Aspectos Morfométricos Da Bacia Do Córrego Tamanduá Em Iporá-GO
A Transformação Da Paisagem Resguarda Múltiplos Espaços e Tempos Iporá Neste Contexto
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Transcript of A Transformação Da Paisagem Resguarda Múltiplos Espaços e Tempos Iporá Neste Contexto
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIS
UNIDADE UNIVERSITRIA DE IPOR
CURSO DE GEOGRAFIA
A TRANSFORMAO DA PAISAGEM RESGUARDA MLTIPLOS
ESPAOS E TEMPOS: Ipor neste contexto A
LUCIENE DE SANTANA DUARTE
IPOR
2009
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LUCIENE DE SANTANA DUARTE
A TRANSFORMAO DA PAISAGEM RESGUARDA MLTIPLOS
ESPAOS E TEMPOS: Ipor neste contexto A
Monografia apresentada Coordenao de Curso de Geografia da Universidade Estadual de Gois UnU Ipor, como requisito parcial para a obteno do t tulo de Licenciada em Geografia.
Orientadora: Profa. Msc. Jackeline Silva Alves
IPOR
2009
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LUCIENE DE SANTANA DUARTE
A TRANSFORMAO DA PAISAGEM RESGUARDA MLTIPLOS
ESPAOS E TEMPOS: Ipor neste contexto
Monografia apresentada Coordenao de Curso de Geografia da Universidade Estadual de Gois UnU Ipor, como requisito parcial para a obteno do t tulo de Licenciada em Geografia.
Orientadora: Profa. Msc. Jackeline Silva Alves
_____________________________________________
Prof Ms. Jackeline Silva Alves (Orientadora)
____________________________________
Prof. Ms. Michel Rezende da Silveira
_____________________________
Prof. Ms. Paula Junqueira da Silva
-
Dedico este trabalho a Deus, por ter me abenoado nos estudos, aos meus professores que tanto contribui na formao dos meus conhecimentos, aos meus amigos pelas horas de alegria que passamos juntos, a minha famlia, especialmente a minha amada me Olidia por ter enfrentado tantas barreiras pra permitir que eu chegasse ate aqui.
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AGRADECIMENTOS
Agradeo primeiramente a Deus, que iluminou o meu caminho para eu ter chegado a
esta etapa dos meus estudos.
A todos os professores que contriburam para formao do meu conhecimento
especialmente a minha orientadora Jackeline Silva Alves por me orientar nesta pesquisa
cientifica mesmo estando com a sade frgil.
Aos meus familiares por terem-me incentivado a lutar pelo meu ideal. E aos meus
amigos que esteve ao meu lado especialmente a Mrcia Rocha Bahia. E a todos aqueles
que contriburam para a realizao desta pesquisa cientifica.
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A percepo sempre um processo seletivo de preservao. Se a realidade apenas uma, cada pessoa v de forma diferenciada.
Dessa forma, a viso pelo homem das coisas matrias sempre deformada.Nossa tarefa a de ultrapassar a paisagem como aspecto, para chegar ao seu significado.
Milton Santos ( 1991).
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RESUMO
A presente pesquisa se realizou mediante ao levantamento, seleo e leitura das
fontes bibliogrficas que trata sobre o tem em questo, com levantamento e investigao
junto as fontes documentais tais como: projetos de Lei do municpio de Ipor que trata da
preservao histrica, escritos referente a cidade. A pesquisa de campo para melhor
compreenso de como se deu a origem de Ipor, tambm foi fotografada e analisada o
estado de conservao da Velha cidade do Comrcio Velho (Distrito do Rio Claro),
prximo a Israelandia e sua influencia no perodo de minerao, bem como o
enfraquecimento da minerao e outros fatores que contribui para o surgimento de Itajub,
Ipor hoje que teve sua origem no referido distrito. A pesquisa de campo tambm abrange a
Avenida 24 de outubro onde iniciou a cidade bem o crrego Tamandu para registrar a sua
realidade no momento e fotografar onde iniciaram a cidade de Ipor, as casas antigas para
constatar seu estado de conservao comparando-as com as casas atuais da cidade.
Tambm foram analisados as ruas, praas, lago pr-do-sol e outros marcos que tornou
possvel observar tais transformaes ocorridas. Utilizando-se de fotografias antigas e
atuais organizando um mosaico que permita o leitor constarem as transformaes
processadas na paisagem urbana, ressaltando as modificaes que possibilitaram tais
transformaes. Na pesquisa tambm foi realizadas entrevistas com moradores antigos e
autoridades da cidade de Ipor afim de relatarem como ocorreu as primeiras
transformaes da paisagem bem como apresenta no momento.
Palavras-Chave: transformao do espao, paisagem, cultura.
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LISTA DE FIGURAS
1 Mapa que mostra a localizao da cidade de Ipor 022 As infra-estruturas existentes quela poca eram
precrias.. .
15
3 Caminhos em meio ao Cerrado eram abertos para l igar os
ncleos de povoamento. 15
4 Dos elementos materiais que marcam onde fora Comrcio Velho, apenas este Cruzeiro permanece de p. Localizado na Fazenda Gastril, cujo proprietrio o Sr. Gaspar, localizada h aproximadamente 5 Km de Israelandia/GO margem do rio Claro.
16
5 Anteriormente erguida a Igreja Catlica de Nossa Senhora do Rosrio, temos hoje instalado o Terminal Rodovirio da Cidade. 17
6 Mostra em primeiro plano o encontro de cavaleiros da localidade no ano de 1941, em segundo plano o casario na 24 de Outubro e ao fundo o Cerrado que era comum na regio.
17
7 Grupo Escolar Israel Amorim. 18
8 Como marcas de resistncia temos uma antiga residncia, hoje com outra funo, que ainda sobrevive em s residncias mais modernas na Av. 24 de Outubro, nas reas prximas onde a cidade fora fundada.
19
9 Avenidas largas, sistema de rotatrias e residncias
imponentes hoje constituem a paisagem do Centro urbano
de Ipor.
20
10 Vista parcial do Lago Pr do Sol, um dos cones da
cidade. Em segundo plano o Circo Zanquettini, o circo
ainda faz parte de uma cultura local.
20
11 Uma das casas mais antigas encontradas na Av. 24 de
Outubro.
21
12 O telhado ainda o telhado original, a fachada resguarda
parte da estrutura original, e no interior da casa algumas 21
-
modificaes foram feitas, mantendo-se resqucios do que
era original no piso, esteios e telhado. 13
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16
17
18
19
Construo da U.H.Cachoeirinha/Ipor-Gois.
Resqucios da estrutura da Usina Hidreltr ica
Cachoeirinha situada no Parque Municipal Cachoeirinha
Ipor/GO
Avenida 24 de Outubro Residncia construda por Israel
Amorim. Traos do Velho e do Novo em sua fachada
Israel Amorim, importante figura polt ica da localidade.
O arruamento da cidade Avenidas largas com o sistema
de rotatrias
Cine Alvorada. (Sem data), uma das opes de lazer da populao quele perodo.
Fachada do Cine
25
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SUMRIO
INTRODUO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
.
01
A PAISAGEM ENQUANTO CATEGORIA DE ANALISE NA GEOGRAFIA
1. A transformao da paisagem mediada pela expanso do
capital
05
1.2 O processo de interiorizao do Brasil e o estabelecimento
das novas dinmicas regionais
08
2 COMPREENDENDO A TRANSFORMAO DA PAISAGEM
DE IPOR/GO ATRAVS DOS DISTINTOS RECORTES
TEMPORAIS
2.1 A incorporao das terras goianas e a transformao da
paisagem: Ipor neste contexto
16
3 A PAISAGEM REVELA AO MESMO TEMPO EM QUE
ESCONDE: o uso de fontes orais e de fotografias para a
construo do caleidoscpio iporaense
CONCLUSO
REFERNCIAS
ANEXOS
24
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INTRODUO
A cidade de Ipor esta geograficamente localizada na regio
denominada Centro-Goiano, ou microrregio de Ipor, no estado de Gois,
entre as coordenadas geogrficas de 16 28 Latitude Sul e 31 06
Longitude Oeste, conforme mostra a Figura 1. O municpio banhado pelos
rios Claro e Caiap, os ribeires Santa Marta e Santo Antonio e vrios
crregos, destacando dentre estes o crrego Tamandu, o qual drena a
malha urbana.
Nas ultimas dcadas do sculo XX, a paisagem das cidades
brasileiras, passaram por constantes transformaes em funo da expanso
do capital. Diante de tantas modificaes acreditamos ser pertinente pensar
sobre a importncia em conservam alguns elementos da paisagem que
resguardam caractersticas histricas da cidade, tendo em vista torn-los
patrimnio pblico.
Conforme Santos (1991, p.69) A paisagem deve ser pensada
paralelamente as condies polt icas, econmicas e tambm culturais.
Ao observar o processo de transformao da paisagem de Ipor,
possvel constatar que poucos elementos histricos permaneceram no
urbano, muitos de seus referenciais histricos foi completamente
modificado.
Diante do exposto, este trabalho buscou compreender as
transformaes ocorridas na paisagem iporaense, em distintos recortes
temporais, com intuito de no apenas montar um mosaico de fatos, mas
buscar explicaes para a paisagem apresentada.
Segundo argumenta Carlos (2004, p.07) a cidade pode ser considerada
como uma construo, um produto histrico social, e nesta dimenso
aparece como trabalho materializado, acumulando ao longo do processo
histrico e desenvolvido por uma srie de geraes.
Atravs do estudo da Paisagem, descobrimos fatos importantes que
passam despercebidos pelas novas geraes, as quais no raro,
desconhecem as origens da cidade. Analisando a paisagem podemos
estabelecer um olhar crt ico dos elementos e fatos histricos.
