A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento...

98
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA Campinas 2008 ELISETE DE ANDRADE LEITE A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL

Transcript of A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento...

Page 1: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Campinas 2008

ELISETE DE ANDRADE LEITE

A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA

RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL

Page 2: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

Trabalho de Conclusão de Curso Especialização apresentado à Coordenação de Extensão da Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas para obtenção do título de Especialista em Atividade Motora Adaptada.

Campinas 2008

ELISETE DE ANDRADE LEITE

A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA

RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL

Orientador: Prof. Dr. José Luiz Rodrigues

Page 3: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

Este exemplar corresponde à redação final do Trabalho de Conclusão de Curso Especialização defendido por Elisete de Andrade Leite e aprovado pela Comissão julgadora em: 26/09/2008.

Prof. Dr. José Luiz Rodrigues Orientador

Prof. Dr.Paulo Ferreira de Araújo

Prof. Paulo Henrique Ramos Bernardes

Campinas 2008

Elisete de Andrade Leite

A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA

ESPECIAL NO BRASIL

Page 4: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

Dedicatória

Dedico este trabalho carinhosamente ao

meu querido amigo Dr. José Luiz Rodrigues, que por

acreditar no meu desempenho como profissional da área de

Atividade Motora Adaptada, me incentivou a relatar minha

experiência.

Page 5: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

Agradecimentos

Agradeço à Glícia Maria Bellemo, Renata Marques Teixeira e Ana

Laura Reis Pereira, profissionais da área de Ginástica Rítmica, as quais quando

solicitadas sempre se mostram disponíveis para contribuir com nossas competições

adaptadas.

À minha prima Aline de Souza Andrade que acompanha e contribui

em nossos treinamentos de Ginástica Rítmica na APAE de Guaratinguetá e

competições.

À todas as minhas alunas de Ginástica Rítmica da APAE de

Guaratinguetá.

Page 6: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

LEITE, Elisete de Andrade. A Trajetória da Ginástica Rítmica Especial no Brasil. 2008. 85f.

Trabalho de Conclusão de Curso Especialização-Faculdade de Educação Física. Universidade

Estadual de Campinas, Campinas, 2008.

RESUMO

O presente trabalho traz reflexões de natureza metodológica e operacional acerca da pesquisa

qualitativa em saúde, tomando por base a investigação realizada em um estudo sobre “A

trajetória da Ginástica Rítmica Especial no Brasil” praticada por meninas com deficiência

mental. Motivados por questões relativas ao tema, o referido estudo nos possibilita a

estruturação de um documento que nos revela como tem sido a prática dessa modalidade no

Brasil com essa clientela. O objetivo do estudo foi o de relatar a trajetória sobre o trabalho da

Ginástica Rítmica no Brasil com meninas com deficiência mental, não só para que façamos

parte da história, como também obter dados da importância dessa prática, para as referidas

praticantes. Do ponto de vista da produção dos dados, o estudo primeiramente recorreu ao

resgate de informações de dados através de: documentos dos primeiros trabalhos, iniciados na

APAE de Guaratinguetá, documentos da primeira competição oficial no Brasil, reportagens de

jornais, e fotos entre outros.

Palavras-Chaves: Ginástica Rítmica; Deficiência Mental.

Page 7: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

LEITE, Elisete de Andrade. The trajectory of the special Rhythmic Gym in Brazil. 2008. 99f.

Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização-Faculdade de Educação Física. Universidade

Estadual de Campinas, Campinas, 2008.

ABSTRACT

The present paper brings reflections of methodological and operational nature on the qualitative

research in health, taking as basis the investigation done in a study about “The trajectory of the

special Rhythmic Gym in Brazil” performed by girls with mental deficiency. Motivated by

questions relative to the theme the referred study allows us the structure of a document which

reveals to us what the practice of this modality has been like in Brazil with this clienthood. The

objective of this study is to tell the trajectory of the work of Rhythmic Gym in Brazil with

mentally handicapped girls, not only to be part of history, but also to get data about the

importance of this practice, for the referred performers. From the data production point of view,

the study has first and foremost sought the rescue of data information through: former works

documents set out at APAE in Guaratinguetá; documents of the first oficial competition in

Brazil, articles from newspapers, and photographs among others.

Keywords:Rhytmic Gym , Mental deficiency

Page 8: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

8

SUMÁRIO

Introdução ......................................................................................................................... 09

1 Deficiência Mental ............................................................................................................ 11

1.1 Historia............................................................................................................................ 11

1.2 Evolução da Conceituação do Retardo Mental...................................................... 12

2 A Ginástica Rítmica.......................................................................................................... 15

2.1 Historia............................................................................................................................

2.2 Conceito...........................................................................................................................

15

17

3 A Ginástica Rítmica Especial................................................................................ 23

3.1 A Ginástica Rítmica como Atividade Motora Adaptada para meninas com

Deficiência Mental.................................................................................................

3.2 Contribuições da Ginástica Rítmica para meninas com Deficiência

Mental....................................................................................................................

4 Trajetória da Ginástica Rítmica Especial no Brasil....................................................

4.1 Relato do inicio das atividades...........................................................................

4.2 Competições adaptada de Ginástica Rítmica...............................................................

4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica..........................

4.4 Competições Oficiais no Brasil de Ginástica Rítmica adaptada para meninas com

deficiência mental...................................................................................................

4.5 Competições Internacionais de Ginástica Rítmica Adaptada com participações

de atletas brasileiras.............................................................................................................

23

25

38

38

52

58

64

68

5 Metodologia da pesquisa................................................................................................... 88

6 Considerações Finais......................................................................................................... 90

7 Referências Bibliográficas ............................................................................................... 92

Anexos ................................................................................................................................... 96

Page 9: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

9

Introdução

Fiquei surpresa e feliz quando foi me sugerido pelo professor Dr. José Luiz

Rodrigues, que documentasse meu trabalho de Ginástica Rítmica com meninas com Deficiência

Mental. Naquele momento já me senti gratificada e recompensada profissionalmente e

automaticamente me reportei em memórias pessoais e profissionais as quais afloraram minha

mente e ao mesmo tempo me orgulhava das lembranças. Apesar de nunca ter sido atleta, sempre

fui admiradora da Ginástica Rítmica e participava em apresentações de eventos na própria

Faculdade, onde me graduei. Esta modalidade me fascina pelas possibilidades de movimentos

naturais e espontâneos, e o mais interessante é que podemos explicitar toda a nossa criatividade.

A G.R. é uma atividade muito rica e dotada de grande versatilidade, pois

trabalha a coordenação motora, a percepção espacial, a lateralidade como também a consciência

corporal, a postura e as qualidades físicas. Oferece inúmeras formas de exploração de

movimentos físicos e estéticos e contribui para o desenvolvimento e ou o aprimoramento do

esquema corporal (PEREIRA, 2000).

Introduzir esta modalidade em minhas aulas de Educação Física na APAE de

Guaratinguetá, foi um grande desafio para mim e para as praticantes, pois na época em 1978, a

Ginástica Rítmica era uma modalidade pouco difundida , praticada por poucos. Não tínhamos na

época nenhum método para alunas especiais e sequer nenhuma referência que nos pudesse

orientar. Através de cursos comuns de Ginástica Rítmica e leituras fui me atualizando na

modalidade e adaptando as atividades para as meninas com deficiência mental.

O ato motor possui caráter cognitivo afetivo social e sociabilizador e envolve

as percepções sinestésicas, estando unido à linguagem. A formação do pensamento não somente

está vinculada à aquisição da linguagem como também ao movimento. Apenas a transmissão

verbal não será suficiente para constituir na mente da criança as estruturas operatórias que

conduzem à coordenação de ações e movimentos (BARROS e BRAGA, 1983).

Temas sonoros (percussão ou a própria música) levam as alunas a se ajustarem

na percepção temporal e espacial melhorando a memorização envolvendo no que diz respeito a

parte psicomotora ( BARROS e BRAGA ,1983).

A música é um meio pelo qual as pessoas com deficiência mental podem

aprender muitas coisas. O canto, as bandas rítmicas, os jogos musicais e outras atividades ajudam

Page 10: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

10

a liberar energia e também servem como forma de expressão e socialização.

(KIRK/GALLAGHER, 1991).

Conhecedora da Ginástica Rítmica, modalidade que tantas possibilidades nos

oferecem, envolvendo movimento corporal, manuseio de aparelhos manuais e música, e sabendo

das necessidades de meninas com Deficiência Mental em desenvolver capacidades de percepção,

atenção, organização do espaço temporal, estruturação do esquema corporal e da imagem

corporal é que optamos por relatar este trabalho de Ginástica Rítmica que julgamos contribuir

com as praticantes em suas necessidades.

No 1º Capítulo Apresentamos a história e a evolução da conceituação sobre a

Deficiência Mental.

No 2º Capítulo fazemos uma abordagem da Ginástica Rítmica enquanto

modalidade desportiva sob o ponto de vista conceitual e histórico.

No 3º Capítulo nos referenciamos a Ginástica Rítmica Especial, sua

importância como prática para meninas com Deficiência Mental, suas contribuições e a trajetória

da Ginástica Rítmica Especial no Brasil, comprovadas através de relatos, textos bibliográficos e

fotos, abordando ainda o tema Competições adaptadas de Ginástica Rítmica Oficiais no âmbito

estadual, Nacional e Internacional. .

No 4º Capítulo fazemos a descrição da metodologia desta pesquisa, bem como

procedimentos e técnicas que utilizamos para construir nossos dados.

No 5º Capítulo registramos nossas Considerações Finais

Page 11: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

11

1-Deficiência Mental

1.1 História

Segundo Fonseca (1995)nos séculos XVI e XVII( Idade Média ) A mitologia ,

o espiritismo e a bruxaria dominaram e afetaram a visão da deficiência de onde decorreram

julgamentos morais , perseguições , encarcerações, etc,.

Este período ficou marcado e conhecido pela era pré-cristã, como um período

de negligência e ausência total de atendimentos às pessoas com deficiências físicas ou mentais

que eram consideradas subumanas, e a quem era negado o direito à vida.

De acordo com Ceccim (1997), com base na crença difundida na época,

acreditava-se que tais condições eram de procedência maligna - manifestação de forças dos

deuses ou do demônio - delegando-lhes a culpa por sua deficiência e ainda condenavam essa

pessoa a um status de não-educabilidade.

Nesse sentido, tais pessoas, num primeiro momento, tornaram-se culpadas da

própria deficiência, fato esse que os tornou, desde então, suscetíveis a atitudes repugnantes, que

variaram de exorcismo, flagelações e torturas, até ações que causavam a morte.

Avançando um pouco mais, encontramos as atitudes de caridade e cuidados,

ajudando a reforçar as atitudes de segregação, ou seja, abrigá-los em locais específicos, retirando-

os do convívio com os ditos normais.

Continuando o autor aponta que no século XVIII percebe-se uma mudança de

atitude e também uma nova concepção: a humanista Cristã, fazendo com que o extermínio e o

abandono das crianças nascidas com alterações orgânicas visíveis não mais ocorressem, já que

um dos princípios cristãos era o amor incondicional ao próximo. Como filhos de Deus mereciam

tolerância, mas mesmo assim eram segregados da vida social por serem considerados

improdutivos. Eram recebidos em hospícios, manicômios e hospitais convivendo com pessoas

com vários tipos de doenças, pois o importante era que não ficassem expostos.

Conforme relata alguns autores dentre eles Fonseca (1995) no século XIX se

iniciam os primeiros estudos científicos das deficiências, com uma preocupação maior para a

deficiência mental, destacando-se os trabalhos de Esquirol, Ireland, Séquin, Ducan, e Millar,

Down, e outros, com denominações à deficiência como: idiota, imbecil, demência, cretinismo,

sempre nos dando a idéia de incapacitados e inadaptados. Tivemos então no período, pós guerra

Page 12: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

12

(primeiras e segunda Grandes Guerras), novos dados relativos à deficiência com o estudo da

neurologia e patologia do cérebro.

No Brasil, o atendimento às pessoas com deficiência mental expandiu-se,

embora de forma extremamente lenta. Foi somente após a Proclamação da República que a

Educação Especial passou a merecer um pouco mais de atenção. Com isso, pouco a pouco, a

deficiência mental foi conseguindo ser alvo de maior atenção não só pelo maior número de

instituições que foram criadas, como também pelo peso que ela foi adquirindo em relação à

saúde, à preocupação com a eugenia e à educação em especial em relação ao fracasso escolar.

De acordo com Caiado (1996), o interesse da ciência em buscar explicações

orgânicas para fenômenos (deficiências), que até então eram explicados de maneira mágica e

supersticiosa, inaugura uma nova maneira de se encarar a deficiência. Esta, por sua vez, passa a

ser vista como algo que pode apresentar diferentes diagnósticos: seqüela, lesão, diminuição da

capacidade de um órgão em conseqüência de doenças. O conceito de deficiência mental, apoiado

na vertente médica, colocou o sujeito com deficiência na posição de uma pessoa doente,

tornando-o, do ponto de vista do senso comum, um sujeito reconhecido originalmente como

“objeto” da medicina.

Tal fato implicou a realização de pesquisas genéticas, avanços tecnológicos,

trabalhos de equipes multidisciplinares para avaliação, diagnóstico e tratamento

Foi a partir desse momento, que a deficiência passou a ser vista como alvo de

tratamento, evitada ou controlada.

1.2 EVOLUÇÃO DA CONCEITUAÇÃO DO RETARDO MENTAL:

Muitos são os conceitos quando se trata da definição de deficiência mental. A

definição de deficiência mental mais representativa é a apresentada pela AAMR – American

Association on Mental Retardation. Fundada em 1876, a AAMR é uma associação internacional e

multidisciplinar de profissionais que tem tido, desde 1921, a responsabilidade de definir

deficiência mental (AAMR, 2002).

Segundo Tredgold (1908) “um estado de deficiência mental de nascença ou a

partir de tenra idade, devido a desenvolvimento cerebral incompleto, em conseqüência do qual a

pessoa afetada é incapaz de realizar seus deveres como membro da sociedade na posição da vida

Page 13: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

13

para a qual ela nasceu”. De acordo com o mesmo autor (1937) a deficiência mental é um estado

de desenvolvimento mental incompleto de um tipo e grau que o individuo é incapaz de se adaptar

ao ambiente normal de seus companheiros, de maneira a conseguir levar sua vida

independentemente de supervisão, controle ou apoio externo. O autor nestas duas definições da

ênfase na incurabilidade referindo-se a uma condição final ou permanente de retardo mental.

Doll (1941) define o retardo mental como um estado de incompetência social

obtido na maturidade, ou provável de se obter na maturidade, resultante de uma parada no

desenvolvimento de origem constitucional (hereditária ou adquirida); a condição é

essencialmente incurável através de tratamento e irremediável através do treinamento.

Para a AAMR: Heber, 1959 o retardo mental refere-se a um funcionamento

intelectual geral abaixo da media que se origina durante o período desenvolvi mental e está

associado a uma deficiência em uma ou mais das seguintes áreas:

1}amadurecimento, 2)aprendizagem, 3)ajustamento social.

Em 1961 Heber diz que o retardo mental refere-se a um funcionamento

intelectual geral abaixo da média que se origina durante o período desenvolvi mental e está

associado com deficiência no comportamento adaptativo.

De acordo com AAMR: Grossman, (1973) o retardo mental refere-se a um

funcionamento intelectual geral significativamente abaixo da média, existente ao mesmo tempo

com déficits no comportamento adaptativo e manifestado durante o período desenvolvimental.

A OMS (1981) define deficiência mental como “um funcionamento intelectual

inferior, com perturbações da aprendizagem, maturação e ajuste social, constituindo um estado no

qual o desenvolvimento da mente é incompleto”.

Em 1983 Grossman refere-se ao retardo mental como um funcionamento

intelectual geral significativamente abaixo da média, resultando em ou associado a deficiências

concomitantes no comportamento adaptativo e manifestado durante o período de

desenvolvimento.

Na definição apresentada pela AAMR em 1992 Luckasson et al afirmam que o

retardo mental refere-se a limitações substanciais no funcionamento atual. É caracterizado por um

funcionamento intelectual significativamente abaixo da média, existente ao mesmo tempo com

limitações relacionadas em duas ou mais das seguintes áreas de habilidades adaptativas

aplicáveis: comunicação, autocuidado, vida doméstica, habilidades sociais, uso da comunidade,

Page 14: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

14

auto direcionamento, aprendizagem funcional, lazer e trabalho. O retardo mental manifesta-se

antes dos dezoito anos.

Em 2002, a AAMR apresentou a seguinte definição: “O Retardo Mental é uma

incapacidade caracterizada por importantes limitações, tanto no funcionamento intelectual quanto

no comportamento adaptativo, está expresso nas habilidades adaptativas conceituais sociais e

práticas”. Essa incapacidade tem início antes dos dezoito anos. De acordo com a definição da 10°

edição da AAMR 2002 devemos considerar cinco hipóteses:

a) As limitações no funcionamento atual devem ser consideradas dentro do

contexto dos ambientes da comunidade típicos das pessoas da mesma faixa etária e

da mesma cultura do individuo.

b) A avaliação valida considera a diversidade cultural e lingüística e também

as diferenças nos fatores de comunicação, nos fatores sensoriais, motores e

comportamentais.

c) Em cada individuo, as limitações freqüentemente coexistem com as

potencialidades.

d) Um propósito importante ao descrever as limitações é desenvolver um

perfil dos apoios necessários.

e) Com os apoios personalizados, apropriados durante um determinado

período de tempo, o funcionamento cotidiano da pessoa com retardo mental em

geral melhora.

