A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL · 2.1 Historia ... 4.3 Regulamento...
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Campinas 2008
ELISETE DE ANDRADE LEITE
A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA
RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL
Trabalho de Conclusão de Curso Especialização apresentado à Coordenação de Extensão da Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas para obtenção do título de Especialista em Atividade Motora Adaptada.
Campinas 2008
ELISETE DE ANDRADE LEITE
A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA
RÍTMICA ESPECIAL NO BRASIL
Orientador: Prof. Dr. José Luiz Rodrigues
Este exemplar corresponde à redação final do Trabalho de Conclusão de Curso Especialização defendido por Elisete de Andrade Leite e aprovado pela Comissão julgadora em: 26/09/2008.
Prof. Dr. José Luiz Rodrigues Orientador
Prof. Dr.Paulo Ferreira de Araújo
Prof. Paulo Henrique Ramos Bernardes
Campinas 2008
Elisete de Andrade Leite
A TRAJETÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA
ESPECIAL NO BRASIL
Dedicatória
Dedico este trabalho carinhosamente ao
meu querido amigo Dr. José Luiz Rodrigues, que por
acreditar no meu desempenho como profissional da área de
Atividade Motora Adaptada, me incentivou a relatar minha
experiência.
Agradecimentos
Agradeço à Glícia Maria Bellemo, Renata Marques Teixeira e Ana
Laura Reis Pereira, profissionais da área de Ginástica Rítmica, as quais quando
solicitadas sempre se mostram disponíveis para contribuir com nossas competições
adaptadas.
À minha prima Aline de Souza Andrade que acompanha e contribui
em nossos treinamentos de Ginástica Rítmica na APAE de Guaratinguetá e
competições.
À todas as minhas alunas de Ginástica Rítmica da APAE de
Guaratinguetá.
LEITE, Elisete de Andrade. A Trajetória da Ginástica Rítmica Especial no Brasil. 2008. 85f.
Trabalho de Conclusão de Curso Especialização-Faculdade de Educação Física. Universidade
Estadual de Campinas, Campinas, 2008.
RESUMO
O presente trabalho traz reflexões de natureza metodológica e operacional acerca da pesquisa
qualitativa em saúde, tomando por base a investigação realizada em um estudo sobre “A
trajetória da Ginástica Rítmica Especial no Brasil” praticada por meninas com deficiência
mental. Motivados por questões relativas ao tema, o referido estudo nos possibilita a
estruturação de um documento que nos revela como tem sido a prática dessa modalidade no
Brasil com essa clientela. O objetivo do estudo foi o de relatar a trajetória sobre o trabalho da
Ginástica Rítmica no Brasil com meninas com deficiência mental, não só para que façamos
parte da história, como também obter dados da importância dessa prática, para as referidas
praticantes. Do ponto de vista da produção dos dados, o estudo primeiramente recorreu ao
resgate de informações de dados através de: documentos dos primeiros trabalhos, iniciados na
APAE de Guaratinguetá, documentos da primeira competição oficial no Brasil, reportagens de
jornais, e fotos entre outros.
Palavras-Chaves: Ginástica Rítmica; Deficiência Mental.
LEITE, Elisete de Andrade. The trajectory of the special Rhythmic Gym in Brazil. 2008. 99f.
Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização-Faculdade de Educação Física. Universidade
Estadual de Campinas, Campinas, 2008.
ABSTRACT
The present paper brings reflections of methodological and operational nature on the qualitative
research in health, taking as basis the investigation done in a study about “The trajectory of the
special Rhythmic Gym in Brazil” performed by girls with mental deficiency. Motivated by
questions relative to the theme the referred study allows us the structure of a document which
reveals to us what the practice of this modality has been like in Brazil with this clienthood. The
objective of this study is to tell the trajectory of the work of Rhythmic Gym in Brazil with
mentally handicapped girls, not only to be part of history, but also to get data about the
importance of this practice, for the referred performers. From the data production point of view,
the study has first and foremost sought the rescue of data information through: former works
documents set out at APAE in Guaratinguetá; documents of the first oficial competition in
Brazil, articles from newspapers, and photographs among others.
Keywords:Rhytmic Gym , Mental deficiency
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SUMÁRIO
Introdução ......................................................................................................................... 09
1 Deficiência Mental ............................................................................................................ 11
1.1 Historia............................................................................................................................ 11
1.2 Evolução da Conceituação do Retardo Mental...................................................... 12
2 A Ginástica Rítmica.......................................................................................................... 15
2.1 Historia............................................................................................................................
2.2 Conceito...........................................................................................................................
15
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3 A Ginástica Rítmica Especial................................................................................ 23
3.1 A Ginástica Rítmica como Atividade Motora Adaptada para meninas com
Deficiência Mental.................................................................................................
3.2 Contribuições da Ginástica Rítmica para meninas com Deficiência
Mental....................................................................................................................
4 Trajetória da Ginástica Rítmica Especial no Brasil....................................................
4.1 Relato do inicio das atividades...........................................................................
4.2 Competições adaptada de Ginástica Rítmica...............................................................
4.3 Regulamento técnico especifico adaptado de Ginastica Ritmica..........................
4.4 Competições Oficiais no Brasil de Ginástica Rítmica adaptada para meninas com
deficiência mental...................................................................................................
4.5 Competições Internacionais de Ginástica Rítmica Adaptada com participações
de atletas brasileiras.............................................................................................................
23
25
38
38
52
58
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68
5 Metodologia da pesquisa................................................................................................... 88
6 Considerações Finais......................................................................................................... 90
7 Referências Bibliográficas ............................................................................................... 92
Anexos ................................................................................................................................... 96
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Introdução
Fiquei surpresa e feliz quando foi me sugerido pelo professor Dr. José Luiz
Rodrigues, que documentasse meu trabalho de Ginástica Rítmica com meninas com Deficiência
Mental. Naquele momento já me senti gratificada e recompensada profissionalmente e
automaticamente me reportei em memórias pessoais e profissionais as quais afloraram minha
mente e ao mesmo tempo me orgulhava das lembranças. Apesar de nunca ter sido atleta, sempre
fui admiradora da Ginástica Rítmica e participava em apresentações de eventos na própria
Faculdade, onde me graduei. Esta modalidade me fascina pelas possibilidades de movimentos
naturais e espontâneos, e o mais interessante é que podemos explicitar toda a nossa criatividade.
A G.R. é uma atividade muito rica e dotada de grande versatilidade, pois
trabalha a coordenação motora, a percepção espacial, a lateralidade como também a consciência
corporal, a postura e as qualidades físicas. Oferece inúmeras formas de exploração de
movimentos físicos e estéticos e contribui para o desenvolvimento e ou o aprimoramento do
esquema corporal (PEREIRA, 2000).
Introduzir esta modalidade em minhas aulas de Educação Física na APAE de
Guaratinguetá, foi um grande desafio para mim e para as praticantes, pois na época em 1978, a
Ginástica Rítmica era uma modalidade pouco difundida , praticada por poucos. Não tínhamos na
época nenhum método para alunas especiais e sequer nenhuma referência que nos pudesse
orientar. Através de cursos comuns de Ginástica Rítmica e leituras fui me atualizando na
modalidade e adaptando as atividades para as meninas com deficiência mental.
O ato motor possui caráter cognitivo afetivo social e sociabilizador e envolve
as percepções sinestésicas, estando unido à linguagem. A formação do pensamento não somente
está vinculada à aquisição da linguagem como também ao movimento. Apenas a transmissão
verbal não será suficiente para constituir na mente da criança as estruturas operatórias que
conduzem à coordenação de ações e movimentos (BARROS e BRAGA, 1983).
Temas sonoros (percussão ou a própria música) levam as alunas a se ajustarem
na percepção temporal e espacial melhorando a memorização envolvendo no que diz respeito a
parte psicomotora ( BARROS e BRAGA ,1983).
A música é um meio pelo qual as pessoas com deficiência mental podem
aprender muitas coisas. O canto, as bandas rítmicas, os jogos musicais e outras atividades ajudam
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a liberar energia e também servem como forma de expressão e socialização.
(KIRK/GALLAGHER, 1991).
Conhecedora da Ginástica Rítmica, modalidade que tantas possibilidades nos
oferecem, envolvendo movimento corporal, manuseio de aparelhos manuais e música, e sabendo
das necessidades de meninas com Deficiência Mental em desenvolver capacidades de percepção,
atenção, organização do espaço temporal, estruturação do esquema corporal e da imagem
corporal é que optamos por relatar este trabalho de Ginástica Rítmica que julgamos contribuir
com as praticantes em suas necessidades.
No 1º Capítulo Apresentamos a história e a evolução da conceituação sobre a
Deficiência Mental.
No 2º Capítulo fazemos uma abordagem da Ginástica Rítmica enquanto
modalidade desportiva sob o ponto de vista conceitual e histórico.
No 3º Capítulo nos referenciamos a Ginástica Rítmica Especial, sua
importância como prática para meninas com Deficiência Mental, suas contribuições e a trajetória
da Ginástica Rítmica Especial no Brasil, comprovadas através de relatos, textos bibliográficos e
fotos, abordando ainda o tema Competições adaptadas de Ginástica Rítmica Oficiais no âmbito
estadual, Nacional e Internacional. .
No 4º Capítulo fazemos a descrição da metodologia desta pesquisa, bem como
procedimentos e técnicas que utilizamos para construir nossos dados.
No 5º Capítulo registramos nossas Considerações Finais
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1-Deficiência Mental
1.1 História
Segundo Fonseca (1995)nos séculos XVI e XVII( Idade Média ) A mitologia ,
o espiritismo e a bruxaria dominaram e afetaram a visão da deficiência de onde decorreram
julgamentos morais , perseguições , encarcerações, etc,.
Este período ficou marcado e conhecido pela era pré-cristã, como um período
de negligência e ausência total de atendimentos às pessoas com deficiências físicas ou mentais
que eram consideradas subumanas, e a quem era negado o direito à vida.
De acordo com Ceccim (1997), com base na crença difundida na época,
acreditava-se que tais condições eram de procedência maligna - manifestação de forças dos
deuses ou do demônio - delegando-lhes a culpa por sua deficiência e ainda condenavam essa
pessoa a um status de não-educabilidade.
Nesse sentido, tais pessoas, num primeiro momento, tornaram-se culpadas da
própria deficiência, fato esse que os tornou, desde então, suscetíveis a atitudes repugnantes, que
variaram de exorcismo, flagelações e torturas, até ações que causavam a morte.
Avançando um pouco mais, encontramos as atitudes de caridade e cuidados,
ajudando a reforçar as atitudes de segregação, ou seja, abrigá-los em locais específicos, retirando-
os do convívio com os ditos normais.
Continuando o autor aponta que no século XVIII percebe-se uma mudança de
atitude e também uma nova concepção: a humanista Cristã, fazendo com que o extermínio e o
abandono das crianças nascidas com alterações orgânicas visíveis não mais ocorressem, já que
um dos princípios cristãos era o amor incondicional ao próximo. Como filhos de Deus mereciam
tolerância, mas mesmo assim eram segregados da vida social por serem considerados
improdutivos. Eram recebidos em hospícios, manicômios e hospitais convivendo com pessoas
com vários tipos de doenças, pois o importante era que não ficassem expostos.
Conforme relata alguns autores dentre eles Fonseca (1995) no século XIX se
iniciam os primeiros estudos científicos das deficiências, com uma preocupação maior para a
deficiência mental, destacando-se os trabalhos de Esquirol, Ireland, Séquin, Ducan, e Millar,
Down, e outros, com denominações à deficiência como: idiota, imbecil, demência, cretinismo,
sempre nos dando a idéia de incapacitados e inadaptados. Tivemos então no período, pós guerra
12
(primeiras e segunda Grandes Guerras), novos dados relativos à deficiência com o estudo da
neurologia e patologia do cérebro.
No Brasil, o atendimento às pessoas com deficiência mental expandiu-se,
embora de forma extremamente lenta. Foi somente após a Proclamação da República que a
Educação Especial passou a merecer um pouco mais de atenção. Com isso, pouco a pouco, a
deficiência mental foi conseguindo ser alvo de maior atenção não só pelo maior número de
instituições que foram criadas, como também pelo peso que ela foi adquirindo em relação à
saúde, à preocupação com a eugenia e à educação em especial em relação ao fracasso escolar.
De acordo com Caiado (1996), o interesse da ciência em buscar explicações
orgânicas para fenômenos (deficiências), que até então eram explicados de maneira mágica e
supersticiosa, inaugura uma nova maneira de se encarar a deficiência. Esta, por sua vez, passa a
ser vista como algo que pode apresentar diferentes diagnósticos: seqüela, lesão, diminuição da
capacidade de um órgão em conseqüência de doenças. O conceito de deficiência mental, apoiado
na vertente médica, colocou o sujeito com deficiência na posição de uma pessoa doente,
tornando-o, do ponto de vista do senso comum, um sujeito reconhecido originalmente como
“objeto” da medicina.
Tal fato implicou a realização de pesquisas genéticas, avanços tecnológicos,
trabalhos de equipes multidisciplinares para avaliação, diagnóstico e tratamento
Foi a partir desse momento, que a deficiência passou a ser vista como alvo de
tratamento, evitada ou controlada.
1.2 EVOLUÇÃO DA CONCEITUAÇÃO DO RETARDO MENTAL:
Muitos são os conceitos quando se trata da definição de deficiência mental. A
definição de deficiência mental mais representativa é a apresentada pela AAMR – American
Association on Mental Retardation. Fundada em 1876, a AAMR é uma associação internacional e
multidisciplinar de profissionais que tem tido, desde 1921, a responsabilidade de definir
deficiência mental (AAMR, 2002).
Segundo Tredgold (1908) “um estado de deficiência mental de nascença ou a
partir de tenra idade, devido a desenvolvimento cerebral incompleto, em conseqüência do qual a
pessoa afetada é incapaz de realizar seus deveres como membro da sociedade na posição da vida
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para a qual ela nasceu”. De acordo com o mesmo autor (1937) a deficiência mental é um estado
de desenvolvimento mental incompleto de um tipo e grau que o individuo é incapaz de se adaptar
ao ambiente normal de seus companheiros, de maneira a conseguir levar sua vida
independentemente de supervisão, controle ou apoio externo. O autor nestas duas definições da
ênfase na incurabilidade referindo-se a uma condição final ou permanente de retardo mental.
Doll (1941) define o retardo mental como um estado de incompetência social
obtido na maturidade, ou provável de se obter na maturidade, resultante de uma parada no
desenvolvimento de origem constitucional (hereditária ou adquirida); a condição é
essencialmente incurável através de tratamento e irremediável através do treinamento.
Para a AAMR: Heber, 1959 o retardo mental refere-se a um funcionamento
intelectual geral abaixo da media que se origina durante o período desenvolvi mental e está
associado a uma deficiência em uma ou mais das seguintes áreas:
1}amadurecimento, 2)aprendizagem, 3)ajustamento social.
Em 1961 Heber diz que o retardo mental refere-se a um funcionamento
intelectual geral abaixo da média que se origina durante o período desenvolvi mental e está
associado com deficiência no comportamento adaptativo.
De acordo com AAMR: Grossman, (1973) o retardo mental refere-se a um
funcionamento intelectual geral significativamente abaixo da média, existente ao mesmo tempo
com déficits no comportamento adaptativo e manifestado durante o período desenvolvimental.
A OMS (1981) define deficiência mental como “um funcionamento intelectual
inferior, com perturbações da aprendizagem, maturação e ajuste social, constituindo um estado no
qual o desenvolvimento da mente é incompleto”.
Em 1983 Grossman refere-se ao retardo mental como um funcionamento
intelectual geral significativamente abaixo da média, resultando em ou associado a deficiências
concomitantes no comportamento adaptativo e manifestado durante o período de
desenvolvimento.
Na definição apresentada pela AAMR em 1992 Luckasson et al afirmam que o
retardo mental refere-se a limitações substanciais no funcionamento atual. É caracterizado por um
funcionamento intelectual significativamente abaixo da média, existente ao mesmo tempo com
limitações relacionadas em duas ou mais das seguintes áreas de habilidades adaptativas
aplicáveis: comunicação, autocuidado, vida doméstica, habilidades sociais, uso da comunidade,
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auto direcionamento, aprendizagem funcional, lazer e trabalho. O retardo mental manifesta-se
antes dos dezoito anos.