-
Figura 1
-
Para recompor a Paisagem histrica torna-se importante observar a
relao cultural dos momentos apresentados, a relao da cidade com o
campo, e o modo de vida da poca.
Carlos (2004, p.35) acrescenta que a paisagem, por sua vez, contem
mistrios, beleza, sinais, smbolos, alegorias, tudo carregado de
significados, memria.
Conforme registros historiogrficos sobre a cidade de Ipor, acredita-
se que a origem da transformao da Paisagem local desde seu inicio,
estiveram associados a interesses sociopolt icos e econmicos.
Atravs da analise da paisagem de Ipor, acreditamos que o passado
possa ser remontado, e atravs deste trabalho, pretendemos mostrar que
apesar das transformaes ocorridas na paisagem citadina, a manuteno,
preservao e restaurao de alguns marcos da paisagem urbana, devem ser
mantidos como patrimnio histrico e cultural da cidade.
Santos (1991,p.69) diz que no Brasil se recolhe a historia dos objetos
presentes, mas no a histria da cidade.
Tendo em vista alcanar os objetivos propostos neste projeto, o
trabalho foi desenvolvido de acordo com o seguinte encaminhamento
metodolgico: Levantamento, seleo e leitura de fontes bibliogrficas que
tratam sobre o tema em questo, destacando a contribuio de: Carlos A
(Re) produo do espao urbano (1994), Santos (Metamorfoses do Espao
Habitado) (1991); Santos (1979) Espao e Sociedade , Carlos (2004) O
Espao Urbano , Vasconcelos (1999) Novos Estudos de Geografia Urbana
Brasileira, , Landim (2003) Desenho da Paisagem Urbana: as cidades do
interior paulista (2003); Estevam (1998).
Levantamento e investigao junto a fontes documentais, tais como
projeto de lei, Atas das sees da cmara de vereadores que esto
arquivados na prefeitura, cmara municipal de Ipor, e tambm junto ao
cartrio o qual tem arquivado escritura que refere a cidade de Ipor. Como
registro de documentos das casas antigas de Ipor bem como a quem
pertenceu estas casas para com isto poder fazer um levantamento dos
primeiros moradores da Avenida 24 de outubro.
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Pesquisa de campo, notadamente nos espaos que marcaram o inicio
da cidade, casas antigas na Avenida 24 de outubro, a fim de observar e
fotograf-las, evidenciando seu estado de conservao ou deteriorao,
justif icando de tal modo a preocupao com o patrimnio histrico da
cidade.
Observao de acervo fotogrfico junto Cmara Municipal da
cidade, onde pudemos ler atravs das imagens, tempos diferenciados.
Atravs da realizao de entrevistas e tambm de relatos escritos por
pessoas que viveram tais transformaes, pudemos associar as
transformaes processadas na paisagem da cidade, aos interesses que
impulsionaram tais modificaes.
Util izando-se de fotografias antigas e atuais buscamos mostrar ao
leitor as transformaes processadas na paisagem de um mesmo lugar,
ressaltando as modificaes que possibilitaram tais transformaes.
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1 A PAISAGEM ENQUANTO CATEGORIA DE ANALISE NA
GEOGRAFIA
A paisagem se constitui entre uma das categorias de analise utilizadas
pela Geografia para melhor compreender a organizao do espao
geogrfico, ou seja, atravs desta categoria podemos conhecer como? e
porque?, as coisas esto distr ibudas pelo espao geogrfico da forma como
esto.
Segundo Corra (2005, p. 289),
A paisagem se consti tui para a Geografia um de seus concei tos-chave, a ela sendo at r ibuda, [ . . . ] o papel de integrar a geografia ar t iculando o saber sobre a natureza com o saber do homem.
Para Corra (2005, p, 290), [. . .] a paisagem ao mesmo tempo
funcional e simblica [. . .] .. Devendo ser compreendida alm de seus
aspectos visveis, e para ser analisada necessrio compreender a dinmica
que a Sociedade estabelece ao relacionar-se com a Natureza.
Cosgrove apud Corra (2005),
admite que a paisagem geogrfica contem um signif icado s imbl ico, porque produto da apropriao e t ransformao da natureza , na qual foi impressa, a t ravs de uma l inguagem, os s mbolos , os t raos cul turais do grupo, ao gegrafo compet indo decodif icar a paisagem, aprendendo a ler o seu s ignif icado.
Inmeras so as formas de inferncia do ser humano sobre a paisagem
natural (meio fsico), com intuito de garantir sua sobrevivncia, criando
assim paisagens humanizadas, paisagens transformadas pela atuao
humana.
As paisagens humanizadas constituem-se por componentes materiais,
sociais, intelectuais e simblicos, sendo que estas podem ser mantidas e ou
transformadas conforme os interesses e necessidades criadas pela sociedade
modificando o espao geogrfico.
Para Santos (1991, p. 61), a paisagem abarca tudo aquilo que vemos
tudo o que a nossa viso alcana, pois no formada apenas de volumes,
mas tambm de cores, movimentos, odores, sons, etc.
-
Neste sentido, podemos entender que a leitura e compreenso da
modificao da paisagem dependero do modo de ver e apreender que cada
indivduo possui, de suas experincias vividas e dos laos de pertencimento
que esta tem com o lugar.
Assim, o modo como vemos e percebemos a paisagem tal qual se
apresenta, depender da intencionalidade com a qual observamos a
paisagem, e das inquietaes que surgem ao observamos tais modificaes.
Acrescentamos isto, por que, atravs de relatos e entrevistas realizados com
antigos moradores da cidade de Ipor, pessoas que vivenciaram parte do
processo de transformao da paisagem citadina, podemos perceber atravs
destes relatos memrias vivenciadas sobre o como e por qu? O espao
geogrfico desta cidade foi ao longo dos anos sendo transformados, e
obedecendo a determinadas lgicas.
De tal modo podemos afirmar que a paisagem no esttica, estando
mesma em constante movimento, devendo esta ser lida e apreendida alm
de seus aspectos visveis, pois representa um movimento maior da
sociedade e natureza.
A insero e expanso dos interesses capitalistas, geralmente nos
auxiliam a compreender as transformaes da paisagem natural em
paisagens humanizadas, e tais transformaes podem ser evidenciadas
mediante os interesses dos grupos sociais dominantes (geralmente famlias
tradicionais e de expressivo poder aquisitivo, grupos empresariais de
importncia econmica, grupos de interesses polticos majoritrios, etc.),
pois estes representam de forma significativa maior poder de deciso
poltica e econmica.
2. - A transformao da paisagem mediada pela expanso do
capital
As paisagens urbanas de modo geral experimentaram importantes
transformaes, notadamente no perodo Ps-Guerra (1939-1945). No
Brasil, isto se torna ainda mais evidente se considerarmos que em certa
medida, isto possa ser compreendido atravs da expanso do processo de
-
industrializao, ou em alguns casos da modernizao da mesma, somando-
se a isto as migraes campo/cidade, pois at aproximadamente 1930, o
Brasil era um pas eminentemente rural, sendo poucos os centros urbanos
com maior representatividade populacional, e estando os mesmos situados
em grande parte na costa litornea.
Se observarmos a dinmica de transformao da paisagem no Brasil,
verif icaremos que estas transformaes ocorrem em ritmos e tempos
diferenciados. A extenso territorial e a dinmica da produo do espao
geogrfico justificam o fato que nem todas as regies, estados e capitais
incorporaram ao mesmo tempo as modernizaes que ditavam as
transformaes em curso.
At aproximadamente 1920/30 poucos centros urbanos no Brasil
incorporaram tais processos, e isso pode ser compreendido em funo do
processo de urbanizao que posteriormente ofereceu condies para que
indstrias se instalassem e se desenvolvessem, podendo citar como exemplo
as cidades de So Paulo e Rio de Janeiro, notadamente. Acreditamos na
importncia de reforar que o processo de industrializao pode tambm
forar a necessidade de uma urbanizao com ritmos distintos.
Processos migratrios campo-cidade possibili taram que vrias cidades
experimentassem crescimento considervel em suas estruturas fsicas e
expanso da malha urbana, ocorrendo tambm modificaes ou (re)
funcionalizaes de muitos dos equipamentos pblicos e infra-estrutura
urbana existente.
Ao longo dos anos, foram crescendo as demandas para a incorporao
de novas reas ao circuito econmico produtivo do pas, e novas
necessidades foram surgindo, conseqentemente, o processo de
incorporao das reas interioranas brasileiras (sertes) se tornaram
necessrias. (ANDRADE, 1998).
1.2 O processo de interiorizao do Brasil e o estabelecimento das novas
dinmicas regionais
-
Remontando o histrico do processo de ocupao das terras brasileiras,
veremos que em primeiro momento a transformao da paisagem ocorreu
atendendo aos interesses da Coroa Portuguesa. To logo achadas, as terras
brasileiras comearam a serem explorados os recursos naturais disponveis,
e tambm escravizados para o trabalho os que habitavam estas terras
(ndios), visando atender os interesses dos colonizadores. Andrade 1998.
No lugar das matas que ocupavam quase todo o litoral, ocorreu uma
ocupao desordenada e predatria, sendo implantadas no lugar destas,
alguns nucleamento urbanos, e explorados os recursos naturais de interesse
dos colonizadores, em cada perodo histrico determinadas atividades
ditavam o ritmo de apropriao terri torial. Andrade (1998) e Diegues
(1998).
Conforme Estevam (1998, p. 35),
A descoberta do ouro em Gois em (1722) int roduziu no cenrio colonial um tercei ro eldorado depois de Minas Gerais (1696) e Mato Grosso (1719). O terr i tr io era at ento unicamente habi tado por indgenas (goyazes) . Mot ivos diversos levaram ao incio da explorao daquelas minas j nas primeiras dcadas do Sculo XVIII.