Page 15: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

15

2-A Ginástica Rítmica

2.1 História

Segundo Laffranchi (2001) um dos primeiros relatos acerca do principio da

atividade física associada ao ritmo vem de Rousseau (1712-1778), que realizou um estudo sobre

o desenvolvimento técnico e prático da ginástica para a educação infantil. O lado artístico da

Ginástica Rítmica teve duas raízes lançadas por Delsarte (1811-1871) que caracterizou seu

trabalho pela busca da expressão dos sentimentos através dos gestos corporais

Segundo Saur (1974) provavelmente seu verdadeiro fundador foi o pedagogo

suíço professor de musica Jaques Dalcroze (1865 – 1950) que no século dezenove criou duas

faculdades de treinamento de professores de “euritmia” uma na suíça e uma na Alemanha. Foi ai

que a base do movimento da Ginástica Rítmica começou.

A autora relata ainda que a partir deste sistema surgiram na Alemanha dois grandes pioneiros

Rudholf Bode (1881 – 1971) aluno de Dalcroze e depois Heinrich Medau (1890 – 1974) que se

graduou na própria Escola Bode de Ginástica.

Estudos nos revelam que ambos tiveram participações importantes na estruturação da

modalidade. Rudholf Bode estabeleceu os princípios básicos da ginástica, os quais até hoje são

considerados importantes e seguidos. Heinrich Medau introduziu a utilização de aparelhos

portáteis na ginástica. Ele percebeu que com esses aparelhos, o aluno e a aluna desenvolviam sua

execução de forma mais solta, natural e, conseqüentemente, mais completa.

Segundo Gaio (2007) Rudolf Bode desenvolveu sua potencialidade de

pensamento, muito além de que seu mestre preconizava ,colocando a música a serviço do

movimento corporal, introduzindo ao trabalho rítmico a mãos livres, a utilização dos aparelhos

como bastão, bola, tamborim, etc.

Como seguidora de Bode, Isadora Duncan (1878 – 1929) bailarina clássica de

renome internacional rejeitou a dança clássica e defendeu uma dança livre. Partiu do principio

que o movimento feminino deveria ter como base graça e plasticidade. Iniciou-se então o ensino

desta atividade na Antiga União Soviética como esporte independente e com manifestações

competitivas.

Page 16: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

16

“A bailarina dos pés descalços, como era chamada, esta norte americana

interpretava a música através da nudez e tinha a concepção de que o ritmo e a

dança eram formas de expressão do belo; beleza esta transmitida pelo corpo

humano em significantes movimentos livres” (GAIO, 2007, p.33).

Segundo Laffranchi (2001) Ilona Peuker húngara, radicada no Brasil, (1953)

professora da Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ foi a

maior divulgadora dessa nova concepção de Ginástica, desenvolvendo seu trabalho no Rio de

Janeiro.

Formou o GUG “Grupo Unido de Ginastas” com suas alunas dentre elas Daisy

Barros que foi a primeira ginasta a participar de um Campeonato Mundial que aconteceu na

Dinamarca. Quando deixou de ser ginasta Daisy Barros tornou-se professora de Educação Física

e também uma grande propagadora da Ginástica Moderna no Brasil.

Em 1962 a Federação Internacional de Ginástica fundada em 1881 reconheceu

a Ginástica Rítmica como um esporte independente com a denominação de Ginástica Moderna.

Em 1975 passa ser denominada Ginástica Rítmica Desportiva estabelecendo

definitivamente sua característica como modalidade competitiva. Com a criação da Confederação

Brasileira de Ginástica, no ano de 1978, esta modalidade começou a evoluir devido ao apoio

recebido, resultando na classificação de ginastas para disputarem Jogos Olímpicos. A ginasta

Rosane Favilla foi a primeira brasileira a participar dos Jogos Olímpicos, em 1984, Los Angeles,

USA, com exercícios individuais, ano em que a Ginástica Rítmica se tornou esporte Olímpico.

Em 1988, na Olimpíada de Seul, Coréia, a ginasta brasileira, Marta Cristina Schonhorst esteve

presente realizando exercícios individuais.

Em 1972 Elizabete Laffranchi levou a Ginástica Rítmica para o Estado do Paraná,

formando a primeira equipe de competição da região, na Faculdade de Educação Física do Norte

do Paraná (FEFI). Criou o pólo de Ginástica Rítmica, cujo objetivo era fazer proliferar o esporte

em todo o estado e atrair dia a dia, mais crianças para a prática da ginástica, e transformar a

região num dos maiores centros formadores de ginastas do país.

Segundo dados da Confederação Brasileira de Ginástica, o Brasil tem participado de

Gymnaestradas, Campeonatos Mundiais, Torneios, Campeonato Sul Americano, Jogos Pan-

americanos e Jogos Olímpicos. Desde o ano de 1999, o Brasil vem se destacando nas

competições de conjunto, tendo como precursora desse bom desempenho, a Técnica e Professora

Bárbara Laffranchi. Os Jogos Pan-americanos de Winnipeg no Canadá, a Olimpíada em Sidney

Page 17: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

17

na Austrália e a Copa dos quatro Continentes em Curitiba no Brasil foram importantes para o

reconhecimento da G.R. no Brasil. Nos dois últimos Jogos Pan-americanos a equipe do Brasil

sagrou-se campeã nas provas de conjunto em Winnipeg, Canadá, em 1999, classificando o Brasil

para a Olimpíada de Sydney. Na Olimpíada de Sidney em 2000 ficou entre as oito equipes

finalistas. No ano de 2001 o Brasil teve excelente participação na Copa quatro Continentes

ficando em primeiro lugar no conjunto, categoria adulta e também nas provas individuais na

categoria juvenil com a ginasta Larissa Barata que recebeu medalha de ouro em todas as provas

individuais e primeiro lugar no individual por equipe. Fato inédito para o país. No Pan

Americano de Santo Domingo, República Dominicana, em 2003, o Brasil se classifica para a

Olimpíada de Atenas na Grécia onde também conquista a oitava colocação. Nos exercícios

individuais destaca-se o resultado de 3º lugar no aparelho Maças, obtido pela ginasta Tayanne

Montovanelli. Em 2007 no Pan Americano no Rio de Janeiro, o Brasil se classifica para as

Olimpíadas de Pequim, na China. . Nos exercícios individuais Ana Paula Sheffer conquista o 3º

lugar no aparelho Arco. Em 2008 em Pequim. A equipe formada pelas ginastas Daniela Leite,

Luana Faro, Luisa Matsuo, Marcela Menezes, Nicole Muller e Tayanne Mantovaneli, comandada

pela técnica Monika Queiróz, deixou os Jogos Olímpicos na 12ª posição por Conjunto. O Brasil

não levou representantes na competição individual.

2.2 Conceito

Ginástica Rítmica é uma modalidade esportiva essencialmente feminina que

requer um alto nível de desenvolvimento de certas qualidades físicas, com

exigências de rendimentos elevados, objetivando a perfeição técnica da execução

de movimentos complexos com o corpo e com os aparelhos. (LAFFRANCHI,

2001, p.3).

É uma arte dinâmica, criativa, orgânica com movimentos característicos

diferentes das outras escolas de expressão corporal.

A G.R. envolve: movimento corporal, manejo de aparelho e música. É uma

modalidade essencialmente feminina em competições, porém já vem sendo trabalhada nas

Universidades como disciplina comum para ambos os sexos.

Page 18: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

18

Apesar de alguns autores, definirem a Ginástica Rítmica como modalidade

essencialmente feminina , temos conhecimento de alguns países como o Japão que já têm

praticantes do sexo masculino de Ginástica Rítmica com os aparelhos: corda, maças, bastão, dois

arcos pequenos e bola. Apesar de já existir alguns campeonatos, esta modalidade ainda não foi

oficializada pela FIG.

Características fundamentais da Ginástica Rítmica

Há mais de três décadas, Saur (1974) já apontava a Ginástica Rítmica com

quatro características fundamentais:

a) A totalidade do movimento,

b) O desenrolar corrente do ritmo dos movimentos,

c) A expressão do sentimento através do gesto - movimento,

d) A simplicidade e naturalidade do movimento.

O trabalho de G.R. deverá ser iniciado com as formas básicas do movimento:

andar, correr, saltar, saltitar, molejar, impulsionar e girar e outros.

Confirmando, a autora afirma que estudos de diversas obras de destacados

autores levam a conclusão que todos os movimentos naturais da vida que apresentam as

características básicas de dinâmica: lançar, aparar, quicar, bater, rolar, balancear também são

formas básicas do movimento.

Planos utilizados pelos movimentos da Ginástica Rítmica

Segundo Pereira (2000) é recomendável que a iniciação da G.R. seja a mãos

livres, isto é, que se trabalhem elementos corporais sem aparelhos. Portanto não é regra, não

devemos dispensar a utilização de algum aparelho que possa auxiliar o aprendizado durante esta

fase.

Os elementos e ligações dos exercícios à mãos livres formam a base dos

movimentos e do trabalho dos exercícios com aparelhos. O trabalho à mãos livres determina o

nível de execução das ginastas e o nível de dificuldade dos exercícios.

Para elaborarmos um bom trabalho precisamos primeiramente conhecer os

planos utilizados pelos movimentos da Ginástica Rítmica. Segundo Cáceres (1978) os planos de

movimentos estão assim classificados:

a) PlanoVertical – é o plano situado verticalmente no espaço. Pode ser:

Plano Frontal – é o plano paralelo ao eixo transversal do corpo.

Page 19: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

19

Plano Frontal Facial ou anterior – é o plano frontal localizado a frente do

corpo.

Plano Frontal Dorsal ou posterior – é o plano frontal localizado atrás do

corpo.

Plano Sagital – é o plano perpendicular ao eixo transversal do corpo. pode

ser:

Plano Sagital Direito – e o plano localizado do lado direito do corpo.

Plano Sagital Esquerdo – é o plano localizado do lado esquerdo do corpo.

Plano Intermediário – é o plano vertical localizado entre o plano frontal e o

sagital.

b) Plano Horizontal – é o plano situado horizontalmente no espaço e é

perpendicular ao eixo longitudinal do corpo. Pode ser:

Plano Horizontal em nível baixo – é o plano horizontal localizado abaixo

da linha dos joelhos.

Plano Horizontal em nível alto – é o plano horizontal localizado acima da

linha dos ombros.

Plano Horizontal em nível médio - é o plano horizontal localizado entre o

plano horizontal baixo e alto.

c) Plano Oblíquo: é o plano situado obliquamente no espaço e está entre os

planos vertical e horizontal.

Aparelhos Oficiais

A G.R. pode ser praticada a mãos livres ou com aparelhos.

Segundo Saur (1974) os aparelhos oficiais têm como objetivo: desinibir,

facilitar a realização de movimentos, favorecer na educação rítmica, cooperar na formação

corporal e ampliar as possibilidades de associações e composições de movimentos.A autora nos

aponta ainda que o aparelho manual perderá seu valor educacional no momento que constituir

um obstáculo à execução dos exercícios ou passar a ser apenas um objeto de adorno.

Devemos estar atentos para respeitar as características de cada aparelho. Sendo

assim, teremos mais facilidades ao elaborarmos séries, pois elas determinam o grupo corporal

obrigatório que deve ser utilizado no quadro de dificuldades para avaliação do valor técnico.

Page 20: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

20

Aparelho Corda: Os movimentos realizados com o aparelho corda se

caracterizam por saltos e saltitos por dentro da corda, lançamento e recuperação, solturas de uma

ponta da corda, também chamadas de echappés e escapada, rotações, balanceios, cirdunduções,

movimentos em oito e véus. Todos esses elementos devem ser associados aos movimentos

corporais.

Aparelho Arco: Os movimentos realizados com o aparelho arco se

caracterizam por rolamentos :sobre o corpo,sobre o solo,Rotações ao redor de uma mão ou outra

ou outra parte do corpo, ao redor do eixo do arco estando em apoio sobre o solo ou sobre uma

parte do corpo; Rotações: ao redor de uma mão Lançamentos e recuperações; Passagem através

do arco, elementos por cima do arco; Manejo: balanceios, circunduções, movimentos em oito;

Aparelho Bola: Os movimentos realizados com o aparelho bola se

caracterizam por Lançamentos e recuperação; Quicadas; Manejo: impulsos, balanceios,

circunduções, movimentos em oito, reversão com ou sem movimentos circulares dos braços (com

a bola em equilíbrio sobre uma mão ou sobre uma parte do corpo).

Aparelho Maças: Os movimentos realizados com o aparelho Maças se

caracterizam por Pequenos círculos; Molinetes; Lançamentos com ou sem rotação (s) das maças

durante o vôo do aparelho (uma ou duas) e recuperação; Batidas; Manejo: impulsos, balanceios,

circunduções dos braços; impulsos, balanceios, circunduções do aparelho; movimentos em oito,

movimentos assimétricos

Aparelho Fita: Os movimentos realizados com o aparelho Fita se caracterizam

por Serpentinas (4 – 5 ondas); Espirais (4 – 5 ondas); Lançamentos; Soltadas da fita (echappés);

Passagem através ou por cima do desenho; Manejo: impulsos, balanceios, circunduções,

movimentos em oito.

Page 21: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

21

Medidas e Descrições

MEDIDAS E DESCRIÇÕES DOS APARELHOS OFICIAIS DE

GINÁSTICA RITMICA

APARELHO DESCRIÇÕES E MEDIDAS

CORDA

Material: cânhamo ou material similar apropriado

Comprimento: opcional (de acordo com a altura da ginasta)

Espessura: uniforme ou reforçado no centro

Forma: nós em ambas as extremidades, sem madeira nas mesmas

Cor: opcional, desde que seja uma cor visível (não deve usar branca)

ARCO

Material: madeira ou plástico

Peso: 300 gramas no mínimo

Diâmetro: 80 a 90 cm

Forma: não prescrita

Cor: opcional, desde que seja uma cor visível (não deve usar branca)

BOLA

Material: borracha ou plástico leve

Peso: 400 gramas no mínimo

diâmetro: 18 a 20 cm

Cor: opcional, desde que seja uma cor visível (não deve usar branca)

MAÇAS

Material: madeira ou plástico

Comprimento: 40 a 50 cm

Peso: 150 gramas no mínimo cada

Forma: forma de garrafa

Cor: opcional, pode ser encapado

FITA

ESTILETE EMENDA FITA

Material: madeira, fibra,

bambu ouPlástico

Comprimento: 50 a

60 cm

diâmetro: 10 mm no

maximo de espessura

na ponta

Forma: cilíndrica ou

em forma de cone

(pode encapar até 10

cm na parte segura

pelas mãos)

Cor: opcional, pode

ser encapado

Material: cordão, fio.

de nylon ou similar,

argola que tenha

mobilidade (pequenas).

(peças de pescaria)

Comprimento: 7 cm

no maximo

Material: acetinado

Comprimento: 6

metros para a

categoria adulto, 5

metros para o juvenil

Largura: 5 cm

Cor: opcional

Fonte: Código de Pontuação Ano2001

Page 22: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

22

De acordo com o Código de Pontuação 2001 é importante ressaltar as seguintes

Considerações Gerais da G.R e grupos de elementos corporais.

Considerações gerais da G.R

Exercícios individuais (uma ginasta) duração do exercício (1‟ 15‟‟ a

1‟30‟‟).

Exercícios em conjunto (cinco ginastas) duração do exercício (2‟ 15‟‟ a 2‟

30‟‟).

] Todos os exercícios tanto individuais como em conjunto devem conter:

Grupos de elementos corporais

A-Grupos fundamentais (válido para as dificuldades) saltos, equilíbrios, pivots,

Flexibilidade ou ondas

B- outros grupos (válidos para elementos de ligação) deslocamentos, saltitos,

balanceios, circunduções e giros.

Page 23: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

23

3- A Ginástica Rítmica Especial

3.1- A Ginástica Rítmica como atividade Motora Adaptada para meninas com

Deficiência Mental

Respaldados pela literatura, entendemos que a atividade Motora deve ser

elemento básico e fundamental na vida da criança com Deficiência Mental como fator de

estímulo ao desenvolvimento no tocante ao físico, intelectual e social.

Cabe ao professor de Educação Física buscar junto a essa criança, motivos que

despertem interesses em diversos trabalhos para se adotar um programa adequado, no qual a

criança tenha benefícios e prazer em praticá-los.

Muitas meninas com Deficiência Mental, quando estimuladas se identificam

com a Ginástica Rítmica por ser uma arte dinâmica, criativa e natural que envolve: Movimento

corporal, Manejo de Aparelho e Música.