Em 2002, a AAMR apresentou a seguinte definição: “O Retardo Mental é uma
incapacidade caracterizada por importantes limitações, tanto no funcionamento intelectual quanto
no comportamento adaptativo, está expresso nas habilidades adaptativas conceituais sociais e
práticas”. Essa incapacidade tem início antes dos dezoito anos. De acordo com a definição da 10°
edição da AAMR 2002 devemos considerar cinco hipóteses:
a) As limitações no funcionamento atual devem ser consideradas dentro do
contexto dos ambientes da comunidade típicos das pessoas da mesma faixa etária e
da mesma cultura do individuo.
b) A avaliação valida considera a diversidade cultural e lingüística e também
as diferenças nos fatores de comunicação, nos fatores sensoriais, motores e
comportamentais.
c) Em cada individuo, as limitações freqüentemente coexistem com as
potencialidades.
d) Um propósito importante ao descrever as limitações é desenvolver um
perfil dos apoios necessários.
e) Com os apoios personalizados, apropriados durante um determinado
período de tempo, o funcionamento cotidiano da pessoa com retardo mental em
geral melhora.
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2-A Ginástica Rítmica
2.1 História
Segundo Laffranchi (2001) um dos primeiros relatos acerca do principio da
atividade física associada ao ritmo vem de Rousseau (1712-1778), que realizou um estudo sobre
o desenvolvimento técnico e prático da ginástica para a educação infantil. O lado artístico da
Ginástica Rítmica teve duas raízes lançadas por Delsarte (1811-1871) que caracterizou seu
trabalho pela busca da expressão dos sentimentos através dos gestos corporais
Segundo Saur (1974) provavelmente seu verdadeiro fundador foi o pedagogo
suíço professor de musica Jaques Dalcroze (1865 – 1950) que no século dezenove criou duas
faculdades de treinamento de professores de “euritmia” uma na suíça e uma na Alemanha. Foi ai
que a base do movimento da Ginástica Rítmica começou.
A autora relata ainda que a partir deste sistema surgiram na Alemanha dois grandes pioneiros
Rudholf Bode (1881 – 1971) aluno de Dalcroze e depois Heinrich Medau (1890 – 1974) que se
graduou na própria Escola Bode de Ginástica.
Estudos nos revelam que ambos tiveram participações importantes na estruturação da
modalidade. Rudholf Bode estabeleceu os princípios básicos da ginástica, os quais até hoje são
considerados importantes e seguidos. Heinrich Medau introduziu a utilização de aparelhos
portáteis na ginástica. Ele percebeu que com esses aparelhos, o aluno e a aluna desenvolviam sua
execução de forma mais solta, natural e, conseqüentemente, mais completa.
Segundo Gaio (2007) Rudolf Bode desenvolveu sua potencialidade de
pensamento, muito além de que seu mestre preconizava ,colocando a música a serviço do
movimento corporal, introduzindo ao trabalho rítmico a mãos livres, a utilização dos aparelhos
como bastão, bola, tamborim, etc.
Como seguidora de Bode, Isadora Duncan (1878 – 1929) bailarina clássica de
renome internacional rejeitou a dança clássica e defendeu uma dança livre. Partiu do principio
que o movimento feminino deveria ter como base graça e plasticidade. Iniciou-se então o ensino
desta atividade na Antiga União Soviética como esporte independente e com manifestações
competitivas.
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“A bailarina dos pés descalços, como era chamada, esta norte americana
interpretava a música através da nudez e tinha a concepção de que o ritmo e a
dança eram formas de expressão do belo; beleza esta transmitida pelo corpo
humano em significantes movimentos livres” (GAIO, 2007, p.33).
Segundo Laffranchi (2001) Ilona Peuker húngara, radicada no Brasil, (1953)
professora da Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ foi a
maior divulgadora dessa nova concepção de Ginástica, desenvolvendo seu trabalho no Rio de
Janeiro.
Formou o GUG “Grupo Unido de Ginastas” com suas alunas dentre elas Daisy
Barros que foi a primeira ginasta a participar de um Campeonato Mundial que aconteceu na
Dinamarca. Quando deixou de ser ginasta Daisy Barros tornou-se professora de Educação Física
e também uma grande propagadora da Ginástica Moderna no Brasil.
Em 1962 a Federação Internacional de Ginástica fundada em 1881 reconheceu
a Ginástica Rítmica como um esporte independente com a denominação de Ginástica Moderna.
Em 1975 passa ser denominada Ginástica Rítmica Desportiva estabelecendo
definitivamente sua característica como modalidade competitiva. Com a criação da Confederação
Brasileira de Ginástica, no ano de 1978, esta modalidade começou a evoluir devido ao apoio
recebido, resultando na classificação de ginastas para disputarem Jogos Olímpicos. A ginasta
Rosane Favilla foi a primeira brasileira a participar dos Jogos Olímpicos, em 1984, Los Angeles,
USA, com exercícios individuais, ano em que a Ginástica Rítmica se tornou esporte Olímpico.
Em 1988, na Olimpíada de Seul, Coréia, a ginasta brasileira, Marta Cristina Schonhorst esteve
presente realizando exercícios individuais.
Em 1972 Elizabete Laffranchi levou a Ginástica Rítmica para o Estado do Paraná,
formando a primeira equipe de competição da região, na Faculdade de Educação Física do Norte
do Paraná (FEFI). Criou o pólo de Ginástica Rítmica, cujo objetivo era fazer proliferar o esporte
em todo o estado e atrair dia a dia, mais crianças para a prática da ginástica, e transformar a
região num dos maiores centros formadores de ginastas do país.
Segundo dados da Confederação Brasileira de Ginástica, o Brasil tem participado de
Gymnaestradas, Campeonatos Mundiais, Torneios, Campeonato Sul Americano, Jogos Pan-
americanos e Jogos Olímpicos. Desde o ano de 1999, o Brasil vem se destacando nas
competições de conjunto, tendo como precursora desse bom desempenho, a Técnica e Professora
Bárbara Laffranchi. Os Jogos Pan-americanos de Winnipeg no Canadá, a Olimpíada em Sidney
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na Austrália e a Copa dos quatro Continentes em Curitiba no Brasil foram importantes para o
reconhecimento da G.R. no Brasil. Nos dois últimos Jogos Pan-americanos a equipe do Brasil
sagrou-se campeã nas provas de conjunto em Winnipeg, Canadá, em 1999, classificando o Brasil
para a Olimpíada de Sydney. Na Olimpíada de Sidney em 2000 ficou entre as oito equipes
finalistas. No ano de 2001 o Brasil teve excelente participação na Copa quatro Continentes
ficando em primeiro lugar no conjunto, categoria adulta e também nas provas individuais na
categoria juvenil com a ginasta Larissa Barata que recebeu medalha de ouro em todas as provas
individuais e primeiro lugar no individual por equipe. Fato inédito para o país. No Pan
Americano de Santo Domingo, República Dominicana, em 2003, o Brasil se classifica para a
Olimpíada de Atenas na Grécia onde também conquista a oitava colocação. Nos exercícios
individuais destaca-se o resultado de 3º lugar no aparelho Maças, obtido pela ginasta Tayanne
Montovanelli. Em 2007 no Pan Americano no Rio de Janeiro, o Brasil se classifica para as
Olimpíadas de Pequim, na China. . Nos exercícios individuais Ana Paula Sheffer conquista o 3º
lugar no aparelho Arco. Em 2008 em Pequim. A equipe formada pelas ginastas Daniela Leite,
Luana Faro, Luisa Matsuo, Marcela Menezes, Nicole Muller e Tayanne Mantovaneli, comandada
pela técnica Monika Queiróz, deixou os Jogos Olímpicos na 12ª posição por Conjunto. O Brasil
não levou representantes na competição individual.
2.2 Conceito
Ginástica Rítmica é uma modalidade esportiva essencialmente feminina que
requer um alto nível de desenvolvimento de certas qualidades físicas, com
exigências de rendimentos elevados, objetivando a perfeição técnica da execução
de movimentos complexos com o corpo e com os aparelhos. (LAFFRANCHI,
2001, p.3).
É uma arte dinâmica, criativa, orgânica com movimentos característicos
diferentes das outras escolas de expressão corporal.
A G.R. envolve: movimento corporal, manejo de aparelho e música. É uma
modalidade essencialmente feminina em competições, porém já vem sendo trabalhada nas
Universidades como disciplina comum para ambos os sexos.
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Apesar de alguns autores, definirem a Ginástica Rítmica como modalidade
essencialmente feminina , temos conhecimento de alguns países como o Japão que já têm
praticantes do sexo masculino de Ginástica Rítmica com os aparelhos: corda, maças, bastão, dois
arcos pequenos e bola. Apesar de já existir alguns campeonatos, esta modalidade ainda não foi
oficializada pela FIG.
Características fundamentais da Ginástica Rítmica
Há mais de três décadas, Saur (1974) já apontava a Ginástica Rítmica com
quatro características fundamentais:
a) A totalidade do movimento,
b) O desenrolar corrente do ritmo dos movimentos,
c) A expressão do sentimento através do gesto - movimento,
d) A simplicidade e naturalidade do movimento.
O trabalho de G.R. deverá ser iniciado com as formas básicas do movimento:
andar, correr, saltar, saltitar, molejar, impulsionar e girar e outros.
Confirmando, a autora afirma que estudos de diversas obras de destacados
autores levam a conclusão que todos os movimentos naturais da vida que apresentam as
características básicas de dinâmica: lançar, aparar, quicar, bater, rolar, balancear também são
formas básicas do movimento.
Planos utilizados pelos movimentos da Ginástica Rítmica
Segundo Pereira (2000) é recomendável que a iniciação da G.R. seja a mãos
livres, isto é, que se trabalhem elementos corporais sem aparelhos. Portanto não é regra, não
devemos dispensar a utilização de algum aparelho que possa auxiliar o aprendizado durante esta
fase.
Os elementos e ligações dos exercícios à mãos livres formam a base dos
movimentos e do trabalho dos exercícios com aparelhos. O trabalho à mãos livres determina o
nível de execução das ginastas e o nível de dificuldade dos exercícios.
Para elaborarmos um bom trabalho precisamos primeiramente conhecer os
planos utilizados pelos movimentos da Ginástica Rítmica. Segundo Cáceres (1978) os planos de
movimentos estão assim classificados:
a) PlanoVertical – é o plano situado verticalmente no espaço. Pode ser:
Plano Frontal – é o plano paralelo ao eixo transversal do corpo.
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Plano Frontal Facial ou anterior – é o plano frontal localizado a frente do
corpo.
Plano Frontal Dorsal ou posterior – é o plano frontal localizado atrás do
corpo.
Plano Sagital – é o plano perpendicular ao eixo transversal do corpo. pode
ser:
Plano Sagital Direito – e o plano localizado do lado direito do corpo.
Plano Sagital Esquerdo – é o plano localizado do lado esquerdo do corpo.
Plano Intermediário – é o plano vertical localizado entre o plano frontal e o
sagital.
b) Plano Horizontal – é o plano situado horizontalmente no espaço e é
perpendicular ao eixo longitudinal do corpo. Pode ser:
Plano Horizontal em nível baixo – é o plano horizontal localizado abaixo
da linha dos joelhos.
Plano Horizontal em nível alto – é o plano horizontal localizado acima da
linha dos ombros.
Plano Horizontal em nível médio - é o plano horizontal localizado entre o
plano horizontal baixo e alto.
c) Plano Oblíquo: é o plano situado obliquamente no espaço e está entre os
planos vertical e horizontal.
Aparelhos Oficiais
A G.R. pode ser praticada a mãos livres ou com aparelhos.
Segundo Saur (1974) os aparelhos oficiais têm como objetivo: desinibir,
facilitar a realização de movimentos, favorecer na educação rítmica, cooperar na formação
corporal e ampliar as possibilidades de associações e composições de movimentos.A autora nos
aponta ainda que o aparelho manual perderá seu valor educacional no momento que constituir
um obstáculo à execução dos exercícios ou passar a ser apenas um objeto de adorno.
Devemos estar atentos para respeitar as características de cada aparelho. Sendo
assim, teremos mais facilidades ao elaborarmos séries, pois elas determinam o grupo corporal
obrigatório que deve ser utilizado no quadro de dificuldades para avaliação do valor técnico.
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Aparelho Corda: Os movimentos realizados com o aparelho corda se
caracterizam por saltos e saltitos por dentro da corda, lançamento e recuperação, solturas de uma
ponta da corda, também chamadas de echappés e escapada, rotações, balanceios, cirdunduções,
movimentos em oito e véus. Todos esses elementos devem ser associados aos movimentos
corporais.
Aparelho Arco: Os movimentos realizados com o aparelho arco se
caracterizam por rolamentos :sobre o corpo,sobre o solo,Rotações ao redor de uma mão ou outra
ou outra parte do corpo, ao redor do eixo do arco estando em apoio sobre o solo ou sobre uma
parte do corpo; Rotações: ao redor de uma mão Lançamentos e recuperações; Passagem através
do arco, elementos por cima do arco; Manejo: balanceios, circunduções, movimentos em oito;
Aparelho Bola: Os movimentos realizados com o aparelho bola se
caracterizam por Lançamentos e recuperação; Quicadas; Manejo: impulsos, balanceios,
circunduções, movimentos em oito, reversão com ou sem movimentos circulares dos braços (com
a bola em equilíbrio sobre uma mão ou sobre uma parte do corpo).
Aparelho Maças: Os movimentos realizados com o aparelho Maças se
caracterizam por Pequenos círculos; Molinetes; Lançamentos com ou sem rotação (s) das maças
durante o vôo do aparelho (uma ou duas) e recuperação; Batidas; Manejo: impulsos, balanceios,
circunduções dos braços; impulsos, balanceios, circunduções do aparelho; movimentos em oito,
movimentos assimétricos
Aparelho Fita: Os movimentos realizados com o aparelho Fita se caracterizam
por Serpentinas (4 – 5 ondas); Espirais (4 – 5 ondas); Lançamentos; Soltadas da fita (echappés);
Passagem através ou por cima do desenho; Manejo: impulsos, balanceios, circunduções,
movimentos em oito.
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Medidas e Descrições
MEDIDAS E DESCRIÇÕES DOS APARELHOS OFICIAIS DE
GINÁSTICA RITMICA
APARELHO DESCRIÇÕES E MEDIDAS
CORDA
Material: cânhamo ou material similar apropriado
Comprimento: opcional (de acordo com a altura da ginasta)
Espessura: uniforme ou reforçado no centro
Forma: nós em ambas as extremidades, sem madeira nas mesmas
Cor: opcional, desde que seja uma cor visível (não deve usar branca)
ARCO
Material: madeira ou plástico
Peso: 300 gramas no mínimo
Diâmetro: 80 a 90 cm
Forma: não prescrita
Cor: opcional, desde que seja uma cor visível (não deve usar branca)
BOLA
Material: borracha ou plástico leve
Peso: 400 gramas no mínimo
diâmetro: 18 a 20 cm
Cor: opcional, desde que seja uma cor visível (não deve usar branca)
MAÇAS
Material: madeira ou plástico
Comprimento: 40 a 50 cm
Peso: 150 gramas no mínimo cada
Forma: forma de garrafa
Cor: opcional, pode ser encapado
FITA
ESTILETE EMENDA FITA
Material: madeira, fibra,
bambu ouPlástico
Comprimento: 50 a
60 cm
diâmetro: 10 mm no
maximo de espessura
na ponta
Forma: cilíndrica ou
em forma de cone
(pode encapar até 10
cm na parte segura
pelas mãos)
Cor: opcional, pode
ser encapado
Material: cordão, fio.
de nylon ou similar,
argola que tenha
mobilidade (pequenas).
(peças de pescaria)
Comprimento: 7 cm
no maximo
Material: acetinado
Comprimento: 6
metros para a
categoria adulto, 5
metros para o juvenil
Largura: 5 cm
Cor: opcional
Fonte: Código de Pontuação Ano2001
22
De acordo com o Código de Pontuação 2001 é importante ressaltar as seguintes
Considerações Gerais da G.R e grupos de elementos corporais.