Segundo o autor referenciado, antes da descoberta das minas aurferas
em Gois inexistia modalidade produtiva no terri trio que no fosse dos
silvcolas nativos.
De acordo com Estevam1 (1998,),
A averiguao mais detalhada destes aspectos fornece indicao da origem dos primeiros povoadores de Gois e do carter da atuao do Estado portugus no mbito dos confl i tos coloniais da poca[ . . . ] .
Para o autor, a presena do Estado Portugus pode ser entendida como
o pano de fundo que nos auxilia no entendimento do processo de ocupao
do territrio goiano, interessado em angariar novos descobertos,
incentivando a procura de ouro no Planalto Central, impulsionando a
ocupao e o povoamento de Gois. (ESTEVAM, 1998, P. 37)
1Para conhecer mais sobre o Apogeu e decadncia da minerao em Gois, recorra a Estevam (1998) em sua obra O Tempo da Transformao: estrutura e dinmica da formao econmica de Gois.
-
A partir da corrida pelo ouro e extrao de minerais preciosos (gemas
preciosas), foram sendo processadas considerveis transformaes da
paisagem natural e foram ao poucos surgindo os adensamentos humanos.
O povoamento de Gois, em funo da sua enorme expanso
territorial, deu-se de forma vagarosa e diversif icada. Estevam (1998, p.
37)
Algumas cidades prosperaram a partir da explorao mineratria,
outros depois de esgotadas as possibil idades de extrao das jazidas, a
atividade agropecuria passou a dinamizar a economia.
Algumas cidades que nasceram da minerao prosperaram por
determinado perodo e tiveram influncia socioeconmica, sobre outras
localidades.
Contudo, a partir do escasseamento desta atividade, seja pela ausncia
de novos descobertos, ou pela dificuldade tcnica de explorao do ouro e
gemas preciosas, a agropecuria passa a ser uma atividade de considervel
influncia econmica que dera sustentao e continuidade ao povoamento.
Vrios ncleos urbanos formados em funo desta atividade acabaram
por sucumbir. Quando esgotadas as possibil idades de extrao, outras
estagnaram, quando no, desapareceram.
2 COMPREENDENDO A TRANSFORMAO DA PAISAGEM DE
IPOR/GO ATRAVS DOS DISTINTOS RECORTES TEMPORAIS
-
Este trabalho buscou compreender as transformaes processadas na
paisagem urbana de Ipor/GO, a partir de recortes temporais diferenciados,
sendo considerado para tanto, os elementos materiais, os interesses
sociopolticos e econmicos que impulsionaram este processo, originando
diferentes paisagens culturais e paisagens alternativas 2.
Ipor uma das cidades que compe a microrregio homnima 3,
estando a mesma localizada a Oeste do estado de Gois, entre as
coordenadas geogrficas de 1628Latitude Sul e 31 06 Longitude Oeste,
como pode ser observado na Figura 1.
Esta cidade exerce forte influncia na microrregio, pois concentra os
setores de comrcios, servios, educao e sade, muitos dos quais nem
sempre so oferecidos nos demais municpios integrantes da microrregio,
que se servem de Ipor. At mesmo municpios de outras microrregies se
servem da estrutura disponvel nesta cidade.
De acordo com Valado, Ferreira, Moraes (2008, p.40),
Ipor sedia a regional de diversos rgos tanto da esfera federal quanto es tadual , bem como ent idades de classe da sociedade civi l , a tendendo 56 municpios , que es to vinculados a Ipor.
De acordo com (GOMIS, 1998), os compositores do meio da
microrregio de Ipor, so essenciais para o entendimento da escolha do
stio onde seria fundado este nucleamento urbano, pois a disponibilidade de
gua e a topografia do terreno foram os elementos que justif icaram a
escolha do lugar onde seria fundada a cidade, sendo o Crrego Tamandu
um importante smbolo da cidade, pois alm de sua importncia ambiental
tem tambm uma relevncia sociocultural para a cidade.
A hidrografia da regio e o subsolo abundante em minerais e metais,
preciosos possibilitou inicialmente que a garimpagem fora desenvolvida
nos rios Claro e Caiap. Durante os Sculos XVIII, XIX e at por volta da
dcada de 1930, garimpagem de ouro e diamante foram praticadas na
2Corra diz que as Paisagens Culturais e as paisagens alternativas criadas por grupos no-dominantes e que apresenta, menor visibilidade. Corra (2005, p. 291)
3Compe a microrregio de Ipor, os municpios de Ipor, Amorinpolis, Ivolndia, Cachoeira de Gois, Moipor, Israelndia, Jaupaci, Fazenda Nova, Crrego do Ouro, Novo Brasil.
-
regio, deixando marcas de degradao na paisagem, e resqucios de uma
cultura do garimpo na regio.
Em entrevista realizada com o senhor J. A. da S. Sobrinho (67 anos),
em:[ . . . ] a pr incipal at ividade da regio que j era t radicional at que foi ento desta at ividade que surgiu a cidade ns t nhamos o garimpo, a presena marcante dos garimpos no Caiap, r io Claro e nos pequenos af luentes como Santa Marta que produziu mui to diamante, foi em certa poca antes da minha chegada aqui principal teve garimpo enorme aqui muito grande e forma exaurindo essa produo diminuindo e depois a legis lao apertou at ividade inexis tente hoje, mas o garimpo foi o principal fator da ocupao dos espaos da nossa regio. Ns temos aqui um problema cul tural que eu acho interessante, como a nossa regio foi ocupada principalmente por garimpei ros ento, o garimpo era uma at ividade de ex trat ivismo extremamente importante durante sculos , mais de sculo, no Brasi l dois ou t rs sculos , ns temos a cul tura remanescente do garimpo no Ipor at hoje.
2.1 A incorporao das terras goianas e a transformao da paisagem:
Ipor neste contexto
Instiga-nos pensar as transformaes ocorridas na paisagem urbana de
Ipor/GO por que revisitando os poucos registros escritos sobre a cidade,
observando fotografias antigas do local, e tambm atravs dos relatos e
entrevistas realizadas com antigos moradores, e familiares de pessoas
ligadas aos grupos dominantes locais, algumas das quais at mesmo
vivenciaram parte do processo de evoluo urbana da cidade, dentre outras
fontes consultadas tais como documentos cartoriais (registros de
nascimentos, casamentos, bitos, escrituras), perceberam que a cidade
nasce associada dinmica econmica da minerao.
Para J. da S. Sobrinho,
O pequeno produtor ocupante dos primeiros espaos aqui se sat isfaz ia com pouco; a grande ambio era ter uma pequena propriedade com um Curral inho com vacas , quando ele t ivesse um rego dgua com monjolo funcionando um chiqueiro cheio de capados, um paiol com milho com palha, ele tava prat icamente real izado no era pessoa de mui tos projetos e muitas ambies e ns sofremos at hoje ainda as conseqncias deste t ipo de cul tura.
-
Assim, a forma diferenciada conforme as economias regionais foram se
organizando, conferem particularidades localidade, e de tal modo s
formas materiais, difuso das tcnicas, dos valores, cultura e tradies,
que fazem parte do conjunto de elementos que consti tui a paisagem. Neste
sentido, tais elementos nos auxiliam a compreender a mesma os espaos de
rapidez e lentido Santos (2001) ao tratar sobre as diferenciaes do
Terri trio.
Acreditamos que a histria de Ipor e de sua gente possa ser
compreendida atravs dos elementos e das estruturas da paisagem, em
distintos recortes temporais, cabendo ressaltar que poucos resqucios dos
elementos materiais que fizeram parte do passado iporaense resist iram ao
tempo e parece-nos tambm vontade da populao local, em manter as
marcas do passado expressas em sua paisagem.
Algumas famlias de considervel poder econmico e prestgio social e
pol tico, tiveram durante longa data forte influncia nas decises pol ticas e
econmicas da localidade.
Assim, observamos que um misto de tradio (modo de vida) e cultura
faz parte do cotidiano da populao, sendo possvel observar isto atravs
das relaes sociais estabelecidas, da no organizao de acervos que
contem a histria local, da resistncia de muitas pessoas que viveram parte
deste processo em falar sobre o mesmo, e at mesmo da substi tuio dos
elementos materiais da paisagem onde o novo aparece em substituio ao
velho, mas em moldes ainda bastante tradicionais, podendo citar como
exemplo a util izao das praas, as obras edificadas que registram a marca
de seus gestores na paisagem, etc..
As representaes expressas pelo novo so carregadas de
significados.
Assim, objetivamos no apenas organizar um mosaico que resgate os
fatos e transformaes processadas, mas compreender a produo deste
espao geogrfico, considerando a interferncia de determinados grupos
tradicionais, a insero do capital, dentre outros elementos que mediaram a
transformao da paisagem.
-
A importncia da extrao diamantfera na regio como j foi dito,
consti tui-se como elemento fundamental para que possamos compreender a
incorporao destas reas ao circuito econmico produtivo, quando os
Bandeirantes adentraram o serto em busca de novos descobertos.
(ESTEVAM, 1998)
Durante as trs primeiras dcadas do Sculo XX os espaos
continuaram a ser apropriados e transformados conforme a abundncia das
jazidas aurferas e de minerais preciosos, cuja explorao quele momento
era feita com a util izao de tcnicas bastante rudimentares.
Dentre os fatos histricos de relevncia para a organizao do espao
geogrfico das terras goianas e incorporao do territrio, tem-se a
construo de Goinia na dcada de 1930. Em 1935 consumou-se a mudana
provisria de rgo do governo para Goinia. (ESTEVAM, 1998). Em 1942
foi inaugurada a nova capital do Estado de Gois.
