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EXPERIMENTAÇÃO DE PRÁTICAS LEITORAS NA TERCEIRA IDADE “Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons.” Carlos Drummond de Andrade

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EXPERIMENTAÇÃO DE PRÁTICAS

LEITORAS NA TERCEIRA IDADE

“Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons.”Carlos Drummond de Andrade

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Publico Alvo: Leitores que estão vivendo a/na Melhor Idade.

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OBJETIVO DA PRÁTICA LEITORA

Refletir sobre a Melhor Idade como sendo

uma etapa de acúmulo de experiências e

conhecimentos, por isso esta etapa deveria

ser a de melhor/ produtividade e participação

social.

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MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS

Leitura de Músicas:

O que é, o que é Gonzaguinha.

Minha Vida Rita Lee

Leitura de textos literários:

Os Ombros Suportam o mundo Carlos Drummond de Andrade

A Velhice Pede Desculpas Cecília Meirelles

Leitura de filme:

O curioso caso de Benjamin Button.

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ATIVIDADES:

O grupo será convidado a realizar a leitura dospoemas, explorando a cadência e o ritmo queesse tipo de texto exige. As temáticasabordadas nos textos serão debatidas nosgrupos, tentando construir a imagem dosIdosos hoje em nossa sociedade.

As músicas serão ouvidas e apósconstruiremos um pôster com imagem querepresentem os sentimentos vivenciadosdurante a execução da música.

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ETAPAS: TEXTO IMinha Vida

Rita Lee

Composição : John Lennon E Paul Mc Cartney

Tem lugares que me lembram

Minha vida, por onde andei

As histórias, os caminos

O destino que eu mudei...

Cenas do meu filme

Em branco e preto

Que o vento levou

E o tempo traz

Entre todos os amores

E amigos

De você me lembro mais...

Tem pessoas que a gente

Não esquece, nem se esquecer

O primeiro namorado

Uma estrela da TV

Personagens do meu livro

De memórias

Que um dia rasguei

Do meu cartaz

Entre todas as novelas

E romances

De você me lembro mais...

Desenhos que a vida vai fazendo

Desbotam alguns, uns ficam iguais

Entre corações que tenho tatuados

De você me lembro mais

De você, não esqueço jamais...

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TEXTO IIGonzaguinha

O Que É, O Que É?

Composição : Gonzaguinha

Eu fico

Com a pureza

Da resposta das crianças

É a vida, é bonita

E é bonita...

Viver!

E não ter a vergonha

De ser feliz

Cantar e cantar e cantar

A beleza de ser

Um eterno aprendiz...

Ah meu Deus!

Eu sei, eu sei

Que a vida devia ser

Bem melhor e será

Mas isso não impede

Que eu repita

É bonita, é bonita

E é bonita...

E a vida!

E a vida o que é?

Diga lá, meu irmão

Ela é a batida

De um coração

Ela é uma doce ilusão

Hê! Hô!...

E a vida

Ela é maravilha

Ou é sofrimento?

Ela é alegria

Ou lamento?

O que é? O que é?

Meu irmão...

Há quem fale

Que a vida da gente

É um nada no mundo

É uma gota, é um tempo

Que nem dá um segundo...

Há quem fale

Que é um divino

Mistério profundo

É o sopro do criador

Numa atitude repleta de amor...

Você diz que é luxo e prazer

Ele diz que a vida é viver

Ela diz que melhor é morrer

Pois amada não é

E o verbo é sofrer...

Eu só sei que confio na moça

E na moça eu ponho a força da fé

Somos nós que fazemos a vida

Como der, ou puder, ou quiser...

Sempre desejada

Por mais que esteja errada

Ninguém quer a morte

Só saúde e sorte...

E a pergunta roda

E a cabeça agita

Eu fico com a pureza

Da resposta das crianças

É a vida, é bonita

E é bonita...

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TEXTO III

A Velhice pede desculpasTão velho estou como árvore no inverno,

vulcão sufocado, pássaro sonolento.

Tão velho estou, de pálpebras baixas,

acostumado apenas ao som das músicas,

à forma das letras.

Fere-me a luz das lâmpadas, o grito frenético

dos provisórios dias do mundo:

Mas há um sol eterno, eterno e brando

e uma voz que não me canso, muito longe, de ouvir.

Desculpai-me esta face, que se fez resignada:

já não é a minha, mas a do tempo,

com seus muitos episódios.

Desculpai-me não ser bem eu:

mas um fantasma de tudo.

Recebereis em mim muitos mil anos, é certo,

com suas sombras, porém, suas intermináveis sombras.

Desculpai-me viver ainda:

que os destroços, mesmo os da maior glória,

são na verdade só destroços, destroços.

Cecília Meireles, in 'Poemas (1958)'

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TEXTO IV Os Ombros Suportam o Mundo Carlos Drummond de Andrade

Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.

Tempo de absoluta depuração.

Tempo em que não se diz mais: meu amor.

Porque o amor resultou inútil.

E os olhos não choram.

E as mãos tecem apenas o rude trabalho.

E o coração está seco.

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.

Ficaste sozinho, a luz apagou-se,

mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.

És todo certeza, já não sabes sofrer.

E nada esperas de teus amigos.

Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?

Teu ombros suportam o mundo

e ele não pesa mais que a mão de uma criança.

As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios

provam apenas que a vida prossegue

e nem todos se libertaram ainda.

Alguns, achando bárbaro o espetáculo,

prefeririam (os delicados) morrer.

Chegou um tempo em que não adianta morrer.

Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.

A vida apenas, sem mistificação.

Os versos acima foram publicados originalmente no livro "Sentimento

do Mundo", Irmãos Pongetti - Rio de Janeiro, 1940. Foram extraídos

do livro "Nova Reunião", José Olympio Editora - Rio de Janeiro, 1985,

pág. 78.

Conheça o autor e sua obra visitando "Biografias".

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TEXTO V