Considerações gerais da G.R
Exercícios individuais (uma ginasta) duração do exercício (1‟ 15‟‟ a
1‟30‟‟).
Exercícios em conjunto (cinco ginastas) duração do exercício (2‟ 15‟‟ a 2‟
30‟‟).
] Todos os exercícios tanto individuais como em conjunto devem conter:
Grupos de elementos corporais
A-Grupos fundamentais (válido para as dificuldades) saltos, equilíbrios, pivots,
Flexibilidade ou ondas
B- outros grupos (válidos para elementos de ligação) deslocamentos, saltitos,
balanceios, circunduções e giros.
23
3- A Ginástica Rítmica Especial
3.1- A Ginástica Rítmica como atividade Motora Adaptada para meninas com
Deficiência Mental
Respaldados pela literatura, entendemos que a atividade Motora deve ser
elemento básico e fundamental na vida da criança com Deficiência Mental como fator de
estímulo ao desenvolvimento no tocante ao físico, intelectual e social.
Cabe ao professor de Educação Física buscar junto a essa criança, motivos que
despertem interesses em diversos trabalhos para se adotar um programa adequado, no qual a
criança tenha benefícios e prazer em praticá-los.
Muitas meninas com Deficiência Mental, quando estimuladas se identificam
com a Ginástica Rítmica por ser uma arte dinâmica, criativa e natural que envolve: Movimento
corporal, Manejo de Aparelho e Música.
Os exercícios naturais e espontâneos propostos na iniciação da G.R. nos ajudam
a estimular as capacidades psicomotoras das alunas. Rolar, rastejar, engatinhar, equilibrar, lançar
são atividades concretas de ações das estruturas psicomotoras de locomoção, manipulação,
fortalecimento do tônus muscular, organização da dinâmica geral, ritmo, relaxação, os quais
auxiliam nos processos da maturação neurológica.
Barros e Nedialcova (1988) afirmam que em alguns países da Europa a G.R. é
iniciada por meio da conscientização da criança pela integração do esquema corporal com a
imagem do corpo. Com o conhecimento corporal torna-se mais fácil a aprendizagem da
modalidade a qual temos que trabalhar muito com o concreto promovendo o desenvolvimento
cognitivo da criança que não acontece espontaneamente, mas sim através de variedades de
atividades.
As autoras afirmam ainda que, alegrar, motivar e sociabilizar são algumas
características afetivas sociais da G.R. promovendo ajustamento, interesse e participação dando
oportunidades de desenvolver suas potencialidades criativas e espontâneas.
É importante que nós professores, atuantes no trabalho com Deficiência Mental
conheçamos os benefícios que a atividade motora adaptada nos proporciona. Em nosso caso na
24
Ginástica Rítmica, podemos cada vez mais variar e acrescentar novos movimentos com ou sem
materiais, e diferentes situações corporais, contribuindo com a ampliação do repertório motor,
que conseqüentemente irá repercutir no domínio cognitivo e afetivo. É válido também salientar
que entre os objetivos de performance motora,social, emocional, entre outros ,o aspecto
educativo se faz necessariamente presente. Nossos objetivos devem ser bem educativos e claros.
Além das atividades físicas devemos também desenvolver responsabilidades que serão úteis a
elas no dia a dia, como: preservação de materiais, montagem de materiais, preparação da sala
para as aulas, monitoramento de alunas com mais dificuldades, guarda de materiais, etc.
Acreditamos que esses procedimentos valorizam as alunas, dando-lhes uma
identificação positiva motivando as outras a almejarem determinadas responsabilidades,
melhorando assim a sua qualidade de ensino e rendimento. Elas se sentem muito úteis quando
cobradas.
Não devemos privá-las de experiências. Quanto mais experiências vividas,
maior o grau de desenvolvimento. .
Go Tani e outros (1987) afirmam que o cérebro humano recebe informações
através de experiências sensoriais que podem provocar reação ou armazenamento. Essas
informações armazenadas constituem a memória, a qual estabelece o curso diário das atividades
do corpo. Novos aprendizados são portanto pré-requisitos para novas atitudes, além da
possibilidade de considerarmos que a boa organização do esquema corporal é subsidio básico
para o desenvolvimento da criança tendo em vista que o corpo é o centro da integração e relação
com o resto do universo.
Através de nossa experiência afirmamos que em nosso trabalho de iniciação da
Ginástica Rítmica com meninas com Deficiência Mental, não temos obrigatoriedade de
trabalharmos os aparelhos oficiais. Podemos fazer uso de materiais alternativo como: lenços,
faixas, bandeiras, bastões, cocos, garrafas de plásticos, jornais, pandeiros, colheres de pau, etc.
A introdução desses aparelhos a princípio deve ser de forma lúdica explorando
os exercícios psicomotores que contribui para a motricidade humana.
Com o lúdico e a introdução do ritmo que é essencial a pratica da G.R. através
das manifestações da cultura popular como: brincadeiras de roda, cirandas, danças folclóricas e
outras, estaremos trabalhando o corpo inteiro utilizando variados movimentos corporais.
25
“A vantagem do trabalho lúdico é que o prazer conferido pela atividade é muito
motivante e estimula a criança a superar dificuldades que normalmente não
superaria em outras circunstâncias” (FREIRE, 1994)
Materiais de sucatas e alternativos nos levam a iniciar um trabalho de base de
G.R. facilitando o manuseio de aparelhos oficiais no futuro.
3.2- Contribuíções da G.R para meninas com Deficiência Mental
Diante das diversas possibilidades de experiências motoras e cognitivas que a
Ginástica Rítmica nos oferece como Percepção do próprio corpo e Estrutura Corporal,
Desenvolvimento Motor, Aprendizagem Motora, Percepção do Espaço e Estruturação espaço
Temporal, Educação pelo Movimento, Ritmo e Música, e Formação Corporal é que nos
dedicamos a este trabalho com meninas com deficiência Mental.
3.2.1 - Percepção do próprio corpo e estruturação corporal
Estudos sobre a motricidade humana nos mostram que o reconhecimento do
próprio corpo e sua diferenciação dos demais objetos ambientais influi fortemente na
determinação do comportamento normal ou patológico das pessoas.
Para construirmos o esquema corporal precisamos saber apontar as diferentes
partes de nosso corpo e suas funções.
Wallon apud Meur (1984) nos aponta que o Esquema corporal é um elemento
básico indispensável para a formação da personalidade da criança e que é a representação
relativamente global, cientifica e diferenciada que a criança tem de seu próprio corpo.
Segundo Le Boulch (1988) O esquema corporal é a tomada de consciência de
possibilidades motoras, portanto é a base da função de ajustamento e o ponto de partida
necessário a qualquer movimento. Aponta-nos ainda que o corpo é o nosso primeiro referencial e
é através dele que nos expressamos e nos comunicamos.
26
Partindo das idéias de Le Boulch e outros autores, quanto à tomada de
consciência e conhecimento corporal, percebemos que com o trabalho de Ginástica Rítmica,
poderemos contribuir com as meninas com Deficiência Mental as quais apresentam essas
dificuldades, estimulando-as durante as aulas com aparelhos alternativos, movimentos como, por
exemplo:
imitar gestos, alinhar a mão, o antebraço, movimentar braço e pernas de várias maneiras ,
movimentar braços em planos horizontal e vertical , comparar movimentos das diferentes
articulações: ombro e cotovelo, ombro e punho, conscientizar da posição em quatro apoios;
apoiando-se no chão sobre joelhos e mãos, coxas perpendiculares ao chão, pés apoiados no chão
pela sua face dorsal, movimentação de cabeça; erguer, abaixar, pender, rotações do tronco. Enfim
inúmeros exercícios podem ser trabalhados de maneira prazerosa atingindo tais objetivos.
Segundo Petry (1986) no início da escolaridade as possibilidades de orientação
da criança tão importantes para a leitura dependem de uma evolução do esquema corporal.
Muitas dificuldades de leitura apresentadas em crianças de inteligência normal ou não, podem ser
traduzidas na confusão das letras simétricas, pela inversão do sentido direita-esquerda, por
exemplo, b, p, q, por inversão do sentido em cima-embaixo, d, p, n, u e por inversão na ordem
das letras ora, oar, aro.
“As crianças que têm um distúrbio do esquema corporal na medida em que não
controla uma ou outra região do seu corpo, apresentará defeitos de coordenação ou
dissociação de gestos e será lenta a organizar sua ação, sinal de falta de
disponibilidade motora. Conseqüentemente aparecerão dificuldades de
aprendizagem da leitura e escrita” (PETRY, 1986, p. 23).
3.2.2 – Desenvolvimento Motor
Segundo nossas observações, a G.R. pode trazer muitos benefícios para o
desenvolvimento motor de suas praticantes e em especial para meninas com Deficiência Mental,
com idade a partir dos 08 anos, pois não fazemos atendimento da modalidade com idade inferior.
27
Muitas dessas crianças encontram-se em nível psicomotor não correspondente à sua idade
cronológica, apresentando dificuldades de ordem funcional ou de origem afetiva. Com a iniciação
da G.R. estaremos explorando a coordenação da dinâmica geral, a coordenação fina da mão e dos
dedos, coordenação óculo manual percepção do próprio corpo, controle tônico, percepção
temporal, imitação de gestos e atitudes. As atividades propostas com oportunidades de
movimentos exploratórios fazem parte de um programa seqüencial respeitando a idade motora de
cada criança.
As habilidades motoras desenvolvem-se envolvendo modificações no estado
interno da pessoa, progredindo de modo ordenado.
Dawer e Pangrazi Apud Bossenmeyer, (1989 pág. 02,) refere-se a três padrões
de desenvolvimento que foram identificados no livro Dynamic Physical for Children.
O desenvolvimento em geral avança da cabeça para o pé (cefalocaudal), ou
seja, a coordenação e controle do corpo ocorrem na porção superior do corpo, antes que sejam
observados na porção inferior. Portanto a criança pode lançar coisas antes de poder chutá-las.
a. O desenvolvimento ocorre de dentro para fora (proximodistal), por
exemplo, a criança pode controlar seu braço antes de poder controlar sua mão; pode buscar
objetos antes que possa segurá-los.
b. O desenvolvimento evolui do geral para o específico, movimentos grossos
ocorrem antes dos padrões de coordenação motora fina e movimentos refinados. Com o
aprendizado das habilidades motoras pela criança o movimento não produtivo é gradualmente
eliminado.
3.2.3 - Aprendizagem motora
Segundo Go Tani e outros ,(1987 ), a aprendizagem motora é a melhora
gradativa do desempenho de certo comportamento motor que observamos com o resultado da
prática. MACHADO( 2001) Afirma que quando executamos uma mesma atividade motora
várias vezes ,ela passa a ser feita de maneira mais rápida e que isto significa que o sistema
28
nervoso aprende a executar as tarefas motoras repetitivas, o que provavelmente envolve
modificações mais ou menos estáveis em circuitos nervosos.
O autor afirma ainda que o cerebelo participa desse processo através das fibras
olivo cerebelares, que chegam ao córtex cerebelar como fibras trepadeiras que fazem sinapses
diretamente com as células de Purkinje e que há evidências que essas fibras podem modular a
excitabilidade das referidas células, em resposta aos impulsos que elas recebem do sistema de
fibras musgosas e paralelas . Tal ação parece ser muito importante para a aprendizagem motora,
porém segundo o autor este assunto ainda é muito controvertido.
Schmidt (1982) estabelece três estágios na aprendizagem motora: a fase
cognitiva, a associativa e a autônoma.
Na fase cognitiva, o aprendiz precisa entender o que é para ser feito, buscando
encontrar um método para realizar aquela ação proposta, determinando suas próprias estratégias
para resolver o problema. Nessa fase a performance é muitas vezes inconsistente, necessitando de
muita informação verbal para a construção motora.
O segundo estágio proposto pelo autor é a fase associativa da aprendizagem
motora, que consiste numa fase intermediária em que o indivíduo já consegue estabelecer
caminhos mais efetivos na busca da resolução do problema motor proposto. Os movimentos
tornam-se mais consistentes, pois nessa fase há uma maior preocupação com a execução motora e
conseqüentemente uma melhor percepção dos erros cometidos.
Passando para a terceira fase descrita por Schmidt (1982), a fase autônoma é
aquela em que o movimento começa a se tornar automático, isto é, com o tempo e a prática, o
indivíduo consegue realizar a habilidade com maior economia de energia, que pode ser utilizada
para outras tarefas, e com um menor envolvimento de mecanismos centrais de atenção.
Podemos exemplificar o que ocorre com uma aluna em um exercício da G.R.
Imaginemos que ela queira aprender a lançar uma bola. A princípio ela deverá ter uma idéia dos
movimentos que devem ser executados. Ela terá do professor informações visuais. Geralmente a
aluna se interessa em executar algum movimento por ter observado outros fazendo. A partir daí, a
criança irá organizar as idéias verbais e/ ou visuais, relacionadas com sua experiência e então fará
sua tentativa de atingir seu objetivo.
29
A primeira fase da aprendizagem é a cognitiva na qual a aluna procura entender
qual é a meta da tarefa e organizar orientações para poder executá-la.
A segunda fase da aprendizagem é associativa, onde a aluna passa a executar o
movimento com menos erros e mais naturalidade. A aluna usa menos tempo para pensar e
organizar a próxima tentativa.
Pode-se dizer então que na Fase Associativa a aluna apresenta um bom
entendimento da meta dos movimentos a serem executados, passando a correção dos movimentos
escolhidos, o que vai levar uma significativa diminuição dos erros.
A terceira e última fase da aprendizagem é a autônoma; o aluno executa o
movimento quase que automaticamente. Ela é capaz de não só identificar pequenos erros, como
corrigi-los.
Nessa fase a aluna poderá dirigir sua atenção para outros detalhes modificando
e enriquecendo o movimento.
Assim na fase autônoma, visto que o movimento já foi automatizado conclui-se
que a aluna já é capaz de focalizar sua atenção para outros aspectos que envolvam a execução do
movimento.
3.2.4 - Percepção do espaço e estruturação espaço temporal.
Entendemos que a criança percebe o espaço e sua estruturação pela própria
família, em atividades diárias como jogar papel no lixo, ir ao banheiro, reconhecer sua cadeira,
empurrar ou puxar objetos. Na escola, movimentando-se no pátio ou na classe, perceberá o
espaço ativamente mesmo sem saber designar pelo nome seus deslocamentos.
Através da G.R. as meninas poderão aprender de forma livre e agradável como
trabalhar diferentes noções.
Segundo Meur e Staes (1984) noções de orientação espacial, organização
espacial e orientação temporal são de suma importância na educação motora e na vida cotidiana
da criança, principalmente as que necessitam de reeducação psicomotora. De acordo com
experiências próprias de trabalhos de G.R com materiais alternativos proporcionados às meninas
30
com Deficiência Mental e relacionando essas atividades à psicomotricidade, tão enfatizada por
alguns autores dentre eles , Lê Bouch ,estaremos também trabalhando:
- Noções de situação:
Dentro – fora, frente - atrás, no alto- embaixo, à esquerda - à direita e longe –
perto.
- Noções de tamanho:
Grosso – fino, grande – médio e estreito- largo.
- Noções de posição:
Em pé – deitado – sentado, ajoelhado - sentado com pernas cruzadas, apoiada –
inclinada, ereta – curvada e afastado (aberto) – fechado.
- Noções de movimentos:
Levantar – abaixar, empurrar – puxar, dobrar – estender, girar – rolar, cair -
levantar-se, inclinar-se – saudar, subir – descer e andar – correr.
- Ordem e sucessão
a) Empregaremos os termos: antes, depois, em primeiro lugar, em último
lugar, etc.
b) Utilizaremos os termos: ontem, hoje, amanhã.
c) Reconstituiremos a ordem em que nosso trabalho está sendo desenvolvido;
como nossos exercícios estão sendo seqüenciados (séries simples).
Duração de tempo
a) Perceber um tempo curto, longo, (lançamento de aparelhos).
b) Noção remota de hora, quanto tempo preciso para executar determinado
movimento; que hora será meu treino; que hora será minha competição.
c) Noção de cedo demais, tarde demais.