A transferncia da Capital federal do Rio de Janeiro para o Centro-
Oeste Brasileiro, atravs da fundao de Braslia em meados da dcada de
1950, sendo a mesma inaugurada em 21 de abril de 1960, acabou por
dinamizar e integrar diversas reas do terri trio, pois a mudana para o
Planalto Central brasileiro, do centro de decises polticas do litoral para o
interior, fez com que tornasse necessrio integrar o pas, sendo ento
implementadas uma infra-estrutura tcnica que possibil itasse para ligar o
centro poltico ao centro econmico do pas, e demais regies, criando
adensamentos populacionais por onde cortavam as estradas. (BRUM, 1994,
p.122-123).
Atravs da util izao de fontes orais, relatos e depoimentos de pessoas
que viveram a histria de Ipor, ou que participaram de momentos
importantes de sua histria, continuando ativos em sua transformao,
pudemos estabelecer relaes entre as fontes referenciais e os relatos de
seus atores sociais.
Em entrevista realizada com J. da S. Sobrinho (67 anos), este nos
relatou que:
Eu vim para Ipor numa poca em que pelo mot ivo da construo de Bras l ia havia uma corr ida migratria para o
-
Centro-Oeste em funo do progresso que se esperava pela const ruo da capi tal federal aqui no Planal to Central , ento ns, pequenos produtores l em Minas Gerais meu pai minha faml ia , optamos por vender a propriedade l e , viemos para aqui na poca eu t rabalhava e es tudava tanto, e vim um ano depois que meus pais , chegando aqui em 1962 e f inquei raiz e es tou aqui at hoje.
Atravs da criao destes dois importantes centros urbanos, muitas
outras cidades foram surgindo ao longo das vias de ligao, aumentando o
contingente populacional.
A implementao de uma infra-estrutura de estradas, tri lhos,
transportes, meios de comunicao encurtaram caminhos e possibilitaram a
dinamizao desta poro do territrio, alterando de forma considervel a
paisagem da mesma.
Em entrevista realizada com a Senhora O. G. Marques (77 anos), ela
nos relatou que:
Na era que eu vim, vim de Goinia, nasci e me criei em Goinia, a minha famlia es ta em Goinia, e da depois meu av e meu pai pra nois vim para Ipor, a i nois vei e no t inha es t rada niuma era di f ci l para poder buscar nois , foi a te Cachoeira (Cachoeira de Gois ) de Cachoeira nois f icou um ms esperando um tio buscar nois de Ipor ate a cachoeira de carro de boi . Nois chegamos aqui em 41 (1941), e em 41 quando chegamos em Ipor era Cerrado purinho [ . . . ] da depois s t inha t rs rancho e uma igrej inha velha, ai nos seguiu pra fazenda ret i rada 18 qui lombo e l nois cheguemo nois decemo a mudana do carro de boi pra dentro de um rancho.E dentro do rancho no t inha nada do que comer, e ra s um velhinho muito velho, faz ia jac, rede pra poder vender, pra poder ter um comezinho al i , pra comprar uns t rens de comer. O velhinho chamava Neca, ele deixou a mulher e os f i lhos pra t raz e dai depois a mulher desse Neca chegou com os f i lhos . Ai nos t inha pra poder comprar o de comer, os homens andava o dia intei ro dentro da mata no meio das onas , num meio de tudo quanto bicho pra poder comprar o de comer, e eles achou um dia um senhor que chamava Domingo, e ento ele t inha um capado pra vender pra nois , e a e ra meu pai e meu av, ai o capado era far tado matava e enrolava tudo com as carnes tudo e punha sal ass im eles fez a negociao do capado.
Nas Figuras 02 e 03 podemos observar como eram precrias as
condies de infra-estrutura (pontes, estradas e transportes) quela poca.
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Este retrospecto sobre a ocupao inicial do territrio goiano e da
regio em estudo situa o leitor a respeito do objeto de investigao desta
pesquisa, tendo em vista ocorrncia de riquezas minerais na regio (rio
Claro e seus afluentes) e a transferncia do Comrcio Velho (Figura 04)
para Ipor.
Segundo Gomis (1998, p. 81), a origem de Ipor e, por conseguinte a
transformao da paisagem local desde seu incio esteve associada a
interesses polt icos e econmicos.
Fonte: Cmara Municipal de Ipor/GOFigura02: As infra-est ruturas ex is tentes quela poca eram precrias .
Fonte: Cmara Municipal de Ipor/GOFigura 03: Caminhos em meio ao Cerrado eram abertos para l igar os ncleos de povoamento. Os meios de t ransportes apesar de modernos para a poca eram tambm bastante l imi tados.
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A cidade foi emancipada no ano de 1948 pelo prefeito Israel Amorim,
cuja influncia sociopoltica e econmica na regio fora considervel.
Ainda nos dia de hoje o nome de Israel Amorim, um nome de
expressividade na memria local, dada a forte influncia pol tica e
econmica na localidade, e de elementos matrias da paisagem que levam o
nome do mesmo.
De acordo com o autor anteriormente referenciado antes de ser
emancipada Ipor foi denominada Rio Claro, passando posteriormente a ser
chamada de Itajub.
O Oeste-Goiano era influenciado por dois grandes latifundirios
Odorico Caetano Teles e Joaquim Paes de Toledo, ambos proprietrios de
grandes extenses de terras na regio. Gomis (1998, p.83-87)
Figura 04 Dos elementos materiais que marcam onde fora Comrcio Velho, apenas es te Cruzeiro permanece de p. Local izado na Fazenda Gastr i l , cujo proprietr io o Sr. Gaspar, local izada h aproximadamente 5 Km de Is raelandia/GO margem do r io Claro.AUTORA: Duarte , S . L. de, Set . , 2009
Foram estes dois latifundirios que t iveram a idia de transferir o
Distrito do Rio Claro (Comrcio Velho), que situava nas proximidades de
onde hoje a cidade de Israelndia, nas terras de Joaquim Paes de Toledo.
Os constantes conflitos entre garimpeiros so referenciados como uma
das motivaes que impulsionaram Paes de Toledo a transferir o Comrcio
Velho para uma nova localidade. Assim, diante de tal situao a soluo
encontrada foi transferir o Distr ito do Rio Claro para o local onde se situa
Ipor.
Muitas foram s dificuldades encontradas inicialmente para a escolha
do stio onde seria fundado o ncleo de Ipor. A proximidade de um curso
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dgua (crrego Tamandu) e tambm a topografia plana do terreno so
citadas por Gomis (1988) como condies que foram priorizadas para a
instalao deste nucleamento.
Na Figura 05 abaixo apresentada, temos onde inicialmente fora
construda a Igreja Catlica. Atualmente nesta localidade encontra-se
edificado o Terminal Rodovirio de Ipor. Podemos observar que poucas
eram as construes em seu entorno.
Figura 05: Neste local onde fora anter iormente erguida a Igreja Catl ica de Nossa Senhora do Rosrio , temos hoje ins talado o Terminal Rodovirio da Cidade.Fonte: Cmara Municipal de Ipor/GO
Prximo ao Crrego Tamandu e a beira da velha estrada Imperial que
ligava a cidade de Goinia Israelndia, situava-se a Avenida 24 de
Outubro, nesta foram construdas casas de pau-a-pique.
Poucas evidencias deste perodo podem ainda hoje ser encontradas nas
proximidades do local. Alguns poucos casarios ainda resguardam
caractersticas arquitetnicas razoavelmente preservadas. GOMIS (1998)
As Figuras 06 e 07 mostram um pouco do que foi e de como esta a
paisagem na Avenida 24 de Outubro.
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Figura 06: A Figura mostra em primeiro plano o encontro de cavalei ros da local idade no ano de 1941, em segundo plano o casario na 24 de Outubro e ao fundo o Cerrado que era comum na regio.Fonte: Cmara Municipal de Ipor 2009.
Ao observar a transformao da paisagem em Ipor, possvel
constatar que poucos elementos materiais resistiram ao tempo e vontade
da sociedade local em manter tais elementos, acreditamos que isto possa ser
lido atravs dos diversos interesses sciopolticos implcitos nos discursos
de cada grupo dominante. Temos na Figura 08, apresentada o Colgio
Estadual Israel Amorim.
Os poucos so os smbolos que ainda resistem na paisagem urbana de
Ipor, que expressam a influencia dos grupos inicialmente dominantes e que
nos auxilia a compreender a dinmica local.
Considerando a transformao da paisagem local esta completamente
modificada. O novo prevalece em detrimento de pouco do velho que deveria
ter sido conservado para contar a histria do lugar.
Figura 07: Grupo Escolar Israel Amorim.Fonte: Cmara Municipal de Ipor 2009.
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Contudo, mesmo que sejam poucos estes registros, a permanncia
destes, necessria, tendo em vista que guardam a memria da cidade.
Apesar de ser uma cidade relativamente nova, os elementos materiais de
sua memria esto sendo apagados, talvez para serem esquecidos.
Entendemos que as poucas marcas do passado que permanecem na
paisagem de Ipor possam ser compreendidos em funo das relaes
socioculturais, econmicas e de poder que vigoraram em perodos
especficos, bem como as relaes entre o campo e a cidade, e o modo de
vida da populao nos diversos recortes temporais.
Na fala de J. da S. Sobrinho, 67 anos,
Ipor era uma cidade mui to pequena e mais foi sempre uma cidade at iva na poca o comercio se res t r ingia a Avenida 15 de novembro ainda de terra , mas j exis t ia empresas como a Casa Silva e Comercial Barbosa, Armazm Bras l ia , Casas Goianas , lojas pernambucanas, revoluo, ento sempre Ipor foi o Centro comercial relat ivamente importante na regio.