Os exercícios naturais e espontâneos propostos na iniciação da G.R. nos ajudam

a estimular as capacidades psicomotoras das alunas. Rolar, rastejar, engatinhar, equilibrar, lançar

são atividades concretas de ações das estruturas psicomotoras de locomoção, manipulação,

fortalecimento do tônus muscular, organização da dinâmica geral, ritmo, relaxação, os quais

auxiliam nos processos da maturação neurológica.

Barros e Nedialcova (1988) afirmam que em alguns países da Europa a G.R. é

iniciada por meio da conscientização da criança pela integração do esquema corporal com a

imagem do corpo. Com o conhecimento corporal torna-se mais fácil a aprendizagem da

modalidade a qual temos que trabalhar muito com o concreto promovendo o desenvolvimento

cognitivo da criança que não acontece espontaneamente, mas sim através de variedades de

atividades.

As autoras afirmam ainda que, alegrar, motivar e sociabilizar são algumas

características afetivas sociais da G.R. promovendo ajustamento, interesse e participação dando

oportunidades de desenvolver suas potencialidades criativas e espontâneas.

É importante que nós professores, atuantes no trabalho com Deficiência Mental

conheçamos os benefícios que a atividade motora adaptada nos proporciona. Em nosso caso na

Page 24: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

24

Ginástica Rítmica, podemos cada vez mais variar e acrescentar novos movimentos com ou sem

materiais, e diferentes situações corporais, contribuindo com a ampliação do repertório motor,

que conseqüentemente irá repercutir no domínio cognitivo e afetivo. É válido também salientar

que entre os objetivos de performance motora,social, emocional, entre outros ,o aspecto

educativo se faz necessariamente presente. Nossos objetivos devem ser bem educativos e claros.

Além das atividades físicas devemos também desenvolver responsabilidades que serão úteis a

elas no dia a dia, como: preservação de materiais, montagem de materiais, preparação da sala

para as aulas, monitoramento de alunas com mais dificuldades, guarda de materiais, etc.

Acreditamos que esses procedimentos valorizam as alunas, dando-lhes uma

identificação positiva motivando as outras a almejarem determinadas responsabilidades,

melhorando assim a sua qualidade de ensino e rendimento. Elas se sentem muito úteis quando

cobradas.

Não devemos privá-las de experiências. Quanto mais experiências vividas,

maior o grau de desenvolvimento. .

Go Tani e outros (1987) afirmam que o cérebro humano recebe informações

através de experiências sensoriais que podem provocar reação ou armazenamento. Essas

informações armazenadas constituem a memória, a qual estabelece o curso diário das atividades

do corpo. Novos aprendizados são portanto pré-requisitos para novas atitudes, além da

possibilidade de considerarmos que a boa organização do esquema corporal é subsidio básico

para o desenvolvimento da criança tendo em vista que o corpo é o centro da integração e relação

com o resto do universo.

Através de nossa experiência afirmamos que em nosso trabalho de iniciação da

Ginástica Rítmica com meninas com Deficiência Mental, não temos obrigatoriedade de

trabalharmos os aparelhos oficiais. Podemos fazer uso de materiais alternativo como: lenços,

faixas, bandeiras, bastões, cocos, garrafas de plásticos, jornais, pandeiros, colheres de pau, etc.

A introdução desses aparelhos a princípio deve ser de forma lúdica explorando

os exercícios psicomotores que contribui para a motricidade humana.

Com o lúdico e a introdução do ritmo que é essencial a pratica da G.R. através

das manifestações da cultura popular como: brincadeiras de roda, cirandas, danças folclóricas e

outras, estaremos trabalhando o corpo inteiro utilizando variados movimentos corporais.

Page 25: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

25

“A vantagem do trabalho lúdico é que o prazer conferido pela atividade é muito

motivante e estimula a criança a superar dificuldades que normalmente não

superaria em outras circunstâncias” (FREIRE, 1994)

Materiais de sucatas e alternativos nos levam a iniciar um trabalho de base de

G.R. facilitando o manuseio de aparelhos oficiais no futuro.

3.2- Contribuíções da G.R para meninas com Deficiência Mental

Diante das diversas possibilidades de experiências motoras e cognitivas que a

Ginástica Rítmica nos oferece como Percepção do próprio corpo e Estrutura Corporal,

Desenvolvimento Motor, Aprendizagem Motora, Percepção do Espaço e Estruturação espaço

Temporal, Educação pelo Movimento, Ritmo e Música, e Formação Corporal é que nos

dedicamos a este trabalho com meninas com deficiência Mental.

3.2.1 - Percepção do próprio corpo e estruturação corporal

Estudos sobre a motricidade humana nos mostram que o reconhecimento do

próprio corpo e sua diferenciação dos demais objetos ambientais influi fortemente na

determinação do comportamento normal ou patológico das pessoas.

Para construirmos o esquema corporal precisamos saber apontar as diferentes

partes de nosso corpo e suas funções.

Wallon apud Meur (1984) nos aponta que o Esquema corporal é um elemento

básico indispensável para a formação da personalidade da criança e que é a representação

relativamente global, cientifica e diferenciada que a criança tem de seu próprio corpo.

Segundo Le Boulch (1988) O esquema corporal é a tomada de consciência de

possibilidades motoras, portanto é a base da função de ajustamento e o ponto de partida

necessário a qualquer movimento. Aponta-nos ainda que o corpo é o nosso primeiro referencial e

é através dele que nos expressamos e nos comunicamos.

Page 26: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

26

Partindo das idéias de Le Boulch e outros autores, quanto à tomada de

consciência e conhecimento corporal, percebemos que com o trabalho de Ginástica Rítmica,

poderemos contribuir com as meninas com Deficiência Mental as quais apresentam essas

dificuldades, estimulando-as durante as aulas com aparelhos alternativos, movimentos como, por

exemplo:

imitar gestos, alinhar a mão, o antebraço, movimentar braço e pernas de várias maneiras ,

movimentar braços em planos horizontal e vertical , comparar movimentos das diferentes

articulações: ombro e cotovelo, ombro e punho, conscientizar da posição em quatro apoios;

apoiando-se no chão sobre joelhos e mãos, coxas perpendiculares ao chão, pés apoiados no chão

pela sua face dorsal, movimentação de cabeça; erguer, abaixar, pender, rotações do tronco. Enfim

inúmeros exercícios podem ser trabalhados de maneira prazerosa atingindo tais objetivos.

Segundo Petry (1986) no início da escolaridade as possibilidades de orientação

da criança tão importantes para a leitura dependem de uma evolução do esquema corporal.

Muitas dificuldades de leitura apresentadas em crianças de inteligência normal ou não, podem ser

traduzidas na confusão das letras simétricas, pela inversão do sentido direita-esquerda, por

exemplo, b, p, q, por inversão do sentido em cima-embaixo, d, p, n, u e por inversão na ordem

das letras ora, oar, aro.

“As crianças que têm um distúrbio do esquema corporal na medida em que não

controla uma ou outra região do seu corpo, apresentará defeitos de coordenação ou

dissociação de gestos e será lenta a organizar sua ação, sinal de falta de

disponibilidade motora. Conseqüentemente aparecerão dificuldades de

aprendizagem da leitura e escrita” (PETRY, 1986, p. 23).

3.2.2 – Desenvolvimento Motor

Segundo nossas observações, a G.R. pode trazer muitos benefícios para o

desenvolvimento motor de suas praticantes e em especial para meninas com Deficiência Mental,

com idade a partir dos 08 anos, pois não fazemos atendimento da modalidade com idade inferior.

Page 27: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

27

Muitas dessas crianças encontram-se em nível psicomotor não correspondente à sua idade

cronológica, apresentando dificuldades de ordem funcional ou de origem afetiva. Com a iniciação

da G.R. estaremos explorando a coordenação da dinâmica geral, a coordenação fina da mão e dos

dedos, coordenação óculo manual percepção do próprio corpo, controle tônico, percepção

temporal, imitação de gestos e atitudes. As atividades propostas com oportunidades de

movimentos exploratórios fazem parte de um programa seqüencial respeitando a idade motora de

cada criança.

As habilidades motoras desenvolvem-se envolvendo modificações no estado

interno da pessoa, progredindo de modo ordenado.

Dawer e Pangrazi Apud Bossenmeyer, (1989 pág. 02,) refere-se a três padrões

de desenvolvimento que foram identificados no livro Dynamic Physical for Children.

O desenvolvimento em geral avança da cabeça para o pé (cefalocaudal), ou

seja, a coordenação e controle do corpo ocorrem na porção superior do corpo, antes que sejam

observados na porção inferior. Portanto a criança pode lançar coisas antes de poder chutá-las.

a. O desenvolvimento ocorre de dentro para fora (proximodistal), por

exemplo, a criança pode controlar seu braço antes de poder controlar sua mão; pode buscar

objetos antes que possa segurá-los.

b. O desenvolvimento evolui do geral para o específico, movimentos grossos

ocorrem antes dos padrões de coordenação motora fina e movimentos refinados. Com o

aprendizado das habilidades motoras pela criança o movimento não produtivo é gradualmente

eliminado.

3.2.3 - Aprendizagem motora

Segundo Go Tani e outros ,(1987 ), a aprendizagem motora é a melhora

gradativa do desempenho de certo comportamento motor que observamos com o resultado da

prática. MACHADO( 2001) Afirma que quando executamos uma mesma atividade motora

várias vezes ,ela passa a ser feita de maneira mais rápida e que isto significa que o sistema

Page 28: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

28

nervoso aprende a executar as tarefas motoras repetitivas, o que provavelmente envolve

modificações mais ou menos estáveis em circuitos nervosos.

O autor afirma ainda que o cerebelo participa desse processo através das fibras

olivo cerebelares, que chegam ao córtex cerebelar como fibras trepadeiras que fazem sinapses

diretamente com as células de Purkinje e que há evidências que essas fibras podem modular a

excitabilidade das referidas células, em resposta aos impulsos que elas recebem do sistema de

fibras musgosas e paralelas . Tal ação parece ser muito importante para a aprendizagem motora,

porém segundo o autor este assunto ainda é muito controvertido.

Schmidt (1982) estabelece três estágios na aprendizagem motora: a fase

cognitiva, a associativa e a autônoma.

Na fase cognitiva, o aprendiz precisa entender o que é para ser feito, buscando

encontrar um método para realizar aquela ação proposta, determinando suas próprias estratégias

para resolver o problema. Nessa fase a performance é muitas vezes inconsistente, necessitando de

muita informação verbal para a construção motora.

O segundo estágio proposto pelo autor é a fase associativa da aprendizagem

motora, que consiste numa fase intermediária em que o indivíduo já consegue estabelecer

caminhos mais efetivos na busca da resolução do problema motor proposto. Os movimentos

tornam-se mais consistentes, pois nessa fase há uma maior preocupação com a execução motora e

conseqüentemente uma melhor percepção dos erros cometidos.

Passando para a terceira fase descrita por Schmidt (1982), a fase autônoma é

aquela em que o movimento começa a se tornar automático, isto é, com o tempo e a prática, o

indivíduo consegue realizar a habilidade com maior economia de energia, que pode ser utilizada

para outras tarefas, e com um menor envolvimento de mecanismos centrais de atenção.

Podemos exemplificar o que ocorre com uma aluna em um exercício da G.R.

Imaginemos que ela queira aprender a lançar uma bola. A princípio ela deverá ter uma idéia dos

movimentos que devem ser executados. Ela terá do professor informações visuais. Geralmente a

aluna se interessa em executar algum movimento por ter observado outros fazendo. A partir daí, a

criança irá organizar as idéias verbais e/ ou visuais, relacionadas com sua experiência e então fará

sua tentativa de atingir seu objetivo.

Page 29: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

29

A primeira fase da aprendizagem é a cognitiva na qual a aluna procura entender

qual é a meta da tarefa e organizar orientações para poder executá-la.

A segunda fase da aprendizagem é associativa, onde a aluna passa a executar o

movimento com menos erros e mais naturalidade. A aluna usa menos tempo para pensar e

organizar a próxima tentativa.

Pode-se dizer então que na Fase Associativa a aluna apresenta um bom

entendimento da meta dos movimentos a serem executados, passando a correção dos movimentos

escolhidos, o que vai levar uma significativa diminuição dos erros.

A terceira e última fase da aprendizagem é a autônoma; o aluno executa o

movimento quase que automaticamente. Ela é capaz de não só identificar pequenos erros, como

corrigi-los.

Nessa fase a aluna poderá dirigir sua atenção para outros detalhes modificando

e enriquecendo o movimento.

Assim na fase autônoma, visto que o movimento já foi automatizado conclui-se

que a aluna já é capaz de focalizar sua atenção para outros aspectos que envolvam a execução do

movimento.

3.2.4 - Percepção do espaço e estruturação espaço temporal.

Entendemos que a criança percebe o espaço e sua estruturação pela própria

família, em atividades diárias como jogar papel no lixo, ir ao banheiro, reconhecer sua cadeira,

empurrar ou puxar objetos. Na escola, movimentando-se no pátio ou na classe, perceberá o

espaço ativamente mesmo sem saber designar pelo nome seus deslocamentos.

Através da G.R. as meninas poderão aprender de forma livre e agradável como

trabalhar diferentes noções.

Segundo Meur e Staes (1984) noções de orientação espacial, organização

espacial e orientação temporal são de suma importância na educação motora e na vida cotidiana

da criança, principalmente as que necessitam de reeducação psicomotora. De acordo com

experiências próprias de trabalhos de G.R com materiais alternativos proporcionados às meninas

Page 30: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

30

com Deficiência Mental e relacionando essas atividades à psicomotricidade, tão enfatizada por

alguns autores dentre eles , Lê Bouch ,estaremos também trabalhando:

- Noções de situação:

Dentro – fora, frente - atrás, no alto- embaixo, à esquerda - à direita e longe –

perto.

- Noções de tamanho:

Grosso – fino, grande – médio e estreito- largo.

- Noções de posição:

Em pé – deitado – sentado, ajoelhado - sentado com pernas cruzadas, apoiada –

inclinada, ereta – curvada e afastado (aberto) – fechado.

- Noções de movimentos:

Levantar – abaixar, empurrar – puxar, dobrar – estender, girar – rolar, cair -

levantar-se, inclinar-se – saudar, subir – descer e andar – correr.

- Ordem e sucessão

a) Empregaremos os termos: antes, depois, em primeiro lugar, em último

lugar, etc.

b) Utilizaremos os termos: ontem, hoje, amanhã.

c) Reconstituiremos a ordem em que nosso trabalho está sendo desenvolvido;

como nossos exercícios estão sendo seqüenciados (séries simples).

Duração de tempo

a) Perceber um tempo curto, longo, (lançamento de aparelhos).

b) Noção remota de hora, quanto tempo preciso para executar determinado

movimento; que hora será meu treino; que hora será minha competição.

c) Noção de cedo demais, tarde demais.

3.2.5 - Educação pelo Movimento

Page 31: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

31

Le Bouch ( 1982 ) aponta que a verdadeira preparação do indivíduo para a

vida é através da educação pelo movimento e considera-se que a criança é um ser criador que

abriga e constrói seu próprio movimento e escolhe entre várias possibilidades de movimentos, as

que mais lhe convém no momento.

“É bom que se entenda que nós não temos um corpo, nós somos o nosso corpo, e é

dentro de todas as suas dimensões energéticas, portanto, de forma global que

deveríamos buscar razões para justificar uma expressão legítima do homem

através de manifestações do seu pensamento, do seu sentimento do seu movimento”

(MEDINA 1983, p.12).

Corpo e mente devem ser entendidos como componentes que integram um

único organismo.

Habilidades motoras podem e devem ser desenvolvidas através de atividades da

cultura infantil, jogos, cantigas de roda, danças folclóricas simples, etc.

Há de se respeitar as atividades naturais corporais da criança não querendo

torná-las adultas precocemente.

Quando brinca, a criança coloca em jogo os recursos que adquiriu na educação

pelo movimento, bem como vai a busca de outras movimentações corporais experimentando

vivências que serão importantes para um futuro trabalho pedagógico.

O professor deve interferir nesse trabalho com muita sabedoria, propondo

variações que sejam interessantes e agradáveis aos alunos acrescentando novos conhecimentos.

“Uma proposta pedagógica não pode estar nem aquém nem além do nível de

desenvolvimento da criança. Uma boa proposta, que facilite esse desenvolvimento,

é aquela em que a criança vacile diante das dificuldades, mas se sinta motivada,

com seus recursos atuais, a superá-las, garantindo as estruturas necessárias para

níveis elevados de conhecimento” (FREIRE, citado por PAES, 2001, p.32).

Cada vez que as crianças demonstram habilidades para realizar brincadeiras

com sucesso total podemos acrescentar um dado novo que implique uma nova aprendizagem.

È necessário dar mais atenção aos brinquedos e atividades lúdicas.

A Ginástica Rítmica poderá valorizar muito a educação pelo movimento.

Motivadas com a variedade de materiais alternativos a expectativa é que juntamente com o

trabalho corporal e expressividade se consiga estimular o pensamento criativo.