3.2.5 - Educação pelo Movimento
31
Le Bouch ( 1982 ) aponta que a verdadeira preparação do indivíduo para a
vida é através da educação pelo movimento e considera-se que a criança é um ser criador que
abriga e constrói seu próprio movimento e escolhe entre várias possibilidades de movimentos, as
que mais lhe convém no momento.
“É bom que se entenda que nós não temos um corpo, nós somos o nosso corpo, e é
dentro de todas as suas dimensões energéticas, portanto, de forma global que
deveríamos buscar razões para justificar uma expressão legítima do homem
através de manifestações do seu pensamento, do seu sentimento do seu movimento”
(MEDINA 1983, p.12).
Corpo e mente devem ser entendidos como componentes que integram um
único organismo.
Habilidades motoras podem e devem ser desenvolvidas através de atividades da
cultura infantil, jogos, cantigas de roda, danças folclóricas simples, etc.
Há de se respeitar as atividades naturais corporais da criança não querendo
torná-las adultas precocemente.
Quando brinca, a criança coloca em jogo os recursos que adquiriu na educação
pelo movimento, bem como vai a busca de outras movimentações corporais experimentando
vivências que serão importantes para um futuro trabalho pedagógico.
O professor deve interferir nesse trabalho com muita sabedoria, propondo
variações que sejam interessantes e agradáveis aos alunos acrescentando novos conhecimentos.
“Uma proposta pedagógica não pode estar nem aquém nem além do nível de
desenvolvimento da criança. Uma boa proposta, que facilite esse desenvolvimento,
é aquela em que a criança vacile diante das dificuldades, mas se sinta motivada,
com seus recursos atuais, a superá-las, garantindo as estruturas necessárias para
níveis elevados de conhecimento” (FREIRE, citado por PAES, 2001, p.32).
Cada vez que as crianças demonstram habilidades para realizar brincadeiras
com sucesso total podemos acrescentar um dado novo que implique uma nova aprendizagem.
È necessário dar mais atenção aos brinquedos e atividades lúdicas.
A Ginástica Rítmica poderá valorizar muito a educação pelo movimento.
Motivadas com a variedade de materiais alternativos a expectativa é que juntamente com o
trabalho corporal e expressividade se consiga estimular o pensamento criativo.
32
Conseqüentemente muito estará auxiliando na inclusão das meninas com Deficiência Mental na
escola, seja a escola comum ou especial. Segundo Piaget, apud Matui Jiron (1995) em “Teoria
construtivista sócio histórica aplicada ao ensino” os atos motores e atividades simbólicas
(representações mentais) são indispensáveis no ingresso da criança à escola. Ligando os atos
motores, as atividades simbólicas à atividade corporal, a criança vivencia e experimenta situações
que lhes auxiliarão em seu aprendizado, pois só se passa do mundo concreto à representação
mental por intermédio da ação corporal. A criança transforma em símbolo aquilo que pode
experimentar corporalmente e todos os movimentos aprendidos podem levar à aquisições não
motoras, porém não menos importantes, como por exemplo as intelectuais e sociais.
3.2.6 - Ritmo e música
A palavra ritmo vem do grego „rhytmos‟ que significa „movimento regrado e
medido‟.
Segundo Holanda (1988), ritmo é o agrupamento de valores de tempo
combinados de maneira que marquem com regularidade de uma sucessão de sons fortes e fracos,
de maior ou menor intensidade, conferindo a cada trecho características especiais.
Ritmo associado à música torna a atividade mais prazerosa permitindo um
melhor controle dos movimentos em função de tempo e espaço, aprimorando as estruturas
psicomotoras.
Barros e Braga ( 1983)nos relata que o ritmo, como fator de estrutura de
movimento , está essencialmente interligados a aos aspectos perceptivos e motor. Como
estrutura básica o ritmo permite a obtenção máxima do rendimento com o mínimo esforço e é
considerado também a ordenação do movimento, a alternação e proporção de valores de tempo
entre as partes de um todo. Tem grande influência tanto nas vidas animais quanto as vegetais. A
vida das plantas, dos animais, dos homens, da natureza, do universo, enfim é uma gama de
variadas seqüências rítmica.
Podemos então tornar o ritmo e a música meios de aprendizagem e elementos
chave no desenvolvimento das meninas com Deficiência Mental.
33
As atividades básicas na aquisição do domínio da educação do ritmo devem ser
fundamentadas em brinquedos cantados, versos em rimas simples, danças folclóricas simples,
ginástica historiada, enfim atividades que estimulam o uso de materiais simples e funcionais
como; pandeiros, pequenos bastões, apitos, cocos, e movimentos corporais como batida de pés,
palmas, estalar de dedos, assobios, sopros ,vozes, etc.
Segundo Barros e Braga (1983) temas sonoros (percussão ou a própria música)
levam as alunas a se ajustarem na percepção temporal e espacial melhorando a memorização
envolvendo no que diz respeito a parte psicomotora .
A música atua fortemente como uma resposta ao movimento. Cada música pede
um ritmo próprio. O professor deve planejar movimentos, criar e deixar que as alunas também
participem com sugestões, pois a música desperta as mais variadas formas de emoção podendo
acalmar, excitar, diminuir tensões, etc.
Considerando que as meninas com Deficiência Mental sentem-se atraídas por
música e ritmo este trabalho irá colaborar com a melhora da consciência corporal,
expressão criativa, senso de realização, desafios físicos e mentais e desenvolvimento do
tônus muscular e coordenação das mesmas.
Nossa experiência tem demonstrado que nas atividades de ginástica Rítmica
com música, as meninas com Deficiência Mental são também estimuladas a terem uma
motricidade espontânea e harmoniosa.
Quando ocorre alguma timidez ou inibição, essas características deverão ser
minimizadas com aulas criativas, descontraídas, nas quais as alunas terão oportunidades de se
soltarem, e terem um conhecimento próprio corporal descobrindo que o conjunto do corpo eixo
corporal e membros podem agir em concordância com um tema sonoro.
3.2.7 Formação corporal e Qualidades Físicas Básica da Ginástica Rítmica
Além de toda contribuição para a motricidade humana acreditamos que a
Ginástica Rítmica também estará paralelamente beneficiando as meninas com Deficiência Mental
no desenvolvimento das seguintes qualidades físicas que veremos a seguir:
34
Segundo Pereira (2000) a formação corporal é de grande importância durante
uma aula, pois nela é que trabalhamos as qualidades físicas envolvidas na realização dos
movimentos de G.R., enfatiza, por exemplo, a Força a Flexibilidade e o Equilíbrio.
A força principalmente explosiva dos membros inferiores é exigida no
treinamento dos saltos. Os equilíbrios estático, dinâmico e recuperado são necessários durante a
realização dos movimentos em posições sobre uma perna, sem deslocamentos, após os giros, os
saltos e os saltitos. Com relação à força, Guiseline (1993) aponta:
Força: capacidade dos músculos em exercerem tensão.
Divide-se em:
Dinâmica: (Isotônica) quando os músculos se encurtam ou se alongam com
movimentos das partes envolvidas.
Estática: (Isométrica) quando há contrações musculares sem movimentos
extremos.
Explosiva: Capacidade de exercer o máximo de energia num ato explosivo. É
também conhecida como potência muscular (Marins e Giannich, apud PEREIRA, 2000, p.24)
e (GUISELINE ,1993)
Na G.R. a força de certos grupos musculares é muito solicitada para a
manutenção de posturas e exercícios próprios da modalidade.
Velocidade: qualidade física particular do músculo e das coordenações
neuromusculares que permite a execução de uma sucessão rápida de gestos que constituem numa
mesma ação, uma intensidade máxima de duração breve ou muito breve. (TUBINO, 1979,
p.180).
Segundo o autor podemos classificar a velocidade em:
Velocidade de reação: também chamada de tempo de reação. Capacidade de
reagir a um estímulo no menor tempo possível.
Velocidade de deslocamento: capacidade máxima pela qual o indivíduo pode
se deslocar de um lado para o outro.
Velocidade dos membros: tempo gasto por um indivíduo para impulsionar o
corpo, ou parte dele, no espaço.
35
Flexibilidade: É uma das principais qualidades físicas na pratica da G.R. pois
esta valência é caracterizada pela amplitude dos movimentos das diferentes partes do corpo.
(LAFFRANCHI ,2000).
Para a autora, a flexibilidade deve ser desenvolvida para a realização de
movimentos com grande amplitude que requeiram elasticidade muscular e amplitude articular de
membros inferiores, articulação do ombro e coluna vertebral.
Segundo Sigfried (1998) e outros autores, pessoas com Síndrome de Down,
apresentam frouxidão geral nos ligamentos e articulações soltas. Portanto devemos ser muito
cuidadosos e cautelosos com nossa clientela com síndrome de Down, fortalecendo tônus e
músculos antes de iniciarmos o trabalho de flexibilidade
Para que as mesmas não adquiram posturas inadequadas prejudicando a saúde
devemos ter um bom conhecimento sobre as características da síndrome e uma orientação segura
da equipe de reabilitação.
Agilidade: É a qualidade física que permite o corpo mudar de posição ou
mudar a direção do seu movimento no menor tempo possível. LAFFRANCHI (2000).
Relacionada com outras qualidades como a velocidade, a flexibilidade e a coordenação, deverão
ser muito bem trabalhadas na iniciação através de deslocamentos e mudanças rápidas de direção.
Coordenação: Expressa a consciência corporal na execução de um movimento
que paulatinamente integra corpo e mente, promovendo a ação ótima dos grupos musculares
envolvidos na execução com o máximo de eficiência e mínimo esforço. LAFFRANCHI (2000).
O movimento é coordenado quando os gestos são soltos, racionais, livres e com
estilo. Deve ser trabalhado em todas as aulas de treinamento desde a iniciação até o nível melhor
que a atleta possa conquistar.
Equilíbrio: É um dos sentidos básicos que permite o ajustamento do homem ao
meio. O cerebelo é o responsável pela manutenção do equilíbrio, do tônus muscular e da postura
.LE BOULCH (1988).
Assim sendo, o Equilíbrio é essencial nos treinamentos da G.R. muito usado
para sustentação de pernas e finalização dos Saltos.
O corpo depende do equilíbrio para manter-se em pé. Ele fixa estas reações sob
forma de automatismos posturais inconscientes. Isto deve a tradução de experiências já vividas
anteriormente e individualmente. Esta etapa estabilizadora inconsciente depende de um conjunto
36
de informações visuais, táteis, musculares e articulares. Estas informações estão contidas no
trabalho da coordenação dinâmica geral.
Em atividades com meninas com Síndrome de Down devemos ter uma atenção
especial, pois se percebe que o desempenho do equilíbrio delas pode estar muitas vezes
prejudicado por alguns fatores que as levam a insegurança, como por exemplo, o fator altura.
Para Le Boulch (1988) Crianças não estimuladas em atividades de
coordenação, de dinâmica geral apresentam muitas dificuldades em equilibrar-se, subir
escadas, subir em ônibus, etc. Os estímulos devem ser dados o mais cedo possível para que a
criança perceba a existência de uma reação muscular. Essa reação muscular que se opõe a ação
da gravidade é que não deixa nosso corpo cair ao solo. Se temos uma reação muscular
insuficiente, conseqüentemente não teremos um bom equilíbrio.
O equilíbrio classifica-se em:
Dinâmico: capacidade de manter o equilíbrio enquanto se move (BARBANTI,
1994)
Estático: Quando se consegue permanecer numa posição em equilíbrio por
algum tempo;
Recuperado: Recuperação do equilíbrio após movimento. O equilíbrio
recuperado é bem caracterizado quando na finalização de saltos. PEREIRA (2000)
Resistência: Qualidade física que permite ao corpo suportar o esforço físico
durante um determinado tempo. LAFFRANCHI (2000) Qualidade que permite retardar o
cansaço.
Divide-se em:
Aeróbico: obtenção da energia através de processos bioquímicos realizados em
presença de oxigênio (PEREIRA 2000) São recomendadas atividades contínuas com moderada
intensidade.
Anaeróbico: Trabalho realizado com déficit de oxigênio. Sua principal fonte de
energia é o ATP presente em pequena quantidade na célula, nos primeiros segundos de contração
muscular. Na G.R. em resistência anaeróbica estão os trabalhos de velocidade e força explosiva.
Resistência Muscular Localizada: (RML) Capacidade de um músculo ou
grupo muscular realizar durante um período longo um determinado movimento num mesmo
37
ritmo (estático) ou seja, ele em repetições de movimentos (dinâmico) (GETTMAN apud
PEREIRA (2000).
Descontração Total (Relaxamento total):
A descontração é um processo para reduzir a tensão fisiológica, bem como a
psíquica. (BARBANTI, 1994).
Devemos utilizar sempre a descontração após uma aula de treinamento
com a finalidade de recuperar os esforços físicos realizados.
Descontração Diferencial: (Relaxamento diferencial)
Descontração dos grupos musculares isolados.
Na G.R. se faz necessária tal descontração por solicitar muitos grupos
musculares isolados.
Essa descontração irá beneficiar na qualidade dos movimentos específicos da
modalidade.
38
4- Trajetória da Ginástica Rítmica praticada por meninas com Deficiência Mental no
Brasil
4.1 Relato do Inicio das Atividades
Conheci a APAE de Guaratinguetá ainda criança, pois costumava acompanhar minha mãe em
reuniões; meu irmão era um aluno especial da referida instituição. Desde muito cedo tive um
convívio familiar e amigável com esse grupo de pessoas. Quando ingressei na Faculdade de
Educação Física, em 1976, já iniciei também atividades na APAE como auxiliar de Fisioterapia.
No próximo ano fui convidada a trabalhar como auxiliar na área de Educação Física. Graduei-me
e ministro aulas de Educação Física nesta mesma Entidade até os dias de hoje. Fui muito bem
orientada no inicio de minha carreira por minha coordenadora de Educação Física, Maria
Auxiliadora Vaz Arruda, profissional dedicada, direcionando suas atividades para o
desenvolvimento pleno da pessoa com deficiência.
Apesar de nunca ter sido atleta sempre fui admiradora da Ginástica Rítmica e
participava em apresentações de eventos na própria Faculdade. Esta modalidade me fascina pelas
possibilidades de movimentos naturais e espontâneos e o mais interessante é que podemos
explicitar toda a nossa criatividade.
Criatividade é o que nos faz ter um trabalho diferenciado com pessoas com
deficiência.
Partindo desta vertente é que convictamente iniciei o trabalho de Ginástica
Rítmica na APAE. No inicio não tínhamos pretensões em participar de competições, estávamos
preocupados em criar uma alternativa que contribuísse com o nosso trabalho de psicomotricidade,
que estuda a interação equilibrada dos aspectos neuro maturacionais cognitivo, afetivo e motor. A
Ginástica Rítmica nos proporciona essa interação, pois é uma arte dinâmica, criativa, natural que
envolve movimento corporal, manejo de aparelho e música. Acreditávamos que mudanças
positivas no desenvolvimento das capacidades de percepção, atenção, organização espaço
temporal, estruturação do esquema corporal e da imagem corporal poderiam ocorrer em meninas
39
que praticavam esta modalidade. Tínhamos claro que deveríamos nos preocupar a rigor com um
acompanhamento das várias etapas do crescimento e desenvolvimento das mesmas respeitando a
naturalidade corporal, a qual acontece a partir de sua própria eficiência sobre o meio com sua
própria experiência motriz.
Nossa proposta vai ao encontro dos objetivos da Ginástica Rítmica Popular
“A perspectiva em que nasce a proposta Ginástica Rítmica Popular, não é de
negação do Esporte performance de alto nível, do esporte competição: mas sim, a
de propiciar pedagogicamente às crianças a oportunidade de vivenciarem as
atividades motoras baseadas na modalidade , onde o importante é participar
podendo até competir e quem sabe vencer. Porém sem ser influenciado em função
do somatotipo, habilidades, entre outros fatores excludentes da possível
participação de todas as crianças.”(GAIO, 2007 p.52)
Em 1978, iniciamos o trabalho de G.R.na Apae de Guaratinguetá. Nosso grupo de iniciantes era
restrito, apenas 12 meninas, dentre elas algumas com deficiência auditiva. Era comum naquela
época, as Apaes atenderem também as crianças com deficiência auditiva.