Figura 08: Como marcas de res is tncia temos uma ant iga res idncia, hoje com outra funo, que ainda sobrevive em s res idncias mais modernas na Av. 24 de Outubro, nas reas prximas onde a cidade fora fundada.Autora: ALVES, J . S . Out . /2009.
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Pensamos que a reproduo do capital seja elemento fundamental para
o entendimento da transformao da paisagem da cidade, tendo em vista
atender as demandas geradas pela expanso do capital. Interesses
sciopolticos tambm influenciaram na modificao da paisagem, ficando
expressa na mesma, smbolos, e equipamentos pblicos que em essncia
resguardam as marcas dos diversos grupos de poder dominante.
Nas Figuras 09 e 10 apresentadas abaixo, temos referncias do acima
exposto, pois e que pode ser lido e compreendido a partir de uma
contextualizao geohistrica.
Recuando no tempo e uti lizando como suporte metodolgico fontes
referenciais, fotografias antigas e fontes orais, para melhor compreender as
transformaes que revelam e ocultam a transformao de sua paisagem
urbana.
Figura 09: Avenidas la rgas , s istema de rotatrias e res idncias imponentes hoje const i tuem a paisagem do Centro urbano de Ipor.Autora: ALVES, J . S . Out . /2009.
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Figura 10: Vis ta parcial do Lago Pr do Sol , um dos cones da cidade. Em segundo plano o Circo Zanquet t ini , o ci rco ainda faz parte de uma cul tura local .Autora: ALVES, J . S . Out . /2009.
Nas Figuras 11 e 12 temos uma representao do velho que ainda
permanece como marca de resistncia ao novo no centro urbano iporaense.
Figura 11: Uma das casas mais ant igas encontradas na Av. 24 de Outubro.Autora: ALVES, J . S . Out . /2009.
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Figura 12: O telhado ainda o telhado original , a fachada resguarda parte da es t rutura original , e no inter ior da casa algumas modif icaes foram fei tas , mantendo-se resqucios do que era original no piso, es teios e telhado.Autora: ALVES, J . S . Out . /2009.
Em relato redigido por Z. S. Barbosa ( 57 anos) irm de um ex-prefeito
de Ipor, Manoel Antonio da Silva, eleito pelo voto direto, que veio para
colocar ponto final no coronelismo imperado por Israel Amorim.
De acordo com Gomis (1998, p. 81),
-
A verdade his trica, porm mostra-nos que nenhum dos dois personagens pode ser considerado o ideal izador e fundador original de Ipor, como se af i rma na refer ida discusso sobre o assunto. Eles apenas part iciparam do processo de fundao dando cada um sua parcela de contr ibuio para o surgimento e desenvolvimento da nova cidade.A idia original e os planos originais do centenrio Dist r i to do Rio Claro (Comrcio Velho), para o local onde hoje es ta local izado Ipor, surgiram das iniciat ivas de Joaquim Paes de Toledo (Quinca Paes) e Odorico Caetano Teles (seu Odorico) , por razes pessoais , de ordem econmica e pol t ica.
Gomis (1998, p. 81) argumenta ainda que dentre as questes que
mobilizaram a mudana do Distrito de Rio Claro para onde seria fundada
Itajub (Ipor), esto a inteno de impedir a ascenso da influncia e da
liderana emergente de Israel Amorim; uma outra considerao que o autor
faz que Quinca Paes e Odorico temiam perder sua terras para invasores e
posseiros apoiados por Israel Amorim, e pelo ento Governador Pedro
Ludovico, ps Revoluo de 1930.
Neste sentido, conforme leitura que fizemos das fontes historiogrficas
consultadas, muitas foram s quirelas pol ticas que impulsionaram a
fundao de Itajub (Ipor).
O novo Distrito fora fundado na cabeceira da velha estrada imperial,
o local era prximo ao vau do Crrego Tamandu (onde esta sediada a
Escola Estadual Dom Bosco e a Praa da Rodoviria).
As disputas polt icas segundo a entrevistada geraram muita opresso,
violncia e insatisfao do povo de Ipor.
De acordo com a mesma, as formas de opresso e perseguio
chegavam at mesmo na Igreja, em funo das perseguies, as cordas do
sino eram cortadas para que a populao no o ouvisse tocar, assim no
haveria missas
Nos escritos de Z. da S. Barbosa (2009), registra-se que os polticos
que Ipor j teve at hoje lutaram para melhorar a cidade, mas fica claro
que estes polt icos tambm tinham interesses prprios na poltica citando
na poca de Israel, o interesse deste para a explorao de diamantes no rio
Claro e Santa Marta, mas a polt ica de Ipor desde o seu inicio teve grande
insatisfao do povo seja pela falta de emprego ou pela pol tica.
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Um fato interessante o amor dos polt icos por Ipor, desde Israel
Amorim at o atual prefeito. Mas veja um fato interessante escrito por Z. da
S. Barbosa (2009), Depois de tudo explorar fica uma terra pequena para
este povo habitar, o motivo no sabemos nem por qu da questo mas certo
e que no temos uma vasta regio. Neste trecho do relato a entrevistada
refere-se diviso da regio de Ipor feito por Israel Amorim que
emancipou povoados, como Israelndia, Amorinplis e outros que faziam
parte da regio de Ipor.
Esta questo j foi apontada em outros trabalhos e precisa ser melhor
investigada para que possamos entender o decrscimo populacional de Ipor
em determinados perodos, pois acreditamos que isto possa ser
compreendidos em funo da diviso terri torial, via emancipao de
distri tos que pertenciam anteriormente a Ipor.
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3 A PAISAGEM REVELA AO MESMO TEMPO EM QUE ESCONDE:
o uso de fontes orais e de fotografias para a construo do caleidoscpio
iporaense
Conforme todas as consideraes que foram postas, observamos que
apesar de existir uma Lei municipal (Lei. n. 1296/07) que dispe sobre a
criao do Conselho de Preservao do Patrimnio Histrico, Artstico,
Arquitetnico e Turstico do municpio, percebe-se que poucos so os
monumentos histricos e arquitetnicos, que resistiriam ao tempo, ou aos
interesses dos grupos dominantes para que fossem mantidos, e que
resguardassem a memria e histria local.
Ipor no conta com museu ou arquivo pblico, onde possam ser
consultados os registros que remontam a memria da cidade.
Segundo Carlos (1994, p. 44), a paisagem no se apresenta como uma
simples imagem, nem a cidade como mera localizao. Este fato resulta da
forma como a paisagem histrica vem sendo transformada, pois ao conhecer
as razes da histria de como o homem transformou a paisagem para poder
viver, podemos tambm contribuir para a construo de novos
conhecimentos sobre a realidade da cidade.
Atravs da util izao de fontes orais pudemos compreender um pouco
sobre as transformaes processadas na paisagem da cidade, em distintos
recortes temporais, pois esto presentes nos discursos muito da vivncia
dos atores sociais que fizeram parte deste processo ou que de alguma
conheceram de perto o mesmo.
De acordo com entrevista realizada no dia 08 de outubro de 2009 em
Ipor com o Senhor A. de F. Leo (71 anos), o mesmo nos relatou que:
sou natural de Rio verde, ns viemos para Ipor para fundar a empresa Vemil que na poca era dis t r ibuidora dos J ipes Overlan e os Tratores Max Feleson. Ipor era uma cidade de uns sete , oi to mil habi tantes no t inha nenhuma rua pavimentada, no t inha gua t ratada, t inha uma usininha muito rudimentar que quase no i luminava a cidade .
A usininha qual se refere o entrevistado, foi construda em 1945,
sendo esta a primeira hidreltr ica do Oeste Goiano, denominada Usina
-
Hidreltrica Cachoeirinha. Esta usina foi inaugurada em 1948, e a energia
gerada pela mesma atendeu durante anos demandas locais, produzindo
inicialmente 90 kwh. Na dcada de 1960, quando j no mais conseguia
atender a demanda local, a potencia de gerao de energia foi ampliado,
atravs do desvio do Crrego Tamandu para o Ribeiro Santo Antnio,
sendo reinaugurada em 1968.
Com o crescimento urbano e tambm devido ao fornecimento de
energia eltr ica pela Usina de Cachoeira Dourada em 1970, a Usina
Hidreltrica da Cachoeirinha foi incorporada s Centrais eltricas de Gois
S/A, sendo ento desativada.
No acervo da Cmara Municipal, (Figura 13) pode ser observado as
obras de construo da U.H.Cachoeirinha, durante o pleito de Israel
Amorim.
Fonte: Cmara Municipal de Ipor/GOFigura 13: Construo da U.H.Cachoeir inha/ Ipor-Gois .
Este um dos patrimnios histricos da cidade que pensamos deveria
ter sido conservado, tendo em vista sua importncia na histria local no
perodo compreendido entre 1948 a 1960, pois fornecia toda a energia
eltrica para a cidade.
-
Como nenhuma poltica de tombamento desta estrutura foi realizada,
apesar de estar situada em uma rea que foi transformada em Parque
Municipal, mas que tambm, esta completamente degradado, restam apenas
resqucios da estrutura, como pode ser observado na Figura 14.
Figura 14: Resqucios da es t rutura da Usina Hidrelt r ica Cachoeir inha si tuada no Parque Municipal Cachoei r inha Ipor/GO.Autora: SANTANA, L. D.de. Out . /2009
Em conformidade com entrevista realizada com o Senhor A. de F. Leo em 08
de outubro de 2009, o mesmo diz que:A cidade de Ipor no consegue preservar o pat r imnio histrico cul tural e arqui tetnico por fal ta de uma conscincia pol t ica, porque o patr imnio pbl ico tem que ser preservado e garant ido pela adminis t rao publica, seja ela municipal ou es tadual . A preservao do patr imnio his trico e important ss imo s que parece no deram muita importncia para isto , [ . . . ] .a regio de Ipor tem o passado histrico bonito porque isso aqui habi tado desde 1700 e pouco quando t inha soldado da coroa portuguesa [ . . . ] .