Page 32: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

32

Conseqüentemente muito estará auxiliando na inclusão das meninas com Deficiência Mental na

escola, seja a escola comum ou especial. Segundo Piaget, apud Matui Jiron (1995) em “Teoria

construtivista sócio histórica aplicada ao ensino” os atos motores e atividades simbólicas

(representações mentais) são indispensáveis no ingresso da criança à escola. Ligando os atos

motores, as atividades simbólicas à atividade corporal, a criança vivencia e experimenta situações

que lhes auxiliarão em seu aprendizado, pois só se passa do mundo concreto à representação

mental por intermédio da ação corporal. A criança transforma em símbolo aquilo que pode

experimentar corporalmente e todos os movimentos aprendidos podem levar à aquisições não

motoras, porém não menos importantes, como por exemplo as intelectuais e sociais.

3.2.6 - Ritmo e música

A palavra ritmo vem do grego „rhytmos‟ que significa „movimento regrado e

medido‟.

Segundo Holanda (1988), ritmo é o agrupamento de valores de tempo

combinados de maneira que marquem com regularidade de uma sucessão de sons fortes e fracos,

de maior ou menor intensidade, conferindo a cada trecho características especiais.

Ritmo associado à música torna a atividade mais prazerosa permitindo um

melhor controle dos movimentos em função de tempo e espaço, aprimorando as estruturas

psicomotoras.

Barros e Braga ( 1983)nos relata que o ritmo, como fator de estrutura de

movimento , está essencialmente interligados a aos aspectos perceptivos e motor. Como

estrutura básica o ritmo permite a obtenção máxima do rendimento com o mínimo esforço e é

considerado também a ordenação do movimento, a alternação e proporção de valores de tempo

entre as partes de um todo. Tem grande influência tanto nas vidas animais quanto as vegetais. A

vida das plantas, dos animais, dos homens, da natureza, do universo, enfim é uma gama de

variadas seqüências rítmica.

Podemos então tornar o ritmo e a música meios de aprendizagem e elementos

chave no desenvolvimento das meninas com Deficiência Mental.

Page 33: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

33

As atividades básicas na aquisição do domínio da educação do ritmo devem ser

fundamentadas em brinquedos cantados, versos em rimas simples, danças folclóricas simples,

ginástica historiada, enfim atividades que estimulam o uso de materiais simples e funcionais

como; pandeiros, pequenos bastões, apitos, cocos, e movimentos corporais como batida de pés,

palmas, estalar de dedos, assobios, sopros ,vozes, etc.

Segundo Barros e Braga (1983) temas sonoros (percussão ou a própria música)

levam as alunas a se ajustarem na percepção temporal e espacial melhorando a memorização

envolvendo no que diz respeito a parte psicomotora .

A música atua fortemente como uma resposta ao movimento. Cada música pede

um ritmo próprio. O professor deve planejar movimentos, criar e deixar que as alunas também

participem com sugestões, pois a música desperta as mais variadas formas de emoção podendo

acalmar, excitar, diminuir tensões, etc.

Considerando que as meninas com Deficiência Mental sentem-se atraídas por

música e ritmo este trabalho irá colaborar com a melhora da consciência corporal,

expressão criativa, senso de realização, desafios físicos e mentais e desenvolvimento do

tônus muscular e coordenação das mesmas.

Nossa experiência tem demonstrado que nas atividades de ginástica Rítmica

com música, as meninas com Deficiência Mental são também estimuladas a terem uma

motricidade espontânea e harmoniosa.

Quando ocorre alguma timidez ou inibição, essas características deverão ser

minimizadas com aulas criativas, descontraídas, nas quais as alunas terão oportunidades de se

soltarem, e terem um conhecimento próprio corporal descobrindo que o conjunto do corpo eixo

corporal e membros podem agir em concordância com um tema sonoro.

3.2.7 Formação corporal e Qualidades Físicas Básica da Ginástica Rítmica

Além de toda contribuição para a motricidade humana acreditamos que a

Ginástica Rítmica também estará paralelamente beneficiando as meninas com Deficiência Mental

no desenvolvimento das seguintes qualidades físicas que veremos a seguir:

Page 34: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

34

Segundo Pereira (2000) a formação corporal é de grande importância durante

uma aula, pois nela é que trabalhamos as qualidades físicas envolvidas na realização dos

movimentos de G.R., enfatiza, por exemplo, a Força a Flexibilidade e o Equilíbrio.

A força principalmente explosiva dos membros inferiores é exigida no

treinamento dos saltos. Os equilíbrios estático, dinâmico e recuperado são necessários durante a

realização dos movimentos em posições sobre uma perna, sem deslocamentos, após os giros, os

saltos e os saltitos. Com relação à força, Guiseline (1993) aponta:

Força: capacidade dos músculos em exercerem tensão.

Divide-se em:

Dinâmica: (Isotônica) quando os músculos se encurtam ou se alongam com

movimentos das partes envolvidas.

Estática: (Isométrica) quando há contrações musculares sem movimentos

extremos.

Explosiva: Capacidade de exercer o máximo de energia num ato explosivo. É

também conhecida como potência muscular (Marins e Giannich, apud PEREIRA, 2000, p.24)

e (GUISELINE ,1993)

Na G.R. a força de certos grupos musculares é muito solicitada para a

manutenção de posturas e exercícios próprios da modalidade.

Velocidade: qualidade física particular do músculo e das coordenações

neuromusculares que permite a execução de uma sucessão rápida de gestos que constituem numa

mesma ação, uma intensidade máxima de duração breve ou muito breve. (TUBINO, 1979,

p.180).

Segundo o autor podemos classificar a velocidade em:

Velocidade de reação: também chamada de tempo de reação. Capacidade de

reagir a um estímulo no menor tempo possível.

Velocidade de deslocamento: capacidade máxima pela qual o indivíduo pode

se deslocar de um lado para o outro.

Velocidade dos membros: tempo gasto por um indivíduo para impulsionar o

corpo, ou parte dele, no espaço.

Page 35: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

35

Flexibilidade: É uma das principais qualidades físicas na pratica da G.R. pois

esta valência é caracterizada pela amplitude dos movimentos das diferentes partes do corpo.

(LAFFRANCHI ,2000).

Para a autora, a flexibilidade deve ser desenvolvida para a realização de

movimentos com grande amplitude que requeiram elasticidade muscular e amplitude articular de

membros inferiores, articulação do ombro e coluna vertebral.

Segundo Sigfried (1998) e outros autores, pessoas com Síndrome de Down,

apresentam frouxidão geral nos ligamentos e articulações soltas. Portanto devemos ser muito

cuidadosos e cautelosos com nossa clientela com síndrome de Down, fortalecendo tônus e

músculos antes de iniciarmos o trabalho de flexibilidade

Para que as mesmas não adquiram posturas inadequadas prejudicando a saúde

devemos ter um bom conhecimento sobre as características da síndrome e uma orientação segura

da equipe de reabilitação.

Agilidade: É a qualidade física que permite o corpo mudar de posição ou

mudar a direção do seu movimento no menor tempo possível. LAFFRANCHI (2000).

Relacionada com outras qualidades como a velocidade, a flexibilidade e a coordenação, deverão

ser muito bem trabalhadas na iniciação através de deslocamentos e mudanças rápidas de direção.

Coordenação: Expressa a consciência corporal na execução de um movimento

que paulatinamente integra corpo e mente, promovendo a ação ótima dos grupos musculares

envolvidos na execução com o máximo de eficiência e mínimo esforço. LAFFRANCHI (2000).

O movimento é coordenado quando os gestos são soltos, racionais, livres e com

estilo. Deve ser trabalhado em todas as aulas de treinamento desde a iniciação até o nível melhor

que a atleta possa conquistar.

Equilíbrio: É um dos sentidos básicos que permite o ajustamento do homem ao

meio. O cerebelo é o responsável pela manutenção do equilíbrio, do tônus muscular e da postura

.LE BOULCH (1988).

Assim sendo, o Equilíbrio é essencial nos treinamentos da G.R. muito usado

para sustentação de pernas e finalização dos Saltos.

O corpo depende do equilíbrio para manter-se em pé. Ele fixa estas reações sob

forma de automatismos posturais inconscientes. Isto deve a tradução de experiências já vividas

anteriormente e individualmente. Esta etapa estabilizadora inconsciente depende de um conjunto

Page 36: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

36

de informações visuais, táteis, musculares e articulares. Estas informações estão contidas no

trabalho da coordenação dinâmica geral.

Em atividades com meninas com Síndrome de Down devemos ter uma atenção

especial, pois se percebe que o desempenho do equilíbrio delas pode estar muitas vezes

prejudicado por alguns fatores que as levam a insegurança, como por exemplo, o fator altura.

Para Le Boulch (1988) Crianças não estimuladas em atividades de

coordenação, de dinâmica geral apresentam muitas dificuldades em equilibrar-se, subir

escadas, subir em ônibus, etc. Os estímulos devem ser dados o mais cedo possível para que a

criança perceba a existência de uma reação muscular. Essa reação muscular que se opõe a ação

da gravidade é que não deixa nosso corpo cair ao solo. Se temos uma reação muscular

insuficiente, conseqüentemente não teremos um bom equilíbrio.

O equilíbrio classifica-se em:

Dinâmico: capacidade de manter o equilíbrio enquanto se move (BARBANTI,

1994)

Estático: Quando se consegue permanecer numa posição em equilíbrio por

algum tempo;

Recuperado: Recuperação do equilíbrio após movimento. O equilíbrio

recuperado é bem caracterizado quando na finalização de saltos. PEREIRA (2000)

Resistência: Qualidade física que permite ao corpo suportar o esforço físico

durante um determinado tempo. LAFFRANCHI (2000) Qualidade que permite retardar o

cansaço.

Divide-se em:

Aeróbico: obtenção da energia através de processos bioquímicos realizados em

presença de oxigênio (PEREIRA 2000) São recomendadas atividades contínuas com moderada

intensidade.

Anaeróbico: Trabalho realizado com déficit de oxigênio. Sua principal fonte de

energia é o ATP presente em pequena quantidade na célula, nos primeiros segundos de contração

muscular. Na G.R. em resistência anaeróbica estão os trabalhos de velocidade e força explosiva.

Resistência Muscular Localizada: (RML) Capacidade de um músculo ou

grupo muscular realizar durante um período longo um determinado movimento num mesmo

Page 37: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

37

ritmo (estático) ou seja, ele em repetições de movimentos (dinâmico) (GETTMAN apud

PEREIRA (2000).

Descontração Total (Relaxamento total):

A descontração é um processo para reduzir a tensão fisiológica, bem como a

psíquica. (BARBANTI, 1994).

Devemos utilizar sempre a descontração após uma aula de treinamento

com a finalidade de recuperar os esforços físicos realizados.

Descontração Diferencial: (Relaxamento diferencial)

Descontração dos grupos musculares isolados.

Na G.R. se faz necessária tal descontração por solicitar muitos grupos

musculares isolados.

Essa descontração irá beneficiar na qualidade dos movimentos específicos da

modalidade.

Page 38: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

38

4- Trajetória da Ginástica Rítmica praticada por meninas com Deficiência Mental no

Brasil

4.1 Relato do Inicio das Atividades

Conheci a APAE de Guaratinguetá ainda criança, pois costumava acompanhar minha mãe em

reuniões; meu irmão era um aluno especial da referida instituição. Desde muito cedo tive um

convívio familiar e amigável com esse grupo de pessoas. Quando ingressei na Faculdade de

Educação Física, em 1976, já iniciei também atividades na APAE como auxiliar de Fisioterapia.

No próximo ano fui convidada a trabalhar como auxiliar na área de Educação Física. Graduei-me

e ministro aulas de Educação Física nesta mesma Entidade até os dias de hoje. Fui muito bem

orientada no inicio de minha carreira por minha coordenadora de Educação Física, Maria

Auxiliadora Vaz Arruda, profissional dedicada, direcionando suas atividades para o

desenvolvimento pleno da pessoa com deficiência.

Apesar de nunca ter sido atleta sempre fui admiradora da Ginástica Rítmica e

participava em apresentações de eventos na própria Faculdade. Esta modalidade me fascina pelas

possibilidades de movimentos naturais e espontâneos e o mais interessante é que podemos

explicitar toda a nossa criatividade.

Criatividade é o que nos faz ter um trabalho diferenciado com pessoas com

deficiência.

Partindo desta vertente é que convictamente iniciei o trabalho de Ginástica

Rítmica na APAE. No inicio não tínhamos pretensões em participar de competições, estávamos

preocupados em criar uma alternativa que contribuísse com o nosso trabalho de psicomotricidade,

que estuda a interação equilibrada dos aspectos neuro maturacionais cognitivo, afetivo e motor. A

Ginástica Rítmica nos proporciona essa interação, pois é uma arte dinâmica, criativa, natural que

envolve movimento corporal, manejo de aparelho e música. Acreditávamos que mudanças

positivas no desenvolvimento das capacidades de percepção, atenção, organização espaço

temporal, estruturação do esquema corporal e da imagem corporal poderiam ocorrer em meninas

Page 39: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

39

que praticavam esta modalidade. Tínhamos claro que deveríamos nos preocupar a rigor com um

acompanhamento das várias etapas do crescimento e desenvolvimento das mesmas respeitando a

naturalidade corporal, a qual acontece a partir de sua própria eficiência sobre o meio com sua

própria experiência motriz.

Nossa proposta vai ao encontro dos objetivos da Ginástica Rítmica Popular

“A perspectiva em que nasce a proposta Ginástica Rítmica Popular, não é de

negação do Esporte performance de alto nível, do esporte competição: mas sim, a

de propiciar pedagogicamente às crianças a oportunidade de vivenciarem as

atividades motoras baseadas na modalidade , onde o importante é participar

podendo até competir e quem sabe vencer. Porém sem ser influenciado em função

do somatotipo, habilidades, entre outros fatores excludentes da possível

participação de todas as crianças.”(GAIO, 2007 p.52)

Em 1978, iniciamos o trabalho de G.R.na Apae de Guaratinguetá. Nosso grupo de iniciantes era

restrito, apenas 12 meninas, dentre elas algumas com deficiência auditiva. Era comum naquela

época, as Apaes atenderem também as crianças com deficiência auditiva.

Inicio do Trabalho de Ginástica Rítmica-Alunas da Apae de Guaratinguetá-1979

Page 40: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

40

Apresentação - APAE de Taubaté-1979- Alunas da APAE de Guaratinguetá

Quando cursamos a Faculdade, tivemos uma excelente orientação de Ginástica

Rítmica; nossa professora. Glória Celeste Monteiro, muito exigente e competente, nos

conscientizou da importância do trabalho de base e à mãos livres.

Desde o inicio do nosso trabalho, sempre adotamos uma didática de trabalhar a

principio com as formas básicas do movimento: andar, correr, saltar, saltitar, molejar e

impulsionar e suas características dinâmicas; lançar, aparar, quicar, bater, balançar, correr, rolar.

Estes movimentos são encarados como naturais e espontâneos para a criança, contribuindo para

sua maturação motriz, levando-a a prática de elementos corporais isolados e combinados. Não

queríamos em nenhum momento descaracterizar a Ginástica Rítmica, porém estávamos cientes

que deveríamos respeitar limites e níveis de habilidades das meninas.

O lúdico sempre estava presente em nossas aulas, com materiais alternativos:

lenços, pandeiros, faixas, bastões, bandeiras, cocos. Estes elementos alternativos é que nos dão

base para a introdução futura dos aparelhos oficiais da Ginástica Rítmica.

“Na etapa de treinamento de formação, os aparelhos de ginástica Rítmica são

usados somente para as atividades de recreação. É muito importante que, nessa

fase a criança se familiarize com os aparelhos, sinta seu formato, seu peso e sua

estrutura através da brincadeira. Com esse tipo de trabalho estar-se-à

proporcionando, à garota confiança quanto ao manuseio dos aparelhos e

estimulando à descoberta dos possíveis movimentos que os aparelhos sugerem.”

(LAFFRANCHI,2001 p.138)

Page 41: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

41

O aparelho fita, sempre foi o preferido das alunas. Hoje já não ocorre o mesmo,

as meninas têm preferência por outros aparelhos, a exemplo da bola que atualmente é o mais

solicitado por elas.

Talvez essa preferência pela fita tenha sido um tanto nossa culpa, pois no inicio

já trabalhávamos com o aparelho arco, porém evidenciávamos muito o aparelho fita pela beleza

de seus desenhos, enquanto manuseado em cumplicidade com a música. No entanto, com a

prática percebemos que as alunas também tinham prazer em manusear outros aparelhos.

Trabalhamos hoje quatro aparelhos: corda, arco, bola e fitas. Não trabalhamos maças por

considerarmos um aparelho com mais exigências de coordenação motora, e ao mesmo tempo por

precaução, pois as alunas podem se acidentar com um lançamento deste aparelho ou mesmo

colocar em risco outras colegas do grupo. Porém em 1990, tivemos uma experiência com duas

atletas especiais com este aparelho. Foram experiências positivas, pois as alunas eram muito

habilidosas, já tinham certo tempo de treinamento corporal e com os outros aparelhos. Isto lhes

facilitava a introdução das maças, embora este novo aprendizado demandasse aulas individuais

prejudicando o grupo. Percebi que para trabalhar as maças e ter um bom resultado, precisava de

alunas com treinamentos de no mínimo quatro anos na modalidade, que tivessem uma

coordenação motora excelente, pois o aparelho demanda dinamismo, característica não comum

em meninas com Deficiência Mental. Fazendo uma análise de meu trabalho com essas meninas,

constatei que a maça apresenta algumas características inerentes, tais como ser dois aparelhos que

devem ser manuseados ao mesmo tempo, ter peso, exige movimentos rítmicos sincronizados, que

ao mesmo tempo temos que exercitar habilidades de pensamento e ação, uso constante de

esquerda e direita dificultando o trabalho, deixando-as limitadas nos movimentos.

