saltou de R$ 300mil em 2007 para R$ 14 milhõesno ano passado. Metade dessedinheiro vem dos royalties co-brados pela licença da rede Po-deroso Timão. “Pagamos R$ 3milhões em adiantamento de ro-yalties e podemos administrarcada franquia aberta por dezanos”, explica Pedro.

A SPR funciona como a fran-queadora master, o elo entre osclubes e os empreendedores.Um deles é Luciano Vasconce-los Guimarães. Ele poupou di-nheiro durante nove anos, tem-po em que atuou como advoga-do, até abrir sua primeira fran-quia Poderoso Timão na RuaAugusta, em São Paulo.

Ele gostou e, no final de 2011,abriu outra loja, desta vez naAvenida Faria Lima. Nos próxi-mos meses, pretende investirem outras duas. “Quando come-çou aquele ‘boom’ da classe Cpensei em entrar nesse nicho.Comecei a frequentar shop-pings e avaliei abrir uma fran-quia de alimentação, uma lojadas Havaianas. Mas quando vi aloja do Corinthians, analisei omercado e optei por esse negó-cio”, afirma o empreendedor.

A Meltex é outra empresaque atua no segmento e admi-nistra a rede do Grêmio, que sechama Grêmio Mania. O contra-to vale por seis anos. SegundoPaulo Cesar Verardi, executivode marketing do clube gaúcho,o plano é inaugurar aproximada-mente 100 lojas no Rio Grandedo Sul, Santa Catarina, Paraná,Mato Grosso e em outras re-giões onde exista grande con-centração de torcedores gremis-tas, inclusive no Mercosul.

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é a quantia média necessáriapara adquirir uma das lojasque já funcionam no País.

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Embora desponte promissor,vender para o fã de futebol é,na verdade, um negócio repletode particularidades. Leia dicascolhidas com especialistaspara não errar na escolha.

ENTREVISTA

70 m²

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/Franquias

‘A carência por produtos é grande’

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Amir Somoggi, consultor esportivo da BDO Brazil

R$ 200 mil

Referência.Munhoz (dir.)ao lado deum dos seusfuncionáriosmais antigos,EveraldoMartins

PATRÍCIA CRUZ/AEIVAN SEKRETAREV/AP

Pequena e média empresa,a Localiza vai com vocês.Seja qual for o tamanho da sua empresa, ela pode contar com a maior rede de aluguelde carros da América Latina para crescer com economia e flexibilidade.

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Grandes clubes comoSão Paulo, Corinthians,Grêmio e Vasco já têmopções de franquiaspara empreendedores

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Opção. Mercado que lida com a paixão dos torcedores atraiu o empreendedor Luciano Guimarães (direita), que precisou economizar durante nove anos para tornar-se dono do próprio negócio

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Fonte: O Estado de S. Paulo, São Paulo, 27 jun.2012, Pequenas e Médias Empresas, p. X6.