Em Ipor ainda existem residncias que foram construdas no perodo
em que a cidade foi fundada como, por exemplo, a casa que pertenceu a
Israel Amorim4 , conforme pode ser visto na Figura 15, assim como outras
4Conforme Gomis (1998, p. 69-93), Israel Amorim era natural de Conceio do Araguaia (Par). Ele teria chegado regio do rio Claro e Caiap no ano de 1926. Israel praticava a extrao de diamantes nos rio Claro e Santa Marta, alm de liderar os garimpeiros e posseiros tambm se tornou dono de grandes reas de terra na regio de Ipor.
-
poucas residncias na mesma rua que ainda resguardam traos de pocas
passadas.
Santos (1991,p.69) diz que no Brasil se recolhe a histria dos objetos
presentes, mas no a histria da cidade.
Figura 15 Avenida 24 de Outubro Residncia const ruda por Is rael Amorim. Traos do Velho e do Novo em sua fachada.AUTORA: Duarte , S . L. de. , Set . , 2009
Tendo em vista a representatividade do homem pblico Israel Amorim
para a cidade, pensamos que a manuteno, preservao e restaurao de
alguns marcos da paisagem citadina, deveriam ser mantidos como
patrimnio histrico e cultural, como o caso da residncia que foi de
Israel Amorim.
No relato de Relato escrito pela senhora Zilda Silva Barbosa (2009), a
mesma questiona a figura do homem pblico de Israel Amorim, Quem no conhece os l imites de Ipor? Israel de Amorim fundou e afundou o municpio emancipando seus povoados, l imitando a regio. Nossa primeira l inha de t ransporte terres t re via Ipor-Goinia era o expresso Marrequinho, saia da penso do Sr. Jacinto, ao lado da minha casa. Tinha uma companhia area Real, que uma vez por semana, pousava em nossa cidade usando o telegrafo para fazer comunicao dos vos. Os sinais e ram recebidos pelo senhor Cunha, agente responsvel pela companhia, mais tarde Ni l ton Perei ra Cout inho ocupou a funo de telegrafo. O aeroporto se local izava na Av. Caiap onde hoje exis te a torre da antena. Da Av. XV de novembro at o aeroporto era somente cer rado, at ravs de t r i lhas chegvamos aos avies .
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Tudo era mgico e divert ido ao ver a aeronave pousar decolar. Contvamos com poucos car ros de poca, car ros de bois , carroas , cavalos e bicicletas para formar nossos meios de t ransporte . O carnaval era animado pelo Z Perei ra , organizado pelo senhor Jose Riqueta. Como diverso ex ist ia bai les no salo do bar do senhor Dantas e ao lado um cinema na XV de Novembro. Servio de al to falante, ex ist ia nas igrejas pentecostais e catl icas , usando para anunciar falecimentos , ou qualquer outro comunicado a populao.
Apesar de ser uma figura pblica enaltecida na cidade, o discurso
acima mostra que quirelas polticas, permeavam as relaes polticas local.
Fonte: Cmara Municipal de Ipor/GOFigura 16: Is rael Amorim, importante f igura pol t ica da local idade.
Conforme o relato do Senhor J. da S. Sobrinho (2009) ao falar sobre os
aspectos polt icos, diz que:Quanto aos aspectos pol t icos Ipor es tava naquele tempo (1961), em nossa chegada aqui aos 13 anos de emancipao pol t ica, devia es t no 3 ou 4 prefei to da cidade e acompanhei na poca o cenrio urbano da cidade era composto por car ros de bois , animais cavalos que o pessoal vinha montando da zona rural pra c fazer compra principalmente no sbado, a cidade
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f icava movimentada nos vamos acontecer a cr iao do primeiro colgio es tadual na qual fomos inclusive professor, e vimos acontecer chegando a exis t i r o hospital Evangl ico s que funcionava numa casa improvisada por uns dois anos .
Em entrevista realizada com A. de F. Leo, o mesmo relata que:Ipor surgiu de uma reclamao do entendente mestre Osrio fez uma reclamao para o interventor D. Pedro Ludovico que a cidade do Comrcio Velho tava dando uma epidemia de febre amarela, febre t i fide. At mesmo o mestre Osrio perdeu a f i lha com esta doena ento. Ento o interventor mandou que ele procurasse um lugar para construi r uma nova cidade, f izeram uma comisso e escolheram a regio aqui . Ipor, com a mudana da cidade do Comrcio Velho para c, a cidade que teve um t raado fei to se no me tenho duvida pelo engenheiro At l io Correia Lima, uma cidade planejada com ruas planejadas , At l io fez parte da equipe urbans t ica de Goinia.
Autora: SANTANA, L. de. Nov. /2009.Figura 17: O arruamento da cidade Avenidas largas com o s is tema de rotatrias .
Fundada na dcada de 1930, Ipor foi aos poucos incorporando
elementos da mesma na atualidade, uma importante cidade da microrregio,
contudo, uma cidade sem tanta expressividade no contexto da economia
goiana, se comparada a outras que incorporaram o meio tcnico-cientfico-
informacional, e que tiveram suas paisagens transformadas em funo da
insero do capital, como por exemplo, cidades do sudoeste goiano Jata,
Rio Verde.
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Fonte: Cmara Municipal de IporFigura 18: Cine Alvorada. (Sem data) , uma das opes de lazer da populao quele perodo.
Figura 19: Fachada do CineAUTORA: Duarte , S . L. de. , Set . , 2009
Assim, pensamos ser pertinente que diante de tantas modificaes,
recuperar e manter determinados marcos na paisagem que nos auxiliam
compreender a transformao do espao geogrfico, podendo conviver de
forma harmnica o Velho e o Novo.
Analisar a paisagem urbana nos atenta para o fato de que no estamos
descrevendo ou montando um quadro, e sim elaborando uma construo,
cujo objetivo entender o modo atravs do qual a paisagem constituda,
como ela se produz sua substncia e contedos a partir de relaes reais.
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CONSIDERAES FINAIS:
O objeto geral deste estudo foi o de buscar compreender o processo de
transformao da paisagem em Ipor apartir de um contexto geohistorico, retrocedendo no
tempo para melhor entender tais transformaes no espao da cidade de Ipor. Pois atravs
do auxilio de fotografias antigas, escritos e fontes orais e atuais foi possvel buscar uma
melhor compreenso de como ocorreu a transformao da paisagem no decorrer do tempo
e como se apresenta a questo cultural e arquitetnico da cidade em questo apesar da falta
de documentos que trata sobre o assunto.
Nesta pesquisa foi constatada a deficincia na questo da preservao cultural
arquitetnico, pois no h uma ao poltica voltada para a preservao cultural os poucos
registros resguardada da paisagem local esto sendo destrudos com o passar do tempo. E
isto acarreta para a cidade uma perca de identidade cultural lamentvel.
-
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-
ANEXOS
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ENTREVISTA
Nome do entrevistado?
Idade?
natural de Ipor?
Se no de onde , e quando veio para Ipor?
Porque veio para Ipor?
Como era Ipor quando voc ou Sr. Chegou aqui?
Aspectos polticos
Aspectos econmicos ( a economia local era ancorada (baseada) em que?)
O comrcio como era?
As relaes sociais, a convivncia, as relaes de vizinhanas, as festas...como
eram?
Porque Ipor no consegue preservar seu Patrimnio Histrico e Arquitetnico?
Isto no ajudaria a remontar a histria da cidade, tendo em vista que Ipor surge da
transferncia de Distrito de rio Claro que teve uma importante representao de
poder poltico, quanto econmico e, tambm geogrfico;
Existe em Ipor algum projeto de lei que direcione a Preservao do Patrimnio
Histrico Cultural da Cidade? Notadamente da Av. 24 de Outubro?
Em relao hoje como percebe estas mudanas?
-
Conforme os registros que ficaram em sua lembrana Ipor hoje esta muito
diferente, considerando os aspectos que compem a sua paisagem, das construes,
do casrio, das praas?
O papel das praas naquela poca? Qual era?
Sobre a expanso da cidade, como percebe esse crescimento? Um crescimento
ordenado, desorganizado?
Os prdios mais antigos no foram preservados, v alguma importncia em no ter
sido mantido?
Quais eram os prdios pblicos mais importantes naquela poca.
Entrevista realizada com o senhor Amilton Leo no dia 08-10-2009
em sua residncia em Ipor:
O meu nome Amilton de Freitas Leo , tenho 71 anos, sou natural
de Rio verde, nos viemos para Ipor para fundar a empresa Vemil que na
poca era destribuidora dos Jipes Overlan e os Tratores Max Feleson.
Ipor era uma cidade de uns sete, oito mil habitantes no tinha nenhuma
rua pavimentada, no tinha gua tratada, tinha uma uzininha muito
rudimentar quase no iluminava a cidade. Era na poca aqui as lideranas
pol ticas ento era o prefeito senhor Ariston Gomes da Silva e alguns
vereadores como mario, Ovidio varanda parece que Arthur Barros esse
a foi em 1963, em 1964 veio a Revoluo de 31 de maro a mudou todo o
panorama poltico da regio. Assim aqui no teve muita novidade porque o
ento prefeito senhor Ariston Gomes da Silva continuou, era deputado
federal representante da regio deputado Rezende Monteiro que muito
contribui com a regio e em 65 houve a eleio municipal onde foi eleito o
ento Joo Tavares depois ele renunciou assumiu o ento prefeito vice
Joaquim Barros.