Page 42: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

42

Aluna Eliana- APAE de Guaratinguetá-1980

Aula na quadra da APAE de Guaratinguetá-1980

Desde o inicio do trabalho, sempre que convidados costumávamos fazer

apresentações em escolas, Apaes, eventos de nossa cidade, abertura de jogos especiais. Com isto

divulgávamos a modalidade e motivávamos nossas alunas, elevando a auto-estima das mesmas.

Page 43: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

43

No ano de 1986, começamos a pleitear que a G.R, também fizesse parte das

competições das Olimpíadas das APAES. Juntamente com minha amiga Sissi Martins Pereira,

que hoje ocupa o cargo de Professor Adjunto e no momento, coordenadora do curso de Educação

Física da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e autora do livro Ginástica Rítmica

Desportiva, Aprendendo passo a passo, elaboramos algumas séries obrigatórias, com elementos

básicos, usando apenas o material Fita. Porém não obtivemos sucesso. Os organizadores das

Olimpíadas das Apaes na época, desconheciam a Ginástica Rítmica e tinham em mente que as

pessoas não se interessariam por tal modalidade .

Porém no ano de 1987, o Brasil é convidado a participar da Specyal Olympcs

Games nos Estados Unidos, e na delegação Brasileira havia uma única vaga para Ginástica

Rítmica. Foram convidadas todas as Apaes para que enviassem atletas de G.R afim de que se

oficializasse uma seletiva no Ginásio do Ibirapuera em São Paulo para que fosse escolhida a

atleta que representaria o Brasil nos Estados Unidos. Porém apenas a APAE de Guaratinguetá se

apresentou e foi selecionada a atleta Ana Maria de Jesus. Foi também o primeiro ano que a

Specyal Olympcs realizou esta modalidade como competição, portanto para incentivar a

modalidade foi permitido que a as atletas de Ginástica Olímpica participassem da G.R. Ana

Maria de Jesus que também praticava Ginástica Olímpica , competiu nas duas modalidades .

Especificamente na G.R competiu com o aparelho Fita em uma série obrigatória e uma série livre

1 ª Atleta especial do Brasil –Medalha de ouro em G.Rítmica

USA-1987

Page 44: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

44

.

Atleta Ana Maria de Jesus - Recebendo homenagem do

Prefeito de Guaratinguetá -1987-Após chegada do USA

Sentimo-nos envaidecidos, pois percebemos que estávamos caminhando juntos,

enquanto divulgação e trabalho com a Ginástica Rítmica Especial. Com a repercussão da

participação deste evento internacional e medalhas conquistadas pela atleta, finalmente em 1990

conseguimos realizar a primeira competição Oficial de G.R na Olimpíada Estadual das APAEs e

Escolas especializadas na Cidade de Santa Bárbara do Oeste.

Como primeiro evento oficial de G.R. para meninas com Deficiência Mental,

foi muito relevante e teve uma repercussão muito grande. Realizamos esta 1ª competição à noite

para que todas as pessoas envolvidas naquela Olimpíada, técnicos e atletas, independente de sua

modalidade, pudessem assistir conhecer e reconhecer esta nova modalidade como competitiva. A

partir daí a APAE de Guaratinguetá, torna-se referência quanto a esta modalidade, para

contribuições em orientações nos treinamentos de outras meninas, seminários e colaborações

quanto a execução de regulamentos para as próximas competições.

Page 45: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

45

Atletas de Guaratinguetá em competição –São Bernardo do Campo1992

Denise-Andreza-Rosemara-Daniela

No ano de 1996, a Associação Brasileira de Desportos de Deficientes Mentais

(ABDEM), através das ARDEMs ( Associação Regional de Desportos de Deficientes Mentais ,

também inclui a Ginástica Rítmica em seu calendário de competições. Realizaram-se então

competições para selecionar doze atletas do estado de São Paulo para participar do I Campeonato

Especial Internacional de Ginástica Rítmica do Chile no período de 08 a 15 de setembro de

1997. Das atletas selecionadas quatro eram de Guaratinguetá

Page 46: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

46

Chegada das Atletas - Chile - 1997 (Jornal Noticias - Guaratinguetá)

Depoimento da mãe da atleta Verônica –Guaratinguetá -1997-Jornal Noticias

Page 47: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

47

A Specyal Olympcs no Brasil realizou sua primeira competição de Ginástica

Rítmica, no ano de 1987, porém somente no ano de 1998, é que deu continuidade a este trabalho.

No ano de 1999, novamente A Specyal Olympcs disponibilizou uma única vaga para a Ginástica

Rítmica, nos Jogos de Verão que aconteceu nos USA no Estado da Carolina do Norte. Neste ano

tivemos então a Atleta Daniela Mara Siqueira de Oliveira da cidade de Guaratinguetá,

concorrendo em quatro aparelhos (corda, arco, bola e fita) com séries obrigatórias, uma série livre

para a qual escolhemos o material bola e finalmente direito a competir all around que significa

que quando a atleta cumpre as séries com os quatro aparelhos e mais uma série livre com material

também de livre escolha, concorre também a esta sexta medalha que seria a somatória de todas

as provas.

Treinamento Pré – competição – USA - 1999

Técnica Elisete Leite e Atleta Daniela de Oliveira

Page 48: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

48

Daniela Oliveira – Medalhas Conquistadas

North Caroline – USA – 1999

Durante a nossa participação neste evento, a troca de experiência se faz de maneira concreta.

Muito se aprende, se reflete, se analisa. Passamos a conhecer trabalhos importantes, pessoas de

culturas diferentes ao mesmo tempo em que somos também reconhecidos por nosso trabalho. Na

ocasião ,conheci Franciny Bultreys, técnica da equipe da Bélgica que me relatou que também

tinha interesse em elaborar um Código de Pontuação para atletas especiais com a finalidade em

participações na Paraolimpíada. Conversamos muito durante este evento e nos mantivemos em

contatos após o término da competição e a pedido dela fiz algumas sugestões que achava

pertinentes para este Código de Pontuação das quais algumas delas foram aceitas. No ano de

2001 através de Franciny fomos convidadas pela Federation de Sport Belge Adapte Paralimpique

Bruxelles –Belgium para participarmos com nossas atletas de Guaratinguetá de Ginástica Rítmica

de um campeonato Mundial que aconteceria naquele mesmo ano. Preparamos-nos para participar,

porém não conseguimos verba

Page 49: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

49

Grupo de atletas da APAE de Guaratinguetá (2001)

Atletas de G.R da APAE de Guaratinguetá

Foto após Competição no Campeonato Regional de G.R.Taubaté – S.Paulo - 2001

Page 50: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

50

A próxima participação importante de atletas brasileiras na Specyal Olympcs

foi no ano de 2006 nos - I Jogos Latino Americano das Olimpíadas Especiais-El Salvador no qual

tivemos a participação de 2 atletas da cidade de Guaratinguetá – S.P ( Janaina Alves Terra

Detinermani e Jaqueline Carneiro de Oliveira e duas atletas da cidade de Aparecida – S.P

Crislaine Nogueira da Silva e Diana Aparecida Raimundo, as quais fizeram uma excelente

participação receberam medalhas nos quatro aparelhos (corda, arco, bola e fita ).A participação

das mesmas foi somente em séries obrigatórias pois participaram do nível I , de iniciantes na G.R

que pelo regulamento não é permitido participar de séries livres.

El Salvador -2006- momento da competição-Jaqueline-Diana- Crislaine

Page 51: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

51

Janaina Detinermani

El Salvador – 2006

Crislaine Silva

El Salvador – 2006

Page 52: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

52

El Salvador (2006)-Diana, Crislaine (atletas da APAE de Aparecida),

Janaina, Jaqueline (Atletas da APAE de Guaratinguetá)

4.2 Competição Adaptada de Ginástica Rítmica

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1988, p.57): Garantidas

as condições de segurança, o professor deve fazer adaptações, criar situações de modo a

possibilitar a participação dos alunos especiais.

“A Ginástica Rítmica é um conteúdo da Educação Física que, de forma planejada,

pode ser explorada para todos, devendo ser adaptados os movimentos para as

crianças com necessidades educativas especiais, sejam elas deficientes mentais,

visuais, auditivos ou físicos, reconhecendo as limitações dessas crianças e

descobrindo as potencialidades de movimentos das mesmas” GAIO - 2008 p.17

As regras para essas competições são adaptadas em níveis respeitando as

habilidades das atletas com Deficiência Mental. A competição na vida dessas meninas é muito

importante, pois dá a elas oportunidades de fortalecer seu caráter, desenvolver suas habilidades

físicas, demonstrando seus talentos e potenciais. É um momento único na vida delas onde a

Page 53: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

53

família tem oportunidades de assistir resultados do trabalho desenvolvido e reconhecer o quanto

sua filha é capaz.

.

Atleta Jéssica Macedo - Campeã Nacional - Categoria Infantil

Aparelho Bola - Araraquara - 2006

Com estímulo e instrução adequada através de treinamento intensificado

para a modalidade estaremos preparando a atleta para uma competição entre pessoas com

igualdade de capacidades onde estaremos medindo progressos e proporcionando incentivos

para o seu crescimento pessoal. Segundo Edenson e Higgins (1989) a comunicação

atleta/treinador é de suma importância na preparação para a competição. Podemos através de

alguns questionamentos dirigir melhor o trabalho: Como transmitir a instrução? A minha atleta

Page 54: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

54

compreende instrução verbal? É necessária a demonstração do exercício ou terei que ajudá-la

a mover fisicamente? A partir dessas respostas é que poderemos elaborar nossa melhor

estratégia de trabalho. Independente de estratégias de treinamentos é recomendável que

tenhamos muita paciência, utilizemos um vocabulário claro e objetivo, que trabalhemos novos

movimentos por partes (método parcial) e que repitamos os movimentos quantas vezes forem

necessárias. Bons treinadores não são os que sabem muito, mas os que têm uma comunicação

clara, concisa e que utiliza estratégias de instruções seguras.

Para a participação em uma competição a atleta precisa além da preparação

física uma preparação psicológica. Podemos estar trabalhando motivação através de metas.

As metas nos proporcionam direção, nos dizem o que fazer, aumenta o esforço,

a persistência e a qualidade da execução. Estabelecer metas também requer que a atleta e o

treinador determinem as técnicas de como atingir essas metas uma vez que elas foram

estabelecidas.

Metas efetivas enfocam sobre a execução e não resultados. A execução é aquilo

que a atleta controla. Os resultados são freqüentemente controlados pelos outros.

Com as meninas com Deficiência Mental cabem a nós treinadores avaliá-las e

estabelecer metas individualmente para que elas se sintam desafiadas e não ameaçadas.

Uma meta desafiante é vista como difícil, porém alcançável dentro de um

razoável período de tempo, esforço e habilidade.

Não devemos nunca traçar metas intimidantes as quais estariam além da

capacidade da atleta.

Metas a longo e curto prazo são aconselháveis; porém as de curto prazo

parecem ter melhores efeitos motivacionais.

As metas em curto prazo são mais rápidas de alcançar e são passos na direção

de metas em longo prazo, mais distantes.

“Devemos ser cuidadosos em trabalhar metas positivas e não negativas. As metas

positivas dizem o que tem que ser feito ao invés do que não tem que ser feito. As

metas negativas dirigem a atenção para os erros que desejamos evitar ou eliminar”

(EDENSON e HIGGINS – 1989).

As atletas precisam estar muito bem preparadas física e psicologicamente para

que tenhamos resultados não só com a premiação, mas principalmente com crescimentos pessoais

Page 55: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

55

A exemplo de resultados positivos de nosso trabalho podemos destacar nossa

atleta Regiane Barroso. Menina de família humilde, criada apenas pela mãe que é doméstica.

Regiane iniciou como aluna na APAE de Guaratinguetá no ano de 1993. Menina tímida, sempre

calada. Interessou-se e se identificou com a Ginástica Rítmica. Por muitos anos foi atleta de

destaque de nossa APAE em Competições Regionais, Estaduais e Nacionais. No ano de 1999, em

uma de nossas apresentações em um Festival de Academias de Guaratinguetá, Regiane foi

convidada a participar das aulas de Ballet clássico, pela proprietária da Academia Corpo e Cia,

Giselda Maria Rebello de Carvalho. Este convite partiu de um olhar não de caridade, porém de

um olhar de oportunidades à competência de habilidades que esta menina apresentou através de

um trabalho da Ginástica Rítmica. Hoje Regiane faz parte do grupo de Ballet Clássico desta

conceituada Academia de Guaratinguetá.

Regiane Barroso-2000 -Apresentação Regiane Barroso -2003

E.Estadual Guaratinguetá Academia Corpo e Cia

Page 56: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

56

Hoje Regiane não estuda mais na APAE, não teve oportunidade de continuar

numa escola, pois cuida da mãe que é dependente da mesma, a qual está num estágio avançado de

depressão. .Porém ainda continua no curso de Ballet, no qual tem uma boa interação com as

demais bailarinas, participando de vários eventos e apresentações desta academia. A Academia

juntamente com a professora são colaboradoras e patrocinadoras dos gastos dos vestuários de

Regiane, pois o Ballet Clássico requer um alto custo pela nobreza da modalidade. Sinto-me feliz

quando na apresentação do grupo de ballet,vejo que Regiane está tão interada no grupo que

chego a confundi-la entre as outras participantes.

Foto (Grupo de Ballet Corpo e Cia)- 2003

Nossa efetiva participação nessa trajetória da Ginástica Rítmica nos possibilitou

também, perceber que um dos fatores importantes que influem na motivação desta modalidade na

qual oferecemos quatro aparelhos, corda, bola, fita, arco, (excluindo as maças por considerarmos

um aparelho de grandes dificuldades de manuseio e em alguns casos provocarem riscos para as

Page 57: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

57

atletas especiais) é a liberdade de escolha do aparelho a ser trabalhado, pois muitas vezes as

meninas têm preferências, o que torna o treinamento agradável e produtivo. Muitas atletas

preferem à bola, talvez as atletas mais delicadas e que tem uma concentração maior nos

exercícios e leveza de movimento. A popularidade da bola tem origem principalmente na sua

participação em brinquedos infantis. Isso contribui para o encaminhamento na ginástica com esse

aparelho.

As atletas precisam estar interessadas na modalidade para assimilar regras e ter

um nível de habilidade mínimo para competição.

A participação em Eventos Regionais, Estaduais, e Nacionais e Internacionais,

desde o ano de 1987 nos colocou em contato com vários atletas especiais e profissionais de

Educação Física, ligados à Ginástica Rítmica , nos possibilitando avaliar o desenvolvimento da

referida modalidade , algumas metodologias de trabalho e objetivo na participação. Temos

observado o despreparo de alguns profissionais e desconhecimento da modalidade, muitas vezes

colocando a atleta em situações de constrangimento ao executar uma série de G.R. para a qual

não está preparada. Estamos há algum tempo , ao longo de nosso trabalho de Ginástica Rítmica ,

buscando oficializar um melhor regulamento . Consideramos que ao oficializarmos um

regulamento adequado que atenda as dificuldades das atletas estaremos também orientando o

profissional de Educação Física, mesmo que não especializado na modalidade, podendo assim

ampliar o número professores interessados e conseqüentemente o número de praticantes de G.R.

Muitas vezes em competições adaptadas nos deparamos com atletas despreparadas que faziam

uso do material aleatoriamente, apenas como um adorno não se preocupando com o sincronismo

de música e elementos corporais. Tínhamos muitas dificuldades em arbitrar as séries, pois muitas

vezes a G.R. era completamente descaracterizada. Tínhamos em nossas mãos a tríade: atletas,

aparelhos e música, porém sem sincronia. Outras atletas, porém apresentavam uma performance

com elementos corporais que considerávamos excelentes para valorização em uma competição

de G.R. , porém acabavam sendo desvalorizadas por não termos um código de pontuação.

Precisávamos então nos organizar para contemplar as atletas especiais com tal

modalidade, porém de uma maneira sistematizada respeitando o nível de habilidades de todas

elas. Diante de tais preocupações é que decidimos criar um regulamento adaptado com bases no

Código de Pontuação da Federação Internacional de Ginástica (FIG). Atualmente usamos o

Código do ano de 2001 o qual consideramos mais adequado para tais adaptações, pois atualmente

Page 58: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

58

a FIG tem se mostrado muito exigente com a performance das atletas e o Código tem se tornado

cada vez mais difícil e complexo. Nosso objetivo não é de termos atletas especiais de alto nível,

pois com a exigência do Código da FIG estaríamos excluindo nossa clientela. Nosso objetivo é

termos um maior número de meninas especiais praticando e se beneficiando desta arte criativa e

dinâmica.