Inicio do Trabalho de Ginástica Rítmica-Alunas da Apae de Guaratinguetá-1979
40
Apresentação - APAE de Taubaté-1979- Alunas da APAE de Guaratinguetá
Quando cursamos a Faculdade, tivemos uma excelente orientação de Ginástica
Rítmica; nossa professora. Glória Celeste Monteiro, muito exigente e competente, nos
conscientizou da importância do trabalho de base e à mãos livres.
Desde o inicio do nosso trabalho, sempre adotamos uma didática de trabalhar a
principio com as formas básicas do movimento: andar, correr, saltar, saltitar, molejar e
impulsionar e suas características dinâmicas; lançar, aparar, quicar, bater, balançar, correr, rolar.
Estes movimentos são encarados como naturais e espontâneos para a criança, contribuindo para
sua maturação motriz, levando-a a prática de elementos corporais isolados e combinados. Não
queríamos em nenhum momento descaracterizar a Ginástica Rítmica, porém estávamos cientes
que deveríamos respeitar limites e níveis de habilidades das meninas.
O lúdico sempre estava presente em nossas aulas, com materiais alternativos:
lenços, pandeiros, faixas, bastões, bandeiras, cocos. Estes elementos alternativos é que nos dão
base para a introdução futura dos aparelhos oficiais da Ginástica Rítmica.
“Na etapa de treinamento de formação, os aparelhos de ginástica Rítmica são
usados somente para as atividades de recreação. É muito importante que, nessa
fase a criança se familiarize com os aparelhos, sinta seu formato, seu peso e sua
estrutura através da brincadeira. Com esse tipo de trabalho estar-se-à
proporcionando, à garota confiança quanto ao manuseio dos aparelhos e
estimulando à descoberta dos possíveis movimentos que os aparelhos sugerem.”
(LAFFRANCHI,2001 p.138)
41
O aparelho fita, sempre foi o preferido das alunas. Hoje já não ocorre o mesmo,
as meninas têm preferência por outros aparelhos, a exemplo da bola que atualmente é o mais
solicitado por elas.
Talvez essa preferência pela fita tenha sido um tanto nossa culpa, pois no inicio
já trabalhávamos com o aparelho arco, porém evidenciávamos muito o aparelho fita pela beleza
de seus desenhos, enquanto manuseado em cumplicidade com a música. No entanto, com a
prática percebemos que as alunas também tinham prazer em manusear outros aparelhos.
Trabalhamos hoje quatro aparelhos: corda, arco, bola e fitas. Não trabalhamos maças por
considerarmos um aparelho com mais exigências de coordenação motora, e ao mesmo tempo por
precaução, pois as alunas podem se acidentar com um lançamento deste aparelho ou mesmo
colocar em risco outras colegas do grupo. Porém em 1990, tivemos uma experiência com duas
atletas especiais com este aparelho. Foram experiências positivas, pois as alunas eram muito
habilidosas, já tinham certo tempo de treinamento corporal e com os outros aparelhos. Isto lhes
facilitava a introdução das maças, embora este novo aprendizado demandasse aulas individuais
prejudicando o grupo. Percebi que para trabalhar as maças e ter um bom resultado, precisava de
alunas com treinamentos de no mínimo quatro anos na modalidade, que tivessem uma
coordenação motora excelente, pois o aparelho demanda dinamismo, característica não comum
em meninas com Deficiência Mental. Fazendo uma análise de meu trabalho com essas meninas,
constatei que a maça apresenta algumas características inerentes, tais como ser dois aparelhos que
devem ser manuseados ao mesmo tempo, ter peso, exige movimentos rítmicos sincronizados, que
ao mesmo tempo temos que exercitar habilidades de pensamento e ação, uso constante de
esquerda e direita dificultando o trabalho, deixando-as limitadas nos movimentos.
42
Aluna Eliana- APAE de Guaratinguetá-1980
Aula na quadra da APAE de Guaratinguetá-1980
Desde o inicio do trabalho, sempre que convidados costumávamos fazer
apresentações em escolas, Apaes, eventos de nossa cidade, abertura de jogos especiais. Com isto
divulgávamos a modalidade e motivávamos nossas alunas, elevando a auto-estima das mesmas.
43
No ano de 1986, começamos a pleitear que a G.R, também fizesse parte das
competições das Olimpíadas das APAES. Juntamente com minha amiga Sissi Martins Pereira,
que hoje ocupa o cargo de Professor Adjunto e no momento, coordenadora do curso de Educação
Física da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e autora do livro Ginástica Rítmica
Desportiva, Aprendendo passo a passo, elaboramos algumas séries obrigatórias, com elementos
básicos, usando apenas o material Fita. Porém não obtivemos sucesso. Os organizadores das
Olimpíadas das Apaes na época, desconheciam a Ginástica Rítmica e tinham em mente que as
pessoas não se interessariam por tal modalidade .
Porém no ano de 1987, o Brasil é convidado a participar da Specyal Olympcs
Games nos Estados Unidos, e na delegação Brasileira havia uma única vaga para Ginástica
Rítmica. Foram convidadas todas as Apaes para que enviassem atletas de G.R afim de que se
oficializasse uma seletiva no Ginásio do Ibirapuera em São Paulo para que fosse escolhida a
atleta que representaria o Brasil nos Estados Unidos. Porém apenas a APAE de Guaratinguetá se
apresentou e foi selecionada a atleta Ana Maria de Jesus. Foi também o primeiro ano que a
Specyal Olympcs realizou esta modalidade como competição, portanto para incentivar a
modalidade foi permitido que a as atletas de Ginástica Olímpica participassem da G.R. Ana
Maria de Jesus que também praticava Ginástica Olímpica , competiu nas duas modalidades .
Especificamente na G.R competiu com o aparelho Fita em uma série obrigatória e uma série livre
1 ª Atleta especial do Brasil –Medalha de ouro em G.Rítmica
USA-1987
44
.
Atleta Ana Maria de Jesus - Recebendo homenagem do
Prefeito de Guaratinguetá -1987-Após chegada do USA
Sentimo-nos envaidecidos, pois percebemos que estávamos caminhando juntos,
enquanto divulgação e trabalho com a Ginástica Rítmica Especial. Com a repercussão da
participação deste evento internacional e medalhas conquistadas pela atleta, finalmente em 1990
conseguimos realizar a primeira competição Oficial de G.R na Olimpíada Estadual das APAEs e
Escolas especializadas na Cidade de Santa Bárbara do Oeste.
Como primeiro evento oficial de G.R. para meninas com Deficiência Mental,
foi muito relevante e teve uma repercussão muito grande. Realizamos esta 1ª competição à noite
para que todas as pessoas envolvidas naquela Olimpíada, técnicos e atletas, independente de sua
modalidade, pudessem assistir conhecer e reconhecer esta nova modalidade como competitiva. A
partir daí a APAE de Guaratinguetá, torna-se referência quanto a esta modalidade, para
contribuições em orientações nos treinamentos de outras meninas, seminários e colaborações
quanto a execução de regulamentos para as próximas competições.
45
Atletas de Guaratinguetá em competição –São Bernardo do Campo1992
Denise-Andreza-Rosemara-Daniela
No ano de 1996, a Associação Brasileira de Desportos de Deficientes Mentais
(ABDEM), através das ARDEMs ( Associação Regional de Desportos de Deficientes Mentais ,
também inclui a Ginástica Rítmica em seu calendário de competições. Realizaram-se então
competições para selecionar doze atletas do estado de São Paulo para participar do I Campeonato
Especial Internacional de Ginástica Rítmica do Chile no período de 08 a 15 de setembro de
1997. Das atletas selecionadas quatro eram de Guaratinguetá
46
Chegada das Atletas - Chile - 1997 (Jornal Noticias - Guaratinguetá)
Depoimento da mãe da atleta Verônica –Guaratinguetá -1997-Jornal Noticias
47
A Specyal Olympcs no Brasil realizou sua primeira competição de Ginástica
Rítmica, no ano de 1987, porém somente no ano de 1998, é que deu continuidade a este trabalho.
No ano de 1999, novamente A Specyal Olympcs disponibilizou uma única vaga para a Ginástica
Rítmica, nos Jogos de Verão que aconteceu nos USA no Estado da Carolina do Norte. Neste ano
tivemos então a Atleta Daniela Mara Siqueira de Oliveira da cidade de Guaratinguetá,
concorrendo em quatro aparelhos (corda, arco, bola e fita) com séries obrigatórias, uma série livre
para a qual escolhemos o material bola e finalmente direito a competir all around que significa
que quando a atleta cumpre as séries com os quatro aparelhos e mais uma série livre com material
também de livre escolha, concorre também a esta sexta medalha que seria a somatória de todas
as provas.
Treinamento Pré – competição – USA - 1999
Técnica Elisete Leite e Atleta Daniela de Oliveira
48
Daniela Oliveira – Medalhas Conquistadas
North Caroline – USA – 1999
Durante a nossa participação neste evento, a troca de experiência se faz de maneira concreta.
Muito se aprende, se reflete, se analisa. Passamos a conhecer trabalhos importantes, pessoas de
culturas diferentes ao mesmo tempo em que somos também reconhecidos por nosso trabalho. Na
ocasião ,conheci Franciny Bultreys, técnica da equipe da Bélgica que me relatou que também
tinha interesse em elaborar um Código de Pontuação para atletas especiais com a finalidade em
participações na Paraolimpíada. Conversamos muito durante este evento e nos mantivemos em
contatos após o término da competição e a pedido dela fiz algumas sugestões que achava
pertinentes para este Código de Pontuação das quais algumas delas foram aceitas. No ano de
2001 através de Franciny fomos convidadas pela Federation de Sport Belge Adapte Paralimpique
Bruxelles –Belgium para participarmos com nossas atletas de Guaratinguetá de Ginástica Rítmica
de um campeonato Mundial que aconteceria naquele mesmo ano. Preparamos-nos para participar,
porém não conseguimos verba
49
Grupo de atletas da APAE de Guaratinguetá (2001)
Atletas de G.R da APAE de Guaratinguetá
Foto após Competição no Campeonato Regional de G.R.Taubaté – S.Paulo - 2001
50
A próxima participação importante de atletas brasileiras na Specyal Olympcs
foi no ano de 2006 nos - I Jogos Latino Americano das Olimpíadas Especiais-El Salvador no qual
tivemos a participação de 2 atletas da cidade de Guaratinguetá – S.P ( Janaina Alves Terra
Detinermani e Jaqueline Carneiro de Oliveira e duas atletas da cidade de Aparecida – S.P
Crislaine Nogueira da Silva e Diana Aparecida Raimundo, as quais fizeram uma excelente
participação receberam medalhas nos quatro aparelhos (corda, arco, bola e fita ).A participação
das mesmas foi somente em séries obrigatórias pois participaram do nível I , de iniciantes na G.R
que pelo regulamento não é permitido participar de séries livres.
El Salvador -2006- momento da competição-Jaqueline-Diana- Crislaine
51
Janaina Detinermani
El Salvador – 2006
Crislaine Silva
El Salvador – 2006
52
El Salvador (2006)-Diana, Crislaine (atletas da APAE de Aparecida),
Janaina, Jaqueline (Atletas da APAE de Guaratinguetá)
4.2 Competição Adaptada de Ginástica Rítmica
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1988, p.57): Garantidas
as condições de segurança, o professor deve fazer adaptações, criar situações de modo a
possibilitar a participação dos alunos especiais.
“A Ginástica Rítmica é um conteúdo da Educação Física que, de forma planejada,
pode ser explorada para todos, devendo ser adaptados os movimentos para as
crianças com necessidades educativas especiais, sejam elas deficientes mentais,
visuais, auditivos ou físicos, reconhecendo as limitações dessas crianças e
descobrindo as potencialidades de movimentos das mesmas” GAIO - 2008 p.17
As regras para essas competições são adaptadas em níveis respeitando as
habilidades das atletas com Deficiência Mental. A competição na vida dessas meninas é muito
importante, pois dá a elas oportunidades de fortalecer seu caráter, desenvolver suas habilidades
físicas, demonstrando seus talentos e potenciais. É um momento único na vida delas onde a
53
família tem oportunidades de assistir resultados do trabalho desenvolvido e reconhecer o quanto
sua filha é capaz.
.
Atleta Jéssica Macedo - Campeã Nacional - Categoria Infantil
Aparelho Bola - Araraquara - 2006
Com estímulo e instrução adequada através de treinamento intensificado
para a modalidade estaremos preparando a atleta para uma competição entre pessoas com
igualdade de capacidades onde estaremos medindo progressos e proporcionando incentivos
para o seu crescimento pessoal. Segundo Edenson e Higgins (1989) a comunicação
atleta/treinador é de suma importância na preparação para a competição. Podemos através de
alguns questionamentos dirigir melhor o trabalho: Como transmitir a instrução? A minha atleta
54
compreende instrução verbal? É necessária a demonstração do exercício ou terei que ajudá-la
a mover fisicamente? A partir dessas respostas é que poderemos elaborar nossa melhor
estratégia de trabalho. Independente de estratégias de treinamentos é recomendável que
tenhamos muita paciência, utilizemos um vocabulário claro e objetivo, que trabalhemos novos
movimentos por partes (método parcial) e que repitamos os movimentos quantas vezes forem
necessárias. Bons treinadores não são os que sabem muito, mas os que têm uma comunicação
clara, concisa e que utiliza estratégias de instruções seguras.
Para a participação em uma competição a atleta precisa além da preparação
física uma preparação psicológica. Podemos estar trabalhando motivação através de metas.
As metas nos proporcionam direção, nos dizem o que fazer, aumenta o esforço,
a persistência e a qualidade da execução. Estabelecer metas também requer que a atleta e o
treinador determinem as técnicas de como atingir essas metas uma vez que elas foram
estabelecidas.
Metas efetivas enfocam sobre a execução e não resultados. A execução é aquilo
que a atleta controla. Os resultados são freqüentemente controlados pelos outros.
Com as meninas com Deficiência Mental cabem a nós treinadores avaliá-las e
estabelecer metas individualmente para que elas se sintam desafiadas e não ameaçadas.
Uma meta desafiante é vista como difícil, porém alcançável dentro de um
razoável período de tempo, esforço e habilidade.
Não devemos nunca traçar metas intimidantes as quais estariam além da
capacidade da atleta.
Metas a longo e curto prazo são aconselháveis; porém as de curto prazo
parecem ter melhores efeitos motivacionais.
As metas em curto prazo são mais rápidas de alcançar e são passos na direção
de metas em longo prazo, mais distantes.
“Devemos ser cuidadosos em trabalhar metas positivas e não negativas. As metas
positivas dizem o que tem que ser feito ao invés do que não tem que ser feito. As
metas negativas dirigem a atenção para os erros que desejamos evitar ou eliminar”
(EDENSON e HIGGINS – 1989).
As atletas precisam estar muito bem preparadas física e psicologicamente para
que tenhamos resultados não só com a premiação, mas principalmente com crescimentos pessoais
55
A exemplo de resultados positivos de nosso trabalho podemos destacar nossa
atleta Regiane Barroso. Menina de família humilde, criada apenas pela mãe que é doméstica.
Regiane iniciou como aluna na APAE de Guaratinguetá no ano de 1993. Menina tímida, sempre
calada. Interessou-se e se identificou com a Ginástica Rítmica. Por muitos anos foi atleta de
destaque de nossa APAE em Competições Regionais, Estaduais e Nacionais. No ano de 1999, em
uma de nossas apresentações em um Festival de Academias de Guaratinguetá, Regiane foi
convidada a participar das aulas de Ballet clássico, pela proprietária da Academia Corpo e Cia,
Giselda Maria Rebello de Carvalho. Este convite partiu de um olhar não de caridade, porém de
um olhar de oportunidades à competência de habilidades que esta menina apresentou através de
um trabalho da Ginástica Rítmica. Hoje Regiane faz parte do grupo de Ballet Clássico desta
conceituada Academia de Guaratinguetá.