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Nessa poca os aspectos aqui era mais os garimpos tanto de ouro
como de diamante e, a agricultura mais familiar mais de sustentao
prpria n, s depois do advento de Gois rural que veio o desmatamento
do cerrado a assim toda regio passou a produzir muito arroz. Ora o
garimpo, rio de piles era um garimpo mais manual que produzia muitas
pedras, algema e o prprio ouro em p que eles lavava o cascalho e depois
vinha peneirando o na bandeira para tirar o ouro em p.
As convivncias das vizinhaas era muito boa ainda no tinha o
advento da televiso ento todo mundo jantava e ficava nas portas fazia a
roda de vizinhos para comentar e bater papo era uma convivncia muito
boa e nos aspectos social tinha um clube aqui, aqui era o Soanara Clube,
mas as mania da poca eras as festinhas em casa que era as festinhas de
famlia que era muito boa por sinal as relaes eram muito armonioza.
A cidade de Ipor no consegue preservar o patrimnio histrico
cultural e arquitetnico por falta de uma conscincia poltica, porque o
patrimnio publico tem que ser preservado e garantido pela administrao
publica, ou seja, ela municipal ou estadual. A preservao do patrimnio
histrico e importantssimo s parece que no deram muita alternncia pra
isso porque historia no reviver o passado no conhecer ate a futura
porque toda regio tem o seu passado histrico Ipor tem, a regio de
Ipor tem o passado histrico bonito porque isso aqui habitado desde
1700 e pouco quando tinha soldado da coroa portuguesa policiando as
margem do Rio Claro, Piloes para garantir o garimpo que deram a
conservao para os irmos Antonio e Felisberto Caldeira Brant. Ipor
surgiu de uma reclamao por ento do entendente mestre Osrio fez uma
reclamao para o interventor D. Pedro Lodovico que a cidade do
comercio velho tava dando uma epidemia de febre amarela, febre ti fide,
cuja ate o mestre Osorio perdeu a f ilha com esta doena ento o
interventor mandou que ele procurasse um lugar para contribuir uma nova
cidade fizeram uma comisso e escolheram a regio aqui. Ipor com a
mudana da cidade do comercio velho pra car. Ipor uma cidade que teve
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um traado feito se eu no me tenho duvida pelo engenheiro Atilho Correia
da Costa, pois foi uma cidade planejada com ruas planejadas, Atilho fazia
parte urbanstica de Goinia. A mudana foi interessante porque saiu de
uma cidade de margem de rio cheia de problemas e veio pra uma cidade do
Planalto sem problema nenhum e com a legalizao da terra de Ipor, a
regio passou a produzir muitos gros. As casas era antiga casaro de
porta de ferro e janela de ferro, no porta de madeira, janela de madeira,
procurava na poca fazer as casas mais na beira do crrego (crrego
Tamandu) .
Pois hoje nos temos uma arquitetura mais moderna, n os casares
ficaro nos lembra e tero que preserv-lo, para a historia da cidade. Na
minha poca que eu chequei aqui no existia ali onde era a rodoviria a
praa da igrejinha e no sei por que demoliram a igrejinha que era ali um
marco histrico da cidade de Ipor. Na verdade quando eu cheguei aqui a
nica praa que tinha aqui j t inha sido invadida era a Praa Eupidio de
Paes ali foi feito, o prdio do Banco do Brasil, hoje o Banco Ita, foi
feito o prdio do correio, foi feito o prdio da prefeitura, hoje a regional
da sade, e eu acho que as praas que existiram na poca foram mutiladas.
Olha
O principal na cidade teve um loteamento desordenado aqui mas hoje
a cidade esta comeando e crescendo ordenadamente, podemos dizer que
Ipor no tem invaso, no tem ranchos uma cidade bem ordenada.
A preservao dos prdios antigos e de suma importncia porque eles
retrata a historia verdadeira da cidade. Naquela poca os prdios
pblicos, mais importante era a prefeitura municipal, e a coletoria federal
que hoje no existe mais aqui. A prefeitura municipal ficava na 24 de
outubro com a Esmerindo Pereira hoje a vidraaria aquarius e a
coletoria federal estadual, mudava de ponto porque era prdio alugado.
Entrevista feito ao prefeito de Ipor na prefeitura no dia 14-10-
2009.
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Jos da Silva Sobrinho, eu tenho 67 anos e sou natural de
Comendador Gomes, Minas Gerais , cheguei a Ipor em fevereiro de 1962
aos 20 anos.
Eu vim para Ipor numa poca pelo motivo pela construo de
Braslia havia uma corrida migratria para o Centro oeste em funo do
progresso que se esperava pela construo da capital federal aqui no
Planalto Central, ento nos pequenos produtores La em Minas Gerais meu
pai minha famlia optamos por vender a propriedade La e, viemos para
aqui na poca eu trabalhava e estudava tanto que eu vim um ano depois
que meus pais, chegando aqui em 1962 e fiquei raiz e estou aqui ate hoje.
Ipor era uma cidade muito pequena e mais foi sempre uma cidade
ativa na poca do comercio se restringia a Avenida 15 de novembro ainda
de terra, mas j exist ia empresas como a Casa Silva e Comercial Barbosa,
Armazm Braslia, Casas Goianas, lojas pernambucanas, revoluo, ento
sempre Ipor foi o Centro comercial relativamente importante na regio.
Quanto aos aspectos polticos Ipor estava naquele tempo em nossa
chagada aqui em 13 anos de emancipao poltica nos devia est no 3 ou
4 prefeito da cidade e acompanhei na poca o cenrio urbano da cidade
era composto por carros de bois, animais cavalos que o pessoal vinha
montando da zona rural pra c fazer compra principalmente no sbado a
cidade ficava movimentada nos vamos acontecer a criao do primeiro
colgio estadual na qual fomos inclusive professor, e vimos acontecer
chegando a existir o hospital Evangelho so que funcionava numa casa
improvisada por uns dois anos. aconteceram a muitas coisas depois
disto viemos acompanhados essa revoluo chegando de asfalto e energia
eltrica da cachoeira dourada e nos envolvemos muito cedo na poltica aos
23 anos de idade, justamente no ano de 1964, eu j era secretaria da
diretoria local do PSD partido extinto com a revoluo de 1964, ento nos
teramos muito assunto pra falar na questo dos aspectos pol ticos, mas os
fatos mas recente vocs tem conhecimento. E quanto aos aspectos
econmicos nossa na poca era baseada principalmente na abertura da
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zona rural quando derrubava mato com machado a regio produzia muito
feijo aqui mais prximo entre Ipor, Amorinplis exist iam cafeicultura,
cafezais plantados na terra quase vigem depois da derrubada, e Ipor
chegou a possuir maquinas de beneficiamento de caf coisa que muita
gente no sabe, e isso e depois houve um estimo do prprio governo federal
atravs do instituto brasileiro do caf que estimulou a rancar os cafs e
pagou ento extinguiu os cafezais da regio.
A economia local era baseada e tinham diferena significativa de
hoje nos tnhamos uma boa produo de milho e feijo, tnhamos uma boa
produo de arroz e na zona rural a economia era totalmente diferente de
hoje, o produtor rural tinha uma alternativa econmica,, no existiam
naquela poca a produo industrial de leo comestvel, leo de soja estes
leos industrializados, ento o grande consumo era de banha de sunos,
ento cada produtor t inha um chiqueiro que engorda capados e, era
valorizado este produto e tinham mercado muito bom.
exatamente nos estava ate esquecendo a principal atividade da
regio que j era tradicional ate que foi em funo desta atividade que
surgiu a cidade nos tnhamos o garimpo, a presena marcante dos
garimpos no Caiap, Rio Claro e nos pequenos afluentes como o Santa
Marta que produziu muito diamante, foi em certa poca antes da minha
chegada aqui principal teve garimpo enorme aqui muito grande e foram
eusarindo essa produo diminuindo e depois a legislao apertou uma
atividade inexistentes hoje, mas o garimpo foi a principal fator da
ocupao dos espaos da nossa regio. Nos temos aqui um problema
cultural que eu acho interessante, como a nossa regio foi ocupada
principalmente por garimpeiros ento o garimpeiro era uma atividade de
extrativismo extremamente importante durante sculo ate mais de sculo
mais de um sculo no Brasil dois trs, ns temos a cultura remanescentes
da cultura do garimpo no Ipor ate hoje.
E depois disto e que vieram naturalmente este pessoal que eu fazia
referencia do qual o grupo eu fazia parte, principalmente por mineiro que
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viam aqui comprava pequenos ou reas medias na regio e fazia abertura
na regio, mas o pessoal co pouca ambio no tinha uma viso muito
grande do futuro.
O pequeno produtor ocupante dos primeiros espaos aqui satisfazia
com pouco a grande ambio era ter uma pequena propriedade com um
Curralinho com vacas quando ele tivesse um rego dgua com majoro
funcionando um chiqueiro cheio de capados, um paiol com milho com
palha, ele tava praticamente realizado no era pessoa de muitos projetos e
muitas ambies e nos sofremos ate hoje ainda as conseqncias deste tipo
de cultura. Embora hoje nos estamos vivendo nesta faze se transio como
na cidade o engresso a partir da fundao da Feclip hoje a UEG, onde os
fi lhos esto estudando e o pessoal vai formando ento fatalmente nos
estamos embora no seja uma coisa muito rpida, nos estamos sofrendo um
processo de transio positiva na minha viso com vista um grau de
projetos de vida mais ambiciosas que isto importante, n?