Após muitas tentativas em adequar um bom regulamento, concluímos que

deveríamos adaptar uma tabela de dificuldades que atendesse as dificuldades de habilidades das

atletas especiais. Para elaboração do primeiro regulamento adaptado com uma tabela em anexo,

no ano de 2000, contamos com a colaboração da Professora Glícia Maria Bellemo, gestora da

modalidade de Ginástica Rítmica da Secretaria de Esporte e Lazer do Estado de São Paulo que

também colaborou com sua equipe de arbitragem em alguns eventos especiais .

Atualmente temos contado com a colaboração da Professora Renata Marques

Teixeira, ex atleta Integrante da Seleção Brasileira que participou da X Gymnaestrada Mundial –

Berlim – Alemanha – 1995, Membro do Comitê Técnico de Ginástica Rítmica da Confederação

Brasileira de Ginástica / CT – GR / CBG (desde 2004); Árbitro Internacional da Federação

Internacional de Ginástica e Comentarista de Ginástica Rítmica do SPORTV (desde 2001).

Nesta tabela adaptada, incluímos alguns elementos básicos da G.R, que não

constam do Código de Pontuação da FIG, porém são extremamente importantes para elementos

de ligações em uma série de ginástica. Na tabela de saltos incluímos os saltitos e chassés, por

considerarmos exercícios de base e preparação para o salto, o qual deve ser valorizado por ser

educativo. Na tabela de Pivôts , incluímos os giros , que são exercícios educativos para o pivôt.

Entendemos que ao valorizarmos estes elementos básicos, estamos contribuindo

para que os professores de Educação Física compreendam melhor a modalidade e tenhamos

também séries melhores elaboradas com exercícios simples e de fácil execução para as iniciantes

e ao mesmo tempo proporcionando oportunidades às atletas com mais habilifdades de praticarem

a partir da execução correta dos elementos básicos os exercícios mais complexos.

REGULAMENTO GERAL ADAPTADO

GINÁSTICA RÍTMICA

Page 59: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

59

ART. 1º - Esta modalidade será regida pelas regras do Código de Pontuação da

FIG, em consonância com as adaptações dispostas neste regulamento.

ART. 2º - Nesta modalidade serão realizadas provas livres, nos seguintes

aparelhos:

FITA (4 m a 6 m de comprimento)

BOLA (14 cm a 20 cm de diâmetro)

ARCO (80 cm a 90 cm de diâmetro interno)

CORDA (de acordo com a estatura da ginasta)

ART. 3º - As ginastas inscritas, a seu critério ou de sua técnica,

obrigatoriamente deverão optar pela execução de no máximo 02 (dois) aparelhos, os quais serão

considerados para pontuação geral. Em hipótese alguma será permitida a participação de uma

ginasta com um terceiro aparelho.

ART.4º - Nesta modalidade as ginastas com intenção de participação deverão

ser inscritas de acordo com a sua idade nas categorias previstas pelo Regulamento Geral da

Competição.

ART.5º - As ginastas por opção da técnica, serão divididas nos seguintes

Níveis de habilidade:

a) Nível 1 – INICIANTE

b) Nível 2 - INTERMEDIÁRIO

ART.6º - Será de responsabilidade da técnica a definição do nível técnico de

sua ginasta, e será passível de punição aquele que tentar burlar o presente regulamento, ficando

Page 60: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

60

ao encargo da CT, desta Competição, observar o desempenho das ginastas, e punir os infratores,

da forma como segue:

Formas de Punição:

6.1 - Advertência por escrito para o técnico.

6.2 - A ginasta em questão será desclassificada, recebendo a medalha de

participação.

ART.7º - Todas as ginastas deverão obrigatoriamente participar nos dois

aparelhos escolhidos, sempre no mesmo nível de habilidade técnica.

EX: Fita = Nível II e Bola = Nível II.

Parágrafo Único - As inscrições em mais de dois aparelhos ou aparelho em

níveis diferentes, serão indeferidas pela CT da Competição.

ART.8º - Será realizado o treinamento de podium, onde as ginastas serão

observadas pela comissão de arbitragem da competição, a fim de que sejam preenchidas as fichas

de Artístico = A (antigo VA) e Dificuldade = D (antigo VT). Desta forma, fica impedida de

participar da competição a ginasta que não estiver presente neste treinamento.

ART. 9º - Deverá ser entregue 30 minutos antes do início da competição, uma

fita cassete ou CD com uma única música gravada no início e etiquetada com o nome da (s)

ginasta (s).

ART. 10º – No Congresso Técnico será estipulado o tempo para que cada

equipe realize o seu treinamento de podium. Não haverá tolerância, somente em caso de força

maior, como por exemplo, problemas com o som, com a iluminação do local, mau tempo que

venha a prejudicar o andamento do treino ou outro motivo alheio à vontade da CT e da equipe em

treinamento.

ART. 11º - Casos omissos a este regulamento serão deliberados e resolvidos

pela Comissão Técnica desta modalidade.

REGULAMENTO TÉCNICO ESPECÍFICO ADAPTADO

GINÁSTICA RÍTMICA

ART. 1º - A duração do exercício será de 1‟15” a 1‟30‟.

Page 61: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

61

Penalidade: 0,05 por cada segundo a mais ou a menos.

ART. 2º - A saída da ginasta e/ou aparelho da área de competição será punida.

Penalidade: 0,20 cada vez

ART. 3º - Após o início da música a ginasta somente poderá ficar estática por

no máximo 08 (oito) tempos.

ART. 4º - A música não poderá conter ruídos impróprios (motor, barulho de

moto, avião, sirenes, ruídos de objetos quebrando, etc.).

ART. 5º - A música pode ser interpretada por um ou vários instrumentos e/ou

voz utilizada como um instrumento (sem palavras).

ART. 6º - Para efeito de avaliação das séries, serão adotados os seguintes

critérios de pontuação:

DIFICULDADE: Compreende o número e o nível dos movimentos corporais

que a ginasta executa dentro dos seguintes grupos fundamentais:

SALTOS

EQUILÍBRIOS

PIVOTS

FLEXIBILIDADES E ONDAS

As dificuldades são identificadas por letras, que tem um valor correspondente.

Cada dificuldade vale no máximo 1,00 ponto.

OBS: ENCONTRA-SE EM ANEXO, A TABELA DE DIFICULDADES

ISOLADAS E ADAPTADAS DO CÓDIGO DE PONTUAÇÃO.

ARTÍSTICO: Compreende a estética do exercício, a escolha da música e

coreografia de base, somada a uma bonificação, de acordo com a tabela dos níveis.

Deverá haver variedade e equilíbrio na escolha dos elementos do aparelho.

Deverá haver variedade e equilíbrio na escolha dos elementos corporais. Deverá

ser utilizado pelo menos um elemento de cada grupo fundamental (salto, equilíbrio, pivot,

flexibilidades/ondas)

A = 0,10 B = 0,20 C = 0,30 D = 0,40 E = 0,50

F = 0,60 G = 0,70 H = 0,80 I = 0,90 J = 1,00

Page 62: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

62

Deverá haver variedade na utilização do espaço (direções, trajetórias, níveis) e

ocupação de toda área de competição.

EXECUÇÃO: A Avaliação da Execução é pautada nas falhas da técnica

corporal e no manejo de aparelhos. Movimentos incompletos, postura incorreta de um ou vários

seguimentos corporais, falta de amplitude entre quedas do aparelho, recuperação incorreta,

contatos involuntários com o corpo alterando a trajetória do aparelho, entre outros são falhas que

a ginasta poderá cometer individualmente ou em conjunto. A Execução nos revela o nível da

atleta, se a mesma teve um bom trabalho de base, fator determinante para um bom desempenho

em uma competição. .

ART. 7º - Exigências Específicas para cada nível:

NÍVEL I - Contempla atletas iniciantes na modalidade

1- Dificuldade (antigo VT):

Compreende-se o número e o nível dos elementos corporais que a ginasta

executa dentro de sua série, portanto para efeito de montagem de coreografia, as técnicas deverão

basear-se no descrito abaixo. Só será validada a dificuldade, se a ginasta realmente executar e não

esboçar. Cada dificuldade conta somente uma vez.

Poderá inscrever até 10 dificuldades sendo:

DIFICULDADES QUANTIDADE VALOR

Equilíbrio 1 a 4 no máximo Até 1,50

Saltos 1 a 4 no máximo Até 1,00

Pivôs 1 a 4 no máximo Até 1,00

Flexibilidades 1 a 4 no máximo Até 1,50

TOTAL 5,00

Valor Máximo: 5,00 pontos

Número de Dificuldades escritas na ficha: 10 dificuldades, no máximo

Dificuldades Corporais: Níveis A, B, C, D, E

2 - Artístico (antigo VA):

Compreende-se a estética do exercício, a escolha da música e a coreografia de

base (item 1 a 5), somando a uma bonificação (item 6) com os seguintes valores.

Page 63: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

63

QUESITO VALOR

1. Harmonia entre a música e a coreografia Até 1,00

2. Início e término da coreografia Até 0,50

3. Variedade nos manejos dos aparelhos Até 0,50

4. Variedade nos elementos corporais Até 0,50

5. Utilização diversificada do espaço Até 0,50

6. 1- Lançar e recuperar durante um salto / 2 - Lançar sem ajuda

das mãos / 3 - Lançar fora do campo visual / 4 - elementos

acrobáticos

Total de 2,00

(ver tabela de maestria e

acrobáticos)

TOTAL 5,00

Valor Máximo: 5,00 pontos

3 – EXECUÇÃO:

Valor Máximo: 10,00 pontos

Dificuldade: 5,00 / Artístico: 5,00 / Execução: 10,0

Para se chegar à nota final, soma-se: dificuldade + artístico + execução

NÍVEL II - Contempla atletas de nível intermediário na modalidade

1- Dificuldade (antigo VT):

Compreende-se o número e o nível dos elementos corporais que a ginasta

executa dentro de sua série, portanto para efeito de montagem de coreografia, as técnicas deverão

basear-se no descrito abaixo. Só será validada a dificuldade, se a ginasta realmente executar e não

esboçar. Cada dificuldade conta somente uma vez.

Poderá inscrever até 12 dificuldades sendo:

DIFICULDADES QUANTIDADE VALOR

Equilíbrio 1 a 4 no máximo Até 2,00

Saltos 1 a 4 no máximo Até 1,50

Pivôs 1 a 4 no máximo Até 1,50

Flexibilidades 1 a 4 no máximo Até 2,00

TOTAL 7,00

Valor máximo = 7,00

Número de dificuldades escritas na ficha: 12 dificuldades, no máximo

Dificuldades corporais: de “A” até “J”

Page 64: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

64

Artístico (antigo VA):

Compreende-se a estética do exercício, a escolha da música e a coreografia de

base (item 1 a 5), somando a uma bonificação (item 6) com os seguintes valores.

QUESITO VALOR

7. Harmonia entre a música e a coreografia Até 1,00

8. Início e término da coreografia Até 0,50

9. Variedade nos manejos dos aparelhos Até 0,50

10. Variedade nos elementos corporais Até 0,50

11. Utilização diversificada do espaço Até 0,50

12. 1- Lançar e recuperar durante um salto / 2 - Lançar sem ajuda

das mãos / 3 - Lançar fora do campo visual / 4 - elementos

acrobáticos

Total de 3,00

(ver tabela de maestria e

acrobáticos “*”)

TOTAL 6,00

Valor Máximo: 6,00 pontos

3 – EXECUÇÃO:

Valor Máximo: 10,00 pontos

Dificuldade: 7,00 / Artístico: 6,00 / Execução: 10,0

Para se chegar a nota final, soma-se: dificuldade + artístico + execução

PONTUAÇÃO TOTAL

NÍVEIS DIFICULDADE ARTÍSTICO EXECUÇÃO TOTAL

NÍVEL 1 5,00 5,00 10,00 20

NÍVEL 2 7,00 6,00 10,00 23

NOTA FINAL = ARTÍSTICO + DIFICULDADE + EXECUÇÃO

ART. 8º - Casos omissos serão resolvidos pela CT desta competição.

MAESTRIA (*)

* Grandes Lançamentos:

Símbolos Descrição Valor

Durante um salto

0,20

Sem ajuda das mãos

0,30

Page 65: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

65

Fora do campo visual 0,30

Tabela Adaptada do Código de Pontuação –FIG 2001- Modificação nos valores dos exercícios e

exclusão de exercícios de maiores dificuldades - Leite e Teixeira -2001

* Recuperações dos Grandes Lançamentos:

Símbolos Descrição Valor

Durante um salto

0,30

Tabela Adaptada do Código de Pontuação –FIG 2001- Modificação nos valores dos exercícios e

exclusão de exercícios de maiores dificuldades

Leite e Teixeira -2001

LISTAGEM DOS ACROBÁTICOS (*)

Símbolos Descrição Valor

Rolamento para frente

0,20

Rolamento para trás

0,30

Reversement para frente

0,40

Reversement para trás

0,40

Estrela

0,30

Tabela Adaptada do Código de Pontuação –FIG 2001- Modificação nos valores dos exercícios e

exclusão de exercícios de maiores dificuldades

Leite e Teixeira -2001

TABELA DE DIFICULDADES

Estudando a tabela de Dificuldades da FIG (2001), considerando

que muitos elementos corporais estão distantes à realização de nossas atletas,

decidimos, adaptá-los às nossas alunas, incluíndo alguns elementos bases, como

giros, saltitos, flexões; modificamos alguns valores e ao mesmo tempo excluímos os

mais complexos, tornando-a da seguinte forma. :

Page 66: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

66

TABELA 1 - SALTITOS E SALTOS

A = 0,10 B = 0,20 C = 0,30 D = 0,40 E = 0,50 Sauté em premiére (saltito

em primeira posição)

(Série)

Changement de pied (saltito

com troca de pés) (Série)

Chassé (Série)

3º saltito ou Saltito de

polca (Série)

1º Saltito (Série)

Cabriole

Cabriole atrás

Cabriole lateral

2º Saltito ou galope (Série)

Cambré (salto arqueado)

Pas de Chat

Salto grupado

Saut de Chat

Ciseaux avant (tesoura)

Ciseaux arrière (tesoura atrás)

Entrelacé (cadete)

Tabela adaptada do código de pontuação da FIG - 2001

Obs. 1: Inserido saltitos – (série de saltitos = mínimo de três)

Obs. 2: Para cada variação do salto ou saltito (dificultando-o), acrescentar 0,10 pt.

Obs. 3: Modificação nos valores dos exercícios

Leite e Teixeira – 2001

C D E

A B C

B

A

D

C D

E

E B

B C

Page 67: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

67

TABELA 2

A = 0,10 B = 0,20 C = 0,30 D = 0,40 E = 0,50 Stag leap

Enjambé

Cossaco (jump ou leap)

Jeté

Enjambé flexionado

Enjambé lateral

Enjambé à boucle

Vertical

Saut de biche (corsa)

Carpado com pernas

afastadas, sem tocá-las

Tabela adaptada do código de pontuação da FIG - 2001

Obs. 1: Para cada variação do salto (dificultando-o), acrescentar 0,10 pt.

Obs. 2: Modificação nos valores dos exercícios.

Leite e Teixeira - 2001

e B

D

C

C

D

E

D

D B

Page 68: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

68

TABELA 3

F = 0,60 G = 0,70 H = 0,80 I = 0,90 J = 1,00 Carpado com pernas

afastadas, tocando os pés

Carpado com pernas unidas

Carpado lateral

Corsa à boucle

Salto á boucle

Vertical com ½ giro

(180º)

Grupado com ½ giro (180º)

Vertical com giro (360º)

Grupado com giro (360º)

Corsa com ½ giro (180º)

Cambré com ½ giro (180º)

Cossaco com ½ giro (180º)

Jeté en tournant

Jeté en tournant à boucle

Anel

Anel com ½ giro (180º)

do tronco

Tabela adaptada do código de pontuação da FIG - 2001

Obs. 1: Para cada variação do salto (dificultando-o), acrescentar 0,10 pt.

Obs. 2: Modificação nos valores dos exercícios.

Leite e Teixeira - 2001

F G

H

I

F H

G I

J

J

H

G J

J

G I

Page 69: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

69

TABELA 4

F = 0,60 G = 0,70 H = 0,80 I = 0,90 J = 1,00 Tesoura com ½ giro (180º)

Tesoura à boucle com ½ giro

(180º)

Vertical com perna horizontal

com ½ giro (180º)

Vertical com perna horizontal

com giro (360º)

Butterfly

Rasgado

Tabela adaptada do código de pontuação da FIG - 2001

Obs. 1: Para cada variação do salto ou saltito (dificultando-o), acrescentar 0,10 pt.

Obs. 2: Modificação nos valores dos exercícios.