Regiane Barroso-2000 -Apresentação Regiane Barroso -2003
E.Estadual Guaratinguetá Academia Corpo e Cia
56
Hoje Regiane não estuda mais na APAE, não teve oportunidade de continuar
numa escola, pois cuida da mãe que é dependente da mesma, a qual está num estágio avançado de
depressão. .Porém ainda continua no curso de Ballet, no qual tem uma boa interação com as
demais bailarinas, participando de vários eventos e apresentações desta academia. A Academia
juntamente com a professora são colaboradoras e patrocinadoras dos gastos dos vestuários de
Regiane, pois o Ballet Clássico requer um alto custo pela nobreza da modalidade. Sinto-me feliz
quando na apresentação do grupo de ballet,vejo que Regiane está tão interada no grupo que
chego a confundi-la entre as outras participantes.
Foto (Grupo de Ballet Corpo e Cia)- 2003
Nossa efetiva participação nessa trajetória da Ginástica Rítmica nos possibilitou
também, perceber que um dos fatores importantes que influem na motivação desta modalidade na
qual oferecemos quatro aparelhos, corda, bola, fita, arco, (excluindo as maças por considerarmos
um aparelho de grandes dificuldades de manuseio e em alguns casos provocarem riscos para as
57
atletas especiais) é a liberdade de escolha do aparelho a ser trabalhado, pois muitas vezes as
meninas têm preferências, o que torna o treinamento agradável e produtivo. Muitas atletas
preferem à bola, talvez as atletas mais delicadas e que tem uma concentração maior nos
exercícios e leveza de movimento. A popularidade da bola tem origem principalmente na sua
participação em brinquedos infantis. Isso contribui para o encaminhamento na ginástica com esse
aparelho.
As atletas precisam estar interessadas na modalidade para assimilar regras e ter
um nível de habilidade mínimo para competição.
A participação em Eventos Regionais, Estaduais, e Nacionais e Internacionais,
desde o ano de 1987 nos colocou em contato com vários atletas especiais e profissionais de
Educação Física, ligados à Ginástica Rítmica , nos possibilitando avaliar o desenvolvimento da
referida modalidade , algumas metodologias de trabalho e objetivo na participação. Temos
observado o despreparo de alguns profissionais e desconhecimento da modalidade, muitas vezes
colocando a atleta em situações de constrangimento ao executar uma série de G.R. para a qual
não está preparada. Estamos há algum tempo , ao longo de nosso trabalho de Ginástica Rítmica ,
buscando oficializar um melhor regulamento . Consideramos que ao oficializarmos um
regulamento adequado que atenda as dificuldades das atletas estaremos também orientando o
profissional de Educação Física, mesmo que não especializado na modalidade, podendo assim
ampliar o número professores interessados e conseqüentemente o número de praticantes de G.R.
Muitas vezes em competições adaptadas nos deparamos com atletas despreparadas que faziam
uso do material aleatoriamente, apenas como um adorno não se preocupando com o sincronismo
de música e elementos corporais. Tínhamos muitas dificuldades em arbitrar as séries, pois muitas
vezes a G.R. era completamente descaracterizada. Tínhamos em nossas mãos a tríade: atletas,
aparelhos e música, porém sem sincronia. Outras atletas, porém apresentavam uma performance
com elementos corporais que considerávamos excelentes para valorização em uma competição
de G.R. , porém acabavam sendo desvalorizadas por não termos um código de pontuação.
Precisávamos então nos organizar para contemplar as atletas especiais com tal
modalidade, porém de uma maneira sistematizada respeitando o nível de habilidades de todas
elas. Diante de tais preocupações é que decidimos criar um regulamento adaptado com bases no
Código de Pontuação da Federação Internacional de Ginástica (FIG). Atualmente usamos o
Código do ano de 2001 o qual consideramos mais adequado para tais adaptações, pois atualmente
58
a FIG tem se mostrado muito exigente com a performance das atletas e o Código tem se tornado
cada vez mais difícil e complexo. Nosso objetivo não é de termos atletas especiais de alto nível,
pois com a exigência do Código da FIG estaríamos excluindo nossa clientela. Nosso objetivo é
termos um maior número de meninas especiais praticando e se beneficiando desta arte criativa e
dinâmica.
Após muitas tentativas em adequar um bom regulamento, concluímos que
deveríamos adaptar uma tabela de dificuldades que atendesse as dificuldades de habilidades das
atletas especiais. Para elaboração do primeiro regulamento adaptado com uma tabela em anexo,
no ano de 2000, contamos com a colaboração da Professora Glícia Maria Bellemo, gestora da
modalidade de Ginástica Rítmica da Secretaria de Esporte e Lazer do Estado de São Paulo que
também colaborou com sua equipe de arbitragem em alguns eventos especiais .
Atualmente temos contado com a colaboração da Professora Renata Marques
Teixeira, ex atleta Integrante da Seleção Brasileira que participou da X Gymnaestrada Mundial –
Berlim – Alemanha – 1995, Membro do Comitê Técnico de Ginástica Rítmica da Confederação
Brasileira de Ginástica / CT – GR / CBG (desde 2004); Árbitro Internacional da Federação
Internacional de Ginástica e Comentarista de Ginástica Rítmica do SPORTV (desde 2001).
Nesta tabela adaptada, incluímos alguns elementos básicos da G.R, que não
constam do Código de Pontuação da FIG, porém são extremamente importantes para elementos
de ligações em uma série de ginástica. Na tabela de saltos incluímos os saltitos e chassés, por
considerarmos exercícios de base e preparação para o salto, o qual deve ser valorizado por ser
educativo. Na tabela de Pivôts , incluímos os giros , que são exercícios educativos para o pivôt.
Entendemos que ao valorizarmos estes elementos básicos, estamos contribuindo
para que os professores de Educação Física compreendam melhor a modalidade e tenhamos
também séries melhores elaboradas com exercícios simples e de fácil execução para as iniciantes
e ao mesmo tempo proporcionando oportunidades às atletas com mais habilifdades de praticarem
a partir da execução correta dos elementos básicos os exercícios mais complexos.
REGULAMENTO GERAL ADAPTADO
GINÁSTICA RÍTMICA
59
ART. 1º - Esta modalidade será regida pelas regras do Código de Pontuação da
FIG, em consonância com as adaptações dispostas neste regulamento.
ART. 2º - Nesta modalidade serão realizadas provas livres, nos seguintes
aparelhos:
FITA (4 m a 6 m de comprimento)
BOLA (14 cm a 20 cm de diâmetro)
ARCO (80 cm a 90 cm de diâmetro interno)
CORDA (de acordo com a estatura da ginasta)
ART. 3º - As ginastas inscritas, a seu critério ou de sua técnica,
obrigatoriamente deverão optar pela execução de no máximo 02 (dois) aparelhos, os quais serão
considerados para pontuação geral. Em hipótese alguma será permitida a participação de uma
ginasta com um terceiro aparelho.
ART.4º - Nesta modalidade as ginastas com intenção de participação deverão
ser inscritas de acordo com a sua idade nas categorias previstas pelo Regulamento Geral da
Competição.
ART.5º - As ginastas por opção da técnica, serão divididas nos seguintes
Níveis de habilidade:
a) Nível 1 – INICIANTE
b) Nível 2 - INTERMEDIÁRIO
ART.6º - Será de responsabilidade da técnica a definição do nível técnico de
sua ginasta, e será passível de punição aquele que tentar burlar o presente regulamento, ficando
60
ao encargo da CT, desta Competição, observar o desempenho das ginastas, e punir os infratores,
da forma como segue:
Formas de Punição:
6.1 - Advertência por escrito para o técnico.
6.2 - A ginasta em questão será desclassificada, recebendo a medalha de
participação.
ART.7º - Todas as ginastas deverão obrigatoriamente participar nos dois
aparelhos escolhidos, sempre no mesmo nível de habilidade técnica.
EX: Fita = Nível II e Bola = Nível II.
Parágrafo Único - As inscrições em mais de dois aparelhos ou aparelho em
níveis diferentes, serão indeferidas pela CT da Competição.
ART.8º - Será realizado o treinamento de podium, onde as ginastas serão
observadas pela comissão de arbitragem da competição, a fim de que sejam preenchidas as fichas
de Artístico = A (antigo VA) e Dificuldade = D (antigo VT). Desta forma, fica impedida de
participar da competição a ginasta que não estiver presente neste treinamento.
ART. 9º - Deverá ser entregue 30 minutos antes do início da competição, uma
fita cassete ou CD com uma única música gravada no início e etiquetada com o nome da (s)
ginasta (s).
ART. 10º – No Congresso Técnico será estipulado o tempo para que cada
equipe realize o seu treinamento de podium. Não haverá tolerância, somente em caso de força
maior, como por exemplo, problemas com o som, com a iluminação do local, mau tempo que
venha a prejudicar o andamento do treino ou outro motivo alheio à vontade da CT e da equipe em
treinamento.
ART. 11º - Casos omissos a este regulamento serão deliberados e resolvidos
pela Comissão Técnica desta modalidade.
REGULAMENTO TÉCNICO ESPECÍFICO ADAPTADO
GINÁSTICA RÍTMICA
ART. 1º - A duração do exercício será de 1‟15” a 1‟30‟.
61
Penalidade: 0,05 por cada segundo a mais ou a menos.
ART. 2º - A saída da ginasta e/ou aparelho da área de competição será punida.
Penalidade: 0,20 cada vez
ART. 3º - Após o início da música a ginasta somente poderá ficar estática por
no máximo 08 (oito) tempos.
ART. 4º - A música não poderá conter ruídos impróprios (motor, barulho de
moto, avião, sirenes, ruídos de objetos quebrando, etc.).
ART. 5º - A música pode ser interpretada por um ou vários instrumentos e/ou
voz utilizada como um instrumento (sem palavras).
ART. 6º - Para efeito de avaliação das séries, serão adotados os seguintes
critérios de pontuação:
DIFICULDADE: Compreende o número e o nível dos movimentos corporais
que a ginasta executa dentro dos seguintes grupos fundamentais:
SALTOS
EQUILÍBRIOS
PIVOTS
FLEXIBILIDADES E ONDAS
As dificuldades são identificadas por letras, que tem um valor correspondente.
Cada dificuldade vale no máximo 1,00 ponto.
OBS: ENCONTRA-SE EM ANEXO, A TABELA DE DIFICULDADES
ISOLADAS E ADAPTADAS DO CÓDIGO DE PONTUAÇÃO.
ARTÍSTICO: Compreende a estética do exercício, a escolha da música e
coreografia de base, somada a uma bonificação, de acordo com a tabela dos níveis.
Deverá haver variedade e equilíbrio na escolha dos elementos do aparelho.
Deverá haver variedade e equilíbrio na escolha dos elementos corporais. Deverá
ser utilizado pelo menos um elemento de cada grupo fundamental (salto, equilíbrio, pivot,
flexibilidades/ondas)
A = 0,10 B = 0,20 C = 0,30 D = 0,40 E = 0,50
F = 0,60 G = 0,70 H = 0,80 I = 0,90 J = 1,00
62
Deverá haver variedade na utilização do espaço (direções, trajetórias, níveis) e
ocupação de toda área de competição.
EXECUÇÃO: A Avaliação da Execução é pautada nas falhas da técnica
corporal e no manejo de aparelhos. Movimentos incompletos, postura incorreta de um ou vários
seguimentos corporais, falta de amplitude entre quedas do aparelho, recuperação incorreta,
contatos involuntários com o corpo alterando a trajetória do aparelho, entre outros são falhas que
a ginasta poderá cometer individualmente ou em conjunto. A Execução nos revela o nível da
atleta, se a mesma teve um bom trabalho de base, fator determinante para um bom desempenho
em uma competição. .
ART. 7º - Exigências Específicas para cada nível:
NÍVEL I - Contempla atletas iniciantes na modalidade
1- Dificuldade (antigo VT):
Compreende-se o número e o nível dos elementos corporais que a ginasta
executa dentro de sua série, portanto para efeito de montagem de coreografia, as técnicas deverão
basear-se no descrito abaixo. Só será validada a dificuldade, se a ginasta realmente executar e não
esboçar. Cada dificuldade conta somente uma vez.
Poderá inscrever até 10 dificuldades sendo:
DIFICULDADES QUANTIDADE VALOR
Equilíbrio 1 a 4 no máximo Até 1,50
Saltos 1 a 4 no máximo Até 1,00
Pivôs 1 a 4 no máximo Até 1,00
Flexibilidades 1 a 4 no máximo Até 1,50
TOTAL 5,00
Valor Máximo: 5,00 pontos
Número de Dificuldades escritas na ficha: 10 dificuldades, no máximo
Dificuldades Corporais: Níveis A, B, C, D, E
2 - Artístico (antigo VA):
Compreende-se a estética do exercício, a escolha da música e a coreografia de
base (item 1 a 5), somando a uma bonificação (item 6) com os seguintes valores.
63
QUESITO VALOR
1. Harmonia entre a música e a coreografia Até 1,00
2. Início e término da coreografia Até 0,50
3. Variedade nos manejos dos aparelhos Até 0,50
4. Variedade nos elementos corporais Até 0,50
5. Utilização diversificada do espaço Até 0,50
6. 1- Lançar e recuperar durante um salto / 2 - Lançar sem ajuda
das mãos / 3 - Lançar fora do campo visual / 4 - elementos
acrobáticos
Total de 2,00
(ver tabela de maestria e
acrobáticos)
TOTAL 5,00
Valor Máximo: 5,00 pontos
3 – EXECUÇÃO:
Valor Máximo: 10,00 pontos
Dificuldade: 5,00 / Artístico: 5,00 / Execução: 10,0
Para se chegar à nota final, soma-se: dificuldade + artístico + execução
NÍVEL II - Contempla atletas de nível intermediário na modalidade
1- Dificuldade (antigo VT):
Compreende-se o número e o nível dos elementos corporais que a ginasta
executa dentro de sua série, portanto para efeito de montagem de coreografia, as técnicas deverão
basear-se no descrito abaixo. Só será validada a dificuldade, se a ginasta realmente executar e não
esboçar. Cada dificuldade conta somente uma vez.
Poderá inscrever até 12 dificuldades sendo:
DIFICULDADES QUANTIDADE VALOR
Equilíbrio 1 a 4 no máximo Até 2,00
Saltos 1 a 4 no máximo Até 1,50
Pivôs 1 a 4 no máximo Até 1,50
Flexibilidades 1 a 4 no máximo Até 2,00
TOTAL 7,00
Valor máximo = 7,00
Número de dificuldades escritas na ficha: 12 dificuldades, no máximo
Dificuldades corporais: de “A” até “J”
64
Artístico (antigo VA):
Compreende-se a estética do exercício, a escolha da música e a coreografia de
base (item 1 a 5), somando a uma bonificação (item 6) com os seguintes valores.
QUESITO VALOR
7. Harmonia entre a música e a coreografia Até 1,00
8. Início e término da coreografia Até 0,50
9. Variedade nos manejos dos aparelhos Até 0,50
10. Variedade nos elementos corporais Até 0,50
11. Utilização diversificada do espaço Até 0,50
12. 1- Lançar e recuperar durante um salto / 2 - Lançar sem ajuda
das mãos / 3 - Lançar fora do campo visual / 4 - elementos
acrobáticos
Total de 3,00
(ver tabela de maestria e
acrobáticos “*”)
TOTAL 6,00
Valor Máximo: 6,00 pontos
3 – EXECUÇÃO:
Valor Máximo: 10,00 pontos
Dificuldade: 7,00 / Artístico: 6,00 / Execução: 10,0
Para se chegar a nota final, soma-se: dificuldade + artístico + execução
PONTUAÇÃO TOTAL
NÍVEIS DIFICULDADE ARTÍSTICO EXECUÇÃO TOTAL
NÍVEL 1 5,00 5,00 10,00 20
NÍVEL 2 7,00 6,00 10,00 23
NOTA FINAL = ARTÍSTICO + DIFICULDADE + EXECUÇÃO
ART. 8º - Casos omissos serão resolvidos pela CT desta competição.