Mas aqui nos falaramos sobre relaes sociais, convivncia e
relaes de vizinhanas como as festas naturalmente antes do adivento da
televiso deste meio de comunicaes modernas as relaes humanas eram
muito mais intensas os vizinhos se visi tavam haviam festas muitas festas
tanto na zona rural como na cidade festinhas pequenas mais agradvel e a
harmonia que existia nos no viam falar em drogas naquele tempo, ento
existiam eu acho naquele ponto um clima de relaes humanas ate mais
positivas do que hoje mito complementado com tantas interferncias que
existem n?
aqui quando faz uma pergunta sobre a preservao do
patrimnio histrico e arquitetnico, eu queria dizer o seguinte Ipor na
realidade no uma cidade antiga uma cidade nova n. Nos temos 60
anos de idade e no nosso programa de governo que para mim o programa
que eu fiz para disputar as eleies um manual para minha
administrao, eu persigo existentemente eu releio-o simplesmente, ento
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contam alguns avanos nesse sentido por exemplo os pretendemos instalar
em Ipor um museu.
Museu para esta praticamente nos colher materiais que com que
agente tem no montam quanto ao tempo mas vai passando mais dif cil se
perde, ento nos pretendemos fazer funcionar de forma melhor o aspecto
cultural e ainda nos estamos no primeiro mandato nos teremos um projeto
nosso pra 4 anos. Esse ano um ano perdido na administrao por causa
da crise, mas , uma deciso faz parte do nosso propsito faz uma
signif icativa melhor em relao a aspectos culturais da cidade. E um deles
preservao de memrias seriam justamente em funo de escolher algum
local, alguns edifcios alguma coisa para preservar e inclusive a criao
de, do museu histrico retratando a a revoluo que nos passamos desde o
inicio. E no existem uma lei municipal que preserve o instituto do
Patrimnio histrico da Cultura da cidade.
Pergunta exatamente sobre a 24 de outubro, alguns edif cios j foram
ate destruindo que seria signif icativa mas existem alguma e nos estamos,
temos feito contatos, nos temos como eu disse antes, projetos de, de, de, de
evoluir no sentido de aumentar tanto o grau de memrias da cidade atravs
de museu de preservao de prdios e outras coisas que a sociedade acha
que a gente vivem um discusso permanente com a sociedade.
Eu ouo as pessoas muito quando eu ouo aquilo que interessa, que
eu acho que eu acho que realmente conveniente normalmente eu agrego a
isso aos meus propsitos. Em relao a hoje pergunta como recebe essas
mudanas, eu percebo essas mudanas de hbito como necessrias urgente
e exemplos as mudanas que eu j falei nos estamos num processo na
minha viso como a instalao que nos temos a a UEG que precisa evoluir
em relao a oferta de recurso alternativos outros cursos ate mais
atrativos, mas nos temos a a FAI que foi recente adquirida pela faculdade
FMB, e temos a um grande projeto do IFETE uma escola publica federal
que quem viver aqui em Ipor ver que daqui uns anos nos teremos a em
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Ipor uma unidade de extrema importncia oferecendo curso tecnolgicos
tambm curso de graduao superior.
Registro que ficaram na, lembrana que Ipor hoje muito diferente,
muito diferente que ate eu j falei sobre isso, sobre o cenrio urbano que a
gente via, carro de boi e cavalaria pela rua. E hoje nos j tamos inclusive
j marcado agora para o dia 22 e ate uma oportunidade pra vocs como
universitrios tomar conhecimento, nos elaboramos um projeto de empresa
de engenharia contratada pela prefeitura projeto de sinalizao e de
coordenao do trafico urbano da cidade e no dia 22, as 08:00 horas da
noite La no espao verde nos estvamos fazendo justamente com a
comunidade toda uma cerimnia uma audincia publica pra discutir esse
projeto de sinalizao urbana que ta pronto mais sujeita a preciao da
populao e aberto a sugestes.
importante demais, a maior partes dos acidentes que acontece no
por falta de civil izao por imprudncia, mas essa imprudncia precisa
ser corrida atravs de educao de trnsito, nosso papel promover isto,
mas nos sabemos que pedestres , ciclistas, motociclista , motorista todos
faz parte do transito saiu na rua trnsito n.
Ento um cenrio diferente enquanto exist iam carro de boi
cavaleiro agora existe uma cidade onde s vezes no centro voc no
arranja estacionamento. Quer dizer aumentou demais o volume de veculos
automveis e tambm aumentou muito o acidente em relao a
motociclistas, ento a comunidade eu fico decepcionado com a audincia
publica que vai pouca gente quer dizer vai pouca gente por isso no
demonstra interesse as pessoas critica muito, mas no participa , o
momento e este de participar eu gostaria que a populao estivesse
participando.
O papel das praas naquela poca praticamente no existiam,
existiam uns largos que o pessoal falava antigamente que era um espao
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que era de terra e que no tinha opo de conforto isto inclusive ainda
temos muita deficincia nesses espaos n?
Expanso da cidade na expanso da cidade foi de maior pecado da
cidade que comentou contra Ipor foi quando na f inal da dcada de 70,
precisamente em 78, 79 e 80, a pretenso de atender interesses particulares
houve uma extenso extremamente desordenada na cidade ao ponto de
chegar ate hoje a quase 30 anos depois constatando depois que ainda
existem em poca mais lotes vagos que lotes construdo gerando um
problema para a administrao tremendo.
O cidado constri uma casa La na vila Braslia La longe. Porque o
lote barato e ele esquece antes tomar a deciso, ele esquece que La no
tem gua no tem energia, no tem transporte. A partir do momento que ele
construiu, ai ele procura o poder publico municipal pra fazer infra-
estrutura que poderia ser exigida quando Fizerem o loteamento dos
investidores ento um problema gravssimo, o problema da desordenao
que houve ento o nosso crescimento foi fei to desorganizado.
O pessoal inicial que fez a planta original da cidade foi ate
inteligente nossas ruas so largas avenidas tal ento voc pode observar
os loteamentos de fora so becos, viradas estreitas e tal ruas vielas n. Os
prdios mais antigos no foram preservados no tem como consertar tem
algumas coisas aqui, mas hoje ainda tem nos temos identif icado aqui uns
trs prdios que eu no vou citar ate porque na realidade, quando vai fazer
isto nos temos que, eu acho que a gente acha que tem que adquirir um
patrimnio publico que ate difcil pro ce poder usa-lo.
E a se voc antecipar, mas nos temos ai umas trs unidades de
prdios que retrata uma arquitetura contempornea da poca do comeo da
cidade e seria importante pra gente fazer , preservao, igreja por exemplo
nos temos a crist evanglica parece que uma das mais antigas quer
dizer quando nos chegamos aqui s tinha uma torre era diferente, mas essa
a prpria instituio naturalmente preserva n. Os prdios publico mais
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importante naquela poca, prdio publico daquela poca tinha a prefeitura
na 24 de outubro onde funcionava parece uma vidraaria, tinha a cadeia
publica que, era uma cadeinha com as grades e tal foi demolida e
construda em seu local a agencia regional da sade na 15 de novembro.
Os prdios mais antigo eu acho que nos tnhamos muita pouca coisa,
o Israel de Amorim um prdio antigo que j existiam desde daquele
tempo, ele esta preservando embora as vezes perca um pouco as
caractersticas original.
Entrevista realizada no dia 17-10-2009 eu me chamo Olina
Gonalves Marques, e da depois eu me casei eu chamo Olina Gonalves
de Souza. Eu tenho 77 anos vou enterar agora no dia 31 de outubro. Na era
que eu vim, vim de Goinia, nasci e me criei em Goiania, a minha famlia
esta em Goiania, e da depois meu avo e meu pai pra nos vim para Ipor,
ai nos vei e no t inha estrada niuma era difcil para poder buscar nos foi
ate Cachoeira (Cachoeira de Gois) de Cachoeira nos ficou um ms
esperando um tio me buscar nos de Ipor ate a cachoeira de carro de boi.
Nos chegamos aqui em 41 (1941), e em 41 quando chegamos em
Ipor era cerrado purinho em Ipor e da depois s tinha trs rancho e
uma igrejinha velha, ai nos seguiu pra fazenda retirada 18 quilombo e de
la nos cheguemo nos decemo a mudana do carro de boi pra dentro de um
rancho.
E dentro do rancho no t inha nada do que comer, era so um fechinho
muito velho, fazia jac, rede pra poder vender, pra poder ter um comezinho
ali pra comprar uns trens de comer. O velhinho chamava Neca, ele deixou a
mulher e os fi lhos pra traz e dai depois a mulher desse Neca chegou com os
fi lhos.
Ai nos tinha pra poder comprar o de comer, os homens andava o dia
inteiro dentro da mata no meio das onas, num meio de tudo quanto bicho
pra poder comprar o de comer, e eles achou um dia um senhore que
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chamava Domingo, e ento ele tinha um capado pra vender pra nos, e a
era meu pai e meu av, ai era capado aflautado matava e enrolava tudo
com as carnes tudo e puinha sal assim eles fez a negociao do capado.
E a nos j foi sabendo viver, e pra comprar os trem de comer assim
arroz, fei jo, assim uma fruta que nos era acostumados como manga tinha
de mais la no meu avo em Goinia perto de Goinia dos quilombo
( quilometro). Ai nos comprava os trem de comer levava tudo. E da depois
eu fui crescendo eu j tava assim moinha assim pequena mais j
trabalhava, a eu fui me crescendo, e da depois me casei.
Me casei e me criei trs filhos, de trs fi lhos a eu vim de Goinia e
meu marido vei da Hidrolandia meu marido era de Hidrolandia e eu de
Goiania a ele chegou com a mudana e nos chegou bem primeiro. E Ipor