Leite e Teixeira - 2001

H J

J

J

G

J

Page 70: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

70

TABELA 5 - EQUILÍBRIOS

A = 0,10 B = 0,20 C = 0,30 D = 0,40 E = 0,50 De joelhos, perna livre na horizontal à

frente, lateral ou atrás

De joelhos, atittude

De joelhos, perna acima da

horizontal com ajuda à frente ou

lateral

Relevé

Passé (apoio total do pé)

Passé (apoio na ½ ponta)

Perna livre na horizontal à frente ou ao

lado (apoio total do pé)

Perna livre na horizontal à frente

ou ao lado (apoio na ½ ponta)

Perna acima da horizontal com

ajuda à frente ou ao lado (apoio

total do pé)

Tabela adaptada do código de pontuação da FIG - 2001

Obs. 1: Inserido Relevé.

Obs. 2:Para cada variação do equilíbrio (dificultando-o), acrescentar 0,10 pt.

Obs. 3: Modificação nos valores dos exercícios.

Leite e Teixeira - 2001

C D E

C D E

A

B C

Page 71: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

71

TABELA 6

A = 0,10 B = 0,20 C = 0,30 D = 0,40 E = 0,50 Arabesque (apoio total do pé)

Arabesque (apoio na ½ ponta)

Atittude (apoio total do pé)

Atittude (apoio na ½ ponta)

À boucle com ajuda (apoio total

do pé)

Prancha frontal (apoio total do

pé)

Prancha frontal

Tabela adaptada do código de pontuação da FIG - 2001

Obs.1:Para cada variação do equilíbrio (dificultando-o), acrescentar 0,10 pt.

Obs. 2: Modificação nos valores dos exercícios.

Leite e Teixeira - 2001

C E

E C

D

A A

Page 72: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

72

TABELA 7

F = 0,60 G = 0,70 H = 0,80 I = 0,90 J = 1,00 De joelhos, à boucle com ajuda

De joelhos, perna acima da

horizontal atrás com ajuda

De joelhos, à boucle sem ajuda

De joelhos com flexão do tronco atrás

e perna livre à frente

De joelhos com flexão do tronco

atrás e perna livre atrás

De joelhos com flexão do

tronco atrás e perna acima

De joelhos, perna acima da horizontal

sem ajuda à frente ou lateral

Perna acima da horizontal com ajuda

à frente ou ao lado (apoio na ½ ponta)

Perna acima da horizontal sem

ajuda à frente ou ao lado(apoio

total do pé)

Perna acima da horizontal sem

ajuda à frente ou ao lado (apoio

na ½ ponta)

Tabela adaptada do código de pontuação da FIG - 2001

Obs.1:Para cada variação do equilíbrio (dificultando-o), acrescentar 0,10 pt.

Obs. 2: Modificação nos valores dos exercícios.

Leite e Teixeira – 2001

F

G H

F H

G

E

F G

H

Page 73: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

73

TABELA 8

F = 0,60 G = 0,70 H = 0,80 I = 0,90 J = 1,00 À boucle com ajuda (apoio na

½ ponta)

Perna acima da horizontal

com ajuda atrás (apoio total

do pé)

Perna acima da horizontal com

ajuda atrás (apoio na ½ ponta)

Cossaco, perna à frente, atrás,

lateral ou attitude

Prancha lateral

Prancha dorsal

Tabela adaptada do código de pontuação da FIG - 2001

Obs.1:Para cada variação do equilíbrio (dificultando-o), acrescentar 0,10 pt.

Obs. 2: Modificação nos valores dos exercícios.

Leite e Teixeira - 2001

G

F

F

F G

I

Page 74: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

74

TABELA 9 - GIROS E PIVOTS

A = 0,10 B = 0,20 C = 0,30 D = 0,40 E = 0,50

Debulé modifié (executar o

giro através de passadas)

Deboulé (giro sobre os dois

pés, com braços)

Pirouetté (pirueta) 360º

Tour à genoux (giro sobre os

joelhos)

Cossaco, perna à frente, atrás,

lateral ou attitude (180º)

Em passé (180º)

Em passé (360º)

Perna acima da horizontal com

ajuda à frente e ao lado (180º)

Perna livre na horizontal à frente

ou ao lado (180º)

Perna livre na horizontal à frente

ou ao lado (360º)

Tabela adaptada do código de pontuação da FIG - 2001

Obs.1:Inserido giros

Obs.2: Para cada variação de pivot (dificultando-o), acrescentar 0,10 pt.

Obs. 3: Modificação nos valores dos exercícios.

Leite e Teixeira – 2001

A B

B

B

E

B

C

D

E

E

Page 75: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

75

TABELA 10

A = 0,10 B = 0,20 C = 0,30 D = 0,40 E = 0,50 Arabesque (180º)

Arabesque (360º)

Atittude (180º)

Atittude (360º)

Flexão do tronco atrás (180º)

Flexão do tronco atrás (360º)

Flexão do tronco à frente

(180º)

Flexão do tronco à frente

(360º)

Perna de apoio semi-

flexionada, outra perna livre

estendida (180º)

Em Progressão (180º)

Perna de apoio semi-

flexionada, outra perna livre

estendida (360º)

Tabela adaptada do código de pontuação da FIG - 2001

Obs.1:Inserido giros

Obs.2: Para cada variação de pivot (dificultando-o), acrescentar 0,10 pt.

Obs. 3: Modificação nos valores dos exercícios.

Leite e Teixeira – 2001

C E

C E

D

C E

C E

C E

Page 76: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

76

TABELA 11

F = 0,60 G = 0,70 H = 0,80 I = 0,90 J = 1,00

À boucle com ajuda

(180º)

À boucle com ajuda

(360º)

À boucle com ajuda (540º)

Perna livre na horizontal à

frente ou ao lado (540º)

Perna livre na horizontal à

frente ou ao lado (720º)

Arabesque (540º)

Arabesque (720º)

Atittude (540º)

Atittude (720º)

Fouetté (360º + 360º)

Em passé (720º)

Fouetté (360º + 360º + 720º)

Tabela adaptada do código de pontuação da FIG - 2001

Obs.1: Para cada variação de pivot (dificultando-o), acrescentar 0,10 pt.

Obs. 2: Modificação nos valores dos exercícios.

Leite e Teixeira – 2001

H

I G

G I

G G

F H

J

G

J

Page 77: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

77

TABELA 12

F = 0,60 G = 0,70 H = 0,80 I = 0,90 J = 1,00

Flexão do tronco atrás (540º)

Flexão do tronco atrás (720º)

Progressão (360º)

Perna de apoio semi-

flexionada, outra perna livre

estendida (540º)

Progressão (540º)

Perna de apoio semi-

flexionada, outra perna livre

estendida (720º)

Progressão (720º)

Flexão do tronco à frente

(540º)

Cossaco, perna à frente, atrás,

lateral ou attitude (360º)

Flexão do tronco à frente

(720º)

Perna acima da horizontal

com ajuda à frente ou ao lado

(360º)

Perna acima da horizontal sem

ajuda à frente ou ao lado

(180º)

Perna acima da horizontal

com ajuda à frente ou ao

lado (540º)

Perna acima da horizontal sem

ajuda à frente ou ao lado (360º)

Tabela adaptada do código de pontuação da FIG - 2001

Obs.1: Para cada variação de pivot (dificultando-o), acrescentar 0,10 pt.

Obs. 2: Modificação nos valores dos exercícios.

Leite e Teixeira – 2001

F H

I G

G I

H J

H

C C

G I

J

Page 78: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

78

TABELA 13 - FLEXIBILIDADES / ONDAS

A = 0,10 B = 0,20 C = 0,30 D = 0,40 E = 0,50

Flexão do tronco à frente

Grand‟ecárt lateral

Grand‟ecárt facial

Grand‟ecárt frontal com

flexão do tronco à frente

Flexão do tronco atrás

Genoux

Hiper-flexão do tronco

atrás

Ponte

Flexão lateral

Flexão lateral de joelhos

Onda lateral

Balanceado

Ondulação do tronco de joelhos

Onda para trás

Onda para frente

Tabela adaptada do código de pontuação da FIG - 2001

Obs.1: Inserido flexões básicas e balanceado.

Obs. 2: Para cada variação de flexibilidade/onda (dificultando-as), acrescentar 0,10 pt.

Obs. 3: Modificação nos valores dos exercícios.

Leite e Teixeira – 2001

C

B

C

C

C

C D E

A B

A

B D E

A

Page 79: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

79

TABELA 14

F = 0,60 G = 0,70 H = 0,80 I = 0,90 J = 1,00

Grand‟ecárt facial com

rolamento lateral

Grand‟ecárt dorsal com

rolamento lateral

Couchée

Grand‟ecárt facial com

Flexão do tronco atrás

Grand‟ecárt facial com

Hiper-flexão do tronco atrás

Prancha lateral com ajuda

Prancha lateral sem ajuda

Onda total do corpo

Onda total em espiral sobre os

dois pés (360º)

Onda total sobre os dedos,

partindo do solo

Onda total em espiral sobre

os dois pés (720º)

Onda total em espiral sobre

um pé pés (360º)

Penchée sobre um pé

“Illusion”

Dois “Illusions” sucessivos

Tabela adaptada do código de pontuação da FIG - 2001

Obs. 1: Para cada variação de flexibilidade/onda (dificultando-as), acrescentar 0,10 pt.

Obs. 2: Modificação nos valores dos exercícios.

Leite e Teixeira – 2001

F

H

I J

G J

H

H J F

J G

I

F H

Page 80: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

80

TABELA 15

F = 0,60 G = 0,70 H = 0,80 I = 0,90 J = 1,00

“Tour lent” Perna acima da

horizontal com ajuda à

frente ou ao lado (180º)

“Tour lent” Perna a boucle

com ajuda (180º)

“Tour lent” Perna acima da

horizontal com ajuda à frente

ou ao lado (360º)

“Tour lent” Perna a boucle

com ajuda (360º)

“Illusion” para trás

“Tour lent” Perna acima da

horizontal sem ajuda à frente

ou ao lado (180º)

Tour lent” Perna acima da

horizontal sem ajuda à frente ou

ao lado (360º)

Ronde com ajuda

Ronde sem ajuda

Tabela adaptada do código de pontuação da FIG - 2001

Obs. 1: Para cada variação de flexibilidade/onda (dificultando-as), acrescentar 0,10 pt.

Obs. 2: Modificação nos valores dos exercícios.

Leite e Teixeira – 2001

H

J

J

F J

F H

G I

Page 81: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

81

4.4 Competições Oficiais no Brasil de G.R para meninas com Deficiência Mental

No Brasil em se tratando de Deficiência Mental, temos três seguimentos que

trabalham com competições voltadas para esta clientela. São eles: FENAPAEs ( Federação

Nacional das APAES )ABDEM ( Associação Brasileira de Desportos de Deficientes Mentais ) e

Specyal Olympcs ( Specyal Olimpcs Brasil )

4.4.1 Eventos de Ginástica Rítmica Especial realizados sob a responsabilidade

FEAPAE´S E FENAPAE´S

1990 - Olimpíada Estadual das APAES e Escolas Especializadas Santa Bárbara

do Oeste - (1ª competição Estadual Oficial Estadual de Ginástica Rítmica para atletas com

Deficiência Mental). Nº. de atletas participantes : 18

Regiões participantes: VALE DO PARAÍBA, CAPITAL, PIRASSUNUNGA,

VALE DO RIBEIRA.

1990 - X Olimpíada Nacional das APAES e Escolas Especializadas - Vitória,

ES, (1ª Competição Nacional Oficial de Ginástica Rítmica para atletas com Deficiência

Mental)Nº. de atletas participantes: 12

Estados Participantes: SÃO PAULO, MINAS GERAIS, PARANÁ.

1992-Olimpíada Estadual das Apaes e Escolas Especializadas - São Bernardo

do Campo. Nº de atletas participantes: 26

Regiões Participantes : ABCD, VALE DO PARAÍBA, CAPITAL, VALE DO

RIBEIRA, PIRASSUNUNGA.

1992 - XI (Olimpíada Nacional das Apaes e Escolas Especializadas - Campo

Grande - MS. Nº. de atletas participantes : 15

Estados participantes : SÃO PAULO, RIO DE JANEIRO, MATO GROSSO,

PARANÁ.

Page 82: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

82

1994 - Olímpiada Estadual das Apaes e Escolas Especializadas - Salto - S.P. Nº

de atletas participantes: 32.

Regiões participantes: VALE DO PARAÍBA, CAMPINAS, VALE DO

RIBEIRA, CAPITAL, ABCD.

1994 - Olimpiada Nacional das Apaes e Escolas Especializadas - Apucarana -

PR. Nº de atletas participantes: 10

Estados participantes: PARANÁ, RIO DE JANEIRO.

1996 - Olimpíada Estadual das Apaes e Escolas Especializadas - São José do

Rio Preto. Nº de atletas participantes: 30

Regiões: CAMPINAS, ABCD, VALE DO PARAÍBA, CAPITAL, SANTOS.

1996 - XIII Olimpíada Nacional das Apaes e Escolas Especializadas - Rio de

Janeiro. Nº de atletas participantes: 22

Estados: RIO DE JANEIRO, SÃO PAULO, PARANÁ, MINAS GERAIS,

MATO GROSSO.

1998 - Olimpíada Estadual das Apaes e Escolas Especializadas - Ilha

Solteira..Nº de atletas participantes: 32

Regiões participantes: VALE DO PARAÍBA, SANTOS, CAPITAL,

CAMPINAS, ABCD, BAURU.

1998 - XIV Olimpíada Nacional das Apaes e Escolas Especializadas - Salto -

S.P. Nº de atletas participantes: 26.

Estados Participantes: SÃO PAULO, RIO DE JANEIRO, MINAS GERAIS,

PARANÁ, BAHIA.

2000 - Olimpíada Estadual das Apaes e Escolas Especializadas - Ribeirão Pires

– SP. Nº de atletas participantes: 44.

Regiões: ABCDRMS, CAPITAL, SANTOS, VALE DO PARAÍBA,

CAMPINAS, BAURU.

2000 - Olimpíada Nacional das Apaes e Escolas Especializadas - Blumenau –

SC. Nº de atletas participantes: 28.

Estados participantes: SÃO PAULO, RIO DE JANEIRO, SANTA

CATARINA, PARANÁ RIO GRANDE DO SUL, MINAS GERAIS.

Page 83: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

83

2002 - Olímpiada Estadual das Apaes e Escolas Especializadas - Taubaté - S.P.

Nº de atletas participantes: 45.

Regiões: ABDCRMS, VALE DO PARAÍBA, SANTOS, CAPITAL,

CAMPINAS, DRACENA.

2006 - Olimpíada Nacional das APAES e Escolas Especializadas - Araraquara -

S.P. Nº de atletas participantes: 22.

Estados: PARANÁ, RIO DE JANEIRO, MINAS GERAIS, SÃO PAULO,

BAHIA.

4.4.2 Eventos de Ginástica Rítmica Especial realizados sob a responsabilidade da

Ardem e Abdem

1996 - Campeonato Paulista de Ginástica Rítmica - Guaratinguetá. Nº de

atletas: 45

Entidades: APAE de Guaratinguetá, APAE São Paulo, APAE de Peruíbe.

1997 - I Meeting Brasileiro de Ginástica Rítmica - Cruzeiro. Nº de atletas: 43

Entidades: Apae de Guaratinguetá, Apae de São Paulo, Apae de Peruíbe, Apae

de Taubaté, Druz –São Paulo, Ardem –Rio de Janeiro, Ardem – Minas Gerais, Ardem

Paraná,Região Oeste – São Paulo, Ribeirão Pires.

1998 - Campeonato Brasileiro de Ginástica Rítmica - Guaxupé - MG. Nº de

atletas: 55

Entidades: Apae de Guaratinguetá, Apae de São Paulo, Apae de Peruíbe, Apae

de Taubaté, Druz- São Paulo, Ardem – Rio de Janeiro, Ardem – Minas Gerais, Ardem – Paraná,

Região Oeste- São Paulo, Ribeirão Pires.

1999 - Campeonato Paulista de Ginástica Rítmica - Guaratinguetá. Nº de

atletas: 49.

Entidades: Apae – São Paulo, Apae de Guaratinguetá, Apae de Peruíbe.

Page 84: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

84

2002 - Campeonato Paulista de Ginástica Rítmica - Taubaté. Nº de Atletas: 68.

Entidades: Associação J.R.Ferraz, Apae de Cruzeiro, Apae de São Paulo, Apae

de Guaratinguetá, Escola Madre Cecília – Taubaté, Apae de Peruíbe, Ardem – Chile.

2003 - Campeonato Paulista de Ginástica Rítmica - Peruíbe. Nº de atletas: 44

Entidades: Associação J.R. Ferraz, Apae de Guaratinguetá, Escola Madre

Cecília, Apae de Peruíbe.

2003 - Campeonato Brasileiro de Ginástica Rítmica - Guarujá. N° de Atletas:

50.

Equipes: Apae de Guaratinguetá, Apae de Blumenau, Ardem –Rio de Janeiro,

Ardem – Minas Gerais, Apae de Peruíbe, Escola Madre Cecília – Taubaté, Apae de São José dos

Pinhais – Paraná, Apae Bela Vista do Paraíso – Paraná, Associação J.R.Ferraz- São Paulo, Apae

Barbosa Ferraz – Paraná, Ilece – Paraná, Apae de Apucarana – Paraná.