MAESTRIA (*)
* Grandes Lançamentos:
Símbolos Descrição Valor
Durante um salto
0,20
Sem ajuda das mãos
0,30
65
Fora do campo visual 0,30
Tabela Adaptada do Código de Pontuação –FIG 2001- Modificação nos valores dos exercícios e
exclusão de exercícios de maiores dificuldades - Leite e Teixeira -2001
* Recuperações dos Grandes Lançamentos:
Símbolos Descrição Valor
Durante um salto
0,30
Tabela Adaptada do Código de Pontuação –FIG 2001- Modificação nos valores dos exercícios e
exclusão de exercícios de maiores dificuldades
Leite e Teixeira -2001
LISTAGEM DOS ACROBÁTICOS (*)
Símbolos Descrição Valor
Rolamento para frente
0,20
Rolamento para trás
0,30
Reversement para frente
0,40
Reversement para trás
0,40
Estrela
0,30
Tabela Adaptada do Código de Pontuação –FIG 2001- Modificação nos valores dos exercícios e
exclusão de exercícios de maiores dificuldades
Leite e Teixeira -2001
TABELA DE DIFICULDADES
Estudando a tabela de Dificuldades da FIG (2001), considerando
que muitos elementos corporais estão distantes à realização de nossas atletas,
decidimos, adaptá-los às nossas alunas, incluíndo alguns elementos bases, como
giros, saltitos, flexões; modificamos alguns valores e ao mesmo tempo excluímos os
mais complexos, tornando-a da seguinte forma. :
66
TABELA 1 - SALTITOS E SALTOS
A = 0,10 B = 0,20 C = 0,30 D = 0,40 E = 0,50 Sauté em premiére (saltito
em primeira posição)
(Série)
Changement de pied (saltito
com troca de pés) (Série)
Chassé (Série)
3º saltito ou Saltito de
polca (Série)
1º Saltito (Série)
Cabriole
Cabriole atrás
Cabriole lateral
2º Saltito ou galope (Série)
Cambré (salto arqueado)
Pas de Chat
Salto grupado
Saut de Chat
Ciseaux avant (tesoura)
Ciseaux arrière (tesoura atrás)
Entrelacé (cadete)
Tabela adaptada do código de pontuação da FIG - 2001
Obs. 1: Inserido saltitos – (série de saltitos = mínimo de três)
Obs. 2: Para cada variação do salto ou saltito (dificultando-o), acrescentar 0,10 pt.
Obs. 3: Modificação nos valores dos exercícios
Leite e Teixeira – 2001
C D E
A B C
B
A
D
C D
E
E B
B C
67
TABELA 2
A = 0,10 B = 0,20 C = 0,30 D = 0,40 E = 0,50 Stag leap
Enjambé
Cossaco (jump ou leap)
Jeté
Enjambé flexionado
Enjambé lateral
Enjambé à boucle
Vertical
Saut de biche (corsa)
Carpado com pernas
afastadas, sem tocá-las
Tabela adaptada do código de pontuação da FIG - 2001
Obs. 1: Para cada variação do salto (dificultando-o), acrescentar 0,10 pt.
Obs. 2: Modificação nos valores dos exercícios.
Leite e Teixeira - 2001
e B
D
C
C
D
E
D
D B
68
TABELA 3
F = 0,60 G = 0,70 H = 0,80 I = 0,90 J = 1,00 Carpado com pernas
afastadas, tocando os pés
Carpado com pernas unidas
Carpado lateral
Corsa à boucle
Salto á boucle
Vertical com ½ giro
(180º)
Grupado com ½ giro (180º)
Vertical com giro (360º)
Grupado com giro (360º)
Corsa com ½ giro (180º)
Cambré com ½ giro (180º)
Cossaco com ½ giro (180º)
Jeté en tournant
Jeté en tournant à boucle
Anel
Anel com ½ giro (180º)
do tronco
Tabela adaptada do código de pontuação da FIG - 2001
Obs. 1: Para cada variação do salto (dificultando-o), acrescentar 0,10 pt.
Obs. 2: Modificação nos valores dos exercícios.
Leite e Teixeira - 2001
F G
H
I
F H
G I
J
J
H
G J
J
G I
69
TABELA 4
F = 0,60 G = 0,70 H = 0,80 I = 0,90 J = 1,00 Tesoura com ½ giro (180º)
Tesoura à boucle com ½ giro
(180º)
Vertical com perna horizontal
com ½ giro (180º)
Vertical com perna horizontal
com giro (360º)
Butterfly
Rasgado
Tabela adaptada do código de pontuação da FIG - 2001
Obs. 1: Para cada variação do salto ou saltito (dificultando-o), acrescentar 0,10 pt.
Obs. 2: Modificação nos valores dos exercícios.
Leite e Teixeira - 2001
H J
J
J
G
J
70
TABELA 5 - EQUILÍBRIOS
A = 0,10 B = 0,20 C = 0,30 D = 0,40 E = 0,50 De joelhos, perna livre na horizontal à
frente, lateral ou atrás
De joelhos, atittude
De joelhos, perna acima da
horizontal com ajuda à frente ou
lateral
Relevé
Passé (apoio total do pé)
Passé (apoio na ½ ponta)
Perna livre na horizontal à frente ou ao
lado (apoio total do pé)
Perna livre na horizontal à frente
ou ao lado (apoio na ½ ponta)
Perna acima da horizontal com
ajuda à frente ou ao lado (apoio
total do pé)
Tabela adaptada do código de pontuação da FIG - 2001
Obs. 1: Inserido Relevé.
Obs. 2:Para cada variação do equilíbrio (dificultando-o), acrescentar 0,10 pt.
Obs. 3: Modificação nos valores dos exercícios.
Leite e Teixeira - 2001
C D E
C D E
A
B C
71
TABELA 6
A = 0,10 B = 0,20 C = 0,30 D = 0,40 E = 0,50 Arabesque (apoio total do pé)
Arabesque (apoio na ½ ponta)
Atittude (apoio total do pé)
Atittude (apoio na ½ ponta)
À boucle com ajuda (apoio total
do pé)
Prancha frontal (apoio total do
pé)
Prancha frontal
Tabela adaptada do código de pontuação da FIG - 2001
Obs.1:Para cada variação do equilíbrio (dificultando-o), acrescentar 0,10 pt.
Obs. 2: Modificação nos valores dos exercícios.
Leite e Teixeira - 2001
C E
E C
D
A A
72
TABELA 7
F = 0,60 G = 0,70 H = 0,80 I = 0,90 J = 1,00 De joelhos, à boucle com ajuda
De joelhos, perna acima da
horizontal atrás com ajuda
De joelhos, à boucle sem ajuda
De joelhos com flexão do tronco atrás
e perna livre à frente
De joelhos com flexão do tronco
atrás e perna livre atrás
De joelhos com flexão do
tronco atrás e perna acima
De joelhos, perna acima da horizontal
sem ajuda à frente ou lateral
Perna acima da horizontal com ajuda
à frente ou ao lado (apoio na ½ ponta)
Perna acima da horizontal sem
ajuda à frente ou ao lado(apoio
total do pé)
Perna acima da horizontal sem
ajuda à frente ou ao lado (apoio
na ½ ponta)
Tabela adaptada do código de pontuação da FIG - 2001
Obs.1:Para cada variação do equilíbrio (dificultando-o), acrescentar 0,10 pt.
Obs. 2: Modificação nos valores dos exercícios.
Leite e Teixeira – 2001
F
G H
F H
G
E
F G
H
73
TABELA 8
F = 0,60 G = 0,70 H = 0,80 I = 0,90 J = 1,00 À boucle com ajuda (apoio na
½ ponta)
Perna acima da horizontal
com ajuda atrás (apoio total
do pé)
Perna acima da horizontal com
ajuda atrás (apoio na ½ ponta)
Cossaco, perna à frente, atrás,
lateral ou attitude
Prancha lateral
Prancha dorsal
Tabela adaptada do código de pontuação da FIG - 2001
Obs.1:Para cada variação do equilíbrio (dificultando-o), acrescentar 0,10 pt.
Obs. 2: Modificação nos valores dos exercícios.
Leite e Teixeira - 2001
G
F
F
F G
I
74
TABELA 9 - GIROS E PIVOTS
A = 0,10 B = 0,20 C = 0,30 D = 0,40 E = 0,50
Debulé modifié (executar o
giro através de passadas)
Deboulé (giro sobre os dois
pés, com braços)
Pirouetté (pirueta) 360º
Tour à genoux (giro sobre os
joelhos)
Cossaco, perna à frente, atrás,
lateral ou attitude (180º)
Em passé (180º)
Em passé (360º)
Perna acima da horizontal com
ajuda à frente e ao lado (180º)
Perna livre na horizontal à frente
ou ao lado (180º)
Perna livre na horizontal à frente
ou ao lado (360º)
Tabela adaptada do código de pontuação da FIG - 2001
Obs.1:Inserido giros
Obs.2: Para cada variação de pivot (dificultando-o), acrescentar 0,10 pt.
Obs. 3: Modificação nos valores dos exercícios.
Leite e Teixeira – 2001
A B
B
B
E
B
C
D
E
E
75
TABELA 10
A = 0,10 B = 0,20 C = 0,30 D = 0,40 E = 0,50 Arabesque (180º)
Arabesque (360º)
Atittude (180º)
Atittude (360º)
Flexão do tronco atrás (180º)
Flexão do tronco atrás (360º)
Flexão do tronco à frente
(180º)
Flexão do tronco à frente
(360º)
Perna de apoio semi-
flexionada, outra perna livre
estendida (180º)
Em Progressão (180º)
Perna de apoio semi-
flexionada, outra perna livre
estendida (360º)
Tabela adaptada do código de pontuação da FIG - 2001
Obs.1:Inserido giros
Obs.2: Para cada variação de pivot (dificultando-o), acrescentar 0,10 pt.
Obs. 3: Modificação nos valores dos exercícios.
Leite e Teixeira – 2001
C E
C E
D
C E
C E
C E
76
TABELA 11
F = 0,60 G = 0,70 H = 0,80 I = 0,90 J = 1,00
À boucle com ajuda
(180º)
À boucle com ajuda
(360º)
À boucle com ajuda (540º)
Perna livre na horizontal à
frente ou ao lado (540º)
Perna livre na horizontal à
frente ou ao lado (720º)
Arabesque (540º)
Arabesque (720º)
Atittude (540º)
Atittude (720º)
Fouetté (360º + 360º)
Em passé (720º)
Fouetté (360º + 360º + 720º)
Tabela adaptada do código de pontuação da FIG - 2001
Obs.1: Para cada variação de pivot (dificultando-o), acrescentar 0,10 pt.
Obs. 2: Modificação nos valores dos exercícios.
Leite e Teixeira – 2001
H
I G
G I
G G
F H
J
G
J
77
TABELA 12
F = 0,60 G = 0,70 H = 0,80 I = 0,90 J = 1,00
Flexão do tronco atrás (540º)
Flexão do tronco atrás (720º)
Progressão (360º)
Perna de apoio semi-
flexionada, outra perna livre
estendida (540º)
Progressão (540º)
Perna de apoio semi-
flexionada, outra perna livre
estendida (720º)
Progressão (720º)
Flexão do tronco à frente
(540º)
Cossaco, perna à frente, atrás,
lateral ou attitude (360º)
Flexão do tronco à frente
(720º)
Perna acima da horizontal
com ajuda à frente ou ao lado
(360º)
Perna acima da horizontal sem
ajuda à frente ou ao lado
(180º)
Perna acima da horizontal
com ajuda à frente ou ao
lado (540º)
Perna acima da horizontal sem
ajuda à frente ou ao lado (360º)
Tabela adaptada do código de pontuação da FIG - 2001
Obs.1: Para cada variação de pivot (dificultando-o), acrescentar 0,10 pt.
Obs. 2: Modificação nos valores dos exercícios.
Leite e Teixeira – 2001
F H
I G
G I
H J
H
C C
G I
J
78
TABELA 13 - FLEXIBILIDADES / ONDAS
A = 0,10 B = 0,20 C = 0,30 D = 0,40 E = 0,50
Flexão do tronco à frente
Grand‟ecárt lateral
Grand‟ecárt facial
Grand‟ecárt frontal com
flexão do tronco à frente
Flexão do tronco atrás
Genoux
Hiper-flexão do tronco
atrás
Ponte
Flexão lateral
Flexão lateral de joelhos
Onda lateral
Balanceado
Ondulação do tronco de joelhos
Onda para trás
Onda para frente
Tabela adaptada do código de pontuação da FIG - 2001
Obs.1: Inserido flexões básicas e balanceado.
Obs. 2: Para cada variação de flexibilidade/onda (dificultando-as), acrescentar 0,10 pt.
Obs. 3: Modificação nos valores dos exercícios.
Leite e Teixeira – 2001
C
B
C
C
C
C D E
A B
A
B D E
A
79
TABELA 14
F = 0,60 G = 0,70 H = 0,80 I = 0,90 J = 1,00
Grand‟ecárt facial com
rolamento lateral
Grand‟ecárt dorsal com
rolamento lateral
Couchée
Grand‟ecárt facial com
Flexão do tronco atrás
Grand‟ecárt facial com
Hiper-flexão do tronco atrás
Prancha lateral com ajuda
Prancha lateral sem ajuda
Onda total do corpo
Onda total em espiral sobre os
dois pés (360º)
Onda total sobre os dedos,
partindo do solo
Onda total em espiral sobre
os dois pés (720º)
Onda total em espiral sobre
um pé pés (360º)
Penchée sobre um pé
“Illusion”
Dois “Illusions” sucessivos
Tabela adaptada do código de pontuação da FIG - 2001
Obs. 1: Para cada variação de flexibilidade/onda (dificultando-as), acrescentar 0,10 pt.
Obs. 2: Modificação nos valores dos exercícios.
Leite e Teixeira – 2001
F
H
I J
G J
H
H J F
J G
I
F H
80
TABELA 15
F = 0,60 G = 0,70 H = 0,80 I = 0,90 J = 1,00
“Tour lent” Perna acima da
horizontal com ajuda à
frente ou ao lado (180º)
“Tour lent” Perna a boucle
com ajuda (180º)
“Tour lent” Perna acima da
horizontal com ajuda à frente
ou ao lado (360º)
“Tour lent” Perna a boucle
com ajuda (360º)
“Illusion” para trás
“Tour lent” Perna acima da
horizontal sem ajuda à frente
ou ao lado (180º)
Tour lent” Perna acima da
horizontal sem ajuda à frente ou
ao lado (360º)
Ronde com ajuda
Ronde sem ajuda
Tabela adaptada do código de pontuação da FIG - 2001
Obs. 1: Para cada variação de flexibilidade/onda (dificultando-as), acrescentar 0,10 pt.
Obs. 2: Modificação nos valores dos exercícios.
Leite e Teixeira – 2001
H
J
J
F J
F H
G I
81
4.4 Competições Oficiais no Brasil de G.R para meninas com Deficiência Mental
No Brasil em se tratando de Deficiência Mental, temos três seguimentos que
trabalham com competições voltadas para esta clientela. São eles: FENAPAEs ( Federação
Nacional das APAES )ABDEM ( Associação Brasileira de Desportos de Deficientes Mentais ) e
Specyal Olympcs ( Specyal Olimpcs Brasil )
4.4.1 Eventos de Ginástica Rítmica Especial realizados sob a responsabilidade
FEAPAE´S E FENAPAE´S
1990 - Olimpíada Estadual das APAES e Escolas Especializadas Santa Bárbara
do Oeste - (1ª competição Estadual Oficial Estadual de Ginástica Rítmica para atletas com
Deficiência Mental). Nº. de atletas participantes : 18
Regiões participantes: VALE DO PARAÍBA, CAPITAL, PIRASSUNUNGA,
VALE DO RIBEIRA.
1990 - X Olimpíada Nacional das APAES e Escolas Especializadas - Vitória,
ES, (1ª Competição Nacional Oficial de Ginástica Rítmica para atletas com Deficiência
Mental)Nº. de atletas participantes: 12
Estados Participantes: SÃO PAULO, MINAS GERAIS, PARANÁ.
1992-Olimpíada Estadual das Apaes e Escolas Especializadas - São Bernardo
do Campo. Nº de atletas participantes: 26
Regiões Participantes : ABCD, VALE DO PARAÍBA, CAPITAL, VALE DO
RIBEIRA, PIRASSUNUNGA.
1992 - XI (Olimpíada Nacional das Apaes e Escolas Especializadas - Campo
Grande - MS. Nº. de atletas participantes : 15
Estados participantes : SÃO PAULO, RIO DE JANEIRO, MATO GROSSO,
PARANÁ.
82
1994 - Olímpiada Estadual das Apaes e Escolas Especializadas - Salto - S.P. Nº
de atletas participantes: 32.
Regiões participantes: VALE DO PARAÍBA, CAMPINAS, VALE DO
RIBEIRA, CAPITAL, ABCD.
1994 - Olimpiada Nacional das Apaes e Escolas Especializadas - Apucarana -
PR. Nº de atletas participantes: 10
Estados participantes: PARANÁ, RIO DE JANEIRO.
1996 - Olimpíada Estadual das Apaes e Escolas Especializadas - São José do
Rio Preto. Nº de atletas participantes: 30
Regiões: CAMPINAS, ABCD, VALE DO PARAÍBA, CAPITAL, SANTOS.
1996 - XIII Olimpíada Nacional das Apaes e Escolas Especializadas - Rio de
Janeiro. Nº de atletas participantes: 22
Estados: RIO DE JANEIRO, SÃO PAULO, PARANÁ, MINAS GERAIS,
MATO GROSSO.
1998 - Olimpíada Estadual das Apaes e Escolas Especializadas - Ilha
Solteira..Nº de atletas participantes: 32
Regiões participantes: VALE DO PARAÍBA, SANTOS, CAPITAL,
CAMPINAS, ABCD, BAURU.
1998 - XIV Olimpíada Nacional das Apaes e Escolas Especializadas - Salto -
S.P. Nº de atletas participantes: 26.
Estados Participantes: SÃO PAULO, RIO DE JANEIRO, MINAS GERAIS,
PARANÁ, BAHIA.
2000 - Olimpíada Estadual das Apaes e Escolas Especializadas - Ribeirão Pires
– SP. Nº de atletas participantes: 44.
Regiões: ABCDRMS, CAPITAL, SANTOS, VALE DO PARAÍBA,
CAMPINAS, BAURU.
2000 - Olimpíada Nacional das Apaes e Escolas Especializadas - Blumenau –
SC. Nº de atletas participantes: 28.
Estados participantes: SÃO PAULO, RIO DE JANEIRO, SANTA
CATARINA, PARANÁ RIO GRANDE DO SUL, MINAS GERAIS.
83
2002 - Olímpiada Estadual das Apaes e Escolas Especializadas - Taubaté - S.P.
Nº de atletas participantes: 45.
Regiões: ABDCRMS, VALE DO PARAÍBA, SANTOS, CAPITAL,
CAMPINAS, DRACENA.
2006 - Olimpíada Nacional das APAES e Escolas Especializadas - Araraquara -
S.P. Nº de atletas participantes: 22.
Estados: PARANÁ, RIO DE JANEIRO, MINAS GERAIS, SÃO PAULO,
BAHIA.
4.4.2 Eventos de Ginástica Rítmica Especial realizados sob a responsabilidade da
Ardem e Abdem
1996 - Campeonato Paulista de Ginástica Rítmica - Guaratinguetá. Nº de
atletas: 45
Entidades: APAE de Guaratinguetá, APAE São Paulo, APAE de Peruíbe.
1997 - I Meeting Brasileiro de Ginástica Rítmica - Cruzeiro. Nº de atletas: 43
Entidades: Apae de Guaratinguetá, Apae de São Paulo, Apae de Peruíbe, Apae
de Taubaté, Druz –São Paulo, Ardem –Rio de Janeiro, Ardem – Minas Gerais, Ardem
Paraná,Região Oeste – São Paulo, Ribeirão Pires.
1998 - Campeonato Brasileiro de Ginástica Rítmica - Guaxupé - MG. Nº de
atletas: 55
Entidades: Apae de Guaratinguetá, Apae de São Paulo, Apae de Peruíbe, Apae
de Taubaté, Druz- São Paulo, Ardem – Rio de Janeiro, Ardem – Minas Gerais, Ardem – Paraná,
Região Oeste- São Paulo, Ribeirão Pires.
1999 - Campeonato Paulista de Ginástica Rítmica - Guaratinguetá. Nº de
atletas: 49.
Entidades: Apae – São Paulo, Apae de Guaratinguetá, Apae de Peruíbe.
84
2002 - Campeonato Paulista de Ginástica Rítmica - Taubaté. Nº de Atletas: 68.
Entidades: Associação J.R.Ferraz, Apae de Cruzeiro, Apae de São Paulo, Apae
de Guaratinguetá, Escola Madre Cecília – Taubaté, Apae de Peruíbe, Ardem – Chile.
2003 - Campeonato Paulista de Ginástica Rítmica - Peruíbe. Nº de atletas: 44
Entidades: Associação J.R. Ferraz, Apae de Guaratinguetá, Escola Madre
Cecília, Apae de Peruíbe.
2003 - Campeonato Brasileiro de Ginástica Rítmica - Guarujá. N° de Atletas:
50.
Equipes: Apae de Guaratinguetá, Apae de Blumenau, Ardem –Rio de Janeiro,
Ardem – Minas Gerais, Apae de Peruíbe, Escola Madre Cecília – Taubaté, Apae de São José dos
Pinhais – Paraná, Apae Bela Vista do Paraíso – Paraná, Associação J.R.Ferraz- São Paulo, Apae
Barbosa Ferraz – Paraná, Ilece – Paraná, Apae de Apucarana – Paraná.
2005 - Campeonato Paulista de Ginástica Rítmica - Peruíbe. Nº de atletas
participantes: 14.
Equipes: Associação J.R Ferraz, Cdm/Cruz de Malta/J.R.Ferraz, Apae Peruíbe.
2005 - Campeonato Brasileiro de Ginástica Rítmica - Guarujá. Nº de atletas: 60
Equipes: Apae de Aparecida, Apae de Guaratinguetá, Ardem – Rio de Janeiro,
Ardem – Minas Gerais, Escola Madre Cecilçia – Taubaté – S.P, Apae de São José dos Pinhais –
Paraná, Apae Bela Vista do Paraíso – Paraná, Associação J.R.Ferraz – São Paulo, Apae Barbosa
Ferraz – Paraná, Ilece – PR, Apae de Apucarana – Paraná.
2006 - Campeonato Brasileiro de GR - Andradas MG. N° de atletas: 46.
Entidades: Associação JR Ferraz, EEE Apucarana, APAE São José dos
Pinhais, Ardem Minas Gerais, Apae de Londrina, Apae de Guaratinguetá, EEE Maria Mendes
Valente, Apae de Salvador, Apae de Colombo.
2007 - Campeonato Brasileiro de Ginástica Rítmica - Cabo Verde - MG. Nº de
atletas:17.
Entidades: Apae de Cabo Verde, Associação Paradesportiva JR, Região SUL I
– Minas Gerais.
85
4.4.3 Eventos de Ginástica Rítmica Especial, realizados sob a responsabilidade da
Specyal Olímpcs Brasil.
1987 - Campeonato de Ginástica Rítmica Especial - Ibirapuera - SP. Nº de
atletas participantes: 04
Entidades participantes: Apae de Guaratinguetá.
1997 - Jogos Estaduais das Olimpíadas Especiais do Brasil - Vinhedo. Nº de
Atletas participantes: não se tem registro.
Entidades participantes: não se tem registro.
Apae de Guaratinguetá - 06 atletas.
1998 - Jogos Nacionais das Olimpíadas Especiais do Brasil - Valinhos. Nº de
Atletas participantes: não se tem registro.
Entidades participantes: não se tem registro.
Apae de Guaratinguetá - 04 atletas.
2005 - Jogos Nacionais das Olimpíadas Especiais do Brasil - Itatiba - SP. Nº de
Atletas participantes: 13.
Entidades participantes: Apae de Guaratinguetá- 13 atletas, Apae de Aparecida-
07 atletas.
Observação: A coordenação atual da Specyal Olympcs Brasil alega que não tem
dados dos números de participantes das competições de G.R., anteriores, pois não foi fornecido à
eles esses dados.
4.5 Competições Internacionais com participação de Atletas com Deficiência Mental do
Brasil
1987 – Specyal Olympcs Games-Jogos Mundiais de Verão - South Band (
U.S.A)
( 1 Atleta do Brasil ) Técnica - Elisete de Andrade Leite
86
1997- I campeonato Internacional de Ginástica Rítmica –Maipu –Chile
(12 atletas do Brasil) Técnica das 4 atletas de Guaratinguetá : Elisete de
Andrade Leite
1999- Specyal Olympcs Games –Jogos Mundiais de Verão - Carolina do Norte
( U.S.A) ( 1 Atleta do Brasil ) Técnica Eçlisete de Andrade Leite
2006- Specyal Olympcs - I Jogos Latino Americano das Olimpíadas Especiais-
El Salvador – ( 4 Atletas do Brasil ) Técnica : Elisete de Andrade Leite
87
5 - Metodologia da Pesquisa
Para analisar a trajetória da Ginástica Rítmica no Brasil praticadas por meninas
com Deficiência Mental, optamos por realizar uma pesquisa qualitativa, adotando uma
abordagem analítica com ênfase no estudo documental que nos permite exame de materiais que
ainda não receberam um tratamento analítico ou que podem ser reexaminados com vistas de uma
interpretação nova ou complementar.
Consideramos que a pesquisa qualitativa é mais participativa e, portanto,
menos controlável. Os participantes da pesquisa podem direcionar o rumo da pesquisa
em suas interações com o pesquisador.
Segundo LUDKE;ANDRE-1986 A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural
como sua fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento. A pesquisa
qualitativa supõe o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que
está sendo investigada via de regra através do trabalho intensivo de campo.
Os autores afirmam ainda que os dados coletados são predominantemente
descritivos e que o material obtido nessas pesquisas é rico em descrições de pessoas, situações,
acontecimentos; incluindo transcrições de entrevistas, e de depoimentos fotografias, desenhos e
extratos de vários tipos de documentos. Citações são freqüentemente usadas para subsidiar uma
afirmação ou esclarecer um ponto de vista. Todos os tipos de dados da realidade são considerados
importantes .
Citam ainda que a preocupação com o processo é muito maior do que com
produto. O interesse do pesquisador, ao estudar um determinado problema, é verificar como se
manifesta nas atividades, nos procedimentos e nas interações cotidianas. O significado que as
pessoas dão às coisas e à sua vida são foco de atenção especial pelo pesquisador.
Nesses estudos há sempre uma tentativa de capturar a perspectiva dos
participantes‟, isto é, a maneira como os informantes encaram as questões que estão sendo
focalizadas
A análise dos dados tende a seguir um processo indutivo. Os pesquisadores não
se preocupam em buscar evidências que comprovem hipóteses definidas antes do início dos
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estudos. As abstrações se formam ou se consolidam basicamente a partir da inspeção dos dados
num processo de baixo para cima.
PROCEDIMENTOS: Buscamos com base na literatura, melhor entender sobre
as pessoas com Deficiência Mental, Ginástica Rítmica e a participação de meninas com
Deficiência Mental na referida modalidade.
Somando-se ao exposto, procuramos resgatar toda nossa trajetória de
envolvimento como professora de Educação Física e treinadora de equipes de Ginástica Rítmica.
da APAE de Guaratinguetá e como técnica em vários eventos nacionais e internacionais ,
promovidos pelos órgãos competentes em se tratando de pessoas com deficiência : FENAPAEs (
Federação Nacional das APAES )ABDEM ( Associação Brasileira de Desportos de Deficientes
Mentais ) e Specyal Olympcs ( Specyal Olimpcs Brasil )
Para maior elucidação de nosso estudo, reunimos documentos, fotos,
depoimentos, apontamentos de aulas, de treinamentos e de participação em eventos.
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6 - Considerações Finais
Trabalhar Ginástica Rítmica com meninas com Deficiência Mental é propiciar a
elas uma atividade satisfatória, benéfica e motivadora. O processo de iniciação da aprendizagem
da Ginástica Rítmica caracterizada pela utilização harmoniosa entre movimentos corporais,
música e aparelhos de pequeno porte, incluindo os alternativos, oferece múltiplas possibilidades
no desenvolvimento global das mesmas. Esse desenvolvimento global está relacionado aos
potenciais intelectuais, afetivos, sociais motores e psicomotores da criança.
Através de movimentos corporais e manipulações de aparelhos como segurar,
lançar, e recuperar balancear, circundar, e outros, a G.R. pode contribuir com as meninas no
tocante a: estimular a terem uma motricidade espontânea, harmoniosa; proporcionar condições
favoráveis ao desenvolvimento motor e lúdico; estimular o desenvolvimento da habilidade
perceptiva para a melhoria do controle motor; estimular a aquisição de habilidades motoras
básicas e específicas e também estará paralelamente beneficiando as meninas com Deficiência
Mental no desenvolvimento das qualidades físicas de Força, Flexibilidade e Equilíbrio.Fica
evidente que a participação em eventos oportuniza as meninas a interagir com grupos diferentes,
passando por um processo de convivência, aceitação, respeito ao outro melhorando assim sua
capacidade de criatividade e elevação da auto estima. Partindo dessas vertentes é que nos
motivamos a iniciar o trabalho de G.R.na Apae de Guaratinguetá. Seguramente, tais resultados,
ou seja, toda essa contribuição que a Ginástica Rítmica possibilita aos seus praticantes deverá
motivar a participação de um maior número de profissionais e atletas, como ocorreu com o nosso
grupo na APAE de Guaratinguetá. O novo, o desconhecido sempre é mais difícil. A busca de
conhecimentos de uma modalidade pouco difundida nos custou anos de estudo, e muitas
reflexões. Desde 1978 é que estamos nesta caminhada, procurando sistematizar a modalidade
enquanto seus benefícios em treinamentos e em competições. Nosso carinho e nossa dedicação
em difundir a modalidade, através de apresentações em eventos, é que nos possibilitaram hoje a
termos competições oficiais na modalidade.
Como pudemos constatar em nossos estudos, atualmente, trabalhamos com um
regulamento que ainda não é o ideal, porém o mais adequado, para esse momento, em que a
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Ginástica Rítmica está se expandindo e sendo conhecida e valorizada, ganhando novos adeptos,
principalmente na área de Atividade Motora Adaptada.
Após tantos anos investindo nesta modalidade, pretendemos ainda continuar
nossos estudos e através de avaliações elaborar um regulamento ajustado ao grau de habilidades e
dificuldades das atletas, baseado no Código de Pontuação de Ginástica da (FIG) Federação
Internacional de Ginástica, para que a atleta com Deficiência Mental, possa participar em igual
oportunidade com as demais participantes. O Código de Pontuação da FIG está se tornando cada
vez mais técnico e complexo e visa rendimento, habilidade e perfeição do movimento. É um
Código muito difícil de ser cumprido, inclusive por atletas que não apresentam nenhuma
deficiência. Estamos ainda nos baseando no Código do ano de 2001. Embasados neste Código
podemos elaborar um Código de Pontuação, sem descaracterizar a modalidade, porém adequado
às meninas com Deficiência Mental. Este Código irá conscientizar professores de Educação
Física que querem trabalhar com a modalidade, da necessidade de cursos básicos para que
possam contemplar as alunas com esta modalidade a qual tantos benefícios integram. Temos
presenciado em competições professores despreparados, que descaracterizam a modalidade,
colocando atletas em situações constrangedoras por desconhecimento à modalidade.
Com a sistematização desta modalidade, será uma oportunidade a mais para que
meninas com Deficiência Mental possam optar pela escolha de uma modalidade essencialmente
feminina e bela.
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Anexos
Carta convite para a atleta Ana Maria se apresentar às autoridades
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Convocação da Prof. Elisete de Andrade Leite para Técnica da
Equipe Brasileira de GRD – Jogos Mundiais de Verão das
Olimpíadas Especiais – 1999 – Carolina do Norte - EUA
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Página do Código de Pontuação Adaptado (2001) da Federação de Ginástica da Bélgica que se
refere à colaboração da Técnica Elisete Leite (Brasil)
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Carta informal firmando o convite às atletas de G.R Adaptada de Guaratinguetá, ao Campeonato
Mundial de G.R. (Bruxelas -2001)