2005 - Campeonato Paulista de Ginástica Rítmica - Peruíbe. Nº de atletas

participantes: 14.

Equipes: Associação J.R Ferraz, Cdm/Cruz de Malta/J.R.Ferraz, Apae Peruíbe.

2005 - Campeonato Brasileiro de Ginástica Rítmica - Guarujá. Nº de atletas: 60

Equipes: Apae de Aparecida, Apae de Guaratinguetá, Ardem – Rio de Janeiro,

Ardem – Minas Gerais, Escola Madre Cecilçia – Taubaté – S.P, Apae de São José dos Pinhais –

Paraná, Apae Bela Vista do Paraíso – Paraná, Associação J.R.Ferraz – São Paulo, Apae Barbosa

Ferraz – Paraná, Ilece – PR, Apae de Apucarana – Paraná.

2006 - Campeonato Brasileiro de GR - Andradas MG. N° de atletas: 46.

Entidades: Associação JR Ferraz, EEE Apucarana, APAE São José dos

Pinhais, Ardem Minas Gerais, Apae de Londrina, Apae de Guaratinguetá, EEE Maria Mendes

Valente, Apae de Salvador, Apae de Colombo.

2007 - Campeonato Brasileiro de Ginástica Rítmica - Cabo Verde - MG. Nº de

atletas:17.

Entidades: Apae de Cabo Verde, Associação Paradesportiva JR, Região SUL I

– Minas Gerais.

Page 85: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

85

4.4.3 Eventos de Ginástica Rítmica Especial, realizados sob a responsabilidade da

Specyal Olímpcs Brasil.

1987 - Campeonato de Ginástica Rítmica Especial - Ibirapuera - SP. Nº de

atletas participantes: 04

Entidades participantes: Apae de Guaratinguetá.

1997 - Jogos Estaduais das Olimpíadas Especiais do Brasil - Vinhedo. Nº de

Atletas participantes: não se tem registro.

Entidades participantes: não se tem registro.

Apae de Guaratinguetá - 06 atletas.

1998 - Jogos Nacionais das Olimpíadas Especiais do Brasil - Valinhos. Nº de

Atletas participantes: não se tem registro.

Entidades participantes: não se tem registro.

Apae de Guaratinguetá - 04 atletas.

2005 - Jogos Nacionais das Olimpíadas Especiais do Brasil - Itatiba - SP. Nº de

Atletas participantes: 13.

Entidades participantes: Apae de Guaratinguetá- 13 atletas, Apae de Aparecida-

07 atletas.

Observação: A coordenação atual da Specyal Olympcs Brasil alega que não tem

dados dos números de participantes das competições de G.R., anteriores, pois não foi fornecido à

eles esses dados.

4.5 Competições Internacionais com participação de Atletas com Deficiência Mental do

Brasil

1987 – Specyal Olympcs Games-Jogos Mundiais de Verão - South Band (

U.S.A)

( 1 Atleta do Brasil ) Técnica - Elisete de Andrade Leite

Page 86: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

86

1997- I campeonato Internacional de Ginástica Rítmica –Maipu –Chile

(12 atletas do Brasil) Técnica das 4 atletas de Guaratinguetá : Elisete de

Andrade Leite

1999- Specyal Olympcs Games –Jogos Mundiais de Verão - Carolina do Norte

( U.S.A) ( 1 Atleta do Brasil ) Técnica Eçlisete de Andrade Leite

2006- Specyal Olympcs - I Jogos Latino Americano das Olimpíadas Especiais-

El Salvador – ( 4 Atletas do Brasil ) Técnica : Elisete de Andrade Leite

Page 87: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

87

5 - Metodologia da Pesquisa

Para analisar a trajetória da Ginástica Rítmica no Brasil praticadas por meninas

com Deficiência Mental, optamos por realizar uma pesquisa qualitativa, adotando uma

abordagem analítica com ênfase no estudo documental que nos permite exame de materiais que

ainda não receberam um tratamento analítico ou que podem ser reexaminados com vistas de uma

interpretação nova ou complementar.

Consideramos que a pesquisa qualitativa é mais participativa e, portanto,

menos controlável. Os participantes da pesquisa podem direcionar o rumo da pesquisa

em suas interações com o pesquisador.

Segundo LUDKE;ANDRE-1986 A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural

como sua fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento. A pesquisa

qualitativa supõe o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que

está sendo investigada via de regra através do trabalho intensivo de campo.

Os autores afirmam ainda que os dados coletados são predominantemente

descritivos e que o material obtido nessas pesquisas é rico em descrições de pessoas, situações,

acontecimentos; incluindo transcrições de entrevistas, e de depoimentos fotografias, desenhos e

extratos de vários tipos de documentos. Citações são freqüentemente usadas para subsidiar uma

afirmação ou esclarecer um ponto de vista. Todos os tipos de dados da realidade são considerados

importantes .

Citam ainda que a preocupação com o processo é muito maior do que com

produto. O interesse do pesquisador, ao estudar um determinado problema, é verificar como se

manifesta nas atividades, nos procedimentos e nas interações cotidianas. O significado que as

pessoas dão às coisas e à sua vida são foco de atenção especial pelo pesquisador.

Nesses estudos há sempre uma tentativa de capturar a perspectiva dos

participantes‟, isto é, a maneira como os informantes encaram as questões que estão sendo

focalizadas

A análise dos dados tende a seguir um processo indutivo. Os pesquisadores não

se preocupam em buscar evidências que comprovem hipóteses definidas antes do início dos

Page 88: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

88

estudos. As abstrações se formam ou se consolidam basicamente a partir da inspeção dos dados

num processo de baixo para cima.

PROCEDIMENTOS: Buscamos com base na literatura, melhor entender sobre

as pessoas com Deficiência Mental, Ginástica Rítmica e a participação de meninas com

Deficiência Mental na referida modalidade.

Somando-se ao exposto, procuramos resgatar toda nossa trajetória de

envolvimento como professora de Educação Física e treinadora de equipes de Ginástica Rítmica.

da APAE de Guaratinguetá e como técnica em vários eventos nacionais e internacionais ,

promovidos pelos órgãos competentes em se tratando de pessoas com deficiência : FENAPAEs (

Federação Nacional das APAES )ABDEM ( Associação Brasileira de Desportos de Deficientes

Mentais ) e Specyal Olympcs ( Specyal Olimpcs Brasil )

Para maior elucidação de nosso estudo, reunimos documentos, fotos,

depoimentos, apontamentos de aulas, de treinamentos e de participação em eventos.

Page 89: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

89

6 - Considerações Finais

Trabalhar Ginástica Rítmica com meninas com Deficiência Mental é propiciar a

elas uma atividade satisfatória, benéfica e motivadora. O processo de iniciação da aprendizagem

da Ginástica Rítmica caracterizada pela utilização harmoniosa entre movimentos corporais,

música e aparelhos de pequeno porte, incluindo os alternativos, oferece múltiplas possibilidades

no desenvolvimento global das mesmas. Esse desenvolvimento global está relacionado aos

potenciais intelectuais, afetivos, sociais motores e psicomotores da criança.

Através de movimentos corporais e manipulações de aparelhos como segurar,

lançar, e recuperar balancear, circundar, e outros, a G.R. pode contribuir com as meninas no

tocante a: estimular a terem uma motricidade espontânea, harmoniosa; proporcionar condições

favoráveis ao desenvolvimento motor e lúdico; estimular o desenvolvimento da habilidade

perceptiva para a melhoria do controle motor; estimular a aquisição de habilidades motoras

básicas e específicas e também estará paralelamente beneficiando as meninas com Deficiência

Mental no desenvolvimento das qualidades físicas de Força, Flexibilidade e Equilíbrio.Fica

evidente que a participação em eventos oportuniza as meninas a interagir com grupos diferentes,

passando por um processo de convivência, aceitação, respeito ao outro melhorando assim sua

capacidade de criatividade e elevação da auto estima. Partindo dessas vertentes é que nos

motivamos a iniciar o trabalho de G.R.na Apae de Guaratinguetá. Seguramente, tais resultados,

ou seja, toda essa contribuição que a Ginástica Rítmica possibilita aos seus praticantes deverá

motivar a participação de um maior número de profissionais e atletas, como ocorreu com o nosso

grupo na APAE de Guaratinguetá. O novo, o desconhecido sempre é mais difícil. A busca de

conhecimentos de uma modalidade pouco difundida nos custou anos de estudo, e muitas

reflexões. Desde 1978 é que estamos nesta caminhada, procurando sistematizar a modalidade

enquanto seus benefícios em treinamentos e em competições. Nosso carinho e nossa dedicação

em difundir a modalidade, através de apresentações em eventos, é que nos possibilitaram hoje a

termos competições oficiais na modalidade.

Como pudemos constatar em nossos estudos, atualmente, trabalhamos com um

regulamento que ainda não é o ideal, porém o mais adequado, para esse momento, em que a

Page 90: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

90

Ginástica Rítmica está se expandindo e sendo conhecida e valorizada, ganhando novos adeptos,

principalmente na área de Atividade Motora Adaptada.

Após tantos anos investindo nesta modalidade, pretendemos ainda continuar

nossos estudos e através de avaliações elaborar um regulamento ajustado ao grau de habilidades e

dificuldades das atletas, baseado no Código de Pontuação de Ginástica da (FIG) Federação

Internacional de Ginástica, para que a atleta com Deficiência Mental, possa participar em igual

oportunidade com as demais participantes. O Código de Pontuação da FIG está se tornando cada

vez mais técnico e complexo e visa rendimento, habilidade e perfeição do movimento. É um

Código muito difícil de ser cumprido, inclusive por atletas que não apresentam nenhuma

deficiência. Estamos ainda nos baseando no Código do ano de 2001. Embasados neste Código

podemos elaborar um Código de Pontuação, sem descaracterizar a modalidade, porém adequado

às meninas com Deficiência Mental. Este Código irá conscientizar professores de Educação

Física que querem trabalhar com a modalidade, da necessidade de cursos básicos para que

possam contemplar as alunas com esta modalidade a qual tantos benefícios integram. Temos

presenciado em competições professores despreparados, que descaracterizam a modalidade,

colocando atletas em situações constrangedoras por desconhecimento à modalidade.

Com a sistematização desta modalidade, será uma oportunidade a mais para que

meninas com Deficiência Mental possam optar pela escolha de uma modalidade essencialmente

feminina e bela.

Page 91: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

91

7 - Referências Bibliográficas

ARAÚJO, Cláudio César de. Et al. Ciclo básico em jornada única. São Paulo: CENP 354,

1973, 109p.

ARDORE, Marilena; REGEN, Mina; HOFFMANN, Vera Maria Bohner; Eu tenho um irmão

deficiente...vamos falar sobre isto? . São Paulo: Paulinas, 1988, 105p.

ÁVILA, Conceição Aparecida de; CÁCERES, Ephigenia Saes; BARROS, Maria Lúcia Faria de,

Proposta curricular para o ensino de educação física – 1º grau. 4.ed. São Paulo: CENP 307,

1992, 60p.

BARROS, Daisy; MEDIALCOVA, Giurga T, Os primeiros passos da ginástica rítmica. Rio de

Janeiro: Grupo Palestra Esport, 1998.

BARROS, Daisy; BRAGA, Haroldo; Ginástica e música. Rio de Janeiro: Rythmus, 1983.

BIZZOCCHI, Lucy Aparecida de Godoy; GUIMARÃES, Maria Dolores de Souza, Manual de

ginástica rítmica desportiva. São Paulo: Leme, 1985, V. I, 107p, V. II, 171p.

BOSSENMEYER, Melinda; Guia para o desenvolvimento da percepção motora. São Paulo:

Manole, 1989, 79p.

BOTT, Jenny; Ginástica rítmica desportiva. São Paulo: Manole, 1986, 112p.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação

Física, Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC, 1998.

CÁCERES, Ephigenia Saes. et al; Subsídios para a implementação do guia curricular de

educação física para o ensino de 1º grau – 5ª a 8ª séries – ginástica rítmica desportiva. São

Paulo: CENP, 1978, 101p.

COSTA, Maria Luiza Andreozzi da. Piaget e a intervenção psicopedagógica. São Paulo: Olho

D‟Água, 1997, 56p.

Page 92: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

92

EDENSON, S. MARA; HIGGINS, S. Michael, Guia de estudos para treinadores avançados.

Brasília: Lance, 1989, 119p.

FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE GINÁSTICA, Código de Pontuação em G.R. ciclo

2001 – 2004.

FOSS, L Morle; FOX, Bases fisiológicas do exercício e do esporte. 6.ed. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan, 2000, 559p.

FREIRE, João Batista, Educação de corpo inteiro. 4.ed. São Paulo: Scipione, 1994, 223p.

FREIRE, Paulo, Conscientização. 3.ed. São Paulo: Moraes Editora, 1980, 102p.

GAIO, Roberta, Ginástica rítmica popular - uma proposta educacional, 2. ed. São Paulo:

Editora Fontoura, 2007,152p.

GAIO, Roberta, Da iniciação ao alto nível, São Paulo: Editora Fontoura, 2008, 165 p.

GIUSILENI, A Mauro; BARBANTI J. Valdir, Fitness manual do instrutor. São Paulo:

Balieiro, 1993, 80p.

KIRK, Samuel A; GALLAGHER, James J, Educação da criança excepcional. 2.ed. São Paulo:

Martins Fontes, 1991, 502p.

LA TAILLE, Inês de; OLIVEIRA, Marta Kohl di; DANTAS, Heloysa; PIAGET, VYGOTSKY,

WALLON, teorias em discussão. São Paulo: Summus, 1992, 117p.

LAFFRANCHI, Bárbara, Treinamento desportivo aplicado à ginástica rítmica. Paraná:

Unopar, 2001, 157p.

LE BOULCH,Jean, Educação psicomotora. 2.ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1988, 356p.

MACHADO, Ângelo, Anatomia funcional. São Paulo: Atheneu, 2000.

MANTOAN, Maria Teresa Egler; FERREIRA, Ana Isabel de Figueiredo; RODRIGUES, José

Luiz. Essas crianças tão especiais. Brasileira Corde, 1993, 87p.

Page 93: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

93

MEDINA, João Paulo, A educação física cuida do corpo e mente. São Paulo: Krises, 1983.

MEUR, De A; STAES, L, Psicomotricidade, educação e reeducação. São Paulo: Manole,

1989, 226p.

PEUKER, Ilona, Ginástica moderna com aparelhos. 2.ed. Rio de Janeiro: Difel, 1974, 103p.

PETRY, Rose Mary, Educação física e alfabetização. 2.ed. Porto Alegre: Kuarup, 1987, 67p.

PEREIRA, Sissi, Ginástica rítmica desportiva aprendendo passo a passo. Rio de Janeiro:

Shape, 2000, 225p.

RODRIGUES, José Luiz, Aspectos de formação e transição em programas para adolescentes

e adultos portadores de deficiência mental em instituições especializadas. 1998. 283p. Tese

(Doutorado em Educação Física)- Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de

Campinas, Campinas,1998.

RODRIGUES, Tânia Lúcia, Flexibilidade e alongamento. 2.ed. Rio de Janeiro: Sprint, 1986,

162p.

ROSADAS, Sidney de Carvalho, Educação física especial para deficientes. 2.ed. Rio de

Janeiro: Atheneu, 1986, 214p.

SAMPAIO, Flávio, Ballet essencial. 3.ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2001, 157p.

SAUR, Érica, Ginástica rítmica escolar. Rio de Janeiro: Tecnoprint.

SIGFRIED, M Pueschel ;CANNING,Claire D; MURPHY,Ann,ET AL , Síndrome de Down-

Guia para Pais e Educadores -2 ªed.São Paulo :Papirus, 306p.

SOLER, Reinaldo, Brincando e aprendendo na educação física especial. Rio de Janeiro:

Sprint, 2002, 177p.

TANI, Go. et al, Subsídios para professores de educação física de 1ª a 4ª séries do primeiro

grau. Brasília: Seed, 1987, 84p.

Page 94: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

94

WELLS, Renée, O corpo se expressa e dança. Rio de Janeiro: Alves Editora S/A, 1977, 234p.

MATUI JIRON , Construtivismo teoria construtivista sócio-histórica aplicada ao ensino. São

Paulo: Editora Moderna ,1995

MAGILL, R.A. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. São Paulo: Edgard Blücher,

1984.

Page 95: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

95

Anexos

Carta convite para a atleta Ana Maria se apresentar às autoridades

Specyal Olympcs Games – 05/08/1987

Page 96: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

96

Convocação da Prof. Elisete de Andrade Leite para Técnica da

Equipe Brasileira de GRD – Jogos Mundiais de Verão das

Olimpíadas Especiais – 1999 – Carolina do Norte - EUA

Page 97: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

97

Página do Código de Pontuação Adaptado (2001) da Federação de Ginástica da Bélgica que se

refere à colaboração da Técnica Elisete Leite (Brasil)

Page 98: A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica ... No 1º Capítulo Apresentamos a história

98

Carta informal firmando o convite às atletas de G.R Adaptada de Guaratinguetá, ao Campeonato

Mundial de G.R. (Bruxelas -2001)